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Meus Dois Federais

Por Thais Rocha

Da Série Amor Trilateral


Livro 1

Romance Erótico
Copyright © 2018 Thais Rocha
Todos os direitos reservados. Esta obra ou qualquer parte dela não pode ser
reproduzida ou usada de forma alguma sem autorização expressa, por escrito,
do autor. Exceto breves citações com atribuições e a propósito de promoção
da mesma.
1° edição, 2018

Autor: Thais Rocha


Capa: Fernanda Gomes

Romance Erótico não indicado para menores de 18 anos por conter teor
sexual explícito e linguagem inadequada .
Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas (vivas
ou mortas), lugares, factos ou situações da vida real terá sido mera
coincidência.

“Não fomos feitos para voar, mas também não fomos impedidos de tentar
alçar voo.”
Para todas às minhas leitoras mais que incentivadoras.
Thais Rocha / Tatalili34

Sumário
Capítulo 1: Cansada da vidinha chata.
Capítulo 2: Surpresa no shopping.
Capítulo 3: Contando para as amigas.
Capítulo 4: #Dane
Capítulo 5: É hoje!!!
Capítulo 6: E no banheiro...
Capítulo 8: O brother do Dane.
Capítulo 9: Gargalhadas e Olhares.
Capítulo 10: Uma devassa dentro de si.
Capítulo 11: OMG! OMG! OMG!
Capítulo 12: “Minha Menina”
Capítulo 13: Excluido da jogada.
Capítulo 14: Testosterona demais.
Capítulo 16: Papo Gostoso.
Capítulo 17: Espiando.
Capítulo 18: Laço Formado.
Capítulo 19: Me Deixa Louca
Capítulo 20: Entrega Total.
Capítuo 21: Montanha Russa.
Capítulo 22: Precisamos Conversar.
Capítulo 23: “Não”.
Capítulo 24: Entre Pensamentos.
Capítulo 25: Amor Paterno.
Capítulo 26: Sua Nininha.
Capítulo 27: Boa Viagem.
Capítulo 28: Atitudes Tendenciosas.
Capítulo 29: Amanhã.
Capítulo 31: Poliamor?
Capítulo 32: Comer ou Comer?
Capítulo 33: Gosta de Chocolate?
Capítulo 34: Tudo tão sem cor.
Capítulo 35: Operação Pirata.
Capítulo: 37 Sonhos e Pesadelos.
Capítulo 38: Se Manca.
Capítulo 39: Ver Para Crer.
Capítulo 40: O Reencontro.
Capítulo 41: Exaustos.
Capítulo 42: Dias Normais.
Capítulo 43: Despedida.
Capítulo 44: Entre arrumações, exageros e desejos.
Capítulo 45: Plenitude.
Capítulo 46: Prazer, seu Silva.
Capítulo 47: Afinidades.
Capítulo 48: Surpresas.
Capítulo 49: Energia.
Capítulo 50: Isso é real?
Capítulo 51: Lua de mel e algo mais...
Capítulo 52: Uma avalanche repleta de emoções.
Capítulo 53: SST.
Bônus
EPÍLOGO
Introdução

Ela era só mais uma menina normal e sonhadora, até se permitir... E


ao se permitir, descobriu algo melhor do que só viver uma história de amor
quente e previsível. O desconhecido pode ser complicado, porém não
impossível. Ao conhecer o proprietário de olhos azuis hipnotizantes em um
shopping, não sabia que sua vida estava prestes a valer a pena. E tudo se
torna ainda mais avassalador quando o melhor amigo dele entra em cena.
Surge desse encontro um sentimento tão intenso, forte e puro que seria
impossível não idealizar suas vidas juntos. Diferente, inimaginável e até
inconcebível. Palavras que vão perdendo o valor a partir do momento que
começamos a entender o amor deles e respeitar suas escolhas.
E se nascemos para amar, por que nos definir em apenas um único
amor? Somos grandes e autorais, podemos escrever nossa própria história. O
seu feliz para sempre é você quem faz, não depende de gênero, quantidade,
cor ou se é ou não “moral” às vistas dos outros. O respeito ao próximo é
essencial, porém o próximo também tem que lhe respeitar e isso só
conseguimos, quando nós respeitamos acima de tudo nossos sonhos, nossos
amores, nossos sabores.
Somos o que somos e nosso “Feliz para sempre” nos espera.
Paulina fez o seu!
E você?
Capítulo 1: Cansada da vidinha chata.

E mais uma vez, começa tudo de novo. Como dizia minha vó


“Vira o disco e toca a mesma". O despertador não se cala. Levantar, tomar

banho, escovar os dentes, pentear os cabelos, pega uma maçã e vai. Assim

começa mais um dia na vida de Paulina, vulgo Nininha para os íntimos, e isso

quer dizer seu amado pai e suas fiéis escudeiras Larissa (Lary) e Bruna

(Vaca).
Lary fazia agronomia na Rural e Bruna, bom, Bruna era Bruna "mui
louca" como dizia o garçom preferido das meninas do bar Balacobaco's.
Nininha era muito diferente de suas amigas, mas se encaixava bem
nesse trio de amizade, era a responsável, mesmo com sua pouca idade,
trabalhava como "sacoleira" vendendo os mais diversos segmentos de
produtos femininos para ajudar seu pai, porque sua pensão como policial
aposentado não dava nem para os remédios.
Passou para faculdade pública, cursa o primeiro ano de Técnico em
informática (TI), vejam só, logo ela que odeia tudo e qualquer coisa de
tecnologia, mas optou por essa por parecer ser uma profissão de retorno
financeiro rápido e mais acessível.
A verdade é que ela queria mesmo é viver de suas telas, de sua arte
em um lugar tranquilo e...
Ela interrompe sua divagação ao som de seu celular.
— Ai merda! Cadê este telefone maldito. — Diz procurando o celular
na bolsa. — Ah! Achei!!!!
— Oi? — Atende Nininha.
— Faaaaaala Vaca — Diz Bruna.
— Claro, é você... Bom dia para você também, isso se você dormiu
né... — Nininha diz com um sorriso cínico e se apertando na van.

— Aaaaaaaaaaaahhhhh amigaaaa não dormi um minuto se quer, e


digo mais, desejo a você uma noite como esta que tive OMG! — Disse Bruna
entre suspiros.
— Cruz credo Bruna, Deus que me livre de suas loucuras, além do
mais eu não teria coragem de passar a noite com um completo desconhecido.
Você tem que tomar cuidado, já disse e...

Bruna corta Nininha dizendo:


— Blá blá blá eu sou uma santa, blá blá blá blá eu vou pro céu, blá blá
blá blá blá chata pra caralho, eiii estou ligando apenas para dizer que
sobrevivi, porque você pediu, então volta aí para essa vidinha chatinha que
você curti ok! Te amo vaca! Tchau!

— Caramba... Ei, Bruna?... Merda desligou na minha cara??! —


Falou Nininha indignada.
Ela olhou para os lados e os outros passageiros estavam a olhando, e
pensou, será que eles ouviram? Ai que vergonha!
Chegou à faculdade, na aula Nininha não conseguia se concentrar,
ficava repassando as palavras de Bruna em sua cabeça sobre sua vidinha
chata. Sim ok, a vida dela até poderia ser chata, mas... Ahhh!!! Se suas
amigas soubessem de suas viagens literárias, seus pensamentos e desejos
obscuros. O que ela podia fazer, ela nunca teve a oportunidade de vive-los,
ou, será que na verdade ela nunca se permitiu realiza-los.
Bom, essa era uma questão que ela começava a analisar de uma nova
maneira, na verdade ela precisava.

— Ei Paulina, viajando em outro plano de novo, assim você perde a


matéria. — Disse um colega zombeteiro, tirando-a de seus pensamentos.
Ainda ouviu os burburinhos ao fundo de outros colegas, dizendo
coisas do tipo deixa ela, esse é seu estado natural no mundo da lua, louca.
(Risos)
Aff!!! Merda, merda e merda.
Tá na hora de me permitir, mas como?
Queria ter uma oportunidade, quero ser a mulher de meus
pensamentos.
Ai Deus, dá uma ajudinha ai!
Capítulo 2: Surpresa no shopping.

Enquanto andava pelos corredores do shopping, após receber


pagamentos de mercadorias que vendeu, Nininha quitou algumas contas e

decidiu descansar na praça de alimentação. Comprou um milk shake que

provavelmente seria seu almoço e começou a ler seu e-book. Algum tempo

depois ela percebeu dois olhos azuis fixos nela.

#Nininha narrando.
Quando percebi aqueles olhos azuis lindos olhando fixo para mim, e
uma boca maravilhosa, eu automaticamente imaginei minha língua naqueles
lábios. Minha respiração ficou ofegante e por um nanosegundo, imaginei
escutar o som das batidas do meu coração nos alto falantes do shopping,
balancei a cabeça como se para limpar aquela imagem profana e quando ia
tentar articular alguma palavra... Vejo aquela boca perfeita se movendo, e
falando, e falando comigo, OMG!
— Perdida em pensamentos? — Disse aquele ser indescritível à
minha frente.
— É... ou... Hum, quando você apareceu? Digo, em que momento
você se sentou na minha mesa? E, aliás, quem te deu permissão para tal
coisa? — Eu disse meio atordoada.
— Bom "senhorita”, se a senhora fosse mais educada ou menos surda,
ou melhor, se não estivesse tão mergulhada em sei lá o quê, que você está
lendo, poderia ter percebido minha chegada e meu pedido educado para
sentar à mesa. De acordo com a sua falta de educação em não me dar atenção
e ao fato da praça de alimentação estar praticamente lotada, decidi ser um
ogro e me sentar. — Disse o petulante à minha frente, com um sorrisinho de
lado que me deixou louca.
Como pode eu me sentir assim por um total desconhecido, ok ele é
gatooo, mas eu nunca fui esse tipo de garota que se derrete por este tipo de
homem. Decidi fazer minha melhor cara de paisagem e disse:
— Tá você pode se sentar, afinal a mesa é pública e eu não posso
escolher com quem sentar, mas, por favor, não atrapalhe minha leitura tudo
bem?
Voltei a minha leitura, e mesmo percebendo que aquele par de olhos
azuis não deixava de me olhar, tentei me concentrar na história, que afinal
estava quente.
De vez enquando, levantava o olhar só para dar de cara com aquele
par de olhos até sentir minha bochecha arder e aí desviava o olhar e voltava
para leitura.
Passado uns trinta minutos, irritada com o voyeur à minha frente,
baixei o celular na mesa, com mais força do que pretendia, perguntando:
— Cara, o que você quer, hein?
— O que foi? Não posso admirar uma mulher bonita? E hã, estou
curioso, essas suas bochechas rosadas são porque estou te admirando ou você
está lendo um desses romances picantes? — Disse sorrindo o atrevido.
— Hã??!?! O quê?!? Você... Está... Olha... Você é um atrevido sabia
— Disse ela se inclinando sobre a mesa em direção a ele.
Ele por sua vez pega uma batata perdida na bandeja, leva à sua boca,
e como se soubesse o efeito que fazia, mastiga demoradamente e lentamente
vai se inclinando sobre à mesa, também em direção a ela e diz com uma voz
rouca e sexy:
— Aproveitando que estamos iniciando uma conversa, me diz, o que
uma mulher tão interessante e bonita como você, está fazendo sentada
sozinha em uma praça lotada, apenas lendo um livro e não interagindo com
às meia dúzias de homens que queriam mais não tiveram coragem de sentar e
falar com você?
No pequeno tempo que tico e teco se situaram, ela percebeu que
estava olhando com gula à boca daquele homem e se ligou na pergunta que
ele fez, sem graça e com o rosto vermelho de vergonha, Nininha se ajeitou na
cadeira e procurou uma resposta para lhe dar.
— Veja bem, nós não nos conhecemos e não tenho o porque de
responder suas perguntas ou falar sobre minha vida social, e para terminar
esta "conversa" fique à vontade na mesa, é toda sua, tenha um ótimo dia ou
não, pouco me importa, fui!
(...)
No momento em que ela terminou de dizer às palavras olhou
debochada para ele e viu aqueles olhos azuis se transformarem em uma
tempestade tropical, deixando-a ao mesmo tempo intrigada e com medo.
Assim ela logo se levantou e foi embora em direção ao banheiro feminino.
Entrando no banheiro que estava vazio, parou diante à pia lavou as
mãos, e levou-as ao rosto, como se isso fosse esfriar seus Pensamentos, se
olhando no espelho ela pensou “o que foi isso, s.e.n.h.o.r”?” Ele disse que
sou interessante e bonita?! Não, não pode ser, não um homem lindo como ele
falando para uma mulher como eu não é possível, ou é, Aiaiai e se for? Eu
estraguei tudo como sempre. Talvez essa tenha sido a resposta às minhas
orações e eu desperdicei.
Abaixando a cabeça e novamente lavando as mãos, ela se acalmou,
decidiu ir direto para casa, falaria com suas outras clientes depois. Saiu do
banheiro e foi caminhando em direção à saída, os corredores do shopping não
estavam tão cheios como a praça de alimentação. Para cortar caminho ela se
direcionou para às escadas, quando sentiu um puxão no braço...
— Opaa, me solta!! — Disse Nininha assustada e aos poucos
percebendo de quem se tratava.
Apesar do susto, algo dentro dela vibrou de alegria e se derreteu
quando sentiu o ar quente saindo "daquela" boca, dizendo:
— Calma menina, eu só vim para dizer que sinto muito, às vezes sou
um ogro.
— HÃ... Ah... É... Que, que nada, eu também não fui muito sociável.
— Disse ela gaguejando ao notar o quão perto seus corpos estavam e o
quanto estava excitada com isso, não reconhecendo a resposta de seu corpo a
esse estranho.
Tentando se afastar um pouco, não conseguindo, desistiu e olhou para
cima em seus olhos, sentiu seu corpo cada vez mais próximo, pressionando o
dela cada vez mais na parede, ela viu seu rosto se aproximando levando
aquela boca na sua orelha dizendo:
— Menina, você não sabe o que está fazendo comigo... — Deu uma
mordiscada e continuou. —... Eu estou louco para beijar a sua boca, mas não
quero ser o ogro de antes... — Desceu pelo pescoço dela beijando, chegando
ao lado da sua boca, abriu os olhos fixou-os nos dela e como se estivesse
pedindo permissão foi se direcionando devagarinho até tocar os lábios com os
dela e terminou falando. — Então o que me diz, menina bonita?
Ela já estava a ponto de gozar só com sua voz, já não estava mais
pensando em nada.
Então ela inclinou o pescoço para melhorar o acesso à sua boca e
respondeu, praticamente gemendo, a única resposta que veio à sua mente:
— Eu quero, eu vou aaaaa... Por favor, me beija!
E com um gemido dolorido, ele agarrou os cabelos dela pela nuca
com as duas mãos e a beijou, fazendo o mundo inteiro desabar aos seus pés e
a levou a viajar para uma nova dimensão alucinante, de onde ela não gostaria
de sair nunca mais.
Capítulo 3: Contando para as amigas.

Em um breve momento no beijo, em que os dois buscavam por


oxigênio, ela balbuciou as palavras:
— E eu nem sei seu nome...
— Daniel. — Disse ele sugando seu lábio inferior e concluiu. — Mas,
pode me chamar de Dane, Paulina.
Ele continuou a beija-la.
Paulina mesmo anestesiada pelo beijo, logo percebeu que ele havia
dito seu nome, mas como, se ela em nenhum momento o disse.
— Como... Como você sabe meu nome, Daniel!?
Disse Nininha, experimentando o nome dele em seus lábios.
— Ah! — Ele colocou a mão no bolso e tirou um celular, o celular
dela. Ela pensou em como foi parar com ele?
— A propósito você o deixou sobre a mesa e eu vim à sua procura
para devolver. — Falou Dane sorrindo.
Com a cabeça a mil ela aproveitou a situação, e com um esforço sobre
humano se afastou daquele corpo quente e indagou:
— E quem te deu o direito de fuçar no meu celular e descobrir meu
nome, seu, seu... Aff, seu mal educado, atrevido.
Dane tentou se manter firme diante da insistência dela em empurra-lo
longe e foi dizendo ao mesmo tempo em que tentava encostar mais ainda ela
na parede:
— Calma, calma menina bonita, eu queria saber seu nome só isso, e
uma forma de lhe devolver o aparelho, por isso tive que fuçar. Não deu
trabalho, já que não havia nenhuma senha, algo difícil de encontrar hoje em
dia.
Nininha conseguiu se esquivar dele, atordoada pegou seu celular e foi
embora subindo às escadas dizendo:
— Você é louco! Isso é uma loucura, eu não sou esse tipo de garota.
Quando ela ia virando o primeiro lance da escada o ouviu chamar seu
nome, e como se a voz dele fosse à única voz a que seu corpo respondesse,
ela parou e virou para olhar.
— Paulina! Eu adicionei o meu número no seu telefone, assim se você
quiser continuar essa "conversa" me manda um oi. — Dane deu uma piscada
de olho, que fez Nininha bambear, mas ela fugiu.

#Nininha
Daí me virei e vim para casa, e no caminho liguei para vocês e enfim,
estamos aqui falando sobre esse meu dia maluco, Nininha disse às amigas
Lary e Bruna. Depois se levantou da cadeira e foi guardar a garrafa d’água na
geladeira.
— Tô bege amiga, não sei o que dizer, quer dizer, tem certeza que
isso tudo não foi um sonho? — Lary disse se esquivando de uma caixa de
fósforos que Nininha jogou na sua direção, olhou para Bruna que estava de
boca aberta e sem respirar, perguntando:
— E aí Bruna diz alguma coisa, o que você achou disto tudo, anda,
respire e responda plis!?
Bruna olhou, ainda de boca aberta, de Lary para Nininha e de Nininha
para Lary, deu um suspiro e falou:
— O que você está esperando para ligar para ele? Se ele só com a voz
te deixou louca e com um beijo te levou para o espaço, imagine o que ele fará
com o pinto dele dentro de você?!?!
A filha da mãe disse isso se derretendo toda na cadeira como se
estivesse sentindo tudo o que falava.
— Que isso Bruna, você é uma pervertida! E fala baixo que meu pai
está na sala, tá doida é?
Ri ao responder e continuei:
— Ora Bruna até parece que você não me conhece, você acha mesmo
que eu vou simplesmente pegar meu celular ligar para Dane, um total
desconhecido, e dizer “oi tudo bem, a propósito nós deveríamos terminar o
serviço, fazer aquilo que se faz após um beijo quente, que você acha
querido?” Ah faça-me um favor!
Lary e Bruna começaram a rir alto, fiquei chateada e disse agora
vocês estão rindo da minha cara?! Muito obrigada grande amigas vocês são.
— Desculpa Nininha. — Disse a Lary ainda aos risos e continuou. —
É que as palavras que você usa... Parece uma velha.
— Que palavras, como assim? — Falei perplexa.
—"Terminar o serviço". "Fazer aquilo”... "Beijo quente"... — Ouvi
Bruna repetir aos risos as palavras que disse dando ênfase a cada uma.
Droga!
Sai praticamente batendo o pé em direção ao meu quarto, antes que eu
fizesse duas galinhas ao molho pardo para o jantar. Meu pai notou minha cara
distorcida ao passar pela sala e veio perguntar o que ouve, tentei disfarçar e
disse que as meninas estavam fazendo uma brincadeira de mau gosto.
Sorrindo, meu pai pôs a mão no meu ombro e disse que eu precisava parar de
ser tão literal e relaxar um pouco. Pronto, agora até meu pai tirando sarro de
mim.
Entrei no quarto e me joguei na cama, ouvi as meninas entrarem logo
depois e se desculpando por rirem de mim, me virei olhando para elas e disse
firme:
— Acho que vocês estão certas, eu vou dar um jeito na minha vida, eu
estou cansada de ser tachada como chata e velha. Vou mudar... Preciso, um
pouco pelo menos.
— Ótimo! Cadê seu celular? Vamos mandar uma mensagem para
Dane marcando um encontro, que tal? — Disse Lary sorridente.
— Você tá louca? — Eu falei tentando tomar o celular da mão dela.
— Vê? Você não disse que ia mudar? — Se meteu Bruna pegando o
celular também, e continuou dizendo. — Esse é um ótimo motivo para
começar a mudança.
— Não! Me dá isso aqui. — Puxei o telefone das mãos delas caindo
para traz na cama, rindo horrores com elas.
Consegui convence-las de que já estava tarde de mais e que amanhã
era um novo dia e iria pensar melhor sobre como falar com o Dane de novo.
Levei as duas no portão, e me despedi.
Quando ia entrando em casa ouvi o grito de Bruna se acabando de rir
e dizendo:
— Nininha, dorme com Deus e sonhe com "Dane"!
— Muito engraçado e original. — Retruquei e fechei a porta, mas no
fundo sabia que ela estava certa, com certeza eu sonharia com ele.
Capítulo 4: #Dane

Sentado num quiosque em frente à praia, Dane pega sua


garrafa de cerveja e leva à boca, depois, passa a língua sobre os lábios

recordando a boca que eles tocaram.

— Ei meu brother, tá tentando seduzir o mar? — Dando um tapinha


no ombro de Dane, seu amigo Leonardo senta ao seu lado.
— Fala ai cara, tá me gozando, quer apanhar? — Disse Dane
sorrindo.
— Aaa perae, tá nervoso por quê? Hum! Será porque você não tira da
cabeça a gatinha solitária da praça de alimentação? — Disse sorridente o
amigo.
— Muito engraçado Léo, vamos parar por aqui.
— Dane de boa, você não acha que está fazendo muito drama, já se
passaram dois dias que você beijou essa garota, e não ligou para ela, e fica aí
com essa cara de quem está pensando em sacanagem o tempo todo, e aposto
que deve estar com uma ereção dolorida. — Disse Léo rindo e pedindo uma
cerveja para o garçom.
— Porra, nem brinca, não consigo mesmo tirar a imagem dela da
cabeça, parece uma droga, quanto mais eu penso... Mais eu penso, merda!
Dane deu um gole na sua cerveja e pediu outra enquanto ouvia Léo
dizer:
— Então brother é simples, você não pegou o número do telefone dela
quando fuçou seu celular, é só ligar, levar ela pra dançar e beber algo e aí...
Aí você corre pro abraço, ou melhor, se quiser vou contigo, podemos
convence-la de uma festinha a três, você sabe nenhuma mulher resistiu ao
nosso charme até hoje.
— Babaca! — Disse Dane dando um tapa no peito de Léo. — Vamos
parando com esse assunto, Paulina não é esse tipo de garota, ela é, é... Não
tenho palavras para descrever o que ela é. Humpf!!
— Bom irmão, só tenho uma coisa pra te dizer, você tá gamadinho,
nunca pensei que fosse ver isso, pois bem, antes você do que eu, agora se
você quiser uma opinião do seu brother aqui, se adianta logo, pois só temos
mais uma semana de folga e logo voltamos para às atividades na fronteira.
Tente levar e deixar uma lembrança ainda melhor do que só um beijo.
Fuiiiiiiii!!
#Dane
Léo se levantou pegando sua cerveja e foi em direção a uma linda
morena e me deixou ali sozinho. Em outro tempo eu já estaria arquitetando
uma maneira de chegar junto deles e junto com Léo levar a morena ao
paraíso. Mas por que não? Simplesmente porque aquela morena não era
Paulina, doce e arisca ao mesmo tempo, com aqueles longos cabelos
ondulados com cor de cobre, implorando para eu enfiar minhas mãos e
mostrar a ela o quanto me deixou perturbado, merda mil vezes merda!
Será que Léo tá certo, será que eu me apaixonei assim, à primeira
vista, eu!? Só rindo mesmo.
Numa coisa ele está certo, eu não posso ir embora com apenas a
lembrança de um beijo, e que beijo, eu a quero, quero me enrolar nela, me
afundar em seu corpo, possuir cada pedaço daquele corpinho, até não me
restar mais forças, quem sabe assim matando a vontade ela sai dos meus
pensamentos.
Dane continuou à olhar o mar sorrindo de seus pensamentos e disse
para si mesmo:
— Se ela não me ligar até o fim de semana eu vou ligar, e seja o que
Deus quiser! Contanto que ela seja minha.

#Léo
Enquanto acompanhava a bela morena no banheiro, fiz sinal para meu
amigo Dane, sem ela perceber, para que se juntasse a gente, mas ele fez sinal
com a cabeça que não, levantou, foi pagar sua conta e apontou com a cabeça
que ia embora. Nossa, em tantos anos que começamos a compartilhar
mulheres, ele nunca recusou uma possível oportunidade de um ménage. Será
que dessa vez ele foi fisgado mesmo?!
Não, não é possível. Vamos ver onde isso vai dar.
Capítulo 5: É hoje!!!

Enfim sábado, dia de descanso #sqn, com o som alto Nininha


arrumava a casa, lavava roupa e preparava o almoço, uma verdadeira gata

borralheira. Mas nada a faz esquecer aqueles olhos azuis tempestuosos, os

últimos dias têm sido um sofrimento, cada pensamento que ela tinha com ele

que até se tocava sozinha no quarto excitada com as imagens que criava na

cabeça. Passou horas olhando o celular, faltou coragem para ligar.


Ansiosa e não aguentando mais essa situação disse alto:
— Já chega, preciso sair...
Indo em direção à sala viu seu pai na cozinha e o escutou:
— Que isso menina, deu pra falar sozinha é? Bem que eu te digo
sempre, você precisa relaxar meu amor. — Ele chegou até ela a abraçou e
continuou falando. — Você precisa fazer coisas que condizem com sua idade
filha, saia com suas amigas, cometa algumas loucuras, lembre-se "a gente só
leva da vida a vida que a gente leva", deixe a armadura em casa e vai ser
feliz, tenho certeza que em algum lugar por aí tem um príncipe encantado te
esperando. Você gasta muito tempo cuidando de mim e da casa, e também
estudando e trabalhando, você precisa pensar um pouco em você querida.
Seu pai terminou beijando sua testa, Nininha sorriu com os olhos
marejados sentido todo amor que seu pai lhe tinha e o olhando e abraçando
forte lhe respondeu:
— Eu te amo papai! Eu não preciso de nenhum príncipe encantado, eu
já tenho o senhor, meu rei.
— Ora filha, eu também te amo, mas todo mundo precisa viver uma
história de amor, ou algumas histórias... Seja como for, vai em busca da sua,
porque afinal eu quero um dia ser avô, já pensou minha casa cheia de
crianças, movimentada, eu vou ser o avô e pai mais feliz do mundo. Aliás, já
faz muito tempo que somos só nós dois, já está na hora de movimentar está
casa com seus namorados, me preparei uma vida para recebe-los.
— Papai!!!! Namorados!!!
— Você tem que se permitir filha, digo namorados porque sei que do
jeito que você é não vai escolher qualquer um, então provavelmente vai
conhecer alguns, só não seja muito exigente e indecisa, se não vai ficar pra
titia.
Os dois riram juntos abraçados.
— Pai, você é uma figura, o senhor viajou, mas vou levar em
consideração o que disse pelo menos alguma coisa. Estou indo ligar para as
meninas e marcar para sair e me divertir hoje, ok?
— Ok meu bem, você é a melhor filha do mundo.
— Ok pai, o senhor é o melhor pai do mundo.

(....)

Ao chegar ao bar Balacobaco's, descendo do táxi Nininha ainda estava


repensando a escolha de roupa e maquiagem que suas amigas fizeram para
ela. Ela estava muito bonita como nunca tinha se visto. Quando se olhou no
espelho não reconheceu a sua imagem, ela nunca se achava atraente, porém
este vestidinho preto que Bruna escolheu a deixou um mulherão, os saltos de
Lary, lhe deu alguns centímetros de confiança e a maquiagem estava fatal.
Em casa ela se sentiu muito confiante, mas agora ao chegar ao bar, ela ficou
meio indecisa, achando que estava parecendo uma palhaça.
— Eiii, pode parando mocinha! — Exclamou Bruna, cortando seus
pensamentos. — Para de pensar na roupa, no salto e na maquiagem, você está
linda e radiante e como diz àquela cantora que eu amo, É HOJE!
— Isso mesmo Nininha, vamos causar na pista de dança — Falou
Lary já puxando ela pelo braço e entrando no bar.
Nininha estava ainda tentando entender em como Bruna sabia as
coisas que estava pensando, será que essa vaca lê pensamentos? Eu hein.
Tentando se equilibrar no salto ao ser puxada por Lary, esticou o pescoço
para ver qual seria a atração daquela noite, olhou a placa e leu:
"Noite das Tequileiras e Tequileiros do funk"
*Tequila grátis para às mulheres até 01h da manhã.
Puta merda! Agora ferrou.
É hoje!!! É hojeeeee!!!
Pensou Nininha.
Capítulo 6: E no banheiro...

#nininha

Dancei, nossa como eu dancei, também com tanto

combustível na mente não dava para ficar parada, vi uns gatos que não

tiraram os olhos de mim, tinha um lindo no bar olhando direto, realmente

lindo, até dei um sorriso, joguei um charme, isso elevou meu ego, às vezes,

uma mulher precisa se sentir desejada. Mas nenhum daqueles olhos era os

que eu queria. As meninas também estavam se divertindo, Bruna já deu uns

três sumiços, aposto que foi dar uns amassos com alguém ou alguns.
Lary só estava a fim de dançar e beber mesmo. Com elas me soltei e
curti o momento como se não houvesse amanhã, e dá-lhe tequila e funk.
Decidi ir ao banheiro e aproveitar ligar para meu pai, para avisar que
vou dormir na Lary. Como conheço todos que trabalham no bar tenho o
privilégio de usar o banheiro dos funcionários que fica nos fundos, próximo
ao depósito. Ainda bem, porque o banheiro dos clientes está com uma fila
enorme. Avisei as meninas que ia ir lá e perguntei se queriam ir também, mas
elas não quiseram, então fui meio tropeçando meio andando me esquivando
daquele mar de pessoas pelo caminho.
Notei que o rapaz do bar continuou me olhando e até acho que ele ia
vir na minha direção, porém desviei o olhar e segui em frente, estava
apertada.
Avisei ao barman meu amigo que iria ao banheiro, ele sorriu e piscou
pra mim autorizando minha entrada. Entrei no banheiro e fiz xixi, ai que
delícia, tão bom fazer xixi quando se está apertada. Que alívio! Antes de sair
peguei meu celular na bolsa e notei que estava desligado, merda! Pensei. Meu
pai pode ter me ligado.
Ao ligar o aparelho vi que havia uma cacetada de ligações de um
número restrito, nossa estou meio tonta, deixei pra ver depois as mensagens e
liguei para meu pai.
Pronto, me virei para o espelho e tentando recompor minha imagem,
que estava bagunçada, mas sexy também, ouvi alguém bater na porta.
— Já vou sair. — Gritei
— Paulina, abre essa porta, eu sei que você está aí, e se estiver com
alguém aí dentro eu juro que eu faço uma desgraça, abre essa merda agora!!
Conheço essa voz, que loucura, como pode? Isso não é possível. Abri
a porta e.... Só pode ser brincadeira.... Fiquei impressionada com a visão que
tive, algo que vinha sonhando à dias, àqueles olhos estavam ainda mais
tempestuosos, o rosto com uma fúria que me deixou perturbada, mas ao invés
de ficar com medo senti um tesão inexplicável, ainda mais quando fui
baixando o olhar naqueles músculos dos ombros, peito e braços escondidos
por uma T-shirt branca, moldando o abdômen que meu Deus devia ser todo
definido, lambi os lábios ao imaginar quantos gominhos ele deveria ter. Não
me contive e desci ainda mais o olhar pela calça jeans desbotada, apertada,
provavelmente escondendo belas coxas torneadas, avistei próximo ao fecho e
bolsos um volume pomposo que preferi imaginar que fosse seu celular. Então
em um breve momento de lucidez voltei o olhar para aquele rosto que agora
já não expressava mais fúria e sim diversão, safadeza e cinismo, tentei me
recompor e dizer algo, mas acabei escutando:
— E aí, apreciando a paisagem, Paulina?
Essa voz, como havia esquecido essa voz, minhas pernas bambearam,
ele notou e como um raio entrou no banheiro apertado fechando a porta atrás
dele, me segurou pela cintura me empurrando contra a bancada de mármore
da pia e colou seu corpo junto ao meu. Levou uma das mãos ao meu pescoço
me fazendo olhar para cima em seus olhos e ficou me encarando.
Acabei sussurrando ao dizer:
— Dane!!?? Mas como... Como você me achou aqui, você está me
seguindo por acaso, quer me matar??? — Me senti meio tonta e agarrei em
seus ombros.
— Ei, você está bem? — Ele me perguntou preocupado, levantando
meu queixo com a mão e me olhando fixo nos olhos com a boca próxima à
minha.
Respondi que estava bem e que seria efeito das tequilas. Ele sorriu
maliciosamente intercalando seu olhar entre meus olhos e minha boca.
— Tô vendo... E respondendo à sua pergunta ou perguntas; não, eu
não estou te seguindo até porque você teria que ser uma criminosa para eu
fazer isso, bom talvez se eu considerar ilícito o que você fez comigo, se
apossar dos meus pensamentos sem permissão, eu poderia te levar presa, mas
vou abrir uma exceção; e quanto a te achar, bem isso parece destino e eu
estou me tornando um fã dele...
(...)
Ao terminar o que disse, ele tomou a boca dela em um beijo cheio de
desejo e ela se rendeu sem chance de lutar contra, pelo contrário, ela queria
mais.
Nossa! O beijo era ainda melhor do que Nininha lembrava, ela se
aconchegou ainda mais ao seu corpo, num encaixe que seria perfeito se não
fossem às roupas. Ele gemeu quando ela roçou o quadril de baixo para cima
nele em sua ereção, deixando-o doido. Dane a pegou e sentou na bancada da
pia se ajeitando no meio de suas pernas roçando sua ereção aonde ela mais
necessitava, com isso ela abriu bem as coxas e às envolveu na cintura dele, e
se amassaram, beijaram numa fome alucinante que nenhum dos dois
entendia. Ficaram ali à mercê um do outro consumindo todo o oxigênio do
minúsculo banheiro. Ofegantes, os dois pararam se olhando desejosos em
busca de ar.
Nininha teve a lembrança do que ele disse ao abrir a porta e curiosa
indagou:
— Você achou que eu estava com alguém aqui no banheiro? – Sorriu.
— E por que não veio falar comigo antes? Não me viu no bar? Como me
achou?
Beijando o ombro nu de Nininha, Dane foi respondendo suas
perguntas:
— Sim... Achei... Não te vi no bar, quem viu foi Léo e quando vi você
fui em sua direção e vi que veio para um lugar afastado, achei que, que você
veio se encontrar com alguém, puta que pariu Paulina se tivesse alguém aqui
contigo... — Puxou o cabelo dela no topo da cabeça, e furioso continuou. —
Eu iria matar o imbecil que teve a ousadia de te tocar...
Dane voltou a beija-la com uma agressividade dosada a seu bel
prazer. Passava as mãos pelas coxas dela e apertava tão forte a sua bunda que
Nininha cravou às unhas nos braços dele.
Entre gemidos e beijos estalados ela foi dizendo:
— Temos que sair daqui, vai aparecer alguém.
— Não quero sair daqui, e falando sobre isso sabe o que eu quero de
verdade, muito...
— Não, não sei... Vai me deixar saber?
Dane enfiou a mão dentro da calcinha dela, acariciando fazendo-a
tremer de desejo ao seu toque, e com a mão espalmada em seu sexo, disse
pausadamente sussurrando no ouvido dela:
— Não está claro o suficiente o que quero?! Tudo bem, eu digo: ....
Quero... Me... Enterrar... Bem...Aquiiii
— Ahhhhhhhh Ahhhhhh Ahhhhhhh Ahhhhhhhh
E foi tudo o que Nininha conseguiu responder.
Capítulo 7: Vamos, vem comigo?

Embriagada, não sabia mais se pelo beijo ou tequila, ela parou


e o encarou:
— Você acha que eu sou esse tipo de garota, sério? Bom quer dizer,
tudo bem que no caso estou com um estranho no banheiro, mas não significa
que já fiz isso alguma vez na vida. E, aliás, quem é este tal de Léo e como ele
me reconheceu, eu o conheço?
Ele se afastou dela um pouco e tirou as mãos de seu corpo colocando
na bancada, ela quase que implorou para ele voltar a pôr as mãos nela, e no
restante do corpo... E tudo o mais, mas se conteve e ouviu:
— Não acho que você é esse "tipo" de garota, e talvez por isso fique
louco quando estou perto de você. E quanto a quem é Léo, bom, ele é meu
amigo, meu irmão do coração nos conhecemos desde criança, estudamos
juntos, trabalhamos juntos, até dividimos.... Hã .... É... (merda quase falo
besteira, Zé mane), dividimos um AP, um apartamento, e enfim, ele me
convenceu a vir a esse bar. Estávamos sentados no bar e eu ia tentar te ligar
novamente, daí o ouvi falar sobre uma garota linda dançando na pista com as
amigas e se enchendo de tequila com os Tequileiros, mas eu não dei muita
atenção, é que eu não tirava da cabeça certa garota que conheci no shopping e
não atende ao telefone NUNCA. Até que ele comentou que a garota estava
indo em direção ao bar e ele ia atrás tentar a sorte, já que eu estava sendo uma
péssima companhia. Foi aí que eu decidi me virar e como um bom amigo
verificar se a tal garota valeria a pena mesmo, daí vi você passar pela pista de
dança, esqueci de tudo e fui em sua direção, Léo veio junto e quando notou
que eu estava te olhando com olhar de fome...
— Olhar de fome? Como assim?? — Disse Nininha rindo.
— Isso é coisa do Léo, ele diz que quando eu quero algo faço esse
olhar... É um perturbado mesmo. — Respondeu Dane e continuou. — Como
eu estava dizendo, quando ele percebeu que eu te olhava e estava indo na sua
direção, ele me puxou me fazendo olhar para ele e disse:
— Ei brother, pode parando, essa aí já é minha e, e disse outras
coisas, mas eu não tinha tempo pra conversa e o respondi que você era minha
garota, eu já havia contado a ele sobre aquele dia no shopping, ele me olhou
abismado e, pensando bem agora, eu nunca o vi daquele jeito... Ele me largou
e eu te segui até aqui, foi difícil passar pelos funcionários, mas como vê eu
consigo tudo o que eu quero. — Apertou os quadris dela e a beijou
novamente.
— Então o que você quis dizer com MINHA GAROTA — Ela o
questionava meio boba entre beijos.
— Disse exatamente o que as palavras significam e para ser mais
preciso já que você ainda não entendeu... — Foi dizendo Dane, afastando o
tronco do dela e passando a palma da mão no seu seio esquerdo bem devagar,
a fazendo suspirar e entre abrir a boca soltando um quase gemido, foi
descendo por sua barriga até chegar à sua coxa onde a barra de seu vestido já
não cobria mais nada e enquanto a tocava não tirava os olhos dos dela
continuando a dizer — ...Eu quero você, quero cada pedacinho do seu corpo,
quero beijar, lamber, apertar... Hummm, quero tudo, quero fazê-la gritar e
gemer, até ficar rouca.
Ele aperta a coxa e sobe mais a mão roçando o polegar onde ela mais
necessitava um lugar que parecia um oásis de tão úmido, ela gemeu e
remexeu no seu toque, Dane ainda não tinha terminado, ficando cada vez
mais louco de vontade de tê-la, continuou a falar naquela voz sexy bem
próximo a sua orelha:
— E principalmente... Fazer você gozar e gozar e gozar até desmaiar
e ainda assim esperar você acordar e começar tudo de novo.
Circulou o dedo em seu clitóris, bem devagarinho, levando ela à
loucura. Nininha já estava sentindo seu orgasmo anunciando sua chegada,
quando ele deu uma mordida dura em sua orelha tirando ela da beira do
precipício e dizendo risonho e sensual ao mesmo tempo:
— Isso tudo, mas não aqui, você merece coisa melhor. E eu vou fazer
o impossível para que tenha.
Vamos, vem comigo?
Capítulo 8: O brother do Dane.

#Dane

Eu já estava impaciente com o segundo que ela estava

demorando a responder, mas eu precisava da resposta dela, parecia o certo, é

claro que seu corpo já estava mostrando a resposta que seria afirmativa e que

se fosse qualquer outra mulher eu já teria transado com ela aqui mesmo nesse

banheiro, Deus sabe o quanto eu estou louco por ela. Mas não, ela é única e

não sei por que, mas quero que a nossa primeira vez juntos seja especial e...

De repente paro o pensamento, ao som da resposta dela.


— Sim, aí meu Deus, sim, me leva eu vou!!
O som dos anjos cantando.
Dei-lhe um beijo estalado, peguei pela sua cintura firme, a coloquei
no chão, ajeitei seu vestido e de mãos dadas fui nos levando ao bar em
direção à saída. Lembrei que ela estava com amigas e perguntei se queria ir
falar com elas.
— Não precisa, eu ligo para elas daqui a pouco, porque se eu parar
agora é capaz de eu repensar e..........
Fui logo colocando as mãos nos cabelos dela e a puxando para outro
beijo bem gostoso, cortando a frase em que ela diria que poderia desistir de ir
comigo. Funcionou. Olhei naqueles olhos cor de mel e juro que vi faíscas de
fogo. Continuei seguindo e pensei o mesmo que ela quanto ao Léo, aviso
daqui a pouco.
Estávamos pagando a nossa consumação, e óbvio que paguei a dela
(depois de uma pequena guerrinha), senti alguém se esbarrando em mim e
colocando o braço em volta dos ombros de Paulina, automaticamente fechei a
cara, vi que ela se esquivou, e daí logo reconheci o intruso o que me fez
relaxar um pouco.
— Ei, calma princesa! Eu sou o brother do Dane, ele deve ter falado
de mim né? Sou Leonardo, mas pode me chamar de Léo, ao seu dispor.
Disse Léo com aquele gingado típico dele quando está paquerando,
como se eu não soubesse, terminou a frase com um beijo na bochecha dela
molhado e demorado, notei que Paulina ficou sem graça. E percebendo
exatamente onde ele estava pretendendo chegar com tudo isso, afinal fizemos
isso uma vida inteira juntos, conheço ele, peguei na cintura dela a puxando
para meu outro lado bem apertado, tirando-a do alcance de Léo.
Olho para ele com o sorriso do gato que acabou de pegar o rato.
Paulina sorri também educadamente para ele, o cumprimentando com um
aceno de cabeça. Léo olha dela para mim com um sorrisinho cínico nos
lábios, toma um gole de sua cerveja e diz especulativo:
— Ora, ora vejo que encontrou a "SUA GAROTA”, confesso que
estava louco para conhecer a menina que tirou às noites e os dias do meu
mano aqui, e agora conhecendo você estou entendendo o porquê do amor à
primeira vista.
— Para de falar merda, Léo. — Eu disse empurrando o ombro dele, já
automaticamente me arrependendo da escolha das palavras, olhei para
Paulina e vi que ela também não curtiu, tentei disfarçar dizendo rindo:
— Você é meu amigo ou não é, fica me entregando assim não mano!
Bom, mudando de assunto, eu ia te ligar mais tarde, mas já que você está
aqui, tô indo e vou levar Paulina.
— Ótimo! Posso ir com vocês, talvez ela prefira ir no meu carro ao
invés da sua moto. — Disse Léo piscando para mim, filho da puta. Ri
pensando: ele não desiste.
Ia responder a ele, mas fui interrompido por Paulina empolgada:
— Dane você tem uma moto? Uau! Nunca andei de moto.
Já ia sorrindo feliz mostrando ao Léo que seu joguinho não deu certo,
quando fui novamente interrompido por ela:
— Seria bom, mas acho que o certo mesmo, como você não bebeu e
seu brother a olhos vistos já bebeu mais do que podia, deixamos a moto aqui
e vamos no carro dele, assim vamos todos em segurança.
Oi!! Eu não tinha ouvido isso, olhei para Paulina para ver da onde ela
tirou isso, mas o que encontrei foi real preocupação e a entendi, ela só estava
sendo cuidadosa com “meu amigo”. Me virei para Léo, me deu uma vontade
de socar a cara dele, ainda mais quando ele se meteu dizendo:
— É verdade brother, acho que exagerei, estava justamente te
procurando para irmos embora, não posso dirigir assim, você sabe, na nossa
profissão temos que dar o exemplo, mas eu não quero atrapalhar vocês hein...
— Riu o danado.
Estreitei os olhos para ele o fuzilando, virei para Paulina dizendo:
— Não precisa se preocupar, eu chamo um táxi para ele, já está
acostumado vive perdendo a noção, e além do mais eu não posso deixar
minha moto aqui sozinha.
— Eu acho mais fácil nós irmos no carro dele Dane, quanto a sua
moto conheço os funcionários daqui, peço a eles para deixar ela no
estacionamento privativo deles, assim fico mais tranquila, não custa nada e
assim você tem certeza que seu amigo chegou em casa sã e salvo. — Ela pôs
as mãos sobre a boca como se fosse para Léo não escutar e disse baixinho no
meu ouvido:
— Ele me parece bem bêbado coitado.
Eu olhei para um Léo que eu tinha certeza que não estava nem perto
de estar bêbado, fingindo estar trôpego. Ainda tive que ouvir o vacilão dizer
forçando um pouco seu estado etílico:
— Estou adorando essa SUA GAROTA, acho que vou virar seu fã. —
Piscou e mandou um beijo para ela, deixando-a vermelha novamente.
Voltei a olhar para ele e sem que Paulina visse falei:
— Babaca!
Ele fez cara de paisagem como que não estivesse entendendo.
— Então tá, vamos então levar esse bundão bêbado pra casa. —
Acatei.
Paulina me deu um selinho e eu vi a cara do Léo, como se eu tivesse
comprado o último sonho na padaria.
Capítulo 9: Gargalhadas e Olhares.

Enquanto Léo pagava sua consumação, fui com Paulina falar


com um dos funcionários do local, um rapaz bem prestativo, me ajudou com

a moto e depois fui com ela para o carro esperar o bebum do Léo.

Aproveitei para esquentar o clima de novo beijando ela gostosamente,


tirando-a do banco do carona e colocando ela atravessada mesmo no meu
colo, queria que ela sentisse o tamanho da minha excitação, já que ela não
tinha passado a mão em mim, talvez tenha sido até bom, porque acho que eu
não teria aguentado e me perderia nela.
Ouço a porta do carona se abrir, levei um susto, já ia me posicionar
para pegar a arma que Léo sempre deixava em baixo do banco do motorista,
mas logo percebi que o intruso era o próprio dono do carro com um sorriso
maroto no rosto vendo nosso estado excitado. Paulina logo escondeu o rosto
na curva do meu pescoço envergonhada, mas sorrindo da situação. Eu acabei
rindo também, parecíamos três adolescentes, uma sensação boa.
— Chega, vai Léo pro seu lugar para a gente ir embora. — Eu disse
naturalmente.
— Por quê? Tá bom aqui, você pode ir dirigindo com ela no colo ou
ela pode "vir" no meu, tanto faz... — Disse o cínico do meu lado.
Percebendo a minha cara, mas não perdendo a piada foi dizendo:
— A qual é cara quantas vezes já fizemos isso, vai quebrar a
corrente?
Ele terminou pegando na mão dela e deu um beijo.
Senti meus punhos cerrarem e Paulina se mexeu meio desconcertada,
não sei se ela percebeu a intenção dele ou estava achando que dizia essas
coisas por estar bêbado, por Deus espero que seja a segunda opção, porque se
ela desistir da nossa noite eu mato Léo com minhas próprias mãos.
— Léo de boa, ainda está em tempo de chamar um táxi para você. —
Falei bem sério.
Paulina sorriu abafado (acho que ainda estava anestesiada pelas
tequilas), enquanto isso Léo arregalou os olhos para mim e disse:
— Beleza irmão, foi só uma brincadeira, vem Paulina senta aqui... No
banco. — Riu para ela e foi para o banco de trás.
E fomos. No caminho peguei Léo olhando a Paulina de vez em
quando, e quando ele notava que eu via, disfarçava e olhava pela janela,
nossa ele estava realmente calado.
Fui pensando também, era à primeira vez que estávamos saindo de
uma balada juntos com uma gata mas, que no fim, quem ia ficar com ela era
só eu, talvez ele esteja achando estranho, eu também acho, mas é... Eu não sei
por que, mas eu quero estar sozinho com Paulina isso não é errado, ou é?!
Bom eu também pensei que era melhor não ficar com ela no nosso
apartamento, uma porque não queria ficar e nem deixar Léo constrangido,
acho que me sentiria se fosse o contrário, e outra, queria levar ela em um
lugar legal só nós dois, então fui pensando nos locais, até que chegamos ao
prédio.
Eu e Léo mantínhamos alugado um apartamento no Rio, eu porque
amo o Rio e Léo porque apesar de não ser daqui não aguentava ficar muito
tempo na fronteira sem vir pelo menos um fim de semana para surfar. Ele
ama praia.
Encostei o carro em frente à portaria e fui falando:
— Vai lá mano, tenha uma ótima noite!
— Sério? Vocês não vão dormir, quer dizer subir também?! — Falou
Léo abismado me encarando pelo retrovisor, eu pisquei e disse que não.
Ele ficou um tempinho perdido e sem saber o que dizer, até que disse:
— Tá e meu carro?
— Amanhã trago de volta, vejo alguém para ir pegar minha moto. —
Respondi.
— Não precisa, eu trago o carro e você traz a moto Dane. —
Interrompeu Paulina.
Na mesma hora virei pra traz com o grito que Léo deu dizendo:
— Nãooooooo!!!! Você tá maluca, meu carro, meu bebê, ninguém
dirige meu carro, que isso.... Hei Dane me ajuda, diz alguma coisa.
Eu quase entrei em convulsões de tanto que ria da cara do bebê
chorão. Eu já sabia do amor platônico que Léo tinha por seus carros, só eu e
após anos de amizade e um mecânico amigo nosso já dirigiram os carros que
ele já teve. Mais a reação dele foi muito engraçada o bebum tinha dado
espaço para um bebê chorão.
Olhei para Paulina e apesar dela estar sorrindo também percebi que
estava com raiva do que ele disse.
— Uê Léo, o Dane está dirigindo seu carro, e se ele arranjar uma
pessoa, ela vai dirigir seu "bebê", por que não eu? — Falou Paulina com um
sorriso malicioso tão lindo e cheio de charme, derretendo os marmanjos do
carro.
Léo fez uma cara para mim como se me pedindo ajuda, e eu
segurando o riso disse me vingando:
— Eu não vejo problema algum, vejo apenas solução, ela está apenas
sendo, “mais uma vez", solidária ao meu amigo bebum.
Pisquei pelo retrovisor, Léo fez uma cara tão feia que pensei que ele
ia pular em cima de mim e me tirar do carro, mas não, então gesticulei com a
cabeça para ele descer, ele fez uma cara de interrogação, mas desceu e veio
na minha janela e comentou:
— Princesa é serio você não tem cara que já pilotou um carro como
esse, grande, automático e...
— Pode parando! — Cortou Paulina com muita atitude apontando o
dedo na direção do Léo. — Não me julgue por ser mulher, o fato de você me
ver como princesa não tem nada a ver com minha capacidade para dirigir um
carro ou outras coisas, e, aliás, se quer saber tive um ótimo professor.
Estava observando ela toda irritada ainda mais linda, e quando ouvi a
última frase olhei para ela com um enorme ponto de interrogação na minha
cara e aposto que Léo também estava, porque ela olhou para nós dois e agora
gaguejando se explicou.
— Papai... Foi papai quem me ensinou, além de policial, fez bicos
como motorista particular para alguns bacanas. Sabe, a profissão dele era
muito ingrata, não ganhava bem, eu detestava, enfim, ele acabava ficando
com os carros no tempo livre e quando eu tinha 14/15 anos ele começou a me
ensinar. Já dirigi vários carros e até caminhonete de cerveja, e para falar a
verdade carro pra mim tem que ter marcha, esse papo de automático é pra
gente preguiçosa.
Se havia dúvida que iria me apaixonar acabou nesse momento.
Porém, será que ela leva a sério esse lance sobre policiais. Opa!!!!
Eu disse apaixonar, puta merda!
Balancei a cabeça como para esquecer por um momento o que estava
pensando, me virei para Léo e rindo de felicidade disse:
— Tomou?! Vai lá dormir preguiçoso, amanhã trazemos seu carro sã
e salvo.
Esperei ele se afastar do carro e arranquei, deixando um Léo
completamente confuso para trás.
Eu também me sentia assim, agora muito mais confuso com o
turbilhão de sentimentos que estou vivendo no momento.
O melhor é me concentrar na noite maravilhosa que está por vir.
Entre olhares pelo retrovisor fui dirigindo procurando um lugar para
passar a noite com essa mulher que está me virando do avesso.
Capítulo 10: Uma devassa dentro de si.

No caminho dentro do carro, ouve um silêncio incômodo


entre os dois, ela por de repente se ver sem graça ao lado dele, e ele porque

nunca se sentiu tão sem palavras perto de uma mulher.

Eles às vezes, se entre olhavam pelo retrovisor, trocavam sorrisos


quase tímidos, que no fundo havia uma promessa sexual. Ficaram assim
durante alguns minutos, até que ele roçou os dedos ao lado da bochecha dela
e quebrando o silêncio disse meio sem graça:
— É, bom... Eu ia levar você para o apartamento e te oferecer uma
bebida enfim, agora eu sinceramente já não sei o que fazer.
— Eu notei que você está dando voltas... – Ela disse sorrindo sem
jeito e continuou. – ...Lá naquele banheiro você estava bem mais seguro do
que queria, mas se mudou de ideia, tudo bem, pode me deixar em um ponto
de táxi que vou para casa.
Mesmo com a luz fraca da noite, Dane pôde notar o rosto dela
vermelho de vergonha, então estacionou o carro à beira da praia e se virou
para ela. Com uma mão em sua face e outra em seu quadril foi dizendo:
— Admito estou meio inseguro, é diferente com você, nossa ligação
me parece única e absoluta. Desde que a vi sentada naquela mesa do
shopping senti algo sem explicação, não me pergunte o motivo, se é coisa de
pele, química ou destino, eu só sei que quero você... – Ele se aproximou de
seus lábios passou a língua sobre eles fazendo-a entre abrir a boca e fechar os
olhos, e então invadiu como se dependesse desse beijo para sobreviver.
Possuiu a boca dela num prenúncio do que faria com seu corpo, caso ela
permitisse.
E em intervalos de beijos, entre a loucura e a sanidade, descobrindo
um lado dela antes adormecido, ela foi se abrindo e falando as palavras:
— Mesmo cercadas com tantos valores e princípios, as mulheres
sempre escondem uma devassa dentro delas e, são poucos os homens que às
fazem despertar. E não me pergunte o motivo também, mas você é o primeiro
homem a me fazer querer liberar esse meu lado devasso e eu quero isso com
você, tenho certeza que vai ser especial.
O carro entrou em combustão, os dois se agarraram e beijaram com
força, um viajando com a mão no corpo do outro, gemiam baixinho com
sofreguidão e num impulso dolorido Dane se afastou de Nininha fazendo-a
queimar com seu olhar e sem dizer nada se acomodou atrás do volante e
seguiu.
Eles chegaram a um hotel de luxo de frente para o mar, Nininha
olhava abismada e dizia:
— Nossa Dane, esse lugar deve ser caro, vamos a um motel
qualquer...
— Nada disso! – Cortou Dane – Você merece, aliás, nós merecemos
um lugar especial. – Deu um beijo estalado nela e concluiu. – Vamos minha
menina devassa.
Uau! A tensão sexual se intensificou, fez Nininha pensar na gravidade
de suas palavras e em mais uma dose de tequila, mas enfim, as palavras já
tinham sido ditas e ela não poderia voltar atrás, na verdade não queria,
respirou profundamente e respondeu:
— Já não aguento mais esperar, já estou achando o carro um lugar
bem especial. (risos)
— Garota!! Não me provoca. — Rosnou ele.
— E qual é a graça se não tiver provocação? — Balbuciou Nininha
toda sexy bem próximo ao rosto de Dane.
Ele semicerrou aqueles olhos azuis que ela já estava conhecendo de
cor e nublou indicando uma tempestade.
Dane se afastou abriu a porta do carro e foi em direção à porta do
carona ajudando Nininha a sair, puxando-a. Ela ia soluçando aos sorrisos em
direção a recepção do hotel como se estivessem atrasados para algo
importante. Após os amassos no elevador, chegaram ao quarto. Nininha ficou
impressionada com a beleza dele, chique, ela pensou. Algo que ela nunca
tinha visto de perto, pensou até que poderia fazer um quadro. Ela estava lá no
meio do quarto encantada, olhando tudo e Dane estava parado ainda na porta
olhando apenas para ela, quando ela se virou e percebeu que estava sendo
observada, veio em sua direção encarando em seus olhos, esticou as mãos e
colocou-as em seu pescoço.
Ele não mexia um músculo se quer. Tenso, o desejo dele era agarrar-
la, jogá-la na cama, rasgar seu vestido e possuir esse corpo lindo curvilíneo,
mas não, ele esperou para ver até onde ela iria.
Nininha descia suas mãos pelo tronco sarado de Dane pensando
"Nininha sua linda agora é a hora de você realizar todos os seus desejos
escuros, sem vergonha, seja a devassa de seus sonhos e mostra a ele que você
sabe jogar." Ela pegou a barra da blusa dele e tirou, deu-lhe uma mordida no
lábio inferior e após isso, notou que ele soltou um pequeno gemido, ato que
lhe deu a coragem necessária para fazer o que tinha em mente.
Foi dando pequenas beijocas pelo queixo e descendo no pescoço,
rodeando com a língua cada mamilo finalizando com uma mordida em cada
pico arrepiado, de vez enquanto levantava o olhar para ver a reação no rosto
dele, que estava com um semblante de total tesão. Levantou o encarando ao
mesmo tempo abrindo seu cinto, puxou e jogou longe sorrindo. Desabotuou
seu jeans sentindo sua respiração acelerar, ao abrir seu zíper roçou sua mão
no seu pênis ereto e começou a beija-lo e quando ele começou a comandar o
beijo ela se ajoelhou ainda o olhando e desceu sua calça junto com a cueca,
tendo uma visão maravilhosa com aquele membro teso que parecia feito de
mármore, uma escultura digna do museu de belas artes. Ela se viu ali por um
momento apenas apreciando, claro que ela já tinha visto um pênis antes, mas
não como esse que era espetacular e suspirou.

Aí meu Deus, será que ele notou minha total falta de noção, pareço que nunca
vi um homem nu, dizia ela em pensamentos.
— Vejo que gosta de apreciar a paisagem? — Falou ele rindo,
adorando ser apreciado.
Deixando a insegurança de lado, Nininha o olhou toda manhosa
aproximando a boca a cabeça do seu pênis e entre lambidas disse:
— Uma mulher não pode apreciar um produto antes de experimenta-
lo?
E antes que ele respondesse o abocanhou de maneira gulosa, fazendo
Dane gemer alto e agarrar as mãos nos cabelos dela, tentando conduzir seus
movimentos, mas não, aquele era o momento dela e o queria louco, foi isso
que ela fez.
Ele ali nu diante dela parecendo um Deus, e ela apenas uma súdita ajoelhada
lhe dando prazer com sua boca, fazendo-o revirar os olhos e tencionar os
músculos a cada chupada.
Ela percebeu que seu orgasmo estava próximo, estava deixando ele louco
com aquela boca quente e suas chupadas deliciosas. Dane intensificou seus
esforços para segurar o inevitável, mas ele percebeu que ela estava
determinada a levá- lo às alturas e se deixou levar por aquele momento
incrível.
Nininha estava adorando ver ele entregue, segurou a bunda linda dele
com força direcionou seu pênis mais fundo em sua garganta, mesmo sentindo
seu couro cabeludo doer da força que ele usava para puxar seu cabelo e da
dificuldade de respirar com aquela carne quente e escorregadia em sua
garganta ela continuou dirigindo os movimentos, sentindo tanto tesão quanto
ele.
Dane já estava desesperado queria parar, mas não conseguia, estava
enfeitiçado com aquela boca gostosa e fulgás, não conseguindo se segurar
gozou, e agora, tomando conta dos movimentos fodendo a boca dela
ensandecido, jorrando sua semente no fundo da garganta daquela mulher
incrível ajoelhada aos seus pés, que mesmo com os olhos cheios de lágrimas
pela dificuldade de aguentar com a boca suas estocadas, sorria com um
semblante safado, provavelmente satisfeita consigo mesma por o levar a
loucura.
Mas se ela achava que seria só ele à beira do precipício estava muito
enganada. Dane já levantava ela numa pegada e a beijava, o que a deixou
impressionada já que muitos homens não fazem isso após gozarem na boca
de uma mulher, mas não ele, não Dane, um ser altamente sexual e de alma
livre.
Ele a puxou no seu colo e a levou para a cama a jogando lá, ofegante,
doendo de desejo olhando para ele quase implorando atenção. Ele ficou de pé
olhando para ela e segurando seu pau meio ereto dizendo também ofegante e
com voz rouca:
— Então menina devassa, você gostou de me deixar totalmente
descontrolado né? Bom acho que agora é a minha vez, espero que esteja
preparada porque daqui você só sai desmaiada.

E se dirigiu para a cama em sua direção, fazendo-a se contorcer sobre


os lençóis aguardando a tempestade que se anunciava.
Ela achou que ele a possuiria ali naquela hora, mas não, ele a beijou
encostando seu corpo sobre o dela, roçando seus quadris onde ela mais
queria, por alguns minutos a deixando fora de si, então se levantou, os dois
com rosto contorcido de prazer olhando fixo um no outro e com uma
autoridade que a arrepiou, Dane disse:
— Tire o vestido e a calcinha Paulina, mostre seu corpo pra mim,
mostre-me aquilo que você deseja que eu possua, dê a mim acesso livre ao
que eu quero e vou reivindicar como meu.
Capítulo 11: OMG! OMG! OMG!

#Nininha

Meu Jesus cristinho das devassas sonhadoras ou das santas


do pau oco!
Eu não acreditei no que eu ouvi. Esse ser indescritível me quer de
uma maneira que só li em livros, bem que vovó dizia "cuidado com o que
pede em suas orações você pode ser ouvida".
Saindo dos meus pensamentos olhei nos olhos dele e vi o
endurecimento em seu olhar.
— Acho que te fiz um pedido bem simples e estou aguardando
ansioso para provar você, não é hora para vergonha. Vai, faz o que te pedi,
AGORA! — Disse Dane com misto de autoridade e excitação.
Não tive como me recusar, até porque meu corpo já não me obedecia.
Levantei e fui tirando o zíper do vestido e a calcinha sobe o olhar quente do
Dane, que deu um passo para trás, acho que para ter uma vista melhor. Ali
fiquei nua a disposição daquele olhar de puro desejo, minha pele fervia, me
sentia um pouco desengonçada com o tempo que ele ficou parado ali me
olhando e se acariciando, até que ele enfim, veio até mim me pegando
abusadamente e me jogando no colchão, me beijou na boca, parecia um
polvo, pois eu o sentia em todos os lugares do meu corpo.
Me sentia venerada por ele e pela aquela boca e língua sensacional
que me lambia e chupava do pescoço ao pé da barriga, dando uma atenção
especial aos meus seios em suas idas e vindas. Eu era só sensação, era um
prazer que estava descobrindo tão grande que estava preocupada em gozar só
com esse amasso.
Dane incansavelmente devorou cada pedacinho do meu corpo, menos
uma em especial, me deixando desesperada por ter ele dentro de mim.
— Nossa! Como você é linda. — Disse Dane e eu gemi me
contorcendo sob ele..
Ele foi se abaixando em meu corpo entre minhas pernas sem tirar os
olhos dos meus e ainda disse:
— E agora minha menina devassa, vou saborear a melhor parte desse
corpitcho.
Pode um homem lindo desse ter uma voz tão sexy, pois é, Dane tem.
Ele pegou meus joelhos empurrando para cima totalmente arreganhada aos
seus olhos e com um rosto faminto e um sorriso safado caiu de boca no meu
centro, me saboreando de todas às maneiras possíveis, me fazendo gemer e
gritar alto e forte, como nunca. Sentindo meu corpo queimar da ponta dos pés
à cabeça, ergui meus quadris ao encontro de sua língua, minhas mãos em seu
cabelo puxando e apertando cada vez mais.
O que é isso, o que está acontecendo... O MEU DEUS!!!! Acho que
vou gozar... AAAAAHHHHHHHHHHH…
Abri meus olhos algum tempo depois, vi aqueles olhos lindos e
brilhantes me olhando. E com um sorriso de lado foi se levantando dizendo:
— E então, preparada?
Eu o olhei meio sem entender a pergunta e ainda em êxtase, me
levantei um pouco e tive a visão de uma bunda musculosa linda, ainda com as
marcas das minhas unhas, o que me fez sorrir pensando em como tive
coragem de fazer isso, e assisti ele se abaixar e pegar sua calça.
— O que você quis dizer com essa pergunta?
Ele se virou pra mim, tirou a carteira do bolso do jeans jogou ele
novamente no chão e voltando em minha direção abriu a carteira e tirou um
preservativo, colocou a carteira na cômoda e mostrando o preservativo pra
mim perguntou de novo me fazendo entender:
— Pra isso. Está preparada?
Foi quando me dei conta e baixei o olhar só para encontrar aquela
ereção enorme apontando para mim.
— Oh, meu Deus! — Eu gritei.
— Pode me chamar de Dane mesmo… — Ele disse rindo.
Semicerrei os olhos pra ele, mas acabei rindo junto. Após rimos um
pouco ele foi vestindo a camisinha e, só de assistir eu já estava excitada de
novo, sentido aquela necessidade de ser tocada por ele que já estava ficando
conhecida.
Dane veio por cima de mim e beijou minha testa, bochechas, queixo,
orelhas repetindo o quanto eu era linda, o quanto ele me desejava e que
estava enlouquecendo de vontade de me ter. E assim me deixava ainda mais
excitada.
Ele correu a mão pelo meu corpo meus seios e seguiu até chegar ao
meu clitóris onde parou e circulou devagarinho, eu soltava gemidos, ele
seguiu o caminho mais abaixo sentido toda a marca da minha excitação,
brincando com os dedos em minha entrada, subiu novamente levou seus
dedos repletos com minha umidade à boca dizendo :
— Você está preparada pra mim, está sedenta por mim, e eu quero
você, e vou te ter agora.
Dane terminou a frase me penetrando com tanta intensidade que
gritei. Ele parou me olhando e eu em resposta que estava tudo bem rebolei
com meu quadril e aprofundei mais a penetração tirando um gemido sofrido
dele. E aí começou a melhor transa da minha vida, ele foi firme e forte em
suas estocadas me tirando o ar várias vezes, estava realmente começando a
acreditar que sairia dali desmaiada, mas com certeza eu não seria a única. Os
meus braços acima da minha cabeça presos pelos pulsos por suas mãos fortes
não foi o suficiente para me segurar, eu já havia treinado alguns golpes de
lutas com papai, não era tão fraquinha assim. Dei um solavanco com o
quadril e me movi para cima dele o montando, fiquei muito feliz com a cara
de surpresa que ele fez, comecei a rebolar sobre ele que colocou suas mãos
em meus seios acariciando-os. Nós estávamos loucos de desejo um pelo
outro, ele levou uma mão a minha nuca puxando meu cabelo e tocando
nossas testas molhadas deixando nosso olhar bem próximo e a outra mão pôs
em meu quadril esquerdo me auxiliando nos movimentos, estávamos muito
próximos a explodir de tanto prazer.
Quando eu o ouvi dizer:
— Garota você me surpreende a cada minuto, eu nunca vou me cansar
de você.
— Acho bom, porque posso me viciar em você.
E assim foi a noite toda, nossos corpos suados em um ritmo de vai e
vem, em busca do prazer um do outro.
Capítulo 12: “Minha Menina”

#Dane

Acordei com a quentura do sol em meu rosto e um corpo


deliciosamente nu em meus braços. Droga, estar com Paulina foi muito bom,

melhor do que imaginava, e mesmo exausto da nossa noite juntos só penso

em tê-la de novo.
Paulina é uma mulher linda, gostosa e merda... Tinha que ser
interessante também? Apesar de ser um pouco mais nova do que eu, tem uma
cabeça boa, parece ser uma moça de família, eu não mereço estar com uma
mulher especial assim, ela merece atenção, segurança alguém que possa estar
sempre ao lado dela e que não venha a faltar a qualquer momento. Eu sei o
que digo, já vi e já senti na pele o que fazem com famílias de policiais. Seria
tolice minha se quer supor ter uma namorada, ainda mais alguém como ela. O
que é que eu estou pensando, namoro?? Relacionamento sério. Eu??
Bom isso não importa, depois de amanhã estarei indo embora mesmo
e não posso crer que essa garota inteligente estaria mesmo afim de mim, eu
posso estar sendo para ela apenas química, um desejo reprimido, um sonho
contido sendo realizado. Vou fazer com que seja inesquecível, para que ela
nunca se esqueça de mim e talvez quem sabe em uma outra oportunidade nos
encontramos de novo. Apesar desse misto de sensações que estou vivendo,
havia algo que sentia falta. Estar passando por tudo isso longe do Léo era
estranho, será que é errado querer que ele estivesse aqui conosco, afinal é a
primeira vez em anos que estou com uma mulher sozinho, talvez seja por isso
minha confusão, será que seria a mesma coisa se ele estivesse aqui, será que
se fosse Léo sentindo tudo isso ele se entregaria? É a cara do Léo, ele no
fundo acredita no amor apesar de ser um galinha, só rindo mesmo. Mas
Paulina nunca ficaria com dois homens, eu acho, ficaria? Não parece algo que
ela faria, mas eu falo como se a conhecesse, quando na verdade não conheço.

Minha cabeça tá dando um nó.


Suspirando beijei sua têmpora acariciando seus cabelos e suas coxas.
Ela foi se remexendo, espreguiçando e abriu aqueles olhos cor de mel.
— Bom dia Dane, que horas são?
— Bom dia minha menina, já devem ser umas 10:00. — Respondi a
abraçando forte aproveitando para esfregar meu corpo em seu corpo.
— Engraçado, você diz "minha menina" como se você fosse bem
mais velho do que eu. Quantos anos você tem?
Ela perguntou se virando de frente para mim, eu subi uma mão até seu
seio e fiquei acariciando deixando ela corada.
— Tenho 28, acredito que não sou tão mais velho assim, talvez mais
experiente.
— Como assim, fui tão péssima ontem? — Ela indagou assustada.
Merda! Eu pensei, falei merda. Como vou me explicar.
— Não Paulina. Ontem você foi mais que especial, mesmo toda
experiência de vida que tenho, nunca tive uma noite como a de ontem e sabe
por que foi diferente?
— Não... — Respondeu curiosa.
— Porque ontem você estava nela. Uma noite que eu nunca mais vou
esquecer.
Ao terminar sendo mais sincero do que planejei, beijei-a com vontade
puxando-a sobre meu corpo, passando as mãos em suas costas, segurei sua
bunda redonda roçando em minha pélvis fazendo-a sentir minha excitação e
provando sua umidade. Ao ver que ela estava pronta para mim me estiquei
pegando uma camisinha, coloquei e pedi:
— Paulina, estou louco para sentir você outra vez, eu quero que você
monte em mim e cavalgue quero guardar a imagem deste corpo lindo, desses
seios pulando e esse rosto cheio de desejo olhando no meu.
Ela se acomodou da melhor maneira possível, sorriu e como se fosse
para me surpreender direcionou minha ereção na sua entrada me olhando
com um olhar de gata, em um movimento, apenas um movimento firme, ela
me embanhou em seu núcleo quente. Não sei como me segurei para não
gozar naquele momento. Como conversar com uma menina e de repente se
deliciar com uma mulher surpreendente, ela está me deixando totalmente fora
de órbita. Fui saindo dos meus pensamentos sentindo as mãos dela apertando
meus peitos mostrando todo seu tesão em seu rosto, em seus gemidos, em
suas reboladas intensas e ritmadas. Me levava ao seu interior hora com força,
hora lentamente. Estava louco, suas unhas penetravam em minha pele quando
eu ia de encontro às suas investidas, recebendo gritos de prazer, fixei meus
olhos nos dela e nos entregamos ao climax juntos.
Pensa em uma imagem totalmente inesquecível, algo que você jamais
pensou que iria sentir, algo que você sempre desejou mesmo sem saber,
então... É essa imagem, esse momento que estou vivendo agora.
Estou completamente ferrado!!
Capítulo 13: Excluido da jogada.

#Léo

Que noite louca foi essa e terminou da pior maneira possível,


eu aqui puto, sozinho e com uma ereção dolorida.
Não entendi por que meu brother Dane me excluiu completamente da
jogada. Talvez se eu tivesse conseguido dizer a ele que Paulina era a garota
que eu estava de olho a noite toda, pudesse ter sido diferente. E na boa, sem
querer me gabar, mas já me gabando, ela bem que retribuiu minhas olhadas.
Cara nós somos como unha e carne desde... Desde de sempre. Sempre
fizemos tudo juntos, estudar, trabalhar e a nossa parceria era tanta que
começamos a compartilhar mulheres também e, era perfeito. Entendemos
porque as pessoas recriminam esse tipo de relacionamento... Aaaaa que se
foda, Dane entende... Eu não, acho o cúmulo as pessoas terem que achar ou
deixar de achar sobre a minha vida porra! A vida é nossa não devemos nada a
ninguém, essa foda de sociedade querer ditar regras do tipo de
relacionamento que um indivíduo quer ter é simplesmente retrógado. Jesus
disse amai uns aos outros, apenas isso e, é o que fazemos, tudo bem que de
uma forma bem sacana que não envolve o tal amor verdadeiro, mas estamos
aí apenas vivendo do nosso jeito.
Na boa, no fundo eu realmente tenho uma certa esperança de
encontrarmos uma mulher especial o suficiente para ter dois homens em sua
vida e por que não formar uma família? Seria difícil, mas não acho
impossível como Dane acha. Fico puto com isso, Dane tão seguro de si e ao
mesmo tempo tão melindroso em relação ao que quer de verdade, eu sempre
digo pra ele que ele pensa e se preocupa de mais e vive de menos.
Como se não bastasse às dúvidas e guerras com nossas próprias
vontades, vem esses hipócritas cheios de falsas virtudes dizer como devemos
viver nossas vidas, a vai se fuder!!! Acho que a única regra a ser seguida
seria a do respeito ao próximo, pronto, sem mais nem meio mais, vamos
respeitar os pensamentos, sentimentos, desejos, cultura, religião, opinião,
gênero dos outros e pronto.
Merda!
Amigos próximos a nós vivem nos julgando pela vida louca que levamos, por
compartilharmos mulheres e não se envolver com nenhuma e, alguns até
apostam que somos gays.
Somos os melhores federais da fronteira, apesar da nossa pouca idade
somos conhecidos como "os durões da PF", tem que rir. Isso se dá
simplesmente porque amamos nosso trabalho, combatemos o narcotráfico e
contrabando com determinação, não damos mole e não temos medo de nada,
e quando não estamos em ação nos divertimos como se não houvesse
amanhã. Isso é pecado por acaso? A verdade é que são todos invejosos,
queriam é viver como nós, mas não tem culhões pra isso.
Hoje pela primeira vez aqui sozinho nesse apartamento, estou
pensando, Dane está agindo diferente diante dessa garota.
Desde de que ele me contou sobre o encontro no shopping ele não fala
em outra coisa. E até recusou de passar a noite comigo e uma linda morena
gostosa que conhecemos na praia, confesso que já estava dando no saco isso.
Fiz de tudo para ele parar de olhar o celular esperando a garota ligar e
ir comigo àquele bar, sabia que ia ser a noite das Tequileiras e fiquei doido.
Acabei convencendo ele de ir. Ficamos no bar sentados e logo vi uma mulher
linda, alegre, vibrante diferente dos tipos que costumamos olhar, ela estava
radiante dançando na pista e bebendo com as amigas. Não consegui tirar os
olhos dela, uma atração forte estranha que eu não entendi muito bem nasceu,
queria aqueles olhos vidrados nos meus e quem sabe, aquele lindo corpinho
entre eu e Dane.
Comentei algumas vezes com ele sobre a linda mulher, mas ele nem
me deu bola. Quando eu decidi que ia chegar nela, Dane deu sinal de vida se
levantou e olhou para a pista, fiquei surpreso com o olhar de fome e adoração
que ele enviou para a mesma garota indo em sua direção, puxei-o pelo braço
e disse:
— Ei, essa aí é minha!
Ele se virou olhando de mim pra ela e me disse que aquela garota era
a Paulina. Eu fiquei desnorteado, porque realmente havia me interessado por
ela, mas conheço meu amigo vi em seus olhos que ele precisava de seu tempo
com ela e deixei ele ir.
Sem reação, voltei ao balcão bebi mais uma cerveja e vi quando Dane
seguiu a linda garota para dentro do bar se esquivando de um funcionário.
Assim a noite virou de ponta cabeça. Eu não consegui tirar a figura daquela
mulher da minha cabeça, das duas cabeças, juro que fiquei na esperança que a
noite terminasse “à trois”.
Quando mais tarde, consegui me aproximar deles e a conheci vi que
ela era ainda mais bonita de perto, notei que Dane assumiu uma postura bem
possessiva em relação a ela, ainda insisti, mas não colou. Agora aqui sozinho,
me pergunto: será que chegou o dia de cada um seguir seu caminho?
Não, não pode ser. Eu talvez, porque já tive vontade de me envolver
de verdade com alguém, casar e ter filhos, só não rolou ainda. Mas Dane, ele
é totalmente avesso a essa ideia mesmo quando insinuei um relacionamento a
três. Usei como argumento o fato de que se um morrer em atividade, o outro
cuidaria da mulher e das crianças, assim elas não estariam sozinhas. Ele
quase caiu nessa, e ficou imaginando que seria bom coisa e tal, até mencionar
que um dos dois teria que mudar de profissão para uma menos perigosa para
que os dois não corressem risco ao mesmo tempo.
Aííí deu merda, porque nenhum dos dois cogitou a possibilidade.
Confesso que a ideia é bem interessante, eu e meu melhor amigo formando
uma família com uma mulher incrível. Agora trocar nossa profissão,
complicado.
Mas pensando bem, que mulher aceitaria uma vida como essa, que
mulher aguentaria, por mais que nós dois fizéssemos de tudo para fazer nossa
esposa feliz e faríamos, ela iria ter que enfrentar essa bosta de sociedade que
iria julga-la e sacrifica-la ainda mais que a nós dois. Isso sem falar nas
crianças. Bando de urubus.
Bom, isso é ótimo! Minha cabeça dando um nó, eu aqui pensando em
três e meu super amigo lá pensando só nele e em sua deusa. Nossa como eu
queria estar beijando aquela boca e sentido aquele corpo também. É Léo,
acho que essa você perdeu e pior de tudo, acho que estou perdendo meu
amigo também.
Não conseguia parar de pensar no que os dois estavam fazendo, então
tirei a calça e fiquei só de cueca na sala, já tinha tirado a blusa, estava com
um calor absurdo. Ainda pensando no que eles deviam estar fazendo meu pau
foi ficando duro novamente, comecei a me acariciar ficando cada vez mais
excitado, imaginando ela tirando sua roupa dançando como estava na pista de
dança, e eu, e Dane chegando e a circulando, cobiçando seu corpo nu,
beijando-a, tocando-a ouvindo seus gemidos de prazer. Nossa como será o
gemido dela, meu Deus! Movimentando minha mão com mais força sentindo
meu pau dobrar de tamanho me inclinei para frente sentindo todo meu corpo
tensionar e nesse momento lembrei do cheiro da sua pele quando a beijei na
bochecha e então não aguentando mais esporrei na minha barriga com jatos
quentes e espessos tamanho era meu desejo.
Uau! Isso foi muito bom, mas seria melhor se fosse dentro dela. Será?
Capítulo 14: Testosterona demais.

#Nininha

Nossa! Estou eu aqui dirigindo este carro fantástico, após


uma noite muito louca, melhor do que qualquer leitura hot que eu já tenha

lido e sendo escoltada por uma moto foda com um homem que eu só não

posso dizer que é perfeito porque não é meu. Uiui, é Nininha agora sim você

pode dizer que é uma nova mulher. Eu não sabia que eu poderia ser a devassa

que fui com Dane, daqui para frente essa nova Nininha é que vai prevalecer é

bom de mais um pouco de atrevimento. Me sinto outra pessoa. E isso foi

muito bom, mesmo que Dane não fique em minha vida (o que eu não quero

pensar no momento) vou estar preparada para novas aventuras.


Meu pensamento foi interrompido com a visão magnífica de Dane
encostado na moto em frente ao prédio e Léo próximo a ele, que estava...
OMG! Sem camisa com uma bermuda tipo moletom bem baixa mostrando
um V maravilhoso, os cabelos molhados penteados para trás e como se já
não estivesse sexy o suficiente vem o sol e faz sua pele dourada brilhar.
Como pode dois homens lindos assim na mesma visão. Fiquei tão
impressionada que não percebi que faziam sinal para eu estacionar e freei
assustada ao ver que me aproximava ao meio fio. Droga, agora prato cheio
para Léo falar.
— Você é louca!? — Disse Léo vindo em minha direção com uma
cara assustada.
Não sabia se respondia ou apenas me concentrava naquele tronco
sexy vindo na minha direção. Balancei a cabeça tentando afastar esses
pensamentos pecaminosos e respondi debochada:
— Ah, cara! Foi só um trancosinho, nem encostei no meio fio deixa
de ser chorão.
Vi Dane ao fundo rindo da situação.
Léo fez uma cara de meio brabo, meio bobo, meio rindo do que eu
disse e abriu a porta do carro me puxou pela cintura, me retirando de lá e ao
me pôr no chão foi arrastando meu corpo pelo dele propositalmente pelo que
percebi, levantando um pouquinho meu vestido, sem tirar os olhos dos meus,
também o encarei na mesma medida isso me deixou levemente excitada e
envergonhada quando vi que Dane nos olhava, com um olhar que não
consegui identificar.
Rapidamente empurrei Léo meio ríspida, endireitei meu vestido e fui
em encontro ao Dane dizendo:
— Precisava me tirar de dentro do carro, nem desliguei o motor, seu
ogro.
Léo me olhou sacana enquanto Dane se encaixava por trás de mim me
abraçando e passando o nariz na minha orelha, senti que estava com uma leve
ereção. Léo foi balançando a cabeça entrando no carro e disse ao fechar a
porta:
— Até parece que não gostou do serviço de desembarque.
Eu fiz uma cara de braba e mostrei a língua pra ele fazendo-o rir mais,
até que ele mudou o foco do seu olhar para onde a mão de Dane descia pelo
meu corpo, seu semblante se tornou mais pesado e não sei se foi impressão
minha, mas nesse momento senti Dane apertar um pouco meu quadril
roçando minha bunda na sua já presente e agora completa ereção, enquanto
tenho quase certeza que eles trocaram um olhar entre eles, me deixando
corada e... Aaaaaa confesso molhada também.
O que que está acontecendo comigo????
Testosterona de mais a minha volta, não estou acostumada com tanta
energia masculina, ainda mais direcionada para mim e com dois machos alfas
como esses, preciso ir embora.
Dane começou a me beijar na nuca, me fazendo arrepiar fechar os
olhos e esquecer de tudo, quando os abri vi Léo nos olhando pelo retrovisor
enquanto dirigia para o estacionamento do prédio com um sorriso enigmático
nos lábios. Não sei por que, mas a ideia do Léo me vendo perdida nos braços
de Dane me excitou, fez me sentir sexy, bonita, desejada aumentando ainda
mais a umidade entre minhas pernas. Que tipo de mulher eu sou, ou melhor
que tipo de mulher estou me transformando?
(...)
— Pois é Lary acabei de chegar, sim... Eu sei, mas eu tive que
cometer essa loucura e que loucura.
— Ok Nininha, mas da próxima vez você venha falar pessoalmente
conosco, não mandar mensagem 1 hora após você ter sumido, ficamos
preocupadas. Mas fico feliz por você, você merece viver histórias
interessantes e quem sabe encontrar seu grande amor.
(Risos)
— Ah, Lary! Como seria perfeito se fosse Dane esse grande amor.
— Calma Nininha, devagar com o andor que o santo é de barro. Sua
sonhadora, cuidado para não tratar um lance casual com algo muito mais
sério, você pode sofrer.
— Eu sei Lary, mas é que foi tão especial e perfeito, foi como se eu
nunca tivesse com outro homem antes, surreal, foi mais que pele entende?
— Sim amiga, entendo. Tenho medo que só você tenha sentido isso e
acabe se magoando, no mais aproveite tudo que for bom disso sem pensar no
amanhã.
— Sabe você tem razão, eu até percebi que ele ficou diferente após
deixarmos o carro com Léo e ele me trazer de moto pra casa. Mesmo depois
daquele amasso na frente do Léo, eu até achei que ele ia me levar para dentro
e, eu juro que estava quase implorando para pedir para subir com ele e
terminamos os amassos no quarto dele.
— Vocês subirem e terminar o showzinho na presença de Léo né, e
quem sabe com a participação dele.
(Risos)
— Cala a boca Laryssa, sua doida isso seria loucura.
— Mas, foi você quem disse que rolou uma energia diferente entre
vocês três.
— Lary!!! Não... Deixa pra lá.
— Deixa pra lá o quê? Anda desembucha.
— Talvez e, repito talvez, ele tenha ficado com ciúmes do amigo me
olhando, acho que talvez por eu, sei lá, também ter retribuído de certa
maneira o olhar. Química difícil de explicar.
— Então você assumi que rolou química com o amigo dele também?
Sua vaca, mal viu o mundo e já quer engoli-lo. Tô passada de ferro à vapor.
HAHAHA.
— Ah! Sabia que você ia reagir assim, tchau ok, tchau, nos falamos
mais tarde.
— Tá bom safadinha. Antes de desligar deixa eu dizer uma coisa,
existe alguns homens que gostam de compartilhar suas mulheres, ou por
diversão ou por estilo de vida mesmo, pense nisso, talvez ele pode ter ficado
diferente porque não sabia agir sozinho com você. Ui, esse papo ficou quente.
Obrigado por me dar material suficiente para um sonho erótico.
— Você é pertubada está andando muito com Bruna, viajou tchau.
Droga não sei porque fui abrir minha boca, talvez não tenha
acontecido nada, apenas viagem da minha cabeça como sempre, ia ser de
mais dois magníficos exemplares masculinos desejando me compartilhar, só
rindo mesmo, e pior Lary vai falar com Bruna e eu vou ter que aturar as duas.
Porém, pensando bem, Dane mudou realmente não que tenha ficado grosso
ou algo assim, apenas senti que aquele Dane de ontem não era o mesmo de
hoje, tinha ficado mais distante, frio. Seja lá o que for veremos à noite,
marcamos de nos ver e ele vem me buscar.
Agora se essa história que Lary falou for verdade, como vou saber, ou
melhor quero saber? Uma coisa preciso dizer eu realmente senti uma energia
sexual entre nós três, mas eu teria essa coragem se as coisas desenrrolassem
nesse sentido. Por enquanto vou ficar aqui na minha cama
relembrando todo o conteúdo erótico da minha noite.
Contando os minutos para reencontrar eles de novo, e me perder em
prazer... Eu disse ELESSSSS? Não, não, eu quis dizer ele, DANE, merda.

Capítulo 15: Confuso.

No apartamento, Dane estava quieto na varanda olhando o mar


quando Léo chegou.
— Que isso cara, você não devia tá todo mocoronga após passar a
noite com "sua garota". — Disse Léo enfatizando o sua garota de deboche.
— A qual é Léo, me deixa quieto, não tô afim de conversar.
— Ei brother, qual é a sua? Você nunca falou assim comigo e só em
dois dias já me deu algumas patadas, e nem conversar você quer, eu não
tenho culpa se a princesinha não correspondeu suas expectativas. — Disse
Léo em tom irônico e se aproximando de Dane.
Dane virou em direção ao Léo e colocou o dedo em seu peito dizendo:
— Olha aqui Léo já disse pra não me encher o saco. E não pense você
que não percebi o seu joguinho de ontem fingindo estar bêbado e hoje,
tirando a Paulina do carro, valeu!!
Dane saiu andando entrando de volta para o apartamento seguido por
um Léo desnorteado.
— Como é? Você tá maluco, brow? Quanto tempo nós somos amigos,
vivemos mais coisas juntos do que separados e o jeito que agi ontem não foi
nada diferente do que já fiz ou "você" fez diante de uma possível conquista. E
não se faça de inocente porque hoje eu vi o interesse no seu olhar enquanto
escorregava a Paulina no meu corpo e principalmente quando você se roçou e
beijou ela, showzinho típico que fazemos um para o outro, vai negar?
— Ah, qual é! Força do hábito. Isso não vai rolar. Com a Paulina é
diferente, ela não é esse tipo de garota pervertida. — Explicou Dane.
— Brother, você ouviu o que você disse? Esse preconceituoso não é
você. Nós sempre lutamos contra esses babacas que julgam as mulheres por
suas escolhas sexuais, quando eles próprios não sabem nem definir uma
mulher ideal, e sabe por quê? Porque estão tão concentrados em julgar que
não lembram que o ideal não existe é muito relativo e depende do que o outro
deseja. Esses otários não sabem que mulheres são reais como nós e que
cometem tantos erros e acertos como nós e não podem ser só definidas por
tamanho dos seios, bunda ou tipo do sexo que gostam.
Dane solta uma gargalhada alta e debochada.
— Falou o chorão que quase morreu ao ver uma mulher dirigindo seu
carro. Fala sério Léo, isso tudo é muito bonito na teoria, mas na prática todos
nós homens em algum momento da vida cometemos o erro de julgar uma
mulher, ou seja por sua beleza, pelo seu rebolado, a vida que leva e
infelizmente para que as coisas sejam exatamente como deveriam ser,
teríamos que morrer e nascer de novo, nossa raça deprecia as mulheres
mesmo não sendo intencional.
Após responder ao Léo, irritado, Dane seguiu para seu quarto e tomou
uma chuveirada. Tentou parar os pensamentos que iam e vinham em sua
cabeça do tipo; ele e ela; ele, ela e Léo; eles separados....
Saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e deu de cara
com Léo, pensou ele não desiste.
— Merda Léo, me deixa QUIETO!
— Mano agora eu vi que a coisa é séria mesmo, não vou levar em
conta as coisas que você falou, pois te conheço hà muito tempo e tenho
certeza que isso tudo que você está dizendo é o que você quer realmente
acreditar, então fica repetindo pra ver se vira verdade. Quando na real eu sei
que você está enfrentando uma guerra sozinho aí nesse cabeção.
— Ahhh! É mesmo meu terapeuta? Então diz aí, anda, também te
conheço bem e sei que você tá doido para me mostrar a solução. — Disse
Dane, gesticulando com os braços.
Léo respirou fundo olhando para Dane, andou até uma cadeira, virou
ela e calmamente sentou dizendo:
— Primeiramente, senta aí na cama, respira, relaxa e dá um sorrisão
pro teu brother terapeuta aqui. — Léo disse com cara de menino que apronta.
Dane não conseguiu se segurar e sorriu, mas pegou um travesseiro e
tacou em Léo, que tentou se esquivar sem sucesso.
— Hei, qual é? Segundamente, meu irmão você tá me assustando, nós
nunca discutimos, quer dizer, a não ser quando você cisma em ficar dizendo
que sua glock é melhor que minha Taurus 24/7, aí não dá né minha vontade é
de te mostrar o quanto ela é boa te fazendo de alvo.
Dane riu ainda mais, pegou um livro na cabeceira e tacou nele, que
gritou com a mão na cabeça:
— Aí! Seu filho da puta! Essa doeu.
— Claro seu viadinho, só um cara que sente dor com uma batidinha
na cabeça usa uma Taurus. — Falou Dane mais relaxado.
— Bom essa eu vou deixar passar, pois você já melhorou o astral, é
assim que gosto de te ver. — Léo aos risos e também menos tenso, concluí:
— Terceiramente, Dane abre o olho e encare a verdade, você se
apaixonou e, foda-se, a primeira vista... É difícil de acreditar, entender e
aceitar, mas é isso. Aceita que dói menos. Para de ficar se martirizando e
começa a pensar em uma maneira de isso dar certo.
— Eu não estou me martirizando Léo.
— Ah, não?! E esse nervosinho todo logo após passar a noite s o z i
n h o com a princesa. E digo mais, você deve estar mais puto porque
imaginou que depois de tê-la você ia ficar de boa e visivelmente não está,
essa noite fudeu com sua cabeça.
— Sério Léo? É isso!
— Deixa de ser debochado Dane — Léo tacou o travesseiro nele e
continuou dizendo com um sorriso sarcástico — Ou então estou começando a
achar que pra você a noite só seria completa se seu brother aqui estivesse lá.
— PUTA QUE PARIU! É verdade Léo, eu devo ter sentido falta de
ver sua bunda branca reluzente no quarto.
Dane e Léo caíram em uma gargalhada juntos por alguns minutos.
— Então bundão, para de pensar e repensar, viva o momento lembra
nosso lema "nós só temos o hoje". E falando nisso amanhã voltamos e você
só tem o hoje mesmo literalmente, depois só internet durante um tempo.
Dane fez uma cara pensativa deixando Léo com cara de interrogação.
— Brother me diz que você falou com ela que voltamos ao trabalho
amanhã na fronteira.
Dane levanta o olhar para Léo que viu a resposta mesmo sem
palavras.
— Puta merda Dane. A gente aqui discutindo um possível amor à
primeira vista ou quem sabe um relacionamento a três — Léo deu uma
piscada, não perdendo a oportunidade. — E você já começa cagando tudo
com uma mentira, sabe que ela vai te achar um canalha né?
— Opa peraê, eu não menti apenas omiti, eu não tive uma
oportunidade para falar e além do mais você viu que ela não gosta da nossa
profissão fiquei meio confuso sei lá, achei que não precisava, nós nunca nos
preocupamos com esse tipo de coisa.
— Cara tu nem falou pra ela que é policial, sério? É você que vive
repetindo que ela é especial e eu é que sou o viadinho, seu babaca. — Disse
Léo tenso levantando da cadeira.
— Ela é especial, merda, eu fiquei confuso.
— Bom, senhor “eu não menti, eu omiti” quero só ver como sua doce
garota vai reagir.
— Sabe qual é Léo, sai do meu quarto isso não tem nada a ver contigo
e, quer saber acho que no fundo eu não quis dizer nada, porque pode ser que
para ela tenha sido só uma grande aventura quem sabe?
— Cara, bom pra ela se for assim, mas fico pensando e você, vai ficar
de boa também?
— Vai se fuder Léo. Da minha vida cuido eu e nela está longe um
relacionamento amoroso.
Foi dizendo Dane ao empurrar Léo pra fora do seu quarto e antes que
ele conseguisse fechar a porta Léo falou:
— E Dane, quanto ao fato de você dizer que Paulina não seria esse
tipo de garota, acho que você está redondamente enganado. Ela é apenas uma
garota ou melhor, uma mulher linda, interessante e cheia de vida, e vi nos
olhos dela a reação que teve ao se sentir desejada por nós dois durante nosso
showzinho em frente ao prédio. Vi luxúria, desejo, curiosidade. Nunca
subestime uma mulher Dane, elas são muito mais inteligentes do que nós, só
não têm a mesma liberdade que temos.
Dane empurrou mais a porta, mas antes de fechar Léo ainda
conseguiu dizer olhando na cara dele:
— E aliás, não finge que não percebeu a química entre nós três. Pode
deixar, eu não vou forçar a barra nunca meu irmão, mas você sabe também
que nunca vou fingir o que estou sentindo, o que eu sou, eu sou e vivo bem
com isso você deveria fazer o mesmo.
— Seu sabichão! — Disse Dane
— Seu fudido! — Respondeu Léo.
Capítulo 16: Papo Gostoso.

