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01 Meus Dois Federais (Série Amor Trilateral) - Thais Rocha 2
01 Meus Dois Federais (Série Amor Trilateral) - Thais Rocha 2
Romance Erótico
Copyright © 2018 Thais Rocha
Todos os direitos reservados. Esta obra ou qualquer parte dela não pode ser
reproduzida ou usada de forma alguma sem autorização expressa, por escrito,
do autor. Exceto breves citações com atribuições e a propósito de promoção
da mesma.
1° edição, 2018
Romance Erótico não indicado para menores de 18 anos por conter teor
sexual explícito e linguagem inadequada .
Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas (vivas
ou mortas), lugares, factos ou situações da vida real terá sido mera
coincidência.
“Não fomos feitos para voar, mas também não fomos impedidos de tentar
alçar voo.”
Para todas às minhas leitoras mais que incentivadoras.
Thais Rocha / Tatalili34
Sumário
Capítulo 1: Cansada da vidinha chata.
Capítulo 2: Surpresa no shopping.
Capítulo 3: Contando para as amigas.
Capítulo 4: #Dane
Capítulo 5: É hoje!!!
Capítulo 6: E no banheiro...
Capítulo 8: O brother do Dane.
Capítulo 9: Gargalhadas e Olhares.
Capítulo 10: Uma devassa dentro de si.
Capítulo 11: OMG! OMG! OMG!
Capítulo 12: “Minha Menina”
Capítulo 13: Excluido da jogada.
Capítulo 14: Testosterona demais.
Capítulo 16: Papo Gostoso.
Capítulo 17: Espiando.
Capítulo 18: Laço Formado.
Capítulo 19: Me Deixa Louca
Capítulo 20: Entrega Total.
Capítuo 21: Montanha Russa.
Capítulo 22: Precisamos Conversar.
Capítulo 23: “Não”.
Capítulo 24: Entre Pensamentos.
Capítulo 25: Amor Paterno.
Capítulo 26: Sua Nininha.
Capítulo 27: Boa Viagem.
Capítulo 28: Atitudes Tendenciosas.
Capítulo 29: Amanhã.
Capítulo 31: Poliamor?
Capítulo 32: Comer ou Comer?
Capítulo 33: Gosta de Chocolate?
Capítulo 34: Tudo tão sem cor.
Capítulo 35: Operação Pirata.
Capítulo: 37 Sonhos e Pesadelos.
Capítulo 38: Se Manca.
Capítulo 39: Ver Para Crer.
Capítulo 40: O Reencontro.
Capítulo 41: Exaustos.
Capítulo 42: Dias Normais.
Capítulo 43: Despedida.
Capítulo 44: Entre arrumações, exageros e desejos.
Capítulo 45: Plenitude.
Capítulo 46: Prazer, seu Silva.
Capítulo 47: Afinidades.
Capítulo 48: Surpresas.
Capítulo 49: Energia.
Capítulo 50: Isso é real?
Capítulo 51: Lua de mel e algo mais...
Capítulo 52: Uma avalanche repleta de emoções.
Capítulo 53: SST.
Bônus
EPÍLOGO
Introdução
banho, escovar os dentes, pentear os cabelos, pega uma maçã e vai. Assim
começa mais um dia na vida de Paulina, vulgo Nininha para os íntimos, e isso
quer dizer seu amado pai e suas fiéis escudeiras Larissa (Lary) e Bruna
(Vaca).
Lary fazia agronomia na Rural e Bruna, bom, Bruna era Bruna "mui
louca" como dizia o garçom preferido das meninas do bar Balacobaco's.
Nininha era muito diferente de suas amigas, mas se encaixava bem
nesse trio de amizade, era a responsável, mesmo com sua pouca idade,
trabalhava como "sacoleira" vendendo os mais diversos segmentos de
produtos femininos para ajudar seu pai, porque sua pensão como policial
aposentado não dava nem para os remédios.
Passou para faculdade pública, cursa o primeiro ano de Técnico em
informática (TI), vejam só, logo ela que odeia tudo e qualquer coisa de
tecnologia, mas optou por essa por parecer ser uma profissão de retorno
financeiro rápido e mais acessível.
A verdade é que ela queria mesmo é viver de suas telas, de sua arte
em um lugar tranquilo e...
Ela interrompe sua divagação ao som de seu celular.
— Ai merda! Cadê este telefone maldito. — Diz procurando o celular
na bolsa. — Ah! Achei!!!!
— Oi? — Atende Nininha.
— Faaaaaala Vaca — Diz Bruna.
— Claro, é você... Bom dia para você também, isso se você dormiu
né... — Nininha diz com um sorriso cínico e se apertando na van.
provavelmente seria seu almoço e começou a ler seu e-book. Algum tempo
#Nininha narrando.
Quando percebi aqueles olhos azuis lindos olhando fixo para mim, e
uma boca maravilhosa, eu automaticamente imaginei minha língua naqueles
lábios. Minha respiração ficou ofegante e por um nanosegundo, imaginei
escutar o som das batidas do meu coração nos alto falantes do shopping,
balancei a cabeça como se para limpar aquela imagem profana e quando ia
tentar articular alguma palavra... Vejo aquela boca perfeita se movendo, e
falando, e falando comigo, OMG!
— Perdida em pensamentos? — Disse aquele ser indescritível à
minha frente.
— É... ou... Hum, quando você apareceu? Digo, em que momento
você se sentou na minha mesa? E, aliás, quem te deu permissão para tal
coisa? — Eu disse meio atordoada.
— Bom "senhorita”, se a senhora fosse mais educada ou menos surda,
ou melhor, se não estivesse tão mergulhada em sei lá o quê, que você está
lendo, poderia ter percebido minha chegada e meu pedido educado para
sentar à mesa. De acordo com a sua falta de educação em não me dar atenção
e ao fato da praça de alimentação estar praticamente lotada, decidi ser um
ogro e me sentar. — Disse o petulante à minha frente, com um sorrisinho de
lado que me deixou louca.
Como pode eu me sentir assim por um total desconhecido, ok ele é
gatooo, mas eu nunca fui esse tipo de garota que se derrete por este tipo de
homem. Decidi fazer minha melhor cara de paisagem e disse:
— Tá você pode se sentar, afinal a mesa é pública e eu não posso
escolher com quem sentar, mas, por favor, não atrapalhe minha leitura tudo
bem?
Voltei a minha leitura, e mesmo percebendo que aquele par de olhos
azuis não deixava de me olhar, tentei me concentrar na história, que afinal
estava quente.
De vez enquando, levantava o olhar só para dar de cara com aquele
par de olhos até sentir minha bochecha arder e aí desviava o olhar e voltava
para leitura.
Passado uns trinta minutos, irritada com o voyeur à minha frente,
baixei o celular na mesa, com mais força do que pretendia, perguntando:
— Cara, o que você quer, hein?
— O que foi? Não posso admirar uma mulher bonita? E hã, estou
curioso, essas suas bochechas rosadas são porque estou te admirando ou você
está lendo um desses romances picantes? — Disse sorrindo o atrevido.
— Hã??!?! O quê?!? Você... Está... Olha... Você é um atrevido sabia
— Disse ela se inclinando sobre a mesa em direção a ele.
Ele por sua vez pega uma batata perdida na bandeja, leva à sua boca,
e como se soubesse o efeito que fazia, mastiga demoradamente e lentamente
vai se inclinando sobre à mesa, também em direção a ela e diz com uma voz
rouca e sexy:
— Aproveitando que estamos iniciando uma conversa, me diz, o que
uma mulher tão interessante e bonita como você, está fazendo sentada
sozinha em uma praça lotada, apenas lendo um livro e não interagindo com
às meia dúzias de homens que queriam mais não tiveram coragem de sentar e
falar com você?
No pequeno tempo que tico e teco se situaram, ela percebeu que
estava olhando com gula à boca daquele homem e se ligou na pergunta que
ele fez, sem graça e com o rosto vermelho de vergonha, Nininha se ajeitou na
cadeira e procurou uma resposta para lhe dar.
— Veja bem, nós não nos conhecemos e não tenho o porque de
responder suas perguntas ou falar sobre minha vida social, e para terminar
esta "conversa" fique à vontade na mesa, é toda sua, tenha um ótimo dia ou
não, pouco me importa, fui!
(...)
No momento em que ela terminou de dizer às palavras olhou
debochada para ele e viu aqueles olhos azuis se transformarem em uma
tempestade tropical, deixando-a ao mesmo tempo intrigada e com medo.
Assim ela logo se levantou e foi embora em direção ao banheiro feminino.
Entrando no banheiro que estava vazio, parou diante à pia lavou as
mãos, e levou-as ao rosto, como se isso fosse esfriar seus Pensamentos, se
olhando no espelho ela pensou “o que foi isso, s.e.n.h.o.r”?” Ele disse que
sou interessante e bonita?! Não, não pode ser, não um homem lindo como ele
falando para uma mulher como eu não é possível, ou é, Aiaiai e se for? Eu
estraguei tudo como sempre. Talvez essa tenha sido a resposta às minhas
orações e eu desperdicei.
Abaixando a cabeça e novamente lavando as mãos, ela se acalmou,
decidiu ir direto para casa, falaria com suas outras clientes depois. Saiu do
banheiro e foi caminhando em direção à saída, os corredores do shopping não
estavam tão cheios como a praça de alimentação. Para cortar caminho ela se
direcionou para às escadas, quando sentiu um puxão no braço...
— Opaa, me solta!! — Disse Nininha assustada e aos poucos
percebendo de quem se tratava.
Apesar do susto, algo dentro dela vibrou de alegria e se derreteu
quando sentiu o ar quente saindo "daquela" boca, dizendo:
— Calma menina, eu só vim para dizer que sinto muito, às vezes sou
um ogro.
— HÃ... Ah... É... Que, que nada, eu também não fui muito sociável.
— Disse ela gaguejando ao notar o quão perto seus corpos estavam e o
quanto estava excitada com isso, não reconhecendo a resposta de seu corpo a
esse estranho.
Tentando se afastar um pouco, não conseguindo, desistiu e olhou para
cima em seus olhos, sentiu seu corpo cada vez mais próximo, pressionando o
dela cada vez mais na parede, ela viu seu rosto se aproximando levando
aquela boca na sua orelha dizendo:
— Menina, você não sabe o que está fazendo comigo... — Deu uma
mordiscada e continuou. —... Eu estou louco para beijar a sua boca, mas não
quero ser o ogro de antes... — Desceu pelo pescoço dela beijando, chegando
ao lado da sua boca, abriu os olhos fixou-os nos dela e como se estivesse
pedindo permissão foi se direcionando devagarinho até tocar os lábios com os
dela e terminou falando. — Então o que me diz, menina bonita?
Ela já estava a ponto de gozar só com sua voz, já não estava mais
pensando em nada.
Então ela inclinou o pescoço para melhorar o acesso à sua boca e
respondeu, praticamente gemendo, a única resposta que veio à sua mente:
— Eu quero, eu vou aaaaa... Por favor, me beija!
E com um gemido dolorido, ele agarrou os cabelos dela pela nuca
com as duas mãos e a beijou, fazendo o mundo inteiro desabar aos seus pés e
a levou a viajar para uma nova dimensão alucinante, de onde ela não gostaria
de sair nunca mais.
Capítulo 3: Contando para as amigas.
#Nininha
Daí me virei e vim para casa, e no caminho liguei para vocês e enfim,
estamos aqui falando sobre esse meu dia maluco, Nininha disse às amigas
Lary e Bruna. Depois se levantou da cadeira e foi guardar a garrafa d’água na
geladeira.
— Tô bege amiga, não sei o que dizer, quer dizer, tem certeza que
isso tudo não foi um sonho? — Lary disse se esquivando de uma caixa de
fósforos que Nininha jogou na sua direção, olhou para Bruna que estava de
boca aberta e sem respirar, perguntando:
— E aí Bruna diz alguma coisa, o que você achou disto tudo, anda,
respire e responda plis!?
Bruna olhou, ainda de boca aberta, de Lary para Nininha e de Nininha
para Lary, deu um suspiro e falou:
— O que você está esperando para ligar para ele? Se ele só com a voz
te deixou louca e com um beijo te levou para o espaço, imagine o que ele fará
com o pinto dele dentro de você?!?!
A filha da mãe disse isso se derretendo toda na cadeira como se
estivesse sentindo tudo o que falava.
— Que isso Bruna, você é uma pervertida! E fala baixo que meu pai
está na sala, tá doida é?
Ri ao responder e continuei:
— Ora Bruna até parece que você não me conhece, você acha mesmo
que eu vou simplesmente pegar meu celular ligar para Dane, um total
desconhecido, e dizer “oi tudo bem, a propósito nós deveríamos terminar o
serviço, fazer aquilo que se faz após um beijo quente, que você acha
querido?” Ah faça-me um favor!
Lary e Bruna começaram a rir alto, fiquei chateada e disse agora
vocês estão rindo da minha cara?! Muito obrigada grande amigas vocês são.
— Desculpa Nininha. — Disse a Lary ainda aos risos e continuou. —
É que as palavras que você usa... Parece uma velha.
— Que palavras, como assim? — Falei perplexa.
—"Terminar o serviço". "Fazer aquilo”... "Beijo quente"... — Ouvi
Bruna repetir aos risos as palavras que disse dando ênfase a cada uma.
Droga!
Sai praticamente batendo o pé em direção ao meu quarto, antes que eu
fizesse duas galinhas ao molho pardo para o jantar. Meu pai notou minha cara
distorcida ao passar pela sala e veio perguntar o que ouve, tentei disfarçar e
disse que as meninas estavam fazendo uma brincadeira de mau gosto.
Sorrindo, meu pai pôs a mão no meu ombro e disse que eu precisava parar de
ser tão literal e relaxar um pouco. Pronto, agora até meu pai tirando sarro de
mim.
Entrei no quarto e me joguei na cama, ouvi as meninas entrarem logo
depois e se desculpando por rirem de mim, me virei olhando para elas e disse
firme:
— Acho que vocês estão certas, eu vou dar um jeito na minha vida, eu
estou cansada de ser tachada como chata e velha. Vou mudar... Preciso, um
pouco pelo menos.
— Ótimo! Cadê seu celular? Vamos mandar uma mensagem para
Dane marcando um encontro, que tal? — Disse Lary sorridente.
— Você tá louca? — Eu falei tentando tomar o celular da mão dela.
— Vê? Você não disse que ia mudar? — Se meteu Bruna pegando o
celular também, e continuou dizendo. — Esse é um ótimo motivo para
começar a mudança.
— Não! Me dá isso aqui. — Puxei o telefone das mãos delas caindo
para traz na cama, rindo horrores com elas.
Consegui convence-las de que já estava tarde de mais e que amanhã
era um novo dia e iria pensar melhor sobre como falar com o Dane de novo.
Levei as duas no portão, e me despedi.
Quando ia entrando em casa ouvi o grito de Bruna se acabando de rir
e dizendo:
— Nininha, dorme com Deus e sonhe com "Dane"!
— Muito engraçado e original. — Retruquei e fechei a porta, mas no
fundo sabia que ela estava certa, com certeza eu sonharia com ele.
Capítulo 4: #Dane
#Léo
Enquanto acompanhava a bela morena no banheiro, fiz sinal para meu
amigo Dane, sem ela perceber, para que se juntasse a gente, mas ele fez sinal
com a cabeça que não, levantou, foi pagar sua conta e apontou com a cabeça
que ia embora. Nossa, em tantos anos que começamos a compartilhar
mulheres, ele nunca recusou uma possível oportunidade de um ménage. Será
que dessa vez ele foi fisgado mesmo?!
Não, não é possível. Vamos ver onde isso vai dar.
Capítulo 5: É hoje!!!
últimos dias têm sido um sofrimento, cada pensamento que ela tinha com ele
que até se tocava sozinha no quarto excitada com as imagens que criava na
(....)
#nininha
combustível na mente não dava para ficar parada, vi uns gatos que não
lindo, até dei um sorriso, joguei um charme, isso elevou meu ego, às vezes,
uma mulher precisa se sentir desejada. Mas nenhum daqueles olhos era os
três sumiços, aposto que foi dar uns amassos com alguém ou alguns.
Lary só estava a fim de dançar e beber mesmo. Com elas me soltei e
curti o momento como se não houvesse amanhã, e dá-lhe tequila e funk.
Decidi ir ao banheiro e aproveitar ligar para meu pai, para avisar que
vou dormir na Lary. Como conheço todos que trabalham no bar tenho o
privilégio de usar o banheiro dos funcionários que fica nos fundos, próximo
ao depósito. Ainda bem, porque o banheiro dos clientes está com uma fila
enorme. Avisei as meninas que ia ir lá e perguntei se queriam ir também, mas
elas não quiseram, então fui meio tropeçando meio andando me esquivando
daquele mar de pessoas pelo caminho.
Notei que o rapaz do bar continuou me olhando e até acho que ele ia
vir na minha direção, porém desviei o olhar e segui em frente, estava
apertada.
Avisei ao barman meu amigo que iria ao banheiro, ele sorriu e piscou
pra mim autorizando minha entrada. Entrei no banheiro e fiz xixi, ai que
delícia, tão bom fazer xixi quando se está apertada. Que alívio! Antes de sair
peguei meu celular na bolsa e notei que estava desligado, merda! Pensei. Meu
pai pode ter me ligado.
Ao ligar o aparelho vi que havia uma cacetada de ligações de um
número restrito, nossa estou meio tonta, deixei pra ver depois as mensagens e
liguei para meu pai.
Pronto, me virei para o espelho e tentando recompor minha imagem,
que estava bagunçada, mas sexy também, ouvi alguém bater na porta.
— Já vou sair. — Gritei
— Paulina, abre essa porta, eu sei que você está aí, e se estiver com
alguém aí dentro eu juro que eu faço uma desgraça, abre essa merda agora!!
Conheço essa voz, que loucura, como pode? Isso não é possível. Abri
a porta e.... Só pode ser brincadeira.... Fiquei impressionada com a visão que
tive, algo que vinha sonhando à dias, àqueles olhos estavam ainda mais
tempestuosos, o rosto com uma fúria que me deixou perturbada, mas ao invés
de ficar com medo senti um tesão inexplicável, ainda mais quando fui
baixando o olhar naqueles músculos dos ombros, peito e braços escondidos
por uma T-shirt branca, moldando o abdômen que meu Deus devia ser todo
definido, lambi os lábios ao imaginar quantos gominhos ele deveria ter. Não
me contive e desci ainda mais o olhar pela calça jeans desbotada, apertada,
provavelmente escondendo belas coxas torneadas, avistei próximo ao fecho e
bolsos um volume pomposo que preferi imaginar que fosse seu celular. Então
em um breve momento de lucidez voltei o olhar para aquele rosto que agora
já não expressava mais fúria e sim diversão, safadeza e cinismo, tentei me
recompor e dizer algo, mas acabei escutando:
— E aí, apreciando a paisagem, Paulina?
Essa voz, como havia esquecido essa voz, minhas pernas bambearam,
ele notou e como um raio entrou no banheiro apertado fechando a porta atrás
dele, me segurou pela cintura me empurrando contra a bancada de mármore
da pia e colou seu corpo junto ao meu. Levou uma das mãos ao meu pescoço
me fazendo olhar para cima em seus olhos e ficou me encarando.
Acabei sussurrando ao dizer:
— Dane!!?? Mas como... Como você me achou aqui, você está me
seguindo por acaso, quer me matar??? — Me senti meio tonta e agarrei em
seus ombros.
— Ei, você está bem? — Ele me perguntou preocupado, levantando
meu queixo com a mão e me olhando fixo nos olhos com a boca próxima à
minha.
Respondi que estava bem e que seria efeito das tequilas. Ele sorriu
maliciosamente intercalando seu olhar entre meus olhos e minha boca.
— Tô vendo... E respondendo à sua pergunta ou perguntas; não, eu
não estou te seguindo até porque você teria que ser uma criminosa para eu
fazer isso, bom talvez se eu considerar ilícito o que você fez comigo, se
apossar dos meus pensamentos sem permissão, eu poderia te levar presa, mas
vou abrir uma exceção; e quanto a te achar, bem isso parece destino e eu
estou me tornando um fã dele...
(...)
Ao terminar o que disse, ele tomou a boca dela em um beijo cheio de
desejo e ela se rendeu sem chance de lutar contra, pelo contrário, ela queria
mais.
Nossa! O beijo era ainda melhor do que Nininha lembrava, ela se
aconchegou ainda mais ao seu corpo, num encaixe que seria perfeito se não
fossem às roupas. Ele gemeu quando ela roçou o quadril de baixo para cima
nele em sua ereção, deixando-o doido. Dane a pegou e sentou na bancada da
pia se ajeitando no meio de suas pernas roçando sua ereção aonde ela mais
necessitava, com isso ela abriu bem as coxas e às envolveu na cintura dele, e
se amassaram, beijaram numa fome alucinante que nenhum dos dois
entendia. Ficaram ali à mercê um do outro consumindo todo o oxigênio do
minúsculo banheiro. Ofegantes, os dois pararam se olhando desejosos em
busca de ar.
Nininha teve a lembrança do que ele disse ao abrir a porta e curiosa
indagou:
— Você achou que eu estava com alguém aqui no banheiro? – Sorriu.
— E por que não veio falar comigo antes? Não me viu no bar? Como me
achou?
Beijando o ombro nu de Nininha, Dane foi respondendo suas
perguntas:
— Sim... Achei... Não te vi no bar, quem viu foi Léo e quando vi você
fui em sua direção e vi que veio para um lugar afastado, achei que, que você
veio se encontrar com alguém, puta que pariu Paulina se tivesse alguém aqui
contigo... — Puxou o cabelo dela no topo da cabeça, e furioso continuou. —
Eu iria matar o imbecil que teve a ousadia de te tocar...
Dane voltou a beija-la com uma agressividade dosada a seu bel
prazer. Passava as mãos pelas coxas dela e apertava tão forte a sua bunda que
Nininha cravou às unhas nos braços dele.
Entre gemidos e beijos estalados ela foi dizendo:
— Temos que sair daqui, vai aparecer alguém.
— Não quero sair daqui, e falando sobre isso sabe o que eu quero de
verdade, muito...
— Não, não sei... Vai me deixar saber?
Dane enfiou a mão dentro da calcinha dela, acariciando fazendo-a
tremer de desejo ao seu toque, e com a mão espalmada em seu sexo, disse
pausadamente sussurrando no ouvido dela:
— Não está claro o suficiente o que quero?! Tudo bem, eu digo: ....
Quero... Me... Enterrar... Bem...Aquiiii
— Ahhhhhhhh Ahhhhhh Ahhhhhhh Ahhhhhhhh
E foi tudo o que Nininha conseguiu responder.
Capítulo 7: Vamos, vem comigo?
#Dane
claro que seu corpo já estava mostrando a resposta que seria afirmativa e que
se fosse qualquer outra mulher eu já teria transado com ela aqui mesmo nesse
banheiro, Deus sabe o quanto eu estou louco por ela. Mas não, ela é única e
não sei por que, mas quero que a nossa primeira vez juntos seja especial e...
a moto e depois fui com ela para o carro esperar o bebum do Léo.
Aí meu Deus, será que ele notou minha total falta de noção, pareço que nunca
vi um homem nu, dizia ela em pensamentos.
— Vejo que gosta de apreciar a paisagem? — Falou ele rindo,
adorando ser apreciado.
Deixando a insegurança de lado, Nininha o olhou toda manhosa
aproximando a boca a cabeça do seu pênis e entre lambidas disse:
— Uma mulher não pode apreciar um produto antes de experimenta-
lo?
E antes que ele respondesse o abocanhou de maneira gulosa, fazendo
Dane gemer alto e agarrar as mãos nos cabelos dela, tentando conduzir seus
movimentos, mas não, aquele era o momento dela e o queria louco, foi isso
que ela fez.
Ele ali nu diante dela parecendo um Deus, e ela apenas uma súdita ajoelhada
lhe dando prazer com sua boca, fazendo-o revirar os olhos e tencionar os
músculos a cada chupada.
Ela percebeu que seu orgasmo estava próximo, estava deixando ele louco
com aquela boca quente e suas chupadas deliciosas. Dane intensificou seus
esforços para segurar o inevitável, mas ele percebeu que ela estava
determinada a levá- lo às alturas e se deixou levar por aquele momento
incrível.
Nininha estava adorando ver ele entregue, segurou a bunda linda dele
com força direcionou seu pênis mais fundo em sua garganta, mesmo sentindo
seu couro cabeludo doer da força que ele usava para puxar seu cabelo e da
dificuldade de respirar com aquela carne quente e escorregadia em sua
garganta ela continuou dirigindo os movimentos, sentindo tanto tesão quanto
ele.
Dane já estava desesperado queria parar, mas não conseguia, estava
enfeitiçado com aquela boca gostosa e fulgás, não conseguindo se segurar
gozou, e agora, tomando conta dos movimentos fodendo a boca dela
ensandecido, jorrando sua semente no fundo da garganta daquela mulher
incrível ajoelhada aos seus pés, que mesmo com os olhos cheios de lágrimas
pela dificuldade de aguentar com a boca suas estocadas, sorria com um
semblante safado, provavelmente satisfeita consigo mesma por o levar a
loucura.
Mas se ela achava que seria só ele à beira do precipício estava muito
enganada. Dane já levantava ela numa pegada e a beijava, o que a deixou
impressionada já que muitos homens não fazem isso após gozarem na boca
de uma mulher, mas não ele, não Dane, um ser altamente sexual e de alma
livre.
Ele a puxou no seu colo e a levou para a cama a jogando lá, ofegante,
doendo de desejo olhando para ele quase implorando atenção. Ele ficou de pé
olhando para ela e segurando seu pau meio ereto dizendo também ofegante e
com voz rouca:
— Então menina devassa, você gostou de me deixar totalmente
descontrolado né? Bom acho que agora é a minha vez, espero que esteja
preparada porque daqui você só sai desmaiada.
#Nininha
#Dane
em tê-la de novo.
Paulina é uma mulher linda, gostosa e merda... Tinha que ser
interessante também? Apesar de ser um pouco mais nova do que eu, tem uma
cabeça boa, parece ser uma moça de família, eu não mereço estar com uma
mulher especial assim, ela merece atenção, segurança alguém que possa estar
sempre ao lado dela e que não venha a faltar a qualquer momento. Eu sei o
que digo, já vi e já senti na pele o que fazem com famílias de policiais. Seria
tolice minha se quer supor ter uma namorada, ainda mais alguém como ela. O
que é que eu estou pensando, namoro?? Relacionamento sério. Eu??
Bom isso não importa, depois de amanhã estarei indo embora mesmo
e não posso crer que essa garota inteligente estaria mesmo afim de mim, eu
posso estar sendo para ela apenas química, um desejo reprimido, um sonho
contido sendo realizado. Vou fazer com que seja inesquecível, para que ela
nunca se esqueça de mim e talvez quem sabe em uma outra oportunidade nos
encontramos de novo. Apesar desse misto de sensações que estou vivendo,
havia algo que sentia falta. Estar passando por tudo isso longe do Léo era
estranho, será que é errado querer que ele estivesse aqui conosco, afinal é a
primeira vez em anos que estou com uma mulher sozinho, talvez seja por isso
minha confusão, será que seria a mesma coisa se ele estivesse aqui, será que
se fosse Léo sentindo tudo isso ele se entregaria? É a cara do Léo, ele no
fundo acredita no amor apesar de ser um galinha, só rindo mesmo. Mas
Paulina nunca ficaria com dois homens, eu acho, ficaria? Não parece algo que
ela faria, mas eu falo como se a conhecesse, quando na verdade não conheço.
#Léo
#Nininha
lido e sendo escoltada por uma moto foda com um homem que eu só não
posso dizer que é perfeito porque não é meu. Uiui, é Nininha agora sim você
pode dizer que é uma nova mulher. Eu não sabia que eu poderia ser a devassa
que fui com Dane, daqui para frente essa nova Nininha é que vai prevalecer é
muito bom, mesmo que Dane não fique em minha vida (o que eu não quero
pois logo depois que a deixou em casa ele ligou alterando o encontro,
depois sairem. Será que ele também já estava tão louco para estar com ela de
novo como ela estava também, não havia nada de mais, ela pensou. Bom o
#Nininha
em minhas costas e seu membro semi duro na altura da minha bunda. Olhei
para a porta e recordei da loucura de horas atrás com Léo nos observando.
#Dane
Paulina não havia percebido, mas eu estava acordado e ouvi ela e Léo.
Senti uma certa tensão entre os dois e o que me deixou impressionado foi o
fato dela ter encarado numa boa ele entrar e falar com ela, mesmo ela estando
nua, cheirando a sexo comigo erroscado em seu corpo. Me mantive quieto até
que Léo falou sobre o olhar dela permitir, daí me liguei naquele momento em
que eu pedia que ela me respondesse, ela deve ter visto Léo na porta, é isso, o
filho da puta estava lá desde o início. Abri os olhos nesse momento e olhei
para Léo para que ele soubesse que entendi a mensagem. E ao final das
palavras dele em relação a dar banho nela, senti seu corpo estremecer
levemente e, não foi de repulsa, pareceu desejo, o que me fez ficar excitado
também, mas só para comprovar o nível de excitação dela com as palavras de
Léo levei minha mão ao seu centro, estava toda molhada, não me aguentei e
introduzi um dedo fortemente em sua entrada fazendo-a gemer.
Então ele a quer e já demostrou que não vai desistir. E ela também
quer, pode não saber como ou se é possível, mas com certeza ela quer. Eu já
não sei o que pensar, a única coisa que eu quero é estar com ela, seja como
ela quiser. Essa bruxa me enfeitiçou. Não consigo imaginar como vai ser ir
embora amanhã. Preciso aproveitar o agora enquanto a tenho nua em minha
cama e ainda por enquanto exclusivamente minha.
Porém, confesso que a ideia de compartilha-la com Léo não me
entristece, só me excita pensar nas loucuras que nós dois juntos poderíamos
fazer com ela.
#léo
Dane foram ao bar pegar às bebidas enquanto ela foi ao encontro das
meninas.
— Olha ela aí, até que enfim chegou... E cadê o gato? — Perguntou
Lary a abraçando.
— Ei calminha, ele foi no bar. E quem é esse que Bruna está
estuprando no banco?? (Risos)
— Sei lá, esse já é o segundo, você não conhece essa louca? Porém
acho que esse fica até o fim da noite ou raiar do dia.
Hahahahaha
— Nossaaaaaaaa não olha agora amiga, porque está vindo em nossa
direção dois Deuses do olimpo. Senhorrrrr! — Susurrou Lary.
Nininha obviamente não se segurou e logo olhou e viu dois Deuses
Olimpianos vindo em "sua" direção e para sua alegria era Dane e Léo. Ela
retornou a olhar para Lary com um sorriso de triunfo e logo sua amiga
percebeu que ela só não os conhecia, como eram eles os astros de sua
história.
— Puta merda Nininha, você economizou ao dizer que eles eram
apenas bonitos!!!!
Dane chegou e abraçou Nininha por trás, Léo ficou ao seu lado bem
próximo, ela os apresentou para Lary que ficou encantada e meio desconfiada
com a proximidade do trio. Eles se sentaram na mesa e beberam, jogaram
conversa fora, riram. Enfim, a Bruna e o dito cujo que estava com ela
começaram a interagir também. Dane vez enquando mordiscava o pescoço,
ombro e orelha de Nininha, os olhos de Léo filmava cada ato de carinho,
notava que em algumas vezes ela via que ele estava prestando atenção nela e
então mordia o lábio inferior como em um showzinho particular. Isso estava
deixando ele louco e só confirmando que ela o queria e estava adorando a
atenção dos dois para ela. Léo se sentiu tão a vontade que colocou sua mão
na coxa dela que não fugiu de seu toque. Ele percebeu também que ela estava
cada vez mais relaxada por conta das tequilas. As amigas dela pareciam
adorar ela. E quem não adora?
A Lary era uma mulher linda e inteligente e a Bruna tinha um corpão
bem o tipo que estavam acostumados a se envolver, uma predadora de alma
livre. Mas ali naquela mesa a única que os interessava era Nininha com seu
jeitinho meigo, e uma sensualidade ímpar, que fazia com que seus olhos se
atraíssem para ela como um imã.
Bruna mesmo estando "acompanhada" não deixou de notar como Léo
era lindo com aqueles olhos verdes e pele bronzeada. Nininha percebeu seus
olhares famintos para Léo, ela sabia o que Bruna fazia, era assim que ela
iniciava seu bote.
Nininha começou a sentir raiva dela, estava com ciúmes de Léo. Ela não
queria ver ele com ninguém, muito menos com sua amiga. Pensou que teria
sido muito melhor ter ficado no apartamento, Bruna é lindíssima, é claro que
Léo iria cair nas artimanhas dela, pensava. Em um ato sem pensar se levantou
e puxou Léo para a pista de dança.
Logo que ela se levantou e chamou Léo, viu a loucura que estava
fazendo e que Dane podia não entender, ficar chateado e então se virou para
Dane, foi quando viu que na verdade ele não ficou brabo ela viu
entendimento, como se ele soubesse o que ela estava pensando. Observou que
Dane fez um gesto de cabeça para Léo que retribuiu e, foi ele, Léo que a
arrastou para pista.
#Nininha
Cacete! Jesus das santas depravadas, que que eu fiz...
Estou louca só pode. Estou eu aqui segurando essa mão quente sendo
arrastada para pista de dança. Não sei onde enfiar minha cara, nem deu tempo
de pensar em vergonha, porque ele me puxa para seus braços olha nos meus
olhos sorri (pqp que sorriso) e diz:
— Então, você quer dançar?
Embreagada por aqueles olhos verdes e talvez pelas tequilas também,
me derreti em seus braços e disse um contido sim.
E para minha total desolação começa uma música que amo. Ele me encaixou
em seu corpo e começamos a dançar ao ritmo gostoso da música, sua boca
em minha testa, eu sentia ora sua respiração, ora letras da música, e só para o
inferno ficar completo o danado sabia dançar e de repente me vi imaginando
se Dane também sabia dançar e como seria bom se ele estivesse ali também.
Perdida nesses pensamentos chegamos ao refrão da música, no clima
envolvente dancei roçando nele e percebi que estava excitado, me afastei
assustada ele riu para mim sacana me rodopiou e me encaixou de novo, e
como se minha dignidade já não estivesse suficientemente estirada ao chão
me pego cantando junto com ele:
Me joga na cama, beija minha boca e tira minha roupa faz amor
comigo e me deixa louca... (Banda Vingadora)
Encostei meu rosto no seu peito fechei os olhos me embalei na
música, nele e em um mar de sensações. Abri os olhos por um momento e
encontrei um intenso par de olhos azuis me fitando, senti minha pele queimar
dos pés à cabeça, seus olhos não estavam revoltos e sim enigmáticos, tinha
uma certa excitação em me olhar dançando com seu amigo. Fechei
novamente os olhos e me perdia na música, na dança e nos pensamentos. Que
loucura é essa, será que estou lendo tudo isso da maneira correta? Eu quero
eles, mas será que estou disposta a ter os dois juntos?
Sinto um par de mãos em minha cintura e logo fui virada em direção à
essas mãos, dou de cara com aquele olhar de mar, agora com tom de
entardecer meio avermelhado e ao encosta-lo sinto o tamanho de sua ereção.
Léo vai me soltando não antes de sarrar na minha bunda e depositar um beijo
na curva do meu pescoço, olho atônita para Dane e não consigo disfarçar o
tamanho do meu desejo, Dane sobe uma mão por minhas costas até meu
pescoço encaixa seus dedos por entre meus cabelos e com a outra mão desce
até uma banda da minha bunda e quando estou prestes a tirar a roupa e dá
para ele ali mesmo, ouço ele susurrar no meu ouvido dançando, melhor
rebolando gostosamente comigo:
Quando você me olhou, Me deu um arrepio Há tanto tempo que eu
não sentia isso. Chamou minha atenção, Ganhou meu coração Jeitinho todo
engraçado, meio tímido... (Banda Vingadora)
Putalquelopariu! Eu morri e fui para o céu, ou melhor ainda, fui para
o limo dos meus sonhos o que aconteceu aqui senhorrrrr não consigo explicar
então vou beijar e me acabar. Foi o que fiz, beijei com vontade aquela boca
rosada maravilhosa até acabar essa bendita música que com certeza eu não
vou esquecer nunca mais.
Acabamos de dançar e beijar e roçar e quase gozar, enfim...
— Eu... Eu... — Merda eu e a mania de ficar gaga quando fico
nervosa. — É, eu preciso ir no banheiro.... — E fui, precisava me recompor.
Nininha entrou no banheiro da boate mesmo, ela não conseguiu
raciocinar e ir no banheiro dos funcionários que era de costume ir. Se
encostou na pia e lavou as mãos molhando o pescoço tentando abaixar o
fogo. Minutos depois Lary entra no banheiro com Bruna e foi na direção dela
dizendo:
— Não acredito Nininha você ficou com os dois????
— O quê??? Não.... Mas o quê? Que você está dizendo? — Respondi
meio lerda, recapitulando e não lembrando de ter beijado o Léo, só o Dane.
— Que dois? Tá louca Lary? A Nininha??? Haha du-vi-de-o–do —
Falou Bruna trôpega.
Nininha deu um empurrão no ombro de Bruna e foi dizendo:
— Eii, o que você quer dizer Bruna? Você acha que só você consegue
despertar interesse em homens como eles?
— Opa, opa, não pode ser, a santinha da Nininha quer os dois. —
Disse Bruna chocada.
Com o dedo apontado para Bruna exclamou Nininha:
— Olha aqui Bruna eu nunca disse que era santinha, só não preciso
ser uma doida varrida como você!
— Ei pode parar as duas. — Lary se mete no meio apontando para a
Bruna diz: — Você vaca, cala a boca não tá ajudando. Depois virou-se para
Nininha dizendo:
— E você, tá tão perdida que não lembra o quanto nossa amiga aqui é
debochada, você é sempre a primeira a defender ela, e agora fica aí com tom
de julgamento.
— Poxa amiga desculpa, eu não quis dizer isso, você me entendeu
errado eu jamais duvidaria de você como mulher. Eu disse aquilo porque
conheço o seu jeito de pensar. Presta atenção, você é uma mulher linda
merece o melhor da vida, é só você querer. Estou do seu lado amiga e estou
MUITO feliz que você acordou para vida. Se joga mulher, sem pré-conceitos.
Escutando Bruna falar, entendi que de um jeito meio torto ela só disse
verdade, puxei ela para um abraço e pedi desculpas em seu ouvido.
— Tá legal, tá legal, mas não vamos esquecer que essa nossa amiga
aqui Bruna, é uma romântica e acha que tudo tem um final feliz como em
seus livros, e esse terreno é perigoso, não sabemos o que pode acontecer........
– Falou Lary.
— Ai eu sei, se o final feliz for acabar em um sanduíche entre aqueles
dois eu quero!!! – Bruna soltou.
— VACAAAA ... — Gritou Lary e Nininha no ouvido de Bruna pelo
seu comentário. As três caíram na gargalhada juntas e outras meninas no
banheiro riram delas.
Lary foi se acalmando, me pegou pelos ombros e foi dizendo:
— Minha amiga irmã, vejo nos teus olhos o teu querer por eles, e o
pouco que vi deles percebi também o querer deles por você..
Bruna interrompe de novo a fala de Lary
— Atá, você percebeu só no olhar e não em toda aquela dança a três
caliente com direito a um beijaço no final, e fora todo aquele lance de
cantarem a letra da música um para o outro e .... E hummm acho que faltou
um beijo triplo para ser perfeito.
A cachorra da Bruna disse isso tudo toda rebolando na sensualidade,
me perguntei se eu estava fazendo assim na pista de dança, merda é melhor
não pensar nisso.
Quando ela olhou para mim e Lary e viu nosso olhar a repreendendo
murmurou:
— Ok, o.k suas chatas! Conclua Laryyyyy.
— Bom, seja o que for Nininha, faça o que você tiver vontade só não
leve tudo muito a sério pense em se divertir, em ser feliz. Como já te disse,
não crie expectativas, apenas viva o hoje e nada de contos de fadas eu digo
isso para seu bem.
— Porra Lary! E daí se ela quiser ter o final feliz dela com dois
Deuses gregos como eles ela pode, a vida é dela e ela vive como quiser,
existem relacionamentos de poliamor onde você pode amar mais de uma
pessoa ao mesmo tempo.
Olhei para Bruna com olhar de interesse, mas deixo para saber disso
depois, como disse Lary sem expectativas, somente curtir.
Lary soltou uns palavrões para Bruna por ter plantado essa semente na
minha cabeça, mas enfim, a verdade é que a vida é minha e eu saí daquele
banheiro com uma única certeza :
Se era isso que eu queria, era isso que eu teria!
E essa certeza só ficou mais forte quando dei de cara com os dois, em
pé de frente a porta do banheiro, todas as meninas passavam por eles se
insinuando, mas nenhum, nem outro desviava o olhar do meu, segui em
direção ao dois como se o bar não tivesse ninguém mais, só ouvi a voz de
Bruna e Lary falando:
— Vai lá e arrasa gataa.
— Não esquece de me ligar amanhã.
Mesmo sem olhar eu sabia o que cada uma tinha dito, sorri e cheguei
bem próximo na frente dos dois, no centro entre eles, cada um pôs a mão em
uma de minhas mãos e com uma boca em cada ouvido meu, disseram em
sintonia:
— Já pagamos a conta é hora de ir...
— Então, você vem com a gente?
Segurei um pequeno gemido e, fiz um esforço para tentar não me
render tão facilmente como essa vacilona aqui em baixo. Ainda procurando o
oxigênio para responder a pergunta e sem querer ser oferecida, mas não
achando jeito de não ser...
A foda-se! Puxei eles bem mais próximo ainda de mim e disse:
— Já não aguento tanta demora.
Capítulo 20: Entrega Total.
aquele momento com esses dois, não encontrava nada que explicasse.
#Nininha
#nininha
de seu agarre, mas sem conseguir, pois ele sentiu o início de sua fuga e a
manteve bem apertada fazendo-a sentir que ele ainda estava vivo dentro dela.
com uma mão engrenhada no seu cabelo próximo a nuca e a outra mão
mantendo-na firme no seu eixo que ganhava a cada segundo mais vida.
O tesão foi tomando conta dos dois novamente. O clima esquentando,
mãos e línguas viajando no corpo do outro procurando saciar a sede de toque
e sentimento.
Tão intenso, pensavam os dois.
Mas a realidade foi se infiltrando na cabeça de Nininha e ela lembrou
que nem tudo se resolve com sexo, é preciso palavras para entender certos
sentimentos. E ela precisava entender tudo o que estava acontecendo, um
carrocel de emoções e sensações que estava inundando sua vida em apenas
alguns dias. Tanto para entender, tanto para descobrir ainda, tanto para não
perder... Ela já se via completamente enredada pelo prazer de estar com esses
dois homens, seria uma tola de imaginar que não queria se envolver de
verdade. Não conseguia afirmar se já era paixão ou realmente só carnal, como
também não conseguia ver os próximos dias longe de qualquer um dos dois.
Fora essa frase de Dane que a deixou preocupada.
Dane notou que ela foi desacelerando o beijo, viu em seu rosto as
engrenagens de sua mente funcionando, desejou tanto ter super poderes e ler
mentes. Ficou um pouco tenso ao imaginar qual será a reação dela quando
eles disserem que precisam voltar ao trabalho ainda hoje, e que isso significa
ir para outro estado a horas de distância dela, e tendo medo que ela pense que
eles só a usaram e Deus sabe que não era isso. Dane já se permitia a certeza
de saber que estava apaixonado, e pelo que conhecia de Léo via o mesmo
sentimento nos olhos dele quando ele à olhava também. Pensando numa
maneira de iniciar o assunto foi interrompido por sua voz:
— Conversar ? Nós três, sobre o quê?
Dane viu dúvidas e um certo receio em seu olhar, não podia
conversar, estando ele ainda em seu centro quente e pulsante. Deu um beijo
em sua testa de forma fraternal e a retirou de seu colo ouvindo os gemidos
involuntário de seus corpos sendo afastados. Se levantou da cadeira e a pegou
no colo dizendo:
— Precisamos falar de muitas coisas e, vamos falar, mas antes venha
vamos te dar um banho, minha menina.
Sussurrando em seu ouvido Nininha disse enquanto ele os levava para
o quarto novamente:
— Sua menina sabe tomar banho sozinhaaaa.
Ele parou em frente à porta do quarto olhando a engraçadinha em seu
colo e sorrindo feito um menino travesso retrucou:
— Gosto de como soa a frase "sua menina" em sua boca, deveria
dizer isso mais vezes para mim. E a propósito tenho certeza que você sabe
tomar banho sozinha, mas a quatro mãos acredito que será bem mais
interessante.
Ela arregalou os olhos para Dane com o pensamento de quatro mãos a
banhando, e que mãos. E como já se tornava um mau costume, seu corpo já
dava sinais de excitação na imagem desses deuses lhe dando banho. Olhou
em volta para procurar Léo, mas não encontrou. Dane foi seguindo para o
banheiro parando na porta e chamou por Léo:
— Léo, acho que tenho aqui uma bela princesa precisando de ajuda
para um banho, você me ajuda?
Ela olha para o banheiro só para se deparar com Léo saindo do box
todo molhado de encontro a eles, mais sexy impossível, seus olhos varreram
seu corpo todo bronzeado e esculpido por Deus, seguia as bolinhas de água
que escorregavam em seu tórax, abdômen e ... E....... E mais em baixo...
Que inveja dessas bolinhas!
Perdida em pensamentos não notou que Dane a pôs de pé novamente
e que estava no meio dos dois, Léo estava tão próximo que já sentia os cumes
de seus seios molharem em sua pele úmida. Eles a espreitaram como se ela
fosse a presa a ser abatida.
A fumaça no banheiro da água quente que descia pelo chuveiro
deixava o clima ainda mais febril. Podia jurar que ouvia pequenos urros de
prazer vindos de suas bocas em cada pedaço de sua pele tocada por seus
lábios e dentes, que mordiam e beliscavam, cada um à sua maneira, Dane
devagar e intenso, Léo firme e sacana.
Entraram no box juntos, ali começaram uma dança molhada e
escorregadia de mãos ensaboadas e corpos encharcados que se chocavam em
toques lentos, e a cada impacto uma onda de prazer se propagava por todo os
corpos envolvidos. Nunca se sentiu tão mulher quanto agora, tão cuidada, tão
vívida. Nininha virou boneca para às quatro mãos que à serviam. Levantou
os braços para trás do pescoço de Léo enquanto ele esfregava seus cabelos
com shampoo e condicionador. Seus olhos fecharam na sensação de
relaxamento que essa ação a fazia sentir. Dane se concentrou em suas costas
ensaboando cada parte como numa massagem. Ela já estava quase caindo,
pois suas pernas viraram geléias, ainda bem que se segurava em Léo. Podia
se acostumar com isso, aliás esses homens estão a estragando para todo o
sempre, como tomar um banho sozinha após esse?
Foi aí que tudo piorou ou melhorou dependendo do ponto de vista,
Dane desceu suas mãos pelas costas dela pousando em suas nádegas e
massageando, pediu ao Léo que as segurasse aberta enquanto ele lavaria seu
"lindo buraquinho" palavras dele. Santo Deus, Nininha se sentiu tão exposta,
quando Léo fez o que Dane pediu e em seu ouvido reafirmou que um dia os
dois a tomariam por ali. Totalmente alerta, tentou se livrar de tal atenção a
um local tão íntimo, mas óbvio que foi impossível, tamanha era a posse que
os dois tinham do seu corpo e mais uma vez relaxou e se deixou levar pelas
carícias. Se agarrou mais a Léo roçando nele para encontrar algum alívio,
sentiu Dane levantando sem parar de acariciar entre as bandas da sua bunda
que por incrível que parecesse estava deixando louca. Começou a beijar Léo
pela clavícula indo de encontro ao seu queixo másculo, percebeu que ele
sorria e levava uma de suas mãos à sua virilha onde ela necessitava, a outra
comprimiu um seio dizendo:
— Acho que essa princesa não quer mais tomar banho, brother.
Dane por trás dela com a força de seu corpo empurrou eles até que
Léo encostasse às costas no ladrilho molhado da parede e não restasse mais
nenhum espaço entre seus corpos, com uma mão ainda ocupada no meio de
suas nádegas, levou a outra no seio carente sozinho e comprimiu o mamilo
estufado fazendo ela dar um gemido alto de prazer. Bem devagar foi
introduzindo aos poucos um dedo em seu buraquinho, vendo-a se contorcer
com a invasão e empinando inocentemente seu bubum para ele. No ouvido
dela susurrou:
— Diz de novo Paulina aquela frase que amei ouvir de sua boca, diz
agora que lhe daremos o que você quer.
Terminou mordiscando no encontro entre o ombro e pescoço dela.
— Ahhh Dane não lembro, sei lá....
— O que era Paulina também quero ouvir, diga — Embarcou na
tortura Léo, invadindo suas dobras com dois dedos ouvindo seus gemidos e
xingamentos.
— Palermas...
— Olha a malcriação. — Disse Dane beliscando a parte rechonchuda
de seu seio.
— Aiiiiii.... — Desnorteada e tentando recapitular tudo o que tinham
falado em segundos, se lembrou.
Virou o rosto para Dane beijando-o disse:
— Eu sou sua menina... — E voltando olhando para Léo beijando-o
também, disse concluindo. — E sua princesa...
— Bom, muito bom, melhor do que antes, você já sabe como nos ter
em suas mãos, então mano acho melhor dar a ela o que ela precisa, tão
receptiva ao nosso toque, como vamos dar banho nela sem nos perdermos em
seu corpo sempre.
— Ooohh eu quero que vocês se percam em meu corpo...
Os dois riram condescendentes. Eles também a queriam, mas os dois
sabiam que seu corpo já estava bem cansado para recebê-los juntos
novamente, isso tudo era muito novo para ela, e aliás precisavam ainda
conversar. Eles se entenderam em um olhar e apenas deram a ela a liberação
que precisava com carícias e toques que a levaram ao clímax.
Entorpecida pelo alto clímax e se sentindo mais limpa do que nunca,
queria partir para a melhor parte que era tê-los nela novamente, foi tentando
de alguma maneira leva-los, eles de alguma forma se seguraram, pois ela
sabia que a queriam, via em seus olhos, sentia com seu toque a resposta de
seus corpos. Mas eles tinham outra ideia.
— Vamos Paulina, vou te enxugar. — Disse Léo levando-a do
banheiro.
— Ah, não é justo vocês me banharem e eu não poder retribuir em
vocês dois. — Disse ela saindo do box com os olhos de pedintes vendo Dane
em baixo dágua se ensaboando.
Dane sorriu ao ver a cara linda de Paulina, se sentiu um puto sortudo
sabendo que ela o queria mais um pouco. Fez um esforço tremendo para não
puxa-la de volta e toma-la no box.
— Vai com Léo, minha menina, que eu já vou.
No quarto Léo a enxugou, o que a deixava sem graça, parecia uma
criança. Ele disse para ela esperar um pouco e foi até seu quarto, logo voltou
já vestido com uma bermuda e com algo na mão. Ele a olhou e chamou com
o dedo, ela foi em sua direção e viu o que era em suas mãos, uma box branca
dele com certeza, logo fez ela se vestir, depois ajudou a pôr o vestido.
Enquanto Léo a ajudava a se vestir, ficava pensando em por que se
vestir, ela queria era continuar nua. Bem eles deviam estar cansados dela,
passou a imaginar. "É Nininha é hora de ir acabou-se o que era doce", como
dizia vovó.
Léo sentou na cama e a pôs em seu colo beijando-a.
Dane sai do banheiro enxugando o cabelo e vê os dois naquela intimidade, se
vestiu e recebeu o olhar dela, tentou não deixar transparecer um certo ciúme
por ela estar no colo de Léo e não no dele.
— Então é isso, vou chamar um táxi. — Disse ela meio sem graça.
Dane já vestido com uma calça de moletom veio até ela a tomando de
Léo e beijou seus lábios, ao terminar falou:
— Por quê? Já quer ir embora, cansou da gente?
— Não, absolutamente... — Olhou para Léo também. — É pensei que
... Bom nos vestimos achei que... Enfim...
— Nos vestimos para tomarmos café da manhã de maneira civilizada.
— Disse Léo deitado na cama.
— Não que isso seja um problema, porque se a quisermos a
tomaremos de qualquer maneira. — Pontuou Dane.
Nininha atordoada com as palavras deles, e com a visão maravilhosa
de seus torsos nus e olhares instigantes, respirou fundo e falou:
— Aí que fome, vamos então comer. Por favor.
— Boraa, estou faminto — Léo disse pulando da cama dando um tapa
na bunda dela indo para fora do quarto.
Ela riu olhando para Dane.
— Vocês não perdem uma oportunidade de bater no meu bumbum.
— Correção: "nosso bumbum", vamos! — Retrucou ele dando
também um tapa em seu outro lado, puxando-a para cozinha.
— Meninos. — Sussurrou Nininha, baixinho sem ele ouvir.
Os três se sentaram na mesa e se serviram, estavam mortos de fome,
eles é claro comiam mais que ela, que se serviu de suco de laranja e um misto
quente. Enquanto comiam conversavam coisas do dia a dia e como sempre
ela se sentia como se estivesse sendo interrogada, as perguntas eram sempre
direcionadas a ela. Então Dane começou a ficar mais calado, diria até
pensativo.
Já de barriga cheia e com a boca doendo de tanto rir das baboseiras
que Léo dizia, olhou para Dane e se lembrou de mais cedo quando ela estava
em cima dele, balançou a cabeça para espantar a imagem erótica para longe.
Lembrou também do que ele disse no final.
— Então Dane, hoje aqui mais cedo você disse que precisávamos
conversar, nós três, bom estamos aqui os três, no que você pensava ao me
dizer isso?
Um silêncio se instalou na mesa, eles se entre olharam, Léo pigarreou
olhou para ela e para o amigo e começou:
— Lembra quando dissemos qual era nosso trabalho?
Ela balançou a cabeça confirmando, então Dane chegou perto dela a
puxou para seu colo e continuou:
— Você até demostrou aversão ao fato de sermos policiais... —
Nininha tentou explicar o porquê de sua aversão, mas Dane colocou o dedo
nos seus lábios a calando e prosseguindo. — Shiii, apenas escute, naquele
momento estávamos tão envolvidos com sua beleza e a possibilidade de tê-la
que omitimos algumas coisinhas.
Nininha se assustou um pouco e quis se levantar de seu colo, não
conseguindo é claro, então dali mesmo fez a pergunta:
— O que você quer dizer com isso, e me solta por favor.
Dane sentiu uma pequena desesperança e afrouxou o agarre nela que
conseguiu se levantar e se abraçou em seus próprios braços encarando os dois
à sua frente. Ela observou que essa omissão poderia ser qualquer coisa,
sentiu-se insegura, e pensava nas alternativas. Claro que diriam que tem
namoradas ou são casados ou mentiram sobre serem policiais e na verdade
são é traficante, sua cabeça estava dando um nó, deu um passo para trás e se
recostou na pia. Seu pai sempre dizia que ela tinha uma imaginação muito
fértil para tudo. Léo levantou e colocou as mãos em seu rosto procurando seu
olhar e encontrando.
— Calma princesa, não é nada muito grave apenas uma questão de
logística. Nossa como vc está fria. Quer um casaco?
— Eu vou buscar Léo, fique com ela.
Dane migrou para seu quarto para conseguir um casaco para Paulina,
e um pouco para fugir do rosto de assustada que ela fez ao ouvir dizer que
omitiram algo. Merda! No quarto pegou um blusão seu flanelado e voltou
para a cozinha e parou ao ouvir eles conversando.
— Olha só Léo vocês não precisam ficar de mimimi, podem dizer que
foi só uma noite e que está na hora deu ir embora, porque é claro que dois
homens como vocês não estejam sozinhos. Amigos de longa data queriam só
se divertir, eu entendo, agora me deixa quero ir embora.
Empurrou suas mãos no peito dele tentando afasta-lo.
— Princesa que viagem é essa. Bom, nós realmente somos sozinhos,
solteiros e amigos de longa data e com certeza adoramos curtir juntos....
— Eu sabia, me solta Léo...
Ele a segurou pelos pulsos e continuou a dizer:
— Para Paulina, deixa eu continuar, adoramos curtir juntos e os céus
sabem o quanto, mas desde que você apareceu em nossa vida que tudo
mudou, eu sei eu sei, é precoce falar assim, mas e daí não sou devagar igual
uma tartaruga para exibir meus sentimentos, acho que me apaixonei por você,
acho não, tenho certeza e não quero ficar longe de você por conta de
protocolos de relacionamento. Quero você e ponto.
Dane assitia de longe, viu o olhar dela se apaziguando ao ouvir de
Léo que ele havia se apaixonado por ela. Se sentiu um imbecil por não ter
sido o primeiro a ter dito isso para ela. Se pegou pensando se teria a mesma
reação que estava tendo com seu amigo. Começou a sentir raiva de seu
amigo, da situação toda e entrou na cozinha quando eles iam começar a se
beijar.
— Então Léo vejo que ela aceitou bem o fato de termos que ir embora
hoje à noite já que está toda derretida em seus braços, ainda vai precisar do
casaco? Ou já está aquecida o suficiente?
— Qual é, tá louco brother, que se tá falando.
Léo retirou o blusão das mãos de Dane e praticamente forçou ela a
vestir.
— Ei para Léo, não quero colocar, eiii... Merda deixa que eu mesma
arrumo.
Léo se afastou dela um pouco e aproveitou para olhar no rosto de seu
amigo, não entendia a expressão que encontrou. Colocou a mão em seu
ombro dizendo:
— Que foi brother, o que te deu pra agir dessa maneira?
Dane olhou e retirou a mão de Léo bruscamente de seu ombro,
respondendo:
— Ah, Léo se liga, não sei por que dar tantas voltas para dizer uma
coisa simples, mas vejo que você se perdeu e está levando o assunto a outro
nível.
— Como é, surtou cara, não tô te entendendo?
— Ei!! Pera aí vocês dois — Nininha se meteu entre os dois com uma
mão em cada peitoral.
— O que você disse Dane, vocês estão indo embora, hoje, mas para
onde, vocês não são do Rio? E por que não me disseram, na verdade por que
você Dane não me disse isso quando ficamos na primeira vez.?
— Nós somos policiais federais de fronteira combatemos o
narcotráfico de perto. Entre uma missão ou outra viajamos para cá para
relaxar e... — Dane ia tentando explicar, feito um robô quando foi
interrompido.
Nininha se virou totalmente para Dane com um olhar de fúria e
mágoa ao mesmo tempo.
— Entendi, quer dizer que eu fui uma maneira que vocês encontraram
para relaxar nesta viagem? Ótimo!!! — Se virou para Léo falando. — E você
aonde queria chegar com esse papinho de "me apaixonei"?
Dito isto ela começou a sentir seu rosto molhar com suas lágrimas, se
desvencilhou dos dois e foi à procura de suas coisas, envergonhada e louca
para ir para casa. Então era isso mesmo apenas diversão, mas o que você
achava Nininha que viveriam felizes para sempre, haha, bem que Lary
avisou.
Ainda na cozinha, os dois olhavam tontos as costas de Paulina, Dane
completamente perdido em uma confusão de pensamentos que iam desde ir
correndo atrás dela e implorar para que o perdoasse ou deixar desse jeito
mesmo afinal nunca teria dado certo.
— Seu filho da p@#&$, o que você fez, que te deu brother? Tá
doidão, né possível. Ela tá achando cara, que nós nos aproveitamos dela.
— Léo, e não foi isso, ou você tá levando a sério esse lance de
paixão? Isso não vai funcionar eu já tinha te dito e quer saber, foda-se.
— Realmente não te reconheço mais, você seu babaca está
apaixonado por ela que eu sei, só não entendi por que ter essa atitude rude ao
dizer para ela que temos que ir desse jeito, seu idiota você pode ter estragado
a melhor coisa que podia acontecer em nossa vida. Isso não vai ficar assim,
espero que não seja tarde de mais pra você.
Léo empurrou Dane para o lado ao terminar de falar, tinha vontade de
dar um soco bem colocado na cara dele, mas se controlou, pensava em
resolver isso depois, sabia que seu amigo não estava sabendo lidar com esse
sentimento avassalador que era a paixão. Agora, ir atrás de Paulina era mais
importante.
Encontrou ela na sala catando sua identidade e outros objetos.
— Paulina, espera, deixe eu te explicar melhor, não sei o que
aconteceu para Dane agir daquela maneira, mas sei que tem explicação...
— Foda-se ele, e não quero ouvir nada tá legal, me passa o telefone
vou chamar um táxi.
— Não! Eu te levo.
— Não, eu vou de táxi... Aliás vocês não disseram onde vivem, para
onde estão indo hoje, ou seja, voltando para casa após às "férias"?
— Amazonas.
— Pqp do outro lado... Léo por que você disse que está apaixonado
por mim, é alguma brincadeira de mau gosto?
Dane ouvia os dois discutindo na sala, queria ir lá também, nunca se
sentiu tão convarde como hoje, mas tinha medo de fazer mais merda do que
já tinha feito. Ouviu a resposta que Léo deu a ela pensativo.
— Paulina realmente não nos conhecemos a tempo suficiente para
que você acredite de olhos fechados no que dizemos, mas tem coisas que não
tem explicação, simples assim. E não sou só eu que me apaixonei, o idiota do
Dane também, mas ele não sabe lidar com esse tipo de sentimento, ainda, e
tudo é muito novo porque somos três, e Paulina eu até posso estar enganado,
mas você estava lá conosco totalmente entregue e apaixonada também. E
foda-se me chamem de louco, mas sei que isso tudo é possível, o amor é
possível nós três somos possível.
Paulina se virou em direção ao Léo, viu nos seus olhos às verdades
que ele dizia, notou Dane os olhando de longe com um semblante assustado.
Ela seria maldita de não admitir pelo menos para ela mesma que acreditava
em tudo que Léo dizia e queria realmente que virasse verdade, mas era
humana de mais inundada de conceitos de uma sociedade machista e
superficial. Jamais daria certo, pensava que era melhor acabar ali mesmo,
uma experiência apenas, uma loucura de fim de semana assim que deveria ser
e não esse tobogã de emoções novas e intensas que se tornou.
— É claro que daria certo Léo, através da internet possivelmente, mas
não comigo, eu até hoje sempre estive sozinha porque a vida a dois é muito
complicada imagine a três, isso é fantasia boa de ser ler em livros somente. E
aliás, como lidar com pessoas que já começaram uma relação nessa confusão
toda de omissão e temperamento bipolar — Disse isso apontando o olhar para
Dane que abaixou a cabeça derrotado — Enfim, vamos encarar uma coisa,
esses dias foram maravilhosos ontem e hoje foram os melhores momentos da
minha vida, porém foram apenas isso, momentos. Acabou voltaremos à nossa
vida de antes e mais tardar um dia a gente esquece.
Léo se aproximou dela mesmo com ela tentando o afastar, segurou em
seu rosto e com os polegares enxugou suas lágrimas.
— Sabe minha princesa você é tão cabeça dura quanto o Dane, já sei
que vou ser o apaziguador da relação, mas não ligo amo vocês minha
princesa e meu irmão. Estamos todos sensíveis com tanto sentimentos novos
nos rondando, acredito que só o tempo vai fazer com que vocês caiam na real
e eu sou paciente sei esperar principalmente quando o melhor ainda está por
vir. Vamos, vou te levar para casa.
Léo ao terminar beijou suas bochechas molhadas.
Nininha olhou no rosto tranquilo de Léo queria tanto acreditar nele, mas não
era possível. Caminhou até a porta esperando Léo pegar às chaves do carro,
olhou para Dane que não saia do lugar e não tirava os olhos azuis
avermelhados dela, queria que tudo tivesse sido diferente nem parece que
estavam tão próximos mais cedo. Para onde ela olhava lembrava de uma cena
com eles e, estava extremamente incomodada com o olhar penetrante de
Dane e o silêncio entre os dois.
— Vai ficar aí me encarando, seu idiota?
Dane cerrou o olhar nela e foi em sua direção fazendo-a recuar e
encostar na porta atrás dela. Ele pressionou seu corpo contra o dela.
— Para Dane, sai...
— Não...
Ele Prendeu seus braços em cima da cabeça dela e encostou os lábios
nos seus.
— Não sei agir como Léo diante de tantas coisas acontecendo, sou um
ogro esqueceu, mas não deixarei você sair daqui com a impressão de que
tenha sido só um bom momento e que será fácil esquecer.
Deu-lhe um beijo possessivo, forte e vivo. Ela tentou no início se
recusar, mas como sempre impossível, era só um deles a tocar que se derretia
e Dane fez exatamente o que quis, provou a ela que seria inesquecível .
Dane parou o beijo e se retirou para o quarto sem dizer nada
deixando-a sem ar, sem chão e sem razão.
— Eu NÃO sou sua menina. — Gritou Nininha para as costas de
Dane.
Ele se virou a olhou e respondeu:
— Deus lhe ajude no dia que eu farei você engolir o NÃO dessa frase.
Capítulo 24: Entre Pensamentos.
Silêncio.
Era o que se ouvia no carro enquanto Léo levava Nininha para casa.
Novamente Nininha estava dentro desse carro em um silêncio
ensurdecedor só que o clima era diferente do que antes. Tentava não se sentir
magoada, chateada, mas eram os únicos sentimentos que estavam à tona
nesse momento. Repassava em sua cabeça tudo que aconteceu até este
minuto, desde de que encontrou aquele olhar azul hipnotizante, viril e
ameaçador, passando pelo desejo louco e voraz de se entregar aos seus
desejos mais escuros, e logo depois se chocando com um novo par de olhos,
agora esverdeados hipnotizantes também, caloroso e sacana levando seus
desejos ao cúmulo da loucura fazendo-a se entregar totalmente não só para
um, mas para os dois.
Onde foi que ela perdeu o fio da meada? Com certeza isso tudo se
deve ao fato de achar que suas viagens literárias pudessem sair do papel,
simples assim. Haha nunca é simples.
— Ei, será que você pode dividir seus pensamentos comigo, princesa.
Léo diz isso levando às costas de seus dedos no rosto de Nininha,
acariciando sua bochecha. Ao sentir o toque ela se vira para ele tentando lidar
com às vibrações de suas células no gesto de carinho.
— Não estou pensando em nada.
— Sério? Não me parece. Bom, então o que são esses olhos
lacrimejantes e avermelhados, e essa nuvem escura pairando sobre sua linda
cabecinha?
— Não é de sua conta.
Léo semicerrou os olhos na face irritada e debochada de Nininha,
voltou com sua mão e apertou o volante com força, retornando a atenção ao
caminho mergulhando em pensamentos também..
#Léo
Merda como essa garota me tira do sério e como não me apaixonar
ainda mais por essa cabeça dura. Acho que ela está levando isso a sério de
mais, não mentimos para ela só não dissemos no momento em que ela
acharia mais certo, simplesmente por medo de não termos nenhum momento
com ela. Bem na verdade que, se ela tivesse me conhecido primeiro eu teria
dito naturalmente, afinal estaria conhecendo uma nova pessoa e numa
conversa casual acabaria levando ao assunto de trabalho o que levaria a dizer
que estaria indo embora em uma semana. Simples. Mas não Dane, aquele
cabeça oca não gosta de falar dele mesmo, nem casualmente.
Ahh, meu amigo! O amo como se fosse do meu sangue, morreria por
ele, aliás já até levei um tiro pra salvar aquele rabo que as meninas julgam
bonito. Mas vou dizer uma coisa, o cara teimoso, cismou que porque nossa
profissão é perigosa não devemos nos atrever em ter família ou se apaixonar.
Sei que é mais fácil para ele pensar assim já que é sozinho não tem nenhum
familiar próximo vivo. E sei que ele dá graças a Deus por isso também cada
vez que ouve que algum familiar de um policial foi morto ou de certa forma
abusado apenas pelo fato de ter parentesco com um policial.
Mas eu não acho justo, esses merdas de traficantes e criminosos é que
deveriam se preocupar com isso, não nós agentes da lei.
Ele diz que sou um sonhador, que vivo no mundo da lua. Mas não é
isso, venho de uma família grande, amável, só vivo longe deles por gostar de
ser livre de fazer o que eu quiser como, quando e com quem quiser.
Porra! Quero apenas ser feliz, viver minha vida, Deus me deu ela e
quero fazer um bom proveito, é isso, e se eu puder no meio do caminho dar
fim a uns bandidos, achar o amor da minha vida e ter uns "cabeçãosinhos" tá
ótimo.
Amo minha profissão, sei que ele também, só encaramos de forma
diferente, eu desistiria dela por ele e por um grande amor, principalmente se
for nosso grande amor. Nós já estamos nessa de compartilhar mulheres há
anos e para mim é muito natural nos casarmos com uma, e cuidar dela e de
nossos futuros filhos para o resto da vida. Aquele filho da mãe pode ter
estragado a oportunidade de termos encontrado a mulher perfeita, eu juro que
mato ele com às minhas próprias mãos se não conseguir fazer com que
Paulina pare de ficar chateada com a gente antes de irmos embora. Preciso
que ela fique bem, preciso que ela entenda tudo isso e, preciso disso rápido,
pois o tempo tá passando e ela está brava ainda.
Não tenho nada a perder, detesto mimimi. Se gosto? Digo que gosto,
se não, digo que não. Detesto rodeios, prezo a sinceridade, se eu amo e a
pessoa não tá nem aí pra mim, não é problema meu é dela, eu tenho que
expor o que sinto para ter certeza que de minha parte foi feito tudo para que
desse certo, e se não der, sigo em frente de cabeça erguida por saber que eu
tentei.
— Bem, acho que agora você que está pensando muito. — Ouço
Paulina dizer e me viro para olhá- la.
Ainda estamos beirando a praia, avisto uma vaga e estaciono o carro
notando o rosto confuso dela.
— Ei, por que você parou aqui... Ok... Quer que eu pegue um táxi,
beleza eu vou... E........
Pego no braço dela enquanto ela fala um monte de baboseiras
tentando descer do carro e digo:
— Você não vai embora antes de conversarmos, porque ao contrário
de você eu quero dividir meus pensamentos, já que mostrou interesse.
— Quem disse que eu quero conversar e muito menos dividir seus
pensamentos? Só quero ir para casa e esquecer que conheci vocês.
Paulina disse isso tentando se soltar do meu aperto sem muito
sucesso.
Ela fica tão mais linda brabinha e lutando. Olhei fundo nos olhos dela
levei minha outra mão ao seu rosto, ela automaticamente segurou meu pulso
para tentar impedir meu carinho, não permiti. Ao tocá-la senti um início de
derretimento, uma quentura em seu olhar e quase um pedido mudo
implorando que eu não a tocasse, pois ela podia desmoronar.
Estou apaixonado. E sei que ela também sente algo por mim, e não só
por mim como pelo Dane também. Sei que é confuso, ainda mais para ela
tudo tão intenso e em dobro sem falar no pouco tempo.
Mesmo não querendo tirar as mãos dela, me permiti solta-la para dar
a ela espaço necessário para que entenda o que digo, racionalmente e não
porque está embreagada pelo meu toque.
— Paulina, por favor me escuta? — Me viro totalmente para ela, sem
tocá-la.
Ela me olha e acredito que tenha interesse em seu olhar, e que no
fundo ela quer entender tudo isso também e foi nessa certeza que entrei de
cabeça.
— Princesa, não vim ao mundo para disputar ego com ninguém. Sou
muito sincero comigo mesmo e procuro ser assim com todos à minha volta.
Nos meus relacionamentos, de todos os tipos, como amizades, namoros,
família e outros, sempre sou cem por cento, detesto me privar do que sinto,
ou do que preciso dizer, apenas por imaginar que o outro vai achar ou deixar
de achar qualquer coisa. Não gosto de antecipar os passos do outro, dou o
meu passo e se tiver de ser, o outro acompanha cada um no seu ritmo, mas
tentando fazer dar certo. Adoraria que fosse tão simples, mas sei que não é.
Somos pessoas diferentes, com histórias de vida diferentes, tentando
sobreviver a esse mundo louco em que vivemos.
— Ok! E o que você quer dizer com isso tudo? Afinal já que é tão
sincero por que não me contou antes que iriam se aproveitar de mim e depois
viajar para milhares de quilômetros de distância.
— Primeiro, nós não nos aproveitamos de você, não sei da onde você
tirou isso. Lembro-me bem de você aproveitando a noite toda tão bem quanto
nós. Foi uma troca, e foi muito além de qualquer transa casual, você estaria
mentindo ao dizer ao contrário. Não temos que olhar para tudo com olhos
preconceituosos, somos além de tudo jovens, você ainda mais jovem. Nos
sentimos atraídos no primeiro instante que trocamos olhares, cada um no seu
momento. E naturalmente foi crescendo o desejo entre nós, e não julgue
errado você se sentir atraída igualmente por dois homens. Somos livres para
nossas escolhas, lembra, livre arbítrio. Só vivemos numa sociedade hipócrita
que prega a monogamia, mas que no fundo vive o que quer do jeito que quer,
por debaixo dos panos.
— Ok... Pronto eu quis foi bom e só, me leva embora.
— Foi bom? Só bom? Rsrs conversaremos sobre isso outra hora.
Voltando, segundo acho que seria estranho no meio do clima que nós
estávamos eu ou Dane parar tudo e dizer “você é linda e a propósito nós
temos que ir embora amanhã à noite, isso não significa que estamos te usando
tá", daí você aceitaria super de boa e diria "tudo bem, onde paramos?"
— Hahaha tá de brincadeira....
Cortei sua fala encostando um dedo em sua boca.
— Posso continuar?
Ela fez que sim com a cabeça e tirou meu dedo de seus lábios levando
minha mão sem que percebesse em sua coxa. Deixei ela lá.
— Sei que só tive apenas uma única noite com você, mas acredite,
desde que te vi dançando na pista lá no bar quando eu ainda não sabia que
você era a menina de Dane, eu me interessei por você e nos poucos
momentos que interagimos esse interesse foi aumentando e depois disso, tudo
foi ficando cada vez mais intenso, e não me culpe por querer demostrar o que
sinto. Quando disse que me apaixonei por você eu estava dizendo com toda a
verdade que há em meu coração, Paulina. Preciso que você me entenda, que
compreenda toda essa situação e principalmente que tente entender o cabeção
do Dane.
— Léo... Isso tudo que você disse é muito bonito, vou tentar ser
sincera da mesma maneira que você está sendo comigo. Veja bem, o único
problema aqui é que você só tem certeza daquilo que você sente, não pode
saber o que eu e Dane sentimos realmente em relação a tudo isso. Confesso
que admiro sua consciência perfeita em relação a você mesmo seus
sentimentos e valores, porém sou humana de mais. Vejo problemas de mais
numa relação como a nossa se fosse a frente. A vida é difícil de mais para um
casal, imagine um trio? Sem falar que meu pai nunca aceitaria tal loucura, e
eu não sei se estaria disposta o suficiente para encarar tudo isso.
— Quando a gente ama de verdade, fazemos de tudo para dar certo.
— Sim... Eu sei... Mas você está falando de amor, eu não sei o que
sinto em relação a vocês dois... Para ser sincera admito que algo mudou em
mim após esta noite, e talvez por isso me sinto tão chateada com o fato de
não terem me dito que iriam embora. Poxa, achei que teríamos mais tempo
para nos conhecer melhor e talvez decidir...
— Decidir? Decidir o quê? — Falei não querendo ouvir a resposta
que havia imaginado.
— Ora Léo, já disse não acredito numa relação como você está
propondo, com três pessoas... É errado, e droga eu não deveria me envolver
desse jeito, me deixei levar, achei realmente que podia ser só mais uma
experiência, minha vida andava tão chata.
— Pois então na verdade você que nos usou?
Visivelmente incomodada com minha pergunta se remexeu no banco
e me respondeu:
— Não claro que não, aconteceu e eu... Me deixei ir...
— Então o termo "Usar" só serve quando é em relação dos homens
para com a mulher. Saquei. Você estava com sua vidinha chata e aproveitou
a oportunidade, porém nós não podemos ficar chateados por termos sido para
você só uma experiência. Agora no caso de nós apenas não termos dito que
iríamos viajar simplesmente porque tínhamos medo de perder a oportunidade
da sua companhia ou apenas por tolice, somos hostilizados com o termo que
usamos você.
— Léo você está complicando tudo ...
— Não Paulina, não estou, é você e Dane que estão, eu não. Eu sou o
único que está tentando encarar isso tudo de maneira adulta e coerente. Se
você realmente quisesse ser sincera admitiria que não foi só a nível de
experiência o seu envolvimento com nós dois, que realmente sentiu algo
diferente acontecer entre nós, uma energia inexplicável carnal e emocional.
Foi totalmente recíproco. Vocês dois têm medo, e o medo é inimigo da
felicidade. Nos faz fazer, dizer e agir de modo que nos leva para longe das
nossas verdadeiras vontades. Quantas pessoas passam uma vida inteira
infelizes presa ao medo, ao ego, a covardia de simplesmente não tentar fazer
valer a pena...
Cheguei bem próximo ao rosto dela, já não aguentava tanta distância,
segurei com minhas mãos os dois lados entre seu pescoço e rosto. Olhando
bem dentro de seus olhos tentei mostrar para ela bem mais do que minha
palavras, continuei a dizer:
— Eu quero você, sei que Dane também e com certeza você nos quer
se não, não teria ficado tão zangada com o fato de irmos embora hoje, pois
me parece que no fundo você sabe que não a usamos, o que você não aceitou
bem foi o fato de ter que ficar longe da gente. Shiiiiii eu sei, foi maravilhoso
e queremos mais, eu estava lá eu senti, ainda sinto. Não tenha medo Paulina,
com o tempo tudo se ajeita e quanto ao Dane vou socar a cara dele para ele
aprender a controlar seus sentimentos e aceitá-los principalmente em relação
a você e a nós.
Encostei a minha testa na dela sentido sua respiração acelerar, ela
tentava falar, se mexer mais eu não deixava, comecei a falar enconstando
levemente meus lábios nos dela a cada final de frase, ou palavra.
— Vou te dizer como vai ser, vou te deixar em casa com um turbilhão
de emoções eu sei, mas tente ser paciente, acalma seus pensamentos e tente
também não só enxergar o lado ruim de tudo, pense em quão bom é sentir eu
e Dane te tocando, e em quão loucos ficamos com seu toque, com seus beijos.
Essa dor da saudade e da incerteza que você vai sentir nós também vamos e,
espere porque nós voltaremos e quando voltarmos vamos resolver tudo isso, e
principalmente matar a saudade e acabar com às incertezas.
Tomei loucamente sua boca, invadindo com minha língua, não
deixando espaço para o ar passar. Ela se entregou e passava suas mãos em
minhas costas e ombros, apertando pelo caminho. Paramos eu e ela aspirando
um o ar do outro. E eu disse:
— Então minha princesa, por favor, nos dê a oportunidade de provar a
você que somos verdade e que podemos dar certo, juntos.
— Mas Léo, você não pode falar por Dane.
— Conheço ele melhor do que ele mesmo, sei que ele se apaixonou
por você à primeira vista, eu até disse isso para ele. Mas o problema é que ele
não está sabendo lidar com esse sentimento, tanto que tenho quase certeza
que ele agiu hoje mais cedo daquela forma porque estava com ciúmes. Dane
é um pouco possessivo, e está vivendo uma situação desconhecida,
sentimentos que ele nunca teve, então até ele aprender a lidar com tudo isso
teremos que ter paciência. Mas no final vai dar tudo certo.
— Você é um otimista Léo.
— Não, eu sou realista e principal responsável pela minha felicidade,
e agora que descobri que você é a mulher de nossas vidas é só fazer de tudo
para dar certo. Vamos princesa me diz que vai nos dar um voto de confiança
e esperar nossa missão acabar para nos encontramos novamente e dar início
ao resto de nossas vidas?
— Léo, Léo o que fazer com você, com essa beleza toda, esse
otimismo e esse toque que me deixa louca?
— Simples, me beija princesa.
E naquele beijo percebi que ainda não tinha nada perdido. E que tudo
era mesmo só uma questão de tempo.
Capítulo 25: Amor Paterno.
#nininha
mundo. Ainda estou muito confusa é claro, mas estive pensando em tudo que
Léo me disse e tudo faz sentido. Se há alguma coisa na vida que devemos
fazer é ser feliz, independente de qualquer coisa, claro sem passar por cima
de ninguém, apenas buscar realizar tudo aquilo que nos faz bem, como
com certeza viria cheio de historinha pro lado dele. Dane pensava em como
ele pôde estragar tudo. Terminando de arrumar suas coisas não conseguia
tirar os pensamentos de Nininha, pensava como seria difícil sair fora desse
triângulo, porque era isso que ele estava querendo fazer. Deixar Léo e ela
tempos não iniciava uma tela, também como poderia, tão envolvida com as
seu tempo. Fora a correria das vendas de seus produtos e ajudar seu velho
#Dane
alguns dos indivíduos mais procurados por tráfico na nossa fronteira, e uma
Mas não é só isso. Ainda tivemos que adiar alguns dias, o que só aumenta o
pensar nos imprevistos. E nesse caso não estou nada contente por Conrado se
auto escalar para cobrir Léo na abordagem. Não que não confie na eficiência
historinha dele outro dia. Ninguém me tira da cabeça, que ele não levou de
boa às fofocas que nos envolveu no passado. E depois do "piti" que ele deu
na minha frente, ainda fiquei sabendo pela descarada da Lia que ele tem
ciúmes de nós com ela. Como se isso fosse viável. Ela me disse também que
naquele dia ela fez um comentário com ele sobre "infelizmente eu e Léo não
estarmos mais disponíveis no mercado" e por isso ele ficou todo irritado.
Detesto que minha vida, nossa vida seja motivo de assunto na boca dos
outros. Sou mais reservado do que Léo. Bom, fiz o que tinha que fazer,
entre nós. Conrado como sempre fez questão de afirmar que não tinha nada
tivesse um motivo real contra ele, que o tirasse do encargo. Pois bem, ainda
tive que ouvir uma série de motivos pelo qual ele ter colocado cada policial
em um posto. Disse mais, que o fato deles não serem amigos íntimos não
ao telefone quando disse que ia fazer uma viagem e que o destino a levava
para junto dos seus amores. Ou seja, para uma cidadezinha afastada próxima
à fronteira do nosso país. Seu pai não se mostrou nada satisfeito também, mas
não se opôs, na verdade queria ir junto para fazer companhia, pois a viagem
era bem longa. Fez questão, é claro, de dizer isso mil vezes, e também fez
questão de falar com Léo no telefone. Que vergonha! Ele disse exatamente
assim:
— Tenho uma ótima pontaria, sou bem treinado, ainda tenho meus
contatos e sei caçar como ninguém. Cuidado com minha filha, nos falamos
quando estiverem no Rio. No mas, divirtam-se.
Imagina o tom de voz que o pai dela usou para dizer isso. Ainda bem
que era o Léo, porque ele é bem mais tranquilo. Se fosse Dane acho que seria
pior. Pensando em Dane, ela logo fez uma carinha triste. Tem dias que não
escuta sua voz, só mensagens altas horas da noite. Ela ficava pensando se ele
anda muito ocupado como Léo disse ou se já não tem tanto interesse assim
em falar com ela. Será que ele sabe que vou, será que ele quer que eu vá?
