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Processo de Gentrificação no Rio de Janeiro: Um olhar sobre a História da

Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro e a Operação Bota-Abaixo

Research Proposal · July 2021

DOI: 10.13140/RG.2.2.29598.46409

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3 authors, including:

Peterson Mendes Paulino Gabriel Alves de Toledo

Federal Institute of Education, Science and Technology of São Paulo University of Aveiro
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Processo de Gentrificação no Rio de Janeiro: Um olhar sobre a História da
Avenida Rio Branco no Rio de Janeiro e a Operação Bota-Abaixo.

Peterson Mendes Paulino - Instituto Federal de São Paulo, Campus Pirituba. Email:
Peterson.paulino@aluno.ifsp.edu.br

Natália Turone - Instituto Federal de São Paulo, Campus Pirituba. Email:

Natalia.turone@aluno.ifsp.edu.br

Gabriel Iverson - Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território, Universidade

de Aveiro. Email: gabrielverson@gmail.com

INTRODUÇÃO
O processo de reformas urbanas iniciado no ano de 1903, apelidado de "O
Bota-Abaixo" no então Distrito Federal, Rio de Janeiro, tinha como pretexto a construção de
uma imagem organizada e "civilizada" da cidade, o qual foi inspirado nos processos iniciais
apresentado pela socióloga Ruth Glass, citada por Gonçalves, Lima Fortunato (2018 p. 70),
a qual descreve o processo de povoamento de antigos bairros desvalorizados em Londres.

Mediante a isso, utilizando políticas higienistas defendidas pelo prefeito Pereira

Passos, foram demolidos cortiços, moradias e estabelecimentos comerciais que não
condizem com a imagem idealizada pelos gestores públicos da época. Com a falta de
saneamento, condições precárias de moradia e a migração em massa para a capital, o Rio
de Janeiro já enfrentava há algum tempo crises de epidemias. Ao invés de proporcionar
algum amparo ou qualidade de vida à população, a elite e o governo decidiram apenas
julgar aqueles habitantes como "sujos", provocando um consentimento a respeito da
expulsão daqueles que "deixavam a cidade com uma imagem ruim". As demolições e os
alargamentos das vias, implementados por essa política, provocaram a migração dos
habitantes dessas regiões para áreas suburbanas e para os morros. O processo de
segregação foi mantido a partir de políticas e regras de vestimenta que visavam manter a
população mais pobre longe do centro e das avenidas recém construídas. Esse processo
não foi único na história, conforme citado por Gonçalves, Lima e Furtado (2018, p.70) sua
implementação possui uma forte influência da transformação urbanística ocorrida tanto em
Paris quanto em Londres na segunda metade do século XIX.

Levando em conta as definições obtidas por David Ley (1981) e Neil Smith (2006)
sobre a gentrificação, podemos relacioná-las às características da transformação urbana
realizada nos processos citados. Assim, segundo Smith (2006) o processo de gentrificação
é constituído por características específicas, sendo que de início, pode-se citar a mudança
do Estado, o qual estabelece novas formas de parceria com o capital privado, em seguida a
globalização do capital, o qual tomaria visibilidade no capital internacional juntamente com
projetos residenciais e por fim a lutas contra a gentrificação. Além de que segundo Ley
(1981), a gentrificação possui aspectos socioeconômicos relacionados ao surgimento de
1
Trabalho apresentado na sessão de PDW no 3° Encontro de Administração Pública do Instituto
Federal de São Paulo, Campus Pirituba, ocorrida em 5 de Julho de 2021.
uma nova classe social, que possui novos interesses e consequentemente gera novas
demandas de mercado, que passam a ser mais valorizadas que outras. Segundo ele, a
gentrificação possui um aspecto cultural forte.

OBJETIVO

Identificar características de gentrificação nos processos de construção da Avenida

Rio Branco e da Operação Bota-Abaixo.

METODOLOGIA

Foram realizadas pesquisas em sites e artigos que tratassem a respeito da história da

Avenida Central, bem como da Operação Bota-Abaixo. Também utilizamos como parte da
nossa pesquisa a obra intitulada Pereira Passos: Um Haussmann Tropical : A Renovação
Urbana Da Cidade Do Rio De Janeiro No Início Do Século XX, de Jaime L. Benchimol que
foi amplamente citada na maior parte dos sites e artigos que utilizamos e estudamos, os
quais tratavam da Operação Bota Abaixo.

Utilizou-se também o artigo GENTRIFICAÇÃO: ASPECTOS CONCEITUAIS E

PRÁTICOS DE SUA VERIFICAÇÃO NO BRASIL (Tarcyla Fidalgo Ribeiro), o qual aborda e
defende a complementaridade das duas definições de gentrificação obtidas por Ley e Smith.

A análise dos processos de urbanização relatados na primeira obra serão

comparados com processos definidos como gentrificadores na segunda obra.

RESULTADOS PREVISTOS OU ESPERADOS

Portanto, conforme as pesquisas realizadas é pretendido identificar as

características e chegar à conclusão de que os processos de construção da Avenida Rio
Branco e da reforma urbana do Bota-Abaixo podem ser considerados como processos de
gentrificação, a partir das características citadas por Ley (1981) e Smith(2006).
Segundo Ley(1981), os processos de gentrificação deverão estar inseridos no
seguinte contexto sócio-econômico do Século XX:

(i) o declínio do uso maciço de mão de obra na produção industrial e o

desenvolvimento e importância da tecnologia; (ii) o papel ativo dos governos
característico das sociedades pós-industriais; (iii) a emergência de uma nova classe
social, como resultado das transformações sociais, econômicas e da divisão social
do trabalho, com gostos e padrões de consumo peculiares a serem atendidos.
(p.127)

Ademais, o pensamento de Smith é conivente com o processo de

gentrificação ocorrido na Avenida Rio Branco e na Operação Bota Abaixo.

A primeira característica da gentrificação apontada por Smith (2006) seria a

mudança do papel do Estado, que passaria a estabelecer novas formas de parceria
com o capital privado. Assim as políticas urbanas deixariam de ser o guia para o
 crescimento econômico e passariam a se enquadrar nas regras do mercado. A
segunda característica seria a globalização do capital, que tomaria visibilidade na
participação do capital internacional em projetos residenciais, e principalmente em
grandes projetos de centros urbanos. A terceira característica seria o contexto das
lutas contra a gentrificação (...) (p.72)

Segundo a definição de Smith, poderá ser caracterizado como gentrificação um processo no

qual utiliza-se de excedentes financeiros para investir em processos de revitalização ou
renovação de uma área, visando lucro. Essa prática pode gerar consequências sociais
como a segregação sócio-espacial. Esse tipo de análise também é levada em consideração
pelo P.A. Redfern(2003).

Assim, pretendemos encontrar processos de gentrificação ocorridos tanto na formação da

Avenida Rio Branco, como na Operação Bota Abaixo, organizando a literatura sobre o tema
em um ensaio teórico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Ocorrência de Gentrificação em Cidades Brasileiras a partir de Categorias de Análises
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