Nininha estava a uma hora colocando e tirando roupa, sem


saber o que usar para se encontrar com Dane. Ela estava um pouco confusa,

pois logo depois que a deixou em casa ele ligou alterando o encontro,

perguntando se ela podia ir encontrar ele no apartamento mais cedo e só

depois sairem. Será que ele também já estava tão louco para estar com ela de

novo como ela estava também, não havia nada de mais, ela pensou. Bom o

quê que tem uma rapidinha antes de ir ao bar?


Dane estava tenso, se serviu com uma dose de whisky, decidiu que se
saíssem iriam de táxi. Ele queria achar uma maneira de dizer que ele vai
embora, e achou melhor dizer após ela estar derretida em seus braços. Talvez
assim ela entenda melhor.
Terminou sua bebida e seguiu para seu quarto para um banho, no
corredor notou que a porta de Léo estava aberta e foi lá ver o que estava
fazendo. O encontrou de costas assistindo algo no notebook e nem notou sua
presença. Seguiu sorrateiramente para dar um susto no amigo, quando viu o
vídeo na tela, era Paulina dançando bem sensual na pista de dança daquele
bar de ontem e pôde ver que ela parecia olhar na direção de quem estava
filmando.
Muito puto empurrou a cadeira dele, que o olhou surpreso. Na hora
Dane percebeu que ele estava com a mão na altura da virilha.
— Seu filho da putaaa, onde você conseguiu isso Léo... Não acredito,
você está se masturbando vendo ela dançar?
Dane foi dando tapas na cabeça de Léo.
— Oooo! Que merda Dane, eu não estou me masturbando, mas
confesso que fiquei excitado e eu já ia apagar, ok?! — Respondeu Léo se
ajeitando.
— Então por que não apagou ainda? E você ainda não me respondeu
como conseguiu esse vídeo.
— Ah, fala sério cara, você sabe que eu não sabia quem era a tal
Paulina, tá. Eu estava apenas paquerando uma linda mulher que estava
dançando na pista, eu te avisei para olhar, mas você não me deu atenção. Eu
fiquei tão hipnotizado que quis gravar ela... Sei lá, porra e você pode ver no
vídeo que ela está retribuindo os olhares, como eu podia imaginar que era a
sua garota merda, e... Pronto já apaguei.
— Tá nervoso, cagão. Ficou com medo de apanhar? — Falou Dane já
mais calmo em tom de brincadeira. — Eu te entendo irmão, você não sabia
quem era, eu fiquei surpreso ao ver a imagem dela, enfim. E, quer saber, para
de dizer que ela é minha garota, porque não é. Ah, e apague do celular
também.
Dane foi saindo do quarto perguntando:
— Vai sair?
— Vou sim, vou tentar aproveitar minha última noite, já que ontem
foi frustante. Por quê?
— Não, por nada... É que mais tarde vou com Paulina naquele bar.
— Isso é um convite, brother?
— Não!
Dane se enfiou na ducha, se lavando imaginando as mãos de Paulina
em seu corpo. Foi ficando duro e se acariciou cada vez mais pensando nela,
um vício, ela está virando um vício, pensou. E o banho foi demorado.
Enquanto isso Léo foi terminar de se arrumar, já havia tomado banho
e estava só de bermuda cós baixo e sem blusa. Escutou a campainha tocar,
achou estranho, se perguntou quem poderia ser já que eles não estavam
esperando ninguém, ou Dane estava? A campainha tocou mais duas vezes e
como seu amigo não foi atender ele foi.
Olhou no olho mágico e viu de quem se tratava. Antes de abrir a porta
pensou, filho da puta por isso me perguntou se eu ia sair e sorriu. Léo abriu a
porta e deu uma bela olhada nela a deixando corada.
— Ora, ora o que temos aqui? Bem vinda senhorita, entre a casa é
sua. — Disse galante.
Paulina se sentiu sem graça com a forma que ele a olhou e
cumprimentando Léo, foi entrando. Ficou meio tonta ao passar por ele
sentindo o cheiro do seu corpo que estava com o tronco nu, e uma bermuda
tão baixa que mostrava a perfeição de seu V. Balançou a cabeça afastando os
pensamentos pecaminosos e se perguntando que diabos estava acontecendo
com sua libido que explodia perto dele também.
— É...... Desc..... Desculpa marquei com Dane aqui e ele autorizou a
minha entrada. Licença. Onde ele está? Achei que estaria sozinho.
— Com certeza foi o que ele achou também. – Soltou Léo, mas ela
nem respondeu por não ter entendido muito bem.
E só então ela percebeu no quanto foi inocente em vir para um
apartamento de um desconhecido sozinha, será que ela corre perigo, pensou.
Burra! Pqp!
Léo fechou a porta, a acompanhou até o sofá e pode ver o quanto
estava bonita, seu vestido acinturado e levemente rodado a deixava ainda
mais feminina. E tudo que Léo pensava era o porquê após tantos anos
compartilhando mulheres, justamente agora Dane decidiu ter essa crise de
consciência, merda logo quando eu também me interessei, e Deus sabe que
eu nem sabia quem era ela, será que é a vida pregando uma peça? Agora
tenho que reprimir meu desejo em respeito ao meu brother, mas estarei
sempre por perto. A esperança é a última que morre.
— Aceita alguma bebida, princesa? Temos vinho, cerveja, licor e
whisky... Ah! Água e leite também. — Perguntou Léo sorrindo.
— Bom eu não sei, é.... — Paulina ainda muito sem graça não sabia o
que responder e Léo a corta.
— Ok! Você não vai recusar dividir uma cerveja comigo?
Dito isto, Paulina sorri mais a vontade e concorda, Léo pisca pra ela e
então vai buscar a cerveja na cozinha.
Quando ela está só, na sala, aproveita para dar uma olhada em volta,
percebe que é um bonito apartamento bem masculino, sem muitas frescuras
só coisas de meninos, como um sofá enorme e uma TV imensa na parede
com uma poltrona de lado e uma mesa de centro em madeira escura.
Olha a sua direita e vê uma varanda que deve ter uma visão linda do
mar com uma prancha encostada, à sua esquerda um corredor e uma cozinha
americana. Que no caso, estava saindo um homem meio loiro, semi pelado,
com duas cervejas na mão vindo até ela, sentiu um calor de repente ao notar
parte dos pelos pubianos dele saindo pelo cós da bermuda.
Ela pegou a cerveja que Léo lhe entregava e brindaram enquanto ele
ia se sentando na poltrona e ela controlando seu olhar.
— E então, vamos onde hoje? — Puxou assunto ele.
— Dane disse que íamos mais tarde ao Balacobaco's. – Ela respondeu
após tomar um gole de sua bebida.
— Hum! Que bom, podemos ir juntos, afinal também vou para lá
hoje. Gostei muito do lugar. Da última vez não consegui chegar a pista de
dança, tinha uma linda mulher dançando e gostaria de ter dançado com ela.
— Insinuou Léo.
Paulina achou meio estranho o jeito que ele falou mais estava
começando a se acostumar com seu jeito debochado.
— Veja, além de beber ele gosta de dançar.
Tomando um gole de sua garrafa se inclinou para ela e disse irônico:
— Ahhh! Não me julgue pela bebida que não te julgo pelos olhares.
Paulina arregalou os olhos assustada ao perceber agora quem era ele,
puta merda ela pensou, não é possível, será? Ele é o gato misterioso que ficou
me olhando do bar enquanto eu dançava? Ai meu Deus!!!
Disfarçou, fez que não entendeu levou a cerveja à boca e podia
apostar que estava que nem um pimentão. Que idiota!
Enquanto ela pensava em algo para dizer foi salva pelo gongo, ou
melhor pelo Dane.
— Atrapalho? Léo, você não ia sair?
— E você? Por que não me disse que íamos receber visita? — Disse
Léo no mesmo tom.
Dane se senta ao lado dela a abraça e beija na boca, encosta suas
testas e quando ela abre os olhos lhe diz o quanto está bonita. Ele a encosta
em seus braços e ela quase ronrona, esfregando as coxas sentido o cheiro de
sabonete e Dane juntos. Ela estava perdida.
— Vejo que começaram a festa sem mim, por que você não pega uma
cerveja pra mim também Léo, enquanto eu mato a saudade da minha garota.
— Diz Dane com olhar semicerrado para Léo.
— Claro brow! Para que serve os amigos? Vou sim, a minha já
acabou e está muito quente aqui vocês não acham? Paulina vai querer mais
uma também?
— Não, eu bebo devagar. Obrigado.
Ele se levantou e foi para cozinha sentindo uma pontada de inveja de
seu amigo. Enquanto isso Dane puxa de repente Paulina para seu colo, ela dá
um gritinho assustada, depois ri, coloca os seus braços em volta do pescoço
dele e o beija. Dane retribui logo tomando o controle do beijo e sem
conseguir se segurar passa a mão pela sua coxa, subindo até chegar ao seu
seio onde acaricia firme, passando o polegar pelo mamilo deixando-o duro.
Eles soltaram um pequeno gemido um na boca do outro. Ele desejando
colocar o mamilo na boca e ela quase implorando para que ele fizesse
exatamente isso. Os dois param ofegantes e ela diz:
— Para Dane, não estamos sozinhos, logo Léo volta.
— Shhii! Não ligue pra ele, ele vai nos ver e vai ir embora. — Disse
Dane inocente.
— Opa! Agora é a minha vez de dizer, começaram a festa sem mim?
— Falou Léo ao voltar para sala com as cervejas e um prato de aperitivos,
além de uma cara muito sacana.
Paulina enfiou a cabeça na curva do pescoço de Dane e ficou rindo de
vergonha, sentindo ainda a mão de Dane em seu seio. E ele sem que ela
notasse fez sinal para Léo cair fora, mas ele fez que não viu. Léo lhe entregou
a cerveja e se sentou novamente na poltrona fazendo Dane encara-lo
sorrindo.
A verdade é que os dois gostavam desse joguinho, era natural entre
eles. Paulina desconcertada quis sair do colo de Dane, mas sem sucesso
desistiu.
— Léo você é engraçado, não sabe que para algumas festas precisa
ser convidado? — Falou Dane.
— É só o que eu estou esperando, a n s i o s a m e n t e.
Respondeu rápido Léo deixando ela encabulada, o que pareceu aos
dois um sinal que ela entendeu o que ele quis dizer. Eles trocaram um olhar
conhecido e Paulina notou e ainda muito sem graça (que era a única coisa que
ela fazia no momento, ficar sem graça) pediu para ir ao banheiro, Dane
indicou por onde ir.
— Léo, para de forçar a barra cara. Você prometeu.
— Eu não estou, aaa foda-se, é força do hábito e não posso fingir que
ela não mexe comigo. Pode deixar vou terminar a minha bebida e vou sair. —
Respondeu Léo cabisbaixo.
Enquanto eles conversavam Paulina estava no banheiro tentando se
recompor, pois o que Léo deu a entender a deixou muito confusa e molhada.
OMG! E se ele sabe que sou eu a menina que dançava olhando pra ele no bar,
será que vai tentar algo comigo, não não pode ser. Os dois me desejando? É
melhor esquecer tudo, isso aqui não é um livro onde tudo é possível, dois
homens maravilhosos, puta que pariu. Esquece Nininha e volte para sala.
Ao chegar encontrou os homens mastigando e rindo, nossa que linda
visão, ela imaginou se eles notariam se ela apenas sentasse ali e ficasse só os
olhando, admirando aqueles troncos esculpidos por Deus, e aqueles olhos um
de um azul hipnotizante e outro de um tom esverdeado intimidante.
Ela levou um susto com o silêncio repentino e com aqueles pares de
olhos a encarando. Se sentindo uma tola seguiu para sentar ao lado de Dane,
mas ele a pegou e a pôs em seu colo. Ela bufou e disse irônica:
— Posso pegar minha cerveja pelo menos?
— Pode deixar princesa eu pego. — Falou Léo
Então Léo puxando assunto perguntou o que Paulina fazia da vida, e
ela foi dizendo que cursava TI, mas não gostava muito, vendia alguns
produtos para ajudar o pai em casa etc, etc... E foi falando enquanto os dois a
olhavam interessados. E ela se sentiu tão a vontade que até falou sobre sua
paixão, a pintura e o desejo de cursar belas artes. Falou sobre suas amigas,
eles riam com suas histórias e falavam sobre algumas das suas também. De
vez enquando Dane mordiscava seu pescoço ou acariciava sua coxa na barra
do vestido, tudo isso aos olhares astutos de Léo. Ela realmente estava
gostando dessa atenção, poderia se acostumar com isso, nunca teve amigos
homens... Então se deixou levar naquele gostoso papo movido ao álcool e
sorrisos, sorrisos e mais sorrisos.
Capítulo 17: Espiando.

Cerveja vai, cerveja vem e de repente Nininha percebe que só

ela falou sobre sua vida e então perguntou:


— E vocês, fazem o que da vida?
Ela percebeu os olhares entre os dois, aliás eles faziam isso o tempo
todo, parece uma conversa a parte, ela pensou que provavelmente fazia isso
com suas amigas também. Léo e Dane por um segundo pensaram se diriam
ou não, porém Léo mais atirado respondeu perguntando:
— O que você acha Paulina, chuta nossa profissão?
Paulina meio risonha por conta da bebida se remexeu no colo de Dane
dando um estalinho em sua boca, virou para Léo e com cara de quem estava
pensando na resposta lhe disse:
— Bom, acho que pelo porte físico de vocês, a beleza e tals (ficou
corada ao dizer isso), acredito que podem ser modelos?!
Duas sonoras gargalhadas masculinas soaram no ar.
Dane empurrou ela para trás no sofá a fazendo gargalhar também com
cócegas, o vestido de Paulina subiu deixando boa parte de suas coxas amostra
até quae a polpa da bunda, não passando despercebido aos olhos de Léo, que
se remexeu na poltrona porque sua bermuda começou a ficar desconfortável.
Paulina já não aguentava mais, pedia para ele parar e perguntava por
que eles não podiam ser modelos. Dane retornou a sentar com ela em seu
colo e, tirando os cabelos dela do rosto esperando ela voltar a respiração
normal, disse debochado olhando em seus olhos:
— Minha menina, só você para achar dois ogros como nós, bonitos.
— Fale por você, porque eu sou bonito sim. — Disse Léo
intrometido.
— Viadinho! — Implicou Dane
— Babaca! — Retrucou Léo jogando um caroço de azeitona em
Dane.
— Ei vocês dois? Parem com isso! — Se esquivando dos caroços de
azeitona Paulina continuou. — E não fujam do assunto, digam então seus
ogros no que vocês trabalham?
Dane apertou ela em seus braços e suspirando disse:
— Trabalhamos na fronteira do Brasil.
— Fronteira? Como assim?
— É... Bom vou deixar os pombinhos e terminar de me arrumar.
Disse Léo se levantando e indo até Paulina deu-lhe um beijo na bochecha a
surpreendendo e completou dizendo bem próximo ao seu ouvido. — Somos
da Polícia Federal baby! — Olhou para Dane piscou e recebeu um olhar
semicerrado puto dele, continuou indo em direção ao seu quarto rindo e
pensando, segura essa mano.
Nossa, por um instante o hálito quente do Léo deixou Nininha ainda
mais embreagada do que a bebida, tentando assimilar o que Léo disse olhou
para Dane confusa e sem reação. Dane também ficou sem reação, mas
percebendo a distração dela pela proximidade de Léo e até um certo ar de
desejo, a pegou pela cintura colocando-a montada no seu colo com as pernas
abertas. Nininha não se fez de rogada e com as mãos em volta do pescoço
dele pressionou com uma rebolada a ereção a baixo dela, ela já nem
lembrava mais o que Léo tinha dito.
Sem aguentar mais e querendo mesmo mudar de assunto, Dane se
levantou com ela enroscada em seu colo e aos beijos e amassos foi andando
para seu quarto. Chegando no quarto, Dane se jogou na cama com Nininha e
entre sorrisos e beijos tirou seu vestido. Ficou sobre ela olhando em seu rosto
com admiração acariciando suas bochechas, seus olhos eram de puro desejo,
essa mulher o deixava fora de órbita. Dane se esfregava no corpo semi nu de
Nininha e prestava atenção em suas reações, como se estudasse para a prova
mais importante de sua vida, pequenos gemidos e sussurros, tom de pele que
ia desde um rosa angelical ao vermelho indecente. Suspirando o cheiro
gostoso dela, cruzou seus dedos nos dela e guiou seus braços para cima de
sua cabeça, foi mordiscando sua orelha, pescoço, queixo e boca.
Ficava fascinado pelos sons das risadas e os gemidos de tesão, tão
entregue, tão natural. Afastou ainda mais suas coxas e desceu uma mão pelo
seu corpo apalpando seu seio e seu quadril até chegar no seu monte de Vênus,
estacionou sua mão ali e voltou a encarar o rosto dela deu-lhe um beijo
abrasador e depois falou:
— Paulina, você me deixa louco. É linda e seu corpo é como um
oásis... – Gemeu. — Mantenha esses braços onde estão, vou matar a minha
sede com os líquidos desta bucetinha melada. E deu um tapa estalado sobre
seu sexo fazendo-a gritar de tesão.
Filho da puta! Ele é louco e, está me deixando louca além de lindo,
gostoso, cheiroso tem essa voz sexy. Pensava Nininha.
Automaticamente abriu ainda mais as pernas, enquanto isso Dane
tirava seu sutien e caia de boca em seus seios. Chupava, lambia, mordia e
apertava fazendo-a arquear seu corpo sobre a cama e soltar sons de puro
prazer. Ela queria enfiar os dedos naqueles cabelos pretos sedosos mais ela
era uma menina obediente e não ia tirar os braços da onde ele os deixou.
Ela estava a ponto de ebulição e ele ainda não havia saído de seus
seios. Começou a dizer palavras desconexas.
— Ainnn.... Daneeee.... Pelo amor de Deus, eu quero.... Eu.... Quero.
— Diz Paulina, o que você quer? Pede, implora. — Pediu Dane com
um sorriso sacana, é claro que ele sabia, mas queria ouvir dos lábios dela,
precisava escutar.
— Merda Dane, anda logo... Por favor.
Apertando forte um seio em cada mão, deixando os bicos duros e
empinados apontando para o teto mordendo e assoprando um por um ele foi
dizendo:
— Vamos Paulina, não se faça de inocente fala safada, diz exatamente
o que você quer.
Nininha levantou um pouco o rosto para olhar na cara do imbecil
gostoso que estava atrasando seu orgasmo e se preparou para responder,
quando percebeu a porta atrás de Dane e viu que estava entre aberta, eles
esqueceram de fechar ao entrar.
Viu um par de olhos verdes em brasas espiando. Léo viu que ela o pegou no
flagra e mesmo assim continuou espiando, não saiu do lugar e ficou
encarando. Nininha por sua vez, mesmo sabendo que era errado não
conseguiu fazer nada para que ele parasse. Ao contrário, ela também o
encarou e foi descendo o olhar pelo seu corpo, até perceber sua mão em sua
virilha. Ela viu que ele estava excitado observando a cena à sua frente, e
notou que seu lado racional não existia mais sentiu que isso tudo a deixou
ainda mais excitada, se ainda era possível tal coisa.
Nininha era apenas sensação, ainda mais quando Dane notou seu
devaneio e mordeu mais forte seu seio, algo que lhe daria uma marca e
perguntou novamente trazendo de volta sua atenção para ele:
— Vamos Paulina, responda, o que você quer?
Então em uma reação de puro erotismo ela disse da maneira mais
sexy e quente possível:
— Quero que você me faça gozar, me chupando e depois
"metendo com força" até eu não aguentar mais.
No meio da frase, Dane já havia descido a boca em seu abdômen
deixando uma trilha de beijos até o meio de suas pernas, o que fez Nininha
terminar a frase olhando diretamente nos olhos de Léo, principalmente na
parte "metendo com força".
Ela abaixou a cabeça se contorcendo sentindo a boca de Dane e os
olhos de Léo em seu corpo, e só conseguia pensar: Que loucura! Mas agora
foda-se, ela estava entregue a luxúria total e no fundo já estava imaginando
como seria se Léo entrasse e se juntasse a eles.
Droga! Por um instante ela quis voltar atrás na pergunta de Dane e
responder que o que ela queria mesmo era que ele e Léo a comesse juntos
como se não houvesse o amanhã. Gemeu gemeu gemeu gemeu... E explodiu
em milhares de pedacinhos.
— Matei minha sede, agora se prepara que vou te dar o que pediu.
Ainda estou com fome e vou meter até me saciar, sua gostosa. — Gruniu
Dane, rasgando a calcinha que ela nem lembrava que ainda usava, não deu
tempo para questionar, Dane estava transformado.
Ele a virou na cama e a colocou de quatro, empurrou suas costas ao
máximo na cama deixando sua bunda bem empinada, não resistiu e deu um
tapa estalado em uma banda e sem demora se enfiou até o talo fazendo-a
gritar alto seu nome. Puxou seus cabelos no punho e deu uma rebolada lenta
com seu quadril para ela se acostumar com sua carne quente e dura.
Ouvindo seus gemidos foi começando um ritmo de vai e vem
devagarinho. Nininha pegava fogo com a tortura que Dane estava fazendo
e se perguntava se Léo ainda estava ali espiando, excitada ao máximo com
essa ideia, começou a rebolar de encontro às investidas de Dane, gritando,
implorando por mais.
Dane soltou o animal que existia dentro dele e lhe deu o que pedia,
estocadas fortes e, às vezes, até violentas que só faziam eles irem cada vez
mais longe no espaço, entre urros, gritos, sons dos corpos se batendo e
gemidos de prazer chegaram juntos ao clímax e caíram na cama esgotados,
suados.
Ela não queria que ele saísse de dentro dela e nem ele queria sair, pois ainda
sentia seu corpo dar espasmos pós orgasmo.
Por fim, Dane se ajeitou se retirando do seu interior e sorriu ao
escutar um gemido descontente dela, deu um beijinho em sua têmpora e
retirou a camisinha. Ao colocar a camisinha no chão, voltou e se acomodou
com Paulina na cama de conchinha, notou seus olhos fechados precisando de
descanso e um semblante de satisfação no rosto, ficou ali admirando,
beijando seu pescoço e ombro.
Foi então que olhou para a porta e deu de cara com seu amigo os
observando. Pensou em quanto tempo ele estaria ali, deve ter ouvido os
barulhos. Léo fez um acenar de cabeça e se retirou voltando para seu quarto.
Dane sorriu balançando a cabeça pensando: Ele não desiste mesmo.
Provavelmente ainda vamos acabar os três na cama. Será? Será que eu quero?
Será que Paulina aceitaria? Bom a única certeza que posso ter é que Léo
absolutamente está interessado como nunca esteve antes. Assim como eu.
Capítulo 18: Laço Formado.

#Nininha

Nossa acordei toda dolorida, logo me lembrei o porquê de


estar assim. Que delícia! Tentei me mexer, mais estava imobilizada por um

corpo espetacular. Me espreguiçando senti Dane se enroscando ainda mais

em minhas costas e seu membro semi duro na altura da minha bunda. Olhei

para a porta e recordei da loucura de horas atrás com Léo nos observando.

Hummmm! Para Nininha, que sorriso bobo é esse na cara?! Se recomponha e

pense em como você vai encara-lo depois do que aconteceu.


E como meu juízo já não estivesse atentado o suficiente, eis que Léo
passa no corredor e olha para dentro do quarto encontrando meu olhar.
Merda!! Ele retorna, empurra a porta devagar e me olhando como se não
estivesse nua na cama com seu amigo entra feito um Deus grego no quarto
perguntando:
— E aí, descansou? Já estou pronto, vocês não vão se arrumar para
sair?
Que sorrisinho mais safado e lindo que ele deu. Tentei não me mexer
muito ao responder, pois vi que na posição em que Dane me abraçava não
mostrava minhas partes íntimas. Engraçado, eu não estava nem um pouco
com vergonha, estava até bem a vontade. Usei um tom baixo de voz, não
queria que Dane acordasse e causasse algum desentendimento entre os dois
por causa da indiscrição de Léo ao vir falar comigo nesta situação.
— Léo, você não acha que está sendo invasivo?
— Não, não acho. Só estou vendo um casal abraçado, embora talvez,
eu teria sido menos invasivo se eu tivesse entrado há algumas horas atrás
quando seus olhos me permitiram. — Disse Léo muito confiante me
deixando desconcertada.
— Tá bom Léo, sai... Vou acordar ele e vamos nos arrumar, ok. —
Respondi tentando me esquivar da pergunta dele.
Ele fez que tudo bem com a cabeça e foi saindo, não sem antes me
queimar com seu olhar e falar mais uma gracinha:
— Eu vou, mas se Dane não acordar porque ele está muito cansado...
Ele fez muito esforço, você sabe, é só me chamar eu posso te dar um banho e
te ajudar a se vestir com o que restou de suas roupas e .......
Antes dele terminar taquei uma bolinha daquelas de fazer fisioterapia
para as mãos que estava no criado mudo na barriga do engraçadinho. Ouvi
ele dizer que tava tudo bem e que eu não precisava ser agressiva e, que
esperava nós dois na sala. Merdaaa! Mil vezes merda, não é que minha
amiguinha lá em baixo ficou babando ao imaginar Léo lhe dando banho.
Estremeci só de imaginar, que Calorrrr!
De repente senti Dane ainda mais duro, será que ele ouviu. Me virei
beijando-o, ele foi abrindo os olhos, como se estivesse acordando, mas
sinceramente acho difícil ele não ter escutado, porém não seria eu a entrar
nesse assunto.
— Dane vamos levantar Léo já está nos esperando para sair.
Ele me olhou nos olhos parecendo procurar algo no meu olhar desceu
a mão pelo meu corpo e colocou a mão entre minhas pernas, sentindo a
umidade depositou um dedo brutalmente me fazendo ofegar de prazer.

#Dane
Paulina não havia percebido, mas eu estava acordado e ouvi ela e Léo.
Senti uma certa tensão entre os dois e o que me deixou impressionado foi o
fato dela ter encarado numa boa ele entrar e falar com ela, mesmo ela estando
nua, cheirando a sexo comigo erroscado em seu corpo. Me mantive quieto até
que Léo falou sobre o olhar dela permitir, daí me liguei naquele momento em
que eu pedia que ela me respondesse, ela deve ter visto Léo na porta, é isso, o
filho da puta estava lá desde o início. Abri os olhos nesse momento e olhei
para Léo para que ele soubesse que entendi a mensagem. E ao final das
palavras dele em relação a dar banho nela, senti seu corpo estremecer
levemente e, não foi de repulsa, pareceu desejo, o que me fez ficar excitado
também, mas só para comprovar o nível de excitação dela com as palavras de
Léo levei minha mão ao seu centro, estava toda molhada, não me aguentei e
introduzi um dedo fortemente em sua entrada fazendo-a gemer.
Então ele a quer e já demostrou que não vai desistir. E ela também
quer, pode não saber como ou se é possível, mas com certeza ela quer. Eu já
não sei o que pensar, a única coisa que eu quero é estar com ela, seja como
ela quiser. Essa bruxa me enfeitiçou. Não consigo imaginar como vai ser ir
embora amanhã. Preciso aproveitar o agora enquanto a tenho nua em minha
cama e ainda por enquanto exclusivamente minha.
Porém, confesso que a ideia de compartilha-la com Léo não me
entristece, só me excita pensar nas loucuras que nós dois juntos poderíamos
fazer com ela.

#léo

Não consigo tirar a imagem de Paulina gozando da minha cabeça, queria


muito ter colaborado para tal prazer, mas pensando bem acho que colaborei
sim, pois vi em seu olhar que gostou de me ver assistir, e talvez por isso
permaneci ali até o final.
Eu sei que ela me quer também, deve ser confuso para ela entender que está
afim de dois caras ao mesmo tempo, queria mais tempo para fazer ela
entender que não tem nada de ruim e errado nisso. Conheço Dane muito bem
e ele a mim. Ele sabe que a quero e pelo olhar dele enquanto eu falava com
ela, percebeu o que eu quis dizer com "ela permitir". Senti um certo
conformismo em sua face, aceitação. Acho que ele entendeu, acho que
mudará de ideia sobre nós três, somos uma dupla e quem sabe essa é a nossa
parceira. Bom, veremos hoje na pista de dança. Vamos jogar. E pela primeira
vez estou com frio na barriga. O que essa garota tem que está nos deixando
louco.
(...)
Após Nininha e Dane tomarem um banho obceno, se arrumaram.
Nininha teve que vestir uma box preta de Dane pois sua calcinha estava em
trapos no chão e depois
foram ao encontro de Léo que estava esperando pacientemente #sqn.
— Poxa! Achei que não sairiam mais do quarto, quase fui buscar
vocês. — Disse Léo se levantando da poltrona com sua cerveja na mão.
— E o viadinho não podia sair sozinho, precisa de babás? —
Retrucou Dane em tom de brincadeira.
Nininha que estava abraçada a Dane não sabia se ria ou se escondia de
vergonha do que Léo viu horas a trás. Ela estava com o olhar baixo, mas
percebeu que Léo se aproximava dela, levantou o olhar pra ele e assistiu
atônita o abusado chegar ao lado dela lhe dar um beijo molhado no pescoço e
pegar sua mão respondendo ao que Dane tinha dito:
— Mas é claro que eu não fui, você acha que só você merece estar em
boa companhia, bonitão?
Dane o olhou de canto de olho, sorriu, balançou a cabeça e se deu por
vencido. Sabia que a partir de agora Léo estava no jogo, ainda mais com a
certeza de que ela o queria.
Nininha queria fugir daquele apartamento. Mas ela não conseguia
mover um músculo com aqueles dois ao lado dela, Dane com a mão em sua
cintura pelo lado direito, e Léo com os dedos entrelaçados com os seus na sua
mão esquerda, sem folga para que ela se solta-se. Ela sentia algo
indiscretível, como se de repente ao ser tocada pelos dois ao mesmo tempo
seu corpo ascendesse, e todas... TODAS às suas células vibrassem ao mesmo
tempo. E antes dela entender a loucura que estava acontecendo naquele
momento foi falando gaguejando:
— Eu..... Acho... Acho que vocês falam de mais... E... Estamos
perdendo tempo aqui E.... E... Vamos logo para o bar. E de táxi!! Porque os
dois já beberam e eu estou louca por uma tequila.
E como seu pedido fosse uma ordem os dois a conduziram para fora
do prédio, pegaram um táxi e foram para o Balacobaco's.
Um silêncio ensurdecedor se instalou entre eles, deixando claro que
os três haviam sentido a corrente elétrica que pulsava ao redor. Nininha
estava entre os dois no banco de trás num aperto gostoso. Léo colocou seu
braço por cima do banco atrás de seu pescoço e passava levemente os dedos
por seu cabelo no ombro. Ao mesmo tempo que Dane firmou sua grande mão
no meio de suas coxas semi nuas por conta do vestido, e intercalava carinhos
com apertões. Ela pensou "agora fudeu", estava totalmente tomada por uma
sensação de completude.
Se sentia tão bem, segura e desejada. Não quis muito pensar, só sentir e fazer
o que desse vontade. Então colocou cada uma de suas mãos em cada coxa
encostada a ela retribuindo os carinhos que recebia. Quando cada um sentiu
sua pequena mão bem feminina em suas coxas olharam para ela que sorriu
para eles, um sorriso apaixonante os fazendo babar, se entre olharam e
sorriram também como dois bobos.
E ali naquele momento nasceu um laço entre os três. Algo que
nenhum deles já havia sentido, nem mesmo os dois amigos que já
compartilharam inúmeras mulheres juntos. Muito menos Nininha que até
outro dia vivia uma vidinha sem graça e só ouvia essas histórias de suas
amigas ou de seus autores preferidos, parecia um sonho e ela não queria que
acabasse nunca.
Ela não conseguia entender, mas ali ela teve a certeza que poderia até
ser loucura, mas ela queria os dois. Ah, se queria! E em sua cabeça apareciam
imagens dela com eles, do que poderia acontecer se ela se entregasse a esse
pecado.
Capítulo 19: Me Deixa Louca

Ao chegar ao Balacobaco's Nininha foi à procura de suas


amigas, logo as encontrando em uma mesa próximo à pista de dança. Léo e

Dane foram ao bar pegar às bebidas enquanto ela foi ao encontro das

meninas.
— Olha ela aí, até que enfim chegou... E cadê o gato? — Perguntou
Lary a abraçando.
— Ei calminha, ele foi no bar. E quem é esse que Bruna está
estuprando no banco?? (Risos)
— Sei lá, esse já é o segundo, você não conhece essa louca? Porém
acho que esse fica até o fim da noite ou raiar do dia.
Hahahahaha
— Nossaaaaaaaa não olha agora amiga, porque está vindo em nossa
direção dois Deuses do olimpo. Senhorrrrr! — Susurrou Lary.
Nininha obviamente não se segurou e logo olhou e viu dois Deuses
Olimpianos vindo em "sua" direção e para sua alegria era Dane e Léo. Ela
retornou a olhar para Lary com um sorriso de triunfo e logo sua amiga
percebeu que ela só não os conhecia, como eram eles os astros de sua
história.
— Puta merda Nininha, você economizou ao dizer que eles eram
apenas bonitos!!!!
Dane chegou e abraçou Nininha por trás, Léo ficou ao seu lado bem
próximo, ela os apresentou para Lary que ficou encantada e meio desconfiada
com a proximidade do trio. Eles se sentaram na mesa e beberam, jogaram
conversa fora, riram. Enfim, a Bruna e o dito cujo que estava com ela
começaram a interagir também. Dane vez enquando mordiscava o pescoço,
ombro e orelha de Nininha, os olhos de Léo filmava cada ato de carinho,
notava que em algumas vezes ela via que ele estava prestando atenção nela e
então mordia o lábio inferior como em um showzinho particular. Isso estava
deixando ele louco e só confirmando que ela o queria e estava adorando a
atenção dos dois para ela. Léo se sentiu tão a vontade que colocou sua mão
na coxa dela que não fugiu de seu toque. Ele percebeu também que ela estava
cada vez mais relaxada por conta das tequilas. As amigas dela pareciam
adorar ela. E quem não adora?
A Lary era uma mulher linda e inteligente e a Bruna tinha um corpão
bem o tipo que estavam acostumados a se envolver, uma predadora de alma
livre. Mas ali naquela mesa a única que os interessava era Nininha com seu
jeitinho meigo, e uma sensualidade ímpar, que fazia com que seus olhos se
atraíssem para ela como um imã.
Bruna mesmo estando "acompanhada" não deixou de notar como Léo
era lindo com aqueles olhos verdes e pele bronzeada. Nininha percebeu seus
olhares famintos para Léo, ela sabia o que Bruna fazia, era assim que ela
iniciava seu bote.
Nininha começou a sentir raiva dela, estava com ciúmes de Léo. Ela não
queria ver ele com ninguém, muito menos com sua amiga. Pensou que teria
sido muito melhor ter ficado no apartamento, Bruna é lindíssima, é claro que
Léo iria cair nas artimanhas dela, pensava. Em um ato sem pensar se levantou
e puxou Léo para a pista de dança.
Logo que ela se levantou e chamou Léo, viu a loucura que estava
fazendo e que Dane podia não entender, ficar chateado e então se virou para
Dane, foi quando viu que na verdade ele não ficou brabo ela viu
entendimento, como se ele soubesse o que ela estava pensando. Observou que
Dane fez um gesto de cabeça para Léo que retribuiu e, foi ele, Léo que a
arrastou para pista.

#Nininha
Cacete! Jesus das santas depravadas, que que eu fiz...
Estou louca só pode. Estou eu aqui segurando essa mão quente sendo
arrastada para pista de dança. Não sei onde enfiar minha cara, nem deu tempo
de pensar em vergonha, porque ele me puxa para seus braços olha nos meus
olhos sorri (pqp que sorriso) e diz:
— Então, você quer dançar?
Embreagada por aqueles olhos verdes e talvez pelas tequilas também,
me derreti em seus braços e disse um contido sim.
E para minha total desolação começa uma música que amo. Ele me encaixou
em seu corpo e começamos a dançar ao ritmo gostoso da música, sua boca
em minha testa, eu sentia ora sua respiração, ora letras da música, e só para o
inferno ficar completo o danado sabia dançar e de repente me vi imaginando
se Dane também sabia dançar e como seria bom se ele estivesse ali também.
Perdida nesses pensamentos chegamos ao refrão da música, no clima
envolvente dancei roçando nele e percebi que estava excitado, me afastei
assustada ele riu para mim sacana me rodopiou e me encaixou de novo, e
como se minha dignidade já não estivesse suficientemente estirada ao chão
me pego cantando junto com ele:
Me joga na cama, beija minha boca e tira minha roupa faz amor
comigo e me deixa louca... (Banda Vingadora)
Encostei meu rosto no seu peito fechei os olhos me embalei na
música, nele e em um mar de sensações. Abri os olhos por um momento e
encontrei um intenso par de olhos azuis me fitando, senti minha pele queimar
dos pés à cabeça, seus olhos não estavam revoltos e sim enigmáticos, tinha
uma certa excitação em me olhar dançando com seu amigo. Fechei
novamente os olhos e me perdia na música, na dança e nos pensamentos. Que
loucura é essa, será que estou lendo tudo isso da maneira correta? Eu quero
eles, mas será que estou disposta a ter os dois juntos?
Sinto um par de mãos em minha cintura e logo fui virada em direção à
essas mãos, dou de cara com aquele olhar de mar, agora com tom de
entardecer meio avermelhado e ao encosta-lo sinto o tamanho de sua ereção.
Léo vai me soltando não antes de sarrar na minha bunda e depositar um beijo
na curva do meu pescoço, olho atônita para Dane e não consigo disfarçar o
tamanho do meu desejo, Dane sobe uma mão por minhas costas até meu
pescoço encaixa seus dedos por entre meus cabelos e com a outra mão desce
até uma banda da minha bunda e quando estou prestes a tirar a roupa e dá
para ele ali mesmo, ouço ele susurrar no meu ouvido dançando, melhor
rebolando gostosamente comigo:
Quando você me olhou, Me deu um arrepio Há tanto tempo que eu
não sentia isso. Chamou minha atenção, Ganhou meu coração Jeitinho todo
engraçado, meio tímido... (Banda Vingadora)
Putalquelopariu! Eu morri e fui para o céu, ou melhor ainda, fui para
o limo dos meus sonhos o que aconteceu aqui senhorrrrr não consigo explicar
então vou beijar e me acabar. Foi o que fiz, beijei com vontade aquela boca
rosada maravilhosa até acabar essa bendita música que com certeza eu não
vou esquecer nunca mais.
Acabamos de dançar e beijar e roçar e quase gozar, enfim...
— Eu... Eu... — Merda eu e a mania de ficar gaga quando fico
nervosa. — É, eu preciso ir no banheiro.... — E fui, precisava me recompor.
Nininha entrou no banheiro da boate mesmo, ela não conseguiu
raciocinar e ir no banheiro dos funcionários que era de costume ir. Se
encostou na pia e lavou as mãos molhando o pescoço tentando abaixar o
fogo. Minutos depois Lary entra no banheiro com Bruna e foi na direção dela
dizendo:
— Não acredito Nininha você ficou com os dois????
— O quê??? Não.... Mas o quê? Que você está dizendo? — Respondi
meio lerda, recapitulando e não lembrando de ter beijado o Léo, só o Dane.
— Que dois? Tá louca Lary? A Nininha??? Haha du-vi-de-o–do —
Falou Bruna trôpega.
Nininha deu um empurrão no ombro de Bruna e foi dizendo:
— Eii, o que você quer dizer Bruna? Você acha que só você consegue
despertar interesse em homens como eles?
— Opa, opa, não pode ser, a santinha da Nininha quer os dois. —
Disse Bruna chocada.
Com o dedo apontado para Bruna exclamou Nininha:
— Olha aqui Bruna eu nunca disse que era santinha, só não preciso
ser uma doida varrida como você!
— Ei pode parar as duas. — Lary se mete no meio apontando para a
Bruna diz: — Você vaca, cala a boca não tá ajudando. Depois virou-se para
Nininha dizendo:
— E você, tá tão perdida que não lembra o quanto nossa amiga aqui é
debochada, você é sempre a primeira a defender ela, e agora fica aí com tom
de julgamento.
— Poxa amiga desculpa, eu não quis dizer isso, você me entendeu
errado eu jamais duvidaria de você como mulher. Eu disse aquilo porque
conheço o seu jeito de pensar. Presta atenção, você é uma mulher linda
merece o melhor da vida, é só você querer. Estou do seu lado amiga e estou
MUITO feliz que você acordou para vida. Se joga mulher, sem pré-conceitos.
Escutando Bruna falar, entendi que de um jeito meio torto ela só disse
verdade, puxei ela para um abraço e pedi desculpas em seu ouvido.
— Tá legal, tá legal, mas não vamos esquecer que essa nossa amiga
aqui Bruna, é uma romântica e acha que tudo tem um final feliz como em
seus livros, e esse terreno é perigoso, não sabemos o que pode acontecer........
– Falou Lary.
— Ai eu sei, se o final feliz for acabar em um sanduíche entre aqueles
dois eu quero!!! – Bruna soltou.
— VACAAAA ... — Gritou Lary e Nininha no ouvido de Bruna pelo
seu comentário. As três caíram na gargalhada juntas e outras meninas no
banheiro riram delas.
Lary foi se acalmando, me pegou pelos ombros e foi dizendo:
— Minha amiga irmã, vejo nos teus olhos o teu querer por eles, e o
pouco que vi deles percebi também o querer deles por você..
Bruna interrompe de novo a fala de Lary
— Atá, você percebeu só no olhar e não em toda aquela dança a três
caliente com direito a um beijaço no final, e fora todo aquele lance de
cantarem a letra da música um para o outro e .... E hummm acho que faltou
um beijo triplo para ser perfeito.
A cachorra da Bruna disse isso tudo toda rebolando na sensualidade,
me perguntei se eu estava fazendo assim na pista de dança, merda é melhor
não pensar nisso.
Quando ela olhou para mim e Lary e viu nosso olhar a repreendendo
murmurou:
— Ok, o.k suas chatas! Conclua Laryyyyy.
— Bom, seja o que for Nininha, faça o que você tiver vontade só não
leve tudo muito a sério pense em se divertir, em ser feliz. Como já te disse,
não crie expectativas, apenas viva o hoje e nada de contos de fadas eu digo
isso para seu bem.
— Porra Lary! E daí se ela quiser ter o final feliz dela com dois
Deuses gregos como eles ela pode, a vida é dela e ela vive como quiser,
existem relacionamentos de poliamor onde você pode amar mais de uma
pessoa ao mesmo tempo.
Olhei para Bruna com olhar de interesse, mas deixo para saber disso
depois, como disse Lary sem expectativas, somente curtir.
Lary soltou uns palavrões para Bruna por ter plantado essa semente na
minha cabeça, mas enfim, a verdade é que a vida é minha e eu saí daquele
banheiro com uma única certeza :
Se era isso que eu queria, era isso que eu teria!
E essa certeza só ficou mais forte quando dei de cara com os dois, em
pé de frente a porta do banheiro, todas as meninas passavam por eles se
insinuando, mas nenhum, nem outro desviava o olhar do meu, segui em
direção ao dois como se o bar não tivesse ninguém mais, só ouvi a voz de
Bruna e Lary falando:
— Vai lá e arrasa gataa.
— Não esquece de me ligar amanhã.
Mesmo sem olhar eu sabia o que cada uma tinha dito, sorri e cheguei
bem próximo na frente dos dois, no centro entre eles, cada um pôs a mão em
uma de minhas mãos e com uma boca em cada ouvido meu, disseram em
sintonia:
— Já pagamos a conta é hora de ir...
— Então, você vem com a gente?
Segurei um pequeno gemido e, fiz um esforço para tentar não me
render tão facilmente como essa vacilona aqui em baixo. Ainda procurando o
oxigênio para responder a pergunta e sem querer ser oferecida, mas não
achando jeito de não ser...
A foda-se! Puxei eles bem mais próximo ainda de mim e disse:
— Já não aguento tanta demora.
Capítulo 20: Entrega Total.

Sem perceber Nininha já estava dentro do táxi no meio dos


dois. Se antes a corrente elétrica pulsava entre eles, agora ela os unia, seus

corpos se tocavam a todo tempo e, a cada toque a sensação de

reconhecimento. Os três, não viam a hora de chegar no Ap.


Léo do lado esquerdo dela não tirava os olhos do perfil de seu rosto,
encantado com a possibilidade de tê-la. Não se segurou e encostou seu nariz
na curvatura de seu pescoço inalando seu cheiro gostoso o fazendo ainda
mais duro.
Nininha sentiu seu desejo por Léo aumentar ainda mais, porém ainda
estava preocupada com a reação de Dane. Curvando a cabeça para que Léo
tivesse melhor acesso ao seu pescoço encostou sua cabeça no ombro de Dane
e o encontrou a olhando, notou que havia desejo também em seus olhos. "Isso
tudo é uma loucura" pensava, mas sabia que não tinha mais volta.
Dane levantou seu queixo com a mão, posicionando a boca dela em
direção à sua. Enquanto isso Léo pegava em sua mão esquerda e ia pousando
pequenos beijos por todo seu ombro e braço. Dane a olhou profundamente
nos olhos, viu a vontade e o medo de se entregar. Levou sua boca a tocar a
dela em um beijo lento, dengoso e depois foi virando seu rosto lentamente ao
amigo que esperava ansioso pelo seu primeiro beijo com ela. Dane seguiu
dando pequenos chupões em seu cangote, enquanto Léo começou a se
deliciar com sua boca. Humm!
Entorpecida ao ser beijada pelos dois, deixou se levar, levantou a mão
e colocou na nuca de Léo e aprofundou ainda mais o beijo em uma dança
erótica de suas línguas. Léo estava enlouquecido, começava a entender o
porquê da fixação de Dane por ela, sua boca era doce, seu beijo intenso, cheio
de pudor e malícia ao mesmo tempo. Ele se sentiu perdido, querendo achar
seu lugar dentro do corpo dela e ainda estava só no início, pensando nisso
lembrou que ainda estavam no táxi, segurou seu rosto com as duas mãos e
com uma força tremenda foi parando o beijo sobrando apenas suas
respirações ofegantes e olhares famintos então disse:
— Calma princesa, prometo lhe dar quantos beijos quiser, mas vamos
esperar chegar em nosso apartamento. — Deu um estalinho em seus lábios.
Dane beijou a nuca de Nininha concordando com o que o amigo dele
disse, os dois sabiam que ela não era qualquer uma para ficarem de amasso
num táxi, então eles entrelaçaram suas mãos às dela e juntos respiraram
fundo e deitaram a cabeça no encosto do banco, os dois não tiravam os olhos
de sua presa, ela alternava seu olhar entre eles e não tirava o sorriso bobo da
cara.
Com a lucidez voltando Nininha pensou "na vergonha do motorista
ter visto tudo", sorriu e disse baixinho para que só os dois escutassem:
— Faço uma ideia do que esses taxistas vêem e ouvem nas corridas da
madrugada.
E os dois se juntaram aos risos com ela, fazendo um esforço para não
soarem tão alto.
Chegaram ao prédio, Léo o mais apressado dos três foi logo abrindo a
porta do carro e carregou Nininha junto com ele pela mão deixando Dane no
táxi. Dane sorriu balançando a cabeça com a pressa de seu amigo, mas o
entendia, daí falou ao motorista:
— É, parece que fiquei com a conta.
E o motorista prontamente respondeu com um sorrisinho:
— E seu amigo com a garota.
Dane retrucou:
— Não por muito tempo. Aqui, pode ficar com o troco. Boa noite!
Dane saiu do táxi com o sorriso do gato da Alice no país das
maravilhas deixando o motorista com os olhos arregalados. No hall,
encontrou os dois esperando o elevador, eles estavam de mãos dadas o que
deu espaço para ele agarra-la por trás e afundar seu rosto naqueles cabelos
macios, Léo olhou para ela que estava um pouco constrangida, levou sua
mão aos lábios e beijou, para que ela se acostume com os dois fazendo
carinho nela ao mesmo tempo.
— Merda de elevador, que demora. — Disse Léo impaciente.
— Aí chorão, ele chegou. — Dane o zoou.
— Já era tempo! — Disse Léo puxando Nininha com ele para dentro
do elevador, encaixou o corpo dela com o seu e tomou sua boca num beijo
sôfrego e quente.
Dane ria com o desespero do amigo, apertou o andar e ficou de
espectador olhando o amasso dos dois. Nininha não tinha tempo suficiente
para se sentir constrangida.
Será que Léo sentia o mesmo que eu senti por ela quando nos
beijamos pela primeira vez, será possível um sentimento como este nascer
entre três pessoas, pensava Dane, achei que até poderia ficar com ciúmes
dela, mas aos estarmos os três juntos me parece tão certo. Ele notou que
Nininha diminuiu a velocidade do beijo, e olhava em volta o procurando,
quando seus olhos se encontraram sem deixar seu contato com Léo esticou
seu braço livre e o puxou para um beijo também.
— Uffa!! Achei que tivesse te perdido. — Susurrou ela
— Nunca. Eu sempre estarei onde você estiver. — Respondeu
— Nós estaremos, e … Chegamos! — Disparou Léo.
Dane pegou ela no colo e seguiram para o apartamento. No momento
em que Léo abria a porta Nininha pensava, "é agora Nininha, daqui não tem
mais volta, a devassa que você soltou na sua primeira vez com Dane vai ter
que se multiplicar por duas, aiai meu santinho das gulosas por dois homens,
me ajuda! Eu poderia me acostumar com toda essa atenção masculina a
minha volta, eu deveria ter estranhado o porquê de uma vida inteira sem
absolutamente nenhuma emoção, claro agora eu entendi o senhor deixou tudo
para esse fim de semana." Seus pensamentos foram interrompidos por um
beijo casto que Dane deu em sua testa lhe descendo do colo, eles já estavam
na sala, Dane perguntou a ela se queria alguma coisa, ela notou que sua
garganta estava seca, achava que era nervosismo, mesmo assim pediu uma
água. Ele piscou para ela e foi andando para cozinha tirando sua camisa no
caminho jogando-a na banqueta e deixando a visão maravilhosa de suas
costas musculosas para os olhos de Nininha.
Léo a tirou do transe abraçando carinhosamente e levando para o sofá.
— Nossa Paulina, eu te quis desde a primeira vez que te vi dançando
na pista de dança, imagina minha surpresa quando descobri que você era a
garota que roubou os pensamentos do meu amigo.
Ao dizer isso Léo a beijou.
— Léo eu não me lembrava que era você o rapaz do bar me olhando,
eu percebi um pouquinho depois.
— Eu sei, eu até tentei abrir um espaço para mim entre vocês, mas
não consegui né, bom até agora. — Léo disse isso roçando os dedos no
decote dela.
Dane voltou com a água, ela bebeu e eles tomaram uma cerveja, cada
um ao seu lado. Eles começaram a alternar carícias em seu corpo, e parecia
estarem demarcando que lado pertencia a quem. As coisas voltaram a
esquentar. Era beijada, chupada, mordida e apalpada pelos os dois, mas não
aonde ela mais precisava. Estava tão ocupada recebendo os afagos que se
esqueceu que queria e deveria afaga-los também, se via apenas como uma
massa de modelar em suas mãos. Ela notou que estava com uma mão em
cima de cada coxa então apertou, acariciou e foi levando até suas virilhas e
nossa, ela sentiu o quanto eles estavam excitados por ela e só para confirmar
os dois soltaram um gemido dolorido quando sentiram seu toque. "Como era
bom escutar um gemido masculino, ainda mais de dois homens ao mesmo
tempo. Mas me sinto insegura será que dou conta." Pensava Nininha.
— Meninos, eu... Eu... Nunca tive dois homens ao mesmo tempo, eu
quero muito vocês dois, mas não sei o...
— Shiiiii! — Léo pôs o dedo nos lábios dela a fazendo o olhar e
calar. — Não diga nada, não se preocupe, nós cuidaremos de você, apenas
sinta.
"Vocês dois precisavam mesmo ter esses olhos hipnotizantes e essa
voz sexy? Os dois? Só pode ser sacanagem." Ops! Ela não acreditou, mas
falou em voz alta e eles sorriram enquanto ela escondia o rosto nas mãos
envergonhada.
Léo se levantou, já estava sem os sapatos então tirou a blusa, com o
movimento Nininha ainda com as mãos nos olhos retirou só alguns dedos
para ter alguma visão daquele Deus grego bronzeado em pé na sua frente,
abriu a boca como se quisesse provar cada gominho que teimava em reluzir
ao seu olhar. Léo sorriu ao ver a expressão no rosto dela, Dane puxou sua
boca e roubo-lhe um beijo, ele a puxou para montar em seu colo com as
pernas abertas, ela gemeu ao sentir sua carne dura entre suas virilhas, ela
rebolava e agarrava suas costas, enfiava as mãos em seu cabelo louca de
desejo, Dane enrrolou seu longo cabelo em uma mão e começou a conduzir o
beijo como queria. Léo soltou as sandálias dela e sem ela perceber os dois em
conjunto tiraram seu vestido deixando-a somente com a box preta e sutien.
Dane se levantou com ela enganchada em seu colo. Ele adorava os gritinhos
que ela dava quando se assustava, ele olhou Léo e falou:
— Vamos Léo saborear o nosso pequeno fruto. — Dane deu um tapa
estalado em uma banda de sua bunda. E ela gritou.
— Aiiiiii! Seu louco.
Dando outro tapa na outra banda da bunda dela, Léo disse:
— Não grite agora princesa, deixe para gritar e gemer quando
estivermos te saboreando
— Aí meu Deus, onde eu fui me meter.
— Bom, posso te responder, você agora está capturada pelos seus
Dois Federais e daqui você não sai antes de saciarmos nosso desejo de você.
— Dane responde e joga ela na cama.
E lá ela ficou admirando aqueles dois homens que já estavam só de
cueca box em frente a ela pensando:
"E quem disse que quero ir embora daqui? Nunquinha! "
Capítuo 21: Montanha Russa.

Olhando aquelas figuras famintas por ela, fez uma pequena


reflexão da sua vida procurarando o que havia feito de bom para merecer

aquele momento com esses dois, não encontrava nada que explicasse.

O calor só aumentou, ela já achava que vestia peças demais. Então


tomada de desejo e dando um fim ao puritanismo, se sentou na cama toda
sedutora e assistida pelos divinos à sua frente, retirou seu sutien o mais
graciosamente possível e o jogou entre eles. Não sabia distinguir qual olhar
se tornou mais intenso após seu ato ousado.
Ouviu Dane falar:
— Irmão, são os seios mais lindos que já vimos não é?
Apertando seu pau, Léo sem tirar os olhos do colo de Nininha
respondeu sorrindo maliciosamente:
— Realmente os mais lindos, mas uma coisa está me encucando, eu
nunca estive em um ménage em que todos usavam cuecas box masculina.
Nenhum dos três aguentaram e caíram na gargalhada, Dane e
Nininha quase choram de tanto rir, mas ela foi logo cortando a brincadeira
quando disse:
— Pois é, vocês pretendem ficar aí rindo ou vão vir aqui e tirar essa
box do meu corpo, essa cama está muito quente e eu estou morreeeendo de
calor.
Os dois se entre olharam e Léo foi mais rápido, pulou praticamente
em cima dela e foi beijando cada pedacinho de seu corpo como se
reverenciando uma deusa, deu uma atenção maior ao seus seios e quadris,
Léo amava quadris, largos e robustos, adorava beijar e mordiscar do osso
ilíaco até o início da linha da virilha, movimentando seus beijos de um lado
ao outro pela base da barriga, sabia que era um local nada explorado pelos
homens e, esses quadris era exatamente do jeito que ele gostava foi de um
osso ilíaco ao outro beijando, cheirando e deixando pequenas marquinhas por
onde passava, indo para virilha foi retirando aquele pedaço de tecido que o
afastava do seu fruto de desejo. Ele ouvia os pequenos gemidos e lidava com
a força que ela fazia ao se contorcer de prazer.
— Meu Deus mulher a cada minuto que passa mais beleza encontro
em você. — Disse Léo tomado de tesão ao ver Nininha agora totalmente nua.
Dane se aproximou levou sua boca aos lábios de Nininha, acariciando
seus seios foi se estabelecendo atrás dela encostando na cabeceira da cama, já
sem sua cueca box também, colocou ela entre suas pernas com às costas em
seu peitoral, pegou em cada joelho dela e os afastou um do outro deixando-a
completamente aberta aos olhos de Léo. Nininha se sentiu trêmula, exposta e
com uma sofreguidão ansiosa para ser tomada por eles. Mas percebeu que o
intuito deles era de tortura-lá. Por que simplesmente não se enfiavam nela e
pronto. Não, não! Não esses dois Deuses do Olimpo, eles querem mais. Dane
começou a tocar o corpo curvilíneo que já conhecia e foi apresentando ao seu
amigo, eles adoravam esse tipo de joguinho, Léo tirou sua box branca e deu
um sorriso contente ao ver Nininha passar a língua nos lábios ao ver seu pau
pular para fora. Dane então passava um dedo em cada mamilo ouriçado
vagarosamente, dizendo:
— Veja Léo o quanto está excitada, seus seios estão pesados e os
mamilos duros e afiados implorando por nossas bocas, notou o tom de rosa
que tem suas auréolas? Pois então qual é a cor que desejamos ver?
— Vermelho brilhante. — Disse Léo preguiçosamente e ainda
explicou. — Resultado das chupadas e mordidas que daremos em você
Paulina. — Concluiu prontamente olhando para ela.
Léo então chegou mais próximo de sua vagina e apenas tocou seus
lábios com a ponta do dedo e disse também:
— Esses lábios são do jeito que gostamos... — Arrastou o dedo em
toda extensão molhando o dedo em sua umidade fazendo com que ela solta-
se gemidos e respirações entre cortadas, levantou o dedo lambeu e disse –
Humm, o gosto também é do jeito que gostamos, mas e a cor que queremos?
— Vermelho quase roxo. — Respondeu Dane sussurrando ao pé de
seu ouvido — Você faz uma noção do que faremos pra que fique da cor que
desejamos, Paulina?
— Aaaa... Vocês vão me matar, por favor, por favor....

#Nininha

Minha sanidade sumiu, eu só pensava, ou melhor, precisava deles em mim.


Léo veio engatinhando feito uma pantera, me deixando mais louca ainda com
seu olhar felino, enquanto Dane levantou meus cabelos explorando meu
pescoço, Léo caiu de boca sedento no meu centro de prazer, ergueu ainda
mais meus joelhos, só pude fechar meus olhos e receber as chicotadas de sua
língua em minha carne molhada ele sabia o que fazia, por vezes me levava ao
ápice e me puxava novamente colocou um dedo como se testando, colocou
outro dedo e gemeu com aquele ar quente na entrada da minha vulva e quase
gozei pqp!
Enquanto eu estava me contorcendo com a atenção de Léo na minha
parte mais erótica, Dane falava aos meus ouvidos:
"Olha só você minha menina, está gostando de ser chupada por Léo"
"Devassa"
"Acho que você vai gostar de ser nossa refém, para usarmos como e
quando quisermos"
"Agora vai ser sempre assim, nós dois e você"
"VOCÊ É NOSSA!"
Ao dizer isso Dane acariciou firme meus seios, apertou um mamilo
exatamente ao mesmo tempo em que Léo chupou forte meu clitóris e então...
Bumm! Uma explosão aconteceu, eu vi o teto repartir em milhares de
pedacinhos feito serpentina e gritei forte tamanho orgasmo que me percorreu.
Tonta sentindo as ondas de prazer passarem pelo meu corpo escutei
Léo dizer a Dane:
— Que mel é esse, brother, maravilhoso.
Tomada de sensações senti eles se movimentando sobre a cama e se
colocarem cada um ao meu lado, e fui literalmente atacada pelos dois ao
mesmo tempo, cada um tomando conta de metade do meu corpo.
Enquanto um beijava minha boca, outro se apossava de meu seio e
então trocavam, eu sempre tinha uma boca me beijando e uma se esforçando
para deixar os cumes de meus seios da cor que desejavam.
Meu prazer estava se reconstruindo de novo, não tinha o que fazer a
não ser sentir, responder aos estímulos incessantes que eles me faziam. Meus
pulmões queimavam com a falta de ar, mas que se dane, a cama pegava fogo
também e não saímos dela. Em uma maldita maravilhosa sintonia começaram
a descer suas mãos nas minhas partes baixas, brincavam com minha entrada
hora forte, hora devagar, judiavam do meu clitóris, prendiam em seus dedos,
um vinha e outro ia, uma tortura interminável. Eu ia e vinha na beira do
abismo. Completamente dominada não tinha uma parte de meu corpo que não
estivesse sendo estimulada, comecei a pensar que agora quem se partiria em
pedacinhos seria eu e não o teto. Gemia, gritava, implorava. Pelo quê? Por
mais é claro, eu sempre fui fã do momento pré orgasmo essa sensação
alongada era melhor do que o orgasmo em si.
Senti eles colocando cada perna minha sobre eles me deixando
arreganhada de novo. Oh, meu Deus! Eles diziam vez ou outra no meu
ouvido que eu era linda, gostosa cheirosa e principalmente a palavra
"NOSSA" Eu estava com as mãos em cada costa musculosa, tenho certeza
que minhas unhas estariam marcadas ali amanhã. Foi então que notei o que
eles começaram a fazer, não é possível, os dois mexendo juntos no meio das
minhas pernas, perdi o fôlego quando cada um depositou um dedo dentro de
mim juntos, oooooohhhhhhh! Dane com a mão livre segurou minha nuca
como se fosse para eu não sair do lugar, encostou os lábios nos meus
dizendo:
— Preparada para a montanha russa? — O desgraçado sorriu.
— O quê ?
Eles pararam o movimento dos dedos dentro de mim e
instintivamente levantei meus quadris para tentar obter um pouco mais,
sofrendo por mais. Léo aproveitou e deu uma mordida dolorida em meu seio
chamando minha atenção.
— Aiiiiiiiii... Tá bommm vamos de montanha russa então, seja lá o
que isso seja.
— Boa menina! — Disseram os dois.
E aí, puta merda! Nunca em minha vida eu poderia estar preparada
para o que aconteceu. Cada um adicionou mais um dedo em minha entrada,
em minha buceta abusada e posicionando os dedões ao lado do meu clitóris
que já se encontrava inchado de tanto prazer, começaram juntos um
movimento enlouquecedor, que me fizeram arquear na cama no meio deles
implorando para gozar, meu corpo subia e descia, suas pernas mantinham às
minhas abertas, Dane segurava minha nuca a mantendo no lugar e Léo fazia
um esforço em manter minha cintura e abocanhar meus seios. Suas mãos
faziam movimentos de entre e sai, os dedões comprimiam meu clitóris já
abusado com tanto estímulo, e os dedos dentro de mim pareciam fazer
curvas, pareciam procurar um ponto específico, meu Deus, e de repente eu
morri é simples assim, morri. Não consegui ter mais controle do meu corpo
que se debatia para cima e para baixo num ato de rebeldia, meus quadris se
tornaram independentes e oscilavam de maneira louca, e eles não se
cansavam e continuavam com esse martírio delicioso e eu explodi de novo, já
não gritava, urrava como um animal, mordi os lábios de Dane que estavam
próximos aos meus, puxei os cabelos de Léo que tenho certeza que alguns
fios se foram e, caí em um sub espaço profundo de puro prazer sem conseguir
fazer esforço nenhum para sair de lá. A certeza que tinha era que esses
homens me estragaram para qualquer outro que vier pela frente.
Aos poucos eles foram me acalmando até retirarem seus dedos,
receberam um som de lamento em troca, e depois continuaram apenas a me
acariciar, pareciam estar tentando me fazer voltar ao mundo real. Recebi
beijos melosos do Léo na barriga e carinho no rosto e cabeça de Dane
enquanto tremia incessantemente.
— Você foi de mais Paulina. — Falou Dane.
Exausta com a voz rouca respondi olhando para ele:
— Eu não fiz nada, vocês fizeram tudo e nós ainda nem transamos, de
fato.
Léo levantou seu olhar para mim, deitou sua cabeça do outro lado de
meu rosto e no meu ouvido disse:
— Você não fez nada? (risos) Paulina você fez a melhor montanha
russa do mundo, a mais emocionante, nós quase não conseguimos manter
você na cama, você foi ótima. Agora de fato, não transamos ainda, mas para
sua sorte "ou azar" somos muito pacientes e temos ainda o restante da noite.
E pode apostar, você não vai conseguir fugir da gente.
Ainda me deu uma mordidinha na orelha. Santo das gulosas por
ménage à trois! O que será de mim, esse dois vão me destruir só pode. Dane
me beijou e foi buscar água, Léo aproveitou e me encaixou no seu abraço,
estava mortinha, mas ainda assim quando pus minha perna por cima da dele
me subiu um desejo novamente, acho que eles estão me viciando.
— Descanse um pouco princesa ainda vai precisar das suas forças
para hoje.
Falou Léo descaradamente fazendo carinho na minha cabeça, senti
sua cabeça de baixo tocar minha coxa o que refletiu diretamente em meu
clitóris. É imã essa porra. Fechei um pouquinho os olhos na esperança de
recuperar as minhas forças o mais rápido possível porque eu também queria
usar o corpo destes meninos. Ah, se queria!
Dane voltou, me beijou na têmpora e me ofereceu a água, levantei um
pouco para beber e Léo não perdeu tempo e abocanhou meu seio nu.
— Léo?
— O que quê foi? Não resisti. —ele falou com a boca cheia.
Dane deu um tapinha na cabeça do amigo dizendo:
— Deixa a dama descansar Léo, ela está exausta não vê?
Léo fez beicinho para mim. Semicerrei os olhos para Dane
retrucando:
— Ei, eu não estou tão exausta assim não, já passou ok.
— Hummm, ótimo então, porque nós ainda desejamos muito ter você,
tem certeza que está preparada, minha menina?
Eu e minha boca grande. Não fujo da guerra, não contra dois
combatentes gostosos como esses.
— Sim, estou!
Antes de terminar de falar Léo veio por cima de mim me beijando
feito louco, vi Dane nos dando espaço indo ligar o som, músicas lentas e
sensuais começaram inundar meus ouvidos.
Léo se encaixou no meu corpo e começamos um amasso feito adolescentes,
como ele rebolava sentia seu pênis grosso duro no meio de minhas pernas, já
imaginava o rio que corria por lá, ele desceu uma mão e sentiu toda minha
umidade, deu um grito em Dane e recebeu uma camisinha, embainhou sem
membro e veio pra mim.
— Princesa estou louco pra te sentir, mas se for demais me avise, ok.
— Oooo sim...
Então ele me penetrou devagar no início, eu o agarrei firme fui me
acostumando com sua invasão, e então ele começou a dança erótica no meu
centro indo e vindo, deliciosamente. Nossa ele também era tão bom quanto
Dane, apaixonante! Me beijava o rosto todo, olhava nos meus olhos, cruzei
minhas pernas em cima de seu quadril e ia de encontro com seus
movimentos, cada vez queria mais, todo meu corpo em combustão.
— Aí Léo, vamos, mais forte por favor...
— Eu não quero te machucar amor.
— Vo... Cê não vaii me ... Machucarrr, eu preciso e não sou de
vidro...
Escutamos Dane da beira da cama falar:
— Essa é minha garota!
— Então é isso que você quer, é isso que terá, se segura princesa.
Léo começou um ritimo alucinante forte, firme e profundo. Eu gemia,
gritava pedia mais, até começar a falar palavras que eu nem entendia,
sentindo um tesão impressionante. Queria mais, abri os olhos e vi Dane se
masturbando olhando a gente o que me fez ainda mais quente.
— E você vai ficar daí só olhando?
Senti Léo sorrindo na curva do meu pescoço. Dane me olhou com
aquele olhar de puro desejo e veio em nossa direção, vi que ele colocou
também uma camisinha.
— Bom eu estava esperando minha vez, mas como nossa menina é
gulosa, vamos dar o que você precisa.
Dito isto Léo nos virou um pouco, ficamos de lado na cama, me
assustei.
— Calma, eu acho que não aguento vocês dois juntos de uma vez,
vocês são enormes.
— Não se preocupe minha menina, você ainda não está preparada
para uma dupla penetração.
— Por enquanto... — Disse Léo no meu ouvido.
— Porém, existe algumas coisinhas que podemos fazer, relaxa.
Léo aumentou a velocidade de suas estocadas e quando eu estava
quase na beira ele sai de mim e empina meu quadril para trás onde Dane já
estava posicionado para me receber, e então me penetrou por trás devagar e
depois forte e rápido até eu chegar novamente na beira e trocava com Léo e
assim foi até o dia amanhecer e perdermos todas às nossas forças vitais num
sexo completamente quente e inesquecível. O que será da minha vida sem
esses homens. Morri várias vezes até cair em sono profundo.
Capítulo 22: Precisamos Conversar.

#nininha

Nada que eu pudesse ter sonhado na vida me colocaria no


lugar onde estou, na cama, rodeada de braços e pernas quentes e musculosas,

sentindo meu corpo além de molenga, dolorosamente abusado pela mais

louca e gostosa noite que já tive na minha vida.


Tento não me mexer, não quero estragar o momento só porque
preciso fazer xixi. Estou com meu ouvido escutando o som do ritmo cardíaco
de Léo e com Dane enganchado em minhas costas com a respiração quente
em meu cangote.
O que eu podia querer mais nessa vida?!
Seria perfeito se fosse possível... Ser mais que apenas uma noite...
Aff! Tenho que ir ao banheiro.
Nossa, de repente me bateu uma dúvida, como vamos reagir a tudo o
que aconteceu, quero dizer, será que eles vão ficar indiferentes, frios... Ai,
meu Deus! Bom Nininha você é adulta tem que saber lidar com qualquer
coisa, mas como lidar com uma possível rejeição depois de uma entrega
total, como enfrentar o fato que depois de ontem eles possam me considerar
apenas como mais uma vagabunda em sua cama. Como encarar o fato de que
esta, pode ter sido apenas uma única noite, e como? Meu Santo das Gulosas
por dois, eu posso estar achando que estou apaixonada por eles, só pode ser
brincadeira. Apertei os olhos bem fechados como se para esses pensamentos
sumirem da minha cabeça. Dane-se penso nisso depois.
Me remexi um pouco e senti o aperto de Dane em meu quadril me
puxando pra ele, ao mesmo tempo que Léo levantou sua mão livre no meu
rosto me acariciando colocando uma mecha perdida do meu cabelo atrás de
minha orelha, deu-me um beijo na testa:
— Já acordou princesa? Não é melhor dormir mais um pouco, você
deve estar bem cansada.
Notei o levantar cínico e sexy de um lado de sua boca mortal, lembrei
na hora do quanto essa mesma boca me fez gemer na noite passada, e
automaticamente senti raios de eletricidade enviados diretos para minha
buceta fazendo uma poça se formar. Fiquei ali, alguns segundos hipnotizada
no olhar dele, tentando não implorar para que comecemos tudo de novo. Vi
que possivelmente ele sentiu meu início de combustão, pois meu joelho
encostava em seu membro que a alguns minutos estava semiereto e agora
estava quase completamente ereto. Escondi meu rosto em seu peito liso e
robusto sorrindo. Com o meu sorriso, meu bumbum sacolejou também e
acredito que acordou Dane, pois aquilo que sentia nas bochechas de minha
bunda não poderia ser apenas tesão de mijo.
Dane disse com os lábios em minha orelha um "bom dia minha
menina" bem sedutor e foi me lançando beijos quentes e estalado pelo
pescoço, ombro, costas passando e apertando a mão na minha bunda...
Enquanto Léo puxou meu queixo para cima e me beijou na boca lento e
quase inocente se não fosse sua mão encontrando meu seio e estacionando ali
como se fosse seu lugar.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh!
Já falei que nunca me imaginei um ser altamente sexual, mas no meio
desses dois me sinto uma deusa.
Porém, acho que até deusas precisam ir ao banheiro, merda!
Fui me levantando com muito custo, me afastando daqueles braços e
pernas e pênis, escutando ganidos de reprovação dos dois lados. Fiquei de pé
ofegante com a mão na cintura de frente para eles e disse :
— O que foi? Uma dama não pode ter um minuto para sua higiene
matinal? — Dei uma piscadela tentando parecer bem casual.
Dane se espreguiçou na cama colocando os braços atrás da cabeça
deixando bem visível aquele corpo todo esculpido e preparado para ação.
Com um sorriso malicioso naquela cara de sono foi dizendo:
— Sim, uma dama tem direito a tudo que ela quiser contanto que ela
seja rápida o suficiente e volte para podermos saborea–la novamente.
Só desviei meu olhar do Dane para Léo porque vi seu movimento em
se sentar recostado na cama e acariciar seu membro pesado me olhando
fixamente também, fiquei sem ar, levantei às mãos como se me rendesse e
me virei para o banheiro da suíte.
(...)
Ao se virar, correu em direção ao banheiro, dando aos dois uma visão
maravilhosa do balanço de suas nádegas. Quando a porta do banheiro se
fechou ouvia-se os suspiros dos homens na cama. Dane virou o rosto para seu
amigo e disse:
— Maravilhosa né?
— Sim, perfeita, nós nos encaixamos bem e ainda nem tomamos ela
ao mesmo tempo. Brother, você viu o balanço daquele rabo, não vejo a hora
de pega-la por trás enquanto você a toma pela frente.
Léo não tirava a imagem de sua mente, apertou seu pau e limpou a
gota de pré gozo que apareceu, num impulso saiu da cama dizendo:
— Merda, que descontrole é esse, pareço um adolescente...
— Bem vindo ao meu mundo, é assim que me sinto desde que a vi
pela primeira vez. — Interrompeu Dane aos risos.
— Ela deve ser uma bruxa, uma feiticeira das boas, linda e gostosa e
fogosa, você viu a entrega dela, Dane, ela estava ali sem joguinhos sem
interesse apenas sentindo.
— Vi meu irmão, vi, e agora só o que penso é em como vamos
embora e deixar ela aqui, ou pior, será que ela vai entender. Foi tudo tão
rápido e tão intenso e ainda tem tantas coisas que eu gostaria de fazer...
— Porra Dane tinha me esquecido disso nosso vôo é para hoje à noite
e já estamos na metade do dia, como vamos resolver tudo isso e fazer ela
entender e esperar?
— Estive pensando, que tal você ir, eu peço mais uns dias de licença e
fico aqui com ela...
— E o caramba brother, se alguém ficar esse alguém deveria ser eu,
pois não tive tempo suficiente com ela, e parte do serviço que vamos fazer lá
a princípio é burocrática, ou seja, de sua responsabilidade, eu realmente não
precisaria ir logo só daqui a duas semanas quando começa o serviço de
campo — Léo cortou Dane tentando não falar muito alto para Paulina não
ouvir, mas deixando claro sua irritação para o amigo.
Dane levantou da cama e pôs sua cueca voltou a encarar Léo, que
estava se vestindo também, puto ele apontou para a porta do banheiro onde
estava Paulina que pelo som do chuveiro devia estar tomando banho, Léo
olhou para o amigo e o ouviu:
— Eu a encontrei primeiro Léo, eu deveria ficar e você ir, depois
veríamos como seria. Você não pode estar achando que só porque passou
uma noite com ela já tem direito sobre ela.
— Aha! E você tem? Desculpe-me, mas por quê? Só porque a
conhece a uma semana e teve ela pelo que, umas três vezes já se acha dono?
Dane você estava aqui ontem como eu e ela, e não me diga que você não
sentiu todo aquele lance especial, vai me dizer que foi igual a todas às outras
que já tivemos juntos, você é louco de imaginar que vou colocar meu time
fora assim só porque você quer.
A vontade de Dane era avançar e dar um soco em Léo, uma noite
apenas e ele já acha que tem algum direito sobre ela. Tentou se controlar,
sabia que de certa forma ele estava certo, porque ele também não tem direito
sobre ela, e realmente depois de ontem como imaginar que ela ainda ia o
querer ou preferir Léo, ou pensar igual seu amigo e viver um romance a três.
Merda o que estou pensando!
Em silêncio Dane saiu da frente de Léo indo pela porta do quarto para
cozinha dizendo que ia fazer algo para comerem. Dito isto Léo se acalmou
também e se sentou na cama com as mãos na cabeça pensando em tudo o que
disseram, ele não quer disputar com seu amigo, mas seria um tolo em
simplesmente sair do caminho renegando todos os seus instintos que o
levavam a crer que esta seria a mulher de sua vida, melhor que isso, da vida
deles dois.
Paulina resolveu tomar um banho bem demorado, pois viu que eles a
queriam de novo e Deus sabe o quanto ela queria que eles a quisessem.
Escovou os dentes com a escova que ela presumiu que fosse de Dane por
estarem em seu quarto, usou desodorante e um pente que estava na bancada,
ouvia de dentro do banheiro as vozes no quarto, mas não entendia o que
falavam, estava ainda no mundo da lua não alcançava os pés no chão ainda.
Colocou uma regata branca que estava pendurada e se olhou no espelho, viu
realmente o quanto uma mulher pós foda fica sensual usando uma camiseta
masculina. Testou seu hálito para ter certeza de estar cheirando bem, e como
uma boba levantou os braços e cheirou às axilas também soltando um sorriso
tolo ao final. Saiu do banheiro com aquele mesmo sorriso que foi se
desfazendo ao encontrar só Léo sentado na cama com as mãos na cabeça
perdido em pensamentos. Meio sem jeito foi indo em direção a ele. Quando
ele percebeu sua presença e a olhou de cima a baixo com olhos faiscantes a
deixando de pernas fracas, ela brecou e ficou olhando para ele também. Então
Léo se ajeitou a olhou firme e a chamou com o dedinho indicador. Seu corpo
não esperou ordens de seu cérebro e caminhou para a frente dele que a puxou
entre suas pernas, sua cabeça no meio de seus seios, a abraçou pela cintura se
aconchegando ainda mais. Ela pôs suas mãos na parte de trás da cabeça dele
enfiando os dedos naquele cabelo dourado.
Nininha entendeu que ele queria apenas um abraço, menino carente. E
ela estava ali e daria o que ele queria. Beijou sua cabeça enquanto ele roçava
seu nariz em seus seios e apertava ainda mais seus braços entorno dela.
— Você fica bem melhor que Dane nesta camisa e, com esse
perfume... — Susurrou Léo interrompendo seus pensamentos.
Paulina sorriu e quando ia responder e perguntar onde estava Dane,
ele levou as mãos em cada lado de seu corpo levantando a blusa e a olhando
continuou sussurrando:
— ...Mas você fica muito melhor sem nada...
Ele retirou sua blusa e a tomou em um beijo apaixonante, seus lábios
se chocando, suas línguas em sintonia, ela estava subjugada por aquele beijo,
só conseguia pensar em ter ele dentro dela, em acariciar seu corpo com suas
paredes internas. Soltava gemidos a cada pequenas mordidas que ele dava em
seus lábios, deixando-a louca.
Léo queria tanto ela de novo, esse momento de carinho sem interesse
que tiveram a alguns minutos reforçou mais ainda a ideia de que era ela a
mulher de sua vida, ele sempre foi o mais sensível dos dois e nunca fugia de
seus sentimentos bons ou ruins, ele seria um fudido se desistisse desse
romance. Léo invadia sua boca com voracidade, tamanha vontade de tê-la
tão duro, passava as mãos em seu corpo, se regozijava com os gemidos
sôfregos que ela soltava. A jogou na cama de bruços, ela soltou um gritinho o
olhando, tirou sua box e se colocou em cima de seu corpo roçando toda sua
excitação no meio de suas pernas, sentiu que ela estava preparada para ele,
lizinha e molhada do jeito que queria. Puxou seu cabelo para trás e
mordiscou seu pescoço, orelha, linha do maxilar virando um pouco para
tomar sua boca novamente. Voltou a orelha e fazendo os movimentos como
se tivesse a tomando por trás disse:
— Preciso de você Paulina, preciso sentir sua quentura de novo, estou
louco para escutar seus gritos, te quero muito, muito forte, estou louco de
tanto desejo.
— Eu também te quero, ooohhh, por favor Léo preciso de você agora.
Ele gemeu ao ouvir que ela também o desejava, se moveu e alcançou
uma camisinha. Se afastou só um instante para colocá-la. Puxou ela pelo
quadril posicionando sua bunda bem para o alto e seus ombros encostados na
cama, se ajoelhou entre suas coxas.
— Você me deixa louco princesa, se eu for muito bruto, por favor, me
avise.
Léo encostou a cabeça dolorida na entrada de sua vagina, ouvindo um
"oohh", sorriu.
Paulina estava enlouquecida. O que eles faziam com ela que a deixava
assim perdida? Então lembrou que Dane não estava ali, olhou para trás e
perguntou:
— Léoooo, mas e Dane cadê ele...
— Shiiiiii, princesa! Você já teve momentos com ele a sós, ele foi
fazer algo para comermos depois vocês terão seu tempo juntos também.
Ela notou a tensão em seu rosto ao responder, e quando terminou ele
estava com uma mão firme em sua cintura e outra enrrolada em seu cabelo,
com apenas um movimento forte o suficiente para ver as estrelas se enfiou
dentro dela a estirando, fazendo seu corpo vibrar com o contato, soltou um
grito e alguns segundos depois dele estar estacionado bem no fundo dela, ela
se acostumou com o intruso e começou a se movimentar em direção a ele.
— Não! — Disse ele e continuou por cima de suas costas ainda
profundamente dentro dela. — Eu que a tomo, não você a mim, espera que
lhe dou o quer.
— Oooohh por favor Léo, eu quero... Me coma, vem ...
— Eu sei princesa do que você precisa, mas você vai ter que aprender
a se controlar, ter dois homens ao mesmo tempo não é fácil, não vamos com
muita sede ao pote.
— Idiota... Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh
Após ela o chingar Léo meteu forte e rebolou e ficou nessa dança
torturante a fazendo gritar e gemer cada vez mais alto, puxava seu cabelo a
impulsionando de volta para ele, e quando ele já não aguentava mais
também, após a levar a borda várias vezes, agarrou com as duas mãos seus
quadris e aumentou o ritmo a forçando em um gozo maravilhoso, e ele ainda
continuou rebolando como se estivesse dançando dentro dela fazendo com
que as ondas do orgasmo anterior se perdurasse.
Ela estava ali a seu mercê e era exatamente ali que queria estar.
Sentia seu corpo tomado e ouvia as palavras dele que a faziam ainda
mais desesperada.
Com as mãos, abriu as bandas de sua bunda passando o dedo no seu
vinco, ela se retraiu assustada, mas logo ele a repôs na posição dizendo:
— Um dia tomarei você por aqui enquanto Dane a toma onde estou
agora, e isso ao mesmo tempo...
— Com certeza você está louco...
Léo soltou uma gargalhada com a recusa dela. E continuou, metendo
devagar e depois rápido para alcançar seu ápice.
— Paulina você irá implorar por isso, grave o que te digo.
Ela realmente achou naquele momento que tudo seria possível se
fosse com eles, ele ao terminar tocou seu ponto sensível e a levou novamente
para o espaço, lugar que ela estava conhecendo cada vez mais ao lado deles.
Esparramados na cama exaustos, Léo se retirou dela e se levantou
dizendo que precisava de uma ducha. Paulina assistiu gloriosa, aquele Deus
indo para o banheiro, se virou na cama e esperou sua respiração acalmar. Se
sentindo um pouco recuperada, levantou-se colocou novamente a camisa de
Dane e saiu do quarto em busca do mesmo. Chegando na cozinha, encontrou
ele sentado na mesa tomando uma xícara de café e a mesa posta para um café
da manhã para três, apesar de ela notar que já eram quase meio dia.
Ele notou sua presença e assim como Léo, a olhou com fome. Ela não
entendia como mesmo após o sexo arrebatador que acabou de ter com Léo,
seu corpo não a reprimia de sentir desejo para fazer o mesmo com Dane neste
momento. Pronto eu sou uma devassa mesmo.
— Sabe, Léo estava certo, essa blusa veste melhor em você do que em
mim.
Ela seguiu sorrindo em direção a ele e percebeu com o que disse, que
ele estava lá quando Léo falou isso. Ela sentou em seu colo só para ver se ele
a rejeitava, mas foi ao contrário ele a segurou e a sentou de pernas abertas em
cima dele, ela o abraçou e beijou seus lábios timidamente.
Mesmo com o pequeno desintendimento entre eles, Dane percebeu
que não era ciúmes que sentia, era alguma outra coisa, medo talvez dela não o
querer mais, sabe-se lá.
Dane era mais reservado quanto aos seus sentimentos, não era igual
ao Léo a flor da pele. Mas essa garota está o tirando do sério. Esse beijo que
ela o deu era casto, cheio de carinho e atenção, parece que ela entende o que
sentia sem ter que dizer. Tomou às rédias do beijo, pois fica louco quando a
toca. Passando a mão pelo seu corpo, pensava “nossa como ele a queria, mas
não sabia se ela ainda aguentaria ele após ter estado com Léo e a noite intensa
que tiveram.” Foi mordendo sua clavícula indo em direção aos seus seios,
expondo um por fora da blusa beijou e chupou até ficarem mais vermelhos do
que já estavam, depois passou para o outro.
Ela se roçava em sua erecão, o deixando louco cada vez mais.
— Paulina eu te quero será que...
— Eu quero você Dane, muito, por que você não se juntou conosco
antes?
— Vocês precisavam de um momento juntos a sós também.
— Foi o que Léo disse.
— É foi? E o que mais ele disse?
— Que logo eu teria o meu tempo com você também.
— É...
— É. E eu quero esse tempo agora...
Paulina tirou a blusa, enquanto Dane tirava a box e tentava alcançar
uma camisinha na gaveta de baixo da pia dando graças a Deus por ter uma, a
colocou e se ajustou na sua entrada dizendo:
— Comande você não quero te machucar sei que abusamos muito de
você, quero apenas te sentir da maneira que você quiser.
Paulina adorou e ficou ainda mais excitada no tom de quase
submissão de Dane, ela estava realmente dolorida, não estava acostumada
com tanto sexo assim. Ah! Mas poderia se acostumar, ah se poderia.
Então ela se embainhou naquele pau gostoso e quente e rebolou
procurando seu prazer e o dele. Foi uma sensação especial olhos nos olhos,
ver o prazer de seu parceiro crescer no fundo de seus olhos e mostrar com os
seus, o seu próprio prazer chegando. Começaram a se beijar
desesperadamente chegando ao precipício juntos e se jogando de lá sem
paraquedas. Ela vai morrer de tanto prazer com esses dois, pensava.
Beijando-a delicadamente agora, Dane olhou em sua face
avermelhada do esforço que fez, e tirando os fios de cabelos suados de sua
testa disse a ela:
— Minha menina, acho que precisamos conversar, eu, você e Léo.
Capítulo 23: “Não”.

Nininha ficou ali encarando aqueles olhos azuis, procurando na


profundidade de seu olhar o que ele estava querendo dizer com "precisamos

conversar". Se sentiu um tanto insegura, remexeu em seu colo tentando sair

de seu agarre, mas sem conseguir, pois ele sentiu o início de sua fuga e a

manteve bem apertada fazendo-a sentir que ele ainda estava vivo dentro dela.