Perguntas assim inundaram sua mente. Se sentindo insegura deitou em sua
cama, olhou para o teto e ficou imaginando uma série de motivos para não ir.
— Ei vaca, tá pensando em quê?
Falou Bruna ao entrar no quarto vindo do banheiro. Ela dormiu ali,
disse que era para Nininha não mudar de ideia. E iria acompanha-la até o
aeroporto junto com seu pai.
Bruna ao contrário de Lary deu o maior apoio, dizia que "lances" assim não
aconteciam sempre e que se era para viver que fosse intensamente. A escolha
mais difícil ela já tinha feito que era se envolver de verdade em um
relacionamento com dois homens. E que uma viagenzinha para o fim do
mundo não era lá grandes coisas, mesmo que no fim do mundo só
encontrasse um bom sexo da melhor qualidade e depois disso viesse embora
já valeria a viagem. Essa era Bruna.
— Será que Dane vai gostar de me ver lá, talvez ele possa achar que
estando lá eu vou atrapalhar seu trabalho ou de repente já passou a febre de
me querer e...
— E você é uma idiota! Levanta daí e vai terminar de se arrumar está
quase na hora, seu pai já vai vir aqui nos chamar, e tenho certeza se ele ver
dúvidas em seu rosto vai ser difícil deixar você ir.
— Hei... Aí Bruna, calma e me larga eu levanto sozinha, grossa.
— Tá vendo, eu sabia que eu tinha que dormir aqui. Olha só galinha,
presta atenção que eu não serei sempre viva pra te ensinar às paradas. Veja,
Léo e Dane moram juntos, trabalham juntos, se apaixonaram por você
juntos... Então é claro que qualquer decisão em relação a você eles devem
tomar juntos. Como você me disse Dane é o responsável pela parte
burocrática do trabalho então deve ficar bem mais atolado de serviço, e ele
deve delegar a função ao Léo de falar contigo. Tenho certeza que quando te
ver vai provar a você o quanto sentia tua falta. Para de criar caraminholas
nessa cabecinha e vai viver. Eu não quero dizer contudo que tudo vai ser
perfeito sempre, ainda mais numa relação diferente como a sua. Mas você
precisa principalmente confiar em si mesma. Veja, com tantas mulheres que
devem se jogar aos seus pés, eles querem você lá por um dia e meio, VOCÊ e
mais ninguém. Confiança Nininha sempre te faltou porém, agora é a hora de
você chegar lá e reconhecer nos olhos deles o que você realmente significa.
— Eu te amo vaca! Eu entendi, é difícil, mas entendi. Chega de ser
medrosa e insegura. É muito simples, eu vou fazer uma viagem de horas para
ir lá e dar aos meus Deuses o que eles necessitam. E o que eles necessitam é
de um pouquinho de mim.
Aí meu Jesus Cristinho das oferendas humanas!!?!
TOC TOC
— Prontas?... Posso colocar a mala no carro?
— Ah... Sim pai entre...
— Bom dia tio lindo, hoje não será um dia lindo? — Bruna
cumprimenta o pai de Nininha com um beijo na bochecha. O que o deixa
terno e feliz.
— Bom dia Bruna, mas para você é sempre bom né?
— Claro tio, quem faz o dia bom somos nós mesmos. É simples,
acordo me visto de coragem e vou à luta.
— Isso, bom, muito bom, e você filha tudo bem? Está realmente certa
de ir?
— Sim pai, estou aqui tentando terminar de vestir essa tal roupa de
coragem.
— Hahaha hahaha — Os três riram juntos.
— Fazendo escola hein, Bruna?
— Fazer o quê né tio, é o que sempre digo: a NASA está perdendo
uma mente fabulosa.
— Eu pensaria mais que a TV está perdendo.... Hahaha – Debochou
Nininha.
— Muito engraçadinha Paulina!
— Êpa, sem brigas meninas, Nininha verifica os documentos e o
voucher. Estarei aguardando no carro.
— Amiga você não vai levar o desenho?
— Não, ainda não está terminado, é só um esboço.
— Eles já viram? Nossa é lindo!
— Não viram, e talvez nem vejam. Acho que ficou muito vulgar.
— Vulgar??? Nininha isso é uma obra de arte, os modelos são
maravilhosos, mas a paixão, o amor que sinto ao olhar é simplesmente
maravilhoso, como uma obra deve ser não é, emitir sentimentos além do
olhar.
— Acho melhor irmos logo, antes que você comece a filosofar, puta
merda. Vamos Bruna.
— Calma deixa eu pegar minha bolsa, vaca.
Dentro do avião ela pensou no que ia fazer nesse longo vôo. E a sua
resposta veio com a imagem dos dois em sua mente. Ficou óbvio que passaria
todo o tempo pensando neles, então decidiu pôr um fundo musical colocando
os seus fones de ouvido e fechou os olhos deixando-se mergulhar nas
melhores lembranças que tinha com eles e das possíveis que estavam por vir.
A ideia de estar entre eles como haviam mencionado sempre que podiam, não
sai de sua cabeça.
(…..)
#Nininha
parecem polvos, não sei da onde vem tantas pernas e braços sarados. Não
que eu esteja reclamando, senhor! Porém, não tem como não comentar.
Não há melhor sensação do que acordar sentindo a respiração de
quem você ama ao pé do ouvido. Bem... Até há sensação melhor, como
quando sentimos o homem que amamos no interior do nosso corpo e, melhor
ainda no meu caso, é quando senti os homens que amo sem distinção ao
mesmo tempo intimamente dentro de mim.
Aqui estou eu, olhando ainda encantada para os balões no teto e pelos
cantos do quarto, repassando cada segundo da noite passada onde o ponto
alto foi a dupla penetração. Nunca na minha vida imaginei algo como isto. E
Principalmente mesmo que já tivesse ouvido falar jamais me veria em uma
situação como esta. Confesso dizer que era até preconceituosa em relação a
tudo isso. Sexo a três? Achava pura libertinagem. Algo do submundo. Mas o
sentimento agora, é a convicção que tudo que vivi até então com esses dois
Deuses do Olimpo não tem nada a ver apenas com envolvimento físico de um
relacionamento. Mesmo quando estou com um ou com outro, é carnal sim,
amoroso sim e sublime. Porém, quando estamos os três, num triângulo... É...
Completamente perfeito, é carnal também, mas o divino é sentido em cada
toque trocado. É psicológico, emocional, instintivo, luxurioso, enérgico,
supremo, espiritual... Não consigo definir. Estou exausta e imagino que meus
dois dorminhocos também, mesmo assim só de pensar já estou toda arrepiada
e molhada e, novamente pronta para eles, pronta para a sensação que só eles
são capazes de me fazer sentir. Me mexo e remexo na cama entre eles, mas
eles estão realmente apagados. A noite foi longa e intensa.
Apesar da chuva noto que já está amanhecendo, sinto um aperto no
coração ao imaginar que mais tarde estarei indo embora para quilômetros de
distância deles e deixa-los aqui agora depois da entrega e da afirmação que
estamos em um relacionamento sério, me deixa ainda mais triste. O pior
disso tudo foi ver a materialização do meu medo ontem com aquela cadeLIA.
Eu vou e eles ficarão aqui a mercê das investidas daquele "docinho azedo".
Que ódio!
Calma Nininha!!! Apesar de sentir que eles realmente não tem
interesse naquelazinha e que estão realmente empenhados para que nossa
união dê certo, tenho que lutar contra essa minha insegurança que cisma em
fazer parte do meu eu. Merda! Balanço a cabeça como se fosse desaparecer
as imagens deles com a galinha.
Tento analisar a situação com calma e percebo que se resolvi entrar
nessa canoa repleta de emoções tenho que erguer a cabeça e assumir que sou
a menina de seus olhos e que isso só mudaria quando eles provarem o
contrário. Viveremos mesmo este tal poliamor? Aliás preciso me lembrar de
pesquisar e entender tudo isso e, principalmente, procurar saber se deu certo
com outras pessoas. Um mundo novo ao qual eu estou disposta a enfrentar,
pois nunca deve ser pecado amar, pecado é se abster da oportunidade de viver
um amor verdadeiro e puro. Façamos como o mestre mandou, amai uns aos
outros. Eee ensinamento porreta esse!!
(...)
Dane é claro ficou encantado ao ver seu Brutus fazendo sua Nininha
sorrir. Quando acordou e não a encontrou em sua cama se preocupou, achou
por um momento que ela pudesse ter ido embora ao lembrar da cena
lastimável que Lia fez ontem. E pensando naquela sem noção, ficou muito
puto. Levantou da cama deixando Léo roncando sozinho. Escutou o som de
música então acalmou-se, pois percebeu que sua menina deveria estar lá
embaixo ouvindo música e quem sabe preparando algo para comer. O que
seria fantastic, pois ele estava azul de tanta fome. Dar prazer a sua mulher era
extremamente gratificante, mas demandava muita energia. Fez suas higienes
e se direcionou ao primeiro piso da casa. Ao chegar à escada ouviu o som
mais lindo do mundo, e não vinha da rádio. Era a risada quase infantil, sem
censura de sua menina. Quando avistou ela em uma brincadeira com Brutus,
parou e ficou dali os admirando. Eles o viram e seu cão foi mais rápido.
Enquanto afagava seu amigo de quatro patas, encarava sua menina. Via
como sua presença a afetava, seu rosto não escondia a reação de seu corpo
que provavelmente vibrava assim como o dele também. A noite de ontem
tinha sido magnífica, algo nunca vivido antes. Aliás ele começou a perceber
que tudo com ela parecia sempre a primeira vez e como se fosse escrito pelo
destino. O momento em que ele e seu amigo a tiveram do jeitinho que
queriam e desejavam, entre eles, foi altamente perceptível o quanto foram
feitos um para o outro. Como em um encaixe perfeito.
— Muito bem Brutus, agora vai... Vamos, vai... Preciso falar com
minha menina. — Disse Dane quando viu Nininha corada se levantando do
chão indo em sua direção, feito uma gatinha manhosa.
Meio à contra gosto Brutus se virou languidamente e se direcionou ao
seu cantinho de sempre próximo à porta, assistindo a aproximação de seu
dono com sua menina. Até o cão sentia os ares mais quentes.
Os dois se encontram no meio da sala atrás de um sofá.
Automaticamente Dane enfiou uma mão por trás da nuca de Nininha
entrelaçando seus dedos nos seus cabelos a segurando por alguns segundos à
sua frente. Possessividade emanava por cada poro de seu corpo. O que fazer
Nininha se não ronronar feito gatinha e se render ao beijo avassalador que
veio em seguida.
Dane subiu a blusa dela e a levou para o sofá, deitando sobre ela.
Sofregamente ela tentava arrancar fora aquele shorth dele, mas ele não
deixou. Levou suas mãos para cima de sua cabeça, isso tudo sem parar de
beija-la. Até que ele pausou a olhando e sorrindo maliciosamente perguntou:
— Está querendo alguma coisa?
Afoita Nininha contorcia seu quadril buscando algum alívio roçando
na ereção escandalosa no shorth dele e ainda lutava contra a força que ele
fazia contra seu corpo, a subjugando.
Quando ela iria responder, Dane fechou sua boca num beijo duro e molhado
deixando-a sem ar.
— Não, você não pode querer nada agora. Porque no momento eu só
quero você nua aqui na minha sala, no meu sofá para eu saborear esses seios
lindos antes de tomar meu café. Teria feito isso na nossa cama, mas acho que
deu formiga e minha gatinha saiu.
Com uma risada gostosa Nininha roubou um beijo antes que ele se
direciona-se ao local mencionado com fome no olhar.
Ao alcançar os seios mais lindos que já viu só vinha uma palavra em
sua cabeça "meus". Mandou ela segurar as mãos no braço do sofá, por alguns
segundos apreciou o presente que ele e Léo escolheram para ela lembrar deles
a todo tempo, e que belo significado tinha esse pingente, seus corações
entrelaçados ao dela. Em estado de felicidade completa iniciou seu ataque
aos montes de picos rosados, o intuito era deixar em tom vermelho. Sabia
que quando Léo os visse assim, ficaria louco de inveja e tesão. O que só
aumentaria o desejo dos dois em tê-la juntos novamente.
Dane tirou a box que ela usava deixando-a totalmente nua. Do jeito
que queria. O fato dele fazer isso, tê-la assim ao seu dispôr o excitava ainda
mais. Quanto a ela, estava completamente disponível e precisando do ataque
bruto e lascivo que Dane fazia.
Nininha esperava uma transa rápida antes do café, mas não era a
intenção de Dane. O sexo não era o objetivo final. Ele precisava criar
imagem afetiva com ela, precisava namorar num rala gostoso como
adolescente. Tudo foi muito rápido até agora. Apesar de sentir que ela estava
querendo ir além de um amasso e seu próprio corpo também, ainda assim
Dane pensava que não, a noite passada foi muito nova pra ela provavelmente
deveria estar ardida ainda. Ele devia cuidar dela. Diante disso, lembrar que
hoje ela iria embora fazia seu coração se apertar. Então sabia que o melhor
deveria guardar para mais tarde quando estivessem os três juntos.
Outra coisa que o deixava bem confuso, era o fato de que com ela
virou um homem muito mais cioso, e no sexo ainda mais dominante, bruto
instintivo. E ela correspondia exatamente ao que ele desejava, sempre.
Mesmo assim estava receoso de machuca-la ou assusta-la com sua obsessão
de tê-la de todas às maneiras, tanto romântica ou por puro instinto sexual.
Precisava conversar com Léo para tentar entender tudo isso e saber se algo
mudou para ele também.
Após Léo ter feito Nininha gozar algumas vezes até quase
morrer na cozinha, vieram para sala de jantar onde estava montada a mesa
para o café e onde no centro estava o bolo desenformado por Dane. Ele havia
como se seu melhor amigo não estivesse presente fazendo um sexo oral na
mulher de suas vidas sobre a mesa da cozinha. Poderia se acostumar com isso
facilmente.
Sentou-se esfomeado e começou a montar sua tapioca, beliscar umas
frutas e tomar um cafezinho aguardando os dois. Entre uma mordida e outra
sorria ouvindo os gemidos luxuriantes que sua menina produzia ao ser
saboreada por Léo. Quis voltar lá e contribuir para essa lamúria, mas sabia
que teria tempo, mesmo que ainda fosse pouco tempo... Chateado com esse
pensamento tentou afastar a tristeza que teimava em pairar ao pensar nela
indo embora e bebericou seu café.
Os sons mudaram para respirações ofegantes e beijos estalados alguns
minutos depois os dois amantes saíram da cozinha e vieram para mesa posta.
Dane que queria algumas lembranças afetivas, já estava adicionando mais
uma à conta. Nininha andava preguiçosamente, letárgica pelo prazer
anteriormente sentido ainda nua com uma fina camada de suor que lhe cobria
o corpo e uma aquarela de cores em tons de vermelho principalmente em seus
seios e quadris, divinamente a vontade em sua casa sustentando o colar que
os representavam e trazendo uma jarra do que parecia ser um suco ou
vitamina. Esta é ou não uma imagem afetiva para ser arquivada a sete chaves
para sempre? Pensava ele.
Sorridentes Nininha e Léo foram ao encontro de Dane à mesa, que já
saboreava alguma coisa. Mas Nininha notou no seu semblante que a
satisfação e contentamento não vinha do sabor do que mastigava e sim da
imagem de seu corpo nu com marcas de seus desejos. Mesmo ainda com o
corpo dormente tentou parecer o mais sexy possível. Ela não se achava sexy,
mas no reflexo em seus olhos era assim que se enxergava.
Ao chegar a mesa, pôs a jarra de vitamina e se abaixou para beijar os
lábios de Dane. Léo lhe deu um tapa estalado em uma banda de sua bunda,
fanzendo-a saltar, e disse ao seu ouvido emendando um beijo no final:
— A propósito, adoramos a nova depilação. Ficou ainda mais lizinha
e disponível para nossos olhares, toques e bocas. Mantenha-se assim e na
próxima, eu te ajudo.
Ela não tinha como ficar indiferente ao tom que Léo disse essas
palavras. Calor subiu pela espinha. Sua nuca arrepiada, totalmente sem graça
e sem resposta, foi se sentando na cadeira ao lado de Dane fingindo não
perceber o sorrisinho cínico nos seus lábios. Lembrando que ainda estava
sem nada cobrindo o corpo pediu ao Léo que pegasse a regata que usava em
cima do sofá, já que ele havia ido abrir a janela na parede próxima.
— Não. — Rosnou Dane.
Léo e Nininha olharam para ele juntos, não entendendo o que ele quis
dizer.
— Não o quê, brother?
— Não precisa trazer a regata para ela.
— O quê? Tá louco Dane, tá eu sei que preciso de um belo banho,
mas estou com fome e quero tomar café antes. Traz Léo. — Disse Nininha
quase num biquinho.
— Não traz Léo, não quero nos privar de tê-la nua sentada à mesa
tomando café conosco. E aliás o tempo é muito curto para perder tempo com
meras formalidades, e apesar de ter chovido mais cedo o tempo está bem
abafado. — Proferiu Dane naturalmente se servindo de mais café.
Retornando à mesa Léo olhou de soslaio para Dane e avidamente
respondeu:
— Claro, porque não pensei nisso antes. Adorei a ideia, vamos
dispensar as formalidades, estamos em família. Vamos todos ficar nus em
tempo integral quando estivermos a sós em nossa casa. Perfeito.
Animado com a ideia e as possibilidades infinitas que com todos nus
não perderiam tempo em tirar as peças de roupa para o objetivo final, que era
estar dentro da mulher que amava, Léo foi se despindo da sua box. Pobre
Léo, não percebeu o olhar estarrecedor de seu amigo que ao ver que ele
estava quase com as coisas completamente de fora falou em tom alto e
repugnante.
— Léo, põe esta sunga agora, eu não disse para ficarmos nus, apenas
nossa garota. Endoidou de vez, só pode.
Nininha segurou a barriga de tanto que ria, viu o semblante de Léo
cair em tristeza. Um assanhado mesmo. Assistiu ele colocando tudo aquilo de
volta naquela filha da puta de box branca incrivelmente sexy, enquanto Dane
continuava falando, ou melhor, dando esporro no quase peladão.
— Perdeu o rumo de vez? Agora você vê se eu vou tomar café,
almoçar, andar pela casa e ficar olhando tuas coisas penduradas para cima e
para baixo. Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhh não, sem condições para isso. Já sou
obrigado a te aturar nu quando estamos com nossa menina, mas esse é um
contexto muito diferente. Que nojo Léo, você quase me fez perder a fome. Só
me faltava essa, uma gazela saltitante com os balangandãs ao vento por aí.
— Ei brother, não precisa pegar pesado porra. Eu só achei que...
— Achou errado, guarde tua giromba para às horas certas.
— Ah, tá bom! E por que euuu tenho que ficar nua? É nojento! —
Resmungou Nininha para Dane.
— Não, não é nojento... É um colírio para nossos olhos, combustível
para nossa fome e mantém nossa imaginação fervilhando. E se não ficou
claro ainda… — Puxou seu queixo e a beijou antes de concluir. — Também é
porque... Simplesmente... Queremos assim. E você como a boa menina que é
não vai querer desagradar seus futuros maridos, vai??
Um minuto de silêncio pairou até que Léo o cortou.
— Já te falei que você é o cara, concordo plenamente contigo. Foi mal
o lance de tirar a box.
— Foi péssimo Léo, mas tudo bem você sempre age no calor da
emoção, senta e come, se não vai desmaiar, e você também meu amor quero
você forte. Já disse o quão linda fica em tons avermelhados?
Pasma ela olhava de um para outro repassando as palavras de Dane
em seu sub consciente, só conseguia lembrar da frase "seus futuros maridos".
Isso é loucura.
Tentou disfarçar um pouco e sem força para se defender nem
questionou mais sobre colocar a regata. Também estava com muito calor
ainda, e no fundo toda essa situação inusitada a mantinha excitada. Então
apenas sentou-se em sua cadeira e se serviu de alguma coisa que nem sabia o
que era e apenas comeu. Vez ou outra saia do transe ao se deliciar com os
dois conversando e implicando um com o outro como se estivessem na
puberdade. Era lindo de ver a irmandade que existia entre os dois.
Naquela mesa podia se ver uma cena praticamente normal, se não
fosse o fato de uma mulher estar sentada tomando café nua, e entre doiiis
homens. A conversa começou a fluir naturalmente entre os três. Claro que
nininha não esqueceu a fatídica frase que ouviu de Dane, mas relaxou e
entrou no clima. Pareciam três amigos batendo papo. Exceto pelos olhares
faiscantes que vez ou outra trocavam entre eles. Falaram de tudo um pouco.
Quando Léo foi cortar o bolo os três levaram um susto. O bolo simplesmente
murchou, Léo fez uma cara de assustado. Coitado. Dane de culpado e
Nininha de susto. Sem saber o que fazer Léo soltou uma gargalhada, seguido
de Nininha e por fim Dane que tentava se defender tentando provar que não
era sua culpa.
Brutus olhava os adultos da casa e não entendia o porquê de tantas
gargalhadas. Pulava de um para o outro tentando entrar na brincadeira. Pobre
Brutus, não conseguindo a atenção que queria, apenas um afago e uma
banana, desistiu e foi dar uma volta no quintal.
Mesmo rindo junto, Dane ficou irritado e sem saber o que aconteceu
para o bolo ficar assim. Começou a dizer um monte de palavrão. O que só fez
os dois rirem ainda mais. Léo cortou com jeito um pedaço do bolo e saboreou
dizendo que não importava a forma porque estava muito gostoso. Deu um
pedaço para ela que também achou uma delícia. Porém, Dane permaneceu
reclamando. Então Nininha pegou uma colher do bolo e levou à boca do
Dane que se surpreendeu e virou um pouco o rosto, fazendo com que a calda
de chocolate sujasse seu queixo.
— Caramba Nininha vê o que você fez!?? — Disse Dane.
Enquanto Léo ria e comia bolo, ela olhou para Dane se levantou e se
inclinou para ele dizendo:
— Ver? Eu vi, agora... Eu quero é provar... — E lambeu a calda no
queixo dele — Hummm!! Assim fica bem mais gostoso. — Abocanhou e
chupou o queixo dele limpando toda a calda que havia ali.
Inertes os dois olhavam Nininha. Léo já almejava sua vez. Dane com
toda a pele pegando fogo quando o volume entre suas pernas foi aumentando
gradualmente enquanto ela lambeu e chupou seu queixo. Dolorido. Sensível.
Pungente. Viu dentro dos olhos de sua menina a devassa que conhece muito
bem. Que Tesão.
Ela levantou toda dengosa e como se não estivesse acontecido nada,
se virou em direção às escadas e disse:
— Bom estava "TUUUDOO" uma delícia, mas meninos vou subir,
preciso de um banho. AH! Vou para o quarto do Dane, pois tem banheira. —
Se espreguiçou e rebolativa foi subindo às escadas.
Ela estava começando a acreditar no poder dela sobre eles. Tudo
estava se encaixando em sua cabeça. Essa era a vida que a partir de agora
queria para si. Essa sensação de liberdade e amor. Isso era possível, viver
com eles, cada minuto amava e deseja mais esses dois. Ver os olhos de Dane
todo mandão se derretendo com suas palavras, seu toque, seu olhar lhe dava
mais confiança. Desde do inicio ele parecia ser o mais difícil de se envolver.
Porém, agora ela percebia que suas barreiras tinham se extinguido lhe dando
um acesso ainda maior. O fato dela não ter certeza como seria lidar com os
dois juntos, que eles poderiam achar que ela dá mais atenção para um do que
para outro, causando uma briga, já não passava por sua cabeça. Ela não era
ingênua ao pensar que os poucos dias que esteve com eles poderiam definir
um relacionamento a longo prazo, mas percebeu o quanto eles se amam e não
em uma conotação sexual, era uma irmandade mesmo. Talvez um tipo de
amizade tão pura e verdadeira que nunca teve acesso. Não que suas amigas
não fossem de verdade, mas ela não se via compartilhando homens com elas,
mal e porcamente roupas e sapatos. Ainda querendo entender o porquê deste
desejo deles de quererem compartilhar suas vidas com uma mulher, imaginou
se isso poderia ser considerado como opção/orientação sexual, como uns são
héteros, outros homossexuais, outros bissexuais, uns se abstém, outros curtem
dor, entre outras coisas... Então alguns preferem compartilhar. No fim, com
um pouco de preguiça e vontade de que eles subissem logo fechou o
pensamento com a seguinte conclusão: "eles tem tanto amor para dar que
transborda, e eu fui a sortuda, não vamos mexer em time que está ganhando
Nininha. Deixa quieto!"
Preparando a banheira e sorrindo com seus pensamentos, Nininha
começou a relembrar a noite de ontem. Os dois se movimentando dentro dela
tocando em lugares nunca antes alcançados. Queria novamente, apesar de
estar sensível ainda, não podia imaginar ir embora mais tarde sem tê-los
integralmente. Se eles eram os seus Deuses, o corpo dela era seu templo e sua
alma sua eterna súdita.
Não foi essa a visão que Nininha teve ao avião se aproximar do seu
Rio de Janeiro. Era sua terra natal, já sabia das belezas que ali se
encontravam. Porém nunca havia visto do alto. Sem euforia procurou pelas
cores tantas vezes citadas, não conseguiu enxergar. Para sua surpresa as cores
de seus olhos ficaram na fronteira onde deixou seus meninos. Apesar de
saber que a despedida não era por muito tempo não conseguia deixar a
tristeza ir embora. Esse é seu lugar? É aqui que quer estar? A resposta era
não. Seu lugar era com seus meninos, é ao lado deles que deveria estar. Foi
lá onde deixou seu coração.
Suspirando firme e segurando as lágrimas que insistiam em querer
aparecer foi se preparando para desembarcar e talvez passar semanas sentindo
esse vazio insano que se criou no seu peito ao se despedir de seus meninos no
aeroporto.
No saguão avistou Lary e Bruna. As duas com semblante de alegria
ao lhe ver, que foi se desfazendo ao fitarem seu rosto e perceberem apesar do
seu esforço, a tristeza em seu olhar.
Lary foi a primeira a ir em sua direção, se preparou para uma série de
reclamações, mas não, não foi isso que ela fez. Ela simplesmente pegou em
seus ombros analisou seu rosto com mais atenção e depois a abraçou num
abraço acolhedor que só uma pessoa que te conhecesse de verdade poderia
lhe dar. Segundos depois veio Bruna e abraçou elas juntas. Nininha não
aguentou a pressão e liberou todo aquele sentimento guardado e remoído na
volta de sua viagem. Largou tudo no chão e retornou o grande abraço de
"três". Enfim, segura de novo. E o curioso é que percebeu que seu número da
sorte deveria ser o três. Um trio de amizade. Um Trisal no amor. Nunca se
sabe o que a vida pode nos trazer.
Apesar de as lágrimas caírem evitou os soluços, detestava essas cenas.
Lary disse no seu ouvido:
— Seja o que for que tiver te deixado assim daremos um jeito.
Teamodoromuito!
Quando Lary terminou Bruna engatou e disse:
— Eu sei onde seu pai guarda às armas e sei como usá-las. Só
precisamos comprar as passagens e ir lá matar aqueles filhos da puta gostosos
pra caralho que te fizeram chorar. Teamodoromuitotambem!
Sem condições de continuar chorando depois do que Bruna disse,
Nininha se apartou delas pegou suas coisas e falou:
— Bruna sua vaca, você não tem jeito. E não vamos precisar matá-
los, porque isso seria me matar junto. Estou triste sim, mas vocês devem estar
imaginando os motivos errados. Tanta coisa aconteceu, não sei nem por onde
começar.
— Nunca espere que eu mude, obrigado. De nada. E se não é o que
estamos pensando o que aconteceu lá? Depois de passar um tempo com
aqueles homens, que não são referência de homens reais, você deveria estar
radiante e não parecendo uma difunta cracuda.
— Estava faltando, obrigado Bruna estou me sentindo bem melhor
agora. — Respondeu Nininha carrancuda.
— Ei vocês duas, não tem como conversar ou brigar aqui. Vamos lá
pra casa fazer um brigadeiro e conversar sobre a viagem. Meus pais foram
para região dos lagos. E Bruna, quero saber desde quando você sabe mexer
em armas.
— Vai-lha me santo das gulosas por dois e chocolate!!!
Por favor Lary sem chocolate por um tempo, já estou bemmm satisfeita, acho
melhor um vinho. E Bruna vai ter que me contar também como sabe onde
meu pai guarda às armas se nem eu sei. E falando nele, o que vocês fizeram
com ele que desistiu de vir me buscar. Vi a mensagem dele agora quando
cheguei.
— Ah! Se sabe, seu pai não resisti ao meu charme... — Disse Bruna
toda se querendo. — Não, agora é sério, disse para ele que depois de uma
viagem como esta você precisaria de suas amigas, coisa de menina. Daí, ele
ficou de boa.
— Uhum sei. Bom é melhor a gente ir então, estou muito cansada e
dolorida. E a ideia do vinho é real.
— Safadhenhaa... Dolorida hein, faço uma ideia. Vamos passar na
minha casa e pegar umas garrafas de vinho antes, porque em Lary deve ter
apenas suco verde. — Disse Bruna debochada.
— Vaca... — Retrucou Lary dando língua para Bruna.
— Tá, tá, OK... Bruna é uma vaca, masss vamos lá buscar os vinhos.
Preciso. Vou avisar meu pai que vou dormir na sua casa Lary. E Bruna, nem
adianta tentar pensar em sair, hoje quero apenas uma noite de bebedeira com
as amigas.
As meninas concordaram felizes em ter uma noite só para elas e as
garrafas de vinho. Saíram do aeroporto, pegaram as três garrafas de vinho em
Bruna e seguiram para casa de Lary.
Horas mais tarde e uma garrafa e meia de vinho depois. Nininha terminava de
contar tudo que aconteceu enquanto estava com eles. Parando em alguns
momentos para responder as infinitas perguntas de Lary e xingar a vaca da
Bruna com seus comentários debochados.
— Pois então, foi isso que aconteceu. Agora o que restou deles em
mim, foi esse cordão no pescoço, essa sensação do corpo dolorido pela
atividade intensa que vivemos juntos e a merda do tempo, até eles decidirem
a vida deles e virem para cá, de vez.
Boquiaberta Bruna olhava para sua mais recente nova amiga. Porque
aquela não era a Nininha que ela deixou no aeroporto para viajar. Enquanto
ela explicava tudo que tinha acontecido suas amigas analisavam as suas
feições e comportamento. Apesar da tristeza óbvia que sentia por estar longe
de seus meninos, ela ainda assim emitia felicidade genuina, uma certa
liberdade e uma feminilidade muito mais acentuada. E se Nininha soubesse
que era isso que elas estavam pensando diria "sim eu mudei". Ela havia
mudado, a tristeza que sentia não era pela insegurança de perdê-los para
outras mulheres, era simplesmente pela falta de estar com eles.
— Bem, que lindo amiga, eles realmente te amam. E que linda
surpresa, achei que só acontecia em filmes. Se você também os ama como
está nos dizendo tem mais é que se permitir e viver essa história encantada,
mas sem nunca tirar os pés do chão. Você merece ser feliz, esse pode ser o
seu felizes para sempre. — Disse Lary emotiva, um pouco pelo vinho ou
pela história de amor.
Elas se abraçaram. Nininha pegou em seu cordão e mostrou a
gravação dos seus nomes. Explicou também o que significava aquele
pingente. O que fez as duas intrigadas e cheias de perguntas. Bom, Bruna
nem tanto, sabia muito mais que as três ali. Falou sobre as coisas que já ouviu
falar e propôs as amigas para pesquisarem na internet juntas.
Nininha ficou intrigada com a quantidade de pessoas que vivem ou
desejam viver uma relação como a que ela e seus dois meninos estavam
iniciando. Não eram pessoas atrás de sexo diferente, eram pessoas abertas de
verdade a viverem uma vida com mais de um namorado(a), marido(a),
baseado no amor verdadeiro. Haviam Trisais como eles que tinham casado e
tido filhos.
Porém, percebeu também que nem tudo eram flores. As pessoas ainda
são muito preconceituosas. Intrometidas acham que devem exigir que o que
pensam que é certo prevaleça na vida dos outros também. Julgam as mulheres
nesses casamentos com mais de um homem como meretrizes, ou os homens
com a mulher são obrigatoriamente gays, ou as mulheres que estão com um
homem são lésbicas, ou então definem a todos como bisexuais. O que não é
verdade. Até pode acontecer provavelmente, já que estamos falando de amor
sem limites. Porém pela experiência de Nininha ela poderia dizer que seu
relacionamento era baseado em vários seguimentos do amor. Como o amor
entre eles que são amigos, mas se vêem como irmãos. Como o amor de cada
um por ela que parecia ser igual, mas era bem diferente. Dane bem mais
possessivo e dominante. Léo pura ternura e romantismo. Ainda havia o amor
dos dois por ela na hora do sexo, esse era sem dúvidas o mesmo. Puro desejo,
tesão na mesma medida. E ainda tinha o seu próprio amor por cada um
individualmente e pelos dois sexualmente. Ela pensava, há tanto amor em
tantos sentidos, que a única explicação para as pessoas julgarem isso feio,
errado e anormal seria inveja e incompreensão do que é o amor verdadeiro.
Só alguém que nunca viveu o amor, pode pensar que qualquer tipo de amor é
vulgar e errado. Errado mesmo não seria não amar? Pensava ela.
— Nossa, ao passo que fiquei feliz em saber que outras pessoas
também tiveram a oportunidade de ter um relacionamento tão maravilhoso
como meu, me dói imaginar alguém sofrendo preconceito, críticas somente
por amar e ser amado.
— É um mundo cruel, Nininha. É bom que saiba desde agora o que
pode acontecer com vocês também. — Falou Bruna em tom sério.
— Isso era para me encorajar ou me fazer desistir? — Nininha
levantou após responder a Bruna e foi ao banheiro um pouco sentida, mas
sabendo que Bruna não estava errada.
— Aiii... Lary tá maluca? — Resmungou Bruna ao levar um tapa no
braço de Lary.
— Você como sempre sutil em dar conselhos... Porra tá maluca você,
aprende a falar direito. — Retrucou Lary
Os ânimos se exaltaram um pouco, vinho era combustível para isso.
Nininha saiu do banheiro e viu as duas numa pequena discussão. Meio
trôpega sentou entre as duas tentando falar, mas sem conseguir. Resolveu
fazer melhor, pegou a garrafa de vinho e virou os resto assistindo as duas
debatendo ou se xingando.
— Sabe o que acontece, vocês duas são duas hipócritas, como a
maioria das pessoas. Vocês acham que eu não fui sutil ao dizer para uma
amiga que eu amo para ser cuidadosa? Para saber se está realmente preparada
para inquisição? Ora, ora logo eu a rainha dos apelidos que são para degrinir
as mulheres somente porque se sentem livres sexualmente em dizer e fazer o
que tem vontade? Veja bem, eu aturo ser chamada de louca, vaca, galinha
entre outros mais... Porque eu realmente não estou nem aí para o que os
outros pensam ou dizem. Eu sou eu, sou uma alma livre, gosto de usar o livre
arbítrio que Deus me deu em favor da minha própria pessoa. Se ele que é ele
nos permitiu decidir ser quem quiséssemos, por que eu deveria ser como os
outros gostariam ou prefeririam que eu fosse? Ah! Fala sério, vocês apesar de
serem minhas amigas sempre me julgam pelas minhas atitudes com os
homens, pela quantidade de homens ou pela minha sutileza ao falar sobre
tudo que acredito de maneira direta.
— Bruna eu não...
— Não Lary me desculpa, mas agora eu estou falando. O fato aqui é
que sempre, eternamente terá uma pessoa ou um grupo de pessoas que vão
querer te julgar, seja porque acham que é uma puta, ou porque passou da
idade de casar, ou porque casou e ainda não teve filhos, ou porque não
estudou, ou por sua opção sexual ou por outros milhares de motivos. A
questão então é, você está preparada para isso? Para encarar de frente essas
pessoas e ao invés de se retrair e se esconder, enfrenta-las e mostrar que se
sua opinião ou opção às afeta de maneira ruim, a você só traz felicidade?
Essa é a diferença. E se você Nininha não entendeu o que quis dizer, desculpa
amiga sou sem jeito mesmo. Vejo que você voltou mudada e tudo, mas
conheço você desde criança tenho medo que você não seja forte o suficiente,
não por eles ou pelo seu amor. Mas pela ruindade das pessoas que vão querer
sempre mal dizer seu relacionamento e tudo que você quiser construir através
dele. Por isso quero que você entenda, jamais quero que você desista desse
relacionamento se ele te faz feliz, eu quero é que você se prepare para o que
pode ter que aturar. Saiba que eu estou aqui desse meu jeito torto, debochado
e sutil de ser para te ajudar sempre que precisar.
Após esse ataque de lucidez (permitam me dizer) de Bruna, as amigas
ficaram sem reação. Bruna ao terminar deu a última golada de sua taça e se
sentou no sofá. Então Lary se levantou sentou ao lado dela no sofá, e disse:
— Sinto muito Bruna, realmente tantas vezes eu recriminei sua
conduta em relação ao seu comportamento e tudo mas. Mas depois do que eu
ouvi estou me sentindo uma idiota.
— Nós estamos... — Também falou Nininha e se aproximou das
amigas no outro sofá pegando na mão de Bruna. — O que você disse é uma
grande verdade. Todos acabamos por julgar os outros mesmo sem sentir.
Somos mais donos das nossas verdades do que de nós mesmos. Entendi o que
você quis me dizer, captei a mensagem. E digo a você que estou preparada
para isso porque como você, nada mais me importa a não ser minha
felicidade e ela vai depender de estar ao lado das pessoas que eu amo, ou
seja, daqueles dois Deuses Olimpianos. E o melhor disso tudo é que eu sei
que as melhores pessoas no mundo estarão ao meu lado não me deixando
levar pelas más línguas. Vocês duas e meu pai. Eu sou uma pessoa muito
especial. Agradeço a Deus por me presentear com um trio maravilhoso de
amizade e meu trio gostoso amoroso. Fora o meu pai sensacional. O que
querer mais?
As três se abraçaram forte e choraram juntas. Um momento de
meninas realmente, coração completamente aberto, amizade verdadeira. Ao
contrário do que algumas pessoas pensam, às vezes, uma briguinha pode
aumentar o apoio e confiança. Precisamos sim mostrar ao outro, amigo,
amante, parentes e etc... Quem somos, colocar em pauta o que pensamos e no
final o respeito lacra as questões de preconceito estreitando os laços afetivos
que são o que verdadeiramente importa. E para aqueles que não entendem,
fica apenas nossas orações para que um dia encontrem as respostas e quando
isso acontecer não estejam sozinho para assimilar a verdade em questão.
— Amo vocês meninas, masss ainda tem outra garrafa de vinho e não
tô bêbada o suficiente. Vou buscar. — Foi dizendo Bruna ao se levantar.
Depois que ela saiu da sala Lary sussurrou:
— Tô começando a achar que a Bruna é a mais sã entre nós três.
Preciso beber mais.
As duas riram. Bruna voltou com a garrafa e disse:
— Bom chega de papo cabeça... Quero saber duas coisas, primeiro:
qual foi a sensação Nininha, dos dois te comendo ao mesmo tempo. E
segundo: o porquê de você não ter dado uns tapas nessa "vadiLia", por Deus
Nininha, como você pôde deixar ela sair batido sem nenhum puxão de
cabelo. Por muito menos você deu na cara daquela idiota no bar que me
chamou de cadela. Lembram disso. E olha que ela estava certa.
Aos risos Lary e Nininha responderam que lembravam e se servindo
de mais vinho foi Lary que relembrando contou a história:
— Claro, jamais vou esquecer. Nós estávamos muito doidas de
tequila, quando passamos pelo bar, Bruna assanhada como sempre mandando
beijos para os caras que não tiravam os olhos da gente. Aí a loira aguada se
doeu porque viu o bofe dela olhando também e chamou a Bruna de cadela e
outras coisas… — Ainda se acabando de rir tentou se recompor para terminar
a história. — Foi aí que Nininha transtornada olhou para trás me puxou e me
perguntou: "ela chamou a Bruna de quê?" E eu disse sei lá "de cadela". Então
ela me pôs de lado, passou por você Bruna, que nem estava aí pra loira
aguada e se pendurou no bar dizendo na cara dela: "olha aqui sua lambisgoia
só quem chama nossa amiga de cadela somos nós, e pahhhh na cara da
menina. Kkkkkkkk. Se não fosse nosso amigo garçom agarrar ela pela cintura
e levar ela para os fundos do bar, estávamos juntando os pedaços da loira
aguada até agora. — As três estavam gargalhando Nininha e Bruna se
jogaram no chão de tanto rir.
— Faria tudo de novo, só quem pode xingar minhas amigas sou eu, eu
hein que idiota. Kkkk — Se defendeu Nininha.
— Vamos, agora responde às perguntas que Bruna fez, também tô
curiosa. E estou ficando bêbada.
— Bom a sensação.... A sensação... É... Não tenho como explicar, foi
erótico, mas ao mesmo tempo terno. Eles me fizeram me sentir como um
templo sagrado. O som que nossos corpos emitiam era ensurdecedor, insano.
O prazer que encontramos juntos foi quase uma oração de tão especial e
sensorial, que nos deixou grogues por algum tempo enquanto recuperávamos
as nossas forças.
— Uauu! — Lary disse quase babando.
— Poxa, das vezes que eu estive com dois ao mesmo tempo, só senti
tesão e gozei mais nada. Foi bom, mas não como você está dizendo. — Falou
Bruna.
— Pois é Bruna, é que no teu caso não havia amor, só sexo mesmo. É
bom, mas não maravilhoso. — Respondeu Lary.
— É mesmo Bruna, pode ter sido por isso. — Concordou Nininha.
— Tá bom e o lance da VadLia.
— Bom, eu ia dar nela como disse, mas o ogro do Dane me segurou e
o Léo pôs ela pra fora. Fiquei muito, muito puta. Mas algo me diz que terei
outra oportunidade. Aquela ali não me engana, é do tipo urubu fica
sobrevoando. Aí dela enconstar um dedo nos meus meninos.
— Isso aí amiga e já te disse estamos aqui, e se precisar eu atiro. —
Disse Bruna fazendo gesto com uma arma em punho.
E com isso Nininha e Lary lembraram que ela devia algumas
explicações, sobre armas e como aprendeu a atirar. E a conversa fluiu, até que
muito bêbadas, e após comer pizzas dormiram ali na sala mesmo, dando fim a
noite das meninas.
Grupo Trisal
@Dane: Me dê um bom motivo para senhorita estar com esse telefone
desligado desde a última mensagem, ou eu vou pegar um avião agora e ir aí
lhe dar umas boas palmadas.
No Rio Nininha sorria abobalhada após falar com seus meninos. Não
queria acordar desse sonho nunca. Os dois a amavam mesmo. Mais forte ela
ficava, apesar da distância. Para a saudade não mata-la decidiu que essa
semana ia resolver a sua vida. No caso, trancar a faculdade até decidir o que
ia fazer. Retomar às vendas e cobranças com suas clientes. E principalmente
o que ela mais queria, pintar, produzir novas telas. Estava se sentindo muito
criativa. Apesar das cores não estarem tão vivas ao seu redor, pelo fato de
estar longe de seus amores, era só ela fechar os olhos e na lembrança viva
que tinha com eles a dança de cores viam fortes em sua mente, e surgiriam
em suas telas através de suas mãos.
Capítulo 35: Operação Pirata.
mãos prontos para apresentação? Não preciso lembrar a vocês que estamos
trabalhando nessa operação há muito tempo e nada pode dar errado agora,
combate armado, então mocinhas, não quero ninguém dando mole para
aqueles bostas nos galpões. Precisamos ter cuidado com possíveis vítimas,
tomassem daqui para frente. Não adiantaria de nada todo seu trabalho e de
seus parceiros, se houvesse algum desvio dos ilícitos. Sabia que poderia
acontecer. Afinal, são muitas pessoas dos dois lados da fronteira lidando com
uma nova lei em andamento algumas das armas pesadas obtidas seriam
tivesse certeza de que cada objeto foi encaminhado para o fim determinado.
Parando para um café na sala de reuniões, foi cumprimentado por um
dos agentes que estaria agora responsável pelos próximos passos da operação.
Entrando na sala foi dizendo:
— Parabéns agente Dane, essa operação tirou das mãos dos bandidos
uma quantidade expressiva de armas e drogas, fora mercadorias piratas. Sem
dúvidas uma operação de sucesso. E cá entre nós, o melhor disso tudo foi ter
mandado aquele filho de uma puta pró quintos dos infernos. E então, cadê o
agente que acertou uma bala na testa do traficante mandando ele ir conversar
com o patrão dele no inferno?
À essa altura do campeonato, quando Dane já estava dando graças por
saber que em breve se veria livre de Conrado, iria ter que bem dizer sobre
ele? Engolir que agora era o novo herói do pedaço. Puta que pariu, Pensou.
— Ah! E pelo que li no relatório ele ainda salvou um de seus agentes
não é mesmo? — Continuou o infeliz se servindo de um copo de café
também.
Em uma postura bem profissional, Dane tentou falar sobre o trabalho
de Conrado que foi realmente bem realizado. E ainda por cima salvou seu
amigo das garras do bandido. Mas não pôde deixar de enfatizar que o mesmo
só foi executado, como também poderia ter sido preso, porque Léo os levou
até ele. Até mesmo o próprio Conrado tinha desistido dele quando o bandido
se atirou da janela do galpão fugindo em direção à mata. Se não fosse por
Léo ter insistido, talvez o chefão nem estaria morto, muito menos preso.
— É verdade, vi isso no relatório também. Rapaz de coragem e sorte,
mas é uma pena que devemos perder tanto ele quanto você para a Federal do
Rio de Janeiro. Soube pelo encarregado. Saiba que vocês estarão sendo muito
bem indicados, ainda mais pelo envolvimento de vocês dois para o desfecho
de grande sucesso desta operação. Como também é bem provável a
indicação de Conrado para sua posição nesta agência.
Que conversinha fiada é esta. Mas Dane não poderia sair correndo.
— Bom obrigada, é bom sermos avaliados por nosso trabalho. Se
somos bons devemos ser reconhecidos. Acredito que seja o que estiver
reservado para mim e Léo no Rio será o melhor com certeza. E a esta
agência, que se caso venha ter o Conrado como um dos chefes de operações,
que continuem fazendo o melhor trabalho possível pela comunidade e a
sociedade em si. — Respondeu Dane se sentando à mesa.
— Isso quer dizer que você indicaria o agente Conrado para esse
cargo?
Mas que merda, o que esse cara queria? Dane já não aguentava mais
esse papinho. Achou melhor não criar mais assunto, ainda mais um assunto
que tivesse como pauta o Conrado. Na certa esse agente soube do embate que
ouve entre os dois e queria assuntar. Pensava Dane.
— Mas é claro, por que não? Conrado já mostrou o quanto é bom no
que é proposto a fazer. Estava envolvido em todas as operações de êxito desta
agência, a maioria comigo. Acredito que se ele se mantiver empenhado em
suas atribuições fará um bom serviço.
O agente fez uma cara de entendimento para Dane e se sentou na
cadeira à sua frente. Já sem perguntas a fazer. Também Dane fez questão de
mostrar que estava ocupado reiniciando seu trabalho de antes dele chegar.
Então o agente fez o que era designado e junto com Dane foi repassando
detalhes dos serviços que foram feitos e o que deveriam ser agora através
dele.
Ao final de algumas horas ininterruptas analisando, escrevendo,
separando papeladas e falando somente sobre o trabalho, deram por
encerrado as atividades. Então Dane falou:
— Como te disse antes, a maioria dos agentes estavam de folga, por
isso você não conheceu Conrado hoje, mas me parece que sexta eles vão
todos se encontrar para uma cerveja num bar aqui próximo. Sabe como é,
comemorar o sucesso do serviço e contar e recontar às histórias que
aconteceram durante ele. Está convidado, Alencar. Só não te dou certeza se
vou, pois vou depender se Léo estará bem para ir também.
Alencar esboçou um sorriso satisfeito aceitando o convite. Nada
melhor do que umas cervejas e histórias policiais.
— Ótimo Dane, será bom pra eu interagir com o pessoal, pois
passarei umas duas semanas por aqui levantando os dados da operação.
Talvez até menos né, porque você já têm tudo bem mastigado, bom trabalhar
com você, sentirei falta. E aliás esqueci de perguntar como vai o Léo. Vocês
moram juntos não é?
Levantando da mesa arrumando tudo, Dane fez uma cara meio
preocupada ao dizer para o agente questionador sobre como havia deixado
Léo em casa.
De manhã quando acordou encontrou Léo deitado no tatame com uma
bolsa de gelo na cabeça. Dizia que estava com dor de cabeça e não conseguiu
dormir direito. O puto do Chefão lhe acertou em cheio, as marcas roxas em
sua face estavam mais aparentes após a noite mal dormida. Dane ajudou a
trocar os curativos e lhe lembrou que o médico havia lhe dado uma receita
com remédios caso sentisse dor, analgésicos e calmante para dormir um
pouco. Geralmente policiais após um trauma como esses necessitavam de
alguma ajuda para dores e para dormir melhor durante um tempo. Mas não o
fodarel do Léo, que não quis comprar os remédios deixando Dane puto da
vida, indo trabalhar preocupado. No meio do dia Dane ainda ligou para casa e
conseguiu falar com ele, queria saber se ele já tinha falado com Nininha, o
que não tinha acontecido ainda. Deu a desculpa que não estava muito bem e
que comprou os remédios, ia tomar e tentar dormir um pouco. Queria falar
com ela quando estivesse se sentindo melhor, já seria difícil falar sobre o que
aconteceu ainda mais com dores. Ela poderia ficar mais preocupada por estar
longe e não ter certeza de como eles estavam de verdade. Todavia Dane sabia
que tudo isso ainda era pior, eles só adiariam o inevitável. A distância
realmente era um problemão para qualquer relacionamento. Porque mesmo
não querendo, as pessoas tendem a cometer pequenos deslizes como deixar
de comentar alguma coisa, ou fazer algo parecer desimportante só porque a
distância permite.
No fim, isso pode causar um transtorno bem maior do que o esperado.
Mas Dane e Léo tentavam levar às coisas de uma maneira que não afetasse
seu amor que estava tão longe deles.
Chegando em casa ainda muito cansado, Dane foi à procura de Léo. O
encontrou no quarto dormindo, pesadamente. Viu na cômoda os remédios,
com certeza havia tomado. Pensou que era melhor assim, pelo menos
dormindo ele daria o tempo preciso para seu corpo se recuperar da correria e
luta em campo. O ar condicionado estava no talo e Léo todo encolhido no
meio da cama. Edredom no chão e o besta como sempre apenas de box. Dane
balançando a cabeça negativamente pegou o edredom e o cobriu. Colocou as
costas de sua mão na testa do amigo para verificar se havia febre. Agradeceu
ao constatar que não havia. Saiu do quarto fechando a porta e foi para o seu,
para um banho.
Tirando às peças de roupa que cobriam seu corpo, via Nininha em
cada canto do seu quarto. Isso fazia com que seu membro latejasse de
saudade. Após a vinda de sua menina à sua casa, ao seu quarto e
principalmente na sua banheira, ele não conseguia mais deixar de imaginar
ela ali de novo. Só havia falado com ela antes da operação, sentia muita falta
dela como nunca sentiu de ninguém antes. Pensou em ao sair do banho ligar
para ela, mas ao mesmo tempo não sabia o que dizer. Ela iria querer saber do
Léo também e as coisas poderiam se complicar. Achou melhor então esperar
o sono da beleza do Léo acabar para juntos falarem com ela, seria menos
pior. Eles haviam conversado com ela que talvez poderiam ficar dias sem se
falar. E pelas suas contas, acreditava que em menos de um mês eles estariam
indo em definitivo para o Rio, talvez Léo antes dele. Pelo menos ela não
estaria sozinha.
Sem fome, só desceu para alimentar Brutus e fechar à casa. Tomou
um copo de suco e subiu para seu quarto. Para ele agora só restava deitar em
sua cama e adormecer lembrando dos detalhes do rosto de sua menina, da
textura de seus cabelos longos, do brilho no olhar de quando ela sorria para
eles e do toque de suas mãos em sua pele sedosa, que se arrepiava a cada
arrastar de seus dedos. Enrolado em seu lençol que ainda carregava o cheiro
dela, se deliciou abraçando o travesseiro em que ela dormiu. Suspirando
contava às horas para começar a viver os melhores dias de sua vida. Tomado
de pensamentos futuros decidiu amanhã mesmo começar a pesquisar lugares
dos quais ela comentou gostar, para verificar a possibilidade de transferência
para alguma dessas áreas e comprar uma casa linda para eles morarem, e nela
faria um estúdio para que ela se dedica-se à pintura que tanto gostava. Pensar
nela aliviava a saudade. Pensar neles três juntos o mantinha forte para
qualquer coisa. Só mais alguns dias Dane, só mais alguns dias. Dizia para si
mesmo até pegar no sono.
"saudade".
— Vocês são loucas, eu estive lá há uns dias, é uma viagem muito
longa e cansativa. Fora que não tenho dinheiro para ir assim de uma hora para
outra. Eles custearam minha passagem da última vez, lembram. E o que eu
falaria para meu pai e a eles dois? Duas sem noção. Eu até queria, mas não
dá.
Meio bêbada pelos chopps, Nininha respondeu às amigas sobre a ideia
delas, de ela ir para lá de novo encontrar com seus meninos e ainda de
surpresa. Loucas. Mas era uma loucura das boas. Por um instante ela pensou
se seria possível, mas deixou para lá. Ignorando Lary e Bruna que falavam
sem parar sobre esta doideira, levantou e foi dançar um pouco. A pista estava
bem vazia, só alguns casais se enroscavam em uma balada pop romântica.
Nininha se mexeu mais divertidamente do que no balanço da música. Queria
apenas curtir aquele momento de embriaguez. Logo suas escudeiras se
levantaram também e dançaram junto com ela. Assim foi o restante da noite.
Que alegria ter amigos. Que alegria era estar com elas. Não que tenha
esquecido por completo a falta que aqueles dois faziam, mas deu uma
acalmada no seu coração. Deixaria para amanhã a dor da saudade e o
pensamento de reencontra-los novamente.
Foram todas de taxi para casa, Nininha torcia para não ficar com dor
de cabeça quando acordasse. Achou que bebeu de mais, de novo. Não era
esse o objetivo. Em seu quarto após se trocar, se jogou na cama e ficou
olhando para a tela que estava pintando. Seguia os contornos de suas
pinceladas. Artisticamente falando achava sua pintura sexy demais em
relação às outras telas que já havia feito. Essa ainda não estava terminada,
mas já havia alguns sentimentos a serem notados em cada canto da imagem.
Chegava a ser excitante olha-la.
De repente ela achou que estava excitada de mais, sentia o centro de
suas pernas umidecendo. Imagens de seus meninos tocando-a vieram em
formas esfumaçadas em sua mente. Sentia que estava sendo tocada por eles
em seu íntimo. Se acariciou por cima de sua camisola nova, que a propósito a
fazia se sentir bem sexy. Se roçava na cama, já havia se tocado antes, na
verdade poucas vezes, porém naquele momento seu corpo necessitava de
alívio. Era óbvio que a bebida, misturada à falta que eles faziam deixou ela
muito sensível. Já não tinha volta, precisava dar ao seu corpo o que pedia.
Retirou a calcinha devagar imaginando que Léo a retirava com a boca, ao
mesmo tempo que quase sentia Dane a beijando pelo pescoço e ombros. No
escuro do seu quarto se sentia a vontade, tão a vontade que se pôs nua. Sua
pele estava fervendo, seu clitóris pulsava pedindo atenção. Sua vagina pronta
para receber se fosse possível os dois ao mesmo tempo. Parou para pensar se
seria possível aqueles dois Deuses Olimpianos com seus paus imponentes
dentro de seu canal quente e escorregadio. Só de pensar sentiu o suor
descendo por sua testa e meio dos seios. Será que poderia levar os dois ao
mesmo tempo ali? É uma possibilidade, já que não imaginava nem leva-los
no ânus cada um, nem junto com a vagina e conseguiu, talvez consiga
também desse novo jeito. Se sentiu bem safada com esse pensamento o que
só levou ela a um nível maior de tesão. Apalpava a carne macia de seu colo,
subia e descia suas mãos. Chegava aos picos endurecidos clamando para
serem chupados e os beliscou e rodeou com seus dedos. Tentava tocar seus
seios como eles faziam. Desceu uma mão até seus lábios vaginais,
encontrando-os molhados e queimando sob seu toque. Com seus dedos
brincou em suas dobras sempre imaginando que fossem eles a lhe tocar.
Olhos fechados, boca entre aberta soltando envergonhados gemidos baixos.
Abriu mais as pernas e mergulhou um dedo e logo depois mais um. Rodeava
seu quadril ao encontro de sua mão buscando sofregamente sua liberação.
Estava difícil de acha-la sem ter seus meninos lá com ela. Abriu os olhos e
nos contornos do quarto escuro materializou aqueles pares de olhos assistindo
ela no seu showzinho particular. O início de seu orgasmo veio se mostrando
ainda tímido. Então em um gesto de pura insanidade e necessidade, ela pegou
um de seus travesseiros e colocou entre suas pernas, de maneira que roçava
diretamente em seu broto flamejante. De bruços sobre o travesseiro
friccionou seu corpo buscando e encontrando seu prazer. E só após às ondas
de seu orgasmo solo terminar, foi que os pares de olhos que a assistia foram
se distanciando e sumindo nas sombras. Ela sorriu. Sorriu por vergonha, por
pura lascívia, por timidez velada, e por imaginar o porquê de nunca ter tido
um orgasmo tão maravilhoso assim sozinha antes. Essa resposta era bem
óbvia, um, ela não se conhecia o suficiente e dois, não havia experimentado
dois homens como seus meninos antes. Não conhecia seu corpo como hoje,
na verdade não se sentia segura consigo mesma. Bom, agora ela já sabia, já se
conhecia.
Levantou suspirando e foi ao banheiro se limpar. Voltou para o quarto
se deitou na cama e com um sorriso saliente e corpo leve, fechou os olhos e
rezou para encontrar com seus meninos em seus sonhos e para o tempo
passar bem rápido.
Adormeceu.
É dormindo que realizamos a maior parte de nossas vontades. É onde
somos livres para viver o que quisermos. Viajamos por mundos nunca antes
habitados e plantamos nossas memórias. Nossas forças são revigoradas a
cada respiração compassada, lenta e em repouso. A única coisa de que não
estamos livres nos sonhos é deles se tornarem pesadelos.
Uma cena bela de felicidade pode se transformar em segundos em
uma de terror e agonia. Sem controle. Sem rumo.
Não podemos fazer nada a não ser esperar que nosso cérebro não
aguente tantos conflitos e nos acorde encerrando as sensações tristes e de
horror vividas inconscientemente.
Existem pessoas que acreditam que alguns sonhos são premonitórios, avisos
para encarar melhor a realidade. E na maioria das vezes os pesadelos com
acontecimentos tão ligados com o que estamos vivendo no momento só nos
deixam aflitos, sem saber se tudo que foi vivido no inconsciente tem alguma
ligação com a realidade.
...Nininha se debatia na cama, agora não mais porque seu corpo
necessitava de alívio, mas porque sonhava com seus dois amores. A princípio
ela estava os reencontrando em uma praia bem iluminada pelo sol, areia
branquinha, ondas quebrando infinitamente à beira do mar. Pássaros
sobrevoavam o céu azul. Os três se beijavam e se abraçavam saudosamente.
E, como um triângulo, com ela na ponta, ela olhava em seus rostos tentando
lembrar de cada detalhe. Ao olhar Léo, em seu rosto aparecia algumas
manchas arroxeadas, e prestando mais atenção via gazes cairem à sua volta.
Quando iria perguntar, uma distância se fez entre eles, como só em sonhos
acontecia. Do nada se via correndo em direção aos dois enquanto o tempo
na praia parecia mudar. O céu escureceu e as ondas castigavam a areia com
sua força. No horizonte, na areia, ela via uma silhueta escura como se ela os
puxassem em seu encontro. Ela gritava por eles, gritava, mas o espaço entre
eles só aumentava. Se ajoelhando no chão chorava por não alcança-
los. Eles percebem que já estavão muito longe e tentavam voltar, mas uma
força estranha abria um precipício entre eles. E mesmo assim, os dois
pularam para chegar nela dizendo que a amava que não os deixasse...
Com um grito assustador Nininha acorda em seu quarto e começa a
chorar ao lembrar do pesadelo que teve com os dois homens que amava. Deu
um pulo da cama e foi ao banheiro lavar o rosto e tentar entender melhor o
que tinha acontecido. Já era meio da manhã. Trocou sua roupa ainda tentando
apagar da memória esse sonho sem nexo que a deixou muito aflita.
Pegou seu celular e no grupo deles viu que ainda não haviam nem
visualizado. Isso já estava sem sentido, não era possível eles ficarem tanto
tempo sem ver o telefone. Decidiu tomar um café e depois iria ligar para eles.
Na cozinha a cafeteira mantinha o café quente. Se serviu e ficou ali pensativa
encostada na pia. Imaginava se esse sonho significava alguma coisa. Será que
Léo estava ferido, será que os dois estavam feridos e por isso não entravam
em contato. E se estivessem, o que ela faria. Nininha começou a sentir um
aperto no coração. Correu até seu celular e ligou primeiro para Léo que não
atendeu e depois para Dane que também não atendeu. Mais que agonia. E
pior não tinha com quem dividir essa agonia, pois seu pai havia saído e ela
não iria incomoda-lo. E quanto às suas amigas, ainda estava muito cedo para
elas acordarem. Lary disse que não iria para faculdade e Bruna não
trabalharia no horário da manhã então as duas deveriam estar mortas
dormindo ainda.
Deitou no sofá e desistiu de ir na rua entregar uns produtos que suas
clientes pediram. Ali via o tempo passar e esperava para ligar novamente para
eles. Ela os mataria, depois quando tivesse certeza de que estivessem bem.
Como pode, ficarem tanto tempo sem falar com ela? Pensava.
Algumas horas se passaram e nada de nenhum dos dois ligarem. Ela
acabou tomando um comprimido para dor de cabeça. Não parava de pensar
no que poderia estar acontecendo com eles. Mandou mensagens separadas
para cada um e nenhuma resposta. Então desnorteada decidiu ligar para
agência para ter alguma informação. Procurou o número e digitou, esperou
um pouco, e enfim ligou.
Mas que merda. Xingava. O telefone que eles deram da agência
chamava e ninguém atendia. Tentou novamente. Minha nossa senhora das
namoradas desesperadas!!!
Ela teria um treco se eles não respondessem logo, aliás, ela teria um
treco ainda maior quando falasse com eles. Foi na cozinha bebeu água.
Voltando para sala ouviu o som de mensagem de seu celular. Correu o pegou
e ao ver seu coração disparou.
Era ele, era o Léo. Pelo menos era o contato individual dele. Abriu a
mensagem e o desgraçado mandou apenas uma rosa, um coração e um beijo
seguida de uma frade: Mais tarde ligamos, estamos ocupados. Ela não sabia
se ria ou chorava. Se ficava feliz por ele ter respondido ou puta da vida por
não poderem falar ainda com ela. Entretanto na verdade ela sabia que isso
poderia acontecer, estarem ocupados. Ficou feliz por pelo menos estarem
bem, mas depois do sonho que teve só ficaria satisfeita ao falar com eles em
uma vídeo ligação.
Se acalmou um pouco e acabou cochilando no sofá.
#Léo
Merda merda mil vezes merda. Eu deveria ter falado com ela. Pareço
um menino que fez arte e está com medo do esporro da mamãe. Pelo menos
me sinto bem melhor, os remédios me deram um bom tempo de descanso,
preciso agora pensar numa maneira de falar com ela sobre os acontecimentos.
Vou ver com Dane o que faremos.
Léo usou o banheiro e logo depois foi a cozinha morto de fome. A
casa estava toda aberta, imaginou que Dane estivesse em casa. Entrando na
sala já viu Dane se mexendo na copa parecia estar fazendo comida. Ele
fazendo comida?? Perdi a fome.
— E aí brother, você não deveria estar na agência a essa hora?
— Sim deveria, mas achei que você precisaria de uma comida caseira
para fortalecer os ossos como diz tua mãe. Então liguei para ela e peguei uma
de suas receitas de sopa levanta defunto e estou fazendo para você. Depois
vou para agência. — Disse Dane todo sorridente cortando alguns legumes.
— Ah! E isso é bom? — Dane deu uma olhada amedrontadora em
Léo que logo mudou suas palavras. — Quer dizer, claro que é bom, estou
ansioso para experimentar a gororoba... Quer dizer a sopa.
Tacando um pedaço de batata em mim, Dane disse:
— Seu ingrato. E eu que sempre como quando você inventa de fazer
algo... Caramba estava aqui pensando, será que nossa futura esposa sabe
cozinhar? Fiquei aqui imaginando ela nua só de avental preparando uma
macarronada bem suculenta. E nós dois como cachorros de frango de padaria
babando em olha-la.
Na hora, visualizei a imagem descrita pelo meu amigo. Puxei uma
cadeira, que no caso era a mesma que me sentei enquanto me servia no
gosto do seu corpo. Minha pele se arrepiou só de lembrar, fora meu pau que
pulou dentro da box. Estou morrendo de saudade. Minha vontade é de
arrumar minha mala e ir ficar com ela.
— Falando nela, cadê seu cellular? Ela não te ligou ou mandou
mensagem hoje? Porque acordei com o telefone tocando não tive coragem de
atender, mas não queria deixa-la sem resposta. E acabei dizendo que
falávamos mais tarde com ela porque estamos ocupados.
Deixando às panelas de lado Dane olhou em volta, na certa
procurando seu celular que não estava por ali.
— Deve estar no quarto, mas eu queria esperar você acordar para
falarmos juntos.
— Brother, estamos parecendo dois cachorrinhos com medo da dona
brigar. Dane presta atenção, precisamos combinar o que falar com ela. Você
liga e fala sobre o sucesso do serviço e que eu consegui pegar o traficante
após um mano a mano, em que ele acabou morto pelo outro agente. Pronto.
Ah! E que eu já vou semana que vem para lá e você depois.
Dane ficou me olhando com cara de debochado. Terminando de fazer
a "comida" se virou e me disse:
— Idiota, você quer deixar tudo nas minhas costas. Nada disso,
falaremos juntos. E eu não quero que fique nada mal contado. Já estou
perturbado com o lance da Lia.
— Qual lance, o do beijo ou que você praticamente omitiu que ela
havia sido demitida.
— Qual é a tua Léo, estamos no mesmo time não é.
Ele estava certo, eu estava agindo de maneira estranha. Porra, eu só
estou me cagando de medo de perder minha princesa porque omitimos
algumas coisas. Afinal ela pode não entender, ela é muito nova e tenho medo
da reação dela. Ainda mais estando longe.
— É foda Dane, nunca senti tanto medo. Não sei a reação que ela terá
a várias coisas. Termina aí e vamos logo falar com ela e seja o que Deus
quiser.
(...)
Terminando a sopa Dane foi ao seu quarto e buscou seu telefone,
estava quase descarregando. Encontrando Léo na sala disse que era melhor
eles almoçarem antes. Léo concordou e foram colocar seus pratos. De um
modo geral até que a sopa estava boa. Léo não se queixou ao comê-la e Dane
se auto parabenizava pelo feito. De barriga cheia e após Léo tomar seus
remédios, sentaram no sofá e pelo celular do Léo entraram no grupo e
chamaram ela.
Nininha não visualizou imediatamente, então eles ficaram de papo na
sala. Falaram sobre a operação e outros assuntos. Eles ligaram para o celular
dela chamou, mas ela não atendeu. Eles ligaram o note e começaram a
pesquisar casas no litoral do Rio. Pensavam que teria que ser em um local
afastado para evitarem o quanto pudessem a curiosidade dos vizinhos. O que
provavelmente seria difícil. Viram que poderiam de repente trabalhar na
Polícia Federal Rodoviária. Léo não curtiu muito, mas Dane achou possível.
O que concordaram mesmo foi de que a partir do momento em que
estivessem morando com sua mulher, iriam trabalhar em turnos diferentes,
para que Nininha nunca ficasse completamente sozinha.
Entre uma conversa e outra, o celular de Léo toca e era ela. Léo passa
o telefone para o amigo, era uma chamada de vídeo. Eles ficaram meio
tensos, mas não tinha mais como fugir.
— Oi minha menina, que saudade.
— Oi Dane, amor, caramba vocês demoraram para falar comigo e aí
como estão? Como foi a operação? Vocês estão bem? Cadê o Léo?
Conseguiram pedir a transferência? Aí meu Deus, estou morrendo de
saudades de vocês? E... Por que você que está atendendo o celular do Léo,
cadê o Léo?
Mesmo desorientado com tantas perguntas, Dane tentou responder
uma por uma. Na vídeo ligação encontrava de novo a felicidade em ver os
traços belos do rosto dela. Começou falando um pouco da operação, sobre o
sucesso que obtiveram. Reafirmou sua saudade por ela e que já estavam
arrumando os trâmites de transferência. Perguntou a ela como ela estava e
tudo o mais. Porém, Nininha estava muito ansiosa para saber por que Léo não
falava com ela também. Novamente perguntou por ele, alguns segundos em
silêncio Dane olhou para seu amigo e disse rindo para ela que aquele chato
estava bem, e agora mais feio do que nunca. Ela sorriu com a ideia de Léo
mais feio do que nunca, isso não seria impossível. Logo após, Dane
enquadrou Léo também no vídeo.
— Minha princesa, oi, saudade de você. Queria que estivesse aqui
com .....
A frase de Léo foi interrompida com um suspiro angustiante de
Nininha. Ela levou a mão a boca, sua garganta fechou e seus olhos
umedeceram. O rosto de Léo era uma sinfonia de cores. Como artista poderia
usar seu rosto como paleta de vários tons de roxo. Assustada, preocupada e
curiosa para saber o que havia acontecido foi questionando os dois
incansavelmente. Cada um tentava explicar para ela o que havia acontecido.
E por mais que ela pudesse perceber que apesar de tudo seu Léo foi um herói,
ficou extremamente irada ao imaginar esse louco se jogando de uma janela
machucado e ainda correr no escuro atrás de um bandido, se sentia impotente
por estar longe deles e por ter quase o perdido se não fosse um agente matar o
infeliz que causou essa bagunça em seu rosto. A cólera era tão grande que
imaginava ela mesma matar o desgraçado que bateu em um de seus meninos.
Quando caiu em si e viu o perigo que Léo e Dane correram e ela a milhares
de quilômetros de distância sem saber de nada, chorou, o que fez os seus
meninos ficarem aflitos por não poderem fazer muito estando longe.
Tomando o telefone da mão de Dane, foi Léo que tentou acalma-la.
— Não faz assim Nininha, olha pra mim estou bem, estou ótimo isso
foi só um arranhão...
— Um arranhão??? Você me acha uma estúpida? Como você diz que
um tiro de raspão, umas porradas e uma FACADA foi só um arranhão?????
Agora vejo porque não me ligaram logo, com certeza quiseram me
preservar... Pois bem seus dois palhaços saibam que esse negócio de vocês
quererem me preservar toda vez que algo como este acontecer, vocês só vão
conseguir me deixar mais puta da vida. Para isso dar certo, para nós três
darmos certo, preciso confiar que algo como ISTO me seja dito assim que
possível, para que eu tome alguma providência. Vocês não podem
simplesmente decidirem entre vocês o que me contar.
— OK princesa, não precisa gritar e ficar nervosa...
— EU GRITO E FICO NERVOSA A HORA QUE EU QUISER,
NUNCA DIGA ISSO DE NOVO!
Nossa! Ela realmente estava nervosa. Dane e Léo tentavam acalma-la
a todo custo. Eles explicaram que sim, esperaram apenas Léo estar mais forte
para falar com ela, e que jamais pensaram em não dizer o que aconteceu. Só
esperavam o momento certo. Eles acharam que não havia necessidade de
deixa-la nervosa atoa. Como uma fogueira que começa a queimar, Nininha
precisava se consumir nesta agonia de saber que Léo poderia precisar dela e
de seus cuidados e ela estava longe. Imaginou também que eles poderiam
estar mentindo sobre a real situação de saúde de Léo. Começou a achar a
ideia de viajar para lá novamente nada louca e sim necessária. Eles eram seus
homens, e isso já era um fato, então ela não deveria estar tão longe deles.
Com a cabeça ainda a mil, mas, mais calma do que antes, perguntou para Léo
como ele estava realmente e como se sentiu nas mãos do traficante. Tentando
agora racionalmente entender melhor o acontecido, refez algumas perguntas.
Entre as respostas, se questionou internamente como Dane deve ter se sentido
também, pois imaginou ele vendo seu amigo, seu irmão nas mãos de um
infeliz pronto para mata-lo a qualquer momento. Tinha certeza que doeu em
Dane não poder ou não conseguir fazer nada. Ela tão longe e seus meninos
tão feridos, Léo com marcas no corpo e Dane marcado na alma. Era
indispensável a sua presença junto aos dois. Sofreu por estar tão longe.
— Viu princesa estou bem, estamos bem. Ossos do ofício. Eu não
poderia deixar aquele traficante filho da puta fugir. Nós fomos bons, e você
está vendo essas marcas em mim, mas não viu as que eu deixei nele e em seu
comparsa, fala aí Dane .
— É verdade Nininha, essa gazela saltitante além de correr livremente
pela mata conseguiu deixar dois nariz quebrado e um tornozelo fraturado.
Com a gracinha de Dane, o clima foi quebrado um pouquinho, o que
fez ela sorrir.
— E quem está cuidando de você Léo, com a troca de curativos e
horários de remédios? Espero que não seja nenhum docinho azedo.
— Não meu bem, esqueça desse docinho estragado, e não tem muito
o que fazer, Dane me ajuda e ainda cozinhou hoje para mim. E por incrível
que pareça, ficou boa a sopa. Além disso eu tenho ficado em casa
descansando, mas sexta a noite irei com Dane para encontrar os caras num
bar próximo à agência para comemorar o sucesso da operação. Vê, como
estou pronto pra outra já?
— Você não ouse dizer isso Léo. E tem certeza que você tem que ir
neste encontro, você está bem mesmo? Acho muito cedo para sair, que você
acha Dane?
— Ele está bem amor, não se preocupe eu disse a você que tomaria
conta dessa bunda branca feia e estou fazendo isso. E se ele for, não vai
beber. Esse é um encontro bem legal. Faz os agentes mais empenhados para
próxima missão ser um sucesso também.
— Tá bom... Estou muito triste por estar tão longe e não poder
comemorar com vocês, não poder ter o rosto de Léo em minhas mãos para
um carinho, de não poder te dar um abraço apertado Dane. Tenho certeza que
você sofreu ao ver Léo passando perigo. Eu amo vocês meus amores não vejo
a hora de reencontra-los, beija-los e ama-los novamente. Meu corpo deseja o
de vocês absurdamente. Já não há lugar na terra onde eu esteja que eu não
precise de vocês. Estou pronta, mais do que nunca, para viver o resto de
nossas vidas juntos. Por favor, se cuidem por mim e para mim.
As palavras de Nininha tocaram profundo nos corações dos meninos.
Léo e Dane se apertavam para caber os dois na tela do celular e dizer para ela
tudo o que ela havia dito, mas em outras palavras. Muito amor em uma
ligação. Se pudessem, se teletrasportavam pelo celular para encontrar com ela
em sua casa. Trocaram palavras amorosas durante alguns minutos até
precisarem desligar. Dane ainda iria na agência e Léo precisava descansar.
Nininha também tinha muito o que resolver, e o principal era como ela faria
para pegar o primeiro avião e ir encontrar os amores de sua vida. E em sua
cabeça só existia a passagem de ida porque voltar só quando os dois vierem
juntos com ela. Estava decidida.
Entrando em seu quarto, voltou a lembrar do sonho que a assombrou
de manhã. Tinha algo a ver com os machucados de Léo. Mas, e aquela figura
escura os puxando e uma força estranha abrindo abismos entre eles.
Encucada com isso não poderia ficar indiferente, teria que ir e afastar
qualquer mal que pudesse se pôr entre eles. Não deixaria que nada os separa-
se tão facilmente. Então começaria eliminando a distância.
Descobriu o quadro em que trabalhava e começou a retoca-lo com
cores. Apesar de seu coração estar sentido ao ver seus meninos feridos cada
um a sua maneira, se sentia empolgada a pintar. E foi assim que passou o
restante da tarde até seu pai chegar. Precisava conversar seriamente com ele e
encontrar um jeito de convencê-lo de que tomou a decisão certa.
Capítulo 38: Se Manca.
#nininha
agradecendo a Deus pelo pai maravilhoso que tenho, mas mesmo assim não
seria o suficiente. Quando comecei a dizer os meus motivos para querer vir a
ter com meus meninos, meu pai logo me cortou dizendo que demorou um
pouco até para eu decidir isso. E que, quando ele conversou comigo dizendo
que eu estava pronta, era verdadeiro e ele estaria ali sempre do lado da
escolha que eu fizesse, mesmo que contrariasse a opinião dele. Opinião que
no caso, era para aguardar mais um pouco, afinal eu já havia falado e visto
os dois pelo vídeo. Mas foi em vão, nada que ele me dissesse iria me fazer
mudar de ideia. Quando ele percebeu isso fez algo que me deixou muito feliz,
Só me fez prometer voltar o mais rápido possível e com os dois a tira colo,
porque se dependesse deles estarem comigo para eu ficar próximo dele era
som relaxante Léo pensava em como seria bom chegar em casa e encontrar
Quando brigamos por algo ou alguém, mesmo que seja apenas para provar
nosso ponto de vista, movemos mundos e fundos para que nos façam
contra ponto que no aspecto sexual, nossos instintos viajam por emoções
vem à tona para que sejamos obrigados a aprender a lidar com eles.
Dane e Léo não conseguiam deixar de demonstrar que ver sua menina
brigando por eles não havia os excitado. Ao saber toda a história que ela aos
poucos foi contando desde que ela havia decidido vir e preparar uma surpresa
para eles, ao fato dela ter lutado sozinha contra a malignidade que queriam
fazer contra os três, os fez crer que essa é a mulher que querem para suas
vidas. Saber que o futuro deles poderia ser desmoronado sem que eles ao
menos soubessem ou pudessem lutar contra, era algo aterrorizante. Olhavam
para sua menina e conheciam agora a mulher forte que se tornou. Raramente
em casos assim o final seria feliz. Poucas são as mulheres que não se deixam
cair em armadilhas. Essa era mais uma certeza dentre tantas outras que essa
era a mulher para vida deles. Forte, inteligente, entregue, sensível e sagaz.
O desejo de possui-la só aumentava com cada argumento que seus
subconscientes lhes mostravam. Cada um à sua maneira enxergava pontos
positivos nela que só os faziam mais enfeitiçados.
Vitoriosa e mais confiante do que nunca Nininha tirava gemidos de
Dane enlouquecidos no banco traseiro do carro. Por sua vez, o som que os
dois faziam atrás no carro era um afrodisíaco para Léo, que ao ouvi-los ficava
cada vez mais louco também. Duro, Léo se contorcia no banco do motorista,
dirigia tenso tentando não lembrar da sensação de estar dentro da abertura
quente e sedosa de sua princesa. Olhando pelo retrovisor via o rosto retorcido
de seu brother com prazer de ter Nininha rebolando, se esfregando no seu
eixo sólido. Apesar de Léo estar sofrendo sem o toque dela, sabia que seu
amigo também sofria com o maravilhoso contato indireto sobre as roupas.
Dane fez de tudo para tentar ter Nininha ali mesmo no banco traseiro. Mas
ela se fazia de rogada e fugia de suas investidas, o máximo que conseguiu foi
rasgar sua blusa e aplacar sua sede nos seios sensíveis e tenros dela.
Ao tentar voltar a se concentrar na estrada, Léo olhou para aquele céu
azul com o sol a pino por ser o início da tarde e teve uma grande ideia. Seu
desejo estava no limite, não conseguiria chegar em casa sem antes cometer a
loucura de parar o carro em via pública e tomar sua princesa junto com seu
brother a luz do dia, às vistas de quem quisesse ver. Então antes que comete-
se uma loucura, numa próxima esquina virou em uma rua de barro
esburacada, o que fez Nininha soltar um gritinho no solavanco e Dane gemer
ainda mais com a quicada que ela deu. Dane olhou no retrovisor e ao
encontrar o olhar de Léo e avaliar o caminho que ele tomou, logo se ligou o
que Léo iria fazer, aliás para onde ele estava os levando. Num piscar de olhos
cúmplice Dane se concentrou no difícil trabalho de entreter sua menina para
que não nota-se para onde estavam indo, ela iria pirar e amar ao mesmo
tempo.
Esse dia amanheceu cheio de emoções para os três e ainda estava na
metade. Muita coisa ainda estava por vir.
No meio do caminho Nininha notou que demoravam de mais para chegar a
casa, e falou:
— Caramba está demorando para chegar, e eu não me lembro dessa
estrada quando viemos.
— Shiiiiii! Fica quietinha você sempre estará segura com seus
federais. Esqueceu?
Ao som saliente da voz de Dane ao dizer "seus federais", não
precisava nem de algemas para se sentir presa ao desejo dos dois. Mas a
ansiedade de tê-los estava a matando. Fora todas as possibilidades que
imaginava tentar com eles em busca do prazer genuíno. Em pleno processo
de ebulição Nininha não se aguentava dentro de suas calças e num impulso
avassalador saiu do colo de Dane e foi retirando sua calça jeans o olhando
com cara de safada. Seus olhos queimavam nos deles, pelo seu movimento
Léo olhou para trás e encontrou seu olhar fervendo. Com um urro dolorido e
animalesco Léo acelerou o carro sem se importar com a buraqueira. Os risos
e pulos do casal no banco de trás fez tudo ficar cômico.
— Seu filho da puta, tá fugindo de alguém, porra. Desse jeito não
chegamos vivos. — Disse Dane exasperado.
— Tá bom seu viadinho, queria ver se fosse você no meu lugar. Não
se preocupe já estamos chegando.
Nininha achava graça na implicância entre os dois. Sabia que era
brincadeira. Ria maliciosamente também por saber que eles estavam talvez
mais desesperados que ela para se deliciar em um sexo gostoso de reencontro.
— Parem de brigar vocês, e para onde vamos? Tá demorando muito.
Que tanto mato é esse?
Risonho Léo olhou nela e disse:
— Já já você verá. Se concentre em terminar o que você estava
fazendo e tire essa calça, onde vamos não vai precisar.
Nininha arregalou os olhos assustada e excitada também. Mas
olhando em volta só via mato e mais mato além de árvores. Ficou tensa ao
pensar em ficar nua num lugar tão ermo assim. Porém o tesão já estava quase
a transbordando, e ela não estaria mais segura do que com seus dois federais.
Decidida a se entregar para eles da maneira que eles quisessem, retirou a
calça por completo ficando só de calcinha. Sua blusa já era um trapo no chão
e seu top estava todo troncho no encosto do banco atrás de Dane.
