Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apresentação do Módulo
Objetivos do Módulo
Atuar com atenção, cuidado e responsabilidade nas situações de atendimento pré- hospitalar;
Demonstrar a sequência correta da avaliação do paciente para cumprir com os protocolos para
trauma e emergência clínica;
Aula 1
Atribuições e responsabilidades do emergencista
Aula 2
Noções básicas de anatomia e fisiologia humana
Aula 3
Avaliação do paciente
Aula 4
Suporte básico de vida
Aula 5
Manipulação e transporte de acidentados
Emergências
São situações que apresentam alteração do estado de saúde com risco iminente de vida. O tempo
para resolução é extremamente curto, normalmente quantificado em minutos.
Urgências
São situações que apresentam alteração do estado de saúde, porém sem risco iminente de vida, e
que, por sua gravidade, desconforto ou dor, requerem atendimento médico com a maior brevidade
possível.
Atendimento pré-hospitalar
É considerado como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência o atendimento que procura
chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica,
cirúrgica ou traumática, incluindo a psiquiátrica) que possa levar ao sofrimento, a sequelas ou
mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a
um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Podemos chamá-lo de atendimento pré-hospitalar móvel primário quando o pedido de socorro for
oriundo de um cidadão ou de atendimento pré-hospitalar móvel secundário e quando a solicitação
partir de um serviço de saúde, no qual o paciente já tenha recebido o primeiro atendimento
necessário à estabilização do quadro de urgência apresentado, mas necessite ser conduzido a outro
serviço de maior complexidade para a continuidade do tratamento.
Primeiros socorros
É a ajuda imediata prestada no local do evento, com a finalidade de preservar a vida do(a) paciente
até a chegada do socorro especializado.
Emergencista
Omissão de socorro
Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em “Deixar de prestar
assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à
pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o
socorro da autoridade pública”. A pena para esse caso é de detenção, a qual pode variar entre 1
(um) e 6 (seis) meses, ou multa.
Diz ainda aquele artigo, “A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de
natureza grave, e é triplicada, se resulta a morte”.
Vale ressaltar que o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui
treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de
omissão de socorro.
Pessoas que estão doentes ou feridas não se encontram em condições normais. Você deve ser
capaz de superar comportamentos grosseiros ou pedidos descabidos, supondo que esses pacientes
estão agindo assim devido à doença ou ao ferimento presente. Lidar com as pessoas é uma das
mais exigentes tarefas do emergencista e, dependendo da situação, atuar de modo profissional
pode ser muito difícil.
Quando estiver ajudando uma pessoa, você não deve dizer que ela está bem, se na verdade ela
estiver doente ou ferida. Tampouco dizer que tudo está bem quando você percebeu que existe algo
errado. Dizer para a pessoa não se preocupar é uma bobagem. Quando uma emergência acontece,
certamente existe algo com que se preocupar.
Observe a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários sobre os
pacientes ou sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em auxiliar o paciente e evite distrações
desnecessárias. Coisas simples, como fumar um cigarro no local da emergência, mostra que você
não é disciplinado e não pode ser um emergencista.
Saiba mais...
Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu treinamento;
1
emergencista.pre.hospitalar.pdf
lesões adicionais;
A responsabilidade profissional é uma obrigação atribuída a toda pessoa que exerce uma arte ou
profissão, o que acarreta responder perante a justiça pelos atos prejudiciais resultantes de suas
atividades inadequadas; portanto, o emergencista poderá ser processado e responsabilizado se
cometer os seguintes atos:
Imperícia
Imprudência
Negligência
Abandono
Imperícia
Ela evidencia-se, assim, no erro ou engano de execução de trabalho ou serviço de cuja inabilidade
se manifestou. Ou diz respeito àquele que se diz apto para um serviço e não o faz com a habilidade
necessária porque lhe falecem os conhecimentos necessários.
A imperícia conduz o agente à culpa, responsabilizando-o, civil e criminalmente, pelos danos que
sejam calculados por seu erro ou falta.
Exemplo
É imperito o emergencista que utilizar o reanimador manual sem executar corretamente, por
ausência de prática, as técnicas de abertura das vias aéreas durante a reanimação.
Imprudência
Funda-se, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um mal que podia e deveria ser
atendido ou previsto pelo imprudente.
Exemplo
Negligência
Exprime a desatenção, a falta de cuidado ou de precaução com que se executam certos atos, em
virtude dos quais se manifestam resultados maus ou prejudicados, que não adviriam se mais
atenciosamente ou com a devida precaução – aliás, ordenada pela prudência – fosse executada. A
negligência, assim, evidencia-se pela falta decorrente de não se acompanhar o ato com a atenção
que se deveria.
Nesta razão, a negligência implica a omissão ou inobservância de dever que competia ao agente,
objetivado nas precauções que lhe eram ordenadas ou aconselhadas pela prudência, e vistas como
necessárias, para evitar males não queridos ou evitáveis.
Exemplo
Abandono
Consentimento explícito
É quando o consentimento é dado pelo paciente ou ainda por familiar ou representante legal
para a prestação de assistência pré-hospitalar, desde que ele esteja fora de perigo.
1.4 Incidente
Evento de causa natural ou provocado por atividade humana e que requer a ação de pessoal de
serviços de emergência para proteger vidas, bens e o ambiente.
Tipos de incidente
Estrutura colapsada. Ex.: Colapso do teto de uma casa antiga por causa da chuva.
Elétrico. Ex.: Cabo de energia elétrica partido cai sobre um sobre automóvel.
Para o correto reconhecimento do local da ocorrência, devem ser observados: veja a seguir:
Avaliação do local
Situação;
Potencial de risco;
Informes do emergencista
Tipos de ocorrência;
Riscos potenciais;
A ordem dos dados a serem informados é dinâmica, podendo ser alterada conforme a situação.
O importante é reportá-los sempre e o mais breve possível, pois só assim o emergencista terá o
apoio necessário.