Beijou carinhosamente do pescoço até o queixo dela, mantendo-a no lugar

com uma mão engrenhada no seu cabelo próximo a nuca e a outra mão

mantendo-na firme no seu eixo que ganhava a cada segundo mais vida.
O tesão foi tomando conta dos dois novamente. O clima esquentando,
mãos e línguas viajando no corpo do outro procurando saciar a sede de toque
e sentimento.
Tão intenso, pensavam os dois.
Mas a realidade foi se infiltrando na cabeça de Nininha e ela lembrou
que nem tudo se resolve com sexo, é preciso palavras para entender certos
sentimentos. E ela precisava entender tudo o que estava acontecendo, um
carrocel de emoções e sensações que estava inundando sua vida em apenas
alguns dias. Tanto para entender, tanto para descobrir ainda, tanto para não
perder... Ela já se via completamente enredada pelo prazer de estar com esses
dois homens, seria uma tola de imaginar que não queria se envolver de
verdade. Não conseguia afirmar se já era paixão ou realmente só carnal, como
também não conseguia ver os próximos dias longe de qualquer um dos dois.
Fora essa frase de Dane que a deixou preocupada.
Dane notou que ela foi desacelerando o beijo, viu em seu rosto as
engrenagens de sua mente funcionando, desejou tanto ter super poderes e ler
mentes. Ficou um pouco tenso ao imaginar qual será a reação dela quando
eles disserem que precisam voltar ao trabalho ainda hoje, e que isso significa
ir para outro estado a horas de distância dela, e tendo medo que ela pense que
eles só a usaram e Deus sabe que não era isso. Dane já se permitia a certeza
de saber que estava apaixonado, e pelo que conhecia de Léo via o mesmo
sentimento nos olhos dele quando ele à olhava também. Pensando numa
maneira de iniciar o assunto foi interrompido por sua voz:
— Conversar ? Nós três, sobre o quê?
Dane viu dúvidas e um certo receio em seu olhar, não podia
conversar, estando ele ainda em seu centro quente e pulsante. Deu um beijo
em sua testa de forma fraternal e a retirou de seu colo ouvindo os gemidos
involuntário de seus corpos sendo afastados. Se levantou da cadeira e a pegou
no colo dizendo:
— Precisamos falar de muitas coisas e, vamos falar, mas antes venha
vamos te dar um banho, minha menina.
Sussurrando em seu ouvido Nininha disse enquanto ele os levava para
o quarto novamente:
— Sua menina sabe tomar banho sozinhaaaa.
Ele parou em frente à porta do quarto olhando a engraçadinha em seu
colo e sorrindo feito um menino travesso retrucou:
— Gosto de como soa a frase "sua menina" em sua boca, deveria
dizer isso mais vezes para mim. E a propósito tenho certeza que você sabe
tomar banho sozinha, mas a quatro mãos acredito que será bem mais
interessante.
Ela arregalou os olhos para Dane com o pensamento de quatro mãos a
banhando, e que mãos. E como já se tornava um mau costume, seu corpo já
dava sinais de excitação na imagem desses deuses lhe dando banho. Olhou
em volta para procurar Léo, mas não encontrou. Dane foi seguindo para o
banheiro parando na porta e chamou por Léo:
— Léo, acho que tenho aqui uma bela princesa precisando de ajuda
para um banho, você me ajuda?
Ela olha para o banheiro só para se deparar com Léo saindo do box
todo molhado de encontro a eles, mais sexy impossível, seus olhos varreram
seu corpo todo bronzeado e esculpido por Deus, seguia as bolinhas de água
que escorregavam em seu tórax, abdômen e ... E....... E mais em baixo...
Que inveja dessas bolinhas!
Perdida em pensamentos não notou que Dane a pôs de pé novamente
e que estava no meio dos dois, Léo estava tão próximo que já sentia os cumes
de seus seios molharem em sua pele úmida. Eles a espreitaram como se ela
fosse a presa a ser abatida.
A fumaça no banheiro da água quente que descia pelo chuveiro
deixava o clima ainda mais febril. Podia jurar que ouvia pequenos urros de
prazer vindos de suas bocas em cada pedaço de sua pele tocada por seus
lábios e dentes, que mordiam e beliscavam, cada um à sua maneira, Dane
devagar e intenso, Léo firme e sacana.
Entraram no box juntos, ali começaram uma dança molhada e
escorregadia de mãos ensaboadas e corpos encharcados que se chocavam em
toques lentos, e a cada impacto uma onda de prazer se propagava por todo os
corpos envolvidos. Nunca se sentiu tão mulher quanto agora, tão cuidada, tão
vívida. Nininha virou boneca para às quatro mãos que à serviam. Levantou
os braços para trás do pescoço de Léo enquanto ele esfregava seus cabelos
com shampoo e condicionador. Seus olhos fecharam na sensação de
relaxamento que essa ação a fazia sentir. Dane se concentrou em suas costas
ensaboando cada parte como numa massagem. Ela já estava quase caindo,
pois suas pernas viraram geléias, ainda bem que se segurava em Léo. Podia
se acostumar com isso, aliás esses homens estão a estragando para todo o
sempre, como tomar um banho sozinha após esse?
Foi aí que tudo piorou ou melhorou dependendo do ponto de vista,
Dane desceu suas mãos pelas costas dela pousando em suas nádegas e
massageando, pediu ao Léo que as segurasse aberta enquanto ele lavaria seu
"lindo buraquinho" palavras dele. Santo Deus, Nininha se sentiu tão exposta,
quando Léo fez o que Dane pediu e em seu ouvido reafirmou que um dia os
dois a tomariam por ali. Totalmente alerta, tentou se livrar de tal atenção a
um local tão íntimo, mas óbvio que foi impossível, tamanha era a posse que
os dois tinham do seu corpo e mais uma vez relaxou e se deixou levar pelas
carícias. Se agarrou mais a Léo roçando nele para encontrar algum alívio,
sentiu Dane levantando sem parar de acariciar entre as bandas da sua bunda
que por incrível que parecesse estava deixando louca. Começou a beijar Léo
pela clavícula indo de encontro ao seu queixo másculo, percebeu que ele
sorria e levava uma de suas mãos à sua virilha onde ela necessitava, a outra
comprimiu um seio dizendo:
— Acho que essa princesa não quer mais tomar banho, brother.
Dane por trás dela com a força de seu corpo empurrou eles até que
Léo encostasse às costas no ladrilho molhado da parede e não restasse mais
nenhum espaço entre seus corpos, com uma mão ainda ocupada no meio de
suas nádegas, levou a outra no seio carente sozinho e comprimiu o mamilo
estufado fazendo ela dar um gemido alto de prazer. Bem devagar foi
introduzindo aos poucos um dedo em seu buraquinho, vendo-a se contorcer
com a invasão e empinando inocentemente seu bubum para ele. No ouvido
dela susurrou:
— Diz de novo Paulina aquela frase que amei ouvir de sua boca, diz
agora que lhe daremos o que você quer.
Terminou mordiscando no encontro entre o ombro e pescoço dela.
— Ahhh Dane não lembro, sei lá....
— O que era Paulina também quero ouvir, diga — Embarcou na
tortura Léo, invadindo suas dobras com dois dedos ouvindo seus gemidos e
xingamentos.
— Palermas...
— Olha a malcriação. — Disse Dane beliscando a parte rechonchuda
de seu seio.
— Aiiiiii.... — Desnorteada e tentando recapitular tudo o que tinham
falado em segundos, se lembrou.
Virou o rosto para Dane beijando-o disse:
— Eu sou sua menina... — E voltando olhando para Léo beijando-o
também, disse concluindo. — E sua princesa...
— Bom, muito bom, melhor do que antes, você já sabe como nos ter
em suas mãos, então mano acho melhor dar a ela o que ela precisa, tão
receptiva ao nosso toque, como vamos dar banho nela sem nos perdermos em
seu corpo sempre.
— Ooohh eu quero que vocês se percam em meu corpo...
Os dois riram condescendentes. Eles também a queriam, mas os dois
sabiam que seu corpo já estava bem cansado para recebê-los juntos
novamente, isso tudo era muito novo para ela, e aliás precisavam ainda
conversar. Eles se entenderam em um olhar e apenas deram a ela a liberação
que precisava com carícias e toques que a levaram ao clímax.
Entorpecida pelo alto clímax e se sentindo mais limpa do que nunca,
queria partir para a melhor parte que era tê-los nela novamente, foi tentando
de alguma maneira leva-los, eles de alguma forma se seguraram, pois ela
sabia que a queriam, via em seus olhos, sentia com seu toque a resposta de
seus corpos. Mas eles tinham outra ideia.
— Vamos Paulina, vou te enxugar. — Disse Léo levando-a do
banheiro.
— Ah, não é justo vocês me banharem e eu não poder retribuir em
vocês dois. — Disse ela saindo do box com os olhos de pedintes vendo Dane
em baixo dágua se ensaboando.
Dane sorriu ao ver a cara linda de Paulina, se sentiu um puto sortudo
sabendo que ela o queria mais um pouco. Fez um esforço tremendo para não
puxa-la de volta e toma-la no box.
— Vai com Léo, minha menina, que eu já vou.
No quarto Léo a enxugou, o que a deixava sem graça, parecia uma
criança. Ele disse para ela esperar um pouco e foi até seu quarto, logo voltou
já vestido com uma bermuda e com algo na mão. Ele a olhou e chamou com
o dedo, ela foi em sua direção e viu o que era em suas mãos, uma box branca
dele com certeza, logo fez ela se vestir, depois ajudou a pôr o vestido.
Enquanto Léo a ajudava a se vestir, ficava pensando em por que se
vestir, ela queria era continuar nua. Bem eles deviam estar cansados dela,
passou a imaginar. "É Nininha é hora de ir acabou-se o que era doce", como
dizia vovó.
Léo sentou na cama e a pôs em seu colo beijando-a.
Dane sai do banheiro enxugando o cabelo e vê os dois naquela intimidade, se
vestiu e recebeu o olhar dela, tentou não deixar transparecer um certo ciúme
por ela estar no colo de Léo e não no dele.
— Então é isso, vou chamar um táxi. — Disse ela meio sem graça.
Dane já vestido com uma calça de moletom veio até ela a tomando de
Léo e beijou seus lábios, ao terminar falou:
— Por quê? Já quer ir embora, cansou da gente?
— Não, absolutamente... — Olhou para Léo também. — É pensei que
... Bom nos vestimos achei que... Enfim...
— Nos vestimos para tomarmos café da manhã de maneira civilizada.
— Disse Léo deitado na cama.
— Não que isso seja um problema, porque se a quisermos a
tomaremos de qualquer maneira. — Pontuou Dane.
Nininha atordoada com as palavras deles, e com a visão maravilhosa
de seus torsos nus e olhares instigantes, respirou fundo e falou:
— Aí que fome, vamos então comer. Por favor.
— Boraa, estou faminto — Léo disse pulando da cama dando um tapa
na bunda dela indo para fora do quarto.
Ela riu olhando para Dane.
— Vocês não perdem uma oportunidade de bater no meu bumbum.
— Correção: "nosso bumbum", vamos! — Retrucou ele dando
também um tapa em seu outro lado, puxando-a para cozinha.
— Meninos. — Sussurrou Nininha, baixinho sem ele ouvir.
Os três se sentaram na mesa e se serviram, estavam mortos de fome,
eles é claro comiam mais que ela, que se serviu de suco de laranja e um misto
quente. Enquanto comiam conversavam coisas do dia a dia e como sempre
ela se sentia como se estivesse sendo interrogada, as perguntas eram sempre
direcionadas a ela. Então Dane começou a ficar mais calado, diria até
pensativo.
Já de barriga cheia e com a boca doendo de tanto rir das baboseiras
que Léo dizia, olhou para Dane e se lembrou de mais cedo quando ela estava
em cima dele, balançou a cabeça para espantar a imagem erótica para longe.
Lembrou também do que ele disse no final.
— Então Dane, hoje aqui mais cedo você disse que precisávamos
conversar, nós três, bom estamos aqui os três, no que você pensava ao me
dizer isso?
Um silêncio se instalou na mesa, eles se entre olharam, Léo pigarreou
olhou para ela e para o amigo e começou:
— Lembra quando dissemos qual era nosso trabalho?
Ela balançou a cabeça confirmando, então Dane chegou perto dela a
puxou para seu colo e continuou:
— Você até demostrou aversão ao fato de sermos policiais... —
Nininha tentou explicar o porquê de sua aversão, mas Dane colocou o dedo
nos seus lábios a calando e prosseguindo. — Shiii, apenas escute, naquele
momento estávamos tão envolvidos com sua beleza e a possibilidade de tê-la
que omitimos algumas coisinhas.
Nininha se assustou um pouco e quis se levantar de seu colo, não
conseguindo é claro, então dali mesmo fez a pergunta:
— O que você quer dizer com isso, e me solta por favor.
Dane sentiu uma pequena desesperança e afrouxou o agarre nela que
conseguiu se levantar e se abraçou em seus próprios braços encarando os dois
à sua frente. Ela observou que essa omissão poderia ser qualquer coisa,
sentiu-se insegura, e pensava nas alternativas. Claro que diriam que tem
namoradas ou são casados ou mentiram sobre serem policiais e na verdade
são é traficante, sua cabeça estava dando um nó, deu um passo para trás e se
recostou na pia. Seu pai sempre dizia que ela tinha uma imaginação muito
fértil para tudo. Léo levantou e colocou as mãos em seu rosto procurando seu
olhar e encontrando.
— Calma princesa, não é nada muito grave apenas uma questão de
logística. Nossa como vc está fria. Quer um casaco?
— Eu vou buscar Léo, fique com ela.
Dane migrou para seu quarto para conseguir um casaco para Paulina,
e um pouco para fugir do rosto de assustada que ela fez ao ouvir dizer que
omitiram algo. Merda! No quarto pegou um blusão seu flanelado e voltou
para a cozinha e parou ao ouvir eles conversando.
— Olha só Léo vocês não precisam ficar de mimimi, podem dizer que
foi só uma noite e que está na hora deu ir embora, porque é claro que dois
homens como vocês não estejam sozinhos. Amigos de longa data queriam só
se divertir, eu entendo, agora me deixa quero ir embora.
Empurrou suas mãos no peito dele tentando afasta-lo.
— Princesa que viagem é essa. Bom, nós realmente somos sozinhos,
solteiros e amigos de longa data e com certeza adoramos curtir juntos....
— Eu sabia, me solta Léo...
Ele a segurou pelos pulsos e continuou a dizer:
— Para Paulina, deixa eu continuar, adoramos curtir juntos e os céus
sabem o quanto, mas desde que você apareceu em nossa vida que tudo
mudou, eu sei eu sei, é precoce falar assim, mas e daí não sou devagar igual
uma tartaruga para exibir meus sentimentos, acho que me apaixonei por você,
acho não, tenho certeza e não quero ficar longe de você por conta de
protocolos de relacionamento. Quero você e ponto.
Dane assitia de longe, viu o olhar dela se apaziguando ao ouvir de
Léo que ele havia se apaixonado por ela. Se sentiu um imbecil por não ter
sido o primeiro a ter dito isso para ela. Se pegou pensando se teria a mesma
reação que estava tendo com seu amigo. Começou a sentir raiva de seu
amigo, da situação toda e entrou na cozinha quando eles iam começar a se
beijar.
— Então Léo vejo que ela aceitou bem o fato de termos que ir embora
hoje à noite já que está toda derretida em seus braços, ainda vai precisar do
casaco? Ou já está aquecida o suficiente?
— Qual é, tá louco brother, que se tá falando.
Léo retirou o blusão das mãos de Dane e praticamente forçou ela a
vestir.
— Ei para Léo, não quero colocar, eiii... Merda deixa que eu mesma
arrumo.
Léo se afastou dela um pouco e aproveitou para olhar no rosto de seu
amigo, não entendia a expressão que encontrou. Colocou a mão em seu
ombro dizendo:
— Que foi brother, o que te deu pra agir dessa maneira?
Dane olhou e retirou a mão de Léo bruscamente de seu ombro,
respondendo:
— Ah, Léo se liga, não sei por que dar tantas voltas para dizer uma
coisa simples, mas vejo que você se perdeu e está levando o assunto a outro
nível.
— Como é, surtou cara, não tô te entendendo?
— Ei!! Pera aí vocês dois — Nininha se meteu entre os dois com uma
mão em cada peitoral.
— O que você disse Dane, vocês estão indo embora, hoje, mas para
onde, vocês não são do Rio? E por que não me disseram, na verdade por que
você Dane não me disse isso quando ficamos na primeira vez.?
— Nós somos policiais federais de fronteira combatemos o
narcotráfico de perto. Entre uma missão ou outra viajamos para cá para
relaxar e... — Dane ia tentando explicar, feito um robô quando foi
interrompido.
Nininha se virou totalmente para Dane com um olhar de fúria e
mágoa ao mesmo tempo.
— Entendi, quer dizer que eu fui uma maneira que vocês encontraram
para relaxar nesta viagem? Ótimo!!! — Se virou para Léo falando. — E você
aonde queria chegar com esse papinho de "me apaixonei"?
Dito isto ela começou a sentir seu rosto molhar com suas lágrimas, se
desvencilhou dos dois e foi à procura de suas coisas, envergonhada e louca
para ir para casa. Então era isso mesmo apenas diversão, mas o que você
achava Nininha que viveriam felizes para sempre, haha, bem que Lary
avisou.
Ainda na cozinha, os dois olhavam tontos as costas de Paulina, Dane
completamente perdido em uma confusão de pensamentos que iam desde ir
correndo atrás dela e implorar para que o perdoasse ou deixar desse jeito
mesmo afinal nunca teria dado certo.
— Seu filho da p@#&$, o que você fez, que te deu brother? Tá
doidão, né possível. Ela tá achando cara, que nós nos aproveitamos dela.
— Léo, e não foi isso, ou você tá levando a sério esse lance de
paixão? Isso não vai funcionar eu já tinha te dito e quer saber, foda-se.
— Realmente não te reconheço mais, você seu babaca está
apaixonado por ela que eu sei, só não entendi por que ter essa atitude rude ao
dizer para ela que temos que ir desse jeito, seu idiota você pode ter estragado
a melhor coisa que podia acontecer em nossa vida. Isso não vai ficar assim,
espero que não seja tarde de mais pra você.
Léo empurrou Dane para o lado ao terminar de falar, tinha vontade de
dar um soco bem colocado na cara dele, mas se controlou, pensava em
resolver isso depois, sabia que seu amigo não estava sabendo lidar com esse
sentimento avassalador que era a paixão. Agora, ir atrás de Paulina era mais
importante.
Encontrou ela na sala catando sua identidade e outros objetos.
— Paulina, espera, deixe eu te explicar melhor, não sei o que
aconteceu para Dane agir daquela maneira, mas sei que tem explicação...
— Foda-se ele, e não quero ouvir nada tá legal, me passa o telefone
vou chamar um táxi.
— Não! Eu te levo.
— Não, eu vou de táxi... Aliás vocês não disseram onde vivem, para
onde estão indo hoje, ou seja, voltando para casa após às "férias"?
— Amazonas.
— Pqp do outro lado... Léo por que você disse que está apaixonado
por mim, é alguma brincadeira de mau gosto?
Dane ouvia os dois discutindo na sala, queria ir lá também, nunca se
sentiu tão convarde como hoje, mas tinha medo de fazer mais merda do que
já tinha feito. Ouviu a resposta que Léo deu a ela pensativo.
— Paulina realmente não nos conhecemos a tempo suficiente para
que você acredite de olhos fechados no que dizemos, mas tem coisas que não
tem explicação, simples assim. E não sou só eu que me apaixonei, o idiota do
Dane também, mas ele não sabe lidar com esse tipo de sentimento, ainda, e
tudo é muito novo porque somos três, e Paulina eu até posso estar enganado,
mas você estava lá conosco totalmente entregue e apaixonada também. E
foda-se me chamem de louco, mas sei que isso tudo é possível, o amor é
possível nós três somos possível.
Paulina se virou em direção ao Léo, viu nos seus olhos às verdades
que ele dizia, notou Dane os olhando de longe com um semblante assustado.
Ela seria maldita de não admitir pelo menos para ela mesma que acreditava
em tudo que Léo dizia e queria realmente que virasse verdade, mas era
humana de mais inundada de conceitos de uma sociedade machista e
superficial. Jamais daria certo, pensava que era melhor acabar ali mesmo,
uma experiência apenas, uma loucura de fim de semana assim que deveria ser
e não esse tobogã de emoções novas e intensas que se tornou.
— É claro que daria certo Léo, através da internet possivelmente, mas
não comigo, eu até hoje sempre estive sozinha porque a vida a dois é muito
complicada imagine a três, isso é fantasia boa de ser ler em livros somente. E
aliás, como lidar com pessoas que já começaram uma relação nessa confusão
toda de omissão e temperamento bipolar — Disse isso apontando o olhar para
Dane que abaixou a cabeça derrotado — Enfim, vamos encarar uma coisa,
esses dias foram maravilhosos ontem e hoje foram os melhores momentos da
minha vida, porém foram apenas isso, momentos. Acabou voltaremos à nossa
vida de antes e mais tardar um dia a gente esquece.
Léo se aproximou dela mesmo com ela tentando o afastar, segurou em
seu rosto e com os polegares enxugou suas lágrimas.
— Sabe minha princesa você é tão cabeça dura quanto o Dane, já sei
que vou ser o apaziguador da relação, mas não ligo amo vocês minha
princesa e meu irmão. Estamos todos sensíveis com tanto sentimentos novos
nos rondando, acredito que só o tempo vai fazer com que vocês caiam na real
e eu sou paciente sei esperar principalmente quando o melhor ainda está por
vir. Vamos, vou te levar para casa.
Léo ao terminar beijou suas bochechas molhadas.
Nininha olhou no rosto tranquilo de Léo queria tanto acreditar nele, mas não
era possível. Caminhou até a porta esperando Léo pegar às chaves do carro,
olhou para Dane que não saia do lugar e não tirava os olhos azuis
avermelhados dela, queria que tudo tivesse sido diferente nem parece que
estavam tão próximos mais cedo. Para onde ela olhava lembrava de uma cena
com eles e, estava extremamente incomodada com o olhar penetrante de
Dane e o silêncio entre os dois.
— Vai ficar aí me encarando, seu idiota?
Dane cerrou o olhar nela e foi em sua direção fazendo-a recuar e
encostar na porta atrás dela. Ele pressionou seu corpo contra o dela.
— Para Dane, sai...
— Não...
Ele Prendeu seus braços em cima da cabeça dela e encostou os lábios
nos seus.
— Não sei agir como Léo diante de tantas coisas acontecendo, sou um
ogro esqueceu, mas não deixarei você sair daqui com a impressão de que
tenha sido só um bom momento e que será fácil esquecer.
Deu-lhe um beijo possessivo, forte e vivo. Ela tentou no início se
recusar, mas como sempre impossível, era só um deles a tocar que se derretia
e Dane fez exatamente o que quis, provou a ela que seria inesquecível .
Dane parou o beijo e se retirou para o quarto sem dizer nada
deixando-a sem ar, sem chão e sem razão.
— Eu NÃO sou sua menina. — Gritou Nininha para as costas de
Dane.
Ele se virou a olhou e respondeu:
— Deus lhe ajude no dia que eu farei você engolir o NÃO dessa frase.
Capítulo 24: Entre Pensamentos.

Silêncio.
Era o que se ouvia no carro enquanto Léo levava Nininha para casa.
Novamente Nininha estava dentro desse carro em um silêncio
ensurdecedor só que o clima era diferente do que antes. Tentava não se sentir
magoada, chateada, mas eram os únicos sentimentos que estavam à tona
nesse momento. Repassava em sua cabeça tudo que aconteceu até este
minuto, desde de que encontrou aquele olhar azul hipnotizante, viril e
ameaçador, passando pelo desejo louco e voraz de se entregar aos seus
desejos mais escuros, e logo depois se chocando com um novo par de olhos,
agora esverdeados hipnotizantes também, caloroso e sacana levando seus
desejos ao cúmulo da loucura fazendo-a se entregar totalmente não só para
um, mas para os dois.
Onde foi que ela perdeu o fio da meada? Com certeza isso tudo se
deve ao fato de achar que suas viagens literárias pudessem sair do papel,
simples assim. Haha nunca é simples.
— Ei, será que você pode dividir seus pensamentos comigo, princesa.
Léo diz isso levando às costas de seus dedos no rosto de Nininha,
acariciando sua bochecha. Ao sentir o toque ela se vira para ele tentando lidar
com às vibrações de suas células no gesto de carinho.
— Não estou pensando em nada.
— Sério? Não me parece. Bom, então o que são esses olhos
lacrimejantes e avermelhados, e essa nuvem escura pairando sobre sua linda
cabecinha?
— Não é de sua conta.
Léo semicerrou os olhos na face irritada e debochada de Nininha,
voltou com sua mão e apertou o volante com força, retornando a atenção ao
caminho mergulhando em pensamentos também..

#Léo
Merda como essa garota me tira do sério e como não me apaixonar
ainda mais por essa cabeça dura. Acho que ela está levando isso a sério de
mais, não mentimos para ela só não dissemos no momento em que ela
acharia mais certo, simplesmente por medo de não termos nenhum momento
com ela. Bem na verdade que, se ela tivesse me conhecido primeiro eu teria
dito naturalmente, afinal estaria conhecendo uma nova pessoa e numa
conversa casual acabaria levando ao assunto de trabalho o que levaria a dizer
que estaria indo embora em uma semana. Simples. Mas não Dane, aquele
cabeça oca não gosta de falar dele mesmo, nem casualmente.
Ahh, meu amigo! O amo como se fosse do meu sangue, morreria por
ele, aliás já até levei um tiro pra salvar aquele rabo que as meninas julgam
bonito. Mas vou dizer uma coisa, o cara teimoso, cismou que porque nossa
profissão é perigosa não devemos nos atrever em ter família ou se apaixonar.
Sei que é mais fácil para ele pensar assim já que é sozinho não tem nenhum
familiar próximo vivo. E sei que ele dá graças a Deus por isso também cada
vez que ouve que algum familiar de um policial foi morto ou de certa forma
abusado apenas pelo fato de ter parentesco com um policial.
Mas eu não acho justo, esses merdas de traficantes e criminosos é que
deveriam se preocupar com isso, não nós agentes da lei.
Ele diz que sou um sonhador, que vivo no mundo da lua. Mas não é
isso, venho de uma família grande, amável, só vivo longe deles por gostar de
ser livre de fazer o que eu quiser como, quando e com quem quiser.
Porra! Quero apenas ser feliz, viver minha vida, Deus me deu ela e
quero fazer um bom proveito, é isso, e se eu puder no meio do caminho dar
fim a uns bandidos, achar o amor da minha vida e ter uns "cabeçãosinhos" tá
ótimo.
Amo minha profissão, sei que ele também, só encaramos de forma
diferente, eu desistiria dela por ele e por um grande amor, principalmente se
for nosso grande amor. Nós já estamos nessa de compartilhar mulheres há
anos e para mim é muito natural nos casarmos com uma, e cuidar dela e de
nossos futuros filhos para o resto da vida. Aquele filho da mãe pode ter
estragado a oportunidade de termos encontrado a mulher perfeita, eu juro que
mato ele com às minhas próprias mãos se não conseguir fazer com que
Paulina pare de ficar chateada com a gente antes de irmos embora. Preciso
que ela fique bem, preciso que ela entenda tudo isso e, preciso disso rápido,
pois o tempo tá passando e ela está brava ainda.
Não tenho nada a perder, detesto mimimi. Se gosto? Digo que gosto,
se não, digo que não. Detesto rodeios, prezo a sinceridade, se eu amo e a
pessoa não tá nem aí pra mim, não é problema meu é dela, eu tenho que
expor o que sinto para ter certeza que de minha parte foi feito tudo para que
desse certo, e se não der, sigo em frente de cabeça erguida por saber que eu
tentei.
— Bem, acho que agora você que está pensando muito. — Ouço
Paulina dizer e me viro para olhá- la.
Ainda estamos beirando a praia, avisto uma vaga e estaciono o carro
notando o rosto confuso dela.
— Ei, por que você parou aqui... Ok... Quer que eu pegue um táxi,
beleza eu vou... E........
Pego no braço dela enquanto ela fala um monte de baboseiras
tentando descer do carro e digo:
— Você não vai embora antes de conversarmos, porque ao contrário
de você eu quero dividir meus pensamentos, já que mostrou interesse.
— Quem disse que eu quero conversar e muito menos dividir seus
pensamentos? Só quero ir para casa e esquecer que conheci vocês.
Paulina disse isso tentando se soltar do meu aperto sem muito
sucesso.
Ela fica tão mais linda brabinha e lutando. Olhei fundo nos olhos dela
levei minha outra mão ao seu rosto, ela automaticamente segurou meu pulso
para tentar impedir meu carinho, não permiti. Ao tocá-la senti um início de
derretimento, uma quentura em seu olhar e quase um pedido mudo
implorando que eu não a tocasse, pois ela podia desmoronar.
Estou apaixonado. E sei que ela também sente algo por mim, e não só
por mim como pelo Dane também. Sei que é confuso, ainda mais para ela
tudo tão intenso e em dobro sem falar no pouco tempo.
Mesmo não querendo tirar as mãos dela, me permiti solta-la para dar
a ela espaço necessário para que entenda o que digo, racionalmente e não
porque está embreagada pelo meu toque.
— Paulina, por favor me escuta? — Me viro totalmente para ela, sem
tocá-la.
Ela me olha e acredito que tenha interesse em seu olhar, e que no
fundo ela quer entender tudo isso também e foi nessa certeza que entrei de
cabeça.
— Princesa, não vim ao mundo para disputar ego com ninguém. Sou
muito sincero comigo mesmo e procuro ser assim com todos à minha volta.
Nos meus relacionamentos, de todos os tipos, como amizades, namoros,
família e outros, sempre sou cem por cento, detesto me privar do que sinto,
ou do que preciso dizer, apenas por imaginar que o outro vai achar ou deixar
de achar qualquer coisa. Não gosto de antecipar os passos do outro, dou o
meu passo e se tiver de ser, o outro acompanha cada um no seu ritmo, mas
tentando fazer dar certo. Adoraria que fosse tão simples, mas sei que não é.
Somos pessoas diferentes, com histórias de vida diferentes, tentando
sobreviver a esse mundo louco em que vivemos.
— Ok! E o que você quer dizer com isso tudo? Afinal já que é tão
sincero por que não me contou antes que iriam se aproveitar de mim e depois
viajar para milhares de quilômetros de distância.
— Primeiro, nós não nos aproveitamos de você, não sei da onde você
tirou isso. Lembro-me bem de você aproveitando a noite toda tão bem quanto
nós. Foi uma troca, e foi muito além de qualquer transa casual, você estaria
mentindo ao dizer ao contrário. Não temos que olhar para tudo com olhos
preconceituosos, somos além de tudo jovens, você ainda mais jovem. Nos
sentimos atraídos no primeiro instante que trocamos olhares, cada um no seu
momento. E naturalmente foi crescendo o desejo entre nós, e não julgue
errado você se sentir atraída igualmente por dois homens. Somos livres para
nossas escolhas, lembra, livre arbítrio. Só vivemos numa sociedade hipócrita
que prega a monogamia, mas que no fundo vive o que quer do jeito que quer,
por debaixo dos panos.
— Ok... Pronto eu quis foi bom e só, me leva embora.
— Foi bom? Só bom? Rsrs conversaremos sobre isso outra hora.
Voltando, segundo acho que seria estranho no meio do clima que nós
estávamos eu ou Dane parar tudo e dizer “você é linda e a propósito nós
temos que ir embora amanhã à noite, isso não significa que estamos te usando
tá", daí você aceitaria super de boa e diria "tudo bem, onde paramos?"
— Hahaha tá de brincadeira....
Cortei sua fala encostando um dedo em sua boca.
— Posso continuar?
Ela fez que sim com a cabeça e tirou meu dedo de seus lábios levando
minha mão sem que percebesse em sua coxa. Deixei ela lá.
— Sei que só tive apenas uma única noite com você, mas acredite,
desde que te vi dançando na pista lá no bar quando eu ainda não sabia que
você era a menina de Dane, eu me interessei por você e nos poucos
momentos que interagimos esse interesse foi aumentando e depois disso, tudo
foi ficando cada vez mais intenso, e não me culpe por querer demostrar o que
sinto. Quando disse que me apaixonei por você eu estava dizendo com toda a
verdade que há em meu coração, Paulina. Preciso que você me entenda, que
compreenda toda essa situação e principalmente que tente entender o cabeção
do Dane.
— Léo... Isso tudo que você disse é muito bonito, vou tentar ser
sincera da mesma maneira que você está sendo comigo. Veja bem, o único
problema aqui é que você só tem certeza daquilo que você sente, não pode
saber o que eu e Dane sentimos realmente em relação a tudo isso. Confesso
que admiro sua consciência perfeita em relação a você mesmo seus
sentimentos e valores, porém sou humana de mais. Vejo problemas de mais
numa relação como a nossa se fosse a frente. A vida é difícil de mais para um
casal, imagine um trio? Sem falar que meu pai nunca aceitaria tal loucura, e
eu não sei se estaria disposta o suficiente para encarar tudo isso.
— Quando a gente ama de verdade, fazemos de tudo para dar certo.
— Sim... Eu sei... Mas você está falando de amor, eu não sei o que
sinto em relação a vocês dois... Para ser sincera admito que algo mudou em
mim após esta noite, e talvez por isso me sinto tão chateada com o fato de
não terem me dito que iriam embora. Poxa, achei que teríamos mais tempo
para nos conhecer melhor e talvez decidir...
— Decidir? Decidir o quê? — Falei não querendo ouvir a resposta
que havia imaginado.
— Ora Léo, já disse não acredito numa relação como você está
propondo, com três pessoas... É errado, e droga eu não deveria me envolver
desse jeito, me deixei levar, achei realmente que podia ser só mais uma
experiência, minha vida andava tão chata.
— Pois então na verdade você que nos usou?
Visivelmente incomodada com minha pergunta se remexeu no banco
e me respondeu:
— Não claro que não, aconteceu e eu... Me deixei ir...
— Então o termo "Usar" só serve quando é em relação dos homens
para com a mulher. Saquei. Você estava com sua vidinha chata e aproveitou
a oportunidade, porém nós não podemos ficar chateados por termos sido para
você só uma experiência. Agora no caso de nós apenas não termos dito que
iríamos viajar simplesmente porque tínhamos medo de perder a oportunidade
da sua companhia ou apenas por tolice, somos hostilizados com o termo que
usamos você.
— Léo você está complicando tudo ...
— Não Paulina, não estou, é você e Dane que estão, eu não. Eu sou o
único que está tentando encarar isso tudo de maneira adulta e coerente. Se
você realmente quisesse ser sincera admitiria que não foi só a nível de
experiência o seu envolvimento com nós dois, que realmente sentiu algo
diferente acontecer entre nós, uma energia inexplicável carnal e emocional.
Foi totalmente recíproco. Vocês dois têm medo, e o medo é inimigo da
felicidade. Nos faz fazer, dizer e agir de modo que nos leva para longe das
nossas verdadeiras vontades. Quantas pessoas passam uma vida inteira
infelizes presa ao medo, ao ego, a covardia de simplesmente não tentar fazer
valer a pena...
Cheguei bem próximo ao rosto dela, já não aguentava tanta distância,
segurei com minhas mãos os dois lados entre seu pescoço e rosto. Olhando
bem dentro de seus olhos tentei mostrar para ela bem mais do que minha
palavras, continuei a dizer:
— Eu quero você, sei que Dane também e com certeza você nos quer
se não, não teria ficado tão zangada com o fato de irmos embora hoje, pois
me parece que no fundo você sabe que não a usamos, o que você não aceitou
bem foi o fato de ter que ficar longe da gente. Shiiiiii eu sei, foi maravilhoso
e queremos mais, eu estava lá eu senti, ainda sinto. Não tenha medo Paulina,
com o tempo tudo se ajeita e quanto ao Dane vou socar a cara dele para ele
aprender a controlar seus sentimentos e aceitá-los principalmente em relação
a você e a nós.
Encostei a minha testa na dela sentido sua respiração acelerar, ela
tentava falar, se mexer mais eu não deixava, comecei a falar enconstando
levemente meus lábios nos dela a cada final de frase, ou palavra.
— Vou te dizer como vai ser, vou te deixar em casa com um turbilhão
de emoções eu sei, mas tente ser paciente, acalma seus pensamentos e tente
também não só enxergar o lado ruim de tudo, pense em quão bom é sentir eu
e Dane te tocando, e em quão loucos ficamos com seu toque, com seus beijos.
Essa dor da saudade e da incerteza que você vai sentir nós também vamos e,
espere porque nós voltaremos e quando voltarmos vamos resolver tudo isso, e
principalmente matar a saudade e acabar com às incertezas.
Tomei loucamente sua boca, invadindo com minha língua, não
deixando espaço para o ar passar. Ela se entregou e passava suas mãos em
minhas costas e ombros, apertando pelo caminho. Paramos eu e ela aspirando
um o ar do outro. E eu disse:
— Então minha princesa, por favor, nos dê a oportunidade de provar a
você que somos verdade e que podemos dar certo, juntos.
— Mas Léo, você não pode falar por Dane.
— Conheço ele melhor do que ele mesmo, sei que ele se apaixonou
por você à primeira vista, eu até disse isso para ele. Mas o problema é que ele
não está sabendo lidar com esse sentimento, tanto que tenho quase certeza
que ele agiu hoje mais cedo daquela forma porque estava com ciúmes. Dane
é um pouco possessivo, e está vivendo uma situação desconhecida,
sentimentos que ele nunca teve, então até ele aprender a lidar com tudo isso
teremos que ter paciência. Mas no final vai dar tudo certo.
— Você é um otimista Léo.
— Não, eu sou realista e principal responsável pela minha felicidade,
e agora que descobri que você é a mulher de nossas vidas é só fazer de tudo
para dar certo. Vamos princesa me diz que vai nos dar um voto de confiança
e esperar nossa missão acabar para nos encontramos novamente e dar início
ao resto de nossas vidas?
— Léo, Léo o que fazer com você, com essa beleza toda, esse
otimismo e esse toque que me deixa louca?
— Simples, me beija princesa.
E naquele beijo percebi que ainda não tinha nada perdido. E que tudo
era mesmo só uma questão de tempo.
Capítulo 25: Amor Paterno.

#nininha

Não tive como resistir. Onde na vida eu conheceria alguém


tão bem resolvido, lindo e gostoso como Léo. Nem parece que é deste

mundo. Ainda estou muito confusa é claro, mas estive pensando em tudo que

Léo me disse e tudo faz sentido. Se há alguma coisa na vida que devemos

fazer é ser feliz, independente de qualquer coisa, claro sem passar por cima

de ninguém, apenas buscar realizar tudo aquilo que nos faz bem, como

dizem "só levamos da vida a vida que a gente leva".


— Nininha, filha, posso entrar?
Me viro na cama e vejo meu pai parado na porta do meu quarto.
— Oi pai, sim entra.
Ele entra e vem em direção a minha cama, senta na beirada e eu me
ajeito me encostando na cabeceira.
— Que foi pai, aconteceu alguma coisa?
— Uê precisa acontecer alguma coisa para um pai conversar com uma
filha?
Nós dois rimos. Respondi:
— Claro que não pai, desculpa, estava com a cabeça longe achei que
poderia não ter visto algo.... Enfim... O que o senhor quer conversar?
— Na verdade sobre isso mesmo, notei que nesta última semana você
está com a cabeça longe, pensativa, às vezes rindo sozinha ou horas se
olhando no espelho. Tenho notado seu semblante diferente, mais ansioso,
livre. E fora esse brilho no olhar, que ontem e hoje está especialmente
reluzente. Eu não entendo meu amor, você sempre conta tudo para seu velho
aqui, por que ainda não me disse que está apaixonada?
Nooossa!! Eu fiquei ali olhando para meu pai sem saber o que dizer e
pensar. Da onde ele tirou isso. Meu Deus! E como eu poderia conversar com
ele sobre o que está acontecendo comigo neste momento. Eu realmente
sempre conversava com ele sobre meus raros encontros amorosos. Mas
agora, com esse rolo entre dois homens!!! Como?? Meu pai jamais vai
aceitar. O que eu faço?? Tô perdida.
— Ei... Nininha querida, cadê você? Aqui quem fala é da terra.
Balanço a cabeça de um lado ao outro para espantar os pensamentos
ao escutar meu pai falar. E tento de alguma forma conversar sobre o que está
acontecendo, é claro, omitindo alguns detalhes. Pois é bem que, às vezes,
precisamos omitir alguns detalhes para evitar grandes problemas de imediato.
— Oi pai, rsrs... Desculpa ando aluada mesmo. Realmente esta
semana tem sido diferente para mim. — Peguei meu travesseiro coloquei em
seu colo e ali me deitei, e como sempre ele começou um cafuné daqueles que
só um pai sabe fazer. Quase me fez ronronar.
— Aaaa pai, se o senhor soubesse como me sinto quando me faz
cafuné.
— O meu amor, seu pai está sempre aqui aguardando você colocar
sua cabecinha em meu colo para um cafuné, você que tem um tempinho sem
me dar o prazer de lhe fazer isso.
Caramba, esse meu pai é sensacional. Mesmo após a morte de minha
mãezinha, ele nunca esmoreceu. Sempre esteve presente, mesmo que não
estivesse presente.
— Pai lembra quando fui ao shopping no início da semana? Então,
conheci um rapaz... E... Nós meio que discutimos...
— Discutiram? Como, por quê?
— Bom, é... Eu estava em uma mesa, daí ele tentou me pedir licença
para sentar comigo, porque a praça de alimentação estava cheia, mas eu não
escutei e quando eu percebi já estava sentado.....
— Sei, aí você já foi logo se armando com cinco pedras na mão.
— Paiiiii.... Isso que o senhor pensa de mim, uma mal educada que
ataca as pessoas?
Meu pai deu um beijo ao lado de minha testa e disse:
— Ok, ok, claro que não querida, você só é um pouco geniosa como
sua mãe.
— Não fala da mãe assim que a imagino uma chata.
— Igual a você?
— Paiiiiiiiiiiiii!
Disse me levantando do seu colo e o encarando de braços cruzados.
Vejo meu pai com uma cara super engraçada rindo de mim, não guentei ri
junto. De repente estávamos ali eu e meu velho rindo já não sabíamos mais
do quê, e ainda guerreando com travesseiros. Segurança, paz, amor,
confiança, sentia tudo isso e muito mais ao lado do meu pai. Paramos
deitados na cama lado a lado, ele puxou uma de minhas mãos entrelaçando na
sua e a levou à boca para um beijo, a colocou em seu peito na altura de seu
coração e, ooohhh como é bom sentir as batidas fortes de seu coração. Ele me
olhou e perguntou:
— E então, quando você o viu sentado em sua mesa você já estava
preparada para guerra, masss deu de cara com um olhar que te encantou, tô
certo?
— Como? Quer dizer, por que você chegou a essa conclusão?
— Fiz a pergunta primeiro.
— Mas...
— Sem mas nem meio mas, é simples Nininha assume e responda.
Me virei olhando nos olhos de meu pai e ele retornava com tanta
ternura, não conseguiria mentir.
— Simmmm... Tá admito que quando encontrei ele me olhando eu
fiquei admirada com tanta beleza, e aqueles olhos azuis que olhos azuis...
— Então ele tem olhos azuis? E além dos olhos ele tem um nome?
— Têm, é Dane, na verdade Daniel.
— Hum... e?
— E? É que ele foi um ogro.
— Antes ou depois de você ser grossa com ele?
— Paiii, de novo? Eu não fui grossa tá, só não ouvi porque estava
lendo, então ele se sentou, e quando fui argumentar o porquê de ele estar
sentado na minha mesa ele me disse:
"Se a senhorita fosse mais educada ou menos surda, ou melhor, se não
estivesse tão mergulhada em sei lá o que, que você está lendo, poderia ter
percebido minha chegada e meu pedido educado para sentar à mesa."
— Bom veja bem meu amor, contando que a mesa não era sua e sim
pública, e se ele disse realmente o que você me disse, acho que a única "falta
de educação" foi uma pessoa estar sentada em um praça de alimentação
lotada e não notar ninguém se aproximando com um pedido de licença para
se sentar.
Me levantei da cama com um olhar frio para meu pai, pensando em
como ele poderia ter pensado assim. E quando eu já ia argumentar soltando
fumaça pelas narinas eis que ele também se levantou e falou primeiro:
— Calminha, deixa eu te explicar uma coisinha. Pequena, você anda
sempre por aí a sós com seus livros, que até em um local lotado você não
consegue se desligar. Provavelmente esse... Daniel né?
— Dane.
— Pois bem, esse "Dane" deve ser um homem esperto, que no meio
de uma multidão com vários tipos de mulheres avistou uma em especial,
VOCÊ, ali linda, sozinha, completamente absorvida em uma leitura, tenho
certeza que ele desejou saber o conteúdo da leitura e da leitora.
Inteligentemente decidiu se sentar ao seu lado e te conhecer, já que o rapaz
deve ser bem confiante para testar um flerte com uma mulher totalmente
desinteressada. Mas como te conheço bem você nem deu bola e pelo que ele
disse, nem o escutou. Porém, confiante do jeito que esse...
— Dane.
— É, esse Dane deve ser, com esses olhos azuis, muito confiante
mesmo, porque insistiu e se sentou e com certeza deve ter ficado ali
admirando sua beleza enquanto você estava em outra dimensão, dali em
diante, pressinto que ele percebeu a jóia rara que você é, até você o perceber
e sem saber lidar com tal olhos azuis e o resto do conjunto, acabou sendo um
pouco ríspida com ele. Tô certo?
— Sim. Quer dizer... Não pai. É tô confusa.
Voltei para cama sentei e meu pai ao meu lado passou um braço sobre
meus ombros me aconchegando nele.
— Ora querida, isso é normal, flertar, namorar, já disse que você
deveria fazer isso mais vezes. Porém, vejo que este "Dane" te fisgou né.
Bom e aí depois da mesa, acredito que você deve ter se levantado em algum
momento talvez para fugir do invasor, o que aconteceu?
— Pai o senhor me conhece bem, né... Eu me levantei e saí... Depois
encontrei com ele novamente e... É... Ele... E, eu... Enfim, nós nos beijamos,
ele me beijou e foi legal.
— Hum, foi só legal? Só isso?
— Aff! Pai, tem coisas que não precisamos falar, digamos que foi
inesperado e maravilhoso.
— Inesperado é bom. Ok, então vocês se beijaram e foi maravilhoso e
saíram durante a semana para se conhecer melhor?
— Na verdade nos encontramos no Balacobaco's por acaso e saímos.
— E que carinha é essa, não foi bom?
— O quê? Ah!! Sim foi... (Como falar sobre isso com meu pai) muito
bom pai... Nós curtimos bastante e ele é um cara além de lindo, educado e
atencioso.
— Humhum! Então por que vejo confusão em seus olhos?
— Poxa pai o senhor não facilita? Aff!
— Não estou aqui para facilitar, sim orientar.
Bufei alto e me joguei na cama com o braço sobre os olhos. Senti meu
pai dar leves tapinhas em minhas pernas dizendo.
— Vamos Nininha, diga logo, eu sei que tem mais caroço nesse angu.
Conte, sou todo ouvidos.
— Merda pai... Ops! Desculpinha. Ele tem um amigo, um grande
amigo, quase um irmão, lindo e tão maravilhoso quanto Dane. Engraçado,
bronzeado, forte...
— Tá já entendi, e o nome dele.
— Léo, Leonardo.
— E o quê que tem esse "Léo bronzeado" a ver com você?
Sentei na cama com as pernas cruzadas e encarando meu pai decidi
que se ele queria mesmo saber eu ia contar tudo, quase tudo.
— Eu também me senti atraída por ele e foi recíproco, e nós
dançamos e tudo ficou mais louco.
— E o amigo dele, "Dane", onde estava? Você estava acompanhada
por ele não é, como ele ficou vendo você e o amigo dançando, e pelo visto
flertando.
Eita é agora!
— Ele... Veio e dançou junto conosco e... Foi perfeito.
Meu pai levantou da cama me olhando, o rosto sem cor. E fazendo um
esforço visível para se acalmar me.perguntou.
— Como assim Nininha, " vocês dançaram juntos os três e foi
maravilhoso" explique melhor.
— Pai na boa, eu estava quieta na minha e o senhor veio aqui cheio de
vontade de saber sobre a minha vida, então é isso, o senhor entendeu o que eu
quis dizer. Não estou pedindo que ache bonito, mas quem perguntou foi o
senhor e eu respondi pronto.
Meu pai andou de um lado para outro no meu quarto. Eu já estava
esperando uma tempestade.
— Você ficou com os dois, saiu com os dois e.... Bem, se sabe você...
— Pai chega, ok. Melhor parar por aqui. O senhor é um ótimo pai,
mas não dá para querer me ajudar em tudo, não sei onde eu estava com a
cabeça para deixar chegar a esse ponto nossa conversa. É melhor o senhor
sair, pode deixar que sei me cuidar e vou resolver isso sozinha.
Fui até a porta esperando que ele saísse. Mas ele não demonstrou que
sairia, pelo contrário retrucou o que disse.
— Olha aqui Nininha, eu não posso lhe ajudar em tudo, mas eu vou
querer sempre tentar. Eu sei que mesmo com minhas conversas e meus
conselhos a decisão final sempre será sua, e se há no mundo algo que acredito
é que posso não ter te dado tudo de material nessa vida, mas educação tenho
certeza que sim. Por isso acredito nas tuas decisões, pois você às toma com
base nos pilares que te ensinei. Tuas certezas, decisões e opiniões podem ser
contrárias às minhas, porém acredito em você e estarei com você sempre.
Mas para isso preciso saber o que acontece contigo meu amor, posso me
assustar, mas juro que darei o meu jeito, de olhar com teus olhos para
compreender melhor.
Ali de pé olhando com olhos marejados para o homem mais
importante da minha vida, sem reação, continuei escutando o que me dizia,
enquanto me puxava para um abraço apertado.
— Vem cá amor, desculpa se minha primeira reação te assustou, não
queria isso, só que sinceramente não esperava isso de você. Mas como disse
antes acredito em ti, se isso aconteceu desta maneira tenho certeza que não
foi fogo de palha, você deve ter se envolvido emocionalmente com os dois.
Só tenho medo que se magoe, caminho árduo esse minha filha. Tente pelo
menos ter certeza de tudo antes de qualquer decisão e pense em você, sempre
em você. E por favor amor, tenha certeza que ele ou eles sejam merecedores
de qualquer sentimento seu.
— Oooooo paizinho, te amo tanto.
— Eu também amor, eu também. Amo tanto que dói. Não se esqueça,
eu sempre estarei ao seu lado em todas às escolhas, certas ou erradas e
mesmo contrárias às minhas. Te amo! Só quero te ver feliz, sempre.
Ficamos ali abraçados por alguns minutos quando me lembrei
daqueles dois, e me bateu uma saudade. Me sentia segura nos braços do meu
pai, mas também me sentia assim nos braços de Dane e Léo.
— Pai?
— Oi?
— Eles são Policiais Federais.
— Como? Policiais minha filha, dois, logo você que reclama tanto
dessa profissão?
Tive que rir. E novamente estávamos rindo juntos.
— Pois é pai, só para ficar mais emocionante. E falando em
emocionante, nós brigamos hoje.
— Como assim, os três, minha filha, ai ai ai muitas brigas nessa
história.
— Calma pai, é que, é tudo muito novo para os três, existe muito
sentimento envolvido e muita coisa para decidir e sei lá aconteceu. E para
piorar eles vão viajar hoje à noite para fronteira...
— Eles trabalham na fronteira?? Em que estado??
— Sei lá, acho que Amazonas. Eles não tinham me dito antes porque
não acharam necessário e eu fiquei muito chateada.
— E aí pegou suas pedras que carrega na bolsa e tacou neles? Você
deve ter achado que eles haviam te usado quando eles na verdade
provavelmente queriam mais tempo com você.
— Pai como você sabe tudo?
— Já vivi para ver e viver muita coisa meu amor. Agora me responde
você acha mesmo que foi isso, você ainda está com raiva deles por isso?
— Não estou mais brava, na verdade acho mesmo que eles só queriam
ganhar tempo comigo, mas brigamos e ponto.
— Deixa de ser boba, pelo que vejo você gosta deles e está chateada
só porque eles vão para longe de você. Fala sério, você quer realmente que
eles viagem com a imagem de você brigando.
— Verdade pai.
— Pois então, lembra do que te ensinei? Nunca vá para cama dormir
estando brigado com alguém. Nunca sabemos quanto tempo ainda temos com
esta pessoa. Ainda mais quando gostamos desse alguém. Anda, tá esperando
o quê?
— Esperando?
— É, tá esperando o que para ir lá e dar uma imagem melhor sua, do
que uma garota brigona para eles lembrarem enquanto estiverem
trabalhando. Pense bem.
— Nossa pai você está certo. É melhor eles viajarem pelo menos
sabendo que eu entendi e não estou chateada e que vou sentir falta deles,
quem sabe com isso eles voltam mais cedo.
— Uhumm.
— Pai você é o melhor.
— Eu sou o melhor para você. Só para lembrar, você disse que eu
também fui policial e tenho uma arma, e que já matei dois com um tiro só?
— Hahaha, só que o senhor foi policial.
Meu pai saiu sorrindo do meu quarto, mas sei que no fundo deve ter
ficado cheio de pensamentos confusos. E eu fui me arrumar, pois eu ia
deixar uma imagem bem melhor para aqueles dois gostosos lembrarem de
mim. Aí meu santíssimo das gulosas por dois e ainda brigona, me ajuda!
Capítulo 26: Sua Nininha.

Enquanto Léo levou Nininha para casa, Dane ficou no

apartamento pensando em suas mazelas. Se preparava para receber Léo que

com certeza viria cheio de historinha pro lado dele. Dane pensava em como

ele pôde estragar tudo. Terminando de arrumar suas coisas não conseguia

tirar os pensamentos de Nininha, pensava como seria difícil sair fora desse

triângulo, porque era isso que ele estava querendo fazer. Deixar Léo e ela

sozinhos, sem ele.


— Merda, mil vezes merda.
Dane disse tacando uma long neck de cerveja na parede do quarto.
Sentou na cama com as mãos na cabeça e permaneceu ali lutando com tantos
pensamentos fermentando nela.
— Dane? Dane? Daniel, porra cadê você?
Dane levantou a cabeça e gritou para o amigo:
— No quarto.
Léo chegou na porta e viu Dane sentado na cama com a cabeça nas
mãos. Na hora baixou sua bola, a intenção era de ele enfiar um soco na cara
do amigo, mas percebeu que o jeito que ele estava já era bom o suficiente,
talvez agora ele entenda a merda que fez.
— Que foi, pensando na merda que fez?
— Se fude, Léo.
Dane levantou e foi catar os cacos do chão. Enquanto isso Léo se
sentava na poltrona próximo a cama e ficou em silêncio assistindo o que
Dane fazia. Dane por sua vez estava se incomodando com o silêncio do
amigo e sua cara de cínico filmando seus movimentos. Se virou para Léo e
disse puto:
— Qual foi Léo, vai ficar aí olhando, porra? Não tem suas coisas para
arrumar, só temos mais umas 6 horas para ir, graças a Deus que marcamos o
vôo para madrugada.
— As minhas coisas já estão arrumadas. E vou ficar aqui olhando a
sua cara, pra tentar entender por que você prefere resolver as coisas desse
jeito, metendo os pés pelas mãos e estragando tudo, pra depois fica aí
quebrando coisas ao invés de tentar concertar.
— Caralho Léo sério dá para você sair do meu quarto, não tô a fim de
conversa.
— Sério mesmo? Você não está nem curioso para saber da Paulina?
Dane entrou no banheiro para jogar os cacos no lixo, lavou a mão e
voltou para o quarto.
— Ok Léo, você não vai sair daqui enquanto nós não conversarmos.
Olha aqui, eu tô de boa tá, não sei o que vai ser de vocês, mas eu tô fora. Isso
não é para mim, eu... Não quero... Vocês podem fazer o que vocês quiserem.
Léo levantou da cama forçando uma risada e gesticulando falou:
— Olha pra você, você realmente acredita no que tá falando? Seu
cagão, otário, deixa de ser idiota, deixa de ser fraco. Você errou beleza, mas
não precisa fazer esse drama todo dizendo que não quer mais. E outra se você
não quisesse mais, para quê aquele beijo de desentupidor de pia que deu na
Paulina antes dela ir embora?
Dane chegou bem próximo ao Léo o encarando e com sorriso bem
debochado disse:
— Que foi Léo? Tá com ciúmes, é só você que pode roubar beijo
dela?
Léo se esquivou dele batendo ombros. Ainda evitando um embate se
virou e respondeu:
— Nada disso meu caro, eu não tenho e nunca vou ter ciúmes de você
com ela, já você fez aquela cagada toda porque nos viu beijando na cozinha.
Não é verdade? Você está confuso, tenho certeza, não está sabendo lidar com
esses novos sentimentos. Isso é normal, você vai ter que aprender.
— Aprender? Não quero mais, já disse.
— Ahhh meu brother você quer, só não quer assumir, foge do amor
como foge dos traficantes.
— Eu não fujo dos bandidos, você sabe que não.
— Verdade, você só foge do amor e de ser amado.
Dane chegou bem perto do Léo de novo apontou o dedo para ele.
— Cara você é um viadinho, como você pode falar em amor se esteve
com ela só por algumas horas. E por que acha que eu sinto isso, quer saber
Léo, já deu essa merda toda, sai do meu quarto. Além do mas você com
certeza deve ter se acertado com ela, pelo tempo que demorou na rua.
Léo estava tentando se controlar pois sabia que seu amigo estava
puxando briga, se bem que umas porradas cairiam bem. Não tinha sangue de
barata.
— Dane tira esse dedo da minha cara. E quanto ao que você falou,
verdade nós nos entendemos, fiz ela ver que estava fazendo uma tempestade
num copo d'água. Eu, como ela, queremos fazer dar certo entre nós três.
— Haha não existe nós três, quando só vocês dois resolvem as coisas.
— Nós três poderíamos ter resolvido isso juntos, se não fosse seu
jeitinho peculiar e explosivo de lidar com a situação. Idiota.
— Foda-se Léo.
— Foda-se você brother.
Os dois ficaram se encarando o clima estava ficando pesado, Léo já
não estava tão paciente como antes e já queria mesmo um bom mano a mano.
— Léo não quero brigar com você valeu. Vamos parar por aqui.
Tenho que limpar minha cabeça disso tudo, para me concentrar no serviço
que vamos fazer. Além do mas, mesmo que eu quisesse acho que ela não me
daria bola.
— Seu merda você só pensa no trabalho. Você nunca vai saber se ela
vai te dar bola ou não se não tentar, vê se consegue, pelo menos um
pouquinho, baixar suas armas e se entregar pra algo que pode mudar sua vida.
Está na hora Dane, essa é uma oportunidade única, essa é a mulher feita para
nós, deixa de ser frouxo e encare de frente seu covarde.
Léo terminou a frase puto e deu um empurrão no Dane, e era só o que
Dane queria. Ele voltou com tudo com o punho fechado para a cara de Léo.
Ele conseguiu se esquivar e também tentou depositar seu punho, mas também
não conseguiu. Os dois se embolaram em uma luta que mais parecia luta
livre, os dois eram muito bons nisso. Se xingavam e se batiam na mesma
proporção.
— O quê que é isso??? Parem vocês dois... Agora ... Parem.
Os dois se assustaram, olharam para a porta do quarto e encontraram a
razão de tudo. Léo estava dando um mata Leão em Dane, Nininha ficou
apavorada com a cena, mas se meteu no meio para afasta-los. Conseguindo o
afastamento deles ela ficou no meio encarando um a um.
— Como você entrou? — Eles perguntaram.
— Alguém deixou a porta do apartamento aberta, e o que vocês
pensam que estão fazendo, sinceramente espero que eu não seja o motivo
disso tudo. Eu não quero, jamais, ver vocês brigando, ainda mais por mim.
Os dois estavam ofegantes e desalinhados olhando para ela.
Léo se aproximou dela e como se não estivesse acontecido tudo aquilo a
abraçou dizendo:
— Que bom que você veio minha princesa, sabia que você não
desistiria da gente, estou surpreso em te ver aqui tão de pressa. Aconteceu
alguma coisa?
— Sim aconteceu, aconteceu que eu entendi tudo e quis vir aqui para
tentar manter as coisas numa boa entre nós.
Nininha deu um beijo leve em Léo e se virou para Dane que estava a
olhando. Mas ele foi logo se virando de costas e andando para o outro lado do
quarto. Sem coragem de continuar olhando nos olhos dela, ele tinha medo do
que ela poderia dizer. Apesar dele já ter desistido dela, ele não queria ouvir
da sua boca que não o queria mais e ficaria só com Léo. Nininha suspirou
tristemente com a reação de Dane, mas dai sentiu a quentura do corpo de Léo
que se acomodou em suas costas, entrelaçando seus braços em sua cintura.
Sua tristeza foi embora ficando apenas a vontade de resolver as coisas com
eles, com Dane o cabeça dura principalmente. Léo beijou seu pescoço e ela se
derreteu em seus braços. Disse Léo no pé do seu ouvido:
— Minha princesa, não pense em desistir já disse ele não está sabendo
lidar, tenho certeza que está louco pra beijar sua boca, mas é muito teimoso
pra assumir.
Nininha suspirou e se virou para Léo o beijando na bochecha e
falando:
— Você é incrível, eu acredito mais em você do quê em nós três
juntos, porém não vou ser a culpada por nem se quer tentar. Eu quero, quero
vocês dois. Vou fazer de tudo para que dê certo, e para começar será que
você se incomodaria de me deixar a sós com Dane?
— Claro que não. Estarei em meu quarto, mas por favor não vai
embora antes de falar comigo.
Léo lhe deu um pequeno beijo nos lábios e se retirou. Nininha se
voltou para onde Dane estava e seguiu em sua direção um pouco insegura,
mas com a certeza do que queria.
— Dane?
— Que foi Paulina, pode ir com Léo eu não ligo.
— Sei sim, imagine se ligasse. Olha aqui seu ogro eu vim aqui para
conversar com você e é o que vou fazer, mesmo que eu tenha que amarrar
você com as fitas das minhas sandálias, no pé da sua cama.
Dane virou a olhando com um sorriso de canto e foi se esgueirando
para mais próximo dela.
— Então você vai me amarrar com essa fita aí da sua sandália? Me
responda, como você supõe que vai fazer isso?
Nininha perdeu completamente a noção de tempo e espaço com o
toque da mão de Dane em seu braço a segurando firme fazendo-a balançar.
Já queria que ele a jogasse na cama e a fizesse gemer com aquelas mãos e
dedos maravilhosos.
Tentou com muita força voltar ao estado inicial de sua conversa porque não
queria iniciar um ciclo de brigas que só se resolvem com sexo.
— Dane, sei que não vai ser preciso te amarrar, sei que você vai
escutar o que tenho a dizer e tentar entender tudo de uma maneira civilizada.
Dane retirou sua mão do braço dela se afastando um pouco e quase
gritando disse:
— Merda o que você quer Paulina, diante de tudo que já falamos,
sentimos, o que você quer mais? Eu não sou o Léo, um ser completamente
evoluído e amável fácil de lidar. Sou um .... Ogro como você bem diz, não sei
lidar com praticamente nada nessa vida a não ser meu trabalho. E se quer
saber, dificilmente sairia com uma mulher sozinho sem compartilhar com
Léo, acho que justamente para não ter que lidar com nenhum tipo de rejeição
ou sentimentos que pudessem surgir.
Como fazer esse imbecil entender que com eles foi diferente? Pensava
ela.
— Sabe Dane, quando eu encontrei seu olhar na mesa naquela praça
de alimentação, eu vi um homem lindo sim, mas vi também um cara seguro
de si e nesse momento você está deixando a desejar. Não estou aqui e nunca
vou estar para me rastejar por migalhas de atenção e principalmente de amor.
Eu sei que essa situação é única e intimidante, mas eu parei para pensar e vi
que Léo está certo. Vê se resolve suas preocupações e evolui rápido, pois
esse tipo de relacionamento já é muito complicado, ainda mais quando uma
das partes tem problemas em lidar com sentimentos. Você já é um homem
feito Dane, um cara apaixonante, eu me encantei por você. Eu quero você e
também quero o Léo. Não sabia que seria possível querer duas pessoas assim
e não sei se vai dar certo, e também não sei como, mas quero fazer com que
dê certo. Aliás você já parou para pensar em como eu estou me sentindo
diante de tudo isso? Estou uma pilha de nervos, mas por Deus Dane eu não
vou deixar aquela noite de ontem cair no esquecimento. Admita, eu sei, é
difícil, pra mim também foi, mas admita, ontem foi diferente, não foi?
Terminando de falar ela foi para cima dele fazendo-o recuar e
encostar na parede. Tamanha era a energia que ela gastava tentando mostrar
para ele o quanto tudo isso era real.
Dane a ouvia, e a cada palavra se sentia aliviado porque ela fazia questão de
dizer que o queria também. Ele estava se vendo como um idiota mesmo, ele
sabia o que sentia, mas tinha medo. Ele sentiu seu coração queimar ao
imaginar que ele podia estar fazendo a maior burrada da vida dele. Estava
apaixonado por ela, estava puto porque tinha que ir para o outro lado do país
longe dela, tão cedo e tão pouco tempo, e eles disperdisando momentos
inesquecíveis porque ele era um cabeça dura. Léo sempre foi o mais centrado
dos dois, sempre bem resolvido sobre qualquer situação. Seu amigo estava
certo, eles podiam tentar. Ele tentaria derrubar todos os muros que sua mente
construiu para fazer os dois felizes e assim ele estaria também.
A quentura do corpo dela estava invadindo sua pele, seu cheiro era
praticamente 99% do ar que ele estava respirando, o sabor de sua língua veio
a memória o que o fez salivar e já não conseguindo pensar em mais nada, a
não ser se tornar escravo dessa paixão, puxou Nininha bem próximo a ele,
virou-a e a encostou na parede, face contra face. Suas respirações se tornaram
mais forte. Enquanto Dane descia uma mão por baixo de um joelho dela e o
levantava para um melhor encaixe, ela subia suas mãos por aquelas costas
largas nuas até seus cabelos da nuca afundando seus dedos puxando contra
ela.
— Sim Paulina, foi diferente, ontem à noite foi a melhor da minha
vida, eu não vou deixar, eu não quero deixar isso se acabar. Mas vou precisar
da ajuda, da paciência de vocês. Promete que vai ser paciente, promete? Eu
te quero, tanto. Eu sofri quando você foi embora, eu sofri quando você disse
que não era minha menina. Eu sofri cada minuto que Léo demorou na rua
quando foi te levar, e sofri mais ainda quando ele voltou e vi em seu
semblante que tinha ficado tudo bem entre vocês e eu tinha ficado de fora. Eu
não sou tão confiante e seguro quanto as pessoas pensam, preciso trabalhar
esse meu lado, juro que vou fazer o possível, eu tô apaixonado por você
Paulina te quero pra mim, pra nós. Seja minha novamente?
O mundo parou, as paredes do quarto estavam saindo fumaça, os
corpos entrosados se moviam lentamente em reconhecimento. Ao terminar de
falar Dane aguardou ansioso uma resposta dela. E ela lhe deu:
— Me beija seu ogro idiota.
Assim foi. Dane tomou sua boca deliciosamente, tomando seu ar, se
alimentando de sua excitação. Sentia o corpo dela derretendo em suas mãos,
endoidava com aqueles quadris rebolativos na altura de sua ereção. Beijava e
mordiscava toda sua boca indo até suas orelhas. Se amassaram durante
alguns minutos, até que Dane parou, tirou o cabelo do rosto dela e a lembrou:
— Bom, agora que nos entendemos, precisamos resolver outra
coisinha.
Ofegante Nininha abriu os olhos e sem entender muito bem disse:
— Que coisinha é essa?
— Ah, você não se lembra?
— Não faço a mínima ideia do que está falando.
— Hum, interessante.
— Fala logo! — Ela deu uns tapinhas nas costas dele.
— Ei não se complique ainda mais mocinha, você ainda tem que lidar
com o NÃO SOU MAIS SUA MENINA que disse mais cedo.
— Você só pode estar de sacanagem.
— Não estou, eu disse que você ia se arrepender.
— Hahaha brincadeira né, eu falei isso quando estávamos brigados.
Depositando chupões em seu pescoço Dane respondeu:
— Não importa, nunca mais diga para mim que não é minha menina,
você é e sempre será MINHA MENINA.
— E o que você pensa que vai fazer?
— Primeiro... – Ele agarrou ela por baixo de suas pernas e levantou
no colo. — Vamos nos juntar com Léo e depois... — Ele foi desatando às
fitas de suas sandálias. — Eu gostei muito dá ideia de amarração com as fitas
de sua sandália, acho que vou usa-las em seu castigo.
— Castigo? Você é louco, me solta Dane não gosto desse tipo de
brincadeira. — Dane deu lhe um tapa na bunda. — Aiiiiii, minha bunda! Seu
ogro!
— Shiiiiii!
Dane carregou sua menina pelo corredor até o quarto de Léo. Entrou
sem bater e encontrou o amigo deitado na cama só de box. Riu ao pensar que
o safado provavelmente ouviu tudo e já sabia no que ia dar.
— E aí irmão, saudades da tua princesa? Nós não poderíamos
comemorar às pazes sem estar os três juntos. — Disse Dane balançando
Nininha no ombro.
— Já era hora, estou louco para fazer às pazes, às vezes uma
briguinha cai bem.
— Mas primeiro tenho que fazer ela engolir aquele "não" que me
disse hoje antes de ir embora.
Léo se levantou da cama e foi pegar sua princesa dos braços de Dane.
— Léo ele quer me castigar por ter dito que não era mais a menina
dele, só que eu disse isso quando eu estava nervosa com a palhaçada que ele
tinha feito, não é justo.
Os dois olhavam para ela encantados com os olhinhos do gato de
botas que fazia.
— Ponto dela brother.
— O quê? E se fosse com você, se ela tivesse dito que não era mais a
sua princesa como seria?
— Eu faria ela engulir essas palavras.
— Ponto meu então. — Disse Dane olhando para ela.
Nininha riu olhando de um para outro e perguntou:
— Vocês estão brincando comigo né?
— Não, não estamos. — Os dois responderam em uníssono.
— Hããã!!! Tá legal, o que vocês pensam que vão fazer comigo?
— Bom eu vou ficar aqui de boa e deixar Dane no controle, afinal foi
com ele que você foi malcriada. — Falou Léo e continuou a dizer próximo ao
seu ouvido — ...Mas não se preocupe porque eu vou entrar em ação a
qualquer momento.
Dane não deu tempo para que ela pudesse falar qualquer coisa e a
beijou loucamente. Depois a sentou na cama e começou a retirar suas
sandálias e as fitas que amarravam.
Subiu em seu corpo a tocando em todas as partes e aproveitando retirava
suas peças de roupa uma a uma. Nininha estava agoniada. Toda vez que ela
queria se mexer, falar, ele a tomava em beijos sufocantes deixando-a tonta o
suficiente para parar de lutar. Cansada e cheia de tesão se entregou para o
que ele quisesse fazer com ela. Não tinha medo do que ele fosse fazer, no
fundo sabia que ia ser algo prazeroso, mas o desconhecido a deixava inquieta
e isso ela não conseguia controlar.
Nua e pegando fogo, olhou para Dane que estava com o rosto cheio
de desejo, virando para o lado viu Léo se masturbando enquanto observava
seu corpo nu e o que as mãos de Dane fazia com ela. Aquilo a fez ficar ainda
mais excitada. Decidiu que eles até podiam fazer o que quisessem com ela,
mas não facilitaria as coisas. Começou a se debater e empurrar Dane com seu
corpo. Com suas pernas tentava prender Dane no lugar tentando limitar seus
movimentos.
— Sua menina curte uma boa luta, brother, acho que vai dar ruim pra
você aí, quer ajuda? Afinal sabemos que você manda mau no mano a mano.
— Debochou Léo.
— Cala boca viadinho. Quero ver se ela vai conseguir lutar com os
braços amarrados.
O clima no quarto ficou diferente, Nininha arregalou os olhos e
acalmou seus movimentos. Viu nos olhos de Dane fogo queimando e quando
encontrou os de Léo viu o mesmo tom de vermelho. Pensou "fudeuuu" agora
tô ferrada.
— Dane... Você não pode me amarrar...
Ele a cortou com um beijo e foi dizendo:
— Você está dizendo muitos nãos para mim isso me deixa muito
nervoso minha vontade e dar uns tapas nessa bunda gostosa deixando bem
vermelha no tom que eu gosto.
Ele suspendeu os braços dela, roçando em seu corpo e ainda susurrou
para ela:
— Confia em mim MINHA menina, porque você é minha, porque
você quer ser minha, e porque você sabe, sente que eu não seria capaz de
fazer mal a você. Tenho certeza de que vai adorar o que tenho em mente.
— Aiiiiii Dane você me tira do sério.
— Eu sei, isso é bom. — Ele foi entrelaçando as fitas em seus pulsos
e os levando para cabeceira da cama. Pensou, que bom que estavam no quarto
de Léo porque sua cabeceira tem um design que da para amarrar as fitas.
Pediu a ela que ficasse de bruços, ela estremeceu no tom de voz dele, e ao
mesmo tempo seu corpo se arrepiou todo em antecipação.
Ela se colocou do jeitinho que ele pediu, ainda fez charminho. Dane
chamou o amigo e pediu que ele se sentasse de frente para ela e nu. Nininha
sorriu safada, Léo se posicionou completamente entregue à "brincadeira".
Dane amarrou as fitas de cada pulso dela na cabeceira com Léo no meio, fez
com que ela ficasse numa meia posição de quatro. Léo aproveitou e a tomou
em um beijo gostoso apalpando seus seios que estavam pendurados a sua
disposição. Ela gemia em sua boca, e sentindo a presença de Dane atrás dela
remexia o bumbum.
Dane retirou sua roupa assistindo a volupiosidade daquela mulher.
Estava completamente excitado queria tê-la logo. Pegou na gaveta de Léo um
lubrificante e as camisinhas jogou perto dela para que ela visse o que era, se
colocou ao lado do seu corpo, percebeu que ela viu o lubrificante e se
assustou um pouco, mas ele a olhou pedindo confiança em seu olhar.
Ele via o quão perfeito era o entendimento entre eles, queria mais
tempo com ela. Mas só tinha mais algumas horas. Pôs uma de suas mãos nos
cabelos dela puxando em um rabo de cavalo e disse:
— Empina essa bunda Paulina.
— O que você vai fazer?
— Aiiiiii...
— Empina...
— Aiiiiii... Dane isso arde.
Mesmo sentido sua poupança arder empinou, a quentura na sua pele
foi se alastrando por todo seu corpo. Quando Dane lhe batia de novo e
puxava seu cabelo para trás olhava para Léo que acariciava seu rosto com
uma mistura de tesão, admiração e luxúria. Começou a cada tapa recebido
enconstar seu rosto no peitoral de Léo, seus punhos presos limitando seus
movimentos, só podia sentir as coisas através da boca, como um recém
nascido que não controla seus movimentos. E com a boca aberta em gemidos
e pequenos gritos lambia Léo levando sua língua aquela erecão magnífica
dele. Além dos tapas em sua bunda Dane começou a controlar seus
movimentos da cabeça fazendo-a foder com a boca o pau de Léo. Ouvia seus
suspiros, os gemidos de Léo e as palavras desconcertantes que Dane dizia. E
queria mais, empurrava às nádegas nas mãos dele e levava Léo até engasgar.
Adorando, adorada. Que loucura mais gostosa.
— Vamos Paulina o que você é de Léo?
— Não... Paulina não, me chamem de Nininha... Por favor.
— Ok, Nininha diz o que você é para Léo?
— Eu sou sua prin ce sa ...
— Entendi, e o que você é minha Nininha?
— Aiií Dane, eu sou SU A ME NI NA.
— Boa garota!
Dane acariciou o bumbum torturado e beijou suas costas lambendo as
gotas de seu suor. Passou um pouco de lubrificante nos dedos e levou-os ao
seu ânus, ela se debateu um pouco, Léo pediu que ficasse calma que
precisava relaxar, pois num relacionamento com eles uma hora os dois a
tomariam juntos, era melhor começar abrir caminho. Foi quando após
algumas carícias Dane introduziu a ponta do dedo.
— Aí isso arde, um pouco.
— Eu sei amor, relaxa no final você estará implorando por mais ... —
Sussurrava Dane.
Léo desamarrou as fitas da cabeceira e foi se colocando por baixo do
corpo dela. Ela o abraçou, enquanto ele direcionava em sua entrada da frente,
Dane fazia movimentos enlouquecedores com seu dedo dentro dela, ela já
não sentia tanta dor e se arreganhou em cima de Léo o recebendo todo, o que
facilitou que Dane entrasse com o dedo inteiro em seu orifício apertado, ela
gritou alto recebendo gemidos em troca. Os três se movimentavam e Nininha
encontrou seu prazer rapidamente, tanta tortura valeu apena.
— Viu minha menina, como é bom. Agora imagina se em vez do
dedo fosse eu dentro de você a tomando junto com Léo ao mesmo tempo. —
Ao dizer isso Nininha se partiu de novo em vários pedacinhos levando um
Léo muito louco atrás dela.
— Puta merda brother, a cada vez nos superamos. Nininha sua
gostosa como vou conseguir ficar longe de você, hein?
— Não fique! — Respondeu ela dando vários beijos nele.
Dane já estava com a camisinha e disse:
— Vamos Nininha sai logo de cima dele e vem aqui na beira da cama
quero te comer de quatro, se demorar muito como sua bunda gostosa. Ela já
tá bem molhadinha e eu tô louco pra provar esse buraquinho apertado.
— Saiiií Léoooo... – Disse ela desesperada.
Léo se retirou dela. Os três sorriram e ela correu para se posicionar
como Dane pediu.
— Vem MEU Dane, por enquanto me tome como você quiser, mas
pela frente por favor.
— Safada... — Ele agarrou nos seus cabelos e se encaixando disse. —
Então toma gostosa, nossa gulosa, nossa dengosa, vem e rebola no meu pau.
Capítulo 27: Boa Viagem.

Enfim, é isso... Espero que façam uma boa viagem. Disse


Nininha olhando de um para o outro no saguão de embarque do aeroporto.
Qualquer um notava o brilho no olhar deles. Os três ali no meio de
um saguão lotado, perdidos numa dança de olhares, cheios de esperança e
vontades, e com um sorriso em cada face como se estivessem encontrado o
pote de ouro no final do arco íris.
Após um fim de semana a flor da pele, onde vários sentimentos
vieram à tona, Nininha não conseguia se limitar em apenas desejar uma boa
viagem. Ela queria mesmo abraça-los e beija-los, mas se continha, pois não
sabia como agir com eles em público. Isso a incomodou um pouco, não saber
lidar com a situação, não saber como vai ser daqui para frente.
Do outro lado, tanto Dane quanto Léo também estavam confusos.
Geralmente compartilhavam mulheres na cama, nunca tiveram ou quiseram
manter um relacionamento a três. Tudo Sempre foi muito carnal para eles,
nada com sentimento apenas uma dose de respeito e amizade. A única vez em
que eles se envolveram um pouco mais além da cama foi com uma mulher
chamada Sabrina. Linda, gostosa porém extremamente louca.
Quando a conheceram ficaram fascinados com tamanha
espontaneidade, confiança e um corpão espetacular. Logo os dois a
convenceram de ficar com eles, viviam em farras sem limites. Foram dias e
noites alucinantes ao lado dela, até que Léo percebeu algumas atitudes
estranhas nela. Gostava muito de jogar com as pessoas, fazer das pessoas
marionetes. Começou também a cobrar dos dois como se houvesse um
relacionamento real entre eles a não ser apenas curtição. Sufocando os dois
tentando até provocar ciúmes e brigas entre eles apenas para mostrar para ela
mesma o quanto era "poderosa".
Léo como sempre o mais sensível, chamou Dane para conversar
fazendo-o entender qual era a dela. Então se afastaram. Sabrina detestou ser
posta de lado e tentou infernizar a vida dos meninos, mas eles foram salvos
pelo trabalho, viajaram a serviço para bem longe dela e logo foi deixada para
trás.
Com Nininha era diferente, existia toda uma preocupação, um querer,
uma vontade de se enrolar ao corpo dela, de conversar, de viajar, de ver
filmes, de fazer coisas banais como qualquer casal apaixonado. Eles teriam
que pensar em como vai ser para manter um relacionamento diferente como
esse.
— Eu sempre volto para o trabalho cheio de vontade de fazer e
acontecer, essa é a primeira vez que eu não tô nem um pouco empolgado para
o serviço. Não quero deixar você Nininha, na verdade queria ter mais tempo
com você e... Me desculpe por ter sido um idiota. — Falou Dane.
Nininha se aproximou dele o abraçando, inclinou a cabeça para olhar
no seu rosto e disse:
— Será que nosso momento no apartamento antes de vir ao aeroporto
não foi suficiente para te mostrar que está desculpado?
Dane sorriu e lhe deu um beijo na testa deixando-a embriagada com
tamanho carinho.
Léo logo pegou em sua mão e disse:
— Engraçado ele dizer que teve pouco tempo com você, quando ele
foi muito mais sortudo em ter te conhecido primeiro. Quanto a mim só tive a
oportunidade de um fim de semana.
— Aaaaa, Léo não reclame, tenho certeza que mesmo sendo apenas
um fim de semana tivemos momentos inesquecíveis também. A pobre coitada
sou eu, que tive tudo e agora vou ficar com nada. Vocês tem um ao outro, e
eu? Só as lembranças dos dias mais maravilhosos da minha vida, vocês são
especiais.
— Para com essa merda vocês dois, parecem que não vão se ver
nunca mais. — Disse Dane irritado querendo esconder suas emoções. — São
só alguns meses, isso só porque realmente precisamos ir, se não, nenhum dos
dois iria e tem mais você senhorita pode ir nos visitar... Aliás logo quando
chegarmos vou agendar sua passagem.
— Boa brother... — Disse Léo puxando Nininha de Dane colocando
as duas mãos em seu rosto fazendo-a cruzar seus olhos com os dele, seguiu
dizendo. — E que não passe por essa cabeça princesa esquecer de nós dois,
vamos fazer o possível para falar com você todos os dias, mas pode acontecer
de estarmos presos em alguma situação em que não poderemos entrar em
contato. É difícil, mas pode acontecer, entendeu. Não crie caraminholas, e
nos aguarde.
Léo se inclinou para beija-la na boca, quando ela o repreendeu:
— Não Léo tem muita gente.
— E daí?
— E daí lerdo é que eu também vou querer beija-la na boca, mas não
é convencional uma mulher beijar dois homens... Pelo menos não em público.
- Merda, brother.... Então você não beija...
Dane deu um olhar gélido para o amigo.
— Tá bom ok, ok... Façamos assim, já que desde que chegamos ao
aeroporto ela não foi beijada por nenhum de nós, enganamos os trouxas por
agora fazendo-os pensar que ela está comigo e você é uma espécie de irmão
ou amigo gay.
Ao terminar, Léo piscou faceiro para o amigo e tascou-lhe um beijaço
nela que apesar de embaraçada com a situação não conseguiu não retribuir o
carinho.
Dane pôs as mãos no rosto não irritado, mas impressionado com a
cara de pau do idiota. Dando o braço a torcer assumindo para si mesmo o
quanto era esperto esse seu amigo, visualizou a situação em que se
encontrava: gay ou irmão. Léo filho de uma puta. Com o rosto vermelho de
raiva e ascendendo uma lâmpada em cima de sua cabeça, teve uma ideia
brilhante.
— Ei??!?! Que isso Dane, mas que merda...
— Léo você esta cansado de saber que sou um IRMÃO muito
possessivo e ciumento. Parem com essa sem vergonhice e vamos embarcar
logo.
Dane disse isso puxando pela orelha do abusado e fez o mesmo que
ele havia feito antes piscando descaradamente, mostrando que também sabia
brincar. Nininha atordoada já nos braços de Dane ria da cara de babaca e
perplexo que Léo fez com a tirada de Dane. Por fim riram juntos.
— Ponto seu, meu brother, ou aliás, CUNHADO?!?
Dane deu lhe um tapa na parte de trás da cabeça dizendo:
— Cara, às vezes, você se mostra tão experiente, inteligente, sério e
daí você do nada vira um garotinho de o quê, 10 ou 12 anos?
— Meu caro, para cada situação uma idade, fazer o quê? Eu sou
muito flexível.
Os três ficaram em silêncio ao ouvir o som de chamada do embarque.
Nininha abraçou forte o Dane e aproveitando que estava com a cabeça no seu
peito, inalou mais um pouquinho daquele cheiro inebriante e único dele, não
conseguiu se segurar e beijou sobre as batidas de seu coração. Levantou o
rosto e um desejo enorme de beijar sua boca a consumiu, ainda mais vendo
nos olhos dele o mesmo desejo. Sentiu seus músculos tencionarem, por um
momento pensou, que se dane o mundo e beijar ele, mas sabia que as coisas
não são assim e aliás eles vão embora e ela vai ficar para trás com essas
pessoas à volta.
Dane viu a vontade e a dúvida se formarem no rosto de sua menina e
para não deixa-la mais confusa assumiu o terrível papel de cortar o clima.
Sorrindo carinhosamente depositou um beijo demorado em sua bochecha. Os
dois suspiraram e se afastaram.
Dane olhou para Léo e falou:
— Me deve uma.
Rindo Léo afirmou com a cabeça e disse que sempre ia lhe dever
mesmo por ele ter trago Nininha para sua vida. Depois deu mais um abraço
de despedida nela e apenas um estalinho, para não matar seu brother do
coração.
Eles começaram a ir quando Léo se virou e disse:
— Me tira uma dúvida, o que te fez mudar de ideia e vir nos procurar
ainda hoje. Por que lembro que você até compreendeu tudo que estava
acontecendo na nossa conversa no carro, mas ainda assim estava muito
convicta de que não daria certo e tal?
Parada à um metro deles mais ou menos, olhou em volta e notou que
as pessoas não estavam nem aí para eles, retornou a olhar para SEUS Deuses
do Olimpo e disse em tom de zombaria:
— É que depois que você me deixou tive uma conversa com um
cara... — Baixou o tom de voz e continuou. — Quer dizer, um HOMEM com
H maiúsculo, meu herói.
— Mas que porra é essa? — Disse Dane já voltando em direção a ela.
— Quem? O quê? .... Algum amigo é claro, qual nome dele? É seu
vizinho? Cpf?
Com as mãos sobre o estômago rindo que nem criança ela tentou se
explicar:
— Idiotas, esse HOMEM é meu pai, é claro... Quem mais seria meu
herói?
— Seu pai! — Disseram juntos.
— Sim. Ele já havia notado uma mudança em mim nesses dias e
perguntou se eu estava com algum problema ou apaixonada, acabei contando
sobre o ogro do Dane e nossa dança no bar e então uma coisa levou a outra e,
bom, enfim estamos aqui né.
— Você está dizendo que contou ao seu pai sobre nós, nós dois, quer
dizer nós três??? — Perguntou Léo de olhos arregalados.
— Sim, é óbvio que não queria falar sobre isso com ele, mas temos
uma relação muito próxima e ele me ama tanto que me permite fazer minhas
próprias escolhas, fora que é um teimoso e não se cansa até conseguir o que
quer saber. Na verdade ele quer sempre ter certeza que vai estar ao meu lado
independente de qualquer coisa.
— Nossa! Bom pai. Mas como que ele te ajudou com a decisão de nos
procurar? E ele aceitou essa situação, de você gostar de dois caras? —
Perguntou Dane com uma cara confusa.
Ela chegou mais para perto deles, notou que sempre quando fazia esse
movimento os três formavam uma espécie de triângulo. Ela como o ápice e
eles as duas bases.
— Sobre aceitar, ele não se pôs nessa condição, me mostrou que
independente do que ele pensa e quer pra mim, a decisão, a escolha, é minha,
e ele vai estar ao meu lado gostando ou não. Sobre procurar vocês, ele disse
que eu não podia deixar vocês viajarem com uma imagem ruim de mim, ou
seja, uma brigona bicuda. Que se eu realmente gostasse de vocês deveria ir e
deixar uma imagem muito melhor para lembrar e ser lembrada. Até porque
ele me acha muito temperamental. E sobre bom pai, sim é o melhor.
— Brother só tenho uma coisa pra dizer, nosso sogro é foda. Vou
tatuar o nome dele. Esse é o cara. — Disse Léo eufórico.
— É verdade, seu pai parece um homem sábio, quando voltarmos
queremos conhecê-lo, mostrar que não estamos de brincadeira com você.
Nininha sentiu um aperto no coração ao ouvir Dane dizer que vão
conhecer seu pai, mas ao mesmo tempo achou muito precoce envolver seu
pai numa história que está apenas começando e já com tantas barreiras a
serem vencidas.
— Calma rapazes, não estamos em uma corrida. Se um dia vocês
tiverem que conhecer meu pai quero que seja com nosso relacionamento mais
maduro. Ainda tem tantas coisas para acontecer, para serem resolvidas. Tudo
está tão rápido e intenso. E o pior de tudo teremos um tempo longo que
ficaremos longe, quem nos garante que daqui à um mês ou dois ainda
estaremos sentindo isso que estamos agora?.
Os meninos se olharam como se procurando uma resposta para sua
pergunta, foi Dane dando um passo mais próximo colocando uma mão em
seu rosto que saiu na frente e respondeu:
— Minha menina, não há no mundo uma resposta para sua pergunta.
O que há é esse sentimento novo e poderoso que estamos sentindo os três
juntos. Não é algo a ser negado, é algo a ser vivido. Essa é a nossa primeira
prova: a distância. Não foi combinado aconteceu, somos adultos precisamos
saber o que queremos e puta que pariu Nininha, sabemos o que queremos, no
início fiquei muito confuso, mas agora que se foda, quero você, quero viver
isso com você, e quero acima de tudo compartilhar essa felicidade que é te ter
com meu melhor amigo, meu irmão. Merda não vejo a hora de ter você entre
nós dois, gemendo os nossos nomes. Merda de viagem! E quanto a conhecer
seu pai haverá um momento certo, como você desejar.
Dito isto Dane não se conteve e deu um beijo nos lábios de Paulina
forte, nada sensual apenas com muita energia. O sangue de Paulina fervia
com as palavras dele, seu beijo a fez quase implorar para que eles a tomassem
ali mesmo. Um segundo de um beijo que durou uma eternidade. Dane
descolou a boca da dela e encostou sua testa na testa dela, e se olharam com
promessas declaradas em silêncio.
Olhando em volta notaram que ninguém os olhava, o que deixou
Nininha mais relaxada. Léo chegou perto do seu ouvido e lhe disse:
— Faço minhas as palavras desse cabeçudo. — Dando um tapa
amigável no braço de Dane seguiu em direção ao embarque. — Bora seu gay
antes que a gente perca a merda do voo, que é o que estamos querendo.
Nininha era só sorrisos e antes que eles se afastassem muito ela disse:
— Ah! Meu pai pediu para avisar que como eu já disse, também foi
policial, que ainda tem sua arma e que já teve o prazer de matar dois caras
com um só tiro. Algo para vocês pensarem na viagem. Se cuidem.
Jogou um beijo no ar para os dois se virou e saiu andando toda
serelepe, deixando os dois se entre olhando pensando no que ela disse.
Dentro do avião Léo ajudava uma senhora a guardar uma maleta
enquanto Dane se acomodava em seu assento. Logo Léo fez o mesmo e cada
um ouviu o suspiro do outro. Viraram um para o outro e disseram:
— Brother temos que fazer dar certo... Merda eu já estou com
saudades dela.
— É, eu sei como é irmão, eu também estou, o cheiro de seu cabelo e
o brilho nos olhos dela quando a fazemos gozar não sai da minha cabeça.
Vamos fazer dar certo, não há outra maneira... É até insano o que vou dizer, e
acredito que você sinta o mesmo, eu não consigo ver meu futuro longe dela,
de vocês. Parece que agora vejo tudo com outros olhos, nunca pensei que me
sentiria assim por alguém e nem queria. Porém, não tem mais volta. Vamos lá
fazer nosso serviço o mais rápido que conseguirmos para vir logo para nossa
menina princesa e começar o resto de nossas vidas juntos.
— Você é a porra de um viadinho cabeça dura, mas quando pega no
tranco esculacha. Falou e disse meu brother.
Cada um tentou relaxar o quanto podiam enquanto o avião decolava,
mas nada fazia as imagens de um futuro feliz ao lado daquela mulher
encantadora se apagar.
No táxi seguindo para sua casa Paulina sentiu uma lágrima perdida
descer em seu rosto. Os pensamentos eram muitos, tantos bons quanto ruins.
Ela se perguntava o tempo todo "o que será dela e deles nesse tempo
afastados", e o pior "será que eles conseguiriam resistir ao tsunamis de
mulheres que provavelmente se jogam aos seus pés para onde eles vão". Sua
insegurança a deixou triste, mas buscando lá no fundo uma força que ela nem
sabia que existia procurou preencher seus pensamentos com as memórias
deles a tocando, beijando, a amando. Fez uma oração e pediu a Deus que os
protegesse e que trouxesse os dois são e salvos para que ela tivesse a
oportunidade de viver essa paixão que até hoje ela só conhecia em seus
livros.
Capítulo 28: Atitudes Tendenciosas.

Admirando a tela à sua frente Nininha se aproximou um


pouco mais apreciando cada detalhe das pinceladas do artista. Lembrou que a

tempos não iniciava uma tela, também como poderia, tão envolvida com as

tarefas da faculdade, as quais detestava e acabava tomando conta demais de

seu tempo. Fora a correria das vendas de seus produtos e ajudar seu velho

com as coisas de casa.