Com carinha de devassa só de calcinha e ao alcance de seus braços,
Dane a puxou e lhe deu pequenas mordidas nos seus lábios. Suas mãos
percorriam seu corpo. Posando as palmas em cada banda de sua bunda
apertou até lhe tirar um grito sofrido. Desceu suas mordidas pela coluna de
seu pescoço seguindo até o ombro e depositando ali mordidinhas fortes e
fracas. Nininha se limitava a lidar com a angustiante sensação entre a linha
tênue da dor e prazer. Dane dos dois era o que mais curtia esse instinto
dolorido de dar prazer usando a dor como caminho. Nada penoso apenas
sensitivo o suficiente.
— Pronto. Chegamos, daqui seguimos a pé. Dane, no porta malas tem
aquela mochila que sempre deixamos no carro, né?
Léo estacionava enquanto dizia que chegaram. Dane o respondeu
dizendo que sim, e que tinha uma toalha também.
Ao ouvir eles conversando Nininha questionou:
— Como vamos andando, estou nua, esqueceram?
— Não amor, nunca, jamais esqueceríamos isso. Tome minha blusa.
Conformada, ela pôs a blusa e desceu do carro e como uma criança
doida por um pirulito ficou encostada no carro vendo eles mexerem no porta
malas de onde tiraram uma mochila. Trabalhavam em harmonia, os dois
sabiam exatamente o que iriam fazer. Era fascinante para ela ver essa ligação
entre eles, era visível o entendimento apenas no olhar. Ali de perto Nininha
podia ver os músculos dos braços de Léo quando se mexiam para fazer algo e
se deliciava também com o abdômen de Dane nu, que a cada respiração e
movimento parecia dizer vem aqui e me lambe. Despertada pelo barulho da
porta da mala fechando, Nininha sobressaltou em seus pés e se sentiu vendida
ao perceber que os dois cretinos a observavam enquanto ela babava em seus
corpos sarados. Com sorrisos e olhos ardentes a chamaram para que os
seguissem. Léo foi quem a pegou pela mão e ajudou no caminho. Dane
levava a bolsa e seguia na frente.
Após uns cinco minutos de caminhada pela mata fechada eis que se
abre uma clareira que faz Nininha ficar boquiaberta tamanha beleza que seus
olhos alcançavam. Os raios do sol batiam no véu d'água que caia imponente e
vibrante sobre pedras artisticamente sobrepostas que seguiam um caminho
sinuoso se dividindo em duas vertentes, uma que se transformava em um
pequeno rio que corria para a floresta do outro lado e outra vertente que
preenchia uma piscina natural com água transparente. Em volta haviam
pedras grandes que pareciam esculpidas como espreguiçadeiras. Um trabalho
tão perfeito que apenas um único artista poderia ter projetado. Deus. Nininha
ainda muito abismada pela beleza descomunal desse paraíso escondido,
largou a mão de Léo e olhando dele para Dane mostrando a felicidade em seu
semblante saiu animada para explorar o lugar.
Os meninos olhavam de longe mais uma visão que ficaria na
memória. Nininha corria saltitante feliz em direção a piscina natural formada
pela cachoeira. Olhando em volta parecia querer apreciar cada pedacinho do
lugar.
— Gazela, preciso dizer que essa foi a melhor ideia que você poderia
ter tido?
— Valeu brother, mas deixa pra puxar meu saco depois. Agora eu
quero aproveitar o máximo desse lugar com nossa Nininha. — Léo respondeu
ao Dane debochado como sempre e já se desfazendo de suas roupas ficando
apenas de box, depois correu para Nininha que estava na beira da água.
Rindo do desespero de seu amigo, Dane também se despiu e foi ao
encontro dos dois. Nininha suspirou com o agarre de Léo e começou uma luta
obviamente perdida em não deixar que ele tirasse a blusa que usava.
— Léo, para, alguém pode ver.
— Amor não se preocupe, este lugar como viu, é de dificílimo acesso.
Raramente as pessoas vem aqui e quando vem,vem pelo mesmo motivo que o
nosso.
— E qual seria nosso motivo? — Perguntou Nininha furtivamente
enquanto Léo beijava seu pescoço por trás e retirava aos poucos sua blusa, ao
mesmo tempo Dane vinha pela sua frente.
— Amar e fazer amor, nos entregar a pura luxúria que nossos corpos
estão implorando. Sentir exatamente tudo o que nos é permitido da maneira
mais crua, sentir o sabor dos nossos corpos entrelaçados em busca do ápice.
— Dane disse isso tirando sua box sem pudor e entrando na piscina de águas
cristalinas, levantou a mão para ela e a chamou com os dedos.
Completamente derretida pelo que Dane disse ainda escutou Léo
começando a falar em seu ouvido e terminado retirando sua calcinha.
— Aqui nessa natureza praticamente intocada somos apenas machos e
fêmea. Animais irracionais em busca de saciar a sede vital de possuir a fêmea
que desejamos. Não tem para onde correr, você é nossa, e o será em qualquer
lugar.
Sem sentir mais nada a não ser aquela já conhecida energia que os
rondava quando estavam juntos, Nininha levantou a mão e entregou a Dane
que a auxiliou a entrar com a ajuda das mãos de Léo em sua cintura na água.
Dentro d'água Dane a pressionou contra seu corpo trémulo de tesão. Na
verdade ela já não sabia se era ela ou ele que tremia. Úmida pela água e pelo
desejo, se esfregava languidamente no corpo de Dane. E nessa dança
conseguia de vez enquanto prender seu membro duro flutuante entre as coxas
e apertava. Logo sentiu Léo se chegando atrás dela, jogou sua cabeça para
trás em seu ombro e se lembrou que ele estava machucado.
— Léo, ainda está muito recente seus ferimentos. Tem certeza de que
podemos...
Seu pescoço estava livre para os beijos e lambidas de Dane, enquanto
Léo segurava seus cabelos pela nuca e fazia calar cortando-a e dizendo:
— Nada vai me fazer parar, meu amor, as dores que meu corpo sente
com tua falta são maiores do que qualquer outra, física ou emocional. Quero-
te agora já não posso mais esperar, preciso que me acarinhe com teu corpo no
meu local mais dolorido. Preciso da sensação de me afundar em ti para que
todas minhas dores desapareçam.
Inebriada com as palavras ditas, Nininha empinou seu quadril para
trás insinuando seu acesso ao pênis de Léo. Num encaixe lento e perfeito Léo
foi se aprofundando no corpo de Nininha em busca da plenitude que era estar
por completo dentro dela. Uma vez alcançado seu objetivo sem tirar um
centímetro, rebolou gostosamente bem rente ao seu traseiro, se esfregando
com todo seu corpo nas costas dela. Léo levou uma de suas mãos a garganta
dela que descansava ainda para trás em seu ombro, pressionando um pouco
ao ponto de deixa-la sem ar e soltava ao mudar a direção de sua rebolada. Sua
outra mão, se mantinha na base de seus cabelos da nuca com seus dedos
entrelaçados em seus fios. Nesta posição só cabia a ela inclinar mais seu
quadril para trás e receber a investidas salientes e instigantes de Léo. Abrindo
os olhos via Dane vidrado em sua frente, levou sua mão como pode até seu
pênis flutuante, e o masturbou enquanto ele observava ela sendo possuída por
Léo. Com a outra mão acariciava seu saco pesado e másculo por baixo
d’agua. Assim tirava gemidos rocos de sua garganta.
Em um lugar como aquele e com dois deuses como eles a desejando não
tinha espaço para qualquer tipo de insegurança e pudor. A única certeza que
tinha é que se pertenciam e nessa verdade absoluta se jogou de cabeça, e se
permitiu.
— Vocês… são… meus... Meus... Para… sempre.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh Léo ooo.
Com as palavras de Nininha os meninos ficaram ainda mais
alucinados. Dane a tirou do encaixe que estava com Léo abrindo suas pernas
fazendo-a monta-lo e se enfiando sem dó no meio dela num impulso só,
levando a cabeça inchada de seu pau no mais profundo de seu canal cada vez
mais escorregadio. Léo a ajudou a se pendurar no pescoço de Dane. Depois
ainda se perdendo em beijos molhados na linha entre seu pescoço e ombros
pôs suas mãos na cintura dela e controlava seu corpo contra as estocadas
firmes e profundas de Dane. Não havia como segurar os gemidos. Nininha
gritava, gemia e soluçava. Sua garganta soltava sons irreconhecíveis.
Enquanto Léo a tomou de forma lenta e exploratória, Dane a arrebatava com
suas marteladas. Se afundava em investidas rápidas e saia quase que
completamente até a beira de sua entrada só para entrar novamente com
força, para sair novamente de vagar e repetir impiedosamente algumas vezes
aumentando a intensidade. Dane a cada força que fazia soltava também um
som gutural. Isso tudo ao tempo em que Léo além de segura-la pela cintura
falava entre suspiros e gemidos:
— Vê, como somos seus ,tu és nossa. Fazemos contigo o que
queremos e você nos toma sem questionar. Nossa menina, princesa, mulher e
principalmente nossa devassa. Safada, sabemos exatamente do que você
gosta não há no mundo alguém que lhe dê prazer como nós. Está fadada a
passar o resto de tua vida com a gente, não tem mais volta.
— Se estou ... Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh .... Fadada....
Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh a isto??... Não tenho mais o que.....
Aaaiiiinnn pedir... Só agradecer.
— Safadaa... Toma... Minha... Minhaaaaa — Dizia Dane entre os
dentes enquanto estocava lancinante dentro dela.
Dane aumentou tanto a velocidade que a levou a perder os sentidos e
quando pensava que ia cair em vôo livre ele diminuiu um pouco, nesse
momento ela sente que Léo brincava com o dedo em seu buraco apertado. Ela
solta um sorriso sacana que não passa despercebido por Dane:
— Danada, é isso que você quer né, nós dois... Ao mesmo tempo…
Tomando seu corpo.
— Ãããhãã, isso e muito mais.
— Ela tá ficando perigosa. — Disse Léo.
— Sim está, e isso só nos faz mais loucos e apaixonados.
— Sim é verdade. — Concordou Léo.
— Dá para a dupla parar a conversinha e vir me "comer" por favor.
Quero sentir vocês juntos novamente, vamos matar a saudade.
Tomando sua boca Dane aproveitou para arreganhar ainda mais sua
pernas, pois suas mãos estavam nas coxas dela a suspendendo para cima. Por
trás dela, Léo se ajeitava para sodomizar sua princesa enquanto ela estava
ainda aclopada no eixo de Dane. Levou uma de suas mãos ao broto inchado e
sensível o manipulando enquanto penetrava seu pênis devagar na entrada
mais apertada dela. Aos poucos com jeitinho Léo foi se acomodando em seu
interior. E por alguns momentos os dois pararam deixando ela se acostumar e
sozinha leva-los até estar completamente acostumada. Nininha sofria ao
receber seus deuses ao mesmo tempo, era muito carnal, irracional e um prazer
agoniante. No momento em que ela começa a se mover para cima e para
baixo, e ao descer rebolar, tirava os sentidos dos meninos. Não havia mais o
que pensar, só buscavam o objetivo. Em harmonia sempre prevista entre eles,
começaram um deslocamento totalmente sincronizado, primeiro lentamente e
com o tempo aumentando a velocidade. O que aumentava o prazer e levava
os três cada vez mais próximos do orgasmo. Um subia e o outro descia. Um
entrava e o outro saia.
A água em volta transparente não escondia o pecado abaixo dela. Se
limitava a ondular entre os corpos com os movimentos lascivos que vinham
deles. Toda a Natureza em volta era espectadora da perversão mais pura e
carnal. Na dança em direção ao ápice, mãos e bocas viajavam por todos os
lados. Os corpos envolvidos vibravam juntos, músculos tensos e moles ao
mesmo tempo. Peles tocadas pelos raios quentes solares e úmida pelo suor e
pela água fresca. A piscina natural antes calma em sua beira, agora parecia
fervilhar com intensas ondulações provenientes deles que só aumentavam.
Gritos abafados e gemidos ritmados eram ouvidos por todo o local. Os três
chegavam juntos ao seus limites, cada um se jogou flutuante na explosão de
seu orgasmo, cada um urrou, gritou ou choramingou como pôde. Olhando em
volta o lugar parecia muito mais vibrante do que antes, as cores estavam mais
vivas, os sons mais destintos, tudo a volta deles estava mais sensível. O
orgasmo é a única droga de graça que vicia, mas não mata.
Se soltando após alguns minutos da sensação de plenitude, cada um
deu um mergulho para refrescar a cuca e fazer voltar a realidade.
Aproveitando o lindo local passaram a tarde toda nadando, curtindo a queda
d'água, trepando sobre as pedras e nas pedras, e namorando ao pôr do sol.
Quando já famintos, agora de comida, decidiram ir embora. Eles enxugaram
Nininha de forma bem demorada e instigante depois colocaram uma blusa
limpa que estava na mochila nela. Se vestiram e voltaram para o carro, lá
Nininha pôs a calça a contra gosto dos meninos. Mas sua alegação foi forte
ao dizer que como ela desceria para comer só de regata. Venceu. Dane foi
dirigindo dessa vez. Apesar de Léo dizer belas palavras ao falar que não
sentia dor, ao sangue esfriar sentiu umas fisgadas onde levou a facada.
Também passou a tarde toda na rua e só tomou remédio de dor quando
acordou. Toda via ele estava adorando a preocupação de sua princesa que não
economizava nos carinhos e cuidados. Ah! Como era bom ser amado.
Pensava Léo. Na direção Dane era todo sorrisos, saciado de sua saudade só
faltava encher a barriga e recuperar as energias, pois a noite só estava
começando.
Dane os levou para um bar na cidade, o mesmo em que estiveram
ontem. Estacionou e descerem do carro, Léo deu a mão para ela e Dane
passou um braço sobre seus ombros. Na cabeça de Nininha ela achava que
deveria evitar esse contato a três em publico, mas escutou uma voz
cantarolando em sua cabeça:
Se você está feliz os outros que se fooooooodaaaaammmmm!!
Sorriu por isso. Então encheu seu peito de amor e seguiu em frente
com seus dois amores para uma comidinha pós foda.
Se os maconheiros davam nome de larica para a fome que a droga dá, qual
será o nome para fome que a foda dá?
— Do que tanto ri, princesa?
— Hã! Ah, nada só estou completamente feliz, só isso.
Entrando no bar todos olharam para eles. Ou melhor para ela. Ela deu
uma parada e se olhou, pensou que estivesse suja ou mal vestida. Mas até que
a regata caiu bem com o top e a calça jeans, um look bem despojado. Foi
então que ela viu as pessoas cumprimentando os seus meninos. Todos os
conheciam e pelo visto nunca viram eles com uma mulher. Deviam pensar
que eram gays. Sentando na cadeira que Dane puxou para ela ria de seu
pensamento.
— Ainda rindo amor? — Dane disse ao seu ouvido e continuous. —
Queremos rir também compartilhe conosco seus pensamentos.
— Acho que vocês não vão gostar muito não — Disse colocando a
mão na boca segurando uma risada.
— Tente, estamos curiosos. — Léo falou.
— Bom quando entramos no bar todos olharam, então pensei se eu
estava suja ou mal vestida, mas dai pensei que provavelmente vocês não
devem aparecer acompanhados de muitas mulheres por aqui...
— Nunca, você é a primeira, pelo menos deste modo, abraçados como
namorados. – Interrompeu Dane.
— Então, foi o que imaginei, daí ri porque provavelmente eles deviam
achar que vocês dois eram um casal, que eram gays entendeu? - Nininha caiu
na gargalhada.
Dane fuzilou Nininha com o olhar, mas logo cedeu ao ver Léo
também cair na gargalhada. Os três ficaram rindo e se zoando. Eles tiraram
sarro dela ao dizer que seria a última coisa a pensarem deles, pois a fama de
garanhões que tinham ultrapassava os limites da cidade. Puta com esse
comentário ela dava tapas neles que juravam que o passado ficou para trás.
O garçom chegou à mesa, muito gentil cumprimentou os meninos, e foi
apresentado a Nininha.
— Amor, esse é nosso garçom predileto, Garcez, e esta é nossa noiva,
Nininha.
— Prazer, Garcez.
— Meu prazer, deseja alguma coisa?
— Sim, sim estou morta de fome, aliás estamos. Pode me indicar
algo?
— Sim claro, se é para os três e sabendo que eles gostam de carne
temos um churrasco misto com acompanhamentos.
— Por mim tudo bem.
— E para beber?
— Estou louca por um chopp bem gelado, para mim e Dane, para o
Léo um refri pode ser?
— Mas é claro, aqui é você quem manda. Volto em alguns minutos.
— Obrigado!
Depois que o garçom se afastou ela os encarou.
— O que foi? — Perguntaram eles.
— Noiva?
— Sim! — Disse Dane após jogar uns amendoins na boca.
— Eu não sou "NOIVA" de vocês, pelo menos não me lembro de
vocês me pedirem ou pedirem ao meu pai.
Uma tosse atacou Dane de repente. Nininha batia nas costas dele, Léo
debochado falou:
— É não sei não, acho que ele engasgou com a palavra pai e não com
os amendoins.
Risos.
— Idiota. — Respondeu Dane entre a tosse para Léo.
— Ahhh que isso gente, meu pai é super gente boa.
— Ahã, nós sabemos e sabemos também que ele andou nos
investigando, você sabia? — Indagou Dane à Nininha.
— Tinha minhas desconfianças, mas o quê que têm? Um pai não pode
se preocupar com sua única filha, filha esta que está apaixonada por
DOISSSS homens? Parem de ser frouxos. Vocês fariam o mesmo se tivessem
uma filha.
Os brothers se entreolharam e nem se quer visualizaram a ideia de ter
uma filha.
— Nós até queremos ter muitos filhos, mas nenhuma menina. Somos
policiais e não podemos sair matando todos os safados que aparecerem na
vida dela.
Numa gargalhada alta, Nininha chamava atenção de todos. Os
meninos olhavam em volta e tentavam fazê-la parar.
— Vocês dois são loucos? Muitos filhoSSSSSS???? Nenhuma
menina???? Sério? E como vocês vão escolher o sexo de um possível filho?
Oh, santos deuses do universo!
— Não vou me preocupar com isso agora, mas sei que os antigos tem
mandigas para esse tipo de coisa......
— Ahahahahahahahahahahaah sério isso Léo? Você está ouvindo o
que está falando? E olha que nem está bebendo. – Dizia em tom cômico
Nininha.
— É cara, ela tá certa, mandinga??? Pirou.
— Sei lá, só tenho que arrumar um jeito de não ser pai de menina. Já
pensou brother nossa filhinha linda chegando em casa com um desses tipos
de adolescentes largadão. Eu vou ser preso cara.
— É verdade, acho melhor deixar isso para depois. Já estou com dor
de cabeça. – Disse Dane após visualizar o que seu amigo disse.
— Também acho, até porque não vou ser mãe nem tão cedo.
— Aí é que você se engana. — Articulou Léo.
Antes que uma guerra fria começasse o garçom chegou com os
chopps e os pratos. Famintos a conversa cessou. Enquanto comiam e se
divertiam com bobeiras que falavam, o bar foi enchendo aos poucos. Novos
olhares caiam em Nininha, mas ela nem ligava bebia seu chopp e se divertia
com seus meninos. Recebia afagos e beijos dos dois. Muitas mulheres ali
esticavam os olhos para eles, porém ela notava que eles nem viam nada, isso
era o que importava. Ao fim da refeição eles apenas ficaram batendo papo,
tomando chopp. Léo pediu um sorvete e comeu dando de vez enquanto uma
colher na boca de Nininha. Os dois olhavam-na encantados, ainda parecia um
sonho tê-la ali, ainda mais após uma tarde maravilhosa. Falaram sobre várias
coisas, e a cada sorriso genuíno que Nininha dava mais faziam os dois
babarem.
Do nada ela percebeu que o rosto do Dane mudou para carrancudo, ao
olhar para onde ele olhava avistou um casal na entrada. O homem parecia
mais velho que os seus meninos, bem apanhado, cabelos com nuances
grisalhas e corpo bem trabalhado. Um tipão. Ao seu lado de mãos dadas
estava uma ruiva mais baixa que ele com corpo torneado pernas grossas, uma
tattoo enorme de uma rosa vermelha em seus ombros e rosto jovem. O
homem viu que ela estava os observando e sorriu. Sem graça Nininha se
virou e recebeu um quase bufante olhar gélido de Dane por ver que ela estava
os observando. O casal em questão foi até sua mesa. Léo bom vivant como
sempre logo se levantou e cumprimentou o homem, enquanto Dane revirou
os olhos e se jogou contra o encosto da cadeira virando o conteúdo de seu
copo, fazendo antes uma saudação com a tulipa ao casal que chegava.
— Amor, esse é o Conrado, lembra? O agente que te falei que me
salvou matando o traficante. — Disse Léo apresentando Conrado à Nininha.
Ao conhecer o agente que salvou um de seus meninos, Nininha não se
conteve. Levantou-se da mesa subtamente e abraçou o Conrado pela cintura,
para desespero de seus meninos. Dizia, “obrigado por salvar meu Léo e que
seria sempre grata.”
Esse foi um momento cômico e tenso ao mesmo tempo. Pois quando
Dane viu sua menina se levantar e abraçar Conrado, se levantou ao mesmo
tempo, não queria que ele nem ninguém a toca-se. Léo notando a atitude de
Dane se posicionou para um possível ataque de Dane contra Conrado. Ao
passo que Léo também não gostou nada de ver Nininha abraçando ele.
Conrado levou um susto com o abraço repentino da mulher que estava
com Dane e Léo. Levou alguns segundos para perceber de quem se tratava,
pela a irritação gratuita de Dane e o carinho em que ela lhe agradeceu por ter
salvo Léo, deduziu que fosse a famosa namorada deles do Rio. É claro que
Conrado não perderia a oportunidade de tirar ainda mais Dane do sério, então
olhando para Dane devolveu o abraço à mocinha. Léo antes de uma tragédia
acontecer e também ficando muito puto com o exagero da gratidão, puxou o
braço de Conrado dizendo ao mesmo tempo.
— Tá bom, tá bom. Já chega.
— Ei Léo, calma eu só queria agradecer ao cara que te salvou.
Agradecendo a atitude de seu amigo ao retirar Nininha dos braços
daquele cara numa maneira menos invasiva do que ele iria fazer, Dane não se
conteve em querer mostrar território e puxou sua menina enquanto terminava
de falar, para seu colo na cadeira. Atordoada com tamanha demonstração de
machos alfas, Nininha riu gesticulando com a cabeça como se perguntasse o
porquê que eles agiam daquela maneira. Olhando de volta para o homem que
imaginava ser amigo dos seus meninos se apresentou:
— Bom Conrado, como pôde perceber, eu sou Nininha namorada
desses dois ogros aqui. E essa quem é, vocês gostariam de se sentar conosco?
Rapidamente Dane disse:
— É Paulina, o nome dela, Paulina. — Olhando dela para Conrado
continuous. — E não querida, já estamos para ir embora, acredito que eles
queiram sentar a sós. Não é mesmo Conrado?
Rindo daquela maneira escorregadia, e pela primeira vez se sentido
confiante, Conrado continuou a provocação:
— Seria um prazer "Nininha", como também é um prazer lhe
conhecer. Mas eu e a... Oh! Mil perdões, onde eu estava com a cabeça. Seu
abraço espontâneo me deixou tonto que esqueci de apresentar Úrsula, não
podemos ainda dizer que somos namorados, mas estamos nos conhecendo e
provavelmente caminhamos para isso.
As mulheres se cumprimentaram, Dane com as mãos na cintura dela
só permitia uma leve locomoção para que ela aperta-se a mão da
acompanhante de Conrado. Nininha fez uma cara de braba para Dane que
nem se importou. Léo também apertou a mão da moça e, Dane apenas fez um
gesto com a cabeça. Úrsula ficou um pouco confusa quando via que aquele
não era um casal e sim um Trisal. Achou fantástico, mas como não tinha
intimidade preferiu não parecer intrometida e levou tudo com normalidade.
Porém, pôde perceber uma certa inimizade entre os homens. Deixaria para
saber com Conrado mais tarde. Afinal estava ali para curtir a noite com ele,
era seu segundo encontro e ela via a possibilidade real de se apaixonar por
ele. Queria dançar e namorar a noite toda.
— Então agora que estamos devidamente apresentados, que tal vocês
nos fazerem companhia para um chopp? — Insistiu Nininha, e ouviu uma
bufada em suas costas.
— Como ia dizendo antes, seria um prazer, mas eu e Úrsula
combinamos de dançar essa noite como se não houvesse amanhã. Apesar de
eu ter dois pés esquerdos, porém quem sou eu para recusar um pedido de uma
mulher linda como ela.
Se pendurando no pescoço de Conrado toda melosa Úrsula disse:
— Ah, querido, o que importa é sentir a música e estar com você. —
E finalizou com um beijo sedutor.
— Vocês formam um lindo casal. — Suspirou Nininha.
Léo chamou atenção com uma tosse de mentira e se sentou dizendo:
— Então… Úrsula e Conrado que sua noite seja longa e animada.
— Bem, obrigado Léo. — Agradeceu Conrado, depois se virou para
Nininha pegou em sua mão e disse. — Foi um prazer lhe conhecer Nininha,
boa sorte com esses dois ogros, rsrs.
Olhando em Dane que o fuzilava com os olhos o cumprimentou com
uma continência e um sorrisinho sacana. Depois Conrado foi puxado por
Úrsula toda dançante para a pista de dança.
Na mesa Léo ria da cara de seu amigo e do esporro que Nininha
tentava dar neles dois por conta, de nas palavras dela "falta de educação para
o cara que salvou a vida de Léo".
— Chega de falar desse cara Nininha, ele só fez o serviço dele.
— Como você pode falar assim Dane?
— Ei, ei chega, vem cá princesa. — Léo disse a puxando para seu
colo agora. — Depois explicamos melhor. Não vamos brigar por causa dos
outros, vamos continuar nos divertindo, certo? — E a beijou.
Dane sorriu ao ver toda a irritabilidade de sua menina indo por água
abaixo com o beijo que Léo lhe dava. Chamou o garçom e pediu mais dois
chopps para ele e ela e um refri para Léo.
— Léo vamos dançar, me deu vontade ao ver eles dançando. — Pediu
Nininha mordiscando a orelha de Léo.
— Claro amor, eu vou adorar me roçar em você enquanto dançamos.
— Ele respondeu e levou sua mão boba na bunda dela e deu um apertão
sedutor.
Eles levantaram e foram para pista, antes de irem Nininha chamou
Dane, mas ele disse que ia depois. Um colega da agência parou na mesa dele
e trocou algumas palavras. Depois que esse colega saiu e Dane ficou ali
sozinho, se concentrou em olhar sua menina e amigo dançando na pista. A
música, um pop romântico levava os dois a se mexerem sensualmente. Dane
sentia seu pau dando sinal de vida.
As pessoas poderiam não entender o relacionamento de dois heteros
com uma mesma mulher. Mas era tão fácil para eles. Dane nem Léo sentiam
prazer um no outro, mas cada um sentia tesão ao ver uma mulher sendo
manipulada pelo o outro. Era um tipo de voyeurismo podia-se dizer. E
quando a mulher em questão era Nininha, com o amor entrando na jogada
tudo parece ter mais sentido. Diferente das outras mulheres que curtiam o
ménage apenas por ser o centro das atenções, Nininha parecia entender que ia
muito além disso. Sentir-se desejada era só o início. Ela já sabia que eles
gostavam de apreciar sua presa na mão do outro. Então com isso em foco, era
ela que mesmo sem ter experiência no assunto levava os dois onde quisesse.
Dançando com Léo completamente envolvida com a música, Dane podia
perceber o quanto aquilo a excitava. Em momentos distintos ela procurava
com seu olhar os de Dane, e prendiam nos seus. Fazia com Léo tudo o que
sabia que gostaria que ela fizesse. Empinava de costas seu quadril em Léo
que devolvia balançando o seu contra o dela. Suas mãos desciam pelos lados
de seu corpo. Léo sabia onde ela gostaria de ser tocada, mas ali não era o
lugar. Viu seu amigo os olhando com olhar de vontade e então matou-o de
inveja, levando a mão no seio dela de modo que só os três percebessem
tamanha libertinagem. Nininha virou novamente para frente de Léo e com
suas mãos cruzadas no seu pescoço o beijou apaixonada tentando roçar seu
corpo o máximo que poderia em um lugar público. Léo entre o beijo sorria,
ao perceber o quanto sua princesa deveria estar dolorida precisando de um
toque mais íntimo, de novo. Em seu ouvido sussurrou:
— Calma princesa, em casa matamos tua vontade.
Ela lhe deu uma mordida punitiva no pescoço.
A música mudou para uma balada ainda mais sensual. Vários casais
se juntaram a eles na pista. O lugar estabelecido para dançar estava lotado. As
luzes mais baixas. Já era bem tarde. Dane terminou seu chopp e pagou a
conta. Pegou o chopp de Nininha deu uma golada e levou para ela, junto com
o refri de Léo. Chegando por trás dela, após entregar na mão de Léo sua
bebida enlaçou ela pela cintura com um braço. Léo se afastou um pouco, mas
ficou a frente deles ainda se mexendo com a música. Nininha se aconchegou
ao som da música no corpo quente de Dane. Ele lhe mostrou a tulipa e com
sede ela bebeu deixando apenas um último gole que Dane deu fim. Léo
tomou a tulipa vazia da mão de seu amigo e saiu da pista de dança dando um
estalinho na boca dela, ela o olhou maliciosa e se esfregou com mais vontade
em Dane que estava se perdendo em beijos calorosos na sua nuca e pescoço.
No bar Léo entregou a tulipa, e o garçom disse que Dane já havia
pago a conta. Então sobrou para ele terminar seu refri e apreciar sua princesa
e brother dançando. Já estava altamente fogoso, louco para fazer sexo com
ela de novo. Porém agora era a vez dele de morrer de tesão vendo eles se
enroscarem na pista de dança. O fato de Dane ter bebido um pouco o deixava
bem mais assanhado e pelo que via ela estava adorando. A pista estava mais
cheia, Dane a levou bem para o meio cheio de más intensões. Os casais
dançando estavam cada um procurando seu prazer na dança e no toque. Léo
percebeu que Conrado e Úrsula estavam bem animadinhos também. Voltando
a concentrar sua atenção no casal que lhe interessava, viu Nininha sorrindo
sacana de frente para Dane jogando a cabeça para trás enquanto ele beijava o
seu pescoço até o início de seu colo beirando a regata. Uma das mãos de
Dane suspendia a perna direita dela o que lhe dava um encaixe mais perfeito.
A outra mão estava no meio das costas dela a segurando para não fugir de
seus beijos fartos. Como se ela quisesse fugir. Terminando sua bebida Léo já
não conseguia se segurar mais, mesmo notando alguns olhares curiosos para
eles em todo tempo que estiveram no bar, não ousaria não se permitir à entrar
na dança compartilhada com seu melhor amigo.
Levantou-se e foi para pista se esgueirando entre os corpos suados,
até encontrar seu coração fora do corpo. Latente. Pujante.
Logo se acomodou em suas costas, Dane automaticamente deu o espaço
necessário para que Léo participa-se da dança. Completa, Nininha era só
felicidade, sorria exuberante para quem quisesse ver. Ali ficaram numa dança
leviana e sensual que era uma enunciação para o restante da noite que viria.
Do lado de fora do bar estavam algumas pessoas bebericando. Lia
toda arrumada estava querendo esquecer a merda do dia que teve e foi tentar
arranjar um idiota que pagasse um chopp e lhe desse pelo menos um orgasmo
no final da noite. Se armando de sua autoconfiança e sensualidade
transbordante entrou no bar, notou que estava cheio e pelo clima bem
amistoso. Ao dar uma olhada mais avaliativa notou que nunca tinha visto
tanto casal num lugar só. Parecia ser a única sozinha, fora um grupo aqui e ali
de velhotes e pirralhos. Mesmo assim Lia insistiu em entrar, até que se
deparou com os casais na pista de dança. Viu Conrado com a ruiva da noite
anterior numa dança apaixonada. Ela nunca imaginou que pudesse se sentir
péssima ao vê-lo assim com alguém. Mas sua noite só se tornou ainda mais
horripilante ao ver no centro da pista, entre os outros casais a dupla de seus
sonhos com a coisinha do Rio em uma dança sensual e arrebatadora. Com
ódio e pura inveja Lia mordeu o lábio e sentiu o sabor de seu próprio sangue.
Seus olhos queimaram com lágrimas ferventes. Ficou prostrada na entrada,
desgostosa vendo todas suas esperanças se destruindo em sua mente. Tentava
se imaginar no lugar daquela garota, porém nem sua mente lhe permitia mais
isso, talvez era seu subconsciente tentando avisar para esquecer essa história
se não ia apanhar ainda mais. Saindo do transe olhou novamente para
Conrado e teve que aturar o sorriso vitorioso que tinha em seu rosto. Logo
ele, sem perder muito tempo, enterrou seu nariz naqueles cabelos vermelhos
que agora lhe davam esperança.
Só restou à Lia virar sobre seus pés e voltar para casa e quem sabe
repensar o que vinha fazendo de errado. Talvez ainda fosse tempo para
recuperar sua dignidade e tentar viver uma vida sem desejar o que pertence
aos outros.
Chamando um táxi, Lia entrou deu o endereço e ao começar a se
distanciar do bar permitiu suas lágrimas desabarem, não como sofrimento
mais por raiva de não ser ela no lugar da coisinha. Essa Lia não tinha jeito
mesmo.
Inebriados pela dança, Dane, Nininha e Léo não se deram conta da
presença de Lia. Continuaram seu momento gloriosamente. Mas os três já
estavam loucos para ir embora.
— Amor vamos embora, já paguei a conta. Estou louco pra te ter. Léo
também.
— Uhumm. — Concordou Léo.
— Sim vamos seus pervertidos, mas só estou indo porque sou uma
pervertida também, e não vejo a hora de tê-los em mim novamente, mas...
Dessa vez, quero tentar algo novo. — Respondeu Nininha.
— Algo novo? — Disse os dois parando de dançar
— Sim… Em casa conversamos.
Ligeiramente Nininha foi arrastada para a saída por eles, não dando
tempo de se despedir direito de Conrado e Úrsula. Conseguiu apenas dar um
tchau. O casal devolveu o tchau e sorriram com o modo que Dane e Léo a
puxavam para ir embora.
— Acho que eles estão com pressa. E você Úrsula? Quer ir ou ainda
quer dançar como se não houvesse o amanhã?
Úrsula respondeu colando os lábios no ouvido de Conrado:
— Acho melhor irmos embora também e namorar como se não
houvesse o amanhã... Mas se o amanhã chegar… Namorar de novo e de novo
e de novo.
Contente com o afeto da linda mulher que dançava com ele, Conrado
a beijou ardentemente e depois seguiram para sua casa com a promessa de
uma noite quente.
Os caminhos que a vida nos leva podem ser tortuosos, mas com um
pouquinho de perseverança e força de vontade, esses caminhos se refazem até
ficarem mais descomplicado. Fechar os olhos para o que nos fere e acreditar
que merecemos o melhor é a forma mais correta de se encarar a vida. Temos
que aceitar quem somos e até onde podemos ir, entender o que nos cabe e
conviver dignamente até o fim. Já sabemos que o amor avassalador não
acontece para todos muito menos a qualquer custo, então nos permitir aos
pequenos afagos que a vida nos dá, já é uma grande conquista.
Abrindo a porta da casa fugindo de Dane, que estava impossível,
Nininha correu para o quarto de Léo e se trancou no banheiro. Começou a
tirar a roupa e foi tomar um banho, viu aquele sabonete delicioso e se
ensaboou ao som de Dane gritando do lado de fora e batendo na porta.
— Não Dane, vai tomar seu banho, você está empolgado demais.
— Amor, eu só te quero, só isso. Abre essa porta e tomamos banho
juntos, vai, abre.
— Nãoooo.
— Você venceu vou tomar meu banho e te espero.
Subindo as escadas Léo ouvia os gritos dos dois vindo do seu quarto.
Ao chegar no corredor viu Dane transtornado saindo de seu quarto.
— Que cara é essa, brother?
— Tua princesa se trancou no banheiro e não quer me deixar entrar,
está ficando ousada essa menina.
— Eu sei, ela sabe que nos tem nas mãos. Relaxa e espera pra gozar.
— Gazela idiota.
— Viadinho irritado.
Debochado Dane foi para seu quarto falando bem alto para ela
escutar:
— Ela que me aguarde, ela que me aguarde.
Léo não se continha e ria da cara do amigo. Dane, o super controlado,
totalmente descontrolado por conta da mulher que amavam.
— Princesa, trouxe suas malas, estão aqui achei que fosse precisar.
Apesar de saber que vai passar a noite nua.
— Obrigado meu Léo, já estou saindo.
Léo tirou a blusa e jogou no canto do quarto. Estava tarde e ele estava
sentindo a fadiga do dia movimentado que teve. Seu ombro já não lhe trazia
dor, mas a ferida nas costas estava sentida. Havia uma garrafa de água no
criado mudo e alguns remédios, procurou um para dor e tomou. Nesse
momento Nininha saía do banheiro enrolada em sua toalha. Linda, o vapor do
banheiro parecia a seguir até o quarto, talvez como eles, queria estar o mais
perto quanto pudesse dela.
Quando ela viu que Léo estava tomando remédios perguntou para o
que eram. Léo tentou desconversar, mas não conseguiu.
— Está com dor né?
— Não é dor, só um incomodo na ferida, só isso.
— Só isso? Ah, Léo me perdoe, vim para cuidar de ti e acabei lhe
dando um dia agitado que te fez sentir dor.
Aproximando-se dela a abraçou com carinho dizendo:
— Obrigado minha princesa, por vir de tão longe pra cuidar desse
marmanjo. Mas, mais do que seu carinho e seus cuidados eu preciso de você.
Tirando toda aquela confusão com a Lia, te ver no portão de casa foi sublime,
a tarde na cachoeira e o jantar com a dança gostosa que tivemos foi
excepcional, não poderia estar mais grato aos céus. Nenhuma dor me fará
desistir de te ter de novo, eu só estou me preparando para mais tarde.
— Ai Léo, não quero te ver sentir dor.
— Então me beija.
Foi o que fez, Nininha o beijou ternamente. Depois se afastou e disse
para ele se lavar que ia cuidar do curativo.
— Sim, senhora.
— Bobo.
Antes de entrar no banheiro Léo lembrou de avisa-la:
— Amor, você deixou Dane furioso fugindo dele, se prepara para as
consequências.
— Léo vai tomar banho, que do Dane cuido eu.
— OK, quem avisa amigo é.
Nininha tirou sua toalha ficando nua e aproveitando o olhar dele
vidrado no seu corpo, enrolou a toalha feito bola e tacou nele, rindo.
— Aí, poxa princesa estou ferido.
— Atá, então nada de novidade para você,ok.
Ele veio até ela a fazendo andar para trás até encostar na parede atrás
da cama e disse com o dedo inquisidor:
— Você sua menina safada, não sabe brincar.
Ela riu maliciosa e chupou, depois mordeu a ponta do dedo dele
fazendo-o ferver inteiro com o seu olhar luxurioso.
— Acho melhor eu ir tomar meu banho, daqui a pouco quero essa
boca abusada em volta do meu pau.
Léo se virou e foi para seu banho retirando a box e deixando amostra
seu pênis duro endiabrado apontando para o céu.
Nininha podia jurar que uma baba descia por seus lábios, os de cima e os de
baixo. Seu ventre deu uma fisgada, acho que se ele pudesse falar dizia: " vai
lá garota e quica naquele pau, traz ele aqui"
Engraçadinha afastou os pensamentos de seu ventre falando com ela,
vê se pode. Revirou a mala à procura de seu óleo corporal, bezuntou todo seu
corpo e colocou uma camisola nova sexy. Totalmente transparente, preta
com fitas de cetim vermelhas. A calcinha combinando, que não tampava
quase nada, apenas um enfeite. Voltando à sua bolsa pegou um tubo que
comprou num sex shop. Era um creme afrodisíaco, que esquentava e
lubrificava mais ainda o canal vaginal ou anal. Permitindo mais elasticidade
para dupla penetração. Ao olhar para o tubo se sentiu uma sem vergonha.
— Você está com cara de quem está aprontando, o que é isso na sua
mão. — Disse Dane encostado no batente da porta olhando Nininha.
Ela ainda não estava preparada, escondeu às mãos nas costas e
respondeu que não era nada. Não satisfeito Dane foi até ela.
— Você está me dizendo muitos nãos hoje, Paulina.
— Eu, eu...Aiiiiii.
A surpreendendo Dane sentou na cama e jogou ela de bruços sobre
suas coxas e deu um tapa estalado na banda de sua bunda.
— A propósito, você está linda com essa camisola, está uma
verdadeira diabinha, ainda mais com esse rosto de sem vergonha.
— Me solta Dane.
— Não, não. — Dane deu mais um par de tapas em sua bunda e
desceu a boca nas bandas avermelhadas lambendo e dando chupões
doloridos. Nininha até queria reclamar, mas ele estava tão perto de atacar o
ponto onde ela precisava. E não podia negar que esses atos animalescos dele
a faziam mais desequilibrada. Seu desejo alavancava, se sentir em suas mãos
para o que quisesse era algo que ela adorava. Léo saiu do banheiro
gloriosamente nu e deu de cara com a cena de seu amigo devorando a carne
macia da bunda de Nininha. Saliente foi em direção ao rosto dela e disse:
— E aí boquinha safada, estou pronto para aquela mamada.
Levantando os braços, Nininha pôs as mãos naquele pau espesso e
duro. Salivando tentou pôr ele em sua boca, mas Léo a torturava brincando de
o tirar de seus lábios. Até que ele mesmo não se aguentou e se afundou em
sua boca até onde pôde.
Dane retirou sua calcinha e abocanhou seu orifício rugoso deixando-o bem
molhado. Com seus dedos explorava tanto sua vagina quanto seu ânus.
Nininha tentava controlar seus gemidos com o vai e vem do pênis de Léo em
sua boca. A posição já não estava colaborando. Então como sempre numa
sincronia assombrosa, Dane e Léo a colocaram no meio da cama atravessada.
Léo posicionou seu pescoço na beira da cama deixando sua cabeça pendurada
para baixo. Enquanto Dane abria suas pernas segurando em suas virilhas e
abocanhou impiedosamente seus lábios encharcados e seu broto inchado. A
língua de Dane ia de norte a sul não deixando nenhum local sensível de fora.
Nininha já via seu orgasmo se anunciando. Era uma loucura as sensações que
eles lhe proporcionavam. Com olhos fechados e boca aberta gemendo alto e
tentando controlar a respiração, Nininha lembrou que Léo estava em pé em
cima da cabeça dela e ela não podia deixa-lo à parte. Abriu os olhos e o
encontrou olhando para ela e masturbando seu pau. Seu rosto desfigurado
com o desejo. Ela via que além de olhar em seu rosto, ele descia os olhos por
seus seios até encontrar a cena de Dane saboreando o meio de suas pernas.
Voltando a olhar em seus olhos ele bateu com aquela estaca rígida em sua
bochecha e disse:
— Jogue mais a cabeça para baixo e abra a boca que quero foder a sua
garganta.
Sem pensar nem querer entender, abriu a boca e esperou Léo seguir
com sua vontade. Ao olhar os lábios abertos dela Léo ficou ainda mais
instigado. Arrastou a cabeça de seu pênis sobre os seus lábios e foi
introduzido aos poucos até encontrar uma posição que a deixasse um pouco
confortável. Com maestria Léo fodia a boca de Nininha como se fosse sua
vagina. E ela tentava facilitar ao máximo o seu acesso. Às vezes, parecia que
ia fazer ânsia de vomito, então ele se retirava um pouco lhe dando espaço
para respirar e quando percebia que estava tudo bem, voltava com vontade. A
pleno processo de subida do precipício, Léo segurou um de seus seios
apertado, e com a outra auxiliava sua cabeça contra o entre e sai de seu pênis.
Os sons que ele soltava eram música para os ouvidos dela. Fora os sons
misturados dos líquidos que soltava em contato com as chupadas de Dane e
as estocadas cada vez mais profundas em sua garganta. Nininha fechou os
olhos e viajou para um lugar bem longe no espaço, parecia que se
aproximava ao Big Bang. Na verdade era o seu próprio Big Bang que se
produzia de dentro dela explodindo para todos os limites de seu corpo.
Léo se retirou ao vê-la trêmula após o orgasmo que havia tido, Dane
diminuiu as carícias com sua língua. Sem sentir, ainda em viagem cósmica,
ela foi acomodada no meio da cama com a cabeça sobre o travesseiro. Seus
meninos tiraram sua camisola deixando-a nua e se puseram aos seus lados
abraçando cada pedacinho do seu corpo. Parecia estar naquela posição a
séculos, e seu pobre corpo ainda sentia o traço de seu clímax. Léo se
concentrou em beijar, morder e chupar seu seio direito enquanto Dane a
beijava no pescoço acariciando seu seio esquerdo. Insaciáveis.
Parecia loucura, mas ela já estava novamente sentindo a vontade à tomar.
Mais receptiva do que quando havia acabado de gozar, começou a
devolver as carícias que recebia, cada um recebia um pouco dela. Léo afoito
foi para cima de seu corpo esfregando o seu quadril no dela. Tomava sua
boca exasperado, descia por seus seios com lábios molhados e lá dava uma
atenção especial aos picos endurecidos. Dane pegou o tubo que ela deixou
cair no chão. Viu para que servia, mas queria ouvir da boca dela.
— Nininha amor, pra que isso, é seu?
Léo deu um tempinho e Nininha olhou para Dane.
— É meu sim, e não se faça de bobo você sabe para que serve.
— Eu sei, mas quero saber exatamente a intenção de você ter trazido
isso.
— É que.... Bem eu tive uma ideia bem louca. Mas pensando agora…
Acho que é impossível.
Fazendo cosquinha nela Léo disse:
— Ah não, agora você vai ter que falar. Isso tem alguma coisa haver
com o algo novo que você mencionou no bar?
— Aiiii Léo para, é tem sim. Mas esquece.
Léo saiu de cima dela, mas preenchia metade de sua visão, a outra
metade era preenchida por Dane. E os dois insistiram para que ela dissesse o
que era, e ela, é claro, teria que dizer se não morreria com tantas cosquinhas.
— Tá para, paraaaa... Eu vou dizer. É que em um de meus sonhos eu
sonhei com vocês dois ao mesmo tempo dentro de mim.
— UÊ, e isso nós já não fazemos? — Falou Léo.
— Sim, fazem é que... Não era desse jeito que já fazemos que eu
pensei.
— E é de qual então? — Disse Léo ainda confuso.
Dando um tapa na parte de trás da cabeça de Léo, Dane disse:
— Idiota, ela nos quer juntos ao mesmo tempo dentro dela, não cada
um em um local. Os dois… Juntos… Em um local apenas. Não é isso minha
safadinha?
Morrendo de vergonha Nininha tapou o rosto com as mãos e ria de
nervoso. Entre os dedos, feito uma criança arteira, olhou o rosto dos dois.
Avaliando, viu que Léo estava pasmo e Dane instigado.
— Bem, essa é uma logística bem interessante. Confesso que já
pensei nisso, mas iria esperar mais tempo juntos para tentarmos. Mas se você
quiser, podemos tentar. Acho que no momento só será possível a parte da
frente.
Sentando na cama Nininha fez um "O" tão grande como se Dane
tivesse dito uma sandice.
— Princesa, isso é possível em todos os orifícios, é só tentarmos aos
poucos. — Disse Léo assanhado.
— Esqueçam, jamais vocês vão entrar juntos na minha bunda, leva-
los lá já é um exercício de oração, imagine os dois ao mesmo tempo. Meu
jesus Cristinho das devassas semi virgens! Vocês estão loucos .
— Hahahaha — Riram.
Léo deitou na cama e gargalhava, já Dane muito interessado no
assunto continuou.
— Ok, realmente muito cedo para sua bunda, mas podemos ir
tentando nesse buraco gostoso da sua buceta.
Escutar o nome "buceta" da boca de Dane, fez Nininha voltar a ferver.
Dane malicioso notou as barreiras dela caindo e aproveitou para toma-la e
amacia-la. Beijando sua boca tocando seu corpo, se enrrolou com ela na
cama. Num amasso apertado se virou a colocando em cima de seu corpo. Ela
já foi logo se acomodando de pernas abertas sobre o quadril dele, roçando na
sua erecão pulsante. Léo se pôs atrás dela beijando suas costas. Ela levantou e
ficou sentada se esfregando em Dane e recebendo as carícias de Léo em seus
seios e beijos no pescoço.
Os dois a faziam cada vez mais louca com seus toques afetuosos carregados
de sensualidade. Deixaram ela se soltar ao ponto de pedir por eles. Nininha se
sentia livre com eles, sentia-se dona de seu prazer. Despudoradamente sem
tirar a boca dos lábios de Léo, levou o pênis de Dane firme em sua mão até o
centro de seu desejo. Sentou rebolando nele e jogando todo seu prazer na
boca de Léo que recebia e gemia junto com ela. Se largou de Léo e se deitou
no peito de Dane, o beijou e se concentrou em leva-lo dentro dela. Rebolou
de um lado para o outro. Rápido e devagar. Forte e fraco. Léo sentado atrás
dela fazia com as mãos uma massagem erótica em suas costas, sentiu que ele
usava o creme que comprou. Ele desceu a mão e brincou com a sua entrada
traseira, ela rebolava inclinando para as mãos dele também. Cada vez mais
eróticamente, Léo descia os dedos até chegar ao encontro onde o pênis de
Dane entrava em sua vagina. Jogou bastante creme ali e aos poucos sentiu
que ele fazia movimento com o dedo contrário ao que Dane fazia com o
pênis. O pau entrava e o dedo saia. Logo colocou mais um dedo e mais um. E
daí já perdeu as contas, tudo ficou libidinoso ao extremo. Seu corpo era só
instinto e seu instinto implorava para sentir os dois em sua buceta que fervia
com a sensação do creme e da invasão. Como se lê-se seus pensamentos, Léo
se posicionou contra ela, e já com sua ereção bezuntada com o creme,
empurrou em sua vulva quando Dane saiu até a metade.
Gritando, gemendo Nininha tentava tomar os dois pênis colossais que lhe
pertenciam, urros masculinos preenchiam o quarto quando com uma
punhalada Léo conseguiu enfiar a cabeça dentro dela ao mesmo tempo em
que Dane a penetrava.
Daí para frente foi uma cartase. Um purgatório no céu. Felicidade extrema
desejo concebido e sentido. Cada alma saciada física e emocionalmente. Uma
noite inteira de milagre e pecado. Laço feito e atado, esse era o único nó
permitido ser vivido.
Não eram três, eram um só, formados de matéria pura forjada nas mãos
divinas. Só amor. Porque só queriam amar.
Capítulo 41: Exaustos.
Nininha confirmar que só iria voltar para o Rio ao lado deles. Enquanto Léo e
olhar e beijos. Seus orgasmos repetidos e múltiplos eram a certeza que seus
divino.
Após o jantar foram para o quarto de Dane. Entre conversas e carícias
cada um imaginava o futuro não tão distante. Se sentiam mais fortes e
confiantes.
— Sabe sua gostosa, à partir de amanhã precisamos procurar uma
casa para nós morarmos no rio. — Falou Dane e continuou. — Na verdade já
vi uma ou outra com Léo, mas queremos sua opinião, é claro.
Nininha se sentou no meio dos dois, Léo pôs a mão na sua intimidade
acariciando despretensiosamente e beijando a base de sua coluna lombar,
enquanto Dane à sua frente passava a ponta de um dedo nas circunferências
de seus seios arrepiando seus bicos e pele tocada, sem tirar os olhos dos dela.
Procurando ar, Nininha disse:
— Masss... E... E o apartamento?
— Nada de "apertamento", queremos uma casa grande com quintal,
afastada dos vizinhos e próximo à praia. — Respondeu Léo lentamente,
tocando-a. Deixando-a cada vez mais úmida e arfante.
Aos olhos himpnotizantes de Dane, ela tentou questionar o que Léo
disse gaguejando:
— Masss e... Por que uma caacasa grannnde?
— Para nossos filhos....
Nininha engasgou, não tinha certeza se pelo o que escutou ou pelo
dedo que Léo introduziu entre seus lábios escorregadios até o fundo em sua
vagina. Estava muito sensível por tantos estímulos em tão pouco tempo, mas
ainda assim seu corpo era incapaz de não responder. Se contorcendo ao
ataque de Léo em sua buceta e de Dane apalpando firme seus seios, ainda
seguiu questionando:
— Aaaa ... E... Por que longe dos vizinhos??
— Para não ouvirem seus gritos de prazer, eles são só nossos. —
Agora foi Dane que respondeu, adicionando, com uma mão em cada seio um
aperto aos bicos, ao mesmo tempo em que Léo retirou o dedo de seu canal
voltando com verocidade dois dedos ágis, retirando um gritinho sôfrego a
fazendo se jogar para trás.
Dane seguiu seu movimento e foi de boca em seus seios deu a eles
mais um conjunto de tons diferentes entre vermelhos e roxos. Nininha era só
sensação, arfava, gemia e se contorcia. Ainda usou seu último suspiro para a
última questão.
— E por queee... Aaaa... Deus, meu Deus... Por que nanana praiaaaa?
Hummm... aiiiiii...
Pegando ela e colocando por cima de seu corpo, Léo retirou seus
dedos bezuntados do líquido lubrificante de sua vagina e molhou seu buraco
apertado, alargando com seus dedos molhados. Dane veio por cima beijando
todo seu tronco até seu grelo e ali chupou, dando a ela a proximidade de um
orgasmo, mas era apenas para facilitar para o amigo a investida do seu pau
naquele buraco gostoso. Após Léo se afundar no canal tenso dando a Nininha
aquela ardência gostosa da qual passava a se acostumar, Dane pôs a cabeça
do seu pênis na entrada de sua vulva e pressionando vagarosamente foi
respondendo a última questão.
— Ah! Na praia porque Léo quer criar nossos filhos à beira do mar e
para mim será a realização de um sonho. Mas além disso tem as infinitas
possibilidades de fazermos amor à luz do sol ou da lua, sobre a areia ou
dentro do mar. E a sua pele bronzeada vai ser um estímulo ainda a mais, para
aumentar nossa libido.
Para pontuar sua resposta, Dane estocou profundamente em sua
abertura tirando-lhe o fôlego e deixando-a há milímetros do ápice.
Tão cheia estava sua bunda com o pau enterrado de Léo, seus
espasmos inconscientes pareciam mordiscar seu pênis. Com a invasão de
Dane primeiro especulativa e depois autoritária, Nininha não podia fazer
absolutamente mais nada a não ser absorver todo o calor do ato, sugar com
seus orifícios abusados os paus pulsantes e com sua boca dizer o mantra que
agora fazia parte de suas vidas:
— Eu .... Amo... Vocês... Muiiitooo ... Demais... Para sempre...
Sem ter o que questionar, falar ou discutir o trisal se jogou mais uma
vez no pecado mais santo que poderiam imaginar. O profano e o sagrado
misturado entre às almas e os suores dos corpos febris.
Léo e Dane metiam com cadência orquestrada por eles,
reverenciavam aquele corpo entregue. Se aprofundavam cada vez mais em
Nininha levando-a a loucura. O tesão explodia entre os três. Gemiam a cada
rebolada de Dane por cima ou a cada rebolada de Léo por trás. Léo sentia
algumas fisgadas em sua ferida, mas não tinha tempo para pensar nisso, o
prazer de estar dentro daquele canal tenso e quente tirava toda sua capacidade
de pensar e reagir com sanidade. Seu corpo só buscava as sensações de pré
gozo e, nelas se concentrava.
Em tempos Nininha se movia entre eles se esfregando como podia.
Suas pernas arreganhadas para lhes facilitar o acesso. Dane a beijava na boca
duro. Léo puxava seus cabelos na lateral da nuca forçando ela cavalgar em
suas investidas ardidas.
Os urros deles, deixavam tudo muito mais excitante para Nininha, o barulho
de suas pélvis batendo contra seu corpo e de suas secreções misturadas era
algo fora de série.
Nininha enlouquecida de vez, pôs uma mão nos cabelos molhados de Dane e
puxou, enquanto com a outra pôs na coxa de Léo e apertou firme. De posse
de uma força vinda não sabia de onde, tomou as rédeas dos movimentos e
tensionou seu corpo nos deles buscando seu prazer e dando para eles um
gostinho de serem domados por sua Deusa. Agora eles eram possuídos por
ela, que deu-lhes uma subida ao precipício esfuziante, os jogando de lá juntos
sem pena, sem dó, tirando cada gota de seus sacos pesados, mamando com
seu ânus e sua buceta todo sêmen que restava tomando os gritos afoitos de
Dane com sua boca e roçando seu pescoço nos lábios de Léo. Alguns
segundos depois do ápice, os três ainda se encontravam acoplados, Nininha
com pequenos movimentos sugava ainda aqueles paus semi duros dentro
dela. Uma massagem bem interessante que seus meninos iriam querer repetir.
Recuperando as respirações e sem palavras, apenas olhares, toques e
risos condescendentes, se aninharam cada um ao lado dela e aos poucos
foram acalmando até dormir. Já era hora, entrelaçados sobre a cama, como
uma trança de espinha de peixe, enfim sossegaram.
Embora felizes e realizados, cada um ainda sonhava com a luxúria de
seus corpos juntos novamente e novamente e novamente.
Se fôssemos uma mosquinha atrevida e pudéssemos olha-los dormindo,
veríamos além de suas respectivas respirações descompensadas, os tremores
de seus músculos recém abusados e seus sexos brilhantes de tanto gozo
misturado e avermelhados com tanta felação e arremetidas. Mesmo
dormindo, o toque de seus membros em partes do corpo de Nininha faziam
saltitar. E no caso dela se empinar, ou se esfregar seus inconscientes ao
dormirem, usavam suas memórias corporais para reviver mesmo que em
pequena escala o prazer sentindo durante todo o dia.
Tão simples é o amor, ou a doce ilusão que o amor nos dá de que tudo
é tão simples. Sentir e provocar sensações não é só do que o amor precisa
para crescer. Confiança e força de vontade também tem que estar presente. Só
a vontade não nos faz realizar, é preciso se empenhar para que tudo dê certo.
Era exatamente assim que cada um pensava. Queriam fazer tudo da
melhor maneira para realização do futuro que queriam viver juntos.
Dane tinha em mente o foco de resolver logo o que estava pendente
na agência, passou até a verificar os serviços de Léo para ver se ele poderia
adiantar algo para ele também.
Seu amigo ainda estava de licença, após as peripécias do fim de semana em
que Nininha chegou, teve dois pontos arrebentados. No amanhecer quando
Nininha viu o sangue na cama, se desesperou, os fez correr com Léo para o
hospital, sentia-se culpada.
Léo ouviu o sermão do médico, mas nem ligou, dizia que dois pontos não
eram nada pelo muito que ele viveu. Só não contava com sua menina
esbravejando com ele, ela o fez ficar vermelho de vergonha no hospital. Dane
adorou, ria sem pudor, até que Nininha o chamou atenção também. Os
próximos dias após Léo ter retomado dois pontos, Nininha se esquivava de
suas investidas. Sobrou até para Dane, que teve que brigar com Léo para ficar
bem logo, se não ele mesmo faria mais uma coleção de pontos no amigo.
Porém, a própria Nininha não se aguentava. Ver seus homens
passarem por ela com o torso nu, ou saírem do banheiro molhados e pelados,
ou qualquer outro tipo de imagem que viessem deles a deixava louca.
Tentava resistir ao máximo, até que Dane a pegou sozinha na cozinha numa
tarde chuvosa em que Léo teve que ir assinar alguns papéis sobre a
transferência e ainda aproveitou para ir comprar uma peça para o carro.
Nininha estava só de shortinho de Lycra bem curto e top. Tomou o
costume de se exercitar, e aproveitava a área que eles tinham para malhar
todos os dias. Contava sempre com a ajuda de um deles ou dos dois, o que
tornava tudo tão difícil e agradável ao mesmo tempo.
Achava que estava sozinha, pois Léo havia saído e Dane estava na
agência e só chegava mais tarde. Após malhar um pouco foi descascar
legumes para o jantar. Ouvia música, tocava algumas das noites que curtia no
Rio, fez lembrar do bar e das suas amigas. Apesar de falar sempre com elas e
seu pai, ainda assim sentia muita falta.
Se imaginou dançando no meio da pista. Então começou um funk, não
resistiu empinou o bumbum e começou a dançar rebolando com as mãos
sobre a pia. Se entregou ao prazer da dança. Ia até o chão. De repente sentiu
uma presença em suas costas tentou se virar, mas não conseguiu, foi agarrada
pela cintura e pescoço. Era Dane. Notou pela sua pegada, nesses dias com
eles já sabia identificar cada um. Na verdade sempre soube, a convivência só
estava aprimorando seus sentidos.
Dane estava ensandecido ao ver sua menina rebolar naquele shortinho
indecente. A polpa de sua bunda saia pela barra e ele poderia jurar que a
safadinha estava sem calcinha.
Desde que Léo teve que retomar os pontos, eles não tiveram uma noite a três
juntos. Dane a teve algumas vezes, mas não da maneira que precisava. Léo
então, pobre coitado só a teve através de carícias quase como um namorico.
Ela se culpou e muito por Léo, então o deixou praticamente de molho e quase
Dane também.
Mas hoje ele voltou cedo da agência, havia conversado com Léo:
— Cara tá foda, preciso da minha menina, daquele jeito. Porra, tu não
melhora cara e ela não quer deixar você de lado, ai me ferra.
— E eu não preciso? Rezo todos os dias para tirar logo esses pontos
tô contando os segundos, brother. Mas faz o seguinte, eu vou ter que ir na
agência mais tarde e vou ter que ver a peça do carro então tu podia sair cedo e
vir para casa e... Ah qual é, você sabe, pega ela de jeito. Nós sabemos que ela
também não tá se aguentando. E para mim só falta dois dias. Já nem sinto
mais as feridas. E não é justo com vocês dois.
— Sério cara, ótima ideia. Nem precisa demorar muito na rua porque
do jeito que eu tô, não duro segundos.
— Vai lá ejaculação precoce... Viadinho.
— Olha quem fala, gazela remendada.
— Hahahaha… Porra essa doeu.
Quando Dane parou na porta da cozinha e a viu dançando pensou nas
palavras do amigo "ejaculação precoce" é o que teria ali. Se aproximou sem
que ela percebesse e quando ela notou a agarrou. Feito predador segurou seu
quadril e pescoço. Mordeu o lóbulo da orelha direita e disse:
— Agora você não me escapa, sem desculpas, sem conversa... Você é
minha e eu te quero agora.
Nininha tentou prender o gemido até que sentiu a mordida fina que
recebeu. Doeu, mas logo depois quando ele passou a língua molhada só ficou
uma sensação de prazer. Dane acomodou o corpo pequeno dela dentro do seu
e rebolou junto com ela esfregando o pau duro entre suas nádegas. Nininha
não tinha como evitar um ataque tão fulminante, então se entregou e voltou a
rebolar ao som da música no eixo duro que a cutucava. Se inclinou como
pôde para frente. Dane não soltou a mão do pescoço dela, onde apertava de
vez enquando. Sua outra mão subiu do quadril para o seio, apalpou
gostosamente até colocar para fora daquele pequeno top que usava. Mordia e
beijava suas costas. Estava louco.
— Você está ficando muito safada mesmo, como pode colocar um
short como esse sem calcinha. Tá querendo provocar a gente? Conseguiu. —
Deu um tapa ardido na bunda dela.
Antes dela tentar responder, Dane foi puxando seu short para baixo,
uma fúria tomou conta dele. Ela percebeu que ele estava fora de si, mas
gostava desse lado dele. Deixou-se levar pela animalidade de Dane. Segurou
as mãos firmes na pia e se empinou o máximo que conseguia e disse com
cara de danada:
— Vem, eu também te quero, sou sua...
Sem espera Dane só abriu o fecho da calça e pôs o pau para fora, já
sabia que sua devassa estava enxarcada e arremeteu para dentro dela sem
demora. Com as mãos em seus ombros a puxava de encontro a ele, logo
envolveu seus cabelos e puxou, fazendo a sua cabeça vir para trás. Então
como um maníaco meteu loucamente em sua buceta, tirando gritos
esganiçados de sua menina. Que por sua vez com saudade de suas estocadas
se empurrava mais ainda para ele e quando conseguia ainda dava uma
rebolada. Os dois não duraram muito tempo, logo caíram no chão lânguidos
pelo prazer bruto que compartilharam juntos.
Calmos e sorridentes foram tomar banho, sobre a água se entregaram
de novo ao sexo mais bruto e vil que já haviam feito. Se xingavam,
beliscavam, mordiam e se usavam. Ali os dois juntos perceberam que além
de tudo que já compartilhavam, gostavam também da parte mais dura e
luxuriante do ato sexual.
Quando Léo chegou o jantar já estava pronto. Encontrou sua princesa
no colo de seu amigo, só de regata e era a sua, ele acariciava seus seios
enquanto assistiam a um filme. Pelos seus rostos percebeu que estavam bem
relaxados. Dane lhe deu uma piscada de olho em forma de agradecimento
sem que Nininha notasse.
Ao ver Léo, logo Nininha desceu do colo de Dane e correu para ele, com
cuidado o abraçou e beijou dizendo que estava com saudades. Léo
automaticamente sente seu pênis endurecer ou sair do semi ereto. Apertou as
bandas da bunda dela e a beijou, e quando tudo parecia pegar fogo Nininha se
afasta.
— Léo meu amor, eu quero muiiitooo, mas preciso ter você inteiro.
Não quero que se machuque de novo. Por favor, entenda.
— Tudo bem princesa, eu entendo, mas o cara no meio das minhas
pernas não.
Disse isso dando um tapinha na poupança dela e a puxando de novo
para um beijo.
Se afastando de novo, fazendo Léo suspirar, Nininha pôs a mão sobre
a escultura de concreto no meio das pernas dele e disse:
— Bem quanto à isso, posso fazer uma ou duas coisinhas. Sabe que
nunca te deixo na mão né, meu príncipe. Sobe vai tomar um banho e vem
aqui, antes do jantar eu quero tomar um mingau.
— Putaquelosparalilllll…. Partiu banho.
Léo subiu as escadas correndo deixando ela e Dane rindo para trás.
Nininha se acomodou no colo de Dane novamente e voltou a receber as
carícias de antes enquanto o filme terminava que no caso ela nem sabia que
filme era.
Um tempo depois Léo desce às escadas.
— Bem, bem, aqui estou princesa, para lhe servir. — Dizia Léo
parado ao meio da escada de braços abertos nu, semi molhado do banho e
com uma ereção que sustentaria o globo terrestre.
Nininha e Dane olharam para escada, os olhos de Nininha brilharam
com a visão previlegiada. Ela logo se levantou e foi em sua direção sorrindo e
lambendo os beiços.
— Porra Léo, tá de sacanagem cara. Nu descendo a escada. Você não
tem roupa não.
— Meu brother, não se atenha a detalhes. Vamos ao foco. E o foco é
que minha princesa quer o meu mingau e estou aqui para ela se servir. Olha a
carinha dela, pergunta se ela gostou?
Balançando a cabeça e rindo do palhaço de seu amigo, Dane não
podia ir contra ele, sua menina estava extasiada com a imagem. Brincadeiras
à parte Dane se excitava só ao notar a excitação de sua menina pelo seu
amigo. Nininha não deixou Léo nem sair das escadas, o recebeu aos beijos e
o fez se sentar nos últimos degraus. Ajoelhada lambeu as gotas de águas que
escorriam ainda pelo seu corpo. Beijava seu peitoral, lambeu e chupou os
bicos dos peitos dele. Léo como um Deus se acomodou com os cotovelos nos
degraus e pernas abertas. Pendia sua cabeça para trás quando o prazer de ver
e sentir o que sua princesa fazia, quase o levava ao desespero. Dane se
acomodou no sofá numa posição que lhe favorecia a ver a felação na
escadaria. Colocou seu pau para fora e se masturbou olhando sua menina
dando prazer a seu amigo.
Abocanhando o pau de Léo e sabendo que eram observados por Dane
Nininha ficou praticamente de quatro. Posição que dava ao Dane uma bela
imagem de sua bunda quase desnuda, pois estava com um pequeno fio dental.
Sem colocar as mãos em Nininha Léo se obrigou a receber tudo o que ela
decidia lhe dar. Decisão acertada, pois ela lhe queria dar tudo. Segurando a
base do pênis Nininha o sugou para dentro da garganta e prendeu o máximo
que podia, sabia que ele adorava foder sua garganta. Com os beiços descia e
subia a pele lisa da base à cabeça, para às vezes, sem aviso, prender a cabeça
entre os lábios firmes. Léo urrava de prazer. Gemia o nome de Nininha. E ela
ficava cada vez mais envaidecida por conseguir tirar dele notas
irreconhecíveis ao chupa-lo. Levantando o pau, ela desceu a língua por seu
saco, tomou uma de suas bolas e sugou, pegou a outra e fez o mesmo, e com
os olhos procurou os deles. Quando os encontrou, ela sorriu com o ovo na
boca. Não havia mais a possibilidade de Léo conter suas mãos. Logo se
curvou para frente e agarrou seus cabelos...
— Chupa danada, você gosta de chupar meu pau né, parece pirulito
nos seus lábios. Chupa meu saco, brinca com minhas bolas e toma o que é
seu.
Nininha soltou os ovos de Léo e fez o que foi solicitado, abocanhou e
ordenhou o pau dele até fazer ele jorrar o líquido precioso em sua cara.
Nesse meio tempo Dane não se conteve também, se aproximando e
sem conversa, arrastou para o lado o fio da calcinha e se enfiou em sua
vagina que do sofá ele via implorar babando por seu pau. Meteu algumas
vezes e já se viu gozando.
Nininha limpava com a língua os restos de porra que escorria por seus
lábios, quando Dane a atacou de novo, a virou e encostou suas costas na
frente de Léo e disse:
— Agora é você.
— Eu??!
— Sim, você. — Respondeu Léo enquanto tomava sua boca em um
beijo e atacava seus seios com as mãos.
Ela só entendeu tudo quando sentiu Dane entre suas pernas enfiando
os dedos nela movimentando em um ritmo torturante e enlouquecedor. Seu
quadril balançava para cima e para baixo. Léo largou seus lábios. Estava
presa na beira da escada entre os dois homens da sua vida que a levavam para
mais uma montanha russa em busca do orgasmo. Tocada por todos os lados e
principalmente num ponto profundo conhecido pelos dois, Nininha caiu em
desalinho, arfante, pulsando por cada poro seu prazer atingido. Isso tudo sem
tirar a camisa.
Com as respirações mais calmas e após Dane implorar a Léo para
colocar pelo menos uma box, foram jantar.
A cada dia estavam acostumando mais e mais com a rotina de estarem
vivendo juntos. Apesar da saudade que Nininha sentia de seu pai, amigas e
telas, não conseguia se imaginar longe de seus meninos, seus homens. Seu
lugar era e sempre será ao lado deles.
Ao fim do jantar Léo ajudou Nininha com a louça, na verdade era
motivo de roçar na bunda dela ao pegar os utensílios para secar. Dane ficou
na sala, sua cabeça à mil vendo sites de imobiliárias no Rio procurando casas.
Seu amigo e Nininha se juntaram a ele. Os três começaram a avaliar as
possibilidades. Nininha estava encantada com a ideia da casa próximo à
praia, achava fantástico poder criar seus filhos à beria mar. Mas não diria isso
em voz alta nem que lhe pagassem. Se sem dizer Léo já está esquematizando
tudo imagine falando.
— Gostei desta, fica há uma hora e meia do Rio. O que é bom, pois
meu pai ou as meninas podem me visitar com mais frequência. E tem uma
piscina, sempre quis ter uma casa com piscina.
— Também gostei Dane, fica na quadra da praia, o quintal em volta
praticamente elimina os olhares curiosos e a piscina me apetece também.
— Pois bem, se vocês gostaram para mim está feito. Vou mandar um
e-mail e verificar tudo direitinho. Acredito que com o dinheiro do
apartamento possamos pagar a casa e nos sobre algum. Mas, se precisar de
mais, vendemos o carro do Léo e completamos.
— O quê? Meu carro não, vende sua moto.
— Tá doido, minha moto, nunca.
— Aha, pelo menos no meu carro podemos até morar, dormimos
acoplados à nossa Nininha e pronto. Na tua moto não cabe nós três nem a
penca de filhos que vamos ter.
Nesse embate sacana entre os dois Nininha ria até escutar a frase
"penca de filhos".
— Eita! Pera aí, um não quer vender o carro, o outro a moto, e eu
tenho que aceitar a penca de filhos, tá doido Léo. Nem sei se quero e nem
quando quero ter. Tá... É uma possibilidade sim, mas não uma "penca".
Disse Nininha nervosa, agora de pé de frente para eles com as mãos
na cintura.
— Se vocês pensam que me manterão descalça em nossa cozinha e
grávida a todo tempo estão muito enganados. Isso é muito bonitinho em
livros e filmes, porque na vida real a situação é outra.
— Calma amor! — Disse Dane a puxando para seu colo e abraçando.
— Não a todo tempo, só por pelo menos umas três vezes.
Léo tentou prender o riso, não conseguiu. Nininha fez uma cara de
quem ia matar alguém, Dane tentou doma-la com seu olhar, mas nem com
todo esforço. Ela se levantou altiva e disse:
— Veja bem seus... Loucos, saibam que eu tomo meu remédio
religiosamente, e que se um dia tivermos UM filho vai ser porque eu decidi.
Portanto, vamos tirar essas ideias de "pencas" da cabecinha de cima e da
debaixo também, ok! E estou me retirando cansei dessa conversa.
Ela os deixou plantados no sofá se entreolhando e subiu as escadas
pedante e totalmente dona de si. O bico chegou primeiro ao quarto. Deitou-se
após escovar os dentes e ficou imaginando como seria ser mãe dos filhos
deles. Adormeceu com a imagem de crianças e seus meninos brincando na
praia, no rosto o feitio de um sorriso.
Lá embaixo os dois discutiam sobre o que Nininha disse.
— Ela não pode estar falando sério, qual mulher não quer ter filhos?
— Léo ela é muito nova, nosso relacionamento é diferente tudo é
muito novo e complicado. Ela só está insegura. Vamos dar tempo ao tempo,
apesar de eu querer ter filhos com ela também não os quero tão cedo. Quero
aproveitar, e muito, nosso início de vida à três.
— É verdade, eu também. E o que você achou da casa. Você fez a
brincadeira do carro, mas eu sei que dá para nós comprarmos.
— Pois é, só queria te ver irritado mesmo, gazela remendada.
— Vai TNC Dane, não brinca com meu carro.
— Hahahaha, tá bom. Agora sério, estive pensando muito essas
semanas sobre o lance de casamento e tive uma ideia. E agora, tive outra em
relação à essa casa que nós gostamos. Vamos aproveitar que ela foi dormir e
conversar sobre isto. Preciso saber se você aceita o que estou pretendendo,
cara.
— Brother, o que for preciso para ficar com ela por mim tudo bem. Já
disse que não me importo de casar de papel passado, mas me preocupo dela
não ter nenhum auxílio se um de nós morrermos. E fora os auxílios em vida
como plano de saúde entre outros.
— Animal, já sei disso. E já me informei de um monte de coisa
enquanto você estava sendo paparicado porque perdeu dois pontinhos da
ferida.
— Tá com ciúmes, Dane.
— De você? Nunca. Queria eu ter levado um tiro também para ter os
mesmos paparicos.
— Viadinho, olha a boca. — Léo disse se levantando indo até a
cozinha e perguntou. — Fala aí, sobre o que você andou pensando, quer
água?
— Trás para mim por favor, que aqui eu te falo, a ideia é para ser
surpresa, idiota.
— É você! — Respondeu Léo mostrando o dedo do meio para Dane.
Rindo da infantilidade do amigo Dane voltou para o computador e
enviou um e-mail ao corretor do anúncio. Em sua cabeça várias ideias para
compartilhar.
Já era início da madrugada quando Léo e Dane foram se deitar.
Conversaram bastante e decidiram várias coisas juntos. Viram que Nininha
havia se deitado no quarto de Léo, a cada noite ela decidia o quarto no qual
dormir e os dois só a seguiam. Para eles não existia o quarto de Léo ou de
Dane, existia apenas a cama na qual eles dormiriam com ela.
Dane ainda foi tomar um banho rápido. Quando voltou, Léo já estava
aninhado nas costas de Nininha. Sorriu ao ver o semblante feliz dos dois na
cama. Fechou a porta, apagou a luz. Seguiu até a cama levantou o endredon e
se acomodou ao lado livre de Nininha. Logo, mesmo dormindo, a mão dela
subiu por seu peito pousando em seu pescoço e maxilar. Dane sorriu,
sentindo-se acalentado, deu um beijo na testa dela e dormiu pensando nas
ideias que ainda fervilhavam em sua cabeça.
Alguns dias se passaram, a agência estava agitada por conta de um
novo serviço. Com a saída eminente de Dane, Conrado foi escalado para
substituí-lo. Mas enquanto Dane estivesse por ali, auxiliava no que podia, ou
melhor, no pouco que Conrado permitia. Dane não estava incomodado com
isso, estava até gostando, sobrava tempo para resolver outras coisas mais
importantes. Léo já havia voltado de licença, foi remanejado para auxiliar nas
aulas de tiros. Estava gostando tanto que se interessou em fazer o mesmo
trabalho no rio. Pensou até em se qualificar mais para trabalhar no centro de
treinamento e aperfeiçoamento de policiais. Dane também já havia se decido,
não queria sair da área de investigação. Os trâmites de transferência já
estavam quase completos só faltava o aval das agências para qual iriam.
Todos na agência notavam a felicidade explícita dos dois amigos. Uns
sentiam falta das traquinagens deles e outros entendiam que eles foram
fisgados e não tinha mais volta.
Dane estava a caminho do arquivo quando encontrou com o agente
Hélio. Experiência pura, Hélio era muito respeitado entre os colegas. Por
várias vezes auxiliou Dane como se a um filho. Parando para cumprimentá-lo
iniciaram uma conversa.
— Então Dane já está certa sua saída e a de Léo, sentiremos falta,
nossa agência vai sofrer com a ausência de vocês. Espero que estejam certos
dessa escolha. É uma grande mudança.
— Também sentirei falta, e posso dizer o mesmo por Léo. Mas
estamos mais que certos, estamos ansiosos para viver toda essa mudança o
mais rápido.
— Sei, imagino. Vida difícil essa que vocês escolheram. Não que eu
tenha alguma coisa com isso, mas você sabe, mesmo não querendo acabamos
escutando... Coisas por aí.
— Que coisas Hélio? Sabe que tenho um apreço pela sua pessoa, para
mim você é um exemplo.
— Obrigado Dane, você é um pouco mais velho que meu filho, tenho
um carinho por ti que não tenho por muitos. Ouvi que você e Léo
encontraram uma moça e decidiram dividir suas vidas com ela e por isso essa
decisão repentina de transferência.
— Bom, sim, é verdade amigo. Aconteceu o impossível, nos
apaixonamos pela mesma mulher, e fomos agraciados com a reciprocidade
dela. Estamos no céu.
— Vejo nos teus olhos e nos de Léo também. Mas é árduo esse
caminho. Viver a monogamia nos dias de hoje já é bem difícil, imagina esse
tipo de relacionamento...
— Poliamor, chamamos de poliamor.
— Hum, bem esse poliamor não é reconhecido, sabe que serão
hostilizados pela sociedade e pior, a mulher de vocês poderá sofrer muito
mais. As pessoas costumam ser más em relação as mulheres que percorrem
caminhos diferentes. Aos homens tudo se abranda. Ao longo da história
vemos várias passagens em que as mulheres são execradas por suas opiniões
e tipo de vida contrárias a que a sociedade diz ser certa. Entenda, não estou
julgando suas escolhas apenas quero saber se vocês estão cientes de tudo que
vão enfrentar pela frente. Isso, se essa união for forte o suficiente.
Pensativo Dane escutava as palavras de Hélio, entendia suas questões.
Ele mesmo já havia pensado nisso várias e várias vezes. E até já havia
conversado com Léo sobre isso e, com Nininha.
A verdade é que eles decidiram não lidar com o que os outros pensam que é
certo ou errado. Cada um tem sua opinião, cor, etnia, opção sexual, religião e
etc. Sabiam que o que acontecia entre eles era puro amor e amor nunca podia
ser algo ruim. Então passaram a pensar em lidar com as "observações
alheias" na forma da lei. Fofocas e mal dizeres existem em qualquer lugar e
contra qualquer pessoa, eles tentariam ser o mais discretos possíveis para
evitar às más línguas e viveriam um dia atrás do outro. Agiriam de acordo
com os acontecimentos. Não tinha o porquê sofrerem por antecedência.
— Hélio meu caro, entendo perfeitamente sua posição e agradeço sua
preocupação. Mas nossa decisão não foi tomada inconscientemente.
Sabemos, os três, que o que sentimos é único, e não fere a ninguém. Não
podemos nos privar de viver esse sentimento, esse amor, por conta do que
terceiros afirmam que é certo ou errado. Estamos os três dispostos a enfrentar
tudo, qualquer coisa que se opor ao nosso relacionamento. Mas não seremos
inconsequentes em querer impor nosso relacionamento à sociedade,
viveremos discretamente para evitar transtornos, mas se eles acontecerem
lidaremos através da justiça. Apesar de ainda muito preconceituoso, o mundo
de hoje também está mais aberto às novidades. Talvez o caminho seja árduo,
mas vitorioso. E diga-me qual relacionamento, seja ele qual for, não tem
percalços? Só temos que aprender a nos fortalecer através de todas as
dificuldades. Não sei o dia de amanhã, vivo-o em meus sonhos e estou
lutando para vivência-los na vida, mas posso lhe dizer do fundo do meu
coração que nosso amor já é maior que nós mesmos, sem ele não vivemos.
Um silêncio se instalou entre eles, os olhos daquele homem
experiente tanto em combate quanto na vida, marejaram ao ouvir as palavras
de Dane e a postura confiante em que ele às dizia. Deixando as formalidades
de lado Hélio puxou Dane pelo ombro e lhe deu um abraço como um pai ao
filho.
Dane ficou meio sem graça no início, mas logo retribuiu esse abraço apertado
que só lhe transmitia amizade e querer bem.
Se afastando de Dane, se recompondo, Hélio falou:
— Estou muito feliz por você Dane, aliás por vocês. Essa menina
deve ser uma sortuda por ter um homem como você, e ainda mais por
também ter Léo. E eu sempre soube que Deus escreve certo por linhas tortas.
Só ele sabe o que é certo ou errado, só ele há de julgar nossas escolhas. Mas,
de antemão lhe digo, Deus é amor simples assim. Ele não daria esse amor tão
sincero entre vocês três se não fosse para ser vivido. Seja feliz Dane. Que
essa caminhada seja menos árdua e mais feliz. E conte sempre comigo para o
que precisar, sabe que tenho um carinho especial por você. Boa sorte, em
tudo.
Com mais um abraço, Hélio se despede de Dane. Antes de ir eles
ainda trocam algumas palavras e depois cada um vai para seu destino. Dane
cada vez mais confiante e Hélio menos preocupado com um amigo querido.
