Você está na página 1de 11

Escola Básica e Secundária de Santa Cruz

Ano Letivo: 2021/22

Disciplina: Psicologia B

Os fatores que nos distinguem

Trabalho feito por:

Eduarda Sá Fernandes nº4

Ano: 12º Turma: B

Santa Cruz, 9 de dezembro, 2021


Índice
1. As influências genéticas e ambientais no comportamento.

 Transmissão das características genéticas (genótipo)


 Influências ambientais no comportamento (fenótipo)
 Hereditariedade individual específica e individual

2. A relação entre a complexidade do ser humano e o seu


inacabamento biológico

 Filogénese
 Ontogénese
 Epigénese / Preformismo
 Neotenia

3. A história pessoal como um contínuo de organização


entre fatores internos e externos

 Personalidade
 Identidade
 Experiências
 Socialização

4. A inteligência humana - teorias explicativas da


inteligência

 Noção de inteligência
 Teorias da inteligência
 Teoria de Guilford
 Teoria de Gardner
5.
As influências genéticas e ambientais no comportamento.
A maioria das características que herdamos são poligénicas e vão
evoluindo, sendo constantemente influenciadas por fatores ambientais á
medida que crescemos. Estes aspetos variam para dois aspetos da variabilidade
genética que são:

Genótipo – O conjunto total de genes de um organismo individual, está


inscrito nos cromossomas, são a combinação de características que nos tornam
únicos, o nosso mapa genético individual.

Fenótipo – Simplificando, trata-se da parte visível do genótipo,


corresponde á aparência de um indivíduo, as características observáveis, resulta
de fatores hereditários e também dos fatores ambientais.

De forma a completar a genética comportamental, as investigações da


psicologia evolutiva centram-se nas predisposições genéticas transmitidas desde
os nossos ancestrais num passado muito remoto. Explorando o modo como a
evolução da espécie humana afeta os nossos comportamentos e processos
mentais, a psicologia evolutiva defende que muitas das nossas ações
permanecem nos dias de hoje por favorecerem a nossa sobrevivência e
adaptação.

Assim, enquanto que os geneticistas se focam na hereditariedade


individual, procurando estabelecer relações entre o nosso património genético
e as características que exibimos, a psicologia evolutiva concentra os seus
esforços em questões ligadas á hereditariedade específica, isto é, aos 99,9% de
material genético partilhado entre os diferentes seres humanos.

Hereditariedade individual – Património genético que engloba todas as


particularidades de um indivíduo (como a cor dos olhos ou do cabelo) ou as
predisposições para certas características.

Hereditariedade específica – Conjunto dos genes que caracterizam uma


determinada espécie, por exemplo, a espécie humana.

No processo de seleção natural, não se trata da sobrevivência do mais


forte, mas sim da prevalência e da transmissão de traços genéticos que nos
fornecem vantagens competitivas para a continuidade da espécie e dos seus
genes e benefícios para o sucesso reprodutivo.
A relação entre a complexidade do ser humano e o seu
inacabamento biológico
De acordo com várias teorias, o processo de seleção natural aplica-se às
espécies no seu todo, pressupondo mudanças graduais no património genético
específico em resultado de pressões naturais seletivas: as espécies são
mutáveis, elas têm vindo a evoluir lentamente ao longo do tempo. Essas
mudanças são de caracter adaptativo, porque o seu propósito é dar às espécies
uma solução para os seus problemas de sobrevivência e de reprodução.

Entre os processos evolutivos que nos permitiram as excecionais


capacidades cognitivas, sociais e morais que temos na atualidade são:

 Bipedismo
 Utilização livre das mãos
 Aprendizagem de técnicas e criação de objetos (ex: fogo)
 Agricultura
 Produção de objetos artísticos
 Desenvolvimento do crânio e do cérebro

Filogénese – História da origem e evolução de uma espécie, a ideia da


existência de antecessores comuns às várias as espécies.

Ontogénese – O desenvolvimento de um organismo em particular, de um


indivíduo, desde a embriogénese até a sua morte.

Epigénese – Teoria que acredita que, as características de um indivíduo,


tanto físicas como comportamentais, resultam da interação entre influências
genéticas e ambientais.