Nos corredores desta galeria entre tantas obras lindas, ela lembrou de
uma conversa que havia tido com a primeira pessoa que elogiou um de seus
quadros quando era ainda muito jovem e se pôs a compra-lo como um
incentivo. Ela disse: — De uma tela em branco você transformou nessa linda
paisagem, mocinha, assim é a vida nós começamos como uma tela em branco
e cabe a nós mesmos transformá-las. Se vai ser belo ou não depende de como
viveremos.
Então só agora ela percebeu que a tela da vida dela começou a ser
pintada só após conhecer os meninos. Porque antes disso não se lembrava de
nada que fosse colorido o suficiente em sua vida. Pintar por exemplo, era
como respirar e ela já não fazia há um bom tempo. Arte é o que ela queria
para sua vida, pois então por que se meteu a fazer uma faculdade que não tem
nada haver com ela? Estava na hora de repensar sobre o que quer da tela da
sua vida. Estava na hora de voltar a pintar. Com certeza passar um tempo
criando uma pintura seria perfeito para afastar a dor da saudade e a angústia
de saber como será quando se reencontrar novamente com os donos de seus
sonhos.
Nessa uma semana que se passou desde que se despediu deles no
aeroporto, não teve um só sono em que eles não aparecessem e tomassem
conta. Impossível esquecer o toque daqueles dois em seu corpo, mesmo em
sonhos. Eles ligavam, mandavam mensagem, faziam ligações por vídeo, ora
sozinhos, ora juntos. Às vezes, até colocavam seus amigos para falarem.
Nunca foi tão a favor da tecnologia como agora.
Ela olhou o celular que havia vibrado. Um sorriso bobo apareceu em
seu rosto, um que sempre aparecia quando recebia mensagem de seus
meninos.
@Léo: E aí princesa, como está a exposição? Espero que tão linda
como você!
Dizia a mensagem de Léo. Ela revirou os olhos com o elogio e se pôs
a responder.
@Nininha: Está magnífica, estou fascinada com a delicadeza que o
artista tem em suas pinceladas... Queria que estivessem aqui comigo .
@Léo: Não faça assim... Tenho vontade de entrar por esse telefone
para estar ao seu lado. Não pense que está sendo fácil pra gente, está muito
duro ficar sem você e o serviço aqui está complicado. Em breve estaremos
juntos .
@Nininha: Sei.... E Dane? Cadê? Está aí contigo?
@Léo Não, ele está muito enrolado com a papelada da batida que
devemos fazer semana que vem, eu tive um minuto livre e estou usando para
falar com vc. Ele também está com muita saudade e pediu pra te dizer que
por esses dias vai ser difícil manter contato. Temos que ficar totalmente
focados no serviço, você entende né.
Nininha se recostou em uma parede livre olhando para mensagem que
Léo acabou de mandar. Seu coração apertado em saber que deve ficar sem
falar com eles por alguns dias, por quantos dias? E essa batida que iriam fazer
seria perigosa é claro. Como ela faria para saber se estava tudo bem.
Lhe subiu um frio na espinha.
@Léo: Princesa? Nininha?
@Nininha: Ei... Estou aqui... É que me deu um aperto no coração,
imaginar vocês nessa missão e não ter como me comunicar para saber se
ocorreu tudo bem.
@Léo: Hum entendi... Vamos fazer o seguinte vou deixar aqui o
número do telefone da agência para que se não te ligarmos em três dias você
entre em contato OK. Mas Nininha, não se preocupe nós somos os melhores
em campo.
@Nininha: Seu convencido.
@Léo: O que posso fazer se somos mesmo. Bom, tenho que ir... Não
vejo a hora de beijar sua boca de novo, não vemos a hora de ter você entre
nós completamente, sinto sua falta. Sentimos muito sua falta. Não desista de
nós.
@Nininha: Desistir? Rapaz, se vocês sumirem eu vou atrás de vocês,
nem que seja para mata-los. Eu... Eu... Adoro vocês dois, se cuidem. Boa
sorte!
@Léo: Nós também... Te amamos... É isso mesmo, te amamos. Tenha
paciência nos espere, temos muita coisa para fazermos juntos e uma vida
inteira para isso. Tchau linda.
@Nininha: Tchau.
Pálpebras inchadas e olhos marejados, assim Nininha terminou sua
visita à galeria e seguiu para casa. Sua vontade era de deitar na cama e chorar
de saudade de tudo que viveu e tudo o que ainda iria viver com eles.
... Em algum lugar próximo a fronteira...
— Ei docinho, por que dessa carinha triste? Algum problema com a
ligação? Posso te ajudar em alguma coisa?
Falou Lia atendente da agência, se aproximando sinuosamente ao
Léo. Ela desde que foi cobrir a antiga atendente, que saiu de licença, vem
tentando colocar às garras em Dane ou Léo, e é bem possível que nos dois
juntos. Eles sabiam que as pessoas falavam sobre suas vidas e principalmente
sobre o fato de compartilharem mulheres. Por isso algumas mulheres já se
insinuavam para eles sabendo o que queriam.
Porém, isso nunca foi uma corrida para ter todas as mulheres do mundo.
Acontecia ás vezes, de durar meses para eles se interessaram por uma mulher
para um lance a três, não era qualquer mulher. E apesar da luxúria evidente
que há em ter sexo a três, eles curtiam que as mulheres fossem interessantes
em outros aspectos além da "coisa de pele". Essa Lia não fazia o estilo deles,
bonita sim, mas não chamava a atenção deles.
Em outros tempos Léo levaria numa boa tal flerte, mas não agora,
ainda mais após ter falado com sua princesa. De uma forma educada se
afastou sorrindo e dizendo:
— Obrigado Lia, mas não há nada o que você possa fazer... Ah!
Talvez tenha, se você puder nos retirar desta batida e nos colocar de férias
eternas para voltar para o Rio.
Ele terminou e piscou para ela. Lia se derreteu com o simples piscar
de olhos que era apenas para pontuar o fim da frase, mas não se esqueceu do
que ele disse e retrucou:
— Uê Leozinho, por que voltar para o Rio e por que os "s" nas
palavras quando nós estávamos falando de você?
Sorriu a cínica, porque era óbvio que sabia que falava sobre ele e
Dane, ela queria era assuntar mais, principalmente sobre o motivo de
quererem voltar para o Rio. Léo não acreditando na cara de pau dela resolveu
colocar mais lenha na fogueira, não devia nada a ninguém. Se virou
totalmente para ela e com a cara de santo falso respondeu:
— Você ainda não sabe, nós encontramos a mulher mais linda do
mundo, e onde ela estiver é onde queremos estar. Fui!
Ao escutar o burburinho em volta Lia balançou a cabeça para cair na
real e processar o que acabou de ouvir. Não era possível, ela pensava, como
assim "a mulher mais linda". Homens como eles não se interessariam por
uma mulher apenas, e muito menos para uma relação a três a longo prazo. E
ela nem teve uma oportunidade com eles, Léo é um zoador deve estar de
onda com minha cara.
Voltando ao trabalho Lia não tirava o que ouviu de Léo da cabeça, e
começou a pensar que realmente ele e Dane voltaram do Rio diferentes.
Pareciam que nem estavam de férias, voltaram com cara de quem não
queriam voltar ou de quem estava caminhando para à forca. Ao longo dos
dias eles tem se arrastado pela a agência, compenetrados no trabalho, e às
únicas vezes que os viu sorrindo, relaxados era quando estavam falando com
alguém ao telefone. Será que era essa tal mulher?
— Conrado? — Lia viu um dos parceiros dos meninos, o qual dava
em cima dela o tempo todo e o chamou.
— Oi Lia. — Respondeu Conrado cheio de dentes. — O que você
quer gata?
— Nada de importante é só curiosidade mesmo, talvez nem você
saiba. Mas, sabe por que "os durões da PF" estão meio quietos depois que
voltaram? Assim... Parecem até tristes, sei lá.
Conrado se esticou todo chateado porque sabia que ela estava usando
ele para saber de outros. Detestava estar nessa situação, até porque tinha
interesse na Lia. Respondeu sua pergunta incomodado:
— Os putos devem estar cagando nas calças por conta da batida que
vamos dar esses dias, só pode.
Lia deu uma sonora gargalhada, alguns agentes em volta olharam o
que fez Conrado ficar sem graça.
— Ahhhh! Conrado. Não me diga que acredita nas palavras que você
acabou de dizer — Riu mais um pouco e puxando ele pelo queixo se
aproximou de seu rosto e disse maldosamente — O único cagão aqui é você,
docinho.
Conrado se afastou puto, com olhos pegando fogo e disse ainda só
para eles ouvirem:
— Foda-se Lia, quer notícias de seus queridinhos, procure outro. E
quer saber, tomara que seja verdade o que estão falando sobre eles terem
encontrado a mulher da vida deles, assim sobra mais mulheres no mundo. Me
deixa, eu tenho mais o que fazer do que ficar como leva e traz.
— Hahaha pode ir, você já fez docinho. Brigadinhu.
Conrado saiu pisando duro da recepção e voltou para sala de
estratégias, deixando Lia toda especulativa para trás. Entrando deu de cara
com Dane e Léo analisando algumas plantas do local da batida. Carrancudo,
nem deu atenção aos dois, seguiu para o bebedouro e encheu um copo d'água,
bebeu, amassou o copo descartável e o jogou no lixo. Tudo isso com uma
energia desnecessária. Dane e Léo não deixaram de perceber que o parceiro
estava um tanto descompensado e em uma manobra amigável Dane disse:
— Que foi homem, não desperdice tanta energia assim deixe isso para
os Zé ruelas que encontrarmos na operação.
Sorriram os dois, mas Conrado não, ainda carrancudo deu sua
resposta:
— Me deixe Daniel, não estou para brincadeiras hoje, e afinal só sou
obrigado a lhe responder mediante assuntos dos nossos trabalhos. Fora isso,
terreno perigoso.
Os meninos se entre olharam sem entender tamanha agressividade
gratuita. Dane podia não entender, mas ele como autoridade máxima nas
atividades de enfrentamento do serviço não podia ter nenhum agente com
sistema nervoso descontrolado. Afinal o serviço era perigoso, talvez o mais
tenso de todos em que ele já esteve, com enfrentamento eminente contra
meliantes armados. Justo agora que havia acontecido tantas coisas, que seus
sentimentos estão tão intensos ele precisava ficar são e ter seus subordinados
sob controle também. Não podia se dar ao luxo de errar, principalmente na
escolha dos homens para o serviço. Se preocupava com seus policiais, se
preocupava com Léo. Um policial cobre o outro, como confiar em alguém
que não consegue lidar com seus nervos em um dia de trabalho tranquilo,
como será no enfrentamento.
Conrado não era seu melhor policial, era sempre muito passional, mas
era bom quando preciso e dentro de suas opções era o indicado. Correu tudo
bem nos últimos serviços que tiveram, porém foram mais leves que este. Só
que há algum tempo Dane e até Léo já haviam percebido um certo
desconforto dele para com eles. Achavam que foi porque Conrado também
havia reivindicado a função que Dane estava, mas acabou perdendo a disputa
do posto para Dane, que é mais novo que ele. Logo após isto, a dupla
descobriu que haviam ficado com uma ex dele há um tempo atrás, através de
um conhecido em comum, eles estavam separados tinha meses e Dane e Léo
não tinham ideia de quem era ela. O assunto acabou virando motivo de
chacota entres os caras na agência. Enfim, nada que justificasse inimizades
entre eles até porque tudo o que aconteceu não foi nada de intencional apenas
casual. Dane e Léo fizeram o possível para acabar com às fofocas tudo pelo
respeito entre colegas.
Essa profissão é muito difícil precisam confiar cegamente no parceiro
quando estão em campo, então como confiar em alguém com atitudes dúbias.
Dane se levantou de sua cadeira encarando Conrado:
— Você acha realmente que estou de brincadeira aqui. Não vê que
estou completamente imerso nos esquemas para operação. Acha que ao ver
um policial que vai fazer parte da tropa que estará fazendo a cobertura do
grupo de polícias que vão estar à frente todo descompensado a alguns dias da
ação, eu não tenho direito de me preocupar. Não deveria ser terreno perigoso
eu te fazer uma simples pergunta.
— E eu te respondi.
Disse Conrado um tanto exaltado, se levantando e colocando as mãos
sobre a mesa encarando Dane.
Léo automaticamente levantou também e assumiu uma posição entre
os dois, porém sem dizer nada. Enquanto isso Dane continuou olhando no
rosto de Conrado agora bem mais avaliador, notou realmente que havia um
problema ali e era de cunho pessoal. Com uma postura firme e rígida disse:
— Cara, você tem algum problema comigo? Ou você está procurando
um problema? Preciso saber disso agora, pois não posso escalar um policial
para estar na minha retaguarda e dos meus homens que não confio, não
alguém que esteja com problema comigo ou qualquer um deles. Vamos,
ande, responda, porque independente do que fôr temos que resolver isso antes
de definir as unidades de enfrentamento e ver se poderemos continuar a
trabalhar na mesma guarnição.
A sala apesar do ar condicionado ligado, esquentou. Os homens que
ali estavam se encaravam de maneira densa. Dane não deixaria Conrado sair
dali sem uma explicação plausível para esse comportamento inusitado.
Conrado por sua vez caiu na real, era importante para seu currículo
essa operação, ele trabalhou duro para merecer estar nela, porque sabe que
não seria a escolha preferida. Então por conta de algumas questões pessoais e
do estresse momentâneo que teve por causa da Lia, ele iria perder essa
oportunidade? Não. Não deixaria. Pensou em engolir tudo o que gostaria de
dizer de verdade, para poder garantir seu lugar na operação.
Tomando uma postura mais relaxada até resignada, Conrado com um
meio sorriso tentou se explicar para Dane.
— Putz cara... Desculpa... É claro que não tenho problemas com você
ou ninguém dessa agência. Eu... Eu realmente estou meio exaltado hoje, tive
uma notícia ruim de família o que me deixou chateado, nervoso.... Ganhei um
fora de uma gata ai também... E sabe como é né, muita coisa acontecendo ao
mesmo tempo e você foi o primeiro a falar comigo cara, acabei descontando
em você. — Passando a mão pela cabeça com semblante mais relaxado
continuou a dizer e no final estendeu a mão para Dane. — Porra bixo esquece
essa merda toda, é claro que tá tudo de boa.
Olhando do rosto dele para sua mão estendida, Dane não sentiu muita
firmeza em todas suas palavras, mas na altura do campeonato não queria
julgar um homem feito como Conrado, só iria ficar mais atento a tudo sobre
ele daqui para frente.
Estendeu a mão e apertou a dele, cruzou o olhar com seu amigo Léo e
recebeu um balançar de cabeça como gesto de apoio. Léo o conhecia e
provavelmente sabia o que pensava. Logo depois Dane deu sua resposta:
— OK. Digamos que te entendo, mas não compreendo. Todos nós
temos problemas fora do trabalho, temos que deixar isso lá fora,
principalmente para evitar conflitos entres parceiros de trabalho. — Dane deu
um aperto mais firme agora para enfatizar o que iria dizer a seguir. — Por
isso creio que daqui para frente se tiver algum problema com qualquer um da
guarnição, resolva como homem, não deixe para depois.
— Não bixo, tá beleza... Foi um lapso não acontecerá mais, agora
foco total.
— OK, estamos entendidos. — Disse Dane.
— Então rapazes podemos sair do play agora e ir trabalhar como
adultos, vacinados e sãos como somos? — Falou Léo humorista como
sempre.
Eles riram.
— Falando em todos com problema, imagino vocês hein, escutei por
aí que estão apaixonados, quem diria "os durões da PF" caidinhos pela
mesma garota. Deve ser difícil ter que voltar ao trabalho, logo quando
encontram alguém que gostam de verdade para compartilhar, mas tem que
ficar longe.
Falou Conrado tentando puxar assunto. Dane fez uma cara de quem
comeu limão azedo ao ouvir a forma tendenciosa que ele falou sobre seu
relacionamento. Olhou para Léo com um olhar inquisidor e voltou para o
engraçadinho:
— Vejo que esse pessoal tem trabalhado pouco e conversado demais,
e como sempre, a pauta é nossa vida a qual não diz respeito a ninguém aqui.
Acredito que só souberam também porque alguma gazela saltitante,
transbordando arco íris para todos os lados, não se contendo em manter certos
assuntos para quem de direito, saiu pelos corredores falando o que não
deveria.
Léo ficou olhando atônito para Dane e engolindo em seco, com o
semi fora de Dane, Conrado se afastou meio sem graça dizendo que ia
verificar o armamento. Ao sair não se conteve e olhou para Léo dizendo:
— Então até logo gazela saltitante, ótimo codinome.
Léo amassou um papel e foi até a porta tacar em Conrado que bateu
em retirada pelo corredor. Léo voltou fechou a porta, sentou novamente na
cadeira e ficou ali encarando Dane que continuava a verificação nas plantas
que estavam sobre a mesa. Alguns minutos depois Dane levantou o olhar para
o amigo que não parava de lhe encarar e perguntou:
— Que foi?
— É sério, gazela saltitante? Tudo bem, mas da onde você tirou: abre
aspas, transbordando arco íris para todos os lados, fecha aspas.
Dane não se aguentou e gargalhou, só então percebeu as baboseiras
que tinha dito. Léo se juntou aos risos.
Quando foram parando o momento descontraído Léo indagou:
— Você não acreditou na ladainha que Conrado disse né?
— Claro que não, mas no momento não tenho mais tempo para fazer
alterações ou ser babá de homem barbudo, e no fundo sei o quanto ele ama
esse trabalho, não acredito que poria em risco sua posição por questões
banais.
— Talvez os nossos trazeiros sejam banais para ele e ele possa não
dar o apoio necessário que precisaremos em campo. Você já tem um furo na
bunda eu não. — Disse Léo.
— Idiota. Fica tranquilo, estarei de olho nele. E pode deixar que não
vou deixar ninguém estragar esse seu trazeiro feio, prometi a Nininha que
levaria você inteiro para ela.
— Valeu brother, agora estou bem mais seguro. Faço minhas suas
palavras, aliás acrescento apenas que seu trazeiro já era feio sem marca, com
a marca de tiro ficou bem pior. E sei disso melhor que você, pois você é o
que gosta mais de pegar a mulher por traz e já vi esta buzanfa milhões de
vezes nos espelhos de motel.
— Hahaha... Ahhh Léo não mete essa, porra, essa é a sua? Ficar
manjando minha bunda.
— Não idiota hahaha, saiba que essas visões quase me renderam pau
mole, tinha que fechar os olhos e me concentrar. Hahaha.
— Sabe, falando nisso...
— Em que brother? Pau mole?
— Não seu idiota, gazela saltitante... Sério agora, cara tô muito louco
de vontade de estar com Nininha novamente. Não consigo parar de pensar
naquele corpinho fervendo entre agente.
— Porra Dane nem me fala, estou até evitando falar por telefone com
ela porque fico excitado ao ouvir sua voz. Ela enfeitiçou a gente brother.
Estou louco para tomarmos ela juntos do jeito que nos gostamos, e tenho pra
mim que será a melhor experiência de nossas vidas. E ela vai amar.
— Com certeza será. Isso porque você não sentiu aquele buraquinho
pressionando fortemente seu dedo, imagino quando eu estiver dentro dela,
porra, merda não quero imaginar chega doer.
Léo se levantou da cadeira e apressadamente foi para porta. Dane
assustado o olhou e perguntou:
— Vai aonde com essa pressa?
— Tocar uma, brother, guento não. Fui!
Rindo, Dane tacou uma caneta em Léo que desviou e falou:
— Você devia ir também, depois de mim é claro...
— Viadinho! — Dane jogou agora uma borracha nele e quase acertou
a testa.
— Ah! E por falar nisso, precisamos ver quando podemos comprar a
passagem pra ela vir nos visitar o mais rápido possível.
— É verdade, deixa comigo, deixa passar essa operação e eu organizo
isso. Também estou louco para estar com ela.
Léo saiu em direção ao banheiro e Dane ficou ali naquela sala
rodeado de trabalho e excitado com o pensamento em sua menina.
Pegou seu celular viu a hora, já era bem tarde ela devia estar dormindo e
como Léo já havia falado com ela mais cedo não deveria estar esperando
outro contato. Mesmo assim mandou uma mensagem.
@Dane: Estou morrendo de saudades. Estamos. E... Sonhe com a
gente como sonhamos como você, boa noite.
Capítulo 29: Amanhã.

#Dane

Nunca me senti tão tenso diante de uma abordagem como a


que vamos fazer daqui a alguns dias. É claro que é a mais complexa, envolve

alguns dos indivíduos mais procurados por tráfico na nossa fronteira, e uma

possível apreensão de toneladas de drogas, armas e outros produtos ilícitos.

Mas não é só isso. Ainda tivemos que adiar alguns dias, o que só aumenta o

tempo em que ficamos sem nossa Nininha. Mesmo assim, me sinto

totalmente preparado para o sucesso dessa operação, porém há sempre que

pensar nos imprevistos. E nesse caso não estou nada contente por Conrado se

auto escalar para cobrir Léo na abordagem. Não que não confie na eficiência

de Léo em ação ou até a dê Conrado, o problema é que não engoli a

historinha dele outro dia. Ninguém me tira da cabeça, que ele não levou de

boa às fofocas que nos envolveu no passado. E depois do "piti" que ele deu

na minha frente, ainda fiquei sabendo pela descarada da Lia que ele tem

ciúmes de nós com ela. Como se isso fosse viável. Ela me disse também que

naquele dia ela fez um comentário com ele sobre "infelizmente eu e Léo não
estarmos mais disponíveis no mercado" e por isso ele ficou todo irritado.

Detesto que minha vida, nossa vida seja motivo de assunto na boca dos

outros. Sou mais reservado do que Léo. Bom, fiz o que tinha que fazer,

chamei ele para conversar novamente e aparar as possíveis arestas existentes

entre nós. Conrado como sempre fez questão de afirmar que não tinha nada

contra nenhum de nós, e ainda me julgou como se eu estivesse o

desqualificando para o serviço no qual ele era o responsável e que se eu

tivesse um motivo real contra ele, que o tirasse do encargo. Pois bem, ainda

tive que ouvir uma série de motivos pelo qual ele ter colocado cada policial

em um posto. Disse mais, que o fato deles não serem amigos íntimos não

deveria impedir suas escolhas dentro da logística de retaguarda da missão. O

que me deixou puto da vida porque o filho da mãe estava certo.

Então por que ainda me sinto tenso em relação a essa questão?


Merda!
(...)
Com humor horrível Dane continuou analisando as possibilidades de
invasão do local da batida para que os delinquentes tivessem o menor tempo
possível de reação. Precisava a todo custo que está missão tivesse sucesso, e
para isso não bastava apenas prender os procurados e apreender produtos.
Tinha também que voltar com todos os envolvidos sãos e salvos. Era uma
questão indiscutível.
Alguns policiais adentram à sala em que Dane estava compenetrado
no trabalho. Ele levanta com o barulho e logo mostra a cara de quem não
gostou de ser incomodado.
— Vocês perderam a educação no bar? Não batem mais na porta?
— Foi mau chefe... — Alguns dos policiais disseram.
— Desculpa aê chefe, é que estamos rindo da cara que Léo faz
quando Lia dá suas investidas. — Disse Glauco fechando a porta atrás dele.
— Vocês não estão aqui para rir da cara de ninguém, deveriam estar
preocupados com a batida e seus rabos dentro dela. E aliás quê que o Léo está
fazendo de papo com Lia? — Dane praticamente latiu.
— Pô Dane, nós já passamos e repassamos isso tudo milhões de
vezes, e às vezes, precisamos rir tambem né. Não é só de trabalho que um
homem vive. E quanto ao Léo, bom isso pergunta para ele. — Rômulo
respondeu e recebeu um olhar fulminante em troca.
— OK, vá chamar Léo por favor Mattos. E sobre repassar a missão,
repassarei quantas vezes eu achar necessário, se faço isso é para ter certeza
que não ocorrerão erros. – Terminou a fala olhando diretamente para
Conrado.
Cada um foi se acomodando em seus postos e revendo suas planilhas,
mudos. Mattos saiu em busca do Léo. Passou pela recepção onde ele estava
anteriormente, mas ele não estava mais. Perguntou a Lia sobre ele:
— Lia, viu onde Léo foi? Dane está o procurando.
— Não vi não, docinho. Ele estava aqui, mas infelizmente não está
mais.
— Obrigado, Lia. Vou ver se ele foi no banheiro.
— Olha se você quiser posso ir para você, docinho.
— Sério Lia? No banheiro masculino? Como você é prestativa.
— Mattos eu sou uma mulher de bom coração, simples assim.
— Hahaha com certeza Lia, deveria espalhar mais amor e menos
guerra, mas quem sou eu para julgar.
— Não entendi, docinho? O que você quis dizer?
Mattos foi se retirando em direção ao corredor que levava ao banheiro
masculino, balançou a cabeça e falou:
— Nada não Lia querida, se você não aprender sozinha a vida te
ensina. Vou lá.
Alguns minutos depois Mattos entrou no banheiro e viu Léo lavando
as mãos. Foi falando com ele:
— E aí cara, tranquilo, Dane está a tua procura.
— É tão urgente assim que te mandou vir me buscar mijando?
— Deixa de ser imbecil e vai logo que ele não está pra brincadeira,
aliás ele está um porre. Tô doido para esse serviço ser concluído logo porque
nem eu nem os caras estamos aguentando tanto mau humor, tá foda. E com a
Lia no cangote de vocês acho que tá piorando.
Léo puxou uns papéis toalhas enxugou as mãos e rindo foi saindo do
banheiro acompanhado de Mattos e respondendo:
— Cara tenho que concordar, Dane esta um saco dê graças a Deus
que vocês só o aturam na agência e a Lia tá demais. Ela está ainda mais
assanhada depois que soube que eu e Dane estamos apaixonados e fora do
mercado. Sei lá cara, parece que tem mulher que gosta de homem
comprometido.
— É verdade. Mas Léo posso te fazer uma pergunta... É... Talvez um
pouco indiscreta?
Léo deu um tapinha amigável no ombro de Mattos e respondeu:
— Claro, Mattos... Por favor, só não me pergunte como se coloca um
o.b.
— Idiota... Vc é um idiota Léo. Sério, vocês estão mesmo
apaixonados, e pela mesma mulher? E como... Como vocês fazem na hora H?
Dane te come, enquanto você está com ela ou vice versa? É confuso pra mim.
— Agora você que foi um imbecil. Bom estamos realmente
apaixonados, muito mesmo, como nunca. E sobre a hora H, não te interessa.
Só posso te dizer que não tem nada deu comer o Dane ou ele me comer,
idiota. O resto deixa para sua imaginação.
Os dois continuaram indo para sala de reuniões onde Dane e os outros
estavam aguardando, rindo da conversa que estavam tendo. Assim que eles
entraram e Léo fechou a porta Dane se virou encarando Léo dizendo:
— Veja quem resolveu se juntar a nós para trabalhar ao invés de ficar
por aí dando trela para Lia e falando da nossa vida para a agência inteira.
Um silêncio se instalou na sala, ninguém estava acostumado com os
dois tendo qualquer tipo de atrito, em nada.
Como sempre folgado, e já de saco cheio da atitude do brother, Léo puxou
sua cadeira sentou olhou para ele disse:
— De boa Dane, deixa de falar merda ok, todos aqui estão
trabalhando duro para que tudo ocorra como previsto. E eu como moro
contigo ainda tenho que aturar você falando sobre isso o tempo todo. Sei que
é importante pra você o sucesso da missão por estar no comando, mas não é
menos importante para nós. Afinal estaremos na mesma linha de tiro que
você. E quanto a Lia, eu não posso simplesmente fingir que ela não existe,
preciso falar com ela várias vezes ao dia por conta dos pedidos e assinaturas
que tenho que ter. Sobre eu falar da nossa vida? Dane eu nunca estive tão
feliz, e ao contrário de você quero que o mundo todo saiba e não tô nem aí
para o que pensam e falam. Sabe qual é a diferença entre nós? É que você não
sabe separar os problemas, fica bitolado com tudo, não relaxa.
— Relaxar? Você tá de sacanagem, só você para falar uma asneira
dessas. Estou aqui com minha cabeça cheia e ainda tenho que lidar com as
suas gracinhas e fofocas dos outros. A diferença entre eu e você é que eu
realmente levo as coisas a sério e para você tudo é motivo de piada.
Léo não gostou de ouvir Dane dizer que ele não levava a sério nem
seu trabalho nem seu relacionamento com Nininha. Pois foi isso que ele
entendeu Dane dizer. Se levantou da cadeira se aproximou de Dane e o
encarando retrucou:
— Brother, você está indo longe demais, ninguém tá aguentando esse
teu mau humor do caralho. E outra, não vou admitir você dizer que levo meu
trabalho e nosso relacionamento com Nininha na brincadeira, você mais do
que ninguém me conhece e sabe como sou de verdade. Então acho melhor
você parar com essa conversa porque como dizia meu pai "palavras ditas não
se voltam ao cú", por isso antes que você fale algo que não possa mais voltar
atrás, vamos parar este assunto e voltar ao trabalho que era o que você queria.
Dane que já estava nervoso ficou mais nervoso ainda ao constatar que
só havia verdade nas palavras de seu amigo, e olhando em volta viu seus
homens vendo ele perder seu controle, logo com alguém que ele mais
confiava. Como ser um líder confiável se não sabe lidar com suas emoções.
Automaticamente foi tentando se acalmar e voltar ao seu normal. Porém, não
poderia deixar Léo sem resposta.
— OK Leonardo, assumo que por esses dias tenho estado bem irritado
e acabo extrapolando em algumas questões. No entanto não retiro que detesto
que minha, nossa privacidade seja invadida por comentários pejorativos. E
principalmente, sobre nossa Paulina... Falamos em casa. No mas, voltemos ao
que importa. E pode sentar e baixar essa crista de galo de briga, que estou
guardando minhas forças para dar uns supapos nos bandidos e não em uma
gazela saltitante.
Ao terminar suas palavras de um jeito bem descontraído, arrancou
gargalhadas dos homens, fazendo Léo rir tambem. No fundo Léo sabia que
aquela brincadeira era para lhe mostrar que tinha se arrependido da
implicância de antes e deixar as coisas mais leve. Léo pôs as duas mãos sobre
a mesa assumindo uma posição de enfrentamento ao Dane. O que fez cada
músculo presente na sala se contrair na suposta luta que aconteceria. Todos
encararam os dois, Léo olhou fundo nos olhos de Dane e falou muito sério
com ele:
— Sabe, de tudo o que você falou a coisa que mais me irritou? ....
Você. Me. Chamar. De. Leonardo.
Hahaha hahaha hahaha hahaha
Todos riram com a piadinha de Léo inclusive Dane. Apenas Conrado ria com
certo desdém.
— OK moças acabou o stand up comedy... Dêem ao Léo uma gorjeta
depois e vamos focar no serviço.
Todos se movimentaram cada um lidando com sua tarefa repassando
pontos necessários. E assim foi o restante do dia. Ao final do expediente
Dane estava bem cansado, com uma dor de cabeça horrível. Léo foi embora
antes porque disse que tinha que pagar contas, de lá ia direto para casa. Dane
saiu de sua sala trancando tudo. A agência já estava bem vazia, a maioria dos
policiais já haviam ido para casa. Só permaneciam ali os guardas que
mantinham a agência em segurança e alguns detetives fazendo horas extras.
Dane pegou um comprimido para dor de cabeça na mochila e foi
buscar um copo d'água no corredor. Encheu o copo e tomou junto com seu
remédio. Notou que alguém estava próximo e olhou em volta. Encontrou dois
olhos insinuantes o observando, logo os identificou como sendo os de Lia.
Ela esboçou um sorriso, que provavelmente achava sexy, ele não, e foi em
sua direção. Antes que ela chegasse perto, ele já foi caminhando no sentido
contrário ao dela.
— Dane docinho, já está indo embora?
— Boa noite Lia, e sim estou indo embora.
— Ah sim! Mas a saída não é por aí é por aqui se esqueceu, querido?
Dane soltou uma bufada quando viu que para fugir dela ele foi na
direção errada, para ir embora teria que voltar e passar por ela.
— É pois é, estou com dor de cabeça fiquei confuso.
Ele se virou e foi seguindo em frente tentando passar o mais longe
possível que aquele corredor estreito permitia de Lia. Ela espertamente se pôs
repentinamente em frente a ele, bloqueando sua passagem.
— Oh docinho, vejo que você não está bem. Quer alguma ajuda?
Você sabe, eu adoraria fazer qualquer coisa para te fazer sentir melhor.
Dane sentiu repulsa do ar quente que saia de sua boca, que ao
terminar a frase foi se aproximando bem devagarinho à sua orelha de uma
maneira que ele não conseguiu fugir, a não ser que empurrasse ela de sua
frente. Quando ela afastou o rosto de seu lado indo para frente de sua face,
ele segurou a mão dela quando sentiu que ela iria o tocar.
— Lia, não faça isso...
— Ah querido, eu só ia passar o dedo no seu pomo de Adão, achei
fascinante ao ver você bebendo água, ele... Faz ...Um movimento... Quase
erótico. — Lia dizia parecendo estar com água na boca.
Ao dizer isso, ela chegou quase tão perto de sua boca quanto o ar que
respirava. Completamente abismado com a audácia dela ficou sem reação, ela
percebeu e se aproveitando grudou seus lábios no dele.
— Você está maluca?? — Disse Dane, ao empurra-la no outro lado da
parede com força e continuou a segurando mesmo ouvindo suas reclamações.
— Nunca mais chegue perto de mim assim de novo, nunca lhe dei pretexto
para que fizesse isso, sempre neguei todas às suas investidas. E se não foi o
suficiente então preste bastante atenção, porque se você vier com sandice
novamente não respondo por mim, esqueço que você é mulher e lhe dou uns
tapas para aprender, entenda EU NAO QUERO NADA,
ABSOLUTAMENTE NADA COM VOCÊ. Sai do meu pé, e digo mais, para
de ficar em cima de mim e Léo nós dois nunca sairíamos com você nem se
não estivéssemos completamente loucos pela nossa mulher. Então para que
está feio, você é uma jovem mulher e bonita vê se para de agir como uma
doida varrida e vai achar alguém que realmente te queira. Se você vier para
cima de mim de novo ou de Léo eu vou pedir para você ser demitida.
Estamos entendidos.
Largou Lia e se afastou, esperando que ela confirmasse que entendeu.
— Aiai, seu bruto eu entendi...
— Ok então...
— Ei, eu não terminei. Disse sim que entendi, e no caso de você
esquecer que eu sou mulher, vou me empenhar em te lembrar quando for me
dar uns tapas. É que adoroooo uns tapas.
Sorrindo cínica, saiu da frente dele exageradamente rebolativa.
Mostrando que não entendeu nada do que lhe foi dito, não quis entender.
Vencido, Dane se virou e foi embora pensando "essa daí não aprende nunca
".
Lia ia pensando…
Se ele acha que vai ser assim fácil está muiiitooo enganado. Eu sei
que eles me querem, senti em seus lábios e no jeito que ele me pegou. Aí que
loucura! Não vejo a hora de sentir aquelas mãos pesarem em tapas e apertões
em meu corpo e ......
Os pensamentos de Lia foram repentinamente cortados ao ser
surpreendida por uma mão grande em seu estômago e outra em seu pescoço
acompanhada de uma boca molhada e um membro bem duro na altura de sua
bunda. Não teve tempo de ficar assustada porque logo percebeu quem era. O
agarrador a empurrou para uma sala afastada e vazia. Colocou ela de bruços
sobre a mesa no centro, a mantendo cativa e viajando suas mãos calosas
sobre seu corpo. Sem muita resistência ela enfim questionou com desdém:
— Ah! É você, quer me largar por favor?
— Como assim? Achou que era quem, gata?
Beijando sua nuca e suas costas o pseudo estranho foi levantado seu
vestido, até deixar à amostra seu minúsculo fio dental de renda roxo com
preto que não escondia nem a marca do biquini. Louco com essa visão se
esfregou com mais força ainda entre as bandas de suas nádegas, segurou os
punhos dela no alto de sua cabeça e falou no seu ouvido.
— Como você é gostosa, que bunda é essa, mas diz quem você
pensou que fosse.
— Não quem eu pensei e sim quem eu queria... — Respondeu rindo
debochada e ainda concluiu. — É claro que achei e queria que fosse o Dane,
docinho. Ou você acha mesmo que o meu interesse é em você Conrado?
Conrado ficou transtornado com o que Lia disse, fazendo-o se sentir
um merda. Ele já devia estar acostumado, pois era assim que ela o chamava,
mas ele era louco nela, louco no seu corpo. No fim ele achava que poderia
um dia fazer ela gostar dele. Mas não hoje, hoje ela ia ter o que estava
pedindo.
— Ah é, então você achou que era ele, queria que fosse ele? Eu
escutei uma parte da conversa de ainda agora de vocês e, eu não sei quem é o
mais idiota aqui, eu por ainda te querer mesmo você me tratando mal ou você
que não vê que eles te repudiam tanto como você faz comigo. E já que você
queria ele vou te dar a única coisa que ele faria com você.
Arrancando seu fio dental com força a ponto de a machucar amarrou
suas mãos com o trapo que restou.
— Aí Conrado, você está me machucando seu idiota... Aiiií, louco
você me bateu??
— Isso, você não disse que adora tapas então... Toma slap, slap, slap e
depois que eu achar que está bom vou tomar de você o que quiser e faça
silêncio não queremos chamar a atenção dos guarda noturnos.
Conrado seguiu estapeando com força as duas bandas de Lia que se
contorcia na mesa derrubando objetos que estavam sobre ela. E ao invés de
gritar por ajuda, a danada se limitava a gemer de dor e prazer, às vezes até
xingava seu algoz e o mal dizia falando o quanto ele era um fracote. Após
alguns minutos, ele rasgou um pacote de camisinha e se vestiu com ela, se
posicionou atrás entre suas pernas. Arrastando sua cabeça inchada em sua
vulva, espalhou sua umidade por todo seu sexo e sua entrada rugosa. Ela se
contraiu um pouco o fazendo rir.
— Isso, agora quero ver quem é o fracote aqui quando eu estiver
enterrado com meu pau no fundo da sua bunda.
Um tapa e um semi grito foi o que se ouviu antes dele fazer o que
tinha dito. E apesar da brutalidade que Conrado empregava em Lia, ela
gostava, mas ambos sabiam que ela gostaria mais se fossem Léo e Dane ali.

— Léo, cheguei! – Dizia Dane ao entrar em casa.


— Tô na cozinha brother, chega aí.
Chegando na cozinha após largar sua mochila na sala, Dane não se
surpreendeu ao ver Léo se aventurando com as panelas, algo que ele amava,
mas nunca fazia bem.
— Cozinhando?
— Sim, não vê? Quer uma gelada?
— Quero Léo, deixa que eu pego e você quer ?
— É traz outra pra mim, essa aqui acabou. — Disse isso e bebeu de
uma vez a metade que restava em sua latinha.
— Que sede hein? Toma. E aí o que você está fazendo para me matar,
desculpa, comer.
— Haha muito engraçado, achei que estivesse de mau humor. Estou
preparando um macarrão aos quatro queijos.
Dane sentado rindo muito de Léo disse:
— Léo tu não sabe fazer com um queijo quanto mais com quatro.
Vamos pedir uma pizza e não falamos mais disso.
— Não porra, teu brother aqui se esforçando pra fazer uma janta das
boas pra te deixar mais animado e você desdenhando do meu esforço.
— Desculpa Léo é que, bom já que você começou e tudo, vamos
comer então. Eu vou tomar um banho e vou ligar para nossa Nininha, já falou
com ela hoje?
— Sim falei de tarde, disse que sente sua falta. Mas acho melhor você
não ligar. Deixa uma mensagem, ela me disse que estava com dor de cabeça e
ia se deitar cedo.
— Dor? Ela está doente?
— Não, não, acho que deve ser aqueles dias, se sabe coisas de mulher.
— Ah tá! Que pena, queria tanto escutar a voz dela. — Disse Dane e
foi para o quarto.
Em seu banheiro Dane relaxou e fez o que tem feito inúmeras vezes
desde que veio do Rio, se masturbou pensando em sua garota. De banho
tomado voltou para sala onde seu amigo preparou a mesa para eles jantarem,
no meio uma travessa com o que ele disse ser o macarrão aos quatro queijos,
que para Dane mais parecia lumbrigas fininhas boiando em um mar de
vômito. Urg! Não iria ser o ogro de sempre, viu que seu amigo queria tentar
agradar (péssima maneira pensou), ainda mais depois do dia de hoje. Buscou
mais cerveja para deixar os sentidos menos apurados e se sentou com ele.
— Pra que dessa viadagem toda Léo?
— Vê, além de gazela saltitante estou virando uma gazela prendada.
Léo tacou o pano de copa na cara de Dane.
— Idiota...
— Viadinho...
— Vai Dane pode se servir, anda experimente e seja sincero.
Se servindo e esperando Léo se servir também, iniciou o processo de
mastigação. Que merda era aquela, bom pelo menos no fundo tinha algum
gosto de queijo. Dane se forçou a comer a terceira colher. De repente toca a
campainha.
— Tá esperando alguém Léo?
— Eu? Não. Deve ser a pizza que eu pedi enquanto você tomava
banho.
— Seu idiota, você me fez comer essa gororoba mesmo tendo pedido
uma pizza. Eu vou te matar Léo.
Léo se levantou correndo, rindo que nem criança fugindo dos
amendoins que Dane lhe tacava. Ainda gritou:
— Mata nada, você me ama. Ainda mais depois da surpresa que vou
te falar.
Com a pizza na mão Léo voltou para a mesa ainda rindo.
Afastou a gororoba para o lado, começaram a comer a pizza e Dane
perguntou:
— O que você quis dizer com uma surpresa, estava falando de quê?
— Antes tem certeza que não quer mais um pouquinho do macarrão,
você parecia estar adorando.
— Eu não sei porque até hoje eu não lhe dei um tiro no meio dessa
tua cara de palhaço, anda fala logo.
— OK maninho, é que vendo você tão irritado, de mau humor, chato
pra caralho em todos os sentidos com saudade da nossa princesa eu percebi
que só havia uma solução.
— Sim, diga amado guru.
— Eu comprei as passagens para Nininha vir ver a gente. Você estava
tão ocupado, e pensando no melhor momento em trazê-la que acabou
esquecendo.
— Eu não esqueci, só não tive tempo. Então conseguiu convencê-la,
ela topou?
— Sim é claro, ela sente tanta falta da gente como nós dela. E ela
deve estar chegando amanhã de tardinha.
— Amanhã? Sério??? Sério mesmo??
Dane se levantou e deu um abraço em Léo que quase caiu da cadeira.
— Seu filho da puta, depois disso eu seria capaz de comer toda essa
travessa de macarrão. Você merece. Não, pensando melhor nem assim eu
comeria. Mas te amo irmão.
— Preferia que você comesse o macarrão ao invés de ficar de
boiolagem dizendo que me ama.
— Ah foda-se Léo, foda-se o mundo, a batida, a Lia, o Conrado, a
distância e até esse macarrão. O que importa agora é que minha menina vem
e amanhã à essa hora estará em nossos braços. Entre nós. Mataremos a
saudade da melhor maneira possível, enterrados na mulher que fisgou nosso
coração.
— Lia, Conrado... Não entendi.
— Outra hora te conto, agora só quero pensar no amanhã.
— É brother, amanhã.
— Brindemos a isso, já me sinto bem mais humorado.
Ali ficaram os dois, como adolescentes planejando as melhores
formas de dar prazer a mulher que estão completamente apaixonados.

Capítulo 30: Rendidos estamos, rendidos somos.


Ainda de madrugada Nininha já se aprontava para a loucura
que ia fazer, como disse Lary. Nininha podia ainda ouvir o grito da sua amiga

ao telefone quando disse que ia fazer uma viagem e que o destino a levava

para junto dos seus amores. Ou seja, para uma cidadezinha afastada próxima

à fronteira do nosso país. Seu pai não se mostrou nada satisfeito também, mas

não se opôs, na verdade queria ir junto para fazer companhia, pois a viagem

era bem longa. Fez questão, é claro, de dizer isso mil vezes, e também fez

questão de falar com Léo no telefone. Que vergonha! Ele disse exatamente

assim:
— Tenho uma ótima pontaria, sou bem treinado, ainda tenho meus
contatos e sei caçar como ninguém. Cuidado com minha filha, nos falamos
quando estiverem no Rio. No mas, divirtam-se.
Imagina o tom de voz que o pai dela usou para dizer isso. Ainda bem
que era o Léo, porque ele é bem mais tranquilo. Se fosse Dane acho que seria
pior. Pensando em Dane, ela logo fez uma carinha triste. Tem dias que não
escuta sua voz, só mensagens altas horas da noite. Ela ficava pensando se ele
anda muito ocupado como Léo disse ou se já não tem tanto interesse assim
em falar com ela. Será que ele sabe que vou, será que ele quer que eu vá?
Perguntas assim inundaram sua mente. Se sentindo insegura deitou em sua
cama, olhou para o teto e ficou imaginando uma série de motivos para não ir.
— Ei vaca, tá pensando em quê?
Falou Bruna ao entrar no quarto vindo do banheiro. Ela dormiu ali,
disse que era para Nininha não mudar de ideia. E iria acompanha-la até o
aeroporto junto com seu pai.
Bruna ao contrário de Lary deu o maior apoio, dizia que "lances" assim não
aconteciam sempre e que se era para viver que fosse intensamente. A escolha
mais difícil ela já tinha feito que era se envolver de verdade em um
relacionamento com dois homens. E que uma viagenzinha para o fim do
mundo não era lá grandes coisas, mesmo que no fim do mundo só
encontrasse um bom sexo da melhor qualidade e depois disso viesse embora
já valeria a viagem. Essa era Bruna.
— Será que Dane vai gostar de me ver lá, talvez ele possa achar que
estando lá eu vou atrapalhar seu trabalho ou de repente já passou a febre de
me querer e...
— E você é uma idiota! Levanta daí e vai terminar de se arrumar está
quase na hora, seu pai já vai vir aqui nos chamar, e tenho certeza se ele ver
dúvidas em seu rosto vai ser difícil deixar você ir.
— Hei... Aí Bruna, calma e me larga eu levanto sozinha, grossa.
— Tá vendo, eu sabia que eu tinha que dormir aqui. Olha só galinha,
presta atenção que eu não serei sempre viva pra te ensinar às paradas. Veja,
Léo e Dane moram juntos, trabalham juntos, se apaixonaram por você
juntos... Então é claro que qualquer decisão em relação a você eles devem
tomar juntos. Como você me disse Dane é o responsável pela parte
burocrática do trabalho então deve ficar bem mais atolado de serviço, e ele
deve delegar a função ao Léo de falar contigo. Tenho certeza que quando te
ver vai provar a você o quanto sentia tua falta. Para de criar caraminholas
nessa cabecinha e vai viver. Eu não quero dizer contudo que tudo vai ser
perfeito sempre, ainda mais numa relação diferente como a sua. Mas você
precisa principalmente confiar em si mesma. Veja, com tantas mulheres que
devem se jogar aos seus pés, eles querem você lá por um dia e meio, VOCÊ e
mais ninguém. Confiança Nininha sempre te faltou porém, agora é a hora de
você chegar lá e reconhecer nos olhos deles o que você realmente significa.
— Eu te amo vaca! Eu entendi, é difícil, mas entendi. Chega de ser
medrosa e insegura. É muito simples, eu vou fazer uma viagem de horas para
ir lá e dar aos meus Deuses o que eles necessitam. E o que eles necessitam é
de um pouquinho de mim.
Aí meu Jesus Cristinho das oferendas humanas!!?!
TOC TOC
— Prontas?... Posso colocar a mala no carro?
— Ah... Sim pai entre...
— Bom dia tio lindo, hoje não será um dia lindo? — Bruna
cumprimenta o pai de Nininha com um beijo na bochecha. O que o deixa
terno e feliz.
— Bom dia Bruna, mas para você é sempre bom né?
— Claro tio, quem faz o dia bom somos nós mesmos. É simples,
acordo me visto de coragem e vou à luta.
— Isso, bom, muito bom, e você filha tudo bem? Está realmente certa
de ir?
— Sim pai, estou aqui tentando terminar de vestir essa tal roupa de
coragem.
— Hahaha hahaha — Os três riram juntos.
— Fazendo escola hein, Bruna?
— Fazer o quê né tio, é o que sempre digo: a NASA está perdendo
uma mente fabulosa.
— Eu pensaria mais que a TV está perdendo.... Hahaha – Debochou
Nininha.
— Muito engraçadinha Paulina!
— Êpa, sem brigas meninas, Nininha verifica os documentos e o
voucher. Estarei aguardando no carro.
— Amiga você não vai levar o desenho?
— Não, ainda não está terminado, é só um esboço.
— Eles já viram? Nossa é lindo!
— Não viram, e talvez nem vejam. Acho que ficou muito vulgar.
— Vulgar??? Nininha isso é uma obra de arte, os modelos são
maravilhosos, mas a paixão, o amor que sinto ao olhar é simplesmente
maravilhoso, como uma obra deve ser não é, emitir sentimentos além do
olhar.
— Acho melhor irmos logo, antes que você comece a filosofar, puta
merda. Vamos Bruna.
— Calma deixa eu pegar minha bolsa, vaca.
Dentro do avião ela pensou no que ia fazer nesse longo vôo. E a sua
resposta veio com a imagem dos dois em sua mente. Ficou óbvio que passaria
todo o tempo pensando neles, então decidiu pôr um fundo musical colocando
os seus fones de ouvido e fechou os olhos deixando-se mergulhar nas
melhores lembranças que tinha com eles e das possíveis que estavam por vir.
A ideia de estar entre eles como haviam mencionado sempre que podiam, não
sai de sua cabeça.
(…..)

— Bom como havia dito, faremos a batida na madrugada de domingo


para segunda. No mas como sempre fazemos, darei um recesso de dois dias
para que cada um esteja com sua família e relaxe um pouco. E
principalmente, estando com eles, vejam o porquê de fazermos tudo como
planejado e da melhor maneira possível, para voltarmos todos inteiros para
eles.
Quero todos aqui na agência no sábado ao 12:00. — Falou Dane encerrando
a reunião.
Todos os oficiais estavam felizes pela folga que teriam. Dane os
olhava e mais responsabilidade sentia em relação a eles e suas famílias. Mas
agora era hora de relaxar um pouco. Não adiantava nada ficar se sentindo
assim. Ele estava fazendo tudo ao seu alcance para o sucesso garantido e
agora era deixar para hora H e ver o que acontece.
Neste momento, ele apenas iria se permitir a pensar em uma única
coisa, a chegada de sua menina. Já estava sentindo a dor de uma leve erecão
que ele estava tentando controlar desde que acordou, pois sonhou com ela e
não quis se aliviar no banheiro sabendo que ela estava à poucas horas de
chegar. Só ela podia aplacar essa vontade, só seu corpo quente podia lhe dar
o que precisava. O fato não era só ejacular, o que ele precisava era sentir o
prazer de ter seu corpo misturado ao dela e a sensação que isso lhe faz. É uma
química, altamente viciosa.
Da cafeteira escutou alguém entrar na sala. Pelos passos sabia quem
era.
— Ei brother, traz uma xícara pra mim também.
— Toma... E aí Léo, já podemos ir?
— Porra, Dane! Acho que não vai dar pra eu ir. Um carregamento de
armas atrasou, era para chegar ontem, não veio, aí disseram que chegava hoje
de manhã não veio, mas pelo menos agora tenho certeza que já estão aqui
perto. Então vou ficar preso aqui na agência por umas duas horas ou mais.
— Que merda cara, mas o Conrado não fez o pedido semana passada?
— Pois é fez, mas parece que alguma documentação foi errada e sabe
como é atrasou tudo. Enfim… Você vai lá, busca nossa garota e me diz para
onde vocês vão que vou encontra-los.
— Merda Léo, era para estarmos juntos. Sabe como ela é, vai pensar
um monte de besteira se não te ver. Não tem outra pessoa que possa ficar no
seu lugar?
— Eu prefiro receber eu mesmo, e você já dispensou os outros. Fica
tranquilo mais tarde estaremos juntos os três. E na boa, acho que vocês
precisam de um tempo só, assim como eu vou ter o meu também, uma hora
ou outra. Tranquilo? Diz que estou morrendo de saudades. Eu mandei um
monte de mensagens ela deve ver ao descer do avião.
— Beleza então, e se liga, ela não veio pra cá pra fazer tour pela
cidade então você nos encontrará em casa, porque o máximo de tour que ela
vai fazer é do meu quarto para o seu passando pela sala, banheiros, varandas,
carro… Esqueci algum lugar? Ah! Fora que isso tudo nua nos nossos braços.
— Apoiado companheiro! Sem tirar nem pôr.
— Eiii! Se possível "pondo e tirando"...
— Hahaha idiota, brother amo te ver assim alegre, feliz e tranquilo. É
assim que tem que ser Dane. Sabe é a primeira vez que tiramos uma folga
antes do serviço e temos realmente para onde ir.
— Me sinto assim mesmo, mais leve. E é claro que é porque vou estar
com ela. Léo estou completamente apaixonado. Não importa para onde ir,
contanto que ela esteja lá.
— Eu sei meu amigo, eu sei exatamente o que você está sentindo. E
ela precisa ouvir de nós dois. Precisamos plantar nela a confiança de que a
amamos para que nunca se esqueça.
(...)

Fim do vôo. Ao tocar o solo Nininha percebeu que aquele frio na


barriga não era apenas pelo pouso do avião. Pegou sua pouca bagagem e
seguiu em direção à porta de saída. Andando meio desnorteada, nunca tinha
feito uma viagem sozinha, não sabia muito bem como lidar com essas coisas.
Observou que todos iam numa mesma direção, e seguiu o fluxo. O que foi
bom, pois pareceu ter chegado ao saguão do aeroporto. Olhou em volta, deu
alguns passos procurando Dane, Léo e nada. Caminhou para as cadeiras,
encostou sua mala e sua mochila e ligou seu celular. Lembrou que estava
desligado e que se aconteceu algo eles podem estar ligando. Viu muitas
mensagens de Léo, do seu pai, de Bruna e Lary, e apenas uma de Dane. Sem
saber qual ver primeiro decidiu pela ordem que estava.

Grupo: três mocinhas elegantes


@Bruna: E aí vaca chegou?? Olha não esquece de usar as bolas
tailandesas que te dei hein safadaaaa.
@lary: Por Deus Nininha me diz se chegou bem, e se você achar que
o lugar não é legal vem embora direto me avisa que vejo tua passagem por
aqui e Bruna, deixa de ser puta.
Aff! Respondo essas duas depois. Pensou Nininha. Saiu do grupo e
viu a mensagem de seu pai que queria saber se estava bem, mesmo ainda que
não tivesse encontrado os meninos decidiu por responder que estava tudo
tranquilo e que a viagem foi ótima. Olhou as de Léo, eram muitas, uma atrás
da outra que diziam: linda, te adoro, saudade, não vejo a hora de estar com
você e por aí vai. Ainda lendo as mensagens de Léo, recebeu uma notificação
de nova mensagem e era de Dane. Abriu e leu:

@Dane: Estou chegando.


@Dane: Já estou aqui e você continua linda, minha menina.
Na hora que ela terminou de ler abaixou o celular e olhou em volta,
seus olhos marejados não deixando ela focar direito. Tantas pessoas e ela só
queria ver duas. As borboletas em seu estômago já não voavam, davam
cambalhotas ansiosas para encontrar certo olhar. Se esforçando sem
conseguir encontrar, mandou uma mensagem.
@Nininha: Ei, vai ficar brincando de pique esconde, cadê vc?
@Dane: Estou a dois passos de te pegar.
Quando ela foi olhar novamente em volta foi agarrada por trás. Um
agarre que quase a fez desmanchar no chão. Mãos em sua cintura, lábios em
seu pescoço. Sussurros doloridos em seus ouvidos de saudade, de volúpia e
de desejo. Como ela pôde imaginar que este homem não a quisesse mais.
Ponto para Bruna!
Ela e suas borboletas tentaram se virar para encontrar a face de um
daqueles que levam toda sua sanidade ladeira a baixo. De encontro com
aqueles olhos azuis hipnotizantes ficou apenas admirando e sem se controlar
deixou seus sentimentos se materializar em lágrimas, pequenas gotas
salgadas que definiam muito bem o quanto ela sentiu de saudade. Dane foi
limpando suas lágrimas com os dedos de cada lado, dizendo tentando
conforta-la:
— Eu sei minha menina, nós sentimos exatamente o mesmo. Foi
terrível ficar longe de você, para mim então foi devastador. Não quero ter que
ficar muito tempo longe de você de novo. Ainda mais te deixando só, sem
mim ou Léo.
— Eu fiquei com medo, Dane, medo. Achei até que isso que eu sentia
pudesse diminuir com a distância, mas estava enganada, só aumentou. E você
quase não falou comigo esses dias e cadê o Léo? Ele não veio? Quero vê-lo.
— Relaxa amor, estamos juntos agora e vou provar a você cada
minuto que estiver aqui o quanto sentia tua falta.
— Nooossa! Minha amiga Bruna me disse exatamente isso.
— Sábia sua amiga.
— Aaa pelo amor de Deus nunca diga isso perto dela, já se acha a tal,
com provas então. Ponto pra ela de novo. Rsrsrs. E Léo onde está, não pôde
vir?
— Não pôde, ficou agarrado numa entrega que só ele podia receber,
ficou chateado. Pediu que eu te alimentasse, que dissesse que está morrendo
de saudades e a levasse para casa que vai nos encontra lá para fazermos um
tour juntos os três.
— Um tour, vocês vão me levar para passear pela cidade? — Falou
toda empolgada.
Dane cruzou os braços pela cintura dela a apertando mais e
levemente fazendo ela quase tirar os pés do chão deu-lhe um beijo sufocador
e respondeu todo safado:
— Nessa viagem o único tour que você vai fazer com a gente é de um
quarto ao outro, podendo pousar pela cozinha, corredor e sala. E o primeiro
passeio desse tour será no meu carro que está estacionado sugestivamente em
uma vaga com ponto cego para curiosos. Vem, eu quero você e precisa ser
agora.
Ele pegou a pequena mala que ela trazia, agarrou em sua mão e sem
esperar nenhuma reação a puxou em direção ao estacionamento. Ela só teve
tempo de enganchar a mochila no ombro e seguir aqueles olhos de mar ao pôr
do sol que ela já conhecia. Foi toda sorridente, ela e suas borboletas e sabiam
precisamente o que esperar.
Andando pelo estacionamento Nininha pensava, por isso ele deve ter
demorado a encontrar ela na saída do vôo. Ele escondeu praticamente o carro,
quase num buraco no subsolo. Um lugar realmente afastado de tudo e todos, e
percebeu que não havia câmeras por ali também. Que menino maléfico, sabia
com certeza o que queria fazer ao estacionar em um lugar como este, isso
tudo a deixava ainda mais excitada. Chegando a um carro todo preto com
Insulfilm preto em todas às janelas, ele largou a mala, empurrou ela no carro
e começou a beija-la com furor, suas mãos subiam e desciam pelo seu corpo.
Deixando a mochila cair no chão, ela pôs suas mãos no pescoço dele,
puxando-o mais próximo possível. Ele roçava sua ereção latente no meio de
suas coxas e ela cada vez mais se abria para lhe dar acesso. Rebolava o ponto
que mais precisava na protuberância da sua calça jeans. Quando ela
começava a descer suas mãos em direção ao fecho ecler dele, ele as segurou
parou de beija-la e a olhando firme nos olhos disse:
— Não aqui fora, não estamos tão protegidos assim.
Soltou-a e pegou suas bolsas colocando na mala. Nininha não saiu do
lugar, ofegante, descabelada disposta a qualquer coisa que ele quisesse,
completamente arrebatada por uma nuvem sexual que os rondava. Ele por sua
vez fazia cada movimento sem tirar os olhos dela ou de seu corpo. E ciente
de que era também observado fazia questão de que seus músculos dos braços
ou sua evidente ereção não fossem esquecidos.
O pulo pelo susto que ela tomou quando Dane bateu a mala do carro,
fez Nininha elevar os olhos de suas calças para seu rosto, o que a fez perceber
com o sorriso sacana que ele tinha, que ele fez isso para tirar ela do transe em
que estava. Ela sorriu sem graça e perguntou:
— E agora o que fazemos?
Ele passou por ela bem pertinho e sussurrou com autoridade abrindo a
porta do carona:
— Entre no carro.
Uau! Ela adorava quando ele ficava assim todo mandão, autoritário.
Mas lhe dava um certo frio na barriga também. Bom ela não seria louca de ir
contra ele ainda mais agora quando ela queria fazer o que ele quisesse. Estava
perdida essa menina!
Sentada no carona, observou Dane dar a volta no carro por trás,
olhando em volta. A expectativa só aumentava dentro daquele carro, ela se
sentia sozinha até ele abrir e se colocar em seu lugar atrás do volante. Toda
aquela presença dominante inundou o ar dentro do carro. Por um momento
ela achou difícil respirar, ele não tirava os olhos dela, o que ela achava
completamente intimidante. Sem graça abaixou seu olhar e sem que notasse
abriu um pouquinho a boca suspirando de tanta tensão erótica.
— Excitada?
— Simmm...
Ela respondeu levantando o olhar para ele novamente, uma gota de
suor descia por sua têmpora até seu maxilar. O que não passou despercebido
por ele. Então ele se movimentou em sua direção e lambeu. Ainda sem se
movimentar, ela deixou escapar um pequeno gemido ao sentir sua língua
passar do seu maxilar até sua têmpora. Abriu os olhos sem se lembrar que
havia fechado e deu de cara com os olhos dele completamente intrigantes. A
temperatura aumentou.
— Está com calor, Nininha?
Disse isto, roçando os lábios e o nariz em seu rosto. Ela não entendia
o poder que ele tinha com ela que a fazia ficar como uma estátua a espera de
qualquer coisa que ele quisesse lhe dar. Ele pegou agarrou seu queixo
fazendo-a acordar um pouco e disse:
— Você não me respondeu, não temos o dia todo. Está com calor?
Mais uma vez aquele tom de autoridade. Ela não conseguia entender o
porquê isso fazia suas entranhas se derreterem e se esvair pela sua vagina.
— Sim... Morrendo de calor.
— Imagino, também com tantas roupas. Por que você não retira sua
calça e sua blusa para ficar com menos calor e ainda me dar o prazer de ver
seu corpo de novo. Minha menina.
— Aqui?
— Sim. Você não faria isso por mim?
— É que... Eu… — Sem palavras Nininha tentava responder.
— Vou tentar fazer você entender melhor. O quanto você é minha,
Nininha? O quanto você está disposta para estar comigo? Porque eu quero
você, aqui e agora e já estou ficando louco com tanta demora.
— Eu também te quero, é que eu nunca fiz isso e você está diferente.
Eu sou sua, muito sua.
— Eu não estou diferente, esse sou eu louco de tesão por algo que é
meu, no caso seu corpo. E como você mesmo disse você é minha então só
falta fazer o que te peço. Confie em mim.
Ao terminar ele a beijou, gostosamente deixando seus lábios inchados
e seu corpo preparado para o prazer. No fim do beijo ela se pôs rapidamente a
retirar essas peças de roupa que deixavam as mãos dele tão longe de onde ela
mais precisava. Ele também retirou sua calça. Ao vê-la de calcinha e sutiã
ficou admirado com tanta beleza. Em todo seu corpo havia uma camada fina
de suor. Seus pelos estavam bem dourados contrastando com o tom
bronzeado de sua pele, o que fez seu pau dar um impulso dolorido. E o fato
dela ter feito o que ele pediu, o deixou ainda mais alucinado. Dane gostava
desses jogos, ele tinha essa necessidade, às vezes, de se sentir no controle. E
Nininha era difícil de domar, mas acabava cedendo. Tantas coisas ele
imaginava fazer com ela. Não se aguentando de tanta espera a agarrou,
praticamente voou sobre seu corpo, e mesmo o espaço sendo pequeno
conseguiu com maestria afastar o banco do carona o posicionando do jeito
que queria. Ajoelhado entre suas pernas não se conteve e arrancou sua
calcinha, abriu uma bala e pôs na boca, perguntou se ela queria uma, mas ela
respondeu que não, não era bem bala que ela estava querendo no momento.
Ele levantou cada uma de suas pernas colocando-as sobre o console. E diante
da imagem brilhosa de entre as coxas de Nininha, levantou o olhar faiscante
para ela e vendo-a completamente rendida diante dele disse assim:
— Não pense que você é a única a estar rendida aqui, lembre-se que
eu sou o que estou ajoelhado para o seu prazer. Rendidos estamos, rendidos
somos.
Após dito isso Dane abocanhou Nininha para leva-la a um lugar onde
ela só vai ao estar com ele ou com Léo. E aos poucos a sensação da sua boca
em seus lábios vaginais foram ficando refrescante e ela logo lembrou da bala
que ele pôs na boca, safado será que ele sabia que ia causar esse efeito? Que
loucura! Ela segurou com suas mãos o encosto de cabeça e, se permitiu ao
luxo de ser possuída pela boca e língua de Dane que pelo visto estava faminta
e muito, muito refrescante.
Altamente sensível após alguns pequenos orgasmos, Nininha já não
aguentava mais e precisava dele em um lugar mais profundo. Puxou ele pelo
cabelo e quando ele a olhou com o rosto completamente vidrado de tesão,
pediu-lhe desesperadamente:
— Eu quero você Dane, preciso de você dentro mim, agora.
Rapidamente Dane se posicionou diante dela, novamente em uma
posição quase contorcionista por conta do pouco espaço, livrou seu membro
da prisão de sua calça e cueca, a beijou o que a fez sentir o seu próprio gosto
através dele. Luxuriosamente passou a sua cabeça inchada e dolorida por sua
umidade ainda crescente e avisou:
— Eu estou completamente fora de mim, eu sou apenas sensação
neste momento. Se eu estiver sendo muito bruto você precisa me dizer.
Contigo me sinto como um animal no cio. E numa situação como esta, de
reencontro, e contando com o fato de estarmos dentro de um carro em um
lugar público só aumenta toda a loucura.
— Sim... Simm... Eu sei... Me sinto assim também.... AaaaaaaAaa
Dane... Por fa...vorr... Me toma...... Agooora.
E sem mais nenhum segundo de espera, Dane se afundou dentro dela
e só ouviu um gemido lascivo, ele a olhou para ter certeza de não ter a
machucado. E observou após o gemido um sorriso de pleno gozo. O que o fez
sorrir e se sentir o homem mais feliz da face da terra. Sua menina também
precisava de um pouco de força. Assim martelou firme e constante em busca
de seu próprio prazer que agora sim era ejacular e dentro dela, fazendo-a
ainda mais dele, marcando-a com seu sêmen.
Minutos depois após aquela sensação pós foda de total letargia passar,
começaram a se desenrolar e riram juntos por não entenderem muito bem
como chegaram naquela posição em tão pouco espaço. Enquanto Dane se
ajeitava no banco do motorista, ajustando o ar e ligando o som, ela passava
sua mão bem devagarinho na janela fazendo desenho, pois os vidros estavam
embaçados com tamanha atividade dentro do carro. Estava ainda semi nua e
deitada, sem forças para nada a não ser olhar para Dane e se apaixonar ainda
mais.
Dane a olhou passou a mão por seu sexo desnudo e disse:
— Ei minha linda, não vai se vestir?
Sorridente meio debochando dele respondeu:
— Bom, você precisa se decidir, tira a roupa, bota a roupa... Assim
fico indecisa.
— Pois bem então eu decido por você.
Tirou sua t-shirt azul escuro e lhe deu para colocar.
— Coloque isso, vai lhe cair como um vestido. Não precisa de calça,
fica mais fácil para retirar depois. Também nem precisa pôr o tênis de volta.
— Você é louco? Não posso andar por aí com uma camisa sua
enorme e sem calcinha.
— Quem disse que você vai andar por aí. Iremos direto pra casa, vai
descer dentro da garagem então estará apenas disponível aos meus olhos e
aos de Léo se já estiver em casa. Acho até que vai me agradecer.
— Dane você está impossível. Mas tá aí gostei da ideia, assim não
terei tanta roupa pra ficar no joguinho de tira tudo rsrsrs e estarei aqui no
banco do carona completamente disponível para seu toque até chegar em sua
casa, isso é claro se você quiser.
— Eu que estou impossível? Acho melhor você ir sem a blusa
também e tire o sutiã, pronto assim vai ficar perfeito.
— Gracinha, nem tanto Dane.
Ela rapidamente pôs a blusa e ajeitou o banco para partirem. Ele
retirou uma garrafinha de água que estava sabe lá onde e a pôs no meio de
suas pernas enconstando aquele recepiente meio gelado em seu clitóris
abusado.
— Ahhhhhhh, Dane!!
Disse ela retirando a garrafa dali.
— Você perdeu completamente o juízo?
— Não amor, só estou refrescando você um pouquinho.
— Mas ali?
— Ué, foi você que disse que deixaria ela disponível para mim até
chegarmos em casa então vai se preparando porque é chão do aeroporto para
lá, quase 40 min à minha inteira disposição.
— Aí meu Jesus Cristinho das malucas que falam sem pensar antes,
me ajuda!
Dane caiu na gargalhada com a prece engraçada que ela tinha feito e
saiu com o carro para estrada. E mesmo após os dois terem tido um momento
inesquecível, ainda faltava mais. E eles teriam ao chegar em casa, lá estariam
completos.
Capítulo 31: Poliamor?

Na viagem de carro para casa, Dane e Nininha conversaram


bastante.
Ela lhe perguntou sobre o serviço, ele respondeu o que podia. Falaram
sobre o Léo e sua péssima comida e entre um assunto ou outro Dane não
perdia a oportunidade de explorar seu sexo nu que estava a disposição. Ora
passava os dedos deixando-a quase a beira do precipício, ora apenas
estacionava sua mão ali em seu monte como se fosse seu lugar, de maneira
casual. O que a deixava aflita e se contorcendo, enquanto ele fingia não
entender e continuava a conversar como se estivesse tudo normal. FDP!!!
Quase perto de casa após alguns minutos de silêncio, Nininha soltou:
— Voltei a pintar.
— Que bom amor, é algo que você gosta muito então não deve ficar
muito tempo sem o fazer.
Meio sem graça olhou, sorriu, virou o rosto para janela e disse:
— E decidi sair da faculdade.
— O quê? Por quê?
Nininha suspirou e tentou explicar.
— Dane eu comecei a fazer TI porque achei mais rápida e de mais
fácil retorno. Mas hoje pensando melhor só acho que estou perdendo tempo.
Não suporto informática.
— Eu te entendo. Mas preciso que você entenda que para conseguir
hoje em dia uma colocação boa nesse país é preciso ter ensino superior. Veja
eu e Léo somos formados em direito o que nos levou à uma ótima colocação
profissional ao passarmos no concurso, cada um no seu campo de interesse.
Informática também abrange várias profissões.
— Eu sei... Mas sabe, eu não quero mais.
— Tudo bem, podemos pensar em alguma outra área de seu interesse.
Não se preocupa estaremos do seu lado seja o que for que você escolher, mas
acho imprescindível você cursar uma faculdade.
— Obrigado! Achei que você ia dizer que sou uma burra por largar
tudo.
Dane pegou sua mão levou à boca e deu um beijo.
— Você pensou isso de mim, minha menina. Fiquei triste, você deve
fazer uma péssima ideia da minha pessoa.
— Não Dane não é isso. — Passou sua mão no rosto dele e
continuous. — É que você é todo certinho, achei que, sei lá não iria entender.
— Vejo que vou ter que me empenhar em mostrar a você que não sou
esse ogro que você pensa. Bom, e então, algum campo que esteja interessada?
— Sim, porém quero terminar esse ano apenas sondando as minhas
opções, tantas coisas mudaram, vocês me mudaram.
— Mudamos? Para melhor, espero?
— Sim, sim, acredito que para melhor. Me sinto mais forte, decidida e
corajosa. Não, talvez só um pouquinho corajosa. Rsrsrs.
— Entendi. Bom, aqui estamos essa é nossa casa. E agora que você
está aqui é que lembrei que nem arrumamos nada, merda deve estar uma
bagunça.
A porta da garagem se abriu através do controle que Dane apertava.
Nininha espiou para ver onde os seus meninos moravam. Até que não estava
nada mal pela fachada. Uma casa simples, de dois andares com varandas.
Uma garagem espaçosa para um carro e uma moto. Bikes. Quinquilharia de
meninos que gostam de brincar de carrinhos. Aff! Um quintal bacana com
um chuveirão, algumas plantas, tadinhas quase mortas e, uma enorme bola de
pelos saltitante latindo e indo em sua direção. Rapidamente Nininha fechou a
porta que estava abrindo para descer e voou para Dane intrigada.
— O que é isso? Um cachorro?
— Nossa! Bem perceptiva você. Esse é o nosso Brutus. Vem vamos
conhecê-lo ele com certeza vai se apaixonar por você como nós.
— Endoidou de vez... Ele é um... Brutus enorme e eu... Eu... Sou uma
pequena Olívia palito.
— Hahahaha você é cômica. De palito você não tem nada.
— Tá me chamando de gorda seu ogro?
Dane saiu do carro rindo como um meninão e foi chamando o tal
Brutus de forma brincalhona.
Dizia: Vem Brutus, conhecer a dona da casa suculenta.
De dentro do carro ela pensava, nem morta saio daqui. Então notou que a
porta grande da frente estava aberta e de lá sai Léo, recém saído de um
provável banho, mais lindo do que lembrava com a barba um pouco por
fazer, abdômen mais definido do que nunca, ela pensou que ele deve ter
malhado muito essas últimas semanas. Valeu apena. Que delícia!
Ele andou, falou com Dane que o cumprimentou e apontou rindo com
a cabeça para ela dentro do carro. Léo abriu um sorriso lindo fazendo-a
desmanchar e veio em sua direção. Ela baixou o vidro do carro e disse sem
pensar:
— Tem levado a sério essa coisa de abdominal (idiota não acredito
que disse isso e quase salivando).
— Oi pra você também. E posso saber o que você está fazendo ainda
dentro deste carro?
— Ah, sim. É que os cachorros não gostam muito de mim.
— Tem certeza? Eu sei de dois cachorros que são apaixonados por
você, cachorros grandes.
— Palhaço... Rsrsrs
— Anda vem, temos pouco tempo para passar aqui com você e já
estou perdendo minutos preciosos.
Léo abriu a porta do carona e praticamente tirou ela de dentro do
carro. Quando ela se pôs de pé em sua frente, ele não se aguentou e grudou
sua boca na dela que logo respondeu sua investida pulando em seu colo,
colocando os braços atrás de seu pescoço e enrolando suas pernas na cintura
dele. Automaticamente como em um encaixe perfeito, ele colocou suas mãos
em cada banda de sua bunda e a encostou no carro. Se deram alguns minutos
de um belo amasso. Era óbvio que ele havia percebido que ela estava nua e
com a camisa de Dane. Ao parar de beija-la olhou para seu amigo que os
observava e fazia cafuné no Brutus.
— Você é o melhor brother do mundo, trouxe meu presente semi
embrulhado do jeito que eu gosto. Sinto muito Brutus meu querido, mas a
dona da casa você conhece depois. E você, gostosa, vem para um tour no meu
quarto.
Carregada por Léo em direção à casa, foi rindo de felicidade. Notou
que ao passar por Brutus ele cheirou e lambeu seus pés enquanto Dane
beijava sua bochecha e dizia:
— O que não faço por você irmão, haha, não disse amor que ele iria
adorar. Podem ir lá, vou pegar suas coisas e dar comida ao Brutus e encontro
vocês depois, divirtam-se.
Realmente a casa estava um pouco bagunçada fez ela lembrar... Casa
de meninos, e logo dois. Ele a levou direto para um quarto, pouco
organizado também, jogou ela na cama cheia de roupas em cima, que foi
jogando no chão enquanto subia por cima do corpo dela. Afoita Nininha
Beijou ele e passou a mão naquele abdômen cheio de gominhos que estava
deixando doida. Ele retirou sua blusa e se concentrou nos seus seios.
Arrebentou a renda do meio transformando o sutiã em trapos.
— Porra Léo, precisava rasgar meu sutiã?
— Sim, você provavelmente já não tem mais a calcinha que
combinava, então pra que o sutiã? Compramos outros pra você depois.
Chupou e chupou seus seios, deixando os bicos no tom que desejava.
Ela só sabia se contorcer e gemer com essa atenção toda aos seus mamilos
sensíveis. De repente ela lembrou que devia estar suada e fedida, afinal suou
como louca no carro com Dane e fora toda a lambança que o sexo deixou.
— Léo por favor eu preciso de um banho, eu estou toda suada e
melada.
Ele a olhou de entre seus seios e disse:
— É assim mesmo que a quero princesa... Bem melada. – Respondeu
ele maroto.
Voltou a chupa-la e mordisca-la e indo por sua barriga em direção ao
seu osso do quadril beijando e lambendo, mantendo seu estado de loucura.
Fez o que gostava lambia, mordia e chupava na linha de seus quadris.
— Léo... Por favor... Eu preciso de um banho vou me sentir melhor.
— Você está ótima... Está cheirando a sexo e isso é excitante. Mas se
realmente a faz sentir melhor, vem vamos ao banheiro não importa como e
onde o importante é eu ter você pra mim.
Ele levantou e a puxou com ele. Sua toalha já havia caído e jazia no
chão próximo a cama fazendo companhia a t-shirt de Dane e o coitado de
seu sutiã. No banheiro, Léo ligou o chuveiro e entrou junto com ela, não
deixando seus lábios se descolarem ajudou-a se ensaboar demorando nas
partes que mais o interessava. Ela também aproveitou e fez check-in em cada
parte do corpo dele. O tesão só aumentava, a água e o óleo de banho que
usavam faziam seus corpos escorregarem, o toque ficou bem mais sensível, o
cheiro marcante de sândalo e outras ervas. Algo diferente no ar. Ela
perguntou:
— Léo o que há nesse óleo, ele parece diferente.
— Sim princesa, esse óleo é especial serve para sensibilizar mais
ainda a pele e deixar o clima ainda mais gostoso. Tá sentindo? Comprei
pensando em você.
— Sim... Muito... Aliás tô adorando.
— Sabia que ia gostar, vamos pra cama.
— Não... Não quero ir para cama.
Nininha foi virando de costas para Léo que logo se encaixou em suas
costas e disse em seu ouvido:
— Então diga o que você quer princesa sou todo ouvidos.
— Quero que você deslize para dentro de mim.
E foi feito. Uma de suas mãos atrás da cabeça dele, e sua outra
passava pelo box que estava embaçado, deixando marcada a palma de sua
mão. Léo se movimentava lentamente dentro e fora dela, às vezes bem
profundo e girando o quadril, às vezes raso e rápido. Sempre a deixando na
borda. Léo levou sua mão da cintura dela até o vinco entre suas nádegas. Ela
sentiu um pouco mais do óleo caindo em suas costas. Ele parou os
movimentos por um instante, deixando ela intrigada.
— Léo o que vai fazer?
— Princesa precisamos preparar esse bumbum para mais tarde. De
hoje você não escapa, nós queremos estar em você, os dois juntos como já
falamos, então nada melhor que uma brincadeira de leve para ir te
preparando.
Léo disse isso rebolando vagarosamente dentro dela, enquanto levava
um dedo em sua abertura traseira rodeando devagar forçando sua entrada.
Aumentou suas investidas e com a outra mão foi direto ao ponto necessitado
de Nininha. E ela seguiu seus movimentos com seu quadril, empinando cada
vez mais sua bunda e rebolando de encontro às suas estocadas.
— Isso Princesa, devagar e sempre. Tenho certeza que você vai curtir
junto com a gente. Prazer sem limites.
Ele foi introduzido aos poucos o dedo e quando já estava na metade
pôs o outro junto e continuou até o fim, deslizando para dentro e fora em
ritmo excitante. Provocando gemidos sexys, ela praticamente roronava feito
gatinha. Aceitando o prazer que Léo lhe dava. Completamente envolvidos
pelo sexo carnal que faziam chegaram ao orgasmo juntos. Terminaram o
banho entre sorrisos e brincadeiras.
— Por que será que Dane não subiu para estar com agente?
— Calma princesa já disse que de hoje você não escapa, logo, logo
você terá os dois literalmente grudados em você.
Dando um tapa no ombro largo de Léo, Nininha saiu do banheiro
catou a blusa de Dane para se vestir.
— Se você ficar falando assim eu vou acabar com medo de vocês.
Disse olhando para ele que se movimentava pelo quarto a procura de
roupa para vestir. Ela achou uma boxers branca e lhe mostrou.
— Está procurando isto?
— Sim me dá.
— Nananinanão... Já que vocês resolveram acabar com minhas roupas
íntimas, eu vou usar a de vocês.
Colocou a boxer dele o mais sensual que podia ser. Com um sorriso
ele respondeu:
— Sem problemas, se esse é o preço por rasgar suas calcinhas por
mim tudo bem. Tenho várias boxers. Só... Preciso achar.
— Hahaha é verdade, que bagunça, não se acha nada nessa zona.
— Ei não diga isso, eu me entendo nessa confusão.
— OK, estou vendo você muito bem entendido.
— Você está me zoando, quer levar umas palmadas nessa bunda
redonda, vem cá.
Ela arregalou os olhos e num impulso saiu correndo do quarto de Léo
indo para sala. Quase ao chegar esbarrou em Dane.
— Opa, já está fugindo? Tão cedo.
Rindo feito louca e tentando controlar a respiração, respondeu a Dane:
— Não, sim... Mais ou menos. É que Léo disse que ia me dar umas
palmadas por eu dizer que o quarto dele é uma zona. Rsrsrs.
— Vem eu te protejo, por enquanto, até porque você está certa o
quarto dele é uma zona mesmo. Está com fome?
— Faminta.
Ela deu a mão a ele que a levou para sala de jantar, onde tinha sobre a
mesa sacos de quentinhas, parecia comida caseira. Antes de sentarem à mesa
ela viu Brutus todo relaxadão em frente a porta de correr que levava da sala
para varanda. Quando Dane percebeu sua cara disse que era preciso que ela
se acostumasse com ele, porque ele fazia parte da casa e estava sempre em
todo canto. Vencida foi junto a ele conhecer o grandalhão, logo se derreteu
naquele olhar carente que só um cachorrinho fofo sabe dá. Se agachou e fez
carinho nele que se virou de barriga para cima implorando mais carinho, e ela
lhe deu. Dane achou ótimo a facilidade que os dois se deram bem, mas já
estava se chateando por ela ter que dividir a atenção entre Brutus também.
— Vamos, chega de Brutus. Vá Brutus, vá deitar.
O cão olhou para Dane com um olhar de pedinte.
— Ok ok Brutus, só mais um pouquinho.
Como se entendesse, Brutus passou a cabeça nas mãos de Nininha
que o afagou mais um pouquinho e saiu preguiçosamente para um canto
deitar.
— E então, Brutus agora tem sua atenção também?
Disse Léo descendo às escadas.
— Pois é irmão, mais um para disputarmos atenção.
— Vocês dois são dois chorões, ninguém aqui tem que disputar a
atenção de ninguém. E vamos comer, estou cheia de fome. Vocês acabaram
com minha energia.
Dane a agarrou por trás e foi levando-a aos beijos até a mesa onde
Léo já havia se acomodado. Sentaram comeram, conversaram, flertaram.
Estavam os três muito felizes, nenhum deles se lembrava de qualquer
problema da vida lá fora. Essa bolha em que estavam era cheia de
companheirismo, amor, amizade e desejo. Os laços entre os três a cada
minuto se fortaleciam. Passaram a tarde de certa maneira se conhecendo
melhor. Brincaram juntos no quintal com o cachorro, e até tomaram banho de
borracha ao final da tarde. Tudo isso num clima de muita brincadeira e
sensualidade. Nenhum dos três esqueciam a vontade e o desejo de estarem
juntos. Para Nininha que teve os dois mais cedo, não conseguia evitar de
pensar em tê-los juntos novamente. Precisava e ansiava por isso. A cada
toque, beijo e carícias que recebia e retornava durante o dia, ascendia ainda
mais o fogo dentro dela. Absolutamente rendida à espera do ataque dos dois.
Para eles, fazia parte esse jogo de sedução. Passar a tarde com
Nininha em um clima misto de brincadeiras e suave excitação. Eles queriam
mantê-la na borda o tempo todo para que esta noite, fosse a mais perfeita. A
ideia era para que quando ela voltasse para casa não tivesse dúvidas do
compromisso que queriam com ela, da verdade de seu relacionamento e do
futuro vibrante que teriam a frente.
Com a noite chegando, foram os três se arrumar para irem jantar fora.
Léo já estava pronto e aguardando bebendo sua cerveja na sala e pousando
sua mão safada na coxa de Nininha que estava a vestir as sandálias ao lado
dele no sofá.
— Para Léo, de levantar meu vestido.
— O que eu posso fazer se minha mão tem vida própria, princesa. Aí!
— Ah desculpa Léo, é que minha mão também tem vida própria.
Léo olhou ameaçadoramente para ela após ela ter batido em sua mão.
O que fez Nininha se levantar ligeira e sair de perto dele sorridente.
— Apanhando de mulher... Tsc, tsc, tsc... Quem te viu quem te vê
hein. Oh, todo poderoso Léo!
Dane falou ao descer às escadas, complementando, olhou para sua
menina e disse o quanto ela estava linda, olhou para Léo e disse o quanto
estava feio como sempre.
— Deixa de ser viadinho Dane e vamos logo.
— Já vou gazela saltitante.
— Oi? Gazela saltitante? Vocês me matam de tanto rir.
— É faz parte do nosso show, fazê-la sorrir. — Disse Léo todo
charmoso.
Dindon dindon
Brutus latiu em direção ao portão. Dane olhou para Léo, que olhou
para Dane com a mesma expressão de interrogação. Mas quem falou foi
Nininha:
— Ué gente, estão esperando mais alguém para ir conosco?
— Não — Responderam.
— Então quem deve ser?
— Não sei, vou lá olhar, aliás vamos todos assim já saímos. Deve ser
seu Almir que cuida do Brutus pode ter esquecido algo. — Falou Léo.
- É verdade, vamos. — Disse Dane.
Os três foram para o quintal. E enquanto Dane abria o carro Nininha
prestou atenção ao Léo que foi abrir o portão. Notou que ele se assustou com
quem encontrou do lado de fora. O que aumentou sua curiosidade para saber
quem era.
— Oi docinho, vai sair, está um gato nessa gola pólo. Onde vai?
Posso ir com você?
Léo não conseguia pensar em um só motivo para entender o porquê
dessa mulher bater em sua porta. E ficou ainda mais desnorteado com tantas
perguntas. Dane ouviu a voz de Lia, automaticamente olhou para Nininha e
viu uma expressão confusa em seu semblante. Bom então eram os dois.
Pensou ele. Logo se dirigiu até Nininha e pôs o braço entorno de sua cintura
observando com ela a cena que se desenrolava no portão. Porém, Nininha não
se conteve em só olhar, ainda mais tendo ouvido a voz melosa e a sequência
de perguntas.
— Quem é ela Dane? E o que está fazendo aqui? E por que diabos
está chamando Léo de docinho?
Perguntou Nininha por entre os dentes.
— Ela trabalha na recepção da agência e não, não sei o que ela está
fazendo aqui e muito menos como sabe onde moramos. E esse é o jeito dela
falar com todo mundo.
— Muito ingênuo você não saber como ela sabe do endereço de vocês
já que ela trabalha na sua agência. E se ela fala assim com todos, deve estar
diabética com tanto melaço.
Dane olhou puto para Lia que se esticava toda através de Léo para
olhar além do portão. E quando avistou ele e Nininha no quintal foi logo
dizendo:
— Olha, não perderam tempo, o que ouve com toda a paixão que
tinham pela mocinha do Rio?
Léo fechou um pouco o portão e disse enfim:
— Essa é nossa namorada, veio do Rio nos visitar. O que você quer
aqui Lia, e como você conseguiu nosso endereço?
Conseguindo uma brecha entre ele e o portão se esgueirou e saiu
entrando sem ser convidada encarando Nininha e o braço possessivo que
Dane tinha sobre ela.
— Bom, bom, eu vim para lhe devolver o celular que esqueceu
comigo mais cedo docinho, e aproveitar para perguntar se gostariam de uma
companhia, mas vejo que já estão acompanhados. Prazer querida eu sou a
Lia e você, é a Nininha né? Bem "inha" você mesmo, esperava mais.
Dane fez que ia responder a sem noção, porém Nininha gesticulou
que não, e ela mesmo o fez:
— Para você apenas Paulina, não te conheço como nada para lhe
permitir meu apelido na sua boca. Ou melhor, não diga nem meu nome, pois
não é milho para estar na boca de galinha.
— Uau, pegou pesado, docinho. Mas tudo bem eu te entendo, eu sei
sou intimidante.
Nessa hora Nininha fez que ia sair do lado de Dane e ir direto na cara
daquelazinha. Mas Dane não permitiu segurando-a no lugar pedindo para ela
se acalmar. Então ela só disse:
— Garota vai embora daqui agora ou eu não respondo por mim e vou
te mostrar que de "inha" eu só tenho o apelido.
Léo pegou no braço de Lia e a puxou até o portão dizendo:
— Você é louca garota, agora você passou dos limites, nunca te
demos essa intimidade para vir em nossa casa. Eu mesmo vou mandar um
memorando pedindo seu afastamento por falta de decoro.
— Isso mesmo Lia, vai embora infelizmente o que você conseguiu
com isso tudo é sua provável demissão. — Completou Dane.
— Não, vocês não podem fazer isso comigo, sabem que preciso do
emprego.
— Você pediu Lia, veio aqui e implorou por isso, chega, vai pra casa.
— Disse Léo revoltado.
— Tá OK, desculpa e tome seu celular, cuidado ao perder ele por aí,
ainda bem que foi comigo. E desculpa querida pelo incomodo tudo não
passou de um mal entendido. Não se chateie, afinal é você quem está com os
durões da PF.
— Sou eu mesmo, morra de inveja, querida.
O som do portão batendo cortou o ar que estava tenso depois da
passagem enlouquecida do furacão Lia. Léo trancou o portão e por um
segundo esperou para olhar para Nininha. Nunca estiveram numa situação
como essa em que eles realmente tinham medo de perder alguém por uma
enrascada dessas, em que uma mulher sem escrúpulos se aproveita de pontos
cegos para forçar parecer uma coisa que não é.
Virando encontrou sua Nininha o olhando firme, com olhos de águia
provavelmente querendo achar qualquer indício de mentira em seu rosto.
Então ele lembrou que não estava devendo nessa história, e que a verdade
estava do seu lado então seguiu até ela para se explicar.
— Vamos Léo eu quero uma explicação, o que essazinha estava
fazendo com seu telefone.
Sem muito o que fazer Dane tentava acalmar Nininha passando a mão
em seu cabelo e dizendo que a Lia era louca. Que deve ter encontrado o
celular de Léo e se aproveitou para se aproximar deles. E blá blá blá.
— Cala boca Dane. E me larga, fiz a Pergunta ao Léo, foi com o
celular dele que ela estava, então ele é que tem que me responder.
Eles se estremeceram ao som ríspido nas palavras dela. Viram que sua
garota não era só uma menina meiga, mas uma guerreira pronta para a luta.
Léo não estava preocupado porque não tinha feito nada de errado, só
precisava mostrar para ela o quanto Lia distorceu os fatos.
— Princesa não faz assim, não fique brava comigo eu não fiz nada.
Aquela mulher é louca, e quer fazer parecer como se eu estivesse esquecido o
celular com ela. Mais a verdade é que eu devo ter deixado em algum lugar na
agência, ela achou, ou alguém achou e entregou a ela, e a sem noção teve a
brilhante ideia de vir me devolver.
Nininha encarou Léo por alguns minutos fez que iria se aproximar
dele, mas deu meia volta e entrou para sala. Eles se entre olharam e a
seguiram falando uma série de palavrões intercalados com eu vou matar essa
Lia.
Dentro da casa não a encontraram na sala, foram na cozinha e a viram
na geladeira pegando uma cerveja. Ficaram os dois em silêncio olhando-a de
longe. Ela por sua vez abriu a cerveja deu uma longa golada sem tirar os
olhos deles também.
Na verdade ela fuzilava os dois. Bateu com a lata na bancada e
perguntou:
— Algum de vocês já ficou com ela? Juntos ou separados?
— Não! — Falou Dane
— Nunca! — Suspirou Léo
— Mas ela com certeza quer, e com os Dois né? Tá na cara de puta
debochada dela.
Dane tomou a direção da conversa já que Léo por incrível que pareça
pareceu bloqueado para isso. Foi se aproximando com cuidado, passou por
ela pegou uma cerveja para ele abriu e sentou na cadeira ao lado.
— Olha Nininha não podemos dizer que não sabemos do interesse
dela por nós, mas nós nunca incentivamos isso. Ela tem esse jeito pegajoso
com todos que a cercam. Porém, como nós não lhe damos a atenção que
deseja parece que ela força mais ainda. Por favor meu amor, confia na gente,
não teríamos por que mentir. Olha para o Léo, está apavorado com a ideia de
você brigar com ele. Nunca vi ele assim. Não deixe que essa perturbada
estrague o que estamos tentando construir os três juntos.
Ela levantou sua latinha tomou outro gole longo e se levantou olhando
de Dane para Léo sem saber como lidar com a situação. Metade dela dizia
que essa história estava muito mal contada. Aquelazinha estava com muita
intimidade com eles, mas a outra metade via na cara deles que eles diziam a
verdade. E pelo nipe da "bunita" podia imaginar ela dando mole para todos
os oficiais que trabalhavam envolta dela. Sua cabeça estava à mil, se pelo
menos ela tivesse dado uns tabefes na cara da docinho de merda choca. Que
ódio! Lembrando disso apontou o dedo para Dane e disse com raiva:
— Olha aqui da próxima vez que eu quiser bater em alguém não me
segure ou vou bater em você. Entendeu? Eu devia ter dado um tapa na cara
dela talvez estivesse menos nervosa agora. E quanto a isso tudo eu já sabia
que uma hora ou outra ia aparecer mulheres no nosso caminho, do passado de
vocês ou querendo ser seu presente, porém não achei que fosse ser tão rápido.
E logo em um momento que estamos tentando solidificar nossa relação. Se
ponham no meu lugar e se fosse ao contrário? E se fosse alguém insinuando
algo sobre mim e parecesse altamente provável.
— Já a conhecemos o bastante para saber que você jamais faria algo
contra nós, principalmente traição. — Disse Léo se aproximando a ela.
— Pois é, se algum homem ousasse falar isso ou qualquer outra coisa
de você eu daria um soco na cara dele.
Batendo palmas sarcasticamente, Nininha jogou sua latinha na pia e
falou para Dane:
— Bonito. Você pode dar porrada e eu não. Muito engraçado. E Léo é
muito fácil você dizer que confia assim em mim numa situação igual a essa,
sendo que você é que está nessa sinuca de bico. Olha só, apesar de tudo, eu
conheço esse tipo de mulher, invejosa e recalcada. Sei bem o que é capaz de
fazer para infernizar a vida dos outros. E tudo o que posso ver agora é a
verdade nos olhos de vocês, espero não estar enganada, quero acreditar em
vocês. Só que... Eu sou uma pessoa muito insegura e passa um monte de
coisas na minha cabeça em relação a vocês, não sei se serei o suficiente para
vocês e não tenho certeza se vocês vão conseguir resistir à todas “essasinhas”
que aparecerem. É confuso eu sei... Mas é assim que me sinto, talvez isso
mude com o tempo, isso só o tempo dirá. Agora estou chateada, não quero
mais sair para jantar, por favor me desculpem. Quero subir e ficar um pouco
sozinha.
Levantando da mesa Dane foi até ela e a abraçou dizendo:
— Eu, nós poderíamos ficar dias falando para você o quanto você é
mais que suficiente para nós, mas como você mesmo disse só o tempo vai lhe
ensinar a confiar completamente no nosso amor. É uma pena que você não
queira mais sair, queríamos uma noite memorável. Infelizmente por conta de
uma infeliz não vai ser como o esperado.
Léo se pôs do seu lado pegando em sua mão entrelaçando seus dedos
nos dela e colocou em seu peito apertando em cima das batidas do seu
coração. Ela virou um pouco o rosto para olhar para Léo, viu seu semblante
triste e escutando o que dizia:
— Por favor, não deixe que alguém inescrupulosa como ela acabe
com o que temos. Que acabe com nossos planos. Precisamos de você, sente
meu coração acelerado ansioso por você. Me perdoe por ser esquecido e
acabar largando meu celular e causar tudo isso. Mas, por favor, não estrague
nossa noite, não se afaste de nós, fique aqui conosco... Vamos conversar,
jogar, brincar com Brutus, ver TV qualquer coisa. Mas não se afaste de nós,
temos pouco tempo para estar juntos e construir nossa relação.
O que esses homens tinham que a deixava mole só em tocá-la e assim
entre eles era bem pior. Como raciocinar, como ficar brava e bicuda. Nininha
acomodou sua cabeça no abraço de Dane, ainda olhando para Léo. Seus olhos
se encheram d'água o que fez os olhos de Léo também encherem. Ele se
aproximou ainda mais e encostou sua testa na dela, abraçou os dois ela e
Dane. Ficaram os três ali juntos por minutos em silêncio apenas abraçados
sentindo toda a energia do amor que sentiam um pelo outro rondando à sua
volta. De repente um soluço vindo de Dane interrompe o silêncio. Ele se
afasta olha para Léo e Nininha e diz chorando:
— Eu amo vocês, porra! Eu amo muito, vocês são minha família parte
de mim. Não tem mais o que pensar, o que falar, e não há no mundo alguém
que possa destruir o que temos. É diferente, é incomum, algo inexplicável e
inesperado, rápido. Temos que fazer um favor ao universo e aproveitar cada
minuto juntos, os três.
— Nossa brother, nunca vi você assim tão sentimental. Eu amo vocês
também, e quero que saibam que ninguém fará com que eu desacredite de
vocês, precisamos confiar em nós até que provemos o contrário. Nosso
triângulo tem que ter uma base forte e essa base é a confiança. Amor
arrebatador sem explicação é uma dádiva de Deus temos que vivê-lo com
sabedoria e fazer jus ao presente que recebemos.
Nunca na vida Nininha se sentiu tão amada, tão envolvida, tão
próxima do divino. Porque esse momento estava se tornando algo mágico,
sublime. Ela não teria como falar do inexplicável, só sentir. Uma certeza se
iniciava ali, a que eles se pertenciam. E não havia nada que pudesse mudar
isso. Não seria um ser odioso como aquela mulher e muitas outras que
poderiam aparecer, que ia acabar com a legitimidade desse sentimento único.
Os três nasceram para estarem juntos, eles estavam juntos e permaneceriam
assim até quando Deus permitisse.
— Eu... Eu amo vocês dois também... Amo muito, não sabia o que era
o amor antes de conhecer vocês. Agora estou totalmente subjugada por essa
sensação plena de ter achado minhas almas gêmeas. Eu nasci para vocês, eu
sou de vocês e ninguém vai tirar vocês de mim.
Ao terminar Léo puxou Nininha dos braços de Dane e com
sofreguidão foi beijando-a como se o mundo fosse acabar amanhã. Arrastou
ela da cozinha para a escada. Chegando ao segundo andar olhou para trás a
procura do seu amigo que estava logo atrás deles. Dane passou por eles e
seguiu direto para frente da porta de seu quarto, parou ali e recebeu Nininha
em seus braços, passou as mãos por seus cabelos e disse:
— Os planos para nossa noite mudaram um pouquinho, mas o plano
para nossas vidas não. Achava que era muito cedo para novos caminhos,
caminhos que vamos trilhar juntos, os três. Mas não é, nosso caso é diferente,
já entendemos isso, então nada melhor que iniciarmos nossa vida da maneira
que tem que ser: Juntos.
Dane esticou o braço abriu a porta e fez sinal para ela entrar. Ao
entrar, Nininha olhou em volta, estava um pouco escuro, mas podia ver vultos
meio brilhantes no teto, logo conseguiu identificar quando Dane ascendeu a
luz e levou um susto com o que viu. Uma série de balões metalizados
vermelhos e pratas em formato de coração e cheios com gás hélio flutuando
no teto. Eram tantos que não conseguia contar. Haviam fitilhos pendurados
neles dando um toque todo especial. Sobre a cama havia um ursão de pelúcia
branco segurando um coração felpudo vermelho escrito "Nós te amamos". E
como se tudo já não estivesse romântico o suficiente, no meio da cama havia
uma caixinha de veludo vermelha. Ela ficou ali diante daquela cena,
encantada esperando cair da cama e acordar. Em vez de acordar sentiu Léo e
Dane se aproximar, ainda atrás dela, e se posicionarem cada um atrás de um
lado seu e tocar em sintonia os lábios em seus ombros nus. Ficou
completamente arrepiada dos pés a cabeça. Léo foi quem deu um passo à sua
frente e falou:
— E aí gostou princesa? Nós nunca fomos românticos antes, mas
queríamos fazer algo que marcasse sua estadia aqui, algo que de alguma
forma lhe mostrasse o quanto nós te amamos. E então, diga alguma coisa?
— Calma Léo, não vê que ela está ainda surpreendida, isso é um bom
sinal.
Verdade seja dita, jamais ela podia imaginar que eles pudessem um
dia fazer algo como isto. Nunca passaria pela sua cabeça. Mas então ela
estava ali vivendo aquela cena parecida com as que já viu várias vezes em
seus livros, mas nenhuma comparada a que estava vivenciando agora. Ela
esticou o braço e levou sua mão para acariciar o rosto ansioso de Léo
dizendo:
— Não tenho palavras Léo, está tudo tão perfeito, que tenho medo de
estragar com meias palavras. Isso tudo é mais do que mereço, tenho medo de
tudo isso ser um sonho e eu acabar acordando toda babada naquela mesa lá
na praça de alimentação do shopping onde tudo começou. Vocês estão me
fazendo viver um sonho do qual não quero nunca acordar.
Dane a abraçou por trás por completo cheirando seu pescoço e
mordiscando na linha do ombro. Enquanto isso Léo se aproximou à sua frente
e com as mãos em cada lado de seu rosto fez com que ela olhasse para cima
em sua face, encostou bem perto do seu corpo, movimento seguido por Dane
atrás dela. De repente o ar se tornou rarefeito, foi resumida à uma ilha
cercada por eles. Completamente derretida entre os dois, fazia um esforço
para respirar, tentava a todo custo enconstar seus lábios nos de Léo, mas ele
fugia tornando tudo mais intenso. Dane pôs suas próprias mãos sobre as dela
e pegou cada uma levando-as à bunda de Léo. Como uma marionete a fez
pressionar mais ainda Léo ao seu corpo o que fazia automaticamente ele
pressionar por trás. Ela sentia o tamanho de seus desejos por ela, roçando a
frente e atrás. Do nada percebeu também que estava com os olhos fechados e
estavam os três em um tipo de dança erótica, o que a fez soltar um gemido e
no impulse, mordiscou o lábio inferior de Léo. Dane continuava a fazê-la
pressionar com as mãos na bunda de Léo e começar a fazer um movimento
circular. Seus quadris encaixados num rebolar insano. Eles estavam em
posição meio agachada para o encaixe se dar melhor. Dois homens
extremamente grandes, másculos, lindos e gostosos rebolando em sintonia
junto com ela. Léo enfiou a língua possessivamente por entre seus lábios sem
pedir passagem, Dane tirou suas mãos de cima das delas e as levou para seu
seios, os manipulou com maestria enquanto rebolava roçando em sua bunda e
dava chupões em suas costas e nuca.
Nininha não ousou tirar as mãos da bunda dura de Léo e apertava com
vontade, o que tirou um sorrisinho dos lábios dele. Ela jurava que se
continuassem assim poderia até gozar só de roçar e ser roçada por eles. E os
três continuavam num movimento de puro pecado, se tocando em todas as
partes. Léo foi diminuindo o ritmo e fez uma pergunta a Nininha:
— E aí princesa, ainda tem dúvidas de que isso não é um sonho?
Ainda tem dúvidas de que te amamos, ainda tem dúvidas que esse sentimento
arrebatador e intenso está realmente acontecendo entre nós?
Ainda se contorcendo nos braços de Dane louca de desejo, Nininha
fez um esforço para se concentrar e responder ao Léo.
— Acredito que nossa conexão nos permite ter certeza do que
sentimos um pelo outro, as dúvidas vem porque somos humanos e ainda não
sabemos lidar com algo tão visceral como o que está acontecendo com a
gente. E quanto a dúvida se isso é um sonho, só vou ter certeza de que não é,
quando sentir vocês dois profundamente dentro de mim.
Dane praticamente urrou atrás dela e a fez virar para ele, olhou em
seus olhos e repetiu que a amava, que era a menina dos seus sonhos. Tocou-
lhe os lábios com sua boca em um beijo quente e especial. Do nada Léo
pegou sua mão e a chamou, ela percebeu que ele já estava sem a blusa. Foi o
seguindo até a cama e nesse meio tempo olhou para Dane que os
acompanhava e retirava parte de sua roupa também. Ao encostar na beira da
cama lembrou da caixinha de veludo vermelha.
— O que tem nessa caixinha? — Perguntou ela com tom abismado.
— É para você amor, nós queremos você em nossas vidas. Esses dias
sem você foi um martírio para nós, pensamos e conversamos muito sobre
nossa relação. Com a ideia de você vir nos visitar decidimos por firmar nosso
compromisso. — Falou Dane.
Os dois riram da cara de espanto que ela fez, provavelmente porque
imaginou que seria uma aliança ou algo assim, pensavam eles. Léo fez ela
sentar na cama e pegou a caixa e pôs em sua mão. Dizendo:
— Calma não tenha medo, ainda não é o que você está pensando. E
do jeito que seu pai parece ser não seríamos loucos de passar pela autoridade
dele diante de um pedido importante. Essa lembrança é apenas algo para que
você se lembre de nós o tempo todo...
— Mas vocês não saem da minha cabeça.
— Sim Princesa, é apenas algo simbólico, abra.
Ela abriu a caixa e dentro havia um lindo cordão. Havia um símbolo
com um coração em pé e dois deitados formando o símbolo do infinito. Era
lindo, ela se emocionou pois nunca ganhou nada parecido. Parecia uma jóia
de valor. Não conseguia falar, apenas admirar seu presente. Deu graças a
Deus que não era nenhum anel, porque não saberia o que dizer se fosse, ou se
iria aceitar.
Dane vendo que ela ainda estava em choque com o presente, pegou o
colar e com gentileza colocou em seu pescoço que estava à amostra pelo
vestido tomara que caia.
— Nós achamos esse cordão apropriado para nossa relação.
Buscamos saber o significado deste símbolo e descobrimos que ele representa
o "poliamor". É o conceito de que nós somos livres para amar mais de uma
pessoa ao mesmo tempo. No caso somos denominados como um "Trisal". E
vai além do sexo, as pessoas podem construir sua vida como ter família
vivendo com mais de uma pessoa. Exatamente como queremos com você. —
Falou Dane.
— Ele é de ouro branco e se você olhar atrás vai ver nossos apelidos
gravados em cada coração. O seu, no coração de base em pé, e os nossos em
cada um que se entrelaça ao teu. O que achou?
Ainda sentada na cama, e ainda rodeada por eles, Dane após lhe
fechar o colar em seu pescoço beijou o fecho repousado em sua nuca,
enquanto Léo beijou o símbolo que repousava em seu colo. Praticamente
flutuando numa nuvem de amor tentou agradecer:
— Cada minuto que passa vocês me tiram mais às palavras. É
simplesmente maravilhoso e pelo que você disse Dane faz todo sentido para
nós. Me sinto lisonjeada carregar comigo a marca que nos representa e com
seus nomes gravados. O que posso dizer... Eu amo vocês.
Léo beijou sua boca quando ela terminou de falar, enquanto Dane
retirava seu vestido. Ela ajudou levantando um pouco. Já estava sem sutiã
então ficou só de calcinha e sandálias. Dane se levantou e retirou o restante
de suas roupas ficando gloriosamente nu. A puxou pela mão levantando-a,
Léo seguiu o movimento ajudando a retirar sua calcinha. E conforme descia
por suas pernas ia pousando beijos pelo caminho. Logo depois também se
despiu observando seu amigo acariciar os seios de sua princesa. Quando eles
iriam direciona-la na cama ela os parou e disse:
— Dane, Léo eu... Queria pedir uma coisa para vocês, se vocês
quiserem é claro.
— Diz o que é, amor.
Enquanto eles passavam suas mãos em seu corpo ela tentava criar
coragem para lhes fazer um pedido.
— Eu gostaria de... De... Em vez de falar eu posso apenas fazer?
— Claro princesa, o que você quiser.

