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Consultor Analista Trabalhista

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Formado em Direito pela antiga Faculdade de Direito de Curitiba (atual
Unicuritiba) e inscrito regularmente nos quadros da OAB-PR.
Profissional com ampla experiência em Direito do Trabalho e
Previdenciário voltada para área de consultoria jurídica atuando como
Consultor Jurídico desde 2002.
Atualmente é Consultor Analista Trabalhista na área da Gerência Técnica
da Econet Editora Empresarial e Palestrante de Cursos
pela Econet Treinamentos.
Palestrante convidado do Congresso Online Brasileiro de Contabilidade
(ConbCon-2020) com o tema
“COVID-19: Suspender ou Reduzir o Contrato de Trabalho? Principais
Aspectos e Polêmicas da Lei nº 14.020/2020“
E no CONBCON-2021 convidado novamente com o tema:
“Sem dinheiro? Confira como recuperar créditos previdenciários de
pessoa física e jurídica!”

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

>> Salário
Salário é a contraprestação devida ao empregado pela prestação de serviços, em decorrência do
contrato de trabalho.

A CLT, art. 457, § 1º determina a sua integração. “Integram o salário a importância fixa estipulada,
as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.”

Amauri Mascaro Nascimento conceitua salário da seguinte forma: “Salário é o conjunto de


percepções econômicas devidas pelo empregador ao empregado não só como contraprestação do
trabalho, mas, também pelos períodos em que estiver à disposição daquele aguardando ordens”
(Iniciação ao Direito do Trabalho, Ed. LTR)

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
O salário pode ser estabelecido por unidade de tempo (mensal, quinzenal, semanal, diário ou por
hora), por peça produzida (tarefa) ou por comissão sobre venda ou por tarefa ou ainda ser uma
forma de remuneração mista, por exemplo unidade de tempo + comissão.

O salário pode ser:

- Salário Mensal;

- Salário por Hora (Nesta modalidade o DSR deverá ser calculado de forma separada)

- Salário Variável: empregado que recebe por comissão e/ou peças (tarefa).

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
>> Remuneração
Já a remuneração é a soma do salário estabelecido no contrato de trabalho com outras vantagens percebidas
na vigência do contrato de trabalho como horas extras, adicional noturno, adicional de insalubridade,
periculosidade, gratificações.
A CLT, no art. 457, caput, classifica a remuneração: “Compreendem-se na remuneração do empregado, para
todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do
serviço, as gorjetas que receber.”
Alice Monteiro de Barros “remuneração é a retribuição devida e paga ao empregado não só pelo empregador,
mas também por terceiros, de forma individual, em virtude do contrato de trabalho.” (Curso de Direito do
Trabalho, Ed. LTr)
Como podemos perceber, o conceito é mais amplo e abrange o salário e seus componentes, como os adicionais
e as gorjetas.
A distinção é importante porque há muitos institutos jurídicos que usam a remuneração (e não o salário) para
o seu cálculo, como as férias, 13º salário, recolhimento do FGTS, INSS.

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
> Remuneração
> Salário Como vimos, a remuneração é a soma do salário
estipulado no contrato (mensal, hora, comissão) com
CLT, art. 457, § 1” § 1 o Integram o salário a outras vantagens percebidas na vigência do contrato.
importância fixa estipulada, as gratificações Algumas vantagens que compõe a remuneração e
legais e as comissões pagas pelo empregador.” q u e fa ze m b a s e p a ra o c á l c u l o d o s d i re i t o s
trabalhistas, como férias, 13º salário, rescisão, dentre
outros:
Dessa forma, temos o esqueleto do salário:
- Horas Extras;
- Adicional Noturno;
- Parte fixa estipulada no contrato;
- Adicional de Periculosidade;
- Gratificações Legais (exemplo a gratificação de - Adicional de Insalubridade;
função do art. 62, p. único da CLT)
- DSR;
- Comissões - Comissões; (Súmula TST 27*)
- Quebra de Caixa; (Súmula TST 247*)
- Gorjetas; (Súmula TST 354*)

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

SÚMULA - 27 COMISSIONISTA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. É devida a remuneração do


repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista

SÚMULA - 247 QUEBRA DE CAIXA. NATUREZA JURÍDICA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A
parcela paga aos bancários sob a denominação "quebra de caixa" possui natureza salarial, integrando o salário
do prestador de serviços, para todos os efeitos legais

SÚMULA- 354 GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos
clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-
prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
- Piso Convencional ou Decorrente de Acordo Coletivo

A Constituição Federal determina em seu artigo 7º, inciso V, que nenhum trabalhador pode auferir menos do que o valor
do piso salarial, que é editado pelas normas convencionais (convenções e acordos coletivos). Sempre verificar em CCT se o
piso não aumenta após o período de experiência.
O instrumento coletivo a ser aplicado aos empregados, normalmente é aquele onde a atividade prepondera, não se
aplicando este, no entanto, a profissões que sejam regulamentadas por leis próprias, que são as categorias diferenciadas.
O piso salarial é reajustado anualmente, no mês da data-base que será determinada pelo instrumento coletivo. (*)

(*) SUMULA - 374 NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA (conversão da Orientação
Jurisprudencial n° 55 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. Empregado integrante de categoria profissional
diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a
empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. (ex-OJ n° 55 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996)

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

OBSERVAÇÃO: Cadastrar no sistema o sindicato da categoria preponderante informando com base no


instrumento coletivo (ACT ou CCT) o piso da categoria, o mês da data-base, os descontos previstos em norma
coletiva, dentre outros como, existência de aviso prévio maior que o período considerado na legislação.

Esse cadastro é importante para evitar que a empresa incorra com o pagamento da multa da data base prevista
no artigo 9º da Lei nº 7.238/84.

“Art. 9° O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que antecede a data de sua
correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a 1 (um) salário mensal, seja ele optante ou
não pelo FGTS.”
1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
- Piso Estadual

O artigo 1º da Lei Complementar nº 103/2000, expressa a possibilidade dos Governos Estaduais de instituírem
através de Lei Estadual pisos estaduais, que não se aplicam aos empregados que têm piso salarial definido por
convenção ou acordo coletivo, nem tampouco por lei federal, bem como é inaplicável aos servidores públicos
municipais.

LEI COMPLEMENTAR N° 103, DE 14 DE JULHO DE 2000


Art. 1° Os Estados e o Distrito Federal ficam autorizados a instituir, mediante lei de iniciativa do Poder
Executivo, o piso salarial de que trata o inciso V do art. 7° da Constituição Federal para os empregados que não
tenham piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho.

Estados que possuem Pisos Estaduais: RS, SC, PR, SP e RJ.

A data-base para reajuste dos pisos salariais vem determinada na Lei Estadual.

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
Vamos ver o piso do empregado doméstico nos Estados que possuem piso regional.
Os valores abaixo foram definidos para uma jornada legal (8h por dia e 44 horas na semana)

ESTADO ANO VALOR/DOMÉSTICO VIGÊNCIA BASE LEGAL


PR 2021 R$ 1.524,60 01.01.2021 Decreto n° 6.928/2021

SC 2020 R$ 1.215,00 01.01.2020 Lei Complementar n°


760/2020
RS 2020 R$ 1.237,15 01.02.2020 Lei n° 15.561/2020
01.01.2019
RJ 2019 R$ 1.238,11
Lei n° 8.315/2019

SP 2019 R$ 1.163,55 01.04.2019


Lei n° 16.953/2019

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
>> Gorjetas
CLT, art. 457, § 3º
§ 3º Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como
também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição
aos empregados.

TST - SÚMULA Nº 354 - GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES


As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes,
integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio,
adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.

Portaria MTb 349/2018


(...)
Art. 7° As empresas anotarão na Carteira de Trabalho e Previdência Social de seus empregados o salário fixo e a
média dos valores das gorjetas referente aos últimos doze meses.

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
> Salário in Natura – CLT, art. 458

“Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a
alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do
costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas
alcoólicas ou drogas nocivas.”
Dessa forma, todas as vezes que a empresa fornecer ao empregado utilidade ou parcela (aonde o empregado
não entra com o desconto) essa utilidade será considerada como salário in natura. Exemplo: aluguéis
residenciais pagos pelo empregador.

§ 2º do art. 457 da CLT. “As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-
alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a
remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de
qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N° 035, DE 23 DE JANEIRO DE 2019 (DOU de 25.01.2019)
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
EMENTA: ALIMENTAÇÃO. PAGAMENTO EM PECÚNIA. INCIDÊNCIA.
A parcela paga em pecúnia aos segurados empregados a título de auxílio-alimentação integra a base de cálculo para fins de
incidência das contribuições sociais previdenciárias a cargo da empresa e dos segurados empregados.
VINCULAÇÃO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N° 353, DE 17 DE DEZEMBRO DE 2014.
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO IN NATURA.
A parcela in natura do auxílio-alimentação, a que se refere o inciso III do art. 58 da Instrução Normativa RFB n° 971, de
2009, abrange tanto a cesta básica, quanto as refeições fornecidas pelo empregador aos seus empregados, e não integra
a base de cálculo das contribuições sociais previdenciárias a cargo da empresa e dos segurados empregados.
VINCULAÇÃO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N° 130, DE 1° DE JUNHO DE 2015.
AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO PAGO EM TÍQUETES-ALIMENTAÇÃO OU CARTÃO ALIMENTAÇÃO. NÃO INCIDÊNCIA.
A partir do dia 11 de novembro de 2017, o auxílio-alimentação pago mediante tíquetes-alimentação ou cartão-alimentação
não integra a base de cálculo das contribuições sociais previdenciárias a cargo da empresa e dos segurados empregados.
REFORMA A SOLUÇÃO DE CONSULTA N° 288, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2018.
CLAUDIA LUCIA PIMENTEL MARTINS DA SILVA

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<< ATENÇÃO >>
Alimentação in Natura !! Sem inscrição no PAT !!

De acordo com o Auditor Fiscal João Paulo Machado (e Coordenador do Governo Digital Trabalhista), para que
a alimentação fornecida in natura não integre ao salário é necessário que a empresa esteja inscrita no PAT !!!
Caso contrário, será considerado como salário indireto.!!
SÚMULA TST - 367 UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO
INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO (conversão das Orientações Jurisprudenciais n°s 24, 131 e 246 da SBDI-1) - Res.
129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis
para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo
empregado também em atividades particulares. (ex-Ojs da SBDI-1 n°s 131 - inserida em 20.04.1998 e ratificada
pelo Tribunal Pleno em 07.12.2000 - e 246 - inserida em 20.06.2001)

(...)

Isso ficou mais evidente com o homeoffice formado pela Pandemia !!!!!

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
>> Não Configuração do Salário Utilidade
Existem alguns benefícios ou materiais fornecidos habitualmente pelo empregador que não são considerados como
salário. A listagem está no § 2º do art. 458 da CLT:
- vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a
prestação do serviço
- educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula,
mensalidade, anuidade, livros e material didático;
- transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte
público;
- assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde;
- seguros de vida e de acidentes pessoais;
- previdência privada;
- o valor correspondente ao vale-cultura.

Se faz necessário também conhecer o que não integra o salário de contribuição, para fins de incidência do FGTS e
INSS. (IN RFB 971/09, art. 58 // Decreto 3.048/99, art. 214, § 9º // Lei 8.212/91, art. 28, § 9º)

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
Alguns exemplos do que não integra o salário de contribuição do empregado:

- o auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro;


- as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional constitucional, inclusive o valor
correspondente à dobra da remuneração de férias de que trata o art. 137 da CLT;
- a indenização por dispensa sem justa causa, no período de 30 dias que antecede à correção salarial a que se
refere o art. 9º da Lei nº 7.238/84;
- abono de férias na forma dos artigos 143 e 144 da CLT;
- os prêmios, desde que observado o regramento da CLT;
- a parcela recebida a título de vale-transporte;
- a ajuda de custo;
- as diárias para viagens (até 10.11.2017 estava limitada a 50% da remuneração do empregado)
- a importância recebida pelo estagiário a título de bolsa na forma da Lei nº 11.788/2008;

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

- a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com
a Lei nº 10.101/2000;
- o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica, relativo ao programa de previdência
complementar privada, aberta ou fechada, desde que disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes;
- o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico da empresa ou por prestador
conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses,
órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, ainda que concedido em diferentes modalidades de
planos e coberturas;
- o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando comprovadas;
- o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de 6
(seis) anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas as despesas ;

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

- o valor relativo a plano educacional, ou bolsa de estudo, que vise à educação básica de empregados e seus
dependentes e, desde que vinculada às atividades desenvolvidas pela empresa, à educação profissional e
tecnológica de empregados, nos termos da Lei nº 9.394/1996 (lei das diretrizes da Educação) e:

1. não seja utilizado em substituição de parcela salarial; e


2. o valor mensal do plano educacional ou bolsa de estudo, considerado individualmente, não ultrapasse 5%
(cinco por cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor correspondente a uma vez e meia o
valor do limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o que for maior;

A RFB já manifestou sua posição na Solução Consulta 095/2013. Confira:

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
SOLUÇÃO DE CONSULTA N° 095, DE 30 DE AGOSTO DE 2013 - (DOU de 12.09.2013)
ASSUNTO: Contribuições Sociais Previdenciárias
EMENTA: ISENÇÃO. PLANO EDUCACIONAL. BOLSA DE ESTUDO. São isentas de contribuição previdenciária as
parcelas pagas a título de ensino superior, pós-graduação, mestrado, doutorado e de ensino de língua
estrangeira, desde que tais cursos se enquadrem no conceito de educação profissional e tecnológica, e sejam,
cumulativamente: (i) destinados aos segurados empregados, (ii) vinculados às atividades desenvolvidas pela
empresa, (iii) não sejam utilizados para substituir parcela salarial e (iv) não ultrapassem, considerados
individualmente, 5% (cinco por cento) da remuneração do segurado a que se destina ou o valor
correspondente a uma vez e meia o valor do limite mínimo mensal do salário-de-contribuição, o que for
maior. Os cursos compreendidos na expressão "educação profissional e tecnológica" são os cursos de formação
inicial e continuada ou qualificação profissional, de educação profissional técnica de nível médio e de educação
profissional tecnológica de graduação e pós-graduação.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei n° 5.172, de 1966, art. 111, II; Lei n° 8.212, de 1991, art. 28, § 9°, alínea "t"; e Lei n°
9.394, de 1996, arts. 4°, 24, IV, 39, §§ 2° e 3°, 40 e 42.
JOSÉ CARLOS SABINO ALVES

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VT – Auxílio Combustível
 Legislação sobre Vale Transporte
- Lei nº 7.418/85;
- Decreto nº 95.247/87;

Lei 7.418/85 - Art. 1° Fica instituído o vale-transporte que o empregador, pessoa física ou jurídica, antecipará ao
empregado para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa, através do
sistema de transporte coletivo público, urbano ou intermunicipal e/ou interestadual com características
semelhantes aos urbanos, geridos diretamente ou mediante concessão ou permissão de linhas regulares e com
tarifas fixadas pela autoridade competente, excluídos os serviços seletivos e os especiais.

Decreto nº 95.247/87 - Art. 5° É vedado ao empregador substituir o Vale-Transporte por antecipação em


dinheiro ou qualquer outra forma de pagamento, ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo.

ATENÇÃO!! VT em Dinheiro – Uma velha discussão – Legislação de regência bem antiga (do ano de 85 e
regulamento do ano de 87).

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VT – Auxílio Combustível

>> Decreto nº 10.410/2020 (DOU 01.07.2020) - Altera o Regulamento Geral da Previdência Social (art. 214 do
Decreto nº 3.048/99).

Art. 214. (...)


§ 9° Não integram o salário-de-contribuição, exclusivamente:
(...)
VI - a parcela recebida a título de vale-transporte, ainda que paga em dinheiro, na forma da legislação
própria;

A RFB já estava sinalizando essa questão. Confira a seguir:

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VT – Auxílio Combustível
SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N° 313, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2019 - (DOU de 26.12.2019)
Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
VALE-TRANSPORTE. VALE-COMBUSTÍVEL. NÃO INCIDÊNCIA.
Não incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de vale-transporte por meio de vale-combustível
ou semelhante. A não incidência da contribuição está limitada ao valor equivalente ao estritamente necessário para o
custeio do deslocamento residência-trabalho e vice-versa, em transporte coletivo, conforme prevê o art. 1° da Lei n°
7.418, de 16 de dezembro de 1985.
O empregador somente poderá suportar a parcela que exceder a seis por cento do salário básico do empregado. Caso
deixe de descontar este percentual do salário do empregado, ou desconte percentual inferior, a diferença deverá ser
considerada como salário indireto e sobre ela incidirá contribuição previdenciária e demais tributos.
Dispositivos Legais: Lei n° 7.418, de 16 de dezembro de 1985, artigos 1° e 4°; Ato Declaratório n° 4, de 31 de março de 2016,
da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional; Súmula AGU n° 60, de 8 de dezembro de 2011.
(...) Dispositivos Legais: Instrução Normativa RFB n° 1.396, de 16 de setembro de 2013, artigo 3°, § 2°, IV, e artigo 18,
incisos I e II.
FERNANDO MOMBELLI
Coordenador-Geral ****CAUTELA !!! Pois a Justiça do Trabalho pode ter interpretação diversa. ****

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VT – Auxílio Combustível
SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N° 058, DE 23 DE JUNHO DE 2020 - (DOU de 30.06.2020)
Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. VALE-TRANSPORTE. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. RETENÇÃO. BASE DE
CÁLCULO.
(....)
Não incide contribuição previdenciária sobre os valores pagos a título de vale-transporte por meio de vale-combustível ou
semelhante. A não incidência da contribuição está limitada ao valor equivalente ao estritamente necessário para o
custeio do deslocamento residência / trabalho e vice-versa, em transporte coletivo, conforme prevê o art. 1° da Lei n°
7.418, de 16 de dezembro de 1985. O empregador somente poderá suportar a parcela que exceder a seis por cento do
salário básico do empregado. Caso deixe de descontar este percentual do salário do empregado, ou desconte percentual
inferior, a diferença deverá ser considerada como salário indireto e sobre ela incidirá contribuição previdenciária e demais
tributos.
(...)
Dispositivos Legais: Lei n° 7.418, de 1985: arts. 1° e 4°; IN RFB n° 971, de 2009: arts. 58 (III e VI), 112 e 124; Ato Declaratório
PGFN n° 004, de 2016.
FERNANDO MOMBELLI
Coordenador-Geral

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VT – Auxílio Combustível

Resumindo....

Para a RFB, o pagamento em dinheiro (seguindo as diretrizes da SC) não será base para contribuição
previdenciária.

Já para a Fiscalização do Trabalho (inclusive o Auditor Fiscal e Coordenador do Governo Digital


Trabalhista, João Paulo Machado, já se manifestou...) “se pagar em dinheiro o VT, esses valores deverão
compor base para FGTS e reflexos em férias, 13º salário, etc”

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

> Descontos no Salário // CLT, art. 462

Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo:


- quando este resultar de adiantamentos,
- de dispositivos de lei ou
- de contrato coletivo.

SÚMULA TST 342 // DESCONTOS SALARIAIS. ART. 462 DA CLT (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21.11.2003. Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do
empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de
previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em
seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a
existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico.

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

> Dano Causado pelo Empregado

Art. 462, § 1º, CLT: Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade
tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
Exemplo: multas de trânsito. Sempre admitir o e m p re gad o e p reve r e s s a co n d i ç ão n o co nt rato .