Segurança do local
Consiste na adoção dos cuidados por parte do emergencista para a manutenção da segurança no
local de uma ocorrência, priorizando:
Estacionamento
O
emergencista/motorista
deverá estacionar a
viatura de
socorro/carro
particular 15 metros
antes do local do
acidente, utilizando-a
como anteparo, a fim
de proporcionar maior
segurança à guarnição
de serviço e às vítimas
envolvidas, deixando
assim, uma área
denominada “zona de
trabalho”.
Nas situações em que
já houver uma viatura
fazendo tal proteção, a
viatura de socorro
deverá ser colocada 15
metros à frente do
acidente, mantendo o
espaço da zona de
trabalho.
Sinalização
A colocação dos cones de sinalização deverá obedecer a seguinte proporção: 1 metro para cada
km/h da velocidade máxima permitida na via.
Exemplo
Se a velocidade máxima permitida na via for 40 Km/h, o primeiro cone de sinalização deverá ser
posicionado 40 metros antes do local do acidente e os demais cones deverão ser distribuídos em
direção ao local do acidente.
Após a sinalização, o emergencista deverá se certificar de que a sua visualização é ideal. Nos
locais onde a visibilidade estiver dificultada em virtude de neblina ou em uma curva, essa
distância poderá ser aumentada conforme a necessidade.
1.6. Equipamentos básicos utilizados no socorro pré-hospitalar
No socorro pré-hospitalar, diversos equipamentos podem ser utilizados, de acordo com sua
função:
Equipamentos diversos
Lanterna pupilar;
Estetoscópio;
Esfigmomanômetro;
Pulso oxímetro.
Equipamentos de proteção individual
Luvas descartáveis;
Máscaras faciais;
Óculos de proteção;
Avental.
Cilindro de O² (portátil);
Reanimadores manuais;
Cânulas orofaríngeas;
Aspiradores portáteis;
DEA (Desfibrilador Externo Automático)
Ataduras de crepom;
Solução fisiológica;
Gazes;
Compressa cirúrgica;
Esparadrapo.
Equipamentos para imobilização e/ou transporte
Colar
cervical;
Talas de
imobilização
(rígidas,
infláveis, de
papelão, etc);
Macas rígidas
longas;
KED (Colete
de
imobilização
dorsal);
Tracionador
de fêmur.
Equipamentos para extração veicular
Equipamentos diversos
Kit obstétrico;
Nesta aula você terá a oportunidade de revisar seus conceitos sobre anatomia e fisiologia humana,
o que certamente facilitará sua aprendizagem nas demais aulas do curso.
Anatomia
Ciência que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e a relação entre seus órgãos, bem
como a disposição destes.
Fisiologia
Ciência que estuda as funções orgânicas e os processos vitais dos seres vivos.
Posição anatômica
posição ortostática;
Cabeça;
Pescoço;
Tronco;
Membros.
Planos anatômicos
Plano mediano
- direito e esquerdo
Plano transversal
- superior e inferior
Plano frontal
Terços anatômicos
- Terço proximal
- Terço médio
- Terço distal
TERÇO PROXIMAL
PROXIMAL
TERÇO MÉDIO
TERÇO DISTAL
TERÇO PROXIMAL
TERÇO MÉDIO
DISTAL
TERÇO DISTAL
FALANGE PROXIMAL
FALANGE MÉDIA TERÇO PROXIMAL
FALANGE DISTAL TERÇO MÉDIO
TERÇO DISTAL
TERÇO PROXIMAL
TERÇO MÉDIO
TERÇO DISTAL
Lesão F = Membro superior esquerdo, terço médio do dedo indicador, região anterior.
2.2. Cavidades corporais
Cavidade craniana
Cavidade torácica
Cavidade espinhal
Cavidade abdominal
Cavidade pélvica
a. Cavidade torácica
b. Cavidade abdominal
c. Cavidade pélvica
a. Cavidade craniana
b. Cavidade espinhal
O funcionamento do corpo humano pode ser mais bem entendido quando são estudados os
seguintes sistemas:
sistema tegumentar,
sistema esquelético,
sistema respiratório,
sistema cardiovascular,
sistema nervoso.
Sistema tegumentar
Sistema que inclui a pele e seus anexos, proporcionando ao corpo um revestimento protetor que
contém terminações nervosas sensitivas e participa da temperatura corporal, além de cumprir
outras funções.
Pele
Maior órgão do corpo humano. No adulto sua área total atinge aproximadamente 2m2,
apresentando espessura variável (1 a 4 mm) conforme a região.
A distensibilidade é outra característica da pele que também varia de região para região.
• Proteção;
• Regulação da temperatura;
• Excreção;
• Produção de vitamina D.
Coloração da pele
Sistema esquelético
É um conjunto de ossos e cartilagens que se unem através de articulações para formar o arcabouço
do corpo e desempenhar várias funções.
• Inserção de músculos;
- tarso e carpo
Ossos irregulares: - apresentam uma morfologia complexa, onde não há correspondência nas
formas geométricas.
- temporal, vértebras
Caixa encefálica (crânio propriamente dito): composto por 08 ossos largos e irregulares que se
fundem formando a cobertura que protege o encéfalo.
Face: composta por 14 ossos que se fundem para dar sua forma.
Coluna vertebral
Estrutura óssea central, composta de 33 vértebras dividida em cinco regiões:
Conexão entre dois ou mais ossos adjacentes, que, de acordo com a conformação e o aspecto
estrutural, são agrupados em três tipos principais:
Articulações fibrosas: São aquelas em que o tecido que interpõe as peças ósseas é fibroso,
impossibilitando o seu movimento;
Articulações cartilaginosas: São aquelas em que o tecido que interpõe as peças ósseas é formado
por fibrocartilagem ou cartilagem hialina, possibilitando movimentos limitados;
Articulações sinoviais: São aquelas em que o elemento que interpõe as peças ósseas é líquido
sinovial, possibilitando movimentos amplos.