Com a resposta de Léo ela se ajoelhou no chão entre os dois. Seu


rosto ficou na altura de seus membros enérgicos.
Olhando para aqueles pênis duros, enormes, desenhados a mão por Deus,
passou a língua sugestivamente pelos seus lábios e olhando para cima nos
olhos de seus amantes agarrou cada um com suas mãos pela base. O que fez
ela ouvir gemidos fortes vindo de cima. Um sorriso confiante apareceu em
seus lábios. Lábios que deram abertura para que sua língua vagasse de um
membro ao outro provando às gotas de prazer em que ali brotavam. Suas
mãos faziam movimentos de vai e vem. Ela se concentrava em um e depois
em outro. Os meninos estavam loucos com a cena que se desenrolava abaixo
neles. Gemiam, urravam. Alternavam em puxar o cabelo dela ajudando nos
movimentos. Nininha tomava seu tempo lambendo, chupando e engolindo
cada um no seu tempo. Tentava chegar a base de cada um com a boca, o que
era um pouco difícil, mas tentava com gosto. Deixou os dois úmidos com sua
saliva e mais firmes que concreto. E na loucura do ato em si, pôs os dois na
boca ao mesmo tempo o que só aumentou o tesão com tanta libertinagem.
Claro que não cabia tanta gostosura assim em sua boca, mas só o fato de
tentar a deixava inchada, molhada vidrada de desejo. Fez ela imaginar como
seria quando estivessem os dois juntos dentro dela. Seria possível. Tão
grandes. Tão duros. Perdida dando ao seus homens um prazer luxurioso foi
pega de surpresa quando Dane a pegou pelos ombros e a jogou na cama. Léo
acariciava seu membro a olhando, Dane estava fora de si retirou suas
sandálias e subiu beijando suas pernas e coxas até chegar ao seu centro e ali
se perder mais uma vez.
— Vê Princesa, você nos tem loucos... Me dê um pouco mais dessa
sua boquinha gostosa.
Nininha cruzou as pernas pôr sobre a cabeça de Dane e rebolava o
quadril para cima em direção à sua boca esfomeada. Ao mesmo tempo que
vorazmente tomava Léo em seus lábios.
Sem pudor e sem pressa. Eles deixavam ela quase perto de cair no infinito,
mas não deixavam ir. Preparavam ela para algo mais intenso. Maior.
Mudaram de posição algumas vezes e quando eles próprios não
aguentavam mais, posicionaram ela sobre o Léo que deslizou para dentro
dela a levando mais uma vez a beira e mais uma vez não deixando ela
ultrapassar. Dane se movimentava atrás dela, ela sentiu ele jorrar lubrificante
em sua abertura traseira. Gemendo feito louca recebeu os dedos de Dane que
friccionavam dentro dela. E por incrível que parecece estava aumentando seu
tesão.
— Vem Dane... Estou pronta... Preciso de você também... Preciso dos
dois dentro de mim.
— Tem certeza amor, não queremos te machucar, forçar a barra.
Estou alucinado de mais, e uma vez estando dentro de você não sei se
consigo parar.
— Brother, se decide logo aí porque eu estou quase morrendo.
— Dane, o único momento que você vai parar é após gozar junto com
Léo dentro de mim. Vem!
Rapidamente Dane se alinhou entre às bandas dela, e aos poucos foi
se introduzindo ao som dos gemidos de agonia e tesão que ela soltava. Ao
tentar se acostumar com a invasão ela se arriscou a se movimentar também
entre eles. Seus corpos suados e febris. Aquela energia rondava os três
novamente. Obscenamente se consumiam, eles passavam as mãos em seus
seios, puxavam seus cabelos. Léo chupava um seio ao mesmo tempo que
Dane apertava o outro. Ela se contorcia com tantos estímulos ao mesmo
tempo. Dane pressionava com o dedo seu clitóris. Aos poucos ela foi se
quebrando em pequenos orgasmos que pareciam ser uma contagem
regressiva para um bem maior e avassalador. Tão cheia, tão completa. Os
meninos por sua vez também sentiam que iam explodir a qualquer momento.
Estavam os três completamente sensíveis. Diziam palavras de amor e
eróticas. Seus sentidos estavam flutuantes.
De repente os três se jogaram juntos no infinito, tudo o que sentiam eram
suas células vibrando de prazer imensurável. Gritos, sussurros e gemidos
foram emitidos das três bocas que se amavam. O quarto tornou-se turvo aos
seus olhos, pois não tinham forças para focar em nada. Totalmente tomados
por uma sensação de plenitude e prazer, se jogaram um de cada lado de
Nininha e ficaram ali tentando retomar o controle sobre seus corpos que no
momento eram apenas massa mole e vibrante de um clímax inesquecível.
Capítulo 32: Comer ou Comer?

#Nininha

Uma chuva torrencial caí lá fora, e eu aqui leve, nas nuvens,


mesmo quase esmagada entre dois corpos quentes e duros. Esses meninos

parecem polvos, não sei da onde vem tantas pernas e braços sarados. Não

que eu esteja reclamando, senhor! Porém, não tem como não comentar.
Não há melhor sensação do que acordar sentindo a respiração de
quem você ama ao pé do ouvido. Bem... Até há sensação melhor, como
quando sentimos o homem que amamos no interior do nosso corpo e, melhor
ainda no meu caso, é quando senti os homens que amo sem distinção ao
mesmo tempo intimamente dentro de mim.
Aqui estou eu, olhando ainda encantada para os balões no teto e pelos
cantos do quarto, repassando cada segundo da noite passada onde o ponto
alto foi a dupla penetração. Nunca na minha vida imaginei algo como isto. E
Principalmente mesmo que já tivesse ouvido falar jamais me veria em uma
situação como esta. Confesso dizer que era até preconceituosa em relação a
tudo isso. Sexo a três? Achava pura libertinagem. Algo do submundo. Mas o
sentimento agora, é a convicção que tudo que vivi até então com esses dois
Deuses do Olimpo não tem nada a ver apenas com envolvimento físico de um
relacionamento. Mesmo quando estou com um ou com outro, é carnal sim,
amoroso sim e sublime. Porém, quando estamos os três, num triângulo... É...
Completamente perfeito, é carnal também, mas o divino é sentido em cada
toque trocado. É psicológico, emocional, instintivo, luxurioso, enérgico,
supremo, espiritual... Não consigo definir. Estou exausta e imagino que meus
dois dorminhocos também, mesmo assim só de pensar já estou toda arrepiada
e molhada e, novamente pronta para eles, pronta para a sensação que só eles
são capazes de me fazer sentir. Me mexo e remexo na cama entre eles, mas
eles estão realmente apagados. A noite foi longa e intensa.
Apesar da chuva noto que já está amanhecendo, sinto um aperto no
coração ao imaginar que mais tarde estarei indo embora para quilômetros de
distância deles e deixa-los aqui agora depois da entrega e da afirmação que
estamos em um relacionamento sério, me deixa ainda mais triste. O pior
disso tudo foi ver a materialização do meu medo ontem com aquela cadeLIA.
Eu vou e eles ficarão aqui a mercê das investidas daquele "docinho azedo".
Que ódio!
Calma Nininha!!! Apesar de sentir que eles realmente não tem
interesse naquelazinha e que estão realmente empenhados para que nossa
união dê certo, tenho que lutar contra essa minha insegurança que cisma em
fazer parte do meu eu. Merda! Balanço a cabeça como se fosse desaparecer
as imagens deles com a galinha.
Tento analisar a situação com calma e percebo que se resolvi entrar
nessa canoa repleta de emoções tenho que erguer a cabeça e assumir que sou
a menina de seus olhos e que isso só mudaria quando eles provarem o
contrário. Viveremos mesmo este tal poliamor? Aliás preciso me lembrar de
pesquisar e entender tudo isso e, principalmente, procurar saber se deu certo
com outras pessoas. Um mundo novo ao qual eu estou disposta a enfrentar,
pois nunca deve ser pecado amar, pecado é se abster da oportunidade de viver
um amor verdadeiro e puro. Façamos como o mestre mandou, amai uns aos
outros. Eee ensinamento porreta esse!!
(...)

Suspirando, Nininha se esforça para sair do agarre do qual não queria


sair, pensando em preparar também uma pequena surpresa para aqueles que a
fizerem a mulher mais feliz do mundo na noite passada. É claro que não
conseguiria sem muito preparo e tempo ultrapassar a grandiosidade que foi a
surpresa que eles lhe fizeram com a decoração e o lindo cordão que
ostentava em seu pescoço. Mas se esforçaria para preparar um café da Manhã
digno de Deuses como eles. Afinal, eles precisavam recuperar às energias
para novamente relembrarem momentos de uma noite inesquecível.
Resolveu esquecer tudo que fosse ruim e decidiu aproveitar este dia
da melhor maneira possível. Levantando foi ao banheiro, tomou banho,
escovou os cabelos. De vez enquando seu corpo lembrava o quanto foi usado
e abusado. Alguns movimentos a faziam ranger os dentes de tão sensível que
suas partes íntimas estavam. Indo à cozinha e procurando mantimentos para o
café, perguntava como seria se eles morassem juntos. Será que o sexo seria
assim todos os dias? E se o fosse, será que seria ela capaz de aguentar esses
dois furacões? Fez uma anotação mental que iria precisar voltar para
academia, para pelo menos adquirir um pouco mais de resistência física.
Uffa! Cansou só de pensar. Voltando a pensar em o que fazer para comerem,
encontrou alguns ingredientes para tapioca. Decidiu fazer tapioca com alguns
possíveis recheios salgados e um bolo de chocolate, ela precisava de um
pouco de chocolate. Encontrou também algumas frutas, fez uma vitamina de
banana maçã e farinha láctea, suco com o restante de uma melancia e
também um cafezinho. Indecisa do que eles gostariam tentou diversificar.
Nesse meio tempo, ligou o som, não tão alto para não incomodar seus
meninos, colou em uma rádio bem relaxante para preencher o ambiente.
Entre um afazer e outro, deu uma organizada na sala e cozinha, e depois
montou uma mesa de café da manhã para quando eles acordassem. Só faltava
agora o bolo que estava assando. Varrendo a sala percebeu Brutus arranhar a
porta como se pedindo para entrar. Ainda melindrosa, pensou se deixava ou
não ele entrar, afinal estava sozinha talvez ele estranhasse ela. Acabou
optando por deixa-lo entrar, convenhamos, ele morava ali e é ela quem
deveria se adaptar, se tornar parte da vida dele também. Ao abrir a porta
aquela bola de pelos entrou saltitante e feliz se esgueirando aos seus pés em
busca de um pouco de carinho. Extasiada com a forma que ele a olhou, se
abaixou e acariciou seus pelos conversando com Brutus. O cão ficou ainda
mais ouriçado pelo afeto retornado, que a derrubou no chão em busca de
mais. Desajeitado iniciou uma brincadeira com ela entre às carícias a fazendo
rir igual criança.
— Vejo que você e Brutus estão se dando muito bem. Devo ficar com
ciúmes?
Nininha levantou o olhar por cima da cabeça do cão e avistou um dos
colírios para seus olhos. Dane. Lindo, irresistível num shorth azul claro, que
contrastava com sua pele e fazia combinação perfeita com seus olhos sempre
hipnotizante e com ar de perigo. Lembrou na hora o momento em que ele
estava a sodomizando enquanto Léo também a penetrava. Sua pele
esquentou e provavelmente ostentava além do cordão e da regata que usava
de um deles, um lindo tom avermelhado em suas bochechas.
A vontade que ela teve era de correr em sua direção e agarra-lo ali mesmo no
final da escada e implorar para ele ser mau com ela de novo. Massss....
— Ei garotão... Conquistando nossa garota?
Brutus foi mais rápido. Correu para um de seus donos com o rabo
balançando em sinal de felicidade, recebendo em troca outro afago gostoso.
Ela olhava ainda hipnotizada e excitada o gesto de carinho entre cão e dono.
No fundo ela estava indócil desejando aquelas mãos em seu corpo
novamente. Meio tonta de desejo se ajeitou e levantou do chão. Pensava em o
que estava acontecendo com ela, era só um deles estar presente que a
percepção do mundo à sua volta mudava. Tudo ficava extra sensorial. O ar
era quase palpável de tão denso. E o calor insuportável.

Dane é claro ficou encantado ao ver seu Brutus fazendo sua Nininha
sorrir. Quando acordou e não a encontrou em sua cama se preocupou, achou
por um momento que ela pudesse ter ido embora ao lembrar da cena
lastimável que Lia fez ontem. E pensando naquela sem noção, ficou muito
puto. Levantou da cama deixando Léo roncando sozinho. Escutou o som de
música então acalmou-se, pois percebeu que sua menina deveria estar lá
embaixo ouvindo música e quem sabe preparando algo para comer. O que
seria fantastic, pois ele estava azul de tanta fome. Dar prazer a sua mulher era
extremamente gratificante, mas demandava muita energia. Fez suas higienes
e se direcionou ao primeiro piso da casa. Ao chegar à escada ouviu o som
mais lindo do mundo, e não vinha da rádio. Era a risada quase infantil, sem
censura de sua menina. Quando avistou ela em uma brincadeira com Brutus,
parou e ficou dali os admirando. Eles o viram e seu cão foi mais rápido.
Enquanto afagava seu amigo de quatro patas, encarava sua menina. Via
como sua presença a afetava, seu rosto não escondia a reação de seu corpo
que provavelmente vibrava assim como o dele também. A noite de ontem
tinha sido magnífica, algo nunca vivido antes. Aliás ele começou a perceber
que tudo com ela parecia sempre a primeira vez e como se fosse escrito pelo
destino. O momento em que ele e seu amigo a tiveram do jeitinho que
queriam e desejavam, entre eles, foi altamente perceptível o quanto foram
feitos um para o outro. Como em um encaixe perfeito.
— Muito bem Brutus, agora vai... Vamos, vai... Preciso falar com
minha menina. — Disse Dane quando viu Nininha corada se levantando do
chão indo em sua direção, feito uma gatinha manhosa.
Meio à contra gosto Brutus se virou languidamente e se direcionou ao
seu cantinho de sempre próximo à porta, assistindo a aproximação de seu
dono com sua menina. Até o cão sentia os ares mais quentes.
Os dois se encontram no meio da sala atrás de um sofá.
Automaticamente Dane enfiou uma mão por trás da nuca de Nininha
entrelaçando seus dedos nos seus cabelos a segurando por alguns segundos à
sua frente. Possessividade emanava por cada poro de seu corpo. O que fazer
Nininha se não ronronar feito gatinha e se render ao beijo avassalador que
veio em seguida.
Dane subiu a blusa dela e a levou para o sofá, deitando sobre ela.
Sofregamente ela tentava arrancar fora aquele shorth dele, mas ele não
deixou. Levou suas mãos para cima de sua cabeça, isso tudo sem parar de
beija-la. Até que ele pausou a olhando e sorrindo maliciosamente perguntou:
— Está querendo alguma coisa?
Afoita Nininha contorcia seu quadril buscando algum alívio roçando
na ereção escandalosa no shorth dele e ainda lutava contra a força que ele
fazia contra seu corpo, a subjugando.
Quando ela iria responder, Dane fechou sua boca num beijo duro e molhado
deixando-a sem ar.
— Não, você não pode querer nada agora. Porque no momento eu só
quero você nua aqui na minha sala, no meu sofá para eu saborear esses seios
lindos antes de tomar meu café. Teria feito isso na nossa cama, mas acho que
deu formiga e minha gatinha saiu.
Com uma risada gostosa Nininha roubou um beijo antes que ele se
direciona-se ao local mencionado com fome no olhar.
Ao alcançar os seios mais lindos que já viu só vinha uma palavra em
sua cabeça "meus". Mandou ela segurar as mãos no braço do sofá, por alguns
segundos apreciou o presente que ele e Léo escolheram para ela lembrar deles
a todo tempo, e que belo significado tinha esse pingente, seus corações
entrelaçados ao dela. Em estado de felicidade completa iniciou seu ataque
aos montes de picos rosados, o intuito era deixar em tom vermelho. Sabia
que quando Léo os visse assim, ficaria louco de inveja e tesão. O que só
aumentaria o desejo dos dois em tê-la juntos novamente.
Dane tirou a box que ela usava deixando-a totalmente nua. Do jeito
que queria. O fato dele fazer isso, tê-la assim ao seu dispôr o excitava ainda
mais. Quanto a ela, estava completamente disponível e precisando do ataque
bruto e lascivo que Dane fazia.
Nininha esperava uma transa rápida antes do café, mas não era a
intenção de Dane. O sexo não era o objetivo final. Ele precisava criar
imagem afetiva com ela, precisava namorar num rala gostoso como
adolescente. Tudo foi muito rápido até agora. Apesar de sentir que ela estava
querendo ir além de um amasso e seu próprio corpo também, ainda assim
Dane pensava que não, a noite passada foi muito nova pra ela provavelmente
deveria estar ardida ainda. Ele devia cuidar dela. Diante disso, lembrar que
hoje ela iria embora fazia seu coração se apertar. Então sabia que o melhor
deveria guardar para mais tarde quando estivessem os três juntos.
Outra coisa que o deixava bem confuso, era o fato de que com ela
virou um homem muito mais cioso, e no sexo ainda mais dominante, bruto
instintivo. E ela correspondia exatamente ao que ele desejava, sempre.
Mesmo assim estava receoso de machuca-la ou assusta-la com sua obsessão
de tê-la de todas às maneiras, tanto romântica ou por puro instinto sexual.
Precisava conversar com Léo para tentar entender tudo isso e saber se algo
mudou para ele também.

No quarto acima Léo se espreguiçou e logo percebeu que estava só na


cama. Com um sorriso de menino apaixonado e brincalhão, brincou com os
fitilhos presos aos balões em formato de coração que começavam a perder a
altitude. Levantou feliz da vida, escutava uma musica ao fundo e o melhor de
tudo, um cheiro delicioso de bolo assando. Poderia jurar que é de chocolate.
Seu sabor preferido. Eufórico e morrendo de fome tomou um banho rápido e
desceu. Já estava louco de saudades de sua princesa, precisava de seu beijo e
abraço. Desceu às escadas imaginando como seria perfeito acordar o resto de
seus dias e ter a oportunidade de estar com ela.
Mais próximo à sala avistou a provocação que Dane fazia a sua
princesa, tomando seus seios da maneira que queria. Conhecendo seu amigo
ele levaria ela ao ápice algumas vezes, mas não terminaria o serviço. Pelo
menos, não tão rápido. Ele adoraria se juntar aos dois, porém seu estômago
roncava e o cheiro do bolo e a mesa posta numa fartura, só aumentava a sua
fome.
— Dane, imagino eu que quando você acordou e encontrou nossa
Nininha com os bicos ainda rosados se prestou a difícil missão de deixa-los
na nossa cor favorita. Tô certo?
Léo foi dizendo isso indo em direção ao sofá, e beijou deliciosamente
a boca dela, recebendo uma resposta de boca cheia de seu amigo.
— "Uhumm"...
Por um momento viu nos olhos de Nininha a agonia em que Dane a
fazia passar. Sua própria boca ficou aguada para entrar na ceia que era o
corpo de sua mulher. Perdeu a fome de comida e ficou com fome de Nininha,
acariciou seu rosto e pensou em se enfiar no meio de suas pernas e se
lambuzar com seu néctar dos deuses. Mas comecou a sentir um cheiro de
queimado e disse para eles:
— Vocês tem alguma coisa no fogo, acho que está queimando. Espero
que não seja o bolo.
Dane parou os "serviços" e olhou para Léo e Nininha, que arregalou
os olhos e foi tentando afasta-los de cima dela dizendo:
— Puta merda! Meu bolo, meu bolinho... Sai, sai esqueci do bolo...
Aí minha nossa senhora das cozinheiras safadas!
Ela saiu correndo para cozinha, deixando os dois na sala rindo do jeito
dela falar, Brutus levantou e foi saudar Léo que lhe deu mais afagos gostosos
e logo voltou para seu lugar.
Dane foi até a cozinha acompanhando de Léo logo atrás. Chegando ao
batente da porta Dane parou e pôs a mão no tórax de Léo o fazendo parar
também. Os dois se recostaram cada um em um lado do batente, que por
sinal era largo. Os dois olhavam fascinados a imagem à sua frente. Nininha
estava ainda completamente nua, usando a cozinha com a maior naturalidade.
Com a porta do forno aberta e alguns panos de pratos enrolados nas mãos se
abaixou numa posição que tirou gemidos das bocas dos meninos, e retirou a
fôrma quente colocando-a no mármore da pia. Soltou um Uffa! E se recostou
ao lado da pia. Só então percebeu onde os dois estavam, notou em seus olhos
cores de desejo. Sorriu sem jeito, um pouco tímida ao perceber que estava
nua ainda e que principalmente eles devem ter visto suas obturações quando
se abaixou ao pegar o bolo. Desceu os olhos por seus corpos másculos,
avistando suas ereções imponentes. Ficou se perguntando ao concentrar o
olhar nas partes baixas de Léo "precisava mesmo estar só de box branca"?"
Léo percebendo o foco do olhar dela ficou ainda mais excitado.
Colocou uma mão na virilha ajeitando seu brinquedo aos olhos queimando de
Nininha.
— Possivelmente essa é a imagem que quero ter todas às manhãs,
nossa menina nua em nossa cozinha pronta para nos alimentar... Em todos os
sentidos. — Disse Dane para seu amigo.
— Bom eu estou faminto, em todos os sentidos também. —
Respondeu Léo.
Dane fez menção em ir para ela, mas foi barrado por Léo.
— Pera lá sabichão, você já teve seu tempo, e obrigado pelo tom
avermelhado em seus seios, masss agora é a minha vez de saciar a minha
vontade.
— Como é que é? Tá louco, vai fazer isso com teu irmão? —
Respondeu Dane.
— Brother, alguém tem que desenformar o bolo. Vou ser rápido,
termino até você servir o bolo na mesa. — Léo disse isso com cara sacana e
indo para frente de Nininha que olhava atônita para a conversa dos dois.
Ao perceber a aproximação de Léo deu uma escapadinha para o lado.
— Eiii, pera lá você bonitão da box branca, acho melhor tomarmos
café antes.
— Nãoooo. — Disse os dois em uníssono.
E Dane ainda complementou:
— Meu amor.... Acho justo Léo tomar seu tempo já que tive o meu.
Boa sorte! Não se preocupe com o bolo eu cuido dele.
Com um gritinho de susto e um pulo para trás, Nininha foi agarrada
por Léo que a levantou por baixo de seus braços e a sentou na mesa da
cozinha. Abriu suas pernas e colocou uma cadeira no meio delas e se sentou.
Puxou sua bunda mais para a beirada tirando mais um gritinho de susto de
sua boca. Deu um beijo em seu ventre, e sem perder mais tempo abocanhou
sua buceta com línguas e dentes tirando gemidos agoniantes de sua garganta,
além de descobrir que ela falava seu nome em muitas línguas diferentes e
novas.
Nininha agarrou nos cabelos de Léo e não fazendo a puritana,
arreganhou ainda mais suas pernas as cruzando nas costas largas dele e
depois sobre seus ombros se permitindo ao prazer de saciar um Deus
Olimpiano.
Da pia, Dane tinha uma visão previlegiada da menina de seus olhos
recebendo prazer pela boca de seu melhor amigo. Fascinado, se deu ao luxo
de parar e assistir. Como Léo estava concentrado no vinco no meio das coxas
torneadas de sua menina, pode visualizar toda a pele exposta ao entorno. Ele
havia feito um belíssimo trabalho em seus seios, que estavam reluzentes em
tons avermelhados. Fora os extras, como os chupões que não conseguia dizer
se foi de ontem ou de hoje, ou se foi ele ou seu amigo. Olhando no rosto dela,
via a reação e os indícios de um orgasmo vindo à tona. Sua cabeça pendia de
um lado para o outro, sua boca fazia várias formas de "o", soltando gemidos
alterados. Novamente o fez pensar na possessividade que tinha em relação a
ela. Tentou verificar alguma indicação de ciúmes, ou algum outro sentimento
nesse sentido. Mas não. Só podia enxergar felicidade, descobrindo que era
exatamente isso que ele queria para vida. Essa mulher, para amar e
compartilhar com esse amigo. Para outros poderia ser algo proibido, feio.
Mas para eles era o significado da perfeição, faria de tudo para mantê-los
assim extremamente felizes para sempre. Ele ainda estava lá atolado de
pensamentos, notou que ela abriu os olhos e como em um show particular se
insinuou toda para ele, deixando-o ainda mais excitado, duro. Tocou em seu
pênis, acariciando não para ter um orgasmo apenas para se lambuzar ao ver o
atrevimento no olhar dela.
— Ei garotão, a você coube a missão de cuidar do bolo, pode ser? —
Disse Nininha com lascívia no olhar.
— Aaahhh.... Léo.... — Gritou ela quase caindo pela borda ao sentir
dois dedos de Léo entrando sem frescura em sua vagina.
Rindo Dane foi lavar suas mãos e cuidar do bolo dizendo:
— OK, OK, cada um com seus problemas.
— "Uhummm" ... — Agora foi a hora de Léo responder com a boca
cheia.
Capítulo 33: Gosta de Chocolate?

Após Léo ter feito Nininha gozar algumas vezes até quase

morrer na cozinha, vieram para sala de jantar onde estava montada a mesa

para o café e onde no centro estava o bolo desenformado por Dane. Ele havia

saído antes da cozinha. Tentando ser o mais caprichoso possível, colocou o

bolo em uma travessa de vidro e pôs em cima a cobertura de chocolate

previamente preparada por Nininha. Isso tudo com a maior naturalidade

como se seu melhor amigo não estivesse presente fazendo um sexo oral na

mulher de suas vidas sobre a mesa da cozinha. Poderia se acostumar com isso

facilmente.
Sentou-se esfomeado e começou a montar sua tapioca, beliscar umas
frutas e tomar um cafezinho aguardando os dois. Entre uma mordida e outra
sorria ouvindo os gemidos luxuriantes que sua menina produzia ao ser
saboreada por Léo. Quis voltar lá e contribuir para essa lamúria, mas sabia
que teria tempo, mesmo que ainda fosse pouco tempo... Chateado com esse
pensamento tentou afastar a tristeza que teimava em pairar ao pensar nela
indo embora e bebericou seu café.
Os sons mudaram para respirações ofegantes e beijos estalados alguns
minutos depois os dois amantes saíram da cozinha e vieram para mesa posta.
Dane que queria algumas lembranças afetivas, já estava adicionando mais
uma à conta. Nininha andava preguiçosamente, letárgica pelo prazer
anteriormente sentido ainda nua com uma fina camada de suor que lhe cobria
o corpo e uma aquarela de cores em tons de vermelho principalmente em seus
seios e quadris, divinamente a vontade em sua casa sustentando o colar que
os representavam e trazendo uma jarra do que parecia ser um suco ou
vitamina. Esta é ou não uma imagem afetiva para ser arquivada a sete chaves
para sempre? Pensava ele.
Sorridentes Nininha e Léo foram ao encontro de Dane à mesa, que já
saboreava alguma coisa. Mas Nininha notou no seu semblante que a
satisfação e contentamento não vinha do sabor do que mastigava e sim da
imagem de seu corpo nu com marcas de seus desejos. Mesmo ainda com o
corpo dormente tentou parecer o mais sexy possível. Ela não se achava sexy,
mas no reflexo em seus olhos era assim que se enxergava.
Ao chegar a mesa, pôs a jarra de vitamina e se abaixou para beijar os
lábios de Dane. Léo lhe deu um tapa estalado em uma banda de sua bunda,
fanzendo-a saltar, e disse ao seu ouvido emendando um beijo no final:
— A propósito, adoramos a nova depilação. Ficou ainda mais lizinha
e disponível para nossos olhares, toques e bocas. Mantenha-se assim e na
próxima, eu te ajudo.
Ela não tinha como ficar indiferente ao tom que Léo disse essas
palavras. Calor subiu pela espinha. Sua nuca arrepiada, totalmente sem graça
e sem resposta, foi se sentando na cadeira ao lado de Dane fingindo não
perceber o sorrisinho cínico nos seus lábios. Lembrando que ainda estava
sem nada cobrindo o corpo pediu ao Léo que pegasse a regata que usava em
cima do sofá, já que ele havia ido abrir a janela na parede próxima.
— Não. — Rosnou Dane.
Léo e Nininha olharam para ele juntos, não entendendo o que ele quis
dizer.
— Não o quê, brother?
— Não precisa trazer a regata para ela.
— O quê? Tá louco Dane, tá eu sei que preciso de um belo banho,
mas estou com fome e quero tomar café antes. Traz Léo. — Disse Nininha
quase num biquinho.
— Não traz Léo, não quero nos privar de tê-la nua sentada à mesa
tomando café conosco. E aliás o tempo é muito curto para perder tempo com
meras formalidades, e apesar de ter chovido mais cedo o tempo está bem
abafado. — Proferiu Dane naturalmente se servindo de mais café.
Retornando à mesa Léo olhou de soslaio para Dane e avidamente
respondeu:
— Claro, porque não pensei nisso antes. Adorei a ideia, vamos
dispensar as formalidades, estamos em família. Vamos todos ficar nus em
tempo integral quando estivermos a sós em nossa casa. Perfeito.
Animado com a ideia e as possibilidades infinitas que com todos nus
não perderiam tempo em tirar as peças de roupa para o objetivo final, que era
estar dentro da mulher que amava, Léo foi se despindo da sua box. Pobre
Léo, não percebeu o olhar estarrecedor de seu amigo que ao ver que ele
estava quase com as coisas completamente de fora falou em tom alto e
repugnante.
— Léo, põe esta sunga agora, eu não disse para ficarmos nus, apenas
nossa garota. Endoidou de vez, só pode.
Nininha segurou a barriga de tanto que ria, viu o semblante de Léo
cair em tristeza. Um assanhado mesmo. Assistiu ele colocando tudo aquilo de
volta naquela filha da puta de box branca incrivelmente sexy, enquanto Dane
continuava falando, ou melhor, dando esporro no quase peladão.
— Perdeu o rumo de vez? Agora você vê se eu vou tomar café,
almoçar, andar pela casa e ficar olhando tuas coisas penduradas para cima e
para baixo. Aaaaaaaaaaaaaahhhhhhhh não, sem condições para isso. Já sou
obrigado a te aturar nu quando estamos com nossa menina, mas esse é um
contexto muito diferente. Que nojo Léo, você quase me fez perder a fome. Só
me faltava essa, uma gazela saltitante com os balangandãs ao vento por aí.
— Ei brother, não precisa pegar pesado porra. Eu só achei que...
— Achou errado, guarde tua giromba para às horas certas.
— Ah, tá bom! E por que euuu tenho que ficar nua? É nojento! —
Resmungou Nininha para Dane.
— Não, não é nojento... É um colírio para nossos olhos, combustível
para nossa fome e mantém nossa imaginação fervilhando. E se não ficou
claro ainda… — Puxou seu queixo e a beijou antes de concluir. — Também é
porque... Simplesmente... Queremos assim. E você como a boa menina que é
não vai querer desagradar seus futuros maridos, vai??
Um minuto de silêncio pairou até que Léo o cortou.
— Já te falei que você é o cara, concordo plenamente contigo. Foi mal
o lance de tirar a box.
— Foi péssimo Léo, mas tudo bem você sempre age no calor da
emoção, senta e come, se não vai desmaiar, e você também meu amor quero
você forte. Já disse o quão linda fica em tons avermelhados?
Pasma ela olhava de um para outro repassando as palavras de Dane
em seu sub consciente, só conseguia lembrar da frase "seus futuros maridos".
Isso é loucura.
Tentou disfarçar um pouco e sem força para se defender nem
questionou mais sobre colocar a regata. Também estava com muito calor
ainda, e no fundo toda essa situação inusitada a mantinha excitada. Então
apenas sentou-se em sua cadeira e se serviu de alguma coisa que nem sabia o
que era e apenas comeu. Vez ou outra saia do transe ao se deliciar com os
dois conversando e implicando um com o outro como se estivessem na
puberdade. Era lindo de ver a irmandade que existia entre os dois.
Naquela mesa podia se ver uma cena praticamente normal, se não
fosse o fato de uma mulher estar sentada tomando café nua, e entre doiiis
homens. A conversa começou a fluir naturalmente entre os três. Claro que
nininha não esqueceu a fatídica frase que ouviu de Dane, mas relaxou e
entrou no clima. Pareciam três amigos batendo papo. Exceto pelos olhares
faiscantes que vez ou outra trocavam entre eles. Falaram de tudo um pouco.
Quando Léo foi cortar o bolo os três levaram um susto. O bolo simplesmente
murchou, Léo fez uma cara de assustado. Coitado. Dane de culpado e
Nininha de susto. Sem saber o que fazer Léo soltou uma gargalhada, seguido
de Nininha e por fim Dane que tentava se defender tentando provar que não
era sua culpa.
Brutus olhava os adultos da casa e não entendia o porquê de tantas
gargalhadas. Pulava de um para o outro tentando entrar na brincadeira. Pobre
Brutus, não conseguindo a atenção que queria, apenas um afago e uma
banana, desistiu e foi dar uma volta no quintal.
Mesmo rindo junto, Dane ficou irritado e sem saber o que aconteceu
para o bolo ficar assim. Começou a dizer um monte de palavrão. O que só fez
os dois rirem ainda mais. Léo cortou com jeito um pedaço do bolo e saboreou
dizendo que não importava a forma porque estava muito gostoso. Deu um
pedaço para ela que também achou uma delícia. Porém, Dane permaneceu
reclamando. Então Nininha pegou uma colher do bolo e levou à boca do
Dane que se surpreendeu e virou um pouco o rosto, fazendo com que a calda
de chocolate sujasse seu queixo.
— Caramba Nininha vê o que você fez!?? — Disse Dane.
Enquanto Léo ria e comia bolo, ela olhou para Dane se levantou e se
inclinou para ele dizendo:
— Ver? Eu vi, agora... Eu quero é provar... — E lambeu a calda no
queixo dele — Hummm!! Assim fica bem mais gostoso. — Abocanhou e
chupou o queixo dele limpando toda a calda que havia ali.
Inertes os dois olhavam Nininha. Léo já almejava sua vez. Dane com
toda a pele pegando fogo quando o volume entre suas pernas foi aumentando
gradualmente enquanto ela lambeu e chupou seu queixo. Dolorido. Sensível.
Pungente. Viu dentro dos olhos de sua menina a devassa que conhece muito
bem. Que Tesão.
Ela levantou toda dengosa e como se não estivesse acontecido nada,
se virou em direção às escadas e disse:
— Bom estava "TUUUDOO" uma delícia, mas meninos vou subir,
preciso de um banho. AH! Vou para o quarto do Dane, pois tem banheira. —
Se espreguiçou e rebolativa foi subindo às escadas.
Ela estava começando a acreditar no poder dela sobre eles. Tudo
estava se encaixando em sua cabeça. Essa era a vida que a partir de agora
queria para si. Essa sensação de liberdade e amor. Isso era possível, viver
com eles, cada minuto amava e deseja mais esses dois. Ver os olhos de Dane
todo mandão se derretendo com suas palavras, seu toque, seu olhar lhe dava
mais confiança. Desde do inicio ele parecia ser o mais difícil de se envolver.
Porém, agora ela percebia que suas barreiras tinham se extinguido lhe dando
um acesso ainda maior. O fato dela não ter certeza como seria lidar com os
dois juntos, que eles poderiam achar que ela dá mais atenção para um do que
para outro, causando uma briga, já não passava por sua cabeça. Ela não era
ingênua ao pensar que os poucos dias que esteve com eles poderiam definir
um relacionamento a longo prazo, mas percebeu o quanto eles se amam e não
em uma conotação sexual, era uma irmandade mesmo. Talvez um tipo de
amizade tão pura e verdadeira que nunca teve acesso. Não que suas amigas
não fossem de verdade, mas ela não se via compartilhando homens com elas,
mal e porcamente roupas e sapatos. Ainda querendo entender o porquê deste
desejo deles de quererem compartilhar suas vidas com uma mulher, imaginou
se isso poderia ser considerado como opção/orientação sexual, como uns são
héteros, outros homossexuais, outros bissexuais, uns se abstém, outros curtem
dor, entre outras coisas... Então alguns preferem compartilhar. No fim, com
um pouco de preguiça e vontade de que eles subissem logo fechou o
pensamento com a seguinte conclusão: "eles tem tanto amor para dar que
transborda, e eu fui a sortuda, não vamos mexer em time que está ganhando
Nininha. Deixa quieto!"
Preparando a banheira e sorrindo com seus pensamentos, Nininha
começou a relembrar a noite de ontem. Os dois se movimentando dentro dela
tocando em lugares nunca antes alcançados. Queria novamente, apesar de
estar sensível ainda, não podia imaginar ir embora mais tarde sem tê-los
integralmente. Se eles eram os seus Deuses, o corpo dela era seu templo e sua
alma sua eterna súdita.

Lá embaixo Dane ainda estava perplexo pela atitude de sua menina.


Sabia ser a devassa quando queria. O que mais ele iria pedir a Deus?
— Cara, na boa já vi várias vezes bandidos meterem uma arma na tua
cabeça e em nenhuma vez você agiu assim, estático. Quem te viu quem te
vê, desarmado por uma mocinha. — Disse Léo debochado.
Saindo do transe Dane sorriu e respondeu:
— Acho que estamos criando um monstro.
— Concordo. E esse tal monstro tá lá no seu quarto se preparando
para entrar na banheira. E você ai paradão, seu viadinho.
Dane levantou apressadamente, engoliu o restante de sua vitamina e
seguiu no rastro de sua menina deixando Léo para trás. Logo que se deu
conta seu amigo se levantou e o seguiu todo risonho. No meio do caminho
parou de repente e disse:
— Ei espera aê brother...
— Vai fazer o que Léo? — Indagou Dane olhando para trás.
Rapidamente Léo correu até a mesa pegou a travessa de bolo
transbordando de calda de chocolate e voltou para às escadas dizendo:
— Pronto, agora vamos.
— Cara tu ainda tá com fome? Sua draga rsrss. — Falou Dane.
— Não, quer dizer até tô, mas é outro tipo de fome. Se com um
pouquinho de calda no seu queixo fez a gente louco, imagine quando eu
colocar um pouquinho de calda na cabeça do meu pau. — Explicou Léo.
A cabeça de Dane queimou de desejo ao imaginar Nininha chupando
a calda de chocolate na cabeça de seu pau, ou melhor nos dois paus ao
mesmo tempo, ou melhor ainda imaginou eles saboreando a calda sobre o
corpo dela. Logo que terminou seus pensamentos Dane tentou tirar a travessa
das mãos de Léo que por sua vez não deixou e passou a frente dele indo ao
encontro de Nininha.
— Vacilão, eu tive a ideia. — Disse Léo correndo.
— Gazela filha da puta a ideia foi da Nininha. — Correu atrás do
amigo.
— Eu sei, mas quem trouxe o bolo fui euuuu... rsrs — Léo gritou ao
entrar no quarto.
Balançando a cabeça e sorridente Dane se deu por vencido, afinal ele
também participaria da brincadeira e seguiu para o quarto. Lá avistou que
Léo ainda não havia entrado no banheiro, eles se olharam, olharam para porta
do banheiro e mentalmente apostaram uma corrida.
De dentro da banheira Nininha avistou seus lindos meninos numa
briga divertida de quem entrava primeiro no banheiro. Sorriu ao ver Léo com
a travessa do bolo nas mãos. Não cansava de os ver como dois adolescentes
quando estavam sorrindo e brincando.
— O que foi agora hein? E você Léo para quê esse bolo?
Ao som da voz de sua princesa Léo parou, fez o cavaleiro e cedeu a
passagem para o amigo que riu cinicamente de sua educação repentina. Dane
passou e foi até ela olhando para o corpo imerso de sua menina na banheira,
onde seus seios eram a atração principal por estarem semi a amostra por
conta da espuma, sua excitação aumentou. Beijou a boca dela deliciosamente
e logo foi tirando seu shorth, se direcionou para uma ducha antes de entrar
na banheira. Antes de ligar a ducha disse ao Léo:
— Então ”bunitão”, responde a ela pra quê esse bolo?
Léo pigarreou um pouquinho e sem pudor nenhum foi entrando no
banheiro com cara de arteiro e dizendo olhando para sua princesa:
— Pra gente "se" comer melhor, princesa. Que tal você sair daí só um
pouquinho e eu passar um pouco de calda nos seus peitos e barriga e quadris
e… Aaaa você sabe. — Terminou lhe dando um beijo.
Dane já estava cansado de tanto rir. Saiu do box e seguiu para
banheira. Assistindo Nininha levantando e a espuma acariciando seu corpo.
— Isso seria bom Léo, masss tenho uma ideia muito melhor... Que tal
vocês sentarem na borda da banheira e bezuntar esses paus extremamente
duros e deixar eu avaliar com minha língua, lábios e boca se o gosto do
chocolate com vocês fica bom?
Mais uma vez sorridente, pode-se dizer até feliz da vida, Dane logo se
sentou na beirada da banheira.
— Irmão, tô com ela, dois contra um perdeu, passa esse bolo pra cá e
vai se lavar ou vai perder a festa. E você sua safadinha vem aqui.
Pegando Nininha pelo braço a sentou no seu colo e começou a beija-
la. Depois passou o dedo na calda e passou nos lábios dela. Saboreou com
sua língua, mordiscou e beijou com benevolência. Léo se apressou na ducha e
veio para o banquete. Entrou na banheira e ficou em pé na frente deles.
Passou o dedo no bolo e disse chamando a atenção dela:
— Bom, seja como a senhorita quiser... Vamos começar a brincadeira.
— Fez um rastro em seu abdômen do alto para baixo no pé da barriga.
Seguindo com os olhos o movimento, Nininha lambeu os lábios de
desejo e fome. Dane a acariciava os seios e beijava sua nuca segurando seus
cabelos. Léo pegou novamente mais um pouco de calda e sabendo que estava
sendo assistido pelos olhos famintos dela pôs calda com pequenos
pedacinhos soltos do bolo sobre toda a base de seu membro rígido. Notou o
"O" que se formou em sua boca. Com o dedo meio melado tocou seus lábios
fazendo com que ela olhasse para cima em seu rosto. Quando seus olhares se
cruzaram, levou seu dedo melado a sua própria boca lambeu dizendo para
ela:
— Agora... É com você, chupa.
Altamente ciente de que a brincadeira começou, não fugiu da raia.
Estava aprendendo muito sobre si mesma com esses dois. Vontades nunca
antes sentidas agora tinha, várias possibilidades ao seu alcance, mergulhou de
cabeça e assumiu esse lado safado que vivia dentro dela. Se colocou
completamente de frente para Léo sentada ainda sobre o colo quente e
preparado de Dane. Olhou malandramente entre os dois e como se tivesse
drogada de tanto desejo, falou a eles:
— Acho que para uma melhor sintonia e para que a performance
fique perfeita acho melhor ter um eixo para me dar estabilidade. — Colocou
o pênis de Dane na entrada de sua vagina encharcada e aos poucos foi se
acomodando sobre ele, ouvindo suas lamentações ao pé de seu ouvido.
Ela jogou a cabeça para traz no ombro de Dane sem quebrar o contato
visual com Léo e se deu ao luxo de sentir um pouquinho do Dane, rebolando
em seu eixo. Dane abaixou suas mãos dos seios dela para seu quadril a
ajudando no movimento. Ao passo que Léo afagava suas próprias bolas com
a mão direita e com a esquerda torturava os bicos tesos dos seios dela
assistindo como ela se satisfazia em cima de seu amigo. E é claro retribuindo
com muita luxúria o olhar que recebia.
Dane levou uma de suas mãos e puxou pelos cabelos dela deixando
seu pescoço livre. Mordeu e beijou até atrás em sua orelha e disse com a voz
rouca de tesão:
— E aí safadinha, já está segura pelo meu eixo. Como você queria. E
agora?
— Sim... Ahhhh simmmmm... Agora.... — Foi dizendo pausadamente
e se inclinando para frente — Vou saborear a obra prima que é esse pau de
Léo.
Segurou na cintura de Léo e o puxou para mais perto. Seu pênis ficou
na altura de seu rosto, roçou ele em suas bochechas. Levantando um
pouquinho, mas sem sair do encaixe com Dane, lambeu o abdômen de Léo
limpando o rastro da calda que havia ali. Deu uns chupões naqueles
gominhos esculpidos por Deus. Sentiu seu pau dar espasmos próximo aos
seus seios, lembrando o que a esperava lá embaixo. Ensandecido Léo
agarrou com as duas mãos em seus cabelos e ganindo empurrou ela para
baixo, o que causou uma quase parada cardíaca em Dane que a recebeu até o
fundo. Ele tentou loucamente controlar o ritmo de seu quadril, mas ela
empinava e arreganhava ainda mais às pernas, o que deixava ainda mais
difícil. Ele a chamava de safada, gostosa e soltava vários palavrões. Ela
adorava.
Nininha agarrou a base do membro de Léo e lambeu e comeu todo o
chocolate, que estava mais delicioso misturado ao gosto dele. Ao terminar
começou um vai e vem com a boca e as mãos. Seus cabelos e quadris
estavam doloridos de tanto que eles apertavam. Mas ela só sabia adorar tudo
isso.
— Você é tão gostosa princesa, uma princesa muito safada e gostosa.
Vejo que você está aprendendo rápido a lidar com seus machos. — Disse Léo
entre os dentes com prazer e volúpia em seu semblante. Passaram um tempo
assim. Até que Dane passou a acariciar seu clitóris e martelar em um ponto
específico em seu interior. Ela rebolou e chupou freneticamente até montar
em seu orgasmo que a quebrou sofregamente.
Quando os meninos perceberam que ela havia tido seu prazer. Se
entenderam entre olhares. Eles a queriam juntos novamente. Léo a retirou de
Dane e para fora da banheira e a tomou em um beijo arrebatador. Dane saiu
do banheiro. Léo virou ela de bruços na bancada de frente ao espelho,
levantou uma de suas pernas e se introduziu no seu centro de uma única vez,
altamente úmida só pôde gemer de prazer. Seu corpo já estava acumulando
energia para um próximo ápice a ser atingido. Iria morrer de tanto prazer.
Morreria feliz então. Léo não foi razoável, meteu com vontade e a imagem
deles no espelho era mais um atrativo para aumentar seu tesão. Léo era bem
visual em relação ao sexo, adorava ver os seios pulando enquanto metia e o
rosto dela que não escondia o prazer sentido. Puxando seu cabelo para trás
meteu ainda mais rápido e forte não aponto dele gozar, mas dela gozar
novamente agora no seu pau. Ela gritou de tanto prazer, pedia por mais ao
mesmo tempo que dizia que não aguentaria mais. Ao ver que Dane retornou
do quarto com o lubrificante, se retirou dela sem muita vontade. Porém, sabia
que o melhor estava por vir.
Drogada pelos orgasmos sentidos, Nininha se sentiu sendo
imprensada pelos dois, que loucura era aquela. Ela queria mais, mas não
sabia se aguentaria.
Dane à sua frente e Léo atrás. Sentia mãos e bocas por todos os lados,
sua buceta já voltava a latejar de vontade. Eles se alternavam nos beijos
deixando ela sem ar, sem folga sem escolha. Suas costas estavam sendo
massageadas com creme, ou ela pensava que era. Léo desatou qualquer
possível nó em seus ombros e definitivamente Dane conseguiu uma cor bem
mais escura em seus seios já que se apossou deles novamente. Com os braços
pendurados nos ombros de Dane o beijou apaixonada e empinou sua bunda
para Léo que direcionava a massagem para lá.
O lubrificante tipo óleo corporal deixou o corpo de Nininha brilhando
e escorregadio. Léo não via a hora de ter ela por trás. Passou lubrificante em
seu buraco enrugado e se deliciou ao colocar seu dedo lá e receber uma
rebolada dela de volta. Pronta. Preparada. Perfeita. Ele a amava.
Dane a suspendeu no colo a penetrando novamente e dizendo a ela:
— Meu amor você nos tira do sério, queremos você novamente
juntos, mas se você achar que não consegue, ou que está muito cansada nós
vamos entender.
— Ai Dane, eu quero vocês juntos em mim de novo. Estou cansada e
se talvez tivesse algum oxigênio no cérebro diria que está cedo realmente.
Tudo isso é muito novo para mim. Mas eu não viveria em paz sem tê-los de
novo dentro de mim. Sei que vocês não me machucariam. Vamos e me levem
novamente para voar.
Era só o que Léo precisava ouvir. No meio do banheiro Dane a
sustentava em seu colo a penetrando e tomando sua boca. Léo chegou por
trás dela beijando na linha do ombro, mordiscando a nuca e apalpando sua
bunda. Dane pôs suas mãos por baixo de suas coxas, e deslizava ela sobre seu
membro grosso, o que fez suas bandas abrirem mais. Léo aproveitou se
abaixou e ajoelhado no chão se masturbando lambeu o fruto de seu desejo
arrancando mais gemidos desesperados dela. Nininha achava aquele ato
altamente pecaminoso, impróprio, afinal ela estava com Dane a penetrando,
mas era tão maravilhoso e excitante, agora queria muito mais do que a língua
de Léo ali. E como se adivinhasse o que ela pensava levantou alucinado e
passou seu membro para cima e pra baixo na sua abertura.
— Princesa, estou louco para conhecer e comer esse seu rabinho
apertado, mas se você achar que é de mais por hoje tudo bem...
— Léooooo, anda, não me faz pensar. Isso é loucura por si só. Eu
amo vocês, quero vocês. Ahhhh Daneeee.
Ao ouvir suas palavras Dane se aprofundou em suas estocadas. Léo
não quis ficar de fora, foi se colocando aos poucos no orifício apertado dela.
Dane parou o movimento com seu pênis enterrado dentro dela e segurando-a
firme para que Léo tivesse seu tempo. Ela o apertava e mordia ao ser
preenchida pelo seu amigo. Suas súplicas pedindo por mais e por menos o
deixavam alucinado. Porém apesar de tudo mantinha suas reações sob
controle para não permitir que ela sofresse além do prazer. Sua menina era
forte e fugaz. Tomou os dois lindamente e quando se sentiu a vontade
timidamente começou a cavalgar os dois ao mesmo tempo.
No meio do banheiro pendurada entre os dois descobrindo novas
formas de prazer e disposta para tudo com esse homens, seus homens, só
queria um gravador para o som mais sexy que ouviu na vida. Dois homens
fortes, lindos e gostosos gemendo em seus ouvidos com o prazer que seu
corpo lhes dava. Seus corpos juntos emitiam rugidos de puro pecado. Os dois
a levavam para onde queriam dentro do banheiro, ora um encostava na parede
ora o outro. Depois se dirigiram para o quarto magicamente acoplados e
terminaram na cama. Acabados, cada um buscando o ar que precisava para
sobreviver. Dane após gozar se retirou dela e só ficou a beijando e venerando.
Já Léo não queria sair do novo melhor lugar do mundo para ele. Mas foi
expulso por assim dizer. Agarrada aos dois começou a se dar conta do pouco
tempo que restava antes de ir embora. Bateu uma vontade de chorar, suas
emoções estavam à flor da pele e sem querer soltou uma lágrima insistente.
— Por que está chorando amor? — Perguntou Dane ao perceber sua
lágrima.
— Como chorando? Nós a machucamos, eu a machuquei? — Disse
Léo preocupado.
— Não gente, vocês não me machucaram. É que... Bateu uma tristeza
de saber que vou embora.
Léo se sentou na cama e a trouxe para seu colo, enquanto Dane se
colocava atrás dela fazendo carinho em suas costas e dizendo:
— Se serve de consolo nós também nos sentimos assim. Ainda mais
sabendo que estará sozinha podendo ser cantada por qualquer engraçadinho
lá no Rio. Me da ódio só de imaginar.
— Ah fala serio, não tem nenhuma possibilidade. Agora já vocês tem
essa vadiLia entre outras que não conheço.
— Não se preocupe com aquela idiota, nós vamos dar um jeito na sem
noção. — Disse Léo puto.
Ela sentiu a cama se mexer e viu que Dane levantou e foi ao banheiro
parecendo irritado. Se aconchegou mais ainda ao Léo procurando abrigo. Ele
acarinhava seus cabelos que estavam rebeldes depois de tanta atividade. Léo
iniciou uma conversa na tentativa de deixa-la mais relaxada quanto ao fato de
ir embora.
— Pense princesa, tudo tem um por quê. Nós não seríamos tão
perfeitos juntos se não pertencêssemos um ao outro. Estamos ligados, os três,
formamos um "Trisal" e nada vai nos separar. Nem a distância, nem as sem
noção da vida, nem os suicidas que tentarem colocar as mãos em você. O que
precisamos é acertar algumas questões para que fiquemos juntos para sempre.
— Você como sempre usa as palavras "Para Sempre" com tanta
certeza que quase me faz crer ser possível. O para sempre não existe Léo...
— Shiiiiii, eu vou provar que existe sim, ou melhor nós, eu e Dane
vamos provar a você que nosso "Para Sempre" está mais perto do que nunca.
Feliz ao ouvir suas palavras, porém ainda não tão confiante, deixou
seu pensamento vagar num possível Para Sempre.
— É Léo, mas às vezes acho Dane tão entregue e em outras tão frio.
Como agora, ele saiu da cama, achei estranho. Posso estar sendo meio boba,
mas é que não tem como me sentir muito confiante, sei lá.
Léo pôs ela sentada em sua frente e colocando as mãos no seu rosto
disse:
— Você não vê como nos tem nas mãos, Dane mudou muito em
pouco tempo e vai mudar ainda mais. Já te dissemos o quanto sofremos neste
tempo longe de você, mas tenho que te dizer que aquele idiota sofreu muito
mais, o infeliz só não foi ao fundo do poço por conta do trabalho que ele
entrou de cabeça. Nunca tire conclusões sobre o que sentimos sem antes
conversar. Isso vai evitar grandes problemas.
— É verdade... — Nininha suspirou e beijou Léo amorosamente.
Saindo do banheiro Dane viu sua menina beijando seu amigo.
Pensou... Um dia queria ser também esse porto seguro que Léo é para ela...
Antes disso tenho que aprender muita coisa.
Aprendeu hoje que não sabe lidar com ela chorando. Ao ver sua lágrima
caindo quis matar alguém, só que o problema não era alguém e sim o tempo.
Já estava decidido, ele e Léo iriam pedir transferência para o Rio e após
conseguirem pediriam ela em casamento. Mas ele sabe que tudo isso depende
do tempo. Se sentiu tão pequeno e incapaz, por isso foi para o banheiro e lá
mais uma vez sentiu seus olhos arderem e as lágrimas descerem. Precisava
dela mais do que jamais imaginou.
Se chegou aos dois na cama e carinhosamente depositou beijos em
seus ombros, ela soltou os lábios de Léo e se virou lhe presenteando com um
sorriso acolhedor. Juntaram suas bocas e uniram suas línguas em uma dança
romântica. Beijos e carícias foram trocados entre os três, nada sexual, tudo
na linha da paixão. Como namorados descobrindo o amor um pelo outro ao
mesmo tempo. Em intervalos de beijos, a boca desocupada ditava as
palavras:
— Eu te amo...
— Eu amo vocês...
— Eu te amo...
Com o emocional em carne viva Dane disse:
— Meu amor, minha menina não se preocupe com a distância, já
estamos como disse, nos organizando para estar com você. Porque nosso
lugar, nossa vida será onde você está. Isso é o queremos e muito além disso é
o que precisamos. Não tem jeito, você será refém de nós dois para sempre e
nós de você.
— Ooooooo Dane, Léo vocês me fazem acreditar em conto de fadas.
Só que nesse conto eu sou muito mais sortuda do que todas as princesas da
Disney. Está chegando a hora de eu ir, então gostaria de mais um pouquinho
de vocês dois. Só que agora um de cada vez, esse pouco tempo com vocês vai
me render semanas sentindo a posse que tiveram em meu corpo.
Amo... Muito... Vocês.
Gradualmente cada um tomou mais um pouquinho de Nininha.
Amando cada pedacinho docemente, fortalecendo os laços afetivos
adquiridos neste tempo que tiveram juntos.
Dessa viagem ficou a certeza de que o para sempre existe ou pelo
menos era possível, que o amor que nasceu entre eles era incondicional e
principalmente que nem o tempo nem ninguém poderiam quebrar o que não
era feito de vidro. Se os três forem fortes o suficiente um pelo outro, dois por
um e os três pelo o trisal o amor só iria multiplicar. Amor que é amor só
constrói, nunca destrói.
Capítulo 34: Tudo tão sem cor.

" Onde estão as cores?"

Todos os comentários sobre o Rio de janeiro que eu escutava


de turistas quando chegavam de avião, era sobre a paisagem abundante e

diversificada. Um paraíso multicolorido que iam do azul do mar aos verdes

das florestas. Suas montanhas reluzentes à luz do sol, ondas quebrando na

areia da praia repleta de guarda sóis coloridos e corpos bronzeados de um

lado para o outro formando um grande formigueiro humano. “Onde estão as

cores agora?"— Pensava Nininha.


(...)

Não foi essa a visão que Nininha teve ao avião se aproximar do seu
Rio de Janeiro. Era sua terra natal, já sabia das belezas que ali se
encontravam. Porém nunca havia visto do alto. Sem euforia procurou pelas
cores tantas vezes citadas, não conseguiu enxergar. Para sua surpresa as cores
de seus olhos ficaram na fronteira onde deixou seus meninos. Apesar de
saber que a despedida não era por muito tempo não conseguia deixar a
tristeza ir embora. Esse é seu lugar? É aqui que quer estar? A resposta era
não. Seu lugar era com seus meninos, é ao lado deles que deveria estar. Foi
lá onde deixou seu coração.
Suspirando firme e segurando as lágrimas que insistiam em querer
aparecer foi se preparando para desembarcar e talvez passar semanas sentindo
esse vazio insano que se criou no seu peito ao se despedir de seus meninos no
aeroporto.
No saguão avistou Lary e Bruna. As duas com semblante de alegria
ao lhe ver, que foi se desfazendo ao fitarem seu rosto e perceberem apesar do
seu esforço, a tristeza em seu olhar.
Lary foi a primeira a ir em sua direção, se preparou para uma série de
reclamações, mas não, não foi isso que ela fez. Ela simplesmente pegou em
seus ombros analisou seu rosto com mais atenção e depois a abraçou num
abraço acolhedor que só uma pessoa que te conhecesse de verdade poderia
lhe dar. Segundos depois veio Bruna e abraçou elas juntas. Nininha não
aguentou a pressão e liberou todo aquele sentimento guardado e remoído na
volta de sua viagem. Largou tudo no chão e retornou o grande abraço de
"três". Enfim, segura de novo. E o curioso é que percebeu que seu número da
sorte deveria ser o três. Um trio de amizade. Um Trisal no amor. Nunca se
sabe o que a vida pode nos trazer.
Apesar de as lágrimas caírem evitou os soluços, detestava essas cenas.
Lary disse no seu ouvido:
— Seja o que for que tiver te deixado assim daremos um jeito.
Teamodoromuito!
Quando Lary terminou Bruna engatou e disse:
— Eu sei onde seu pai guarda às armas e sei como usá-las. Só
precisamos comprar as passagens e ir lá matar aqueles filhos da puta gostosos
pra caralho que te fizeram chorar. Teamodoromuitotambem!
Sem condições de continuar chorando depois do que Bruna disse,
Nininha se apartou delas pegou suas coisas e falou:
— Bruna sua vaca, você não tem jeito. E não vamos precisar matá-
los, porque isso seria me matar junto. Estou triste sim, mas vocês devem estar
imaginando os motivos errados. Tanta coisa aconteceu, não sei nem por onde
começar.
— Nunca espere que eu mude, obrigado. De nada. E se não é o que
estamos pensando o que aconteceu lá? Depois de passar um tempo com
aqueles homens, que não são referência de homens reais, você deveria estar
radiante e não parecendo uma difunta cracuda.
— Estava faltando, obrigado Bruna estou me sentindo bem melhor
agora. — Respondeu Nininha carrancuda.
— Ei vocês duas, não tem como conversar ou brigar aqui. Vamos lá
pra casa fazer um brigadeiro e conversar sobre a viagem. Meus pais foram
para região dos lagos. E Bruna, quero saber desde quando você sabe mexer
em armas.
— Vai-lha me santo das gulosas por dois e chocolate!!!
Por favor Lary sem chocolate por um tempo, já estou bemmm satisfeita, acho
melhor um vinho. E Bruna vai ter que me contar também como sabe onde
meu pai guarda às armas se nem eu sei. E falando nele, o que vocês fizeram
com ele que desistiu de vir me buscar. Vi a mensagem dele agora quando
cheguei.
— Ah! Se sabe, seu pai não resisti ao meu charme... — Disse Bruna
toda se querendo. — Não, agora é sério, disse para ele que depois de uma
viagem como esta você precisaria de suas amigas, coisa de menina. Daí, ele
ficou de boa.
— Uhum sei. Bom é melhor a gente ir então, estou muito cansada e
dolorida. E a ideia do vinho é real.
— Safadhenhaa... Dolorida hein, faço uma ideia. Vamos passar na
minha casa e pegar umas garrafas de vinho antes, porque em Lary deve ter
apenas suco verde. — Disse Bruna debochada.
— Vaca... — Retrucou Lary dando língua para Bruna.
— Tá, tá, OK... Bruna é uma vaca, masss vamos lá buscar os vinhos.
Preciso. Vou avisar meu pai que vou dormir na sua casa Lary. E Bruna, nem
adianta tentar pensar em sair, hoje quero apenas uma noite de bebedeira com
as amigas.
As meninas concordaram felizes em ter uma noite só para elas e as
garrafas de vinho. Saíram do aeroporto, pegaram as três garrafas de vinho em
Bruna e seguiram para casa de Lary.
Horas mais tarde e uma garrafa e meia de vinho depois. Nininha terminava de
contar tudo que aconteceu enquanto estava com eles. Parando em alguns
momentos para responder as infinitas perguntas de Lary e xingar a vaca da
Bruna com seus comentários debochados.
— Pois então, foi isso que aconteceu. Agora o que restou deles em
mim, foi esse cordão no pescoço, essa sensação do corpo dolorido pela
atividade intensa que vivemos juntos e a merda do tempo, até eles decidirem
a vida deles e virem para cá, de vez.
Boquiaberta Bruna olhava para sua mais recente nova amiga. Porque
aquela não era a Nininha que ela deixou no aeroporto para viajar. Enquanto
ela explicava tudo que tinha acontecido suas amigas analisavam as suas
feições e comportamento. Apesar da tristeza óbvia que sentia por estar longe
de seus meninos, ela ainda assim emitia felicidade genuina, uma certa
liberdade e uma feminilidade muito mais acentuada. E se Nininha soubesse
que era isso que elas estavam pensando diria "sim eu mudei". Ela havia
mudado, a tristeza que sentia não era pela insegurança de perdê-los para
outras mulheres, era simplesmente pela falta de estar com eles.
— Bem, que lindo amiga, eles realmente te amam. E que linda
surpresa, achei que só acontecia em filmes. Se você também os ama como
está nos dizendo tem mais é que se permitir e viver essa história encantada,
mas sem nunca tirar os pés do chão. Você merece ser feliz, esse pode ser o
seu felizes para sempre. — Disse Lary emotiva, um pouco pelo vinho ou
pela história de amor.
Elas se abraçaram. Nininha pegou em seu cordão e mostrou a
gravação dos seus nomes. Explicou também o que significava aquele
pingente. O que fez as duas intrigadas e cheias de perguntas. Bom, Bruna
nem tanto, sabia muito mais que as três ali. Falou sobre as coisas que já ouviu
falar e propôs as amigas para pesquisarem na internet juntas.
Nininha ficou intrigada com a quantidade de pessoas que vivem ou
desejam viver uma relação como a que ela e seus dois meninos estavam
iniciando. Não eram pessoas atrás de sexo diferente, eram pessoas abertas de
verdade a viverem uma vida com mais de um namorado(a), marido(a),
baseado no amor verdadeiro. Haviam Trisais como eles que tinham casado e
tido filhos.
Porém, percebeu também que nem tudo eram flores. As pessoas ainda
são muito preconceituosas. Intrometidas acham que devem exigir que o que
pensam que é certo prevaleça na vida dos outros também. Julgam as mulheres
nesses casamentos com mais de um homem como meretrizes, ou os homens
com a mulher são obrigatoriamente gays, ou as mulheres que estão com um
homem são lésbicas, ou então definem a todos como bisexuais. O que não é
verdade. Até pode acontecer provavelmente, já que estamos falando de amor
sem limites. Porém pela experiência de Nininha ela poderia dizer que seu
relacionamento era baseado em vários seguimentos do amor. Como o amor
entre eles que são amigos, mas se vêem como irmãos. Como o amor de cada
um por ela que parecia ser igual, mas era bem diferente. Dane bem mais
possessivo e dominante. Léo pura ternura e romantismo. Ainda havia o amor
dos dois por ela na hora do sexo, esse era sem dúvidas o mesmo. Puro desejo,
tesão na mesma medida. E ainda tinha o seu próprio amor por cada um
individualmente e pelos dois sexualmente. Ela pensava, há tanto amor em
tantos sentidos, que a única explicação para as pessoas julgarem isso feio,
errado e anormal seria inveja e incompreensão do que é o amor verdadeiro.
Só alguém que nunca viveu o amor, pode pensar que qualquer tipo de amor é
vulgar e errado. Errado mesmo não seria não amar? Pensava ela.
— Nossa, ao passo que fiquei feliz em saber que outras pessoas
também tiveram a oportunidade de ter um relacionamento tão maravilhoso
como meu, me dói imaginar alguém sofrendo preconceito, críticas somente
por amar e ser amado.
— É um mundo cruel, Nininha. É bom que saiba desde agora o que
pode acontecer com vocês também. — Falou Bruna em tom sério.
— Isso era para me encorajar ou me fazer desistir? — Nininha
levantou após responder a Bruna e foi ao banheiro um pouco sentida, mas
sabendo que Bruna não estava errada.
— Aiii... Lary tá maluca? — Resmungou Bruna ao levar um tapa no
braço de Lary.
— Você como sempre sutil em dar conselhos... Porra tá maluca você,
aprende a falar direito. — Retrucou Lary
Os ânimos se exaltaram um pouco, vinho era combustível para isso.
Nininha saiu do banheiro e viu as duas numa pequena discussão. Meio
trôpega sentou entre as duas tentando falar, mas sem conseguir. Resolveu
fazer melhor, pegou a garrafa de vinho e virou os resto assistindo as duas
debatendo ou se xingando.
— Sabe o que acontece, vocês duas são duas hipócritas, como a
maioria das pessoas. Vocês acham que eu não fui sutil ao dizer para uma
amiga que eu amo para ser cuidadosa? Para saber se está realmente preparada
para inquisição? Ora, ora logo eu a rainha dos apelidos que são para degrinir
as mulheres somente porque se sentem livres sexualmente em dizer e fazer o
que tem vontade? Veja bem, eu aturo ser chamada de louca, vaca, galinha
entre outros mais... Porque eu realmente não estou nem aí para o que os
outros pensam ou dizem. Eu sou eu, sou uma alma livre, gosto de usar o livre
arbítrio que Deus me deu em favor da minha própria pessoa. Se ele que é ele
nos permitiu decidir ser quem quiséssemos, por que eu deveria ser como os
outros gostariam ou prefeririam que eu fosse? Ah! Fala sério, vocês apesar de
serem minhas amigas sempre me julgam pelas minhas atitudes com os
homens, pela quantidade de homens ou pela minha sutileza ao falar sobre
tudo que acredito de maneira direta.
— Bruna eu não...
— Não Lary me desculpa, mas agora eu estou falando. O fato aqui é
que sempre, eternamente terá uma pessoa ou um grupo de pessoas que vão
querer te julgar, seja porque acham que é uma puta, ou porque passou da
idade de casar, ou porque casou e ainda não teve filhos, ou porque não
estudou, ou por sua opção sexual ou por outros milhares de motivos. A
questão então é, você está preparada para isso? Para encarar de frente essas
pessoas e ao invés de se retrair e se esconder, enfrenta-las e mostrar que se
sua opinião ou opção às afeta de maneira ruim, a você só traz felicidade?
Essa é a diferença. E se você Nininha não entendeu o que quis dizer, desculpa
amiga sou sem jeito mesmo. Vejo que você voltou mudada e tudo, mas
conheço você desde criança tenho medo que você não seja forte o suficiente,
não por eles ou pelo seu amor. Mas pela ruindade das pessoas que vão querer
sempre mal dizer seu relacionamento e tudo que você quiser construir através
dele. Por isso quero que você entenda, jamais quero que você desista desse
relacionamento se ele te faz feliz, eu quero é que você se prepare para o que
pode ter que aturar. Saiba que eu estou aqui desse meu jeito torto, debochado
e sutil de ser para te ajudar sempre que precisar.
Após esse ataque de lucidez (permitam me dizer) de Bruna, as amigas
ficaram sem reação. Bruna ao terminar deu a última golada de sua taça e se
sentou no sofá. Então Lary se levantou sentou ao lado dela no sofá, e disse:
— Sinto muito Bruna, realmente tantas vezes eu recriminei sua
conduta em relação ao seu comportamento e tudo mas. Mas depois do que eu
ouvi estou me sentindo uma idiota.
— Nós estamos... — Também falou Nininha e se aproximou das
amigas no outro sofá pegando na mão de Bruna. — O que você disse é uma
grande verdade. Todos acabamos por julgar os outros mesmo sem sentir.
Somos mais donos das nossas verdades do que de nós mesmos. Entendi o que
você quis me dizer, captei a mensagem. E digo a você que estou preparada
para isso porque como você, nada mais me importa a não ser minha
felicidade e ela vai depender de estar ao lado das pessoas que eu amo, ou
seja, daqueles dois Deuses Olimpianos. E o melhor disso tudo é que eu sei
que as melhores pessoas no mundo estarão ao meu lado não me deixando
levar pelas más línguas. Vocês duas e meu pai. Eu sou uma pessoa muito
especial. Agradeço a Deus por me presentear com um trio maravilhoso de
amizade e meu trio gostoso amoroso. Fora o meu pai sensacional. O que
querer mais?
As três se abraçaram forte e choraram juntas. Um momento de
meninas realmente, coração completamente aberto, amizade verdadeira. Ao
contrário do que algumas pessoas pensam, às vezes, uma briguinha pode
aumentar o apoio e confiança. Precisamos sim mostrar ao outro, amigo,
amante, parentes e etc... Quem somos, colocar em pauta o que pensamos e no
final o respeito lacra as questões de preconceito estreitando os laços afetivos
que são o que verdadeiramente importa. E para aqueles que não entendem,
fica apenas nossas orações para que um dia encontrem as respostas e quando
isso acontecer não estejam sozinho para assimilar a verdade em questão.
— Amo vocês meninas, masss ainda tem outra garrafa de vinho e não
tô bêbada o suficiente. Vou buscar. — Foi dizendo Bruna ao se levantar.
Depois que ela saiu da sala Lary sussurrou:
— Tô começando a achar que a Bruna é a mais sã entre nós três.
Preciso beber mais.
As duas riram. Bruna voltou com a garrafa e disse:
— Bom chega de papo cabeça... Quero saber duas coisas, primeiro:
qual foi a sensação Nininha, dos dois te comendo ao mesmo tempo. E
segundo: o porquê de você não ter dado uns tapas nessa "vadiLia", por Deus
Nininha, como você pôde deixar ela sair batido sem nenhum puxão de
cabelo. Por muito menos você deu na cara daquela idiota no bar que me
chamou de cadela. Lembram disso. E olha que ela estava certa.
Aos risos Lary e Nininha responderam que lembravam e se servindo
de mais vinho foi Lary que relembrando contou a história:
— Claro, jamais vou esquecer. Nós estávamos muito doidas de
tequila, quando passamos pelo bar, Bruna assanhada como sempre mandando
beijos para os caras que não tiravam os olhos da gente. Aí a loira aguada se
doeu porque viu o bofe dela olhando também e chamou a Bruna de cadela e
outras coisas… — Ainda se acabando de rir tentou se recompor para terminar
a história. — Foi aí que Nininha transtornada olhou para trás me puxou e me
perguntou: "ela chamou a Bruna de quê?" E eu disse sei lá "de cadela". Então
ela me pôs de lado, passou por você Bruna, que nem estava aí pra loira
aguada e se pendurou no bar dizendo na cara dela: "olha aqui sua lambisgoia
só quem chama nossa amiga de cadela somos nós, e pahhhh na cara da
menina. Kkkkkkkk. Se não fosse nosso amigo garçom agarrar ela pela cintura
e levar ela para os fundos do bar, estávamos juntando os pedaços da loira
aguada até agora. — As três estavam gargalhando Nininha e Bruna se
jogaram no chão de tanto rir.
— Faria tudo de novo, só quem pode xingar minhas amigas sou eu, eu
hein que idiota. Kkkk — Se defendeu Nininha.
— Vamos, agora responde às perguntas que Bruna fez, também tô
curiosa. E estou ficando bêbada.
— Bom a sensação.... A sensação... É... Não tenho como explicar, foi
erótico, mas ao mesmo tempo terno. Eles me fizeram me sentir como um
templo sagrado. O som que nossos corpos emitiam era ensurdecedor, insano.
O prazer que encontramos juntos foi quase uma oração de tão especial e
sensorial, que nos deixou grogues por algum tempo enquanto recuperávamos
as nossas forças.
— Uauu! — Lary disse quase babando.
— Poxa, das vezes que eu estive com dois ao mesmo tempo, só senti
tesão e gozei mais nada. Foi bom, mas não como você está dizendo. — Falou
Bruna.
— Pois é Bruna, é que no teu caso não havia amor, só sexo mesmo. É
bom, mas não maravilhoso. — Respondeu Lary.
— É mesmo Bruna, pode ter sido por isso. — Concordou Nininha.
— Tá bom e o lance da VadLia.
— Bom, eu ia dar nela como disse, mas o ogro do Dane me segurou e
o Léo pôs ela pra fora. Fiquei muito, muito puta. Mas algo me diz que terei
outra oportunidade. Aquela ali não me engana, é do tipo urubu fica
sobrevoando. Aí dela enconstar um dedo nos meus meninos.
— Isso aí amiga e já te disse estamos aqui, e se precisar eu atiro. —
Disse Bruna fazendo gesto com uma arma em punho.
E com isso Nininha e Lary lembraram que ela devia algumas
explicações, sobre armas e como aprendeu a atirar. E a conversa fluiu, até que
muito bêbadas, e após comer pizzas dormiram ali na sala mesmo, dando fim a
noite das meninas.

Enquanto isso na fronteira...


Só um banho bem gelado fazia Dane voltar a realidade. Realidade de
que sua casa já não lhe parecia tão aconchegante como antes. Seus objetos
pessoais eram apenas companheiros de seu dia a dia, sem emoção. Até seu
melhor amigo e irmão já não tinha mais tanta graça. O brincalhão deu lugar a
um cara um pouco distante, pensativo. Mas Dane sabia onde seu amigo ia,
era onde ele também ia em pensamentos buscando as imagens do tempo que
tiveram com sua menina.
Após voltarem do aeroporto suas posturas mudaram. Nunca estiveram
tão cansados, era um cansaço emocional e isso tudo só pôr estarem a algumas
horas longe da mulher mais importante de suas vidas. Na volta pra casa não
falaram nada, apenas se fizeram companheiros no silêncio da dor de cada um.
Tendo o trabalho como o único motivo para permanecer neste lugar,
agora sem vida, mais do que nunca se empenharam na missão que tinham
pela frente. Léo fazia algumas ligações e Dane verificava algumas
solicitações e permissões necessárias.
Até Brutus estava triste ao ver seus pais naquela desolação total.
Receberam uma mensagem de Nininha dizendo que tinha chegado
estava tudo bem e que ia para casa de uma amiga, depois se falariam de novo.
O que deixou os meninos meio cabreiros, pois imaginaram o porquê dela não
ter ligado direto ao invés de mandar mensagem e porquê do celular desligado
quando eles tentaram retornar. Decidiram pensar que ela deveria estar sem
sinal, e se não desse sinal de vida até o outro dia, eles voltavam a ligar. De
repente ela poderia querer ter um momento só com as suas amigas. E na certa
falando deles. Eles rezavam para que fosse coisa boa.
Léo já estava um pouco de saco cheio do seu trabalho, foi ler um livro
para tentar relaxar. Não deu certo. Foi para varanda onde eles tinham uns
aparelhos de academia, um saco de areia e até um pequeno tatame onde de
vez enquanto treinavam juntos. Fez sua série de rotina, usando bastante
intensidade no exercício. Ao parar um pouco os abdominais e beber água,
olhou para sua barriga suada e lembrou do quanto sua princesa gostava de
lamber e mordiscar seus gominhos saltados.
Isso fez um sorriso aparecer em seus lábios. Como podia estar tão feliz e
triste ao mesmo tempo? Pensava ele.
Léo estava limpando o aparelho quando Dane apareceu.
— E aí cara, tranquilo? Você teve alguma notícia? Eu tentei e não
consegui.
— Não, não tive... Também tentei, mas a porra do celular diz estar
fora de cobertura. Merda! — Léo falou puto e deu um soco no pobre saco de
areia.
— Cara, não adianta ficar assim, é claro que deve ter uma explicação
óbvia. E ela vai nos dar, e espero que seja bem realista porque se não acho
que pego um avião só para ir lá e dar uns tapas naquela bunda gostosa e
depois beijar ela todinha. Rsrs.
— É pode ser. Não consigo deixar de pensar que ela possa estar
pensando sobre o assunto da Lia e talvez sei lá, pense melhor se vai ficar com
a gente. Esse lance de ficar longe é uma merda. Bate uma insegurança, sabe
como é.
— Sei cara, sei... Sinto o mesmo, Léo. Mas tantas vezes você mesmo
nos convenceu de que precisamos acima de tudo confiar um no outro. Vamos
dar essa confiança a ela. É claro que nós dois sabemos que ela não tem
escolha, porque de qualquer maneira vamos lá e a reivindicamos de novo e
quantas vezes forem preciso. Ela nos ama cara, nós a amamos e não tem Lia
nem meia Lia que vai fazer isso diferente. E falando nela, liguei para o
encarregado que colocou uma infinidade de desculpa para não ter como a
demitir por ora. Então vamos ter que atura-la. Vamos pensar que será por
pouco tempo. E também dei entrada, mesmo sem falar com você no pedido
de transferência para o Rio de janeiro. Vai ser preciso você ir lá assinar
alguns documentos e falar em que área vai querer atuar no Rio. Já te adianto
que coloquei que quero atuar em algo administrativo ou de estrada. Enfim,
vamos ver o que vai dar. A certeza é de que, quero logo terminar esta missão
e ir o mais rápido possível para o Rio.
Com o semblante menos pesado, Léo logo se alegrou com as palavras
de Dane e disse concordar com ele em tudo. Mas para Léo o pior era ter que
aturar aquela safada de gracinha com ele.
— Brother só quero que a Lia não se meta a besta comigo. Morreu pra
ela o Léo de boa. Agora só desprezo. Quase que ela acaba com nossa noite.
— Calma irmão, não adianta ficar assim. Vamos nos concentrar no
serviço e rezar para o tempo passar rápido. E que tal um mano a mano pra
desestressar?
— Só se for agora, bora. — Léo já respondeu indo para o tatame em
posição de luta e rindo que nem criança.
Dane tirou a blusa e ficou só com o shorth que usava. Rindo da cara
de felicidade do seu amigo que não recusava uma boa briga de galo. Foi para
o tatame se posicionando e querendo que esse treino tanto os fizesse relaxar
quanto preparar para o que estava por vir.
— E aí vai ficar dançando de um lado para o outro feito menininha?
Se eu soubesse tinha colocado uma música pra mocinha dançar. Rsrs. —
Provocava Dane.
— Deixa de ser viadinho e cala boca. Vê se consegue me acertar ao
invés de ficar falando merda.
Um soco voou do punho de Dane no rosto de Léo que por pouco não
se esquivou. Rindo Léo devolveu numa saraivada de socos acertando alguns
e errando outros. Num jogo de pernas Dane se movimentou e acertou na
cintura de Léo. Que deu um pulo e perguntou a Dane quando ele ia bater que
nem homem. O que só fez seu amigo rir, logo teve que se proteger de um
chute alto de Léo. Dane sabia que Léo era bom, mas também não ficava atrás,
só que ele era melhor no chão. Tentou a todo custo levar a luta para o chão.
Mas é claro que Léo sabia que talvez não teria chance se fosse para o chão.
Então fez de tudo para não deixar isso acontecer. Um tempo depois os dois já
estavam exaustos. Pararam a luta e ficaram se auto zoando, foram pra cozinha
fazer um lanche e cuidar das possíveis marcas roxas que a brincadeirinha no
tatame ia lhes trazer.
— Dane, estava pensando aqui, quando tudo isso se resolver, falo da
nossa transferência e tudo o mais. Acho que deveríamos pedir a Nininha em
casamento. O que você acha? Sabe, eu não quero viver em uma casa e ela em
outra. Aliás eu já quero chegar e levar ela para nosso apartamento e de lá ela
não sair mais, que você acha?
— Acho que você é um idiota. Mas um idiota sensato. Eu também já
havia pensado nisso, porém não quero viver com ela naquele apartamento.
Aquele lugar tem é histórias nossas cara, queria mesmo era uma casa com
quintal, onde eu possa ter uma churrasqueira e quem sabe uma piscina. Sei lá.
Parece que ela gosta muito de estar com as amigas e já somos três. Com o seu
pai e as amigas o AP fica apertado. E se.... Sei lá... No futuro... Um futuro
distante... A deixa pra lá.
— O quê? Fala...
— Talvez ela queira ter filhos ...
— Porra brother tá aí, só o amor para mudar as pessoas. Você já está
pensando em filhos, em algo que nunca quis pra sua vida. É claro que
precisaremos de uma casa e tem que ser próximo a praia, pois quero criar
nossos filhos no mar.
— Léo eu não pensava em querer nada da vida antes da Nininha
chegar. Você sabe, era só um dia atrás do outro, prazeres baratos e muito
trabalho. Nada que edificasse um homem de verdade, a não ser o trabalho. E
fui bom, devo admitir. Mas agora com essa sensação de vazio que ficou
depois que ela se foi, e do tempo que ficamos longe dela, só me leva a crer
que encontrei o que eu nem estava procurando. O que eu zoava você e os
outros quando falavam de se apaixonar e criar famílias. Não entendia, até
agora. Eu estou apavorado como nunca antes em minha vida, nem quando eu
perdi meus pais daquela maneira dolorida fiquei assim. A minha vida e meu
futuro depende daquela pequena mulher. Depende do que vamos construir os
três juntos. Você deve saber exatamente o que eu sinto, porque sei que é o
mesmo que você sente. Mas para você que tinha esperança de viver tudo isso,
se torna mais fácil, talvez. Eu não esperava sentir tamanha felicidade, e agora
que a sinto estou me sentindo pequeno, acho que não mereço. Vou fazer de
tudo cada dia da minha vida para fazer vocês felizes e principalmente os
nossos futuros filhos. Que a mim não importa se serão meus ou seus. Sempre
serão nossos.