Preformismo – Teoria desacreditada que afirma que, o desenvolvimento


de um embrião é apenas o crescimento de um organismo que já estava
formado, isto é, no ovo, já estão presentes todas as características que viremos
a ter.

Neotenia –Disposição característica do desenvolvimento de


determinadas espécies que tendem a conservar no adulto traço infantis ou
juvenis, quando aplicada ao ser humano, esta noção está ligada ao
prolongamento da infância, decorrente do inacabamento biológico.
A história pessoal como um contínuo de organização entre
fatores internos e externos
As experiências vividas constituem um elemento fundamental na nossa
vida psíquica, marcam a história de cada um de forma única. ... Cada um de nós
constrói a sua identidade de forma autónoma, à custa das diversas experiências
vivenciadas que são integradas na história pessoal adquirindo significado- auto-
organização.

 Personalidade:

- É formada a partir de um processo lento que nunca acaba, pois esta está
constantemente a sofrer mudanças

- É maioritariamente resultado das nossas experiências de vida;

- Logo podem existir duas pessoas com personalidades parecidas, mas nunca
iguais pois estas são fruto das nossas experiências que são diferentes para
todos;

 Identidade:

-Identidade específica – a nossa identidade como sendo parte da espécie


humana dá-nos benefícios, que nos distinguem das outras espécies, isto porque,
nos conseguimos adaptar á evolução;

-Identidade sociocultural - o ser humano tem a habilidade de se adaptar em


qualquer parte do globo, no entanto nunca fora da sociedade, pois é nesta que
ele aprende a viver como humano, conforme a cultura em que está inserido;

-Identidade pessoal – o ser humano como indivíduo, como um ser singular, que,
através das suas características únicas se distingue dos outros da sua espécie;

- Os múltiplos fatores específicos e socioculturais são essenciais para a nossa


identidade, porem são eles também que nos impõem certas restrições. No
entanto, através dos fatores pessoais, internos ou externos, cada um de nós
ganha a capacidade de lidar com essas restrições á sua maneira.

 Experiências
- Todas as experiências, momentos e eventos por que passamos influenciam a
nossa maneira de ser, a criação do eu. Eles são responsáveis pela maneira como
nos auto-organizamos, tudo isto influência a formação do ser humano:

Positivamente – se vivermos num ambiente calmo com pessoas calmas e


amáveis, no futuro cresceremos com confiança e com uma mente positiva;

Negativamente – se vivermos num ambiente de constante pressão, com


pessoas conflituosas e violentas, no futuro cresceremos como uma pessoa
conflituosa, com pouca autoestima e violenta;

- É claro que não podemos generalizar os casos pois as pessoas são todas
diferentes, pode haver uma mínima mudança e tendo cada um a sua própria
reação, a sua maneira de ver e analisar a situação, baseada na sua experiência
de vida, mas geralmente estes são os resultados provenientes destas situações;

 Auto-organização e criação sociocultural:

-Auto-organização:

- É essencial organizar as experiências vivida, pois estas influenciam o


nosso presente e futuro tanto quanto fazem parte do nosso passado, através dessa
organização, tomamos consciência de nós e da nossa vida, bem como, torna-se
mais fácil, clarificar os nosso objetivos e ideias, conseguindo assim ser mais
expressivos em relação ao que sentimos;

- Criação sociocultural:

Socialização – Trata-se do processo através do qual os indivíduos


adquirem e transmitem os elementos socioculturais do seu meio, podendo
dividir-se em duas categorias:

 Socialização Primária – Esta ocorre durante a infância e permite-nos a


aquisição de um conjunto de saberes básicos, entre os quais linguagem,
alimentação, higiene pessoal, que são transmitidos através dos agentes
de socialização, como a família, os educadores, os vizinhos e/ou os
amigos;
 Socialização Secundária – Esta acompanha-nos a vida toda, trata-se de
situações que exigem o reajustamento do indivíduo em função a
alterações significativas, entre os quais, o casamento, ter filhos, ficar
viúvo/a, mudar de profissão, emigrar, são todos bons exemplos de
situações de reajuste.
A sociedade é onde nos tornamos nós através da aprendizagem de costumes,
tradições, regras, hábitos, valores, crenças, etc., ao aprender a viver em
sociedade, conseguimos integrar-nos e desenvolver a nossa identidade.