Sistema respiratório
O sistema respiratório tem como função conduzir o ar do meio ambiente para os pulmões, e vice-
versa,
Respiração
Conjunto dos fenômenos que permitem a absorção do oxigênio e a expulsão do gás carbônico
pelos seres vivos.
Nariz
No interior do nariz (narinas) existem pelos, denominados vibrissas ou cílios, que recolhem a
maior parte das partículas e pó existentes no ar, realizando, assim, uma filtragem grosseira dessas
impurezas. Eles estão em constante movimento, a fim de eliminar esses resíduos através das
narinas. O nariz é guarnecido de uma camada de líquido (muco), que retém outras partículas de pó
em sua porção superior. Ainda existem as conchas nasais, superior, média e inferior, que servem
para aumentar a superfície mucosa da cavidade nasal, pois é essa superfície mucosa que umedece
e aquece o ar inspirado, “condicionando-o” para que seja mais bem aproveitado na hematose que
se dá nos pulmões.
Faringe
Laringe
É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço que, além de via aerífera é
órgão da fonação, ou seja, de produção do som. Coloca-se anteriormente à faringe, comunicando-
se com ela através da glote. Junto à glote está a epiglote, que tem a função de fechar a glote
durante a passagem do bolo alimentar.
Traqueia
Brônquios
Pulmões
Pleura
Músculos da respiração
A pressão aérea interna, menor que a externa, permite a entrada de ar pela traqueia,
enchendo os pulmões. O ar se moverá de uma área de maior pressão para uma de menor
pressão, até tornarem-se equivalentes;
Durante a expiração:
À medida que esses músculos relaxam, a cavidade torácica diminui de tamanho em todas as
dimensões;
À medida que a cavidade torácica diminui, o ar nos pulmões é pressionado em um espaço menor,
a pressão interna aumenta e o ar é empurrado através da traqueia.
Sistema cardiovascular
É um sistema fechado, composto pelo coração e por uma rede de tubos denominados artérias,
arteríolas, capilares, vênulas e veias.
Transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e ureia até os órgãos responsáveis
por sua eliminação;
Realizar a termorregulação do organismo.
Sangue
O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida), glóbulos
vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas.
Composição do sangue
Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os produtos de
degradação para os órgãos excretores.
Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sanguíneos, necessários para estancar o
sangramento.
Coração
É um órgão muscular oco, ímpar e mediano, que funciona como uma bomba contrátil e propulsora
do sangue.
- Local onde desembocam as veias cavas superior e inferior. Comunica-se com o ventrículo direito
através da valva tricúspide (possui três cúspides).
Ventrículo direito
- Nele chega sangue rico em CO2 proveniente do átrio direito, que posteriormente é expulso para a
artéria pulmonar.
Átrio esquerdo
Local onde desembocam as veias pulmonares direita e esquerda. Comunica-se com o ventrículo
esquerdo através da valva bicúspide ou mitral (possui dois cúspides).
Ventrículo esquerdo
Movimentos cardíacos:
Sístole: período de contração dos ventrículos, para expulsar o sangue proveniente dos átrios para
as artérias pulmonares e aorta;
Vasos sanguíneos
São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída por artérias e veias
que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as arteríolas, vênulas e capilares.
Artérias
Veias
Circulação sanguínea
Coração (ventrículo esquerdo) > tecidos do corpo > coração (átrio direito), passando pelos
capilares dos diversos sistemas ou aparelhos do corpo.
Circulação sanguínea
Circulação sanguínea
Sistema nervoso
Sistema responsável pelo controle e coordenação das funções de todos os sistemas do organismo.
Ao receber estímulos aplicados à superfície do corpo (frio, calor, dor, etc) é capaz de interpretá-los
e desencadear, eventualmente, respostas adequadas a esses estímulos.
O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com o meio interno, compreendendo fibras
sensitivas (aferente) – interoceptores e motoras (eferente) – músculo liso e gânglios. A este, está
relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ou involuntário, constituído apenas da parte
motora do SNV.
O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo com o meio externo, compreendendo fibras
sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras (eferente) músculo estriado esquelético.
Meninges
O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (ou membranas) de tecido
conjuntivo chamadas, em conjunto, de meninges.
- pia-máter;
- dura-máter;
- aracnóide.
Encéfalo
Porção do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e que compreende o cérebro, o
cerebelo e o tronco encefálico.
Medula espinhal
É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canal vertebral. A medula espinhal tem
papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e retransmissão de impulsos motores.
Todos os centros importantes do encéfalo são conectados diretamente aos órgãos ou músculos que
controlam através de longos feixes nervosos. Esses feixes se unem formando a medula espinhal,
transmitindo mensagens entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico. Essas mensagens são
passadas ao longo do nervo sob a forma de impulsos elétricos. Da base do crânio, a medula se
estende pelo tronco até o nível da primeira ou segunda vértebra lombar. Na porção final da medula
localizam-se nervos espinhais que formam uma espécie de “cabeleira” nervosa, comparada à
cauda equina.
Cérebro
Cerebelo
Possui a função de determinar o equilíbrio do corpo e sua orientação no espaço, bem como, a
regulação do tônus muscular e a coordenação das atividades motoras do organismo.
Tronco encefálico
Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférios cerebrais e por onde transitam todas
as grandes vias sensitivas e motoras.
Telencéfalo
O telencéfalo é a porção mais anterior e mais desenvolvida do cérebro, ocupa a maior parte da
cavidade craniana e é envolvido pelas meninges. Nele encontra-se o córtex cerebral, que é uma
lâmina cinzenta, de espessura variável e que constitui a superfície do hemisfério cerebral.
Diencéfalo
É um dos principais centros receptores de impulsos elétricos oriundos das vias periféricas, possui
volumosos núcleos cinzentos.