Esses dois eram amigos desde de sempre. Costumavam dizer que


eram irmãos de barrigas diferentes. Léo realmente sempre almejou encontrar
a mulher de sua vida e que fosse a de seu amigo também. Já Dane nem
passava pela sua cabeça, e o fato de saber que Léo imaginava que ele se
apaixonaria pela mesma mulher só tornou tudo mais distante, já era difícil
encontrar um amor, ainda mais um para compartilhar.
Nunca em todos esses anos de amizade e companheirismo viu seu
brother tão entregue e aberto. Porém, mal sabia seu amigo que Léo apesar de
ter encontrado exatamente o que buscava estava completamente na ponta dos
pés. O medo disso tudo se desfazer por qualquer motivo o deixava fora de si.
— Fico muito feliz irmão de saber que você agora percebeu que
fudeuuu. Digo isso porque nós encontramos o que eu queria e o que você
nem esperava e agora estamos atados a viver juntos para sempre, e sempre
em busca de fazer a nossa mulher e nossos futuros filhos felizes. Porque deles
dependerá nossa felicidade, nossa vida. É brother, é essa a maior e mais longa
missão que trabalharemos juntos. Tudo que fizemos até agora foi apenas um
ensaio, preparação para o que vem, e o que vem é o melhor. Não poderia
confiar em outra pessoa para ser o pai para meus filhos e um marido para
minha mulher. Sei que isso soou estranho, mas se formos colocar ao pé da
letra é exatamente isso.
— Verdade... Isso soou estranho, diria até meio gay, mas vindo de
você gazela saltitante é até bonitinho. E concordo essa é a missão mais
importante de nossas vidas e eu não queria ter nenhuma outra pessoa que não
fosse você ao meu lado... Viu eu falando ficou menos gay. Vem cá me da um
abraço, eu te amo cara. Obrigado por permitir que eu faça parte de sua vida,
sou seu fã. E não espere porque nunca mais vou dizer isso novamente.
Entre risos eles se abraçaram como dois irmãos que se amam, e muito
além disso dividem uma vida, um futuro e a felicidade.
— Já chega de abraço Daniel, depois fica dizendo que eu é que sou a
gazela, seu viadinho. Te amo, brother. Agora vou subir tomar banho e depois
vamos entrar em contato com aquele ser divino que roubou nossos corações.
E se não conseguirmos falar com ela vou mexer uns pauzinhos e falar com
agentes amigos meus do Rio para rastrear ela e nos informar onde ela está.
Nem sei por que não fiz isso antes.
— Isso seria mais fácil se você tivesse anotado o telefone da casa
dela. Mas esqueceu. — Disse Dane.
— Ah é, e você não esqueceu também? Olha pra sua bunda antes de
falar da minha. — Gritou Léo subindo às escadas.
— Idiota. — Retrucou Dane.
Saindo da cozinha, Dane foi recebido por Brutus, afagou o pelo fofo e
foi até o sofá. Repassando tudo o que foi dito por seu amigo e por ele.
Pensando na vida que teriam pensando em crianças correndo na areia da praia
com pranchas pequenas atrás de Léo, com Nininha abraçada a ele, linda de
biquíni sorrindo ao ver sua família reunida e feliz. Essa era a imagem que iria
fazer de tudo para se realizar. Começou a relaxar de verdade. Imaginava que
não deveria mais ter tanto receio porque seu melhor amigo estava ao seu lado
e a certeza de que sua menina os amava só fortalecia sua segurança de que o
melhor estava por vir. Pegou seu telefone e abriu no aplicativo de mensagens,
viu que Nininha estava online. Não esperou Léo e mandou uma mensagem.

Grupo Trisal
@Dane: Me dê um bom motivo para senhorita estar com esse telefone
desligado desde a última mensagem, ou eu vou pegar um avião agora e ir aí
lhe dar umas boas palmadas.

Nenhuma resposta. Dane já se contorcia no sofá. Léo desceu às


escadas e disse que ia tomar uma cerveja e perguntou se ele queria,
respondeu que sim. Quando Léo voltou Dane estava olhando a mensagem
que havia mandado a alguns minutos. Viu que ela já havia visualizado e não
respondido. Isso voltou a deixa-lo tenso de novo. Explicou a Léo o ocorrido,
e seu amigo também não gostou nada. Tomou a cerveja que Léo lhe trouxe.
Daí foi a vez de Léo mandar mensagem.
@Léo: Paulina, isso já está passando dos limites você está há mais de
um dia sem falar com a gente. E se você não está doente, o que esperamos
que não esteja, já deveria responder. Estamos com saudades amor.
Dessa vez foi visualizado automaticamente. Bom pelo menos ela
estava ali agora.
@Nininha: ....Calma demorei a responder porque estava pensando em
um motivo bem ruim para que vocês venham para cá agora e me dar umas
palmadas. Hummmm...
@Dane: Engraçadinha, você está bem? O que aconteceu para você
não responder nem nos ligar?
@Nininha: É que... Não fiquem brabos eu...
@Léo: Já estamos brabos.
@Nininha: Sabia que eu amo vocês, muito muito muito ❤❤❤
@Dane: ❤
@Léo : ❤
@Nininha: Vou ligar no vídeo quero ver vocês.
Chamada de vídeo.
— Oi meus amores, me desculpem, quando cheguei Lary e Bruna
estavam me esperando e prepararam uma noite de meninas. Regada a vinho e
muita conversa.
— Vinho??? — Disseram os dois irritados.
— É, só três garrafas. E um licor de amendoim.
— Nininha vocês estavam onde? E quem estava com vocês? Você
ficou bêbada né, pode dizer? — Falou Dane ocupando todo o espaço do
vídeo.
— Calma amor. Estávamos só nós três, na casa de Lary. Foi muito
bom pra mim, eu precisava, desembarquei tão triste. Minhas amigas me
salvaram de uma noite em prantos. Porém passei o dia dormindo, daí quando
acordei e ...
— Passou mal, porra Nininha você não devia misturar, aposto que
ainda comeu alguma besteira junto. — Agora era Léo na tela.
— É eu sei seu chato. Esqueci de colocar o celular para carregar e
voltei a dormir, acordei vim pra casa aí tive que dar atenção para meu pai e só
agora eu ia falar com vocês. Acontece que eu não estou arrependida. Estou é
começando a me arrepender de contar a vocês. Estou aqui longe de vocês
morrendo de saudades, ainda com o estômago enjoado e vocês ficam
brigando comigo. — Falou Nininha se aproveitando do poder que um
biquinho tem.
— Oh meu amor, é que ficamos preocupados e estamos também
morrendo de saudades, só pensamos na hora de encontrar você de novo. —
Dane disse
— E não tem problema beber um pouquinho a mais, o problema é que
eu, nem Dane estava aí para te proteger, princesa. Por favor, não fique muito
tempo sem falar com a gente, tá bem.
— Tá bom. Eu nem quero ficar muito tempo sem falar com vocês,
apesar que eu queria mesmo era dormir e só acordar quando tudo estivesse
resolvido e vocês estivessem aqui comigo.
— Eu sei, nós também, não duvide disso. — Dane respondeu.
— Bem e seu pai como está e as meninas. E quanto ao que elas acham
de nós. E..
— Kkkk. Bom meu pai me encheu de perguntas sobre vocês, disse
que queria confirmar umas coisas, não entendi muito bem o por quê, mas
respondi, nada de mais. Quanto as meninas, elas continuam achando vocês
dois feios e velhos de mais para mim e que se eu queria um relacionamento
de poliamor deveria ser com uns quatro homens no mínimo.

Muitos palavrões foram ditos entre os dois. Nininha olhava abismada


para eles através da tela, cada um querendo tomar a frente para responder a
sandice que ela acabara de dizer. Ela foi logo se retratando dizendo que era
brincadeira. Acabaram rindo juntos. Falaram de coisas banais e do tempo que
poderia levar ainda para se verem de novo. Dane e Léo explicaram mais ou
menos quando seria. Em um assunto ou outro sondavam com ela lugares de
praia que ela gostaria de ir, ou talvez até morar um dia. Sem perceber ela foi
dando todo o ouro para os federais que já apreenderam o seu coração. A
conversa se estendeu noite a fora nenhum dos três queriam desligar. Mas os
meninos precisavam dormir, a operação só aconteceria na próxima
madrugada, mas eles precisavam estar na agência logo cedo e depois
descansar.
— Amor não vejo a hora de ter você novamente entre nós. Você é a
mulher das nossas vidas. Assim que nós chegarmos no Rio nunca mais ficará
sozinha. Será nossa para sempre. — Disse Dane em tom saudoso e
dominante.
— Exatamente princesa. Tudo que queremos é estar com você.
Estamos apenas concluindo nosso serviço e depois vamos correndo para
você. Nosso lugar é ao seu lado. Não deixe nunca ninguém dizer o contrário.
Te amo.
— Assim eu fico com mais saudade ainda. Esse cordão queima a
minha pele ao pensar em vocês. Ele foi cúmplice de nosso amor, esteve
conosco em momentos maravilhosos. Não consigo imaginar minha vida
longe de vocês, vocês me estragaram para qualquer outro. Resolvam o que
tiver que resolver por aí e venham para mim que estou esperando
ansiosamente. Amo vocês. Amo nós três juntos. Se cuidem pra mim. Me
liguem ao terminar a operação. Até lá estarei aqui orando por vocês. E quanto
a alguém dizer o contrário, eu vou sempre preferir ouvir a versão de vocês,
sempre antes de qualquer coisa. Espero que seja recíproco. E aliás, a
"docinho azedo" já foi mandada embora?
Uns instantes de silêncio depois e Dane responde:
— Sim amor, já falei com o encarregado e ele ia dar um jeito nisso.
Não se preocupe com ela nem com ninguém.
Se despediram e desligaram. Léo olhou seu amigo e indagou:
— Por que você mentiu sobre Lia?
— Não menti, sei lá, não sei por que fiz isso, fiquei com medo eu
acho. Omiti. Enfim, não tem como ela saber. Vamos esquecer isso. Vou para
meu quarto tomar banho e dormir.
— Brother, não achei certo isso, não precisava ter mentido, mas se
você sabe o que está fazendo tudo beleza. E não finja que vai apenas tomar
banho, vai e tocar uma que eu sei. Eu vou fechar a casa e já já vou para meu
quarto fazer o mesmo pensando na minha princesa.
— Já te chamei de idiota hoje Léo? Idiota.
— Só algumas milhares de vezes. Boa noite punheteiro.
— Vai se fude, gazela.

No Rio Nininha sorria abobalhada após falar com seus meninos. Não
queria acordar desse sonho nunca. Os dois a amavam mesmo. Mais forte ela
ficava, apesar da distância. Para a saudade não mata-la decidiu que essa
semana ia resolver a sua vida. No caso, trancar a faculdade até decidir o que
ia fazer. Retomar às vendas e cobranças com suas clientes. E principalmente
o que ela mais queria, pintar, produzir novas telas. Estava se sentindo muito
criativa. Apesar das cores não estarem tão vivas ao seu redor, pelo fato de
estar longe de seus amores, era só ela fechar os olhos e na lembrança viva
que tinha com eles a dança de cores viam fortes em sua mente, e surgiriam
em suas telas através de suas mãos.
Capítulo 35: Operação Pirata.

E aí companheiros, tudo certo? Os pelotões divididos como


combinado? Viaturas carregadas e apostos? Documentos necessários em

mãos prontos para apresentação? Não preciso lembrar a vocês que estamos

trabalhando nessa operação há muito tempo e nada pode dar errado agora,

nada. E principalmente, esta é a operação com mais possibilidade de

combate armado, então mocinhas, não quero ninguém dando mole para

aqueles bostas nos galpões. Precisamos ter cuidado com possíveis vítimas,

como prostitutas e alguns trabalhadores escravos. Essa missão é grande, o

objetivo todos sabemos, apreender drogas, mercadoria pirata, libertar

possíveis reféns e o prêmio é capturar e prender o maior traficante da

fronteira o “Chefão”. Então donzelas, preparadas para a ação? — Falou Dane

aos seus agentes.


— Sim, senhor. — Disse alguns.
— Talvez se o senhor emprestar o batom estaremos prontos. — Disse
um veterano engraçadinho.
Outros ainda disseram alto e em bom som:
— Ninguém fica para trás, senhor.
— Vamos lá e acabar com aqueles filhos da puta!
Afastado encostado numa viatura, Conrado tragava seu cigarro com
cara de escárnio para o que Dane dizia. Ao notar que ele o avistou mudou
rapidamente o semblante e caminhou em sua direção.
Os homens em volta faziam uma barulheira, uns trocando
informações sobre a ação e outros aos cumprimentos de boa sorte e sucesso
na operação. Armas eram engatilhadas e equipamentos jogados nas traseiras
das pick-ups. Antes de chegar até ele, Dane foi parado por alguns agentes
com perguntas sobre o serviço. Conrado deu sua última tragada e apagou
com o pé a guimba no chão. Foi cumprimentado por alguns colegas. Até que
Dane chegou perto dele.
— E ai Dane, tudo nos conformes para o sucesso da grande missão?
— Disse Conrado escorregadio.
Escondendo seu total desinteresse em falar com ele, mas ao mesmo
tempo preocupado por ele estar ao lado de Léo na linha de frente. Fez seu
papel de líder e como com os outros parou para falar com ele.
— A missão não é grande Conrado, grande são os homens que estarão
nela. E sim, acredito que esteja tudo nos conformes, e você e sua equipe
preparados? Sabe que o mais importante de tudo é que todos voltem sãos e
salvos. E como sua equipe é de linha de frente, prepara o terreno nos dando
retaguarda, têm que ter mais cuidado, tô certo?
Empurrando sua HK 417 para trás, mostrando todo o arsenal que
carregava no corpo, colete à prova de balas, granadas de efeito moral, spray
de pimenta, munição e suas pistolas. Fora às facas que deveriam estar
escondidas. Parecia que ia para Guerra. Conrado começou a dizer:
— Tá tudo certo e tranquilo, doido pra entrar em campo o mais rápido
possível. Mas… Eu sei qual o seu verdadeiro receio, pode deixar que eu
cuido do seu “irmão”. Confia em mim. — Respondeu ao Dane, piscando com
um olho.
— Bom eu não preciso confiar em você. Só o fato de você saber o
meu maior receio, já me diz muito, ou seja, sabe muito bem o que pode
acontecer se algo vier dar errado. E quanto a cuidar dele não se preocupe, ele
sabe se cuidar sozinho. De você só espero que faça seu trabalho. Garantir que
sua equipe, e as de mais após a sua, entrem em segurança nos pavimentos do
galpão. Estamos entendidos?
— Nossa! Quem ouvir de longe vai pensar que você está me
ameaçando.
— Jamais ameaçaria um companheiro de trabalho, ainda mais alguém
tão inteligente que sabe o que é certo e errado. Só preciso que faça seu
trabalho e nada mais. Boa sorte! — Dane queria sair dessa conversa mole de
Conrado.
— Dane, eu fiquei sabendo que você pediu a demissão da Lia. Por
quê? A pobre coitada já não tem onde cair morta, sem emprego então. — Fez
a pergunta Conrado não deixando Dane ir.
— Acredito que não lhe devo satisfação das atitudes que eu tomo.
Muito menos das decisões em relação as pessoas dentro da nossa agência.
Então, por favor, faça apenas o que é sua obrigação, ou seja, cuidar do seu
trabalho. No mas, como já disse, boa sorte! — Dane já não aguentava mais
esse cara ainda mais com esse tom escorregadio seu sangue estava
esquentando.
— OK cara, já não está aqui quem perguntou, só fiquei preocupado
com ela. Ainda mas que... Eu... Vi vocês se beijando no corredor da agência,
só achei que era sacanagem mandar ela embora por conta disso. — Conrado
jogou a bomba venenosa e já ia andando de volta para viatura em que estava.
Dane estava se segurando, mas após essa, lhe faltou paciência e
discernimento. Puxou Conrado pelos ombros e o enconstou sobre o capô da
viatura.
— Me diz qual é a tua, cara? Você está procurando briga, o que você
está insinuando? Acha que eu beijei aquela mulher, se você estava lá, viu que
não foi o que fiz.
Um grupo de agentes se juntaram, uns tentando afastar, outros doidos
para Dane dar uns supapos em Conrado. De longe Léo viu uma
movimentação, quando percebeu que se tratava de Dane correu em direção.
Perguntando o que havia acontecido, os caras diziam que os dois estavam
conversando e de repente Dane o encurralou. Léo se aproximou deles, pôs a
mão no ombro de Dane e pediu para que ele parasse, não era hora muito
menos local para isso. Não valia a pena. Dane olhou para Léo e foi se
acalmando nas palavras de seu amigo. Foi se afastando de Conrado que ficou
com um sorriso cínico nos lábios. Ainda foi capaz de dizer:
— Desculpa chefe. Sabe como é, me deu pena da mocinha indefesa
que é mandada embora após ficar com o chefe. A lei é dos mais fortes,
entendi.
Pronto, bastou isso. Dane já tinha se alterado, nada mais iria segura-
lo, virou-se com toda sua ira e depositou um soco bem colocado na cara do
falador. Satisfeito com o gemido que ele deu segurou-o pelo colarinho e
vociferou:
— Pra mim você é um merda, um Maria vai com às outras, um
recalcado. Ninguém tem culpa das tuas derrotas. Eu sou obrigado a trabalhar
com você, porque se eu fosse o encarregado da agência já tinha te transferido
a muito tempo. Você sabe o que viu, mas não fala a verdade, homens como
você me dão vergonha. Fique sabendo, e agora sim é uma ameaça, mexa
comigo ou com minha família e vai ver o que te acontece. Agora, seu merda,
já que eu não posso te expulsar da missão vê se honra o que tem no meio das
pernas e os anos de estudo e preparação para estar neste lugar e faz o seu
serviço corretamente. E para de destilar esse seu veneno. Completamente
assustado Conrado se afastou assim que Dane o soltou, alguns caras foram
em direção a ele. Léo pegou o braço de Dane e afastou ele do grupo
perguntando o que tinha acontecido. Quem era a mocinha de quem Conrado
falou. Dane se limitou a dizer:
— Léo agora não há mais tempo para conversas e explicações. Já está
quase na hora determinada para sairmos. O que preciso te dizer é o seguinte,
já conversamos sobre esse cara, não confio nele. Você sabe que tentei que ele
fosse retirado da operação, mas é muita burocracia e o encarregado queria
motivos reais e não disse me disse. Então presta atenção irmão, preciso mais
do que nunca que você esteja atento nessa batida. Atue em módulo 360
graus. Não deixe tua vida nas mãos daquele imbecil, tá me ouvindo.
— Porra brother, tá de sacanagem, você ta achando que não sei fazer
o meu trabalho, tá achando que vou me pôr em risco à toa? Tá me tirando?
— Merda Léo, eu só estou pedindo para ser bem mais cuidadoso do
que o normal, só isso. Se cuida. E não confie no Conrado, agora realmente
não sei até onde vai esse rancor que ele tem pela gente. Chega, e vai lá, boa
sorte irmão, cuida dessa bunda branca feia, ainda quero ter o desprazer de vê-
la quando estivermos com nossa Nininha.
— Hahaha, viadinho sabia que tu tinha uma queda pela minha bunda.
Pode deixar que me cuido. Cuide-se também boa sorte! Nos vemos mais
tarde.
Deram uma cabeçada tipo cumprimentando um ao outro e se
dirigiram para seus postos. Léo ainda estava curioso para saber o porquê da
briga. Sentou-se ao lado no carona da viatura em que Conrado dirigia. Afinal
ele era o superior em sua equipe. Logo quando ele entrou e se sentou,
Conrado sorriu de lado cinicamente, com o supercílio inchado e o olho
arroxeado. "Belo trabalho Dane, enfim bateu que nem homem." Pensou Léo.
— Bom e aí Conrado, o que me diz daquela pequena cena que você e
Dane protagonizaram ainda agora. Na qual Dane lhe fez essa tatoo temporária
no rosto. Não entendi, você roubou o rímel dele ou ele quebrou o seu salto.
— Léo disse isso como quem não quer nada analisando sua pistola.
Arrancando com o carro e seguindo atrás do comboio, Conrado
ascendeu um cigarro e respondeu ao Léo:
— Você se acha engraçado né Léo. Veja só se tem alguma graça, seu
"amigo irmão" não lhe falou o por que da discussão? Cadê o companheirismo
acima de tudo. Vejo que já não são como antes.
— Conrado, Conrado, você não vai conseguir me tirar do sério, pelo
menos não agora com tantas testemunhas, sou bem diferente do Dane, se eu
começar não vou querer parar. Vamos, desembucha logo, sei que você está
doido para me dizer o que meu grande amigo não disse.
— Então você não soube que ele beijou a Lia no corredor da agência?
E após isso, pediu ao encarregado que demitisse ela. Eu só comentei que era
sacanagem dele usar sua posição para ficar com a menina e depois a demitir.
Ao ouvir as palavras de Conrado, Léo não conseguia acreditar no que
ele falava. Era impossível isso. Sentiu um embrulho no estômago. E se
tivesse acontecido Dane teria lhe falado. Mas se não falou teve seus motivos,
conversaria com ele depois.
Olhou para traseira do carro onde havia três agentes como se perguntasse se
eles sabiam disso e eles balançavam a cabeça negativamente. Então se voltou
para Conrado:
— Cara você é um babaca mesmo. Acha mesmo que vou acreditar em
você. E mesmo que isso tenha acontecido todos aqui sabemos que ela adora
dar mole para quase todo mundo na agência, não seria criminoso pensar que
ela pode ter tentado ser beijada.
— Pode ser, mas o que me intriga é por que ele não te contou?! A
parceria entre vocês está falindo? — Falou em tom de zombaria o Conrado,
soltando fumaça do cigarro.
— Bom Conrado, se é isso que você espera, é melhor deitar em berço
esplêndido, pois nossa parceria é eterna. Há coisas em nossas vidas que não
são tão importantes para serem faladas. O que eu posso dizer é que não foi
esse o motivo do pedido de demissão da Lia. Na verdade eu que tive motivos
para isso ele só se adiantou a mim. Não que lhe deva satisfação, mas acontece
que Lia esteve em nossa casa na noite de folga e fez uma cena em que quase
acabou com a nossa noite, com nossa noiva. Eu fiquei tão transtornado que
queria realmente que ela fosse mandada embora. Ela usou as nossas
informações pessoais para nos achar. E ainda se insinuou descaradamente na
frente da nossa noiva, nos colocando em uma situação bem delicada e isso é
errado.
— Como é? Ela esteve com vocês na noite de folga? Mas ela passou a
noite comigo. — Disse Conrado perplexo.
— Bom "amigo" talvez a SUA parceria esteja falhando. Por que ela
não te contou, que curioso, ela deveria ter te contado já que vocês estão se
relacionando. Não é mesmo?
— Isso não é da sua conta.
— Tá aí uma grande verdade. Vamos esquecer essa porra toda e se
concentrar na operação. Ah! Conrado, para que você fique feliz, eu e Dane
pedimos transferência para o Rio, então não se preocupe, não nos importamos
mais se a Lia fica ou sai, só pedimos que ela não se meta a besta com a gente
e fica tudo tranquilo.
Em meses Conrado não sentia uma alegria verdadeira, o fato dos dois
saírem da agência poderia abrir possibilidades tanto de promoção quanto dele
se entender com Lia. O pobre coitado achava mesmo que o problema de tudo
em sua vida eram os meninos.
Após essa conversa morrer, os homens no carro adotaram a postura
operacional. Problemas a parte, estavam todos indo ficar com o rabo a mercê
de um provável embate.
A pick-up começou a balançar quando entraram em uma rua
esburacada. Estavam cada vez mais próximos ao local combinado. Já se via
algumas viaturas mudando seu trajeto, a ideia era encurralar os suspeitos não
deixando brechas para fugas e principalmente surpreende-los talvez evitando
uma reação.
Só alguns poucos quilômetros faltavam para eles. Da sua viatura Dane
podia ver o carro em que estava Léo e Conrado. Eles seriam os primeiros a
chegar e abordar os meliantes. E se tudo ocorresse como Dane queria eles se
entregariam e a operação correria tranquila.
Mas esse grupo criminoso que atuava na fronteira, era o mais
perigoso. Segundo às pesquisas que Dane fez com os agentes e informantes,
eles eram responsáveis por vários assassinatos e sumiços, faziam o terror nas
cidades ao redor. O Chefão como era chamado, era brabo, sanguinário.
Mantinham alguns trabalhadores praticamente como escravos cuidando da
endolação das drogas, que geralmente eram homens velhos que tinham que
sustentar suas famílias e para isso não tinham como escolher o que fazer da
vida. Fora a aliciação de menores, tanto para vendas de drogas e pequenos
furtos, como na prostituição. Dane se preocupava pelo seu pessoal, mas
também pelos inocentes. Se houvesse alguma morte ali, que fosse de um
desses bandidos sanguinários que não respeitam ninguém nem a própria vida.
A madrugada estava em seu momento mais escuro e silencioso ouvia-
se apenas o barulho dos pneus das viaturas e o ronco do motor. Na hora
marcada Dane recebeu de todas às equipes pelo rádio que estavam todos
apostos e prontos. Dane que não era muito de rezar fez um pequeno silêncio
interior pedindo para que terminasse tudo bem. Nunca se sentiu tão nervoso
diante de uma batida. Antes não pensava no final das atividades, sempre
pensava no momento. Sabia agora que tudo mudou, sua vida e a de seu
amigo parecia ter mais valor agora. Tinham um futuro pela frente e uma
infinidade de momentos que queriam e precisavam viver. Assombroso lidar
com uma situação de perigo com esses novos sentimentos tomando conta de
sua cabeça. Imaginava se era assim que aqueles amigos e parceiros, pais de
famílias, que estavam ali com ele nesta e em tantas outras operações se
sentiam. Deu mais valor ainda a esses agentes que escolhem vir para às ruas
tentar erradicar a bandidagem e deixar suas esposas e filhos em casa.
Em sua viatura havia alguns agentes, todos casados e pais de família
virou para eles e perguntou:
— Como vocês conseguem deixar suas famílias em casa e vir para um
serviço como este? Não tem medo? O que faz vocês fortes para encarar tudo
isso numa boa? E após isso, após ver tanta maldade e decadência, como
voltam íntegros aos se familiares?
Os caras olharam para Dane sem entender nada, uma pergunta como
está num momento desses, mas um agente mais velho próximo a
aposentadoria o olhou e com semblante amigável disse:
— Meu caro, cada um aqui tem um motivo para voltar diferente. Mas
posso te dizer que o principal é o amor. Deixa-los não é fácil, e digo mais,
não se torna fácil nunca. Mas falando por mim, acredito que se Deus me pôs
na posição que estou hoje e estando aqui posso proteger minha comunidade,
bem como minha família, é isso que devo fazer. Eles só me dão mais forças
para seguir em frente. E é com esse meu trabalho "de herói" diziam meus
filhos quando pequenos, que sustentei minha família e criei meus filhos e
tenho a oportunidade de ver meus netos crescerem. E… Medo eu tenho se
esses marginais tomarem conta de tudo. A melhor parte disso é quando vejo
um infeliz destes preso pelas minhas algemas, faz tudo valer apena. E se sua
dúvida ainda é "e se você morrer como ficará sua família?" Aí meu caro, não
há explicação para tudo. Podemos morrer como qualquer um, a diferença é
que morreremos com o privilégio de estar combatendo contra os marginais e
não a mercê deles num assalto, bala perdida ou outras circunstâncias, como
com um civil. Quanto as barbáries que vemos? Desde que o mundo é mundo
existe a barbárie, e ao longo dos tempos conseguimos diminui-la. Se somos
íntegros na alma não há cena lastimável o suficiente para nós fazer quebrar.
Quebram-se apenas os fracos de amor, de esperança. Espero ter ajudado, mas
vamos focar agora. A primeira equipe já deve estar preparada para entrar.
— É verdade Hélio, ajudou sim. — Pegando o rádio novamente, Dane
autorizou o início da ação.

Ao receberem o comando, os agentes desceram de suas viaturas. Em


formação de pelo menos 5 à 15 homens, se dividiram pelas entradas do
complexo de galpões pré determinado anteriormente nas reuniões. Fizeram o
possível para não serem vistos pelos vigilantes que segundo os informantes
ficavam no alto de cada galpão. Era alta madrugada, contavam com a sorte
deles estarem cochilando em seu plantão. Esse complexo de galpões era de
uma empresa que os abandonou. Tinha um central maior com dois
pavimentos e outros quatro ao entorno, fora casebres que guardavam carros.
Ficava próximo a uma área de mata aos fundos.
A movimentação dos policiais seguia sem problemas. Léo e outros
agentes seguiam Conrado, que esperava o sinal de que toda sua equipe
estivesse nas entradas e saídas para ele autorizar a invasão de todos juntos.
Pela frente e pelos fundos. Aqueles segundos eram repletos de adrenalina,
porque nunca se sabia o que poderia acontecer quando entrassem. Será que os
meliantes seriam surpreendidos, ou eles é que seriam? Cada agente em
posição preparados com suas armas em punho. Suor descia de suas faces.
Músculos tensos aguardando o momento de agir. Homens que se prepararam
para estar ali ou em qualquer outra operação, mas na hora é como se fosse a
primeira vez.
Havia Sempre um misto de nervosismo e ansiedade.
Conrado consentiu, e no mesmo momento todas as equipes que
estavam à espreita, adentraram no local determinado à procura dos
traficantes, mercadorias, etc.
— Polícia! Polícia Federal! Mãos para cima!
Num galpão afastado como tinham estudado pelo informante, estavam
os trabalhadores fazendo a endolação. Eles estavam sendo vigiados por uns
sete homens armados todos aparentando terem mais de 20 anos. Esses
agentes pegaram eles tão de surpresa que não puderam reagir. Enquanto os
trabalhadores foram logo se jogando no chão com as mãos na cabeça, os
bandidos ficaram estáticos com as mãos para cima. Uns jogaram armas no
chão à pedidos dos policiais. Foram rendidos e algemados.
O comboio que havia ficado para trás já estava fechando o cerco lá
fora. Policiais com cães entravam nos locais para procurar entorpecentes e
esconderijos. As equipes de retaguarda iam ao encontro dos agentes que
ainda estavam à procura de fugitivos. Alguns adolescentes foram
apreendidos em um outro galpão, mulheres apareciam chorando. E até
algumas crianças pequenas estavam por ali. Com certeza filhos de alguns dos
traficantes ou trabalhadores.
Dane se direcionou para o galpão principal com sua equipe. Neste
galpão era esperado encontrar a maior parte das armas e principalmente os
traficantes em maior número. Era este o local onde provavelmente estaria
também o traficante mais importante, o responsável por todo esse esquema
de venda e receptação de armas, drogas e mercadorias piratas. O Chefão. A
equipe de Conrado principal foi destinada para esse local. Conrado levava
com eles os melhores, Léo estava lá.
A movimentação fora dos galpões estava bem diferente de quando
eles chegaram. Dane e os outros escutaram alguns tiros. Automaticamente
eles se esgueiraram pelos cantos, olhando para todos os lados com armas
apontadas. Havia algum atirador perto os vendo. Mas ele atirava mal a certa
distância, para a sorte dos agentes Hélio velho de guerra, tinha uma mira
impressionante. Mesmo ainda na escuridão da madrugada, localizou o
indivíduo escondido atrás de uma árvore, na certa fugindo, e atirou. Atingiu o
ombro do braço que ele empunhava a pistola. Ao ser atingido deixou cair a
arma e começou a correr para mata. Dane olhou para um dos seus policiais e
disse:
— Vai Mattos e leve mais um contigo, cuidado e traz esse verme
preso.
Em retirada os agentes foram em busca do fugitivo. Enquanto isso,
Dane e os outros continuaram a seguir para o galpão principal, ouviram
alguns gritos e xingamentos. Quando já iam entrar no primeiro pavimento
escutaram tiros e pior um palavrão gritado, que Dane reconheceu sendo a voz
de Léo. Rapidamente Dane e sua equipe abriram a porta e entraram em
posição defensiva, olharam em volta e não viram nada. A não ser uns vinte
caras de costas na parede e mãos na cabeça. Agentes faziam a revista neles e
os algemavam depois. Algumas mulheres que pareciam prostitutas, algumas
até bem drogadas sendo vigiadas e atendidas por outra equipe. Em volta se
via muitas armas e drogas. Nada exatamente como eles ainda esperavam
achar. Não avistando Léo e nem Conrado, Dane sentiu seu estômago doer.
Nervoso, perguntou para um policial parceiro da equipe de Conrado que
estava descendo às escadas:
— Rômulo, onde estão Conrado e Léo?
Rômulo secou o suor na testa com o braço e olhando Dane acenou
com a cabeça para a parte de cima do galpão dizendo:
— O chefão que estamos procurando fugiu feito uma galinha quando
nós entramos. Conrado deu voz de prisão, os soldadinhos de chumbo dele
logo se renderam, mas ele nem se importou, mandou Conrado tomar no cu e
seguiu lá para cima. Léo, eu e Conrado fomos atrás, o bandido deu um tiro
que acho, acertou Léo que quase caiu da escada, achamos que foi de raspão,
pois Léo se levantou xingando e seguiu atrás do filha da puta. Conrado não
deixou Léo ir sozinho, mandou eu voltar pra cá e foi atrás. Acredito que eles
devam estar seguindo para mata, pois eles pularam pela janela de trás. Sorte a
nossa que esses babacas soldados daquele vagabundo se renderam. Senão ia
ser uma guerra. Muitas armas lá em cima chefe.
— OK Rômulo, se está tudo sob controle por aqui vou com minha
equipe dar cobertura para Conrado e Léo. — Completamente inquieto, Dane
deu as ordens. Não podia imaginar Léo numa perseguição atrás do Chefe do
bando no meio da mata e com Conrado o cobrindo.
Hélio, preciso de você lá em cima na janela com a sniper. Dantas
mobilize os homens e vamos comigo tentar encurralar aquele filha da puta.
De repente, tiros. Rajadas. Explosão de bomba. O barulho vinha de
fora.
Rapidamente Dane se direcionou para porta dos fundos. Olhou para
cima e chamou Hélio perguntando:
— E aí Hélio, vê eles, para onde foram. Tem como atirar?
— Vejo, mas não está tão nítido. Uma bomba de gás foi acionada.
Parece que o chefe deles encontrou mais alguns capangas e estão atirando na
direção de Conrado que está escondido atrás de uma árvore. Não vejo Léo.
Mentalmente Dane xinga um palavrão indescritível. Transtornado
grita com Hélio:
— Porra Hélio, diz logo onde eles estão.
— À sua direita, após aquelas árvores maiores. Vão que eu dou
cobertura.
Assim que Hélio terminou de falar Dane e os outros agentes seguiram
na direção em que estava ocorrendo um tiroteio. Se esgueirando pelas árvores
Dane já podia escutar os gritos entre Conrado e os fugitivos.
— Hijos de puta policía cree que me va a coger. (Policiais filhos da
puta acham que vão me pegar). — Dizia o Chefão bem alto e dando tiro a
ermo.
A equipe de Dane encontrou Conrado, e atirando derrubaram um,
colocando os outros dois para correr. Dane se posicionou ao lado de Conrado
e perguntou:
— Onde está o Léo?
— Sei lá, aquele idiota não ouviu minha ordem e veio correndo. Eu
sabia que aqui fora podiam ter alguns bandidos escondidos. Eu vim atrás e
estava certo, o Chefão encontrou com uns dois caras, eles começaram a atirar,
eu atirei de volta e me protegi. Léo não atirou porque sua arma caiu quando
pulou lá do galpão, ele se esquivou para o outro lado. Quando fui procurar,
Léo já não estava mais. Até acho que ele pode ter ido para aquela direção,
pois eles por um momento deixaram de atirar em mim, e atiravam para lá. Ele
deve ter corrido pra se proteger, essa hora ele já deve estar em casa. —
Respondeu ofegante deixando escorrer o veneno no final.
— Merda. Ele não estava com nenhuma arma? — Resmungou Dane.
— Não. Você o conhece, ele só usa aquela Taurus 24/7. Avisei que
nessa missão deveria estar mais carregado, mas não me ouviu. Mesmo assim
dei um fuzil para ele, que largou quando levou o tiro na escada.
Enquanto falavam iam se movimentando em direção aos fugitivos.
Chegaram ao que foi alvejado, esse não tinha mais jeito. Dane passou um
rádio para outra equipe avisando onde estavam para mandar agentes para lá e
um comboio para a estrada que cortava a mata nos fundos. Se tiverem sorte
quando os bandidos chegarem lá terá uma recepção calorosa. Dane tentou
mirar para acertar um dos fujões, mas não acertou. Olhava para todo lado
para ver se via algum sinal do Léo. Temia que ele pudesse estar gravemente
ferido e jogado em algum canto. Passou novamente um rádio para a base
pedindo para que fizessem buscas por ali e trouxesse reforços médicos, além
de um meliante havia também um possível policial ferido. Chamou Hélio
pelo rádio, o perguntando se via Léo de lá ou se ele havia voltado. Sabia que
era errado ele no meio da ação pensar em Léo, mas porra ele era seu irmão,
não conseguia ser frio a esse ponto. Porém Hélio não deu a resposta que ele
queria ouvir.
Os homens que estavam com ele começaram a se afastar para tentarem
encurralar os dois que fugiam. Quando eles pararam de atirar, os agentes
entenderam que deve ter acabado a munição deles.
— Essa é a hora de atacar, vamos, não podemos deixa-los escapar. —
Falou Dane.
Do nada Dane e seus parceiros viram que um soldado do Chefão caiu
no chão com um grito. Eles pararam e olharam em volta, não entenderam
nada, o Chefão continuava a fugir. Com a mata alta não deu para identificar o
que aconteceu, talvez um buraco, um tropeço. Hélio não poderia ser, estava
muito longe. Chefão excomungou o soldado caído e seguiu fugindo. Os
agentes continuaram, uns pararam para prender o que havia caído desmaido.
Conrado o olhou e viu que seus pés estavam algemados pelos tornozelos. De
repente outro grito seguido de palavrões em espanhol. Dane e Conrado
rapidamente olharam na direção do fugitivo e continuaram a correr em
direção ao Chefão. Viram que ele caiu, mas logo se levantou e começou uma
briga corpo a corpo com alguém, um agente.
Logo Dane percebeu quem era. Léo. Ele provavelmente se protegeu da visão
e tiros dos marginais, mas continuou seguindo eles até que tivesse a
oportunidade de ataca-los. "Boa Léo!”, Dane pensou.
No horizonte o amanhã surgia, os raios do sol já clareava o que antes
era só escuridão. Com o iluminar do dia Dane viu o sangue escorrendo no
braço direito de Léo. Justo o braço que ele usava para bater. O idiota se
enfiou numa briga assim mesmo. O bandido deu um chute na altura do ombro
de Léo machucado. Léo rosnou de dor. Mas não se abateu e tentou com o
outro braço imobilizar o indivíduo pelo pescoço, quase conseguiu. O infeliz
saiu do agarre e socou o rosto do Léo, que cambaleou para trás. Mesmo
estando visivelmente sem forças se armou e com um impulso deu um pulo
com os dois pés no peitoral do Chefão. Os dois caíram no chão entre a mata
alta. Dane e Conrado já não viam mais nada. Alguns metros próximo a eles
Dane deu voz de prisão ao imbecil. Com armas em punho os dois foram o
espreitando aos poucos.
— Pode parando Chefão, aqui é a federal você está preso. Nem
levanta, põe as mãos na cabeça, acabou pra você. — Deu voz de prisão Dane
acompanhado de Conrado.
Um vento frio da manhã soprou em sua face. Nada que Dane passou
na vida o preparou para o que ele veria naquele instante.
Miseravelmente ele assistiu Léo se levantar imobilizado, com o Chefão em
suas costas empunhando uma faca de caça em seu pescoço. A lâmina
reluzente a luz do sol da manhã. O canalha que empunhava a faca usava o
corpo do Léo para encobrir o dele. Não sobrando brechas para um alvo.
Com o impacto de ter caído no chão e muito fraco, Léo não teve
forças para levantar imediatamente e algemar o delinquente que se aproveitou
de sua fraqueza e o atacou ao ouvir a voz de prisão, o fazendo de refém. Léo
estava abatido, sua pele bronzeada estava branca que nem cera. Os olhos sem
brilho. Rosto inchado pelos socos trocados. Sangue em suas roupas misturado
com mato e terra. E ainda estava sem o colete à prova de balas que retirou
para correr mais rápido. Apesar de ainda tentar sair do aperto do bandido não
conseguiu esconder a dor em seu semblante.
— Y ahora, sólo para aquellos. (E agora, acabou para quem.) —
Gritava o Chefão com satisfação.
Nesse momento Léo deu um solavanco com a última de suas forças
tentando se livrar. Não conseguiu. Apenas ganhou um pequeno rasgo em sua
garganta. Um fio de sangue desceu dali. Dane deu um passo a frente, mas
Conrado o segurou com a mão.
— O imbecil, sabemos que fala nossa língua então vamos conversar.
Acho melhor soltar o agente. Não vai querer a morte de um policial em suas
mãos. Vai por mim. — Disse Conrado ao traficante, ainda empunhando sua
arma na direção deles, buscando mirar o meliante.
— Veja Chefão, largue o agente e nós deixamos você fugir. — Falou
Dane tentando esconder o tom de súplica.
Chefão deu uma sonora gargalhada e respondeu em bom português:
— Você acha que eu sou burro ou quê? Assim que liberar esse idiota
vocês me matam.
Olhando em volta Dane não via mais ninguém. Só ele e Conrado. Se
pelo menos Hélio estivesse aqui com certeza ele conseguiria meter uma bala
no meio da cabeça do bandido. Sua arma devia ter apenas mais uma ou
duas balas. E Conrado não era uma opção tendo em vista que Léo estava
servindo de escudo. Sem saber o que fazer já ia pôr sua arma no chão, quando
viu que o traficante pressionou a faca na ferida feita no pescoço do Léo
tirando um suspiro doloroso do seu amigo.
— E aí canas idiotas, vai ser do meu jeito ou esse merdinha aqui vira
presunto. Passa um rádio e pede para deixarem um carro na estrada à 2km
daqui, vocês me jogam suas armas e eu e meu novo amigo aqui vamos até lá.
Se não tiver nenhuma surpresa me esperando, largo ele lá e sumo.
Mesmo na situação em que Léo se encontrava ainda teve audácia para
opinar:
— Eu não vou a lugar nenhum com você, imbecil. Atira Dane.
Ao terminar de falar deu um pisão forte no pé do bandido, que
vociferou uma praga e deu uma facada por trás de Léo no lado das costas
abaixo das costelas. No mesmo momento Conrado olhou para Dane e disse:
— Eu acerto ele Dane. Tá na mira.
Dane desnorteado, não conseguia viabilizar Conrado atirar na direção
do seu amigo. Mas diante da situação de extrema necessidade não viu
escolha.
— Eu mato você aqui mesmo se errar.
Conrado sorriu de lado, não perdendo o seu lado cínico e
escorregadio.
— Só não prometo que a bala não passe de raspão na carinha bonita.
Arregalando os olhos entre seu amigo, o bandido e Conrado, Dane
não teve escolha e antes que o traficante volta-se a posição anterior que o
deixava mais protegido, focou nos olhos de Léo, que tentava administrar a
dor que sentia e aquele entendimento natural que havia entre eles dois
apareceu em melhor hora. Dane se virou para Conrado e disse:
— AGORA!!
Automaticamente o disparo foi feito na direção dos dois. Vítima e
bandido. Em fração de segundos Léo conseguiu se abaixar com muito esforço
deixando o Chefão sob a mira de Conrado que foi certeiro. Cravou uma bala
no meio da testa do traficante que não teve chances de reagir. Seus olhos
ficaram apáticos assim que a bala se aprofundou em sua cabeça. Seu corpo
caiu como um saco de batatas podres no chão. A faca que ainda reluzia a luz
do sol, tombou junto ao corpo inerte que antes a comandava.
Dane correu em direção ao seu amigo que também caiu no chão ao
lado do seu algoz. Léo estava com a mão na ferida em suas costas, o impacto
fez sua ferida doer ainda mais. Enquanto Dane fazia uma avaliação nas
feridas de seu irmão, chamava pelo rádio ajuda o mais rápido. Pela sua
avaliação tanto o tiro quanto a ferida não foram profundos, mas ficariam
marcas. Léo estava cansado, também depois de tanta ação não poderia ser
diferente.
— Léo seu filho da puta, eu mando você se cuidar e você leva um
tiro, pula de um segundo andar e perde as armas, ainda corre atrás de três
bandidos armados no escuro pela mata e como se não bastasse ainda se enfia
num mano a mano todo fudido e por fim coloca sua vida nas mãos de quem
eu pedi para não pôr. Qual a parte de se cuidar que você não entendeu? Tá
querendo se matar?
— Ah, brother... Foi foda... Adrenalina pura. Quando eu vi eu fui... Tá
doendo pra caralho. Você deve estar com inveja que ganhei uma marquinha
sexy para nossa Nininha fazer carinho.
— Com certeza, na verdade eu tô preocupado com o que ela vai fazer
com você quando souber como conseguiu essa marquinha. Eu não vou te
defender.
— Aiiiiii, merda... Vamos apenas dizer que foi ossos do ofício.
— Léo eu estava em pânico sem saber o que tinha acontecido contigo,
porra você deveria ter mais cuidado.
— E deixar esse bosta solto. Não. Fiz o que tinha que fazer. E
Conrado também.
— É eu sei. Mas você não sabe o quanto foi duro pra mim permitir
que ele atira-se. E eu só confirmei porque nós nos entendemos no olhar.
— É eu entendi que vocês iam tentar atingir o idiota e que eu deveria
tentar sair da reta, e consegui.
— Pois é, e se tivesse acontecido o contrário Léo, não sei o que faria.
— Não chore viadinho, não vamos pensar no que aconteceria e sim
no que aconteceu. Para sua sorte ainda verá minha bunda branca enquanto
estivermos com nossa mulher por muito tempo. Não vai se livrar de mim
assim tão fácil.
— Estou morrendo de felicidade, agora me conta, você correu por
essa mata igual uma gazela saltitante não foi? Em seu habitat natural.
— Te conto assim que eu me curar, e puder lhe dar umas porradas.
Agora tô um pouco cansado.
— Descansa irmão, a ambulância já está chegando.
Conrado lidava com o corpo do bandido, revistando e confirmando se
estava morto mesmo. Após isso olhou para onde Dane estava segurando Léo
e perguntou:
— E ele como está?
— Péssimo, acho que perdeu sangue. E toda essa correria e luta deve
ter deixado ele mais fraco. Já chamei a ambulância. Mas pude ver que as
feridas não estão tão profundas. O que é bom.
— OK, vou chamar a perícia, verificar se está tudo terminado e
depois começar meu relatório.
Ao fundo ouvia-se o barulho da ambulância chegando. Acompanhado
de algumas viaturas. Logo Léo era atendido. Dane falou com os oficiais sobre
o saldo da operação.
Apenas duas mortes, o Chefão e um de seus soldados na mata e dois feridos,
o bandido que Hélio acertou e Léo. Ao todo, quase cinquenta pessoas presas
entre traficantes e suspeitos. Toneladas de drogas apreendidas. Bebidas e
cigarros falsificados aos montes. E o principal, todo arsenal de armas desse
grupo confiscadas. Sucesso total. Nenhum inocente ferido. Nenhum policial
morto. Apenas Léo cabeçudo que não desistiu enquanto não pegava o
Chefão. Da maneira dele conseguiu e quase teve Dane infartando junto.
Na maca entrando na ambulância Léo chamou Dane:
— Brother tu sabe que Conrado apesar de tudo salvou minha vida.
Aquela escória iria me matar se ele não fosse certeiro, agradece a ele.
— Léo ele não fez mais que o trabalho dele. Não poderia esperar
menos do que isso.
— Imbecil...
— Vai Léo, quando eu terminar os relatórios aqui eu te encontro no
hospital. E vai pensando em como vamos contar sobre essa sua nova
marquinha "sexy" para Nininha, ela vai se assustar.
Os bombeiros fecharam a ambulância que seguiu rumo ao hospital. O
complexo de galpões foi completamente tomado por várias equipes que
faziam o balanço e seus relatórios. Caminhões chegavam para transportar os
ilícitos apreendidos. Ônibus também tiveram que prestar o serviço de
carregar os presos. Algumas vans levavam mulheres, crianças e adolescentes
para casas de apoio onde receberiam aconselhamento social e seriam
encaminhadas para abrigos se não tivessem para onde ir.
Já no fim da tarde exausto, Dane terminou seu trabalho naquela
operação passando para o encarregado daqui para frente. Foi cumprimentado
pelos agentes ainda presentes, e retornava com frases do tipo "se não fossem
vocês eu não conseguiria sozinho". Seu corpo não estava cansado, sentia era
uma fadiga mental. Não via a hora de sair dali e ver seu amigo. Recebeu
mensagem dele dizendo que já havia levado um milhão de pontos e estava
pronto para ir para casa. Contrariando as intenções médicas.
Seguindo para uma viatura bebendo uma água mineral Dane viu
Conrado parado encostado num caminhão fumando seu cigarro. Pensando no
que Léo disse, tinha que assumir que estava certo, se não fosse Conrado
talvez seu amigo não estivesse mais aqui. Chefão não largaria ele ao pegar o
carro para fuga. Esse tipo de bandido não tem o que perder. Conrado foi
absolutamente perspicaz e eficiente. É um trolha, mas fez o que se esperava
dele. Foi se aproximando a ele.
— E aí Conrado, conseguiu fazer seu relatório?
— Sim. Quer ver antes de eu entregar ao encarregado?
— Não será preciso. Na verdade eu vim para agradecer o que você fez
por Léo. Sei reconhecer um bom trabalho.
Tragando seu cigarro, sorrindo de lado, Conrado respondeu:
— Você não precisa agradecer, não fiz mais do que honrar o que
tenho entre as pernas e fazer o meu trabalho. Para mim não conta quem eu
salvei e sim quem matei, o Chefão, traficante mais procurado da fronteira.
Acho que isso acrescentará meu currículo. Não somos amigos Dane, mas
acho importante deixar uma coisa bem clara apesar das minhas diferenças
com vocês, meu trabalho vem a frente de tudo. Jamais colocaria ele em risco
por conta de desafetos. Como disse, eu só fiz o meu trabalho e ainda bem que
fiz certo porque se eu tivesse atingido o Léo eu estaria morto agora né
mesmo?
— Sem sombra de dúvidas. E para deixar claro, apesar de eu e Léo
termos sido beneficiados pelo seu trabalho bem sucedido, ainda sou seu chefe
e como um bom chefe parabenizo você pelo seu serviço, hoje foi de grande
serventia. E ainda bem que disse de suas diferenças com a gente, quero
registrar que para nós não existe diferença, não existe nada. Bom descanso.
Em pensamento Dane dizia que mataria Léo por lhe fazer achar que
aquele trolha merecia um obrigado. Porém o que tinha que ser dito foi dito. E
apesar de Conrado ter salvo seu amigo ainda sim deixou bem claro que não
era confiável. A não ser se seu trabalho estiver em pauta. Um grande saco de
merda.
Pegou uma viatura chamou alguns agentes que iriam embora e dirigiu
até o hospital. Deixou a viatura com um dos policiais e ficou no hospital com
Léo. Chamaria um táxi se preciso. Na recepção se identificou e uma
enfermeira cheia de boa vontade o levou até o quarto em que Léo estava.
Ela entrou com Dane e foi verificar a temperatura de Léo. Dane achou
que ela queria era motivo para toca-lo. Dane sorriu com a cara feia que Léo
fazia para ela, pobre coitada. Em outros tempos atenciosa como ela está, já
estaria sentada em seu colo tentando convence-la de uma futura noite a três.
Dane achava engraçado pensar isso e não sentir nenhuma saudade se quer
deste tempo. Na verdade diante de seu amigo no hospital e uma missão
complicada como a que acabou de acontecer, nada seria melhor do que
receber um abraço, um afago gostoso de sua menina. Eles dois precisavam do
colo dela.
— Ele está bem enfermeira?
— O sim, sim. Quer dizer, talvez precise de acompanhamento de um
profissional em casa para ajudar com os curativos. Mas fora isso está ótimo.
O doutor disse muito a contra gosto, que quando acabar este soro ele pode ir.
Seu amigo é muito teimoso.
— É eu sei, muito teimoso. Aposto que não ligou para nossa noiva
para avisar que estava no hospital.
— Nossa... Noiva?!?!
— Sim. Nossa noiva, a mulher de nossas vidas, aquela que nos tomou
e não deixou mais espaço para ninguém.
— Oh! Ah! Bom, estarei no posto se precisar.
Léo ficou rindo olhando para porta fechada. Coitada da menina, mas
estava difícil manter as mãos longe dele.
— Brother falou tudo. Mas quanto a ligar, falarei com ela amanhã
mais descansado. Tô doido para ir para casa, vamos.
— Vamos, assim que acabar seu soro teimoso.
— Ah, é. E como ficaram as coisas lá nos galpões?
Sentando na poltrona de visita, Dane começou a falar como ficou o
desfecho da operação. Léo vibrava com o grande sucesso atingido. Contou a
Dane como foi tudo o que aconteceu nos mínimos detalhes. Dane soltava
vários palavrões.
Contudo, o que eles estavam querendo era ir para casa descansar. O
soro estava no fim, Dane chamou a enfermeira que prontamente veio e
retirou às agulhas de Léo liberando ele para casa.
Dane ajudou Léo a sair da cama e se vestir. Ele recusou a sair de cadeira de
roda do hospital. Aguardando o táxi Dane voltou a perguntar ao Léo sobre
quando ia falar com a Nininha. Ele tentou desconversar e acabou decidindo
que falariam com ela amanhã ao acordar. Afinal os dois estavam muito
cansados e não conseguiriam dar a Nininha atenção que ela precisaria após
saber que Léo se feriu. Coitada com certeza ficaria transtornada, eles
imaginavam.
No caminho para casa os dois ficaram em silêncio no táxi. Cada um
lembrou de quando andaram de táxi com sua Nininha. Do calor que sentiram,
da energia emitida dos laços se formando entre os três. Eles se entre olharam
e riram juntos a sintonia era perfeita entre eles, um via na cara do outro o que
estavam lembrando.
— Brother, estou morrendo de saudades da minha princesa.
— Eu sei irmão, me sinto da mesma forma. Falta pouco tempo para
nos encontrarmos de novo.
— É verdade. Então precisamos pensar numa surpresa melhor do que
a que fizemos aqui para pedi-la em casamento. Mas antes precisamos
conversar, nós dois. Que história é essa de você ter beijado a Lia na agência.
E por que você não me contou? Temos que nos entender em tudo Dane,
porque se um fracassar com ela quem perde são os três. Eu não te perdoaria,
brother.
— Conversaremos Léo, assim que chegarmos em casa. Preciso de um
banho, comer e uma cerveja gelada. Não levei um tiro nem uma facada, mas
estou completamente abalado psicologicamente. Você sabe o quanto eu fugia
de qualquer tipo de sentimento, e agora que me abri para minha menina, para
nosso relacionamento, me sinto confuso diante de tudo que estou sentido.
Novos medos, novas emoções que eu não tinha contato. Agora estão todos
vindo à tona.
— Tá certo Dane, mas ultimamente você tem deixado tudo para
resolver ou falar depois. Isso pode se tornar uma bola de neve. Eu estou aqui
você pode e tem liberdade para falar comigo quando quiser.
— Eu sei. — Respondeu suspirando.
— Bom que sabe. Antes de você dizer qualquer coisa, eu sei que Lia
deve ter de alguma maneira te encurralado para te tomar um beijo, é a cara
dela.
— Foi exatamente isso. E eu me senti um sujo. E quando cheguei em
casa você estava fazendo aquele macarrão e combinando em trazer nossa
menina, achei o que aconteceu com Lia tão insignificante que nem comentei
com você. Foi muito melhor falar da surpresa, do presente do que qualquer
outra coisa. Achei que se não falasse fosse parecer não ter acontecido.
Desculpa mano.
— Tá tranquilo. Mas tudo que acontecer nós temos que saber para
tentar resolver juntos, pessoas como Lia e Conrado existem aos montes.
Dane, ninguém está livre da maldade de pessoas assim. Não podemos criar
armas contra nós mesmos.
O táxi estacionou em frente a casa dos meninos. Dane pagou ao
taxista e ajudou o Léo resmungão a sair do carro. Brutus os recebeu dando
uma atenção maior ao Léo. Já em casa Léo ligou a TV na sala e se deitou no
sofá. Mesmo sofá que há alguns dias atrás sua princesa era prensada por seu
amigo que dava lambidas em seus seios. Ele podia jurar que sentia o cheiro
dela. Dane subiu levou seu tempo no banho, se trocou e desceu.
Jogou um shorth para Léo trocar a roupa e o telefone de pizza delivery para
ele fazer o pedido. Depois foi à cozinha buscar uma cerveja. Sentando ao
lado de Léo dando uma bela golada matando seu amigo de inveja, suspirou e
disse:
— Falta alguma coisa não é?
— Com certeza. Nossa princesa.

36: Amor + distância= Saudade

A agência estava uma loucura com tantos relatórios para


revisar e preencher. Dane estava finalizando toda sua parte burocrática, mas

queria estar a par também do caminho no qual todos os objetos apreendidos

tomassem daqui para frente. Não adiantaria de nada todo seu trabalho e de

seus parceiros, se houvesse algum desvio dos ilícitos. Sabia que poderia

acontecer. Afinal, são muitas pessoas dos dois lados da fronteira lidando com

toda a logística do que foi apreendido. A ideia era de que drogas e

mercadorias piratas fossem incineradas. Já as armas e munições, foi


constatado que boa parte eram de uso exclusivo das Forças Armadas. Com

uma nova lei em andamento algumas das armas pesadas obtidas seriam

encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo de

alguns dias, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às

Forças Armadas. Na cabeça de Dane seu trabalho só seria consumado quando

tivesse certeza de que cada objeto foi encaminhado para o fim determinado.
Parando para um café na sala de reuniões, foi cumprimentado por um
dos agentes que estaria agora responsável pelos próximos passos da operação.
Entrando na sala foi dizendo:
— Parabéns agente Dane, essa operação tirou das mãos dos bandidos
uma quantidade expressiva de armas e drogas, fora mercadorias piratas. Sem
dúvidas uma operação de sucesso. E cá entre nós, o melhor disso tudo foi ter
mandado aquele filho de uma puta pró quintos dos infernos. E então, cadê o
agente que acertou uma bala na testa do traficante mandando ele ir conversar
com o patrão dele no inferno?
À essa altura do campeonato, quando Dane já estava dando graças por
saber que em breve se veria livre de Conrado, iria ter que bem dizer sobre
ele? Engolir que agora era o novo herói do pedaço. Puta que pariu, Pensou.
— Ah! E pelo que li no relatório ele ainda salvou um de seus agentes
não é mesmo? — Continuou o infeliz se servindo de um copo de café
também.
Em uma postura bem profissional, Dane tentou falar sobre o trabalho
de Conrado que foi realmente bem realizado. E ainda por cima salvou seu
amigo das garras do bandido. Mas não pôde deixar de enfatizar que o mesmo
só foi executado, como também poderia ter sido preso, porque Léo os levou
até ele. Até mesmo o próprio Conrado tinha desistido dele quando o bandido
se atirou da janela do galpão fugindo em direção à mata. Se não fosse por
Léo ter insistido, talvez o chefão nem estaria morto, muito menos preso.
— É verdade, vi isso no relatório também. Rapaz de coragem e sorte,
mas é uma pena que devemos perder tanto ele quanto você para a Federal do
Rio de Janeiro. Soube pelo encarregado. Saiba que vocês estarão sendo muito
bem indicados, ainda mais pelo envolvimento de vocês dois para o desfecho
de grande sucesso desta operação. Como também é bem provável a
indicação de Conrado para sua posição nesta agência.
Que conversinha fiada é esta. Mas Dane não poderia sair correndo.
— Bom obrigada, é bom sermos avaliados por nosso trabalho. Se
somos bons devemos ser reconhecidos. Acredito que seja o que estiver
reservado para mim e Léo no Rio será o melhor com certeza. E a esta
agência, que se caso venha ter o Conrado como um dos chefes de operações,
que continuem fazendo o melhor trabalho possível pela comunidade e a
sociedade em si. — Respondeu Dane se sentando à mesa.
— Isso quer dizer que você indicaria o agente Conrado para esse
cargo?
Mas que merda, o que esse cara queria? Dane já não aguentava mais
esse papinho. Achou melhor não criar mais assunto, ainda mais um assunto
que tivesse como pauta o Conrado. Na certa esse agente soube do embate que
ouve entre os dois e queria assuntar. Pensava Dane.
— Mas é claro, por que não? Conrado já mostrou o quanto é bom no
que é proposto a fazer. Estava envolvido em todas as operações de êxito desta
agência, a maioria comigo. Acredito que se ele se mantiver empenhado em
suas atribuições fará um bom serviço.
O agente fez uma cara de entendimento para Dane e se sentou na
cadeira à sua frente. Já sem perguntas a fazer. Também Dane fez questão de
mostrar que estava ocupado reiniciando seu trabalho de antes dele chegar.
Então o agente fez o que era designado e junto com Dane foi repassando
detalhes dos serviços que foram feitos e o que deveriam ser agora através
dele.
Ao final de algumas horas ininterruptas analisando, escrevendo,
separando papeladas e falando somente sobre o trabalho, deram por
encerrado as atividades. Então Dane falou:
— Como te disse antes, a maioria dos agentes estavam de folga, por
isso você não conheceu Conrado hoje, mas me parece que sexta eles vão
todos se encontrar para uma cerveja num bar aqui próximo. Sabe como é,
comemorar o sucesso do serviço e contar e recontar às histórias que
aconteceram durante ele. Está convidado, Alencar. Só não te dou certeza se
vou, pois vou depender se Léo estará bem para ir também.
Alencar esboçou um sorriso satisfeito aceitando o convite. Nada
melhor do que umas cervejas e histórias policiais.
— Ótimo Dane, será bom pra eu interagir com o pessoal, pois
passarei umas duas semanas por aqui levantando os dados da operação.
Talvez até menos né, porque você já têm tudo bem mastigado, bom trabalhar
com você, sentirei falta. E aliás esqueci de perguntar como vai o Léo. Vocês
moram juntos não é?
Levantando da mesa arrumando tudo, Dane fez uma cara meio
preocupada ao dizer para o agente questionador sobre como havia deixado
Léo em casa.
De manhã quando acordou encontrou Léo deitado no tatame com uma
bolsa de gelo na cabeça. Dizia que estava com dor de cabeça e não conseguiu
dormir direito. O puto do Chefão lhe acertou em cheio, as marcas roxas em
sua face estavam mais aparentes após a noite mal dormida. Dane ajudou a
trocar os curativos e lhe lembrou que o médico havia lhe dado uma receita
com remédios caso sentisse dor, analgésicos e calmante para dormir um
pouco. Geralmente policiais após um trauma como esses necessitavam de
alguma ajuda para dores e para dormir melhor durante um tempo. Mas não o
fodarel do Léo, que não quis comprar os remédios deixando Dane puto da
vida, indo trabalhar preocupado. No meio do dia Dane ainda ligou para casa e
conseguiu falar com ele, queria saber se ele já tinha falado com Nininha, o
que não tinha acontecido ainda. Deu a desculpa que não estava muito bem e
que comprou os remédios, ia tomar e tentar dormir um pouco. Queria falar
com ela quando estivesse se sentindo melhor, já seria difícil falar sobre o que
aconteceu ainda mais com dores. Ela poderia ficar mais preocupada por estar
longe e não ter certeza de como eles estavam de verdade. Todavia Dane sabia
que tudo isso ainda era pior, eles só adiariam o inevitável. A distância
realmente era um problemão para qualquer relacionamento. Porque mesmo
não querendo, as pessoas tendem a cometer pequenos deslizes como deixar
de comentar alguma coisa, ou fazer algo parecer desimportante só porque a
distância permite.
No fim, isso pode causar um transtorno bem maior do que o esperado.
Mas Dane e Léo tentavam levar às coisas de uma maneira que não afetasse
seu amor que estava tão longe deles.
Chegando em casa ainda muito cansado, Dane foi à procura de Léo. O
encontrou no quarto dormindo, pesadamente. Viu na cômoda os remédios,
com certeza havia tomado. Pensou que era melhor assim, pelo menos
dormindo ele daria o tempo preciso para seu corpo se recuperar da correria e
luta em campo. O ar condicionado estava no talo e Léo todo encolhido no
meio da cama. Edredom no chão e o besta como sempre apenas de box. Dane
balançando a cabeça negativamente pegou o edredom e o cobriu. Colocou as
costas de sua mão na testa do amigo para verificar se havia febre. Agradeceu
ao constatar que não havia. Saiu do quarto fechando a porta e foi para o seu,
para um banho.
Tirando às peças de roupa que cobriam seu corpo, via Nininha em
cada canto do seu quarto. Isso fazia com que seu membro latejasse de
saudade. Após a vinda de sua menina à sua casa, ao seu quarto e
principalmente na sua banheira, ele não conseguia mais deixar de imaginar
ela ali de novo. Só havia falado com ela antes da operação, sentia muita falta
dela como nunca sentiu de ninguém antes. Pensou em ao sair do banho ligar
para ela, mas ao mesmo tempo não sabia o que dizer. Ela iria querer saber do
Léo também e as coisas poderiam se complicar. Achou melhor então esperar
o sono da beleza do Léo acabar para juntos falarem com ela, seria menos
pior. Eles haviam conversado com ela que talvez poderiam ficar dias sem se
falar. E pelas suas contas, acreditava que em menos de um mês eles estariam
indo em definitivo para o Rio, talvez Léo antes dele. Pelo menos ela não
estaria sozinha.
Sem fome, só desceu para alimentar Brutus e fechar à casa. Tomou
um copo de suco e subiu para seu quarto. Para ele agora só restava deitar em
sua cama e adormecer lembrando dos detalhes do rosto de sua menina, da
textura de seus cabelos longos, do brilho no olhar de quando ela sorria para
eles e do toque de suas mãos em sua pele sedosa, que se arrepiava a cada
arrastar de seus dedos. Enrolado em seu lençol que ainda carregava o cheiro
dela, se deliciou abraçando o travesseiro em que ela dormiu. Suspirando
contava às horas para começar a viver os melhores dias de sua vida. Tomado
de pensamentos futuros decidiu amanhã mesmo começar a pesquisar lugares
dos quais ela comentou gostar, para verificar a possibilidade de transferência
para alguma dessas áreas e comprar uma casa linda para eles morarem, e nela
faria um estúdio para que ela se dedica-se à pintura que tanto gostava. Pensar
nela aliviava a saudade. Pensar neles três juntos o mantinha forte para
qualquer coisa. Só mais alguns dias Dane, só mais alguns dias. Dizia para si
mesmo até pegar no sono.

Saudade dói. Saudade é nó apertado que só é desatado no reencontro.


Mas o que é a vida se não um palco para encontros, desencontros e
reencontros.
Um mundo tão globalizado e as pessoas ainda sofrem com a distância.
Não basta falar, ver, ou mandar mensagem com quem está longe, é preciso
sentir o cheiro, o sabor dos lábios, o tato do carinho, a energia que as pessoas
que sentem falta umas das outras têm quando se encontram.
Sorte daqueles que durante sua jornada podem encontrar um amor tão
único, mesmo que no meio do caminho haja distância, dúvidas, inveja,
saudade. Infelizmente nada é perfeito e por mais sorte que podemos ter ao
longo da vida haverá sempre alguma dificuldade a ser ultrapassada. Nininha
está aprendendo a lidar com a saudade sendo apenas grata por ter a
oportunidade de ter conhecido os seus meninos e por poder realmente
acreditar na esperança de passar o resto de suas vidas juntos. O que são
alguns dias diante do resto de suas vidas.
Na mesma praça de alimentação, do mesmo shopping e na mesma
mesa em que conheceu o homem que mudou sua história, Nininha viajava em
pensamentos e nas possibilidades da vida a três. Sozinha agradecia a Deus,
aos céus, ao universo por ter conspirado ao seu favor. Não poderia imaginar o
que fez para merecer.
Mais cedo foi na faculdade trancar a matrícula. Alguns professores a
questionaram, mas ela estava decidida. De lá fez o de sempre, passou nas
suas clientes e deu uma volta no shopping. Não era muito ligada à moda e
tudo o mais. Porém se sentia diferente, e a necessidade de expor isso era
grande. Entrou em algumas lojas e escolheu novas peças de roupas que
condiziam com a mulher que ela se tornou após aquele encontro há algumas
semanas atrás. Como em pouco tempo alguém pode mudar tanto? Na verdade
não é que ela tenha mudado, essa nova Nininha vivia dentro dela adormecida.
Uma mulher decidida e interessante sim. Mas no caso dela, precisou ver essa
nova mulher nos olhos de seus meninos, para que ela acredita-se nela mesma.
Como seria bom se todas as mulheres conseguissem se auto conhecer
sem precisar de ajuda. Olhar internamente e enxergar a mulher sexy,
poderosa e cheia de vida que há em todas.
Ainda muito envolvida com ela mesma e com a intenção de se
mostrar como estava se vendo agora, passou na porta de um salão de beleza.
Uma ajudinha profissional cairia bem, pensou. Ela entrou e se deu ao luxo de
fazer unhas, sobrancelhas, buço e um novo corte de cabelo. Nada que
mexesse no comprimento, porque sabia que seus namorados adoravam puxar
e enrolar as mãos entre os fios. Queria um corte para dar mais volume, altivez
e com pouquíssimas luzes nas pontas. Quando pronta se amou. O que um
bom design de sobrancelhas fazia para um rosto??.
Já havia feito sua depilação antes de viajar para reencontra-los há
alguns dias. E mesmo se tivesse precisando não ousaria fazer sem a ajuda dos
dois como Léo mencionou.
Ela sabia que para amar aqueles homens precisava se amar também.
Se sentiu especial e livre ao se olhar no espelho. Um novo olhar sobre ela
mesma.
Após o salão, antes de ir embora foi em uma loja de lingerie, escolheu
peças bem sexys e algumas para o dia a dia. Quando eles estivessem de volta
queria estar preparada a todo momento. Apesar que na maioria das vezes eles
vão rasgar suas peças íntimas ou simplesmente mantê-la sem elas, como
Dane fez na viagem do carro até sua casa. Ui calor!!
Mesmo assim não importava, ela queria mesmo sentir essas novas
peças em seu novo corpo, por esse novo ponto de vista.
Terminando, foi ao encontro de seu pai no estacionamento. Seu velho
pai ficou encantado com a nova imagem de sua garotinha, que agora virou
uma mulher extremamente confiante e linda .
Ao entrar no carro seu pai falou com ela.
— Sempre soube que esse dia ia chegar, que minha garotinha viraria
essa linda mulher.
Encabulada com o elogio de seu pai, sorriu para ele, deu-lhe um beijo
no rosto e respondeu:
— Ah pai, o senhor sempre me mimando. Seus olhos sempre vão me
ver bonita. Não vale.
— Aí está seu engano. Vejo além de meus olhos de pai. Você mudou
amor. Saiu do casulo, enxergou a mulher que havia dentro de você e está
dando a ela o espaço necessário. Espero que com esse seu auto conhecimento
te faça forte o suficiente para sua caminhada, que pelo que vejo por sua
escolha, pode ser bem difícil. Além de dois homens para dividir a vida, eles
ainda tem uma profissão de risco.
— Para pai, eu agradeço seus elogios, mas diante de tudo que já
conversamos quando voltei da viagem dispenso os palpites sobre a profissão
deles. Entendo que o senhor se preocupa comigo, o meu bem estar e o meu
futuro. Mas sabemos que nem tudo é perfeito, e além disso eles conversaram
comigo e disseram que vão pedir transferência para algo mais administrativo,
com menos perigo. Dane é o mais preocupado com isso. E Léo até disse que
mudaria de profissão se fosse necessário.
— Nossa!! Eles estão realmente empenhados em ficar com você. Isso
soa bem, mas será que funciona bem também? Meu amor, tudo é muito lindo
quando estamos apaixonados. Mas um ser humano não vive só de amor e
paixão. Precisamos nos sentir realizados também na vida social, nas amizades
e principalmente no trabalho. É claro que nem todos conseguem a realização
em tudo, mas me preocupo com o fato deles quererem mudar suas vidas por
você e depois sentirem falta. Eu verifiquei... Algumas... Coisas sobre eles e
são muito bons em ação, no campo em que trabalham agora. Eu sinceramente
acredito que eles não se acostumarão fácil a um serviço mais pacato.
Calada e pensativa Nininha olhava para fora da janela do carro, as
palavras de seu pai eram certas. Será que ela e a vida que imaginavam, seria o
suficiente para eles. Desde que se conhece por gente sentia medo por seu pai
nas ruas, e ficava chateada por tanto perigo e pelo pouco que ganhava. Os
amigos do seu pai sempre diziam que ele era o melhor da turma, mas parando
para analisar agora ela percebeu que todos os outros tinham evoluído dentro
da polícia em seus cargos e consequentemente seus salários. Só seu pai ficou
estagnado na mesma posição até se aposentar. De certo que, por sua mãe
morrer enquanto ela era muito jovem ele se dedicou mais a ela do que sua
profissão. Será que ele foi ou é infeliz por isso. Ele cuidou dela sozinho
integralmente, seu trabalho só era importante para o sustento básico dele e
dela. Sua presença em seu crescimento foi fundamental para quem ela é hoje,
e apesar da vida simples que tinham nada faltou para ela, muito menos a
presença dele e o seu amor. Então veio uma questão na sua cabeça.
— Pai, o senhor se arrependeu em algum momento após a mamãe
morrer, de ter abdicado de uma vida profissional de sucesso ou alguma outra
coisa que o senhor precisou deixar para trás, para poder cuidar de mim? Essa
escolha faz do senhor um homem triste hoje?
Tonto com a questão levantada pela filha amada, e muito ciente do
que ela queria descobrir com isso, o pai de Nininha diminuiu a velocidade e
encostou no acostamento da rua.
Se virando para ela com todo carinho do mundo e transmitindo uma
certeza absoluta em sua resposta, disse firme:
— Nunca, jamais minha filha. E para que não sobre dúvidas, você é o
meu maior legado. Nada que eu pudesse ter conquistado na minha vida
profissional seria maior do que ver você meu amor, se transformar nesta
mulher linda, inteligente, amiga, decidida, íntegra e amorosa. Quando a vida
nos levou por caminhos tortuosos tirando sua mãe de nós enquanto você era
apenas uma garotinha, a única coisa que eu jamais abdicaria seria de estar
presente na sua criação. Cada reunião de pais, festas escolares, apresentações,
e todas as outras oportunidades que pude estar ao seu lado durante toda sua
vida, me fizeram muito feliz e realizado. E nem a falta de sua mãe me fazia
triste, porque ela se fazia presente em seu sorriso. E nada me importava mais
do que te fazer sorrir. Mato a saudade de sua mãe olhando você sorrindo,
então quanto mais cosquinhas, filmes de princesas e essas baboseiras de
meninas que fazia contigo, mais me deliciava em teu sorriso. E muito mais
que tudo isso, a responsabilidade de te transformar em um ser humano do
bem, de caráter foi o trabalho mais compensador que já tive. Por todos esses
motivos, meu amor, não tem o porquê de arrependimento.
Completamente envaidecida por todo amor presente em cada palavra
de seu pai, e resgatando às lembranças das quais ele falava. Nininha segurou
a emoção e a vontade de fazer uma nova oração para novamente agradecer
por tudo em sua vida e pela sorte de ter o melhor pai do mundo.
Suspirando respondeu:
— Então pai, está aí onde eu queria chegar. Eu jamais percebi em
toda minha vida qualquer indício de que o senhor não fosse feliz ao se
dedicar a mim. Aprendi contigo que às vezes, na vida precisamos fazer
escolhas e, às vezes, escolhas bem difíceis. Abdicar de algo em troca de outro
se for por amor, é sempre a melhor escolha. Acho que nós, digo eu e os
meninos, avaliamos tudo aquilo que queremos e como queremos. E nós,
somos três pessoas diferentes com muitas coisas para serem analisadas, e
nesta analise é claro apareceram vários obstáculos. O pouco tempo que
estamos juntos não significa nada diante do amor único que sentimos um
pelo outro. Cada um terá que abdicar de alguma coisa para que esse futuro
que nós almejamos dê certo. E se formos abdicar de algo será por amor, pelo
nosso amor, pelo nosso poliamor. Posso estar romantizando tudo meu pai,
mas prefiro ser assim do que ser uma pessoa engessada que crê que o amor
não existe, que é impossível. Não quero usar as derrotas dos outros para
influenciar meu futuro, minha vida ou minhas decisões. Quero usar de
exemplo o amor que vejo nos seus olhos quando me olha, o amor das minhas
amigas, o amor dos meus meninos e tantos outros tipos de amor que vemos
no nosso dia a dia. Nunca ninguém pode ter certeza de como vai ser, mas se
tiver que tentar ou escolher, eu vou sempre optar pelo amor. Tudo é eterno
enquanto dura, e se for depender do meu amor por eles e do deles por mim,
durará para sempre.
Uma lágrima solitária descia pela face de um homem que dedicou sua
vida para criar sua filha sozinho. Fez de tudo para que em sua criação não lhe
faltasse nada. Mas sofria ao pensar que nunca poderia compensar a ausência
de sua mãe. Achava que a falta da mãe poderia causar confusões em sua
educação. Como sofreu sozinho as dores de sua filha quando em cada época
de sua vida tinha uma decepção em relação a amizades e aos primeiros
imbecis com quem ela achava ter se apaixonado. Como ele sonhou usar a
arma várias vezes. Fazia um esforço sobre humano para estar ao seu lado
sempre. Sem demonstrar cansaço. E agora, ele se via ali, dentro de seu carro
com sua filha lhe mostrando os ensinamentos que ele mesmo ensinou para
expor para ele o quanto estava decidida e pronta para viver sua vida.
Uma sensação de satisfação e trabalho concluído o preencheu.
Ela agora estava sobre seus pés e ele seria apenas um espectador de
sua vida. Mas um espectador pronto tanto para apoiar quanto para proteger,
mesmo que fosse por trás das cortinas. Levou sua mão e acariciou os cabelos
dela pensando como ela era a cópia de sua mãe. Sorrindo amorosamente e
com um olhar de admiração lhe disse:
— Você está certa. Melhor, você está pronta meu amor, meu trabalho
termina aqui. E te digo uma coisa, tenho certeza que seu futuro será grande, e
não por conta dos seus namorados, sim por conta de que você está preparada.
Tanto para o eterno enquanto dure, como para o eternamente. E você sabe, eu
sempre estarei aqui, para você e por você... E... para usar a arma se for
preciso também, é claro. Rsrs.
Dois chorões. Se abraçaram, riram e compartilharam sem mais
palavras o amor que existia entre pai e filha. Apenas no olhar e no carinho de
um abraço.

É nas adversidades da vida que somos testados. Para onde seguimos,


as decisões que tomamos, tudo isso depende do que somos como pessoa.
Escolher pelo amor não deveria ser a escolha mais difícil. E há sempre um
momento para começar, nunca é tarde. Todos vemos por aí a cada dia
homens e mulheres e, muitas vezes até crianças desacreditadas no sentimento
mais nobre que existe. A maioria das pessoas no mundo de hoje preferem
usar exemplos destrutivos do que seguir seu coração. O fato da vida de um
não dar certo não significa que o do outro vai ser igual. Cada um se empenha
em suas escolhas e em seus sonhos de maneiras diferentes, talvez por isso
resultados diferentes. A vida é sempre muito difícil de entender, mas é muito
simples de ser vivida. Se só pensarmos em amar, e nada além, o fluxo corre
naturalmente ou deveria.

No tempo que estava longe dos meninos na intenção de esquecer a


saudade que corroía seu peito, pensou muito sobre vários assuntos.
Principalmente em seu futuro e o que queria dele. Era óbvio que tinha medo
de nada acontecer como deseja, mas não seria sincera com ela mesmo se não
tentasse como seu coração queria.
Mesmo que algo não dê certo estaria pelo menos satisfeita por ter
feito como havia desejado e não de uma maneira imposta por outras pessoas,
pela sociedade em si.
Como sua amiga disse, Deus lhe deu o livre arbítrio para usar como
queria e não usaria para agradar os ignorantes, sim a ela mesma.
Chegando em casa guardou suas compras. Anotou no seu caderninho
as novas dívidas e foi preparar a janta para ela e seu pai.
Nesse meio tempo não parava de imaginar em como estariam seus
meninos. Já havia uns dois dias que não se falavam, a não ser uma mensagem
antes de eles irem realizar a operação. Não podia fingir que não estava
agoniada e louca de vontade de ligar para saber deles, se coçava para ligar.
Porém, se controlava, pois sabia que eles poderiam estar ocupados e não
queria atrapalhar. Ao mesmo tempo pensava se eles poderiam ter sido
alvejados, ou qualquer outra situação nesse sentido.
Na mesa com seu pai, mexia com os talheres em seu prato como se ali
não tivesse nada. Sem fome. Pensava se os seus meninos estavam comendo
também, se perguntando se estavam bem.
— Não vai comer, Nininha? — Perguntou seu pai preocupado.
— ...Sim pai, é que não estou com muita fome sabe.
— Hum sei, tem notícias dos dois?
— Não, só nos falamos antes deles seguirem para a operação.
— Filha, provavelmente eles te falaram que operações como está
podem levar dias, e mesmo depois, ainda tem muitas papeladas e relatórios
para preencher. E além do mais do jeito que você disse que eles são com você
eles não deixariam de te avisar quando acabasse.
— É pai, com certeza, e como dizem, notícia ruim chega rápido vou
esperar até amanhã e daí ligo para eles. Bruna e Lary me chamaram para
tomar um Chopp, querem estrear meu visual novo. Acho que vou com elas.
— Aquelas duas, rsrs. Vá sim amor, estar com suas amigas vai te
fazer relaxar um pouco e esquecer um pouquinho esses dois.
Esquecer?? Como Nininha poderia? Entretanto, sair com as meninas
com certeza a alegraria um pouquinho.
Ligou para elas confirmando e ao desligar ficou olhando para o
telefone como tantas outras vezes esperando que tocasse e que fosse eles.
Não tocou. Entrou no aplicativo e deixou uma mensagem no grupo dos três.

@Nininha: Oi, saudades de vcs como vcs estão, como foi a


operação?... Bom eu vou sair com as meninas agora para esquecer um
pouquinho a falta que vcs me fazem. Amo vocês!
Nininha ainda mantinha esperança que eles retornassem, mas pelas
visualizações tem dias que não olham. Então largou o telefone e foi se
arrumar, preferiu não ficar pensando no motivo de os dois não visualizarem
seus telefones por pelo menos dois dias. Mas amanhã não haveria jeito ela
ligaria até conseguir falar. E já estava até pensando em voltar lá no fim de
semana de novo de tanta saudade, conversaria com as amigas e veria o que
faria.
Nininha apesar do golpe que teve muito cedo ao perder sua mãe, teve
a sorte de ser criada por um pai amoroso e dedicado. Somando isso a
personalidade mansa e amável, a fez se tornar uma pessoa boa. Só queria a
paz para sua vida e nela encontrar um amor para dividir o futuro. A maioria
das pessoas até querem isso, mas não tinham “querer” o suficiente para lutar
por isso. Esquecer o que deveria ter, para amar e apenas ser, por amor.
Tudo o que queremos é paz, é amar, mas a felicidade traz alguns
percalços. As pessoas que não alcançam um grau de felicidade suficiente, ao
invés de procurar novos caminhos para encontrar, preferem cobiçar e almejar
a felicidade do outro. Parecia ser assim como Lia. Uma menina desde muito
cedo envolvida em intrigas, discussões e brigas. E ultimamente cismou com
Léo e Dane.
Toda serelepe, Lia ajeitou os seios no decote apertado antes de tocar a
campainha. Aguardando a porta abrir retocou o batom cor de ameixa e
equilibrava uma garrafa de vinho tinto de marca duvidosa entre os braços.
— Já vou...
Após alguns minutos a porta é aberta, Lia olha o dono da casa dos pés
a cabeça passando a língua languidamente pelos lábios. Por fim, levanta a
garrafa mostrando-a e dizendo:
— Oi meu herói, vim para comemorar com você docinho.
Sem reação e ainda muito chateado pelas coisas que ouviu sobre ela.
O anfitrião não sabia se convidava ou não Lia para entrar e ficou ali de pé em
frente a ela olhando para aquela figura toda emperiquitada esperando ser
convidada para entrar.
Abaixando a garrafa um pouco e meio sem saber porque ainda não
havia sido convidada a entrar, passou a mão pelo peito nu masculino se
aproximando de seu rosto dizendo:
— Não vai me deixar entrar, Conrado, meu herói. Vim aqui para
passar a noite contigo você merece um tratamento cinco estrelas pelo
excelente trabalho. Anda docinho, deixa eu entrar.
Se esforçando para não cair no joguinho dela, Conrado foi logo
soltando:
— Ah, você veio? Veio direto ou passou antes na casa dos super
amiguinhos? Na certa não foi bem recebida de novo e então veio aqui ficar
com o trouxa. Lia, fala sério, não estou para bagunça. Eu até queria tentar
algo mais sério com você, mas você é uma oferecida, não me respeita e tô
legal de vagabunda.
De boca aberta Lia assistiu Conrado se virando e entrando em sua sala
deixando a porta aberta à sua frente. Mesmo após as palavras dele a cara de
pau entrou no apartamento fechando a porta e seguiu ele até o sofá. Conrado
estava sentado só de bermuda e bebendo um copo com líquido na cor âmbar.
Lia se aproximou deixou o vinho e sua bolsa na mesinha de centro e olhou
cobiçando-o.
— Que grosseria é essa docinho, você sempre me tratou com tanto
carinho? O que eu te fiz?
— Olha Lia você não me fez nada, tá legal. Na verdade eu é que sou
um idiota ao insistir em querer achar que você gosta de mim. Para com essa
palhaçada, já deu. Agora vai embora atentar outro diabo. Cansei.
Em um rompante, Lia sentou em seu colo se aconchegando em seu
corpo e foi passando o nariz em seu pescoço tentando beijar sua boca
segurando sua cabeça entre as mãos. Ele tentou, tentou se esquivar, mas era
mais forte que ele. Ele era caidinho por ela. E ela sabia disso. Então ele a
tomou com puro desejo ali no sofá. Seus corpos queimavam, Conrado levava
ela às alturas. Lia até gostava um pouquinho dele, mas era gananciosa de
mais queria sempre o que não podia ter.
Entrelaçados no sofá após se consumirem na luxuria Conrado iniciou
uma conversa com Lia. Queria saber dela se algum dia queria ser de alguém,
ter uma família e tudo mais. Lia por sua vez sorrateiramente se desviava
como podia das insinuações dele. Então sem mais lenga lenga foi direto ao
assunto.
— Lia, nos damos tão bem na cama e, você sabe, eu gosto de você,
muito. E você deve gostar de mim nem que seja um pouquinho só. Por que
você não esquece esses caras e fica comigo, sério. Eu poderia fazer tanto por
você e com você. Eu te assumiria e você poderia vir morar aqui comigo, e
agora com minha provável promoção com Dane pedindo transferência para o
Rio, eu teria um salário ainda melhor. Você poderia até parar de trabalhar. O
que você acha? Juro que esqueço tuas investidas com aqueles dois e farei o
meu melhor para te fazer feliz.
No exato momento em que ela ouviu o nome do Dane, se esquivou do
corpo do amante sentando no sofá o olhando como se não entendesse o que
dizia. Esticou o braço até a mesinha, tomou o copo que ainda havia o restante
da bebida dele e deu uma golada. Deixando Conrado confuso e ao mesmo
tempo esperançoso. Pobre Conrado.
— O que você quis dizer com isso? — Indagou ela.
— Isso o quê? Que parte?
— A parte em que você fala sobre ficar no lugar de Dane. Por quê?
Ele vai sair da agência, e se ele vai, o Léo também vai? O que você está
sabendo que eu não estou?
Exasperado Conrado levanta do sofá e segue nu até a bancada de seu
bar de madeira no canto da sala. Ali se serve de uma dose tripla de sua bebida
quente e se vira para Lia espumando de raiva.
— Como diante de tudo o que eu disse, a única coisa que você
escutou foi sobre Dane? Quer saber sua desgraçada eu sou realmente o otário
que todos dizem. Como pude me apaixonar por você, eu devo ter entrado na
fila para ganhar dedos podres. Puta que pariu.
— Ah, docinho não vem com essa, nunca te enganei. Sempre fui
muito transparente contigo. O que temos é apenas um passa tempo e você é
legal comigo por isso durou um pouco mais. Porém benzinho, não quero nada
sério, pelo menos não com você.
Ela falou isso já colocando sua roupa que estava espalhada pelo chão.
— E então, desembucha o porquê ele vai pedir transferência?
Conrado parecia assistir aquela cena tosca do alto. Olhava para uma
mulher bonita por fora, mas cheia de veneno por dentro. Era maldoso o jeito
dela falar, sentiu-se humilhado.
Naquele momento ele deveria decidir que rumo seguir em sua vida,
continuaria ele sendo um simples capacho recebendo um mínimo de atenção
ou ele tomaria às rédeas de sua vida e seguiria focando somente no trabalho e
esqueceria esse lance com ela que não iria dar em nada mesmo?
Terminou sua bebida em uma golada e se vestiu também ouvindo Lia
falar sobre um monte de coisas as quais incluíam os nomes de Dane e Léo.
Sem aguentar tanta safadeza dentro de sua própria casa pegou ela pelos
braços a sacudindo com força pedindo que calasse a maldita boca. Mas, Lia
não se continha e continuou suas alfinetadas.
— Hahaha, você acha que tem cacife para ficar no lugar do Dane?
Faça-me o favor. Você é um merdinha Conrado sempre foi uma entrada ou
sobremesa nunca um prato principal. Me larga que você está me
machucando.
Ainda mais revoltado ao ouvir as palavras de Lia, jogou ela no sofá e
disse:
— Engraçado, você chegou aqui dizendo que eu era seu herói e agora
eu sou um merdinha?
— É mas, você foi meu herói, você salvou a vida do Leozinho,
querido. O que para mim foi o que fez de mais importante na missão. Vim
para comemorar contigo a vida dele, e a possibilidade de um dia eu ficar com
os dois só para mim. Já que você tá todo emocionalzinho é melhor eu ir
embora, fica aí sozinho que é o que você merece.
Pegando suas coisas e repetindo palavras aleatórias, Lia ia indo
embora. Antes que ela saísse, Conrado conseguiu chamar sua atenção
fazendo quase um desabafo:
— Lia você é má, não tem outra explicação. É muito difícil para mim
aceitar isso, porque eu realmente gostei de você e queria ficar com você. Mas,
sinceramente você não me merece, você não merece nada. Como fui Idiota.
Acabou, por favor, não direcione a palavra para mim nunca mais. E assim
que eu entrar como chefe de operações vou pedir sua transferência para um
outro lugar bem longe de mim. Não quero um ser tão sem alma assim por
perto. Faço uma ideia de até onde você pode ir para conseguir o que quer.
Sabe de uma coisa, eu tô é com pena daqueles dois, nunca pensei em dizer
isso, mas é exatamente o que sinto, pena daqueles dois, por terem um
encosto como você capaz de tudo para destruir a vida deles por apenas uma
questão de querer.
Ao terminar derrotado com tanta energia negativa emanada de uma
mulher que até então ele queria para ele, se virou novamente para o bar se
servindo e escutou ainda ela esbravejando antes de sair e bater a porta.
— Faça-me rir Conrado. Eu não te merecer? Bom, já que vai fazer de
tudo para me transferir, me ajuda a ser transferida para o Rio também, vou
lhe ser grata eternamente. E não acabou, na verdade nunca começou, para
mim vai ser muito fácil deixar de falar contigo e aturar sua conversinha,
obrigado por isso. E quanto ao Léo e Dane não se preocupe, eu farei o mais
rápido possível que eles descubram que eu sou a mulher para eles e não
aquela sem sal. E talvez, docinho, ainda consiga convence-los de não partir,
te tirando a oportunidade de alcançar um lugar que não é seu. Bye bye!
Idiota.
Assim que a porta foi batida Conrado tacou o copo nela espatifando
ele. Cacos de vidro e bebida foram para todo o lado. Cerrando os punhos com
ódio mortal dela, se segurou para não ir atrás e dar uma surra naquela mulher
sem qualquer moral se transformando em alguém que não era. Foi para o
banheiro e tomou uma ducha bem gelada rezando para que a água removesse
o cheiro dela e levasse tudo o que ela deixou de ruim nele. Pensava que daqui
para frente se concentraria somente em seu trabalho. E lembrando do que
disse aquela sem vergonha, tinha pena mesmo dos caras em que ela focava
sua atenção pela ruindade no seu olhar viu que seria capaz de tudo para estar
com eles. Mas isso não era um problema dele. Eles eram bem crescidinhos
poderiam se cuidar sozinhos.
Capítulo: 37 Sonhos e Pesadelos.