> Empréstimo Consignado (Lei 10.820/2003 e Decreto 4.840/2003)

O desconto permitido na folha de pagamento fica limitado a 30%, podendo incidir, inclusive sobre as verbas rescisórias em
caso de desligamento, desde que previsto no contrato de empréstimo. (art. 16 do Decreto 4.840/2003)

> Salário Complexivo


Súmula TST 91 // SALÁRIO COMPLESSIVO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários
direitos legais ou contratuais do trabalhador.

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
> Prazo para pagamento dos Salários
- A CLT, art. 459 determina que o pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser
estipulado por período superior a 1 (um) mês ou no mais tardar, até o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido.
- Comissão: o art. 466 da CLT determina que o pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a
transação a que se referem.
O § 1º do art. 466 da CLT expressa que nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento das
percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação.
E a cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e percentagens devidas. Implica dizer que
ainda que o empregado seja desligado, e desde que exista comissões de venda futura, a empresa continuará obrigada a
promover o pagamento.

> Contagem do Prazo de Pagamento


IN SRT 01/1989 // A contagem dos dias será incluído o sábado excluindo-se o domingo e feriado, inclusive o municipal.
Exemplo: Folha de Salários do Mês de Abril/2020. Prazo máximo de pagamento dos salários até 07.05.2020. Isto porque o
dia 01.05 (é feriado nacional); logo, conta-se 02 (sábado) 04 (segunda) 05 (terça) 06 (quarta) e 07 (quinta) >>> vejamos no
próximo slide.

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual
< MAIO/2020 >
- Dia 01.05 (Feriado Nacional – Dia do Trabalhador)
- O prazo limite para pagamento do salário do Mês de Abril/2020 será no dia 07/05/2020, eis que o dia 01.05 é feriado e é
excluído na contagem, como vimos no slide anterior.

Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab


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10 11 12 13 14 15 16

17 18 19 20 21 22 23

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

> Atraso no Pagamento / Consequências

PRECEDENTE ADMINISTRATIVO N° 035


SALÁRIO. PAGAMENTO FORA DO PRAZO LEGAL. DIFICULDADES ECONÔMICAS.
Dificuldades econômicas do empregador, decorrentes de inadimplemento contratual de clientes, retração de mercado ou de
outros transtornos inerentes à atividade empreendedora, não autorizam o atraso no pagamento de salários, uma vez que,
salvo exceções expressamente previstas em lei, os riscos do negócio devem ser suportados exclusivamente pelo empregador.
REFERÊNCIA NORMATIVA: Art. 2° e art. 459, § 1° da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

> Pagamento em Cheque ou Deposito e Conta Bancária


Quando o pagamento for realizado por meio de cheque deve ser assegurado ao empregado: (IN SRT 01/1989)
- Horário que permita o desconto imediato do cheque;
- Transporte, caso o acesso ao estabelecimento de crédito exija a utilização do mesmo.

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

> Recibo de Pagamento


- CLT, art. 463 // 464 // 465
A prestação, em espécie, do salário será paga em moeda corrente do País.
O pagamento do salário deverá ser efetuado contra recibo, assinado pelo empregado; em se tratando de analfabeto,
mediante sua impressão digital, ou, não sendo esta possível, a seu rogo.
Terá força de recibo o comprovante de depósito em conta bancária, aberta para esse fim em nome de cada empregado,
com o consentimento deste, em estabelecimento de crédito próximo ao local de trabalho.

Posição da fiscalização da Secretaria do Trabalho / Secretaria de Inspeção do Trabalho

PRECEDENTE ADMINISTRATIVO N° 086


SALÁRIO. PAGAMENTO POR DEPÓSITO BANCÁRIO.
Se o salário é depositado em conta bancária, o comprovante de depósito substitui o recibo de pagamento. A empresa fica
obrigada, apenas, a entregar ao trabalhador um contra-cheque ou demonstrativo de pagamento, em que se discriminem
as parcelas salariais.

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1. Salário, Remuneração, Piso Convencional e Piso Estadual

> Política de Correção Salarial - Reajuste

- Lei 10.192/2001
Art. 10. Os salários e as demais condições referentes ao trabalho continuam a ser fixados e revistos, na respectiva data-base
anual, por intermédio da livre negociação coletiva.

Os reajustes atualmente são efetuados através de instrumentos coletivos da categoria, normalmente através das
Convenções Coletivas de Trabalho, mas podem também ser feitos com base em Acordos Coletivos de Trabalho.

Normalmente o reajuste é anual, mas existem convenções coletivas, que trazem previsões em tempo menor, que são
revistas por termos aditivos. Assim, sempre se deve consultar os instrumentos coletivos para averiguação dos reajustes
salariais efetivamente devidos.

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1.1. Cálculo do Salário Proporcional ao Tempo Laborado

É garantido a todo empregado o direito ao recebimento de valor correspondente ao piso da categoria, piso
regional ou salário-mínimo, com base nos incisos IV e V do artigo 7° da Constituição Federal.

OJ-SDI1-358 SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL À JORNADA REDUZIDA. EMPREGADO.


SERVIDOR PÚBLICO. (redação alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 16.02.2016) - Res. 202/2016,
DEJT divulgado em 19, 22 e 23.02.2016
I - Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida, inferior à previsão constitucional de oito horas
diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional
ao tempo trabalhado.

Logo, quando o empregado for contratado para desempenhar jornada inferior a 8 horas diárias e 44 horas
semanais, será possível o pagamento salarial proporcional a carga horária.

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1.1. Cálculo do Salário Proporcional ao Tempo Laborado
> Exemplo de Salário Proporcional
Uma empresa pretende contratar um empregado para laborar de 2ª a 6ª feira, somente quatro horas por dia. O
piso da categoria é de R$ 1.500,00 para uma jornada de 220 horas mensais.

1°) Inicialmente, será necessário encontrar a carga horária mensal deste empregado. Para isso: 4 horas (por
dia) X 5 dias (dias de trabalhados na semana) X 5 semanas (semanas trabalhistas em um mês) = 100 horas
mensais;
2°) Calcular o valor hora da categoria: R$ 1.500,00 (piso da categoria) / 220 (carga horária mensal do piso da
categoria) = R$ 6,82 (valor mínimo / hora)
3°) Após esses resultados, basta o empregador multiplicar a carga horária mensal do empregado pelo valor
mínimo da hora: R$ 6,82 (valor mínimo / hora) X 100 (carga horária mensal) = R$ 682,00.

Assim, neste exemplo, o valor mínimo do salário do empregado mensalista será de R$ 682,00 (seiscentos e
oitenta e dois reais), nestes já incluso o DSR.

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Redução Salarial
> Regra Geral
É permitido à empresa, realizar a redução salarial do empregado quando autorizado em Acordo ou Convenção Coletiva de
Trabalho, de acordo com o artigo 7°, inciso VI, CF/88.
Não sendo respeitada a previsão em acordo ou convenção coletiva, tal fato será considerado nulo, nos termos do art. 9º e
468 da CLT.

> Redução por Reversão de Cargo de Confiança


Em 11.11.2017, a Lei n° 13.467/2017, (Reforma Trabalhista) realizou alterações no artigo 468, § 2° da CLT, o qual
estabelece que não será considerado alteração injusta a determinação do empregador ao empregado, que exerce cargo de
confiança, o qual seja regressado ao cargo anteriormente ocupado, deixando de exercer a função de confiança.
O § 2° do artigo 468 da CLT, esclarece que poderá ser retirado o valor pago a título de gratificação de função, quando
houver esse regresso ao cargo anteriormente ocupado, independente do período em que esse cargo de confiança foi
ocupado.
Portanto, não se aplica mais a Súmula n° 372 do TST, o qual previa que, o empregado que exerceu o cargo de confiança por
mais de 10 anos, teria direito a manter sua gratificação de função.

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Redução Salarial

> Redução por Circunstâncias Econômicas


Outra situação que possibilita a empresa realizar a redução salarial está prevista no artigo 2° da Lei n°
4.923/65.
A empresa que, em face de conjuntura econômica, devidamente comprovada, se encontrar em condições que
recomendem, transitoriamente, a redução da jornada normal ou do número de dias do trabalho, poderá fazê-
lo, mediante prévio acordo com a entidade sindical representativa dos seus empregados, homologados pela
Secretaria Regional do Trabalho, por prazo certo, não excedente de 3 (três) meses, prorrogável, nas mesmas
condições, se ainda indispensável, e sempre de modo que a redução do salário mensal resultante não seja
superior a 25% do salário contratual, respeitado o salário mínimo regional e reduzidas proporcionalmente a
remuneração e as gratificações de gerentes e diretores.

>> Redução Salarial e Jornada – Lei nº 14.020/2020 (conversão da MP nº 936/2020) e MP nº 1.045/2021 -


Programa Emergencial de Proteção ao Emprego e Renda

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1.2. Cálculo de Faltas, Horas, Minutos
As faltas não justificadas por lei, norma coletiva ou regulamento da empresa podem ser descontadas da remuneração do
empregado.
Para calcular o valor a ser descontado a título de falta, há duas correntes de entendimento:

Salário base/30 x nº de faltas.

Exemplo: o empregado falta um dia em novembro e recebe salário mensal de R$ 1.250,00.


R$ 1.250,00 = R$ 41,66
30

Salário-base/carga horária mensal x horas faltas do dia

Exemplo: calculando-se pela segunda corrente o mesmo caso acima, expondo que o mesmo fazia jornada legal de 8 horas
diárias de segunda a sexta e no sábado 04 horas. Faltou num dia de semana.
R$ 1.250,00 : 220 = R$ 5,68
R$ 5,68 x 8h = R$ 45,44

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1.2. Cálculo de Faltas, Horas, Minutos
- Cálculo dos atrasos (em horas)
Atrasos = salário base/carga horária mensal x Quantidade de horas do atraso.

Exemplo: O empregado se atrasou por 02 horas em abril de 2020, recebendo um salário de R$ 1.960,00 e carga horária
mensal de 200 horas. Assim o desconto será de:
R$ 1.960,00 : 200 = R$ 9,80 por hora.
R$ 9,80 x 2h = R$ 19,60

- Cálculo de Minutos
Os minutos devem ser transformados em hora sexagesimal dividindo-se por 60 (para que o cálculo possa ser feito de forma
correta na calculadora). Após tal conversão troca-se os minutos, pelo valor convertido e multiplica-se pelo valor do salário
hora.
Exemplo: Salário de R$ 1.250,00. Jornada de 200 horas. Atraso de 2h32m. O valor hora fica em R$ 6,25.
32 minutos : 60 = 0,5334 centésimos de minuto.
Logo, >> 2,5334 x R$ 6,25 = R$ 15,83

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1.3. Ausências Justificadas
São previstas legalmente pela CLT ou pelos instrumentos coletivos (ACT ou CCT). O trabalhador não perde a
remuneração do dia, nem tem qualquer prejuízo em relação ao DSR e às férias.
Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário:
I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa
que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica;
II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento;
III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana;
A Constituição Federal de 1988, arts. 7°, XIX (que instituiu a licença-paternidade), e 10,II, § 1° do ADCT, fixou
o prazo da mesma em 5 dias.
IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente
comprovada;
V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva.
VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigências do Serviço Militar referidas na letra "c" do art. 65
da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar).

40
1.3. Ausências Justificadas

VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em
estabelecimento de ensino superior
VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo.
IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver
participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro.
X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de
gravidez de sua esposa ou companheira;
XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica.
XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de
câncer devidamente comprovada. (Incluído pela Lei nº 13.767/2018)

41
1.3. Ausências Justificadas
> Também são consideradas como justificadas as faltas que o empregado apresente atestado médico (Súmula
15 do TST e Lei nº 605/1949). O atestado médico tem que conter os seguintes requisitos: - tempo de dispensa
por extenso e numericamente; assinatura do médico sobre o carimbo onde conste nome completo e registro
no CRM, conforme Resolução CFM nº 1.658/2002. (**Atenção CID com autorização do paciente/empregado)

> Eleitores nomeados para compor as Mesas Receptoras ou Juntas Eleitorais (art. 98 da Lei nº 9.504/1997).
> A novidade em relação ao momento que estamos passando em relação ao coronavírus é a Lei nº
13.979/2019 (art. 3º, § 3º) que determina que será considerado falta justificada à atividade laboral privada o
período de ausência decorrente das medidas de enfrentamento, com isolamento ou quarentena.

Importante destacar, ainda, a previsão da Portaria MS nº 454/2020.

A citada Portaria determina que o atestado emitido pelo profissional médico que determina a medida de
isolamento será estendido às pessoas que residam no mesmo endereço, para todos os fins, inclusive a
determinação de que o período será considerado como falta justificada tipificada no § 3º do art. 3º da Lei nº
13.979/2020.

42
1.3. Ausências Justificadas

Portaria MS nº 454/2020
(...)
Art. 3° A medida de isolamento somente poderá ser determinada por prescrição médica, por um prazo máximo de 14
(quatorze) dias, considerando os sintomas respiratórios ou o resultado laboratorial positivo para o SARSCOV-2.
§ 1° O atestado emitido pelo profissional médico que determina a medida de isolamento será estendido às pessoas que
residam no mesmo endereço, para todos os fins, incluindo o disposto no § 3° do art. 3° da Lei n° 13.979, de 6 de fevereiro
de 2020.
§ 2° Para emissão dos atestados médicos de que trata o § 1°, é dever da pessoa sintomática informar ao profissional
médico o nome completo das demais pessoas que residam no mesmo endereço, sujeitando-se à responsabilização civil e
criminal pela omissão de fato ou prestação de informações falsas.
§ 3°Para as pessoas assintomáticas que residem com a pessoa sintomática será possível a emissão de novo atestado
médico de isolamento caso venham a manifestar os sintomas respiratórios previstos no parágrafo único do art. 2° ou
tenham resultado laboratorial positivo para o SARSCOV-2.

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1.4. Parametrizações no Sistema
- Pela análise do art. 64 da CLT, determinados sistemas de folha de pagamento sempre vão dividir o salário por
30

Ou considerar o mês civil, de maneira que a divisão sempre vai levar em consideração o número de dias do
referido mês (28, 29, 30 ou 31)
A folha de pagamento, elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra
de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: (§ 9º do art. 225 do
Decreto 3.048/1999)
I - discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado;
II - agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso,
contribuinte individual;
III - destacar o nome das seguradas em gozo de salário-maternidade;
IV - destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e
V - indicar o número de quotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso.

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1.5. Prêmios // CLT, art. 457, § 2º e 4º (Reforma Trabalhista)
“§ 2° As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento
em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao
contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.”
“§ 4º Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro
a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de
suas atividades.”
- Solução Consulta COSIT nº 151/2019 – << IMPORTANTE >>
Para a fiscalização da RFB, os prêmios que serão excluídos da incidência das contribuições previdenciárias devem atender as
seguintes condições:
(1) são aqueles pagos, exclusivamente, a segurados empregados, de forma individual ou coletiva, não alcançando os valores
pagos aos segurados contribuintes individuais;
(2) não se restringem a valores em dinheiro, podendo ser pagos em forma de bens ou de serviços;
(3) não poderão decorrer de obrigação legal ou de ajuste expresso, hipótese em que restaria descaracterizada a liberalidade
do empregador; e
(4) devem decorrer de desempenho superior ao ordinariamente esperado, de forma que o empregador deverá comprovar,
objetivamente, qual o desempenho esperado e também o quanto esse desempenho foi superado.

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1.5. Prêmios
O Decreto nº 10.410/2020 alterou a redação do Regulamento Geral da Previdência Social, Decreto nº 3.048/99
(art. 214)

Art. 214 (...)

§ 9° Não integram o salário-de-contribuição, exclusivamente:


(...)

n) prêmios e abonos;

§ 18. Para fins do disposto neste artigo, consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador
em forma de bens, serviços ou valores em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de
desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades.

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Prêmios // Linha Temporal

Período Natureza da Limitação de Base legal


Parcela Pagamento
Até 10.11.2017 Salarial - IN SIT 144/2018, art. 9º
De 11.11.2017 a Não Salarial Sem limite de Lei 13.467/2017
13.11.2017 pagamento
De 14.11.2017 a Não Salarial 2 vezes ao ano MP 808/2017
23.04.2018
De 24.04.2018 a Não salarial Sem limite de Lei 13.467/2017
11.11.2019 Pagamento
De 12.11.2019 a Não Salarial 4 vezes no ano civil, e MP 905/2019, que
20.04.2020. no máximo de 1 no incluiu o art. 5-A na Lei
mesmo trimestre civil. 10.101/2000
De 21.04.2020 a ... Não Salarial Não há limite Lei 13.467/2017

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1.6. Ajuda de Custo e Diárias pra Viagem
De acordo com o § 2º do artigo 457 da CLT, pela redação da Lei nº 13.467/2017, as importâncias, ainda que habituais,
pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e
abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

Ajuda de custo é um pagamento realizado ao empregado com a finalidade de cobrir despesas no desempenho de suas
funções, tais como deslocamentos para participar de reuniões fora do local de trabalho, custos que o empregado tenha tido
em razão do trabalho.

As diárias para viagem são os valores pagos, habitualmente ou não, aos empregados que necessitem realizar serviços fora
do local original de contratação, para cobrir despesas necessárias como alimentação, transporte, hospedagem,
alojamentos, etc.

Reforma Trabalhista retirou a regra de 50% das diárias para viagem: antes da Reforma, as diárias para viagem que
ultrapassassem 50% do salário do empregado sofriam integração de INSS e FGTS.

48
1.7. Salário Variável
- Comissionista
Comissão, via de regra, é um percentual estabelecido contratualmente sobre o valor dos negócios realizados (vendas). Deve
ser anotada em CTPS o percentual estipulado (Precedente Normativo nº 5 do TST), vez que é considerada salário. É assim,
uma modalidade de salário variável, com base na produção do empregado.

Precedente Normativo TST nº 005 - ANOTAÇÕES DE COMISSÕES (positivo) O empregador é obrigado a anotar, na CTPS, o
percentual das comissões a que faz jus o empregado.

O salário do empregado poderá ser estipulado como salário fixo (acima determinado), comissionista ou salário-misto (fixo +
comissões). Se o empregador optar por esta última forma de pagamento, poderá estipular o salário fixo e o percentual
sobre as comissões, mas o valor somado de ambos (acrescido do repouso semanal remunerado sobre comissões), não
poderá ser inferior ao estabelecido como piso da categoria

O art. 466 da CLT determina que o pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a
que se referem.

49
1.8. Cálculo da Remuneração do Intermitente
> Inovação da Reforma Trabalhista - Lei nº 13.467/2017.

Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua,
ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por
legislação própria. (§ 3º do art. 443 da CLT)

De acordo com o § 6° do artigo 452-A da CLT, ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o
pagamento imediato das seguintes parcelas:

I - remuneração;
II - férias proporcionais com acréscimo de um terço;
III - décimo terceiro salário proporcional;
IV - repouso semanal remunerado; e
V - adicionais legais.

50
Intermitente
O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores pagos relativos a cada uma das parcelas
referidas.

O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do FGTS com base nos
valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas
obrigações.

Se durante o mês o empregado intermitente receber valores inferiores ao mínimo nacional e caso deseje que
esse período integre ao tempo de contribuição para fins previdenciários, então deverá recolher a contribuiçaõ
previdenciária complementar até atingir o salário mínimo.

O recolhimento será feito em DARF no código 1872. A forma de preemchimento está na Portaria INSS
230/2020.
DSR do Intermitente
A Reforma Trabalhista não deixou claro o critério de cálculo do DSR do empregado intermitente.

A partir desta regra, há entendimentos de que o cálculo do DSR seria a razão de 1/6 da jornada da semana,
aplicando por analogia a interpretação do art. 3º da Lei nº 605/1949.