Mesencéfalo
Ponte
Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamentos de fibras e células
nervosas. A ponte possui três pares de nervos responsáveis pela inervação dos músculos que
movimentam os olhos para os lados, dos músculos mímicos da face, das glândulas salivares e
lacrimais, e conduz sensações de paladar captadas na língua.
Bulbo
Porção inferior do tronco encefálico no sentido crânio-caudal, sendo que o grande forame (forame
magno) constitui o limite convencional com a medula espinhal. Possui feixes de fibras motoras
que comandam os movimentos dos músculos voluntários.
Essas fibras dirigem-se paralelamente até o forame occipital, onde trocam de lado. No resto do
percurso, caminham do lado oposto àquele em que estavam originalmente. Este cruzamento de
fibras faz com que as ordens emitidas, a partir do hemisfério cerebral direito, sejam transmitidas
ao lado esquerdo do corpo e vice-versa. Por isso, acidentes que lesem o lado esquerdo da cabeça
provocam, em geral, paralisia do lado direito.
Além disso, no bulbo, localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a respiração e o
funcionamento vasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata instantaneamente. A pressão
sanguínea cai de forma tão acentuada que não permite mais a irrigação dos diversos órgãos. Com a
lesão do bulbo, são cortados os impulsos que controlam o funcionamento dos vasos sanguíneos e
dos pulmões.
Nervos
São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo, tendo
como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los do SNC ao periférico. Distinguem-
se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais.
Nervos cranianos
São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles (10) origina-se no
tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são também denominados por números
em sequência crânio-caudal. A relação abaixo apresenta o nome e o número correspondente a cada
um dos pares cranianos:
Olfatório: É um nervo puramente sensitivo e ligado à olfação como o nome indica,
iniciando-se em terminações nervosas situadas na mucosa nasal.
Óptico: Também sensitivo, origina-se na retina e está relacionado com a percepção visual.
Oculomotor, troclear e abducente: Inervam músculos que movimentam o olho, sendo que o
III par é também responsável pela inervação de músculos chamados intrínsecos do olho,
como o músculo esfíncter da íris (que fecha a pupila) e o músculo ciliar (que controla a
forma da lente).
Trigêmeo: É predominantemente sensitivo, sendo responsável pela sensibilidade somática
de quase toda a cabeça. Um pequeno contingente de fibras é motor, inervando a musculatura
mastigadora, isto é, músculos que movimentam a mandíbula.
Facial, glossofaríngeo e vago: São altamente complexos no que se refere aos componentes
funcionais, estando relacionados às vísceras e à sensibilidade gustativa, além de inervar
glândulas, musculatura lisa e esquelética. O nervo vago é um dos nervos cranianos mais
importantes, pois inerva todas as vísceras torácicas e a maioria das abdominais.
Vestíbulo-coclear: É um nervo puramente sensitivo, constituído de duas porções: a porção
coclear está relacionada com os fenômenos da audição e a porção vestibular com o
equilíbrio.
Acessório: Inerva músculos esqueléticos, porém parte de suas fibras unem-se ao vago e com
ele é distribuída.
Hipoglosso: Inerva os músculos que movimentam a língua, sendo por isso, considerado
como o nervo motor da língua.
Nervos espinhais
Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula e abandonam a coluna vertebral
através de forames intervertebrais. A coluna pode ser dividida em porções cervical, torácica,
lombar, sacral e coccígea. Da mesma maneira, reconhecemos nervos espinhais que são cervicais,
torácicos, lombares, sacrais e coccígeos.
Aula 3 – Avaliação do paciente
Nesta aula, você aprenderá os procedimentos técnicos na cena de emergência, ou seja, a postura que
o emergencista deverá adotar ao atender o paciente vítima de trauma ou emergência clínica.
Avaliação da cena;
Avaliação inicial;
Avaliação continuada.
A segurança é sempre nosso primeiro objetivo. A avaliação começa da ida do emergencista à cena.
O emergencista já deve ir pensando nos tipos de lesões ou perigos que poderão se apresentar.
Verificar se a cena está segura para o emergencista, para as vítimas e para os demais
presentes;
Quantidade de vítimas;
A aparência do local do incidente cria uma impressão que influencia toda a avaliação do
emergencista. A cena pode fornecer informações a respeito do mecanismo do trauma, da situação
e do nível de segurança.
- Qual a situação? Determinar o que aconteceu (trauma/clínico), qual foi o mecanismo do trauma,
quais as prováveis lesões nas vítimas, etc.
Parte da avaliação do paciente que tem por finalidade identificar e corrigir imediatamente as
situações de risco de morte, relacionadas às vias aéreas, respiração e circulação.
IV. Circulação;
Implica no que vemos em relação ao paciente desde nossa chegada na cena; inclui detalhes como:
estado respiratório, circulatório e neurológico do paciente, etc. Dessa impressão geral pode
depender nossa decisão de transporte.
O nível de resposta do paciente é avaliado com a ajuda do método AVDI, que significa:
DOLOROSO – Caso a vítima não responda ao estímulo verbal, utiliza-se o estímulo doloroso.
INCONSCIENTE – Se não responde aos estímulos verbal e doloroso, então está inconsciente.
Para abrir as vias aéreas utilize a manobra de empurre mandibular, em casos de trauma,
estabilizando a cabeça e o pescoço. Em caso de emergência clínica, utilize a manobra de
inclinação da cabeça – elevação do queixo.
O primeiro passo no tratamento das vias aéreas deve ser uma rápida inspeção visual da
orofaringe. Corpos estranhos, como pedaços de alimentos, dentes quebrados e sangue,
podem ser encontrados dentro da boca de um traumatizado.
Os emergencistas devem usar luvas para retirar esse material da boca do paciente.
2. Coloque os dedos indicador, médio e anular apoiados na mandíbula; com a outra mão
posicionada na testa do paciente, incline a cabeça para trás.