Final de expediente, Léo foi encontrar Dane no vestiário. De lá foram
embora felizes para casa encontrar a mulher de suas vidas.
Antes quando conversaram sobre os dois no Rio trabalharem em
plantões diferentes, para ela ter sempre a companhia de um deles em casa, ela
foi contra. Não queria ser um motivo para separa-los. Mas estando na casa
deles após alguns dias que Léo saiu de licença e voltou ao trabalho, sentia-se
sozinha. Eles sabiam o que falavam. Mesmo sentindo um pouquinho egoísta,
quando voltassem a essa conversa apoiaria de olhos fechados. Sozinha
acordou cedo fez uma série de exercícios que Léo passou para ela, depois
arrumou a casa, lavou às roupas, preparou o almoço que se estendia para o
jantar. Passou uma parte da tarde conversando com seu pai e depois com
Lary. Morria de saudades. Ao finalzinho da tarde Nininha brincava no quintal
com Brutus. Já se aproximava da hora deles chegarem. Na verdade Léo ligou
dizendo que já já estariam em casa. Esse era um momento muito feliz.
Dane desceu do carro e foi abrir a garagem. Quando a porta se abriu
ele viu Brutus aos pés de Nininha recebendo um afago gostoso. Sentiu inveja
de seu cachorro. Passou rápido, ao ver quando sua Nininha o deixou para vir
correndo o receber, deu um pulo em seu colo e ficou agarrada a ele o
beijando enquanto Léo estacionava o carro dizendo que na próxima ele que
desceria para abrir o portão.
Já fora do carro Léo recebeu seu carinho, agora sem muitos cuidados,
pois já estava completamente curado. Os três seguiram para dentro da casa e
como já vinha se tornando rotina, após um dia de trabalho, seguiram para um
dos banheiros para tomarem juntos um banho relaxante antes do jantar. É
claro, depois de momentos plenos e extasiantes de prazer, trocados debaixo
do chuveiro quente. Era apenas mais um dia normal na vida do trisal.
Capítulo 43: Despedida.
Afinal crescemos para o mundo e o mundo dela era seus homens. Sim, seus
Meninos? Não, não esses seres que mostram para ela todos os dias o que é ser
homem de verdade. Não só na forma sexual, que ela não tinha nem palavras
deuses ou eram os próprios deuses, mas sim na postura que tinham todos os
dias com ela. Em todas às vezes que estavam juntos ou mesmo pelo celular,
próximas aos orgasmos que tinham juntos. Eles conseguiam fazê-la se sentir
Nininha era uma só para dois garanhões de alto estirpe. Não que ela estivesse
fazendo alguma reclamação, não, mas seu corpo estava fadigado. Fora que
toda essa distância de seu pai e suas amigas estava começando a incomodar.
no fim, o frio que sentiam na barriga tinha o mesmo motivo, a nova jornada
#nininha
Retirei para o lado uma alça do meu biquíni para ver se a marquinha
já estava visível, e estava. Então como quem não quer nada olhei em volta só
para ter certeza que éramos só nós três.
Tomada de uma coragem cada vez mais presente em mim, levantei da
cadeira, já notando que Dane percebeu.
Levei minhas mãos ao laço de trás de meu curtininha e o desatei. Vi que ao
notar cair as tiras ao lado de meu corpo Dane se ajeitou na pedra e fez sinal
para Léo que logo se virou em minha direção.
Pronto. Feliz com a atenção dos dois em mim. Tirei meus óculos e chapéu e
coloquei na cadeira. Levei uma mão a cada triângulo que cobria apenas os
bicos de meus seios e levantei bem devagar sobre a cabeça, jogando a peça
por fim no chão ao lado da cadeira. Sorri, ao ver os semblantes dos dois
mudarem da água para o vinho. Ainda sobre os olhares de puro desejo sobre
mim, caminhei devagar sorrindo para dentro da água e quando a água tocou
meus joelhos, levei as mãos a cada lacinho que prendia minha tanguinha e os
soltei. Nesse momento vi que Dane já estava quase em pé sobre a pedra e Léo
já caminhava em minha direção. Então joguei a pequena peça e virando para
eles disse, antes de mergulhar para longe:
— Venham me pegar...
— Merda, essa garota vai me matar, já estava na hora. Quem chegar
por último é a mulher do padre. — Disse Léo já pulando na água em direção
à sua princesa, após jogar a sua sunga na pedra onde Dane estava. Ainda deu
tempo de ouvir ele grunir:
— Vai se fuder gazela, se esqueceu que nado melhor que você. —
Finalizou pulando da pedra, também sem sua sunga, quase na frente onde
Léo estava.
(....)
Sobre uma parte do véu d'água que caia, Nininha submergiu. A água
batia na altura de seus seios. Procurou por seus caçadores, mas não os viu.
Ainda olhando em volta levou um susto quando Dane sem cerimônias ainda
abaixo da água abocanhou um de seus seios a fazendo suspirar, quase engoliu
a água que caia sobre ela. Sem tempo para se recuperar, sentiu Léo a
levantando pelas coxas, tirando-a de Dane e colocando-a arreganhada sobre
seus ombros, ainda em baixo da queda d'água. E ali, chupou sua buceta
sedento. E como se tudo já não estivesse bom o suficiente, Dane se pôs atrás
dela abrindo às bandas de sua bunda encontrando seu buraco apertado se
dedicou a atiça-lo. Além de lambidas eles lhe davam pequenas mordidas,
Dane nas bandas redondas de sua bunda e Léo na parte de dentro de suas
coxas. Nininha tentava se equilibrar entre eles segurando cada cabeça com
uma de suas mãos. Ainda tinha que aguentar as sensações que eles lhe davam
sem abrir a boca para não engolir a água que a banhava.
Seu corpo vibrava demostrando que um orgasmo iria surgir. Não se
aguentando foi se jogando para trás, foi sustentada por Dane que a deixou
numa posição muito mais abrasadora a mercê da boca de Léo, e ainda
estimulava seus seios. Léo enfiou dois dedos nela e continuou lambendo e
chupando seu broto protuberante, até que a levou a um clímax agonizante.
Com o rosto fora da queda d'água, Nininha não segurou o grito e os gemidos
engasgados ao ser tomada pelo prazer.
Aos poucos Dane tirou ela dos ombros de Léo, que sorria feito
menino que acabara de saborear seu sorvete preferido.
Se encostando na pedra atrás dele, Dane abraçou sua menina ofegante
à sua frente. Seu pau duro procurava espaço em suas bandas enquanto suas
mãos caminhavam por seu corpo. Ia de seus seios ao seu ventre até chegar
nos seus lábios escorregadios. Dane esfregou seus dedos ali e a masturbou
ainda mais. Mesmo acabando de sair de um orgasmo, Nininha já sentia a
vontade voltar pelas mãos de seu Dane. Abrindo os olhos via Léo se
molhando sob a cascata de água à sua frente. Sentindo o dedilhar de Dane,
abriu mais as pernas para que ele tivesse um melhor acesso. Recebeu um
"safada" no pé da orelha dito por ele. Com a água límpida, dava para Léo ver
o que seu amigo fazia com ela sob a água. Isso a excitava, os excitava, então
começou a rebolar nas investidas dos dedos de Dane, ao mesmo tempo que
roçava a bunda no seu pau. Gemendo, Dane retirou os dedos de sua boceta e
levou ao seu ânus. Passeou eles por suas pregas as pressionando para abrir.
Nininha já estava se acostumando a esse ato tão discriminado e tão almejado
ao mesmo tempo. Essa ardência se tornava cada vez mais prazerosa. Com seu
corpo entrando em ebulição novamente, Nininha sentiu Dane a curvando para
frente, aguardou receber seu pau de pedra no seu buraco apertado, mas ao
invés disto ele se afundou em sua vagina numa só estocada fazendo-a saltar
na água e gritar seu nome.
Léo veio ao seu encontro, seu tesão aumentando ao ver seu rosto
contorcido pelo prazer, beijou seus lábios tomando seus gemidos e susuros
para si enquanto seu amigo a fodia. Quando ela conseguiu abrir os olhos
percebeu que parecia que os três estavam escondidos atrás do véu d'água,
estavam entre ele e a pedra atrás de Dane. Ela agarrou o pescoço de Léo e
aproveitando fez impulso contra às estocadas de Dane, que puxou seu cabelo
fazendo-a gritar com a dor repentina dizendo:
— Sua gulosa, calma, isso é só o começo. Estou apenas usando seu
canal escorregadio para lubrificar meu pau e depois enterra-lo no seu cuzinho
apertado, cachorra.
Ao ouvir a voz rouca de Dane se misturar com o som do sorriso de
Léo, e ainda o "cachorra', Nininha quase teve um novo orgasmo. Foi cortado
com a retirada repentina que Dane fez de seu pau. Porém, ela não teve tempo
para pensar, logo sentiu sua cabeça redonda cutucando por trás. Se segurou
firme em Léo e tentou relaxar o máximo para receber Dane. Léo dizia em seu
ouvido enquanto abria sua bunda auxiliando seu amigo.
— Calma Princesa, fácil e devagar, você sabe que é gostoso. Você
quer não é? Sentir o pau do Dane entrando e saindo da sua bunda?
— Simmm.... Aiiiiii…
Dane aos poucos levou seu tempo e ia ocupando espaço no canal
apertado. E quando se instalou, parou e beijou as costas dela, a nuca e a
soltou de Léo. Seus corpos sob a água se tornavam mais leves, com isso mais
maleáveis. Nininha encostou suas costas completamente no peitoral de Dane,
ainda se acostumando a sensação dele dentro de sua bunda. Sua posição se
transformou para estar sentada sobre ele. Flutuava na água presa apenas pelo
pênis fervente de Dane. Seus pés não tocavam o chão. Ela pendeu sua cabeça
para trás no ombro dele e pôs suas mãos sob os seus joelhos, curvando-os
para cima. Aberta, entregue e oferecida. Dane segurava por baixo de cada
joelho dela também. E assim bem devagar começou um movimento
torturante de entra e sai. Os sons que Dane produzia vibravam direto para seu
ponto de prazer. Léo à sua frente se masturbava e tocava seu clitóris
magicamente. Ao notar que Dane alcançou um ritmo no qual ela já
encontrava o prazer, Léo se chegou próximo dela e perguntou:
— Você também me quer princesa? Agora?
— Ohh! Léo... Simmm... Ainda pergunta. Por favor, me faça sua,
junto com Dane. — Declarando o que queria, desceu suas mãos aos seus
lábios e abriu como um convite para Léo entrar.
— Bora Léo, não vou conseguir durar aqui... Você não faz ideia de
como ela está apertando meu pau.
— Brother, podes crer que faço sim, mas... É melhor ter certeza.
— Ahhhh Léooo.
Aos gemidos ensandecidos dela, Léo foi achando seu espaço também.
Bem devagar foi encaixando a última peça que faltava e colando seu corpo ao
dela que por sua vez, colava-se ao de Dane que se sustentava na pedra,
entraram num compasso perfeito que levariam os três ao nirvana.
Ritmicamente o trisal se envolveu numa névoa sublime. Seus corpos
respiravam juntos, agonizavam juntos, buscavam juntos o prazer. Um tipo de
clímax nunca antes sentido por nenhum deles, algo só alcançado quando os
três estavam assim juntos.
Plenitude.
A vibração era a mesma. As ondas corporais iam e viam de um corpo
ao outro. Não se via onde começava um e terminava o outro. Peças feitas a
mão, encaixadas para um único propósito, encontrar o divino. Alcançar o
maior cume e se atirar de lá em busca de seu último suspiro.
E assim foi. Escondidos pela queda d'água, onde a perfeição se fez e o
prazer extasiante foi alcançado. Suas almas vibravam, seus corpos latejavam,
suas mentes flutuavam e seus corações cada vez mais batiam um para o
outro. Na verdade um para dois e dois para um.
Saciados de sua mulher, e com os corpos ainda sensíveis da loucura
de voar nas asas de um orgasmo alucinante, se desfizeram do encaixe e cada
um procurou reconectar suas almas aos corpos novamente. Nada melhor do
que uma ducha de água natural. Sob a queda d'água os três tentavam absorver
toda a energia emanada por seus corpos e por aquela natureza exuberante que
os cercavam. Felicidade extrema. Extrema felicidade.
Nas bocas desses três só haviam sorrisos. Jovens descobrindo que o para
sempre é possível. Que o amor é a razão para a vida e que a felicidade só
dependia única e exclusivamente deles.
O dia seguiu delicioso em todos os sentidos. A intimidade entre eles
crescia. Sexualmente falando eram imbatíveis. Mas a afinidade que dita uma
relação, aquela pitada de companheirismo e confiança também florescia em
abundância. Passaram momentos que ficariam eternizados em suas
memórias. Como quando Nininha estava ainda nua apenas com uma canga
cobrindo sua intimidade, deitada sobre o lençol xadrez, com a cabeça no colo
de Léo e olhava para Dane à sua frente enquanto conversavam coisas banais.
Léo acariciava seus cabelos enquanto ela sorria apaixonada das histórias que
Dane contava. Mais que amantes, se transformavam em amigos.
Ao contrário do que podemos pensar, é possível termos na pessoa que
amamos, um amigo no qual se pode contar.
Nininha pensava sobre isso e se parabenizava pela sorte duplamente
alcançada.
Vez ou outra trocava de colo, até que em determinado momento se
viu ali sentada nua, afagando os cabelos de Dane que repousava sua cabeça
em sua coxa descansando um pouco, enquanto Léo saboreava um de seus
seios como se alimentasse dele. Assim ficaram durante um tempo até que
Dane despertou e se juntou ao Léo começando a saborear seu outro seio.
Lentamente deitaram ela e continuaram com a pressa de uma lesma a
degustar seu corpo.
Toda a pele de Nininha era tocada, tanto por suas bocas como por
suas mãos. Nada muito sexual, algo mais como adoração. Eles diziam
palavras doces e românticas. Por vezes diziam eu te amo. Trocavam carinhos,
se olhavam com ternura.
Ao cair da tarde, com o sol se despedindo, decidiram ir embora.
E para se despedirem deste lugar maravilhoso se entregaram novamente a
luxúria.
Tão seduzidos pela tarde estimulante que tiveram, iniciaram
novamente um movimento erótico que encontrariam o gozo final de um dia
fabuloso.
Léo começou fazendo amor com Nininha na beira da água. Entrava,
rebolava e saia dela. Tudo saborosamente. Dane que estava nadando via de
longe os dois se fundindo em um só. Logo seu pau apontou para cima quase
implorando para entrar na brincadeira. Indo em direção aos dois tinha a visão
do pênis de Léo entrando e saindo do buraco úmido de sua menina. Via seu
cuzinho à vontade.
Chegando cada vez mais perto se pôs para baixo e passou a mão na
coluna dela. Isso a fez se sentar em Léo e com o auxílio de Dane cavalgou
alucinante nele. Dane se levantou e colocou seu membro rígido na boca dela
que o chupou faminta.
Até que ao perceber que Léo ia se aliviar fez sinal para que ele espera-
se e se agachou por trás dela enquanto Léo a fazia deitar sobre seu peito.
Nininha se acomodou e se abriu ainda mais para eles. Sentia o pênis de Léo
profundamente. Até que sentiu o empurrar da cabeça do pau de Dane
querendo espaço também em sua buceta. Ela colaborava da maneira que
podia, relaxando.
— Porra, sempre apertada... Aaaa — Sibilou Dane.
— Eu sei cara, eu sei...
Lento mas certeiro, Dane se enfiou, não totalmente, mas o suficiente
no canal quente junto com Léo. Eles transformaram mais uma vez o corpo de
Nininha em sua casa. Buscaram para ela a passagem para o espaço entre o
real e o irreal. E logo seguiram atrás dela no regogizo de um prazer infinito.
Absorvidos por essa sensação, ficaram aninhados por algum tempo
tentando entender a plenitude que os rodeavam.
Buscando às forças para irem embora e dali em diante trabalharem
juntos para que todas essas emoções se perpetuem pelo resto de suas vidas,
começaram a desarmar acampamento e voltar para casa .
No caminho de volta, entre um papo ou outro, Nininha os questionou:
— Bem, eu estou revigorada após esse dia magnífico. Espero que
vocês também, porque amanhã dormiremos na casa de meu pai e vocês
enfim, conhecerão a fera que me criou.
Léo que estava na frente bebendo sua cerveja disse confiante:
— Estou preparado para conhecer o sogrão. Podes crer. Já não sei o
viadinho aí atrás.
Nininha fitou Dane pelo retrovisor e disse:
— E aí Dane, não diz nada?
Com uma cara sem expressão Dane jogou a cabeça no encosto do
banco e antes de terminar sua cerveja numa golada só disse embargado:
— Que venha o sogrão!
Léo e Nininha caíram na gargalhada e Léo não perdeu tempo em tirar
sarro da cara dele.
— Isso mesmo, dois contra um. Vou me lembrar disso. — Retrucou
Dane em tom de brincadeira.
E assim foi até em casa, brincadeira, romance e sedução.
Apaixonados vivendo mais um dia de amor à três.
Plenos, em todos os sentidos.
Capítulo 46: Prazer, seu Silva.
o amigo e caseiro, que tomou conta por tantos anos da casa e de Brutus. Além
dos objetos e móveis que lhe deram, também acharam justo lhe ofertarem um
colchonete no chão.
Sua inquietude logo passou, estava segura. Os braços de seu amigo era uma
cima. Ainda estava meio tonto pela bebida, mas não a ponto de se sentir mal.
Perdendo o sono, se pôs a observar o pequeno quarto em que dormia.
Apesar da escuridão, batia nas paredes a luz da lua o que lhe permitia, agora
que seus olhos se acostumaram com a pouca luz, ver detalhes que antes não
havia percebido.
Além da cama de solteiro com armação de ferro rosa, havia também
uma penteadeira que combinava e um armário que era branco. No teto um
ventilador e uma pequena constelação de estrelas, luas e outros astros
brilhantes. Sorriu ao ver isso. Não era um quarto infantil, mas romântico,
feminino.
Havia nas paredes alguns quadros, uns de fotos e outros que pareciam
pinturas de paisagens, fez uma anotação mental para de dia ver de perto e
tirar a dúvida se seriam de autoria de sua noiva.
Noiva.
Essa palavra surgiu em sua mente e se multiplicou, fazendo mudar o
foco de seus pensamentos. Rebobinou o tempo para o dia em que a conheceu
e reviveu os acontecimentos que os fizeram chegar até aqui. Como sua vida
mudou em alguns meses, e como sobreviveu antes sem sua menina. Agora,
sua noiva.
Sentia um amor que não cabia no peito. Olhou novamente na direção dela e
seu amigo abraçados dormindo. Sentiu-se feliz e sentia necessidade de fazê-
los felizes também, faria de tudo para isso.
Espreguiçando-se virou de lado para parede, ainda com os
pensamentos a mil. Passou por sua cabeça agora o momento em que seu Silva
abriu seu coração e lhes concedeu a permissão de casar com sua filha.
Permissão essa que era certa, ao seu ver, já que o coração de seu sogro ia
onde o dela fosse. Sábio seu Silva, ele sabia que ela entregou seu coração
para eles e conhecia sua filha o suficiente para saber que não estava agindo
impulsivamente, e sim levada por um sentimento puro, verdadeiro e maior
que ela. Não haveria dúvidas que esse pai, estaria do lado dela sempre, e não
agia para provar nada à ninguém, a única responsabilidade que ele tinha era
ver sua filha feliz. Dane viu em seus olhos a felicidade que ele sentia ao vê-la
sorrir.
Porém, Dane nem Léo ousariam pensar que foi tudo fácil demais.
Pelo contrário, sabiam que teriam que conquistar a confiança de seu sogro
todos os dias e, com o tempo, provar para ele que são os homens certos para
cuidar de Nininha e fazê-la feliz.
Quase relaxando após tanto pensar, sentiu uma mão quente deslizando
de sua cintura até o seu peito. Parou na altura em que seu coração batia.
Sentiu o corpo de sua mulher se aconchegar atrás do seu e o hálito quente
dela na curva de seu pescoço.
Sorriu.
Nininha lhe deu um aperto como podia nessa posição e ao sentir o
compasso acelerado do coração dele o questionou sussurrando em seu
ouvido:
— Nossa amor, seu coração está acelerado. Está bem?
Segurando a mão dela sobre seu peito, entrelaçou seus dedos nos dela
e ainda de olhos fechados só sentido a quentura de seu corpo, sorriu e
murmurou:
— Uhumm... Estou, agora bem melhor. E ele sempre bate assim,
descompensado ao pensar em você, sobre você e ao seu toque.
Jogando uma perna por cima do quadril de Dane, ela se aproximou
ainda mais de seu corpo, se roçando em suas costas como um bichinho
manhoso. Beijou sua nuca cheia de dengo e foi dizendo:
— Com certeza você diz isso para todas...
Ao ouvir às palavras dela, Dane repentinamente se virou sobre ela a
surpreendendo e se encaixando por cima de seu corpo por entre suas pernas.
Segurou seus pulsos sobre a cabeça dela, o que a permitiu fechar as mãos se
segurando no ferro da cama. Apesar de assustada já estava excitada com o
clima febril que se transformava toda aquela conversa ao pé do ouvido.
Seu rosto acima do dela, olhos nos olhos, na face de Dane uma mistura entre
fúria e desejo.
Nininha sentiu os joelhos dele afastando ainda mais as suas coxas, o
deixando bem próximo ao seu sexo que estava ainda livre desde que Léo a
saboreou. Nininha sentiu seu corpo começar a formigar, daquele jeito que a
deixava louca. Mas ainda não compreendia esse ato repentino de Dane, até
que ele falou entre os dentes:
— Nunca mais duvide das minhas palavras em relação a você… —
Pausou e a beijou, chupou seu lábio superior e continuou a falar. — ...Nem ao
nosso relacionamento. Nunca nenhuma mulher tomou qualquer espaço no
meu coração e nos meus pensamentos. Até você chegar. Você é a única dona,
soberana tanto de meus pensamentos quanto do meu coração. As palavras
que digo a você, são únicas.
A beijou novamente, terminando com uma mordida em seu lábio
inferior. Dane abaixou seu shorth, com uma mão enquanto a outra mantinha
prendendo os pulsos dela, livrando seu membro muito vivo e pulsante,
sentiu a cabeça que já estava melada ir de encontro com as carnes macias,
úmidas e já expostas de sua mulher.
— E eu que achei que teria sorte por ter chegado primeiro ao quarto e
dormir ao seu lado. Vejo que Léo se divertiu antes de dormir. — Disse ele ao
sentir que ela estava sem calcinha.
— É... Você dormiu... — Nininha sorriu dizendo insinuante.
Mas Dane não estava para brincadeira, direcionando seu pau na
entrada de sua vagina a fez abrir a boca soltando um "Ooo" contido ao sentir
a espessura tensa abrindo espaço em seu canal escorregadio e fervente. A
princípio lento, e após a inchada cabeça passar pela borda da entrada de sua
vagina, uma estocada dura e profunda, seguida de uma rebolada saliente a
fez se contorcer. Ainda bem que Nininha se segurava ao ferro da cama,
porque o que veio a seguir, tomou proporções gigantescas. Sob o domínio do
corpo e do olhar de Dane, Nininha foi possuída literalmente. Não conseguiu
abrir a boca para falar que tinham que ter cuidado com o barulho.
Dane se metia dentro dela sem tirar os olhos dos seus, a não ser vez ou outra
quando ele mesmo queria esconder um gemido beijando em sua boca. Às
vezes, mordia seu pescoço e linha do queixo. Estava focado em tomar sua
noiva e provar para ela que era a única que o deixava assim, ensandecido.
Entregue, Nininha se doou ainda mais, abrindo-se o quanto podia para
dar acesso sem limites ao seu corpo que se transformava em massa mole sob
o dele. A cabeceira da cama começou a bater na parede e fazer barulho, não
tão escandaloso, mas no silêncio da noite poderia se escutar de fora do
quarto. O corpo de Nininha já não suportava mais segurar o prazer e os
gemidos. Não queria nem saber mais, se estavam ou não, fazendo barulho.
Chegaram naquele momento do sexo que só o que importa é o prazer. O ar já
não chegava ao seus cérebros para mantê-los conscientes. Todo o mundo
deles, no momento, se concentrava no movimento em que seus quadris
faziam. Como se fossem placas tectônicas se batendo, provocando terremotos
que se traduziam em seus músculos tremendo, ao receber enfim o que
buscavam numa explosão vulcânica que se transformou em orgasmo.
Dane caiu em cima dela respirando com dificuldade, sentindo seu
coração quase saindo pela boca. Levantou os olhos ao rosto dela e a
encontrou de olhos fechados, bochechas vermelhas, testa suada e um sorriso
no lábio. Ele abaixou novamente a cabeça e a acomodou entre seus seios
ainda com a blusa, coitados foram negligênciados, até agora. Dane fechou
cada uma de suas mãos em seus seios vultuosos e se pôs a descansar, ainda
sentindo os espasmos que a boceta dela fazia em volta de seu pau que
demoradamente voltava ao seu estado natural.
— Uau, bela maneira de ser acordado. Mas acho bom vocês torcerem
para meu sogro não ter sido acordado também. Que vergonha, Daniel, tsc...
tsc...tsc..., logo você o todo "vamos ser responsáveis enquanto estivermos na
casa do pai dela". — Disse Léo sonolento e gozador.
— Léo... Vai se fuder, tô sem forças para brigar. — Respondeu Dane,
rindo e mandando o dedo do meio para Léo que os observava do colchonete.
— Merda, Dane. Léo tá certo, será que meu pai escutou, que
vergonha, ele não merece essa falta de respeito. — Disse Nininha tentando
sair debaixo de Dane, ouvindo ele resmungando.
— Não me lembro de você preocupada uns minutos atrás e aliás tudo
o que ele quer é te ver feliz, e a sua cara é o reflexo da felicidade... — Dane
disse rindo a puxando para um beijo que foi retribuido.
— Culpada!!! — Disse ela entre o beijo sorrindo também.
Léo sorriu e se virou para tentar dormir novamente, estava exausto.
Nininha olhou Léo no colchonete e virando-se para Dane o puxou para ir para
lá também. Ela abraçou Léo por trás e logo Dane se aconchegou ainda com o
pau pra fora em suas costas. Nininha sentiu seu pênis semi duro e ainda
molhado de seus sulcos nas bandas de sua bunda, deu uma roçada nele, o que
lhe tirou um suspiro tenso.
— Depois não reclama danada… — Disse ele em seu ouvido lhe
dando uma leve mordiscada na orelha e retribuindo a roçada, segurando em
um de seus seios.
— Ei vocês dois, querem se aquietar. Se vão dormir comigo é melhor
pararem de sacanagem, não quero passar o dia recebendo olhar desconfiado
do meu sogro pelos barulhos deste quarto. — Susurrou Léo.
— Falou a gazela educada. — Zombou Dane dando um tapinha
amistoso no topo da cabeça de Léo.
Nininha segurava o riso e se aninhava ainda mais entre eles.
Os três se acalmaram e juntos no chão, sobre um colchonete e alguns lençóis,
dormiram o restante da madrugada.
O dia amanheceu e com ele veio uma manhã de céu azul e sol
brilhante. Seu Silva tomava seu café preto pelando, na varanda de sua casa.
Ao seus pés, estava Brutus resonando.
Ele já se afeiçoou ao cão, assim como aos seus genros. Balançando a cabeça
de forma negativa, seu Silva pensava que estava era ficando mole demais.
Esticou o pé sem o chinelo e com ele acariciou a cabeça peluda do animal.
Seu Silva não tinha o costume de extrapolar na bebida desde que
perdeu sua esposa. Tinha medo de virar uma fulga e por consequência se
tornar um vício. Ele não podia ter se dado ao luxo de se anestesiar diante da
perda, pois tinha a responsabilidade de continuar por sua filha. Porém ontem,
se deixou levar. Não achava que havia bebido tanto, a não ser pela dorzinha
fina que se instalou no alto de sua cabeça, e o fato de ter dormido que nem
pedra esta noite, pensou que misturar o vinho com as cervejas não foi tão
legal. Acreditava que o café preto forte e sem açúcar pudesse fazer passar um
pouco essa sensação de mal estar. Afinal, acordou disposto a organizar um
churrasco de noivado para sua filha no final de semana que se aproxima. E
talvez, com isso, convencê-los a voltarem para o apartamento só depois,
dando a ele a oportunidade de conhecer melhor seus dois genros.
Lembrando que deveria fazer uma limpeza nos seus equipamentos de
churrasco que havia anos sem uso, passou a pensar em quem convidar. É
claro que as amigas de Nininha estariam aqui, aliás ele poderia apostar que
daqui a pouco elas apareceriam por ali. Ele não tinha contato com algumas
pessoas de sua família e nem com a parte da família de sua esposa, então
restavam só os amigos. Mas e seus amigos, quais deles chamar.
Na verdade ele achava que só o fato dele considerar amigo, já era um pré
convite, mas seu Silva não era inocente e sabia que as pessoas se mostram
quando não aceitam alguma coisa e podem ser maldosos sem pensar em
consequências.
Detestaria ter que lidar com comentários infames e preconceituosos
sobre a situação de sua filha.
Passou um tempo ali a pensar sobre isso. Teria que encarar a realidade, a
partir de agora ele conhecerá seus verdadeiros amigos. Até porque estava
preparado para defender com unhas e dentes sua filha e seus futuros genros.
Optou por escolher da seguinte maneira, lembrou de quando assuntou sobre o
tema de poliamor. Então dosando as opiniões com os verdadeiros afetos que
tinha, sentiu quem ele compartilharia sua felicidade.
Sim. Sua felicidade. Pois não é uma felicidade para um pai, poder estar vivo e
ver sua filha encontrar o amor?
Em saber que ela é amada, adorada e protegida, não só por um, mas por dois
homens? Homens que através de suas pesquisas informais, não há nada que
manche suas histórias de vida. E melhor ainda, suas presenças não emitem
nenhum sentimento de descofiança e falsidade. Sentia verdade entre eles, a
mesma verdade que via de sua filha para eles.
— Bom dia sogrão!... Ainda posso lhe chamar de sogrão, né? Quer
dizer, nada mudou de ontem para hoje, nenhum problema. — Chegou Léo
cumprimentando seu Silva o surpreendendo e deixando confuso.
— Claro Léo, ainda sou o seu "sogrão". Mas por que a pergunta, eu
deveria ter mudado de opinião, aconteceu alguma coisa...
— Nada sogrão, eu é que sou assim, meio perturbado mesmo. Vejo
que o senhor acordou cedo, caiu da cama, alguma coisa o acordou? — Disse
Léo bocejando e se encostando na parede.
— Na verdade, acordo sempre muito cedo. Acabei de passar um
cafezinho, se quiser está na garrafa sobre a pia.
— Hum! Ótimo, quero sim, preciso dar um susto no álcool que ainda
corre em minha corrente sanguínea.
Ao voltar com sua caneca, Léo sentou na mureta que cercava a
pequena varanda observando seu Silva sentado em uma cadeira acariciando
Brutus que estava deitado aos seus pés. O cão ao ver Léo levantou o focinho
e balançou o rabo, mas preguiçoso, foi incapaz de levantar e ir fazer festa
para um de seus donos. Léo sorriu ao pensar que até Brutus buscava
aceitação do dono da casa.
— Então Léo, eu dormi feito pedra, aquela mistura de bebidas de
ontem não me caiu bem. Mas como disse, sempre acordo com as galinhas.
Mas e você, por que levantou tão cedo?
— Sabe seu Silva, aquele colchonete misturadas às horas de voo e aos
últimos dias de arrumação arrebentaram com minha coluna. — Engasgando
por ter nítida impressão que estava se queixando, e seu sogro poderia não
entender direito, tentou se explicar melhor — ... Bom, não que eu esteja
reclamando, mas é que esses últimos dias foram tensos.
— Sei, entendi. Então você acabou ficando com o colchonete?
Provavelmente por ter se retirado por último da sala. — Riu seu Silva.
— Foi sim, mas no fim acabamos dormindo os três no chão. — Léo
soltou com um sorriso insinuante. Quando se tocou, tratou de engolir o
sorriso com café quente queimando a lingua.
— Vocês. Deixaram. Minha. Filha. Dormir. No. Chão? — Falou seu
Silva pausadamente.
Léo engasgou com o gole de café que já estava na garganta e tentou
se explicar:
— É.... Sim, mas ela dormiu com a gente. É que já nos acostumamos
a dormir juntos... E foi difícil... Ter que dormir separados... E a cama é muito
estreita… E
— Ela dorme no meio dos doisss?!?!? — Seu Silva fez um tom
dramático e se movimentou na cadeira.
Léo levantou muito sem graça, sem saber o que dizer e onde enfiar a
cara.
— Seu Silva, é... Calma.... — Dizia nervoso.
— Eu tô brincando. — Disse seu Silva ainda sério.
Léo o olhou meio de soslaio, sem entender.
— Léo, eu tô brincando contigo, meu genro. É claro que eu sei que
vocês três dormem juntos. Prefiro não pensar na logística, mas não podia
deixar de ver essa sua cara assustada. — Disse seu Silva rindo.
Seu sogro havia lhe pregado uma peça. Ele mesmo quase se chamou
de gazela saltitante e saiu saltitando por aí. Respirou fundo e sentou
novamente bebericando seu café.
— Sogrão, tá me devendo uma.
Seu Silva sorria bem humorado da brincadeira que fez. E teve uma
ideia.
— Léo, quer comer algo?
— Não senhor, só mais tarde.
— Dane e Nininha ainda dormem?
— Estavam dormindo quando me levantei.
— Então tá, vá se trocar e vamos na rua comigo. Preciso passar no
mercado e no comércio e você me ajuda.
— Sim, senhor! — Disse Léo sem entender muito o que ele queria e
já se levantando.
— Vai se trocar homem, ou acha que vou andar ao teu lado com esse
calção de dormir.
Olhando para baixo viu o que estava usando, envergonhado levantou-
se e foi até o quarto se trocar. Entrou com cuidado, pôs um jeans e uma t-shirt
e pegou sua carteira. Olhou para o casalsinho dormindo agarrado e deu uma
vontade de voltar a deitar com eles, mas não podia deixar de aceitar um
convite do sogrão. Achou melhor deixar um bilhete. Vai que seu sogro tinha
um álibi, uma cova e uma pá? Riu de si mesmo enquanto escrevia o bilhete.
Já no carro, seu Silva conversava animado sobre coisas do dia a dia, e
quando percebeu o amor por carros de Léo o assunto rendeu. Antes de chegar
ao mercado, ele comentou com Léo sobre querer fazer um churrasco no
próximo domingo, chamar alguns amigos e comemorar o noivado. Léo achou
ótimo, na verdade adorou a ideia.
— Mas você acha que Dane e Nininha vão gostar também?
— Acho que sim seu Silva, ainda mais em se tratar de um churrasco,
tínhamos até combinado de ir para uma churrascaria. E temos um ótimo
motivo agora, o noivado.
— Que bom, então precisamos antes de ir ao mercado, tratar de um
assunto muito importante.
— Posso saber qual é?
— Vamos passar numa loja de colchões e comprar um para o quarto
de Nininha. Não quero minha menina dormindo no chão enquanto vocês
estiverem em minha casa.
Paralisado, Léo não sabia o que pensar do que seu sogro disse.
Não sabia se sentia lisonjeado por ele estar tão disposto em agradar ou
assustado por pensar que ele ache que iriam ficar na casa dele por muito
tempo. Mesmo com cama de casal, não ficariam totalmente a vontade com
sua princesa na casa de seu sogro.
Vendo Léo sem expressão, branco feito leite, seu Silva deu uma
risada e disse:
— Te acalma rapaz. Isso não quer dizer que vocês vão morar na
minha casa. Só significa que quando precisarem, terão algum conforto. Não
nasci ontem, sei que um relacionamento precisa de privacidade. Ainda mais
um com três pessoas. E bom, pensei em vocês ficarem até o churrasco pelo
menos. São só mais três noites, e Brutus está tão bem no quintal. Também
estou sempre tão sozinho, e com essa ida de Nininha para ficar com vocês,
fiquei ainda mais. Ontem com tudo o que aconteceu, vocês de certa forma,
deram vida a minha casa, gostei disso. Quero aproveitar um pouco mais.
Respirando melhor, agora que entendeu os motivos de seu sogro, se
pôs em seu lugar e compreendeu completamente. Que homem maravilhoso
era seu Silva, não podia deixar de dar-lhe este gosto. E melhor de tudo foi
saber que mesmo em apenas uma tarde e noite, o fez desejar estar com ele e
seu amigo por mais tempo. Léo desejou realmente que essa convivência fosse
de muito respeito e companheirismo.
— Ufa!! Meu sogro! É a segunda vez que o senhor me prega uma
peça, estou anotando (risos) Entendi agora o que o senhor quer e acho justo,
não só porque quero fazer suas vontades para lhe agradar, mas sim porque
tanto eu quanto Dane queremos lhe provar que o senhor não está perdendo
uma filha, e sim ganhando mais dois filhos... E com o tempo, quem sabe
netos...
Seu Silva já estava estacionando o carro enquanto ouvia o que Léo
dizia. Quando Léo terminou de falar, ele estava se virando e ouviu as últimas
palavras olhando em seus olhos.
Desde sempre seu Silva aprendeu a reconhecer uma verdade dita através dos
olhos. Como policial isso se aperfeiçoou com tempo e com isso ele podia
dizer que o que ouvia de sua boca havia veracidade.
Emocionado, seu Silva não disse uma palavra, respondeu num único gesto.
Puxou Léo para um abraço, aceitando a oferta de braços abertos.
Sem jeito, Léo retribuiu o abraço compreendendo a importância desse
gesto. Seu coração se sentiu em paz, ali se fechava mais um laço. E para não
perder a gaiatice de sempre, e seu sogro ir se acostumando, fez um
comentário brincalhão:
— Tá certo sogrão, mas tá bom de abraço... Quem passar e ver nós
dois assim, vão pensar que somos namorados.
— Eu não me importo com isso, e não tenho culpa se abraçar a um
homem de verdade afeta sua masculinidade, a mim não afeta. Muito menos a
opinião dos outros. Você deveria trabalhar mais sua autoconfiança, meu
genro.
Abismado com o tom de sacarsmo de seu sogro e, em como tão bem
saiu de sua brincadeira, jogou a cabeça para trás no encosto do carro rindo e
assistiu seu Silva sair do carro o olhando como se ele fosse um doido.
— Como é? Vai ficar no carro ou me ajudar com as compras? —
Disse seu Silva ao lado da porta do carona.
Saindo do carro ainda rindo, Léo bateu a porta dizendo:
— É sogrão, mais uma, tô só contando.
Foram andando para a entrada do mercado, Léo pensando no como
seu sogro pode ser sacana e seu Silva com ar de quem não entendia do que
ele ria.
Acabaram fazendo compras para o churrasco antes de ir na loja de
colchões. Eles estavam bem a vontade um com o outro.
Na hora de passar as compras no caixa, Léo insistiu em pagar, seu Silva não
queria, mas Léo fez tanta questão que dividiram a conta.
De lá foram em uma loja de colchões e juntos escolheram um colchão box de
casal simples com um conjunto de lençóis e endredon, ainda tiveram sorte,
pois o gerente garantiu a entrega para antes das 18:00. Novamente na hora da
conta, seu Silva queria pagar sozinho dizendo que era sua casa e sua ideia,
porém Léo insistiu em dividir a despesa. E ainda disse que dividiram por três,
já que Dane também era um interessado. Mas Léo fez isso apenas para
diminuir o valor para seu sogro, não queria que ele gastasse sua
aposentadoria com eles.
Terminando e voltando para casa, Léo estava bem contente com tudo
o que aconteceu e como as coisas iam com o pai de Nininha. Mas estava um
pouco preocupado em como seu amigo e noiva iriam encarar todas essas
ideias de seu sogro o churrasco para o noivado com alguns convidados, um
colchão de casal que vai chegar ainda hoje e principalmente o fato dele
querer que eles três fiquem por mais uns dias em sua casa. Fora isso, a
afinidade que nascia entre eles era muito bem aceita.
A inclinação que temos em se dar bem com algumas pessoas mais do
que com outras, se dá através de afinidade. E as afinidades se dão por vários
motivos, semelhanças de gostos, opiniões, interesses, simpatia. Há os que
tendem a achar que quando se conhece uma pessoa e a afinidade é imediata
deve ser porque já se conheciam de outras vidas. Porém, mais importante do
que explicar tamanha reciprocidade é poder viver essa sintonia.
Não precisamos de tempo para mostrar que gostamos, se temos uma valiosa
oportunidade de encontrar pessoas cujo temos uma proximidade de modo
súbito, o melhor a fazer é aproveitar.
Após ler o bilhete que Léo deixou sobre a penteadeira do quarto,
Dane foi ao banheiro e encontrou sua menina escovando os dentes. Ele se
encostou no batente da porta e ficou a olhando, enquanto ela o olhava pelo
espelho.
— Bom dia, meu amor!
— Bom diaaa? Boa tarde, você quer dizer, né? — Respondeu ela,
após terminar a escovação e enxugar a boca.
— É verdade, início da tarde. Viu o bilhete de Léo? — Disse Dane
após receber um beijo dela nos lábios e seguindo para pia.
— Vi sim, você não achou estranho?
— Não, por quê? — Disse ele, com os dentes já cheios de pasta.
— Sei lá, vocês se conheceram... Não tem nem um dia e logo de
manhã eles saíram juntos sozinhos para fazer sei lá o que...
Terminando de escovar os dentes e agora lavando o rosto, Dane
perguntou zombando:
— O que você está pensando? Que seu pai foi dar um sumiço em Léo
e depois vem para cá fazer o mesmo comigo?... — Foi até ela, a agarrou pela
cintura e foi puxando para dentro do banheiro dizendo entre beijos. —
...Então acho melhor aproveitar meus últimos momentos numa ducha quente
enquanto eu te fodo por trás... O que você acha?
Arrebatada pela pegada de Dane e seus beijos frescos da pasta de
dente, Nininha foi se derretendo até chegar no box, e já se imaginava
gemendo enquanto ele optava em meter em seu ânus ou sua buceta. Mas
lembrou que seu pai podia chegar a qualquer momento e como este era o
único banheiro da casa, seria difícil disfarçar.
— Não Dane, para, para Dane... Não podemos... aaaaaaa... Dane!?...
Respirando fundo e tentando acalmar seu amigão lá em baixo, Dane
assentiu e deixou ela escapar de seus braços.
— Tudo bem, você tem razão... E bom, quanto ao Léo ter saído com
seu pai, isso só prova o quanto foi verdadeiro o que passamos ontem. É claro
que é muito cedo para ter certeza de muita coisa, mas, nós e seu pai, temos
muito em comum.
Ela o olhou desconfiada e foi para cozinha. Dane foi atrás.
— É sério!!! Você já me conhece e sabe que não tiro conclusões
precipitadas. Porém, tenho que dizer que mesmo se tirarmos você da
equação, nós três teríamos nos dado bem como amigos. Descobrimos ontem
muitas coisas em comum, existe uma certa harmonia, reconhecimento, parece
que nos conhecemos há muito tempo. Sei lá.
— Tá, eu sei o nome disso "vinho com cerveja" harmonia completa.
— Disse Nininha sarcástica.
— Poxa amor, é sério, senti isso e acho que Léo também. Enfim, Léo
e seu Silva devem estar bem juntos.
— Espero. Quer café?
— Café e um beijo... — Retrucou Dane fazendo biquinho.
— Só um beijo??? — Falou Nininha se abraçando a ele e o beijando.
Durante o lanche que faziam após acordarem tarde, escutaram o carro
entrando na garagem e os latidos de Brutus. Nininha correu para porta para
receber seu pai e seu outro futuro marido, já estava com saudades. Da mesma
maneira que não conseguiu dormir sem estar com os dois na noite passada,
acordar sem um deles era ruim também. Ela desceu os dois degraus que a
afastavam da garagem e foi direto abraçar Léo quando ele saia do carro. Seu
pai ficou olhando surpreso.
— Nossa minha filha, o que foi isso? Está tentando ter certeza, de que
te trouxe ele inteiro? Não confia em seu pai?
— Ai papai, é que acordei e não o vi.... Senti saudades, uê!
— Humpft! Já que está aqui, nos ajude a retirar as sacolas da mala. —
Disse ele.
— Pode deixar sogro, eu e Léo ajudamos. — Falou Dane entrando na
garagem.
— Boa tarde Dane, dormiu bem?
— Sim, sim, e o senhor?
— Como uma pedra, aquela mistura de ontem me nocauteou. Mas
mesmo assim, acordei cedo e cheio de ideias.
— Ideias ?
— Sim, vamos falando enquanto levamos essas coisas.
Arrumaram às compras enquanto Dane e Nininha curiosos pela saída
dos dois, os questionavam. Seu Silva disse então da ideia que teve sobre o
churrasco de noivado e sobre o colchão. Dane e Nininha adoraram a ideia do
churrasco e mais ainda, viram com isso o quanto seu Silva estava realmente
contente. O fato dele querer festejar e falar com amigos os fizeram ter certeza
de que ele aceitou de coração o amor deles. Mais uma vez Nininha se sentia
emocionada com esse pai fabuloso e Dane privilegiado por ter um sogro com
coração grande. Porém, o fato de comprar um colchão de casal, eles acharam
desnecessário, até porque não iriam dormir por lá muitas vezes. Mas seu
Silva com todo jeitinho falou, falou e assim como com Léo os convenceu.
Fizeram juntos um almoço rápido e comeram.
Os homens decidiram desmontar os móveis do quarto de Nininha para
dar espaço para o colchão que estava para chegar. Nininha ajudava como
podia, mas apesar de feliz por ver os três homens de sua vida se entrosando
muito bem, sentia uma pequena tristeza ao ver sua cama rosa sendo
desmontada.
Saiu do quarto para buscar uma garrafa d'água, sem notar que seu pai
percebeu seu olhar meio triste. Ele foi atrás dela e chegando na sala antes de
entrarem na cozinha a surpreendeu com um abraço.
— O que foi pequena, esse olhar caído não combina com o outro
brilhante desde de que chegou. Algo diferente aconteceu?
Retribuindo o abraço do pai, Nininha sensibilizada por sua
preocupação e também não querendo que ele se preocupa-se ainda mais, foi
tratando de se explicar.
— Está tudo bem pai, é que ver meu quarto sendo desmontado me fez
lembrar da minha adolescência e de como eu te perturbei para comprarmos
este conjunto, era um sonho, e... Sei lá me deu um aperto no coração.
— Mas filha, as coisas mudam diante das decisões que tomamos, até
às pequenas coisas. Este quarto já não combina com a nova vida que você
escolheu. Eu sei que me preciptei em comprar o colchão, deveria ter falado
contigo antes, mas é que me deu uma certa euforia e medo ao mesmo tempo.
Se você quiser, devolvo o colchão e deixamos seu quarto como está, mas fiz
isso diante a certeza de que vai casar, quero ter um lugar apropriado e de
certa forma confortável para receber vocês. Isso porque quero e preciso que
vocês venham muitas vezes para cá ficar comigo e como você já havia
mencionado que a ideia é irem morar longe da cidade, imaginei quando
viessem ao Rio teriam onde ficar. Ontem foi realmente uma noite muito
agradável, soube escolher bem seus homens. Teem bom caráter, respeitáveis,
amorosos, bem humorados, inteligentes. Homens com H maiúsculo como diz
sua amiga Bruna. Sabe, Léo hoje me disse uma coisa que se encaixa muito
bem com um sentimento que está crescendo em mim, ele disse que eu não
estava perdendo uma filha e sim ganhando mais dois filhos. E quero isso,
estou aberto para isso. Minha pequena, eu te amo demais e você tá "linda" de
saber disso, posso estar metendo os pés pelas mãos, mas é tudo com boas
intenções. Quero que eles se sintam a vontade de vir aqui, quero que eles
gostem de mim... Tá bom, eu sei, sou um velho tolo, mas minha intenção era
te agradar e a eles, e, como disse, se você prefere deixar o quarto como estava
por mim tudo bem.
— Pai, pelo amor de Deus, quando o senhor vai entender que o fato
de eu me casar e morar em outra casa não significa que o senhor não fará
mais parte da minha vida. E me desculpa, eu realmente fiquei abalada por ver
minha caminha rosa ser desmontada, mas por outro lado, saber que o senhor
teve essa preocupação me deixou muito feliz. Ver o senhor interagindo tão
bem com os homens que escolhi para minha vida é fantástico. Eu não sei o
que fiz a Deus para merecer três homens maravilhosos assim, mas serei
eternamente grata.
Em um abraço ainda mais apertado do que o primeiro, o entendimento
entre pai e filha se fez mais uma vez. O amor os rodeava e selava a conversa
sem palavras.
Foram retirados desse clima pelo soar da campanhia. Nininha disse ao
pai para levar a garrafa d'água e ela iria atender a porta.
— Lary, Bruna??
— E você achava que nós não íamos passar aqui para ouvir da sua
boca o que nos falou por telefone, mensagem e áudios? — Dizia Lary
Rindo da bobeira de Lary, Nininha abriu a porta para elas passarem.
Notou que Bruna estava meio calada, até demais. Estava até meio triste,
pensou Nininha. Entraram e se sentaram na sala, eufórica Lary fazia milhares
de perguntas dos tipos, como foi o pedido, e o anel, o que seu pai disse...
Queria saber tudo palavra por palavra, mesmo ela já tendo falado por
telefone. Bruna continuava quieta, comentava coisa ou outra, mas nada que
fosse como ela geralmente fazia. Isto já estava incomodando Nininha. Até
que ela não aguentou mais e questionou.
— O que foi Bruna, está acontecendo alguma coisa com você que eu
não sei, por que está com cara de quem comeu e não gostou?
— Ah, Nininha deixa ela pra lá... — Quem respondeu foi Lary.
— Nada disso. Ela é minha amiga e se algo esta a incomodando eu
quero saber.
Levantando do sofá e colocando as mãos na cintura, Bruna disse
exasperada:
— Tá bom Nininha quer saber, eu estou meio triste mesmo. Achei
que a única de nós a casar seria Lary, e você acabaria se rendendo a vida de
solteira e juntas íamos ganhar o mundo. Quando você se envolveu com esses
dois, achei "pronto, já está se entregando a luxúria, falta pouco", mas agora
você vem com essa coisa de poliamor, casamento e felizes para sempre.
Daqui a pouco é Lary e eu vou perder minhas duas chaveirinhas.
Lary e Nininha olhavam Bruna atônitas com suas palavras. Mas ao
invés de se compadecerem de sua amiga, riram alto da cara dela. Elas se
levantaram para agarra-lá e trazê-la de volta para o sofá, coisa que foi difícil
porque ela se defendeu por estar chateada de ter suas amigas rindo dela. Duas
contra uma, foi fácil caírem no sofá juntas.
— Bruna sua vaca, nós nunca deixaremos você, mesmo que você
fique para titia. — Disse Nininha.
— E quem disse a vocês que eu vou ficar para a titia? Meus amores,
eu vou ficar é para os titios, só não quero me amarrar como vocês.
Como sempre Bruna não perdia a oportunidade de levantar a bandeira
dos solteiros. Suas amigas entendiam esse jeito dela de ser, afinal cada um
tinha o direito de ser como quisesse.
Mas o fato dela achar que Nininha seria uma possível seguidora de seus
passos, às fizeram rir. Entre risadas e cutucadas passou algum tempo. Dentro
do que conversaram entraram num acordo, poderia acontecer o que fosse nas
suas vidas que haveria sempre uma noite das meninas. Contudo Bruna voltou
a ser novamente quem era, e continuou a alfinetar a vida de suas amigas.
Ao lembrar que os homens estavam no quarto desmontando as coisas,
Nininha disse que iria lá. Bruna e Lary foram também. Não queriam perder a
interação entre sogro e genros. No fim o colchão chegou e elas acabaram
ajudando a amiga na arrumação.
Já era noite quando Lary disse que iria embora, mas seu Silva pediu
que ficassem para o jantar. Durante o tempo em que jantavam as meninas
falavam sobre os preparativos do casamento. Nininha dizia que não queria
nada pomposo, mas suas amigas enchiam sua cabeça com um monte de
ideias que não condiziam com seus desejos. Os seus, agora noivos,
perceberam e logo mudaram o assunto. Assunto que seu Silva desviou para o
churrasco de noivado. As meninas resolveram que teriam bolo e docinho,
além das batidas que Bruna fazia. Às horas foram passando e as amigas
foram embora.
Na sala Nininha e seus noivos assistiam jornal com seu pai.
O cansaço foi batendo e com a desculpa de que teriam que ir ao apartamento
no outro dia de manhã, pediram licença ao seu Silva e foram para o quarto.
Agora o quarto estava bem mais aconchegante, aquela cama box fez uma
diferença.
— Me lembre de agradacer ao meu sogro a grande ideia de comprar
esta cama. — Disse Léo todo espaçoso na cama.
— Vai pro seu lugar, seu puxa saco. — Falou Dane.
— Eu?? Puxa saco?? E você: "pode deixar que eu e Léo ajudamos o
senhor" — Retrucou Léo, zombando de Dane.
— Léo vai a merda, aliás, você pôs comida para o Brutus?
— Não, seu Silva já tinha cuidado dele.
— Ah, tá... Ele gostou mesmo dele né?
— E Brutus dele.
— E... Ele gostou da gente também não é? — Perguntou Dane meio
sem jeito, aproveitando que Nininha ainda estava no banheiro.
Léo sentou na cama e encarou o amigo de pé encostado no guarda
roupa, ele esperava Nininha voltar para deitar depois dela.
Viu em seu rosto que sua pergunta era séria e então respondeu:
— Dane, não podemos ter certeza de nada, só do que sentimos. E o
que eu sinto é que fomos aceitos por ele, e não só por conta de Nininha, sim
por nós mesmos. Nosso sogro é um grande homem e muito sábio. O pouco
que vi dele sinto que não sabe fingir, assim como nós. E senti também que ele
viu em nós, um pouco dele. Temos muito em comum, e acredito que nossas
afinidades só tendem a crescer. E o que nos une nisso tudo é o amor que
temos por nossa Nininha. Irmão, não entendo o por quê, mas os astros
conspiram ao nosso favor, temos é que fazer valer a pena. E sabe como
vamos retribuir todo esse afeto gratuito que seu Silva nos dá?
— Netos?
— Sim, netos. — Respondeu Léo, caindo de novo na cama com um
braço sobre os olhos, já imaginando seus pimpolhos. — Ah Dane, a cada dia
que passa cresce mais essa vontade de povoar essa terra com vários
Leozinhos e Danezinhos...
Sentando na beira da cama, Dane avaliava às palavras de seu amigo e
sorria com o pensamento de se sentir exatamente do mesmo jeito em relação
ao sogro no que Léo dizia. Mas ao falar em filhos e netos, seus pensamentos
destoavam com os de Léo, pois ele também imaginavam pequenas princesas
com os olhos brilhantes da mãe. Então disse:
— Sério Léo, que você só se imagina pai de meninos? Não passa pela
sua cabeça uma pequena princesinha com os olhos cor de mel, cabelos
acobreados e sorriso cativante, correndo para seu colo dizendo "você é meu
herói"?
Enquanto ouvia às palavras de Dane, Léo visualizou a cena em sua
cabeça, ao quase sentir aquela pequena princesinha no colo seu coração se
derreteu, mas rapidamente levantou e disse:
— Prefiro não pensar brother, não tem como ser pai de menina.
— Como assim? Você acha que decide esse tipo de coisa? — Disse
Dane rindo.
— Vamos parar de falar disso. E Deus tem sido tão benevolente com
a gente, ele não iria falhar nisso.
Caindo para traz na cama com a mão na barriga e gargalhando, Dane
falou:
— Você está se ouvindo seu idiota... Cuidado, talvez Deus esteja
sendo tão benevolente para justamente nos encher de filhas...
Léo tacou o travesseiro em Dane e vociferou:
— Cala a maldita dessa boca, porra e me deixe em paz. Pense bem, se
eu for pai de meninas você também será... Está mesmo preparado?
Colocando o travesseiro que Léo lhe tacou de baixo da cabeça, Dane
disse pensativo:
— Veja nosso sogro, mesmo sozinho criou muito bem sua filha. É
um exemplo para ela. Ela pode ser nossa mulher e saber que fazemos tudo
por ela, mas o seu pai é o herói dela e isso nunca vai mudar. Quando vejo o
amor incondicional nos olhos deles me sinto tão pequenininho. Não de uma
maneira ruim. Imagino ser esse pai também para uma filha minha, quero ser
olhado assim também, com essa intimidade e orgulho, é claro que quero criar
um menino e ser também seu exemplo e tudo mais. Mas ao pensar em uma
filha mulher, vejo agora através dos olhos do nosso sogro o quão grandioso é
também.
— Puta que pariu Daniel, está passando dos limites seu viadinho. Tá
bom, muito bem, quero ver se vai encarar os namorados dela também do
mesmo jeito.
Levantando da cama e tirando a blusa, Dane balançava a cabeça de
forma negativa para o amigo e dizia:
— Valeu gazela saltitante, você tinha que estragar tudo.
Agora quem gargalhava era Léo.
— Eiii, do que tanto vocês riem, ouvi vocês do corredor? — Disse
Nininha entrando no quarto e fechando a porta.
— Nada amor, é só Léo sendo o palhaço de sempre. — Disse Dane a
abraçando por trás.
— Ah tá, eu ???? — Léo falou levantando o lençol e chamando ela
para cama.
Nininha olhou de um para o outro e se perdeu no que falavam.
— Sabe, eu amo tanto vocês e adoraria dar um banho nos dois de
língua, dos pés a cabeça para inaugurar nosso colchão novo. Mas acho difícil,
pois pelo que vi papai não sai da sala tão cedo. Está vendo filme.
— E você diz isso assim, só para nos deixar com água na boca?
Safada. — Falou Dane no ouvido dela, e dando um tapa na sua bunda antes
de a deitar no colchão.
— Aí Dane, doeu.
Léo a abraçou e acariciou a banda da bunda castigada com carinho
dizendo baixinho enquanto Dane ia apagar a luz:
— Viu, bem feito, quem mandou mexer com quem tá quieto. Já
estávamos preparados só para dormir. Agora você vai ter que lidar com essas
ereções amanhã.
Deitando e se ajeitando do seu outro lado, Dane concluiu a fala de
Léo:
— E ainda dar seu jeito, você vai falar com seu pai que precisa ir
conosco no apartamento. E lá resolvemos esse pequeno probleminha.
Dane terminou sua fala roçando na coxa dela. O que fez ela dizer:
— Você chama isso de "pequeno" probleminha? Está sem noção de
tamanho. Mas tudo bem, falarei com meu pai e vou com vocês. Agora vamos
dormir.
— Diga isso você, que não tem que lidar com um membro duro
dolorido. — Brincou Léo.
— Desculpa amores, juro que amanhã eu recompenso esse pequeno
deslize.
— Ah vai, se vai. — Sussurrou Dane.
Capítulo 48: Surpresas.
quanto de seu pai. Havia até três amigos de Dane e Léo, que moravam no
Rio. Um estava com sua esposa e dois filhos pequenos, o outro com sua
noiva, e um sozinho.
Estavam presentes dois casais amigos de seu Silva desde a época em que era
muito queridas por eles. E apesar de não entenderem muito bem a relação de
Nininha optaram apenas por respeitar algo que no caso, não lhes dizia
respeito, e festejar a alegria de seu amigo que estava prestes a casar a filha. A
Gracinha. Agora a maior surpresa para todos, foi quando chegaram os pais de
Na verdade surpresa para quase todos, pois Dane sabia que eles poderiam
vir, só não tinha certeza. Por isso não falou com ninguém. Preferiu não criar
expectativa.
Em uma conversa que teve com Léo, soube que ele já havia contado
do noivado dos três e apesar de pais amorosos, eram de uma cidade pequena
e eram muito conservadores não entenderam muito bem toda essa história
deles dois com uma mulher. Lhes desejaram sorte, mas sem muito acreditar
que fossem ir em frente. Dane percebeu que Léo ficou meio triste, no fundo
ele achava que seus pais iriam encarar tudo como seu Silva, mas não foi.
Dane então, entrou em contato com a mãe de Léo, conversou com ela e disse
que apesar de qualquer coisa que ela pensasse a respeito da escolha do seu
filho, e que com isso, ela lembra-se do amor incondicional que tinha a ele.
Disse também que a amava como uma mãe e sabia do amor deles por ele
também, desde que perdeu sua família. Disse ainda, que tanto Léo quanto ele,
precisavam deles em suas vidas e principalmente, que quando conhecessem a
escolhida por eles entenderiam a loucura. Ainda tentou fazê-la entender que a
ideia não era que mudassem seus conceitos, apenas respeitassem as escolhas
deles. Antes de desligar complementou que ela e seu esposo sempre foram a
favor da felicidade dos filhos, esse era o melhor momento para provar e ainda
fazer parte da felicidade de mais um deles. Dane não podia ter certeza que
viriam, mas deixou com eles os endereços do apartamento e da casa de seu
sogro.
Recebeu em resposta um "prometo que vamos pensar" choroso e preferiu não
insistir mais, deixando nas mãos de Deus.
Quando Léo viu sua família ali, no quintal do seu sogro ele ficou tão
feliz. Largou a bandeja que estava segurando e foi recebê-los, não antes de
receber abraços de ursos de seus sobrinhos.
— Tio Léoooo... Que saudade... — Disse um rapazinho de uns 10
anos.
— Quando vamos à praia... Você disse que um dia ia me levar, pronto
tô aqui... Vamos... — Falou o mais novo.
Interrompendo a eufórica saudação de seus irmãos menores, veio uma
mocinha linda de uns 14 anos, deu um tapinha na cabeça do irmãozinho
dizendo:
— Calma seu chato, acabamos de chegar e vocês já estão enchendo o
saco do tio!! Por isso que ele demora a ir nos ver. Oi, tio!
Léo tentando promover a paz entre irmãos, puxou a mais velha num
abraço também e falou:
— Minha princesinha, como você cresceu... Está linda!! E não diga
isso, vocês não me enchem o saco nunca, não tive tempo mesmo de ir.
Bem… Depois falamos sobre a praia, deixem-me falar com os seus pais e
avós, tá bom?
Se esquivando de seus sobrinhos, Léo seguiu para seus pais que o
olhavam de longe. Sentia que outros olhares também o fitavam naquele
momento, e sem ver sabia que eram de sua Nininha e parceiro de vida.
Munido da energia que só eles podiam lhe dar, foi em frente para
cumprimentar os pais.
— Mãe, pai... Que bom que vieram! Por que não me avisaram, eu
pegaria vocês no aeroporto... E ajudaria a se acomodarem... E...
— Vai ficar aí tagarelando ou vai vir aqui dar um beijo em tua mãe?
— Cortou a mãe de Léo, lhe abrindo os braços para recebê-lo.
Sem demora ele correu para os braços de sua mãe, uma senhora
rechonchuda que cheirava a horta que mantinha nos fundos de casa. Rara
eram às vezes que Léo ia na casa dos pais. Léo sempre foi bicho solto, como
dizia seu pai. Sua família por sua vez era muito preza às raízes, a casa, ao
campo. Ele sempre manteve esses laços vivos, mas somente com a ajuda das
redes sociais. Viajava para lá em tempos de festas, nas quais Dane estava
sempre junto. Quando conversou com sua mãe sobre Nininha, o casamento e
a vida a três que estava vivendo, foi um baque para aquela senhora muito
religiosa, presa às doutrinas de sua religião.
Já seu pai, não tinha muito o que dizer ele era o tipo de homem durão
que fazia tudo o que a mulher dizia e queria. No fundo, Léo sabia que seria
difícil, mas ao ver a relação de seu sogro e sua noiva achou realmente que
talvez o amor de sua família por ele, fosse maior que qualquer coisa.
Infelizmente descobriu que estava errado. Decidiu deixar para lá, afinal eles
já não fazem parte de seu dia a dia mesmo, só seria mais difícil a
convivência. Ele estava convicto de sua decisão, se seus pais também
estavam com as deles, que cada um lida-se com às consequências da melhor
maneira possível.
Contanto, ao ver seus velhos pais ali, muita coisa mudou em seu
pensamento. Um fio de esperança se ascendeu, e a promessa de uma possível
aceitação se fez mais presente.
— Mãe, eu te amo! — Falou Léo ainda abraçado a sua mãe.
— Eu sei filho, eu também te amo, muito... — Ela respirou e inspirou
ainda dizendo — ...Muito mais do que possa imaginar. Mas não quero que
ache que estou aqui porque aceitei essa coisa toda, não, não. Ainda acho isso
tudo errado e fora dos mandamentos. Vim porque você não é filho de
qualquer uma, tem família, apesar das suas decisões irem contra às minhas, o
que foi por toda a vida, não significa que larguei você de mão.
E se isso é a festa de noivado dos meus filhos é aqui onde devemos estar.
Como disse Dane: "Meu amor, nosso amor por você é incondicional". E isso
se estende ao Dane também.
— Dane disse? Quando ele disse isso?
— Ele não te contou que me ligou? Bom, tivemos uma longa
conversa e pela primeira vez ouvi mais do que falei.
— Aquele filho da....
— Meça às palavras rapaz, está nos braços de sua mãe! —
Repreendeu o pai de Léo.
— Desculpa mãe. — Após se desculpar a sua mãe, Léo se direcionou
ao pai e lhe estendeu a mão. — Oi pai. Vejo que o senhor continua o homem
forte de sempre, um pouco mais calvo, eu acho.
— Ora rapaz, deixe de graça e venha me dar um abraço. — Disse seu
pai ao transformar o aperto de mão em um abraço saudoso e bem baixinho na
orelha do filho ele pediu. — ... Ache uma caneca bem grande de algum
líquido contendo álcool e me traga, imagina o que eu já não ouvi sobre esse
casamento e tudo o mais.
— Eu ouviii... — Cantarolou a mãe dele, tirando um resmungo da
boca de seu marido.
— Eita mulher, não me dá um sossego.
— Não vim ao mundo para te dar sossego, vim para agitar esse seu
coraçãozinho, meu bem. — Disse ela dando um beijinho no rosto de seu
marido deixando-o todo mole.
— Papai, mamãe estamos em público, contenham-se. — Falou uma
loira, com os olhos idênticos ao de Léo e mais velha que ele. — Oi Leozinho,
"daca" um abraço em tua irmã, só você pra me fazer sair daquele fim de
mundo com essas onças.
— Oi Léia, também senti sua falta que bom que você saiu, esse seu
marido é um zero à esquerda mesmo, deveria te levar para viajar mais vezes.
— Também acho irmãozinho, às vezes acho que sou boa demais pra
ele.
— Isso com certeza, hahaha.
Seu cunhado que estava logo atrás de sua irmã e ouvia toda a
conversa, ria junto da brincadeira e logo trouxe sua esposa para seus braços
dizendo:
— Por isso não viajo contigo, tenho medo de alguém me tomar você.
— Me tomar de você Virgílio? Com três crianças à tira colo, duvido.
Hahaha
— E aí cunhado, sempre achei que você e Dane eram um casal e iam
se casar. Veja só, aconteceu, com certeza essa noiva é uma historinha para
seus pais, né? — Falou seu cunhado gozador.
— Virgílio, Virgílio, como sempre um idiota. — Disse Léo apertando
a mão do cunhado.
— Cunhado serve pra isso mesmo.
— É eu sei, vai viajar mais com minha irmã e para de ficar pensando
em mim e Dane.
— Chega vocês dois, heim! — Disse Léia.
De longe, Nininha estava colocando as guarnições na mesa quando
viu a chegada da família de Léo. Sabia quem eram pelas fotos que já tinha
visto. Sentiu um frio na barriga. Lembrou da conversa que Léo teve com a
mãe e não foi nada boa.
Não sabia como reagir, os convidados da festa não notaram o clima que ficou
diferente. Ao mesmo tempo que via Léo indo na direção de seus pais,
procurou por Dane que respondeu com o olhar que estava tudo bem. Deixou
a mesa e devagar, assistindo a interação de Léo com sua família, se
aproximou de Dane, que a recebeu com um braço em sua cintura e um beijo
na bochecha.
Pronto, já se sentia bem melhor e mais segura. Permaneceu ali ao seu lado até
que Léo se virou e olhou para eles. Estendeu a mão para ela e a chamou.
Dane levemente a empurrou com a mão em suas costas dizendo:
— Vai amor, está tudo bem.
Acatando a ordem de Dane, Nininha pôs sua mão na mão estendida de
Léo e aos olhos atentos de seus parentes foi andando, o que parecia
quilômetros, até estar ao lado de Léo.
Dane foi logo atrás e se manteve do outro lado dela. Cumprimentando rápido
a todos. Diante dos pais de Léo, Nininha parecia tão pequena. Notou que Léo
havia puxado a pele bronzeada e ombros largos de seu pai, que apesar das
linhas fundas em seu rosto deveria ter sido um belo homem nos seus dias de
juventude. Sua mãe, uma mulher que parecia ser imigrante ou descendente
alemã, tinha cabelos grisalhos e olhos iguais ao de Léo esverdeados, o que
também se fazia presente em sua irmã. Porém, o que mais intrigava Nininha
era a postura dura que ela tentava manter em sua frente, mas que seus olhos
mostravam outra coisa. Calmaria.
— Mãe, pai... Esta é minha noiva, nossa noiva, Paulina. Princesa
esses são meus pais, Norma e Otávio... E aqueles são minha irmã Léia, meu
cunhado por acidente, Virgílio e estes meus sobrinhos. Estella, Fellipe e
Gustavinho.
Dada as apresentações, Nininha se moveu para cumprimenta-los.
Primeiro se dirigiu a matriarca, que não tirava seu olhar dela.
— Prazer dona Norma, é uma grande alegria recebê-los em minha
casa. Se eu soubesse que viriam teria feito algo mais especial. — Disse
Nininha levando a mão para cumprimenta-la.
— Mais olha, como se uma festa de noivado não é algo especial o
suficiente. — Respondeu Dona Norma com um sorriso cativante.
— Ainda mais uma tão diferente como esta, com dois noivos para
apenas uma noiva. — Soltou Virgílio com certa malícia.
— Meu genro, você às vezes perde a oportunidade de ficar calado.
— Desculpe meu sogro, saiu sem querer…
— Não é a mim que deves desculpa e sim ao seu cunhado, sua futura
concunhada e a Dane.
— Ah! Sim é claro, desculpe-me Nininha, foi mau caras, eu tenho a
boca grande, vocês sabem. — Virgílio disse se dirigindo primeiro a Nininha e
depois a Dane e Léo.
Mas Dane se armou para respondê-lo, quando sentiu a mão de sua
menina tocando seu braço acalmou-se. Léo também estava irritado com a
maneira que o cunhado falou aquela frase, mas também sentiu sua princesa
tocar nele e se conteve.
Foi Nininha quem deu a resposta para seu futuro concunhado, como disse seu
sogro.
— Virgílio, né? Aceito suas desculpas, não porque tenha dito algo que
tenha me incomodado, apenas em consideração aos nossos sogros. E até
concordo com o que disse, acrescentando que, realmente esta festa é
diferente, transborda amor. E para que continue assim, só preciso lhe dar um
aviso, ou você participa dela com amor ou pode aproveitar sua estadia na
cidade maravilhosa fazendo turismo. É um prazer tê-lo em minha casa, mas
esteja a vontade para fazer sua escolha.
— Opa, opa cunhadinha, já gostei de você. Agora sim acho que esse
casamento vai dar certo. Pelo visto um homem só não lhe colocaria cabresto.
— Falou Léia, e empolgada puxou Nininha para um abraço e dois beijos
deixando-a sem graça.
Virgílio sem jeito, permaneceu agora calado antes de soltar algo que o
fizesse ser expulso do local. Chamou as crianças e se entreteu com elas.
Enquanto Nininha conversava com seus sogros e cunhada, olhou em volta em
busca de seu pai.
Ele estava ocupado na churrasqueira e ainda não havia percebido os novos
convidados, e ela poderia jurar que a presença da irmã da esposa do amigo
dele também tomava sua atenção.
De repente se deparou apenas em uma conversa com a mãe de Léo. Dane e
Léo conversavam com seu Otávio e sua cunhada estava tomando espaço na
festa, ela era bem doidinha, poderia dizer que uma Bruna na versão dona de
casa. Logo foi se apresentando e fazendo pratos para seu esposo e filhos. Era
uma graça, poderia ser sua amiga fácil, fácil. Seus pensamentos foram
cortados com a voz cadênciada de sua sogra.
— Como dizia Paulina...
— Pode me chamar de Nininha dona Norma, eu prefiro, rs.
— Oh, sim, sim, então Nininha como dizia, meu genro não é ruim,
apenas tolo. Não o leve a sério.
— Tudo bem dona Norma, me desculpa se fui ríspida com ele, mas é
que...
— Já sei, é que você já está se armando para se defender de qualquer
ofensa que possam fazer a você e aos seus "noivos". Eu entendo. Previa isso.
— Sim, talvez seja isso mesmo.
— Sou uma ótima observadora, e você me parece uma fortaleza,
menina. Mas já se perguntou até quando? Eu decidi não me meter nas
escolhas de meu filho e Dane, mas não consigo me fazer passiva totalmente.
Este relacionamento é estranho e vai contra tudo o que Deus quer. Vocês vão
passar por muitas angústias por essa escolha. É errado. Eu sabia que esses
dois faziam suas bizarrices, sou velha mais não sou moca, afinal são homens,
mas você me parece uma moça direita, novinha demais, não deveria ir por
esse caminho. É pecado! Sua mãe, seu pai eles concordam com tudo isso,
eles não temem o que pode acontecer a você, com o que vão falar de você?
Um pouco assustada com o que acabava de escutar, Nininha não teve
uma resposta rápida. Olhou pensativa para aquela mulher que carregava no
rosto olhos que a lembrava de um dos seus amores e tentou compreender tudo
o que ela falava. Não com raiva, porque as palavras que ela disse apesar de
sinuosas e até preconceituosas, não foram ditas como uma forma de agressão.
Também percebeu que ela não estava defendendo o filho contra ela. Estava
apenas falando algo em que ela acreditava, eram as opiniões dela, que na
concepção de Nininha eram antiquadas, de cunho religioso e um tanto
machistas. Mas ainda assim, opinião dela. E se Nininha buscava respeito
deveria respeitar também, e não impor suas verdades. Analisando aquela
senhora, podia perceber a educação simples que deve ter tido junto a uma
vida pacata, não haveria dúvidas em saber no que acreditava.
Mas via amor em seu olhar e uma certa mansidão em suas palavras.
Resolveu mostrar sua posição com amor, sem atacar ou contra atacar.
— Dona Norma, esta fortaleza que a senhora vê nem sempre existiu.
Foi construída em pouco tempo, desde que encontrei Dane e Léo há alguns
meses atrás. Foi se erguendo junto com esse amor fora do comum que
sentimos um pelo outro. É tão inexplicável que nós três decidimos não ter
que achar explicação para isso, apenas viver, se entregar a algo tão sublime e
único. Quanto ao que Deus quer, não quero me referir a nenhuma religião e
nem a sua religiosidade, vou apenas dizer que o Deus que eu acredito é um
Deus de amor, puro, bondoso e justo. Acredito que ele não nos daria um amor
tão mágico para não nos permitir vive-lo. Acreditamos que nosso amor é
presente de Deus. E apesar de nova, sei exatamente o que quero da minha
vida, na verdade agora sei ainda mais. E tudo o que quero para meu futuro
inclui esses dois homens maravilhosos. Não vejo outro destino. Então estou
armada sim, para combater qualquer ofensa que vier em nossa direção até o
meu último suspiro. Não estamos querendo atacar ninguém com nosso amor
e muito menos mudar a opinião das pessoas sobre algo que só nos diz
respeito. O respeito é a única coisa que nós iremos querer e esperar das
pessoas. Porém, sabemos que existem pessoas mal educadas que se acharão
no direito de nos julgar e insultar. Juntos nós nos defenderemos, e quanto
mais pessoas que nos amam ao nosso lado, mais fortes seremos. Falando por
mim, tenho um pai espetacular que espero que a senhora tenha a honra de
conhecer, não foi fácil para ele essa novidade de dois namorados e agora dois
noivos, me criou sozinho desde que minha mãe morreu quando eu ainda era
um bebê. Homem forte, sábio, íntegro e generoso. Passa como um trator por
cima de tudo e todos quando o assunto é minha felicidade, e agora está
disposto a fazer o mesmo pelos meus noivos, seu filho Léo e filho do coração
Dane. Não preciso da opinião de ninguém, somente do respeito, porque amor
eu tenho de sobra. E se me sobra, é o que eu tenho de melhor para oferecer.
— Sinto muito querida, por sua mãe. Não sabia, não mencionaria se
soubesse.
— Tudo bem dona Norma, já não me dói falar dela. O que me dói é
ver meu Léo triste por achar que seus amados pais lhe deram às costas. O que
me dói é ver meu Dane triste, por ver seu irmão que a vida lhe deu, triste e
não poder fazer nada. Ouça dona Norma, não posso lhe pedir que mude tudo
o que aprendeu e acredita em sua vida, só para aceitar nosso relacionamento.
Peço apenas que reveja o que é mais importante para a senhora como mãe.
Não precisamos de seu julgamento ou aceitação, apenas de seu acolhimento.
Léo precisa.
Dona Norma olhava para aquela menina de cabelos acobreados, olhos
cor de mel e sorriso sincero. Via verdade em suas palavras apesar de não
concordar com o tema principal. Nunca esteve nos seus planos virar às costas
para seu filho, para nenhum de seus filhos. Lembrou de quando sua Léia
chegou em casa aos 15 anos dizendo que estava grávida. Foi um susto, uma
dor profunda, nunca esperou por isso. Pensava na vergonha que seria na
cidade, nas pessoas falando. E foi Léo, ainda um pré adolescente quem a
consolou. Dizia que a notícia de uma nova vida não poderia causar tristeza
nunca e sim alegria. Uma vida não vinha ao mundo sem a permissão de Deus.
E foi pensando nas palavras de seu pequeno que ela se acalmou e viu com
novos olhos a situação de sua filha. Foi duro, desafiador, mas vendo hoje sua
netinha linda, passaria por tudo de novo. Não podia se imaginar sem ela.
Deus escreve certo por linhas tortas, dizia seu marido. Pois então, ela estava a
pensar que novamente Deus estava escrevendo certo por linhas tortas? Ou
torto por linhas certas? Mesmo com algo assim tão incomum? Será possível
que Deus juntou esses três? Se era possível ela não tinha certeza, mas
aprendeu na igreja que os pais devem criar os filhos nos mandamentos de
Deus até que eles próprios possam caminhar sozinhos, pois a salvação é
individual. A sua parte como mãe e temente a Deus ela fez, iniciou seus
filhos no caminho da fé, mas o que eles fazem da vida deles já não era mais
responsabilidade dela. Bastava ser agora a mãe humana que ama apesar de
tudo e de todos e nunca quer ver um filho triste.
— Querida, não posso prometer a você nem aos meus meninos que
verei tudo isso com bons olhos, mas não negaria jamais meu filho por sua
escolha não ser de acordo com às minhas. A não ser que suas escolhas lhe
causassem dor e desespero. E nunca, nunca viraria às costas para ele. A vida
de vocês pertencem a vocês, prometo tentar fazer parte disso, mesmo não
entendendo. Pode contar comigo.
Com um abraço, Nininha falou para dona Norma:
— Obrigada dona Norma, isso é muito importante para nós,
principalmente para Léo. Agora venha, quero lhe apresentar meu pai e
amigos.
Dane viu o brilho nos olhos de seu amigo ao ver sua noiva de mãos
dadas com sua mãe na mesa das comidas. Elas riam e falavam. Por um
momento Dane lembrou de sua mãe, apesar da saudade sabia que esta cena
seria impossível. Sua mãe jamais aceitaria esse casamento. Muito menos seu
pai. Mas ficou feliz ao ver a mãe de Léo se esforçando para fazer Léo feliz.
— Dane, com essa mudança de estado como ficou o trabalho de
vocês? — Perguntou seu Otávio.
— Conseguimos nos encaixar onde queríamos, agora só nos falta
comprar a casa e casar.
— Muito bem, então vocês tem tudo organizado? E para quando
querem casar?
— Nós queremos assim que comprarmos a casa, o que deve acontecer
por esses dias. Já está quase fechado. — Quem respondeu foi Léo —
...Espera ai, vou buscar meu sogro para te conhecer pai, te disse que ele
também é policial, quer dizer, foi, está aposentado.
— Disse filho, onde ele está.
— Na churrasqueira, vamos lá.
Os homens seguiram até seu Silva, este vestia um avental com um
retrato de um corpo masculino sarado, presente de Bruna. Tinha que ser. Seu
Otávio sorriu ao ver.
— Sogrão??
— Fala Léo, e nem pense em me pedir para pilotar minha
churrasqueira.
— Não, não é isso, por enquanto... Seu Silva, queria lhe apresentar
meu pai Otávio, pai este é seu Silva, meu sogro. Pai da minha princesa.
Seu Silva atrapalhado e surpreso, deixou os utensílios que segurava
sobre a bancada e limpou as mãos no pano de prato. Com um sorriso genuíno
se dirigiu a apertar a mão do pai de Léo.
— Poxa Léo, por que não me avisou que seu pai viria?
— Porque nem eu sabia meu sogro.
— Seu Silva, me desculpe a forma repentina, mas é um prazer para
mim e minha família sermos recebidos em sua casa. Ainda mais em uma
comemoração tão importante como esta. Meu Léo e Dane são homens de
sorte por conquistar sua filha, já não posso dizer o mesmo para ela.
Os quatro riram da brincadeira do pai de Léo, que apesar de um cara
fechado era um fanfarrão como Léo. Entraram em vários assuntos, mas nada
que dissesse respeito ao tipo de relação que seus filhos tinham. Serviram-se
de bebidas e comidas, o churrasco seguiu seu curso com muita música. O
pequeno quintal estava cheio de vida, logo as crianças se juntaram para
brincar com Brutus. Léia se enturmou com Bruna, Lary, e as acompanhantes
dos amigos de Dane e Léo. Virgílio, seu marido, encheu a pança e pediu para
tirar uma soneca no sofá.
Dona Norma e Nininha conversavam com às esposas de amigos do seu Silva
enquanto o restante comiam, bebiam e jogavam conversa fora.
Ao final da tarde Bruna e Lary fizeram uma farra para cortarem o
bolo de noivado, e disseram que estavam planejando um chá de lingerie para
próxima semana. Nininha já estava cansada de revirar os olhos para elas. Sua
cunhada estava altinha com a cerveja que entornava e não parava de achar
graça de tudo, enquanto sua sogra repreendia a filha a todo momento.
Mais tarde encostada na mesa vendo Léo acompanhar os amigos até o
portão, Nininha se deliciava com um pedaço do bolo, era o primeiro
momento do dia em que estava sozinha. Olhava em volta e via suas amigas
rindo alto com sua cunhada.
Sua sogra e sogro comiam bolo sentados em uma mesa, juntos com os netos.
E na varanda viu seu pai falando ao pé do ouvido de Gracinha, a cunhada de
seu amigo. Nininha sorriu. Seu pai merecia uma namorada. Ela iria verificar
direitinho quem é essa mulher.
Seus pensamentos foram cortados quando sentiu uma mão pesada
apertar sua bunda que não estava visível para os que ainda estavam no
quintal.