Nada melhor do que música, bebidas e uma boa conversa com


as amigas para aplacar a angústia de estar longe de quem se ama, como

também para formular ideias mirabolantes e tentar resolver o problema

"saudade".
— Vocês são loucas, eu estive lá há uns dias, é uma viagem muito
longa e cansativa. Fora que não tenho dinheiro para ir assim de uma hora para
outra. Eles custearam minha passagem da última vez, lembram. E o que eu
falaria para meu pai e a eles dois? Duas sem noção. Eu até queria, mas não
dá.
Meio bêbada pelos chopps, Nininha respondeu às amigas sobre a ideia
delas, de ela ir para lá de novo encontrar com seus meninos e ainda de
surpresa. Loucas. Mas era uma loucura das boas. Por um instante ela pensou
se seria possível, mas deixou para lá. Ignorando Lary e Bruna que falavam
sem parar sobre esta doideira, levantou e foi dançar um pouco. A pista estava
bem vazia, só alguns casais se enroscavam em uma balada pop romântica.
Nininha se mexeu mais divertidamente do que no balanço da música. Queria
apenas curtir aquele momento de embriaguez. Logo suas escudeiras se
levantaram também e dançaram junto com ela. Assim foi o restante da noite.
Que alegria ter amigos. Que alegria era estar com elas. Não que tenha
esquecido por completo a falta que aqueles dois faziam, mas deu uma
acalmada no seu coração. Deixaria para amanhã a dor da saudade e o
pensamento de reencontra-los novamente.
Foram todas de taxi para casa, Nininha torcia para não ficar com dor
de cabeça quando acordasse. Achou que bebeu de mais, de novo. Não era
esse o objetivo. Em seu quarto após se trocar, se jogou na cama e ficou
olhando para a tela que estava pintando. Seguia os contornos de suas
pinceladas. Artisticamente falando achava sua pintura sexy demais em
relação às outras telas que já havia feito. Essa ainda não estava terminada,
mas já havia alguns sentimentos a serem notados em cada canto da imagem.
Chegava a ser excitante olha-la.
De repente ela achou que estava excitada de mais, sentia o centro de
suas pernas umidecendo. Imagens de seus meninos tocando-a vieram em
formas esfumaçadas em sua mente. Sentia que estava sendo tocada por eles
em seu íntimo. Se acariciou por cima de sua camisola nova, que a propósito a
fazia se sentir bem sexy. Se roçava na cama, já havia se tocado antes, na
verdade poucas vezes, porém naquele momento seu corpo necessitava de
alívio. Era óbvio que a bebida, misturada à falta que eles faziam deixou ela
muito sensível. Já não tinha volta, precisava dar ao seu corpo o que pedia.
Retirou a calcinha devagar imaginando que Léo a retirava com a boca, ao
mesmo tempo que quase sentia Dane a beijando pelo pescoço e ombros. No
escuro do seu quarto se sentia a vontade, tão a vontade que se pôs nua. Sua
pele estava fervendo, seu clitóris pulsava pedindo atenção. Sua vagina pronta
para receber se fosse possível os dois ao mesmo tempo. Parou para pensar se
seria possível aqueles dois Deuses Olimpianos com seus paus imponentes
dentro de seu canal quente e escorregadio. Só de pensar sentiu o suor
descendo por sua testa e meio dos seios. Será que poderia levar os dois ao
mesmo tempo ali? É uma possibilidade, já que não imaginava nem leva-los
no ânus cada um, nem junto com a vagina e conseguiu, talvez consiga
também desse novo jeito. Se sentiu bem safada com esse pensamento o que
só levou ela a um nível maior de tesão. Apalpava a carne macia de seu colo,
subia e descia suas mãos. Chegava aos picos endurecidos clamando para
serem chupados e os beliscou e rodeou com seus dedos. Tentava tocar seus
seios como eles faziam. Desceu uma mão até seus lábios vaginais,
encontrando-os molhados e queimando sob seu toque. Com seus dedos
brincou em suas dobras sempre imaginando que fossem eles a lhe tocar.
Olhos fechados, boca entre aberta soltando envergonhados gemidos baixos.
Abriu mais as pernas e mergulhou um dedo e logo depois mais um. Rodeava
seu quadril ao encontro de sua mão buscando sofregamente sua liberação.
Estava difícil de acha-la sem ter seus meninos lá com ela. Abriu os olhos e
nos contornos do quarto escuro materializou aqueles pares de olhos assistindo
ela no seu showzinho particular. O início de seu orgasmo veio se mostrando
ainda tímido. Então em um gesto de pura insanidade e necessidade, ela pegou
um de seus travesseiros e colocou entre suas pernas, de maneira que roçava
diretamente em seu broto flamejante. De bruços sobre o travesseiro
friccionou seu corpo buscando e encontrando seu prazer. E só após às ondas
de seu orgasmo solo terminar, foi que os pares de olhos que a assistia foram
se distanciando e sumindo nas sombras. Ela sorriu. Sorriu por vergonha, por
pura lascívia, por timidez velada, e por imaginar o porquê de nunca ter tido
um orgasmo tão maravilhoso assim sozinha antes. Essa resposta era bem
óbvia, um, ela não se conhecia o suficiente e dois, não havia experimentado
dois homens como seus meninos antes. Não conhecia seu corpo como hoje,
na verdade não se sentia segura consigo mesma. Bom, agora ela já sabia, já se
conhecia.
Levantou suspirando e foi ao banheiro se limpar. Voltou para o quarto
se deitou na cama e com um sorriso saliente e corpo leve, fechou os olhos e
rezou para encontrar com seus meninos em seus sonhos e para o tempo
passar bem rápido.
Adormeceu.
É dormindo que realizamos a maior parte de nossas vontades. É onde
somos livres para viver o que quisermos. Viajamos por mundos nunca antes
habitados e plantamos nossas memórias. Nossas forças são revigoradas a
cada respiração compassada, lenta e em repouso. A única coisa de que não
estamos livres nos sonhos é deles se tornarem pesadelos.
Uma cena bela de felicidade pode se transformar em segundos em
uma de terror e agonia. Sem controle. Sem rumo.
Não podemos fazer nada a não ser esperar que nosso cérebro não
aguente tantos conflitos e nos acorde encerrando as sensações tristes e de
horror vividas inconscientemente.
Existem pessoas que acreditam que alguns sonhos são premonitórios, avisos
para encarar melhor a realidade. E na maioria das vezes os pesadelos com
acontecimentos tão ligados com o que estamos vivendo no momento só nos
deixam aflitos, sem saber se tudo que foi vivido no inconsciente tem alguma
ligação com a realidade.
...Nininha se debatia na cama, agora não mais porque seu corpo
necessitava de alívio, mas porque sonhava com seus dois amores. A princípio
ela estava os reencontrando em uma praia bem iluminada pelo sol, areia
branquinha, ondas quebrando infinitamente à beira do mar. Pássaros
sobrevoavam o céu azul. Os três se beijavam e se abraçavam saudosamente.
E, como um triângulo, com ela na ponta, ela olhava em seus rostos tentando
lembrar de cada detalhe. Ao olhar Léo, em seu rosto aparecia algumas
manchas arroxeadas, e prestando mais atenção via gazes cairem à sua volta.
Quando iria perguntar, uma distância se fez entre eles, como só em sonhos
acontecia. Do nada se via correndo em direção aos dois enquanto o tempo
na praia parecia mudar. O céu escureceu e as ondas castigavam a areia com
sua força. No horizonte, na areia, ela via uma silhueta escura como se ela os
puxassem em seu encontro. Ela gritava por eles, gritava, mas o espaço entre
eles só aumentava. Se ajoelhando no chão chorava por não alcança-
los. Eles percebem que já estavão muito longe e tentavam voltar, mas uma
força estranha abria um precipício entre eles. E mesmo assim, os dois
pularam para chegar nela dizendo que a amava que não os deixasse...
Com um grito assustador Nininha acorda em seu quarto e começa a
chorar ao lembrar do pesadelo que teve com os dois homens que amava. Deu
um pulo da cama e foi ao banheiro lavar o rosto e tentar entender melhor o
que tinha acontecido. Já era meio da manhã. Trocou sua roupa ainda tentando
apagar da memória esse sonho sem nexo que a deixou muito aflita.
Pegou seu celular e no grupo deles viu que ainda não haviam nem
visualizado. Isso já estava sem sentido, não era possível eles ficarem tanto
tempo sem ver o telefone. Decidiu tomar um café e depois iria ligar para eles.
Na cozinha a cafeteira mantinha o café quente. Se serviu e ficou ali pensativa
encostada na pia. Imaginava se esse sonho significava alguma coisa. Será que
Léo estava ferido, será que os dois estavam feridos e por isso não entravam
em contato. E se estivessem, o que ela faria. Nininha começou a sentir um
aperto no coração. Correu até seu celular e ligou primeiro para Léo que não
atendeu e depois para Dane que também não atendeu. Mais que agonia. E
pior não tinha com quem dividir essa agonia, pois seu pai havia saído e ela
não iria incomoda-lo. E quanto às suas amigas, ainda estava muito cedo para
elas acordarem. Lary disse que não iria para faculdade e Bruna não
trabalharia no horário da manhã então as duas deveriam estar mortas
dormindo ainda.
Deitou no sofá e desistiu de ir na rua entregar uns produtos que suas
clientes pediram. Ali via o tempo passar e esperava para ligar novamente para
eles. Ela os mataria, depois quando tivesse certeza de que estivessem bem.
Como pode, ficarem tanto tempo sem falar com ela? Pensava.
Algumas horas se passaram e nada de nenhum dos dois ligarem. Ela
acabou tomando um comprimido para dor de cabeça. Não parava de pensar
no que poderia estar acontecendo com eles. Mandou mensagens separadas
para cada um e nenhuma resposta. Então desnorteada decidiu ligar para
agência para ter alguma informação. Procurou o número e digitou, esperou
um pouco, e enfim ligou.
Mas que merda. Xingava. O telefone que eles deram da agência
chamava e ninguém atendia. Tentou novamente. Minha nossa senhora das
namoradas desesperadas!!!
Ela teria um treco se eles não respondessem logo, aliás, ela teria um
treco ainda maior quando falasse com eles. Foi na cozinha bebeu água.
Voltando para sala ouviu o som de mensagem de seu celular. Correu o pegou
e ao ver seu coração disparou.
Era ele, era o Léo. Pelo menos era o contato individual dele. Abriu a
mensagem e o desgraçado mandou apenas uma rosa, um coração e um beijo
seguida de uma frade: Mais tarde ligamos, estamos ocupados. Ela não sabia
se ria ou chorava. Se ficava feliz por ele ter respondido ou puta da vida por
não poderem falar ainda com ela. Entretanto na verdade ela sabia que isso
poderia acontecer, estarem ocupados. Ficou feliz por pelo menos estarem
bem, mas depois do sonho que teve só ficaria satisfeita ao falar com eles em
uma vídeo ligação.
Se acalmou um pouco e acabou cochilando no sofá.
#Léo
Merda merda mil vezes merda. Eu deveria ter falado com ela. Pareço
um menino que fez arte e está com medo do esporro da mamãe. Pelo menos
me sinto bem melhor, os remédios me deram um bom tempo de descanso,
preciso agora pensar numa maneira de falar com ela sobre os acontecimentos.
Vou ver com Dane o que faremos.
Léo usou o banheiro e logo depois foi a cozinha morto de fome. A
casa estava toda aberta, imaginou que Dane estivesse em casa. Entrando na
sala já viu Dane se mexendo na copa parecia estar fazendo comida. Ele
fazendo comida?? Perdi a fome.
— E aí brother, você não deveria estar na agência a essa hora?
— Sim deveria, mas achei que você precisaria de uma comida caseira
para fortalecer os ossos como diz tua mãe. Então liguei para ela e peguei uma
de suas receitas de sopa levanta defunto e estou fazendo para você. Depois
vou para agência. — Disse Dane todo sorridente cortando alguns legumes.
— Ah! E isso é bom? — Dane deu uma olhada amedrontadora em
Léo que logo mudou suas palavras. — Quer dizer, claro que é bom, estou
ansioso para experimentar a gororoba... Quer dizer a sopa.
Tacando um pedaço de batata em mim, Dane disse:
— Seu ingrato. E eu que sempre como quando você inventa de fazer
algo... Caramba estava aqui pensando, será que nossa futura esposa sabe
cozinhar? Fiquei aqui imaginando ela nua só de avental preparando uma
macarronada bem suculenta. E nós dois como cachorros de frango de padaria
babando em olha-la.
Na hora, visualizei a imagem descrita pelo meu amigo. Puxei uma
cadeira, que no caso era a mesma que me sentei enquanto me servia no
gosto do seu corpo. Minha pele se arrepiou só de lembrar, fora meu pau que
pulou dentro da box. Estou morrendo de saudade. Minha vontade é de
arrumar minha mala e ir ficar com ela.
— Falando nela, cadê seu cellular? Ela não te ligou ou mandou
mensagem hoje? Porque acordei com o telefone tocando não tive coragem de
atender, mas não queria deixa-la sem resposta. E acabei dizendo que
falávamos mais tarde com ela porque estamos ocupados.
Deixando às panelas de lado Dane olhou em volta, na certa
procurando seu celular que não estava por ali.
— Deve estar no quarto, mas eu queria esperar você acordar para
falarmos juntos.
— Brother, estamos parecendo dois cachorrinhos com medo da dona
brigar. Dane presta atenção, precisamos combinar o que falar com ela. Você
liga e fala sobre o sucesso do serviço e que eu consegui pegar o traficante
após um mano a mano, em que ele acabou morto pelo outro agente. Pronto.
Ah! E que eu já vou semana que vem para lá e você depois.
Dane ficou me olhando com cara de debochado. Terminando de fazer
a "comida" se virou e me disse:
— Idiota, você quer deixar tudo nas minhas costas. Nada disso,
falaremos juntos. E eu não quero que fique nada mal contado. Já estou
perturbado com o lance da Lia.
— Qual lance, o do beijo ou que você praticamente omitiu que ela
havia sido demitida.
— Qual é a tua Léo, estamos no mesmo time não é.
Ele estava certo, eu estava agindo de maneira estranha. Porra, eu só
estou me cagando de medo de perder minha princesa porque omitimos
algumas coisas. Afinal ela pode não entender, ela é muito nova e tenho medo
da reação dela. Ainda mais estando longe.
— É foda Dane, nunca senti tanto medo. Não sei a reação que ela terá
a várias coisas. Termina aí e vamos logo falar com ela e seja o que Deus
quiser.
(...)
Terminando a sopa Dane foi ao seu quarto e buscou seu telefone,
estava quase descarregando. Encontrando Léo na sala disse que era melhor
eles almoçarem antes. Léo concordou e foram colocar seus pratos. De um
modo geral até que a sopa estava boa. Léo não se queixou ao comê-la e Dane
se auto parabenizava pelo feito. De barriga cheia e após Léo tomar seus
remédios, sentaram no sofá e pelo celular do Léo entraram no grupo e
chamaram ela.
Nininha não visualizou imediatamente, então eles ficaram de papo na
sala. Falaram sobre a operação e outros assuntos. Eles ligaram para o celular
dela chamou, mas ela não atendeu. Eles ligaram o note e começaram a
pesquisar casas no litoral do Rio. Pensavam que teria que ser em um local
afastado para evitarem o quanto pudessem a curiosidade dos vizinhos. O que
provavelmente seria difícil. Viram que poderiam de repente trabalhar na
Polícia Federal Rodoviária. Léo não curtiu muito, mas Dane achou possível.
O que concordaram mesmo foi de que a partir do momento em que
estivessem morando com sua mulher, iriam trabalhar em turnos diferentes,
para que Nininha nunca ficasse completamente sozinha.
Entre uma conversa e outra, o celular de Léo toca e era ela. Léo passa
o telefone para o amigo, era uma chamada de vídeo. Eles ficaram meio
tensos, mas não tinha mais como fugir.
— Oi minha menina, que saudade.
— Oi Dane, amor, caramba vocês demoraram para falar comigo e aí
como estão? Como foi a operação? Vocês estão bem? Cadê o Léo?
Conseguiram pedir a transferência? Aí meu Deus, estou morrendo de
saudades de vocês? E... Por que você que está atendendo o celular do Léo,
cadê o Léo?
Mesmo desorientado com tantas perguntas, Dane tentou responder
uma por uma. Na vídeo ligação encontrava de novo a felicidade em ver os
traços belos do rosto dela. Começou falando um pouco da operação, sobre o
sucesso que obtiveram. Reafirmou sua saudade por ela e que já estavam
arrumando os trâmites de transferência. Perguntou a ela como ela estava e
tudo o mais. Porém, Nininha estava muito ansiosa para saber por que Léo não
falava com ela também. Novamente perguntou por ele, alguns segundos em
silêncio Dane olhou para seu amigo e disse rindo para ela que aquele chato
estava bem, e agora mais feio do que nunca. Ela sorriu com a ideia de Léo
mais feio do que nunca, isso não seria impossível. Logo após, Dane
enquadrou Léo também no vídeo.
— Minha princesa, oi, saudade de você. Queria que estivesse aqui
com .....
A frase de Léo foi interrompida com um suspiro angustiante de
Nininha. Ela levou a mão a boca, sua garganta fechou e seus olhos
umedeceram. O rosto de Léo era uma sinfonia de cores. Como artista poderia
usar seu rosto como paleta de vários tons de roxo. Assustada, preocupada e
curiosa para saber o que havia acontecido foi questionando os dois
incansavelmente. Cada um tentava explicar para ela o que havia acontecido.
E por mais que ela pudesse perceber que apesar de tudo seu Léo foi um herói,
ficou extremamente irada ao imaginar esse louco se jogando de uma janela
machucado e ainda correr no escuro atrás de um bandido, se sentia impotente
por estar longe deles e por ter quase o perdido se não fosse um agente matar o
infeliz que causou essa bagunça em seu rosto. A cólera era tão grande que
imaginava ela mesma matar o desgraçado que bateu em um de seus meninos.
Quando caiu em si e viu o perigo que Léo e Dane correram e ela a milhares
de quilômetros de distância sem saber de nada, chorou, o que fez os seus
meninos ficarem aflitos por não poderem fazer muito estando longe.
Tomando o telefone da mão de Dane, foi Léo que tentou acalma-la.
— Não faz assim Nininha, olha pra mim estou bem, estou ótimo isso
foi só um arranhão...
— Um arranhão??? Você me acha uma estúpida? Como você diz que
um tiro de raspão, umas porradas e uma FACADA foi só um arranhão?????
Agora vejo porque não me ligaram logo, com certeza quiseram me
preservar... Pois bem seus dois palhaços saibam que esse negócio de vocês
quererem me preservar toda vez que algo como este acontecer, vocês só vão
conseguir me deixar mais puta da vida. Para isso dar certo, para nós três
darmos certo, preciso confiar que algo como ISTO me seja dito assim que
possível, para que eu tome alguma providência. Vocês não podem
simplesmente decidirem entre vocês o que me contar.
— OK princesa, não precisa gritar e ficar nervosa...
— EU GRITO E FICO NERVOSA A HORA QUE EU QUISER,
NUNCA DIGA ISSO DE NOVO!
Nossa! Ela realmente estava nervosa. Dane e Léo tentavam acalma-la
a todo custo. Eles explicaram que sim, esperaram apenas Léo estar mais forte
para falar com ela, e que jamais pensaram em não dizer o que aconteceu. Só
esperavam o momento certo. Eles acharam que não havia necessidade de
deixa-la nervosa atoa. Como uma fogueira que começa a queimar, Nininha
precisava se consumir nesta agonia de saber que Léo poderia precisar dela e
de seus cuidados e ela estava longe. Imaginou também que eles poderiam
estar mentindo sobre a real situação de saúde de Léo. Começou a achar a
ideia de viajar para lá novamente nada louca e sim necessária. Eles eram seus
homens, e isso já era um fato, então ela não deveria estar tão longe deles.
Com a cabeça ainda a mil, mas, mais calma do que antes, perguntou para Léo
como ele estava realmente e como se sentiu nas mãos do traficante. Tentando
agora racionalmente entender melhor o acontecido, refez algumas perguntas.
Entre as respostas, se questionou internamente como Dane deve ter se sentido
também, pois imaginou ele vendo seu amigo, seu irmão nas mãos de um
infeliz pronto para mata-lo a qualquer momento. Tinha certeza que doeu em
Dane não poder ou não conseguir fazer nada. Ela tão longe e seus meninos
tão feridos, Léo com marcas no corpo e Dane marcado na alma. Era
indispensável a sua presença junto aos dois. Sofreu por estar tão longe.
— Viu princesa estou bem, estamos bem. Ossos do ofício. Eu não
poderia deixar aquele traficante filho da puta fugir. Nós fomos bons, e você
está vendo essas marcas em mim, mas não viu as que eu deixei nele e em seu
comparsa, fala aí Dane .
— É verdade Nininha, essa gazela saltitante além de correr livremente
pela mata conseguiu deixar dois nariz quebrado e um tornozelo fraturado.
Com a gracinha de Dane, o clima foi quebrado um pouquinho, o que
fez ela sorrir.
— E quem está cuidando de você Léo, com a troca de curativos e
horários de remédios? Espero que não seja nenhum docinho azedo.
— Não meu bem, esqueça desse docinho estragado, e não tem muito
o que fazer, Dane me ajuda e ainda cozinhou hoje para mim. E por incrível
que pareça, ficou boa a sopa. Além disso eu tenho ficado em casa
descansando, mas sexta a noite irei com Dane para encontrar os caras num
bar próximo à agência para comemorar o sucesso da operação. Vê, como
estou pronto pra outra já?
— Você não ouse dizer isso Léo. E tem certeza que você tem que ir
neste encontro, você está bem mesmo? Acho muito cedo para sair, que você
acha Dane?
— Ele está bem amor, não se preocupe eu disse a você que tomaria
conta dessa bunda branca feia e estou fazendo isso. E se ele for, não vai
beber. Esse é um encontro bem legal. Faz os agentes mais empenhados para
próxima missão ser um sucesso também.
— Tá bom... Estou muito triste por estar tão longe e não poder
comemorar com vocês, não poder ter o rosto de Léo em minhas mãos para
um carinho, de não poder te dar um abraço apertado Dane. Tenho certeza que
você sofreu ao ver Léo passando perigo. Eu amo vocês meus amores não vejo
a hora de reencontra-los, beija-los e ama-los novamente. Meu corpo deseja o
de vocês absurdamente. Já não há lugar na terra onde eu esteja que eu não
precise de vocês. Estou pronta, mais do que nunca, para viver o resto de
nossas vidas juntos. Por favor, se cuidem por mim e para mim.
As palavras de Nininha tocaram profundo nos corações dos meninos.
Léo e Dane se apertavam para caber os dois na tela do celular e dizer para ela
tudo o que ela havia dito, mas em outras palavras. Muito amor em uma
ligação. Se pudessem, se teletrasportavam pelo celular para encontrar com ela
em sua casa. Trocaram palavras amorosas durante alguns minutos até
precisarem desligar. Dane ainda iria na agência e Léo precisava descansar.
Nininha também tinha muito o que resolver, e o principal era como ela faria
para pegar o primeiro avião e ir encontrar os amores de sua vida. E em sua
cabeça só existia a passagem de ida porque voltar só quando os dois vierem
juntos com ela. Estava decidida.
Entrando em seu quarto, voltou a lembrar do sonho que a assombrou
de manhã. Tinha algo a ver com os machucados de Léo. Mas, e aquela figura
escura os puxando e uma força estranha abrindo abismos entre eles.
Encucada com isso não poderia ficar indiferente, teria que ir e afastar
qualquer mal que pudesse se pôr entre eles. Não deixaria que nada os separa-
se tão facilmente. Então começaria eliminando a distância.
Descobriu o quadro em que trabalhava e começou a retoca-lo com
cores. Apesar de seu coração estar sentido ao ver seus meninos feridos cada
um a sua maneira, se sentia empolgada a pintar. E foi assim que passou o
restante da tarde até seu pai chegar. Precisava conversar seriamente com ele e
encontrar um jeito de convencê-lo de que tomou a decisão certa.
Capítulo 38: Se Manca.

#nininha

Olhando daqui de cima não sei como consegui convencer


meu pai de viajar assim, de uma hora para outra. Eu posso passar uma vida

agradecendo a Deus pelo pai maravilhoso que tenho, mas mesmo assim não

seria o suficiente. Quando comecei a dizer os meus motivos para querer vir a

ter com meus meninos, meu pai logo me cortou dizendo que demorou um

pouco até para eu decidir isso. E que, quando ele conversou comigo dizendo

que eu estava pronta, era verdadeiro e ele estaria ali sempre do lado da

escolha que eu fizesse, mesmo que contrariasse a opinião dele. Opinião que

no caso, era para aguardar mais um pouco, afinal eu já havia falado e visto

os dois pelo vídeo. Mas foi em vão, nada que ele me dissesse iria me fazer

mudar de ideia. Quando ele percebeu isso fez algo que me deixou muito feliz,

ele me ofereceu o dinheiro da passagem e me desejou toda sorte do mundo.

Só me fez prometer voltar o mais rápido possível e com os dois a tira colo,

porque se dependesse deles estarem comigo para eu ficar próximo dele era

isso que queria. Amo de mais o meu pai.


Pois então, aqui estou eu no meu segundo vôo rumo à uma
cidadezinha próximo a fronteira do país, para reencontrar e cuidar dos
homens que eu amo e nenhuma silueta escura endemoniada me fará ficar
longe. Pena que não conseguirei chegar a tempo de ir com eles para
comemorar com os amigos. Pelos meus cálculos devo chegar na manhã de
sábado. Quero ver a cara que eles vão fazer ao me ver chegar de surpresa na
casa deles. Bom, meu pai não ficou muito à vontade com essa história de
surpresa, disse que era desnecessário e que principalmente eu precisaria que
eles me buscassem no aeroporto. Mas, eu disse que como já conhecia o lugar
pegaria um táxi até a casa deles. E que se houvesse algum problema, eu
ligaria para eles.
Seguindo os conselhos das meninas deixei uma mensagem para eles
dizendo que iria participar de um simpósio de pintura e esculturas, e talvez
fosse difícil falar com eles durante essa sexta feira, já que estaria bem
intertida nas aulas e palestras ministradas. Assim desliguei meu telefone. Em
paz comigo mesma e pronta para tudo, descansei toda a viagem reunindo e
concentrando minha energia, porque iria precisar dela quando chegasse.
(...)

Há algo de muito interessante em surpreender. É prazeroso ver nos


olhos do surpreendido os sentimentos surgindo. Alegria, euforia, felicidade.
Sentimentos sempre bem vindos entre os amantes. O fascínio naqueles
segundos de súbita surpresa quando levamos um susto com um presente
especial ou uma presença importante, deixa tudo mais fantástico.
Aqueles dois não sabiam a loucura que sua princesa estava
aprontando. Léo já estava bem recuperado, foi à uma revisão no hospital e
logo depois em vez de ir para casa seguiu para agência. Já estava de saco
cheio de estar sem fazer nada em casa. Chegando na agência foi parado por
vários agentes que o cumprimentava e felicitava pela ação. Reconheciam que
Conrado deu o tiro de misericórdia o salvando, mas o traficante só foi abatido
por que ele insistiu em segui-lo. Cada agente dizia que hoje o chopp de Léo e
Conrado era por sua conta. E ele retrucava dizendo, que eles só diziam isso
porque sabiam que ele ainda não podia beber. Dizia também que qualquer
coisa Dane beberia todas por ele. Ainda muito sorridente olhou o grupo de
mensagens que tinha com Dane e Nininha, viu que Nininha ainda não havia
visto sua mensagem e nem a de Dane. Devia estar bem empolgada ouvindo
falar sobre o que mais gostava. Mandou uma nova mensagem:
@Léo: Princesa acabei de sair da revisão com o médico, minha
recuperação está indo de vento em poupa. Ele disse que meus genes são
muito bons e que eu preciso fazer um favor a humanidade o mais rápido
possível e povoa-la com meus descendentes. Respondi que assim que
chegasse ao Rio colocaria esse plano em ação. Divirta-se aí nesse simpósio
de artes e vê se não fica impressionada demais com prováveis modelos
masculinos nus por ai. Rsrs. Te amo ❤
Claro que sua princesa não veria logo, mas ficou ansioso para saber a
reação dela ao ler isso. Era a primeira vez que falava sobre filhos com ela.
Tudo bem que em tom de brincadeira, mas ele esperava saber qual seria a
reação dela. Levantando a cabeça, olhou em volta e seu sorriso que antes era
vibrante morreu ao dar de cara com aquela mulher que quase causou uma
discórdia entre ele e Nininha. Fingindo não ver que ela estava ali e olhando
insistentemente para ele, tentou passar a passos largos pela recepção. Não
queria nem dirigir a palavra ou qualquer tipo de indicação que a estava
cumprimentando. Mas a "docinho azedo" como Nininha apelidou, não tinha
nenhuma vergonha na cara e não se conteve em segurar Léo pelo braço o
fazendo parar para falar com ela.
— Ei, ei pera docinho. Achou mesmo que ia passar por mim sem ao
menos falar comigo. Somos colegas de trabalho, Leozinho, fiquei muito
preocupada com você, queria ter lhe feito uma visita, mas imaginei que
poderia não gostar. Agora... Já que está aqui, tão próximo.... Queria saber de
sua recuperação, como está?
Ao ser puxado pelo braço, Léo não queria se virar porque sabia que
era Lia. O pior foi que o modo em que ela o puxou, fez ele sentir uma fisgada
de dor em seu ombro. Muito puto olhou para ela com olhar de nojo, mas isso
não a parou, ela parecia enxergar só o que queria. Enquanto ouvia o que
dizia, Léo puxou com força seu braço das garras dela, se soltando. E afastou-
se a confrontando:
— Lia, onde foi que você não entendeu que eu não quero falar com
você, olhar para você. Ainda bem que não foi me visitar, pois eu realmente
não sei o que faria. Provavelmente te expulsaria a ponta pés. Toma vergonha
nessa cara e sai fora do meu caminho e de Dane ou vai ficar ruim pra você.
Bem irritado Léo saiu de perto dela e foi à procura de Dane.
Enquanto ele saía, Lia o olhava pensando "Vai me tratando assim
mesmo Leozinho, quando eu acabar com essa palhaçada de namoro a três
vocês vão vir correndo atrás de mim que eu sei." Com cara de quem iria
aprontar, ela voltou para o balcão da recepção e de repente notou que
Conrado à olhava de longe balançando a cabeça negativamente se retirando
do local. Lia bufou e soltou baixinho cantarolando:
— Idioooootaaaa.
Ainda no corredor, Léo encontrou com Dane saindo do banheiro. Seu
amigo sorriu para ele e logo notou que algo havia acontecido.
— E aí mano, que cara é essa. Deu ruim no hospital?
Seguindo Dane para sala de reuniões Léo disse esbravejando:
— Cara eu tô com nojo dessa Lia, sei lá, porra tô até com medo de
acabar fazendo uma merda com essa guria. Esse jeitinho invasivo dela me
enoja. Será que ela não entende.
— Sei exatamente como se sente. Esses dias que você estava em casa
eu tive que dar uns fora nela. Não vejo a hora de ir embora de vez.
— Pois é brother, vim aqui por isso. Quero ver com o encarregado se
já que estou de licença médica se dá para agilizar a transferência. Se ele
puder me liberar logo, eu vou para o Rio e venho só para assinar documentos
e ajudar na mudança. Que se acha?
Léo terminou de falar e roubou uns amendoins do amigo, colocando
os pés cruzados sobre a mesa e mãos atrás da cabeça, mesmo se queixando
um pouquinho com as dores, ficou completamente relaxado e dividiu às
ideias que tinha na cabeça.
— Acho que estou com inveja de você, talvez se tivesse levado uns
tiros e umas porradas estava também de licença e pensaria a mesma coisa, seu
filha da puta. Masss eu não posso. Porém, acho válido você fazer isso sim,
pois pelo menos nossa menina não ficaria sozinha por lá e você ia adiantando
as coisas para nós.
— Beleza irmão, daqui a pouco vou lá, antes vou ver umas coisas. E
hoje a noite vamos no bar com os caras né?
— Sério, você quer ir mesmo? Por mim beleza, mas você sabe que
não vai beber. — Dane disse isso apontando o dedo na direção dele.
— Puta merda Dane tu acha que eu tô doidão. Eu sei a dor que senti
não vou beber. Mas você vai beber todos os chopps que me seriam pagos, e
vai dar uma relaxada brother, sei que tem muita coisa acontecendo à sua volta
e ainda, é claro, você quase perdeu um dos amores da sua vida, vulgo EU.
Tua cabeça deve tá um caos. Eu te entendo, me perder seria uma lástima.
— Ah, é claro, uma lástima nunca mais ter que olhar tua cara feia.
Oh! Um dos amores da minha vida! Cara tu escutou o que disse? Realmente
depois dessa preciso de muito álcool. — Respondeu Dane debochado.
Na birrinha entre amigos eles riram do que diziam e ainda
continuaram tirando sarro um do outro, além de usarem bolinhas de papel e
clips como arma. No meio de suas gargalhadas e carinhosos xingamentos
alguém abriu a porta subitamente, chamando a atenção dos meninos.
Rapidamente suas posturas mudaram ao ver quem era. Na verdade a postura
de Dane mudou porque Léo continuou rindo.
— Desculpa, eu bati na porta, mas acho que não ouviram então entrei.
— Sim, sem problema, posso te ajudar em alguma coisa Conrado? —
Disse Dane curioso.
Com uma tossizinha como se estivesse coçando a garganta Conrado
não se intimidou com o tom de Dane e cumprimentou Léo apertando sua
mão e perguntando como ele estava, com uma naturalidade que deixava Dane
tenso. Afinal, Dane não tinha mais saco para as conversas escorregadias dele,
então estava sempre sendo curto e grosso. Bem foi o próprio Conrado que
deixou claro que não queria papo com eles. Léo percebendo a hostilidade
entre eles tentou cortar o clima, ainda segurando sua mão em um
cumprimento, levantou e puxou ele para um abraço de colegas dizendo:
— Cara, você acha que eu vou só dar um aperto de mãos no cara que
salvou minha vida? Me dá um abraço aqui.
Conrado abraçou Léo meio embaraçado e quando Léo afastou um
pouco do abraço, mas ainda apertando sua mão e a outra segurando seu
ombro escutou Léo dizer:
— Conrado eu sei que temos aí certa animosidade, porém tenho que
ser justo, se não fosse por você não sei se estaria aqui para gozar a vida.
— Que isso Léo, não fiz mais que meu trabalho e minha obrigação.
— Sim eu sei, mas é que naquele momento seu trabalho foi
excepcional e livrou minha bunda. Te devo uma.
— Que isso cara, qualquer um que estivesse lá teria feito o serviço.
— Sim e eu o agradeceria da mesma maneira que estou fazendo com
você. Hoje eu te pago o chopp.
— Um chopp eu não posso recusar.
Sentado na cadeira Dane olhava aquela cena e não tinha certeza se, se
orgulhava de seu amigo ou se vomitava. Decidiu ficar só olhando mesmo, ao
terminarem Dane os olhando ainda tentou ser educado e disse:
— Então Conrado, quer se sentar tomar um café ou uma água?
Se virando para Dane, Conrado cruzou os braços sobre o peito e
colocando uma cara séria foi dizendo:
— Não Dane, obrigado. Não vim aqui para isso.
— OK, por que veio então? — Respondeu Dane interrompendo
Conrado.
— Bem, sabemos que não somos amigos, mas gostaria de dar um
aviso, na verdade um conselho. Tomem cuidado com a Lia, aquela garota não
mede esforços para conseguir o que quer e pelo que estamos cansados de
saber vocês são o foco dela.
Os meninos se olharam assombrados sem entender muito bem o que
Conrado queria dizer. Então Léo indagou:
— O que você está querendo dizer com isso, cara. Você não é.... Sei
lá, namorado dela? Por que dizer isso?
— Digo isso porque quero dizer, e vocês façam o que acharem melhor
com essa informação. Quanto ao que eu tinha com ela não é do interesse de
vocês, mas acho justo dizer que estávamos num rolo, na verdade eu estava
mais que ela. Vi um lado dela que me desestimulou, assustou. Enfim, quero
deixar claro que não tenho mais nada a ver com ela. E tenho dito.
Atônitos com as palavras de Conrado os amigos o observaram sair da
sala, mas antes que abrisse a porta Dane o chamou:
— Conrado, para um homem como você dizer isso, acredito que você
realmente percebeu que ela não presta. E já que mesmo não sendo amigos e
nem planejando ser, você veio nos alertar, acho justo também lhe agradecer e
ainda te dizer que pelo visto você merece coisa muito melhor. Espero que
você encontre alguém que te dê o valor que merece. Obrigado.
Conrado deu um meio sorriso, saudou Dane com uma continência.
Depois virou-se para Léo e falou:
— Encontro vocês no bar, vou cobrar aquele chopp.

O ser humano é muito complexo, e a personalidade única de cada um


nos torna seres inexplicáveis e diferentes. Somos mutáveis, não podemos ser
definidos, pois em cada um de nós existem fatores que podem alterar vários
aspectos de nossas personalidades, como o tempo, a maturidade e a força de
vontade de querer realmente viver uma vida melhor. Conrado era meio
desviado, mas tinha um traço em sua pessoalidade de no fim fazer o que era
certo, como um soldado. Léo e Dane ainda tentavam absorver o que ele havia
dito antes de sair pela porta. Entraram em uma conversa sobre o que seria
possível Lia fazer contra eles. Acabaram chegando a conclusão que não teria
nada que ela pudesse fazer contra os dois. Decidiram entre eles que os dois,
mais uma vez, se manteriam o máximo longe dela até irem embora. Apesar
de acharem que ela não conseguiria fazer nada, não queriam se permitir ao
risco.
Mais tarde Léo conversou com o encarregado sobre sua licença e
transferência. Mas ele lhe disse que era complicado e que ainda precisaria de
pelo menos mais algumas semanas para conseguir a transferência e que no
fundo ele próprio não fazia questão de resolver isso, pois não queria perder
dois de seus melhores agentes. Léo não gostou muito, mas não iria poder
fazer muita coisa. Circulou pela agência e agilizou o que podia em relação ao
seu trabalho por ali.
Ao fim do expediente, se juntou ao Dane e outros agentes e foram
juntos para o bar. Ao passarem pela recepção fizeram questão de passar
direto sem olhar para Lia que estava atrás do balcão. Lia por sua vez sentindo
que eles nem deram atenção se conteve, porém não desistiria, pois em sua
cabeça tinha planos para mais tarde. Planos estes que insistia em incluir os
meninos.
O bar da pequena cidade próximo a fronteira estava cheio. Era o mais
popular dali, e hoje estava recheado de agentes bem empolgados festejando o
sucesso da operação. Um verdadeiro chamariz para às solteiras de plantão.
Haviam muitos agentes comprometidos, casados, mas também tinham muitos
solteiros. O sonho de muitas moças naquela cidadezinha. Quem não queria
um Federal para chamar de seu?
A música estava bem animada, como os muitos corpos que dançavam
no pequeno espaço reservado para dançar. Dane e Léo riam de alguns de seus
amigos que se mexiam com a música e achavam realmente que estavam
dançando. Léo estava só no refri e sucos, enquanto Dane se deixou levar e
estava tomando todos os chopps que seriam destinados ao Léo. Porém seu
amigo de vez enquando o forçava a beber uma garrafa de água, não queria o
ver passando mal no outro dia. Seus amigos policiais os questionaram sobre o
pedido de transferência. Então eles tentaram explicar, e o único motivo no
qual eles conseguiam pensar era em sua Nininha. O que foi uma farra para os
caras que zoaram muito os dois. Diziam que agora viraram cachorrinho de
uma dona só, que essa era uma pobre coitada por aceitar os dois ou que ela
deveria ser o cão para aguentar os dois. Esses eram os mais engraçadinhos.
Tinham também àqueles bem curiosos por ser um relacionamento tão
diferente, queriam entender melhor. Léo e Dane tentaram explicar como
podiam e levaram as brincadeiras na brincadeira.
Entre um papo e outro Dane percebeu que estava sem seu celular.
Falar de sua menina o fez sentir ainda mais saudade, foi pegar o celular para
ver sua foto, mandar uma mensagem, foi então que percebeu que estava sem
ele. Olhou em volta, alguns perguntaram o que ele procurava e ao dizer,
ajudaram ele a procurar. Não estava por ali. Foi quando Léo lembrou que a
última vez que viu o telefone dele, estava na mesa dele na agência. Léo
pensou que ele havia pego o telefone junto com às chaves, mas pelo visto
provavelmente deixou lá.
— Que merda Léo, puta que pariu, não queria ir na agência amanhã,
queria dormir até mais tarde. Agora vou ter que ir lá buscar. Pela hora já não
deve ter mais ninguém lá, se não pedia para me trazer.
— Relaxa Dane, eu passo lá amanhã e pego pra você. Deve até estar
descarregado já.
— Será que Nininha mandou mensagem?
— Se ela não conseguir falar contigo ela me liga. Come uma batata ai.
Ao terminar de falar, Léo observou Conrado entrando no bar. Ele foi
na direção da mesa deles e disse:
— E aí cara, vim cobrar meu chopp.
Eles se cumprimentaram em um aperto de mãos. Conrado também
apertou a mão de Dane. Léo e Alencar convidaram Conrado para sentar com
eles e pediram ao garçom que trouxesse um chopp para ele. Dane não curtiu
muito, mas ficou de boa tentando acompanhar a conversa. Logo outros
agentes já um pouco altos pelo álcool se juntaram a eles e pediram para
contarem sobre como foi o embate entre eles e os traficantes. Léo eufórico
falava da caçada e como foi levar um tiro, pular do segundo andar e depois
ainda correr se esquivando na mata para poder derrubar os bandidos. Ainda
disse que para ele o ponto mais alto foi a luta com o Chefão, o único
problema foi que ele acabou agarrado. Já Conrado disse que seu ponto alto
foi ver a vida se esvaindo nos olhos do Chefão quando sua bala cravou no
meio de sua testa. E quando perguntado sobre se ele em nenhum momento
sentiu receio de acertar Léo respondeu:
— Claro que não, somos pagos e preparados para esse serviço. Até
para estarmos na linha de fogo como Léo estava. Se morremos ou matamos é
só nossa obrigação.
Dane encarou Conrado ao perceber o tom escorregadio. Sorriu de lado
e disse:
— Então se você tivesse que atravessar a bala em Léo para matar o
traficante você não teria pensado duas vezes?
Todos se silenciaram, se era possível um bar lotado ficar silencioso.
Léo olhou o amigo sem entender a pergunta, mas prestou atenção para saber
da resposta. Conrado deu uma tragada profunda em seu cigarro, apagou ele
no cinzeiro e encarando Dane com meio sorriso no rosto o respondeu:
— Se fosse realmente preciso, sim. Claro que eu tentaria a melhor
maneira de não dar um tiro fatal no agente, mas com certeza, faria. Neste
caso específico eu estava no lugar de quem atira, mas um dia poderia estar no
lugar da vítima. E nós policiais sabemos que ao sair para uma missão não
sabemos se vamos voltar, mas precisamos acima de tudo ter a certeza do
serviço feito. Tirar das ruas tipos como o Chefão é muito mais importante.
Nós policiais temos que estar prontos para matar ou morrer.
— Pois é, até concordo, mas você não pensou nisso quando o
traficante pulou do galpão. Só foi atrás dele por que Léo o seguiu. Ainda bem
que você não precisou sacrificar um agente para concluir seu serviço. —
Dane disse irritado.
— Bem, bem meninas, graças a Deus Conrado não precisou me
atingir e esse rostinho lindo aqui ainda vai embelezar o mundo. Valeu
Conrado por ser preciso e acertar o alvo sem ter que me levar junto. Garçom,
traz uma rodada por minha conta. — Falou Léo tentando quebrar o clima.
A bebida já estava tomando conta de Dane, e ele não engolia
Conrado. Ouvi-lo dizer que ele atingiria um policial para pegar um bandido
foi repugnante. Ao perceberem que o nível de testosterona misturado a
bebida foi ficando alto, os caras cortaram o assunto falando de outras coisas.
Principalmente sobre os destinos dos ilícitos apreendidos. Todos receberam
seus chopps. Todavia Conrado e Dane se encaravam vez ou outra, pareciam
medir força.
Haviam algumas moças dançando e Conrado começou a olhar na
direção delas. De repente notou quem não queria ter visto. Lia. Ela entrava e
recebia o olhar de alguns caras. Ela adorava isso, ainda se empinava toda para
chamar a atenção. Estava muito bonita num vestido justo tomara que caia
vinho. Conrado não conseguia tirar os olhos dela. Ela o viu, e rapidamente
olhou para a mesa encontrando seus alvos principais. Andou em direção a
eles. Ao perceber que ela estava vindo Conrado preferiu se levantar, olhando
de Dane para Léo disse a eles:
— Boa sorte para vocês. E Léo, valeu pela cerveja, viu, no fim valeu
apena não ter te acertado. Boa noite.
Os meninos não entenderam nada até olhar em direção ao que
Conrado havia indicado com a cabeça ao dizer boa sorte. Léo soltou um
palavrão mentalmente e Dane tomou seu chopp em uma golada só. Os dois
assistiram Conrado indo para pista e iniciando uma conversa com uma ruiva
muito bonita, enquanto Lia se chegava perto deles toda rebolativa e
sorridente. Os outros agentes abriram espaço para ela passar e parar perto dos
dois. Mesmo percebendo a cara de poucos amigos que eles fizeram.
— Oi docinhos, que bom encontrar vocês aqui. Que tal me pagarem
um chopp hein?
Com uma gargalhada, Dane se levantou da mesa. Fazendo todos que
estavam em volta os olhar. Batendo com as duas mãos sobre a mesa
esbravejou na cara dela:
— Garota qual é a tua, você é louca ou o quê? Porra qual foi a parte
que você não entendeu que nós não queremos e NUNCA vamos querer nada
com você. Para com essa merda de ficar puxando assunto, se esgueirando
perto da gente. Se manca.
Levantando e segurando o braço do amigo Léo disse tentando acalma-
lo:
— Ei brother, deixa pra lá não vale apena. Acho melhor irmos
embora, vamos.
Já emputecido por vários motivos e tomado pelos chopps, Dane não
se segurou.
— Para você Léo, eu não aguento mais essa merda. Essa garota tem
que entender de uma vez por todas que nós não estamos mais solteiros.
Mulher insistente da porra. Lia vai achar outro alvo, vai ser feliz, gente feliz
não enche o saco. — Ao terminar Dane foi no banheiro.
Os agentes em volta tentaram argumentar para que Lia fosse embora,
mas ela cismava em não querer ir. Léo vendo aquilo balançou a cabeça
negativamente e saiu dali em busca de Dane, mas antes ainda disse:
— Lia você é uma mulher bonita, não vê que está fazendo um papel
ridículo. Devia se concentrar em quem te quer e não em quem não te suporta.
Nos deixe em paz.
— Mas eu queria....
— Por favor, não fala nada. Disse Léo cortando Lia. — E virando
para os caras em volta concluiu. — Galera acabou, foi muito bom estar com
vocês, mas vou levar Dane para casa. E eu também estou um pouco cansado.
Nos vemos depois.
Léo passou pelo bar onde Conrado estava bem entrosado com a ruiva,
o cumprimentou com a cabeça. Foi até o banheiro e encontrou Dane saindo.
— Bora brother, a noite já deu.
— Vamos, não aguento olhar na cara daquela garota. Merda! Tô
tonto, acho que bebi de mais.
Os dois cruzaram a pista e se despediram de quem estava pela frente.
De longe sentada numa cadeira sozinha, Lia olhava cada passo que eles
davam para a saída, tinha uma mistura de ódio e luxuria no olhar. Sua mente
queimava pensando em um jeito de tê-los para ela. Bom, por enquanto não
seria ainda naquela noite, mas ela tinha certeza que um dia teria sua chance.
Quando eles saíram pela porta, sem destino para focar seu olhar, olhou
envolta no bar e encontrou Conrado todo amoroso com uma ruiva. Observou
ele pegar sua mão, falar em seu ouvido, o que a fez rir e depois puxou ela em
direção a porta, Lia notou o semblante da ruiva toda satisfeita em
acompanha-lo. Conrado cruzou os olhos com os de Lia, e com cara de nojo se
virou sem a cumprimentar. Idiota, disse ela. Ele riu debochado e beijou a
ruiva em exibição pura.
Louca de raiva e sem saber o que fazer no momento, levantou e foi
até o balcão. Pediu uma bebida, se acalmou um pouco. Depois relaxou, mais
ainda, ao pegar um celular da bolsa. Sorrindo e dando um beijo no aparelho
disse para ela mesma:
— Eu não estou tão sem sorte assim. Você docinho — Disse olhando
para o aparelho. — Pode ser minha salvação.
Guardou o aparelho em sua bolsa como se fosse ouro. E ainda
sorrindo saboreou sua bebida. Ao notar que estava sendo observada por um
homem bem simpático e sozinho no final do balcão, gesticulou com o seu
copo para ele como se estivesse brindando. O que fez o rapaz ter coragem
para se aproximar.
Ela pensou então, a noite ainda não estava totalmente perdida.
Amanhã seria um novo dia, uma nova chance para tentar conseguir o que
mais queria que era estar entre os dois objetos de seu mais insano desejo.
Capítulo 39: Ver Para Crer.

Já era início da madrugada, a estrada estava escura, Léo

dirigia bem devagar enquanto Dane dormia no banco do carona. Ouvindo um

som relaxante Léo pensava em como seria bom chegar em casa e encontrar

sua princesa os esperando. Se achava mais que preparado para a vida de

casal, melhor dizendo de trisal.


Seu coração acelerava ao pensar em tudo o que estava por vir.
Chegando a sua casa abriu a porta da garagem e estacionou o carro. Deu a
volta e abriu a porta do carona. Logo Brutus veio ao seu encontro fazendo
festa. Mas Léo não podia lhe dar atenção tinha que ajudar Dane a sair do
carro. No bar seu amigo bebeu bastante, Léo acreditava que ele só ficou
embreagado porque seu corpo e mente já estavam exaustos, a bebida só o
ajudou a desligar um pouco.
— Anda Dane, acorda chegamos. Vem, vamos entrar.
— Onde? No Rio? Já? Foi rápido.
— Quem dera meu brother, quem dera. Estamos em casa ainda. Vem,
você precisa de um banho e dormir.
Saindo trôpego do carro e com ajuda de Léo, ele seguiu para dentro
de casa brincando de pega com Brutus. Esperou Léo abrir a porta e após
entrar passou o braço pelos ombros de Léo e disse:
— Irmão pelo amor de Deus, não esqueça de trancar a porta e às
janelas e até os ralos da casa toda. Aquela Lia pode tentar vir atrás de nós. E
não podemos dar mole e deixar ela estragar nossos planos. Entendeu. Por
favor, não esquece.
— Relaxa mano, pode deixar comigo. Consegue ir para seu quarto
sem ajuda? Quer alguma coisa?
— Claaaaaro que consigo oh, tô bemzaço.
— Sim tô vendo, cuidado na escada. Vou fechar tudo aqui e te levo
uma garrafa d'água.
— Isso, isso ,isso. Ops!
Tropeçando Dane subiu às escadas e foi para o quarto. Enquanto isso
Léo ria do amigo que raramente ficava avoado assim. Pensando nas palavras
dele se certificou de fechar todas as entradas da casa. Ao pensar nos ralos Léo
riu ao imaginar se a Lia se transformaria em cobra e tentaria entrar por eles.
Tomara que não, pensou.
Na cozinha tomou seus remédios, pegou uma garrafa d'água e uns
comprimidos para Dane que com certeza ao acordar iria precisar. Apagando
as luzes da casa foi para o segundo andar, antes de ir para seu quarto passou
pelo de Dane. Ele estava só com a calça jeans aberta e sem blusa. Metade do
corpo em cima da cama e outra fora, quase ajoelhado no chão. Léo deduziu
que ele foi ao banheiro e ao voltar no quarto não aguentou, deitou na cama e
acabou pegando no sono. Anestesiado do jeito que estava só acordaria
amanhã. Colocou a garrafa e os comprimidos na mesinha ao lado e então ele
puxou a calça dele, deixando-o só de cueca. Subiu suas pernas com muito
esforço para cima da cama. Seu ombro incomodava e o corte da facada ardia
um pouco. Ajeitou o amigo da melhor maneira possível e o cobriu. Ligou o ar
e saiu do quarto fechando a porta.
Em seu banheiro Léo tomou um banho demorado, estava sem sono.
Pensamento longe carregados de carinho e desejo. Não tinha como tocar em
seu corpo e não imaginar ser tocado por sua Nininha. Mesmo que já não
conseguisse sentir o prazer esperado ao se masturbar como antes, ainda
precisava fazê-lo pelo simples fato de que seu corpo precisava de uma
válvula de escape. Seu pau estava constantemente semi duro, porque tinha
pensamentos ao longo do dia com sua princesa a todo momento. E quando
estava sozinho, não conseguia se controlar. Com a água morna caindo sobre
seu corpo, ele se deixa levar pelo instinto, acariciava seu saco e subia a mão
para cima e para baixo no seu eixo dolorido. Loucuras surpreendentes
passavam pela sua mente, seu corpo respondia ao afago de suas mãos em seu
pênis, fazendo todos os seus músculos tensionarem ao mesmo tempo, suas
feridas ardiam e até doíam um pouco, mas isso era pequeno diante da dor de
seu corpo sentindo falta de sua Nininha. Soltando gemidos indecorosos, e
aumentando o movimento de sua mão, conseguiu liberar seu sêmen em jatos
espessos no piso do banheiro. Conseguindo assim com o ato, aplacar um
pouquinho o desejo de querer estar com sua mulher.
Em seu quarto após se secar cuidou dos seus curativos como pôde e se
preparou para dormir. Antes ainda olhou no celular para ver se havia alguma
mensagem, mas não tinha. Ficou meio irritado ao ver que nem visualizar sua
mensagem ela visualizou.
Deixou o celular carregando, mas colocou para despertar pois ele queria ir
cedo buscar o aparelho de Dane que ficou na agência e trazer antes dele
acordar.

Ao dormir o tempo voa. De madrugada a vida acontece tanto na cama


como na rua. Muitos dormem, outros se divertem, amantes se amam, alguns
trabalham, uns escrevem e muitos preferem viajar. No caso de Nininha não
foi escolha, mas necessidade. Ela tinha que estar com seus meninos e uma
vez decidida a única opção foi um vôo com escalas. Infelizmente além do
vôo ser demorado ouve alguns atrasos. Ela estava tão cansada que ao pegar,
enfim, o próximo avião dormiu profundamente.
Já era dia quando Nininha abriu os olhos e observou os raios do sol
tocando a janela do avião, era lindo. O engraçado era que apesar do cansaço
ela estava ainda mais feliz, estava mais próximo de estar com seus meninos.
Iria enfim estar lá para cuidar deles, completamente preparada para uma vida
a três.
Um tempo depois o comandante anunciou que iam pousar. Seu coração
palpitou muito forte. Era chegada a hora. Estava muito ansiosa para ver a cara
deles quando chegasse lá, na casa deles e de surpresa.
Já no aeroporto após fazer o check-in, Nininha procurou uma
lanchonete, estava com muita saudade, mas muita fome também. Tomou uma
vitamina com pão de queijo e ainda coube espaço para um pedaço de torta.
Saciada, foi procurar um serviço de táxi.
Ao entrar no carro procurou o papel onde anotou o endereço deles,
mas não achava de jeito nenhum. Toda desajeitada jogou todo o conteúdo da
bolsa no banco do carro. Xingando alguns palavrões e pedindo desculpas ao
mesmo tempo ao motorista, foi tentando achar o papel. Não conseguiu. Ainda
tentando e querendo manter a surpresa ligou para casa para saber se seu pai
via por lá o papel e aproveitou para dizer que já chegou e estava tudo bem,
fora o fato de que não sabia o endereço para onde ia. Ao conseguir falar com
seu pai soube que o papel não estava lá também. Pensou que deve ter
perdido. Seu pai a aconselhou de ligar para eles. Não muito contente decidiu
melhor ligar mesmo.
Juntou suas coisas todas e saiu do táxi, toda sem graça. Mas o
motorista foi muito gentil com ela. Pensando em suas opções viu a hora e
imaginou que Dane estaria na agência pois ele disse que tem ido sempre para
agilizar seu serviço. E Léo está de licença médica, então se concentrou em
surpreender o Léo. Decidiu que ligaria para o Dane e ficou bem excitada ao
pensar que poderiam ter um replay no estacionamento do aeroporto.
Pegou seu telefone e ligou para o celular de Dane. Chamou, chamou e
nada. Tentou de novo. Dessa vez atendeu no segundo toque.
— Bom dia amor, adivinha quem é. Tenho uma surpresa para você.
— Disse Nininha toda melosa.
Alguns segundos se passaram e Nininha achou estranho. De repente
ela ouve o som de um bocejo, como de quem estava acordando e uma voz
sinuosa dizendo:
— Alôo, oi, o Dane não pode atender, está dormindo ainda. Tá muito
cansado pela noite de ontem. Quer deixar recado, docinho.
Sabe o precipício que se abriu entre Nininha e os meninos no
pesadelo que ela teve? Então, era o que estava acontecendo naquele
momento. Apesar de estar sentada em uma cadeira no aeroporto, Nininha
sentiu como se o chão fosse tragado dos seus pés. Como se ela estivesse na
base daquele precipício a ponto de pular. E naquele momento ela queria
pular. Seus olhos queimaram em brasas, sua garganta fechou não haviam
palavras presas, simplesmente não haviam palavras. Tudo desmoronava à sua
volta, aquela voz a atingia feito lâmina afiada, mesmo sem a tocar. Sem
acreditar ainda no que estava acontecendo, absorta em sentimentos que nunca
havia imaginado ter, ela desligou o telefone e o jogou na cadeira ao lado
como se fosse ferro quente. Ali ficou encarando seu aparelho. Sentiu-se só.
Sem saber o que fazer. Longe de casa, longe de suas amigas, longe de seu
pai. Subiu às suas pernas para cima da cadeira de modo que pudesse se
abraçar. Sua cabeça dava voltas pensando o que poderia ter acontecido. Será
que ela foi tão otária assim? Será que era verdade? Será que aquela mulher
estava na cama com Dane, e será que Léo também estaria com eles? Eram
tantos os pensamentos. Eram tantos os por quês. Queria retornar a ligação,
mas não teve coragem, ficou ali abraçada a si mesma segurando o rio de
lágrimas que queriam descer de seus olhos. Precisava de um tempo para
pensar no que fazer. Para ela não havia mais ninguém naquele aeroporto,
apenas ela, o celular e o precipício, onde via todas as suas mais altas fichas
caindo num profundo sem fim.
Na agência o som de um sorriso malicioso rondava o ar. Lia saia de
uma sala próximo a recepção com cara de conquista e gozo. Ao achar no dia
anterior o celular de Dane em sua mesa, não sabia que iria ter tanta sorte
assim, achou que só o fato de o encontrar para tentar devolver o aparelho já
seria uma ótima oportunidade para estar com ele. Ainda mais sabendo que ele
estaria no bar bebendo, achou que seria mais... Fácil se aproximar. Mas não
rolou. Ele até estava bêbado, mas tratou-a como lixo. Porém Lia não desistiu,
algo lhe dizia que teria sorte. Só que ela não pensava que seria tão bom
assim, não sabia que teria a oportunidade de afastar de vez aquela namorada
sem sal que eles arranjaram. Lia passou a noite com o homem que conheceu
no bar, quando ela chegou em casa colocou o telefone de Dane para carregar
e tentou de todo jeito entrar nos aplicativos dele, na intenção de mandar
mensagem para a coisinha do Rio, mas tudo tinha senha, nem fazer ligação
ela conseguiu. Então quando estava em seu balcão de recepção guardando
alguns documentos e viu no visor chamando minha menina, no celular do
Dane, quase surtou de felicidade. Deixou chamar. Pegou o telefone e foi para
uma sala próxima vazia, e fez o teatrinho de quem tinha acabado de acordar,
quando ela ligou pela segunda vez querendo falar com Dane. Fantástico.
Agora ela queria ver. O único problema seria se ela ligasse para Léo, mas do
jeito que se sentia sortuda isso não aconteceria. Só ficou chateada porque
queria saber qual era a surpresa que a coisinha ia dizer para Dane. Ela caiu
direitinho, pelo jeito que desligou o telefone sem responder, teve certeza que
Dane estava dormindo com Lia. Lia ria sozinha atrás de seu balcão. Conrado
passou de longe e percebeu a malignidade em seu olhar. Se aproximando
comentou:
— Você está com cara de quem aprontou, não foi Lia?
— Não vejo onde isso te interessa, mas eu não preciso aprontar para
conseguir o que eu quero. O que tem que ser será, docinho. Agora vai, sai da
minha frente, você não disse que não queria falar comigo, tá com saudade,
Conrado? Sai de reto.
— Ah, Lia! Eu tenho pena de você, seu tombo vai ser alto e você não
terá ninguém para te ajudar. Tô fora!
— Vai rogar praga pros outros, querido. Na verdade nem precisa
tentar, pois a sorte está ao meu lado. Bay Bay.
Saindo das vistas de Lia, Conrado não conseguia imaginar o que ela
poderia ter feito. Mas tinha certeza de contra quem teria sido.
Com determinação Lia segurava o celular em sua mão, pois estava
esperando a coisinha ligar tentando confirmar o que tinha ouvido. E ela
novamente não perderia a oportunidade de acabar de vez com esse trio.
Enquanto isso na casa dos meninos o alarme tocava no quarto do Léo,
mas ele não estava muito afim de acordar. Pensou em ir mais tarde um pouco
buscar o aparelho de Dane, ele não ia acordar tão cedo também. Se permitiu
ficar mais um pouquinho na cama, acabou baixando o som do telefone.
Estava sonhando com sua princesa. Mal sabia ele, que ela estava mais
próximo do que em seus sonhos.
No aeroporto Nininha ainda tentava se recuperar da ligação que havia
feito. Durante esses minutos que se fechou em um mundo só dela tentando
acalmar sua dor, seu telefone tocou algumas vezes. Mas o medo de quem
poderia ser, não deixou ela atender.
Olhando para frente, a imagem das pessoas indo e vindo, os
reencontros de casais, as despedidas entre famílias faziam o coração dela
apertar mais um pouquinho. Lágrimas desciam silenciosas em sua face.
Acabou levando seus pensamentos a todos os momentos em que esteve com
seus meninos. Tentando reviver todos os sentimentos envolvidos em cada
encontro. Não conseguia entender onde foi que ela errou, o que ela deixou
passar. Seria tudo mentira? Aquela energia sentida, quase palpável entre eles
três não poderia ser falsa, poderia? Tudo bem que ela não era tão experiente,
e ainda era muito nova, mas burra? Se deixar levar e acreditar em dois
homens ao mesmo tempo. Ela já devia saber que isso acontece a todo tempo,
né verdade? As mulheres são diariamente ludibriadas em relacionamentos,
tanto novos como antigos. Ela era apenas mais uma vítima. Será?
Sua cabeça estava uma confusão, mas ao ouvir sua voz interior dizer a
palavra "vítima", fez ela voltar a pensar no sonho que teve, deduziu que no
sonho seria vítima daquela silueta escura. Ao mesmo tempo que isso passava
por sua cabeça, ela tentava ter certeza de que não estava só arranjando
desculpa para que essa ligação tenha sido uma farsa. Pois bem, mesmo assim
sua cabeça maquinava nesse sentido. Parecia ser um sexto sentido. Sabia que
aquelazinha queria seus meninos e poderia ser possível ela fazer algo como
isto, mas como? Como ela estaria com o celular de Dane? Lembrou do
encontro fatídico que teve com Lia, quando ela fez de tudo para entregar o
telefone que Léo tinha esquecido no trabalho e na sua frente fez parecer que
tinha alguma coisa com eles. Será que Dane cometeu o mesmo deslize
deixando o seu aparelho no trabalho também?
Lembrou que em uma das enúmeras conversas que teve com eles sobre
respeito e confiança prometeram um para o outro que jamais acreditariam em
qualquer coisa dita por outra pessoa antes de saber de um deles sobre sua
versão. Até podia ser que ela estivesse tentando amenizar o acontecido, mas
seria falsa consigo mesma se não ponderasse o fato de isso ser uma intriga.
Queria que fosse.
Seu corpo agora vibrava de raiva ao imaginar que alguém pudesse
fazer algo assim. E se fosse verdade dessa vez ela não passaria batido,
passaria na porrada. Começou a pensar em o que fazer para ter certeza de
que, ou eles a traíram de verdade ou aquela vadiLia estava tentando armar
uma para acabar com o relacionamento deles. Andou de um lado para o outro
tentando arrumar um jeito de descobrir isso. Nesse momento seu telefone
tocou novamente. Ela o olhou assustada sem saber o que fazer, mas se
aproximou e olhou no visor quem chamava. Era Lary. Nininha rapidamente
pegou o aparelho e atendeu a ligação. Graças a Deus tinha alguém para
dividir sua angustia. Sua amiga ficou desnorteada com tudo que ouviu.
Querendo saber sua opinião, Nininha lhe perguntava o que devia fazer, tentar
ir até eles e descobrir se ela estava realmente dormindo com Dane e talvez
Léo também e se isso for verdade, cravar uma estaca em seu coração que
nunca mais seria retirada, ou pegar um vôo de volta para casa e esquecer que
esses últimos dias aconteceram em sua vida sem ter certeza de que estavam
realmente a traindo. Que tudo que sentiu na pele e na alma não foi verdadeiro
o suficiente. Que tudo que viveu com eles foi um sonho lindo que como
qualquer outro terminou. Então aguardou por sua resposta.
— Minha amiga como queria estar com você aí agora. Faço uma ideia
de como você está. Quanto a tudo o que você disse só tenho uma coisa a
falar. Te conheço a muito tempo, e nos últimos dias você mudou muito e foi
por conta dos meninos. E por te conhecer sei que você não mudaria tanto e
não teria se envolvido de tal forma, se o que você tivesse vivido com eles
não fosse verdadeiro ou que tudo que recebeu deles não fosse real. Quando
os vi, percebi o quanto eles te queriam e pelo que você disse só da vez que
encontrou com essa vaca, acho que ela faria algo como isso sim. Então minha
amiga, apesar de você ir lá e acabar correndo o risco de ver seu mundo
desmoronar, é preciso para ter certeza. Pior do que ver eles com ela é você
passar uma vida inteira acreditando numa coisa que você não procurou saber
se aconteceu de verdade e acabar perdendo os amores de sua vida e toda a
felicidade que viria com eles por medo. Hoje você é uma mulher forte tenho
certeza que vai tomar a decisão certa. E tem mais, independente se aquela
vagabunda estiver com eles ou só ter fingindo isso, faz um favor para
humanidade e dê uma coça nessa peçonhenta.
Agarrada ao celular como se estivesse abraçada a sua amiga, Nininha
apesar de toda aflição ainda foi capaz de rir da frase final de Lary.
— Pois é Lary, é exatamente isso que quero fazer independente do
resultado. Bom, já que estou aqui não vou deixar para depois. Só tenho que
saber como vou fazer para descobrir.
— Amiga diante dos acontecimentos esqueci de te dizer que o papel
com um endereço estava numa bolsa que te emprestei. Achei que poderia ser
preciso por isso que estava te ligando.
— Sério Lary? Me passa por mensagem. Tive uma ideia, já sei o que
fazer.
— Já? E o que é? Me conta?
— Não, te conto depois pode deixar.
— Nininha pelo amor de Deus, o que você está pensando em fazer,
você tem que colocar a cabeça no lugar e pensar direito em tudo.
— Eu sei Lary. Conversar com você foi essencial. Realmente eu sou
uma nova pessoa, e eu vim aqui para estar com meus meninos, e então é isso
que eu vou fazer. E se eles estiverem mesmo com aquela docinho azedo eles
vão conhecer essa nova versão minha, uma versão bem endiabrada. Anda,
passa o endereço.
— Se cuida amiga, boa sorte e me liga. Vou estar aqui ansiosa para
saber o que aconteceu. E lembra você é maior que tudo isso, o que é para ser
seu será.
— Amo tu. Fui.
Com a mensagem contendo o endereço deles na tela do celular,
Nininha foi em busca de um táxi, totalmente decidida e preparada para tudo.
Mostrou ao taxista o endereço, o mesmo deu partida no carro e seguiu
viagem. Ela já sabia que era um pouco longe a cidadezinha do aeroporto.
Pediu ao motorista que uns vinte minutos antes de chegar avisa-se para ela.
Pensou em ligar para Léo, mas preferiu não colocar lenha na fogueira, pois se
a docinho estragado atendesse, seria possível toda sua coragem de encontra-
los para ter certeza do que estava parecendo acontecer, acabasse indo por
água abaixo. Se concentrou em sua ideia e rezou para que no fim das contas
eles não tivessem nada a ver com isso. Nininha tentou se distrair na
paisagem da estrada, hora e outra olhava em seu telefone foto deles. No
grupo viu uma mensagem do dia anterior de Léo. Ele fez o tipo ciumento e
ainda insinuou filhos em suas palavras, conseguiu sorrir com a mensagem.
Dane não havia falado nada. Isso a deixou tensa. Dos dois Dane era o mais
complexo, porém da vez que ela esteve aqui ele pareceu tão mudado, tão
entregue. Não conseguia acreditar que ele seria capaz de estar justamente
com aquela mulher. Ele ainda disse que ela ia sair ou já teria saído da
agência. Bom, contudo ela já estava a caminho para ter certeza se esse
pesadelo estava acontecendo de verdade. No fundo não queria, não podia
acreditar que tudo que viveram, sentiram e desejaram para toda sua vida
tenha sido mentira. As sensações que tinham quando estavam juntos não
poderiam ter sido imaginadas. Era algo tão sensorial e divino. Nininha
tentava arrumar várias situações possíveis para que isso fosse verdade, mas
não conseguia nenhuma ideia. Pois agora, teria a verdade escancarada ao
visita-los. E de toda e qualquer maneira essa VadiLia iria sofrer as
consequências de seus atos.
Reconhecendo alguns edifícios e comércios que ficavam próximos à
casa dos garotos, perguntou ao taxista se já estavam próximos. Ele confirmou
que mais uns vinte e cinco minutos chegariam ao local do endereço. Se
vestindo de uma coragem que jamais imaginou um dia precisar, Nininha
pegou seu celular e com determinação e um nó na garganta, ligou para o
celular do Dane, e cruzou os dedos para que não fosse ele a atender agora.
— Alô? — A voz feminina respondeu após o primeiro toque.
— Alô, poderia falar com Dane? — Nininha falou, sem conseguir
disfarçar a rispidez.
— Oi querida, é a coisinha do Rio né, desligou tão rápido antes que
não consegui perguntar. Rsrs. Olha querida não tem como falar com Dane.
Ah! E nem com Léo. Estão dormindo, sabe como é né? Eu acordei mais cedo
e estou preparando um café reforçado para eles, devem estar famintos após
tanto esforço.
Mesmo após as feridas que as palavras de Lia faziam no peito de
Nininha, ela se segurou no seu plano e continuou a dar corda para a azeda na
linha.
— Você não pode estar falando sério, eles jamais fariam isso, ainda
mais com você. E se estive-se onde vocês estariam? Fala sério garota, você
deve estar inventando tudo isso.
Mesmo sabendo que poderia estar cavando a sua própria cova
Nininha já não desistiria de ir até o fim. Seu coração se enchia de esperança e
de ódio ao mesmo tempo. Aguardava ansiosamente a resposta da louca.
Sentiu que a respiração dela mudou quando disse que "jamais eles fariam isso
com ela".
A resposta veio cheia de sarcasmo e com um toque de raiva em suas palavras.
— Quem é você para dizer que eles não ficariam comigo, queridinha?
Queria que você visse eu aqui na cozinha deles, nua preparando um café,
acho que você não iria gostar né. Amorzinho se liga você perdeu, esses dois
agora são meus, procure aí no Rio alguém que não te engane como eles e seja
feliz. Ah, que se dane, não seja feliz, porque após ter esses dois seria
impossível ser feliz de novo. Sua trouxa.
— Humm, então quer dizer que você está na casa deles, passou a
noite aí e está nesse momento fazendo um café? Não posso acreditar, não é
possível. Por favor, me diga que é mentira? Como pude ser tão enganada? —
Nininha entrando no jogo fez parecer que acreditava em cada palavra dita
por ela, internamente rezava para ser mentira.
— Pois é, docinho. Desse jeito. Você não é a primeira e nem a última
mulher a ser enganada. Maldita seja a mulher que acredita que um homem,
ou no caso dois homens maravilhosos como esses seriam destinados a ter um
relacionamento sério do tipo eternamente. Pobres coitadas. Agora querida vai
chorar na praia, enquanto eu vou ali acordar meus agentes para tomar café e
um sexo matinal. Bom diaaaa.
Quando Lia acabou de falar o taxista disse que já estavam em frente
ao endereço. Ela desligou sem esperar uma resposta. Nininha olhava para a
casa e para o celular. No momento se sentia como se tivesse que andar numa
linha bem fina entre a realidade e a imaginação. De um lado o que parecia ser
e o do outro o que desejava que fosse. O motorista a olhava sem entender, via
seus olhos fixos na casa a frente e um semblante assustado.
— Moça a senhora está bem? Como disse já chegamos.
Saindo da confusão que sua mente estava, virou para o taxista e
perguntou:
— Seria possível o senhor aguardar pelo menos uns quinze minutos.
Porque pode ser que não tenha ninguém e eu ainda precise de seus serviços?
— Tudo bem senhora, mas vai ter que pagar a diferença.
— Tudo bem, vou lhe pagar a corrida até aqui, daí o senhor coloca o
marcador para uma nova corrida, pode ser? E nem vou tirar às malas. Já
venho.
Foi a única coisa que se preocupou, pois pensando que se encontra-se
o circo armado precisaria de um carro de fuga. Vestindo sua armadura desceu
do táxi, se ajeitou da melhor maneira possível, porque após um vôo longo
com escalas e uma mistura de sentimentos conflitantes, deveria estar um
bagaço.
Forçando um pé atrás do outro seguiu ao portão principal da casa de
"ainda" seus meninos. Seu corpo estava com uma sensação de um vulcão
prestes a explodir. Esses próximos minutos poderiam mudar toda sua vida,
todas suas expectativas. Mas não podia negar mais uma vez que se tudo isso
fosse uma armação daquela bruxa, os laços de amor e confiança iriam
aumentar. Antes de tocar a campainha fez uma pequena oração pedindo a
Deus maturidade suficiente para que conseguisse enfrentar qualquer situação
que possa estar atrás daquela porta.
A campainha tocou, Brutus veio ao portão latindo. Pela fresta do
portão Nininha pôde ver que Brutus estava balançando o rabo, devia estar a
reconhecendo. Notou que o carro e a moto estavam estacionadas. Suava frio.
Suas mãos estavam molhadas. Ninguém veio atender. Tocou novamente e
novamente. Até Brutus começou a ficar estressado, corria latindo do portão
até a porta da sala, e até com as patas batia na porta de madeira. Nininha
queria desistir, mas não podia. Ficou ali de pé aguardando alguém vir
atender. Pelo o que a louca disse estavam os três em casa, alguém deveria vir
atender.
Ao mesmo tempo que ela aguardava do lado de fora, do lado de
dentro Dane estava acordando. O quarto estava muito frio, levantou para
desligar o ar. Escutou os latidos de Brutus. Já eram umas dez da manhã, viu a
água e os comprimidos para dor de cabeça tomou-os. Foi no banheiro meio
enjoado, pensou ter exagerado nos chopps de graça. De lá escutou de longe a
campainha da casa. Colocou um shorth e saiu do quarto, olhou no quarto de
Léo e viu que também estava acordando.
— Escutou a campainha Léo?
— Sim, e os latidos de Brutus, quem deve ser essa hora? Ninguém me
ligou, alguém te ligou?
— Não idiota, esqueceu que deixei o celular na agência e meu amigo
ficou de ir buscar para mim hoje de manhã?
— Ah é, tava com sono brother achei que você não fosse acordar tão
cedo também. — Nesse momento a campainha tocou ininterruptamente. —
Ei, é melhor você ir lá se não vão acordar até os vizinhos, eu vou depois ,vou
dar uma mijada.
— Porra, que merda é essa? Vou lá, porque antes dos vizinhos
acordarem minha cabeça explode com essa barulheira. Espero não ser
problema.
Dane desceu as escadas gritando que já ia e pedindo para Brutus parar
de latir. Abriu a porta da sala deixando-a aberta e foi ao portão. Fez carícias
em Brutus que fazia uma festa para ele.
Impaciente Nininha grudou o dedo na campainha e só o tirou quando
observou que a porta da frente abriu. Mesmo pela fresta tão pequena do
portão pode ver Dane saindo com a cara amassada de sono, lindo como
sempre. Procurava o ódio por ele e não achava, amava ele de mais. Seu corpo
logo reagiu aquela imagem imponente de um dos homens de sua vida. Suas
pernas bambearam, fez um esforço para lembrar a raiva da ligação que havia
feito para o telefone dele. Quando ele já estava na metade do caminho Léo
apareceu na porta da sala, coçando o saco. A visão era perfeita, Nininha
queria derrubar o portão apenas para ter uma visão completa dos dois. Dane
começou a abrir o portão, e uma sensação de insegurança bateu em Nininha.
O que faria se eles a estivessem enganando.
O portão foi abrindo aos poucos e Dane viu com surpresa a cena à sua
frente. Era sua menina, a mulher que o deixava na ponta dos pés.
Feminilidade em forma mais pura, estava linda, seus cabelos mais bonitos,
seria um sonho. Se perguntava se ainda estava dormindo, porém não queria
acordar, nunca. Sem pensar e falar nada, nem esperar que ela dissesse alguma
coisa. Agarrou seu corpo entre seus braços e beijou toda a sua face em
reconhecimento. Sentiu que ela queria dizer algo e até tentava afasta-lo, mas
seria impossível. A saudade, o desespero da falta do seu toque e a sensação
de tê-la novamente em seus braços era mais forte do que pensar
racionalmente e tentar enteder o que ela estava fazendo ali. Não queria
acordar. Léo olhava de longe e quando viu de quem se tratava correu para o
portão, retirou à força Nininha dos braços de Dane e a abraçou e beijou, e
entre os beijos perguntava se era ela mesmo, o que estava fazendo ali, como
chegou ali, etc...
Em meio às carícias, abraços e beijos de Dane e Léo, e também das
lambidas e pulos de Brutus, Nininha ficou parada sem saber muito o que
fazer. Não resistiu a tanto carinho, esperava exatamente isso do reencontro
entre eles. Diante de todo esse furor não conseguia acreditar que precisava
fazê-los parar com tudo e procurar saber se a Vacalia estava lá como havia
dito.
Tentando se livrar dos dois, afagou um pouquinho Brutus, se afastou
deles e os olhou nos olhos. Aqueles pares de olhos estavam brilhando como
nunca. Seus lábios formavam sorrisos de surpresa e felicidade. Vendo a
reação deles ela não podia acreditar que eles poderiam ter estado com outra
mulher há alguns segundos atrás. O rosto de Léo ainda estava bem marcado
pelos socos recebidos, sua vontade de acarinhar foi tão forte que viu sua mão
indo sem controle aos seus machucados. Era tanta energia da mistura de
emoções que sentia naquele momento que não conteve suas lágrimas. Eles
não estavam com ninguém, não seria possível receberem-na assim se tivesse
alguma mulher lá dentro em sua cama.
Ao verem sua mulher chorar era como uma facada em seus corações.
Léo a tomou de novo em seus braços e balançando como uma criança dizia
que estava tudo bem, ele estava bem, que esses machucados não eram nada.
Dane mexia nos fios do cabelo dela hipnotizado com sua presença.
— Vamos entrar amor, não precisamos ficar aqui no portão o dia
inteiro. Você precisa nos contar o que aconteceu, como você veio parar aqui,
e por que não ligou avisando.
Nininha levantou a cabeça chorosa em direção a ele, e falou sem
tentar esconder o deboche:
— Vocês tem certeza que estão sozinhos, não quero atrapalhar se
estiverem com alguma visita.
Sem entender muito bem o que ela estava querendo dizer, Léo levou
na brincadeira:
— Ah é claro, e você realmente acha que nos atrapalharia? Essa é a
melhor surpresa que eu tive na vida, melhor do que todos os presentes do
papai Noel, não é mesmo Dane? Agora que você está aqui, não garanto que
vamos deixar você ir novamente, sinto muito.
— Ter você aqui assim de surpresa é melhor que qualquer outra coisa
no mundo, porra vamos entrar logo antes que eu tire suas roupas aqui mesmo
e te faça nossa na frente dos vizinhos.
Ao terminar de declarar essas palavras Dane a agarrou de Léo e não
conteve a mão boba por todo seu corpo, deixando ela mole, mole e quase
esquecendo da ligação e a possibilidade da traição. Era muito forte o imã
entre seus corpos, ela não tinha forças para se separar.
Do outro lado da rua, o taxista buzinava e perguntava se ela ainda
precisaria de seus serviços. Antes que ela o respondesse Léo já estava
atravessando a rua e falando que não precisaria mais dele. Pediu para que ele
abrisse o porta malas para pegar as malas de sua princesa. Léo era todo
sorrisos. O taxista não entendia nada, aqueles homens, cada um abraçava a
moça como se fossem seus namorados. Léo cortou a visão do motorista que
não tirava os olhos do amasso que seu amigo dava à menina deles e
perguntou o preço da corrida, sem graça ao ser surpreendido o taxista disse
que ela já havia pago, e que se não precisasse mais dele não cobraria os
quinzes minutos que estava ali aguardando. Léo então o cumprimentou e
agradeceu. Com as malas de Nininha voltou à casa e riu do motorista que saiu
dirigindo e olhando para eles pelo retrovisor.
Chegando perto de Dane e Nininha, Léo disse para entrarem ou
seriam presos por atentado ao pudor. Quando Dane soltou ela, e ela sentiu o
ar novamente sem ser pela boca de um dos dois, recuperou a memória e
disse:
— Vocês me deixam louca, mas preciso confirmar uma coisa antes.
Onde está seu celular Dane?
— O quê? — Disseram juntos. Mas Dane foi logo completando.
— Por que você quer saber, você me ligou? Eu acabei esquecendo ele
ontem na agência e só percebi muito tarde, mas Léo vai lá buscar para mim.
Sem responder e entrando direto na casa , Nininha pegou seu celular e
chamou o celular de Dane. Ela olhava tudo em volta. Eles se entre olhavam
sem entender nada. Ao completar a chamada Nininha questionou ao telefone:
— Por favor garota, me diz que é mentira, me diz que não está na casa
deles. Eu não posso acreditar.
Ao ouvir, Léo e Dane continuaram não entendendo nada, foram para
ela querendo questionar o que acontecia, mas ela fez um gesto com o dedo
pedindo silêncio para os dois, que o fizeram. Se afastou deles e ouviu a voz
sinuosa dizer:
— Docinho, eu até poderia tirar uma selfie, mas eles não iriam
gostar. E eu não preciso provar nada para você, além do mais o fato de eu
estar atendendo o celular de Dane a manhã inteira já não lhe diz muito?
— É claro que me diz, eu só queria ter certeza de uma vez por todas.
Por favor, me diz que você não está na cama com eles, por favor.
— Queridinha você gosta de sofrer né, docinho eu estou na cama com
Dane e Léo está no banheiro depois de uma rapidinha que demos ainda agora.
Enfim sua trouxa, vai encher o saco de alguém que não esteja tão ocupada
como eu. Bay bay queriiidaaaaa.
— Sua vaca filha da puta, corre porque eu vou te pegar, e quando eu
te pegar você vai se arrepender de ter a audácia de dar em cima dos meus
meninos. CORRE AGORAAAAAA!
Assustados com o conteúdo da conversa que Nininha teve ao telefone
e sem saber com quem. Ficaram ainda mais assombrados com a frase que ela
gritou antes de desliga-lo, os dois se aproximaram novamente cheios de
perguntas tentando preencher o quebra cabeça de sua chegada repentina e
esse telefonema.
Muito nervosa Nininha subiu as escadas, foi primeiro no quarto de
Dane olhando tudo, entrou no banheiro e também em seguida fez o mesmo
no quarto de Léo. Os donos da casa iam atrás dela sem entender o que
procurava. Dane já cansado disso tudo parou-a no meio do corredor
segurando-a por seus ombros, encarou ela nos olhos dizendo:
— Chega Paulina, o que está acontecendo? Fala com a gente, nós
estamos que nem barata tonta atrás de você. Você aparece aqui de surpresa o
que para nós é fantástico. Mas nós não estamos entendendo esse seu jeito,
você parece irritada . E o que foi aquele telefonema, com quem você falava?
Fala com a gente.
Sem poder fugir das perguntas de Dane e dos olhos inquisidores de
Léo, Nininha baixou a guarda. Abraçou Dane tão forte quanto podia, sentiu
Léo vir por suas costas e achar um caminho por seu corpo a abraçando
também. Não conteve mais uma vez às lágrimas e no peito de Dane se desfez.
Como a felicidade incomoda as pessoas. Vendo ali o quão perto
esteve de perder os amores de sua vida por conta de uma pessoa má e
invejosa, que mesquinhamente se aproveitou da oportunidade de estar com
um cellular para forjar uma mentira. Nininha só sabia agradecer a Deus
baixinho em meios as suas lágrimas. Sabia que teria que ser forte, mas não
sabia que seria testada tão rápido. À partir daquele momento via a
necessidade de estar com seus meninos sempre para não permitir que pessoas
medíocres como Lia acabasse com sua felicidade.
O que teria sido se essa ligação acontecesse com ela no Rio, será que
Nininha teria essa disposição toda para encarar a verdade fosse ela qual for?
A distância, seria uma arma a favor do mal neste caso. Só que a imbecil da
Lia não contava com esse revés. Afinal, ela até teria essa sorte toda se no
caso sua adversária não estivesse tão acreditada no verdadeiro envolvimento
que tinha com seus meninos. Nininha ficou encima do muro sim, mas
preferiu ter certeza, no fundo acreditava neles como trisal. Queria isso. Não
foi o amor que a moveu em busca da verdade, foi a certeza de que tudo o que
havia acontecido entre eles desde que conheceu Dane no shopping e depois
Léo no bar e principalmente a energia que envolveu os três no táxi, não
poderia ser mentira. É muito mais fácil acreditar no que é ruim e acabar
caindo em armadilhas como a que Lia fez, do que acreditar que é possível
encontrar um amor tão sincero e verdadeiro, e crer nele vivendo a vida
tornando-o real todos os dias.
O que essa Vacalia precisa é de amor, mas ela não acredita nele
prefere viver das sombras, do nó em que tropeça. Querer o que é dos outros é
mais fácil do que ser paciente e esperar o seu. As coisas não acontecem na
hora e nem como nós queremos e desejamos. Às vezes, nem na vida em que
vivemos achamos o que procuramos. Pessoas fracas como Lia acabam por
em vez de se concentrar em viver o melhor que podem no tempo que tem,
preferem virar o algoz de pessoas que só estão fazendo de sua história um
bom lugar para ser feliz.
Tomada de uma alegria sem tamanho tomou a boca de Dane com
furor, logo se virando e tomando a de Léo. Se intercalava em beijar os dois e
tocar seus corpos. Eles retornavam todos os seus gestos. Ela sorria ao beija-
los e eles também, mesmo sem entenderem nada. Virada completamente para
Léo tentou abraça-lo forte até ouvir um resmungo de dor. Logo Nininha
parou e procurou o motivo do resmungo de Léo. Encontrou suas feridas que
estavam com curativos, em sua mente elas pareciam bem maiores.
— Desculpa Léo meu amor, desculpa, me esqueci que está ferido.
— Que isso Princesa, já disse que são só uns arranhões.
— Uns arranhões que te tiram resmungos de dor, sei.
— É um chorão esse Léo. Vem cá amor, não fuja explica o que
aconteceu.
Bem mais calma, Nininha suspirando disse:
— Tudo bem eu vou falar, mas antes vamos à agência buscar seu
celular, agora.
— Não amor não precisa, quero ficar com você aqui o dia inteiro.
— Aaaa meu querido, precisa sim, e como precisa. Eu quero ir e
quero ir agora.
Léo ouviu a malícia na voz de sua princesa e tentou juntar os pontos.
— Nininha essa ligação e esse seu destempero tem a ver com o
celular que Dane esqueceu?
— Bom, um dos amores da minha vida, sim tem a ver, mas só abro a
boca para falar mais quando chegar lá. Então vocês vão comigo ou eu vou ter
que chamar um táxi.
— Ok, tudo bem se é tão importante assim, nós vamos, além de pegar
meu celular aproveito e já assino um documento para segunda. Vou me
trocar.
Em pé atrás de Nininha, Léo a olhava com cara de quem sabia que ela
iria aprontar. Mas deixou para lá porque se era isso que ela queria, e se o
motivo disso tudo fosse o que ele estava pensando, não seria ele a parar sua
princesa. Se virando para Léo, que a olhava como se a estivesse investigando,
disse:
— O que foi? Vai ficar aí me olhando ou vai se trocar para ir com a
gente?
— Queria ficar aqui só te olhando, ainda mais quando pela primeira
vez vejo um traço maquiavélico no seu rosto, mas é melhor me trocar tenho a
impressão que não vou querer perder isso por nada.
— Não sei do que você está falando. Espero vocês lá embaixo, vou
beber água.
Com um estalinho rápido Nininha fugiu de Léo e na cozinha aguardou
os dois descerem. Ela percebeu que Léo tentava deduzir o que queria fazer.
Talvez ele tenha juntado às peças. O engraçado é que Dane nesse sentido é
mais esperto que Léo e não demonstrou desconfiança em nada.
Colocando o lado de seu quadril na mesa que lhe trazia lembranças
saborosas, sorria ao pensar o que iria fazer ao chegar e dar de cara com a vaca
na agência. E melhor, estava ansiosa para ver a cara dela ao vê-la chegando
junto com eles.
Quando Nininha decidiu fazer uma surpresa para seus meninos não sabia que
iria surpreender nada além dos dois. Lia que a espere, seu docinho azedo
estava assando.
Ao sair de seu quarto Dane deu de cara com o amigo, que também
saia do quarto dele. Então Léo o puxou e disse:
— Brother se prepara, acho que Lia aprontou alguma com nossa
menina. E quer saber, qualquer coisa que seja estou do lado dela, e se ela
quiser dar uns tapas naquela bruxa eu não vou me meter, acho bom você
lembrar da última vez. Você a segurou e ela ficou puta, falou um monte. Se
liga. Não sei o que aconteceu, mas aconteceu algo e ela lutou sozinha e
confiou em nós. Vamos deixar ela a vontade e depois nos explica melhor.
— Como assim, não estou entendendo.
— Dane você deve estar ainda com álcool na mente, tá atrapalhando
seu raciocínio. Faz o seguinte feche os olhos e segue nossa mulher, é a única
coisa que interessa. Nós e ela. Confio no julgamento dela, confie também.
— Idiota, é claro que confio. Pera aí, você acha que Lia está com meu
celular e ligou para Nininha? Não é possível.
— Brother não sei o que aconteceu, mas que aconteceu aconteceu. E
pelo que vi ela teve certeza que não tivemos nada com isso. Acho justo que
ela dê o troco.
— Puta que pariu... Vai dar ruim.
— Vai... E não vai ser para nós.Vamos. Já está mais que na hora da
Lia aprender uma lição.
De repente eles escutam lá de baixo Nininha gritando perguntando se
eles iam demorar mais, porque se sim ela já estava saindo. Os dois desceram
e encontraram com ela na sala.
— Pronto estamos aqui, mas que pressa é essa?
— Dane sem perguntas tá bem, vamos pegar logo seu celular e voltar
para casa só isso.
Nininha disse entrando no banco do carona. Enquanto Léo ia entrando
no banco do motorista e Dane no banco de trás. Nininha sorria gloriosa, o que
fez os meninos se olharem pelo retrovisor e fazer um gesto com os ombros
como se dissessem "fazer o quê né".
Com o carro na estrada indo para agência Dane achou melhor dizer
para ela que Lia ainda trabalhava na agência, apesar de que já imaginava que
ela já contava com isso.
— Amor, é... Lembra que eu disse que Lia ia sair da agência? Então
ainda não conseguimos que ela saísse, não te disse antes porque não queria
que você se preocupasse com isso, ainda mais estando tão longe.
— Tudo bem eu imaginei, porem da próxima vez seja sincero. Mas,
ela deve estar lá agora né?
— Provavelmente. E prometo ser sincero sempre. — Disse Dane
colocando a mão no rosto dela que estava virada no banco olhando para ele.
No pouco tempo da casa até agência, Nininha ficava mais ansiosa.
Virando uma esquina Léo levou o carro para um estacionamento, ela notou
alguns carros oficiais. Não havia muito movimento, provavelmente por ser
sábado. A agência parecia um prédio comum sem muitos adornos. Só se
notava ser um ambiente policial pela pequena inscrição no alto da porta e
alguns oficiais com seus distintivos no pescoço. Olhou para seus meninos e
perguntou por que nunca os viu com os seus. Disseram que não houve
oportunidade. Cada um pegou o seu e pôs em seus pescoços. Essa simples
imagem fez Nininha molhar a calcinha. Salivando por todos os lados
balançou a cabeça para tirar os pensamentos pecaminosos fora. Não podia
perder o foco. Antes de sair do carro achou melhor falar com eles e prepara-
los:
— Olha, se vocês não querem ver uma galinha depenada não venham
atrás de mim. Sei que aqui é o local de trabalho de vocês e sei o quanto isso
pode ser ruim para vocês. Porém, preciso fazer isso, vou entender se vocês
não quiserem fazer parte disso. Essa mulher fez uma maldade muito grande,
aproveitou que estava com seu celular Dane e quando eu te liguei fez parecer
que estava acordando na cama com vocês. Eu quase morri ao ouvir a voz dela
no seu telefone. Mas no fundo não quis acreditar, e para nossa sorte eu já
estava aqui no aeroporto. Foi difícil, mas tomei a decisão de ir até vocês para
ter certeza, imagina como eu fiquei. Eu corri o risco de ver, se fosse verdade,
vocês três juntos isso ia me matar, mas foi preciso. Agradeço a Deus por me
dar forças, pois foi assim que descobri que ela estava mentindo. Então meus
amores não me peçam para esquecer o que ela fez porque eu não vou. Agora
ela vai aprender a nunca mais se meter em nossa vida. Ou vocês vem e ficam
quietos ou nem saiam desse carro.
— Eu sabia, aquela filha da puta... — Léo resmungou.
— Meu Deus amor, como, mas por que não ligou para o Léo. Faço
uma ideia do que você possa ter sentido. Desculpa por ter esquecido o
telefone...
— Shiiiiii Dane, você ter sido esquecido não é o problema. Ela quem
é o problema, uma pessoa sem escrúpulos. Chega, eu vou explodir quero ir lá
e mostrar a ela que todo seu esforço não valeu apena.
Ao ver Nininha abrindo a porta para sair, Léo teve uma ideia. Puxou
seu braço e disse:
— Princesa não vou tentar parar você, mas na agência não vai ser
legal. Está quase na hora do almoço dela. E ela almoça num self-service na
rua ali em baixo. Se for confronta-la acho melhor que não seja em um
ambiente policial.
— Também acho amor.
— Tá bom. E quanto tempo falta?
Léo saiu com o carro do estacionamento e disse a Nininha que Lia
sairia a qualquer momento. Desceram a rua e pararam o carro perto da
lanchonete. Ansiosamente Nininha balançava a perna. Dane a perguntou se
não queria desistir e deixar isso para lá, Lia não valia apena, mas Nininha
estava convicta que iria confronta-la de qualquer maneira. Poderia até não lhe
dar uns tapas, mas que iria lhe dar uns gritos iria. Passaram-se alguns minutos
olhando para entrada da lanchonete quando de repente ela avistou aquela
criatura vulgar toda sorridente descendo a rua em direção ao estabelecimento.
Nininha não guentou, saiu do carro de supetão deixando os dois namorados
surpresos para trás. Seguiu cega em direção da bruxa que ousou acabar com
seu relacionamento. Seus passos eram tão largos e firmes que pareciam que
suas pernas aumentaram de tamanho. Seus punhos cerrados e toda a calmaria
em que estava foi embora ao imaginar que aquele sorriso na cara dela era
porque provavelmente imaginava ter saído vitoriosa de seu plano
maquiavélico.
Como sempre Lia desfilava pela rua em direção a lanchonete onde
almoçava todos os dias. Hoje era um dia bem diferente, tinha um gostinho
diferente. Para ela estava bem mais próximo conquistar os homens que
desejava, tinha conseguido afastar de vez, numa jogada de sorte, a pedra que
a impedia. Pobre de Lia não sabia o furacão que estava indo em sua direção.
A poucos passos da lanchonete Lia escutou o celular tocar, não era o
seu era o de Dane. Revirando os olhos pensou "não é possível que seja aquela
coisinha de novo, ela não desiste?". Parou na calçada e pegou o celular da
bolsa e atendeu:
— Alôooo...
— Oi sua quenga, não ouviu o que eu disse na última ligação? Agora
chora, que. ri. da.
Lia não entendeu nada e quando ia responder olhou em volta e como
se fosse um filme de terror avistou a coisinha do Rio vindo em sua direção.
Os olhos vidrados e um sorriso vingativo. Lia não sabia o que fazer, agora era
ela que perdia o chão. Como assim? Essa coisinha deveria estar no Rio, não
teria como ela ter chegado tão rápido nem de avião particular. Que merda! A
única coisa que Lia conseguiu dizer foi:
— O que você está fazendo aqui?
Colocando seu celular no bolso de trás de sua calça jeans, Nininha
continuou andando para bem perto de Lia e respondeu:
— Boa pergunta, na verdade a intenção era vir e fazer uma surpresa
para os MEUS NAMORADOS, mas como em todo relacionamento feliz tem
um encosto para atrapalhar, cá estou para fazer o encosto cantar pra subir. Me
devolve o telefone do meu namorado.
Apesar de um pouco intimidada e assustada Lia não deu o braço a
torcer tão fácil. Soltou uma gargalhada endiabrada e falou:
— E quem disse que eu sou o encosto, sua trouxa, cai fora, Dane
deixou eu vir com o celular dele para o trabalho porque quando eu disse que
você tinha ligado me implorou para afastar você deles.
No calor da surpresa em ver Nininha no meio da rua a confrontando,
Lia não percebeu que Dane e Léo estavam próximos delas, só percebeu
quando Léo disse:
— É verdade Lia, isso com certeza aconteceu após você tomar um
tarja preta ou fumar um cigarrinho do capeta.
— Eu, eu.... O que vocês estão fazendo aqui... E com ela? Ela não
merece vocês...
— E você merece Lia, que moral você tem em dizer isso. Na primeira
oportunidade você toma uma atitude tão baixa como essa, usar meu celular
para forjar uma mentira. Isso é crime Lia. Você não presta, não vale o ar que
respira. Eu tenho nojo de você. Me devolve meu telefone sua louca.
— Não Dane, não fala assim comigo eu... Eu sou louca por vocês
dois... Por isso fiz o que fiz. Foi por gostar de vocês....
Em uma manobra rápida Nininha se aproximou de Lia enquanto ela se
escorregava tentando convencer Dane de que não tinha feito nada de errado,
pegou o celular da mão dela e a empurrou para trás.
— Não ouse falar com um de meus meninos, nem tocar em nenhum
de seus objetos novamente se não eu corto suas mãos fora, ENTENDEU?
Com as palavras de Nininha gritadas ao vento, as pessoas que
passavam começaram a perceber a animosidade entre eles. Lia quando foi
empurrada voltou toda cheia de razão e meteu o dedo na cara de Nininha.
— Sua maluca você quase me machucou, fique sabendo que eu faço o
que eu quiser, e se eu quiser falar com eles...
— Tira esse de-do da minha cara sua vaca...
— Nãoo tiiiirooo, e quer saber sua coisinha sem sal eu ainda vou ter
eles na minha cama, eu faço o que eu quiser como eu quiser...
— Ah é, então eu também faço... Toma...
PAFTH! PAFTH! PAFTH!
— Aí... Maluca... Me larga…
— Isso é pra você aprender que não se deve mexer com o namorado
de ninguém, muito menos com os meus.
Quando Lia insistiu com o dedo na cara de Nininha que queria e iria
para cama com seus meninos, o mundo ficou vermelho. Nininha já não
conseguiu raciocinar direito, era como se Lia entrasse na fila mil vezes
pedindo para apanhar. Nininha empurrou o dedo de Lia para o lado e não
contente agarrou com a mão esquerda um punhado dos cabelos dela e com a
mão direita deu três tabefes em sua cara. Foi tão rápido que ninguém pôde
fazer nada, nem a própria Lia conseguiu pensar em se defender. Após receber
os tapas, Lia levou a mão no rosto que estava ardido e se enconstou na parede
olhando Nininha e dizia um monte de baboseira. Por sua vez Nininha pediu
para ela se calar, mas Lia não calava. Xingando, Lia foi em direção de
Nininha e tentou agarrar seus cabelos, porém ela já esperava que a docinho
azedo fosse reagir então ao levantar as mãos em sua direção Nininha juntou
os braços dela e novamente lhe deu um tapa e a jogou no chão. Montou em
cima de sua barriga imobilizando os braços de Lia que se debatia tentando se
soltar e a xingava distribuindo mais alguns tabefes em sua fuça.
Os espectadores gritavam envolta delas, quem não gosta de ver uma briga de
mulher. Nininha olhava para cara daquele ser desprezível e falava:
— Você é uma pobre coitada, mal amada, sem escrúpulos. Não
consegue ser feliz por si mesma precisa roubar a felicidade dos outros. Se
você não se cuidar vai acabar numa pior. Você ainda é jovem vê se cria
vergonha nessa cara e vá tentar encontrar alguém pra chamar de seu, porque
esses dois ali que você está vendo são MEUS só MEUS. E nada e nem
ninguém vai nos separar.
Mesmo Nininha sobre ela dizendo tudo isso, Lia não se abalava, ria
debochada e ainda retrucava dizendo que se Nininha acreditava nisso era
mais iludida do que criança que acredita em coelhinho da Páscoa.
Ao redor delas formou uma platéia, Dane não gostava nada disso.
Apesar de saber que Lia merecia o que acontecia não queria ver sua menina
numa situação como esta. Chamando a atenção de Léo fez que ia separar as
duas, mas Léo respondeu que não com a cabeça. Ao contrário do amigo Léo
estava curtindo ver sua princesa acabando com aquela sem noção. Já estava
na hora disso acontecer.
Satisfeita Nininha se levantou repetindo para Lia que nunca mais se
metesse no caminho dela e de seus meninos, ela já não seria tão generosa
como agora. Livre Lia também se levantou e disse:
— Quer saber, eu é que não quero mais nenhum dos dois se eles
gostam de você é porque tem muito mau gosto. Não servem para ter uma
mulher de verdade como eu.
— Poxa obrigado, ainda bem que entendeu, você é boa demais para
nós então sai do nosso pé. — Disse Léo mais uma vez debochado.
Lia fez cara de raiva para ele, e ao notar que Nininha se aproximava
dela novamente tentou se esquivar, mas se deu mal, pois encostou na parede
com Nininha à sua frente. Não teve para onde correr, e encurralada recebeu a
mensagem bem explícita dela:
— Então pronto, melhor assim e para que fique bem claro vou repetir:
NUNCA MAIS NO RESTO DESSA SUA VIDINHA INSIGNIFICANTE
VOCÊ TENTE FICAR ENTRE NÓS TRÊS, PORQUE SE ISSO
ACONTECER EU PASSO POR CIMA DE VOCÊ FEITO UM TRATOR,
ISSO QUE VOCÊ TEVE HOJE FOI APENAS UM APERITIVO.
Bom almoço, que. ri. da!
Saindo de cima de Lia que estava completamente acuada, Nininha
chamou Dane e Léo, que a seguiram em direção ao carro. Antes de abrir a
porta para ela nem Dane, nem Léo conseguiram segurar o desejo de beija-la.
Estavam excitados com a autoridade em que ela levou toda a situação. Não
tinham como negar com suas calças cada vez mais apertadas ao ouvi-la dizer
MEUS a todo momento. E o eram. Cada um tomou dela um beijo ardente, e
nenhum dos três se preocuparam com o show à parte que davam no meio da
rua. Suas únicas preocupações eram levar sua mulher para casa e toma-la
para eles quantas vezes eles conseguissem. Foda-se que era ainda metade do
dia, foda-se toda essa palhaçada de Lia, foda-se o mundo, o mais importante
é que ela estava ali para eles e eles ali para ela. Um triângulo perfeito sem
fim.
Dane abriu a porta do banco traseiro e puxou sua menina com ele.
Léo deu a volta e se sentou no banco do motorista. Pelo retrovisor Léo disse
olhando para o amigo:
— Isso Dane, vai aquecendo nossa garota até chegar em casa.
— Cara, pode deixar comigo.
Rindo Nininha montou no colo de Dane e iniciou um amasso
assanhado que se estenderia até em casa. Quando Léo saiu com o carro
Nininha foi capaz de ver Lia sentada dentro da lanchonete com uma garrafa
d'água olhando eles passarem. Prontamente Nininha aproveitou a plateia VIP
e grudou sua boca em Dane tão gostosamente deixando ele tão louco que deu
ao mesmo tempo com as duas mãos tapas na sua bunda tirando gemidos de
sua boca. Agora sim, esse reencontro promete.
Capítulo 40: O Reencontro.