Art. 3° O regime desta Lei será extensivo àqueles que, sob a forma autônomo, trabalhem agrupados, por
intermédio de Sindicato, Caixa Portuária ou entidades congênere. A remuneração do repouso obrigatório,
neste caso, consistirá no acréscimo de 1/6 (um sexto) calculado sobre os salários efetivamente
percebidos pelo trabalhador e paga juntamente com os mesmos.

Mas a doutrina trabalhista traz outros entendimentos. Vamos analisar:


DSR do Intermitente
1º Entendimento:
Empregado será convocado para trabalhar uma jornada de 6 horas diárias (de segunda a sábado), no período de 1º a
25.08.2019.
> Salário hora do empregado: R$ 20,00
> Dias úteis do período (01 a 25) = 21
> Horas trabalhadas do período: 21 x 6h = 126 horas
> Dias de DSR no Período: 4
> Remuneração das horas trabalhadas: 126h x R$ 20,00 = R$ 2.520,00
> Descanso Semanal Remunerado: R$ 20,00 (valor/hora) x 6 (carga horária normal) x 4 (quantidade de DSR do período) =
R$ 480,00

2º Entendimento (nesta linha de pensamento, os dias úteis tomaria como base o mês todo)
Considerando que o empregado executou 126 horas no período da convocação, o seu DSR seria encontrado pela seguinte
fórmula:
> 126 : 26 (dias úteis de Agosto) x 4 (DSR do período) = 19,38 horas x R$ 20,00 = R$ 387,69

53
DSR do Intermitente

- 3º Entendimento (considerando todo o mês de referência de calculo, independentemente do período em que


efetivamente trabalhou)

Considerando que o empregado foi chamado para trabalhar 126 horas no período da convocação, o seu DSR
seria encontrado pela seguinte fórmula:

> 126 : 26 (dias úteis de Agosto) x 5 (DSR do mês) = 24,23 horas x R$ 20,00 = R$ 484,61.

54
Férias do Intermitente
- Cálculo da Proporcionalidade (caso o empregado labore
- Cálculo da Integralidade
menos de 15 dias no mês)

Considerando que o empregado tem pelo menos 15 dias - Não há previsão expressa na CLT; e por essa razão, há o
no mês; seguinte entendimento
- Pega a remuneração das horas trabalhadas + o valor do
DSR : 12 = 1/12
R$ 333,33 ------------------------ 15 dias
- R$ 2.520,00 + 480,00 = R$ 3000,00 : 12 = R$ 250,00
Y ------------------------ 7 dias (6 trabalhado + 1 DSR)
- R$ 250,00 : 3 = R$ 83,33 (terço de férias)
- O direito de férias (com o terço) será de R$ 333,33
R$ 333,33 x 7 = 15y
Y = R$ 155,55
Há entendimento de que deveria ser aplicado a mesma
lógica do trabalhador avulso portuário, de maneira que a
retribuição da fração de férias seria encontrada pela ATENÇÃO!! Existem entendimentos de que seria aplicada
multiplicação da remuneração (salario + DSR) pelo sempre a integralidade, independemente do número de
percentil de 11,12%. (art. 263, XVI da IN RFB 971/2009) dias trabalhados pelo empregado intermiente! Na dúvida,
aplicar o entendimento mais favorável ao trabalhador.
R$ 3.000,00 x 11,12% = R$ 333,60

55
13º Salário do Intermitente

O cálculo, por sugestão, deve ser feito como o cálculo Outro entendimento é tomar como base a
do avulso, com o percentil de 8,34% sobre o valor da remuneração e dividir por 12.
remuneração
Remuneração das horas trabalhadas + DSR : 12 =
Esse percentual é definido em lei (art. 263, XVI da IN 1/12
RFB 971/2009)
- R$ 2.520,00 + 480,00 = R$ 3000,00 : 12 = R$ 250,00
R$ 3000,00 x 8,34% = R$ 250,20

56
Maternidade da Empregada Intermitente

57
Intermitente // Aviso Prévio
Portaria MTB 349/2018

Art. 2° O contrato de trabalho intermitente será celebrado por escrito e registrado na Carteira de Trabalho e Previdência
Social, ainda que previsto em acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva, e conterá:
I - identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes;
II - valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo, nem
inferior àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função, assegurada a
remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; e
III - o local e o prazo para o pagamento da remuneração.

Art. 5° As verbas rescisórias e o aviso prévio serão calculados com base na média dos valores recebidos pelo empregado no
curso do contrato de trabalho intermitente.
Parágrafo único. No cálculo da média a que se refere o caput, serão considerados apenas os meses durante os quais o
empregado tenha recebido parcelas remuneratórias no intervalo dos últimos doze meses ou o período de vigência do
contrato de trabalho intermitente, se este for inferior.

58
2. Descanso Semanal Remunerado (DSR)
> Direito
Dispõe o art. 1 ° da Lei nº 605/49 que todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado, de 24 horas
consecutivas, preferencialmente aos domingos, e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e
religiosos, de acordo com a tradição local.

> CLT, art. 67


Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo
motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em
parte.
Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será
estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização.

> OJ SDI/TST 410


OJ-SDI1-410 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART.
7°, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010). Viola o art. 7°, XV, da CF a concessão de repouso
semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

59
DSR – Escala da Folga
 Mulheres: folga dominical a cada 15 dias (CLT, art. 386)

Art. 386 - Havendo trabalho aos domingos, será organizada uma escala de revezamento quinzenal, que
favoreça o repouso dominical.

 Homens do Comércio: folga dominical a cada 3 semanas (art. 6º da Lei 10.101/2000)

Art. 6o Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do comércio em geral, observada a legislação
municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição.
Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de
três semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem
estipuladas em negociação coletiva.
DSR – Escala da Folga

 Homens nas demais atividades: folga dominical a cada 7 semanas (Portaria 417/66)

Art. 2º Os agentes da Fiscalização do Trabalho, no tocante ao repouso semanal, limitar-se-ão a exigir:

a) das empresas não autorizadas a funcionar ao domingos e feriados, o estrito cumprimento do art.
67 caput da Consolidação das Leis do Trabalho;

b) das empresas legalmente autorizadas a funcionar nesses dias, a organização de escala de


revezamento ou folga, como estatuído no parágrafo único do mesmo artigo, a fim de que, em um
período máximo de sete semanas de trabalho, cada empregado usufrua pelo menos um domingo
de folga.
2. Descanso Semanal Remunerado (DSR)

> Perda do Direito

O legislador beneficiou apenas os empregados assíduos e pontuais, pois os empregados que durante a semana anterior não
cumpriram integralmente a carga semanal, não farão jus ao privilégio de receber salário sem trabalhar.

a) "Integralmente": se a carga semanal é de 44 horas, o empregado terá que trabalhar às 44 horas para ter direito ao DSR.
Caso ele trabalhe qualquer número de horas inferior a este, perderá o direito ao repouso. É o que depreende da
interpretação literal do art. 6° da Lei nº 605/49.

b) "Semana anterior": o próprio Decreto nº 27.048/49 no seu art. 11, § 4° nos dá o conceito de semana ao dispor:
"Para os efeitos do pagamento da remuneração, entende-se como semana o período de segunda feira a domingo, anterior
à semana em que recair o dia de repouso...”

Nos próximos slides teremos alguns exemplos de como analisar o desconto do DSR em caso de falta injustificada.

62
2.2. DSR - Perda do Direito
Exemplo: Empregado com jornada semanal de 44 horas, sendo 08 horas de segunda a sexta-feira, 04 horas no sábado e seu
DSR semanal aos domingos. Faltou injustificadamente no dia 06 (segunda-feira).

ABRIL - 2020
DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB
1 2 3 4
5 6 7 8 9 10 11
12 13 14 15 16 17 18
19 20 21 22 23 24 25
26 27 28 29 30

> Dia da falta injustificada: 06 de abril (segunda-feira);


> Semana da falta injustificada: 06 de abril (segunda-feira) a 12 de abril (domingo);
> Semana do desconto do DSR: 13 de abril (segunda-feira) a 19 de abril (domingo);
> Dias a serem descontados: 06 de abril (falta injustificada) e 19 de abril (DSR).

63
2.2. DSR - Perda do Direito
Empregado com jornada semanal de 44 horas, sendo 08h48 de segunda a sexta-feira e seu DSR semanal aos domingos.
Faltou injustificadamente no dia 15 (quarta-feira).

ABRIL - 2020
DOM SEG TER QUA QUI SEX SÁB
1 2 3 4
5 6 7 8 9 10 11
12 13 14 15 16 17 18
19 20 21 22 23 24 25
26 27 28 29 30

> Dia da falta injustificada: 15 de abril (quarta-feira);


> Semana da falta injustificada: 13 de abril (segunda-feira) a 19 de abril (domingo);
> Semana do desconto do DSR: 20 de abril (segunda-feira) a 26 de abril (domingo);
> Dias a serem descontados: a) 15 de abril (falta injustificada); b) 21 de abril (feriado - DSR); c) 26 de abril (DSR)

64
DSR – Cálculo do Desconto
> Exemplo 1
Empregado mensalista com jornada diária de 6 horas de segunda à sábado, recebe salário mensal de R$1.500,00, falta um
dia ao trabalho (6:00hs) durante a semana. Como as faltas não foram justificadas, o empregado perderá o DSR.
O divisor mensal é de 180 horas (6 x 6 x 5 semanas = 180 horas)

Cálculo das Faltas Cálculo do desconto do DSR

Faltas = Salário : 180 x nº horas faltas DSR = Salário : 180 x nº horas DSR
Falta = R$1.500,00 : 180 x 6:00 DSR = R$1.500,00 : 180 x 06:00
Falta = R$49,99 DSR = R$49,99

Total a ser descontado (Falta + DSR) = R$ 49,99 + R$ 49,99 = R$ 99,98

65
DSR – Cálculo do Desconto
> Exemplo 2
Empregado possui jornada de trabalho de 7 horas e 20 minutos de segunda a sábado; possui salário de R$ 2.100,00. Faltou
um dia ao trabalho durante a semana e não justificou.
Transformando as horas em centesimais, teremos: 7h 20 minutos é igual a 7h33 centésimos de minuto.
0,20 : 60 x 100 = 0,333
A falta terá o valor de 7,33 centésimos de hora; o DSR também terá o valor de uma jornada de trabalho (7,33).

Cálculo das Faltas Cálculo do desconto do DSR

Faltas = Salário : 220 x nº horas faltas DSR = Salário : 220 x nº horas DSR
Faltas = R$ 2.100,00 : 220 x 7,333 DSR = R$ 2.100,00 : 220 x 7,333
Faltas = R$ 69,97 DSR = R$ 69,97

Total a ser descontado (Falta + DSR) = R$ 69,97 + R$ 69,97 = R$ 139,94

66
2.3. Cálculo do DSR sobre Horista

> Cálculo do DSR sobre Horista

horas trabalhadas x domingos/feriados = quantidade de descanso


dias úteis
quantidade de descanso x valor/hora = repouso semanal remunerado

Um empregado que laborou no mês de janeiro de 2020, o total de 150 horas/mês, cujo valor da hora era de R$
6,40. O valor do repouso semanal remunerado será de: R$ 184,57
150 horas x 05 = 28,84 (quantidade de repouso)
26*
28,84 x 6,40 = R$ 184,57

67
2.4. Cálculo do DSR sobre Comissionista
> Cálculo do DSR sobre Comissionista (Súmula TST nº 27)

Comissões x Domingos e Feriados = Valor do DSR


Dias úteis

Exemplo: O empregado recebeu no mês de Março/2019, R$ 1.150,00 de comissões. Será devido o valor de
descanso semanal remunerado sobre comissões, de: ????

R$ 1.150,00 x 5 (dom/feriado) = R$ 221,15


26 (dias úteis)

SUMULA TST 27 COMISSIONISTA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. É devida a remuneração
do repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista.

68
2.5. DSR sobre Hora Extra
> Cálculo do DSR sobre Horas Extras (Súmula TST nº 172)

SÚMULA TST 172 REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CÁLCULO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas.

Quantidade de HE x Domingos e Feriados = Quantidade de DSR


Dias úteis
> Quantidade de DSR x Valor HE = DSR sobre HE

Empregado com salário de R$ 2.000,00, cuja carga horária é de 220 mês. No mês de janeiro/2019, realizou 20 horas/extras
(R$ 13,63 valor de 1 hora extra) // (R$ 2000,00 : 220 + 50% = R$ 13,63)
O valor devido de reflexo de DSR sobre horas extras será de ????
20 horas x 05 = 3,84 (quantidade de horas/descanso)
26
3,84 x 13,63 = R$ 52,32 valor devido de DSR sobre HORA EXTRA

69
2.6. DSR sobre Adicional Noturno
> Cálculo do DSR sobre Noturno (Precedente Administrativo nº 41 da Secretaria do Trabalho e Súmula TST nº 60)

SÚMULA TST 60. ADICIONAL NOTURNO. INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO E PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO (incorporada
a Orientação Jurisprudencial n° 6 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005.
I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos.

O critério é o mesmo aplicado anteriormente para a Hora Extra.


Para cálculo dos valores devidos a título de DSR sobre Adicional Noturno, deve proceder-se da seguinte forma:

Quantidade de horas noturnas mês x domingos e feriados = Quantidade de DSR/mês


Dias úteis

Quantidade de DSR x Valor da Hora Normal x 20% (adicional noturno conforme CLT) = DSR sobre Adicional Noturno

70
2.6. DSR sobre Adicional Noturno
Empregado com salário de R$ 2.000,00, cuja carga horária é de 220 mês. No mês de Janeiro/2019 realizou 30 horas
noturnas.

- R$ 2.000,00 : 220h = R$ 9,09 x 20% = R$ 1,82 (plus noturno)


- Adicional noturno: R$ 1,82 x 30 horas noturnas = R$ 54,60
- O DSR sobre a hora noturna será apurada da seguinte forma:

30 horas x 5 = 5,76 horas


26
5,76 x 1,82 = R$ 10,50 (Valor devido de DSR sobre Adicional Noturno)

Vamos fazer a prova real pegando o valor de adicional noturno e com isso fazer a divisão pelos dias úteis e multiplicar por
domingos e feriados.

R$ 54,60 x 05 = R$ 10,50
26

71
Descanso Semanal Remunerado (DSR) - Regras Gerais
> Trabalho no DSR (Domingo e/ou Feriado)

Lei 605/49, Art. 9º. “Nas atividades em que não for possível, em virtude das exigências técnicas das empresas,
a suspensão do trabalho, nos dias feriados civis e religiosos, a remuneração será paga em dobro, salvo se o
empregador determinar outro dia de folga.”

Decreto 27.048/49, Art. Art. 6º, § 3º. “Nos serviços em que for permitido o trabalho nos feriados civis e
religiosos, a remuneração dos empregados que trabalharem nesses dias será paga em dobro, salvo a empresa
determinar outro dia de folga.”

Súmula TST 146: TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO (incorporada a Orientação
Jurisprudencial n° 93 da SBDI1) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O trabalho prestado em domingos e
feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso
semanal.

72
Descanso Semanal Remunerado (DSR) - Regras Gerais
Feriados Nacionais que exigem o descanso do empregado sob pena do pagamento em dobro (se houver o trabalho).

DATA MOTIVO BASE LEGAL


01/01 Confraternização Universal Lei nº 662/49
21/04 Dia de Tiradentes Lei nº 1.266/50
01/05 Dia Mundial do Trabalho Lei nº 662/49
07/09 Dia da Independência do Brasil Lei nº 662/49
12/10 Nossa Senhora Aparecida - Padroeira do Brasil Lei nº 6.802/80

02/11 Finados Lei nº 662/49


15/11 Dia da Proclamação da República Lei nº 662/49
25/12 Natal Lei nº 662/49
- Data de realização das eleições (Art. 380 do Código Eleitoral)
- Feriados em âmbito estadual (permitidos pela Lei 9.093/95): as data magna do Estado fixada em lei estadual.
- São feriados religiosos os dias de guarda, declarados em lei municipal, de acordo com a tradição local e em número não
superior a quatro, neste incluída a Sexta-Feira da Paixão.
- Corpus Christi e Carnaval não são declarados como Feriados Nacionais. Mas podem ser declarados pelo Estado ou
Município, As leis locais devem ser consultadas.

73
Descanso Semanal Remunerado (DSR) - Regras Gerais
- A relação pré-autorizada para trabalho em domingos e feriados encontra-se no ANEXO Único do Decreto
27.048/49 e na Portaria 604/2019 (que dispõe sobre a autorização permanente para trabalho aos domingos e
feriados civis e religiosos a que se refere o artigo 68, parágrafo único, da CLT.)
- A Portaria nº 604/2019 foi recentemente atualizada pela Portaria SPREV/ME n° 1.809/2021
- A atividade que não estiver listada nos atos acima deverá providenciar a autorização transitória para trabalho
aos domingos e feriados civis e religiosos. O pedido deverá seguir as diretrizes da Portaria MT.E nº 945/2015.

A autorização prevista na Portaria MT.E nº 945/2015 poderá ser concedida:


a) mediante acordo coletivo específico firmado entre empregadores e entidade representativa da categoria
profissional de empregados;
b) mediante ato de autoridade competente do Ministério do Trabalho e Emprego, baseado em relatório da
inspeção do trabalho, por meio de requerimento do empregador.

74
03. Horas Extras e Jornada de Trabalho
> Jornada Legal
CF, art. 7º XIII (8 horas por dia e 44 horas semanal)
A Reforma Trabalhista previu a Jornada 12x36, conforme artigo 59-A da CLT
Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito,
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis
horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e alimentação.
> Compensações Válidas:
1) Compensação na mesma semana, como por exemplo, 8:48 de segunda a sexta para eliminar o trabalho aos sábados.
2) Compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês. (§ 6º
do art. 59 da CLT)
3) Banco de horas anual: necessidade do acordo coletivo (art. 611-A, inciso II da CLT);
4 ) B a n c o d e h o r a s s e m e s t r a l : p o d e s e r p o r a c o r d o i n d i v i d u a l ( § 5 º d o a r t . 5 9 d a C LT ) ;
5) Semana Espanhola: OJ-SDI1-323 ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA. “SEMANA ESPANHOLA”. VALIDADE. DJ
09.12.2003 É válido o sistema de compensação de horário quando a jornada adotada é a denominada "semana espanhola",
que alterna a prestação de 48 horas em uma semana e 40 horas em outra, não violando os arts. 59, § 2°, da CLT e 7°, XIII, da
CF/1988 o seu ajuste mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.

75
3.1. Jornada Legal (minutos de tolerância)

> CLT, art. 58, § 1º

“Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de
ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários.”

TST – SÚMULA 366 CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM
A JORNADA DE TRABALHO. (nova redação) Não serão descontadas nem computadas como jornada
extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o
limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do
tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo à disposição do empregador, não importando as
atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene
pessoal, etc).

76
3.2. Quadro de Horário e Controle de Jornada
> Quadro de Horário Redação Antiga Nova Redação
Art. 74. O horário do
Art. 74 CLT (nova redação) t ra b a l h o c o n s t a r á d e
quadro, organizado
conforme modelo
A partir da publicação da Lei nº 13.874/2019 (Lei da
expedido pelo Ministro
Liberdade Econômica) deixou de existir a obrigação
do Trabalho, Industria e Art. 74. O horário de
de anexar o quadro de horário.
Comercio, e afixado em trabalho será anotado
lugar bem visível. Esse em registro de
q u a d r o s e r á empregados.
discriminativo no caso de
não ser o horário único
p a r a t o d o s o s
empregados de uma
mesma seção ou turma.