Manobra de empurre mandibular
IV. Circulação
- Verifique o pulso carotídeo até 10 segundos. Caso não haja pulso, ATUE IMEDIATAMENTE.
- Verifique se existe hemorragia externa: em caso positivo, contenha-a; isso pode ser o primeiro
passo a ser feito em alguns casos.
- Verifique o pulso periférico – a presença do pulso periférico palpável também fornece uma
estimativa grosseira da pressão arterial. Se o pulso periférico não for palpável em uma
extremidade não lesada, o paciente provavelmente entrou na fase descompensada do choque.
Caso disponha de oxímetro de pulso, empregue-o durante essa fase, avaliando a real
necessidade de oxigênio e frequência do pulso.
Classifique o paciente na escala CPE para determinar o tempo de permanência na cena de acordo
com a gravidade das lesões ou doenças.
CPE – É formado pelas iniciais das palavras crítico, potencialmente instável e estável.
Após a decisão de transporte, a equipe de emergencistas deverá aplicar o colar cervical adequado,
e, se necessário, ministrar oxigênio suplementar. Para isso, o emergencista deve avaliar a região
do pescoço, nariz, boca e mandíbula do paciente, mensurar e aplicar o colar cervical e administrar
oxigênio por meio de uma máscara facial com reservatório.
Utilizando-se de uma lanterna, avalie o ouvido do paciente, verificando parte externa, interna e
região retroauricular em busca de sangramento, saída de líquido cefalorraquidiano e equimose
antes da aplicação do colar cervical.
É feito depois de haver detectado e corrigido qualquer problema na avaliação inicial. É realizado
de acordo com a queixa principal do paciente, com o objetivo de descobrir e tratar lesões
específicas ou problemas pela doença do paciente. Inclui obter o histórico do paciente e a
avaliação dos sinais vitais.
Anamnese – Tem por finalidade obter o histórico do paciente. O ideal é obter a informação
diretamente do paciente; caso não seja possível, de quem presenciou a emergência (familiares ou
testemunhas).
Para ajudar a seguirmos uma sequência para obter o histórico do paciente, emprega-se um método
mnemônico usando a palavra SAMPLE:
S - Sinais e sintomas
A - Alergias
M - Medicação
A - Aparição
L - Localização
I - Intensidade
C - Cronologia
I - Incremento (evolução)
A - Alívio
Como ocorreu? Há quanto tempo está sentindo? O que ocorreu antes de sentir-se mal? Apresenta
algum problema médico atual? Está tomando medicamentos? É alérgico a algo? Quando foi a
última refeição? Etc.
Sinais vitais
Pulso:
É o reflexo das contrações cardíacas (sístole). Podem ser percebidas pela palpação de uma artéria
posicionada próxima à pele e sobre uma estrutura óssea.
Os pulsos mais comumente usados são:
Aferição do pulso
Coloque o dedo indicador e médio da mão mais hábil sobre o lugar onde passa a artéria, exercendo
leve pressão e conte os batimentos cardíacos (pulsações). Em pacientes com emergências clínicas,
aferir o pulso durante um minuto completo e, nos casos de trauma, aferir o pulso durante 30
segundos e multiplicá-lo por dois.
É definida como a pressão exercida pelo sangue circulante contra as paredes internas das artérias.
A PA é verificada em dois níveis, a PA sistólica e a diastólica. A sistólica é a pressão máxima à
qual a artéria está sujeita durante a contração do coração (sístole). A diastólica é a pressão
remanescente no interior do sistema arterial quando o coração fica relaxado (diástole). A pressão
arterial é diretamente influenciada pela força do batimento cardíaco; quanto mais força, mais
elevada a PA e o volume de sangue circulante. Dentro desses valores, consideramos a PA normal.
Se exceder à máxima, denominamos alta (hipertensão) e, ao contrário, se não atinge o nível
mínimo, denominamos baixa (hipotensão).
Nos casos de hemorragias ou choque, a PA mantêm-se constante dentro de valores normais para
no final desenvolver uma queda abrupta.
Aferição da pressão arterial
3. Usando seu dedo indicador e dedo médio, apalpar a artéria braquial acima da prega do
cotovelo a fim de determinar o local para posicionar o diafragma do estetoscópio.
5. Fechar a válvula e insuflar o manguito. Enquanto isso, aferir o pulso radial com os dedos
indicador e médio. Continuar insuflando o manguito até 30 mmHg além do ponto onde o
pulso radial se tornou imperceptível.
6. Abrir lentamente a válvula para que a pressão do aparelho seja liberada. A pressão deverá cair
numa velocidade de três a cinco mmHg por segundo.
Temperatura
É recomendável o uso de um termômetro tipo fita, lembrando que ele deve ser limpo antes e
depois do uso. Na ausência da fita, estima-se a temperatura aplicando o dorso da mão sobre a pele
do paciente. A pele pode estar normal, quente ou fria.
Convém recordar que a pele é a grande responsável pela regulação da temperatura e pode
apresentar-se normal, quente ou fria, úmida ou seca.
Nas pessoas negras, a cianose pode ser notada nos lábios, ao redor das fossas nasais e nas unhas.
Coloração da pele
Pupilas
As pupilas, quando normais, são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares. Pupilas
contraídas podem ser encontradas nas vítimas que fizeram uso de drogas (miose). As pupilas
indicam estado de relaxamento ou inconsciência; geralmente tal dilatação ocorre rapidamente após
uma parada cardíaca (midríase), Nos casos de TCE ou AVC, a irregularidade da reatividade
pupilar, será observada no lado oposto em que ocorreu a lesão (anisocoria).
Capacidade de movimentação
A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é conhecida como paralisia e pode ser
resultante de uma doença ou traumatismo.
A perda do movimento voluntário das extremidades após uma lesão geralmente é acompanhada
também de perda da sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o movimento é mantido e a vítima
se queixa apenas de perda da sensibilidade ou dormência nas extremidades. É extremamente
importante que esse fato seja reconhecido como um sinal de provável lesão da medula espinhal, de
forma que a manipulação do acidentado não agrave o trauma inicial.