— Como está minha menina? Vi que não bebeu quase nada, não está
se sentindo bem? — Dane a questionou beijando sua nuca.
— Já pensou, além de ficar noiva de seu filho e do amigo de seu
filho, minha sogra me ver bêbada no nosso primeiro encontro?
— Ah sim, é claro. E mudando de assunto, como está essa bundinha
gostosa?
Se remexendo esfregando às coxas, Nininha jogou a cabeça em seu
ombro e o respondeu:
— Minha bundinha está esfolada, vocês se fartaram nela ontem,
esqueceu? Nem me sentei hoje o dia inteiro.
— Oh! É mesmo. Nossa visita ao apartamento, foi sensacional. Você
mereceu cada centímetro usado, sua abusada. — Dane terminou sua fala
mordendo o lóbulo da orelha dela, suas mãos passavam pelas bandas de sua
bunda longe dos olhos dos convidados.
Após fechar o portão, Léo se virou para o quintal, viu seu amigo
dando um trato em sua princesa e logo ficou duro. O refrigerante e cerveja
tinha acabado, e pelo o andar da carroagem os que ficaram iriam varar a
noite. Então Léo teve uma ideia. Com cara de sacana foi em direção ao casal
em ebulição e parou de frente para Nininha. Ela levantou o olhar para ele, que
notou na hora que ela já estava cheia de tesão. Beijou seus lábios docemente
e disse:
— Dane, que tal sairmos para buscar mais cerveja e refri.
— Vamos, amor você vem com a gente.
— Simm...
A noite já caía. Dane, Léo e Nininha avisaram que iam na rua
reabastecer a geladeira. Todos ovacionaram eles.
Dane foi dirigindo com Nininha ao seu lado e Léo atrás. Num jogo de
olhares os dois se entenderam e logo Dane levou o carro para uma rua mais
vazia, estacionou o carro e olhou para sua mulher.
— O que foi Dane? — Se virou e viu que Léo a olhava com o mesmo
olhar, e ainda com a mão na altura da virilha.
— Vem pra cá para trás princesa, preciso de você, e aquela casa está
cheia demais.
— Vocês estão loucos, estamos na rua, isso aqui é Rio de janeiro...
Dane nem deixou ela terminar e já foi lhe tacando um beijaço,
passando suas mãos em todo seu corpo. Da onde estava Léo a tocava como
podia. Endoidando nas mãos de seus homens, parou o beijo e disse:
— Merda, vocês me tiram a razão... Vamos Dane, lá para o banco de
trás.
Dito isto ela abriu a porta, saiu e entrou atrás, o mesmo fez Dane do
outro lado. Léo a pegou pela cintura e arrastou sua bunda no seu pau duro
tirando um gemido seu e dela. Nininha rebolou sobre Léo enquanto ele
passava as mãos em seus seios e beijava cada pedacinho de sua pele exposta.
Dane passava a mão em suas coxas e levantava seu vestido, ao encontrar seu
monte de Vênus fez morada e esticou apenas um dedinho para lhe tocar o
clitóris. Ela rebolou, rebolou. Léo tirou ela do colo e a colocou no meio dos
dois sentada no banco. Pôs sua perna direita sobre a sua e Dane fez o mesmo
com sua esquerda, deixando-a arreganhada. Como estava de vestido eles
tinham fácil acesso ao seu centro de desejo. Era beijada por um e por outro,
sua boca nunca estava sem ser beijada, assim como sua buceta não deixava
de ser tocada. Seus dedos se misturavam em seu canal sumindo cada vez
mais até o fundo. As sensações eram muito intensas. Estar ali naquela rua
deserta, dentro de um carro com eles, sabendo que sua família e amigos ainda
os aguardavam voltar, só fazia as sensações aumentarem. Loucura.
Ela pegou seus membros doloridos em cada mão e enquanto eles a levavam
com seus dedos, marcando suas digitais nas paredes úmidas de sua vagina,
ela punhetava aqueles dois paus cheio de pré gozo até transbordarem seu
néctar saboroso. E enquanto eles arremetiam em suas mãos, ela se
arreganhava ainda mais para receber de seus dedos o toque derradeiro que a
levou ao ápice enlouquecedor.
Altamente saciados, foram se recuperando aos poucos. Dane voltou
ao volante e Nininha ficou com Léo atrás. Passaram no mercado compraram
as bebidas e voltaram para festa, bem mais leves, como três adolescentes.
Rindo à toa. Apenas Bruna percebeu que havia rolado algo.
Horas depois os pais de Léo se despediam de seu Silva, dona Norma e
seu Otávio fizeram questão de agradecer a hospitalidade dele e sua filha.
Agradeceram a tarde maravilhosa e parabenizaram pela filha especial que
tinha.
— Não vou dizer que vai ser fácil tudo isso, mas posso prometer ao
senhor que o que depender de mim e minha família, Nininha será recebida
como uma filha, não porque esta casando com meu filho, mas por ser uma
pessoa especial. Gostei muito dela, menina forte e decidida. E me mostrou o
contrário do que pensei que ela seria. Não olho com bons olhos esse
relacionamento que eles escolheram, mas posso ver que os três realmente se
amam de verdade e ficam muito bem juntos.
— Obrigada dona Norma, não esperaria menos do que isso da mãe e
da família de meu genro. Sei que se ele é esse homem feito com mais
qualidades do que defeito, é porque veio de uma família amorosa e dedicada.
Quanto ao relacionamento de nossos filhos faça como eu, apenas focalize em
seu sorriso, em quanto está feliz. Sei que como mãe, isso é o mais importante,
o resto é mera formalidade.
— É verdade seu Silva, concordo com suas palavras e acrescento, a
vida é deles e eles vivem ela como quiser e, se escolheram o caminho do
amor, quem somos nós para julgar. Só podemos estar ao lado deles sempre
que precisarem e esperar o melhor do futuro. Vamos meu bem, estou
cansado.
— Os táxis chegaram. — Disse Dane — Virgílio, aqui a chave do
apartamento ele está arrumado, se acomodem da melhor maneira possível.
Tem alguns mantimentos no armário e alguma coisa na geladeira. Amanhã de
manhã, sei que você e o tio acordam cedo, podem ir a padaria que fica na
esquina. É só pedir ao porteiro que ele ajuda. Vamos tentar ir lá amanhã, não
sabemos a hora, mas avisamos antes, ok. Cuida de todos.
— Tá certo Dane, mas não pense que eu sou um caipira que não vai
achar a padaria, heim! Obrigado.
Seguiram todos para os dois táxis que esperavam, Léo se desculpou
com a mãe por não levá-los, pois já havia passado do limite no álcool. Mas
ela entendia perfeitamente, só pediu para que fossem no outro dia ter com ela.
As crianças fizeram Dane e Léo prometerem de leva-los à praia antes de irem
embora. Nininha adorou os pequeninos, e a menina também, mas sentiu que
existia um certo ciúmes dela em relação a Léo e Dane. Adolescentes.
Após a saída da família de Léo, ainda sobraram Bruna que estava
numa conversa quente com um amigo dos meninos, um casal de amigos de
seu pai, Gracinha que estava com as buchecha vermelhas com algo que seu
pai dizia para ela e Lary que foi derrubada pela batida de Bruna dormindo no
sofá.
Rindo, Nininha caminhou até sua amiga na sala. Jogou por cima dela a manta
que estava no encosto do sofá. Pegou o telefone e ligou para sua mãe,
avisando que ela iria dormir ali, ela não gostou muito e Nininha também
sentiu uma certa indiferença em sua voz, a mãe de Lary sempre a tratava tão
bem. Na verdade ela agia muito assim com Bruna. Sem Nininha perceber,
Bruna entrou na sala trôpega:
— Vacaaa... Aí está você, achei que tinha ido buscar mais bebidas
com seus bofes... E aproveitado para dar mais alguns amassos.
— Muito engraçadinha Bruna, chega de bebidas por hoje. Lary já
morreu no sofá. Acabei de avisar a mãe dela que dormiria aqui. Sabe pela
primeira vez vi que ela me tratou diferente e até não gostou de Lary ficar.
Aconteceu algo, até perguntei a Lary se ela viria, mas ela desconversou e
acabei esquecendo.
— Nininha, você não sabe, agora você tomou minha posição de
pervertida na cabeça da mãe dela. Bem vinda ao meu mundo!
— Tá de sacanagem Bruna, sério!?!?
— Seríssimo gatinha... Mas falamos disso outra hora, tem um gato
super gostoso me esperando lá fora e vim aqui me despedir, noivinha safada.
— Respondeu Bruna beijando e abraçando sua amiga.
Nininha só podia rir e retribuir aquele abraço. Lhe restou apenas pedir
para que tomasse cuidado. Levantou e foi se despedir do gato gostoso, quer
dizer, do afair da vez de Bruna.
Léo a abraçou por trás, enquanto se despediam, Nininha aproveitou para
avisar que Lary iria dormir na sala.
Ela se virou nos braços de Léo e escondeu seu rosto no peito
musculoso dele. Na verdade não esqueceu o que Bruna disse a respeito da
mãe da Lary. Buscou conforto nos braços de Léo.
— Que foi amor, aconteceu alguma coisa?
— Nada não Léo, só estou cansada quero tomar um banho e dormir.
Os amigos de meu pai já foram embora?
— Sim foram, só ficou dona Gracinha que está numa conversa muito
agradável com seu pai. Ele não tira os olhos dela. Acho que meu sogro vai se
dar bem hoje.
Ao ouvir Léo, Nininha se virou rapidamente para procurar seu pai.
Achou ele sentado em uma das mesas que alugaram para a festa, todo
ouvidos para o que Gracinha dizia.
Ficou feliz com a possibilidade de seu pai conhecer alguém que o fizesse
flertar novamente. Mas será que essa gracinha está a altura de seu valoroso
pai? Ele merecia muito alguém em sua vida, ela sempre lhe dizia isso, mas
ele estava ocupado demais sendo esse pai fabuloso. Talvez agora que ela vai
sair de sua casa para viver sua vida com seus maridos, ele tenha tempo de
sobra para viver a vida dele também.
— Minha menina está tão pensativa, o que passa nessa cabecinha
linda? — Disse Dane se aproximando e a puxando levemente de Léo.
Toda dengosa, ela se encaixou no outro peitoral musculoso que amava
e se acomodou.
— Estava pensando no meu pai, em como ele esteve sozinho todo
esse tempo. Ele merece conhecer alguém.
— Essa dona Gracinha me parece bem legal, o que você achou? —
Questionou Dane.
— É, não sei ainda se ela está a altura do meu pai. Veremos.
— Isso soa como ciúme de filha possessiva. — Disse Léo debochado,
puxando uma cadeira e sentando.
Se virando de costas para Dane e mandando língua para Léo retrucou:
— Não é isso Léo, eu só estou sendo cuidadosa. Não vou deixar
qualquer uma entrar na vida dele.
— Amor, olha como está falando!? Não é você quem decide quem
entra na vida de seu pai, e sim ele. Dê a ele a confiança na sua escolha, da
mesma maneira que fez com você. — Pontuou Dane.
Bicuda, mas de acordo com as palavras de Dane, Nininha buscou o
copo de Léo e bebericou o restinho de cerveja que tinha. Preferiu não insistir
nesse assunto, em vez disso mudou o foco.
— E aí Léo, qual a imprenssão que sua família teve de nós, de mim?
— Indagou Nininha puxando outra cadeira para se sentar, Dane fez o mesmo.
Abrindo outra latinha, Léo respondeu enquanto enchia os copos deles:
— Acho que as mulheres de minha família te adoraram...
— Nem todas né, sua sobrinha tem ciúme de você, aliás pelo que
percebi de vocês. Acho até que existe uma paixonite dela em relação ao
Dane.
— Que isso Paulina, ela é uma criança! — Cuspiu Dane literalmente
junto com o gole da cerveja que estava na boca.
Léo riu.
— Princesa, ela é só uma adolescente e, como uma, quer a atenção
total de todos. E no momento, a atenção foi toda direcionada a você. Logo ela
vai baixar a guarda e ver a tia maravilhosa que você será.
— Tiaa?!
— Sim, claro. Mas voltando à sua pergunta, quanto a nós três, é
complicado, senti que minha mãe e pai não irão incentivar o nosso
relacionamento, mas não farão nada contra também. Quer saber, por mim
tudo bem, eles já caíram na sua rede, gostaram de você e quando nascerem os
netos vão se derreter.
— Lá vem você com essa história de crianças de novo. — Disse
Nininha revirando os olhos.
— Lá vão vocês dois discutirem sobre nossos filhos antes deles se
quer virem ao mundo. — Se intrometeu Dane na conversa.
Acabaram os três rindo.
Léo olhou para onde seu sogro estava e logo fez um sinal com a
cabeça para que Nininha e Dane olhassem também.
Tocava uma música romântica no rádio e seu Silva havia tirado Gracinha
para dançar. Estava ela com a cabeça deitada em seu ombro com o corpo
ajustado ao seu. Suas mãos estavam as duas atrás do pescoço dele enquanto
as dele pousava em sua cintura.
Os dois languidamente se moviam ao som doce que soava do rádio.
Nininha sentiu como se estive-se invadindo a privacidade de seu pai.
Levantou e fez um movimento para seus noivos a seguirem, foram os três
para o quarto. Deixaram os mais novos "amigos" com o quintal todinho para
eles ao som da música.
Já no quarto, após tomarem banho, não antes de Nininha lutar com
Léo para que ele não entrasse no banheiro junto com ela, os três estavam
papeando. Falavam sobre a casa que visitariam para aprovar a compra,
possíveis datas para o casamento e como seria a cerimônia. Na ideia de Dane,
apoiada por Nininha, fariam um outro encontro como este do noivado, um
pouco mais social e com às mesmas pessoas, talvez algumas outras. E só.
Mas Léo, parecia a noiva. Queria toda a pompa de um casamento. Não era
tão bicho solto assim, no fundo tinha uma parte antiquada. Dane era prático e
Nininha apesar de romântica não queria chamar muita atenção. Então a
conversa sobre a cerimônia do casamento rendia. Até que, já irritada tomou a
palavra.
— Olha só, nós não precisamos de cerimônia, festa e essas coisas.
Vamos encarar a verdade, nossa situação é inusitada, seria bem complicado
pensar em arrumar alguém para nos casar. Seria quem? Um padre, um pastor,
um... Sei lá...
Não tenho em mente alguém que casaria pessoas poligâmicas no nosso país.
E vocês já viram alguma coisa do tipo, uma noiva entrando e no altar dois
noivos esperando? Eu acho que não. Então, não vamos perder tempo com
algo que sabemos que vai ser complicado. Vamos apenas marcar uma data, ir
ao cartório se vocês fazem tanta questão, e fazer um documento de união
estável. Garantimos aí alguns direitos e almoçamos juntos depois. Mas por
mim, nem isso precisaríamos, não quero pensar que preciso de um
documento e muito menos de um representante de uma igreja para fazer valer
nossa união. Eu só quero dividir minha vida com vocês e mais nada. E já
chega desse assunto, quero dormir. Cheguem pra lá. — Disse Nininha
mostrando sua posição, deixando os dois sem fala.
Léo se levantou da cama e irritado saiu do quarto sem dizer nada.
Nininha fez que não viu e se acomodou nos lençóis e travesseiro fechando os
olhos para dormir. Dane que estava encostado na janela não tirava os olhos
dela, antes de desligar a luz olhou para os quadros que ela pintou. A
delicadeza das pinceladas era visível. Só um artista romântico de alma pura e
totalmente entregue aos sentimentos e sentidos pintaria com tanta entrega.
Imaginou que ele querer ser prático diante de tudo era bem normal, era sua
essência. Mas vendo a reação um tanto dramática de sua menina percebeu o
óbvio, ela na verdade não era tão prática assim. Era uma romântica, uma
artista, portanto sentimental. Poderia não querer um casamento de novela,
mas com certeza no fundo desejaria algo que a fizesse arrepiar.
O que ele entendeu com tudo o que ela dizia é que, por sua relação ser
inusitada, diferente e fora dos parâmetros sociais não deveria ser especial.
Talvez achasse até que eles não mereciam uma festa de casamento tradicional
como em todo final feliz.
Dane beijou a bochecha dela dizendo:
— Eu te amo!
Desligou a luz e saiu do quarto.
Dane era o prático, mas as ideias românticas saiam sempre de sua
cabeça. Pensava ele. Talvez fosse porque Léo e Nininha estavam sempre
demasiadamente passionais e não se concentravam em resolver as questões.
Com as ideias pulando em sua cabeça, Dane foi atrás de seu amigo. Passou
pela sala e viu Lary dormindo profundamente. A porta da sala estava aberta,
saiu na varanda e encontrou Léo sentado na mureta bebendo uma cerveja.
— Brother, não tô afim de conversar. — Rosnou ele.
— E nem eu, mas precisamos... Tive uma ideia. — Insinuou Dane
olhando em volta. — Onde estão seu Silva e dona Gracinha?
Rindo Léo respondeu:
— Acho que estão bem melhor que nós dois agora. Quando passei no
corredor escutei risos vindo do quarto dele. Rápido esse nosso sogro.
— É verdade, sorte a dele.
— Que ideia você teve?
— Nossa noiva quer uma cerimônia de casamento e uma festa
também.
— Ah! Sério!? E você teve certeza quando ela disse "não precisamos
disso" ou "já chega desse assunto"? — Debochou Léo.
Roubando a cerveja da mão de Léo, Dane tomou um gole e explicou
ao Léo tudo o que se passou em seus pensamentos. Tentou explicar também
sua ideia e convencê-lo de realizar.
A princípio, Léo não entendeu muito bem o que Dane achava sobre Nininha,
mas quando ele explicou melhor Léo compreendeu.
Sua Nininha estava com medo, todos sabiam que não seriam fortes o tempo
todo, haveria momentos em que deslizariam, este era um momento. Nininha
estava indo contra ao desejo de casar por achar que sua história não se
encaixava nisso.
É claro que sua princesa deve ter sonhado com o dia que encontrasse seu
príncipe, se casaria e seria feliz para sempre. Ela não esperava que tudo isso
acontecesse em dobro, principalmente os príncipes. Ela deve estar confusa e
não sabe muito bem como vizualizar tudo isso com esse novo ponto de vista.
Tudo bem. Ela não precisava, eles realizariam o sonho de um jeito bem
especial como ela merece e eles desejam.
Tanto Léo como Dane fariam de tudo para realizar os desejos mais
profundos de sua futura esposa. Mas Léo não deixaria de realizar o seu
também.
— Dane, não é possível que você não sonhe com nossa menina
vestida em um vestido lindo de noiva, feito a princesa que ela é.
— Não é que eu não queira, Léo. É que para mim não se faz
necessário, mas concordo que seria uma das visões mais lindas do mundo.
— Pois é, eu não vou desistir de vê-la vestida assim, e de despi-la
também. Não me importo com quem faça a cerimônia, com quem esteja
assistindo ou com um papel assinado dizendo que somos um do outro. Tê-la
na nossa cama e retirar seu vestido juntos, para mim é o suficiente para
consumar nossa união.
— Acho que hoje vou sonhar o mesmo sonho que você, irmão.
— É? Então vambora, já passou minha raiva e estou com ciúmes dos
lençóis que abraçam o corpo de nossa noiva enquanto jogamos conversa fora.
Terminada a cerveja e a conversa, Léo e Dane verificaram a água de
Brutus. Fecharam a casa, Dane ligou o ventilador da sala para Lary. Léo foi
ao banheiro escovou os dentes e foi para cama. Lá encontrou aquele corpo
quente que adorava, tirou o calção e se enconstou nu em Nininha, que se
remexeu ao seu toque. Louco de desejo beijou seu pescoço escondido por
seus cabelos e foi descendo por cima de sua camisola. Chegando ao quadril
levantou o tecido e se fartou na linha de seus quadris.
— Léoo estou dormindo...
— Tudo bem, não precisa acordar.
— Como? Se você me beija desse jeito.
— Então não dorme, se deixa beijar.
— Tô cansada Léo... — Dizia ela se contorcendo ao toque dos lábios
de Léo, morrendo de tesão.
— Então relaxa, não se esforce, deixe que eu faço todo o trabalho. —
Disse Léo subindo beijando sua barriga, seios e se posicionando sobre ela,
roçando seu corpo no dela.
Dane entrou no quarto no exato momento em que Léo com um dedo
afastava a minúscula calcinha que Nininha usava para o lado e, logo
direcionou seu pênis duro na entrada de sua vagina.
Dane fechou a porta atrás dele, tirou a blusa e seu shorth. Seu corpo já
mostrava o desejo crescendo, enquanto viu seu amigo tomar vagarosamente o
corpo de sua noiva. Ela jazia de olhos fechados e relaxava como Léo havia
dito e recebia a luxúria que seu corpo lhe proporcionava.
Dane sentou encostado na cabeceira da cama e não tirava os olhos do
rosto de Nininha. Não queria perder uma expressão se quer que ela fazia ao
receber tamanho prazer. Molestava seu pau duro e escorregadio da baba do
pré gozo que saia de sua cabeça.
Aos gemidos sôfregos e contidos, Dane viu que seu amigo e noiva haviam
encontrado juntos o que procuravam no enrosque de seus corpos. Sedento e a
ponto de explodir, Dane se agachou e beijou a boca dela. Léo saiu de cima
dela e deitou ao seu lado, enquanto isso Dane acariciava o corpo livre de sua
noiva sem parar de beija-la. Até que apertou um de seus seios fazendo com
que ela abri-se os olhos e desse de encontro com os seus.
Ela sorriu, sabia que seu Dane precisava de algo mais forte. Nininha se virou
de barriga para baixo e não demorou muito para Dane arrastar ainda mais sua
calcinha para o lado e mergulhar com o pau no seu centro que ainda
transbordava de seu prazer, misturado com de Léo. Presa na cama pelo seu
corpo pesado e duro, Nininha só conseguia empinar um pouco a bunda
deixando a posição do jeito que Dane gostava. Virou a cabeça de lado e
gemia recebendo as fortes estocadas, olhando para Léo. Esse levou sua mão a
boca dela para que seus gemidos não ultrapassassem os limites. Durante este
tempo Dane arremetia forte e profundo no seu canal, tomando seu prazer e
libertando o dela. Nininha sentia tudo isso e ainda lia nos lábios de Léo:
" Eu te amo" "Nós te amamos"
Assim gozou forte. Recebendo prazer e amor em dobro, com a pitada
animalesca marcante de Dane.
Hora de dormir, descansar e continuar sonhando.
Capítulo 49: Energia.
No horizonte via-se o mar. O dia estava meio cinza parecia que iria chover,
com o sonho. Nunca em sua vida achou possível viver numa casa como esta,
ainda mais, assim tão perto ao mar. Sentia que aqui seria seu pouso seguro
pelo resto de seus dias. A sensação de criar filhos no terreno que rodeava a
casa, correndo e brincando a fez sorrir. Olhou em volta e viu às várias casas
parecidas com essa, ao longe ouvia risos e gritinhos de crianças. O local era
habitado, isso era bom, pois ela não queria viver grudada em vizinhos, porém
a mureta da varanda e olhou para a frente da casa. Havia uma piscina não tão
grande e uma área para churrasco, seu pai adoraria. Mas estava bem
desgastada, precisaria de uma obra, pintura.
Do outro lado de uma rua larga estava o mar. O comércio dava para ver ao
Ao lado onde seria a garagem, estava Dane conversando com o corretor. Ele
— E aí amor, gostou?
— Sim, claro, é esta! — Respondeu ela meio histérica no bom
sentido.
Quando terminou de falar, ela sentiu Léo por trás dela a abraçando.
Logo depois ele gritou para Dane:
— Pronto Dane, fecha logo o negócio. — E a beijou.
O corretor olhou de um para outro sem entender muito bem, quando
Dane se voltou para ele, disfarçou e lhe perguntou:
— Então senhor, podemos agir os documentos?
— Com certeza.
Após acordarem e praticamente fechar a compra, Dane acompanhou o
corretor até o portão e ficou com a chave da casa. Combinou o dia de se
encontrarem para finalizar com a assinatura da escritura e transferência do
dinheiro.
Ao se virar para voltar, olhou para a casa. Nesse momento sentiu o peso de
suas decisões. A responsabilidade de ter um lar. No momento eram só ele,
Nininha e Léo, mas a ideia era construir sua família ali, criar seus filhos.
Pela primeira vez desde que seus pais se foram, ele usou o dinheiro
que eles haviam deixado. Ainda sobrou alguma coisa, junto com os aluguéis
de alguns imóveis que seus pais tinham, se transformava em uma boa
quantia. Mas isso não lhe interessava, gostava mesmo é de ganhar o seu
dinheiro com o trabalho que escolheu.
Seus pais eram empresários, de classe média, sempre deram uma boa
vida a Dane e quando ele quis trocar tudo isso para ser policial, foi o fim para
seus pais. Eles não queriam de jeito nenhum, tinham medo por ele. Ficaram
tempos sem se falar, seu pai então foi irredutível. Mas Dane seguiu em frente,
estudou se qualificou, sempre de acordo com seu objetivo final, que era
entrar para inteligência da polícia federal. Acabou que no fim foram eles que
morreram, apenas por serem pais de um policial. Dane levaria essa culpa para
sempre. Ele achava que era por isso que não se entregava às relações,
somente a amizade de Léo. Hoje ele sabe que não se envolveu amorosamente
com ninguém antes, porque seu coração pertencia à sua menina, e não tem
medo ou sensação de culpa que faça ele querer ficar longe dela e nem desistir
de uma vida ao seu lado. As coisas acontecem porque tem que acontecer,
simples assim. Respirando fundo e tentando afastar memórias de tristeza em
relação aos seus pais, foi ao encontro de seu amigo e noiva.
— E aqui, o que será? — Perguntava Léo.
— Quarto de hóspedes, uê! — Respondia Nininha.
— E aqui? — Continuava Léo.
— Outro quarto de hóspede? – Respondeu como quem questionasse.
Bufando Léo foi em sua direção, com as mãos no seu rosto disse a
ela:
— Princesa, quando você vai cair na real e aceitar de uma vez por
todas que esses serão quartos dos nossos filhos?
Tirando as mãos dele de seu rosto, Nininha saiu andando olhando em
volta e respondendo:
— Porque isso ainda não passa pela minha cabeça.
Nesse momento Dane se aproximava a eles no corredor que levavam
aos quartos de cima e falou:
— Sabe o que eu acho Léo, que você está parecendo uma
mulherzinha que só quer saber de ter filhos, são seus hormônios gazela que
estão aflorados, vai menstruar também?
— Muito engraçado Daniel, até parece que também não pensa nisso.
— Sim eu penso, mas não penso só nisso como você.
— Aí meninos, vocês não tem que pensar em nada disso, porque
quem decide isso, sou eu. Meu corpo, minhas regras. E não estou nem
pensando. Por enquanto.
Pequenas omissões não nos fazem mentirosos, apenas nos permite
adiar algumas verdades que não precisam ser imediatas.
Nininha queria ser mãe e, mãe dos filhos deles, mas ainda tinha um pouco de
receio. Aquele medo de não saber se será boa o suficiente, rondava a cabeça
dela. Como se só dependesse de nossas vontades os acontecimentos em
nossas vidas.
Só temos certeza se somos bons ou ruins, suficientes ou não, diante da
experiência vivida. Temos que estar dispostos a viver e aí sim fazer as
comparações necessárias.
— Que tal estreiarmos nossa nova casa? — Dizia Léo olhando safado
para Nininha.
Pega pela cintura, escutou em seu ouvido Dane dizer:
— Eu acho perfeito.
— Vocês são insaciáveis mesmo.
— Amor, desde o dia anterior ao churrasco não tomamos você ao
mesmo tempo. Queremos sempre que possível te preencher ao mesmo tempo,
é tão bom, apertado e proibido. E também desde desse dia não provamos
desse bumbum.
— Um descanso necessário para minha pobre bunda. — Retrucou
Nininha se afastando de Dane e indo abraçar Léo.
— Nós somos insaciáveis e você irresistível, combinação perfeita. —
Léo disse antes de beija-la com fogo nos lábios.
Indo até eles Dane se ajoelhou atrás de Nininha segurou em suas
ancas e por cima do jeans que vestia, beijava e mordia as bochechas de sua
bunda. Passava o rosto entre as bandas de olhos fechados com muito desejo e
tentava abrir o fecho.
Léo beijava e acariciava os seios dela, conseguiu abaixar uma parte da blusa
expondo o seu seio direito. Se revezava em beijar sua boca e abocanhar a
carne macia em sua mão.
Entorpecida pelo o clima quente que se instalava naquele cômodo
vazio, Nininha tomada de sensações, se dissolvida nas mãos deles. Começou
a tirar a camisa de Léo e abrir sua calça. E facilitou a Dane tirar o jeans que
vestia.
Um vento forte soou lá fora, as janelas vibraram e o vento ao entrar
pela casa vazia fazia barulho. Mas o mundo poderia acabar que aqueles três
não iam perceber. Quando seus corpos se fundiam em um só, não havia nada
que dispersasse a atenção. Seus sentidos e seus corpos só se concentravam
em encontrar alívio.
No chão, as roupas jogadas por todos os lados e eles rolando de um
lado para outro sem desacoplar. Nem o frio do porcelanato, em contato com a
pele quente, foi capaz de fazê-los parar.
O vidro da janela embaçava com a quentura que vinha deles e através dele
via-se a chuva cair em pingos fortes. Léo penetrava Nininha em sua buceta
enquanto Dane se fartava em sua bunda, e foi assim que os três gozaram
juntos, ao som da chuva e das frases ditas: eu te amo, eu te amo e eu amo
vocês.
Nus, suados e largados no chão do quarto vazio de sua nova casa,
olhavam para a chuva que caia lá fora. Nininha se levantou e aos olhos dos
dois andou até a janela, bem faceira colocou as mãos no batente e se inclinou
um pouquinho, o que dava uma visão melhor do que a chuva para os dois
amigos no chão, então disse pensativa:
— Eu acho que vou tomar banho de chuva.
— Tá doida, quer ficar resfriada. — Repreendeu Dane.
Virando-se e apontando o dedo para Dane vociferou:
— Nunca chame uma mulher de doida, ainda mais sua mulher. Eu
estava quieta, mas aí vocês vem e me tiram do sério com essas mãos e bocas
insanas... Agora aguenta, eu quero mais, quero na chuva e no quintal de nossa
casa. Fui!
Sem olhar para trás, Nininha correu para baixo na casa, passando pela
sala pegou na sua bolsa uma canga de praia e saiu para o quintal. Olhou em
volta e viu que não tinha como algum curioso ver o que acontecia no seu
quintal. Deixou a canga no chão e sorrindo sapeca olhou para trás e gritou:
— Vocês não vem não? — Correu para chuva.
Ao escutarem a voz dela, Dane e Léo se olharam sem acreditar.
— Cara, ela não pode tá falando sério. — Falou Dane incrédulo.
— Brother, acho que está sim e, eu não vou ficar aqui em cima
batendo papo com você sabendo que minha noiva está nua tomando banho de
chuva no quintal. Você não faz o meu tipo, sinto muito. — Léo disse já se
levantando e indo para o quintal peladão.
— Idiota... Ei… Me espera que também vou! — Correu Dane.
— Vai ficar pra trás seu velho.... — Implicou Léo.
— Só se o novinho fosse mais rápido e esperto do que eu... — Falou
Dane do meio da escada pulando na frente de Léo o deixando para trás.
— Filho da puta...
— Chorão...
Nininha rodopiava na chuva, sentia-se livre. Já não tinha mais
vergonha de seu corpo, se descobriu mulher e agora se ama cada vez mais.
Era preciso isso para que continuasse saciando seus dois homens. Passava as
mãos em seu corpo, que ainda vibrava da pós foda. E quanto mais fazia isso,
mais seu desejo se mostrava. Abrindo os olhos viu Dane sair da casa seguido
por Léo, os dois não tiravam os olhos dela. Mesmo não tendo bebido sentia-
se embriagada, viciada, necessitada. Via nos olhos deles a vontade de tocar
seu corpo, então com eles assistindo começou a se tocar mais intimamente.
Passeava sua mão sobre os picos endurecido de seus seios, descia a mão por
seu ventre até o meio de suas coxas. Seus dedos encontraram os lábios
vaginais molhados não só pela água da chuva. Levando um dedo na borda de
seu canal sentiu o líquido viscoso que Léo havia depositado no fundo do seu
ser que agora escorria pela suas pernas, junto com o líquido espesso que
Dane depositou atrás.
Era mundano demais essas sensações, não havia tempo para pensar se era
certo ou errado, bonito ou feio, só dava para sentir.
Léo e Dane se aproximavam como felinos na selva focando sua presa.
Não agiram em nenhum momento, pois sabiam que Nininha é quem estava
comandando a festa. Ficaram apenas de espectadores da atração principal de
suas vidas. Vendo seus homens se aproximarem completamente nus e já
prontos para toma-la, seu toque já não a contentava, precisava deles, da
maneira que quisessem. Só precisava senti-los de novo.
Com um sorriso convidativo Nininha trouxe seus homens ainda mais
perto, e na chuva sem o toque das mãos, se olhavam enquanto eles a
rodeavam. Vez ou outra Dane e Léo cheiravam seu pescoço em lugares
diferentes, mordiscava, e pegava em mechas de seus cabelos deixando
escorrer pelos dedos.
Foi ela quem deu o primeiro passo, levou suas mãos a cada pescoço deles e
os trouxe na altura de seus seios. Cada um tomou seu presente como
quiseram. Nininha enfiava os dedos nos cabelos deles pressionando-os ainda
mais ao seu corpo e tentando não cair no chão com o turbilhão que crescia
dentro de si.
As mãos deles corriam pelo corpo dela. A chuva não cessava, parecia querer
fazer parte da festa. No momento em que ela deu uma aumentada, Léo foi
para às costas de Nininha, sustentando ela pelas suas coxas abertas, assistiu
seu parceiro de vida se encaixar nela com volúpia. Logo Dane se equilibrou e
tomou o peso dela para si, após algumas investidas indecentes e alucinantes
que faziam ela gemer, ele parou e aguardou o amigo se posicionar.
— O meu Deus gente, não para, não para...
— Não princesa, nunca... Só vamos duplicar as sensações... Deixa só
eu me encaixar também... Aaaaaaa que apertado amor, assim não aguento...
— Dizia Léo enquanto tentava se encaixar em sua buceta onde Dane já fazia
morada.
Com os dois juntos em seu canal quente e úmido, Nininha só
conseguia se deixar levar. Seu corpo cada vez mais se adaptava a esse tipo
diferente de penetração. Não era uma prática diária e ela achava que nem
seria possível, mas quando acontecia era sensacional. Parecia impossível
antes e continua não sendo tão fácil quanto parece, mas quando tudo se
ajustava era maravilhoso. Sentir os pênis duros dentro dela ao mesmo tempo,
tanto no ânus e vagina, quanto só na frente, a fazia sentir-se sobre humana o
que a colocava na condição de uma Deusa.
O barulho do encontro dos seus corpos com o movimento que faziam,
revelava a ânsia de alcançarem o melhor prazer que o sexo a três poderiam
lhes dar.
Já Dane e Léo sentiam algo fora do normal. Era como se um fosse a
continuação do outro. Não havia tesão em ter seus paus encostando um no
outro, mas todo o roçar deles dentro do canal dela com a compreensão de
suas paredes vaginais, traziam um transbordamento de sensações. A fricção
que faziam os levavam aos céus e por consequência Nininha ia junto.
Ela já havia notado que quando eles faziam uma dupla penetração,
gozavam mais rápido. Na maioria das vezes eles primeiros que ela, apesar de
sempre eles se esforçarem para o contrário. Então aprendeu a se estimular
também durante essas relações, adiantando seu momento de prazer. Rebolava
levando eles ao ponto que precisava e se tocava como podia.
Naquela dança de vai e vem continuavam e a chuva os
acompanhavam.
Sentindo seu orgasmo se formar, Dane começou a tremer as pernas, Léo
percebeu e se adiantou para chegarem juntos.
Nininha já estava tão alucinada que dedilhava seu clitóris sentindo seu corpo
reagir lhe presenteando com um clímax.
Dane não aguentou os espasmos da buceta dela e a seguiu jorrando dentro
dela, Léo tomado pela luxúria do momento foi junto enchendo novamente
aquele corpinho que adorava. No fim se soltaram e levantaram os rostos para
o céu na intenção de que a chuva que caia os ajudassem a recuperar às forças.
Era noite quando o trisal chegou no apartamento. Os três estavam
mais que realizados com a nova casa, na vinda vieram resolvendo sobre
decoração e outras coisas do tipo. Falaram também do como seus amigos e
parentes iriam curtir o local.
Os sobrinhos de Léo adoravam praia, apesar de terem ido poucas vezes,
agora iriam se fartar ao vir visitá-los.
Após o noivado, antes de irem embora, eles todos passaram um dia na
praia. Até o pai de Nininha foi e, acompanhado de Gracinha. Foi um dia de
farofa como disse Lary, que apareceu por lá à tarde. Nininha aproveitou para
assuntar sobre a reação da mãe de Lary ao atender o telefonema dela.
Também falou sobre o comentário que Bruna havia feito sobre isso. Sentiu
que Lary queria pôr panos quentes sobre o que sua mãe realmente estava
pensando de Nininha. Triste, mas tentando se conformar falou a amiga:
— Lary, sabe que te amooooo, né? Então não precisa pisar em ovos
entre eu e sua mãe. É claro que eu já sabia que não seria fácil e que perderia
algumas pessoas pelo caminho diante dessa escolha de vida. Não quero que
pense que não preso a amizade da sua mãe, porém quero que saiba que você é
que é muito importante para mim, sua mãe era um bônus. Infelizmente não
podemos ter tudo, é assim com todo mundo. E na realidade não me sinto na
posição de reclamar de nada, pois as pessoas que verdadeiramente são
importantes para mim estão do meu lado e me aceitam como sou e como
quero ser. O que vier daqui para frente é lucro. É triste sim, perder pessoas
que eram referência para mim, mas saber que a referência dela sobre mim
mudou, por puro preconceito, é mais triste ainda. É como se seu carinho não
fosse real. Então não me serve. Me perdoe.
— Nininha, eu que te peço desculpas. Minha mãe surtou, na verdade
sabíamos dos pontos de vistas dela bem arcaico, mas sem dúvida isso não
atrapalha nossa amizade. Te amo também e isso é a única coisa que importa.
Minha mãe é que vai perder sua amizade.
— Bom, vamos esquecer isso. Que tal um mergulho?
Após este dia, Nininha se limitou a não envolver a mãe de Lary em
seus planos como antes. Ao lado dela só queria quem fosse verdade.
No estacionamento Nininha começou a espirrar e corizar. Aquele
banho de chuva estava fazendo efeito. Sonolenta, ela foi direto para o quarto
e se jogou na cama. Léo foi navegar no computador na sala e Dane foi ler um
livro na cama ao lado de Nininha.
Mais tarde, Nininha se remexeu na cama espirrando e tossindo, acordou e
pediu água para Dane. Ele foi buscar e ao passar pela sala viu Léo dormindo
com o Notebook no colo, balançou a cabeça rindo e foi na cozinha buscar a
água. Ao voltar foi até ele, tirou e desligou o computador e carinhosamente,
como um ogro, deu uns tampinhas no braço dele e disse:
— Acorda mané e vai para cama, antes que arrume um torcicolo e eu
tenha que cuidar de dois.
— Porra, precisa bater seu... Dois?! Não entendi.
— Nininha está espirrando, tossindo e senti ela um pouco quente, eu
disse que aquela chuva ia acabar trazendo resfriado.
— Sério, cara?! Merda. Eu vou lá ver ela.
— E você é médico gazela?
— Não, mas com certeza não sou o cara que vai dizer: "viu eu disse
que aquela chuva ia trazer resfriado"....
Se adiantando, Léo foi para o quarto ter com Nininha. E a
bombardiou de perguntas enquanto beijava seu rosto:
— Oi princesa, como você está, tá com febre, quer ir ao médico, o
que você quer que a gente faça? Dane me disse que está inquieta e
espirrando. Tá quente.
— Sim estou inquieta, mais ainda agora, que você está me apertando.
— Respondeu ela tentando se desvencilhar dos braços dele.
— Ah, desculpa!
— Tudo bem amor, eu só estou cansada e com sede, mas com febre
acho que não. Tô espirrando sim, mas talvez não vire resfriado, não precisa
se preocupar.
Nesse momento Dane entra no quarto com a água e escuta o que
Nininha diz e fala:
— Como não nos preocupar? Impossível! Toma sua água, trouxe
também esse comprimido de vitamina c.
— Tá ok, vou tomar e dormir. — Respondeu ela revirando os olhos
achando desnecessário toda essa preocupação.
Se acomodaram na cama e dormiram. Bom, Léo e Nininha dormiram,
Dane ficou acordado ainda preocupado, achava realmente que ela estava
quente demais. Um tempo depois foi vencido pelo cansaço e dormiu. Na
manhã seguinte Léo foi correr, ao voltar encontrou Dane na cozinha.
— Trouxe aquelas rosquinhas que ela gosta. Ela já acordou?
— Não Léo, na verdade acordou com uma tosse e com febre. Achei
um termômetro numa das bolsas que sua irmã esqueceu, deveria ser das
crianças. Enfim, está com 38 graus. Ela pediu uma dipirona e voltou a
dormir, nem água quis. Acho melhor levarmos ela ao médico.
— Claro! Eu vou tomar uma ducha e vamos.
— O problema vai ser convencê-la, tenta você. — Disse Dane
— Ok, porém um não dela não vai adiantar, porque carrego ela no
colo, vou lá.
— Tô fazendo um suco de laranja, quem sabe ela toma. — Disse
Dane cortando as laranjas.
Coberta com dois endredons, Nininha dormia. Não se sentia muito
bem. A garganta estava dolorida, nariz intupido e dores no corpo. Ao deitar
na noite anterior notou que não estava muito bem mesmo, mas preferiu não
preocupar os meninos que já estavam se preocupando com um espirro à toa.
Porém agora ela estava se preocupando, há tempos não se sentia assim e, em
tão pouco tempo. Pensou que pode ter sido a chuva, o vento, talvez estivesse
com a imunidade baixa e pegou um resfriado.
— Bom dia princesa! — Dizia Léo enquanto acordava Nininha e
ouvia ela tossir. — Você ainda está quente amor, e essa tosse não é legal,
acho melhor irmos ao médico.
Abrindo os olhos e se espreguiçando, Nininha viu o rosto do seu Léo
com expressão dolorida a mesma que viu em seu Dane mais cedo.
Preocupação. Então para deixar eles mais calmos decidiu acatar e ir à
consulta.
— Tá bom eu vou, deixa eu me levantar e tomar um banho.
— Ótima resposta, assim você evita que eu te carregue no colo à
força. Vem, vou te dar banho.
— Você não teria coragem?!?!
— Quer tentar?
— Não, estou muito moribunda para entrar em uma briga, peço
arrego.
— Boa menina, vamos.
Léo a ajudou sair da cama, notou que sua pele estava quente, a febre
não deve ter cessado. No banheiro ele ajudou a retirar sua roupa. Ela iria
reclamar, mas no fundo estava adorando ser tratada daquele jeito. Abrindo o
chuveiro, Léo checou a temperatura da água e trouxe Nininha para debaixo
dela. Ele retirou também sua roupa e entrou no box junto. Aquele banheiro já
viu vários banhos eróticos, porém este era diferente era gentil, amoroso,
cuidadoso. Léo a banhou com uma delicadeza tão grande que a fazia flutuar.
De olhos fechados, sentia as pontas dos dedos de Léo massageando seu couro
cabeludo com o shampoo e condicionador. Cada pedacinho de seu corpo foi
ensaboado por suas mãos grandes e grossas, até suas partes íntimas. Mas
nenhum desses toques eram no intuito sexual, era apenas a afirmação de que
seu corpo pertencia a este homem para ser amado e cuidado.
— Pronto amor, limpinha. – Léo falou a virando e lhe beijando os
lábios febris.
A porta se abre e com o barulho eles interrompem o beijo, era Dane.
— Vem amor, eu te seco. — Disse pegando a toalha dela e a ajudando
a sair do box.
Como uma boneca, foi passada de mãos, mas a gentileza e o zelo
eram os mesmos. Dane secou o excesso de água em seu corpo, depois
enrolou uma toalha nela e em seu cabelo.
Quando chegaram no quarto, Nininha notou que em cima da cama já estava
arrumado um conjunto de roupas para ela usar. Calcinha, soutien, blusa polo,
calça jeans e um casaquinho e aos pés da cama, uma sapatilha. Tudo em
harmonia, Dane a conhecia tão bem.
Cada dia que passava ela se encantava mais, cada vez mais, por seus
homens. Eles não eram só carnais eram coração também e levavam a sério
toda essa parte de cuidar dela. Ela amava e estava começando a se acostumar.
Isso lhe dava mais vontade de ser para eles, muito mais do que eles
mereciam. O mais engraçado era a logística de tudo. Ela pensou, Dane ao
entrar no quarto viu que eles estavam no banho e se adiantou em arrumar
suas roupas, eles dividiam as tarefas esporadicamente ou combinavam em
algum momento sem que ela percebesse? Ela não sabia, porém sabia que
funcionava muito bem.
— Pronto, sequinha amor. Vamos pôr a roupa. E aí como esta se
sentindo, alguma dor, a garganta como está?
— Sinto-me ... Amada. E se não fosse por essas dores no corpo e de
garganta, faria de tudo para retribuir tamanho amor.
Abraçando sua menina dodói, Dane beijou o topo de sua cabeça
dizendo:
— Você já faz bebê, só o fato de você estar em nossas vidas e encarar
essa viagem infinita conosco já é uma prova do seu amor. Convenhamos, eu
sou um chato e Léo pelo amor de Deus não sei como aturamos.
— Eu ouvi isso, heim... — Sibilou Léo saindo do banheiro e se
enxugando.
— Eu amo vocês dois, mesmo com tooodos esses defeitos. — Disse
Nininha abraçada a Dane, meio debochada.
Na sala de espera os três aguardavam serem chamados. Nininha
estava aninhada entre os dois, sua cabeça pendia de um para o outro.
Impaciente Léo levantou e foi questionar na recepção a demora, a atendente
disse que só havia uma pessoa na frente. Meia hora depois, chamaram ela. Ao
entrarem no consultório o doutor de plantão olhou interrogativo para os três.
Dane a ajudou a sentar e se pôs atrás dela enquanto Léo já deixava o médico
a par dos acontecimentos, evitando é claro a parte do sexo avassalador na
chuva. Por outro lado, embora indisposta, Nininha sorria ao ver como seus
homens ficavam sobre as pontas dos pés somente por conta de uma febre e
tosse, um provável resfriado. Imaginava como seria quando engravidasse, ela
sorria internamente com os pensamentos que tinha.
— Olá Paulina, então… Você foi deitar com uma indisposição e
acordou com tosse, espirros, dores no corpo e febre?
— Sim.
— Ok, senta na maca por favor, que vou lhe examinar.
Prontamente Léo a sentou na maca e deu espaço para o doutor, Dane
ao seu lado. O médico a examinou, fez algumas perguntas. No fim disse que
sua garganta estava bem irritada e junto com um forte resfriado estava
deixando-a desse jeito. Iria entrar com antibióticos para garganta e antigripal.
Fora isso receitou algumas medidas extras para auxiliar o tratamento como
repouso, muito líquido e boa alimentação.
— Obrigada doutor, eu disse para esses dois que não era nada de
mais.
— Seus irmãos estão certíssimos em te cuidar, se eu tivesse uma irmã
como você teria o mesmo carinho.
— Talvez se eu também tivesse uma irmã, cuidava bem dela, porém
Paulina é nossa NOIVA e não irmã. O cuidado é duplo. Superproteção.
Tenha um bom dia! — Vociferou Dane, deixando o doutor abismado,
Nininha sem saber onde enfiar a cara e Léo sorridente.
Saíram do consultório em silêncio. Ao chegarem no carro Dane
soltou:
— Engraçadinho esse médico!
— Brother, ele só estava curioso e você matou a curiosidade dele.
— O que nem precisava né Dane? — Cuspiu Nininha.
— Dane-se, não gostei do jeito que ele te olhou, só falei a verdade e
não me arrependo e assim que você estiver se sentindo melhor amor,
marcamos a assinatura da união estável e trocamos alianças, pronto.
Rindo e tossindo, Nininha disse:
— Isso é ciúme amor meu?
Sentando atrás do volante, Dane deu uma olhada para o lado onde
estava sentada sua menina dizendo todo cheio de razão:
— Sim é, não gosto de ninguém te olhando daquele jeito e pronto.
Chega de assunto. Vamos passar na farmácia comprar os remédios e como
disse o curioso do médico, repouso. — Finalizou com um beijinho no
biquinho que Nininha fazia.
Ficar doente nunca é bom. Não importa a gravidade da doença, nunca
é bom. Mas todos deveríamos ter a sorte de ter alguém que nos mime durante
a enfermidade. Nossa imunidade aumenta quando nos sentimos amados e o
amor pelas pessoas que nos mimam cresce ainda mais. Nessas últimas
semanas sendo tratada a pão de ló, Nininha estava ficando mal acostumada.
Terminou as medicações, melhorou a olhos vistos, mas não perdia a
oportunidade de receber um banho de um dos dois ou dos dois juntos.
Ficaram uma semana direto sem fazer amor. Mas ao passar os sete dias dos
remédios, Nininha conseguiu seduzir seus noivos e provar que já estava bem
melhor. Porém, mesmo seduzidos mantiveram a calma para não deixá-la
muito cansada, o que criou uma guerrinha entre eles e ela, que queria a
entrega total. Nada melhor do que um dia atrás do outro e no dia que saíram
para fechar de vez o negócio da casa, ela conseguiu usando como motivo
festejar a compra, levar os dois para cama e para dentro dela, ao mesmo
tempo, do jeitinho que gostava e sentia falta, era tudo que precisava depois de
dias sem tê-los. E foi maravilhoso!
Os dias seguintes foram preenchidos com saídas para compras dos
móveis, na maioria das vezes iam somente os três. Porém, às vezes Nininha
ia com as amigas Bruna e Lary. Elas cismaram em fazer um chá de panela, e
mesmo sem querer, Nininha aceitou e acabou reunindo algumas poucas
amigas que tinha, na verdade clientes das quais gostava muito. Foi muito
bacana, pois eles ganharam alguns presentes e Nininha se divertiu. Ela
também foi convencida pelos dois de fazer uma sessão de fotos em um fim de
semana na praia em frente à casa deles. E esse ensaio seria de vestido de
noiva. O que fez ela aceitar, além da vontade absurda de vestir um vestido de
noiva, foi o fato deles combinarem de não fazer cerimônia e festa como ela
tinha pedido. Eles só queriam ter a oportunidade de vê-la vestida de noiva.
Não poderia negar um pedido desses para seus amores.
Queriam um álbum para guardar de lembrança. Portanto passou alguns
longos dias com Lary e Bruna em busca do vestido perfeito. Já que ia vestir
um, que fosse especial. Dentro de toda essa ideia, Bruna e Lary acabaram se
convidando para as fotos vestidas de madrinha e disseram que seu Silva
merecia também participar, como o pai da noiva não poderia deixar de estar
nas fotos.
Nininha achou isso tudo demais, mas não conseguia negar nada às
pessoas que amava. Na verdade estava gostando disso tudo, no fundo achou
que Dane e principalmente Léo iriam insistir mais em uma cerimônia e festa,
mas enfim, acabou não acontecendo. Talvez fosse melhor assim. Pelo menos
seus filhos teriam fotos para ver e ela a oportunidade de ter seus noivos
lindos ao seu lado.
— É esse!!!
— Amiga, concordo e para as fotos na praia é o que cai melhor. —
Respondeu Bruna.
— E aí Lary, fala alguma coisa??? — Perguntou Nininha.
Olhando admirada, Lary não conseguiu segurar as lágrimas e disse:
— Minha amiga, você está linda. Eu tô tão feliz por você.
Aquele momento ficou eternizado na memória daquele trio de amigas.
O choro foi livre e até anti sentimental da Bruna se deu ao luxo de se
emocionar. A felicidade de Nininha transbordava e alcançava o coração de
suas amigas que a amavam muito. E a verdadeira amizade é assim, é ser
alcançado pela felicidade do amigo e senti-la como se fosse a sua própria. A
emoção estava tão a flor da pele que até a vendedora chorou e ainda fez um
comentário:
— Tão pura a amizade de vocês. E você está uma noiva tão linda, é
até um pecado você só usar o vestido para uma sessão de fotos, ainda está em
tempo de mudar de ideia e fazer uma festa daquelas.
Descendo da banqueta em que as noivas experimentam os vestidos,
Nininha foi até suas amigas abraçou as duas e disse a vendedora:
— Eu já tenho mais do que preciso e mereço nessa vida. Uma festa
não mudaria e nem acrescentaria nada. Na verdade só tenho o que agradecer
e, se ousasse pedir alguma coisa seria apenas saúde para poder continuar
compartilhando a minha vida com essas pessoas maravilhosas, meu pai,
minhas amigas e meus noivos.
— Noivos?! — Questionou assustada a vendedora.
— Sim. É uma longa história, se você tiver uma mente aberta e muito
amor no coração, posso lhe contar.
— Minha linda, eu sou mãe de um casal, um menino que é trans e
uma menina lésbica, que no caso mora com minha nora lá em casa. Então,
quando você pergunta sobre uma mente aberta, meu amor, essa sou eu. Amo
meus filhos, amo minha nora e amo pessoas, julgamentos deixo para quem de
direito, ou seja, Deus.
As meninas ficaram boquiabertas com a declaração da vendedora,
adoraram a forma leve com que ela encarava toda sua história de vida, ela era
feita de amor. Mais uma vez Nininha se sentia privilegiada por encontrar uma
pessoa que vivia o amor e não o ódio. As três foram juntas abraçar ela que
ficou toda emocionada. Depois disso a certeza de que era o vestido certo só
se concretizou, a energia que rondava elas era ótima e vibrante. Lary e Bruna
aproveitaram e escolheram os seus vestidos. De lá foram almoçar no
Balacobaco' s, acabaram pedindo cerveja e a tarde foi passando.
— E então gente, vocês vão poder ir amanhã na minha casa nova,
para me ajudar a arrumar as coisas?
— Pode contar com a gente. — Falaram as duas juntas meio bêbadas.
Elas brindaram e pediram mais uma, a pé na bunda, pois a saideira já
tinha ido.
— Oi, atrapalho às meninas? — Falou Léo ao chegar perto delas de
surpresa. Ele puxou uma cadeira de outra mesa, colocou próximo a Nininha e
lhe beijou.
— Não Léo, senta ai, garçom traz mais um copo. — Gritou Bruna.
— Bruna, não posso beber, estou dirigindo.
— Tá de sacanagem, achei que o chato fosse o Dane? — Implicou
Bruna, levando um chute de Lary.
— Até concordo Bruna, mas no fim eu também tenho minhas
chatices. — Respondeu Léo levando na brincadeira.
Rindo abobalhada Nininha abraçou Léo e beijou seu pescoço, toda
foguenta.
— Acho que já está na hora de irmos pra casa, princesa.
— Não quero ir, quero dançar com você.
— Bom, eu tenho que ir, já estou na rua desde manhã com vocês duas
e amanhã ainda vou com vocês para ajudar na arrumação... Bruna, você vem
comigo ou vai ficar? — Falou Lary.
— Vou ficar mais um pouco é claro, te vejo amanhã vaca.
— Tá bom, tchau Léo, beijos Nininha.
— Lary se você esperar mais um pouquinho eu te levo, sem
problemas.
— Não precisa Léo, conheço minha amiguinha aí, ela quer dançar e
não vai ser só uma música... Eu peço um táxi, bjokas vejo vocês amanhã. Me
liga Nininha, ok?
— Pode deixar sargenta, rsrsrs.
Tomando Nininha nos braços, Léo a puxou para a pista de dança que
estava vazia e tocava um som ambiente. Ao som da música seus corpos se
moviam, Nininha lembrou da primeira vez que dançou com Léo ali e a
sensação daquele momento voltou com toda força. Seu corpo implorava pelo
seu toque, que diferente daquele dia, agora ela já conhecia. O grande impasse
era que essas sensações essa noite não seriam completas, pois Dane foi cedo
para casa nova receber os últimos móveis e iria dormir lá. Hoje à noite pela
primeira vez seria somente ela e Léo. Não que seria ruim, mas ela já sentia
falta de seu Dane e da possibilidade de tê-los os dois ao mesmo tempo. Se
tornou uma viciada.
Embora tenha que se acostumar com o fato de ter que dormir apenas com um
deles vez ou outra, por conta das escalas de trabalho que fizeram, não queria
pensar nisso. Mimada e acostumada a ter eles juntos, seu corpo e mente já
sofriam com a perda da presença de um dos dois.
— Princesa, acho que é melhor irmos embora. Amanhã temos que
acordar cedo. E eu tô louco para tirar esse vestidinho esvoaçante de você.
Mordendo os lábios, Nininha olhou da boca dele para seus olhos, com
cara de pidona e disse:
— Por mim tudo bem, mas antes preciso ir ao banheiro — Se virou
deu dois passos e virou-se novamente para ele. Com carinha de arteira
continuou a dizer. — Você vai me deixar ir sozinha?
Engolindo a saliva para não babar, e compreendendo a traquinagem
de sua noiva, Léo sorriu e disse que ia logo atrás dela.
Como de costume Nininha foi ao banheiro dos funcionários, o mesmo
em que Dane a beijou pela segunda vez. Passando pelo bar seu amigo garçom
sorriu e piscou para ela. No banheiro ela se aliviou, olhou para o espelho e se
lembrou da vez que esteve ali com Dane. A devassa que nasceu ali e foi
crescendo, estava de volta e mais confiante. Lavou as mãos ajeitou os
cabelos. Se olhando no espelho enxergava uma mulher sexy e poderosa.
Léo avisou Bruna que já havia pago a conta e que iriam embora,
perguntou se iria querer carona. A resposta foi que ela encontrou uns amigos
e iria ficar mais um pouco. Então se despediram. Léo foi atrás de sua noiva.
Passou pelo garçom que liberou a passagem e foi até o banheiro. Quando foi
bater na porta notou que estava encostada, abriu e viu Nininha de frente para
o espelho se olhando. Ele entrou fechou a porta e disse:
— Está maluca, a porta estava aberta.
— Eu sei meu príncipe, eu estava esperando você.
— O que você está querendo princesa? — Disse ele se aproximando
de suas costas, encostando seu membro quase pronto para brincadeira em sua
bunda e colocando as mãos sobre a bancada, prendendo-a entre ele e a pia.
Ela como quem não quer nada, continuou a se olhar, pôs as mãos por
dentro de cada decote e ajeitou cada seio. Léo babava a olhando, e ela sabia
disso.
— Eu quero o que você estiver disposto a me dar. Amor... Estou tão
acesa, sei lá, diferente. Eu. Tô. Pegando. Fogo. — Sussurrou ela, ao toque
dos beijos de Léo em seu pescoço e de seu olhar faminto.
Tirando as mãos da bancada e indo para as coxas dela, puxando
devagarinho o tecido do vestido, Léo foi dizendo no pé do ouvido dela:
— Você está com sorte, já te disse que antes de ir para federal fiz um
curso de bombeiro? Com certeza sei apagar um fogo como ninguém, ainda
mais o seu, que é minha. Está disposta a receber o que eu estou disposto a lhe
dar?
— Huhum! Aaaaaahhh Léo...
Com o miado de gemido que ela deu, Léo sabia o que ela queria.
Afastou sua calcinha para o lado, colocou seu pau pra fora e empinando o
quadril dela enfiou sem dó nem piedade na entrada já altamente lubrificada
de sua buceta. Tirando um grito dela.
Na mesma hora e bem encaixado nela ele segurou seus cabelos com uma mão
puxando com força e com a outra deu um tapinha no seu rosto depois levou
até seus seios os colocando para fora do decote, dizendo:
— Sem gritar, não quero que ninguém escute seus gritos nem seus
gemidos, eles são só para mim e Dane. Se controla e toma aquilo que você
pediu. Shiiii...
Rebolando com o pau enfiado profundamente nela, foi a tirando do
sério por não poder gritar. Era tanto prazer que recebia. A força que fazia
para não gemer e gritar alto, fez todos os músculos de seu corpo tencionaram
e ela se pôs apenas a tomar tudo que ele tivesse disposto a lhe dar. A mão
dele em seus cabelos, o jeito rude de sua pegada a deixava louca. A cada
arremetida seus seios pulavam e eles assistiam através do espelho toda a
volúpia de seus corpos juntos. Geralmente esse perfil era de Dane, mas Léo
de vez enquanto se deixava levar pela paixão exacerbada e a tomava feito
bicho. Abrindo os olhos Nininha via no reflexo do espelho o rosto distorcido
de prazer de seu Léo, buscando satisfação em seu corpo. Uma sensação
começou a surgir na ponta dos dedos de seus pés e foi subindo pelo corpo
todo até voltar com toda força para um único lugar, seu clitóris. Léo a
conhecia, logo levou sua mão para lá e massageou aquele ponto
incandescente, ao mesmo tempo que maltratava sua xota com as estocadas
fortes e profundas.
— Goza no meu pau, safada.... Goza que eu vou gozar com você...
Vem comigo.
— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa....
Perdidos. Estavam os dois perdidos dentro de um banheiro minúsculo
de funcionários de um bar. Os minutos pareciam horas para se recuperarem.
Quando conseguiram recuperar a consciência, se arrumaram e saíram. Pelo
que perceberam só o garçom amigo é que notou a demora dos dois. Foram
para o apartamento e passaram a noite se amando, agora com calma, sem
pressa do jeitinho que Léo gostava.
De madrugada, sentindo falta de seu Dane, Nininha fez uma chamada
de vídeo, ele atendeu rapidamente. Não estava conseguindo dormir direito,
também sentia falta dela.
Ficaram conversando e quando Dane perguntou sobre seu dia, ela falou sobre
ela e Léo no banheiro do bar. Notando que Dane se excitava, contou detalhes
para ele enquanto via ele se tocar vagarosamente.
Léo acordou com a conversa susurrada e quis participar, se excitou também
da maneira que ouvia ela falar sobre o que fizeram no banheiro do bar. E para
deixar tudo mais gostoso, começou ele mesmo a masturbar sua princesa.
Quando ela estava a ponto de se entregar ao prazer, a virou na cama e
posicionou o telefone na mão dela de modo que Dane assisti-se ele a fodendo
de quatro.
A visão que Dane tinha e o som que escutava estavam o levando a
loucura. Na imagem via o rosto de sua menina tomado de desejo enquanto
sua bunda estava no alto a disposição das investidas de Léo. Dane não durou
muito, logo desperdiçou seu líquido precioso sobre sua mão, porém não foi o
único, viu os dois através do vídeo se derreterem na luxúria do gozo.
Gemendo alto não suportando o prazer. Dane disse um até logo cheio de
promessas e Léo se abraçou a Nininha e voltaram a dormir, agora de certa
maneira mais inteiros.
O final de semana de arrumação da casa nova foi bem tranquilo, deu
até para seu Silva queimar uma carninha e curtirem uma praia. Nininha
queria se mudar já para lá, mas Dane e Léo acabavam sempre arranjando uma
desculpa.
A data da sessão de fotos se aproximava. As meninas convenceram
Nininha a retocar a mechas que tinha no cabelo e já deixaram marcadas hora
para fazerem juntas às unhas, antes de ir para a casa da praia e fazer as fotos.
Nininha aproveitava os dias com seus homens, sabia que não teriam
férias para sempre então tentava passar o máximo de tempo com eles. De vez
enquanto eles precisavam sair juntos ou separados para resolver um assunto
ou outro, coisa que ela nem se preocupava em perguntar. Um dia teve que ir
com eles no cartório para dar entrada nos papéis de união estável no qual
constaria a união dela com os dois, confirmando ser beneficiária dos dois. Era
algo muito complicado, muita burocracia, ela tentou fazer com que eles
desistissem, mas não conseguia.
A sorte deles é que os pais de Dane tinha algumas influências e ele as usou
para com auxílio de um amigo advogado correr com os papéis para eles.
Nininha resolveu não se estressar e não se meteu nesses assuntos.
Passou a correr com Léo toda manhã e às vezes Dane ia também.
No final da corrida pegavam um solzinho, sua pele estava com um bronzeado
muito bonito e achou bem bacana, pois iria sobressair no vestido. Passou a
arrumar as caixas que iriam para casa nova. Muitas coisas se desfez. Algumas
caixas dos meninos que vieram de viagem continuavam fechada.
Na casa de seu pai havia algumas coisas que queria levar.
Volta e meia tinha conversas com ele a sós. Descobriu que Gracinha fazia seu
pai tão feliz que a deixava contente. Ela era uma mulher maravilhosa, não
teve filhos e também estava aposentada como professora. Cuidava de seu
Silva com muito amor. Nininha tentava convencer seu pai a aproveitar e
viajar com sua namorada ou até chamar ela para morar com ele, assim não
ficaria tão sozinho. Seu Silva achava graça da empolgação com que sua filha
falava sobre seu namoro, mas ele era muito sistemático com suas coisas,
antes de trazer alguém para morar com ele queria ter certeza, e havia pouco
tempo que estava com Gracinha. Porém, a ideia de viajar caia-lhe bem. Entre
uma dessas conversas ele cortou algo em que Nininha falava e entrou num
assunto que não tinha nada a ver com o que conversavam.
— Eu gosto deles, ou melhor, você não poderia ter tido sorte maior
que esta filha.
— O quê?!? Do que tá falando pai?
— Dos meus genros!! De quem mais seria?
— Uê sei lá, estávamos falando de uma coisa e aí o senhor fala ai
todo pensativo, não entendi.
— O que você tem de esperta, às vezes tem de tonta.
— Ah, então eu tenho certeza de que não sou tão tonta assim. Rsrsrs.
— Engraçadinha, tá melhorando seu humor com Léo tenho certeza.
Aquele garoto é um fanfarrão, mas tem um coração tão grande, uma
sensibilidade, é um menino de ouro e é completamente louco por ti. E Dane,
com toda aquela autoridade e pinta de durão, se derrete só de te ver entrar no
ambiente. O poder que você tem sobre esses dois é quase palpável, minha
filha. Quando estão juntos, você parece um sol e eles os planetas ao seu redor
se movimentando através da sua gravidade. Vejo cada um deles te olharem
com uma doçura diferente, porém idêntica, não sei explicar. O que esses
caras são capazes de fazer para te fazer feliz não cabe em um livro. Eu me
achava o último romântico, um homem capaz de tudo pelo amor, que ingênuo
eu fui. Nem eu amei tanto sua mãe, ou pelo menos, não tentei provar esse
amor para ela quanto esses dois fazem a você. Eu sou um homem sortudo por
ter a sorte de minha única e amada filha poder encontrar amor maior do que
nós mesmos. Se eu tivesse que escolher marido para você, seriam esses dois.
E se Deus me permitisse escolher filhos homens, seriam esses dois. Nossa
família, principalmente eu e você sofremos muito com a perda precoce de sua
mãe. Mas fomos recompensados à altura. Eu te abençoo meu amor, abençoo
seus noivos e abençoo o futuro de vocês. Você não poderia ter sorte melhor!
Emocionados, pai e filha se abraçaram. Escutar essas palavras de seu
pai sem esperar, assim do nada, atingiu fundo o coração de Nininha. Feliz por
seu pai estar feliz e compreender completamente o que era a relação dela com
Léo e Dane falou:
— Meu pai, tenho certeza que se o senhor tivesse tido mais tempo
com a mamãe, teria feito como meus meninos fazem por mim. E como não
teve, o senhor usou todo o amor que tinha por ela e acrescentou ao amor que
nasceu comigo. Mas pai, ainda é tempo de viver uma nova história de amor,
talvez a Gracinha seja um novo presente de Deus, uma nova oportunidade
para que o senhor mostre o romântico que há dentro de você, e concordando
com suas próprias palavras, pode até ter concelhos com seus dois filhos do
coração, os quais o senhor tem tanta admiração. Amo você pai. Ah! E cá
entre nós, eles nem são tão românticos assim. — Disse Nininha terminando
num tom de voz mais baixo, como se contasse um segredo.
Seu Silva balançou a cabeça como se seus anos de experiência lhe
desse um embasamento melhor do que os dela e falou:
— Acho que você não conhece de verdade os seus homens, precisa ter
mais atenção. Você não sabe o quanto eles podem fazer para realizar
qualquer sonho seu.
— Ora papai o senhor está começando a variar, isso que eu acho.
— Está me chamando de louco?
— Não pai, nunca. — Respondeu ela sentando em seu colo e beijando
sua face.
Chegando em casa Nininha encontrou Léo vendo filme.
— Oi princesa, por que não avisou que vinha embora, íamos te
buscar.
— Meu pai me trouxe, ia se encontrar com a Gracinha daí peguei uma
carona, onde está Dane?
— Acabou de chegar da rua e está tomando banho.
— Ah!
— Aconteceu alguma coisa?
— Não, chega pra lá para eu deitar contigo, adoro esse filme. Ainda
está no comecinho.
Léo deu espaço para ela no sofá que se enroscou no seu corpo. Ele
adorou. Enquanto começaram a assistir o filme, Dane entra na sala e vê os
dois no sofá.
— Já chegou amor, por que não avisou, íamos te buscar? — Disse ele
se abaixando e dando um beijo em sua bochecha.
— Eu vim com meu pai. Amor, aproveitando que está de pé, faz
pipoca doce me deu uma vontade louca de comer.
— Tá faço sim. E o que vamos jantar?
— Eu posso fazer aquela minha macarronada? — Perguntou Léo.
— NÃO!!!!! — Respondeu Dane e Nininha em uníssono.
Rindo Léo falou:
— Dois idiotas...
— Não fica chateado meu príncipe, é que além da pipoca doce, quero
comer estrogonofe de carne. Quando acabar o filme eu faço.
— Ótimo... Dêem pausa no filme enquanto eu faço a pipoca. —Dane
disse indo para cozinha.
Com a pausa no filme, Léo aproveitou para namorar sua princesa.
Beijos e afagos trocados com muito amor. Léo aproveitou para perguntar:
— E aí, tudo certo para o ensaio de noiva?
— Sim, o vestido é lindo. Pena que vocês não quiseram ver.
— Os noivos não podem ver o vestido de noiva antes... Do ensaio.
— Santa bobeira, é só um ensaio. Bruna e Lary estão mais eufóricas
do que eu.
— É tão ruim assim pra você estar num vestido de noiva, amor?
— Não é isso, é que... Sei lá, não sei explicar. Acho isso tudo meio
impróprio.
— Impróprio!?
— É... Não... Talvez não seja essa a palavra. Ah! Esquece, o
importante é que faremos essas fotos.
— E você gostou do seu vestido?
— SIMMMMMMMMMM, se eu fosse me casar na igreja ou em
qualquer lugar do mundo, só teria duas certezas: que este seria o vestido e
vocês dois os noivos.
Com um beijo apaixonado Léo selou seus lábios. Não aguentou ver
seus olhos brilhando ao falar do vestido que usaria se, se casasse com eles.
Nininha se soltou do beijo ao sentir o cheirinho da pipoca.
— Hummm...
— Esse hummm foi para nosso beijo ou para a pipoca? —
Questionou Léo com um tom abismado.
— Para os dois... — Nininha respondeu dando vários beijinhos nele.
— E por falar em seus beijos, não estou preparada para ficar longe de um de
vocês de novo. Há um mês e pouco atrás foi Dane e, agora amanhã será você.
Não gosto disso.
— Minha linda, você terá que se acostumar. Sabe que quando
voltarmos a ativa teremos plantões diferentes. Muitas vezes estaremos os três
juntos e outras não. E quanto amanhã, já lhe expliquei, tenho que fazer essa
reciclagem e são dois dias, ficaria muito ruim ir e vir e voltar. Passaria a noite
na estrada e não renderia nada.
— Eu sei, eu sei. Nem eu quero você para cima e para baixo na
estrada. Vou ficar bem com Dane é claro, mas sentirei sua falta.
Voltando para sala com a pipoca, Dane soltou:
— Não se preocupe amor, podemos fazer uma chamada de vídeo para
ele igual a que vocês fizeram para mim. Toma sua pipoca.
— Achei interessante, só terei que ir para o banheiro, acredito que no
alojamento terão outros policiais em treinamento. — Disse Léo pegando
pipoca e mastigando.
Nininha abraçou Léo forte e disse:
— Perfeito! Agora me da minha pipoca e da play no filme.
Juntos assistiram o filme, depois jantaram e foram se deitar tarde da
noite. Nininha foi levada no colo por Dane, pois dormiu no sofá, após comer
um prato enorme de estrogonofe de carne. Léo verificou os documentos para
levar para a reciclagem.
Se espreguiçando sob os raios de sol que invadida o quarto, Nininha
ainda sentia seu corpo dolorido da foda matinal que teve antes de Léo sair.
No dia anterior acabou dormindo e não teve como se despedir, então ela
acordou na hora em que Léo se levantou para se arrumar e eles se amaram na
cama antes dele ir tomar banho. Dane acordou com o movimento da cama e
após Léo levantar, foi sua vez de matar a vontade do corpo de sua noiva.
Agora ela estava ali apenas com a sensação do toque deles.
Como Dane saiu para ir resolver algumas coisas. Se levantou e foi tomar
café.
Inspirada, decidiu pintar. O quadro que começou antes de viajar pela
segunda vez para fronteira ainda não estava terminado, ela fez algumas
mudanças. Os meninos ainda não o viram. Apesar da curiosidade deles, ela
conseguiu manter em segredo e eles conseguiram se segurar. Agora para
terminar, faltava apenas alguns detalhes. Seu desejo era ter ele pendurado na
parede da cabeceira da cama feita por encomenda para a suíte da casa nova.
Já era hora do almoço quando ela se deu por satisfeita. Se afastando
um pouco da tela para dar uma avaliada de longe, sentiu uma emoção enorme
ao ver sua obra de arte concluida.
Esta com certeza era sua tela mais linda. Não só porque era a maior que já
havia feito, mas porque nunca nenhuma de suas telas carregou tanto
sentimento como esta. Lágrimas molharam seu rosto, andava um pouco
sensível estes dias, a imagem na tela levava ela a um lugar muito especial, se
lembrou que estava sozinha e que não veria Léo até amanhã a noite,
começou a chorar mais ainda. O pensamento de ficar longe de um deles, ou
dos dois, a pegou desprevinida. Chorosa foi arrumando a bagunça que tinha
feito e depois embrulhou a tela.
Precisava falar com o mesmo marceneiro para fazer um quadro que combina-
se com os móveis do quarto. Se recompondo, carregou a sacola com o lixo
para cozinha. Com fome iniciou o preparo do almoço, já não quis o
estrogonofe de carne de ontem. Sua vontade era comer um fricassé de frango
com muito queijo mussarela derretido. Na verdade queria comer o queijo
agora. Foi na geladeira pegou uma fatia enrolou e comeu.
Pegou o celular para falar com Dane.
— Oi amor, tudo bem? — Ele atendeu.
— Sim... Você vem para almoçar ou vai me deixar sozinha o dia
inteiro?
— Vou sim amor, por quê, já está com saudade?
— Sim estou... Sempre estou... E quero fazer fricassé com bastante
queijo, fui ver tem pouca mussarela.
— Não precisa se preocupar em fazer comida, ainda tem estrogonofe
de ontem a noite.
— Eu sei, mas eu quero fri-cas-sé, eu não disse que ia fazer? Então
vou fazer, posso?! — Respondeu irritada.
— Tudo bem amor, eu levo, não tem problema, só falei porque não
queria que tivesse mais trabalho. Aconteceu alguma coisa, por que está
nervosa? — Falou Dane confuso.
— EU NÃO ESTOU NERVOSA, e não queira me ver nervosa. Você
é que não esta entendendo o que falo. E pra que dois homens se ultimamente
estou sempre sozinha? Léo não vem hoje, você está na rua fazendo sei lá o
quê... Aaa esquece Dane, deve ser TPM.
Rindo um pouquinho, Dane tentou entender sua menina. Quando ela
estava naqueles dias ficava irritadíssima.
— Fica tranquila que já estou indo, só vou passar na padaria para
comprar a mussarela, quer algo mais?
— Sim, traz aquela rosquinha que eu gosto, comi a que tinha aqui
essa manhã e vem logo amor. Ah! Traz refri também. — Falou ela bem mais
amável do que antes, nem parecia a mesma pessoa.
— Comeu aquele saco de rosquinha todo, já?
— Sim, por quê? Não posso?
— Claaaro que pode. Ok, ok, Pode deixar, te amo! Tchau!
Desligando o celular Dane pensava na menina irritadinha que o
esperava em casa.
À tardinha Dane estava no pequeno banco que havia na varanda do
apartamento, Nininha estava em seu colo com o saco de rosquinha que ele
trouxe antes do almoço. Estavam em silêncio apenas aproveitando a
companhia um do outro olhando para praia. Dane passava a mão nos cabelos
acobreados de sua menina enquanto a observava mastigar as rosquinhas que
tanto gostava.
— Você adora essas rosquinhas, né? — Disse ele lhe dando um beijo.
— Amo. E aquele chocolate que trouxe também adorei, pode trazer
sempre que puder. — Falou ela se remexendo em seu colo.
— Se você continuar se remexendo assim no meu colo, eu farei um
estoque tanto de rosquinhas como de chocolates. — Sibilou Dane em sua
orelha cheio de más intenções, passando a mão boba pelo seu quadril.
— Nem precisa disso tudo para eu remexer mais. — Retrucou ela já
largando o saco de rosquinha e concentrando sua boca com a dele.
A noite ia caindo e eles continuavam a namorar na varanda. O clima
cada vez mais quente. Nininha estava bem fogosa e tirava Dane do eixo
quando o beijava na boca e com a mão masturbava seu pau por dentro da
cueca. Às vezes, ela parava o beijo sem desencostar o rosto do dele, abria os
olhos e o encarava enquanto apertava e soltava o pênis pulsante em sua mão e
sorria gostosamente.
— Safada... Continue me estigando assim que você vai ver o que faço
com você.
Ela riu alto do que ele disse e apertou mais ainda o corpo do pau dele.
O fez suspirar. Só faltava isso.
— Você pediu... — Disse ele se levantando sustentando ela no colo.
Chegou na sala a deitou no braço do sofá de modo que seu rosto ficou
encostado no acento e sua bunda para cima. Entre risos e gritinhos nervosos,
Nininha sentia Dane retirar seu shortinho de moletom junto com sua calcinha.
Sua respiração ficou suspensa quando sentiu o dedo dele molhado de saliva
invadir seu buraco rígido. Soltou o ar e um gritinho tenso com a invasão, que
apesar de ardida se transformava em prazerosa quando ele rodava o dedo e
fingia retirar para novamente introduzir.
Quando ela começou a se acostumar com a invasão e, já gemia de tesão, ele
retira o dedo abruptamente, lhe dá um tapa dolorido sem aviso em ambas as
bandas e a penetra na vagina que escorria de desejo dizendo:
— Danada... Adoro a marca das minhas mãos nas bochechas de sua
bunda e mais ainda adoro sentir o meu leitinho jorrando pra dentro dessa
buceta gulosa. Se prepara porque do jeito que eu estou não vai demorar muito
pra acontecer.
Dane se curvou um pouco para frente, com a mão direita segurou no
encontro de seu ombro e pescoço, para a manter no lugar, e com a mão
esquerda levou a seu seio por cima da blusa e apertava de acordo com as
estocadas que lhe dava.
Ele foi viril e forte o suficiente para movimentar o sofá do lugar com
suas investidas. Nininha tomava e tomava e tomava sem dó tudo o que ele
queria. Só fazia gemer rouca de tanto prazer. Deixou seu corpo solto ao seu
comando e apesar do sexo duro e de certa forma até violento, gozou
divinamente se sentindo possuída até às unhas dos pés. Seu gozo se
reproduziu ao sentir o líquido quente de Dane que era tanto, que sentia
transbordar entre às bordas de sua vagina que ainda roçava em seu pau.
Suados e semi nus, passaram um tempo sobre o sofá agarrados
olhando o céu estrelado lá fora.
— Amor ?
— Hummm... — Resmungou Nininha.
— Por que estava tão estressada mais cedo?
— Ah! Não sei. Hoje me bateu um medo de não ter mais vocês dois.
De perder essa vida a três, de perder vocês.
Virando-a de frente para ele, Dane retirava os cabelos que cobriam a
face de Nininha para olha-la nos olhos. Percebeu um mar se formando nos
olhos castanhos, doía seu coração imaginar ela sentido dor, ainda mais uma
sem motivo.
— Minha menina, o que você precisa que nós façamos para acreditar
que você agora é nossa vida, nosso ar. Sem você não somos ninguém, não
existe nós sem você.
Sem conseguir se controlar, novamente Nininha voltou a chorar.
Escondeu o rosto no pescoço de Dane e chorou de soluçar, deixando Dane
tenso sem saber o que fazer ou dizer. Porém, mesmo assim ele tentou:
— Amor, o que foi? Fala comigo, fizemos algo para te fazer acreditar
o contrário do que disse antes? Eu fiz? Ou foi aquela gazela? Talvez, alguém
fez? Por favor me diga, não chore assim, me dói ver você chorar... Já sei,
vamos ligar para Léo ele saberá o que dizer. Eu não sei o que fazer. Não
consigo te ver chorar.
As palavras preocupadas de Dane, e seu medo de não saber o que
fazer e pedir ajuda ao amigo, a fez sair do choro sentido para o sorriso
amoroso. Levantando a cabeça olhou nos olhos assustados de seu Dane.
— Desculpa amor, ando meio chorona mesmo e com medo de tudo.
Deve ser todas essas mudanças, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e
ainda tem a TPM. Eu não tenho nenhum motivo para não acreditar no que
você disse e Léo vive repetindo. Mesmo que vocês não falassem eu sinto. É
que nós mulheres temos esse turbilhão de homônios que nos deixam uma
pilha de nervos. Já me senti assim meio descontrolada nas emoções há alguns
anos atrás antes de iniciar esse anticoncepcional que tomo, quando for tomar
a próxima injeção converso com a médica. Mas fora isso, esquece minhas
lágrimas e me faça gozar de novo... E agora que tal ligarmos para Léo, e não
é para conversar?
— Meu Deus mulher, você vai de um extremo ao outro sem pisar no
chão. Me dê alguns minutos para voltar ao normal, enquanto isso pega o
celular que está lá na varanda.
Levantando serelepe Nininha seguiu até a varanda, antes de chegar lá
ouviu Dane gritar:
— NININHA!?!?
— O que foi? — Respondeu ela assustada se virando para ele.
— Não vai colocar o shorth?
— Ah! Dane, que susto. Não precisa, é rapidinho. — Disse ela indo
até lá e voltando, ouvindo Dane xingar e resmungar sentado do sofá.
— Filha da... Pode vir já tive meu tempo, agora sua bunda terá o seu.
— Dane?! — Disse ela assustada, porém excitada com a promessa na
voz dele. — Não vou, você está bravo e vai acabar comigo. Vou ligar para o
Léo.
— Para com isso, tenho certeza que você vai gostar, e até está
querendo, vem cá... — Respondeu ele levantando, já com o pênis
endurecendo para tentar pega-la, mas ela fugiu para o quarto deixando a
imagem daquela bunda redonda com marquinha de biquíni para trás.