77
3.3. Jornada de Trabalho e Horas Extras
> Prorrogação da Jornada (HE)
As horas suplementares (extraordinárias - no máximo de 2 diárias) deverão ser remuneradas com um acréscimo
de 50% em relação a hora normal (§ 1º do art. 59 CLT).
Integram a base de cálculo também as parcelas de natureza salarial e adicionais previstos em lei. Conforme
Súmula TST nº 264.

SÚMULA - 264 HORA SUPLEMENTAR. CÁLCULO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A
remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza
salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa.

Atenção para o limite de 2 horas diários!!! Atuação da Fiscalização da Secretaria do Trabalho, ainda que a empresa
pague todas as horas. Nesse sentido o Precedente Administrativo nº 33 da Secretaria de Inspeção do Trabalho e
Súmula TST n.º 376.

78
3.3. Jornada de Trabalho e Horas Extras

PRECEDENTE ADMINISTRATIVO N° 033


JORNADA. PRORROGAÇÃO. EFEITOS DO PAGAMENTO RELATIVO AO TRABALHO EXTRAORDINÁRIO.
O pagamento do adicional por serviço extraordinário não elide a infração pela prorrogação de jornada além dos limites
legais ou convencionais, uma vez que o serviço extraordinário deve ser remunerado, independentemente de sua licitude.
Isso porque as normas limitadoras da jornada visam a evitar males ao trabalhador, protegendo-lhe a saúde e o bem-
estar, não se prestando a retribuição pecuniária como substituta da proteção ao bem jurídico. REFERÊNCIA NORMATIVA:
Art. 59 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.

TST – SÚMULA 376. HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS (conversão das Orientações Jurisprudenciais
n°s 89 e 117 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005.
I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de pagar todas as horas
trabalhadas. (ex-OJ n° 117 da SBDI-1 - inserida em 20.11.1997)
II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas, independentemente da
limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT. (ex-OJ n° 89 da SBDI-1 - inserida em 28.04.1997)

79
3.3. Cálculo de Horas Extras (Horas e Minutos)
HE 50% da hora normal (CF/88, art. 7° inciso XVI), salvo acordo ou convenção coletiva.
A remuneração deverá ser dividida pela jornada mensal do empregado e acrescida do percentual mínimo de 50% ou maior
se previsto em norma coletiva de trabalho; após obtido o valor da hora extra multiplicar pela quantidade de horas extras do
mês.

Para calcular os minutos é necessário transformar para hora centesimal. As horas cheias não são convertidas, os minutos
sempre devem ser convertidos.
Por exemplo: 1h23m, será 1,383333, que é o resultado da divisão de 23 por 60 = 0,38. Logo, 1h e 23 minutos equivale a 1
hora e 38 centésimos de minuto.

Exemplo: empregado executou 4 horas e15 minutos (4h15) o mês de HE.


R$ 1.500,00 = R$ 6,81
220
R$ 6,81 + 50% = R$ 10,22 (valor de 1 HE)
15 minutos : 60 = 0,25 centésimo de minuto. (4h15 equivale a 4h25 centésimo)
4,25 x 10,22 = R$43,43

80
3.4. Cálculo da Hora Extra Noturna
> Orientação Jurisprudencial SDI-1 do TST nº 97

OJ-SDI1-97 HORAS EXTRAS. ADICIONAL NOTURNO. BASE DE CÁLCULO. Inserida em 30.05.1997 O adicional noturno integra a
base de cálculo das horas extras prestadas no período noturno.

Fórmula: Valor Salário Hora + 20% + 50% = Valor da Hora Extra Noturna
Valor da Hora Extra Noturna x Quantidade de HE Noturna = Valor Total de HE Noturnas

Salário base: 1.000,00 (220 hrs) // Realizou 10 horas extras noturnas (já convertidas).
Salário-hora: 1.000,00 : 220 = R$ 4,54

> R$ 4,54 + 20% + 50% = R$ 8,17 (Valor de 1 Hora Extra Noturna)


> R$ 8,17 x 10 = R$ 81,70

81
3.4. Cálculo da Hora Extra Noturna
Imagine que durante o mês, após o devido fechamento do seu cartão ponto, o empregado tenha trabalhado, além da sua
jornada normal do contrato (extra, portanto) 20 horas de relógio período noturno.
20 horas de relógio x 1,1428571 = 22,857142**
O fator noturno de conversão 1,1428571 resulta da divisão de 60 minutos por 52,5 minutos.

** Os números após a vírgula não correspondem exatamente ao número de minutos, eles estão em sistema centesimal.
Para saber quantos minutos correspondem, basta dividir por 100 e multiplicá-lo por 60.
0,857142 : 100 x 60 = 0,514284
> 20 horas de relógio equivalem a 22 horas e 51 minutos noturnas.
Se o salário do empregador for de R$ 1.500,00, então teremos o seguinte:
R$ 1.500,00 : 220 = R$ 6,81 (valor hora)
> R$ 6,81 + 20% + 50% = R$ 12,25 (Valor de 1 Hora Extra Noturna)

Logo, considerando que o empregado tem 22 horas e 51 minutos noturnas (na máquina é 22h85 centésimo de hora),
basta multiplicar pelo valor da hora extra noturna (R$ 12,25) = R$ 279,92. (22,85 x 12,25 = R$ 279,92)

82
3.5. Cálculo da Hora Extra do Comissionista

83
3.5. Cálculo da Hora Extra do Comissionista

OJ-SDI1-397. COMISSIONISTA MISTO. HORAS EXTRAS. BASE DE CÁLCULO. APLICAÇÃO DA SÚMULA N.° 340
DO TST. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010)
O empregado que recebe remuneração mista, ou seja, uma parte fixa e outra variável, tem direito a horas
extras pelo trabalho em sobrejornada. Em relação à parte fixa, são devidas as horas simples acrescidas do
adicional de horas extras. Em relação à parte variável, é devido somente o adicional de horas extras, aplicando-
se à hipótese o disposto na Súmula n.° 340 do TST.

SÚMULA TST - 340 COMISSIONISTA. HORAS EXTRAS (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003.
O empregado, sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no
mínimo, 50% (cinquenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões
recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas.

84
3.6. Controle de Jornada

A Lei 13.874/2019 alterou também o número de empregados para que o empregador promova o controle da
sua jornada.

Agora com a nova redação do § 2º do art. 74 da CLT, “Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte)
trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou
eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, permitida a pré-assinalação do período de repouso”.

Outro detalhe: A norma autoriza a pré-assinalação do repouso de maneira geral. Mesmo assim, recomenda-se
cautela por parte dos empregadores.

O meio como será feito o controle de jornada ainda é uma escolha do empregador, que poderá ser realizado
MANUAL, MECÂNICO ou ELETRÔNICO. Optando pelo meio eletrônico, deverá observar as diretrizes da Portaria
MTE nº 1.510/2009.

85
3.6. Controle de Jornada (Ponto por Exceção)
Com a publicação da Lei n° 13.874/2019 (denominada de Liberdade Econômica) a CLT sofreu alterações, dentre
elas, a inclusão do § 4° ao artigo 74.

Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados.


§ 4° Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho." (NR)

A partir desta inovação, o empregador poderá fazer uso do registro de ponto por exceção à jornada regular de
trabalho, mediante acordo individual escrito, Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho - ACT/CCT, a saber:
Muito embora não exista um artigo na CLT trazendo o conceito do “ponto por exceção”, a jurisprudência
trabalhista tem conceituado como a situação aonde o trabalhador marcará apenas os casos excepcionais que
ocorrerem durante a sua jornada de trabalho, como, por exemplo, trabalho extraordinário ou faltas.
A partir desta premissa, não existindo nos controles de ponto situações que saem da normalidade, presume-se
que o empregado cumpriu corretamente a jornada prevista no contrato de trabalho.

86
3.7. Cálculo da Hora Extra em Ambiente Insalubre
OJ-SDI1-47 do TST- HORA EXTRA. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO - A base de cálculo da
hora extra é o resultado da soma do salário contratual mais o adicional de insalubridade.

Salário Base + Insalubridade = Hora normal Insalubre


220
Hora Normal + 50% = Hora Extra Insalubre
Exemplo:
- Salário: R$ 1.500,00 // Realizou 8 Horas Extras
- Adicional de Insalubridade de 10% sobre o SM de R$ 1.100,00 (em 2021): R$ 110,00
- Remuneração: R$ 1.610,00 (R$ 1.500,00 + R$ 110,00)
- Valor da hora em jornada de 220 horas mensais: R$ 1.610,00 / 220 = R$ 7,32
- Hora Extra Insalubre: R$ 7,32+ 50% = R$ 10,98 (1 HE Insalubre)
- R$ 10,98 x 8 horas = R$ 87,84

87
3.7. Cálculo da Hora Extra em Ambiente Insalubre
> Autorização para Trabalho Extraordinário em Ambiente Insalubre

CLT, Art. 60: Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no capítulo "Da
Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e
Comercio, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em
matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos
métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais, estaduais e
municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas
ininterruptas de descanso.

A Portaria MT.E 702/2015 estabelece os requisitos para a prorrogação de jornada em atividade insalubre.

Entretanto, com a Reforma Trabalhista, a Lei nº 13.467/2017 acrescentou o art. 611-A, inciso XIII a CLT.

88
3.7. Cálculo da Hora Extra em Ambiente Insalubre
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros,
dispuserem sobre:
(...)
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do
Trabalho;

Desta forma, poderá a Convenção ou Acordo Coletivo estabelecer a prorrogação da jornada em locais insalubres, sem a
licença prévia da Secretaria do Trabalho.
Entretanto, recomendamos que as partes utilizem o bom senso. Ademais, recomenda-se que o Sindicato adote o
seguinte procedimento para o deferimento do pedido:
- inexistência de infrações às Normas Regulamentadoras que possam comprometer a saúde ou a integridade física dos
trabalhadores;
- adoção de sistema de pausas durante o trabalho, quando previstas em Norma Regulamentadora, e as condições em que
são concedidas;
- rigoroso cumprimento dos intervalos previstos na legislação; e
- anuência da representação de trabalhadores, por meio de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho.

89
3.7. Cálculo da Hora Extra em Ambiente Insalubre

SÚMULA TST 139 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (incorporada a Orientação Jurisprudencial n° 102 da SBDI-
1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005. Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a
remuneração para todos os efeitos legais

SÚMULA TST - 248 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DIREITO ADQUIRIDO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20
e 21.11.2003. A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade competente,
repercute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da
irredutibilidade salarial.

90
3.8. Cálculo da Hora Extra em Ambiente Periculoso

SÚMULA TST – 132. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. INTEGRAÇÃO. I - O adicional de periculosidade, pago em


caráter permanente, integra o cálculo de indenização e de horas extra.

Salário Base + Periculosidade = “Hora Normal Periculosa”


220
Hora Normal Periculosa + 50% = Hora Extra Periculosa

> Exemplo: Salário de R$ 2.000,00. Jornada de 220h. Adicional de periculosidade 30%. Realizou 8 horas extras
R$ 2.000,00 x 30% = R$ 600,00
R$ 2.000,00 + R$ 600,00/220 = R$ 11,81 (Valor hora periculosa)
R$ 11,81 + 50% = R$ 17,72 (Valor da hora extra periculosa)
R$ 17,72 x 8 horas extras = R$ 141,76

91
4. Adicional Noturno

ÁREA URBANA ÁREA RURAL


(CLT, art. 73) (Lei 5.889/73, art. 7º)

22:00 até às 05:00 horas Lavoura: das 21:00 às 05:00

Pecuária: das 20:00 às 04:00

Redutor da hora: 52,30 Não tem redutor (60 minutos)

Adicional de 20% Adicional de 25%

92
4. Adicional Noturno
A hora normal tem a duração de 60 minutos e a hora noturna, por disposição legal, nas atividades urbanas, é computada
como sendo de 52 minutos e 30 segundos.

Ou seja, cada hora noturna sofre a redução de 7 minutos e 30 segundos.

Assim sendo, considerando o horário das 22:00 às 5:00 horas, temos 7 horas-relógio que correspondem a 8 horas de
trabalho.

> 7 horas relógio x 1,1428571 = 8,00

OU

> 7 horas relógio : 52,5 x 60 = 8,00

93
4.1. Cálculo do Adicional Noturno e do Redutor da Hora Noturna
> Cálculo do Adicional Noturno e do Redutor da Hora Noturna

- Valor da Remuneração / Jornada mensal = Hora Normal

Hora Normal x 20% = Valor do Adicional Noturno (01 hora)

- Quantidade de Horas Relógio / 52,5(*) x 60 = Hora Reduzida

OU

- Quantidade de Horas Relógio x 1,1428571 (**) = Hora Transformada “Reduzida”

(*) 52,5 é o equivalente a 1 hora no período noturno (52 minutos e 30 segundos // Na máquina 52,5)

(**) 1,1428571 é o resultado da divisão (equivalência) entre 60 / 52,5 = 1,1428571.

- Hora Transformada “Reduzida” x Valor do Adicional Noturno = Valor Total Devido

94
Adicional Noturno - Exemplo

O empregado recebe salário fixo de R$ 1.960,00, com carga horária de 220/mês, e fez em abril 11 horas relógio
em abril (dentro de sua jornada normal). Assim:

> R$ 1.960,00 : 220 = R$ 8,90 (valor hora)


> Adicional da Hora Noturna: R$ 8,90 x 20% = R$ 1,78 (plus noturno)
> 11 : 52,5 x 60 = 12,57 (hora convertida)

OU

> 11 x 1,1428571 = 12,57

> 12,57 x R$ 1,78 = R$ 22,37 (Valor devido de Adicional Noturno)

95
4.2. Cálculo do DSR sobre Adicional Noturno
O adicional noturno, assim como a hora extra, devem refletir no repouso semanal remunerado do trabalhador. Nesse
sentido, a Súmula TST 60.
O cálculo do reflexo deverá seguir a seguinte fórmula: dividir o valor (de horas noturnas) pelo número de dias úteis
do mês (considerando o sábado) e multiplicar pelo número de domingos e feriados.

Quantidade de horas noturnas x Domingos e Feriados = Quantidade de DSR/mês


Dias úteis
Quantidade de DSR x Valor da Hora Normal x 20% = DSR devido

Exemplificando: o empregado recebe salário fixo de R$ 1.045,00, com carga horária de 220/mês, e fez em abril 25
horas noturnas em abril (dentro de sua jornada normal). Assim:
R$ 1.045,00 : 220 = R$ 4,75 (valor hora).
25 horas x 6 = 6,25 horas de DSR
24
6,25 x R$ 4,75 x 20% = R$ 5,93 (Esse será o valor do reflexo do Noturno no DSR)

96
Prova real:
- 25 horas noturnas em abril (dentro de sua jornada normal).
R$ 1.045,00 : 220 = R$ 4,75 (valor hora diária).
R$ 4,75 x 20% = R$ 0,95 (o plus noturno)
R$ 0,95 x 25 horas = R$ 23,75 (de Adicional Notunro)

No item anterior o empregado tinha recebido o valor de R$ 23,75 pelas 25 horas laboradas no período noturno no mês de
abril. (24 dias úteis e 6 domingos/feriados)

R$ 23,75 : 24 dias úteis x 6 (domingos/feriados) = R$ 5,93

O intervalo para alimentação e repouso (art. 71 CLT) é contado a razão de 60 minutos.

97
4. Adicional Noturno

Horas Normais Hora Convertida em Decimais Hora Convertida em


Minutos
1 hora 1,1428 1:08’
2 horas 2,2857 2:17’
3 horas 3,4285 3:25’
4 horas 4,5714 4:34’
5 horas 5,7142 5:42’
6 horas 6,8571 6:51’
7 horas 7,9999 8:00
8 horas 9,1428 9:08’

Exemplo:
5 horas de relógio x 1,142851 = 5,7142
0,7152 : 100 x 60 = 0,42 minutos.
Logo, 5 horas no período noturno equivale a 5 horas e 42 minutos.

98
5. 13º Salário
5.1. Direito e Forma de Pagamento

> Lei nº 4.090/62


> Lei nº 4.749/65
> Decreto nº 57.155/65

5.2. Incidências

> INSS: Na 1ª parcela não há incidência do INSS, mas na segunda será retido sobre o total recebido nas duas
parcelas.
A aplicação da tabela do INSS será feito em separado do salário mensal, conforme determina o art. 214, § 7º
do Decreto 3.048/99.
> FGTS O FGTS incide sobre o valor pago, pelo regime de competência, ou seja, de acordo com a data do
pagamento. (Lei 8.036/90, art. 15)

99
13º Salário
> Disposições Gerais do 13º salário
- paga em duas parcelas; a primeira, entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, e a segunda, até 20 de
dezembro.
- o valor corresponde a 1/12 avos por mês de serviço do ano correspondente, considerando-se mês integral a fração igual
ou superior a 15 dias de trabalho;
- o empregador não estará obrigado a pagar o adiantamento, no mesmo mês, a todos os seus empregados;
- o adiantamento será pago ao ensejo das férias do empregado, sempre que este o requerer no mês de janeiro do
correspondente ano.
- as faltas legais e justificadas ao serviço não serão deduzidas para os fins do 13º salário;
- tratando-se de empregados que recebem salário variável, a qualquer título, o adiantamento será calculado na base da
soma das importâncias variáveis devidas nos meses trabalhados até o anterior àquele em que se realizar o mesmo
adiantamento;
- nos casos em que o empregado for admitido no curso do ano, ou, durante este, não permanecer à disposição do
empregador durante todos os meses, o adiantamento corresponderá à metade de 1/12 da remuneração, por mês de
serviço ou fração superior a 15 dias.

100
13º Salário

- Regra da Integralidade

> Aplicada a empregados em anos anteriores;


> Aplicada a empregados que tenham sido admitidos até 17/01 do ano corrente;
> 1ª Parcela: 50% do Valor Devido

- Regra da Proporcionalidade

> Aplicada a empregados admitidos após o dia 17/01 do ano em curso;


> Aplicada a empregados afastados por auxílio doença ou acidentário;
> Valor integral devido ou a “Média” : 12 x Avos Devidos até o mês do Pagamento da Parcela x 50% = Valor da
1ª Parcela

101
Cálculo da 1ª Parcela – Salário Fixo (Mensalista)

INTEGRALIDADE PROPORCIONALIDADE

Valor do salário fixo : 2 = Valor da 1ª parcela Valor do salário fixo : 12 x Avos devidos = “Y”

Empregado contratado dia 02/01 – “Y” : 2 = Valor da 1ª Parcela


Pagamento da 1ª Parcela em Julho/2019.
Empregado admitido em 24/07/2019.
- R$ 2.000,00 : 2 = R$ 1.000,00 Pagamento da 1ª Parcela em novembro/2019.
R$ 2.000,00 : 12 = R$ 166,66 x 04 (agosto a
novembro) = R$ 666,66

R$ 666,66 : 2 = R$ 333,33 (1ª Parcela)

102
Cálculo da 2ª Parcela – Salário Fixo (Mensalista)
INTEGRALIDADE PROPORCIONALIDADE
Salário fixo de Dez : 12 x Avos devidos até Dez = base
Salário fixo de Dez. x % (INSS) = Valor retido de INSS de cálculo (BC)
Salário fixo de dezembro - 1ª parcela - INSS = Valor da BC x % (alíquota de INSS) = Valor do desconto do
2ª Parcela empregado
BC - 1ª parcela - INSS = Valor da 2ª Parcela
Empregado contratado dia 02/01 – Pagamento da 1ª
Parcela em julho/2019. Empregado admitido em 24/07/2019. Pagamento da
R$ 2.000,00 x 9% = R$ 180,00 1ª parcela em novembro/2019.
R$ 2.000,00 - R$ 1.000,00 - R$ 180,00 = R$ 820,00 R$ 2.000,00 : 12 = 166,66 x 5 (agosto a dezembro) =
R$ 833,34 x 8% = R$ 66,66 (desconto INSS)
R$ 833,34 – R$ 333,33 - R$ 66,66 = R$ 433,35

103
Adicional de Insalubridade ou Periculosidade
Insalubridade Periculosidade
Os adicionais de Insalubridade e Periculosidade integram a - Salário de R$ 2.000,00.
remuneração do empregado, de acordo com a Súmula n°
- Adicional de periculosidade 30% = R$ 600,00
139 do TST.
Portanto, também integrarão a base de cálculo do 13°
salário (Art. 1° do Decreto n° 57.155/65) Valor da 1ª Parcela:
- Salário: R$ 1.100,00 - R$ 1.000,00
- Adicional de Insalubridade de 10% sobre o SM de R$ - R$ 300,00
1.100,00 (em 2020): R$ 110,00
Valor da 1ª Parcela: Valor total de 13º Salário (1ª Parcela) = R$ 1.300,00
- R$ 550,00
- R$ 55,00

Valor total de 13º Salário (1ª Parcela) = R$ 605,00

104
5.4. Cálculo da 1ª e 2ª Parcelas e Ajuste de Salários Variáveis

105
5.4. Cálculo da 1ª e 2ª Parcelas e Ajuste de Salários Variáveis
b) 2ª Parcela
Valores de Comissão até Novembro = Valor da média comissional
11
Média Comissional x Alíquota INSS = Valor de INSS sobre 13º salário
Média Comissional 2ª Parcela - Valor 1ª Parcela - INSS = 2ª Parcela

c) Ajuste
Ao final, quando conhecida as variáveis de dezembro, a empresa deverá promover o ajuste. Soma-se as variáveis da
admissão até dezembro e divide-se pelo número de meses da apuração.