É o exame realizado da cabeça aos pés. Deve ser realizado em cerca de 2 a 3 minutos. Em
pacientes que sofreram pequenos acidentes, não há necessidade de se fazer um exame completo.
Nos pacientes que sofreram lesões graves, deve-se priorizar o exame primário e transporte com
mais detalhe, conforme o tempo permitir.
Sempre que possível, o exame será feito durante o transporte do paciente ao hospital. Devendo-se
procurar: ferimentos, deformações, dor e sangramentos.
Durante o exame deve-se: observar (aspecto, coloração, movimentos, etc.), comparar (simetria),
palpar (com ambas as mãos e com firmeza) e identificar ruídos e odores incomuns. Não realizar
palpação em lesões evidentes.
10. Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso
distal, a capacidade de movimentação, a perfusão e a sensibilidade.
11. Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso
distal, a capacidade de movimentação, a perfusão e a sensibilidade.
Crítico – Reavaliar conforme protocolo. ( Após manobras de RCP e, para outros casos, a
cada 5 min. )
Observações:
Comunicações
Documentação
EPI
Avaliação da cena Segurança
Recursos adicionais
Situação?
Estado geral do paciente AVDI-LOTEP
Nível de resposta do paciente/estabilização manual da cervical
Risco? Medidas? Vias aéreas e respiração
Avaliação inicial Circulação
Necessidade de transporte do paciente
Exame físico
localizado e anamnese
Queixa
Exame físico
Histórico Sinais vitais detalhado
Estabilização e transporte
C
P
Avaliação continuada E
Mesmo quando a RCP por si própria não seja suficiente para salvar a vida da maioria das pessoas
que sofrem uma parada cardíaca, constitui um elo vital na cadeia de sobrevivência.
Em SBV considerar:
A Está Alerta?
Se o emergencista verificar que a vítima não responde e não está respirando ou apresenta
respiração anormal (GASPING agônico), deve-se verificar o pulso. Na ausência de pulso,
iniciar a RCP (30 compressões torácicas X 2 ventilações).
A língua é a causa mais frequente de obstrução das vias aéreas na vítima inconsciente.
Se não houver evidência de trauma craniano nem cervical, o emergencista deve utilizar a manobra
de inclinação da cabeça – elevação do queixo para abrir as vias aéreas.
Lembre-se:
Se as vias aéreas estiverem comprometidas, terão que ser abertas usando métodos
manuais já descritos na Aula 3 – Avaliação do Paciente.
Parada respiratória é a supressão súbita dos movimentos respiratórios, que pode ou não ser
acompanhada de parada cardíaca.
O centro respiratório encefálico deve funcionar para haver respiração e para que a frequência e a
profundidade respiratórias sejam adequadas, a fim de controlar os níveis sanguíneos de dióxido de
carbono.
Mesmo após a parada do coração, a respiração continua existindo por poucos segundos.
Não confunda respirações agônicas com respirações efetivas ao determinar se é necessário efetuar
respiração de resgate ou compressões torácicas. Nas próximas páginas serão apresentadas técnicas
para a reanimação cardiopulmonar.
Ventilações de resgate
- Boca a boca
Abrir a via aérea com o método correspondente ao tipo de emergência, colocar a ápice da
máscara sobre o nariz e a base entre o queixo e o lábio inferior do paciente e segurá-la
firmemente.
Inspirar normalmente e ventilar por um segundo pela abertura do tubo dentro da via aérea do
paciente até ver que o peito se eleva.
Permitir que o ar do paciente saia de seus pulmões. Caso a respiração espontânea não se inicie,
deve-se continuar com o ciclo seguinte, observando os movimentos do tórax do paciente,
ouvindo e sentindo a saída de ar.
Técnica de ventilação boca a boca
Abrir a via aérea com o método correspondente e pinçar as narinas do paciente com a mão que
segura a cabeça.
Inspirar normalmente.
Continuar com os passos como foi descrito na técnica de ventilação boca – máscara para a
RCP.
Nesta técnica deve-se cumprir com os mesmos passos da técnica de ventilação boca a boca,
incluindo cobrir o nariz com a boca do emergencista.
Técnica de ventilação manual de bolsa de ventilação manual (BVM)
Essa técnica cumpre os mesmos passos para a ventilação de resgate, colocando a bolsa de
ventilação manual sobre o nariz e boca do paciente, buscando cobri-la hermeticamente enquanto
se ministra o ar. Pode ser realizada com dois emergencistas, assim como por apenas um. Para
dominar essa técnica, é necessário uma prática considerável.
Quando praticadas as técnicas anteriores e não conseguida a ventilação do paciente, assuma que
existe uma obstrução das vias aéreas por corpo estranho (OVACE), o que abordaremos mais
adiante.
Infecções: O emergencista deve tomar as precauções pertinentes para evitar adquirir e transmitir
infecções.
Lesões e intoxicações: É importante saber se o paciente ingeriu produtos cáusticos ou tóxicos para
evitar lesionar-se ou intoxicar-se.
Lesões da coluna cervical: No caso de suspeita desse tipo de lesão, não se deve aplicar a técnica
de extensão da cabeça – elevação mandibular.
Distensão gástrica: Se o paciente apresenta o abdômen distendido, não se deve comprimir devido
o perigo de vômito e obstrução das vias aéreas. A distensão pode aumentar a resistência das
insuflações por elevação do diafragma. Observar para que as insuflações sejam no tempo
adequado.
As infecções respiratórias e certas condições crônicas (asma), podem causar inflamação dos
tecidos ou espasmo muscular que obstrui a via aérea.
Alguns acessórios são utilizados na reanimação pulmonar. A escolha de tais acessórios deve ser
adequada a cada caso e sua utilização deve ser correta.