Andando atrás dela, segurando seu pau, Dane estava cada vez mais
excitado com a brincadeira.
— Amor você sabe que não pode se esconder de mim, eu vou te
achar. E essa bundinha gostosa vai ser minha.
No quarto escondida atrás da porta do banheiro, Nininha ligava para
Léo. Estava excitada, ansiosa e animada com a brincadeira.
— Alô, princesa...
— Léo?! — Cortou ela exasperada.
— Que foi Paulina? Aconteceu alguma coisa, onde você está, cadê
Dane? — Disse Léo assustado.
— Tá tudo bem Léo, e aí, está à toa já?
— Sim, acabei de tomar banho, por quê?
— Porque eu e Dane não queremos esperar para te ligar de
madrugada.
— O que você está fazendo abaixada atrás da porta do banheiro,
princesa?
— É que... Eu fiz uma pequena malcriaçãozinha e Dane está me
caçando. Léo, Dane disse que minha pobre bundinha terá seu tempo. — Disse
ela melosa.
Já sentindo todo o sangue de seu corpo se concentrar na cabeça de seu
pau, Léo apertou o dito cujo com a mão livre e acariciou.
— Bom, vocês têm toda minha atenção, deixa só eu fechar a porta,
por sorte peguei um quarto no alojamento e estou só.
— Isso é bom, muito bom. — Disse Nininha baixinho.
— O que você ainda está vestindo princesa?
— Hã, apenas minha blusa.
— Acho melhor retirá-la, talvez se Dane te encontrar já sem ela você
ganhe pontos, e consiga barganhar.
— É verdade, já disse que te amo hoje?
— Sim, mas não o suficiente.
Já sem a blusa, Nininha repetia: te amo, te amo, te amo...
No quarto Dane escutou a voz dela, com certeza falava com Léo. Deu
um tempo para eles, seu amigo deveria estar mal por só vê-la pelo telefone.
Enquanto isso ele foi até a mesinha de cabeceira onde estava o óleo corporal
lubrificante que usaram outro dia.
Seguiu para o banheiro e abruptamente abriu a porta que só estava
encostada. Fingindo-se assustada, Nininha pulou para dentro da banheira.
Dane teve uma visão maravilhosa ao ver os seios ultimamente pesados dela
saltarem.
— Aí está ótimo, assim não besuntamos o banheiro todo, só esse
rabinho lindo. Oi Léo, como foi curso? — Perguntou Dane tranquilamente,
como se não soubesse o que suas palavras e todas essas promessas faziam
com ela.
Nininha virou o celular para ele e Léo respondeu :
— Do jeito que pensei, um saco. Preferia estar à caça aí com você.
— Não se preocupe amigo, você não estará aqui, mas assistirá da
primeira fila.
— Ei!! Eu estou aqui ainda, sabia. — Reclamou Nininha.
— Nós sabemos, me dê aqui amor esse telefone, vamos colocar ele
ali, está bom para você Léo?
— Oh, se tá.
Puxando com uma delicadeza nada natural a sua menina, Dane se deu
ao luxo de beija-la com amor e paixão. Quando ela já estava desarmada,
Dane escorregou o óleo por suas costas dando uma ênfase em sua bunda. A
pele de Nininha já queimava ao seu toque. Não havia mais o pensamento de
fugir, apenas o desejo de se entregar completamente para Dane aos olhos
atentos de Léo. Todo esse jogo mexia com eles. Ver Dane massageando as
carnes macias de sua princesa deixava-o fora de si. Tirou o shorth que vestia
e com o pau livre ficou mais fácil buscar o prazer físico que precisava. Com
uma mão acariciando o saco pesado e a outra movimentando de cima para
baixo no seu eixo, Léo foi em busca de sua libertação enquanto assitia a
sodomia que acontecia dentro de seu banheiro.
Toda escorregadia e com a pele formigando de prazer, Dane a virou
de frente para parede, levantou uma de suas pernas sobre a bancada da
banheira deixando-a arreganhada e seu buraco livre para seu prazer. Passava
a mão em seu rêgo de cima para baixo, debaixo para cima, sensibilizando
toda aquela área perdida. Na entrada de músculos tensos, Dane se concentrou
com seus dedos, levou Nininha quase ao orgasmo só com seu toque em
lugares específicos. E quando ela já quase implorava rebolando a bunda na
sua cara e seus dedos, Dane lembrou da traquinagem que fez em ir semi nua
até a varanda e depois fugir dele.
— Está bom né, mas eu queria te lembrar que nem eu nem Léo
queremos que ninguém mais veja o que pertence a nós dois. Você sabe,
adoro a marca das minhas mãos na bochechas da sua bunda, e agora vou
maraca-las de um jeito que elas ainda vão estar aí quando Léo chegar
amanhã.
Dane terminou de falar ao ouvido dela. Nininha não sabia se sentia
medo ou mais desejo. Sentiu a primeira palmada queimar a banda de sua
bunda, ao se acostumar com a ardência, Dane soltou a mão e lhe deu mais
algumas que não saberia dizer quantas foram. Os susurros que Dane e Léo
faziam eram instigantes. Deixava ela ainda mais entregue a luxúria. Os tapas
não eram de dor, o cunho sexual que havia neles era mais forte. Tomada de
pensamentos imundos, sentiu Dane acomodar a cabeça de seu pau em seu
ânus bezuntado de óleo e pressionar o anel de músculos até fazer morada.
Lhe dando um tempinho para ela se acostumar, foi beijando a linha de sua
coluna até o pescoço provocando arrepios em todos os lugares de seu corpo.
Com os dedos Dane dedilhava seu clitóris inchado e aos poucos se
acomodava melhor dentro dela. Quando seus corpos já não eram dois e sim
um só, Dane tomou com muita volúpia e tesão sua Nininha, provocando o
início de mais um orgasmo avassalador para os dois e para Léo que os
assistiam.
Os espasmos que Nininha tentava suportar em seu interior eram
incontroláveis. Dane os sentia pressionando seu pênis que estava quase
voltando ao normal. Do telefone ouvia-se o som da respiração entre cortada
de Léo.
— Bom, acho que preciso de outro banho. E vocês também. Amanhã
nos falamos. Cuida dela Dane.
— Pode... Deixar... Irmão...
Léo desligou. Dane levou Nininha para o box. Entre os dois não dava
para saber quem estava com a perna mais bamba. Após o banho foram para
cama. Aninhados e ainda aos beijos, Dane e Nininha trocavam palavras de
amor.
— Te amo...
— Eu te amo...
— Eu te amo mais e mais e mais...
— Tá bom, não vou discutir estou faminta. Ainda tem estrogonofe e
fricassé né? Vou esquentar pra mim, quer? — Falou Nininha se levantando
da cama.
Olhando-a colocar a camisola e descer apressada, Dane perguntou
implicando:
— Vai misturar os dois, sério?
— Sim, a vontade é minha... Vai querer Dane?
— Não amor, não. Vou contigo para tomar água e te fazer
companhia.
Sentado na mesa, Dane assistia o amor de sua vida saborear a
gororoba que ela criou.
— Estava mesmo com fome!
— Vocês acabam com minhas forças, minhas energias. Tenho que
comer.
— Ahã...
— Tá querendo dizer o que Dane?
— Eu!?!? Nada amor. Termine aí para irmos pra cama, também
esgotei minhas energias. Vou fechar tudo enquanto termina.
As energias se esgotam e precisamos recarregar. O físico necessita de
comida, água, entre outras coisas para se reabastecer. A mente e o emocional
para algumas pessoas é mais valioso e também precisa se reabastecer. Mas
estes se reabastecem de sentimentos como amor, compaixão, amizade,
carinho etc. Às vezes, recarregamos as nossas energias até em um abraço,
principalmente naqueles inesperados, aqueles que acontecem de graça. As
energias trocadas entre as pessoas, são de suma importância para calibrarmos
nossa alma.
Sabemos que existem por aí energias escuras e negativas, mas quando somos
alimentados diariamente de energia pura vinda do amor, amizade e
companheirismo não há obscuridade forte o suficiente para nós atingir.
O retorno de Léo e um passeio que fizeram os três no fim de semana
para curtir um ar mais gelado na Serra, fez Nininha ficar menos irritada e
esquecer aqueles medos bobos que surgiram do nada. Os três estavam em um
chalé aconchegante de madeira rodeado de árvores com som do riacho ao
fundo.
— Léo, você percebeu algo diferente na nossa noiva? —Perguntou
Dane sentado na cadeira ao lado, para Léo. Eles estavam de costas para a
paisagem fora do chalé, e de frente para a cama da onde acabaram de sair e
deixaram descansando sua mulher.
— Não, ela continua insaciável como sempre, por quê?
— É que, depois daquele dia de choro dela e irritabilidade de graça,
me deixou meio preocupado.
— Brother, pode parar, volta pro modo Dane durão. Ficar esse tempo
todo com Nininha está te fazendo virar uma manteiga derretida. Essas coisas
são coisas de mulheres, temos que nos acostumar e encher ela de chocolate e
rosquinhas. Além de beijinhos e carinho, e se possível manter a boca fechada.
Vamos nos acostumar.
— Porra Léo, diz isso porque não foi você que teve ela no colo
chorando e soluçando por medo de nos perder. Vê se pode. Mal sabe ela que
nós é que somos os miseráveis que não sabemos mais viver sem tê-la.... Eu
quase que....
— Para Dane, para... Já está tudo maravilhoso, todo santo dia é a
resposta que precisamos para continuarmos. Nosso amor é maior que nós
mesmos e esse é o nosso caminho. Nos fortalecemos todo dia ao vê-la abrir
os olhos ou ouvir o som de sua respiração enquanto dorme. E quando ela se
desfaz em nossos braços do prazer que a fazemos sentir, é onde encontramos
a certeza de que estamos ligados de corpo, alma e coração. Ela perguntou
sobre a aliança?
— Sim, eu disse que ia tentar pegar antes da sessão de fotos, semana
que vem.
— É uma pena que ela não queira toda a pompa e circunstância de um
casamento que o momento merecia. — Falou Léo num suspiro.
— No fundo ela quer, mas não sabe como. Faço tudo e qualquer
coisa para vê-la feliz.
— Nós fazemos brother, nós. E vamos fazer, tudo. Olha pra ela
enroscada no lençol, seu seio está especialmente lindo ultimamente.
— Eu sei, você tem levado bastante tempo em aprecia-los com sua
boca. Os bicos de rosa estão vermelho brilhante do jeito que gostamos. Agora
vê aquele quadril empinando a lateral de sua bunda, que tesão. Merda já estou
duro de novo.
Rindo, Léo disse:
— Sofro do mesmo mal, brother. Vejo as marcas da sua boca na polpa
da bunda dela. Às vezes, penso que somos muito exigentes. Mas ela nos leva
tão bem, ela nos implora por mais. Não consigo resistir.
— Eu quem o diga, dos dois eu sou o mais duro, você é mais
carinhoso. Eu tento, eu juro, mas ao toca-la meu corpo ascende e perco a
razão. É inevitável. Fico irracional.
— Dane, olha para ela...
Dane a olhou novamente a pedido do amigo e a encontrou de olhos
abertos. Em sua íris saiam faíscas de fogo, passeando o olhar por seu corpo,
via o esfregar de suas coxas no desejo de ser observada pelos dois. Havia
passado apenas duas horas que estavam juntos naquela cama fazendo amor e
mesmo assim podia ver em seus olhos e na reação de seu corpo que os queria
de novo.
— Aí nossa resposta, ela foi feita para nós e suporta com maestria
tudo o que lhe proporcionamos porque também o quer que seja assim. —
Concluiu Léo se levantando e encaixando o rosto no meio das coxas de
Nininha, que quando viu ele se levantando já foi se abrindo para ele. Como se
pedisse para ele saborea-la.
Dane não podia ficar de fora, foi também até ela se saciar e sacia-la de todas
as maneiras possíveis.Vendo a carne de seus seios se movimentando ao toque
apertado das mãos de Léo, e seu ventre se contorcendo por receber um
tratamento de língua em seus lábios vaginais, Dane se pôs de joelhos do lado
de seu rosto e quando recebeu um olhar devasso e safado dela, disse:
— Abra a boca e chupa!
Capítulo 50: Isso é real?
nossos desejos, fizemos de tudo para chegar bem perto? Por muitas vezes
Deve ser magnífico chegar ao fim e poder dizer que realizou um sonho, mas
deve ser ainda mais fantástico ter um conjunto de realizações que te fizeram
feliz ao longo da busca de um sonho, que virou outro, que virou outros... E
outros. Para que isso seja possível, temos que nos permitir. E como nos
essencial saber a hora certa em que a luta não está te levando a lugar nenhum
e, às vezes, até te afastando do real objetivo. É preciso até escolher qual luta
vale mais a pena. Temos que ser maleáveis, aceitar mudar, aceitar mudanças.
E as mudanças tem que ser também de dentro para fora. Mesmo os nossos
conceitos diante de certas situações tem que ser revistos ao longo da vida. O
tempo passa e o mundo muda, por que não podemos mudar também? Quer
Se o nosso maior desejo é ser feliz, por que é tão difícil? Deveria ser mais
manter a mente aberta para entender opiniões diferentes e até quem sabe
mudar algumas das nossas, olhar com olhos de amor para tudo e para todos e,
Somos mutaveis e feitos para amar e não para nos martirizar e martirizar os
havia uma nova surpresa a esperando. Mas logo deduziu que eles se
concentraram tanto no casamento que não fizeram muito pela lua de mel.
Porém nada ao lado desses homens estava perdido. Por fora o hotel parecia
ser bem simples, mas ao entrar na suíte reservada Nininha foi tomada mais
uma vez pela surpresa. A suíte era linda e a cama enorme, em cima dela
pétalas de rosas vermelhas, aliás por todo o quarto podia-se ver as pétalas. Os
lençóis estavam em formato de corações. Havia uma mesa com três cadeiras
e sobre ela um balde reluzente com uma garrafa de champanhe e uma tigela
belisquetes.
Dane foi quem trazia ela no colo e ao entrarem no quarto ele a passou
para os braços de Léo. Dane e Léo olhavam encantados para os olhos dela.
Estava radiante com tudo o que via. Estava linda naquele vestido de noiva.
Léo beijava o rosto e pescoço dela fazendo-a rir. Dane foi correndo até o
champanhe, queria brindar eternamente essa felicidade extrema que sentia.
Com as taças cheias e nas mãos de cada um, Dane puxou um brinde.
— Enfim, sós. Um brinde a minha esposa que está linda nesse vestido
de noiva e... Chupa... Como ninguém.
— E eu, brindo pela bela oportunidade de tirar esse vestido de noiva e
ter essa boquinha para todo o sempre e tudo o que tem embaixo desse
vestido. — Disse Léo sacana apertando a bunda dela fazendo-a soltar um
grito.
— Aiii... E eu… Brindo a bela oportunidade de poder usufruir
sozinha de dois maridos lindos e gostosos por toda eternidade.
Entre risos e brincadeiras os três exploraram juntos o ambiente do
quarto. Eles pegavam as pétalas nas mãos e jogavam sobre ela, enquanto ela
rodopiava ao som da música que tocava. Se estigavam vez ou outra com
palavras e afagos mais íntimos, mas nada tão intenso como realmente
queriam. Na verdade se permitiram desfrutar desse momento de felicidade de
maneira boba e casual. Eles zoavam Léo por ter caído enquanto dançava com
seus sobrinhos, zoaram Dane por ter ganho o prêmio de bebê chorão da noite
e zoaram Nininha por ter passado mais tempo indo ao banheiro do que entre
os convidados.
Riam feito bobos, como tolos adolescentes que não tinham responsabilidade
com nada e não deviam nada a ninguém.
— O que eu posso fazer se ultimamente ando fazendo rios de xixi. E
não pensem que foi fácil ir naquele banheiro improvisado na praia. Bruna e
Lary me xingavam toda hora que eu as chamava, principalmente Bruna, até
que ela deu essa tarefa para Léia coitada.
— E você nem bebeu direito, né amor? — Perguntou Dane.
— Pois é, mesmo antes de eu me ver dentro da surpresa do casamento
real, eu já estava meio enjoada nem comi direito. Acho que parece que eu
estava prevendo o nervosismo, a emoção que estava por vir. E aí na festa
decidi não beber não queria passar mal e principalmente queria estar inteira
para vocês dois. — Ela terminou falando indo sentar no colo de Dane.
Como Dane estava sentado na cama, ela teve que levantar levemente
o vestido e com as pernas abertas montou em sua cintura. Não resistindo,
Dane agarrou seus seios, ultimamente fartos e apalpou com vontade.
Léo virava sua taça e esvaziava o líquido que ali estava observando os
dois na cama. Rindo e prevendo que a festa agora iria realmente começar, se
levantou já tirando seu paletó. Começou a desabotoar a blusa enquanto ia em
direção à varanda da suíte que era de frente para praia. Abriu às cortinas e a
porta deixando a luz da noite e a brisa passar. Da cama, tendo os seios meio
expostos e saboreados por Dane, Nininha olhava para Léo com tesão, passava
os olhos pela blusa dele aberta que mostrava todo aquele tronco esculpido e
ficava ainda mais excitada. Léo sabia o quanto ela admirava essa parte de seu
corpo e se fez de amostrado retirando vagarosamente às peças vendo nos
olhos dela o quão mais quente ficavam. Dane chupava os bicos de seus seios
tão forte e voraz que ela se contorcia feito louca roçando em seu pau. Léo
pegou a garrafa de champanhe e levou à boca justamente no momento em
que ela voltou a olha-lo e, sem querer querendo, deixou um pouco do líquido
escorrer de sua boca pelo seu queixo e pescoço, formando um rio nas
cavidades de seu abdômen sarado indo se esconder atrás do cós da calça que
ainda vestia. Lambendo os lábios Nininha olhou novamente para seu rosto,
nele encontrou aquele sorriso de quem sabia no que ela estava pensando. Ele
caminhou em sua direção e quando estava bem próximo, ela inclinou à
cabeça e lambeu o caminho por onde o champanhe escorreu.
Fechando os olhos, Léo sentia todo o prazer de ser lambido por sua esposa.
Mas saiu de perto dela, se voltou para mesa pegou um cacho de uva e comeu,
Nininha procurou a boca de Dane e nos lábios dele deixou o gosto do
champanhe.
Dane com as mãos subia ainda mais o vestido dela e tentava achar
caminho por sua calcinha, mas era muito vestido Dane já estava nervoso com
tanto pano atrapalhando seu toque em sua mulher.
— Merda, vou rasgar esse vestido... — Rosnou Dane.
Pulando de seu colo, Nininha correu rindo para os braços de Léo
dizendo:
— Não! Meu vestido não!
Léo a abraçou e beijando a linha de seu pescoço disse, tirando
delicadamente o arranjo que ainda usava na cabeça:
— Acho melhor tirarmos esse vestido antes que esse louco o rasgue
não é mesmo?
Se entregando ao toque de Léo em seus cabelos, Nininha fez um
uhum muito dengosa. Léo a virou de frente para ele e acariciando seu rosto e
cabelo foi dizendo:
— Nunca em toda minha vida vi uma noiva tão linda, só em meus
sonhos e em todos eles era você.
Beijando-a e passando as mãos por seus ombros, desceu-as aos seus
seios os apertou até que ela abri-se os olhos e quando ela os abriu mostrando
o fogo que ardia neles, ele riu de lado.
— Lindos, estão cada dia mais lindos...
— Eu... Eu acho... Parece que engordei... — Nininha tentava cortar a
fala de Léo, mas a sua própria fala foi cortada quando Dane veio e se pôs
atrás dela, colocando as mãos em seus quadris e beijando a linha de sua
coluna desnuda pelo decote do vestido.
— Shiiii... Você está gostosa, do jeito que agente gosta. Suas curvas
nos deixam loucos. Você nos deixa sem sentido.
Antes que ela tenta-se retrucar, Léo tomou seus lábios em seus dentes
e ardentemente a beijou ainda apalpando aqueles seios volumosos. Dane já
ajoelhado em suas costas colocava as mãos nas bandas de sua bunda como se
avalia-se toda a estrutura como um bom engenheiro. Ele soltou o pedaço do
vestido que se prendia a um botão, o que fazia ele perder a calda facilitando o
movimento. Solto, voltou a ser como quando entrou no caminho indo para o
altar.
— Maravilhosa, esse decote me teve na ponta dos pés por toda à festa.
Ainda mais quando você tirou o véu. Vi alguns olhares, mas no fundo sabia
que tudo isso pertencia somente a mim e ao Léo. Nossa! Minha! Pra sempre!
— Susurrou Dane após ajeitar seu vestido e dar um espaço para apreciar.
Ao ouvi-lo Léo pausou o beijo. Virou Nininha e passou aprecia-la
também. Tonta dos beijos e das falas que a entorpecia, Nininha pousou feito
boneca no meio dos dois.
Via seus olhos esverdeados e azuis febris ao olha-la assim.
Dane começou a desabotoar sua camisa também, mordia os lábios a
encarando. Ela se virou para Léo e se derreteu naquele sorriso maroto, ele
pegou algumas uvas e pôs em sua boca. Ela que já não era mais pudica
aproveitou o dedo que ele fez questão de tocar em seus lábios ao colocar às
uvas e o abocanhou sedutoramente fazendo-o lembrar o que ela havia feito ao
seu pau no carro.
De repente ela sente uma mão forte entranhar em seus cabelos e puxa-
la para trás, era Dane. Nu. Ele a virou e assaltou sua boca, tomou dela uma
das uvas que ainda estavam lá. Léo tirou suas calças e ficou de uma vez só nu
também. Foi até eles e nas costas dela após descer as mãos carinhosamente
pelo seu decote, encontrou um zíper. Puxou devagar até o fim. Voltou com
beijos do cós da calcinha que vestia até o pescoço onde estava o botão que
segurava a parte da frente de seu vestido e o desabotoou. Dane que em
nenhum momento parou de beija-la soltou a mão de seu cabelo e junto com a
sua outra veio descendo como podia a parte da frente deixando os seios
perfeitos e já marcados por sua boca, livres. Isso enquanto Léo descia com
seus lábios, agora não só com beijos, mas também pequenas mordidas e
chupões, até onde o vestido se prendia aos seus quadris. Com a ajuda de
Nininha rebolando, ele foi retirando ainda delicadamente o restante do
vestido. Ela nem precisou levantar os pés para sair de dentro daquelas ondas
de panos que se formou aos seus pés. Dane a puxou para cima pela cintura e a
tirou dali. Léo pegou o vestido e o pôs em uma das cadeiras. Os três tinham
vestígios da areia em seus corpos. Até nos seios de Nininha havia areia e
arroz. Nos cabelos dos três também, então Léo teve uma ideia.
— Brother o que você acha de uma chuveirada e depois jacuzzi?
Estamos os três cheios de areia e arroz. Do jeito que estamos loucos podemos
machucar nossa esposa.
Terminando o beijo Dane pensava no que Léo dizia, mas não queria
saber disso, porém Nininha se adiantou:
— Eu topo, estou louca por um banho meninos. E aqui tem uma
jacuzzi??? Aí meu Deus, eu quero! Vamos Dane?
— O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando. Tudo
que você quiser, amor. Mas, o resto da noite quem manda sou eu. Estou a um
fio da loucura, hoje senti coisas que nunca imaginei, meus sentimentos estão
à flor da pele e, mesmo você feito um anjo ao nosso lado no altar eu só
pensava em joga-la naquela pequena mesa e chorar com meu pau dentro de
você.
— Eu sou sua me tome como quiser, sei do que gosta e do que
precisa. Aliás sabemos, e além da noite de hoje teremos até o fim da vida
para nos saciar fazendo tudo o que quisermos.
Agarrando Nininha pela bunda, Dane colou seu lábio novamente com
o dela e saiu a levando em direção ao banheiro.
Como chamar de banheiro aquele espaço que parecia um spa.
Havia uma ducha que parecia cair de umas pedras na parede, no outro canto
uma linda jacuzzi e parecia já estar pronta para uso, pois o ambiente estava
esfumaçado e cheirando a essências florais.
Tudo muito lindo. Colocando-a de pé próximo ao que parecia um chuveiro
Dane foi descendo beijando seu corpo e retirou sua calcinha. Entraram juntos
no banho, logo Léo veio e se juntou com eles.
Dane realmente estava a ponto de explodir mesmo tendo gozado na
boca dela no caminho para o hotel já estava pronto para tê-la por completo.
Léo apesar de também pronto para o abate estava mais tranquilo, apenas
seguindo o fluxo gostoso da felicidade.
Durante a ducha, Dane e Léo banharam Nininha, acariciando seu corpo com
o sabonete líquido. Ela fez o mesmo com cada um.
Enquanto ela lavava e se deliciava no corpo de Léo, Dane se aproveitava da
parte livre dela. O mesmo fazia Léo quando era seu amigo que ela lavava.
Demoravam tempo intermináveis lavando o sexo de cada. Até que Dane não
se segurou mais.
— Chega de brincadeira, agora o jogo é a vera, a jacuzzi fica pra
depois. — Ele disse fechando o registro.
Rindo da necessidade de Dane, Léo saiu buscando às toalhas.
Enxugou o corpo de sua esposa enquanto Dane enxugava o cabelo. Após
secos foram para a cama. Sobressaltada com um tapa ardido que Dane lhe
deu, Nininha sentou na cama sorrindo safada e olhou ele se vestindo.
— Vai se vestir, vai aonde Daniel?
— Calma gostosa, vou ali no carro buscar uma coisa.
— Carro? Mas não tinha um motorista, achei que tinha ido embora.
— Não, não foi. Está hospedado no hotel também à nossa disposição.
E, para de fazer perguntas e me atrasar, se não esse tapa vai virar muitos
outros.
Com a cara assustada, mas excitada Nininha preferiu calar a boca.
Léo trouxe mais algumas frutas e sentou ao seu lado oferecendo.
— Não quero Léo, meu estômago não anda muito bem.
— Como assim, não está se sentindo bem, o que você tem?
— Nada meu príncipe, só não quero essas frutas.
— Acho melhor falar com Dane e deixar você descansar essa noite.
Não vamos ter você se sentido mal.
— Quem está se sentindo mal? — Questionou Dane ao voltar para o
quarto com a necessairie onde tinham os cremes e óleos que usavam no sexo.
— Olha só, eu não vou passar a minha noite de núpcias discutindo se
estou ou não, bem o suficiente para ser devorada pelos meus maridos. E digo
mais, estou a dois dias sem sentir vocês dentro de mim, e se isso não
acontecer nas próximas horas vocês é que vão passar mal.
— Mas princesa...
— Shiiii meu príncipe, quero tanto vocês, quero tanto sentir vocês,
preciso... Minhas emoções foram ao limite hoje também e só vão voltar ao
normal depois de vocês dois me levarem juntos para aquele lugar que sempre
me levam ao me fazerem sentir prazer. Quero deixar de sentir a gravidade e
voar pelo espaço. — Cortando a fala de Léo, Nininha foi tentando convencê-
lo com palavras e carícias sensuais. Ele não conseguiu resistir.
Léo a deitou na cama e a beijou, depois parou e perguntou:
— Tem certeza amor que está bem?
— Sim... E bem melhor agora com as mãos de vocês dois em mim. —
Respondeu ao sentir Dane também deitando ao seu lado e passando as mãos
na sua perna.
— Amor estou louco por você, e já sabe disso, mas temos a
eternidade para estar juntos se você estiver se sentindo mal ou até cansada,
não tem problema podemos descansar, amanhã é um novo dia. — Disse Dane
em seu ouvido.
— Não Dane, eu quero muito vocês, já disse... — Respondeu ela
melosa se esfregando nele bem oferecida.
Impossível de resistir. Dane já foi levando sua mão ao seio pesado
dela e esfregou mais ainda seu pau em sua bunda.
Léo também dopado pelo clima sensual que se instalava se entregou sem
juízo e a beijou com vontade segurando seu rosto. Sua mão desceu até o meio
das pernas dela e as encontrou abertas para seu toque. Suas carnes além de
macias, estavam molhadas para eles. Logo Dane juntou sua mão a de Léo e
juntos invadiram sua intimidade escorregadia tirando o seu fôlego.
Como na primeira vez que a tiveram juntos, deram a ela mais uma volta
naquela montanha russa. Como um foguete gozou, rápido, tão rápido que os
meninos se assustaram.
Nininha estava realmente muito sensível aos seus toques.
E, ainda queria mais. Ela se virou para Dane e acariciando seu pênis duro
beijou sua boca e seu peitoral, desceu pela barriga e levou novamente esse
pau feito concreto em sua boca. Sua posição deixou seu quadril suspenso no
ar e Léo não era bobo nem nada para não perceber como ela o chamava com
o balançar da bunda. Logo ele se levantou da cama e se posicionou atrás dela.
Beijando sua nuca enquanto ela chupava Dane, desceu devagarinho com seus
lábios até seu cóccix. Chegando lá, abriu as bandas de suas nádegas e desceu
com a língua aquele caminho que levava ao pecado. Dane bem acomodado na
cama começou a bater com a cabeça de seu pau no céu da boca de sua
mulher, e brincava com ela quando levava a cabeça até um lado da buchecha
e tirava para depois colocar novamente em sua boca. Ela ria safada com o
jogo que ele fazia.
Quando levou o pênis dele até o talo sentiu Léo enfiar a língua em seu buraco
enrrugado. Queria gemer, mas não podia, estava de boca cheia. Léo brincou
com os dedos no buraco apertado. Sentiu ele se afastando e quando voltou,
sentiu deslizar um creme sobre seu ânus. Esfregou por todo canto, se
demorou no seu clitóris latente o que a fazia ronronar. Léo não esperou e se
enfiou naquela buceta pedinte e com o dedão da mão enfiou no outro buraco,
ao senti-la mais entregue, enfiou o outro dedão no mesmo lugar. E enquanto
ela mamava o pau de Dane o fazendo mais louco ainda, Léo arremetia para
dentro dela elevando o prazer a níveis extremos. Nininha sentia os dedos de
Léo em seu rabo se movendo diferentes, quando um entrava o outro saia, ao
mesmo tempo sentia sua cavidade vaginal se abrindo para dar espaço para o
pau dele ir e voltar. E ela nem podia gritar, pois o pau de Dane se fazia
presente em todos os cantos de sua boca e às vezes, bem fundo em sua
garganta. Esse movimento alucinante à fazia sentir um comichão em todo
corpo. Sua pele estava arrepiada e as ondas que sentia surgir de dentro dela já
a deixava louca. Mais um orgasmo se formou rapidamente e a tomou por
completo. Sua vagina e ânus se contraiam e apertavam os dedos e o pau de
Léo. Ele gemia alucinado, tanto que começou a meter forte buscando seu
prazer. Mas quando viu o movimento de Dane soube que queria toma-la
junto. Então Léo diminuiu às investidas, retirou os dedos da bunda dela e a
levantou sem retirar seu pênis de dentro. Segurando pelos seus cotovelos
rebolou gostosamente dentro dela e agora sim ouvia seus gemidos e gritinhos.
Levantando, Dane se pôs à frente dela e beijou seu pescoço, desceu por seus
seios, lambeu e lambeu sua barriga. Novamente Nininha não aguentou as
sensações e sentiu um pequeno orgasmo a tomando de repente. Dane riu e
Léo disse:
— Ela está sensível demais hoje, brother.
— Sim está, mas quem não está?
Mesmo enquanto Léo arremetia devagar na buceta dela por trás, Dane
desceu a boca até seu clitóris e começou a chupa-lo.
— Dane!!? Não... Não vou aguentar ... O senhor... Ooooohhh .... —
Ainda reclamando ela sentiu um novo orgasmo ou o resquício do outro a
levar.
Mole. Sem pernas. Apenas segurada por Léo. Nininha já não tinha
mais controle sobre si, não entendia o porquê da alta sensibilidade. Esses
homens iriam a matar de tanto prazer, mas jamais reclamaria.
Dane subiu sorridente e safado beijou a boca dela a tirando do
devaneio.
— Pronta amor, queremos você juntos, você quer?
— Sempre... Sempre e para sempre. — Respondeu ela sentindo seu
próprio gosto misturado ao de Dane na língua.
Ouvindo a oração nas palavras de sua esposa Dane pegou em suas
coxas as arreganhou para cima e foi se infiltrando onde Léo já estava. Aos
poucos se ajustaram ao canal acolhedor.
Nininha era só sensações, era a primeira vez que sentiu apertado ao extremo e
quando eles começaram a se mexer naquele entra e sai único deles, seu corpo
mais uma vez se entregou e um clímax maior que os outros veio e estorou.
Sua buceta mesmo com o pouco espaço fazia movimento de sucção, o que
deixou os dois fora de órbita. Léo e Dane gritavam o nome de Nininha e ela
implorava por mais. Seus corpos se chocavam no vai e vem. Nininha estava
presa entre eles e esse era o momento em que três viravam um. A frase
"minha esposa" era repetida várias vezes nas duas bocas que a cercavam, em
susurros e gemidos trêmulos.
Até que nem eles se aguentaram e jorraram dentro dela ao mesmo tempo.
Suados, incapacitados e por enquanto saciados, foram buscando o fôlego
perdido. Aos poucos, Léo saiu de dentro dela e foi ao banheiro após lhe beijar
o ombro.
Dane ainda teve força para mais algumas estocadas até a última gota de
sêmen que tinha. O que levou Nininha a sentir ondas de orgasm, ou seja lá o
que for que se chamasse essa loucura. Agarrada ao pescoço dele como se isso
dependesse sua vida, beijou seu pescoço e orelhas. Tomou sua boca rindo,
beijou e chupou os lábios e mordeu.
Sem dificuldade, já com o pênis meio flacido, Dane saiu de dentro
dela, mas logo a pegou no colo e colocou na cama. E ali ficou acariciando seu
corpo nu, em demasia seu seios.
— Aí preciso fazer xixi, acho que hoje vocês atingiram minha bexiga.
Haha. — Correu ela para o banheiro quase caindo, sem forças nas pernas,
encontrando Léo no caminho.
— O que foi? — Falou Léo se dirigindo ao Dane.
— Ela disse que atingimos sua bexiga. — Disse Dane ainda com a
respiração descompassada sorridente.
— Será? Ela está diferente, você notou?
— Sensível? Mulher é assim mesmo, às vezes, fica mais sensível.
Hoje estava a flor da pele.
— O que vocês dois estão cochichando?
— Nada princesa, vem aqui trouxe uma toalha para te limpar.
— Não precisa usei o chuveirinho.
— Então vem descansar um pouco, amanhã é outro dia. — Falou
Dane se colocando na cama.
— Você quer dizer daqui a pouco né? — Falou ela.
— É verdade. Quer comer ou beber alguma coisa princesa?
— Não. Sim, água.
— Eu pego.
Depois de saciar a sede com a água da mesma maneira que saciaram o
corpo com sexo, foram os três para cama descansar.
— Eu nunca vou conseguir agradecer a vocês pelo sonho que foi esse
dia, eu amo vocês. — Disse ela no silêncio do quarto, entre os dois na cama.
— Nem precisa amor, nada que fazemos por você é para ser
agradecido apenas vivido. – Ia dizendo Dane fazendo carícias em sua barriga.
— Bom mas, se você quiser agradecer, eu aceito um time de futebol
de meninos de olhos azuis, esverdeados e cor de mel. — Falou Léo como se
fosse fácil se abaixando e beijando sua barriga.
— Léo, sem comentários. Sonhe, porque só nos sonhos terá um time
de futebol de filhos. — Respondeu Nininha debochando dele.
Enquanto Dane ria e se virava na cama, ela se abraçava à suas costas e
recebia a perna torneada de Léo sobre ela com beijinhos em seu pescoço. Que
maneira maravilhosa de terminar a noite com seus maridos. Mesmo
escutando às asneiras de Léo.
Apesar de terem ido dormir já bem tarde, eles tinham que sair nas
primeiras horas da manhã. Nininha não sabia, pois era mais uma surpresa
reservada para ela. Léo foi o primeiro a acordar, resolveu deixá-los dormindo
e ir adiantando o check-out do hotel. Aproveitou e pediu serviço de quarto
com um café repleto das comidas que ela gostava, inclusive as rosquinhas
que por acaso Léo viu na bombonier próximo a recepção.
Chegou ao quarto e encontrou apenas Dane esparramado na cama. Foi
até o banheiro e encontrou sua esposa tomando banho. Não iria perder a
oportunidade de tomar um banho com ela.
Tirou a roupa e devagar entrou na ducha com ela, a surpreendendo.
— Bom dia, esposa!
— Ai! Que susto Léo... Bom dia! — Respondeu ela aceitando o
abraço por trás que Léo lhe dava.
— Que bom que já acordou, achei que teria que te carregar até o carro
dormindo. — Falou ele depositando beijinhos pela sua nuca e ombros.
— Tive que levantar se não iria acabar fazendo xixi na cama. Estava
pensando aqui, eu posso estar com infecção urinária, sabia? Minha imunidade
deve ter baixado após aquele resfriado e todos os remédios, e também não
tenho me alimentado bem com todas essas confusões de mudança e tal.
— Será meu bem? Então temos que ir ao médico, infecção urinária é
sério.
— Eu sei, mas tenho marcado para semana que vem minha
ginecologista, tenho que tomar a injeção anticoncepcional e aí vejo com ela.
— Mas, está longe ainda, não é melhor tentar ir ao médico agora, nem
que seja emergência.
— Não precisa amor, estou bem, sem dores e febre, só muito xixi.
Quero curtir nossa lua de mel mais um pouquinho. Juro que se eu tiver febre
corremos para o hospital. — Falou ela se virando e fazendo biquinho.
— Tá tá, tudo bem, mas vou estar de olho. Vem cá e me dá um
daqueles beijos que só você sabe dar.
— Humm... Só um beijo?
— Sim, não podemos nos atrasar.
— Atrasar?! Mas vamos aonde, nem usamos a jacuzzi.
— Você verá, e teremos sempre a oportunidade de usar uma jacuzzi.
E, se você gosta tanto,, podemos providenciar uma para nossa suíte, o que
você acha?
— Aaaaahhhh... Sério? Podemos mesmo? Eu quero Léo. — Gritou,
pulou e beijou Léo feliz com a possibilidade de uma jacuzzi em casa.
Na cama Dane acordava ao som da voz de sua esposa, que ele
percebeu vir do banheiro. Se esticou e levantou, pegou sua toalha e foi até o
banheiro. Lá encontrou Léo e Nininha namorando no chuveiro.
— Tem espaço para mais um nesse amasso? — Dane perguntou.
Abraçada ao Léo, Nininha olhou por cima do ombro dele e viu o dono
daquela voz maravilhosa e sedutora. Estava como veio ao mundo, ou melhor,
estava preparado para tudo. Nininha sorriu e respondeu:
— É claro que cabe... Vem!
Léo soltou sua esposa para deixar Dane a tocar e mergulhou na ducha,
ela se agarrou a Dane e os dois se beijaram e tocaram. Mas Léo teve que
cortar o barato.
— É gente, eu adoraria uma foda matinal, porém temos hora Dane.
— Poxa, nem uma rapidinha com cada um? — Disse dengosa e
oferecida.
— É verdade, não vai dar amor, precisamos ir e ainda temos que
comer algo. — Respondeu à contra gosto Dane.
— Mas para onde vamos, e vou nua ou vestida de noiva?
— Você acha mesmo que depois de todas as surpresas que
preparamos para você esqueceríamos sua mala? — Falou Dane.
— Por mim ela iria nua numa boa. — Disse Léo rindo e beijando o
topo da cabeça dela, depois saiu do banheiro para se trocar.
O casal que continuou no box riram do que Léo disse. E por alguns
segundos ficaram apenas abraçados sentindo a água quente descer entres seus
corpos. Até que Dane separou um pouco dela e a questionou:
— Você está bem?
— Simmmm!
— Tem certeza?
— Tenho. Mas queria saber por que temos que sair tão cedo?
— Surpresa amor, surpresa.
Revirando os olhos Nininha se afastou e terminou o banho. Dane
sorria da graça que ela fazia. A puxou novamente e a beijou até ela se derreter
em seus braços e quando conseguiu deu um tapinha em sua bunda e a soltou
dizendo:
— Pronto, melhor assim.
— Ogro! — Ela xingou e saiu procurando sua toalha enquanto ele se
ensaboava assoviando.
O quarto estava uma loucura, eram pétalas de rosas para tudo que era
lado. Mas seus pertences já haviam sido guardados por Léo, coube a Nininha
e Dane apenas se trocarem e tomar café.
Nininha ao sair do banho viu um vestido lindo bem soltinho sobre a cama
com um conjunto de lingerie. No chão uma sandália com pedraria. Quando
ela foi se vestir Léo perguntou:
— Posso te ajudar?
— A me vestir? — Perguntou ela confusa.
— Sim.
— Sério?! Acho que vou comprar um boneco daqueles de manequim
para vocês.
— Vem cá e deixa de palhaçada. Isso… Levanta a perninha... A outra.
Pronto, a calcinha já foi, agora o sutiã. Você acha mesmo necessário? – Léo
questionou.
— O quê, o sutiã? Claro!! Essa alcinha fina do vestido não sustenta
meus peitos não. Hahaha
— Tá então vem cá, deixa eu... Colocá-los no lugar certo, isso assim.
Fecha brother. — Léo vestiu o sutiã nela, demorando em ajeitar os seios na
taça. Ela achava graça, mas adorava. Dane chegou e Léo lhe deu a missão de
fecha-lo. Logo, Léo lhe deu o vestido e Dane o passou por cima de sua
cabeça e braços. Enquanto Léo o puxava até as coxas.
Ministrada por esse par de mãos, Nininha não queria mais vestir era
nada, mas eles realmente estavam com pressa, pois notava o quanto estavam
excitados. Sentaram os três na mesa após o serviço de quarto trazer o café.
Quando Nininha viu o pacote de rosquinha que estava viciada, agarrou ele e
comeu sem cerimônia.
— Amor vai com calma, se não vai passar mal. — Repreendeu Dane.
— E ela ainda disse que estava sem fome.
— Chatosss...
Famintos, os meninos também se serviram de pães, queijos, presunto
e vitamina. Dane ainda tomou um gole de café e Nininha um suco de laranja.
Um pacote e meio depois de rosquinhas, Nininha se sentiu um pouquinho
enjoada, não quis falar para eles para não preocupa-los. Havia comido
rosquinha demais e o estômago vazio não deu certo. Tentou segurar ao
máximo o mal estar, porém quando os três já estavam para sair do quarto ela
empurrou a mão de Dane que a abraçava e correu para o banheiro. Assustado
Léo fechou a porta que estava abrindo e foi atrás de Dane que já tinha ido
atrás de Nininha.
Quando chegaram ao banheiro encontraram ela debruçada no vaso
vomitando. Prontamente Dane se pôs a segurar seus cabelos, e Léo foi para o
outro lado dela e acariciando suas costas dizia:
— Isso, põe tudo pra fora, vai passar.
Cuidada pelos dois ela continuou a colocar para fora um tudo e um
nada que não entendia. Passado o vômito, Léo pegou uma toalha de rosto
enquanto Dane a ajudava na pia.
Os dois estavam brancos feito cera, não por nojo de vê-la vomitando, mas por
não saber a razão desse mal estar.
— Não quero ser o chato, mas eu avisei sobre as rosquinhas.
— Será que foram elas mesmo? Está sentindo algo mais?
— Não gente, desculpa, eu estou bem agora. Deve ter sido mesmo a
quantidade de rosquinha misturado com o tempo que não tenho ingerido
comida de verdade. Ai, que nojo. Detesto vomitar, geralmente só vomito
quando extrapolo na bebida.
Urg! Bom, acho que preciso é de um almoço reforçado. Daqueles tipo arroz,
feijão, macarrão, bife, batata frita, farofa e aquela salada com tomate cereja e
cebola. Humm!!
Rindo Léo disse:
— Mulher você acabou de vomitar e já está pensando em comer?!!
— Melhor do que ela viajar prostrada. — Falou Dane.
— Viajar?? Nós vamos viajar?? Aí meu Deus, pra onde???
— Porra Dane, era pra ser surpresa, idiota.
— Eu não fiz de propósito gazela e eu não disse nada… E vamos
logo. Você mocinha tem certeza de que está bem?
— Ótima! Quero saber para onde viajaremos?
— Vai ficar querendo. — Disse Léo em resposta.
Quando Nininha notou que estavam chegando ao aeroporto ficou mais
eufórica ainda. Ela veio no carro, no colo de Dane tentando seduzi-lo para ele
dizer para onde iriam. Mas, quando ela quase conseguia, Léo a tomou do colo
dele, dizendo o quanto ela o fazia um fraco. Com as malas e indo em direção
ao chek-in, Nininha ainda tentava descobrir para onde iam.
Nas pontas dos pés beijava a boca de Léo perguntando, ele fingia que não
estava nem aí, mas quando ela irritada ia se afastar ele a puxou pela cintura e
lascou um daqueles beijos gostosos.
— Vou no banheiro. — Falou ela.
— De novo? — Questionou Dane.
— Sim.
— Vou contigo, Léo toma aqui o carrinho.
— Não demorem. E Dane, nossa esposa é ardilosa vai tentar fazer
você dizer para onde vamos.
— Léo!!! — Repreendeu Nininha.
— Eu não garanto nada, irmão.
Dane passou o braço sobre os ombros de Nininha e sairam andando,
ela se virou para trás e mostrou a língua para Léo que gargalhou com a
visível maturidade de sua esposa. Ele sabia que o segredo estava perdido nas
mãos de Dane. Próximo ao banheiro Dane disse:
— Amor não me pergunte porque vou acabar falando, por favor. Não
é nada de mais, mas é mais uma surpresa que preparamos para você.
— Tudo bem, só espero que vocês tenham feito uma mala de acordo
com o lugar para onde vamos. — Após respondê-lo lhe deu um beijo na boca
e entrou no banheiro. Dane respirou aliviado e ficou a aguardando.
Ao sair do banheiro encontrou Dane encostado na parede de braços
cruzados, uma perna esticada e a outra dobrada. Lindo, um tesão. Ela olhou
de um lado para outro viu que o corredor estava vazio e sem que ele pude-se
se defender agarrou de mão cheia o pacote que ele trazia sob o jeans que
vestia tirando-lhe o fôlego. Bem encostada a ele e ele a parede, disse com os
lábios tocando nos dele.
— Sabe que eu posso fazer você falar né?
— Paulina!... Ai!... Pode aparecer alguém... Aiii.
— Acho que seu amiguinho tá gostando da brincadeira. — Disse ela
em seu ouvido sentindo o pau dele crescendo em suas mãos.
Mas Dane sabia brincar também, agarrou nos cabelos dela com a
mesma pressão que ela fazia nele, os puxou deixando um lado de seu pescoço
esticado, passou a língua naquela pele gostosa e disse:
— Tem certeza de que quer fazer isso aqui?
O mundo parou ali quando eles se encararam medindo forças.
Tensão pura e explícita de muito desejo, fogo que ardia em seus olhares,
peles vibrando na intensão de serem tocadas, egos suspensos medidos pelo
tesão mútuo. Tantas coisas passaram por suas cabeças mas, foram
interrompidos pelo barulho da porta do banheiro de onde saiam duas
mulheres mais velhas que se assustaram com a cena que presenciaram.
Envergonhada Nininha se afastou dele na hora, tirando sua mão de onde
estava, foi em vão, pois ele não a soltou e a puxou de volta e beijou sua boca.
Fora a sensação que eles sentiam ao se beijarem, o pau latejando e o couro
cabeludo dela dolorido ainda escutaram o sorrisinho insinuante das mulheres
que acharam graça do que viram.
— Me larga seu ogro, você deixou minha cabeça doendo.
— É? O que você acha que fez ao meu saco?
— Não reclame, senti você ficando duro cada vez que eu apertava
mais.
— A diferença é que você não tem nada que fique duro para mostrar o
quanto excitada fica quando te mostro meu ogro e puxo seu cabelo. Não
reclame, vi em seus olhos o desejo de eu te encostar na parede, levantar seu
vestido e te comer aqui mesmo.
— Dane!!... — Falou fingindo estar assustada, mas logo mudou a voz
para melosa. — Ainda está em tempo?
— Não, safada... Vamos. — Disse ele lhe dando um apertão na
bunda. E ela saiu toda sorridente e com um rio no meio das pernas.
Ao chegarem na fila, Nininha saiu dos braços de Dane e abraçou Léo
que pôs a mão na sua cabeça e fez carinho.
— Ele te disse né?
— Não, não me disse, agora também já não me importo mais. A única
coisa que me importa é ir para qualquer lugar e ficar a sós com vocês. — Lhe
respondeu dando um beijo em sua boca.
Dane riu. Nininha se virou para ele e ele fez um sinal para ela olhar na
outra direção e para surpresa dela estavam as duas mulheres que os pegaram
no corredor do banheiro olhando abismada para ela e Léo. Sem saber onde
enfiar a cara, Nininha encostou a testa no peito de Léo e disse:
— Eu mereço, agora vou passar por infiel.
Ao escutar o que sua esposa disse baixinho Léo falou:
— Não entendi.
Nas pontas dos pés Nininha contou o que aconteceu no ouvido dele,
ele riu.
— Bom, acho melhor mostrar para elas que eu não sou um corno. Vai
lá e abraça o Dane também.
— Aí eu saio de safada?!?!… Ah quer saber, dane-se. Qualquer coisa
que façamos sempre haverá alguém com uma visão errada.
Ao término de sua fala com Léo e sem sair de seus braços, levou a
mão, a mão de Dane que estava próximo e o puxou um pouco mais. Levou
sua palma até a boca e depositou um beijo. E assim, abraçada a Léo e de
mãos dadas ao Dane esperou pacientemente a fila andar. Apesar de notar os
olhares curiosos, não se importava não estava fazendo nada desrespeitoso.
Léo e Dane adoravam surpreender sua esposa. Mas ela também os
surpreendia mesmo sem saber nos pequenos gestos. Que mulher forte e
decidida, mesmo quando indecisa, toma uma decisão corajosa e autêntica.
Cheios de orgulho de sua esposa, os meninos se entreolhavam radiantes e em
um entendimento deles, mais uma vez, fizeram às borboletas no estômago de
Nininha voar.
Estavam a passos do guichê, então cada um em seu ouvido disse ao
mesmo tempo:
— Jericoacoara...
— O QUÊ???!!?? — Nininha gritou chamando a atenção de todos em
volta.
— Fala baixo amor! — Disse Dane entre os dentes.
— Eu não acredito, nós estamos indo pra lá??? ... Vocês sabem que
era meu sonho conhecer esse lugar, tirar fotos naquelas redes a beira d'
água... Mas é claro que sabiam, conversamos sobre isso, mas... É sério
mesmo.... MEU DEUS!!!! — Ela falava eufórica primeiro em voz baixa, mas
a felicidade crescente em suas próprias palavras a fez terminá-las novamente
em voz alta. Sem pensar em mais nada abraçou os dois pelo pescoço ao
mesmo tempo e beijava cada buchecha dizendo obrigada, obrigada e
obrigada. Seus maridos apesar de felizes com sua reação, se sentiram um
pouco encabulados com a quantidade de atenção que chamavam.
— Senhores... — Chamou a atendente do chek-in.
Nininha se virou contente e apressada, foi direto ao balcão
apresentando a identidade, olhou para trás e viu que seus maridos
permaneciam parados.
— Vamos meninos, o que estão fazendo aí parados? — Falou ela.
Impulsionados por sua questão, andaram até ela com o carrinho de
malas. Léo sorrindente se divertindo e Dane balançando a cabeça, mas
sorrindo também.
em que sentava Nininha com a mão na sua barriga. Dane mantinha quando
dava, a mão entrelaçada à dela sobre sua coxa e Nininha era um pequeno
energia.
Seus pensamentos estavam direcionados para o bebê que carregava e,
em tudo o que mudaria em sua vida. Na verdade pensou em como às coisas
tomam rumos fora de suas expectativas, tudo na vida dela acontecia fora da
programação.
Mas, tudo o que acontecia a fazia extremamente feliz. Já não seria fácil antes,
agora nem se fale, mas era esse seu caminho e o seguiria da mesma maneira
que estava querendo antes, com amor.
Antes de chegarem à casa de seu pai Nininha teve uma ideia.
— Dane, pare ali naquela loja por favor?
— Ali?
— É.
Confuso ele e Léo se entreolharam, mas antes que fizessem alguma
pergunta ela disse:
— Vamos surpreender papai.
Os dois sorriram da carinha que ela fez de quem iria aprontar, e
seguiram seu plano. Uma hora e meia depois, voltaram os três eternamente
sorridentes para o carro com uma sacola nas mãos de Léo. Ao entrarem no
carro Léo disse:
— Amor, por que você não vem aqui atrás comigo?
— Por mim tudo bem. — Respondeu ela indo em direção à porta
traseira.
— E eu vou de chofer??? — Questionou Dane em tom de brincadeira.
— Para de falar e dirige papai do ano! — Resmungou Léo colocando
Nininha atravessada no colo como se fosse a ninar.
Sorridente Dane semicerrou os olhos para Léo pelo retrovisor e disse:
— Tá bom malandrão, mas quando subirmos para casa você dirige,
valeu papai do ano?
Todos riram do sarro que tiravam um do outro, então Nininha falou
entrando na brincadeira:
— Para evitar problemas, a mamãe do ano aqui pode ir dirigindo e
vocês dois aqui atrás.
As gargalhadas saíram sem censura até que Léo disse:
— Tá maluca, você não pode dirigir nesse estado em que está.
— Você quer dizer no Rio de janeiro, Léo? — Ela perguntou de
deboche.
— Não amor, digo grávida do nosso filho. Aliás, muitas são às coisas
que pensar sobre isso. Acho melhor Dane, fazermos a jacuzzi que ela quer e
daí ela passa a gravidez da cama para jacuzzi, da jacuzzi para cama, também
pode descer, ir na piscina e dar uma volta e outra no quintal. Nossas escalas a
princípio quando voltarmos ao trabalho, está intercalada então sempre terá eu
ou você, mas o dia que não estivermos, contratamos alguém para ajudar a
cuidar dela e da casa...
— Pera aí Léo! — Disse Nininha se empurrando para fora do colo de
Léo por conta do absurdo que ele falava e sentando ao lado dele no banco. —
...Eu não estou doente, apenas grávida, e isso não quer dizer que tenha que
ser mantida em cativeiro até que meu bebê nasça. Vocês podem ser Meus
dois Federais, mas eu não vou ser prisioneira de vocês. Pelo menos... Não
dessa maneira. Mas curti a ideia da jacuzzi! Acho válido. — Terminou
melosa e rindo.
Enquanto Dane saía com o carro para estrada e ouvia sua esposa,
sorria pensando em quantas lutas teriam até o final dessa gravidez.
Ele não pensava exatamente como Léo, em mantê-la sem fazer nada. Sabia
que às coisas teriam que ser diferentes, e percebeu que nessa situação, o
maleável seria ele. Mas, não agora. Querendo colocar mais lenha na fogueira
Dane falou:
— Amor, você não está apenas grávida. Está esperando um filho
nosso. De nós dois. Então, por si só, já é uma grande diferença.
— Exatamente Dane. Vem amor senta aqui no meu colo porque o
carro sacoleja muito, não quero meu garoto numa máquina de lavar.
— Léoooo... Tá de brincadeira né.
— Não! — Respondeu ele pegando-a no colo e mantendo-a lá,
mesmo com sua pequena luta.
Ela até tentou se desvencilhar dele, mas quando ele além de segura-la
começou a ministrar beijos gostosos em seu rosto e pescoço, não teve como
não relaxar. Dane apesar de prestar atenção no trânsito olhava vez em quando
os dois pelo retrovisor e contente pensava o quão sortudo ele e Léo eram.
— Caramba, essa notícia da gravidez me deixou tão aéreo que esqueci
que tenho que passar no antigo apartamento e pegar umas contas com o
porteiro. Amor se incomoda se formos agora. Não quero sair após o almoço,
com certeza quando meu sogro souber do presente que você carrega, vai
querer brindar à tarde toda. Podíamos até já levar umas cervejas.
— Por mim tudo bem, só não demora porque estamos com fome. —
Falou Nininha se referindo a ela e ao bebê.
— Pode deixar. — Assim Dane seguiu para o antigo apartamento.
Quando chegaram lá, Nininha estava apertada, o porteiro permitiu que
ela fosse no banheiro de serviço. Enquanto ela se dirigia para lá, escutava Léo
e Dane eufóricos falando:
— Vamos ser pais... Sim... Nós dois... É...
Ela ria de se mijar, literalmente. Ao voltar não encontrou Léo,
somente Dane. Ele a abraçou e seu Elizeu a cumprimentou com uma cara sem
graça, bem envergonhado mesmo. Com certeza ficava passando pela cabeça
daquele homem simples como era possível ela estar grávida dos dois. Ele era
muito educado não iria dizer nada, porém Nininha imaginou a história que ele
teria para contar quando chegasse em casa.
— Onde foi Léo?
— Foi na padaria amor, volta já. Vamos para o carro?
— Sim.
— Seu Elizeu obrigada por guardar as cartas, qualquer problema, o
senhor tem meu telefone é só ligar.
— Sim, senhor Daniel, e mais uma vez parabéns para... Vocês.
— Obrigado!
Chegando ao carro avistaram Léo vindo com algumas sacolas.
Dane abriu a mala do carro e enquanto ele e Léo guardavam às sacolas
Nininha se acomodou no banco da frente. Léo se queixou por ela não ter
entrado atrás, mas Nininha fez a egípcia e permaneceu na frente.
— Princesa, aqui, trouxe suas rosquinhas. — Falou Léo deixando um
pacote na mão dela. Muito feliz ela abriu o pacote e se deliciou com uma.
— Nininha, você não vai poder ficar comendo essas besteiras direto.
Precisa ter uma alimentação adequada para você e nosso bebê. Quando
formos ao obstetra precisamos ver isso. — Falou Dane ao entrar ao seu lado.
Bufando de boca cheia ela disse:
— Olha só, eu juro que se vocês dois me encherem o saco, eu vou
passar a minha gravidez na casa do meu pai, entenderam? Merda!
— Por mim tudo bem, você pode ir para onde você quiser porque nós
vamos juntos, você querendo ou não. — Falou Léo enfiando a mão no
pacote, pegando uma rosquinha e beijando-a na bochecha, deixando-a
boquiaberta.
Pais de primeira viagem costumam ser muito cuidadosos e até
exagerados na gravidez. O medo do desconhecido, de algo que eles
produziram, que lhes pertencem, mas não podem fazer mais nada, a não ser
esperar acontecer, é bem devastador.
Geralmente homens que em suas vidas são fortes e seguros, tendem a se
transformar em massas gelatinosas em saber que sua mulher carrega um filho
seu. Saber que foram capazes de fincar sua semente e continuar sua árvore
genealógica os fazem se sentir donos do mundo. Esse é um super poder que
Deus dá aos homens. Sabemos que as mulheres são as abençoadas genitoras,
tocadas por Deus para gerar vidas. Mas os homens também são tocados por
tal poder e se enchem de orgulho por saber que através de si irão trazer uma
vida ao mundo, um herdeiro. Alguém que o perpetue. A mulher leva a
maternidade com amor e o homem com a certeza da perpetuação de sua
história.
O que é um homem sem história, apenas um acúmulo de vivências passadas.
Mas quando um homem se transforma em pai, todo esse acúmulo de
vivências serve para auxiliar o caminho de sua prole perpetuando sua história
por várias gerações os tornando imortais. Tão bom seria se, todos os homens
pudessem se vestir desse desejo e se fazerem pais dignos de serem
eternizados.
Enquanto uns passam por essa experiência sem ser tocados pelo
divino e se esquivando da oportunidade de ser pai, outros se entregam de
todas às formas e tentam fazer de tudo para acertarem, mesmo fazendo tudo
errado.
Léo nessas primeiras horas da descoberta de ser pai, já escorregava
nas suas boas intenções. Apesar de ter sido criado em uma família que a
última palavra era do seu pai "sim, senhora", isso quando ele tinha a
oportunidade de falar algo, Léo não se fazia passivo diante do fato da
responsabilidade de ser pai. Dos três ele era o mais maleável, diplomático,
mas, diante dessa nova perspectiva já demonstrava sua opinião enérgica e de
certa forma inquestionável.
— Léo, você está começando a me irritar. — Praguejou Nininha.
— E eu estou ficando enjoado... Essas rosquinhas são horríveis. —
Disse Léo.
— Ah! Pronto, agora só falta receber a notícia que a gazela também tá
grávida. Desse tenho certeza que eu não sou o pai. — Soltou Dane.
Novas gargalhadas soaram dentro do carro. Nininha que estava com a
boca cheia, teve que pôr a mão para não cuspir restos de rosquinhas. Léo
atrás do carro tinha a mão na barriga enquanto tentava controlar o riso e
xingar Dane ao mesmo tempo. E Dane, dirigia feliz em direção à casa de seu
sogro, ouvindo os mais belos sons de risadas, contente por quebrar o clima
tenso que se criava entre eles. Pensava com isso que teria que conversar
seriamente com seu amigo.
Da varanda seu Silva avistou o carro dos seus genros entrando em sua
rua. Logo gritou para Gracinha, que estava na cozinha:
— Eles chegaram Gracinha, vem.
Descendo a pequena escada, foi até o portão da garagem para abri-lo.
Seu Silva estava louco para ver sua filha e ter certeza se aqueles olhos cor de
mel ainda brilhavam como no casamento e se o sorriso ainda estava no lugar
que estacionou há alguns meses atrás. Quando estava com às duas faces do
portão abertas, seu Silva escutou o buzinar ensurdecedor do carro que
esperava. Sem entender o motivo da balbúrdia, seu Silva só balançava a
cabeça olhando em volta na casa dos vizinhos rezando para ninguém
reclamar. Mas esse receio se foi quando seus olhos avistaram os de sua filha
com a proximidade do carro. Estava tudo lá, um pouco mais intenso. O que
uma lua de mel não fazia aos recém casados.
Seu Silva ria da barulheira que eles faziam ao dar passagem para que
eles entrassem na garagem. Além do buzinaço, seus genros batiam na lataria
do carro, sorrindo e gritando que chegaram. Ele fechou às portas enquanto ia
acenando para algumas vizinhas curiosas que apareceram na janela.
— Paiiii!!!! — Pulou Nininha em seu pescoço pelas costas.
Surpreendido, seu Silva segurou nos seus braços que estavam em seu
pescoço e acariciava ternamente.
— Oi pequena, vai dizer que já estava com saudades de seu pai?
— Tava, tava, tava... — Dizia ela beijando todo o rosto de seu pai o
deixando vermelho.
Léo saiu do carro meio emburrado com a forma que sua esposa pulou
em seu pai, podia ter se machucado ou ao bebê. Dane que percebeu o que Léo
pensava, logo se chegou perto dele pedindo para que ele relaxasse um
pouquinho. Quando Léo iria dizer algo ao amigo, escutaram uma voz vindo
da varanda.
— Ei!! Que bagunça foi essa, que não fui convidada? Vocês
chegaram meninos, vocês trazem vida para essa casa.
— Literalmente... — Soltou Léo sorrindo de lado insinuante e
recebendo automaticamente um tapa no braço de seu amigo.
Gracinha não entendeu nada e Nininha olhou para Léo interrogativa,
ele dizia com os lábios sem som "o que foi". E recebeu um "idiota" da mesma
maneira.
— Vamos gente entrar, acabei de tirar o assado do forno. — Dizia
Gracinha toda alegre.
— Vamos sim, estou faminta. — Seguiu Nininha para dentro de casa,
deixando seus maridos e pai para trás.
Durante o almoço fizeram vários comentários sobre o casamento, a
festa e a lua de mel. Seu Silva contou que teve que trazer Bruna no colo para
casa porque ela estava tão fora de si que queria mergulhar naquele mar. Lary
acabou dormindo em cima de uma toalha de mesa que ela pôs na areia, junto
com um garçom, que ao invés de trabalhar ficou com a madrinha da noiva a
festa toda. Disse como acomodou e assistiu a família de Léo até que
retornassem para casa. E que o serviço de buffet deixou a praia como
encontraram antes, limpa. Eles riam de todas às situações inusitadas que
ocorreram e comentavam o quanto foi emocionante tudo o que se passou.
— Meu sogro obrigada, sem sua ajuda e parceria nada seria possível e
nós nunca vamos parar de lhe agradecer por tudo. — Disse Dane.
— É pai, apesar de eu ter num primeiro momento ficado um
pouquinho chateada, por ser "enganada" por vocês e pelas meninas, ao pensar
sobre tudo o que aconteceu depois com calma, entendi o quanto de amor
vocês empregaram para me preparar essa surpresa e me fazer feliz. O que me
define aqui hoje diante dessa mesa junto com os amores da minha vida, é
gratidão. Minha vida tem sido recheada de boas surpresas e muito amor... E
por falar de surpresas, trouxemos um presente da lua de mel para o senhor ...
— Na verdade, não "dá" lua de mel exatamente... — Léo disse
insinuante cortando ela.
— Cala boca idiota... — Dane foi quem cortou Léo.
Confuso, seu Silva olhava entre eles tentando entender. Mas logo
Nininha se levantou e foi para sala. Seus genros foram logo atrás e diante
disto, ele olhou para Gracinha que estava sorridente, fez um gesto de "fazer o
que né" e foi junto com ela para sala também.
— Pai, uma vez o senhor disse que não queria que nós ficássemos o
tempo todo pedindo obrigado pelo seu companheirismo e tal, mas que existia
outras maneiras para isso. Bom achamos que esse presente é a sua cara e
temos quase absoluta certeza de que vai gostar. — Nininha disse isso
tentando não se emocionar demais e estragar a surpresa.
— Mas minha pequena, meu presente é sua felicidade, enquanto você
for feliz para mim é o céu.
— Ahhhh meu Silvinha, deixe de conversa e pegue logo esse pacote.
É sempre bom receber presentes, ainda mais de quem a gente ama. Estou
curiosíssima, abre!! — Dizia Gracinha batendo palminhas.
Sentando, o pai de Nininha pegou o pacote e abrindo um sorriso,
começou a desembrulhar repetindo que não precisavam terem se preocupado
em lhe trazer presente. Gracinha sentou no braço do sofá ao seu lado,
enquanto Nininha, Léo e Dane um pouco apreensivos, se mantinham em pé.
Do embrulho, seu Silva tirou uma camisa basicamente de cor branca.
— Obrigada gente, eu gosto muito de camisas brancas. — Seu Silva
falou meio sem graça.
— Papai, vê o que está escrito nela. — Incentivou Nininha já com os
olhos cheio d'água.
Seu Silva desdobrou toda a camisa e via que na frente havia alguma
coisa escrita em letras enormes...
— Olha!! Que bacana e original, assim que eu descobrir que serei avô,
será meu uniforme predileto...
— Então... Meu sogro, acho que essa é uma ótima ocasião para usar.
— Falou Dane com a voz embargada.
Todos na sala olhavam para seu Silva que se levantou e olhava para a
camisa e para eles ainda sem entender direito o que estava acontecendo.
— Vamos meu sogro, veste logo seu uniforme, pois o senhor vai ser
vovô! — Disse Léo que já não se aguentava mais esperar que seu Silva caísse
na real sozinho.
Silêncio total na sala. Nininha e Dane tentavam segurar suas lágrimas,
Léo tentava se segurar para não gritar. Ambos esperavam a reação de seu
Silva que estava como estátua plantado de frente para eles. O silêncio foi
cortado ao som da voz de Gracinha:
— OH MEU DEUS! OH MEU DEUS!! OH MEU DEUS!!! BEM
QUE EU DESCONFIAVA.
Ainda atônito, o futuro vovô só movimentava os olhos que seguiam
de Nininha para seus genros. Não conseguia emitir nenhuma palavra, incapaz
de fazer qualquer outra coisa se não tentar internamente segurar a emoção
que poderia pelo jeito levá-lo a explodir de tanta felicidade. A única coisa que
não conseguia controlar eram seus olhos que já transbordavam tudo o que ele
gostaria de falar e não conseguia. Via à sua frente na imagem embaçada, sua
filha que lhe trazia a boa nova chorando emocionada, via seus genros
emitindo extasiados aquela energia no sorriso que só um homem que deseja
muito ser pai emite. A emoção, a surpresa da notícia era tão grande que seu
Silva perdeu às forças das pernas e caiu para trás no sofá. Todos, sem
exceção, foram em sua direção para acudi-lo.
— Eu vou buscar um copo com água e açúcar, falem com ele
meninos, abanem ele, façam alguma coisa. — Ressaltou Gracinha nervosa
indo à cozinha.
Em contrapartida Nininha, Dane e Léo tentavam fazer seu Silva sair
do transe e falar com eles.
— Meu pai, por favor, fala alguma coisa. — Falava Nininha, sentada
ao seu lado limpando às lágrimas que desciam de seu rosto com seus dedos,
tentando ainda controlar às suas próprias.
Como reagir a segunda maior e melhor notícia de sua vida? Como
expressar uma felicidade indecifrável, algo que corre por suas veias sem
controle e te toma por inteiro. Seu Silva tentava se recuperar da onda de
emoção que o tomava quando virou o rosto para sua filha, encontrou aqueles
olhos cor de mel inundados, alcançou sua mão em seu ventre e disse:
— Pequena, é sério mesmo os dizeres desta camisa, é verdade que o
presente que me trouxe não estava no embrulho e sim em seu ventre. É
verdade que mesmo após todas as emoções que tive esses últimos meses
ainda vou ter essa? Quer matar seu pai do coração?
— Sim, sim pai. Eu vou ser mãe e o senhor vovô. E tenho certeza que
será o melhor avô do mundo, então segura esse coração. — Explicava ela já
não sustentando às lágrimas, deixando-as cair ininterruptamente lavando seu
rosto tomado de emoção.
— Mas tão rápido, vocês acabaram de vir da lua de mel e....
— Ora Silva, até parece que você acha mesmo que isso só poderia ter
acontecido após o casamento. — Dizia Gracinha lhe oferecendo o copo com
água e açúcar.
Dane e Léo riram do tom sacana da brincadeira de Gracinha, mas logo
levaram uma olhada de seu sogro que bebia a água. Rapidamente disfarçaram
o sorriso. Após beber a água ele entregou o copo vazio para Gracinha
agradecendo, não só pela água como também por fazê-lo pensar em como foi
feito seu neto. O que tirou mais gargalhadas dos meninos inclusive de
Nininha e Gracinha. Tomando a palavra Léo disse:
— Brincadeiras à parte meu sogro, o que importa é que seremos pais
e o senhor avô. E que como disse dona Gracinha quando chegamos,
trouxemos vida para sua casa. Isso me faz lembrar de uma primeira conversa
que tivemos, na qual, o senhor mesmo disse que não via a hora de ver essa
casa cheia de netos. Eu sei que começamos um pouquinho cedo de mais, mas
mais uma vez é algo que aconteceu em nossas vidas sem escolha. E mais uma
vez algo maior que nós três, um amor que já é maior do que nós e tenho
certeza que se estende ao senhor. Parabéns seu Silva, o senhor acaba de ser
promovido de pai da noiva para vovô do ano.
Atento às palavras de seu genro e sem tirar a mão da barriga de sua
filha, seu Silva já se via correndo atrás de um pequeno serzinho
perambulando de fralda pela casa. O choque se transformou em euforia, seu
Silva puxou Nininha para um abraço apertado e cheio de cumplicidade. Ao
solta-la seu Silva se levantou aos prantos e puxou Léo para um abraço que
logo foi retribuido e se deixou levar pelas lágrimas também, e do mesmo jeito
foi Dane, que próximo aos dois foi tocado no ombro pelo seu sogro e também
condicionado a se juntar a eles nesse abraço triplo, compartilhando a alegria
masculina de saber que serão responsáveis pela criação de uma nova vida.
Seriam a base dessa criação e por isso essa união entre os três tinha que ser
ainda maior e mais forte.
Do outro lado Gracinha parabenizava Nininha e a auxiliava diante da
emoção de ver seu pai junto com seus maridos chorando emocionados pela
chegada de seu bebê.
— Acho que agora já consigo falar alguma coisa.... Mas primeiro
quero colocar meu novo uniforme... Pronto! Agora sim, devidamente vestido.
Pequena venha cá... Não, não chore mais, você tem que ser o elo forte,
porque vejo que esses dois chorões não são tão fortes assim...
— Inclusive o avô também… — Soltou Gracinha recebendo um olhar
fulminante de seu Silva. — Já não está mais aqui quem faloou… — Disse e
foi até a cozinha.
— Como eu ia dizendo... Pare meu amor de chorar, faz mal ao bebê.
Meu neto precisa de um ambiente calmo e tranquilo para crescer em paz e
esse chororo não faz bem para ele. Mas minha filha, como isso foi acontecer,
você esqueceu de tomar a injeção?
— Ai pai, estou tão feliz e tão assustada ao mesmo tempo... Tantas
coisas acontecendo e ai vem essa notícia. Eu realmente não esperava, eu me
cuidava, mas como dizem às pessoas, Deus sempre dá um jeitinho. O médico
que me atendeu disse que meu anticoncepcional perdeu a eficácia quando tive
que tomar aquela bateria de remédios quando estive doente da garganta. E foi
assim que meu bebê aconteceu.
— Filha minha, está tudo bem, já não importa mais como aconteceu
ou porque tão cedo. O que realmente é importante, é que essa criança venha
ao mundo cercada de amor, que sejamos os alicerces para que ela componha
sua personalidade com tudo o que há de melhor em um ser humano e
principalmente que sejamos capazes de prepara-la para esse mundo em que
vai nascer. Não posso deixar porém, de dizer que não me preocupo com tudo
o que ela pode vir a sofrer, por conta do tipo de relação em que foi concebida,
mas tenho certeza que juntos conseguiremos guia-la tão bem pelo caminho do
amor que ela passará por tudo sem danos. E com nossa ajuda irá aprender a
transformar qualquer ato ruim em aprendizado. Apesar de você viver dizendo
que sou o melhor pai do mundo, não estou muito certo disto, porém não
tenho dúvidas que serei o melhor avô que meu neto poderia ter. Nininha, Léo,
Dane vocês hoje me fazem viver o segundo dia mais feliz da minha vida, o
primeiro foi quando sua mãe me comunicou que seria pai e agora, hoje, a
notícia que eu serei vovô. À partir daqui esperarei ansiosamente pelo dia em
que você entrará pela aquela porta e me dirá que traz um menino em sua
barriga. Convenhamos, chega de meninas!! — Seu Silva dizia às palavras
num misto de emoções, chorava em algumas frases, mas ao chegar ao final e
falar sobre sua preferência no sexo do bebê seu humor mudou para melhor. A
possibilidade de ser vô de um menino o fez ainda mais feliz. Mas no fundo
tudo o que ele desejava era ser chamado de vovô, independente do sexo.
— Aee sogrão!! Tamu junto! E podes crer, será um menino. — Disse
Léo puxando seu Silva para um novo abraço.
— Ah meu genro, Deus te ouça, mas é melhor estarmos preparados
para tudo. Se há uma coisa que aprendi nessa vida de ser pai, é que atrás de
uma surpresa sempre vem outra e outra e assim vai. Uma avalanche
carregada de emoções.
— Isso seu Silva, eu e sua filha já dissemos para ele que essas coisas
não tem como prever, mas o bonitão aí acha que sabe tudo.
— Minha gente, eu sinto isso, sinto que tem um meninão na barriga
linda da minha esposa. Não existe outra possibilidade, simples assim. —
Dizia Léo enquanto abraçava sua esposa por trás e acariciava sua barriga.
— Bom meu genro, tomare que esteja certo, adoraria ser vô de um
menino. Mas serei feliz se vier uma cópia de minha filha também.
— Foi também o que disse a ele, meu sogro. — Falou Dane
concordando.
— Homens, homens, homens... Vocês sempre querendo controlar o
mundo e às vontades de Deus. Pois bem, vamos fazer o seguinte, que tal
fazerem algo que estão mais acostumados como beber, brindar e comemorar
essa nova vida que vem ao mundo? Aqui, as latinhas que trouxeram já estão
no ponto. — Falou Gracinha ao entrar na sala com algumas latas nas mãos
fazendo todos rirem e Nininha concordar com o que dizia.
Por fim, todos brindaram ao novo herdeiro, Nininha é claro com um
copo de suco, votos de saúde e felicidade eram feitos por seu Silva e
Gracinha, acompanhados pelas promessas dos futuros papais em se tornarem
os melhores pais para esse bebê.
A tardinha Nininha dormia no quarto que mantinha na casa de seu pai
enquanto os machos alfas bebiam e se vangloriavam do quão maravilhosos
pais e avô seriam. Dona Gracinha já de saco cheio de tanta testosterona,
também se recolheu para o agora seu quarto para ver Tv. Logo que vieram
para casa após o casamento de sua filha, ainda tomado de tantos sentimentos
e a dica do bouquet, seu Silva tomou coragem e convidou Gracinha para
morar com ele. Ela aceitou na hora, disse que já não tinham mais idade para
ficar pensando muito, tinham é que viver. E se fosse juntos, melhor ainda.
Realmente eles estavam a cada dia se dando melhor, a companhia que faziam
um ao outro era muito boa.
Na varanda Léo abria mais uma latinha e entornava o líquido nos
copos dele, de Dane e de seu sogro, após passar algum tempo ao telefone
com sua mãe e família contando a novidade.
— E o que seus pais disseram, Léo? — Perguntou seu Silva.
— Estão todos felizes, mamãe histérica e minha irmã chorando
horrores. Não duvido nada dia desses elas aparecerem por aí.
Os três faziam vários planos para o futuro com essa criança que iria
nascer, Dane era um pouco mais arredio em relação a ser menino. Era ele que
sempre puxava a frase "E se for menina?" Isso tirava Léo do sério e fazia seu
Silva rir dos dois.
— E quando farão a ultra para ter certeza se será um menino ou
menina? — Perguntou seu Silva.
— Não sabemos. Na verdade vamos na terça na consulta com a
ginecologista dela que também é obstetra, como mandou o médico e ela vai
dar início ao pré natal... Essas coisas. Mas acho que ainda não deve dar para
ver o sexo do bebê não. Ela quase não tem barriga.
— Talvez dê sim, hoje em dia é tudo tão moderno. Mas acredito que
depois que vocês ouvirem o batimento cardíaco do coraçãozinho do seu bebê,
o sexo não será mais importante. E vou avisá-los, estejam preparados, vocês
nunca escutaram e nem escutarão nada parecido, vão até achar que eram
surdos antes de ouvir o coração de seu bebê e melhor de tudo, essa vai ser a
melodia de suas vidas. Vocês farão de tudo para que ela não termine nunca.
— Se expressou seu Silva com olhos marejados. De certo que em suas
memórias veio a primeira vez que ouviu o coração de sua filha.
Completamente focados em que seu Silva dizia, os meninos já se
imaginavam ouvindo o coração de seu pequeno bebê pulsando de dentro da
barriga da mãe.
— Será que já vai dar para escutar o coração dele, a barriga de nossa
esposa é tão pequena? — Questionava Léo olhando para Dane.
— Eu não sei mano, só sei que não vou dormir até lá, aguardando
ansioso para escutar essa tal melodia. — Falou Dane absorto em seus
pensamentos e já se emocionando novamente com o milagre de ser pai.
Seu Silva olhava aqueles caras à sua frente que há alguns meses
mudou sua vida, roubou o coração de sua filha e a levou com eles. Mas
também trouxeram tantos sentimentos à tona, tanta alegria e tanta esperança.
Chegaram em sua vida de maneira nada convencional, o que fez seu Silva
passar um bocado de tempo pensando e repensando seus próximos passos.
Mas quando se abriu de verdade e permitiu que eles entrassem sem barreiras
em sua vida percebeu o quanto esperava por isso. Essa cumplicidade entre
sogro e genro, essa renovação de sua família que há muito tempo só consistia
nele e Nininha era muito bem vinda. Com isso ganhou ainda a graça de um
novo amor. Mas seu Silva se preocupava com a forma inusitada que se
expandia essa família. Bateu nele algumas questões ao olhar seus genros que
antes não havia imaginado. Coisas tão simples, porém tão importantes, como,
quem seria o pai biológico do bebê. Para Nininha e para ele havia a certeza
de que era seu. E para os dois que se intitulam ambos pais do mesmo bebê?
O mundo mudou, mas algumas coisas ainda são feitas como
antigamente. Ainda observando a interação dos dois genros à sua frente,
notou que em momento algum nenhum deles fez menção em dizer que o filho
era só de um ou só de outro. Sempre o denominavam de nosso filho, vamos
ser pais, somos pais... E assim vai. Seu Silva não poderia passar à vida com
essa dúvida. Queria ter certeza se esse poderia não ser um motivo de
discórdia dentro de um casamento como o deles. Nenhum amor sobrevive à
inveja e frustração. Antes ele se preocupava em eles se frustarem no âmbito
profissional por mudarem de vida para estar com Nininha. Agora a questão é
bem mais profunda, é biológica. Como será para eles não se identificarem na
criança que virá ao olharem para ela. Os pensamentos de seu Silva estavam a
todo vapor nessa direção e não conseguiu se conter, precisava avaliar a
atitude deles diante uma pergunta que poderia vir de qualquer um.
— Então rapazes, fiquei tão absorto com a novidade de ser avô que
me esqueci de lhes perguntar, qual dos dois é o pai biológico do meu neto?
Pegos de surpresa com a pergunta de seu sogro, Léo e Dane se
olharam como se decidissem quem responderia. Dane não entendeu muito
bem tal pergunta, ainda mais vindo de seu sogro que era tão compreensivo
em relação à essa união entre eles. Na verdade ele percebeu que não gostou
muito de ter sido questionado sobre esse assunto. Era muito simples em sua
cabeça, esse bebê e qualquer outro que viesse após esse, seriam filhos dos
dois. Então achou a pergunta meio descabida. Por isso não se sentiu a
vontade de respondê-lo, pois poderia até ser um pouco grosseiro e ele não
queria isso. A bebida já circulava em sua corrente sanguínea, mas o profundo
respeito que nutria verdadeiramente por seu Silva, o fez refletir em segundos
e se segurar para não acabar falando de uma maneira rude e ser mal
compreendido.
Seu amigo e parceiro de vida via a confusão em seus olhos. Se
conheciam tão bem que mesmo sem palavras sabiam exatamente o que o
outro precisava. E naquele momento, Dane precisava de Léo. Precisava que
Léo, muito mais consciente e evoluído do que ele em usar às palavras para se
fazer entender, pudesse responder o sogro deles fielmente e com todo o
respeito que ele merecia. E foi assim, Léo com sua mão livre levou na mão
direita de Dane e apertou sua mão na dele, um gesto como dissesse "Deixa
comigo brother". Dane devolveu o sorriso ternamente e o cumprimentou num
gesto afirmativo de cabeça.
Tudo isso acontecia sob a observação minuciosa de seu Silva.
Ele notou na expressão de Dane a incompreensão de sua pergunta e a luta
para não respondê-la de supetão e acabar sendo agressivo com ele. Já
conhecia algumas reações de seus genros. Eles eram muito transparentes
diante do que sentiam, e quando se tratava de seu relacionamento com sua
filha tudo era muito mais intenso e verdadeiro. Seu Silva por um momento
pensou em refazer a pergunta de uma maneira mais leve, mas ai o intuito de
avaliar como eles lidariam com essas e muitas outras perguntas no futuro, e
sobretudo, em momentos em que seu neto possa estar presente, o fez se
manter calado aguardando a resposta. E foi muito bom isso, porque
conseguiu assistir uma cumplicidade entre amigos que jamais tinha visto, é
claro que já havia sentido que essa amizade entre eles era especial, fora tudo
o que sua filha lhe dizia e tudo o que eles viviam já era o suficiente para saber
o quão era verdadeiro essa amizade.