Encontrada a média, divide-se por 12. Do resultado, desconta-se o valor do adiantamento e da segunda parcela pagando a
diferença, se houver.

106
Variável / Regra da Integralidade
Um empregado é comissionista misto e recebe o valor de R$ 1.090,00 e comissões. Foi admitido em 2015 e irá receber o
valor da 1ª parcela do ano de 2019 em Maio.

- Cálculo da 1ª Parcela // Comissionista // Regra da Integralidade


01/2019 = R$ 650,00 e DSR de R$ 125,00
02/2019 = R$ 550,00 e DSR de R$ 91,67
03/2019 = R$ 640,00 e DSR de R$ 123,07
04/2019 = R$ 700,00 e DSR de R$ 140,00

> R$ 2.540,00 + R$ 479,74 = R$ 3.019,74


> R$ 3.019,74 : 4 = R$ 754,93 (média comissional)
> R$ 754,93 x 50% = R$ 377,46
> Salário Fixo = R$ 1.090,00 x 50% = R$ 545,00

> Valor 1º Parcela 13º Salário = R$ 545,00 + R$ 377,46 = R$ 922,46 (Valor da 1ª Parcela)

107
Variável / Regra da Integralidade
- Cálculo da 2ª Parcela // Comissionista 08/2019 = R$ 715,00 e DSR de R$ 105,92
Comissão e DSR até o mês anterior ao pagamento 09/2019 = R$ 800,00 e DSR de R$ 199,99
somam-se e faz-se média aritmética /11 = valor da 10/2019 = R$ 740,00 e DSR de R$ 142,30
média 11/2019 = R$ 640,00 e DSR de R$ 160,00
Valor da média x INSS = Valor descontado do Total Geral: R$ 7.415,00 + R$ 1.474,51 = R$ 8.889,51
empregado
Valor da Média - Valor da 1ª Parcela - Valor do INSS =
R$ 8.889,51 : 11 = R$ 808,13 (média da 2ª parcela)
Valor da 2ª Parcela
R$ 808,13 + R$ 1.090,00 = R$ 1.898,13 (valor da 2ª
01/2019 = R$ 650,00 e DSR de R$ 125,00
Parcela)
02/2019 = R$ 550,00 e DSR de R$ 91,67
R$ 1.898,13 x 9% (INSS) = R$ 170,83
03/2019 = R$ 640,00 e DSR de R$ 123,07
R$ 1.898,13 - R$ 922,46 (1ª parcela) - R$ 170,83
04/2019 = R$ 700,00 e DSR de R$ 140,00 (INSS) = R$ 804,84
05/2019 = R$ 820,00 e DSR de R$ 157,69
06/2019 = R$ 560,00 e DSR de R$ 139,99 > Valor 2º Parcela 13º Salário: R$ 804,84
07/2019 = R$ 600,00 e DSR de R$ 88,88

108
Variável / Regra da Integralidade
>> Ajuste
Total Geral: R$ 8.235,00 + R$ 1.671,31 = R$ 9.906,31
01/2019 = R$ 650,00 e DSR de R$ 125,00
02/2019 = R$ 550,00 e DSR de R$ 91,67
R$ 9.906,31 : 12 = R$ 825,52 (média do ajuste)
03/2019 = R$ 640,00 e DSR de R$ 123,07
04/2019 = R$ 700,00 e DSR de R$ 140,00
R$ 825,52 + R$ 1.090,00 = R$ 1.915,52
05/2019 = R$ 820,00 e DSR de R$ 157,69
R$ 1.915,52 - R$ 1.898,13 = R$ 17,39
06/2019 = R$ 560,00 e DSR de R$ 139,99
07/2019 = R$ 600,00 e DSR de R$ 88,88
Ajuste positivo no valor de R$ 17,39
08/2019 = R$ 715,00 e DSR de R$ 105,92
09/2019 = R$ 800,00 e DSR de R$ 199,99
No ajuste o valor do INSS deverá ser recolhido junto
10/2019 = R$ 740,00 e DSR de R$ 142,30 com a competência Dezembro, conforme determina
11/2019 = R$ 640,00 e DSR de R$ 160,00 o § 25 do art. 216 do Decreto 3.048/99.
12/2019 = R$ 820,00 e DSR de R$ 196,80

109
Variável / Regra da Proporcionalidade
Comissionista / Regra da Proporcionalidade
>> Para quem ingressar após 17/01

1ª Parcela
Valor da Comissão até o mês anterior ao pagamento = Valor da média
Nº de meses até o mês anterior ao pagamento
Valor da média : 12 x Avos devidos até o mês do pagamento = Valor Base
Valor Base : 2 = 1ª Parcela do Salário Variável

Admissão: 31/08/2019. Comissionista Puro. Pagamento da 1ª parcela em novembro.


09/2019 = R$ R$ 1.050,00 e DSR de R$ 262,25
10/2019 = R$ 1.120,00 e DSR de R$ 215,38
Total: R$ 2.647,63 : 2 (para achar a média) = R$ 1.323,81
R$ 1.323,81 : 12 x 3 (avos de direito até novembro) = R$ 330,95 (desse valor adianta 50% ao empregado.
>> R$ 330,95 : 2 = R$ 165,48 (valor da 1ª parcela)

110
Variável / Regra da Proporcionalidade

Comissionista / Regra da Proporcionalidade


>> Para quem ingressar após 17/01

2ª Parcela
Com relação a 2ª parcela, soma-se as variáveis (comissão, por exemplo) da admissão até novembro.
Em seguida divide-se pelo número de meses da média. Encontrada a média, essa será dividida por 12 (para
encontrar o valor referente a fração de 1/12 avos) e o resultado será multiplicado pelos avos que o empregado
tem direito de 13º salário.

Exemplo:
Admissão: 31/08/2019. Comissionista Puro. Pagamento da 1ª parcela foi em novembro. Agora a empresa vai
pagar a 2ª Parcela.

111
Variável / Regra da Proporcionalidade

09/2019 = R$ 1.050,00 e DSR de R$ 262,25


10/2019 = R$ 1.120,00 e DSR de R$ 215,38
11/2019 = R$ 1.000,00 e DSR de R$ 250,00
Total Geral (Comissão e DSR) R$ 3.170,00 + R$ 727,63 = R$ 3.897,63

R$ 3.897,63: 3 (meses do período da média) = R$ 1.299,21


R$ 1.299,21 : 12 x 4 (avos de setembro, outubro, novembro e dezembro) = R$ 433,07
R$ 433,07 x 8% (INSS) = R$ 34,67

>> R$ 433,07 - R$ 165,48 (1ª Parcela) - R$ 34,67 (INSS) = R$ 232,92 (Valor da 2ª Parcela)

112
Variável / Regra da Proporcionalidade
> Ajuste do Comissionista na Proporcionalidade
Ao final, quando conhecida as variáveis de dezembro, a empresa deverá promover o ajuste (como explicado acima). Soma-se
as variáveis da admissão até dezembro e divide-se pelo número de meses da apuração.
Encontrada a média, divide-se por 12 e multiplica pelos avos que o empregado tem direito de 13º salário. Do resultado,
desconta-se o valor do adiantamento e da segunda parcela pagando a diferença, se houver.
Admissão: 31/08/2019 Comissionista Puro. Pagamento da 1ª parcela em novembro.
09/2019 = R$ 1.050,00 e DSR de R$ 262,25
10/2019 = R$ 1.120,00 e DSR de R$ 215,38
11/2019 = R$ 1.000,00 e DSR de R$ 250,00
12/2019 = R$ 1.325,00 e DSR de R$ 318,00
TOTAL GERAL: R$ 4.495,00 + R$ 1.045,63 = R$ 5.540,63 : 4 = R$ 1.385,16
R$ 1.385,16 : 12 x 4 = R$ 461,72
R$ 461,72 - R$ 433,07 (valor pago na segunda parcela) = R$ 28,65
No ajuste o valor do INSS deverá ser recolhido junto com a competência Dezembro, conforme determina o § 25 do art. 216
do Decreto 3.048/99.

113
13º Salário versus MP 1.045/2021 (BEM 2021)
A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho publicou a Nota Técnica SEI nº 51.520/2020, que analisa os
efeitos dos acordos de suspensão do contrato de trabalho e de redução proporcional de jornada e de salário,
de que trata a Lei nº 14.020/2020, sobre o cálculo do 13º salário e das férias dos trabalhadores.

A Econet promoveu uma Live (25.11.2020) sobre o tema com o Auditor Fiscal do Trabalho e Coordenador
Geral do Governo Digital Trabalhista João Paulo Machado sobre os impactos dos acordos de redução de
jornada e salário e de suspensão temporária dos contratos no 13º salário e nas férias.

https://www.youtube.com/watch?v=RBqHUk2zIzE

114
13º Salário (Redução de Salário e Jornada - 25%; 50% OU 70%)

Segundo as diretrizes contida na Nota Técnica SEI nº 51.520/2020 (já oficializada pelo Ministério da Economia através de
notícia no Portal do eSocial) para fins de cálculo do 13º salário e da remuneração das férias e terço constitucional dos
empregados beneficiados pelo BEm, não deverá ser considerada a redução de salário de que trata a Lei nº 14.020/2020.

Ou seja, para os empregados que estão com acordo de redução de jornada e de salário o 13º salário deverá ser pago
considerando o salário integral, ainda que o trabalhador esteja com o salário reduzido no mês do pagamento da
gratificação natalina.

Sendo assim, para a Secretaria do Trabalho, ainda que o empregado esteja com o salário reduzido no mês de Dezembro, o
cálculo do 13º salário deverá tomar como base o salário integral.

115
13º Salário - Suspensão Temporária do Contrato

De acordo com as regras contidas na Nota Técnica SEI nº 51.520/2020 os períodos de suspensão temporária do
contrato de trabalho, pactuados nos termos da Lei nº 14.020/2020, não deverão ser computados como tempo de
serviço para cálculo de 13º salário salvo, quando houver a prestação de serviço em período igual ou superior a 15 dias.

A Secretaria do Trabalho se valeu da interpretação contida na legislação que regulamenta o 13º salário (Lei nº
4.090/62) que determina que o empregado fará jus ao avo de 13º salário quando trabalhar por fração igual ou superior
a 15 dias dentro de cada mês.

A partir desta premissa, entende-se que caso o empregado permaneça com o contrato suspenso por mais de 15 dias
dentro de cada mês, perderá o direito ao avo do respectivo mês do 13º salário.

116
13º Salário - Suspensão Temporária do Contrato
> Exemplo
Admissão: 01/03/2019
Suspensão contratual em 16/04/2020 a 11/12/2020 = 240 dias
Para o ano de 2020 esse empregado terá direito a 5/12 avos, considerando os seguintes meses:
- janeiro/2020;
- fevereiro/2020;
- março/2020;
- abril/2020 (porque teve pelo menos 15 dias);
- dezembro/2020 (porque teve pelo menos 15 dias);

ATENÇÃO!! Vale esclarecer que o Governo não vai pagar algo a mais para os empregados que tiveram a suspensão
contratual, como, por exemplo, um 13º salário do Benefício Emergencial (BEM).

Por fim, não fica afastada a hipótese de o empregado futuramente discutir essa condição via judicial (através de
reclamatória trabalhista), de maneira que caberá ao juiz decidir se aplica ou não o disposto na Lei nº 4.090/92 nos
contratos suspensos pelo período da pandemia.

117
6. Férias
>> DIREITO
- CLT, art. 129 e seguintes;
- 1/12 para cada 15 dias ou mais, observando o período aquisitivo;
- Período Aquisitivo: 12 meses;
- Período Concessivo: 12 meses após o encerramento do período aquisitivo;
- Aviso de férias de no mínimo 30 dias (CLT, art. 135)
- Início das Férias: 2 dias antes do feriado ou DSR (CLT, art. 134, § 3º);
- Não existe mais a vedação do fracionamento para empregados menores de 18 anos e maiores de 50 anos;
- O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão;
- Os adicionais de HE, noturno, insalubre ou perigoso serão computados no cálculo das férias;
- Quando o salário for pago por percentagem, comissão, apurar-se-á a média nos 12 meses que precederem à concessão
das férias.
>> Exemplo: Admissão em 05/02/2017
- Período Aquisitivo: 05/02/2017 a 04/02/2018
- Período Concessivo: 05/02/2018 a 04/02/2019 (as férias devem terminar no máximo nesta data sob pena do pagamento
em dobro)

118
Férias

CLT - Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:

(...)

IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais
de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
(...)
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer
das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.
(....)

119
Tabela de Faltas/Férias Proporcionais
Férias proporcionais até 5 faltas de 6 a 14 faltas de 15 a 23 faltas de 24 a 32 faltas
1/12 2,5 dias 2 dias 1,5 dias 1 dia
2/12 5 dias 4 dias 3 dias 2 dias
3/12 7,5 dias 6 dias 4,5 dias 3 dias
4/12 10 dias 8 dias 6 dias 4 dias
5/12 12,5 dias 10 dias 7,5 dias 5 dias
6/12 15 dias 12 dias 9 dias 6 dias
7/12 17,5 dias 14 dias 10,5 dias 7 dias
8/12 20 dias 16 dias 12 dias 8 dias
9/12 22,5 dias 18 dias 13,5 dias 9 dias
10/12 25 dias 20 dias 15 dias 10 dias
11/12 27,5 dias 22 dias 16,5 dias 11 dias
12/12 30 dias 24 dias 18 dias 12 dias

Nota: Acima de 32 faltas injustificadas no período aquisitivo, o empregado perde ás férias correspondente

120
Férias
> Abono Pecuniário // CLT, art. 143
- O empregado tem direito a converter 1/3 (um terço) de suas férias em abono pecuniário. Assim, o empregado que tiver
direito a 30 dias de férias poderá optar em gozar somente 20 dias de férias e receber 10 dias restante em pecúnia. Esses 10
dias, por serem férias vendidas devem vir acompanhados do 1/3 constitucional;
- O prazo de solicitação para que o empregado tenha seu direito assegurado será de 15 dias antes do término do período
aquisitivo;
- O prazo para pagamento do abono pecuniário de férias, por tratar-se de parcela acessória às férias, será até 2 dias antes
do início do gozo das férias;
- O abono pecuniário não sofre tributação de INSS e FGTS;
- Discussão doutrinária: demitir empregado ou aceitar pedido de demissão durante o período do abono;

A fórmula a ser aplicada é simples:


Salário : dias dos mês = Z
“Z” x Dias do abono = Valor do abono pecuniário
Valor do Abono Pecuniário : 3 = Valor do terço sobre abono pecuniário

121
Exemplo: Empregado com 30 dias de férias. O empregado ingressou na empresa em 01.04.2020. O período aquisitivo
terminou no dia 31.03.2021, e o empregado solicita abono pecuniário em 10.03.2021. As férias serão gozadas em 01 de
Junho/2021. O empregado recebe R$ 1.990,00 e adicional de insalubridade de 40% sobre o salário mínimo.
> Valor das Férias Gozadas (20 dias)
R$ 1.100,00 x 40% = R$ 440,00 (valor da insalubridade)
R$ 1.990,00 + R$ 440,00 = R$ 2.430,00 (remuneração das férias)
R$ 2.430,00 : 30 x 20 = R$ 1.620,00
R$ 1.620,00 : 3 = R$ 540,00
- total do gozo de 20 dias: R$ 2.160,00

> Valor do Abono Pecuniário de 10 dias (sem incidência de INSS e FGTS)


R$ 1.990,00 + R$ 440,00 = R$ 2.430,00
R$ 2.430,00 : 30 x 10 = R$ 810,00
R$ 810,00: 3 = R$ 270,00
- total do abono pecuniário de 10 dias: R$ 1.080,00

< TOTAL DAS FÉRIAS COM ABONO: R$ 3.240,00 >

122
Férias
> Férias em Dobro
O artigo 134 e 137 da CLT, bem como a Súmula 81 do TST, são claros em disciplinar que se o empregador, conceder às férias
fora do período concessivo, as mesmas deverão ser pagas de forma dobrada.

Admissão: 02/10/2016
- Período Aquisitivo: 02/10/2016 a 01/10/2017
- Período Concessivo: 02/10/2017 a 01/10/2018 (*Aqui era a data limite de gozo*)
- gozo das férias: 01/04/2019 a 30/04/2019
Neste caso, o empregado fará jus a 60 dias de remuneração e 30 dias de descanso.
Sobre o valor da dobra não há incidência de INSS e FGTS;
O empregado recebe R$ 1.950,00 de remuneração no mês de 04/2019. Assim:
> Valor das Férias – R$ 1.950,00
> 1/3 sobre Férias – R$ 650,00
> Dobra das Férias – R$ 1.950,00
> 1/3 sobre Férias em Dobro – R$ 650,00
> Total Recebido: R$ 5.200,00

123
Férias
> Fracionamento de Férias
As férias poderão ser fracionadas em até 03 períodos, desde que haja a concordância do empregado devidamente
formalizada, na forma do artigo 134, § 1º da CLT.

Um dos períodos do fracionamento não pode ser menor que 14 dias e os demais nunca podem ser inferiores a 5 dias.

Nada impede que o empregador em comum acordo com o empregado fracione as férias em dois períodos, observadas as
limitações legais.

Empregado irá retirar 15 dias no primeiro período e no segundo optou pelo abono pecuniário

1° período: 15 dias corridos;


2° período: 15 dias, podendo ser convertido 1/3 em abono pecuniário. Assim, poderá converter 5 dias em abono, e os outros
10 deverão ser gozados, obrigatoriamente.

!!! Abono Pecuniário: 1/3 do saldo ou do direito !! POLÊMICA !!!!

124
Férias
> Remuneração das Férias // CLT, art. 142

- Salário fixo: último salário (cuidado com situações aonde o salário é reduzido !!! );
- Insalubridade ou Periculosidade: Salário + Adicional
- Horista: Média das horas do Período Aquisitivo : 12 x Valor da Hora atual (Súmula TST 347)
- Comissionista: Média das Comissões e DSR dos 12 meses anteriores ao gozo : 12
- Hora Extra/ Noturno: Horas realizadas no período aquisitivo : 12 x Valor da Hora Extra Atual ou o Valor do Noturno

> Como considerar os meses para divisão / Polêmica (30 ou 31)


Análise do art. 64 da CLT

“Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal
correspondente à duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa duração.
Parágrafo único. Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias
de trabalho por mês.”