A inteligência humana
- Falar de inteligência implica discutir um dos temas mais importantes e mais
controversos da Psicologia e, simultaneamente, um dos atributos psicológicos
mais valorizados e mais temidos socialmente: por exemplo, a existência de uma
correlação positiva entre o quociente de inteligência (QI) e os resultados
escolares é uma das constatações mais antigas e mais regularmente
confirmadas pela Psicologia.

- As teorias implícitas de inteligência, ou, as conceções do senso comum e


do não especialista acerca da inteligência. De facto, todos nós somos capazes de
definir e avaliar a nossa inteligência e a dos outros nas mais variadas situações
do quotidiano, e tais conceções ou teorias implícitas afetam o nosso
comportamento e as nossas interações.

Noção de inteligência

Inteligência – Capacidade de o individuo assimilar conhecimentos, recordar


acontecimentos remotos e recentes, utilizar corretamente o pensamento e a
razão, aprender com a experiência, enfrentar com sensatez e precisão os
problemas, adaptar-se ao ambiente e estabelecer prioridades entre um
conjunto de situações;

- Por sua vez, os especialistas no domínio, os que constroem as teorias


explícitas, teorias formais sobre a natureza e desenvolvimento da inteligência,
fundadas em avaliações presumivelmente objetivas da mesma, através de
testes, também são influenciados pelas suas próprias teorias implícitas.

Teorias da Inteligência:

- Para muitos, a inteligência consiste a partir de comportamentos, pois, se o ser


humano consegue ultrapassar problemas, podemos dizer que é inteligente.

- Existem várias teorias para definir “inteligência”, como por exemplo: de David
Weschler – que afirma que a inteligência é a “capacidade para atuar
intencionalmente, pensar racionalmente e lidar eficazmente com o meio”, ou,
Robert Sternberg – que diz que é possível definir a inteligência com apenas três
caraterísticas: a posse de conhecimentos, a capacidade de utilizar o
processamento da informação e a capacidade para utilizar essa faculdade de
raciocinar em ambientes novos e diferentes, entre outros.

-Existem muitas teorias em relação à inteligência, uma vez que não existe
unanimidade entre os especialistas no assunto, no entanto, não irei desenvolver
todas, definirei em detalhe apenas duas, a de Guilford e a de Gardner;

Teoria de Guilford:

- Joy Paul Guilford foi um psicólogo americano que nasceu a 1897 e morreu a
1987, maioritariamente conhecido devido ao seu estudo psicométrico da
inteligência humana, incluindo distinção entre produção convergente e
divergente.

- Guilford sustenta que cada fator ou componente da inteligência é


suficientemente distinto para ser detetado pela análise fatorial, e admite que
essas capacidades ou fatores da inteligência podem ser agrupadas em classes,
uma vez que, em certos aspectos se parecem umas com as outras.

- J.P. Guilford foi muito criticado por levar o fracionamento de inteligência


humana a um ponto excessivo.

 Atualmente, o modelo de estrutura mais corrente compreende 120 tipos de


desempenhos intelectuais, Guilford, em 1956, criou testes com três
dimensões, que são representadas da seguinte forma:

Fig. Modelo de Inteligência de


Guilford
 A dimensão que está relacionada com o tipo das operações de
pensamento, entre as quais, a identificação, a memória, a produção
divergente e convergente e a avaliação das situações;
 A dimensão que se refere ao tipo de produtos do pensamento entre os
quais as unidades, as classes, as relações, os sistemas, as transformações
e as deduções;
 A dimensão relativa ao tipo dos conteúdos de pensamento entre os
quais, os conteúdos visuais, os simbólicos, os semânticos, os auditivos, os
visuais e os de comportamento;

Teoria de Gardner:

- Howard Earl Gardner é um psicólogo e musicólogo americano, é professor e


investigador de psicologia cognitiva e educacional.