Mas ver com seus próprios olhos esse momento de afabilidade entre eles
deixava seu Silva impressionado. Viu que sem palavras se entendiam e podia
dizer até que se questionavam com olhares cúmplices. Viveria uma vida para
tentar entender e poderia até morrer sem entender direito o tipo concebível
de afeição que esses dois tinham, porém seria agradecido sempre, por poder
fazer parte disso e que sua filha fora agraciada por estar entre toda essa
comunhão de sentimentos puros e inimagináveis até então para ele.
Ao toque na mão de Dane e a confirmação vinda dele para que Léo
respondesse, seu Silva assistiu Léo se direcionando para ele após um gole de
sua latinha e tentar responder a pergunta que ele havia feito:
— Eita sogro, essa pergunta é a que vale um milhão?.... — Sorriu
brincalhão, mas logo depois tomou uma postura mais controlada e
continuous. — ...Nós sabemos o quanto é difícil para às pessoas que estão de
fora entenderem o que se passa em nossa cabeça por querer uma relação
como esta. E contudo, aceitar sermos pais de crianças que na verdade possam
não ser biologicamente nossas. Poderíamos passar dias tentando explicar
tudo isso, porém mesmo assim acredito ser difícil o entendimento de alguém
que não vive isso na alma. Falando por mim, acredito que muito antes de nos
transformamos em seres biológicos, somos espírito, energia. Portanto o fato
de eu amar o filho de um irmão ou irmã integralmente como se fosse meu, só
me faz pensar que nossa ligação não é apenas biológica e sim de alma. Tantos
são os irmãos e irmãs de sangue que não se reconhecem um no outro, tantas
são outras pessoas que durante a vida encontram irmãos e irmãs que
nasceram de outras barrigas e a biologia não entra nessa conta. Então é assim
para nós, na nossa matemática em relação aos filhos não existe divisão. Serei
pai tanto do meu filho, quanto do filho do meu irmão. E é tão simples e puro
esse sentimento que não existe uma maneira de explicar, porque sabemos que
no fundo às pessoas não vão entender. Sentimos isso, vivemos isso, somos
isso. O entendimento virá apenas para aqueles que nos olharem com olhos de
amor, para aqueles dispostos a novos pontos de vista e principalmente para
aqueles cujo o novo sempre seja algo vindo para somar ou multiplicar e não
diminuir ou dividir.
Tenho plena consciência que ainda virão muitas perguntas como esta, e, que
não será fácil se manter pacífico para respondê-las e explica-las, porém com a
certeza maior, que qualquer dúvida vinda de qualquer um, é que o amor que
temos um pelo outro nos transcende e nos eleva para algo muito além. E não
importa o que aconteça, a nossa felicidade, a felicidade de nossa família
estará sempre em primeiro lugar. Por isso meu sogro, o senhor não tem com o
que se preocupar, se é isso que lhe preocupa. Dane e eu vamos brigar várias
vezes, mas não por motivos como este. Digo isto, porque senti em sua
pergunta o interesse de saber se vamos saber lidar com tudo isso. Não
sabemos o porquê de tudo, mas somos uma unidade de um todo. E não
haverá dúvidas, quando eu pegar meu bebê no colo e ver os olhos azulados de
meu amigo ainda assim serei o pai mais feliz do mundo. E tenho certeza que
meu brother aqui... — Nesse momento Léo deu dois tapinhas no peito de
Dane e percebeu que se segurava para não chorar, ele respirou fundo voltou-
se a olhar para seu Silva e terminou. — ...Se não fosse esse bebê chorão, diria
a mesma coisa. Acho que ele ia até preferir ver no nosso bebê, os meus
traços, por ser o mais bonitão.
Mesmo com toda a carga emocional que continha em suas palavras,
Léo não poderia terminar de outro jeito que não fosse com uma piada. As
lágrimas em Dane desceram e se juntaram ao sorriso que ele deu. Mas, muito
mais sorridente e emocionado estava o autor da pergunta. Mais uma vez seu
Silva se viu diante de algo tão sublime quanto o amor que tinham à filha dele.
Viu neles o amor fraternal mesmo sem terem laços de sangue. Já não se
sentia tão lisonjeado em ser apenas sogro desses dois e sim honrado por saber
que tanto sua filha, quanto seus netos, também seriam agraciados por
tamanha dádiva que seria ter dois pais tão amorosos como estes. Tentando
não atropelar a língua ao falar por conta das cervejinhas e também da
emoção, seu Silva disse:
— Realmente Léo, confesso que o intuito da minha pergunta foi
exatamente avaliar a reação de vocês diante de uma pergunta que
provavelmente será repetida várias vezes em suas vidas. Mas logo após fazê-
la, automaticamente assisti a cumplicidade entre vocês, a união inexplicável
de vocês dois. Não posso dizer que entendi completamente, porque não sou
eu que vivo isso. Porém acredito no que vocês sentem e respeito acima de
tudo vocês e o quê decidiram viver. O caminho não é difícil, às escolhas não
são difíceis o que é difícil é se manter íntegro com suas convicções sem
intervenção de outros. E acredito que no seu "Todo" não há pitacos de outros
que possa desfazer algo tão indestrutível como o que vocês dois têm e
mantém com Nininha. Para frente me resta apenas a glória de continuar por
merecer fazer parte desta história e ser tão bom avô como vocês serão bons
pais. Olho para vocês como olho para minha filha, com amor, e isso vocês
têm de sobra, não só por ela como também entre vocês dois. Eu já amo
vocês!
Ah, esses três! Quanta massa gelatinosa junta. Três homens de idades
diferentes, adultos e prontos para matar qualquer um, mas com um
diferencial, uma sensibilidade genuína e rara. Um prazer em se doar. Homens
que se permitiam ir além da figura masculina bruta e se deixar levar pela
abundância de sentimentos que lhes tomavam. Prontos para se dar e amar
ainda mais. Aceitando sua condição humana e espiritual de serem homens
por completo, tanto na parte da segurança e mantenedora, quanto na singela
demostração daquilo que tinham para oferecer que era o amor. Ainda tocados
pela corrente de sentimentos Dane se levantou apertou a mão de seu sogro e
disse:
— Concordo com tudo o que Léo falou. E concordo que essa
preocupação do senhor é válida, prometo que vou tentar ser o mais paciente
possível também em explicar. Mas sinto muito senhor, não sou como Léo
que sabe usar às palavras, e se eu perceber qualquer palavra indigna
direcionada a qualquer integrante da minha família não me importo de usar o
punho e deixar mais que explicado, deixarei tatuado para que a pessoa
aprenda a não se meter na vida dos outros. Ainda mais na da minha família.
— Não posso dizer que está certo meu genro, como também não direi
que está errado. Sei que faria de tudo para defender sua família e sempre
estarei ao seu lado. Se um dia acontecer algo do tipo e você perder a cabeça,
mesmo assim, tenho certeza que fará com consciência e sendo assim estarei
do seu lado. Quando se trata de nossa mulher e filhos o terreno é minado,
podemos até idealizar sermos de um jeito, mas quando a situação se mostra,
só aí sabemos como reagir realmente. Espero em Deus que por toda a vida de
vocês, não tenham que passar por tal agressividade. Bemmmm... Agora
vamos relaxar, que tal sairmos um pouco para tomar umas cervejas no bar
aqui perto e assim todos conhecerem o novo vovô do pedaço? Ainda quero
comemorar.
— Boa sogrão, só vou ver como está Nininha e já volto. — Falou
Léo já se levantando.
— Por mim ok, vou no banheiro e já venho. — Disse Dane.
— É, vai lá brother lavar o rosto, está parecendo um bebê chorão...
— Até parece que a gazela não chorou também...
— Rapazes, se controlem. Não quero que minha casa se encha de
penas de galinhas. E se adiantem, pois tô louco para desfilar com minha
camisa por ai.
(Risos)
Sonolenta Nininha se espreguiçava no quarto escuro. Abrindo os
olhos na penumbra viu que nenhum de seus homens estava por perto. Aos
poucos foi se levantando e foi ao banheiro, sua bexiga parecia que iria
explodir. Notou que da sala vinha a luz da televisão e foi até lá, antes passou
na geladeira e pegou uma travessa de gelatina de morango que Gracinha se
pôs a fazer após saber que ela estava doida para comer. Chegando na sala
encontrou Gracinha esticada no sofá vendo à novela.
— Oi gravidinha, conseguiu descansar um pouquinho? — Perguntou
Gracinha.
— Sim, e estou louca de fome....
Levantando-se do sofá Gracinha disse:
— Mas então espere que vou lhe preparar algo...
— Não Gracinha, veja já peguei a gelatina, já está de bom tamanho,
pelo menos para o começo. Nossa, agora eu estou entendendo essa fome toda
que ando sentindo ultimamente.
— É verdade, dizem que às grávidas sentem muita fome até de coisas
esquisitas, ah e sono também, fora os enjoos pela manhã ou por conta de
algum cheiro ou comida que não lhe agrada.
— É mesmo... Como não pude perceber isso antes.
— Oh, minha querida, senta aqui, você é muito nova e também se
garantia no contraceptivo que usava. Não se julgue. Tenho certeza que agora
percebe como tudo se encaixa não é mesmo.
— É... Nossa Gracinha, por que você nunca foi ma.... Oh! Me
desculpe, não queria parecer intrometida...
— Não, imagina querida. Você iria perguntar por que eu nunca me
tornei mãe?
— Sim era, e pelo que vejo seria uma ótima mãe. — Respondeu
Nininha e levou mais uma colher de gelatina à boca.
Suspirando fundo e com uma expressão tranquila, Gracinha disse:
— Obrigada meu bem, tenho certeza que se tivesse sido concedida
esta honra, poderia não ter sido a melhor mãe, mas faria sempre de tudo para
ser. Eu sou só um pouco mais nova do que seu pai, mas já não aguardo mais
ser mãe. Houve um tempo quando era uma jovenzinha como você, que ser
mãe fazia parte de meus planos. Porém tinha tantos planos e a vida foi me
apresentando tantos outros que acabei não tento oportunidade de realizar este.
A vida é assim mesmo não podemos ter tudo o que queremos e sim saber
conviver com o que recebemos.
— Pois é Gracinha, e é daí que nasce meu medo. Olho para minha
vida agora, ainda mais com esse bebê a caminho e penso o quanto sou
abençoada. É claro que tinha sonhos, mas não tão grandiosos como o que
estou vivendo. Meu medo é tão grande.
— Mas querida, medo de quê?
— Medo de morrer, medo de perder um dos meus meninos, medo de
perder meu pai, ou medo de que qualquer um deles adoeçam, medo de tudo e
agora medo dessa gravidez .... Tantas pessoas boas que merecem ter uma
vida como a minha, que merecem pelo menos um pouquinho do amor que eu
tenho e passam a vida sem ter e eu aqui transbordando tanta coisa boa, sinto
até vergonha, sabe?
— Shiiiii menina, quantos medos. Preste a atenção numa coisa que
irei lhe dizer, não sei exatamente qual é a sua religião e na verdade isso não
importa quando falamos em Deus, em vida, em amor. Eu sou um pouco de
tudo, mas tenho uma inclinação maior para o espiritismo. Então acredito que
cada ser tem um caminho pré determinado a seguir, mas apesar disso ainda
temos o livre arbítrio para ainda assim mudar o curso algumas vezes. Tudo
que passamos na vida é porque temos que passar, não como punição, porque
não acredito num Deus punitivo, sim por aprendizagem. E por que temos que
aprender? Para evoluir enquanto espírito, para alcançar o divino. Então
querida, não se martirize por achar que há pessoas que precisam mais de sua
felicidade do que você, porque somos seres únicos, moldados em fôrmas
descartáveis e com (na minha singela opinião) bagagem espiritual. Portanto
não temos como saber o porquê de muitas coisas, não aqui neste plano.
Temos apenas é que viver, lidar com a vida que se apresenta para gente, com
seus problemas e alegrias, da melhor forma possível. Nossa cruz não é mais
pesada e nem mais leve do que dos outros. E felicidade não é questão de
merecimento é estado de espírito, leveza interior e como a cruz, cada um tem
a sua felicidade proporcional. O mal do homem é querer se comparar ao
outro, sendo que é impossível porque somos únicos. Entendo seus receios,
somos frágeis, e tendemos a ser vencidos por esse lado mais pesado. Mas seja
forte e aproveite tudo que é seu, que toda essa felicidade seja a linha de frente
contra seus medos. E Nininha, nunca se permita ser menos feliz por qualquer
motivo que seja. E não se preocupe com o tempo. Para todos o tempo está
contado, então ao invés de deixar ele passar viva intensamente até ele
chegar. Agora venha cá e me dê um abraço. Saiba que pode contar comigo
sempre que quiser. Não quero ocupar o espaço de sua mãe, jamais pensaria
nisso, mas quero me fazer presente como alguém que ama seu pai e está
disponível para se encaixar em sua vida também.
Comovida com a profundidade dos dizeres de Gracinha, e sensível ao
extremo por conta dos hormônios, Nininha se deixou levar por esse sopro de
carinho. Retribuiu o abraço ofertado e nele se acomodou durante algum
tempo. Como ela queria ter tido essa conversa com sua mãe, mas agradeceu a
Deus pela representante que Gracinha foi.
— Gracinha, onde estão os homens desta casa?
— Disseram que foram ao bar, estava no quarto quando percebi Léo
no corredor, ele viu que eu estava acordada e como tinha ido até você e não
quis te acordar, me avisou que iam ao bar porque o vovô queria mostrar para
todos a novidade escrita em sua mais nova camisa preferida. Desconfio pela
hora, que em vez do bar da esquina foram para algum outro, do outro lado
do mundo.
Rindo Nininha voltou a comer sua gelatina e assistir novela com
Gracinha. Entre um e outro comentário sobre o folhetim, se conheciam cada
vez melhor trocando assuntos que surgiam.
Decidiram jantar, Nininha tentou ligar para o telefone de Léo e de Dane, só
para constatar que estavam na varanda. Seu pai também não havia levado o
seu, só restava a elas esperar pelos três.
Bem mais tarde as duas já estavam preocupadas com a demora deles.
Gracinha se ofereceu para ir no bar e procurá-los, mas Nininha disse que não,
que era melhor esperarem até meia noite. Deviam estar bêbados e não se
ligaram na hora.
— Sabe Gracinha, tava aqui pensando, Léo está irredutível quanto ao
sexo do bebê. Dane e meu pai não me preocupa muito, mas ja Léo, acho que
se esse bebê for menina ele morre do coração. Não sei da onde vem essa
certeza e querência toda. Vejo o quanto ele se dá bem com sua sobrinha.
— Nininha, alguns homens são assim, acham que se forem pai de
meninos sua masculinidade será inabalável coisa e tal. Mas não se importe
muito com isso, verás talvez após o primeiro impacto o quanto babão ele se
tornará ao ver sua menina nos braços.
— Será?
— Com certeza. Sabe, como professora leio muito, e em uma dessas
minhas leituras sobre comportamento falava sobre como os homens agem
quando se descobrem pais. Isso não acontece somente quando recebem a
notícia. Para cada um se dá em momentos diferentes e específicos. Ao
saberem, alguns já se vestiam com a capa de super pais, mas só caiam na real
ao ouvir o primeiro chorinho. Outros passavam a acreditar somente ao ouvir
pela primeira vez os batimentos cardíacos, e outros só se tocavam quando
sentiam seus movimentos na barriga da mãe, e tinham várias outras maneiras.
Também falava dessa sangria desatada de preferência por um gênero
específico. Mas que logo caia por terra quando a oração que faziam era para
que seu filho nascesse cheio de saúde. Então como vemos, tudo é muito
relativo, sabemos que Léo já ama essa criança independente do sexo. Sua
preferência acredito que não sobressairá ao seu amor incondicional. Pode ser
que fique um pouco frustado, isso também acontece, mas nada que um olhar
apaixonado de um filho não possa curar.
— Ai Gracinha, vamos orar então para que seja assim. A propósito
posso te perguntar uma coisa?
— Claro querida.
— Vejo que seu relacionamento com meu pai anda de vento em
poupa, e ele está muito feliz. Gostaria antes, agradecer a você por ser essa
pessoa maravilhosa e perguntar se você aceitaria ser chamada de vovó pelo
meu bebê. Me faria muito feliz, e tenho certeza que ao papai também.
Agora era a vez de Gracinha ficar sem palavras, o que era bem difícil.
E emocionada respondeu:
— Como disse antes, não quero ocupar um espaço que não me
pertence, mas sim, estou disponível para me encaixar. E se for do seu desejo
fico lisonjeada em ser chamada de vovó por seu bebê. Isso me faz muito
feliz. E Nininha, é a primeira vez que me sinto fazendo parte de algo de
verdade, isso me faz imensamente feliz. Obrigada!
Ao trocarem afabilidades, escutaram um barulho no portão e risadas
exageradas vindo do quintal. Logo elas se levantaram e foram ver o que
acontecia. Cada uma se pôs de um lado do batente da varanda e olhavam
chocadas e um pouco risonhas, os três bebuns que tentavam entrar pelo o
portão, os dois com o braço sobre o ombro de seu Silva que estava no meio.
Mas era claro que não dava para passar, tinham que desmontar o tripé para
cada um passar. Eles cantavam ou falavam alguma coisa incompreensível.
Nininha queria rir de verdade, mas começou a se preocupar ao ver que seu
pai estava muito ruim, nunca viu ele assim.
— O que vocês fizeram com meu pai? Vocês são loucos?! —
Vociferou Nininha.
— Amorrrrr... Linda... Gravidinha ... Minha menina .... Você está
especialmente maiiiiisss linda...
— Dane você está bêbado, mas o que ...
— Relaxx princesa ... Estamos os três... Apenas calibrados ... Nada
ruim ... Podemos... Somos os caras... Somos pais... E meu sogro aqui avô... E
nós estamos... Fedendo muito, mas felizes, tão felizes. Não fique chateada...
Nós só ultrapassamos um pouquinho a meta de algumas cervejinhas e... E...
E
— .... E dobramos a meta... Hahahahah — Seu Silva cortou a fala
trôpega de Léo finalizando com uma gargalhada seguida por Dane e Léo
também.
Ao longe Gracinha e Nininha os olhavam tentando não rirem juntas
com eles, o que ficou um pouquinho mais difícil quando seu pai pediu entre
soluços:
— Como é (soluço) ... Léo... (Soluço) ...A dancinha ... (Soluço) Que
fizemos...
E após isso já dentro do quintal, Léo, seu Silva e Dane sustentando
um ao outro iniciaram um can can desequilibrado ao som de suas risadas.
Não tinha como não rir.
— Deixe eles Nininha, olha como estão felizes. Amanhã falamos
sobre a bebedeira, agora é saber levar.
Um tempo depois seu Silva desagarrou de seus genros e foi quase
caindo até sua mulher que se adiantou e o auxiliou.
— Onde você estava Gracinha... (Soluço) ... Porque não ... Veio mais
cedo??? — Perguntou seu Silva abraçando-a.
— Ooo meu Silvinha, estava por aí me preparando para entrar em sua
vida exatamente quando entrei, e é por isso que estamos tão felizes. Tudo tem
seu tempo. Por exemplo, agora é tempo de um banho quentinho e um
aconchego na cama. O que você acha?
— Hummm... Acho muito bom, mas será que você pode lavar minha
camisa para eu usar amanhã quando for na padaria? — Disse seu Silva ainda
entre soluços.
— Claro meu bem, afinal esse é seu novo uniforme. — Dito isto
Gracinha se virou para Nininha e perguntou se referindo aos seus maridos —
... Vai precisar de ajuda?
Rindo Nininha respondeu:
— Não, talvez, qualquer coisa te chamo pode deixar, você já tem
trabalho suficiente aí. Obrigada por tudo.
— Tudo bem, se eles quiserem comer ainda não guardei as panelas,
tá.
— Beleza.
— Filha?! — Chamou seu Silva antes de entrar — Você não poderia
ter me dado presente melhor e não é sobre a camisa que estou falando... Te
amo!
— Também te amo pai.
— Eu também te amo sogro.... Ooooo você mora no meu coração...
— Dizia Léo fazendo gestos exagerados.
— Só nas segundas, quartas e sextas, porque nas quintas, terças e
sábados ele mora no meu... Né sogrãooooo! Te amo também!
— Ah é! E eu?? No meu, ele só mora aos domingos?
— Claro que não querida, o domingo é meu né, porque vc intercala
com seu pai no coração deles. Deixem um pouquinho pra mim né. — Disse
Gracinha entrando na brincadeira e todos riram.
Com seus maridos e pais de seu filho devidamente tomados banho e
"jantados", Nininha enfim conseguiu com a ajuda de Gracinha fechar à casa e
guardar as panelas. Dane já dormia que nem pedra no canto da cama e Léo
ainda seguia Nininha pelos cantos da casa, muito mais irritante com suas
preocupações do que quando está sóbrio. Foi para o quarto, após dar boa
noite para Gracinha que sorria das gracinhas que Léo fazia.
— Pronto Leonardo, estamos no quarto, agora já pode ir se deitar.
— E quem disse que quero me deitar?
— Léo, tá de sacanagem né?
— Não, EU sou a sacanagem... — Falou ele safado deixando Nininha
levemente excitada.
— Pelo amor de Deus Léo, estamos todos exaustos é melhor dormir.
— Não precisa se preocupar meu amor, só quero sentir esse corpo que
me pertence e que está gerando o nosso filho. Estou tão excitado princesa,
vem cá.
E assim Léo puxou Nininha para seus abraços ainda de pé próximos a
cama. E ela veio dengosa, se fazendo de difícil, mas já dormente à espera do
prazer. Ele puxou a camisola que ela vestia sobre seus braços e cabeça se
deleitando com a visão dela apenas de calcinha. Seus seios redondos e
pesados com os bicos rosados estavam mais vívidos. Ele a beijou primeiro
ternamente e logo foi iniciando um fogo em seus lábios. Porém ele queria ir
devagar. Estava realmente muito, muito excitado, mas não queria atropelar
ela com seu querer, até porque agora eles não poderiam exagerar no sexo
como de costume. Seu corpo não era só deles era também templo de seu
filho. Desceu seus beijos pelo queixo dela, pescoço, colo, se perdeu por
minutos em seus seios e enfim, chegou ao seu ventre. Ajoelhou e ali ficou
hipnotizado com a aquela pequena saliência em sua barriga. Segurou em seus
quadris e encostou sua testa ali, levantou e com os lábios beijou como em
oração aquela barriga que carregava a nova razão de sua vida e não se
segurou, deixou que transbordasse pelos olhos o que sentia no coração.
Inebriada com a demonstração de afeto, ela levou suas mãos a cabeça
de Léo e acariciou dizendo:
— O que foi meu príncipe?
— Não sei amor, estou me sentindo como se fosse o dono do mundo,
invencível e ao mesmo tempo tão frágil quanto um cristal.
— Me sinto da mesma forma, e acredito que Dane também. Mas não
somos tão invencíveis assim e também nem tão frágeis. Somos a medida
certa para a missão de criar nosso filho. Ele foi feito para nós e nós para ele.
Levantando seu rosto Léo encontrou os olhos de seu amor
lacrimejantes, sem tirar as mãos de seus quadris se levantou e grudou seus
lábios trêmulos nos dela e assim iniciaram mais um beijo apaixonado. Com
cuidado ele foi a levando até a cama, a deitou e provando com a língua todo
seu corpo retirou sua calcinha. Se levantou e a olhando retirou seu calção e
voltou-se sobre o corpo dela.
Era visível para Nininha o cuidado que Léo estava tendo com ela, mas
tudo estava tão bom que ela preferiu nem comentar.
Léo com delicadeza se fez presente entre às pernas dela e foi se aprofundando
a cada movimento. Todo o tipo de sexo que faziam era maravilhoso. E esse
não poderia ser diferente. Nininha se sentia massageada por dentro e por fora.
Amada. Maravilhada. Venerada. Juntos os dois amantes seguiram o fluxo
inevitável do orgasmo. Se acomodaram melhor na cama. Nininha se
aconchegou nos braços pesados de Dane enquanto Léo acomodava em sua
mão aquela pequena saliência em seu ventre enquanto jazia sua cabeça na
curvatura entre seu ombro e pescoço.
Somos o que precisamos ser quando necessitamos ser. Somos fortes e
fracos; espertos e não tão espertos assim; alienados ou concentrados ; oito ou
oitenta... Somos tudo isso e muito mais porque simplesmente não podemos
deixar de ser nada. Vivemos sendo algo à cada minuto e o que somos,
depende do que vivemos no momento. Por isso é bom sermos maleáveis,
assim é muito mais fácil ser o que quiser. O que não podemos é ser covardes
e medrosos diante da vida.
O medo é inevitável diante a responsabilidade de ser pai, mãe. Mas a
felicidade é ainda maior. E nas vinte quatro horas do dia esses três se
limitavam a sofrer desse medo em pequenos momentos, quando não
conseguiam realmente mais se segurar. Mas esse trisal era forte o suficiente e
se apoiava um no outro para seguir em frente.
Na sexta foram ao cartório para assinar os papéis, aproveitaram e
foram resolver o plano de saúde novo de Nininha. Fizeram algumas compras
e por fim foram encontrar às meninas na casa de Bruna. Elas estavam
curiosíssimas para saber a notícia que Nininha tinha que não quis falar por
telefone e nem por mensagem, mesmo com toda insistência delas. Ao dizer
que estava esperando um filho a reação foi a esperada. Bruna reagiu dizendo:
— Agora fudeu, puta que pariu... Como assim... Tá eu sei como, mas
por quê? E o que eu me torno? Puta que pariu! Me torno tia. Vocês não
podiam fazer isso comigo... Sua vaca! Eu vou logo dizendo que esse fedelho
vai ter que me respeitar, eu serei a tia Vaca dele mais linda e maravilhosa.
Já Lary não teve palavras, diante da choradeira que fez ao receber a
notícia. As poucas que disse foram:
— Eu .... É... Nossa que felicidade... Um bebezinho ... Que lindo...
Parabéns!! Vamos ser tias Bruna!!
— É eu sei, puta que pariu! Vai ficar repetindo?
Dane e Léo zoavam as duas. E riam com a graça que sua Nininha
achava delas. Antes de irem embora combinaram delas subirem com eles, seu
Silva e Gracinha e comemorarem lá na casa deles. E o fim de semana seguiu
alegre e feliz. O sol se fez presente, então foi churrasco à beira da piscina o
tempo todo. Léo continuava vez ou outra enchendo Nininha com suas
preocupações loucas, coisa que Dane também fazia, mas de maneira bem
mais sutil. Na segunda de manhã seu Silva desceu trazendo às meninas. Foi
uma segunda de preguiça literalmente, porque Nininha acordou com seus
enjoos tradicionais e se sentindo pesada e ainda muito sonolenta. Dane dessa
vez não foi nada sutil em dizer que avisou para ela não exagerar nas misturas
que ela fazia no churrasco. E Léo já estava querendo arrasta-la para o
hospital. Só se conformaram quando Nininha por livre e espontânea pressão,
ligou para ginecologista para confirmar a consulta de terça e após explicar
que descobriu que estava grávida, pediu a ela encarecidamente que
acalmasse os dois ogros dizendo que era normal esse tipo de mal estar.
E foi só assim que ela conseguiu sossêgo. Porém sofreu às consequências à
noite, quando estava se sentindo bem melhor e cheia de vontade de ter eles,
eles fizeram de tudo para evita-la com medo dela se sentir mal.
Na manhã de terça seus hormônios estavam mais a flor da pele do que
nunca. Passou a noite meio em branco pensando se esses dois iam passar a
gravidez sem encostar nela toda vez que se sentisse mal. Tomou um café
emburrada, mesmo recebendo a atenção maravilhosa dos dois à sua volta.
Eles a serviam e mesmo à contra gosto enchiam-na de beijos
esporadicamente.
Até que Dane a puxou sobre seu colo e a beijou passando a mão pelo seu
corpo enquanto Léo guardava às coisas da mesa.
Mesmo emburrada e querendo não querer, ela queria, super queria. Vencida,
se deixou ir. Dane se apossou de seus seios e com seus dedos buscou espaço
entre às dobras que sua calcinha cobria.
Ele sabia que ela precisava relaxar um pouco, ele até poderia segurar o seu
desejo, mas não podia vê-la mal humorada.
Logo ela abriu um pouquinho mais às coxas sentindo as sensações que a mão
dele à trazia. Pelo canto dos olhos viu Léo se aproximar e puxar a cadeira
para bem próximo. Entregou uma de suas mãos para ele enquanto a outra
segurava no pescoço de Dane.
Rodeada dos dois conseguia se pôr quase pendurada nas pontas dos pés
seguindo às investidas indecentes de Dane com seu rebolado.
Beijou Dane na boca e sentiu a mão dele que estava em sua buceta subir e
acariciar seus seios, mas sua buceta não ficou muito tempo solitária, logo Léo
levou seus dedos e dedilhou o ponto saliente. Era muito quente e
elouquecedor ser masturbada em sua cozinha por seus maridos. Seu corpo já
dava sinais da erupção que viria. Cada vez mais eles revezavam as mãos e os
dedos em sua carnes úmidas. Léo dizia em seu ouvido o quanto ela
amanhecia cada dia mais linda e que estava doido para vê-la com um
barrigão. Que amava o sabor de sua boca e a temperatura de sua pele. Dane
repetia algumas dessas palavras e acrescentava outras mais: como mesmo
grávida continuava a safada de sempre; nossa esposa devassa e grávida; estou
adorando essa parte da sua explosão de hormônios.
Louca e querendo mais Nininha disse:
— Quero vocês, dentro de mim, vamos... Ahhhh vemm....
— Princesa, não dá, você tem consulta, vamos deixar para depois....
— Mas, mas... Depois vocês vão me enrolar...
— Não vamos pensar nisso amor, se concentra no agora. Goze pra
gente, vai.
— Owoowhhooooo…
Como se Dane tivesse apertado um botão Nininha liberou todo aquele
prazer acumulado e relaxou.
Mais tarde seguiram viagem para o Rio e foram direto para a consulta
marcada. O caminho foi tranquilo. Léo veio dirigindo e eles conversavam
coisas do dia a dia. Decidiram ir em uma loja de material de construção e
encomendar algumas coisas para o atelier e a jacuzzi. Ao se aproximarem da
clínica o clima ficou meio tenso, mas eles não sabiam o porquê, poderia ser
talvez aquele medo desse mundo novo que de vez enquando vinha os
perturbar. Ainda mais na primeira consulta na qual eles poderiam, de acordo
com seu Silva, escutar os batimentos do bebê.
Nininha não se eximiu de entrar de mãos dadas com os dois. Algumas
pessoas esticaram os olhos, mas não perderam muito seu tempo. Nem ela.
Informaram na recepção a consulta que tinham e foram direcionados para o
andar indicado.
Chegando lá uma nova recepção, foi lhes dito que ela seria logo atendida.
Uns quinze minutos depois seu nome foi chamado e os três seguiram para o
consultório indicado.
— Olá Paulina, então temos novidades?
— Sim doutora, e que novidade! Bom, esses são Daniel e Leonardo,
eram meus namorados da última vez que estive aqui, mas agora são meus
maridos.
— Olha que alegria, vocês casaram?! Que bom, mas me permita,
quero saber de todos os detalhes, histórias como à sua são difíceis de se ver.
Prazer, Daniel, Leonardo eu sou a Dra. Thereza. Então, quer dizer que a
injeção nos pregou uma peça?
Léo e Dane cumprimentaram a doutora, mas estavam tão ansiosos
para sabe-se lá o quê, que não estavam tão a vontade. Ficaram bem quietos
enquanto elas conversavam.
— Pois é doutora, e agora estamos aqui como se acabássemos de
pular de paraquedas. Estamos ansiosos, confusos, nervosos, mas acima de
tudo muito, muito felizes.
— Com toda certeza. — Concordou Dane.
— Sem sombra de dúvidas. — Afirmou Léo.
A doutora ficava encantada com tamanha harmonia, fora que à beleza
deles a impressionava. Após olhar para os exames feitos por Nininha na
semana passada em que foi confirmada a gravidez, pediu para que ela
colocasse o avental que a examinaria e faria um ultra-som. Igual a dois pau
de tarados, Dane e Léo se mantinham quietos num canto do consultório
observando a médica tocar e examinar sua esposa. Elas falavam uma coisa ou
outra, mas eles não entendiam nada.
Até que a médica ficou em dúvida de qual exame faria, se seria uma trans
vaginal ou um ultra-som mesmo.
— Algum problema doutora, se houver pode falar, nós queremos
saber de tudo... — Disse Léo de supetão.
— Por que vocês sempre esperam o pior? Relaxem meninos. Está
tudo ok até agora, só estou indecisa do exame que fazer. Acho a trans muito
invasiva, mas seria mais precisa com uma gravidez em tão pouco tempo. Mas
a ultra funciona bem também.
— Então faz a ultra, para não "invadir" ela. — Falou Dane meio sem
saber o que dizia.
— Vocês querem deixar a médica trabalhar? — Retrucou Nininha.
— Pode deixar Paulina, já estou acostumada, quer dizer, não com dois
pais ao mesmo tempo, mas saberei lidar, há sempre uma primeira vez em
tudo. Então quem está preparado para ver seu bebê?
O tempo parou, os três se olharam.
— Vai dar para vê-lo doutora? — Foi Nininha que perguntou.
— Bom Paulina, o feto ainda é muito pequeno e a imagem parece
mais um borrão, mas sim, vai dar para ter uma ideia de tamanho entre outras
coisas e o melhor, pode ser que consigamos ouvir o coração.
O rosto de Nininha e Dane já se transformava, enquanto Léo ainda
tinha dúvida.
— Vai dar para confirmar que é menino doutora?
— Bem, hoje provavelmente não, mas algumas semanas para frente
talvez, isso se ela ou ele forem bem exibidos. Vamos lá, prepada?
— Sim. – Dane e Léo que responderam deixando Nininha e a doutora
sorridentes.
Na sala mais escura, Nininha sentiu a médica despejar sobre sua
barriga um líquido ou creme gelado, e o espalhou. Pediu que os meninos se
posicionassem atrás dela para que vissem a imagem na tela. Então com um
objeto como aqueles que usam nas caixas de supermercados para passar às
compras, foi deslizando para lá e para cá sobre sua barriga. Os três estavam
atentos a imagem borrada na tela.
Alguns minutos de silêncio depois, a médica começa a balbuciar com
ela mesma, deixando os três ainda mais nervosos.
— ... Calma aí... Calminha... Ahã ai tá você! Ops! Ou seria, aí estão
vocês?!?
— Estamos aqui doutora, atrás da senhora. — Falou Léo em resposta
ao que ela dizia.
— Não querido, não é sobre vocês dois pais que estou falando. É
sobre os bebês que vocês estão esperando.
— O QUÊ!!?!?!?!?! — Gritou Nininha se levantando um pouco da
maca olhando para doutora assustada.
— Querida, deita direitinho.
— A senhora não pode estar falando sério, eu não vejo nem um,
quanto mais dois. Isso é impossível! — Dizia Dane confuso.
— Bom, eu do alto da minha experiência profissional de mais de 18
anos posso afirmar que são dois fetos, dentro de uma mesma bolsa, o que os
fazem gêmeos idênticos... Parabéns! Vou aumentar o som para vocês
escutarem a escola de samba tocando na barriga da mamãe.
E quando a doutora aumentou o volume, o silêncio foi quebrando ao
som de batidas ritimadas uma por cima da outra e foi enchendo o ambiente,
segundos depois outro som bem mais forte foi ouvido. Uma gargalhada, sim
uma gargalhada. Léo estava extremamente extasiado com a oportunidade de
ser pai de gêmeos, de ser pai de dois meninos. Seu nervosismo e surpresa que
até agora o manteve em choque, se transformou em gargalhadas loucas
infindáveis. Dane o olhava sem entender e preocupado, ao mesmo tempo que
lidava com a melhor e maior sensação do mundo que era escutar o som que
seu bebezinho fazia. Tentava entender que não era só um e sim dois.
Ele não sabia como expressar tamanho orgulho em saber que seriam pais de
duas crianças ao mesmo tempo. Ficou ali parado sendo abraçado por Léo
saltitante. A doutora olhava para eles assustada. E até perguntou se estavam
bem, se queriam água.
Da maca, Nininha só assistia atrás da imensidão do oceano que se instalava
em seus olhos, a alegria vibrante de seus maridos.
— Hum, o que será isso?... — Dizia em voz baixa a médica, que
apesar da histeria de Léo, continuava compenetrada no exame. — ... Droga,
com a ultra não vou conseguir ver... Paulina querida, vou precisar realmente
fazer uma trans em você, só para avaliar uma dúvida que não estou
conseguindo identificar através dessa ultra, ok?
— O que foi doutora? — Perguntou Dane logo chamando a atenção
de Léo também.
— Vamos fazer a transvaginal só para ter certeza se o que vejo na
ultra está certo. É bem simples. Pelo que vi até aqui está tudo dentro dos
conformes.
— Está tudo bem doutora, com meus bebês? — Perguntou Nininha
também preocupada.
— Calma querida, só vamos vê-los por outro ângulo, bem mais
próximo. E depois conversamos. Tudo bem?
— Tá legal.
Notando que sua esposa ficou ainda mais tensa, Dane foi para o outro
lado da maca, perto dela e segurou sua mão, sem dizer nada, apenas
demonstrando que ele estava ali com ela. Como não havia muito espaço Léo
não tinha como estar muito perto dela, permaneceu atrás da doutora, mas
disse olhando para sua esposa:
— Eu sei o que você está sentindo, nos sentimos o mesmo, mas
temos um ao outro, tenta ficar calma.
Pegando um novo instrumento e colocando uma camisinha, a doutora
seguia o curso normal do procedimento deixando os meninos assustados.
Quando viram ela jogar algo que parecia um lubrificante por cima do objeto
vestido de camisinha eles perceberam o que ia acontecer.
— A senhora vai enfiar isso nela?! — Perguntou Léo espantado.
— Léo... Por favor, fica calado! — Pedia Nininha.
— Pode deixar Paulina, eu explico. Os homens sempre tem esse tipo
de reação. Isso a que você se refere Leonardo é uma sonda, que introduzida
na cavidade vaginal me possibilita uma melhor visualização para avaliar com
mais detalhes o embrião, estimar o tempo da gestação entre outras coisas...
Então Paulina pronta?
— Uhum!
— E vocês dois? — A médica se virou para cada um perguntando
num tom de humor.
— Sim... Se não for para introduzir isso em mim, estamos prontos
sim... – Léo disse meio tenso.
— Léo seu idiota. Descupa, doutora… Estamos, temos que estar. —
Dane disse.
A médica foi introduzido com delicadeza a sonda, e analisava a
imagem ao mesmo tempo como se procurasse alguma coisa. Era óbvio o
desconforto de Nininha e também dos meninos, mas todos estavam muito
mais preocupados com seus bebês.
Dane apertava tanto a mão de Nininha, que parecia que era apenas sustentado
por ela. Ela não reclamava desse aperto, era bom, a fazia se sentir mais
segura. Ainda mais quando a doutora ia falando sobre o que via. Seu coração
foi se acalmando mais ao olhar o rosto de Léo prestando atenção na tela e
avaliando cada coisa que escutava. Seus olhos iam de surpresa a paixão,
sorria não só pelos lábios mas pelas íris também.
Isso emocionava Nininha e ela não conseguia segurar às lágrimas.
— Olha aí vocês dois, como o coração de vocês é forte... Hum...
Olhem só mamãe e papais, esse aqui é o mais comprido e esse o mais
baixinho. Mas tudo pode mudar durante a gravidez. Muito bem.... Muito
bem... Vejamos aqui...
— Eu, eu tô vendo... Ali, nosso filho, nonossoss filhos, tá vendo
Dane?
— Onde? Só vejo algo pulsante.
— Isso pulsante são os corações de seus filhos Daniel. — Explicou a
doutora.
— Aí meu Deus, tão pequenininhos. Tão frágeis. Como nós vamos
fazer para eles crescerem e ficarem mais fortes? — Dizia Dane quase
suplicando.
— Vocês já os fizeram, agora tem que deixar o curso normal da
criação. É claro que Paulina deverá tomar vitaminas, se alimentar
adequadamente e... Ei, o quê... Não pode ser!!!! — A doutora respondia para
Dane, quando ela observou melhor algo que apareceu de relance na ultra e
que agora se mostrava em sua totalidade. Algo que nunca havia visto em
todos os anos de sua profissão. Sabia que era possível, já leu sobre alguns
relatos, mas nunca presenciou nada parecido. Não disse mais nada porque
não queria dar um diagnóstico errado. Preferiu chamar um colega obstetra
para confirmar suas suspeitas e aí sim, ser mais precisa.
Enquanto isso mais uma vez a emoção do momento foi diminuída
pelo receio de algo estar errado. Dane, Léo e sua esposa não entendiam o
porquê a doutora pausou sua fala e dizia coisas que eles não entendiam.
Novamente o medo os tomou, Dane já não se aguentava mais. Nunca
imaginou ser bombardiado por tantas notícias boas com peso emocional tão
grande que lhe mantinha nas pontas dos pés. Léo também se sentia assim. Os
três observavam os movimentos da médica e viram ela chamar por telefone
alguém que não sabiam quem era.
— Quem a senhora chamou doutora e por quê? — Questionou Dane
apreensivo.
— Apenas um colega, papai, para me ajudar na conclusão do que
vejo. Tente se acalmar.
— Mas o que vê?
— É, o que vê, além dos bebês? — Perguntou Léo em seguida a
pergunta de Nininha.
— Papais e mamãe, por favor, peço que vocês esperem só um
pouquinho e... — Enquanto a médica tentava acalmar os afoitos, foi cortada
por batidas na porta, logo entra um homem bem alto com cabelos grisalhos
também de jaleco.
— Com linçenca doutora Thereza, me chamou?
— Oh, sim, não poderia ser em melhor hora Dr. Carlos. Bem, já não
sabia mais como acalmar esses pais e mamãe.
— Você disse pais, no plural?
— Sim ela disse... — Cortou Dane sisudo à conversa paralela dos dois
e aproveitou para puxar mais o lençol sobre às pernas de Nininha, mesmo que
da posição em que o doutor estava, não dava para ver a nudez dela. E ainda
disse mais... — Somos nós dois, casados com ela, portanto os pais da
criança, quer dizer crianças... E já que matou sua curiosidade podemos voltar
ao exame, por favor doutora.
O doutor Carlos entendeu tudo o que Dane disse e ainda mais o que
havia nas entre linhas. Todo profissional após cumprimenta-los, voltou-se
para a colega e se informou no que ele poderia ajudar. Os dois médicos
iniciaram uma conversa não tão científica, mas os três aflitos não conseguiam
entender muito bem. Eles observavam calados os dois analisando a tela,
apontando um borrão aqui outro ali e trocando umas palavras. Léo desistiu de
tentar entender o que eles diziam, enquanto Dane se concentrou em Nininha
que estava ficando um pouco incomodada com tanto que a doutora mechia
com aquela sonda dentro dela. Léo passou a olhar apenas aquelas duas
pequenas estruturas pulsantes e com isso seus pensamentos iam longe. Até
que em um movimento que ele notou a médica fazer, Léo observou algo
diferente do que estava vendo até agora e no susto apontando na tela disse:
— Por que tem três estruturas pulsantes agora?
Todos olharam para ele. Inclusive os doutores. Doutora Thereza olhou
para seu colega e disse:
— Estamos mesmo diante de algo tão raro não é mesmo?
Antes de Dr. Carlos responder, Dane disse:
— Como assim raro?
A médica sorriu para o colega que deu sua resposta com uma
afirmativa de cabeça, depois ela olhou para cada um deles e para Nininha.
Voltou-se para imagem de novo e começou a explicar:
— Meus queridos, como já havia lhes dito, aqui estão seus dois
bebezinhos, estão vendo, pela idade gestacional está tudo dentro das
expectativas.
Os três olhavam fascinados às formas ainda nem tão distintas
daqueles pequeninos. Mas aí, a médica levou a atenção deles para um outro
lugar na tela onde havia uma pequena manchinha pulsante e disse:
— E bem aqui, pequenininho, está o terceiro bebezinho. Então posso
afirmar, com o auxílio de Dr. Carlos, que vocês serão pais de três bebês e não
apenas de dois. Esse é um caso raríssimo, pois este pequenino é mais novo
que seus irmãos, ou seja, foi concebido quando seus irmãos já estavam lá, e
digo mais, diante do relacionamento de vocês não duvido nada que possa ter
havido uma superfecundação heteropaternal. Mas isso é assunto para
falarmos mais para frente, agora precisamos conversar sobre o pré natal que
terá que ser um pouco mais rigoroso e ....
Um barulho veio do nada enquanto a doutora falava sobre a nova
grande surpresa para o trisal. Todos assustados olharam Dane caindo no chão
do outro lado da sala feito madeira.
— Dane?!? — Gritou Nininha com os olhos arregalados, sem poder
se mexer por ainda ter a sonda dentro dela.
Rapidamente Dr. Carlos correu para socorrer Dane, enquanto Dra.
Thereza retirava com cuidado a sonda de Nininha e buscou chamar auxílio no
telefone. Após falar com o posto de enfermagem levantou da cadeira para
ajudar também, encontrou Léo olhando ainda hipnotizado para imagem
enquanto Nininha se levantava e chamava pelo nome de Dane.
— Leonardo, o senhor não vai me desmaiar aqui também né, por
favor, senta aqui... — Dizia a doutora preocupada, tentando o fazer sentar em
sua cadeira. Ao mesmo tempo viu que Dane aos poucos voltava ao normal
ainda auxiliado pelo seu colega e sua esposa. A coitada da médica não estava
preparada para o que lhe aconteceria.
Léo saiu do estado hipnótico para o eufórico como em uma queda
livre onde a adrenalina vai à mil em segundos.
Ele agarrou Dra. Thereza pela cintura e a girou no ar, empurrando a cadeira
para o lado dizendo efusivamente:
— Desmaiar?!?! Nãoooo.... Quero gritar, pular, uivar de tanta
felicidade.... Meu Deus... Isso é mais que uma surpresa isso é um milagre,
nossos pequenos milagres... — Nesse momento ele a pôs no chão ao mesmo
tempo que entravam um enfermeiro e uma enfermeira, e começando a chorar
olhando pra a tela, continuou falando. — ... Isso... É... Um sonho, que sorte
a nossa ser pais de trigêmeos???!? Numa tacada só... Deus ... Agora só vão
faltar quatro para completar pelo menos um pequeno time de futebol. Amor
eu te amo tanto!! Levanta logo daí Daniel deixa de ser fracote e vem aqui
comemorar comigo o quanto nós somos foda!!
Empolgado Léo foi até Dane lhe deu a mão ajudando ele a se
sustentar sobre suas póropias pernas, pois ele ainda parecia meio aéreo. Eles
se abraçaram e choraram juntos. Menos preocupada por ver Dane se
levantando, Nininha sentou novamente na cama e olhava encantada para os
pais de seus filhos emocionados. Doutora Thereza dispensou os enfermeiros,
pois já não havia mais necessidade deles ali, e a sala estava cheia demais,
olha que às crianças nem corriam por ali ainda. Doutor Carlos verificou se
Nininha estava bem e constatando que agora passou o susto e era só emoção,
lhe deu parabéns pela grande notícia e lhe explicou que provavelmente iria
acompanhar junto com Dra. Thereza sua gestação. A médica olhava para os
dois amigos e pais que ainda trocavam amabilidades e se emocionava
também, deu tempo para eles se acalmarem um pouco antes de falarem sobre
pré natal, riscos da gravidez e outras informações necessárias.
— Léo, são três crianças você ouviu isso? Não é um bebê, nem dois...
São três. — Dizia Dane abismado segurando com as mãos o rosto do amigo.
— Sim, brother ouvi, e não é maravilhoso??
— Sim, é cara... Mas são três!?!? Três!!!
— Porra brother, o quê que tem, agora falta menos para um time de
futebol. Relaxa cara "tamu" junto, isso vai ser tranquilo pra gente.
— Só pra vocês mesmo, porque euzinha aqui que vou carregar por
vários meses e pior, colocar pra fora essas três crianças. Não uma, nem duas e
sim três crianças. Ficarei mais gorda do que previa, fora toda a preocupação
que será sempre tripla. E Leonardo se eu ouvir você falar em time de futebol
de novo, eu mato você. Meu Deus!!! Meu Deus!!! Como eu posso estar tão
feliz e tão apavorada ao mesmo tempo? — Soltou Nininha irritada. Mesmo
emocionada em ver seus maridos, Nininha foi pensando em várias coisas em
relação a gravidez e um tsunami a atingiu com vários pensamentos bons e
ruins ao mesmo tempo. Nunca havia se sentindo tão confusa. Já amava seus
três filhos, mas estava completamente assustada também.
Ao desabafo de sua esposa, Dane e Léo foram até ela e a abraçaram
juntos. Cada um a beijou ternamente, mostrando seu apoio.
Então Dane falou:
— Desculpa amor, fui um fraco, não consegui receber a notícia que
teremos três filhos, sei lá… Meu corpo de repente desligou e eu só lembro de
três crianças rindo pulando em cima de mim até que vi o doutor. Estamos
nessa juntos, até no medo, e é juntos que vamos conseguir, nós três. Eu te
amo meu amor, tanto. Obrigada por me fazer o homem mais feliz do mundo!
— O segundo homem você quer dizer! — Se intrometeu Léo.
— Tá, digamos que seja um empate. — Respondeu Dane sorridente.
— É justo! — Complementou Léo e disse mais, tomando agora a
atenção de sua esposa. — Princesa isso tudo é muito louco eu sei, mas o que
não é quando se trata de nós? Eu tô com medo também, mas a felicidade me
arrebata e de nós três sou o mais tranquilo em se deixar levar por ela. Então
meu amor e Dane meu irmão, vamos deixar o amor nos levar, porque já
vimos que não temos controle nenhum sobre nada. Eu amo vocês! Eu tô
muito, muito feliz.
Nininha deixou rolar mais uma lágrima, sentiu todo o carinho que
seus maridos tentaram lhe passar, mesmo diante do nervosismo específico de
cada um. Sabia que seria difícil, mas também sabia que com eles, seu pai e
suas amigas às coisas seriam mais amenas.
— Acho que três é meu número de sorte. — Disse ela acariciando
cada rosto que a rodeava.
— Você que é nossa sorte. — Retribuiu Dane.
— Gosto do número três, não posso negar, mas ainda sonho com mais
quatro. — Disse Léo com os olhos fechados como se estivesse nas nuvens.
— Leonardo, até eu ter essas crianças eu mato você, eu juro! Dane,
acho melhor você dar um jeito no seu "mano" ou nossos filhos serão órfãos
de um pai. — Vociferou Nininha fazendo Léo voltar a realidade
demonstrando que não estava nem aí com o que dizia. Bufando ela se
levantou, ajeitou o avental e foi no banheiro se trocar dizendo:
— Doutora vou me trocar, e depois quero conversar, a senhora deve
imaginar o tanto de perguntas que nós temos a fazer e acredito que uma
gravidez assim é um milagre, mas deve ter seus riscos e quero saber tudo,
tudinho.
— Sim Paulina, eu e o doutor Carlos estávamos aqui falando que sua
gestação terá que ser acompanhada por pelo menos dois obstetras e
decidimos que seremos nós mesmos. E realmente há muito que conversar,
pode se trocar e agora que estão todos mais calmos, explicaremos melhor
para vocês.
Os meninos observaram sua esposa seguir para o banheiro juntos,
depois que ela saiu Dane se dirigiu aos doutores e perguntou:
— Ela disse riscos, há riscos?
— Sim Daniel, há. Como a Dra Thereza disse antes, este último bebê
foi concebido após a primeira concepção dos gêmeos. Portanto é menor e
precisará de mais tempo para se criar, ficar maduro. É raro uma mulher ter
dois óvulos fecundados, mas acontece. Já lemos histórias como está em
revistas científicas como também em noticiário de TV.
— E o que temos que fazer para não haver riscos. Ela vai se internar
hoje e só sairá quando eles nascerem, né?
— Léo pelo amor de Deus, para de dizer asneiras... — Quase gritou
Nininha ao sair do banheiro e escutar o que Léo tinha acabado de dizer.
Os doutores riram contidos com a cara que Léo fez. Então
Dra.Thereza disse:
— Bem Leonardo, a princípio tudo está normalizado. Mas de agora
em diante teremos que ter atenção redobrada durante a gestação. Nininha é
jovem e saudável e isso já é meio caminho andado, mas uma dieta adequada,
dia a dia tranquilo, vitaminas e o controle da pressão e do açúcar, serão
necessários até o fim. Vamos fazer de tudo para que ela não precise vir a se
internar, e levar a gestação o mais longe possível, mas se acharmos
necessário será feito. Papais, só se for realmente necessário. Repouso é
fundamental, mas se tudo estiver correndo bem ela pode, e deve, fazer algum
exercício de baixa intensidade como uma hidroginástica para grávidas. Fora
todos os cuidados que ela terá de nós, e nós não mediremos esforços para
isso, temos que confiar e seguir o fluxo da criação.
— Eu estou meio enjoado, acho que agora eu aceito aquela água, por
favor, doutora. — Falou Léo se sentando na cadeira e puxando Nininha para
seu colo. Dane automaticamente se pôs ao lado deles.
E foi assim que passaram um tempo escutando e tentando tirar todas
às dúvidas sobre o milagre que acontecia em suas vidas. E a todo momento
cada um deles apesar de compenetrados no que os médicos diziam, ainda
escutavam quase inconscientemente o barulhinho dos corações pulsantes que
ficou marcado em suas memórias. Mais tarde uma enfermeira colheu sangue
de Nininha e fez outros exames e a doutora prescreveu as vitaminas e os
cuidados que ela iria ter que tomar.
— Após o resultado desses exames Paulina, avaliaremos se será
necessário algum outro mais específico, no mas é só isso, nos vemos daqui a
sete dias. Parabéns aos três!! – Os parabenizou Dr. Carlos.
— Mas doutor, e o sexo dos bebês? — Perguntou ela.
— Poderia até ter sido visto hoje, pelo menos nos dois maiores, mas
não foi possível. Daqui a duas ou mais semanas provavelmente pode ser. Mas
vou logo avisando, eles são três em um espaço pequeno então pode ser que
não se mostrem tanto, pelo menos não tão cedo.
— Tenho certeza que serão três meninos, sinto isso. — Disse Léo
com sorriso de orelha a orelha.
— É possível. — Respondeu a doutora.
— Mas podem ser três meninas também, uê! — Falou Nininha bicuda
observando Léo revirando os olhos.
— É possível também. — Respondeu o doutor.
— Gente, é sério que vocês estão questionando isso, quando ainda há
a possibilidade de serem dois meninos e uma menina, ou duas meninas e um
menino. E isso sim seria fantástico. – Articulou Dane.
— Também é possível, não dá para ter certeza de nada. E papais,
acredito que isso seja o menos importante diante da grandiosidade desta
gestação, não é mesmo. — Falou a doutora novamente sorrindo.
— Sim é claro. — Diziam Dane e Nininha automaticamente, seguido
de um Léo agora mais pensativo.
Os últimos quinze dias foram carregados de emoções. Muitas
surpresas, muita troca de carinho e a certeza de que todos estavam no lugar
que foi feito para eles, um ao lado do outro. Era a segunda vez que saiam de
um hospital juntos e mais uma vez saiam mais completos do que entraram.
Por mais que o medo dos riscos que uma gravidez como esta podiam trazer,
eles se firmavam na força do amor que os envolviam e cada um à sua maneira
emanava essa energia até seus bebês. E que fosse como Deus quisesse, pois
tudo o que ele quis até aqui foi perfeito.
No carro, ao lado de Léo que dirigia, e recebendo um cafuné de Dane
que estava atrás dela, Nininha olhava para às ruas em que passavam e nada
atraia sua atenção, pois de seus olhos não sumia a imagem, mesmo não tão
nítidas de seus bebês, e nem o som celestial de seus pequeninos corações
batendo fortes e firmes. Daqui para frente seu próprio coração bateria não
mais por três, sim por seis. Não era muito boa em matemática, mas estava
multiplicando muito bem.
— E aí amores da minha vida, precisamos arrumar um novo jeitinho
de contar ao seu Silva.
— Meu Deus! Meu sogro dessa vez morre do coração. — Expressou
Dane.
— Acho melhor não fazer tanta surpresa, pode ser muito para ele. Vê
Dane, quase que bateu a cassuleta. — Falou Léo
implicante.
— Me respeite, gazela, agora serei pai!
— Seu velho!
— Parem, papais. Quanto ao meu pai, é verdade, vamos apenas
chegar e falar, simples assim.
E desse jeito foi feito. O trisal mais radiante do que nunca, foram
recebidos pelo seu Silva ainda na garagem. Ele os levou para dentro de casa
muito entusiasmado para saber notícias do seu neto. Dane tinha ido direto na
geladeira e pegou uma cerveja, voltou para sala e se jogou no sofá
emocionalmente exausto. Léo parecia uma bola de ping pong, Gracinha bem
parecida com Léo. Seu Silva estava ansioso, achava que diriam sobre o sexo
do seu neto. Não sabia o que lhe esperava e foi novamente ali na sala que lhe
deram mais uma boa nova.
— Então qual dos três vai falar, digam logo, estou que não me
aguento. — Falava ele esticando sua camisa preferida.
— Pois então meu sogro, acho melhor o senhor sentar aqui do meu
lado, tome aqui um gole de minha cerveja e desacelere seu coração, porque
grandes emoções estão por vir. Eu mesmo não aguentei.
— Por Deus Daniel, o que está acontecendo, querem me matar de vez.
— Merda Dane, está assustando meu pai. — Reclamou Nininha e
tentou acalmar seu Silva. — Calma pai, não é nada ruim só surpreendente e
inesperado.
Sentado ao lado de Dane no sofá, seu Silva tomou a latinha da mão do
genro deu uma golada e disse:
— Mais surpreendente do que tudo o que vem acontecendo esses
últimos meses? Dúvido. Andem, falem logo, já mostrei ser forte o suficiente.
— Sogrão você vai ser vovô!!! — Disse Léo sorridente.
— Esta já é uma notícia velha, veja meu uniforme.
— Sim sabemos pai, mas é que agora... O senhor não terá apenas uma
criança perambulando pela casa.
Seu Silva olhava para sua filha e não entendia o que ela dizia, mas
permaneceu calado assim como Dane e Gracinha.
— É meu sogro, não será só um e sim três.
Novamente seu Silva sentiu todos os olhares em sua direção e
novamente ele não entendia o que queriam dizer.
Aos poucos foi repassando o que eles haviam dito e a palavra Três se repetiu
em sua mente. E num passe de mágica ele se ligou.
— Não é possível... Tretretrês.... Nenenetos... Aí, na sua barriga ...
Agora, estão aí... Vocês só podem estar me gozando...
— Oh Silvinha, é claro que eles não estão. Oh, meu Deus! Mas que
surpresa maravilhosa meus queridos. — Se adiantou Gracinha e foi abraçar
Nininha que novamente voltou a se emocionar.
Dane se levantou e recebeu os cumprimentos de Gracinha assim que
ela terminou com Léo. Seu Silva permaneceu ali sentado ainda abismado.
— Pai, papai, eu sei que vai ser complicado, mas não foi uma opção e
...
— Foi um presente, claro que não foi opção. Não estou passando mal
e nem assustado, estou apenas humildemente fazendo uma oração aos céus
para agradecer a dádiva que nossa família está recebendo. Deus é sempre
muito bom, mesmo escrevendo por linhas tortas. Estou feliz triplamente. Isso
é sensacional. — Seu Silva muito centrado proferiu essas palavras e logo
depois se levantou para dar um abraço em sua filha e seus genros. Recebeu
também um grande abraço cúmplice de sua Gracinha, porém melhor do que
tudo isso, se ajoelhou à frente de sua pequena e deu três beijos em seu ventre
já transmitindo aos seus netinhos todo o amor de avô que eles teriam aqui
fora.
Todos já tinham muitos motivos para novos brindes. Durante o
almoço o trisal explicou tudo o que a médica disse sobre a gravidez. Seu
Silva escutava atentamente, até que lembrou de um pequeno detalhe.
— Entendi tudo o que disseram, mas e aí, não deu para ver se são
meninos ou meninas, ou meninos e menina, ou meninas e menino. Que
confuso, são tantas possibilidades.
Foi Dane que respondeu:
— Dessa vez ainda não, talvez na próxima. Os médicos disseram que
é assim mesmo.
Mastigando um pedaço de batata, Léo falou:
— Não se preocupe sogrão, esses serão os primeiros três integrantes
do nosso time de futebol.
Sua esposa o fulminou com o olhar, Dane e Gracinha sorriam. Seu
Silva sorridente também concluiu:
— Bom, também agora eu já não espero mais a notícia em casa.
Acompanharei vocês nas próximas consultas e desse jeito saberei assim que
terminarem o exame, nem que seja no estacionamento do hospital. Chega de
surpresas daqui para frente.
Todos davam risadas da persistência de seu Silva em dizer que iria
acompanha-los nas consultas. Horas mais tarde Bruna e Lary chegaram e a
algazarra foi completa. Todos estavam muito felizes com às crianças que
estavam por vir, mas também preocupados. Entre piadas, conversas, contos
de um e de outro, a noite foi chegando. Nininha estava deitada no sofá com a
cabeça no colo de Lary e os pés em Léo. Gracinha estava sentada ao lado de
seu pai. Eles assistiam Bruna em pé contando uma de suas histórias hilárias.
Todos riam e compartilhavam esse momento feliz e agradável. Dane também,
mas não conseguia tirar os olhos de sua menina sentado do outro lado da sala.
Que mulher incrível ele tinha, linda, fogosa, amável. Sentiu um aperto no
coração ao pensar no quão frágil ela era e carregava três filhos em seu ventre.
Dane sentia medo por ela e por seus bebês. Nininha encontrou seus olhos
azuis e fixou os seus, com eles observou a confusão em sua cabeça. Mas ali
não era hora para conversar. Simplesmente levantou deu um beijo nos lábios
de Léo e foi até a poltrona onde Dane estava, se acomodou em seu colo e foi
recebida com carinho.
Lhe beijou a boca e disse baixinho em seu ouvido:
— Eu te amo, e vocês me fazem a mulher mais feliz a cada dia.
Vamos conseguir.
Ele sorriu devolveu o beijo e a abraçou apertado. Era tão bom quando
ela estava assim em seus braços ou nos de Léo. Assim ele tinha certeza de
que estava protegida, o mundo poderia cair, mas eles seriam o teto para ela.
Ele ficou ali cheirando seus cabelos. De longe Léo os olhava e via o quanto
seu amigo estava mais assustado do que ele e o quanto precisava das carícias
de sua princesa.
— Então gente o melhor mesmo é fazermos um bolão, o que vocês
acham? — Falava Bruna.
— Sobre o que mesmo? — Perguntou Dane.
— Onde você estava Dane? Estamos falando aqui sobre o sexo de
meus sobrinhos. — Explicou Lary.
Dando uma gargalhada e sentando no sofá, Bruna disse:
— Com certeza já pensava na quantidade de fralda que vão ter que
comprar.
Nininha riu no pescoço de Dane e falava baixinho:
— É mesmo, vocês vão ter que trabalhar dobrado.
E ele respondeu:
— Tudo e qualquer coisa por você e nossos bebês.
— Comecemos o bolão, é claro que eu aposto que são três meninos.
— Disse Léo.
— Ooohhh se você não tivesse falado não saberíamos… — Soltou
debochada Nininha.
Os momentos seguintes foram de pequenas discussões sobre o bolão
em que cada um apostava em um desfecho diferente para os sexos dos bebês.
Que passou a ser o assunto principal dessa família em fase de crescimento. A
única pergunta que faziam era:
— Qual será os sexos dos bebês?
Capítulo 53: SST.
precedentes, não teve como fugir. Vivia um sonho com uma mulher especial
e compartilhava esse amor com seu melhor amigo, mais que isso, seu irmão
de vidas. Mas, nem todo esse companheirismo e certeza de que sempre teria o
apoio deles não conseguia fazê-lo desvencilhar do medo horrendo que sentia
a cada dia que via a barriga de sua menina, agora mulher, crescer. Às vezes,
doía o amor que sentia ao vê-la linda e redonda na piscina ao lado de Léo.
Era um amor tão grande. Eles eram tudo para Dane, se algo acontecesse a
qualquer um, ele sentia que morreria. E agora era mais três para amar e
cuidar. Não sabia se conseguiria ser o que eles precisam. Ao mesmo tempo
ele já estava tomado de um amor tão forte, que sabia que faria de tudo para
Que essa bolha de felicidade pudesse sofrer um golpe e estourar. Haviam dias
para a nova vida com as três crianças o deixava mais relaxado. Porém nos
dias em que sua esposa estava com algum mal estar, todo o medo e angústia
voltavam. Dane nunca foi muito bom com sentimentos, mas sempre teve Léo
ao seu lado e agora ele também estava ali, se agarrava à isso. Se pôs a
construir o ateliê para sua esposa e assim ocupar a cabeça. Seu amigo lhe
ajudava sempre. Para a jacuzzi que ela tanto queria, encontram uma empresa
que a fez a custo pequeno, ela adorava passar seu tempo nela. Ainda mais
Embora estivesse confuso, medroso Dane fazia de tudo para que sua
esposa não percebesse e a tratava da melhor maneira possível. Teve uma
conversa com Léo, sobre ele relaxar em relação a gravidez e tudo o mais,
porém Léo era terrível, não adiantou muito. Todo dia era uma pequena
discussão, até porque Léo queria se possível, carregar Nininha no colo o
tempo todo só para ela não se esforçar.
As condições físicas de Nininha estavam ótimas, dizia a doutora.
Todos os exames saiam dentro do que se era esperado, cada ida ao ultrassom
era um espetáculo. Eles começaram a identificar melhor seus bebês na
imagem. Sempre iam preparados com lenços para a choradeira de sempre.
Seu Silva chegou a ir, como prometido, à algumas consultas, mas não tiveram
sorte. Os bebês não se mostravam e eles ficaram sem saber o sexo.
Então seu Silva se contentou com a maravilha de escutar os corações de seus
netinhos e desistiu de querer saber o que seriam, ia ser do jeito que tivesse
que ser. Léo ainda era irredutível em relação a dizer que eram três meninos e
Dane não estava nem um pouco interessado em saber se seriam meninas ou
meninos. Na verdade seu desejo era acordar de manhã e já ver seus filhos e
sua mulher em sua casa saudáveis e felizes, algo que ele poderia controlar
melhor.
Às vezes, ele sentia como se estivesse com uma bomba relógio.
Vigiava por horas o sono de sua mulher e por vezes tinha o privilégio de
sentir e ver sua barriga mexendo com os movimentos que eles faziam. Era
quando mais se mexiam, de madrugada.
Léo também dividia muitas vezes esse momento com Dane, pois um
chamava o outro ao ver isso acontecer. Madrugada ou outra Nininha
acordava e via seus maridos babando sobre sua barriga, adorava e assistia
fascinada. Mas o que ela não gostava muito, era o fato de que não podia ter
os dois juntos e, muitas vezes sentia que eles a evitavam, principalmente
Dane. Ela sabia é claro, que sua gravidez apesar de estar estável, era
complicada. Porém sentia vontade deles, seus hormônios a deixavam louca.
Conseguiam fazer amor de maneira bem simples para matar ambos a vontade
um do outro, mas ainda assim não era o bastante.
A mãe de Léo e sua irmã vieram passar uma semana com eles.
Nininha estava ainda entre quatorze e dezesseis semanas.
Dona Norma tirou o sossego de Nininha. Ela era pior que Léo. Tudo bem que
tudo que ela queria era o bem de seus netos, mas como o filho, fazia de
maneira errada. Nininha chegou a se trancar no quarto um dia e ficar
discutindo pelo grupo no celular com eles. Dane e Léia tiveram que conversar
com Léo e sua mãe para que parassem de atormentar Nininha. E Dane foi
ainda mais longe, levado por todos os sentimentos que segurava e o calor do
momento, acabou dizendo que se acontecesse alguma coisa com sua esposa
ou os bebês seria culpa deles, e que ele jamais os perdoariam. Léo entendeu
muito bem o que Dane quis dizer e a partir daí diminuiu o quanto pôde, esse
cuidado exagerado que estava tendo com sua princesa. Não podia imaginar
ela passando mal por algo que ele tivesse feito. Dona Norma à contra gosto,
também se recolheu. Tudo ficou melhor quando Léia convenceu a mãe que
deveriam voltar para casa e vir quando as crianças nascessem que era quando
eles precisariam mais de ajuda.
As semanas foram passando e fora o açúcar que estava à beira do
limite, a gestação corria como esperado. Os bebês mais velhos cresciam cada
vez mais fortes e tomavam mais espaço no ventre de sua mãe, em contra mão
o bebê mais novo também crescia, porém bem escondidinho atrás de seus
irmãos.
O tempo de voltar ao trabalho para os meninos chegou e muito
desgostosos tiveram que ir. Conseguiram combinar seus horários e Nininha
sempre tinha um deles por perto. Por mais aéreo que Dane estivesse ou Léo,
com seu jeito exagerado de cuidar dela, ainda assim ela preferia estar com
eles do que sem nenhum.
Aos finais de semana Nininha adorava, porque era quando seu pai e Gracinha
vinham para sua casa, às vezes Lary e Bruna vinham também. Amava estar
com todos eles à sua volta. Isso fazia suas preocupações diminuirem.
E tantas eram suas preocupações. Antes de completar os seis meses,
conseguiu ir à uma consulta extra que pediu a doutora Thereza. Aproveitou
que Léo estava de serviço e Dane tinha que resolver umas coisas no fórum no
Rio e pediu para ele a deixar em um shopping para compras. Meio sem
querer Dane deixou. Ela percebeu que ao contrário de Léo, Dane fazia tudo o
que ela queria, parecia não querer vê-la contrariada. Nesse meio tempo foi ter
com a doutora, sem que eles soubessem. Longe da presença de seus maridos
e pai, pôde colocar para fora todas às suas lamúrias em relação a gravidez.
Contou a doutora que estava pesquisando na internet sobre gravidez iguais à
dela e viu muitos relatos ruins. Até viu os bons, mas os ruins a fizeram sofrer.
Queria saber da doutora se ela corria risco, se seus bebês maiores corriam
risco, e até se havia realmente a possibilidade do bebê mais novo ainda correr
o risco de vir a óbito mesmo antes de nascer. Eram tantas às dúvidas. Nininha
até se emocionou um pouco. E apesar de Gracinha viver lhe dizendo para
não ter vergonha da felicidade que vivia, mesmo assim, ela meio que sentia e
isso acabava levando ela à esperar que algo ruim fosse acontecer para
equilibrar tamanha felicidade.
Era maravilhoso de mais tudo o que o universo lhe proporcionava,
mas tudo parecia tão frágil que lhe parecia poder desmoronar a qualquer
momento. Então Dra. Thereza tentou fazê-la entender melhor o que à
esperava. Falou dos prós e contras da gravidez. Mas fez questão de ressaltar o
quanto até ali estava tudo certo. E apesar do bebê mais novo não estar
crescendo muito como seus irmãos, ainda estava dentro dos parâmetros
aceitos. Avisou que a partir do sexto mês com a ultrassonografia morfológica
poderiam tirar muitas outras dúvidas, e que provavelmente ali veriam o sexo
deles e que dali em diante ela precisaria tomar alguns remédios que
auxiliariam no desenvolvimento pulmonar dos bebês e entre outros cuidados
específicos.
Sobre o sexo com seus maridos, Nininha também estava com suas
dúvidas, risonha a doutora também foi bem tranquila a lhe dizer que se ela
estava se sentindo bem e com todas as avaliações sobre os bebês ok, que ela
não via o porquê de não ter sexo. Porém, alertou sem querer entrar em
detalhes, que Nininha não tinha uma vida sexual casual, era casada com dois
homens então ela mesma tinha que saber seus limites diante de tudo o que
está acontecendo. Lembrou também que muitos homens perdem o desejo
durante a gravidez, não porque não querem mais a mulher e sim por medo de
machucar o bebê ou sua mamãe. Pediu para ela ter paciência com seus
maridos e paciência com a gravidez, isso ia acabar. Conversaram sobre o
parto, o hospital que iria ter os bebês e tudo o mais.
— Pois então querida, como disse eu e Dr. Carlos preferimos optar
por uma cesariana, temos medo que os dois bebês mais velhos entrem em
trabalho de parto antes e nós não consigamos manter o bebê mais novo por
mais duas semanas e ele nasça prematuro. Mas, também se isso ocorrer
estaremos preparados. Porém temos que garantir todo o controle possível,
você entende. E entende tudo o que isso implica?
— Sim doutora, estou bem mais esclarecida agora. Amo meus
maridos, mas eles me deixam louca. Precisava dessa conversa, sabe. Eu já
imaginava sobre a cesária e já preferia mesmo, mas é assustador saber que
posso vir a ter dois partos em menos de um mês. Esses meus maridos não
irão aguentar... Principalmente Dane... Ele anda tão distante, quer dizer ele
está comigo o tempo todo, mas, às vezes, parece que ele não está lá. Os
momentos que o vejo mais relaxado é quando eu acordo com ele acariciando
minha barriga, e sinto os bebês interagindo com ele. Não deixo ele saber que
estou acordada e fico só admirando o semblante dele pacífico encostando o
rosto na minha barriga e sentindo os chutes de nossos filhos e às vezes, até
sussurra algo para eles, coisa que já não vejo no dia a dia desde de nossa
primeira consulta aqui. Essa mansidão. Vejo que ele vive se ocupando,
mesmo fazendo tudo por mim. Parece que tem medo quando eu abro a boca
para dizer algo, sei lá. Desde o início eu sabia que meu Dane era difícil para
se entregar aos sentimentos e talvez ele não esteja sabendo lidar. Eu já
conversei com ele, e ele faz de tudo para me provar o contrário e também já
questionei Léo sobre isso, ele me diz que eu não devo me preocupar porque
ele sabe que Dane está guerreando com ele mesmo porque simplesmente não
consegue lidar naturalmente. E diz que logo isso muda, assim como foi no
início do nosso relacionamento.
Agora já o Léo... É um chato ao quadrado comigo por conta dessa gravidez,
mas é meu porto seguro. Não que eu não me sinta segura com Dane, não é
isso, é que Léo me passa uma confiança emocional tão grande e me parece
que é exatamente isso que eu preciso agora, entende? E, às vezes, acho que
estou mais próximo de um do que de outro, e no momento estou mais com
Léo, só quando ele não é um chato de galocha.
— Sim minha querida, acho que entendi. Dane me parece mais o
mantenedor fisicamente falando e Léo o psicologicamente não é? E acho até
normal durante a gravidez e até ao longo da vida mesmo, você estar mais ao
lado de um do que de outro. Um casamento a dois já é muito difícil, imagina
um a três, são três pessoas diferentes convivendo. Cada dia nós estamos com
um temperamento diferente e ainda tem às energias e problemas do dia que
ajudam a melhorar ou não nosso temperamento. Então é bem plausível o que
você sente. Pelo que me disse, Dane está de certa forma se mantendo a parte
enquanto Léo está completamente presente. Natural que você consiga mais
"aconchego" com ele, o Léo. Dane automaticamente está procurando fazer a
parte mais burocrática da coisa enquanto Léo está apenas vivendo esse sonho
todo, deixando fluir. E é natural. Cada pessoa reage à certas situações de
maneiras distintas.
— Sim... Talvez... Só sei que eles me completam. Entendo cada um e
já sei como cada um funciona sabe. Pode parecer estranho para vocês que
estão de fora, mas pra mim, para nós é tão normal. Não me vejo apenas com
um ou com outro. Não há essa possibilidade em minha cabeça e em meu
coração. Como pode doutora uma pessoa amar tanto e igualmente duas
pessoas tão diferentes. Nós costumamos a colocar tudo isso na conta do
universo, pois não temos e nem sabemos como explicar.
— Entendo. Quer dizer, não que eu entenda ao pé da letra, mas faço
uma ideia. Deve ser realmente bem confuso isso tudo. Mas na minha
percepção pessoal, vejo que vocês conseguem fazer tudo isso funcionar de
maneira bem natural. Talvez essas dúvidas todas estão mais em suas cabeças,
conflitos que vocês mesmos criam internamente, do que na vida em que
dividem juntos. Eu não sou psicóloga querida, e se puder opinar diria a você
que com o tempo procure um piscicologo para conversar sobre tudo, faria
muito bem a vocês a ajuda de um profissional. Ele pode lhes auxiliar com
todas essas dúvidas. Não tenha preconceito contra esses profissionais, eles
estão aí para nos ajudar a nos entender melhor.
Pensativa Nininha realmente avaliava a possibilidade de uma ajuda
profissional.
— È mesmo Dra. Thereza, vou ver isso direitinho, mas não agora,
quero estar completamente focada nos meus bebês.
— Isso, faz você muito bem...
— Bom, agora estou me sentindo um pouco traidora em não ter dito a
eles que vim aqui lhe ver, falar deles assim, caramba acho que nem com
minhas amigas já falei. — Falou Nininha cabisbaixa.
— Oh, futura mamãe de trigêmeos! Não se preocupe com isso, eles
também vieram aqui com suas dúvidas e ....
— Eles o quê!?!?!
— Oh, meu Deus! Eu e minha boca grande. Desculpa... Por favor
Paulina, não diga a eles que falei, por favor. Meu Deus, que boca grande a
minha. — Dizia Dra. Thereza super nervosa por ter, sem querer, soltado
sobre à visita que os meninos tiveram com ela.
Dias atrás, logo após eles voltarem ao trabalho eles tiveram uma
conversa bem séria. Tudo começou com uma segunda pequena puxada de
orelha que Dane deu em Léo pelo jeito exagerado que ele estava tratando a
esposa deles. Dane tinha suas preocupações é claro, mas nada que se
comparasse as de Léo. Ele sufocava Nininha com seus exageros e até deixava
ela nervosa por conta disto. E era esse o medo de Dane, que ela ficasse tão
nervosa a ponto de passar mal e acontecer algo com ela ou com os bebês.
Para Dane o melhor era deixar ela livre para fazer o que quisesse com a
supervisão deles, do que discutir o tempo todo e indo contra tudo o que ela
queria. Porém, Léo não pensava assim. Para Léo a razão de sua vida
carregava mais três razões de se viver, e o quê que tinha se ele quisesse levar
ela da cama para o banheiro em seu colo? Ajudá-la no banheiro, para que ela
não tivesse o risco de escorregar? Que ela só decesse os degraus das escadas
acompanhada, de só sair acompanhada, de não dirigir e assim vai? Ele só
estava tentando manter ela e seus filhos em segurança. Assim ele pensava.
Mas seu amigo o fez entender que não era assim que a manteria bem, que era
preciso ser mais maleável, pois não adiantava nada não deixá-la cair, tropeçar
e em compensação irrita-la de tal maneira que a fizesse passar mal. Léo
compreendeu e prometeu melhorar suas boas intenções, mais uma vez. Era
difícil, mas ele tentava.
Nininha reconheceu que ele havia melhorado, principalmente depois
que sua mãe e irmã foram embora. Léo nos dias antes de voltar ao trabalho se
dedicou a ela em tempo integral. Ainda mais quando percebia que Dane fugia
um pouco com a desculpa de ir comprar na rua alguma coisa que ela desejava
comer. Fazia massagem nela e matava a vontade dela a fazendo gozar com
sua língua e dedos. Sua esposa estava cada dia mais linda e sexy com aquela
forma arredondada. Seus seios fartos e bicos vermelho quase escuro do jeito
que gostava, o deixava louco. Por vezes passava um tempinho só lambendo e
chupando aqueles cumes cheios do néctar saboroso que alimentaria seus
filhos. Ele se excitava tanto, queria ela o tempo todo e sabia que ela queria
também, porém tinha medo da intensidade de seu desejo provocar alguma dor
ou incômodo. E na conversa com Dane ele tentou tirar suas dúvidas, mas
quando os dois perceberam que os dois tinham praticamente às mesmas
dúvidas, principalmente sobre a gravidez, resolveram que gostariam de falar
com os médicos sem a presença de sua esposa. Queriam ficar a vontade,
principalmente Dane, pois queria saber sobre todos os contras da gravidez.
— Brother, eu juro que vou tentar amenizar os meus cuidados, mas é
maior que eu. Acho ótimo essa ideia de irmos falar com os médicos, mas
teremos que ir separados.
— Mas por que não podemos ir juntos, temos as mesmas dúvidas?
— Nem todas Dane. E conheço você. Vejo sua cara carregada de
preocupação. Enquanto eu estou aqui nas nuvens só visualizando todo o lado
bom em que vivemos, você está aí, carregando o peso de coisas ruins que
nem aconteceram e por Deus, não vão acontecer. Não vou te julgar,
reconheço que somos feitos de extremos totalmente diferente em relação ao
como lidamos com os assuntos da nossa vida. Tenho certeza que na sua
conversa com a doutora terá muitas perguntas do lado negativo da coisa toda,
não quero, se quer, escutar sobre tais possibilidades. Tá, eu sei que estou
sendo de certa forma ingênuo, e posso não estar preparado para o pior... Mas
prefiro assim. Não consigo pensar que algo pode dar errado tanto para nossa
princesa quanto para nossos filhos. E lido com às coisas quando elas me são
apresentadas. Então estou vivendo um dia atrás do outro. Minhas dúvidas são
em relação ao tratamento que tenho que ter com minha esposa, e o
andamento da gestação dos nossos bebês e ponto. Sei que você quer ir mais
profundo dentro disso e eu não. Agora cara, se liga, pois nossa mulher não é
boba, ela percebeu seu afastamento e sabe como é mulher, não tenho certeza
se ela entende que seu afastamento é sobre os aspectos negativos da gravidez,
ainda mais uma rara como esta, e não pelas mudanças que aconteceram nela.
— Merda Léo, é claro que não é ela... É toda essa situação tensa de
gravidez rara. Quando descobrimos no susto que ela estava grávida foi
surpresa? Foi. Mas depois foi tranquilo, normal. Agora quando nos foi dito
sobre a gestação de três crianças e ainda sendo uma delas mais nova que às
outras. Caramba... Sinto que minha respiração está suspensa e só será
liberada quando tudo isso acabar.
— Aí que está o erro, meu irmão. Nossa respiração vai estar suspensa
para o resto da vida, seremos pais. Não adianta sofrer por antecedência, e é o
que você está fazendo. Tenta relaxar um pouco e se deixar levar, cara. Vou
ligar para a doutora e agendar horários diferentes para nós dois. Somos
unidos e compartilhamos uma vida juntos, mas precisamos também de um
pouco de espaço para sermos nós mesmos. Só ... Não vamos falar para nossa
mulher, isso pode deixá-la nervosa.