125
Férias (Mês com 28, 29, 30 ou 31 dias)
À primeira leitura poderia o leitor interpretar que o legislador trabalhista teve a intenção de considerar a duração do mês
sempre com 30 dias. Mas não é o que tem prevalecido.
Assim, se contratado para perceber salário de R$ 1.000,00 mensais, seja o trabalho realizado em fevereiro (28 dias), março
(31 dias) ou abril (30 dias) este trabalhador, se não faltar ao serviço, sempre receberá ao final do período a quantia fixa de
R$ 1.000,00.
Não obstante, todos os dias trabalhados deverão ser remunerados, inclusive o dia 31. Se assim não fosse, todos os
empregados poderiam faltar todos os dias 31 do ano em curso sem que pudesse o empregador penalizá-los com o
desconto de falta. Ora, se todos os dias devem então ser remunerados, o que teremos é uma variação diária do valor
salarial dependendo de quantos dias tem efetivamente o mês trabalhado.
Na lição da doutrinadora Cláudia Salles Vilela Vianna temos:
"(...) o empregado (mensalista) receberá uma quantia determinada em contraprestação a um mês de serviços prestados,
independentemente do número de dias (28, 29, 30 ou 31 dias) constantes no mês em questão. Nesta modalidade de
contratação, no valor remunerado já está incluído o repouso semanal remunerado, não necessitando que seja este
discriminado à parte no recibo de salário. Para que seja apurado o valor diário de seu salário, o empregador deverá dividir
o salário contratual pelo número de dias constantes no mês em questão (28, 29, 30 ou 31 dias). Assim, em um mês de 28
dias, por exemplo, o salário diário do empregado mensalista terá maior valor que em um mês de 30 ou 31 dias." (Manual
Prático das Relações Trabalhistas - 5ª edição, 2002, Ed. LTr)

126
Férias (Mensalista)
> Calculo de Férias – Salário Fixo (mensalista) > Cálculo de Férias com Insalubridade

- Salário R$ 1.100,00 Salário: R$ 1.100,00


- O empregado usufruiu férias no mês de Março que tem 31 Insalubridade: 20% sobre SM* = R$ 209,00
dias. Fruição das Férias no dia 01/04/2019 a 30/04/2019
- Gozo das férias em 01/03 a 30/03 R$ 1.100,00 + R$ 209,00 = R$ 1.309,00
R$ 1.309,00 : 3 = R$ 436,33
R$ 1.100,00 : 31 x 30 = R$ 1.064,51 Total Recebido de Férias: R$ 1.745,33 (R$ 1.309,00 + R$ 436,33)
Cálculo do Terço: R$ 1.064,51 : 3 = R$ 354,83
Total Pago a Título de Férias: R$ 1.419,34 *O SM é de R$ 1.045,00
** O critério será o mesmo para o adicional de periculosidade
1 dia de saldo de salário no recibo de pagamento (R$ 35,48)

127
Férias
> Comissionista

No caso de comissões e outras remunerações variáveis, para efeito de integração na remuneração para cálculo
de férias, deve ser apurado a média de seus valores.

A média não será feita pelo período aquisitivo mas sim pela soma dos 12 meses anteriores ao gozo das férias.

Basta somar as comissões ou remunerações variáveis percebidas nos últimos doze meses e dividir por 12, que
estará apurada a média a ser integrada na remuneração para efeito de férias.

> CLT, art. 142, § 3º

§ 3° Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem, apurar-se-á a média percebida pelo
empregado nos 12 (doze), meses que precederem à concessão das férias.

128
Exemplo hipotético: Mês Comissões DSR
Período Aquisitivo: 01.07.2017 até 30.06.2018 Abril/2018 R$ 450,00 24/6 – 112,50
Período Concessivo: 01.07.2018 até 30.06.2019 Maio/2018 R$ 625,00 25/6 – 150,00
Período do Gozo de férias: 01.04.2019 a 30.04.2019 Jun/2018 R$ 570,00 26/4 – 87,69
Salário fixo: R$ 1.000,00. Jul/2018 R$ 750,00 26/5 – 144,23
Ago/2018 R$ 694,00 27/4 – 102,81
R$ 7.734,00 + R$ 1.625,21 = R$ 9.359,21 (comissão e DSR) Set/2018 R$ 615,00 23/7 – 187,17
R$ 9.359,21 : 12 = R$ 779,93 (média comissional) Outu/2018 R$ 725,00 26/5 – 139,42
Nov/2018 R$ 700,00 24/6 – 175,00
R$ 1.000,00 (Sal. Fixo) + R$ 779,93 = R$ 1.779,93 Dez/2018 R$ 845,00 25/6 – 202,80
R$ 1.779,93 : 3 = R$ 593,31 Jan/2019 R$ 560,00 26/5 – 107,69
Fev/2019 R$ 580,00 24/4 – 96,67
Março/2019 R$ 620,00 26/5- 119,23
Logo, a base de remuneração das férias (incluindo o terço
constitucional) será de R$ 2.373,24 Total R$ 7.734,00 R$ 1.625,21

129
Férias
> Base de Cálculo de INSS e FGTS
O valor relativo ao pagamento das férias gozadas é tributável, recebendo o empregado o valor de suas férias com o
desconto de INSS.
A contribuição previdenciária sobre as férias será calculada de acordo com o mês de gozo das férias, somado ao saldo de
salários do mesmo mês, independentemente de ser recebida de forma antecipada. É o que dispõe o § 14 do art. 214 do
Decreto nº 3.048/99.
Exemplo: Se um empregado recebe R$ 1.062,00 e usufruir suas férias a partir de 20/09/2019 a 19/10/2019, para efeitos de
tributação do INSS, observará:
- Setembro
R$ 1.062,00 : 30 x 19 dias trabalhados = R$ 672,60 (saldo de salários)
R$ 1.062,00 : 30 x 11 dias de férias = R$ 389,40 (férias em setembro)
R$ 389,40 : 3 (terço constitucional) = R$ 129,80
- Outubro
R$ 1.062,00 : 31 x 19 dias (férias) = R$ 650,90 (férias em outubro)
R$ 650,90 : 03 (terço constitucional) = R$ 216,96
R$ 1.062,00 : 31 x 12 (dias trabalhados) = R$ 411,09 (saldo de salários)

130
Férias (Redução de Salário e Jornada - 25%; 50% OU 70%)
Conforme diretrizes da Nota Técnica SEI nº 51.520/2020 e Nota Técnica SEI nº 53797/2020, a vigência de acordo
de redução proporcional de jornada e de salário não tem impacto sobre o pagamento da remuneração de férias
e adicional de férias.

>> TRECHO DA NOTA TÉCNICA SEI 53.797/2020:


4) Reflexo da Redução Proporcional de Jornada de Trabalho e de Salário no Direito a Férias.
Como bem assentado no PARECER SEI No 18358/2020/ME emitido pela Procuradoria-Geral Adjunta de
Consultoria de Previdência, Emprego e Trabalho e na Nota Técnica SEI nº 51520/2020/ME, entende-se que a
redução proporcional de jornada e de salário dos empregados beneficiados pelo BEm não interfere no valor
das férias, que deverá corresponder integralmente ao mês de gozo e deve ser paga em até 02 (dois) dias antes do
início do respectivo período de usufruto.

Implica dizer que, se o empregado estiver com acordo de redução de jornada e salário e a empresa necessitar
conceder férias, será necessário reduzir a vigência deste acordo para então conceder as férias com base na
remuneração integral (e não reduzida).

131
Férias (Suspensão Temporária do Contrato)
Outro ponto que a Nota Técnica abordou foi o impacto dos acordos de suspensão temporária do contrato nos períodos
aquisitivos de férias dos empregados.
Para a Secretaria do Trabalho os períodos de suspensão temporária do contrato de trabalho, avençados nos termos da Lei
nº 14.020/2020, não deverão ser computados como tempo de serviço para cálculo do período aquisitivo de férias.
É como se o período aquisitivo fosse prolongado pelo mesmo tempo da suspensão contratual.
Exemplo: Empregado com admissão em 01/02/2020.
> 01/02/2020 a 31/01/2021 (período aquisitivo primário)
> Suspensão contratual de 01/04/2020 a 26/11/2020 = 240 dias.

De acordo com o Auditor João Paulo Machado, a empresa deverá somar o período da suspensão contratual ao final do
período aquisitivo.
Contagem do Período Aquisitivo = 01/02/2020 a 28/09/2021 (ao final de 31.01.2021 foi somado os 240 dias da suspensão
contratual)
Essa situação promoverá alterações no novo período aquisitivo do empregado.

Novo Período Aquisitivo em: 29/09/2021 a 28/09/2022

132
7. Férias Coletivas
> Regras Gerais

- CLT, art. 139 e 140

- Anualmente em 2 períodos, sendo necessário observar o mínimo de 10 dias;


- a partir da Reforma Trabalhista não há mais vedação para fracionamento das férias para menores de 18 anos e maiores de 50
anos;

- A empresa deverá informar ao órgão local da Secretaria de Trabalho sobre as férias coletiva até 15 dias antes do início; (**)

- No mesmo prazo (15 dias) a empresa deve comunicar o Sindicato da categoria;

- As ME e as EPP estão dispensadas da comunicação das férias coletivas ao órgão local da Secretaria de Trabalho (artigo
51, inciso V da LC 123/2006)

- O pagamento é em até 2 dias antes do início do gozo (CLT, art. 145)

133
Férias Coletivas
(**) E pelo § 2º do artigo 139 da CLT, o empregador comunicará ao órgão local da Secretaria do Trabalho, com a
antecedência mínima de 15 (quinze), dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou
setores abrangidos pela medida.

Até então essa comunicação era realizada pelo empregador (ou representante) diretamente na Secretaria do Trabalho.
Alguém era deslocado para o órgão com os papéis de comunicação de coletivas e protocolava essa informação.

Hoje em dia essa comunicação poderá ser realizada via internet pela plataforma Gov.Br.
E no site Gov.Br (https://www.gov.br/pt-br/servicos/comunicar-ferias-coletivas) está disponibilizado para o empregador a
plataforma de comunicação das férias coletivas.

E depois do usuário promover a identificação, abrirá a interface para o preenchimento:

> informar os dados do solicitante do serviço (pode ser alguém do escritório de contabilidade);
> informar os dados do empregador (pessoa física ou jurídica);
> ao final poderá ser anexado o arquivo de comunicação com a relação dos empregador, por exemplo.

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137
138
7. Férias Coletivas

> Empregados com mais de 01 ano de contrato


Ocorrendo a concessão de férias coletivas para os empregados contratados há mais de um ano, será presumido o direito a
30 dias de férias para aqueles que não tiverem período aquisitivo completo.
Assim, os dias gozados como férias coletivas serão “adiantados” e descontados quando o período aquisitivo estiver
completo, sendo possível o restante dos dias serem gozados como férias coletivas ou individuais.
Para os empregados com mais de um ano de contrato não ocorrerá mudança no período aquisitivo.

> Empregados com menos de 01 ano de contrato


Para os empregados contratados há menos de 12 meses as férias coletivas são concedidas de acordo com os avos
adquiridos.
Desta forma, os empregados gozarão as férias coletivas conforme os avos proporcionais adquiridos e um novo período
aquisitivo será iniciado no primeiro dia das férias coletivas, conforme previsão do artigo 140 da CLT.

139
8. Aviso Prévio
> Estabilidades Provisórias (incompatível com o aviso prévio / art. 19 da IN SRT 15/2010 e Súmula TST 348)

Art. 19. É inválida a comunicação do aviso prévio na fluência de garantia de emprego e de férias.

SUMULA TST 348. AVISO PRÉVIO. CONCESSÃO NA FLUÊNCIA DA GARANTIA DE EMPREGO. INVALIDADE
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da
garantia de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos.

> Formas de Aviso: AVI, AVC e Cumprido Parcialmente

> Redução na Jornada: CLT, art. 488 (2 horas ou 7 dias corridos – escolha do empregado)

> Contagem do Aviso Prévio: Art. 20 da IN SRT 15/2010


Art. 20. O prazo de trinta dias correspondente ao aviso prévio conta-se a partir do dia seguinte ao da comunicação,
que deverá ser formalizada por escrito.

140
8. Aviso Prévio
> Reconsideração // Art. 489 da CLT

Art. 489. Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o respectivo prazo, mas, se a parte notificante
reconsiderar o ato, antes de seu termo, à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.

> Comprovação de novo emprego // Súmula TST 276

SÚMULA TST 276. AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O
direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de
pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido novo emprego

> Vedações:

Aviso Prévio cumprido em casa e retroativo

141
8. Aviso Prévio
> Casos especiais no curso do aviso prévio

- Gestante

Art. 391-A. A confirmação do estado de gravidez advindo no curso do contrato de trabalho, ainda que durante
o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado, garante à empregada gestante a estabilidade provisória
prevista na alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

A CLT proíbe o exame que comprove a gravidez. (CLT, art. 373-A, inciso IV)

Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher
ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado:
...
IV - exigir atestado ou exame, de qualquer natureza, para comprovação de esterilidade ou gravidez, na
admissão ou permanência no emprego;

142
Notícia TST – 16/06/2021
Empregada submetida a teste de gravidez na demissão não será indenizada
Por maioria, o colegiado entendeu que a conduta representou medida de proteção à trabalhadora.
Por maioria, a Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o recurso de uma ex-empregada que
pretendia o pagamento de indenização por danos morais porque a empresa havia exigido a realização de exame
de gravidez no ato demissional. Segundo a tese vencedora, a conduta não foi discriminatória nem violou a
intimidade da trabalhadora, uma vez que visou dar segurança jurídica ao término do contrato de trabalho.
>> Segurança jurídica
Prevaleceu, no julgamento do recurso de revista da empregada, o voto do ministro Agra Belmonte, que afastou a
caracterização de ato discriminatório ou violador da intimidade. “A conduta visa dar segurança jurídica ao
término do contrato de trabalho e acaba representando elemento a favor da trabalhadora”, afirmou. “Caso ela
esteja grávida – circunstância muitas vezes que ela própria desconhece – o empregador, ciente do direito à
estabilidade, poderá mantê-la no emprego sem que ela necessite recorrer ao Judiciário”.
Processo: RR-61-04.2017.5.11.0010
ATENÇÃO!!! ANÁLISE DE CASO !! SERÁ UMA DECISÃO JUSTA??
8. Aviso Prévio

- Atestado Médico Inferior a 15 Dias

Nos termos do artigo 75 do Decreto n° 3.048/99, caberá ao empregador pagar os 15 primeiros dias de atestado
médico do empregado que se encontra afastado de suas atividades por motivo de doença.

Dessa forma, se no decorrer do aviso prévio, o empregado apresentar um atestado de até 15 dias, caberá o
empregador arcar com o pagamento. Observa-se que esse atestado não suspende a contagem do aviso prévio.
Por fim, caso o término do aviso prévio ocorra durante o atestado de até 15 dias, a rescisão será feita
normalmente, encerrando o contrato de trabalho.
8. Aviso Prévio
- Afastamento por auxílio doença
No decorrer do aviso prévio trabalhado, o empregado pode apresentar atestado médico superior a 15 dias, gerando o
afastamento previdenciário.
Caso os 15 primeiros dias do atestado não sejam suficientes para alcançar o último dia do aviso prévio, o contrato de
trabalho do empregado ficará suspenso a partir do 16° dia do atestado médico, de acordo com o artigo 476 da CLT. Da
mesma forma, suspenderá a contagem do aviso prévio.
Assim, a rescisão contratual somente será realizada no último dia que completar o período do aviso prévio trabalhado,
sendo desconsiderados, nessa contagem, os dias de afastamento em virtude de auxílio doença comum.
Exemplo Didático:
Aviso Prévio de 01/11/2018 até 30/11/2018
Atestado médico de 40 dias de 05/11/2018 até 14/12/2018
Neste caso, o contrato de trabalho do empregado ficará suspenso a partir do dia 20/11/2018 (16° dia do atestado), assim
como a contagem do aviso prévio. Após o retorno do benefício, o empregado deverá cumprir os 11 dias restantes do seu
aviso prévio.

145
8. Aviso Prévio

> Auxílio Doença Acidentário


De acordo com o artigo 118 da Lei n° 8.213/91, o empregado, que sofrer acidente de trabalho e ficar afastado pela
Previdência Social recebendo auxílio doença decorrente deste acidente, terá 12 meses de estabilidade no emprego,
contados a partir da data do seu retorno ao trabalho, ou seja, após a cessação do benefício.
Portanto, caso o empregado sofra acidente de trabalho no decorrer do aviso prévio e apresente um atestado médico
inferior a 15 dias, poderá o empregador realizar a rescisão normalmente, uma vez que o empregado não fará jus a
estabilidade de emprego prevista no artigo 118 da Lei n° 8.213/91.
No entanto, caso o empregado acidentado apresente um atestado superior a 15 dias, deverá o empregador analisar a
quantidade de dias de aviso prévio que ainda restam a ser cumpridos pelo empregado
Se os 15 primeiros dias do atestado não sejam suficientes para alcançar o último dia do aviso prévio, o contrato de trabalho
do empregado ficará suspenso a partir do 16° dia do atestado médico, de acordo com o artigo 476 da CLT. O empregado
será encaminhado para a Previdência Social e fará jus a estabilidade de emprego prevista no artigo 118 da Lei n° 8.213/91.
Sendo assim, como o empregado estará em estabilidade de emprego, deverá o empregador cancelar o aviso prévio
concedido, pois não será possível realizar a dispensa sem justa causa de um empregado estável.

146
Aviso Prévio Proporcional / (Tabela)
Tempo de Serviço Aviso Prévio Proporcional
(anos completos) ao Tempo de Serviço (n° de
dias)
0 30
1 33
2 36
3 39
4 42
5 45
6 48
7 51
8 54
9 57
10 60
11 63
12 66
13 69
14 72
15 75
16 78
17 81
18 84
19 87
20 90

147
8. Aviso Prévio

> Cálculo do Aviso Prévio Cumprido (saldo de salários em Rescisão)


- Salário : nº de dias do mês (30/31/28) x saldo de dias no mês = saldo de salários

Exemplo: Empregado dispensado em 10/03/2019, cumprindo aviso prévio até 09/04/2019, com 10 meses de trabalho.
Salário de R$ 1.200,00.
R$ 1.200,00 : 30 x 9 = R$ 360,00 (esse será o saldo de salário do seu aviso prévio cumprido que vai pro Termo de Rescisão)

> Cálculo do Aviso Prévio Indenizado


O valor do aviso prévio sendo indenizado será pago conforme o último salário recebido pelo empregado, com a devida
integração do valor das horas extraordinárias, adicional noturno, comissões, gratificações legais, adicional de
periculosidade, insalubridade, etc. (Artigo 487, § 5º da CLT),

Em caso de comissão, por exemplo, deve ser apurado a média dos últimos 12 meses ou conforme regra da Convenção
Coletiva

148
8. Aviso Prévio

- Salário Fixo (considerando apenas 30 dias) - Cálculo para encontrar a proporcionalidade

Valor integral do salário fixo acrescido de verbas Salário Fixo


salariais Valor integral do salário fixo acrescido de verbas salariais
Exemplo: Empregado com salário de R$ 1.000,00 e média
Exemplo: empregado com salário de R$ 1.000,00 e de comissões de R$ 280,00.
média de comissões de R$ 280,00
> Empregado com direito a 36 dias de aviso prévio
1.000,00 + R$ 280,00 = R$ 1.280,00 valor do aviso indenizado
prévio indenizado de 30 dias - R$ 1.280,00 : 30 = R$ 42,66 (cada dia)
- R$ 42,66 x 30 = R$ 1.280,00 (aviso de 30 dias)
- R$ 42,66 x 6 = R$ 255,96 (indenização dos 6 dias da
projeção da Lei nº 12.506/2011)

149
8. Aviso Prévio

> Aviso Prévio Cumprido Parcialmente // Empregado

Caso o empregado cumpra apenas uma parte do aviso e se ausente do restante, o desconto do aviso
corresponderá aos dias que efetivamente não foram trabalhados.