Cânula orofaríngea
Dispositivo usualmente feito de plástico, que pode ser inserido na boca e na faringe do paciente, a
fim de sustentar a língua, evitando o bloqueio das vias aéreas.
O tipo mais comum em APH é o que possui uma abertura no centro Guedel, a fim de permitir a
respiração ou acesso fácil para aspiração bilateral, devendo ser usada em conjunto com o
reanimador manual e colocada apenas em pacientes inconscientes.
Técnica para seu uso
Reanimador manual
1) Localize a cartilagem da tireoide e coloque a ponta dos dedos (indicador e médio) ao lado
desse ponto, mantendo a cabeça em posição inclinada para trás (se não houver suspeita de
lesão na coluna cervical);
2) Deslize os dedos no sulco entre a traqueia e o músculo lateral do pescoço mais próximo a
você;
3) Exerça pequena pressão nesse ponto e sinta o pulso da artéria carótida (adulto e criança).
Se não há pulso, inicie as compressões torácicas.
4) Coloque a máscara do reanimador sobre a face do paciente com a base entre a protuberância
do queixo e o lábio inferior e o ápice voltado para o nariz;
1) Localize o terço médio da parte interna do braço, entre o cotovelo e o ombro do lactente;
2) Com o polegar na face externa do braço, pressione com suavidade os dedos indicador e médio
contra o úmero para sentir o pulso braquial; e
3) Se não conseguir detectar com certeza um pulso, outros sinais de circulação ou, caso a
frequência cardíaca seja menor que 60 bpm em um lactente ou uma criança com sinais de
hipoperfusão, inicie as compressões torácicas.
Reanimação cardiopulmonar (RCP)
Inconsciência;
Ausência de respiração;
Ausência de pulso.
Herança genética;
Sexo (masculino);
Idade avançada.
Tabagismo;
Inatividade física.
- Fatores contribuintes
Diabetes;
Obesidade;
Estresse.
O paciente não está sobre uma superfície rígida: as compressões são ineficazes.
O paciente não está em posição horizontal: caso a cabeça do paciente esteja mais alta do
que o resto do corpo, ocorrerá um fluxo insuficiente de sangue ao cérebro.
Vedação inadequada sobre a boca, boca e nariz do paciente: as ventilações não são
adequadas.
As narinas do paciente não estão tampadas e a boca do paciente não está suficientemente
aberta durante as ventilações boca a boca: as ventilações não são efetivas.
Se a técnica de RCP for interrompida, existe alto risco de lesão cerebral irreversível.
Pontos de compressões de RCP
Ao detectar uma parada cardíaca, deve-se proceder a compressões torácicas, de acordo com o
seguinte procedimento:
No paciente adulto: Coloque a base de sua mão (que está próxima à cabeça do paciente) no ponto
de compressão da RCP. Sua outra mão deve ser sobreposta à primeira, de modo que as bases das
duas mãos fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos não toquem o tórax do paciente. Seus
dedos podem ficar estendidos ou entrelaçados. Mantenha seus dedos afastados do tórax do
paciente.
Se o paciente for uma criança: Faça as compressões com a base de uma das mãos posicionada
sobre o ponto de compressão da RCP.
É a obstrução súbita das VA superiores causada por corpo estranho. A OVACE em adultos
geralmente ocorre durante a ingestão de alimentos e, em crianças, durante a alimentação ou
recreação (sugando objetos pequenos).
• Pela epiglote: Inspirações sucessivas e forçadas podem provocar uma pressão negativa que
forçará a epiglote para baixo, fechando as VA;
• Por corpos estranhos: Qualquer objeto, líquido ou vômito que venha a se depositar na
faringe;
Quando uma pessoa consciente estiver se engasgando, os seguintes sinais indicam uma obstrução
grave ou completa das vias aéreas que exige ação imediata:
• Sinal universal de asfixia: a vítima segura o pescoço com o polegar e o dedo indicador;
• Pele cianótica.
Varredura digital para limpeza da cavidade oral somente com a observação do objeto
Posição de recuperação
A posição de recuperação, além de possibilitar ao paciente um melhor conforto, evita que ele, caso
venha a vomitar, aspire o vômito.
Desfibrilador externo automático (DEA)
Sabemos que a maioria das mortes súbitas por problemas cardíacos acontece longe dos hospitais, e
esse é o principal motivo para a existência dos programas de treinamento em ressuscitação
cardiopulmonar e desfibrilação automática por pessoal leigo (não médico).
Esse processo é chamado desfibrilação. Atualmente, a maioria dos serviços de emergência utiliza
aparelhos desfibriladores externos do tipo semiautomático, chamados DEAs/DAEs. Eles são
relativamente simples de operar e o ensino do seu manuseio já foi incorporado nos cursos de
formação e treinamentos de atualização do pessoal da saúde e dos serviços de emergência. Os
DEAs/DAEs são programados para reconhecer um ritmo anormal do coração que requer um
choque, carregar e transmitir o choque (modelo automático) ou aconselhar ao usuário
(emergencista) o acionamento do dispositivo que transmite o choque (modelo semiautomático).
As limitações do equipamento estão mais relacionadas aos tipos de problemas cardíacos do que às
dificuldades de manuseio.
Nesta aula você irá conhecer as principais técnicas de manipulação e transporte de um paciente.
5.1. Mobilização
Um paciente não deve ser manipulado, a não ser que exista um perigo imediato
para ele ou para outros.
Exemplo:
Risco de incêndio;
A rapidez com que ele será manipulado dependerá dos perigos no local da
emergência e da gravidade das lesões do paciente.
Exemplo:
Contenção de hemorragias;
As condições da cena: calor, frio, reações alérgicas que podem levar ao choque.
Elevação a cavaleiro.
Elevação na prancha.
Retirada de capacete.
Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando ele se encontrar em decúbito dorsal.
1. O auxiliar nº 1 posiciona-se atrás da cabeça do paciente, com os joelhos apoiados no chão para
obter melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça, mantendo o
alinhamento da coluna vertebral.