Compreendendo tudo o que disse seu amigo, Dane aguardou ele
marcar os horários e assim foi feito. Cada um teve seu tempo com os
doutores. E aconteceu exatamente como Léo havia previsto. Dane manteve
todas às suas perguntas direcionadas as possibilidades de erros durante a
gravidez Dra. Thereza e Dr. Carlos tiveram um trabalho para fazer Dane
entender que tinham muitas maneiras de dar errado, mas havia a mesma
quantidade de maneiras de dar certo. No fim conseguiram fazer com que ele
saísse bem mais animado do consultório do que quando ele entrou. Já com
Léo a conversa foi mais leve, a única coisa que ele não conseguiu entender é
porque ele tinha que esperar tanto para saber o sexo dos bebês, quando em
outros casos era mais rápido. Os doutores disseram a ele que às vezes,
acontecia de só descobrirem ao nascer. O que o deixou mais louco.
As perguntas sobre sexo foram basicamente as mesmas e respondidas
igualmente. Todas às dúvidas foram tiradas e perguntas respondidas. O que
ficou foi o desejo de cada um que tudo continuasse caminhando como o
esperado e que fossem agraciados com nenhum infortúnio.
Essa conversa com os doutores veio na hora certa.
Léo e Dane saíram menos tensos e tendo a certeza de que está tudo nas mãos
de Deus e até aqui ele tem sido maravilhoso. E Léo conseguiu entender
melhor que sua super proteção não ajudava muito realmente e caiu na real
mudando completamente. Não que ele tenha deixado algumas precauções de
lado, mas se tornou menos efusivo em suas vontades para o total bem estar de
sua esposa.
Ao saber pela doutora que seus maridos tiveram esses encontros com
ela e Doutor Carlos, não a fizeram se sentir enganada, pelo contrário, a fez se
sentir ainda mais amada e protegida. De certo eles fizeram o mesmo que ela,
era pura preocupação e eles também queriam entender melhor tudo o que
estava acontecendo. Isso a fez pensar que há umas duas semanas as coisas
estavam bem mais fáceis com eles. Nininha se despediu da doutora já ansiosa
para voltar dali a dois dias para a ultra morfológica.
— Amor?
— Oi.
— Não comprou nada, não viu nada que te interessasse nas lojas?
Respirando fundo sorridente e bem mais leve, Nininha respondeu ao
Dane:
— Na verdade não fui no shopping, quer dizer, até fui, mas só para
comer aquela pipoca doce que vende na bombonier do cinema. Uma delícia!
Rindo com a cara de satisfação de sua esposa, Dane perguntou:
— Então o que fez durante esse tempo todo?
— Amor, não fique brabo, mas eu precisava conversar com a Doutora
Thereza, sozinha, então marquei com ela.
Dirigindo pensativo com a resposta que Nininha lhe deu, Dane não
teve tempo de se achar enganado, até porque entendia exatamente a razão
dela querer isso. Então condescendente, pôs sua mão sobre a mão dela, que
estava sobre a barriga onde guardava seus filhos, e disse:
— Te entendo, amor. Devo confessar que eu e Léo fizemos o mesmo.
Tivemos também um encontro, cada um, com Dra. Thereza e Dr. Carlos. E
foi a melhor ideia que tivemos, eles nos esclareceram muitas dúvidas. Só
peço que nos desculpe em não ter lhe falado, mas é que tudo é... Tão confuso
e não queríamos deixa-la preocupada e...
Nininha levou sua mão livre em cima da mão dele e o cortou dizendo:
— Tudo bem, tá tudo bem. Entendo o porquê de vocês também terem
procurado essa conversa e agradeço por isso, porque senti essas últimas
semanas uma mudança em cada um de vocês. Vivemos uma felicidade
inesperada e ganhamos esse presente incalculável que é poder compartilhar
esse amor infinito. Somos humanos cheios de dúvidas e receios. Por isso o
medo de também inesperadamente tudo desmoronar, sair do controle. Por
sorte temos um ao outro. E quer saber, precisamos parar de levar isso tudo ao
pé da letra e nos jogar sem medo do que está por vir. Que tal se viajássemos
no próximo fim de semana. Vocês dois vão tirar folga juntos sábado e
domingo, podíamos subir na sexta para a cidade imperial. Alugar um
chalezinho só para nós três e esse barrigão aqui. O que você acha?
Avistando um acostamento, Dane estacionou o carro seguido pelo
olhar brilhante de sua esposa. Ao parar se virou completamente para ela e a
beijou de surpresa. Aquele beijo melado, gostoso, possessivo e cheio de
desejo que ela já não sentia dele fazia um tempinho. Com o corpo já
formigando de vontade Nininha aproveitava para matar a saudade, mas seu
corpo já não era o mesmo de antes então praguejou enquanto queria montar
em seu colo, mas não conseguia. Dane percebia suas intenções e sorria
sacana em seus lábios.
— Calma foguenta, precisamos de espaço — Disse ele sorrindo
terminando de beija-la.
— É eu sei… — Bufou ela.
— Acho ótimo...
— O que você acha ótimo?
— Sua ideia do chalé. Fale com Léo e o resto nós resolvemos assim
que chegar em casa. E falar em casa, vai querer passar em seu pai ou nas
meninas agora?
Sorrindo de lado Nininha falou em tom de quem tinha más intenções:
— Agora!? Agora não, agora quero ir para casa com você onde temos
mais espaço.
Às gargalhadas, Dane dirigia e imaginava que dessa vez não teria
como fugir e na verdade nem queria. Em casa o desejo reacendeu novamente
quando ao entrarem pela sala, Dane surpreendeu Nininha, encostando ela na
parede e lhe dando um beijo quente. O desejo que Dane tinha por sua mulher
era imenso, mas andava melindroso por conta de sua situação.
Mas neste momento ele estava mais leve e com muito querer. Suas
preocupações pareceram dar um espaço para ele voltar a ser quem era antes e
amar sua esposa da maneira que sempre fez.
Ele passava as mãos pelo corpo cheio dela, deixando sua pele
arrepiada por onde passava. Nininha se deixava ser tocada e se limitava a
sentir toda a paixão no toque que ele lhe dava.
Subia o rosto para ser devorada no pescoço e orelhas. Sorria feliz por saber
que teria seu Dane em breve dentro dela.
Dane desamarrou o laço do vestido jeans que transpassava seu corpo.
Seus olhos caíram direto nos cada vez mais fartos seios e sem demora os
livrou do sutien e os devorou. A boca de Nininha era só gemidos e pequenas
mordidas em seus próprios lábios.
Descendo beijando por sua barriga redonda, ele se demorou por ali encantado
com aquele ventre que carregava tudo de mais importante que ele tinha na
vida. Ela sentia cosquinhas ao ser beijada ao lado da barriga e no entorno do
umbigo.
Entre os beijos e carícias, ele retirou sua calcinha de algodão, se ajoelhou e
contemplou a visão que ela escondia. Sua buceta lisinha, bem rosada e
rechonchuda. Mais louco ficou Dane com essa visão, ainda mais quando
notou o brilho entre seus lábios mostrando sua excitação. Ele levantou
rapidamente com aqueles olhos que Nininha conhecia muito bem, revoltos de
puro prazer, e a pegou no colo. Chegando ao sofá, pôs sua mulher deitada
com delicadeza e tirou suas peças de roupas também. Ela se acariciava
enquanto o observava tirar a roupa, quando ele terminou ela ficou de lado e
ele se pôs abraçado em suas costas.
Beijando sua nuca segurando seus cabelos, fez seu pau teso achar o caminho
extremamente liso e escorregadiço, se instalando numa minúcia até o fundo
com muito carinho, procurando dar o prazer que seu amor desejava e com
isso alcançar o seu próprio.
Não gemiam alto, mas cada um conseguia sentir o que queria do
corpo do outro. Dane segurava o ogro que vivia dentro dele louco para se
soltar e abusar daquele corpo que tanto amava. Pra isso sua mão não saia da
barriga de sua menina o deixando consciente que este templo não era apenas
dele e de Léo.
Porém mesmo assim, o êxtase que os dois alcançaram foi como sempre,
enlouquecedor e só não foi perfeito porque Léo não estava ali.
Era noite enquanto Léo dirigia em direção à sua casa e já pensava no
fim de semana maravilhoso que teria com Dane e sua esposa. Adorou a ideia
quando sua princesa lhe perguntou o que achava. Na verdade estava com
saudades de tê-la junto com Dane e também seria uma forma de
comemoração após o exame que comprovaria que seus bebês são meninos.
Seguiu com esse pensamento e ficou se imaginando ensinando seus garotos a
surfar.
Chegou, estacionou o carro e pegou sua bolsa. Brutus veio lhe dar oi,
logo voltou ao seu cantinho. Ao abrir a porta de casa, encontrou Dane e
Nininha nus dormindo no sofá da sala. E isso só era possível porque eles
estavam em um sofá retrátil.
Léo sorriu ao vê-los e seu coração se encheu de paz.
De longe ele percebeu um movimento na barriga dela e se aproximou. Dane
também sentiu e abriu os olhos. Os dois se olharam e em silêncio observavam
a barriga de sua esposa que estava ainda de lado, e um novo movimento se
fez.
Léo se abaixou e pôs a mão também na barriga dela próxima a de seu amigo
e então mais movimentos, agora bem mais expressivos, tanto que a mamãe
dorminhoca acordou.
Os bebês saltitavam em sua barriga com a presença dos pais e os pais se
regojisavam com tamanha felicidade. Os minutos seguiram com olhos
lacrimejantes e sorrisos bobos.
— Amor tô louco para tomar banho, você quer vir comigo? —
Perguntou Léo beijando sua esposa.
— Uhumm, quero sim, mas tô com fome, talvez por isso essas
crianças estão tão agitadas.
Levantando, Dane disse:
— Vai lá, meu bem, eu vou preparar alguma coisa pra gente e levo
para o quarto.
A água morna caia sobre os dois enquanto se beijavam em baixo da
ducha. Léo era só carinho com sua princesa barriguda. Adorava a textura em
que estava sua buceta depois que ficou grávida, por isso sempre que podia
arrastava suas mãos por lá. No banho era ainda melhor, pois o sabonete
líquido ajudava no afago facilitando mais ainda o deslizamento entre suas
dobras. Ele sabia que ela estava cada vez mais excitada e a provocou ainda
mais apalpando seus seios. Nininha já levantava uma perna sobre uma
pequena mureta que havia no box e auxiliava nas posições. Mas agora era
muito perigoso para ela que ele tentasse a tomar desse jeito, então ele pegou
e a trouxe até a jacuzzi. Viu seus olhos brilhar ao vê-lo prepara-la para eles.
Quando tudo já estava pronto ele entrou se sentou e trouxe-a para cima dele,
porém de costas, a barriga já atrapalhava. Praticamente ajoelhada e
arreganhada, com sua ajuda, Nininha foi deslizando para dentro seu pênis
latejando e assim conduziu os movimentos de entre e sai que os levavam fora
de si.
Léo abraçou e segurou seus seios, apertando seus mamilos pontudos tirando
suspiros sôfregos de seus lábios. Cada vez mais excitada, ela rebolava no
encaixe com Léo. Levantou seus braços e segurou acima da cabeça e se
permitiu sentir tudo o que seus corpos juntos produziam. Nem parecia estar
grávida, mas ela sabia de seus limites. Continuou relaxando encaixada
naquele pau duro e gostoso, enquanto Léo permaneceu parado dando total
controle a ela, o que só aumentava seu tesão.
A água vibrava de acordo com o vai e vem de seus corpos.
Ao sentir Léo beijando suas costas Nininha se empinou ainda mais. Quando
abriu os olhos encontrou Dane entrando com uma bandeja colocando na
cama. Não tirou os olhos dele que ainda estava nu. Essa parte onde estava a
jacuzzi era separada por blindex, com vista total para o quarto. Ao encontrar
seus olhos, ela percebeu seu pau crescer, sorriu safada e continuou montando
Léo agora com um pouco mais de intensidade e exibicionismo.
Dane puxou um banco para mais perto da onde estava a jacuzzi e se sentou.
Como se estivesse em um camarote VIP, se deliciou com a visão de sua
mulher grávida subindo e descendo sensualmente no pau de seu outro marido
em busca de prazer.
Dane não conseguiu se conter e tratou de se masturbar de tanto tesão.
O corpo de Léo metade submerso na água, estava tenso. Se segurava
para não ir de encontro verozmente às reboladas encaixadas de sua esposa, e
assim não acabar a machucando. Por isso se encontrava num martírio de
apenas receber o prazer que ela lhe proporcionava e deixá-la alcançar o seu.
Ver seu amigo os observando, também excitava Léo.
Pouco tempo depois os três se encontraram em êxtase e só depois de
recuperados, fizeram o lanche juntos. Mais tarde dormiram agarradinhos,
planejando sobre a viagem do final de semana.
Alguns momentos de pura paz e harmonia, foi assim até o dia de ir
fazer a ultra. Já foram preparados para de lá irem direto ao chalé alugado na
região serrana. O tempo no Rio já estava um pouco frio, então provavelmente
na serra, o trisal iria compartilhar uma temperatura geladinha ao pé da lareira.
Assim desejavam.
Bem próximos ao hospital onde realizariam a ultra, seus corações
batiam um ritmo mais acelerado. Esse momento era sempre muito especial.
Ao entrarem no estacionamento avistaram seu Silva também estacionando o
carro.
— Não é que ele veio mesmo!? — Disse Nininha espantada.
— Meu sogro vive dizendo que já não importa mais saber sobre o
sexo dos bebês, mas no fundo está morrendo de curiosidade. — Falou Léo
manobrando o carro.
Dane gesticulou com a cabeça concordando com o amigo.
Desceram do carro e foram ter com seu Silva, que por acaso estava sozinho.
Aos cumprimentos Nininha lhe perguntou por que Gracinha não veio e ele
lhe respondeu que ela havia ido visitar uma prima doente.
— Então meu sogro, não conseguiu se segurar e veio ver seus netos
também? — Perguntou Léo.
— Sim. Tem dias que não vejo vocês meus filhos, senti falta. E estava
só em casa, então vim aqui encontrar vocês e se der, quem sabe, ver também
meus netos.
— Os doutores qualquer dia desses vão estipular quantidade de
pessoas no consultório. — Falou a gravidinha sorridente.
— Podemos ir?! Estamos em cima da hora. — Disse Dane ao olhar o
relógio, sem segurar o nervosismo de sempre.
Andando radiante Nininha seguiu para a recepção do hospital rodeada
dos homens de sua vida, se sentia tão segura com eles. No mesmo momento
imaginou se Deus estava mandando mais três para tomar conta dela. Que
loucura! Após se identificarem foram para o consultório da Dra. Thereza que
já os aguardava. Ao entrarem a doutora já não se espantava mais com a sala
tão cheia. Falou com todos e em especial com sua paciente.
— Tem pelo menos uns dois dias que não a vejo, e já percebo que
esta barriga deu uma espichada, heim.
— É verdade doutora, cada dia mais preparada para competir com as
melancias da feira.
Todos riram da graça que Nininha fez ao falar sobre si mesma.
Léo pertinho dela, disse só para ela ouvir "adoro chupar e comer melancia ".
Nininha teve um pequeno sobressalto olhando para a doutora e seu pai,
rezando para que eles não tivesse ouvido às palavras sacanas de seu marido.
Dane sorria.
— Então querida, como está se sentindo completando 24 semanas?
— Estou bem, doutora. Os enjoos passaram, sinto apenas muito sono,
fome e preguiça. No restante tudo bem.
— Ótimo! Uma grávida de fato. Então vamos para o exame, pois
bem?
— Sim! — Quem respondeu foi Léo se intrometendo e continuous. —
... E a senhora disse que este exame é bem mais específico e provavelmente
veremos os pintos e sacos pendurados dos nossos filhos não é?
— LÉO!!! — Gritou Nininha enquanto Dane levava a mão ao rosto e
seu Silva ria alto da cara do genro.
— Que foi, até parece que só eu quero ver.
— Sim Leonardo, eu disse que esse exame é mais específico, mas não
disse que veríamos pintinhos e saquinhos pendurados, esse é seu desejo.
Vamos ver se seus bebês estão dispostos a se mostrarem. Paulina querida, já
sabe como é, deite na maca, como está de vestido vou apenas levanta-lo, tudo
bem.
— Uhum! — Respondeu ela enquanto era auxiliada pelos seus
maridos a subir na maca. Seu pai se pôs quietinho ao lado da tela que
apareceriam seus netos.
Dane e Léo se posicionaram atrás da cadeira da doutora, já estavam
acostumados. Iniciando os procedimentos, Dra. Thereza passou o gel sobre a
barriga de Nininha, ligou os aparelhos e foi testando a sonda deslizando
sobre a barriga de Nininha. Despejou um pouco mais de gel e seguiu
passeando com a sonda enquanto olhava atenta a imagem que se formava na
tela.
— Vamos lá, aqui estão vocês... Muito bem... Sim, ótimo. Como já
expliquei antes, este exame serve para avaliar o desenvolvimento do bebê
com bastante detalhe, incluindo os órgãos internos e a funcionalidade
deles. Aqui estão os gêmeos mais velhos...
— Meninos, doutora... — Interrompeu Léo novamente.
Se virando para trás, Dra. Thereza disse para ele em tom de meia
brincadeira:
— Papaiii, o senhor poderia me deixar terminar, assim que observar o
sexo vou lhes dizer, ok.
Dane deu um tapa na cabeça de Léo e fez ele pedir desculpa.
— Sim... Desculpa.
Dra. Thereza seguiu suas avaliações e pacientemente foi explicando o
que via e de certa forma mostrando as imagens. Avaliou que os bebês
estavam sem nenhuma deformação aparente e seus órgãos normais.
Encontrando o gêmeo mais novo, pôde observar com maior clareza também,
mas nem tanto como os outros, pois sua idade gestacional era menor.
Contanto não havia nenhum prenúncio de sinistro. O exame estava
completamente normal dada às circunstâncias da gravidez. Os pesos e
circunferências dos bebês seguiam as medidas, o exame teve o êxito
esperado. Mesmo do gêmeo mais novo.
Os pais e vovô presentes respiravam juntos aliviados com a declaração da
médica que tudo ia muito bem tanto com os bebês quanto com a mamãe. A
médica disse que estava gravando todo o exame e que tiraria foto da face de
cada bebê e imprimiria para todos.
Os olhos cheios d'água de Nininha ao ver seus bebês crescendo em sua
barriga, transbordaram de vez ao ver Léo abraçado ao seu pai que chorava e
Dane com a mão no rosto parecendo fazer uma oração.
Enquanto todos estavam emocionados por saberem que já teriam fotos
dos bebês e que eles estavam bem, a doutora seguia sua verificação agora
mais específica sobre a sexagem fetal.
De repente ela diz:
— Opa, opa... Vocês decidiram colaborar crianças!!!
— O que foi doutora? — Perguntou Nininha, chamando a atenção dos
homens para a tela.
— Olhem aqui, estão vendo?
— Onde!? — Falou seu Silva.
— Cadê!? — Interrogou Dane.
— O quê!? — Pressionou Léo.
Apontando para a imagem na tela, a doutora concluiu:
— Olha às perninhas rechonchudas dos gêmeos maiores, estão
vendo? Estão se mexendo tanto e abrindo, que posso afirmar que aqui
temos... Olhem lá... São... Duas menininhaaas...
Com o rebuliço que havia em sua barriga, Nininha teve que acordar.
— Vocês são dois babões, vejo que essas crianças farão de vocês gato
e sapato.
Os dois olharam para ela rindo do que falou. Léo fungou em seu
pescoço enquanto Dane beijava sua barriga.
— Saudade de vocês... Não vejo a hora de ser de vocês por inteiro
novamente.
Subindo beijando seu corpo, Dane lhe deu um beijo na boca e disse:
— Nós também, meu amor! Muito!
— Muitíssimo, por isso é bom fecharmos os olhos e dormir. — Falou
Léo entre os dentes tentando controlar seu tesão.
A sexta-feira amanheceu linda. O sol a pino, nenhuma nuvem no céu.
Léo observava beija-flores sorvendo das plantas, do pequeno jardim de seu
Silva, o néctar de que precisavam. Ele bebericava seu café quando o portão se
abriu. Dane entrava suado, pingando.
— Foi corer, brother?
— Sim. Como está ela?
— Dormindo ainda. Levantou para ir ao banheiro, se queixou daquela
dorzinha, mas voltou para cama e dormiu com a massagem que lhe dei.
— Bom. Vou tomar um banho. Por que você não lava o carro?
— Porque não estou afim?
— Gazela!
— Viadinho!
No meio da demonstração de carinhos entre amigos, seu Silva chega
na varanda e diz:
— Dia lindo para ser o dia mais feliz de nossas vidas, não é verdade?
Os dois responderam juntos:
— É sim.
Dane entrou na casa e foi direto na cozinha, encontrou Lary ajudando
Gracinha. Deu bom dia e se serviu de suco, foi para o quarto buscar a sua
toalha e quando abriu a porta viu Bruna deitada na cama com sua esposa.
Estavam dormindo ainda. Pegou a toalha, uma peça de roupa e foi para o
banheiro. Ao sair deu de cara com Bruna já saindo do quarto.
— Bom dia Bruna, por que você estava na cama com minha esposa?
— Você acha que se eu fosse transar com uma mulher a primeira vez,
seria com uma grande daquele jeito?! Deus me dibre!
Dane riu do jeito que Bruna falava e gesticulava.
— Você é louca, claro que não pensei nisso.
— Uffa, ainda bem! Eu só fui para lá... Por que... porque eu sonhei
com minha amiga e seus bebês, acordei assustada e fui para lá. Vi que ela
estava sozinha e acabei deitando e dormindo ao lado dela. Fiz uma oração
para nossa senhora do bom parto para que a proteja.
— Entendi. Você está impressionada como todos nós. Mas como
todos nós, está orando para que tudo dê certo e vai dá, confie. Logo você terá
três crianças te chamando de titia por aqui.
— Puta que o pariu, esqueci essa parte... Sai da minha frente que
quero ir no banheiro.
Rindo muito, Dane saiu da frente dela e foi até o quintal. Viu Léo e o
sogro lavando os carros, pendurou sua toalha pensou em ajudar mas, preferiu
ir ver sua gravidinha.
— Depois que as crianças nascerem, acho que não terei mais vocês
vigiando o meu sono. — Sussurrou Nininha ao acordar com Dane lhe
fazendo carinho.
— Desculpa, te acordei amor?
— Mais ou menos, está voltando aquela dorzinha. Senti mais cedo e
agora também.
— Posso fazer alguma coisa?
— Só continue o que já está fazendo. Cadê o Léo?
— Lavando os carros com seu pai, Gracinha e Lary na cozinha e
Bruna faz um tempinho que saiu daqui. Sabia que encontrei ela aqui
dormindo contigo?
— Sim, sabia. Eu percebi que era ela, mas fingi estar dormindo
porque notei que ela estava chorando.
— Chorando?
— É. Ela deitou me abraçou, discutia com Deus sobre eu ficar
melhor.
— Discutia?! Ela me disse que fez uma oração.
— É, ela até fez uma oração antes de pegar no sono, mas antes, disse
a Deus que ia se ver com ela se acontecesse alguma coisa comigo ou as
crianças. Do jeito dela, sabe como é.
— Meu pai, espero que Deus conheça sua filha desgarrada e saiba que
ela não sabe o que diz ou faz.
— Coitada, ela só é uma força da natureza sem limites, claro que
Deus a conhece. E espero que sim, pois se não ele vai se ver com ela.
— Boba.
— Aí.... — Reclamou Nininha com a mão na barriga.
Automaticamente Dane se levantou dizendo:
— O que foi?
— A dor... Aí... Aumentou....
No mesmo instante que ela falava Léo entrava no quarto.
— Dor!? Poxa, deve estar doendo muito mesmo, você até fez xixi no
lençol. — Comentou Léo.
Assustada Nininha disse que não havia feito xixi. Dane olhou em
volta dela e viu que estava molhada.
— Mas você está molhada amor.
— AÍ...AI MEU DEUS! Minha bolsa.
— Aonde está? Me fala que eu pego pra você. — Falou Léo.
— NÃO LEONARDO.... AIIIIIIII..... TÔ FALANDO DA MINHA
BOLSA QUE SEGURA OS NOSSOS BEBÊS, ESTOROU. VAI
NASCER!
— Não minha menina, vai nascer mais tarde, está marcada já.... —
Dizia Dane tentando mostrar tranquilidade quando foi interrompido.
— PORRA.... AI QUE DOR... ME LEVEM PARA O HOSPITAL...
AGOORAAAAA!
O grito dela foi tão alto que chamou atenção de todos na casa. Seu
Silva chegou primeiro, encontrou os dois genros congelados a olhando. Atrás
dele brigavam Lary, Bruna e Gracinha para entrar no pequeno quarto que já
se encontrava praticamente lotado.
— PAII, PELO AMOR DE DEUS, ME LEVE PARA O
HOSPITAL... SUAS NETAS QUEREM NASCER E OS PAIS DELAS
RESOLVERAM SURTAR!
Prontamente seu Silva foi até sua filha a pegando no colo, enquanto
Léo e Dane ainda estavam em transe. Ao ver sua esposa ser levada do quarto
no colo de seu pai, fez com que eles voltassem à real. Dane se levantou
pegando uma camisa e sua carteira, enquanto Léo andava que nem um peru
tonto pegando às bolsas que já estavam arrumadas para ir a maternidade, e
sem notar entrou no carro sem camisa mesmo. Nininha já estava com seu pai
atrás no carro, Dane foi dirigindo e Léo ao seu lado.
Seu Silva gritou para Gracinha irem com às meninas em seu carro.
— LÉO JÁ LIGARAM PARA DRA. THEREZA OU DR.
CARLOS...
— Não...
— ENTÃO LIGAAAAA... AIIINN
— Calma minha filha, já vamos chegar, vai ficar tudo bem.
— Eu sei pai.. Assim espero.
Dane dirigia veloz para a maternidade e Léo tentava falar com a
doutora.
— Merda ela não atende.
— CONTINUE TENTANDO!
— Calma amor, já estamos quase lá, vai dar tudo certo...
— NÃO ME PEDE CALMA DANIEL... NÃO É VOCÊ QUE
TEM TRÊS CRIANÇAS EMPURRANDO PARA SAIR DE UM
BURACO PEQUENO NO SEU CORPO!
— Mas amor, eu só falei o mesmo que seu pai e...
— MAS NÃO FOI MEU PAI QUE COLOCOU ESSAS
CRIANÇAS AQUI DENTRO... ENTÃO VOCÊ, NEM O LÉO, PODE
ME PEDIR CALMAA!
— Paulina minha filha, não tem necessidade disso.
— TEM PAI, TEM... AÍÍÍN!
Virando para Léo, Dane fez cara de quem não estava entendendo
nada. Léo fez uma expressão como se pedisse para ele relevar. Então Dane se
concentrou em dirigir, vez ou outra olhava para ela que se contorcia no banco
de trás.
— Alô, alô? Oi doutora… Graças a Deus! A senhora já está na
maternidade?... Sim, sim ótimo. Porque estamos indo para aí neste exato
momento...
— Léo, diz para ela que minha bolsa estorou e eu estou com muita,
muiiita dor.
— Escutou, Dra. Thereza? ... Ahã, tudo bem, estamos chegando sim...
Em mais ou menos dez minutos.
Mais uma vez Paulina chegava naquele hospital rodeada dos homens
de sua vida, mas esse era o momento mais tenso.
Dane parou o carro na porta de entrada de qualquer jeito, desceu e foi direto
a recepção pedindo ajuda enquanto Léo ajudava seu sogro a retirar sua esposa
do carro. Não demorou muito para aparecer uma enfermeira, a médica e um
maqueiro com uma cadeira de roda. Acomodada na cadeira foi respondendo
às perguntas de Dra. Thereza e já ia sendo avaliada pela enfermeira. Dane
dispensou o maqueiro e ele mesmo foi empurrando ela. Ele procurou por
Léo, mas ao olhar para trás viu que ele havia sido impedido de entrar, pois
estava sem camisa.
— Merda!
— Que foi? – Perguntou seu Silva.
— Léo foi barrado, está sem camisa.
Seu Silva olhou para trás e viu seu genro desesperado e ainda ouviu
sua filha dizer:
— EU NÃO VOU TER ESSAS CRIANÇAS SEM MEUS DOIS
MARIDOS JUNTOS.
Num rompante seu Silva se pôs próximo à sua filha lhe deu um beijo
e disse:
— Minha pequena, que nossa senhora do bom parto lhe proteja. Eu te
amo, seja forte.
Pedindo para Dane parar a cadeira, Nininha pegou na mão de seu pai
e perguntou:
— Aonde vai papai?
— Vou trazer seu outro marido para você, esse momento é de vocês.
Logo, logo estaremos todos juntos. — Disse seu pai com os olhos cheios de
lágrimas e antes de virar e ir, pediu a chave do carro ao Dane que lhe disse
que ficou na ignição. Correu até a entrada tirando sua camisa e jogou para
Léo, que nem pensou duas vezes, desesperado vestiu rapidamente e antes de
entrar deu uma abraço no seu Silva dizendo:
— Obrigada meu sogro. Você é o cara. Pode deixar que vamos tomar
conta da nossa garota.
— Vai lá meu genro, Deus abençoe vocês.
Então Léo correu até sua esposa dando um beijo em sua bochecha,
dizendo que agora ele estava ali junto com Dane, e ela podia relaxar e deixar
o milagre acontecer.
— Renatinha, pede para alguém trazer um avental ou algo do tipo
para o pai da paciente por favor. E peça para que ele espere na sala de visitas
ou no quarto reservado. Obrigada. — Pediu Dra. Thereza para uma das
recepcionistas. E continuou. — Bom minha querida, essas gêmeas não se
seguraram né, vamos subir com você direto para sala de pré parto e avaliar a
situação. Enquanto isso papais, a enfermeira Solange levará vocês para
trocarem de roupa e encontrarem com a gente na sala de parto, ok.
— Doutora pelo amor de Deus, eles são os culpados, mas eu não
quero ficar sem eles!
— Eu sei querida, mas se você quiser que eles estejam com você, eles
tem que se trocar.
— Não se preocupe amor, nós te achamos. – Tentava acalma-la com
suas palavras o Dane.
Léo também lhe deu um beijo e seguiram a enfermeira até o local
indicado. Ela lhes deu os pacotes com às roupas higienizadas e disse onde
guardar as deles e depois saiu dizendo que voltava para chama-los. Os dois se
trocavam em silêncio, uma coisa tão simples como se vestir se tornou
complicada. Léo ajudou Dane a colocar a touca e eles levaram alguns
minutos para entenderem que os outros dois saquinhos seriam para os pés.
Prontos se olharam e riram.
— Tá parecendo um repolho verde.
— E você uma gazela esverdeada, aliás a blusa de nosso sogro lhe
caiu bem.
— Idiota!
— Gazelinha de baby look.
Suspirando fundo, Léo se deixou cair sentado no banco, Dane fez o
mesmo ao seu lado.
— Chegou a hora, meu parceiro.
— Isso, vamos ser pais. — Afirmou Dane.
— PUTA QUE PARIU DANIEL! VAMOS SER PAIS CARALHO!
HOJE AINDA, VAMOS VER NOSSAS CRIANÇAS. — Gritou Léo,
agarrando Dane.
Assustado com a atitude repentina de Léo, Dane quase caiu junto com
ele no chão atrás do banco. Mas logo retribuiu o abraço do amigo e acabou se
entregando a emoção e chorou nos braços dele.
— Depois eu é que sou a gazela.
— Irmão… — Disse Dane encostando a testa na de Léo — Hoje será
o dia mais feliz de nossas vidas.
— Deus te ouça. Mas desde que conhecemos nossa esposa, temos
sempre os dias melhores. Mas hoje será inesquecível.
Novamente se abraçaram e foram interrompidos por batidas na porta.
E ela se abriu, mostrando Dr. Carlos. O doutor se sentiu intrometido ao ver os
dois abraçados.
— Desculpe-me, não queria incomodar, mas não temos muito tempo,
Dra. Thereza e eu achamos melhor conversarmos com vocês antes de irem
para sala de parto e colocá-los a par da situação.
— O que está acontecendo doutor, pode falar, somos fortes. São os
bebês, nossa esposa? Aí meu pai, minha menina?! — Dizia Dane.
— Calma Daniel, não há nada para se preocupar no momento. Na
verdade o que acontece é que suas crianças querem vir ao mundo, e sabemos
que tem o pequenino que precisa de um pouco mais de tempo. Porém o parto
normal já está em andamento...
— Como assim, parto normal? — Perguntou Dane assustado.
— Nós não estamos preparados para um parto normal!!! — Sibilou
Léo.
— Calma papais, na verdade é a mãe que tem que estar preparada.
Vocês tem que ser fortes para dar apoio a ela e se não sentirem que vão ser é
melhor nem participarem. Nossa atenção e de toda equipe precisa se manter a
todo tempo sobre sua esposa e filhas.
— Claro que vamos estar lá, seja o parto que for. — Afirmou Dane,
recebendo o apoio de Léo.
— Então deixe eu explicar como será. Como Paulina já está em
trabalho de parto e bem adiantado, correndo tudo normal, vamos dar chance
ao corpo dela de trazer as gêmeas ao mundo.
— E isso é bom ou ruim? — Perguntou Léo.
— Não estava em nossos planos, mas tudo pode acontecer. Então
vamos agir de acordo com o que vai acontecendo. Nesse caso o único
problema é que provavelmente não vamos conseguir manter o bebê menor,
ou seja, teremos que trazê-lo ao mundo junto com suas irmãs. E assim que ele
nascer terá que ser transferido diretamente para uma encubadora, ser levado
para UTI neonatal e receber o tratamento diferenciado para que ele continue
crescendo até ter alta.
— Mas, não é muito cedo para nosso pequenino, tem certeza que não
tem como… Mante-lo? E quais são os riscos para nossa esposa? — Foi a vez
de Dane perguntar.
— A esposa de vocês é bem jovem e pelo seu quadro atual não
prevemos nenhuma resposta negativa. E além do mais, estamos com duas
equipes completas para assistir os bebês e a mamãe. E a qualquer momento
podemos também ministrar a cesária se for necessário.
— Podemos ajudar de alguma maneira? — Perguntou Léo.
— Sim, é claro. Seria perfeito se nenhum dos dois desmaiassem
durante nenhum procedimento, ficassem exatamente no lugar estipulado e
principalmente, uma vez que estão aqui conosco, confiem em nosso trabalho,
estamos aqui empenhados e capacitados para trazer seus bebês ao mundo
fazendo tudo o que for ao nosso alcance. Qualquer decisão será sempre em
prol dos bebês e da gestante.
Nervoso, mas entendendo tudo o que o médico explicou, Dane puxou
novamente Léo para um abraço dizendo:
— Tudo com a gente tem que ter elementos surpresa, já percebeu.
Mas por mais que eu esteja ansioso e com medo ao mesmo tempo, sei que
estando ao seu lado me sinto mais preparado.
— É isso brother, juntos passaremos por mais essa e como milhares
de outras, obtiremos sucesso.
Outras batidas na porta, seguida de uma voz, interromperam eles de
novo:
— Vamos meninos, ou as suas crianças vão vir sem vocês. — Dizia a
enfermeira Solange.
Caminharam por um corredor diferente do que eles haviam entrado.
Parecia um labirinto de corredores e salas.
Quando a enfermeira indicou para eles uma porta dupla que parecia de
plástico, eles entraram e se assustaram com a quantidade de gente presente.
Um enfermeiro veio e os chamou para irem para um lugar específico. Quando
eles avistaram sua esposa no centro da sala, com toda aquela gente ao redor,
com máquinas ligadas a ela, ficaram tensos de novo.
— Onde vocês estavam? Demoraram muito. Acho melhor me
largarem de vez aqui. — Disse Nininha chorosa.
Dane se chegou nela dizendo:
— Amor, estávamos logo ali, e te largar nem mortos, jamais.
— Nem se você quisesse. — Completou Léo.
— Eles falaram que vão fazer o parto normal, eu não estou preparada
para isso, dói como um inferno... Eles sabem que são três crianças? Que ...
Aiiiii Aiiiii Uiiiiiii.... Tá voltando a dor...
— Como podemos ajudar, amor? — Perguntou Léo, branco feito cera
ao ver ela sentindo dor.
Nininha com a mão agarrou na roupa de Léo com muita força e disse
entre os dentes:
— Fiquem quietinhos, eu tô com ódio de vocês nesse momento.
Aiiiinnn...
— Não se preocupem meninos, esse "ódio" é comum entre às
mulheres na hora do parto normal, é muita dor. — Explicou Dra. Thereza,
que estava posicionada no meio das pernas de Nininha.
— Mas que culpa nós temos? — Soltou Dane, logo quando veio mais
uma contração forte.
— PORQUE FORAM VOCÊS QUE COLOCARAM ESSES
SERES ENORMES DENTRO DE MIM... MERDAAAA...
AAAAAAAAAAAAAAÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍ
Em resposta aos gritos e xingamentos de sua esposa, os meninos
preferiram ficar calados e apenas segurar suas mãos, cada um de um lado.
Quando ela fazia força e se levantava um pouco da maca, eles acariciavam
suas costas e ancas. Ela se sustentava em um e em outro entre as
contratações. Vez ou outra os médicos pediam para eles ou ela fazerem algo.
Vinte cinco minutos depois que eles entraram naquela sala, o que parecia
uma eternidade que eles viram ela sentindo dor, Dane e Léo escutaram Dra.
Thereza dizer que estava coroando.
Suas expectativas foram à mil, os três sabiam que sua primeira filhinha estava
prestes a vir ao mundo.
— Então meus queridos, qual será o nome da primeira gêmea?
— Sofia. — Gritou Nininha.
— Pois bem, vamos Sofia, vem para titia... Agora Paulina, força,
vamos, ajude sua garota a sair.... Isso ai ... Quase... Quase... Isso Sofia, vem...
Se prepara para recebê-la, Tânia. A cabeça já foi minha querida, agora vamos
passar o ombrinho. Vamos Paulina.... Agora... Nasceu!!! Sofia nasceu!!!
— Nossa filha, Dane, nasceu, nasceu. É linda, olha!!
— Tô vendo Léo, Deus como é linda.
— Cadê, cadê eu quero ver? — Pedia a mamãe, suada e chorando.
— Verifiquem o apgar e levem para a mamãe. — disse Dra. Thereza.
Um tempo de prazer após horas de dor abundante. Nininha recebeu
em seus seios o primeiro fruto do amor entre o trisal. Sofia. Nasceu saudável,
com 3,210kg e 48cm. Ao sair para o mundo já gritou a plenos pulmões como
se avisa-se que tinha chegado. E só acalmou um pouco ao se aproximar da
pele de sua mãe ofegante de tanta felicidade. Recebeu os carinhos e palavras
carinhosas de seus pais, que choravam copiosamente. Uma enfermeira
registrava todo o momento com uma câmera. Princesa Sofia já estava
acomodada quando sentiu-se ser tirada de sua mãe e não se calou, chorou
forte e alto. Deixando seus pais querendo a pegar de volta.
— Queridos, sabemos que vocês querem ficar com sua bebê, mas
temos ainda mais dois. Se não estou enganada, já já voltarão as contrações. A
pediatra levará Sofia e fará os exames complementares.
— Mais dor doutora? — Perguntou Léo.
— Sim Léo, eu sei que nossa Paulina aqui aguenta e vocês?
— Sim, claro!
— Com certeza!
— Eu não tô muito certa disso não heim.... Aí Ai Ai Ai ... Tá
voltando... Senhor me ajuda... — Reclamava Nininha.
— Bora, vamos... Não esmoreça. E aí qual o nome da segunda
gêmea? — Incitava a doutora.
— Sara. — Falou Nininha fazendo força.
— Lindo nome também. Sara, vamos lindinha vem com a titia. Sua
irmã já está aqui te esperando… Isso Nininha mais um pouquinho só e...
vamos lá, vem… Prontooo. Bem vinda ao mundo Sara, vamos lá... Dê um
chorinho para gente Sarinha.
Sara mais preguiçosa demorou a reclamar da mudança de ambiente e
apesar da preocupação que deu a todos em não responder em imediato,
também estava saudável, nasceu com 3,085kg com 49 cm. Foi levada
também para ser apresentada aos seus pais, não quis abrir os olhinhos, mas
procurou com a boquinha o bico do peito de sua mãe. Novamente fez, como
sua irmã idêntica, seus pais se emocionarem mais ainda. Porém não pôde ter
o mesmo tempo com eles pois o bebê mais novo, que talvez só ela e sua irmã
sabiam do sexo, começou a aproveitar o vácuo que fez na barriga da mamãe
e resolveu vir ao mundo também.
Nininha já estava muito cansada e não conseguia mais fazer força já não
sentia o corpo ajudá-la. Avaliando a situação do bebê, Dr. Carlos constatou
que ele começava a ter sofrimento fetal.
Dane e Léo não entendiam nada do que eles diziam. A movimentação
na sala se tornou intensa.
— Nininha meu amor, vamos lá, sabemos o quanto está sendo difícil,
mas sabemos o quanto você é forte e capaz. Vamos fazer a última força amor,
Léo e eu estamos com você. Só falta nosso pequenino. — Dizia Dane entre
lágrimas.
— Isso mesmo minha rainha, estamos contigo, falta pouquinho agora.
Uma última tentativa para que nosso apressadinho venha ao mundo. —
Falava Léo de seu outro lado.
Exausta, suando, sentindo uma mistura de emoções, Nininha tentava
tirar forças não sabia de onde para ajudar o seu bebê. Quando ouviu da boca
do médico que ele podia estar em sofrimento, com o apoio de seus maridos,
decidiu se empenhar mais.
A força veio, junto com a vontade de ver seu bebê bem.
— Isso querida, assim mesmo, sabia que não precisaríamos te abrir,
você consegue... Ele já está vindo, mais... mais um pouquinho e ...
Um grito ensurdecedor de Nininha cortou o ambiente seguido de um
choro forte, firme e fino.
— Uau, que força... Nasceuuuuu!!! E é ...
Nininha se jogou para trás chorando de olhos fechados e aliviada.
Dane e Léo se dividiam em elogia-la, beija-la e olhar para seu bebê que
acabara de nascer.
— Então doutora, o que é? — Perguntava Léo com lágrimas nos
olhos.
Doutora Thereza levantou aquele pequeno serzinho chorando para
eles verem e disse:
— É papai Leonardo, não é dessa vez que veremos o saco e pintinho
pendurado... é mais uma menininha.
— Não pode ser! Tem certeza? Deve ser uma piada.
— Não irmão, não é, olhe lá, mais uma princesinha. Precisaremos
fortalecer nosso castelo o quanto antes. — Falava Dane emocionado.
Cansada de mais para emitir qualquer opinião, Nininha sorria e
chorava ofegante tentando se acalmar, sentindo que era a mulher, esposa e
mãe mais feliz do mundo. Mas conseguiu susurrar:
— Quero vê-la, por favor.
— Sim Paulina, a pediatra está avaliando ela e já traz para você ver,
mas não vai poder demorar muito, logo ela tem que ir para incubadora. Como
já dissemos antes, ela precisará de mais cuidados. — Disse o doutor enquanto
ajudava Dra. Thereza.
— Sim, sim, só... Quero olhar no rostinho dela e confirmar seu nome.
— Falou Nininha.
— Já tem um nome, amor? — Perguntou Dane.
— Acredito que sim.
A pediatra trouxe a bebê que nasceu com 1,800kg e 39cm até sua
mãe, ela chorava mais que suas irmãs. Ao chegar perto do rosto de sua mãe
esticou a mãozinha pequenininha, parecendo bem frágil e parou de chorar ao
ouvir sua voz.
— Pequena da mamãe, nossa guerreirinha, mamãe e papais amam
tanto. Precisamos que você seja bem forte e fique bem para vir para gente o
mais rápido possível. Tão linda.
Dane, Léo quero dar o nome de THEREZA para nossa pequena apressadinha.
Com este nome homenageio duas mulheres importantes, doutora Thereza,
incansável em nos ajudar desde o primeiro momento que descobrimos a
gravidez e todas às outras surpresas e dúvidas que vieram com ela, e também
homenageio minha amada mãezinha, que não está aqui fisicamente, mas
tenho certeza que intercedeu por nós da onde está. — Nininha tentou ser
firme em suas palavras mesmo entre o choro e a emoção.
— Lindo nome, forte como nossa pequena. — Falou Léo mostrando
concordar.
— Muito justo querida, em todos os sentidos. Tenho certeza que onde
estiver sua mãe e minha mãe estão em festa. — Disse Dane também de
acordo.
A pediatra foi tirando Thereza de perto de sua mãe e ela novamente
voltou a chorar esganadamente. Uma equipe se aproximou com uma
incubadora, a colocaram e levaram ela.
Doutora Thereza, uma das homenageadas passou o término do pôs parto para
Dr. Carlos e foi até Nininha agradecer o carinho.
— Oh minha querida, me sinto lisongeada com sua homenagem,
ainda mais por dividi-la com sua mãe. Espero que este nome dê sorte a ela, e
que ela e suas irmãs sejam felizes e tragam muito orgulho para vocês.
Parabéns Paulina, você foi espetacular, eu sei como deve ter sido cansativo, e
ainda tem o tempo que Thereza deverá ficar no hospital, mas nunca esqueça
do quanto você é abençoada. Em todos os meus anos de medicina obstétrica,
nunca vi uma união tão grande e singular como a que te rodeia. Ainda mais
num relacionamento diferente como o seu. Desejo a vocês toda felicidade do
mundo e espero vê-los novamente dividindo um novo momento como este.
— Com certeza doutora, não desisti de ter meus sacudos ainda. —
Disse Léo sorridente.
— Pode até ser, mas prefiro não pensar nisso por enquanto... Por pelo
menos uns cinco anos. — Retrucou Nininha ainda muito cansada.
— Por mim fechamos nas meninas, não sei se aguento tudo isso de
novo. Aliás, posso sair e ter com meu sogro para que ele me sustente e não
me deixe cair no chão? — Dane brincou.
— Estamos quase terminando aqui, depois levamos ela para o quarto
reservado. A enfermeira Solange já levou seu pai e amigas para lá e eles
aguardam ansiosamente por notícias. —Foi Dr. Carlos que respondeu.
Os mais novos papais de um trio de princesas se despediram de sua
esposa e foram estar com seu sogro. No quarto estavam seu Silva, Gracinha,
Lary e Bruna. Quando entraram às mulheres pularam em cima deles cheias de
perguntas, seu Silva permaneceu encostado no canto do quarto, vestido com
uma camisa como a deles, os olhando parecendo aguardar por suas respostas
também. Então Léo eufórico foi dizendo que eram pais de não duas, mas três
meninas lindas. Que sua esposa foi sensacional, forte e guerreira. Trouxe suas
filhas ao mundo com muita determinação e coragem. As mulheres davam
gritinhos e sorrisos para tudo o que Léo lhes contava. Dane recebeu os
parabéns de Gracinha e Lary, e as zoações de Bruna. Depois foram até seu
Silva.
— Tudo o que estão dizendo é verdade? Temos agora mais três
meninas? E minha pequena, tem certeza de que está bem? Por que não veio
com vocês? E o que estão fazendo aqui e não com sua esposa?
— Calma meu sogro, como prometido estivemos com sua filha, nossa
esposa, a todo o momento, mas era hora de vir aqui e dar às boas novas. Ela
está sendo cuidada e preparada para vir ao quarto. E nós viemos aqui para
levá-los e apresentar a vocês nossas meninas. — Explicou Dane.
— O que Dane falou é verdade, só mentiu quando disse que só veio
aqui para levá-los, a verdade é que ele veio ver o senhor atrás de um abraço,
pois não está se aguentando das pernas, nem parece o policial durão no
comando. — Disse Léo zombando.
Mais calmo seu Silva não conseguiu segurar a risada ao ver seus
genros numa mini discussão. Gracinha, Bruna e Lary riam e zombavam
também. Feliz com a notícia de que tudo ocorreu bem, seu Silva não via a
hora de ver o rostinho de suas netas e reencontrar sua filha.
— Parem de mulequices, vocês são pais agora. E vamos logo quero
ver minhas netinhas. Venha Dane, eu te carrego se ainda estiver sem forças
nas pernas. Viu eu já previa três meninas. — Falou seu Silva aproveitando o
embalo da brincadeira de Léo.
Dane se conformou em virar chacota, estava muito feliz para discutir.
Abraçou o sogro e foram todos ao corredor onde ficava o berçário.
Chegando lá haviam outros bebês, mas não tinham como não saber quem
eram suas meninas. Quando a enfermeira foi até seu Silva, para orientar o
quarto onde ficaria aguardando, pediu para que ele separasse um conjunto de
roupa para as crianças. Mas seu Silva estava tão preocupado que Bruna se
pôs a procurar nas bolsas. Ela achou os bodys que ela havia comprado e deu
para enfermeira levar. Conclusão, os únicos bebês com mensagem
engraçadinha eram os deles.
Diziam cada body:
— 1 é pouco; 2 é bom; 3 é amor demais. Branco com letras
vermelhas.
— Cadê as roupinhas que nós separamos para que eles colocassem?
— Perguntou Dane.
— Ah! Essas são muito mais legais, deram sorte que os dizeres não
tem segundas intenções. — Falava Bruna saltitante já apaixonada pelas
sobrinhas.
— Gente eu sempre digo, alguém precisa parar a Bruna. —
Resmungou Lary.
— Ora pessoal, logo quando elas vierem trocamos. Mas vamos
meninos, apresentem suas crianças.
— Claro Gracinha. Esta mais fofinha é Sofia, a primeira a nascer, essa
aqui, a Sarinha preguiçosa e aquela lá é a nossa pequena Thereza. Essas são
nossos raios de sol. — Foi Léo quem as apresentou.
— Ohh meus queridos, são lindas, parabéns!! — Dizia Gracinha.
— Verdade, lindas, tia ama. — Dizia Lary apaixonada.
— Olhando daqui, acho que Sara vai ser a que vai dar mais trabalho.
— Dizia Bruna pensativa.
— Por que diz isso da mais quietinha?
— Porque minha mãe dizia Léo, que quando eu nasci era assim,
quietinha, quase não chorava, nada parecida com o que me tornei.
Léo e Dane se entre olharam demostrando o medo do futuro. Até que
avistaram seu Silva se aproximando cada vez mais do vidro que separava o
berçário. Chorando copiosamente pedia obrigada a Deus pela dádiva de ser
avô de três meninas lindas ao mesmo tempo. Então Dane e Léo o abraçaram e
juntos mais uma vez choraram emocionados com tamanha felicidade.
— Linda a homenagem de minha filha para a mãe… Mas… Para
onde estão levando Thereza? — Perguntou o avô ao ver as enfermeiras
levarem ela do berçário.
— Eles disseram que ela teria que ir para UTI neo natal, lá será
melhor assistida. Ela nasceu fora do tempo e precisa engordar e se fortalecer
para poder ter alta. — Explicou Dane.
Ficaram por ali uma hora pageando as gêmeas Sofia e Sara. Mas seu
Silva não escondia o nervosismo em querer ver sua filha. Perguntou a uma
enfermeira que passava e ela respondeu que já devia estar indo para o quarto,
que assim que ela estivesse lá as gêmeas iriam para lá também.
Todos foram para o quarto para aguardar Nininha. As meninas
aproveitaram para dar uma enfeitada e deixar o quarto alegre com as coisas
que trouxeram. Um tempo depois Léo saiu em busca de sua esposa, pois já
estavam demorando muito. A encontrou sendo levada pelo corredor em
direção ao quarto.
Ao chegarem foi uma grande nova emoção. Quando Nininha se deparou com
o quarto cheio de balões coloridos, flores, faixas e várias outros enfeites,
ficou extremamente contente. Mas o que a deixou de olhos marejados foi ver
seu pai lhe olhar e entrar em prantos no ombro de Dane. Ela não precisou da
ajuda dos enfermeiros para trocar de maca, pois Léo com todo o cuidado o
fez.
Recebeu o carinho de suas amigas e de Gracinha. Porém o abraço de seu pai
era o que ela mais esperava e, quando o recebeu, foi mais que especial. Estar
ali com aquelas pessoas novamente e agora como mãe, era maravilhoso. Mas
ainda faltava suas bebês. Quando foram trazidas, a enfermeira explicou como
dar de mamar e tudo o que era importante para um primeiro momento.
Lembraram que a hora de visita estava acabando e pelas normas do hospital
ela só tinha direito a até dois acompanhantes por ser suíte. Após babarem
bastante as nenéns, Lary e Bruna foram embora com seu Silva e Gracinha.
Nininha conseguiu descansar após as meninas se banquetearem dela.
Mais Sofia do que Sara. Uma enfermeira veio para sorver um pouco do leite
materno de Nininha para levar a Thereza. Isso entristeceu a mamãe que
queria poder amamentar também sua pequena, mas por enquanto ainda não
podia. Cada pai se sentou com uma no colo, não se moviam, quase não
respiravam e se fizeram de berço para que elas dormissem em paz.
O parto normal era realmente como é descrito. A mulher sente uma
dor infernal para ter seu bebê, mas horas depois já está bem. Claro que no
caso específico de Nininha não foi só com algumas horinhas, mas uma boa
noite de sono a fez recuperar às energias. Os pais não deixaram as
enfermeiras levarem as filhas para dormir no berçário. Ficaram com elas, e de
madrugada Sara fez um show de tanto que chorou. Léo a pôs para mamar,
mas ela não quis, então levou ela para passear pelos corredores e só assim se
acalmou e voltou a dormir quase ao amanhecer. Sofia mamou mesmo com a
mãe dormindo auxiliada pelo pai Dane e dormiu tranquila o restante do
tempo. Ao acordar Nininha teve uma visão que só não era perfeita porque
faltava uma de suas princesas. Léo em uma poltrona com Sara no colo, todo
torto dormindo. E Dane no sofá deitado com Sofia sobre o peito sussurrando
alguma coisa para a filha que o olhava encantada. Ela se levantou e o chamou
baixinho:
— Oii?
— Oi, já acordou? Estou aqui tentando convencer princesa Sofia a
esperar mais um pouquinho para mamar e te deixar descansar, mas acho que
ela está começando a levar a sério esse negócio de ser princesa.
— É bom vocês começarem a impor limites desde já, se não estamos
perdidos. — Repreendeu ela.
Acordando com a conversa deles, Léo entrou no assunto:
— Acho que está certa, Sarinha aqui já mostrou que gosta da
madruga. Eu tive uma longa conversa com ela explicando que se não estiver
em casa antes da meia noite, eu vou sair com Dane armado até o pescoço à
procura dela. Sabe o que ela fez?
— Não!! — Responderam Dane e Nininha em tom risonho.
— Sorriu pra mim, o sorriso mais maroto que eu já vi. — Falou ele se
esticado segurando sua agora dorminhoca.
Rindo Dane disse:
— Ah tá, a menina não tem nem um dia e já está sorrindo? Ah, Léo
conta outra.
— Eu juro cara, pra que eu mentiria?
— Ué pode ser Dane, ela já está zombando no seu primeiro dia de
vida, puxou ao papai Léo. — Falou Nininha com humor.
Porém logo a conversa dos adultos foi interrompida pelo chorinho de
Sofia, que foi levada para a mamãe dar de mamar. Sara também foi levada
por Léo e posta no outro seio de Nininha e mesmo dormindo mamou. Mais
uma vez com suas filhas sendo amamentadas ela lembrou de sua outra que
não podia estar com ela. Isso partia seu coração.
Léo ligou para sua mãe para contar com mais calma sobre tudo. Dane
saiu com a desculpa de que iria tomar café, mas foi em busca de notícias de
sua Thereza. Ele, Léo e sua esposa não estavam completos sem ela.
Encontrando a pediatra responsável pela UTI neo natal, pediu informações
sobre ela. A médica disse que ela estava respondendo bem e que mamou o
leite materno. E que a mãe ou eles poderiam ir vê-la quando quisessem.
Menos preocupado ele voltou ao quarto e passou a informação para Nininha
que ainda amamentava. Mais tarde ela foi até lá com Léo e pode tocar em sua
bebê. E assim foi por mais três semanas e meia. Mesmo após a alta dela e
das gêmeas, Nininha voltava todos os dias para passar um tempinho com sua
Thereza e tirar leite para ela. Eles tiveram que acampar em seu Silva, que
prevendo isso enquanto estavam no hospital, foi até a casa deles para buscar
algumas coisas que auxiliariam sua estada.
A casa de seu Silva estava cheia de vida, mas ainda faltava a pequenina
Thereza. Ela crescia saudável, engordava e já começava a não precisar de
tantos cuidados. Então quando completou quase um mês de nascida foi lhe
dada alta. Aí sim a felicidade se deu por completa.
Um mês depois, os pais mais babões do universo, faziam um
churrasco na sua casa à beira da piscina com amigos e familiares para
comemorar o mêsversário de suas meninas. Eles decidiram que sempre que
pudessem comemorariam a vida, a felicidade e o amor. Bruna e Lary com
ajuda de Léia transformaram tudo num evento. Mesa com bolo, docinhos e
enfeites no tema das três Marias, tinham balões de estrelas douradas para
todo o lado. Os sobrinhos de Léo adoravam brincar na piscina com eles.
Gracinha e a mãe de Léo disputavam a cozinha. Seu Silva bebia sua
cervejinha na varanda empurrando com o pé o carrinho próprio para as três
meninas, enquanto conversava com o pai de Léo.
— Tem certeza meu sogro que não quer vir pilotar a churrasqueira?
— Perguntou Léo.
— Não meu filho, estou no lugar certo agora. Meus serviços estão
sendo melhor utilizados.
Aos risos Léo voltou para a churrasqueira, passando antes por sua
esposa que estava no sol com as amigas, lhe deu um beijo e foi ajudar Dane
com o churrasco. De longe Nininha viu seus maridos conversando na
churrasqueira, sua pele já tostada pelo sol queimava agora por dentro de
desejo por seus homens. Não via a hora desse período de puerpério passar e
poder desfrutar novamente daqueles corpos deliciosos. Dane notou o olhar
desejoso de sua esposa neles, chamou a atenção de Léo para isso. Eles riam
para ela e ela para eles como se estivessem flertando.
— Brother, eu não vou me aguentar com ela se oferecendo assim.
Aqueles peitos estão implorando para serem chupados.
— Eu sei Léo, mas temos que esperar mais quinze dias. Eu também
estou louco para tê-la do nosso jeitinho, mas a doutora disse que
precisávamos esperar. Aquelas ancas estão mais largas imagina pegando ela
por trás... Porra.... Puta que o pariu!!! — Falou Dane e ao terminar saiu
correndo em direção a piscina.
— Ei cara vai aonde?! — Perguntou Léo a Dane.
— Esfriar a cabeça, de cima e a de baixo. — Respondeu ele antes de
pular na piscina e espirrar água por todo canto.
Dizem que o amor move o mundo. Talvez seja verdade. Mas cadê
todo esse amor? Provavelmente o que move o mundo é o desejo. Desejo de
ser feliz, de encontrar a felicidade, de fazer alguém feliz e de ser feliz com
alguém. Mas algumas pessoas focam seus desejos em coisas mais materiais o
que foge do objetivo. Acabam se perdendo num querer diferente e vai na
contramão do amor. E aí nasce a ambição, o ódio, a inveja, e outros
sentimentos negativos. Acredito que é daí que nascem os “pré” conceitos
sobre algumas coisas. Tem gente tão preocupada com seu umbigo, em suas
convicções e no prazer próprio, individual que ao se destoarem das outras
pessoas, que continuam a viver seus desejos baseado somente no amor,
tendem a se pôr contra, talvez para auto afirmarem sua própria opinião.
Temos que nos permitir mais ao amor, não fazer aos outros o que não
gostaríamos que fizessem conosco e sinceramente, orar para o seres
preconceituosos encontrarem o amor real.
Gostar do mesmo sexo, mudar de gênero, se apaixonar por mais de uma
pessoa, cor, religião, política, opinião... Não deveriam servir para separar
ninguém, sim para unir. Precisamos interagir com amor, mesmo quando algo
não nos agrada. Respeito acima de tudo, isso é o que importa. Somos só
pessoas e como pessoas precisamos nos amar mais e não nos julgar e agredir
pelo que somos, pensamos ou agimos diferente. Fazemos parte de uma
grande família, vivendo a oportunidade de tentar encontrar a felicidade a cada
dia que amanhece. As famílias não se limitam só entre parentes de sangue,
nem naquela imagem tradicional de pai, mãe, filhos... E os relacionamentos
também. O conceito de família mudou, nós precisamos mudar junto. Talvez
voltar a ser como no princípio quando Deus disse que somos todos irmãos.
Nos aceitar e aceitar o outro é um grande começo para nos manter unidos.
Nos amar é primordial. Hoje em dia precisamos entender que os únicos
responsáveis pela real felicidade, seja ela do tamanho e pelo tempo que for,
somos nós mesmos. Para isso, é preciso se permitir.
E ao se permitir descobrimos que a felicidade é muito simples, é mais
uma questão de aceitação do que de procura e assim abrimos uma infinidade
de opções.
Nininha se permitiu e você?
FIM!
Bônus
escolhemos nos levou aonde queríamos estar. A vida não é fácil para
@ Léo: Olá, minha rainha! Ainda é tempo de lhe desejar bom dia.
@: Sim é claro, apesar de você já ter me desejado quando se levantou
para ir ao trabalho, me beijando nos seios.
@ Léo: É verdade, mas pensei que você estivesse tão atordoada com
o bom dia que a língua de Dane dava ao mesmo tempo em sua buceta, que
poderia não ter ouvido.
@ : Merda Léo! Agora você me fez voltar a sentir a boca dos dois em
meu corpo de novo.
@ Léo: E isso não é bom?
@: Sim, maravilhoso! Mas, seria melhor se vocês estivessem aqui
comigo para resolver essa umidade toda que se fez entre minhas pernas.
@ Léo: Merda Nininha! Agora eu que tô dolorido aqui.
@ Dane: digitando...
@: Bem feito!
@ Dane: Estou eu aqui atolado de papéis para ler e preencher, e vocês
me lembram do gostinho da umidade das carnes de minha mulher...
Hummm... Não vejo a hora de chegar em casa.
@: Pode vir quente que estou fervendo!!!
@ Léo: Gostosa, te amo!
@ Dane: Delícia, te amo!
@: Fui buscar as meninas. Ah! Traz massa para lasanha, estou louca
para comer uma.
@ Léo: Sério, anda com muitas vontades.
@ Dane: Gulosa, pode deixar. E se prepara porque amanhã nós dois
estaremos em casa.
@ Léo: Bjuss
@: Amanhã não temos com quem deixar nossas princesas, papai e
Gracinha desceram para o Rio hoje e só voltam depois de amanhã e a dona
Edinalva tem a festa do neto e é ela quem vai fazer às comidas, então a
liberei.
@ Léo: Nossas princesinhas nunca são um incômodo. É só passarmos
o dia com elas na praia que ao chegar elas dormem a noite toda.
@ Dane: Verdade Léo. O tempo anda quente, que tal um pic nic na
praia?
@: Ótimo!
@ Léo: Fechado!
@Dane: Até mais meu amor!
@ Léo: Beijo amor!
@: Amo vocês, Meus Dois Federais!
Ainda rindo feito boba da conversa de mais cedo com seus maridos,
Nininha dirigia rindo ainda mais após passar pelo laboratório e conseguir um
encaixe com o médico. Radiante, seguiu para escola. Após estacionar, foi
até o grupo de mães que aguardavam seus filhos na porta. Chegou bem na
hora em que a turminha de suas meninas saía para o pátio, cumprimentou as
mães ali presentes e seguiu para o portão. Dali via suas três pipoquinhas
sorrindo e brincando com os coleguinhas. Sara estava com os cabelos
completamente desgrenhados, Thereza ainda mantinha seu coque, porém
estava com vários fios revoltos, essas duas não eram fácil. Sofia, estava com
a linda trança de espinha de peixe, que implorou a mãe para fazer de manhã,
praticamente intacta, pode-se dizer.
Eram trigêmeas, mas suas personalidades gritavam às diferenças.
Fisicamente também haviam diferenças.
As gêmeas Sara e Sofia, eram bem loirinhas, e compartilhavam olhos
esverdeados. Lembravam muito a tia Léia e a vovó Norma,
consequentemente os genes de seu pai. Já Thereza, a última a nascer, parecia
muito com a mãe. Seus cabelos ondulados cor de mel e as feições em seu
rosto, lembrava muito Nininha, quando tinha a mesma idade. Porém não era
só na cor dos cabelos que destoava de suas irmãs, aqueles olhos azuis
intrigantes e intimidantes se fazia marcante, um presente de seu pai.
Nininha via seus maridos marcados em suas filhas. Apesar de nunca nenhum
deles terem dito nada sobre isso, e não haver nenhuma separação entre eles
do tipo "essa é mais minha filha do que essa", todos sabiam, todos viam. Mas
nunca era mencionado nada a respeito, pois era muito claro como era
constituída essa família.
Eram mãe, pais e filhas. Claro que provavelmente no futuro elas
questionarão os pais ao perceberem às diferenças, mas Nininha já pensava em
como responder. Não iria omitir nada, seria verdadeira em tudo, e a cada
nova pergunta iria responder de acordo com a maturidade de suas meninas,
fazendo de tudo para que compreendessem como se formou o amor em que
foram concebidas. E como rara elas eram.
— Mamãeeeeeee!!! — Correram gritando as meninas, puxando suas
mochilas e lhe dando um abraço triplo.
— Oi meus amores, minhas pipoquinhas. Como foi na escola hoje?
— Foi muito legal. Thereza deu uma banda no Flavinho que pegou a
boneca da Sofia fazendo ela chorar. — Disse Sara, com apoio das irmãs.
— Thereza! Não pode fazer isso minha filha.
— Ninguém faz minhas irmãs chorar, ainda mais um menino bobo!
Se eu tivesse a arma e as algemas dos papais ele ia ver só.
— Thereza! Não diga uma coisa dessas. Você deveria ter falado com
a professora e não feito isso com seu amiguinho.
— Eu falei… Depois que eu dei um golpe nele.
— O que a tia fez?
— Colocou ela de castigo e deu uma bronca nela mamãe, mas eu
fiquei com ela. – Disse Sofia.
— Eu também, não podíamos deixar nossa irmã sozinha… E o
Flavinho também ficou de castigo.
— Entenderam que não podem mais agir assim?
— SIMMM! – Disse as três, Thereza sem empolgação nenhuma.
— Muito bom, vamos... Sentem direitinho e vamos para casa almoçar,
fazer as lições e brincar na piscina.
— Ebaaaaaaa!!! — Gritavam alegres.
Os dias eram assim para Nininha. Vivia para sua família e não se
sentia diminuída por isso, pelo contrário, se sentia bem mais realizada
estando com eles. Logo o dia se foi e suas meninas faziam um esforço
enorme para não irem dormir antes de seus pais chegarem. Permaneciam
brincando entre si enquanto a mãe assistia a TV. Ao escutarem o barulho do
carro, todas as meninas da casa se entreolharam.
— Papaiiiisss!!! — Gritaram as trigêmeas e correram para à porta.
A mãe seguiu elas e se encostou no batente, enquanto assistia as três
às voltas com seus pais que saiam do carro para recebê-las. Era sempre uma
imagem espetacular vê-los juntos. Com eles as meninas eram muito mais
tagarelas, falavam tudo sobre a escola, o dia em casa, suas vontades atendidas
e as não atendidas... Puras meninas de sete aninhos cheias de energia e em
busca de mimo paternal. Dane e Léo mesmo cansados não perdiam uma só
fala, faziam perguntas dando corda aos assuntos delas e as estragavam como
qualquer pai babão costuma fazer.
Dane passou com Sara na carcunda por sua esposa e deu um beijo em
seus lábios, atrás vinha Thereza com uma das bolsas que seus pais
trouxeram, de cara feia porque mais uma vez eles não deixavam pegar nas
armas. Léo veio com Sofia nos braços, a fazendo rir com beijinhos no
pescoço, ao passar por sua mulher, também lhe deu um beijo seguido de um
carinho no bumbum.
Após matarem a saudade, as crianças dormiram e Nininha pôde ter seus
maridos só para ela. Mais uma noite em meio os amores de sua vida. Eles
jantaram e conversaram sobre o dia e como todas às vezes que só estavam os
três, mantinham um clima de promessa e desejo.
— O que acha, precisamos dar uma lição nesse tal de Flavinho ou
Thereza da conta? – Perguntou Léo, antes de subirem.
— Leonardo, vocé tá falando sério? – Indagou sua esposa.
— Eu disse que meninas me tornariam um possível serial killer!
— Gazela idiota. Tenho certeza que Thereza vai dar conta desses
pirralhos e não vai ser preciso transformar seus pais de policiais para
presidiários. Não vê como sofre Vitor Hugo, filho de nossos amigos Hugo,
Eloá e Theodoro?
— Verdade. Mas, já está na hora de colocá-las para fazer alguma luta.
— Acho válido, só que Sofia vai querer balé.
— Vocês devem estar loucos. – Nininha se intrometeu na conversa
dos dois.
— Sim. Loucos para te levar lá para cima e… — Começou a
responder Léo pegando-a no colo.
— …Te jogar na cama e amanhacer amando esse corpinho lindo. –
Terminou Dane beijando sua boca.
Mais tarde no quarto, todas as vontades do dia foram saciadas pelo trisal. Se
amaram e se consumiram de todos os jeitos possíveis.
Este era apenas mais um fim de noite dessa família.
— Você está com disposição hoje, gostosa! — Falou Dane ofegante,
antes de se retirar de dentro dela e se jogar ao seu lado pela quarta vez, só
essa noite.
— Está reclamando?
— Não nervosinha, é que hoje está especialmente disposta.
— Concordo Dane... Você é fogosa, mas hoje está demais... —
Participou Léo também com a voz ofegante, ainda estava acoplado nas costas
de sua esposa.
— É que estou especialmente, mais feliz ainda, no dia de hoje! —
Sibilou ela.
— E podemos.... Ahhhh..... — Falava Léo enquanto se retirava dela.
— Saber o por quê?
— Aiai, ainda não, por hora preciso de um banho, dormir e descansar
para amanhã passar mais um dia maravilhoso ao lado de meus maridos e
filhas na praia.
Os meninos se entreolhavam e percebiam alguma coisa nela, mas
estavam tão cansados que desistiram de tentar saber. Foram para o banheiro e
se deliciaram juntos com ela num banho quente e gostoso antes de voltarem
para a cama e, enfim descansar.
Enquanto o amanhecer surgia, os três dormiam entrelaçados entre os
lençóis sob a tela que eternizava um dos momentos mais ricos de prazer que
tiveram juntos. Suas filhas dormiam também tranquilas no quarto todo
decorado de princesas.
Lá fora, o sol começava a tocar com seus raios a água e a areia do mar, até
chegar em suas janelas. O relógio biológico de Dane e Léo os faziam acordar
praticamente juntos, mesmo nas folgas.
Léo se espreguiçou e acariciando, dos seios até o ventre de sua esposa, parou
sua mão ali e a chamou susurrando em seu ouvido.
Dane que estava de costas se remexeu e também ajudou seu amigo a acordar
sua mulher. Todos acordados, se preparam para passar o dia na praia.
Prontas, as meninas pegaram suas pranchas. Na verdade Sara e Thereza, pois
Sofia ainda sonolenta estava no colo de Dane que a mimava com afagos e
carregava nas costas a bolsa de brinquedos, com baldinhos, bonecas e outros
objetos. Nininha vinha de mãos dadas com ele e carregava uma bolsa com
alguns lanches, cangas e toalhas.
Léo seguia na frente, um surfista nato, com sua prancha e roupa de neoprene.
Seguido por Sara e Thereza, também vestidas com suas roupas de neoprene,
tal pai, tal filhas. Essas adoravam tudo que era esporte, já Sofia ainda vestia
sua camisola de princesa.
Ao chegarem na areia as meninas com às pranchas correram para
beira d'água enquanto eles arrumavam acampamento. Léo logo foi atrás delas
chamando uma Sofia muito desinteressada em se molhar.
— Não quero molhar minha roupa de princesa, papai Léo.
— Mas a mamãe trouxe seu biquíni da pequena sereia, vamos?
— Não quero, só depois, vou fazer castelo com papai Dane e a
mamãe.
— Tá bom meu amorzinho. — Aceitou Léo e lhe deu um beijo na
testa, recebendo outro na bochecha.
Enquanto Léo se divertia com Sara e Thereza nas ondas, Nininha,
Dane e Sofia tentavam construir um castelo para às bonecas.
Por todos os lados de quem quisesse observar só veriam a tranquilidade de
uma família feliz. Tanto as crianças, como seus pais, se esbaldaram na praia.
Cada momento registrado por suas câmeras. O dia foi repleto de brincadeiras,
carinhos, lanches, sorrisos, pura diversão. Ao entardecer, em pé, Dane
abraçou Nininha de lado e, enquanto observavam Léo ensinando as três a
subir na prancha, fez uma pergunta:
— Amor, ontem você disse que estava especialmente feliz, estávamos
tão cansados que nem insistimos para saber o motivo. Fala agora.
Nininha pôs a cabeça no peito de seu marido e sem deixar de olhar
seu outro marido com suas filhas na água disse:
— Tenho duas novidades para contar para vocês.
Dane não conseguiu esboçar nenhuma outra reação a não ser de
espanto, pois várias situações ocorriam por sua mente.
— Calma amor, vem, vamos chamar Léo e as meninas.
Os dois caminharam chamando as trigêmeas e o papai Léo.
Sofia veio correndo, largou a prancha no meio do caminho e abraçou às
pernas da mamãe e papai. Léo prendeu sua prancha na areia ensinando
Thereza e Sara a fazer o mesmo, depois chamou a atenção de Sofia porque
não quis fazer como as irmãs.
Léo foi até a sua esposa e tentou abraça-la, mas ele estava todo molhado, e
apesar de estar um pedaço de mau caminho, a água estava gelada àquela
altura então ela fugia de suas investidas até quando pôde. As meninas riam
dos dois.
— Que foi minha rainha, já vamos embora?
— Não, quer dizer, não é por isso que te chamamos.
— Então o que é? — Indagou Léo confuso.
— Ela quer nos dar duas notícias. — Disse Dane olhando para o
irmão, aguçando sua curiosidade.
— Notícia, que notícia? — Perguntou Léo beijando-a.
Nesse momento Thereza e Sara se intertiam com a areia e chamaram
Sofia para brincar. Ela desceu do colo de Dane e foi brincar com as irmãs
deixando os pais a vontade.
— Será que é o que estou pensando? — Proferiu Léo tendo um insite.
Nininha sorriu dengosa e disse:
— Estamos. Grávidos. De. Novo.
— O quê??? — Cuspiu Dane assustado.
— Sério??? — Falou Léo sorridente.
— Simmmmmm. Aí meu Deus, isso é loucura eu sei, mas aconteceu.
Lembram que eu estava reclamando que estava engordando e sentindo umas
coisas diferentes, fui ao médico fiz vários exames, inclusive o BHCG e deu
positivo. Estava mudando de anticoncepcional e nós não nos prevenimos.
Aconteceu!
— Aí. Meu. Deus!!! Isso É... Isso é ... Maravilhoso... Meu amor. —
Declamava Dane euforicamente assustado.
— É mais que maravilhoso, aliás estava na hora já. Estou tão feliz. —
Dizia Léo beijando a face de sua esposa.
— Mas você disse que eram duas notícias. Qual é a outra? — Indagou
Dane, ainda preocupado.
— Vai me dizer que são três de novo? — Perguntou Léo, logo
levando um olhar de medo de Dane.
— NÃO!!! Dessa vez, não.
— E como você pode ter tanta certeza assim? — Dane perguntou.
— É que assim que soube corri no ginecologista de plantão pedi que
me desse um pedido para ultra e ontem mesmo eu fiz. Já estou entre doze e
quatorze semanas e é apenas um bebê, sem sombra de dúvidas.
Uma certa calmaria se deu no coração de Dane. A euforia de saber
que seria pai novamente tomou conta e ele pegou sua mulher pela cintura e a
girou no ar dizendo:
— Vamos ter um bebê, vamos ter mais um bebê!!
Logo Léo se juntou aos dois e se abraçaram juntos. Para surpresa
deles, três pares de mãozinhas se prenderam em suas pernas, os abraçando
também querendo entrar na brincadeira e repetindo:
— Vamos ter um bebê, vamos ter um bebê!
Todos riram. Nininha tinha os olhos transbordando de emoção. Então
se pôs a concluir a grande notícia.
— Léo, Dane, a outra notícia... É que, o time de meninos em nossa
casa irá crescer.
Léo e Dane se olharam sem entender ainda o que ela havia dito.
Nininha mordia os beiços ansiosa para ver a reação deles olhando de um para
o outro. Quando de repente Léo olha dentro dos olhos dela atônito, devagar
vai se afastando dos dois e de repente se ajoelha na areia e grita todos os
palavrões existentes e os não existentes também. Dane e sua esposa assistiam
a loucura momentânea de Léo, rindo e chorosos, buscando suas filhas no colo
e pelas mãos indo de encontro a ele.
— Mamãe, por que papai Léo está falando tantas palavras feias e
jogando areia para o alto. — Balbuciou Sofia.
— Não sei irmã, mas eu quero brincar com ele de jogar a areia
também. — Quem respondeu foi Sara se soltando da mão de Dane e indo ao
seu pai Léo o ajudando na tempestade de areia.
Rindo e correndo atrás da irmã, Thereza mais espertinha das três
dizia:
— Vocês não escutaram? Eles vão ter um bebê, e nós um irmãozinho.
Ebaaa!
Abraçados e a certa distância da bagunça com a areia que Léo, Sara e
Thereza faziam, Nininha e Dane com Sofia ainda no colo, sorriam ao ouvir
Léo a plenos pulmões dizendo para quem quisesse ouvir e quem não, que
teria um filho homem.
Felicidade pura!
Essa família constituída de uma maneira tão singular vivia mais um
momento de alegria, surpresa e esperança. Um amor nascido da junção de
três corações que se multiplicava em outros.
Tudo começou com tantas dúvidas, medo e incertezas e se transformou tão
rápido em sentimentos distintos, profundos, sólidos e principalmente
duradouro. A força desse amor se tornou invencível, ainda mais quando se
tem mais amor vindo de fora para auxiliar, sendo a base para eles. A
permissão de cada um dentro do contexto dessa grande e diferente família, os
levaram a viver a plenitude da felicidade. Cada um teve importância para o
sucesso dessa relação. O amor entre pai e filha, entre amigas, irmãos,
colegas, entre outros, foram fundamentais para a solidificação deste trisal.
Entendendo que o respeito ao próximo é a forma mais simples de conseguir
compreender às escolhas dos outros, fica mais fácil conviver com o diferente.
Assim aconteceu com as pessoas que rodeavam esse trisal, ajudando-os
nessa caminhada.
Já barriguda beirando a trigésima quarta semana de gestação, Nininha
caminhava pesada, mas radiante na areia da praia, seguindo a turminha à sua
frente. Dane e Léo brincavam de pique com suas princesas. Seus gritinhos
histéricos quando eram pegas pelos pais, eram escutados ao longe. As risadas
gostosas e os rostinhos rosados figuravam uma nova imagem a ser eternizada
em uma tela, ela imaginava. Cansadas da brincadeira, Sara e Thereza queriam
ir para água, Sofia se recusou, como sempre. E para fugir da insistência do
papai Léo correu para o colo do papai Dane, que ia em direção a mulher mais
grávida da praia. Desistindo, Léo se virou e seguiu as duas pimentinhas que
já se esbaldavam na beira d'água.
— Nossa!!! — Falou Dane com Sofia no colo e com o outro braço em
volta da cintura de sua esposa.
— Que foi amor? — Retrucou Nininha.
— Acho que tive um Déjà vu.
— Como assim?
— Parece que já vi essa cena... Léo e as crianças, o pôr do sol, a
praia... Nós dois aqui abraçados... Sofia no colo....
— Ah meu bem, tantas vezes já vivemos momentos assim aqui nesta
praia, sua mente está lhe pregando uma peça.
— Não... É diferente... — Ele parou olhou em volta, deu um beijo em
Sofia e de repente disse. — Já sei, não é um Déjà vu, foi um sonho que eu
tive... Isso, um sonho. Era exatamente assim.
— Daniel, jura!?
— Sim... Não...
— Sim ou não? — Interrogou Nininha aos risos.
— Não.
— E por que não?
— Porque a realidade está muito mais perfeita do que o sonho…
Melhor do que felizes para sempre, esse trisal viveu a
apenas 24 horas, onde era possível sentir o amor em todas às suas vertentes e
emanar a energia que seu encontro liberava, fazendo assim a roda da vida
girar infinita ressoando felicidade e quem sabe assim, tocar outras pessoas
Theodoro sempre foi um ser livre. Seu corpo era o guia de suas
emoções e era a ele e ao seu coração que obedecia. No início da puberdade
teve acesso ao sexo e ali achou sua forma de oração. Experimentou de tudo
um pouco e logo descobriu que o prazer não poderia e nem deveria ser
limitado. Diziam às más línguas que era bissexual, mas ele mesmo preferia
não se rotular. Afinal, a vida é longa e nela existem várias possibilidades.
Hugo formado em letras, um ano mais novo que seu parceiro,
construiu sua vida profissional como editor e já havia trabalhado em várias
editoras qualificadas, até foi sócio de uma pequena. Mas seus ideais não se
igualavam aos de seus antigos sócios. Hugo queria um mundo literário muito
mais possível do quê o que se instalava no mercado. Ele queria viabilizar
autores nacionais e novos em todos os seguimentos, não só nos mais
vendáveis, sem preconceitos de estilos. Ele achava que como “todo cós tem
suas calças” haveria também um leitor ou mais, para todo tipo de livro.
Eloá cresceu em uma família muito simples, porém, muito amorosa.
Morava no interior de Minas numa cidadezinha bem pequena. Pequena
demais para os seus objetivos. Sempre muito esforçada e dedicada, se
empenhou nos estudos e conseguiu se formar em letras. Falava inglês,
espanhol e francês. E estava se aventurando no alemão. Queria conhecer o
mundo, mas só o conhecia através de muita leitura.
Trabalhava como professora particular e, às vezes, como folguista em
uma escola de ensino médio. Conseguia ajudar os pais e muitas vezes, sua
irmã e sobrinhos com o dinheiro que ganhava e ainda tinha tempo para se
dedicar à escrita. Enviou um de seus manuscritos para serem avaliados por
algumas editoras, mas raramente recebia um retorno positivo. Mas desistir
não era opção. Dentro de seus romances e contos, sempre tinha um lado
erótico no qual ela se deliciava em escrever, mas tinha certa vergonha em
mostrar. Talvez sua inexperiência a deixava insegura. Acabava enviando os
romances mais brandos de sua coleção para serem avaliados. Até que decidiu
acreditar em um de seus mais picante e mandou para uma editora em São
Paulo, a qual após um pequeno estudo minucioso, descobriu que promovia
vários segmentos de livros e davam suporte real a novos autores,
principalmente nacionais. Suas esperanças foram renovadas após receber um
e-mail desta editora avisando-a que seu livro estava em análise e que
provavelmente em breve retornariam o contato. Só isso já fez seu coração
palpitar numa cadência mais potente.
Um encontro casual entre esses três traz à tona uma questão: Entre
nós, cabe mais um?
…
.
Nos vemos em breve!
Até lá,
Thais Rocha