Será importante a formalização por escrito por parte do empregado que o mesmo não tem a intenção de
cumprir o restante do período de trabalho.

> Aviso Prévio Cumprido Parcialmente // Empregador

Caso a empregador não tenha mais interesse que o empregado cumpra o aviso prévio então o período
restante deverá ser indenizado na rescisão contratual. (CLT, art. 487, 1º).

150
8. Aviso Prévio
 Redução no Aviso Prévio Trabalhado
CLT, art. 488
O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida
pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral.

É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 horas diárias, caso em que poderá faltar ao serviço,
sem prejuízo do salário integral, por 7 dias corridos.

 Substituição por Hora Extra – Vedação

SUMULA 230. AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO PELO PAGAMENTO DAS HORAS REDUZIDAS DA JORNADA DE
TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. É ilegal substituir o período que se reduz da
jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes.
> Cálculo do Aviso Prévio Indenizado com Horas HORAS EXTRAS DSR
Extras
MAI/20 = 8 HE 25/6 – 1,92
- Soma das Horas Extras dos 12 meses anteriores à JUN/20 = 5 HE 25/5 – 1,00
rescisão/12 = “média” JUL/20 = 10 HE 27/4 – 1,48
Se o empregado tiver um vínculo em período inferior,
AGO/20 = 6HE 26/5 – 1,15
a divisão tomará como base o numero de meses do
respectivo vínculo, conforme veremos no exemplo. SET/20 = 6HE 25/5 – 1,2
OUT/20 = 9 HE 26/5 – 1,73
- “Média” x Valor da HE do Mês da Rescisão NOV/20 = 4 HE 24/6 – 0,99
Valor do Aviso Prévio Indenizado = Valor do Salário DEZ/20 = 6 HE 26/5 – 1,15
Fixo + Valor da Média da Variável JAN/2021 = 3 HE 25/6 – 0,72
Exemplo: Admissão 01 /1 0 /2 0 1 8 . Di spensa FEV/2021 = 6 HE 24/4 – 1,00
03/05/2021.
Salário Fixo: R$ 1.200,00 MAR/2021 = 8 HE 27/4 – 1,03
Jornada Legal: 220 horas ABR/2021 = 4 HE 24/6 – 0,99
Adicional de 50% - R$ 1.200,00 : 220 + 50% = R$ 8,18 TOTAL = 77 HE 14,36 DSR

152
> 77 HE + 14,36 (DSR) = 91,36 horas

> 57,86 : 12 = 7,61 (Média de Hora Extra)

> 7,61 x R$ 8,18 = R$ 62,24

> R$ 1.200,00 + R$ 62,24 = R$ 1.262,25 (valor total do aviso prévio indenizado)

153
> Cálculo do Aviso Prévio Indenizado do Empregado Mês Comissão DSR
Comissionista Set/2020 R$ 750,00 25/5 R$ 150,00
A média normalmente se efetuará pelos 12 meses Out/2020 R$ 855,00 26/5 R$ 164,42
anteriores à rescisão contratual. Nov/2020 R$ 660,00 24/6 R$ 165,00
Deverá ser apurado também a média dos valores Dez/2020 R$ 870,00 26/5 R$ 167,30
variáveis do DSR. Em seguida, pegar os valores da Jan/2021 R$ 790,00 25/6 R$ 189,60
média das variáveis e somar ao salário fixo (se Fev/2021 R$ 610,00 24/4 R$ 101,66
houver) para apurar o valor final devido. Mar/2021 R$ 535,00 27/4 R$ 79,26
Abril/2021 R$ 600,00 24/6 R$ 150,00
Exemplo: Empregado admitido em 01/09/2020, Total R$ 5.670,00 R$ 1.167,14
comissionista misto. Recebe R$ 1.200,00 de salário
fixo e comissões. Foi dispensado no dia 02.05.2021,
de imediato. Os valores de comissões e respectivos e
R$ 5.670,00 + R$ 1.167,14 = R$ 6.837,14
DSR são:
R$ 6.837,14 : 8 = R$ 854,64 (média)
R$ 854,64 + R$ 1.200,00 (salário fixo) = R$ 2.054,64 (API)

154
9. Cálculo de Rescisão Contratual
> Regras Gerais
- O instrumento de rescisão (TRCT) qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do contrato, deve ter
especificada a natureza de cada parcela paga ao empregado e discriminado o seu valor.
- Os modelos de TRCT foram aprovados pela Portaria MTE nº 1.621/2010.
- A Reforma Trabalhista dispensou a passagem da rescisão pela homologação sindical a partir de 11.11.2017,
mediante revogação do § 1° do artigo 477 da CLT.
- O prazo para pagamento da rescisão passou para 10 dias a contar do término do contrato de trabalho,
independentemente do tipo de rescisão. (§ 6º do art. 477 da CLT)
- O pagamento que fizer jus o empregado será efetuado em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado,
conforme acordem as partes ou em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto. (§ 4°
do artigo 477 da CLT)
- A NR 07 da Secretaria do Trabalho determina que o exame médico demissional deve ser realizado em até 10
dias contados a partir do término do contrato. Fica dispensado do ASO demissional se existir outro exame
ocupacional realizado em até 135 dias (empresa grau de risco 1 e 2) e 90 dias (empresa com grau de risco 3 e 4).

155
Contrato de Experiência

Poderá ocorrer as seguintes situações dentro do contrato de experiência:

> Término de Contrato

> Rescisão Antecipada Pelo Empregador

> Rescisão Antecipada Pelo Empregado

156
Término de Contrato de Experiência
Atingido o prazo fixado no contrato por prazo determinado Direitos Base legal
pode ser extinto por qualquer uma das partes, mediante Saldo de salários CLT, art. 457
mera comunicação no dia do término final do contrato. Férias proporcionais CLT, art. 146; Súmula TST
O prazo para pagamento das verbas rescisórias será de até 171
10 dias contados do término do contrato. 1/3 sobre as férias CF, art. 7º e Súmula TST
328
ATENÇÃO: Empregado que labora com compensação do 13º salário (gratificação Lei n.º 4.090/62; Decreto
sábado e o término do contrato ocorre na sexta-feira. Não natalina) n.º 57.155/65
deverá deixar o empregado trabalhar os minutos da Salário família (se houver) Lei n.º 8.213/91, art. 65
compensação sob pena do contrato virar indeterminado. FGTS 8% (*) Lei n.º 8.036/90, art. 15
(*) Neste tipo de desligamento, o empregador deverá
Código de Saque “04” // Código de Movimentação na promover a emissão da GRRF para que o empregado
SEFIP “I3” // Código no TRCT “PD0”, conforme Manual de possa movimentar os valores do FGTS depositado no
Orientação de Recolhimento Mensal do FGTS, versão 13. código 04 (término de contrato a termo), conforme
prescreve o Manual da GRRF, versão 3.3.3.1.

157
Rescisão Antecipada Pelo Empregador
O empregador poderá, se quiser, efetuar a rescisão Direitos Base legal
antecipada ou seja antes da data aprazada do contrato a
termo, inclusive contrato de experiência. Metade dos dias que CLT, art. 479
faltam para o término do
Atenção!! A indenização do art. 479 da CLT não se projeta contrato
como o aviso prévio indenizado Saldo de salários CLT, art. 457;
Caso o empregador queira rescindir antecipadamente o Férias proporcionais CLT, art. 146
contrato de experiência deverá realizar o pagamento de
indenização correspondente à metade da remuneração a 1/3 sobre as férias CF, art. 7º e Súmula TST
que o empregado teria direito até o término do contrato. 328
13º salário (gratificação Lei n.º 4.090/1962;
O prazo de pagamento da rescisão será de até 10 dias natalina) Decreto n.º 57.155/1965
contados da comunicação. (CLT, art. 477) Salário família (se houver) Lei n.º 8.213/1991, art. 65

Código de Saque “01” // Código de Movimentação na SEFIP FGTS 8% Lei n.º 8.036/1990, art. 15
“I1” // Código no TRCT “RA2”, conforme Manual de
FGTS – Multa de 40% Lei n.º 8.036/1990, art. 18
Orientação de Recolhimento Mensal do FGTS, versão 13.

158
Rescisão Antecipada Pelo Empregador

> Exemplo de Indenização do Art. 479 da CLT:

Empregado admitido em 01.09.2018, por Contrato de Experiência de 60 dias, foi dispensado sem justa causa
no dia 10.10.2018, após ter trabalhado 40 dias. Salário Fixo de R$ 1.000,00.

- 60 dias - 40 dias trabalhados: faltam 20 dias para o término do contrato


- R$ 1.000,00 : 30 = R$ 33,33
- R$ 33,33 x 10 (metade dos dias faltantes) = R$ 333,33

Indenização a ser paga ao empregado: R$ 333,33. Esta indenização não sofre incidência de INSS nem de FGTS.

159
Rescisão Antecipada Pelo Empregador
O empregado foi admitido em 04.01.2021 por contrato de experiência de 90 dias. Foi dispensado com rescisão antecipada
pelo empregador em 12.03.2021. Recebe R$ 1.200,00 de salário-base e insalubridade de grau médio sobre o salário
mínimo. Tem 2 filhos menores de 14 anos e recebe salário família.
Proventos

> Saldo de Salários


R$ 1.200,00 : 31 x 12 = R$ 464,51

> Insalubridade
R$ 1.100,00 x 20% = R$ 220,00
R$ 220,00 : 31 x 12 = R$ 85,16

> 13º Salário (02/12 – que corresponde a Janeiro e Fevereiro – Março não tem 15 dias)
R$ 1.200,00 + R$ 220,00 (insalubridade) = R$ 1.420,00
R$ 1.420,00 : 12 x 02 = R$ 236,66

160
Rescisão Antecipada Pelo Empregador
> Férias Proporcionais (02/12)
R$ 1.200,00 + R$ 220,00 (insalubridade) = R$ 1.420,00
R$ 1.420,00 : 12 x 02 = R$ 236,66

> Terço Constitucional REMUNERAÇÃO SALÁRIO-FAMÍLIA


R$ 234,83 : 3 = R$ 78,88
R$ 1.503,25 R$ 51,27
> Salário-Família
R$ 51,27 x 2 (filhos) = R$ 102,54
R$ 102,54 : 30 (*) x 12 = R$ 41,02
Importante relembrar que o salário família é pago proporcionalmente nos meses de admissão e demissão, conforme
determina o art. 4º da Portaria SPREV/ME N° 477/2021.

(*) Neste exemplo optamos pela divisão por 30 (mesmo sendo um mês com 31 dias) tendo em vista que alguns fiscais do
INSS entendem que a divisão segue a padronização tritícea.

161
Rescisão Antecipada Pelo Empregador

> Indenização do Artigo 479 da CLT


Contrato 90 dias – 68 dias cumpridos = 22 : 2 = 11 dias
R$ 1.409,00: 31 x 11 = R$ 499,97

Descontos
> Previdência Social sobre Verbas Salariais (saldo de salários + insalubridade)
R$ 464,51 + R$ 85,16 = R$ 549,67
R$ 549,67 x 7,5 % = R$ 41,22

> Previdência Social sobre 13º Salário


R$ 236,66 x 7,5 % = R$ 17,74

162
Rescisão Antecipada Pelo Empregado
Assim como o empregador tem o direito de rescindir o
contrato antes do prazo, o empregado também o tem, Direitos Base legal
ficando neste caso, a dispensa praticamente como um
pedido de demissão. Saldo de salários CLT, art. 457; 462
(*) Desconto da metade dos dias faltantes para o término Férias proporcionais CLT, art. 146; Súmula TST
do contrato. ATENÇÃO!!!!
171
1/3 sobre as férias CF, art. 7º e Súmula TST
O empregado não saca o FGTS, recolhimento do fundo de 328
garantia no mês se faz através da própria GRF/GFIP. 13º salário (gratificação Lei n.º 4.090/62; Decreto
natalina) n.º 57.155/65
O prazo para pagamento da rescisão será de 10 dias
contados do último dia trabalhado. S a l á r i o f a m í l i a ( s e Lei n.º 8.213/91, art. 65
houver)
Não tem Saque FGTS // Código de Movimentação na SEFIP FGTS 8% Lei n.º 8.036/90, art. 15
“J” // Código no TRCT “RA1”

163
Rescisão Antecipada Pelo Empregado

ATENÇÃO!! Desconto de 50% dos dias que faltam para o término do contrato.!!!

Art. 480. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa, sob
pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem.

Vejamos algumas ementas jurisprudenciais:

CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. ROMPIMENTO ANTECIPADO. ARTIGO 480 e parágrafo 1º da CLT. Inexistindo


comprovação de prejuízo ao empregador, indevida a cobrança de indenização do ex-empregado, razão pela
qual, não tipificada a hipótese prevista pelo art. 480 e parágrafo 1º, da CLT, é de ser mantida a sentença que
indeferiu a compensação da indenização postulada pela Ré com o crédito devido ao obreiro. Recurso Ordinário
a que se nega provimento. [SÃO PAULO. TRT 2ª Região. 5ª Turma. Acórdão n.º 20080404566]

164
Rescisão Antecipada Pelo Empregado
"CONTRATO A PRAZO. RESCISÃO ANTECIPADA. CONSEQUÊNCIAS. Os artigos 479 e 480 da CLT dão tratamento diferenciado
a empregado e empregador quanto ao rompimento antecipado do contrato a prazo. Quando a iniciativa é do empregador,
a indenização é fixada. Quando é do empregado, apenas o limite é estabelecido, o que impõe a necessidade de
quantificar os prejuízos, cabendo ao empregador provar a perda sofrida com a ruptura contratual antecipada pelo
obreiro. Recurso conhecido e parcialmente provido. (TRT 10ª Região. 2ª Turma, Relatora: Desembargadora Elke Doris Just)

Contrato de experiência. Rescisão antecipada sem justa causa por iniciativa do empregado. Prejuízos não comprovados
p e l o e m p r e g a d o r ( C LT, a r t . 4 8 0 ) . I n d e n i za ç ã o i n d e v i d a . AC Ó R D Ã O N º : 2 0 1 1 0 8 2 5 7 4 2 . P RO C E S S O N º :
01302006320105020067 ANO: 2011 TURMA: 6ª DATA DE PUBLICAÇÃO: 05/07/2011 RELATOR(A): RAFAEL E. PUGLIESE
RIBEIRO RESCISÃO ANTECIPADA DE CONTRATO DE EXPERIÊNCIA PELA EMPREGADA. DEVER DE INDENIZAR. NECESSIDADE DE
PROVA DOS PREJUÍZOS SOFRIDOS. A indenização prevista no art. 480 da CLT não decorre unicamente da rescisão
contratual por iniciativa do empregado, havendo necessidade de prova do prejuízo sofrido pelo empregador, por
expressa disposição do aludido artigo da lei. Ausente prova de efetivo prejuízo ao empregador, não subsiste o dever de
reparação. (TRT-4. Relator: TÂNIA REGINA SILVA RECKZIEGEL. Vara do Trabalho de Vacaria)"

165
Dispensa Sem Justa Causa
Declaração unilateral da vontade do empregador. Direitos Base legal
Saldo de salários CLT, art. 457; 462
A falta do aviso prévio por parte do empregador dá
Aviso prévio indenizado CLT, art. 487
ao empregado o direito aos salários correspondentes
ao prazo do aviso, garantida sempre a integração
Férias vencidas e/ou CLT, art. 146
desse período no seu tempo de serviço. (§ 1º do
proporcionais
artigo 487 da CLT )
1/3 sobre as férias CF, art. 7º e Súmula TST
328
O prazo de pagamento será de 10 dias, 13º salário (gratificação Lei n.º 4.090/62; Decreto
independentemente do aviso prévio ser cumprido ou natalina) n.º 57.155/1965
indenizado. Salário família (se Lei n.º 8.213/91, art. 65
houver)
Código de Saque “01” // Código de Movimentação na FGTS 8% Lei n.º 8.036/90, art. 15
SEFIP “I1” // Código no TRCT “SJ2 ” conforme Manual FGTS – Multa de 40% Lei n.º 8.036/90, art. 18
de Recolhimento Mensal do FGTS, versão 13.

166
Dispensa Sem Justa Causa
O empregado ingressou na empresa em 15/02/2018. Foi dispensado sem justa causa em 20/09/2019, com aviso prévio
indenizado. Recebe R$ 1.200,00 mensais e periculosidade. O empregado não tem filhos menores. O empregado labora na
jornada legal.
 Proventos

> Aviso Prévio Indenizado


R$ 1.200,00 x 30% = R$ 360,00
R$ 1.200,00 + R$ 360,00 = R$ 1.560,00
Valor do Aviso Prévio Indenizado: R$ 1.560,00

> Proporcionalidade do Aviso Prévio da Lei 12.506/2011


R$ 1.560,00 : 30 x 3 = R$ 156,00 (3 dias)
Valor da Proporcionalidade (mais de um ano – 3 dias a mais) = R$ 156,00

> Saldo de Salários


R$ 1.200,00 : 30 x 20 = R$ 800,00

167
Dispensa Sem Justa Causa
O empregado ingressou na empresa em 15/02/2018. Foi dispensado sem justa causa em 20/09/2019, com aviso prévio
indenizado. Recebe R$ 1.200,00 mensais e periculosidade. O empregado não tem filhos menores. O empregado labora na
jornada legal.

> Adicional de Periculosidade


R$ 360,00 : 30 x 20 = R$ 240,00

> 13º Salário de 2019 (Janeiro a 20/09/2019 – último dia trabalhado antes do início do API)
R$ 1.200,00 + R$ 360,00 = R$ 1.560,00
R$ 1.560,00 : 12 x 9 = R$ 1.170,00

> 13º Salário Proporcional do Aviso Indenizado (a projeção do API de 33 dias terminará em 23/10/2019, gerando 1 avo a
mais 21/09/2019 a 23/10/2019 = 33 dias)
R$ 1.200,00 + R$ 360,00 = R$ 1.560,00
R$ 1.560,00 : 12 = R$ 130,00

168
Dispensa Sem Justa Causa
> Férias Vencidas (15/02/2018 a 14/02/2019)
R$ 1.200,00 + R$ 360,00 = R$ 1.560,00
> Férias Proporcionais
15/02 a 14/03 = 1
15/03 a 14/04 = 2
15/04 a 14/05 = 3
15/05 a 14/06 = 4
15/06 a 14/07 = 5
15/07 a 14/08 = 6
15/08 a 14/09 = 7
15/09 a 20/09 = 0
21/09 a 20/10 = 1 (referente ao aviso prévio indenizado)
21/10 a 23/10 = 0
R$ 1.200,00 + R$ 360,00 = R$ 1.560,00
R$ 1.560,00 : 12 x 07 = R$ 910,00

169
Dispensa Sem Justa Causa
> Férias referente ao Aviso Prévio Indenizado (de 21/09 a 23/10 = 1 avo, veja detalhamento acima)
R$ 1.560,00 : 12 = R$ 130,00

> Terço Constitucional de Férias


R$ 1.560,00 + R$ 910,00 + R$ 130,00 = R$ 2.600,00
R$ 2.600,00 : 3 = R$ 866,66

• Descontos
> Previdência Social sobre Verbas Salariais (saldo de salários + periculosidade)
R$ 800,00 + R$ 240,00 = R$ 1.040,00
R$ 1.040,00 x 7,5 % = R$ 78,00

> Previdência Social sobre 13º Salário


R$ 1.170,00 (13º salário proporcional) + R$ 130,00 (13º Salário Proporcional do Aviso Indenizado) = R$ 1.300,00 x 7,73%
(alíquota efetiva) = R$ 100,50.