4. O auxiliar nº 1 pergunta aos demais se estão prontos. Após receber o sinal de positivo (OK),
efetua a contagem para execução do rolamento, devendo movimentar o paciente em
monobloco.
5. O chefe avalia a região dorsal do paciente em busca de possíveis lesões. Após avaliação,
juntamente com o auxiliar nº 2, posiciona a prancha o mais próximo possível do paciente.
Técnica empregada para posicionar o paciente na prancha, quando ele encontrar-se em decúbito
ventral.
1. O auxiliar nº 1 posiciona-se atrás da cabeça do paciente, com os joelhos apoiados no chão para
obter melhor estabilidade, segurando firmemente as laterais de sua cabeça e mantendo o
alinhamento da coluna vertebral.
4. O auxiliar nº 1 pergunta aos demais se estão prontos. Após receber o sinal de positivo (OK),
efetua a contagem para execução do rolamento, devendo movimentar o paciente em
monobloco (giro de 90º). Efetua novamente a contagem para a finalização do rolamento sobre
a prancha, observando a necessidade de reposicionamento do paciente.
Técnica empregada para posicionar o paciente sobre a prancha quando houver impossibilidade de
executar rolamento.
2. O chefe fica na altura da cintura escapular e posiciona as mãos de ambos os lados do ombro do
paciente, mantendo os polegares apoiados na região occipital e os demais dedos na altura dos
músculos trapézio.
4. O auxiliar nº 2 fica na altura das pernas do paciente, abaixo dos joelhos, e posiciona as mãos
nas panturrilhas, segurando firmemente.
6. O chefe pergunta aos demais se estão prontos Após receber o sinal de positivo (OK), efetua a
contagem para execução da elevação, devendo movimentar o paciente em monobloco.
7. O auxiliar nº 3, uma vez elevado o paciente, deve posicionar adequadamente a prancha rente ao
solo no sentido crânio-caudal.
O chefe, após posicionada a prancha corretamente, efetua nova contagem para posicionar em
monobloco o paciente sobre ela.
8. O auxiliar nº 3 estabiliza a cabeça do paciente, liberando o chefe para que este, juntamente com
Elevação à Cavaleiro
o auxiliar nº 1, efetue a fixação da cabeça do paciente, a fim de evitar movimentos laterais, com
o uso de apoiadores, fixando-o à prancha, com o emprego de 3 tirantes ao longo do corpo.
Durante a sua execução, o emergencista deve agir cautelosamente para não produzir novas lesões
ou agravar as já existentes.
Técnicas de manipulação – Elevação na prancha
A técnica para elevação na prancha deverá ser feita sempre com contagem em dois tempos:
Segundo tempo: O líder deverá contar: 1,2,3 – No três, a equipe eleva aproximadamente 10cm a
prancha do solo. Novamente repete a contagem: 1,2,3 – Nesta última contagem, todos juntos
elevam a prancha do solo.
Técnicas de manipulação – Retirada de capacete
2. O chefe libera as jugulares do capacete e, em seguida, apoia com uma das mãos a nuca do
paciente, abrangendo a maior superfície possível, atento para o apoio do antebraço ao solo.
Com a outra mão, apoia a mandíbula do paciente, a fim de estabilizar a coluna cervical.
KED (Kendrick Extrication Device): Colete de imobilização Kendrich Extration Device (KED)
é um equipamento de origem americana, criado para extricação de vítimas de acidentes
automobilísticos e outros. É utilizado para imobilizar a coluna vertebral, proporcionando maior
estabilização, segurança e apoio durante a manipulação de acidentados. Pacientes potencialmente
instáveis ou estáveis: opte pela técnica de remoção com emprego do colete de imobilização dorsal
(KED).
- O 1º emergencista continua sustentando a cabeça do paciente (mas agora junto com as abas do
KED em torno da cabeça deste).
- Os 2º e 3º emergencistas iniciarão o afivelamento dos tirantes, iniciando pelo tirante central
(amarelo), depois o tirante inferior (vermelho) e, finalmente, o tirante superior (verde). Após,
deverão afivelar os dois tirantes longos, passando-os de fora para dentro por baixo dos joelhos do
paciente e deslizando-os até a raiz da coxa. A perna do paciente deverá ser estabilizada durante o
deslizamento dos tirantes longos.
- O 2º emergencista avalia o espaço existente entre a cabeça e a parte superior do KED e preenche-
o com um coxim próprio, sem forçar a cabeça do paciente para trás.
- O paciente está pronto para ser removido; por isso, o 2º e o 3º emergencistas deverão proceder à
remoção, sustentando o paciente pelas alças do KED e deslizando-o até uma prancha longa.
- Após posicionar o paciente sobre a prancha, os tirantes deverão ser afrouxados para facilitar os
movimentos respiratórios e a circulação nos membros inferiores.
Observações:
- O 1º emergencista deverá estar posicionado no interior do veículo atrás do paciente ou fora do
veículo próximo ao 2º emergencista. Seu posicionamento dependerá da situação.
Técnica empregada para remover rapidamente vítimas em estado crítico do interior de um veículo,
ou quando o local do acidente oferece perigo imediato para a vítima, para o emergencista e outros.
Descrição da técnica
- Após a estabilização, posicione o paciente de forma que fique ereto no acento do veículo,
posicionando sua face de encontro com a face do paciente.
- Posicione uma das mãos por baixo da axila do paciente, apoiando sua mandíbula.
- Com a outra mão, segure firmemente o punho do paciente, estabilizando-o de encontro ao seu
corpo.
Após certificar-se que o paciente está bem seguro, o emergencista realiza um movimento de
rotação, preparando-o para remoção.
Chave de Rauteck
1.3. Mensuração e colocação do colar cervical
Deve-se observar, através de palpação, lesões nas partes posterior, anterior e laterais do pescoço.