- Em 1983 propôs a teoria das inteligências múltiplas, que se apresenta como


uma teoria empírica, o que significa que o número de inteligências, a sua
delimitação e configuração podem ser alterados em função de observações e
conclusões futuras;

- Em 1983, o psicólogo Howard Gardner propôs a teoria das inteligências


múltiplas, segundo a qual as capacidades cognitivas humanas envolveriam 8
inteligências:

 São normalmente avaliadas pela escola:

 Inteligência linguística – a capacidade de compreender e usar palavras,


utilizada na leitura, na escrita e em discursos no quotidiano;
 Inteligência lógico-matemática – a aptidão para seguir raciocínios lógicos e
solucionar problemas aritméticos e em tarefas que exigem o pensamento
dedutivo;

 Estão normalmente associadas com as artes:


 Inteligência espacial – aquela que relacionada com a capacidade de
orientação de objetos e pessoas num determinado espaço e ainda com a
aptidão para visualizar imagens ou, ainda, formar imagens mentais da
geometria/padrões;
 Inteligência musical – associada á execução, composição e apreciação de
padrões musicais;
 Inteligência corporal e cinestésica – é determinante para atividades
desportivas como dança e atletismo para ações que exijam controlo e
coordenação do movimento (normalmente relacionadas com profissões com
cirurgião ou dentista);

 Denominada por Gardner de inteligências pessoais ou existenciais:


 Inteligência interpessoal – capacidade de estabelecer relações com outras
pessoas, assim compreendendo as sua emoções e comportamentos;
 Inteligência intrapessoal – compreensão de si mesmo, do que se passa
dentro do próprio indivíduo;

 Incluída na teoria devido às descobertas neurobiológicas recentes


 Inteligência naturalista – utilizada para reconhecer e categorizar seres e
objetos da natureza, como animais, plantas e rochas;

- É desta maneira que Gardner desenvolve esta teoria e rapidamente podemos


observar as capacidades valorizadas pela sociedade em muitas pessoas que nos
rodeiam;

- Todos nós temos muitas destas capacidades. Se é verdade que todos nós
possuímos cada uma delas, a forma como cada uma se mistura ou como
combinamos diversos tipos de inteligência geram múltiplas formas de
comportamento inteligente;

- Em síntese, a inteligência pode ser definida como: a capacidade para realizar


pensamentos abstratos; a capacidade de se adaptar a novas situações; de
adquirir conhecimento, etc.;

Bibliografia / Net grafia


Manual de psicologia de 12ºano, Nós, por Catarina Pires e Sara Brandão, AREAL
editores
https://www.scielo.br/j/paideia/a/kNtjndwLvbcqVfJBsjxr4Qn/?lang=pt

https://www.google.com/search?q=howard+gardner&rlz=1C1FCXM_pt-PTPT989PT989&sxsrf=AOaemvIYlH4vwlSWFj20V41YfBSZrqkcPA
%3A1643135296905&ei=QEHwYf7cNruFur4Pyuix2Ao&oq=howard+&gs_lcp=Cgdnd3Mtd2l6EAEYADIFCAAQkQIyBQguEJECMgQILhBDMgUIABCRAjIEC
C4QQzIFCAAQkQIyBQguEJECMgQILhBDMgQILhBDMgUILhCABDoHCAAQRxCwAzoFCAAQgAQ6BAgjECc6CwguEIAEEMcBEKMCOgcIIxDqAhAnOgsILhDH
ARDRAxCRAjoLCC4QgAQQxwEQ0QM6CgguEMcBEKMCEENKBAhBGABKBAhGGABQ-
wtY8SJgzS9oA3ACeACAAZkBiAHxCJIBAzEuOJgBAKABAbABCsgBCMABAQ&sclient=gws-wiz

https://www.google.com/search?q=is+j.p.+guilford+alive&rlz=1C1FCXM_pt-PTPT989PT989&sxsrf=AOaemvKG-l5HG7V3oioaCtbthFCMqwyjYg
%3A1643134511270&ei=Lz7wYYj5D82YlwTL-5ToDw&ved=0ahUKEwjIzPKGwc31AhVNzIUKHcs9Bf0Q4dUDCA4&uact=5&oq=is+j.p.
+guilford+alive&gs_lcp=Cgdnd3Mtd2l6EAM6BwgjEOoCECc6BQguEJECOgUIABCRAjoECAAQQzoFCAAQgAQ6CwguEIAEEMcBEKMCOgQILhBDOgUILhCA
BDoECCMQJzoECAAQDToICCEQFhAdEB46BQghEKABSgQIQRgASgQIRhgAUABY3V9g_WVoAXACeACAAZMCiAH6FJIBBjQuMTcuMZgBAKABAbABCsABA
Q&sclient=gws-wiz

Você também pode gostar