170
Pedido de Demissão
Declaração unilateral da vontade do empregado.
Direitos Base legal
É o empregado decide se cumpre ou indeniza o aviso
prévio. Saldo de salários CLT, art. 457;
Não há liberação obrigatória do aviso prévio se o
empregado comprovar novo emprego, salvo previsão Férias vencidas e/ou CLT, art. 146; Súmula TST
em convenção coletiva. proporcionais 171
1/3 sobre as férias CF, art. 7º e Súmula TST
328
Não tem Saque FGTS // Código de Movimentação na
13º salário (gratificação Lei n.º 4.090/62; Decreto
SEFIP “J” // Código no TRCT “SJ1”, conforme Manual
natalina) n.º 57.155/65
de Recolhimento Mensal do FGTS, versão 13.
Salário família (se houver) Lei n.º 8.213/91, art. 65

FGTS 8% Lei n.º 8.036/90, art. 15

171
Dispensa por Justa Causa do Empregado
- ato doloso ou culposamente grave, que faça desaparecer
a confiança entre as partes. Direitos Base legal
- CLT, art. 482 (motivos)
- deve haver uma proporcionalidade entre a falta cometida Saldo de salários CLT, art. 457; 462
e a sanção aplicada. Para faltas de menor gravidade o
empregador deverá utilizar-se dos institutos da advertência Férias vencidas (*) CLT, art. 146; Súmula TST
e suspensão.
171
- a partir do reconhecimento da falta grave, o empregador
deve punir o empregado, aplicando a pena da justa causa 1/3 sobre as férias CF, art. 7º e Súmula TST
de imediato, sob pena de caracterizar o perdão tácito (que 328
desconfigura a justa causa). Salário família (se houver) Lei n.º 8.213/91, art. 65
- nexo Causal (deve haver uma relação de causa e efeito
entre a falta do empregado e a respectiva sanção) FGTS 8% Lei n.º 8.036/90, art. 15
- Não saca valores de FGTS // Código de Movimentação na
SEFIP “H” // Código no TRCT “JC2” , conforme Manual de
Recolhimento Mensal do FGTS, versão 13.

172
Motivos da Justa Causa
Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador:

a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e quando constituir ato de concorrência
à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou ofensas físicas, nas mesmas
condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador e superiores hierárquicos, salvo
em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar;
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da profissão, em decorrência de conduta
dolosa do empregado.

173
Falecimento do Empregado
- A data do desligamento é a da morte do empregado,
constante no atestado de óbito do empregado;
- A liberação dos valores do FGTS aos dependentes será Direitos Base legal
promovida diretamente pela CAIXA (Não tem “chave”)
- Os valores devidos pelos empregadores aos empregados Saldo de salários CLT, art. 457
não recebidos em vida pelos respectivos titulares, serão
pagos, em quotas iguais, aos dependentes habilitados Férias vencidas e/ou CLT, art. 146; Súmula TST 171
perante a Previdência Social e, na sua falta, aos sucessores proporcionais
previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, 1/3 sobre as férias CF, art. 7º e Súmula TST 328
independentemente de inventário ou arrolamento. (Lei n.º
6.858/80, artigo 1º) 13º salário (gratificação Lei n.º 4.090/62; Decreto n.º
natalina) 57.155/65
- As quotas atribuídas a menores, ficarão depositadas em
Salário família (se houver) Lei n.º 8.213/91, art. 65
caderneta de poupança, rendendo juros e correção
monetária, e só serão disponíveis após o menor completar
FGTS 8% Lei n.º 8.036/90, art. 15
18 (dezoito) anos, salvo autorização do juiz. (Decreto
85.845/80
- Código de Saque “23” // Código de Movimentação na
SEFIP “S2” // Código no TRCT “FT1”, conforme Manual de
Recolhimento Mensal do FGTS, versão 13.

174
Rescisão por Mútuo Acordo
- Inovação da Reforma Trabalhista; Direitos Base legal
Saldo de salários CLT, art. 457
- Art. 484-A da CLT, inserido pela Lei 13.467/2017.; Aviso prévio, se CLT, art. 484-A, I
indenizado (50%, metade)
- Não garante ao empregado o saque da totalidade Férias vencidas e/ou CLT, art. 146
dos depósitos fundiários feitos na conta vinculada proporcionais
do mesmo, mas tão somente do percentual de 80% 1/3 sobre as férias CF, art. 7º e Súmula TST
do valor; 328
13º salário Lei n.º 4.090/62; Decreto
n.º 57.155/65
- Não gera direito ao seguro-desemprego;
Salário família (se houver) Lei n.º 8.213/91, art. 65
FGTS 8% Lei n.º 8.036/90, art. 15
- Código de Saque “07” // Código de Movimentação
na SEFIP “I5” // Código no TRCT “___” FGTS – Multa de 20% CLT, art. 484-A, I
(metade)

175
Descontos em Rescisão

176
Pontos Importantes da Revogação da MP 905
Acidente de trajeto é considerado como acidente de trabalho?
Resposta: O acidente de trajeto ou de percurso é aquele ocorrido no caminho entre a residência e o local de
trabalho e vice-versa. Este acidente, a partir do dia 21.04.2020, volta a ser considerado como acidente de
trabalho, sendo devido o envio da CAT ao INSS e a estabilidade ao empregado quando o afastamento for
superior a 15 dias.
Fonte: Artigos 21, inciso IV, alínea d, e 22 da Lei n° 8.213/91 e Súmula n° 378 do TST.

Para o trabalho aos domingos, é preciso autorização?


Resposta: Passa a ser novamente exigida, para o trabalho aos domingos, a permissão prévia da Secretaria do
Trabalho, mediante formalização do pedido junto à Superintendência Regional. Lembrando que algumas
atividades já têm essa autorização automaticamente prevista em lei.

Fonte: artigo 1° da Lei n° 605/49, artigos 67 e 68 da CLT, Decreto n° 27.048/49 e Portaria SPREV/ME n°
604/2019.

177
Pontos Importantes da Revogação da MP nº 905

Como devem ser organizadas as escalas de revezamento?


Resposta: As escalas voltam a seguir os limites anteriormente previstos. Assim, a folga semanal deve
necessariamente coincidir com os domingos nos seguintes períodos:

- para o trabalho da mulher, a folga tem que ser obrigatoriamente aos domingos a cada 15 dias;

- para os homens, a folga no domingo tem que ocorrer, pelo menos, em um período máximo de 07 semanas de
trabalho, sendo que, no caso de atividades de comércio, a folga tem que ser feita no domingo a cada 03
semanas.

Fonte: Artigo 385 e 386 da CLT; Artigo 2°, alínea b, da Portaria n° 417/66 e Artigo 6°, parágrafo único, da Lei n°
10.101/2000.

178
ADI 6.327 (Salário Maternidade/Alta Hospitalar)
REFERENDO NA MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 6.327 – DOU 15.04.2020.
ORIGEM : 6327 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
PROCED. : DISTRITO FEDERAL
RELATOR : MIN. EDSON FACHIN
Decisão: O Tribunal, por maioria, preliminarmente, conheceu da presente Ação Direta de Inconstitucionalidade como
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental e, no mérito, presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora,
referendou a liminar deferida a fim de conferir interpretação conforme à Constituição ao artigo 392, § 1º, da CLT,
assim como ao artigo 71 da Lei n.º 8.213/91 e, por arrastamento, ao artigo 93 do seu Regulamento (Decreto n.º
3.048/99), e assim assentar a necessidade de prorrogar o benefício, bem como considerar como termo inicial da
licença-maternidade e do respectivo salário-maternidade a alta hospitalar do recém-nascido e/ou de sua mãe, o
que ocorrer por último, quando o período de internação exceder as duas semanas previstas no art. 392, § 2º, da CLT, e
no art. 93, § 3º, do Decreto n.º 3.048/99, nos termos do voto do Relator, vencido o Ministro Marco Aurélio, que indeferia
a liminar. O Ministro Gilmar Mendes acompanhou o Relator com ressalvas. Não participou deste julgamento, por motivo
de licença médica, o Ministro Celso de Mello. Plenário, Sessão Virtual de 27.3.2020 a 02.04.2020.

179
ADI 6.327 (Salário Maternidade/Alta Hospitalar)
 Portaria INSS nº 28/2021 (DOU 22.03.2021)

O INSS publicou a Portaria nº 28/2021 que traz procedimento para o cumprimento de decisão do STF.

A segurada empregada fará o requerimento de prorrogação do Salário Maternidade diretamente ao


empregador, a quem compete o pagamento do benefício durante todo o período, incluindo a
internação e o prazo do salário-maternidade legalmente previsto após a alta efetuando a
compensação desses valores.

ATENÇÃO!! A regra acima não será aplicada à empregada do microempreendedor individual e à


empregada com contrato de trabalho intermitente, sendo o pagamento do benefício efetuado
diretamente pelo INSS durante todo o período.

180
ADI 6.327 (Salário Maternidade/Alta Hospitalar)

>> DEMAIS SEGURADAS CUJO PAGAMENTO É FEITO PELO INSS

A segurada deverá requerer a prorrogação do benefício de salário maternidade pela Central 135, por
meio do protocolo do serviço de "Solicitar prorrogação de Salário-Maternidade", a partir do
processamento da concessão do benefício.
O comprovante do protocolo de requerimento inicial de Salário Maternidade conterá a informação de
que é necessário requerer o serviço de prorrogação (citado acima) para os casos em que a segurada
e/ou seu recém-nascido precisarem ficar internados após o parto, por motivo de complicações médicas
relacionadas a este.
Em caso de internação superior a 30 dias, deverá solicitar sua prorrogação a cada período de 30
dias, observado que o novo pedido de prorrogação poderá ser feito após a conclusão da análise do
pedido anterior.

181
Recurso Extraordinário (RE) 576967 // Cota Patronal sobre Maternidade
Contribuição patronal sobre salário-maternidade é inconstitucional (Portal site STF)
O Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Lei Orgânica da
Seguridade Social (Lei 8.212/1991) que instituíam a cobrança da contribuição previdenciária patronal sobre o
salário-maternidade. A decisão, por maioria de votos, foi tomada no Recurso Extraordinário (RE) 576967, com
repercussão geral reconhecida (...).

Repercussão geral
Por maioria, foi declarada, incidentalmente, a inconstitucionalidade da incidência de contribuição
previdenciária sobre o salário-maternidade, prevista no artigo 28, parágrafo 2º, da Lei 8.212/1991, e a parte
final do seu parágrafo 9º, alínea ‘a’, em que se lê “salvo o salário-maternidade”. O entendimento do relator foi
seguido pelos ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Marco Aurélio e Celso de Mello.
Ficaram vencidos os ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que
negavam provimento ao RE.
A tese de repercussão geral fixada foi a seguinte: “É inconstitucional a incidência de contribuição
previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-maternidade”.

182
CPP Maternidade / Nota Técnica nº 20/2020 / Parecer SEI 18.361/2020

Pois bem. A PGFN emitiu o Parecer SEI/PGFN nº 18.361/2020 para que os órgãos da administração pública
se adequem a posição julgada pelo Supremo.

Em razão disso, o Comitê do eSocial divulgou a Nota Técnica nº 20/2020 para ajustar os leiautes do eSocial
para não exigir mais a tributação da contribuição previdenciária patronal sobre os valores pagos de salário
maternidade.

O que não será mais tributado é apenas a parte patronal (20%; RAT de 1%, 2%, ou 3% e Terceiros). A parte
de INSS da empregada continua com a incidência normalmente!

183
SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT N° 127, DE 14 DE SETEMBRO DE 2021 - DOU de 29.09.2021
Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Contribuição Previdenciária a Cargo do Empregador sobre o Salário-Maternidade. Não Incidência. Tema Decidido pelo Supremo
Tribunal Federal em Sede de Repercussão Geral.
Tendo em atenção o entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinário n° 576.967/PR, com
repercussão geral reconhecida (Tema n° 72), sem modulação de efeitos, e em razão do disposto nos arts. 19, VI, § 9°, e 19-A, III, § 1°,
da Lei n° 10.522, de 2002, na Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 1, de 2014, e nos Pareceres SEI n° 18361/2020/ME e n° 19424/2020/ME, da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, é inconstitucional a incidência da contribuição previdenciária patronal sobre o salário-
maternidade, inclusive a sua respectiva contribuição adicional, bem como aquela destinada a terceiros cuja base de cálculo seja,
exclusivamente, a folha de salários.
O acolhimento da aludida tese permite o reconhecimento administrativo do direito à restituição e compensação dos valores
efetivamente pagos, na forma do art. 165 do Código Tributário Nacional (Lei n° 5.172, de 1966), observando-se o prazo decadencial do
art. 168, I, do mesmo diploma legal, ao abrigo, inclusive, do Parecer PGFN/CDA/CRJ n° 396, de 2013.
Ressalte-se, porém, que essa declaração de inconstitucionalidade não abrange a contribuição devida pela trabalhadora segurada
(empregada, trabalhadora avulsa, contribuinte individual e facultativa), eis que a "ratio decidendi" do Tema n° 72 não se estende a essa
exação, que possui contornos constitucionais e legais distintos do caso julgado.
A Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil está vinculada ao referido entendimento.
Dispositivos Legais: Lei n° 5.172, de 1966, arts. 165 e 168; Lei n° 8.212, de 1991, arts. 22, I e II, §§ 1° e 2°, e 28, I, §§ 2° e 9°, "a",
parte final; Lei n° 10.522, de 2002, arts. 19, VI, § 9°, e 19-A, III, § 1°; Decreto n° 3.048, de 1999, art. 214, §§ 2° e 9°, I; Parecer
PGFN/CDA/CRJ n° 396, de 2013; Pareceres SEI n° 18361/2020/ME e n° 19424/2020/ME; Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 1, de 2014; Nota
Cosit n° 361, de 2020.
FERNANDO MOMBELLI Coordenador-Geral
Exames Médicos – Mudanças NR 07 – Janeiro/2022

- Portaria SPREV/ME nº 6.734/2020 (nova redação para a NR 07) – Vigência a partir de 03.01.2022

- Sai o exame de mudança de função e entra o exame de mudança de riscos ocupacionais;

- O prazo para o exame de retorno ao trabalho que antes deveria ser feiro no primeiro dia de volta ao trabalho,
agora deverá ser realizado ANTES do seu retorno ao trabalho (item 7.5.9). Saiu também o exame de retorno em
caso de parto.

- Alterou-se a periodicidade dos exames periódicos: antes menores de 18 anos e maiores de 45 anos deveriam
fazer o exame anual. Agora eles entram na regra geral aonde o exame é realizado a cada dois anos.

- Os exames ocupacionais deverão ser informados no eSocial, evento S-2220 !!!


Exames Médicos – Nova Redação da NR 07
REDAÇÃO ATÉ DEZEMBRO/2021
REDAÇÃO A PARTIR DE JANEIRO/2022
- EXAME MÉDICO PERIÓDICO: de acordo com os
- EXAME PERIÓDICO: ser realizado de acordo com os
intervalos mínimos abaixo discriminados:
seguintes intervalos:
a) para trabalhadores expostos a riscos ou a
a) para empregados expostos a riscos ocupacionais
situações de trabalho que impliquem o
i d e nt i f i ca d o s e c l a s s i f i ca d o s n o P G R e p a ra
desencadeamento ou agravamento de doença
portadores de doenças crônicas que aumentem a
ocupacional (...)
susceptibilidade tais riscos:
a.1) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do
a.1) a cada ano ou a intervalos menores, a critério
médico encarregado (...)
do médico responsável;
a.2) a cada 6 meses para os trabalhadores expostos a
a.2) a cada 6 meses relativo a empregados expostos a
condições hiperbáricas;
condições hiperbáricas;
b) para os demais trabalhadores:
b) para os demais empregados, o exame clínico deve
ser realizado a cada 2 (dois) anos. b.1) anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e
maiores de 45 (quarenta e cinco) anos de idade;
b.2) a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18
anos e 45 anos de idade.
Exames Médicos – Nova Redação da NR 07
REDAÇÃO A PARTIR DE JANEIRO/2021
REDAÇÃO ATÉ DEZEMBRO/2021
- EXAME DE RETORNO AO TRABALHO: o exame
clínico deve ser realizado antes que o empregado
reassuma suas funções, quando ausente por período - EXAME MÉDICO DE RETORNO AO TRABALHO:
igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de deverá ser realizada obrigatoriamente no primeiro
doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não. dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por
Po d e m o s p e rc e b e r q u e a q u i fo i exc l u í d o a período igual ou superior a 30 (trinta) dias por
necessidade do exame em caso de parto. m o t i vo d e d o e n ç a o u a c i d e nte , d e n at u reza
ocupacional ou não, ou parto.

No exame de retorno ao trabalho, a avaliação médica


deve definir a necessidade de retorno gradativo ao
trabalho.
Assinatura dos Documentos SST
 Portaria SPREV/ME nº 211/2019

Essa norma dispõe sobre a assinatura e a guarda eletrônicas dos documentos relacionados à segurança e saúde
no trabalho.

É considerada válida a utilização de certificação digital no padrão da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira -
ICP-Brasil, normatizada por lei específica, para a criação e assinatura eletrônica dos seguintes documentos:
I - Programa de Controle de Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO;
II - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;
III - Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR;
IV - Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil - PCMAT;
V - Programa de Proteção Respiratória - PPR;
VI - Atestado de Saúde Ocupacional - ASO;
Assinatura dos Documentos SST

A forma de assinatura, guarda e apresentação de documentos na forma digital é inicialmente facultativa,


tornando-se obrigatória nos seguintes prazos, contados da vigência desta Portaria: (A portaria começou a
vigorar em 12.04.2019)

- 5 anos, para microempresas e microempreendedores individuais; (ABRIL/2024)


- 3 anos, para empresas de pequeno porte; (ABRIL/2022)
- 2 anos, para as demais empresas. (ABRIL/2021)
Leitura / Estudos
 Portaria SPREV/ME nº 4.334/2021 Substituição da CAT pelo eSocial

 Portaria MTP n° 313/2021: Dispõe sobre a implantação do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) em
meio eletrônico.

 Lei nº 14.151/2021: Dispõe sobre o afastamento da empregada gestante das atividades de trabalho
presencial durante a emergência de saúde pública de importância nacional decorrente do novo
coronavírus.

 Portaria SPREV/ME nº 6.730/2020: Da nova redação para a NR 01 - vigência 03.01.2022

 Portaria MTP nº 422/2021: Da nova redação para a NR 05 (CIPA) – vigência 03.01.2022

190
 Portaria SPREV/ME nº 6.734/2020: Dá nova redação para a NR 07 - vigência 03.01.2022

 Portaria SPREV/ME nº 6.735/2020: Dá nova redação para a NR 09 - vigência 03.01.2022

 Portaria MTP nº 423/2021: Dá nova redação para a NR 17 (ergonomia) - vigência


03.01.2022
Empregada Gestante Afastamento das Atividades Presenciais - Lei nº 14.151/2021

Link: https://youtu.be/R-pY8hsl-3w

192
Obrigado pela presença!
Márcio Mocelin

“Sacrifícios temporários trazem recompensas


permanentes”

Gabriel Razia De Albuquerque

193

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