Instinto, palavra relacionada ao ser humano sempre que age


sem raciocínio lógico em momentos que se deixa levar pelo seu lado mais

puro animal. Geralmente esses momentos são relacionados à fúria e ao sexo.

Quando brigamos por algo ou alguém, mesmo que seja apenas para provar

nosso ponto de vista, movemos mundos e fundos para que nos façam

entender. Alguns conseguem resolver com palavras e outros precisam do

confronto. Nessa altura chegamos ao mais cru do instinto animal que há em

nós e insanamente podemos até cometer atrocidades como desejar o mau ou

até mesmo cometê-lo. Ficamos furiosos, bárbaros, desumanos e cruéis. À

contra ponto que no aspecto sexual, nossos instintos viajam por emoções

diferentes. Há os que no sexo buscam apenas uma forma biológica de

alcançar um ponto de equilíbrio ou válvula de escape. Há aqueles que

procuram no sexo o desequilíbrio biológico e psicológico de seus desejos.

Mas há os que encontram de forma carnal e emocional o ponto perfeito do

instinto sexual, o limite que leva do insano animal ao sensorial divino.


Muitos vivem uma vida e talvez mais de uma, para conhecer e entender o

limiar de seu próprio instinto. Porém acredito que quando temos a

oportunidade de amar e ser amado somos testados e todos nossos instintos

vem à tona para que sejamos obrigados a aprender a lidar com eles.

Dane e Léo não conseguiam deixar de demonstrar que ver sua menina
brigando por eles não havia os excitado. Ao saber toda a história que ela aos
poucos foi contando desde que ela havia decidido vir e preparar uma surpresa
para eles, ao fato dela ter lutado sozinha contra a malignidade que queriam
fazer contra os três, os fez crer que essa é a mulher que querem para suas
vidas. Saber que o futuro deles poderia ser desmoronado sem que eles ao
menos soubessem ou pudessem lutar contra, era algo aterrorizante. Olhavam
para sua menina e conheciam agora a mulher forte que se tornou. Raramente
em casos assim o final seria feliz. Poucas são as mulheres que não se deixam
cair em armadilhas. Essa era mais uma certeza dentre tantas outras que essa
era a mulher para vida deles. Forte, inteligente, entregue, sensível e sagaz.
O desejo de possui-la só aumentava com cada argumento que seus
subconscientes lhes mostravam. Cada um à sua maneira enxergava pontos
positivos nela que só os faziam mais enfeitiçados.
Vitoriosa e mais confiante do que nunca Nininha tirava gemidos de
Dane enlouquecidos no banco traseiro do carro. Por sua vez, o som que os
dois faziam atrás no carro era um afrodisíaco para Léo, que ao ouvi-los ficava
cada vez mais louco também. Duro, Léo se contorcia no banco do motorista,
dirigia tenso tentando não lembrar da sensação de estar dentro da abertura
quente e sedosa de sua princesa. Olhando pelo retrovisor via o rosto retorcido
de seu brother com prazer de ter Nininha rebolando, se esfregando no seu
eixo sólido. Apesar de Léo estar sofrendo sem o toque dela, sabia que seu
amigo também sofria com o maravilhoso contato indireto sobre as roupas.
Dane fez de tudo para tentar ter Nininha ali mesmo no banco traseiro. Mas
ela se fazia de rogada e fugia de suas investidas, o máximo que conseguiu foi
rasgar sua blusa e aplacar sua sede nos seios sensíveis e tenros dela.
Ao tentar voltar a se concentrar na estrada, Léo olhou para aquele céu
azul com o sol a pino por ser o início da tarde e teve uma grande ideia. Seu
desejo estava no limite, não conseguiria chegar em casa sem antes cometer a
loucura de parar o carro em via pública e tomar sua princesa junto com seu
brother a luz do dia, às vistas de quem quisesse ver. Então antes que comete-
se uma loucura, numa próxima esquina virou em uma rua de barro
esburacada, o que fez Nininha soltar um gritinho no solavanco e Dane gemer
ainda mais com a quicada que ela deu. Dane olhou no retrovisor e ao
encontrar o olhar de Léo e avaliar o caminho que ele tomou, logo se ligou o
que Léo iria fazer, aliás para onde ele estava os levando. Num piscar de olhos
cúmplice Dane se concentrou no difícil trabalho de entreter sua menina para
que não nota-se para onde estavam indo, ela iria pirar e amar ao mesmo
tempo.
Esse dia amanheceu cheio de emoções para os três e ainda estava na
metade. Muita coisa ainda estava por vir.
No meio do caminho Nininha notou que demoravam de mais para chegar a
casa, e falou:
— Caramba está demorando para chegar, e eu não me lembro dessa
estrada quando viemos.
— Shiiiiii! Fica quietinha você sempre estará segura com seus
federais. Esqueceu?
Ao som saliente da voz de Dane ao dizer "seus federais", não
precisava nem de algemas para se sentir presa ao desejo dos dois. Mas a
ansiedade de tê-los estava a matando. Fora todas as possibilidades que
imaginava tentar com eles em busca do prazer genuíno. Em pleno processo
de ebulição Nininha não se aguentava dentro de suas calças e num impulso
avassalador saiu do colo de Dane e foi retirando sua calça jeans o olhando
com cara de safada. Seus olhos queimavam nos deles, pelo seu movimento
Léo olhou para trás e encontrou seu olhar fervendo. Com um urro dolorido e
animalesco Léo acelerou o carro sem se importar com a buraqueira. Os risos
e pulos do casal no banco de trás fez tudo ficar cômico.
— Seu filho da puta, tá fugindo de alguém, porra. Desse jeito não
chegamos vivos. — Disse Dane exasperado.
— Tá bom seu viadinho, queria ver se fosse você no meu lugar. Não
se preocupe já estamos chegando.
Nininha achava graça na implicância entre os dois. Sabia que era
brincadeira. Ria maliciosamente também por saber que eles estavam talvez
mais desesperados que ela para se deliciar em um sexo gostoso de reencontro.
— Parem de brigar vocês, e para onde vamos? Tá demorando muito.
Que tanto mato é esse?
Risonho Léo olhou nela e disse:
— Já já você verá. Se concentre em terminar o que você estava
fazendo e tire essa calça, onde vamos não vai precisar.
Nininha arregalou os olhos assustada e excitada também. Mas
olhando em volta só via mato e mais mato além de árvores. Ficou tensa ao
pensar em ficar nua num lugar tão ermo assim. Porém o tesão já estava quase
a transbordando, e ela não estaria mais segura do que com seus dois federais.
Decidida a se entregar para eles da maneira que eles quisessem, retirou a
calça por completo ficando só de calcinha. Sua blusa já era um trapo no chão
e seu top estava todo troncho no encosto do banco atrás de Dane.
Com carinha de devassa só de calcinha e ao alcance de seus braços,
Dane a puxou e lhe deu pequenas mordidas nos seus lábios. Suas mãos
percorriam seu corpo. Posando as palmas em cada banda de sua bunda
apertou até lhe tirar um grito sofrido. Desceu suas mordidas pela coluna de
seu pescoço seguindo até o ombro e depositando ali mordidinhas fortes e
fracas. Nininha se limitava a lidar com a angustiante sensação entre a linha
tênue da dor e prazer. Dane dos dois era o que mais curtia esse instinto
dolorido de dar prazer usando a dor como caminho. Nada penoso apenas
sensitivo o suficiente.
— Pronto. Chegamos, daqui seguimos a pé. Dane, no porta malas tem
aquela mochila que sempre deixamos no carro, né?
Léo estacionava enquanto dizia que chegaram. Dane o respondeu
dizendo que sim, e que tinha uma toalha também.
Ao ouvir eles conversando Nininha questionou:
— Como vamos andando, estou nua, esqueceram?
— Não amor, nunca, jamais esqueceríamos isso. Tome minha blusa.
Conformada, ela pôs a blusa e desceu do carro e como uma criança
doida por um pirulito ficou encostada no carro vendo eles mexerem no porta
malas de onde tiraram uma mochila. Trabalhavam em harmonia, os dois
sabiam exatamente o que iriam fazer. Era fascinante para ela ver essa ligação
entre eles, era visível o entendimento apenas no olhar. Ali de perto Nininha
podia ver os músculos dos braços de Léo quando se mexiam para fazer algo e
se deliciava também com o abdômen de Dane nu, que a cada respiração e
movimento parecia dizer vem aqui e me lambe. Despertada pelo barulho da
porta da mala fechando, Nininha sobressaltou em seus pés e se sentiu vendida
ao perceber que os dois cretinos a observavam enquanto ela babava em seus
corpos sarados. Com sorrisos e olhos ardentes a chamaram para que os
seguissem. Léo foi quem a pegou pela mão e ajudou no caminho. Dane
levava a bolsa e seguia na frente.
Após uns cinco minutos de caminhada pela mata fechada eis que se
abre uma clareira que faz Nininha ficar boquiaberta tamanha beleza que seus
olhos alcançavam. Os raios do sol batiam no véu d'água que caia imponente e
vibrante sobre pedras artisticamente sobrepostas que seguiam um caminho
sinuoso se dividindo em duas vertentes, uma que se transformava em um
pequeno rio que corria para a floresta do outro lado e outra vertente que
preenchia uma piscina natural com água transparente. Em volta haviam
pedras grandes que pareciam esculpidas como espreguiçadeiras. Um trabalho
tão perfeito que apenas um único artista poderia ter projetado. Deus. Nininha
ainda muito abismada pela beleza descomunal desse paraíso escondido,
largou a mão de Léo e olhando dele para Dane mostrando a felicidade em seu
semblante saiu animada para explorar o lugar.
Os meninos olhavam de longe mais uma visão que ficaria na
memória. Nininha corria saltitante feliz em direção a piscina natural formada
pela cachoeira. Olhando em volta parecia querer apreciar cada pedacinho do
lugar.
— Gazela, preciso dizer que essa foi a melhor ideia que você poderia
ter tido?
— Valeu brother, mas deixa pra puxar meu saco depois. Agora eu
quero aproveitar o máximo desse lugar com nossa Nininha. — Léo respondeu
ao Dane debochado como sempre e já se desfazendo de suas roupas ficando
apenas de box, depois correu para Nininha que estava na beira da água.
Rindo do desespero de seu amigo, Dane também se despiu e foi ao
encontro dos dois. Nininha suspirou com o agarre de Léo e começou uma luta
obviamente perdida em não deixar que ele tirasse a blusa que usava.
— Léo, para, alguém pode ver.
— Amor não se preocupe, este lugar como viu, é de dificílimo acesso.
Raramente as pessoas vem aqui e quando vem,vem pelo mesmo motivo que o
nosso.
— E qual seria nosso motivo? — Perguntou Nininha furtivamente
enquanto Léo beijava seu pescoço por trás e retirava aos poucos sua blusa, ao
mesmo tempo Dane vinha pela sua frente.
— Amar e fazer amor, nos entregar a pura luxúria que nossos corpos
estão implorando. Sentir exatamente tudo o que nos é permitido da maneira
mais crua, sentir o sabor dos nossos corpos entrelaçados em busca do ápice.
— Dane disse isso tirando sua box sem pudor e entrando na piscina de águas
cristalinas, levantou a mão para ela e a chamou com os dedos.
Completamente derretida pelo que Dane disse ainda escutou Léo
começando a falar em seu ouvido e terminado retirando sua calcinha.
— Aqui nessa natureza praticamente intocada somos apenas machos e
fêmea. Animais irracionais em busca de saciar a sede vital de possuir a fêmea
que desejamos. Não tem para onde correr, você é nossa, e o será em qualquer
lugar.
Sem sentir mais nada a não ser aquela já conhecida energia que os
rondava quando estavam juntos, Nininha levantou a mão e entregou a Dane
que a auxiliou a entrar com a ajuda das mãos de Léo em sua cintura na água.
Dentro d'água Dane a pressionou contra seu corpo trémulo de tesão. Na
verdade ela já não sabia se era ela ou ele que tremia. Úmida pela água e pelo
desejo, se esfregava languidamente no corpo de Dane. E nessa dança
conseguia de vez enquanto prender seu membro duro flutuante entre as coxas
e apertava. Logo sentiu Léo se chegando atrás dela, jogou sua cabeça para
trás em seu ombro e se lembrou que ele estava machucado.
— Léo, ainda está muito recente seus ferimentos. Tem certeza de que
podemos...
Seu pescoço estava livre para os beijos e lambidas de Dane, enquanto
Léo segurava seus cabelos pela nuca e fazia calar cortando-a e dizendo:
— Nada vai me fazer parar, meu amor, as dores que meu corpo sente
com tua falta são maiores do que qualquer outra, física ou emocional. Quero-
te agora já não posso mais esperar, preciso que me acarinhe com teu corpo no
meu local mais dolorido. Preciso da sensação de me afundar em ti para que
todas minhas dores desapareçam.
Inebriada com as palavras ditas, Nininha empinou seu quadril para
trás insinuando seu acesso ao pênis de Léo. Num encaixe lento e perfeito Léo
foi se aprofundando no corpo de Nininha em busca da plenitude que era estar
por completo dentro dela. Uma vez alcançado seu objetivo sem tirar um
centímetro, rebolou gostosamente bem rente ao seu traseiro, se esfregando
com todo seu corpo nas costas dela. Léo levou uma de suas mãos a garganta
dela que descansava ainda para trás em seu ombro, pressionando um pouco
ao ponto de deixa-la sem ar e soltava ao mudar a direção de sua rebolada. Sua
outra mão, se mantinha na base de seus cabelos da nuca com seus dedos
entrelaçados em seus fios. Nesta posição só cabia a ela inclinar mais seu
quadril para trás e receber a investidas salientes e instigantes de Léo. Abrindo
os olhos via Dane vidrado em sua frente, levou sua mão como pode até seu
pênis flutuante, e o masturbou enquanto ele observava ela sendo possuída por
Léo. Com a outra mão acariciava seu saco pesado e másculo por baixo
d’agua. Assim tirava gemidos rocos de sua garganta.
Em um lugar como aquele e com dois deuses como eles a desejando não
tinha espaço para qualquer tipo de insegurança e pudor. A única certeza que
tinha é que se pertenciam e nessa verdade absoluta se jogou de cabeça, e se
permitiu.
— Vocês… são… meus... Meus... Para… sempre.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh Léo ooo.
Com as palavras de Nininha os meninos ficaram ainda mais
alucinados. Dane a tirou do encaixe que estava com Léo abrindo suas pernas
fazendo-a monta-lo e se enfiando sem dó no meio dela num impulso só,
levando a cabeça inchada de seu pau no mais profundo de seu canal cada vez
mais escorregadio. Léo a ajudou a se pendurar no pescoço de Dane. Depois
ainda se perdendo em beijos molhados na linha entre seu pescoço e ombros
pôs suas mãos na cintura dela e controlava seu corpo contra as estocadas
firmes e profundas de Dane. Não havia como segurar os gemidos. Nininha
gritava, gemia e soluçava. Sua garganta soltava sons irreconhecíveis.
Enquanto Léo a tomou de forma lenta e exploratória, Dane a arrebatava com
suas marteladas. Se afundava em investidas rápidas e saia quase que
completamente até a beira de sua entrada só para entrar novamente com
força, para sair novamente de vagar e repetir impiedosamente algumas vezes
aumentando a intensidade. Dane a cada força que fazia soltava também um
som gutural. Isso tudo ao tempo em que Léo além de segura-la pela cintura
falava entre suspiros e gemidos:
— Vê, como somos seus ,tu és nossa. Fazemos contigo o que
queremos e você nos toma sem questionar. Nossa menina, princesa, mulher e
principalmente nossa devassa. Safada, sabemos exatamente do que você
gosta não há no mundo alguém que lhe dê prazer como nós. Está fadada a
passar o resto de tua vida com a gente, não tem mais volta.
— Se estou ... Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh .... Fadada....
Aaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh a isto??... Não tenho mais o que.....
Aaaiiiinnn pedir... Só agradecer.
— Safadaa... Toma... Minha... Minhaaaaa — Dizia Dane entre os
dentes enquanto estocava lancinante dentro dela.
Dane aumentou tanto a velocidade que a levou a perder os sentidos e
quando pensava que ia cair em vôo livre ele diminuiu um pouco, nesse
momento ela sente que Léo brincava com o dedo em seu buraco apertado. Ela
solta um sorriso sacana que não passa despercebido por Dane:
— Danada, é isso que você quer né, nós dois... Ao mesmo tempo…
Tomando seu corpo.
— Ãããhãã, isso e muito mais.
— Ela tá ficando perigosa. — Disse Léo.
— Sim está, e isso só nos faz mais loucos e apaixonados.
— Sim é verdade. — Concordou Léo.
— Dá para a dupla parar a conversinha e vir me "comer" por favor.
Quero sentir vocês juntos novamente, vamos matar a saudade.
Tomando sua boca Dane aproveitou para arreganhar ainda mais sua
pernas, pois suas mãos estavam nas coxas dela a suspendendo para cima. Por
trás dela, Léo se ajeitava para sodomizar sua princesa enquanto ela estava
ainda aclopada no eixo de Dane. Levou uma de suas mãos ao broto inchado e
sensível o manipulando enquanto penetrava seu pênis devagar na entrada
mais apertada dela. Aos poucos com jeitinho Léo foi se acomodando em seu
interior. E por alguns momentos os dois pararam deixando ela se acostumar e
sozinha leva-los até estar completamente acostumada. Nininha sofria ao
receber seus deuses ao mesmo tempo, era muito carnal, irracional e um prazer
agoniante. No momento em que ela começa a se mover para cima e para
baixo, e ao descer rebolar, tirava os sentidos dos meninos. Não havia mais o
que pensar, só buscavam o objetivo. Em harmonia sempre prevista entre eles,
começaram um deslocamento totalmente sincronizado, primeiro lentamente e
com o tempo aumentando a velocidade. O que aumentava o prazer e levava
os três cada vez mais próximos do orgasmo. Um subia e o outro descia. Um
entrava e o outro saia.
A água em volta transparente não escondia o pecado abaixo dela. Se
limitava a ondular entre os corpos com os movimentos lascivos que vinham
deles. Toda a Natureza em volta era espectadora da perversão mais pura e
carnal. Na dança em direção ao ápice, mãos e bocas viajavam por todos os
lados. Os corpos envolvidos vibravam juntos, músculos tensos e moles ao
mesmo tempo. Peles tocadas pelos raios quentes solares e úmida pelo suor e
pela água fresca. A piscina natural antes calma em sua beira, agora parecia
fervilhar com intensas ondulações provenientes deles que só aumentavam.
Gritos abafados e gemidos ritmados eram ouvidos por todo o local. Os três
chegavam juntos ao seus limites, cada um se jogou flutuante na explosão de
seu orgasmo, cada um urrou, gritou ou choramingou como pôde. Olhando em
volta o lugar parecia muito mais vibrante do que antes, as cores estavam mais
vivas, os sons mais destintos, tudo a volta deles estava mais sensível. O
orgasmo é a única droga de graça que vicia, mas não mata.
Se soltando após alguns minutos da sensação de plenitude, cada um
deu um mergulho para refrescar a cuca e fazer voltar a realidade.
Aproveitando o lindo local passaram a tarde toda nadando, curtindo a queda
d'água, trepando sobre as pedras e nas pedras, e namorando ao pôr do sol.
Quando já famintos, agora de comida, decidiram ir embora. Eles enxugaram
Nininha de forma bem demorada e instigante depois colocaram uma blusa
limpa que estava na mochila nela. Se vestiram e voltaram para o carro, lá
Nininha pôs a calça a contra gosto dos meninos. Mas sua alegação foi forte
ao dizer que como ela desceria para comer só de regata. Venceu. Dane foi
dirigindo dessa vez. Apesar de Léo dizer belas palavras ao falar que não
sentia dor, ao sangue esfriar sentiu umas fisgadas onde levou a facada.
Também passou a tarde toda na rua e só tomou remédio de dor quando
acordou. Toda via ele estava adorando a preocupação de sua princesa que não
economizava nos carinhos e cuidados. Ah! Como era bom ser amado.
Pensava Léo. Na direção Dane era todo sorrisos, saciado de sua saudade só
faltava encher a barriga e recuperar as energias, pois a noite só estava
começando.
Dane os levou para um bar na cidade, o mesmo em que estiveram
ontem. Estacionou e descerem do carro, Léo deu a mão para ela e Dane
passou um braço sobre seus ombros. Na cabeça de Nininha ela achava que
deveria evitar esse contato a três em publico, mas escutou uma voz
cantarolando em sua cabeça:
Se você está feliz os outros que se fooooooodaaaaammmmm!!
Sorriu por isso. Então encheu seu peito de amor e seguiu em frente
com seus dois amores para uma comidinha pós foda.
Se os maconheiros davam nome de larica para a fome que a droga dá, qual
será o nome para fome que a foda dá?
— Do que tanto ri, princesa?
— Hã! Ah, nada só estou completamente feliz, só isso.
Entrando no bar todos olharam para eles. Ou melhor para ela. Ela deu
uma parada e se olhou, pensou que estivesse suja ou mal vestida. Mas até que
a regata caiu bem com o top e a calça jeans, um look bem despojado. Foi
então que ela viu as pessoas cumprimentando os seus meninos. Todos os
conheciam e pelo visto nunca viram eles com uma mulher. Deviam pensar
que eram gays. Sentando na cadeira que Dane puxou para ela ria de seu
pensamento.
— Ainda rindo amor? — Dane disse ao seu ouvido e continuous. —
Queremos rir também compartilhe conosco seus pensamentos.
— Acho que vocês não vão gostar muito não — Disse colocando a
mão na boca segurando uma risada.
— Tente, estamos curiosos. — Léo falou.
— Bom quando entramos no bar todos olharam, então pensei se eu
estava suja ou mal vestida, mas dai pensei que provavelmente vocês não
devem aparecer acompanhados de muitas mulheres por aqui...
— Nunca, você é a primeira, pelo menos deste modo, abraçados como
namorados. – Interrompeu Dane.
— Então, foi o que imaginei, daí ri porque provavelmente eles deviam
achar que vocês dois eram um casal, que eram gays entendeu? - Nininha caiu
na gargalhada.
Dane fuzilou Nininha com o olhar, mas logo cedeu ao ver Léo
também cair na gargalhada. Os três ficaram rindo e se zoando. Eles tiraram
sarro dela ao dizer que seria a última coisa a pensarem deles, pois a fama de
garanhões que tinham ultrapassava os limites da cidade. Puta com esse
comentário ela dava tapas neles que juravam que o passado ficou para trás.
O garçom chegou à mesa, muito gentil cumprimentou os meninos, e foi
apresentado a Nininha.
— Amor, esse é nosso garçom predileto, Garcez, e esta é nossa noiva,
Nininha.
— Prazer, Garcez.
— Meu prazer, deseja alguma coisa?
— Sim, sim estou morta de fome, aliás estamos. Pode me indicar
algo?
— Sim claro, se é para os três e sabendo que eles gostam de carne
temos um churrasco misto com acompanhamentos.
— Por mim tudo bem.
— E para beber?
— Estou louca por um chopp bem gelado, para mim e Dane, para o
Léo um refri pode ser?
— Mas é claro, aqui é você quem manda. Volto em alguns minutos.
— Obrigado!
Depois que o garçom se afastou ela os encarou.
— O que foi? — Perguntaram eles.
— Noiva?
— Sim! — Disse Dane após jogar uns amendoins na boca.
— Eu não sou "NOIVA" de vocês, pelo menos não me lembro de
vocês me pedirem ou pedirem ao meu pai.
Uma tosse atacou Dane de repente. Nininha batia nas costas dele, Léo
debochado falou:
— É não sei não, acho que ele engasgou com a palavra pai e não com
os amendoins.
Risos.
— Idiota. — Respondeu Dane entre a tosse para Léo.
— Ahhh que isso gente, meu pai é super gente boa.
— Ahã, nós sabemos e sabemos também que ele andou nos
investigando, você sabia? — Indagou Dane à Nininha.
— Tinha minhas desconfianças, mas o quê que têm? Um pai não pode
se preocupar com sua única filha, filha esta que está apaixonada por
DOISSSS homens? Parem de ser frouxos. Vocês fariam o mesmo se tivessem
uma filha.
Os brothers se entreolharam e nem se quer visualizaram a ideia de ter
uma filha.
— Nós até queremos ter muitos filhos, mas nenhuma menina. Somos
policiais e não podemos sair matando todos os safados que aparecerem na
vida dela.
Numa gargalhada alta, Nininha chamava atenção de todos. Os
meninos olhavam em volta e tentavam fazê-la parar.
— Vocês dois são loucos? Muitos filhoSSSSSS???? Nenhuma
menina???? Sério? E como vocês vão escolher o sexo de um possível filho?
Oh, santos deuses do universo!
— Não vou me preocupar com isso agora, mas sei que os antigos tem
mandigas para esse tipo de coisa......
— Ahahahahahahahahahahaah sério isso Léo? Você está ouvindo o
que está falando? E olha que nem está bebendo. – Dizia em tom cômico
Nininha.
— É cara, ela tá certa, mandinga??? Pirou.
— Sei lá, só tenho que arrumar um jeito de não ser pai de menina. Já
pensou brother nossa filhinha linda chegando em casa com um desses tipos
de adolescentes largadão. Eu vou ser preso cara.
— É verdade, acho melhor deixar isso para depois. Já estou com dor
de cabeça. – Disse Dane após visualizar o que seu amigo disse.
— Também acho, até porque não vou ser mãe nem tão cedo.
— Aí é que você se engana. — Articulou Léo.
Antes que uma guerra fria começasse o garçom chegou com os
chopps e os pratos. Famintos a conversa cessou. Enquanto comiam e se
divertiam com bobeiras que falavam, o bar foi enchendo aos poucos. Novos
olhares caiam em Nininha, mas ela nem ligava bebia seu chopp e se divertia
com seus meninos. Recebia afagos e beijos dos dois. Muitas mulheres ali
esticavam os olhos para eles, porém ela notava que eles nem viam nada, isso
era o que importava. Ao fim da refeição eles apenas ficaram batendo papo,
tomando chopp. Léo pediu um sorvete e comeu dando de vez enquanto uma
colher na boca de Nininha. Os dois olhavam-na encantados, ainda parecia um
sonho tê-la ali, ainda mais após uma tarde maravilhosa. Falaram sobre várias
coisas, e a cada sorriso genuíno que Nininha dava mais faziam os dois
babarem.
Do nada ela percebeu que o rosto do Dane mudou para carrancudo, ao
olhar para onde ele olhava avistou um casal na entrada. O homem parecia
mais velho que os seus meninos, bem apanhado, cabelos com nuances
grisalhas e corpo bem trabalhado. Um tipão. Ao seu lado de mãos dadas
estava uma ruiva mais baixa que ele com corpo torneado pernas grossas, uma
tattoo enorme de uma rosa vermelha em seus ombros e rosto jovem. O
homem viu que ela estava os observando e sorriu. Sem graça Nininha se
virou e recebeu um quase bufante olhar gélido de Dane por ver que ela estava
os observando. O casal em questão foi até sua mesa. Léo bom vivant como
sempre logo se levantou e cumprimentou o homem, enquanto Dane revirou
os olhos e se jogou contra o encosto da cadeira virando o conteúdo de seu
copo, fazendo antes uma saudação com a tulipa ao casal que chegava.
— Amor, esse é o Conrado, lembra? O agente que te falei que me
salvou matando o traficante. — Disse Léo apresentando Conrado à Nininha.
Ao conhecer o agente que salvou um de seus meninos, Nininha não se
conteve. Levantou-se da mesa subtamente e abraçou o Conrado pela cintura,
para desespero de seus meninos. Dizia, “obrigado por salvar meu Léo e que
seria sempre grata.”
Esse foi um momento cômico e tenso ao mesmo tempo. Pois quando
Dane viu sua menina se levantar e abraçar Conrado, se levantou ao mesmo
tempo, não queria que ele nem ninguém a toca-se. Léo notando a atitude de
Dane se posicionou para um possível ataque de Dane contra Conrado. Ao
passo que Léo também não gostou nada de ver Nininha abraçando ele.
Conrado levou um susto com o abraço repentino da mulher que estava
com Dane e Léo. Levou alguns segundos para perceber de quem se tratava,
pela a irritação gratuita de Dane e o carinho em que ela lhe agradeceu por ter
salvo Léo, deduziu que fosse a famosa namorada deles do Rio. É claro que
Conrado não perderia a oportunidade de tirar ainda mais Dane do sério, então
olhando para Dane devolveu o abraço à mocinha. Léo antes de uma tragédia
acontecer e também ficando muito puto com o exagero da gratidão, puxou o
braço de Conrado dizendo ao mesmo tempo.
— Tá bom, tá bom. Já chega.
— Ei Léo, calma eu só queria agradecer ao cara que te salvou.
Agradecendo a atitude de seu amigo ao retirar Nininha dos braços
daquele cara numa maneira menos invasiva do que ele iria fazer, Dane não se
conteve em querer mostrar território e puxou sua menina enquanto terminava
de falar, para seu colo na cadeira. Atordoada com tamanha demonstração de
machos alfas, Nininha riu gesticulando com a cabeça como se perguntasse o
porquê que eles agiam daquela maneira. Olhando de volta para o homem que
imaginava ser amigo dos seus meninos se apresentou:
— Bom Conrado, como pôde perceber, eu sou Nininha namorada
desses dois ogros aqui. E essa quem é, vocês gostariam de se sentar conosco?
Rapidamente Dane disse:
— É Paulina, o nome dela, Paulina. — Olhando dela para Conrado
continuous. — E não querida, já estamos para ir embora, acredito que eles
queiram sentar a sós. Não é mesmo Conrado?
Rindo daquela maneira escorregadia, e pela primeira vez se sentido
confiante, Conrado continuou a provocação:
— Seria um prazer "Nininha", como também é um prazer lhe
conhecer. Mas eu e a... Oh! Mil perdões, onde eu estava com a cabeça. Seu
abraço espontâneo me deixou tonto que esqueci de apresentar Úrsula, não
podemos ainda dizer que somos namorados, mas estamos nos conhecendo e
provavelmente caminhamos para isso.
As mulheres se cumprimentaram, Dane com as mãos na cintura dela
só permitia uma leve locomoção para que ela aperta-se a mão da
acompanhante de Conrado. Nininha fez uma cara de braba para Dane que
nem se importou. Léo também apertou a mão da moça e, Dane apenas fez um
gesto com a cabeça. Úrsula ficou um pouco confusa quando via que aquele
não era um casal e sim um Trisal. Achou fantástico, mas como não tinha
intimidade preferiu não parecer intrometida e levou tudo com normalidade.
Porém, pôde perceber uma certa inimizade entre os homens. Deixaria para
saber com Conrado mais tarde. Afinal estava ali para curtir a noite com ele,
era seu segundo encontro e ela via a possibilidade real de se apaixonar por
ele. Queria dançar e namorar a noite toda.
— Então agora que estamos devidamente apresentados, que tal vocês
nos fazerem companhia para um chopp? — Insistiu Nininha, e ouviu uma
bufada em suas costas.
— Como ia dizendo antes, seria um prazer, mas eu e Úrsula
combinamos de dançar essa noite como se não houvesse amanhã. Apesar de
eu ter dois pés esquerdos, porém quem sou eu para recusar um pedido de uma
mulher linda como ela.
Se pendurando no pescoço de Conrado toda melosa Úrsula disse:
— Ah, querido, o que importa é sentir a música e estar com você. —
E finalizou com um beijo sedutor.
— Vocês formam um lindo casal. — Suspirou Nininha.
Léo chamou atenção com uma tosse de mentira e se sentou dizendo:
— Então… Úrsula e Conrado que sua noite seja longa e animada.
— Bem, obrigado Léo. — Agradeceu Conrado, depois se virou para
Nininha pegou em sua mão e disse. — Foi um prazer lhe conhecer Nininha,
boa sorte com esses dois ogros, rsrs.
Olhando em Dane que o fuzilava com os olhos o cumprimentou com
uma continência e um sorrisinho sacana. Depois Conrado foi puxado por
Úrsula toda dançante para a pista de dança.
Na mesa Léo ria da cara de seu amigo e do esporro que Nininha
tentava dar neles dois por conta, de nas palavras dela "falta de educação para
o cara que salvou a vida de Léo".
— Chega de falar desse cara Nininha, ele só fez o serviço dele.
— Como você pode falar assim Dane?
— Ei, ei chega, vem cá princesa. — Léo disse a puxando para seu
colo agora. — Depois explicamos melhor. Não vamos brigar por causa dos
outros, vamos continuar nos divertindo, certo? — E a beijou.
Dane sorriu ao ver toda a irritabilidade de sua menina indo por água
abaixo com o beijo que Léo lhe dava. Chamou o garçom e pediu mais dois
chopps para ele e ela e um refri para Léo.
— Léo vamos dançar, me deu vontade ao ver eles dançando. — Pediu
Nininha mordiscando a orelha de Léo.
— Claro amor, eu vou adorar me roçar em você enquanto dançamos.
— Ele respondeu e levou sua mão boba na bunda dela e deu um apertão
sedutor.
Eles levantaram e foram para pista, antes de irem Nininha chamou
Dane, mas ele disse que ia depois. Um colega da agência parou na mesa dele
e trocou algumas palavras. Depois que esse colega saiu e Dane ficou ali
sozinho, se concentrou em olhar sua menina e amigo dançando na pista. A
música, um pop romântico levava os dois a se mexerem sensualmente. Dane
sentia seu pau dando sinal de vida.
As pessoas poderiam não entender o relacionamento de dois heteros
com uma mesma mulher. Mas era tão fácil para eles. Dane nem Léo sentiam
prazer um no outro, mas cada um sentia tesão ao ver uma mulher sendo
manipulada pelo o outro. Era um tipo de voyeurismo podia-se dizer. E
quando a mulher em questão era Nininha, com o amor entrando na jogada
tudo parece ter mais sentido. Diferente das outras mulheres que curtiam o
ménage apenas por ser o centro das atenções, Nininha parecia entender que ia
muito além disso. Sentir-se desejada era só o início. Ela já sabia que eles
gostavam de apreciar sua presa na mão do outro. Então com isso em foco, era
ela que mesmo sem ter experiência no assunto levava os dois onde quisesse.
Dançando com Léo completamente envolvida com a música, Dane podia
perceber o quanto aquilo a excitava. Em momentos distintos ela procurava
com seu olhar os de Dane, e prendiam nos seus. Fazia com Léo tudo o que
sabia que gostaria que ela fizesse. Empinava de costas seu quadril em Léo
que devolvia balançando o seu contra o dela. Suas mãos desciam pelos lados
de seu corpo. Léo sabia onde ela gostaria de ser tocada, mas ali não era o
lugar. Viu seu amigo os olhando com olhar de vontade e então matou-o de
inveja, levando a mão no seio dela de modo que só os três percebessem
tamanha libertinagem. Nininha virou novamente para frente de Léo e com
suas mãos cruzadas no seu pescoço o beijou apaixonada tentando roçar seu
corpo o máximo que poderia em um lugar público. Léo entre o beijo sorria,
ao perceber o quanto sua princesa deveria estar dolorida precisando de um
toque mais íntimo, de novo. Em seu ouvido sussurrou:
— Calma princesa, em casa matamos tua vontade.
Ela lhe deu uma mordida punitiva no pescoço.
A música mudou para uma balada ainda mais sensual. Vários casais
se juntaram a eles na pista. O lugar estabelecido para dançar estava lotado. As
luzes mais baixas. Já era bem tarde. Dane terminou seu chopp e pagou a
conta. Pegou o chopp de Nininha deu uma golada e levou para ela, junto com
o refri de Léo. Chegando por trás dela, após entregar na mão de Léo sua
bebida enlaçou ela pela cintura com um braço. Léo se afastou um pouco, mas
ficou a frente deles ainda se mexendo com a música. Nininha se aconchegou
ao som da música no corpo quente de Dane. Ele lhe mostrou a tulipa e com
sede ela bebeu deixando apenas um último gole que Dane deu fim. Léo
tomou a tulipa vazia da mão de seu amigo e saiu da pista de dança dando um
estalinho na boca dela, ela o olhou maliciosa e se esfregou com mais vontade
em Dane que estava se perdendo em beijos calorosos na sua nuca e pescoço.
No bar Léo entregou a tulipa, e o garçom disse que Dane já havia
pago a conta. Então sobrou para ele terminar seu refri e apreciar sua princesa
e brother dançando. Já estava altamente fogoso, louco para fazer sexo com
ela de novo. Porém agora era a vez dele de morrer de tesão vendo eles se
enroscarem na pista de dança. O fato de Dane ter bebido um pouco o deixava
bem mais assanhado e pelo que via ela estava adorando. A pista estava mais
cheia, Dane a levou bem para o meio cheio de más intensões. Os casais
dançando estavam cada um procurando seu prazer na dança e no toque. Léo
percebeu que Conrado e Úrsula estavam bem animadinhos também. Voltando
a concentrar sua atenção no casal que lhe interessava, viu Nininha sorrindo
sacana de frente para Dane jogando a cabeça para trás enquanto ele beijava o
seu pescoço até o início de seu colo beirando a regata. Uma das mãos de
Dane suspendia a perna direita dela o que lhe dava um encaixe mais perfeito.
A outra mão estava no meio das costas dela a segurando para não fugir de
seus beijos fartos. Como se ela quisesse fugir. Terminando sua bebida Léo já
não conseguia se segurar mais, mesmo notando alguns olhares curiosos para
eles em todo tempo que estiveram no bar, não ousaria não se permitir à entrar
na dança compartilhada com seu melhor amigo.
Levantou-se e foi para pista se esgueirando entre os corpos suados,
até encontrar seu coração fora do corpo. Latente. Pujante.
Logo se acomodou em suas costas, Dane automaticamente deu o espaço
necessário para que Léo participa-se da dança. Completa, Nininha era só
felicidade, sorria exuberante para quem quisesse ver. Ali ficaram numa dança
leviana e sensual que era uma enunciação para o restante da noite que viria.
Do lado de fora do bar estavam algumas pessoas bebericando. Lia
toda arrumada estava querendo esquecer a merda do dia que teve e foi tentar
arranjar um idiota que pagasse um chopp e lhe desse pelo menos um orgasmo
no final da noite. Se armando de sua autoconfiança e sensualidade
transbordante entrou no bar, notou que estava cheio e pelo clima bem
amistoso. Ao dar uma olhada mais avaliativa notou que nunca tinha visto
tanto casal num lugar só. Parecia ser a única sozinha, fora um grupo aqui e ali
de velhotes e pirralhos. Mesmo assim Lia insistiu em entrar, até que se
deparou com os casais na pista de dança. Viu Conrado com a ruiva da noite
anterior numa dança apaixonada. Ela nunca imaginou que pudesse se sentir
péssima ao vê-lo assim com alguém. Mas sua noite só se tornou ainda mais
horripilante ao ver no centro da pista, entre os outros casais a dupla de seus
sonhos com a coisinha do Rio em uma dança sensual e arrebatadora. Com
ódio e pura inveja Lia mordeu o lábio e sentiu o sabor de seu próprio sangue.
Seus olhos queimaram com lágrimas ferventes. Ficou prostrada na entrada,
desgostosa vendo todas suas esperanças se destruindo em sua mente. Tentava
se imaginar no lugar daquela garota, porém nem sua mente lhe permitia mais
isso, talvez era seu subconsciente tentando avisar para esquecer essa história
se não ia apanhar ainda mais. Saindo do transe olhou novamente para
Conrado e teve que aturar o sorriso vitorioso que tinha em seu rosto. Logo
ele, sem perder muito tempo, enterrou seu nariz naqueles cabelos vermelhos
que agora lhe davam esperança.
Só restou à Lia virar sobre seus pés e voltar para casa e quem sabe
repensar o que vinha fazendo de errado. Talvez ainda fosse tempo para
recuperar sua dignidade e tentar viver uma vida sem desejar o que pertence
aos outros.
Chamando um táxi, Lia entrou deu o endereço e ao começar a se
distanciar do bar permitiu suas lágrimas desabarem, não como sofrimento
mais por raiva de não ser ela no lugar da coisinha. Essa Lia não tinha jeito
mesmo.
Inebriados pela dança, Dane, Nininha e Léo não se deram conta da
presença de Lia. Continuaram seu momento gloriosamente. Mas os três já
estavam loucos para ir embora.
— Amor vamos embora, já paguei a conta. Estou louco pra te ter. Léo
também.
— Uhumm. — Concordou Léo.
— Sim vamos seus pervertidos, mas só estou indo porque sou uma
pervertida também, e não vejo a hora de tê-los em mim novamente, mas...
Dessa vez, quero tentar algo novo. — Respondeu Nininha.
— Algo novo? — Disse os dois parando de dançar
— Sim… Em casa conversamos.
Ligeiramente Nininha foi arrastada para a saída por eles, não dando
tempo de se despedir direito de Conrado e Úrsula. Conseguiu apenas dar um
tchau. O casal devolveu o tchau e sorriram com o modo que Dane e Léo a
puxavam para ir embora.
— Acho que eles estão com pressa. E você Úrsula? Quer ir ou ainda
quer dançar como se não houvesse o amanhã?
Úrsula respondeu colando os lábios no ouvido de Conrado:
— Acho melhor irmos embora também e namorar como se não
houvesse o amanhã... Mas se o amanhã chegar… Namorar de novo e de novo
e de novo.
Contente com o afeto da linda mulher que dançava com ele, Conrado
a beijou ardentemente e depois seguiram para sua casa com a promessa de
uma noite quente.
Os caminhos que a vida nos leva podem ser tortuosos, mas com um
pouquinho de perseverança e força de vontade, esses caminhos se refazem até
ficarem mais descomplicado. Fechar os olhos para o que nos fere e acreditar
que merecemos o melhor é a forma mais correta de se encarar a vida. Temos
que aceitar quem somos e até onde podemos ir, entender o que nos cabe e
conviver dignamente até o fim. Já sabemos que o amor avassalador não
acontece para todos muito menos a qualquer custo, então nos permitir aos
pequenos afagos que a vida nos dá, já é uma grande conquista.
Abrindo a porta da casa fugindo de Dane, que estava impossível,
Nininha correu para o quarto de Léo e se trancou no banheiro. Começou a
tirar a roupa e foi tomar um banho, viu aquele sabonete delicioso e se
ensaboou ao som de Dane gritando do lado de fora e batendo na porta.
— Não Dane, vai tomar seu banho, você está empolgado demais.
— Amor, eu só te quero, só isso. Abre essa porta e tomamos banho
juntos, vai, abre.
— Nãoooo.
— Você venceu vou tomar meu banho e te espero.
Subindo as escadas Léo ouvia os gritos dos dois vindo do seu quarto.
Ao chegar no corredor viu Dane transtornado saindo de seu quarto.
— Que cara é essa, brother?
— Tua princesa se trancou no banheiro e não quer me deixar entrar,
está ficando ousada essa menina.
— Eu sei, ela sabe que nos tem nas mãos. Relaxa e espera pra gozar.
— Gazela idiota.
— Viadinho irritado.
Debochado Dane foi para seu quarto falando bem alto para ela
escutar:
— Ela que me aguarde, ela que me aguarde.
Léo não se continha e ria da cara do amigo. Dane, o super controlado,
totalmente descontrolado por conta da mulher que amavam.
— Princesa, trouxe suas malas, estão aqui achei que fosse precisar.
Apesar de saber que vai passar a noite nua.
— Obrigado meu Léo, já estou saindo.
Léo tirou a blusa e jogou no canto do quarto. Estava tarde e ele estava
sentindo a fadiga do dia movimentado que teve. Seu ombro já não lhe trazia
dor, mas a ferida nas costas estava sentida. Havia uma garrafa de água no
criado mudo e alguns remédios, procurou um para dor e tomou. Nesse
momento Nininha saía do banheiro enrolada em sua toalha. Linda, o vapor do
banheiro parecia a seguir até o quarto, talvez como eles, queria estar o mais
perto quanto pudesse dela.
Quando ela viu que Léo estava tomando remédios perguntou para o
que eram. Léo tentou desconversar, mas não conseguiu.
— Está com dor né?
— Não é dor, só um incomodo na ferida, só isso.
— Só isso? Ah, Léo me perdoe, vim para cuidar de ti e acabei lhe
dando um dia agitado que te fez sentir dor.
Aproximando-se dela a abraçou com carinho dizendo:
— Obrigado minha princesa, por vir de tão longe pra cuidar desse
marmanjo. Mas, mais do que seu carinho e seus cuidados eu preciso de você.
Tirando toda aquela confusão com a Lia, te ver no portão de casa foi sublime,
a tarde na cachoeira e o jantar com a dança gostosa que tivemos foi
excepcional, não poderia estar mais grato aos céus. Nenhuma dor me fará
desistir de te ter de novo, eu só estou me preparando para mais tarde.
— Ai Léo, não quero te ver sentir dor.
— Então me beija.
Foi o que fez, Nininha o beijou ternamente. Depois se afastou e disse
para ele se lavar que ia cuidar do curativo.
— Sim, senhora.
— Bobo.
Antes de entrar no banheiro Léo lembrou de avisa-la:
— Amor, você deixou Dane furioso fugindo dele, se prepara para as
consequências.
— Léo vai tomar banho, que do Dane cuido eu.
— OK, quem avisa amigo é.
Nininha tirou sua toalha ficando nua e aproveitando o olhar dele
vidrado no seu corpo, enrolou a toalha feito bola e tacou nele, rindo.
— Aí, poxa princesa estou ferido.
— Atá, então nada de novidade para você,ok.
Ele veio até ela a fazendo andar para trás até encostar na parede atrás
da cama e disse com o dedo inquisidor:
— Você sua menina safada, não sabe brincar.
Ela riu maliciosa e chupou, depois mordeu a ponta do dedo dele
fazendo-o ferver inteiro com o seu olhar luxurioso.
— Acho melhor eu ir tomar meu banho, daqui a pouco quero essa
boca abusada em volta do meu pau.
Léo se virou e foi para seu banho retirando a box e deixando amostra
seu pênis duro endiabrado apontando para o céu.
Nininha podia jurar que uma baba descia por seus lábios, os de cima e os de
baixo. Seu ventre deu uma fisgada, acho que se ele pudesse falar dizia: " vai
lá garota e quica naquele pau, traz ele aqui"
Engraçadinha afastou os pensamentos de seu ventre falando com ela,
vê se pode. Revirou a mala à procura de seu óleo corporal, bezuntou todo seu
corpo e colocou uma camisola nova sexy. Totalmente transparente, preta
com fitas de cetim vermelhas. A calcinha combinando, que não tampava
quase nada, apenas um enfeite. Voltando à sua bolsa pegou um tubo que
comprou num sex shop. Era um creme afrodisíaco, que esquentava e
lubrificava mais ainda o canal vaginal ou anal. Permitindo mais elasticidade
para dupla penetração. Ao olhar para o tubo se sentiu uma sem vergonha.
— Você está com cara de quem está aprontando, o que é isso na sua
mão. — Disse Dane encostado no batente da porta olhando Nininha.
Ela ainda não estava preparada, escondeu às mãos nas costas e
respondeu que não era nada. Não satisfeito Dane foi até ela.
— Você está me dizendo muitos nãos hoje, Paulina.
— Eu, eu...Aiiiiii.
A surpreendendo Dane sentou na cama e jogou ela de bruços sobre
suas coxas e deu um tapa estalado na banda de sua bunda.
— A propósito, você está linda com essa camisola, está uma
verdadeira diabinha, ainda mais com esse rosto de sem vergonha.
— Me solta Dane.
— Não, não. — Dane deu mais um par de tapas em sua bunda e
desceu a boca nas bandas avermelhadas lambendo e dando chupões
doloridos. Nininha até queria reclamar, mas ele estava tão perto de atacar o
ponto onde ela precisava. E não podia negar que esses atos animalescos dele
a faziam mais desequilibrada. Seu desejo alavancava, se sentir em suas mãos
para o que quisesse era algo que ela adorava. Léo saiu do banheiro
gloriosamente nu e deu de cara com a cena de seu amigo devorando a carne
macia da bunda de Nininha. Saliente foi em direção ao rosto dela e disse:
— E aí boquinha safada, estou pronto para aquela mamada.
Levantando os braços, Nininha pôs as mãos naquele pau espesso e
duro. Salivando tentou pôr ele em sua boca, mas Léo a torturava brincando de
o tirar de seus lábios. Até que ele mesmo não se aguentou e se afundou em
sua boca até onde pôde.
Dane retirou sua calcinha e abocanhou seu orifício rugoso deixando-o bem
molhado. Com seus dedos explorava tanto sua vagina quanto seu ânus.
Nininha tentava controlar seus gemidos com o vai e vem do pênis de Léo em
sua boca. A posição já não estava colaborando. Então como sempre numa
sincronia assombrosa, Dane e Léo a colocaram no meio da cama atravessada.
Léo posicionou seu pescoço na beira da cama deixando sua cabeça pendurada
para baixo. Enquanto Dane abria suas pernas segurando em suas virilhas e
abocanhou impiedosamente seus lábios encharcados e seu broto inchado. A
língua de Dane ia de norte a sul não deixando nenhum local sensível de fora.
Nininha já via seu orgasmo se anunciando. Era uma loucura as sensações que
eles lhe proporcionavam. Com olhos fechados e boca aberta gemendo alto e
tentando controlar a respiração, Nininha lembrou que Léo estava em pé em
cima da cabeça dela e ela não podia deixa-lo à parte. Abriu os olhos e o
encontrou olhando para ela e masturbando seu pau. Seu rosto desfigurado
com o desejo. Ela via que além de olhar em seu rosto, ele descia os olhos por
seus seios até encontrar a cena de Dane saboreando o meio de suas pernas.
Voltando a olhar em seus olhos ele bateu com aquela estaca rígida em sua
bochecha e disse:
— Jogue mais a cabeça para baixo e abra a boca que quero foder a sua
garganta.
Sem pensar nem querer entender, abriu a boca e esperou Léo seguir
com sua vontade. Ao olhar os lábios abertos dela Léo ficou ainda mais
instigado. Arrastou a cabeça de seu pênis sobre os seus lábios e foi
introduzido aos poucos até encontrar uma posição que a deixasse um pouco
confortável. Com maestria Léo fodia a boca de Nininha como se fosse sua
vagina. E ela tentava facilitar ao máximo o seu acesso. Às vezes, parecia que
ia fazer ânsia de vomito, então ele se retirava um pouco lhe dando espaço
para respirar e quando percebia que estava tudo bem, voltava com vontade. A
pleno processo de subida do precipício, Léo segurou um de seus seios
apertado, e com a outra auxiliava sua cabeça contra o entre e sai de seu pênis.
Os sons que ele soltava eram música para os ouvidos dela. Fora os sons
misturados dos líquidos que soltava em contato com as chupadas de Dane e
as estocadas cada vez mais profundas em sua garganta. Nininha fechou os
olhos e viajou para um lugar bem longe no espaço, parecia que se
aproximava ao Big Bang. Na verdade era o seu próprio Big Bang que se
produzia de dentro dela explodindo para todos os limites de seu corpo.
Léo se retirou ao vê-la trêmula após o orgasmo que havia tido, Dane
diminuiu as carícias com sua língua. Sem sentir, ainda em viagem cósmica,
ela foi acomodada no meio da cama com a cabeça sobre o travesseiro. Seus
meninos tiraram sua camisola deixando-a nua e se puseram aos seus lados
abraçando cada pedacinho do seu corpo. Parecia estar naquela posição a
séculos, e seu pobre corpo ainda sentia o traço de seu clímax. Léo se
concentrou em beijar, morder e chupar seu seio direito enquanto Dane a
beijava no pescoço acariciando seu seio esquerdo. Insaciáveis.
Parecia loucura, mas ela já estava novamente sentindo a vontade à tomar.
Mais receptiva do que quando havia acabado de gozar, começou a
devolver as carícias que recebia, cada um recebia um pouco dela. Léo afoito
foi para cima de seu corpo esfregando o seu quadril no dela. Tomava sua
boca exasperado, descia por seus seios com lábios molhados e lá dava uma
atenção especial aos picos endurecidos. Dane pegou o tubo que ela deixou
cair no chão. Viu para que servia, mas queria ouvir da boca dela.
— Nininha amor, pra que isso, é seu?
Léo deu um tempinho e Nininha olhou para Dane.
— É meu sim, e não se faça de bobo você sabe para que serve.
— Eu sei, mas quero saber exatamente a intenção de você ter trazido
isso.
— É que.... Bem eu tive uma ideia bem louca. Mas pensando agora…
Acho que é impossível.
Fazendo cosquinha nela Léo disse:
— Ah não, agora você vai ter que falar. Isso tem alguma coisa haver
com o algo novo que você mencionou no bar?
— Aiiii Léo para, é tem sim. Mas esquece.
Léo saiu de cima dela, mas preenchia metade de sua visão, a outra
metade era preenchida por Dane. E os dois insistiram para que ela dissesse o
que era, e ela, é claro, teria que dizer se não morreria com tantas cosquinhas.
— Tá para, paraaaa... Eu vou dizer. É que em um de meus sonhos eu
sonhei com vocês dois ao mesmo tempo dentro de mim.
— UÊ, e isso nós já não fazemos? — Falou Léo.
— Sim, fazem é que... Não era desse jeito que já fazemos que eu
pensei.
— E é de qual então? — Disse Léo ainda confuso.
Dando um tapa na parte de trás da cabeça de Léo, Dane disse:
— Idiota, ela nos quer juntos ao mesmo tempo dentro dela, não cada
um em um local. Os dois… Juntos… Em um local apenas. Não é isso minha
safadinha?
Morrendo de vergonha Nininha tapou o rosto com as mãos e ria de
nervoso. Entre os dedos, feito uma criança arteira, olhou o rosto dos dois.
Avaliando, viu que Léo estava pasmo e Dane instigado.
— Bem, essa é uma logística bem interessante. Confesso que já
pensei nisso, mas iria esperar mais tempo juntos para tentarmos. Mas se você
quiser, podemos tentar. Acho que no momento só será possível a parte da
frente.
Sentando na cama Nininha fez um "O" tão grande como se Dane
tivesse dito uma sandice.
— Princesa, isso é possível em todos os orifícios, é só tentarmos aos
poucos. — Disse Léo assanhado.
— Esqueçam, jamais vocês vão entrar juntos na minha bunda, leva-
los lá já é um exercício de oração, imagine os dois ao mesmo tempo. Meu
jesus Cristinho das devassas semi virgens! Vocês estão loucos .
— Hahahaha — Riram.
Léo deitou na cama e gargalhava, já Dane muito interessado no
assunto continuou.
— Ok, realmente muito cedo para sua bunda, mas podemos ir
tentando nesse buraco gostoso da sua buceta.
Escutar o nome "buceta" da boca de Dane, fez Nininha voltar a ferver.
Dane malicioso notou as barreiras dela caindo e aproveitou para toma-la e
amacia-la. Beijando sua boca tocando seu corpo, se enrrolou com ela na
cama. Num amasso apertado se virou a colocando em cima de seu corpo. Ela
já foi logo se acomodando de pernas abertas sobre o quadril dele, roçando na
sua erecão pulsante. Léo se pôs atrás dela beijando suas costas. Ela levantou e
ficou sentada se esfregando em Dane e recebendo as carícias de Léo em seus
seios e beijos no pescoço.
Os dois a faziam cada vez mais louca com seus toques afetuosos carregados
de sensualidade. Deixaram ela se soltar ao ponto de pedir por eles. Nininha se
sentia livre com eles, sentia-se dona de seu prazer. Despudoradamente sem
tirar a boca dos lábios de Léo, levou o pênis de Dane firme em sua mão até o
centro de seu desejo. Sentou rebolando nele e jogando todo seu prazer na
boca de Léo que recebia e gemia junto com ela. Se largou de Léo e se deitou
no peito de Dane, o beijou e se concentrou em leva-lo dentro dela. Rebolou
de um lado para o outro. Rápido e devagar. Forte e fraco. Léo sentado atrás
dela fazia com as mãos uma massagem erótica em suas costas, sentiu que ele
usava o creme que comprou. Ele desceu a mão e brincou com a sua entrada
traseira, ela rebolava inclinando para as mãos dele também. Cada vez mais
eróticamente, Léo descia os dedos até chegar ao encontro onde o pênis de
Dane entrava em sua vagina. Jogou bastante creme ali e aos poucos sentiu
que ele fazia movimento com o dedo contrário ao que Dane fazia com o
pênis. O pau entrava e o dedo saia. Logo colocou mais um dedo e mais um. E
daí já perdeu as contas, tudo ficou libidinoso ao extremo. Seu corpo era só
instinto e seu instinto implorava para sentir os dois em sua buceta que fervia
com a sensação do creme e da invasão. Como se lê-se seus pensamentos, Léo
se posicionou contra ela, e já com sua ereção bezuntada com o creme,
empurrou em sua vulva quando Dane saiu até a metade.
Gritando, gemendo Nininha tentava tomar os dois pênis colossais que lhe
pertenciam, urros masculinos preenchiam o quarto quando com uma
punhalada Léo conseguiu enfiar a cabeça dentro dela ao mesmo tempo em
que Dane a penetrava.
Daí para frente foi uma cartase. Um purgatório no céu. Felicidade extrema
desejo concebido e sentido. Cada alma saciada física e emocionalmente. Uma
noite inteira de milagre e pecado. Laço feito e atado, esse era o único nó
permitido ser vivido.
Não eram três, eram um só, formados de matéria pura forjada nas mãos
divinas. Só amor. Porque só queriam amar.
Capítulo 41: Exaustos.

Qual é o limite do corpo para o amor? Qual o limite do corpo


para o sexo?
E, principalmente, qual será o limite do corpo para o sexo quando se
tem amor? Seria possível alguma resposta conclusiva?
Tendo em vista que cada ser humano reage a um estímulo de forma
diferente, como julgar que um casal chegou ao ápice? E se for um caso de
poliamor com tantas vertentes possíveis, como estabelecer um limite? Diante
de achar uma resposta para essas questões, é possível pensar que com os
estímulos corretos ao receptores certos, misturando doses de emoções, como
o amor e a paixão, seria viável dizer que o limite não existe?
Não é possível definir.
Os seres que conseguem a dádiva de alcançar o extremo de todas
essas sensações devem apenas se concentrar em pular todas as barreiras e
continuar repetindo, ultrapassando, pois no sexo com amor tudo é possível, o
querer passa por cima de qualquer limitação.
Ainda era madrugada quando Dane sodomizava Nininha de quatro na
cama. Léo estava ficando tonto com tanto esforço e sua ferida dolorida, então
ficou de platéia assistindo os dois. Quando a posição permitia Nininha o
tocava, fez ele gozar em sua boca e mesmo quando ela sentiu que ele deu
uma parada por conta da ferida, ela compreendeu, mas vez enquando o
olhava mostrando para ele no seus olhos o prazer que seu amigo lhe dava.
Léo adorava. Acariciava o corpo dela a todo momento enquanto Dane a
tomava. Apertava seus seios, beliscava seus bicos, enfiava a mão em seu
cabelo e dizia que pertencia a eles. Tão erótico. O que só aumentava as
sensações.
Dane agia como se estive-se ainda iniciando a noite, estava longe de
querer parar de ter sua menina. Seu orgasmo já não vinha assim tão fácil, mas
para ele o mais importante era estar duro e poder dar à sua menina quanto
prazer ela pudesse aguentar.
E como ela aguentava, levava eles à loucura com tamanha entrega e energia.
Seu corpo tomado de uma camada úmida de suor, seus cabelos emaranhados
de tanto que eles enfiaram suas mãos, marcas de chupões e mordidas eram
vista principalmente em suas costas, pescoço, nuca e colo. Sua bunda era uma
obra de arte à parte, tons de rosa ao vermelho, marcas de mãos, nada que
fosse permanecer por dias, porém era um colírio para os olhos deles.
Principalmente de Dane. Ele adorava estalar às palmas de suas mãos nas
bandas salientes dela.
Um corpo que não precisaria estar tatuado com os nomes dos meninos para
saberem que ela lhes pertenciam, pois já estava marcado em cada pedaço
dentro e fora com as suas digitais.
Ao fim de mais um clímax alucinante, Nininha e Dane se jogam na
cama. Léo a pega e coloca sobre seu peito, com jeitinho para não forçar ainda
mais a ferida. Com esmero a abraça e faz carinho em suas costas dizendo
palavras doces ao pé de seu ouvido. Nininha se aconchega feito gatinha quase
ronronando e, nas palavras recitadas ao pé do ouvido foi relaxando e acabou
desmaiando em um sono profundo.
Enquanto isso Dane esticava-se na cama ao lado deles, tentando
controlar a respiração ofegante e diminuir as batidas aceleradas do seu
coração. Seu corpo sarado também estava coberto de suor, seus poros
exalavam um cheiro masculino pôs sexo. Gotas de suor desciam por suas
têmporas, cabelo úmido rente a testa. E aqueles olhos azuis fascinantes ainda
saindo do estado vidrado de prazer sentido. Olhando ao lado o motivo das
batidas de seu coração dormindo acalentada no colo de Léo, sorriu de
felicidade. Alguns minutos mais tarde os dois estavam olhando para o teto
do quarto, Léo estava quase adormecendo e Dane bem relaxado. Foi quando
Léo disse sem mudar de posição, simplesmente soltou as palavras no ar:
— É ela, né brother?
— Sem dúvidas. — Respondeu rapidamente Dane.
E como sempre faziam quando se sentiam vencedores, Dane levantou
a mão no ar por cima do corpo de Nininha, Léo viu de rabo de olho então
trocaram uma saudação de mãos com um soco no final. Vencido pelo
cansaço, Léo fechou os olhos e se deixou levar. Dane ainda estava ligado no
220, após o corpo dar uma acalmada, sentiu fome. Foi ao banheiro tomou
uma ducha rápida. Notou que não era só Nininha que estava marcada. Foi até
o espelho e viu as marcas de unhas nas suas costas largas, no peitoral e até na
bunda. Sorriu ao lembrar da sensação das mãos dela percorrendo seu corpo,
das unhas afundando sua pele quando o prazer a consumia. Sentiu seu pau
dar sinal de vida de novo, mesmo com aspecto quase esfolado e vermelho
brilhante, ele ainda queria se afundar na profundidade dela. Estava se
tornando um viciado. Tentando controlar o incontrolável, saiu do banheiro e
enrolou a toalha na cintura. Com os dedos penteou os cabelos molhados e
apreciou um pouco mais a cena de Nininha esparramada sobre seu amigo,
suas respirações regulares indicavam sono profundo. Com uma perna curvada
sobre Léo e a outra esticada ao lado do corpo dele na cama, deixava amostra
a parte de seu corpo pra lá de abusada. Seus orifícios estavam avermelhados e
brilhantes. Seus pelos pubianos já aparentes. Mais uma vez seu pau latejou,
ele não se cansava, queria novamente entrar nela e perder o juízo. Respirou
fundo e conseguiu racionalmente esquecer essa ideia, iria deixa-la dormir um
pouco para se recuperar e quando acorda-se ele a teria de novo. Com o ar no
talo o quarto estava gelado, olhando a coxa de Nininha até a polpa de sua
bunda percebeu que estava arrepiada, deduziu ser o frio. Cobriu os dois com
o endredon deixando-os o mais confortável possível e saiu do quarto.
Faminto Dane fez um sanduíche e tomou uma cerveja.
Sentado no meio da cozinha saboreando seu lanche e sua cerva, imaginou que
todos os dias poderiam ser assim, aliás todas as madrugadas.
Sua menina tinha mudado. Estava no corpo e na alma a marca de sua
mudança.
Engraçado essa sensação de se sentir o dono do mundo após uma boa
gozada. Algumas pessoas se sentem assim após um ato luxurioso como o que
fizeram. Algo tão impróprio aos olhos dos outros sendo consumado com
tanto tesão e amor.
Dane imaginava se outros casais sentiam o mesmo que eles e se faziam como
eles. Buscando em suas memórias tentou achar algum momento, alguma
mulher que tenha feito ele se sentir assim. Mas não tinha nada arquivado.
Ficou ali sozinho na cozinha e ao mesmo tempo tão bem acompanhado com a
presença impreguinada de sua menina e do amor sublime que existia entre os
três.
Começou a pensar numa ideia para pedir a mão dela em casamento.
Léo e ele precisavam bolar algo especial, além de decidir como seria
formalizar um relacionamento como o deles. Sabia que seria difícil, sabia que
no seu país esse tipo de relação era mal vista pela sociedade e eles teriam que
decidir quem casaria no papel e quem não. Uma tristeza pairou ao pensar
sobre isto. Achava injusto o fato de terceiros terem que impor qualquer
opinião sobre algo que só diz respeito aos três. Queria viver em uma época
em que a sociedade adotasse uma postura sem descriminação à qualquer
cidadão. Que não se opusessem sobre o casamento no civil entre casais
homossexuais ou poligâmicos, que a definição de família e relacionamento se
baseasse apenas no amor e respeito entre os envolvidos. E quanto aos ritos
cerimôniais, cada casal, trisal, etc... Decidiriam o que lhe caberia diante de
suas próprias crenças. Deus nos cria e nos presenteia com o livre arbítrio, daí
vem o homem e nos prende com dogmas criados por eles próprios. Dane deu
um soco na mesa com os pensamentos que tinha. Bebeu o restante de sua
bebida e foi na geladeira para pegar outra. Foi até a sala ligou a TV, não
passava quase nada interessante, pois já deviam ser umas quatro da manhã.
Desligou a TV e foi para a àrea do tatame, lá ligou o som e deitou no tatame,
bebericou a cerveja, pensamentos longe, aos poucos a pilha foi acabando e
acabou dormindo no tatame mesmo.
Em um prédio não tão distante dali um casal estava descobrindo as
novas nuances do prazer quando se tem uma emoção envolvida. No caso
deles, essa emoção ainda não tinha nome. Era a junção de várias. A
descoberta de sentimentos fortes e a esperança de que eles cresçam e se
eternizem, estava em cada carinho e demostração de afeto. No sexo atuavam
com volúpia, mas havia algo diferente em seus olhares. Algo que talvez em
breve descobrissem ser maior que eles e os levem a caminhar na mesma
direção. Ainda dentro de Úrsula, por cima de seu corpo, após horas de prazer
compartilhado, Conrado pensava ao olhar aquele rosto rosado, olhos intensos,
cabelos vermelhos suados na testa, como ele pôde perder tanto tempo com
mulheres que não tinham nem a metade do calor da alma que ela tinha.
Verdade fluía por seus poros, era a primeira vez que ele se sentia
verdadeiramente querido. Com essa certeza na cabeça sorriu olhando para
ela, que sorriu de volta dengosa para ele. E como resistir à toda essa nuvem
nova cheia de perspectivas positivas que os envolviam naquele momento?
Conrado selou seus lábios nos dela, que os recebeu sedenta. Em um esfregar
de línguas e corpos, o desejo foi voltando com força, seus corpos ainda
estavam ligados só foi preciso os movimentos de vai e vem para que o clima
esquentasse ainda mais. Úrsula dizia:
— Você não cansa?
— Acredito que com você nunca irei cansar. — Sussurrou Conrado.
Planando em novas emoções, seguiram se excitando até chegarem
novamente ao cume e juntos absorverem esse maravilhamento.
Talvez estamos tão entregues a vida do dia a dia, aos prazeres rápidos
e passageiros que esquecemos que, o que queremos realmente é apenas ser
feliz.
Uma felicidade absoluta que é difícil de acontecer nos dias de hoje,
mas talvez ainda temos tempo para descobrir. Conrado se deu a oportunidade
de seguir em frente e estava pronto para esse mundo novo tão bonito. A
felicidade pode estar em qualquer lugar, no caso de Nininha sua felicidade
estava dividida em dois corações.
Manhã de domingo é sempre preguiçosa. Imagina para quem passou a
noite saciando dois homens sedentos e saudosos por seu corpo. Se
espreguiçando, Nininha ainda sonolenta pelas poucas horas de sono, boceja
na cama agarrada ao Léo. Sua mão corre para o outro lado, porém ela não
sente o outro corpo quente que deveria estar atrás dela. Léo percebeu sua
movimentação e abriu os olhos. A visão de sua princesa sonolenta acordando
em seus braços foi gratificante. Ela lhe abriu um sorriso e ele devolveu com
um outro. Abraçou-a forte e lhe deu um beijo na testa. Tentou beijar sua
boca, mas ela não deixou. Tinha vergonha de estar com bafo. Ele dizia que
não se importava, mas ela não deixou. Se esquivou e levantou da cama.
— Ei amor, vai levantar por quê?
— Eu tô toda grudenta Léo, quero fazer xixi e tomar um banho. E
cadê Dane heim? Ele disse se ia sair cedo?
Léo levantou também nu como ela, quando ela o viu rapidamente seu
corpo se arrepiou e as dores sentidas em toda parte a fizeram lembrar do
quanto eles a usaram na noite passada, isso aumentou seu desejo. Estava
úmida e pronta de novo. Ele riu da carinha de safada que ela fez ao vê-lo de
pé, notou na sua pele um leve fogueado deixando-a vermelha. Via tesão em
seu semblante. Logo Léo também estava pronto, precisando dela. Ao ver
subir aquele pau gostoso, Nininha fugiu para o banheiro dizendo:
— Não, não Léo, sai… Preciso de um banho antes.
— Mas o quê? Eu não estou fazendo nada... (Rsrsrs)
Respondendo e indo atrás dela com o pênis ereto, Léo ria de vê-la
fugir dele, como se fosse conseguir. Entrou no banheiro atrás dela e a
agarrou. Se beijaram com paixão, ele os levou para o box e ligou a ducha. A
água desceu morna e logo depois quente. Como da outra vez ele deu um
banho demorado em sua princesa. Sabendo que seu corpo estaria dolorido
tomou bastante cuidado. Nas marcas dos chupões salpicava beijos, sentiu um
instinto animal de posse ao ver sua fêmea marcada pelos momentos de prazer
que tiveram. Isso o estava excitando ainda mais. Passou shampoo e
condicionador em seus cabelos. Novamente elogiou o novo corte, lembrou
também da camisola que viu vestida por poucos minutos. Eles riram.
Ensaboava as coxas dela enquanto beijava sua nuca, revezava as mãos em sua
buceta, muito paciente e bem devagar, lavava entre os lábios inchados.
Sentiu seus pêlos pubianos e lembrou que quando a chupou viu que estavam
maiores. Então disse no ouvido dela:
— Além de lhe dar banho, vou fazer o serviço completo, espera um
pouco.
Nininha ficou sem saber o que ele quis dizer, então entrou na ducha e
foi tirando o condicionador e o sabão. Até que Léo voltou com uma lâmina e
um banquinho de plástico. Seus olhos arregalaram.
— Léo, o que você vai fazer?
— Eu vou cuidar da nossa bucetinha, eu te disse que nós iríamos
cuidar da sua depilação. Então, vamos, vai ser rápido, tem poucos pêlos. Nós
gostamos dessa buceta de qualquer maneira, mas, lisinha é muito melhor.
Levanta a perna direita e coloque sobre o banco.
Obedecendo-o, mas ainda com muita vergonha, Nininha falou:
— Léo você não precisa, eu faço pode deixar.
— Ahhh minha linda, até seria excitante te ver fazer, mas eu quero
muito ter esse cuidado contigo, não me tira esse prazer.
— Ai que vergonha Léo...
— Não diga isso, não me lembro de você com vergonha quando
gozava alucinada com o meu pau e de Dane dentro dessa gulosa. — Disse ele
e logo depois deu uma lambida e um beijo em seus lábios vaginais como se
fossem sua boca.
As palavras safadas de Léo com o ato libidinoso sobre sua vulva a fez
derreter feito lava quente em sua boca. Segurou em seus ombros e se
esfregou mais ainda na face dele. Léo colocou a lâmina ao lado do pé direito
dela sobre o banco e segurou no quadril dela seguindo com fome as
chupadelas. Nininha pendia sua cabeça para trás, tamanho prazer fazia seu
corpo se contorcer. Sua boca soltava sussurros loucos, seu clímax a ponto de
explodir. Léo intensificou e caiu de boca sem medo de ser feliz, saboreando o
regalo de sua princesa.
Não se aguentando e louco por tê-la novamente, levantou sustentando
ela em seus braços, abaixando sua perna e tirando a lâmina do banco se
sentou nele, e pôs ela em seu colo que rapidamente prevendo o que ele queria
se abriu sobre seu pênis duro e se sentou sobre ele rebolando aos poucos até
senti-lo totalmente dentro dela.
— Léo, você não deveria fazer esforço... Aaaaaa
— Mas eu não estou fazendo, você está... Fode o meu pau, princesa.
Com cuidado e cheia de vontade, Nininha cavalgou graciosamente
agarrada aquele corpo divino, fazendo todo o movimento não deixando ele
fazer nada a não ser, sentir seu canal quente e úmido lhe dando o que queria,
até que os dois encontraram juntos o contentamento.
Muito bem humorado, Léo seguiu como queria e fez a depilação total
em sua princesa. Com cuidado e carinho. Ao terminar Nininha quis devolver
o carinho e também lhe deu um banho. Com as mãos cheias de sabão lavou
todo seu corpo escultural.
Após o banho Nininha perguntou sobre Dane de novo e Léo disse que
ele não avisou nada, mas do jeito que ele estava elétrico de madrugada
poderia ter levantado cedo e ido correr.
Conformada com sua resposta, ajudou-o com seu curativo, viu que estava
bem apesar das peripécias de ontem e de ainda a pouco, depois procurou a
camisola e a vestiu. Quando foi pôr a calcinha Léo disse que não precisaria.
Ela revirou os olhos e saiu do quarto preferiu não discutir. Passou no quarto
de Dane e ele não estava. Desceu e foi a cozinha, esfomeada preparou algo
para comer. De longe escutava um som baixinho, pensou que fosse na rua.
Fez um lanche para Léo também e levou até ele no quarto. Chegando lá o
encontrou dormindo de novo, nem tinha desenrolado a toalha. Ela a tirou dele
com cuidado e o cobriu. Saiu novamente do quarto terminando de mastigar
seu pão com queijo quente e beber seu achocolatado. Entrou no quarto de
Dane deixou o copo no criado mudo, pegou em seus lençóis e sentiu o seu
cheiro, depois arrumou sua cama. Andou pela casa ajeitando uma coisa ou
outra. Mesmo cansada arrumou a cozinha e procurou o que fazer para
almoçarem. Abriu às portas e janelas, fez festa com Brutus. Ainda escutava
uma música ao fundo. Foi andando para um lado da casa que não conhecia. O
som foi ficando mais próximo, abriu uma porta e viu uma parte com um saco
de box, alguns aparelhos de ginástica e o início de um espaço com tatame.
Olhando para essa última área avistou a outra metade de sua felicidade, Dane.
Estava dormindo ao som de músicas lentas antigas. De um lado uma long
neck de cerveja virada vazia. A toalha que devia estar enrolada em sua
cintura pendia para o lado, deixando amostra a marca da sunga de praia.
Espiou um pouquinho mais e viu aquele pênis semi duro repousando de lado
sobre a coxa.
— Puta merda como é lindo... — Disse baixo e suspirando.
Entrou e foi engatinhando até chegar naquele corpo lindo e gostoso
que era dela, só dela. Imaginava o que ele estaria sonhando para estar semi
ereto. Ao mesmo tempo deu água na boca, queria sentir seu gosto de novo.
Deu um beijinho em sua boca, mas ele não acordou. Safada cheia de ideias
foi descendo cheirando seu pescoço, peitoral, abdômen até chegar no V em
seu quadril. Se acomodou melhor e feito gatinha lambeu e lambeu a cabeça
de seu pau. Dane se mexeu um pouquinho, ela o olhou e ele permanecia
dormindo. Então se colocou de melhor maneira entre suas coxas, ajoelhada
com a bunda empinada para o alto, o que fazia sua camisola escorregar pelas
costas e deixava-a semi nua, pois estava sem calcinha. Começou o martírio
colocando todo o pênis que ainda estava semi ereto em sua boca. Se
deliciando com seu sabor. Logo sentiu aquela massa incandescente crescer
entre seus lábios. Sorriu de boca cheia. Subiu e desceu com seus lábios e
segurou na base. O tirou da boca e olhou em seu rosto, ainda com olhos
fechados, mas sua face já demonstrava sinais de que estava gostando.
Subindo e descendo sua mão da base até a cabeça, levou seus lábios ao saco
dele e se concentrou em chupar e prender os ovos dele em sua boca numa
sucção enlouquecedora. Foi quando ela sentiu um puxão em seu cabelo e
abriu os olhos indo de encontro com os de Dane transtornados, cheios de
luxúria. Enfim, ele havia acordado.
— Achei que estivesse sonhando... Aaaaa... Na verdade eu até estava
sonhando, mas foi tudo se tornando tão real. E quando eu abro meus olhos
tenho essa cena fascinante. Você quer me matar?
— Só se for de tanto prazer... — Respondeu ela e logo o abocanhou
até o talo em um único movimento o fazendo quase clamar por piedade.
Ele deitou a cabeça no tatame novamente e se deixou ser engolido por
sua menina faminta. Abriu mais as pernas e as cruzou sobre as costas dela
limitando seus movimentos. Ela nem ligou não queria ir a outro lugar mesmo.
Chupou, chupou e chupou. Lambidas e lambidas no saco e virilha.
Mordidinhas do lado de dentro das coxas que faziam ele se contorcer.
Saboreou cada pedacinho ofertado por ele. Dane já não se aguentava mais,
gemia rouco e segurava nos cabelos dela bem firme. Vez ou outra dizia que
ela o matava, que era uma safada, que era sua menina má. As mãos de
Nininha foram para bunda de Dane, ela o estimulava a impulsionar seu pênis
profundamente em sua boca. Sentindo o que sua Nininha queria subiu um
pouco mais as pernas cruzadas próximo ao seu pescoço e arremeteu em sua
boca em busca de seu prazer. Ela aguentou sedenta por sentir sua semente na
boca. Tentava controlar a respiração pelo nariz e seguiu num dos mais fortes
e obscenos boquetes que já tinha pensado fazer em sua vida. Ontem com Léo
foi igualmente obsceno, mas Léo era mais cuidadoso. Dane gostava de testar
todos os seus limites. Seus pensamentos zeraram quando ela sentiu a vibração
do pau de Dane em sua boca e o jorro de seu sêmen no fundo de sua
garganta. Ali estava ela uma simples mortal se regozijando no gozo de um
Deus Olimpiano. Seu Dane.
Afrouxando o cruzar das pernas acima dela, a fez cair sobre ele.
Rapidamente ele a puxou para cima. Ela se aconchegou em seus braços, ele
acarinhava seu rosto e a beijando dizia:
— Eu te amo, sabia? Você foi feita para mim, para nós. Não existe no
mundo, outra igual.
Entrelaçando suas pernas na dele, beijou seu pescoço e peito dizendo
que o amava também e que nunca mais ficariam longe um do outro. Ali
ficaram namorando e conversando durante uma hora ou mais.
O som agradável, o clima perfeito. Mas ainda eram meros mortais, e
após tanta energia gasta sempre vinha a fome, sede. Decidiram levantar, mas
os corpos estavam doloridos, cansados. Na brincadeira vamos ou não vamos,
acabaram não indo. Dane não tirava a mão da bunda dela nua por cima de seu
quadril. O clima esquentava de novo, e de novo, mesmo em meio a tanta
preguiça e exaustão. Seus corpos não desligavam-se e queriam-se mesmo
sem forças.
— Hum achei vocês... Já experimentaram o tatame sem mim? —
Disse Léo, entrando com um copo na mão e metade de um pão.
— Ah meu caro, eu fui acordado com o melhor boquete da minha
vida. Sem palavras.
— Bobo, rsrs. — Disse Nininha dando um tapinha em seu peito.
Léo se acomodou sentando perto deles, Nininha lhe tomou o copo e
bebeu, Dane lhe roubou o pão. Léo assustado em ser assaltado em sua própria
casa, só pôde rir e lutar pela metade que sobrava do pão. Nininha se afastou
deles e de longe ria e assistia eles se engalfinhando, percebia que apesar de
tudo Dane tomava cuidado com Léo. Era muito engraçado dois marmanjos
lutando por um pedaço de pão e um deles nu, com as coisas balançando.
Quando Léo lembrou que Dane estava nu empurrou ele e se escondeu
atrás de Nininha.
— Porra Dane, come tudo, não vou lutar contigo com essas três
pernas aí não.
Gargalhadas poderiam ser ouvidas de longe. Dane sentou vitorioso e
saboreou o restante do pão.
— Desculpa Léo, mas foi mais forte que eu. Essa nossa garota sugou
todas as minhas forças.
— Pois é brother, te entendo. Mas será que deu tempo de ver minha
obra de arte?
— Como assim cara, a artista aqui é nossa Nininha.
— Que arte Léo, do que você está falando? — Indagou Nininha.
Tirando o copo vazio da mão dela, Léo o pôs no canto. Então voltou
suas mãos para o corpo de Nininha que estava com as costas encostada na
frente dele. Beijando sua nuca por trás foi descendo suas mãos por seus seios
ainda sob a camisola. Levou seu tempo acariciando-os fazendo questão que
seu amigo sentado à frente deles não perdesse um detalhe. E como se
estivesse hipnotizado, Dane seguia as mãos de Léo que desbravava o corpo
de sua menina. Engolindo restos do pão não conseguia esconder sua
excitação aparente. Nininha estava sentada no meio das pernas de Léo, sendo
tocada por ele e se derretendo a cada toque. Via o olhar de Dane escurecendo
de tesão, adorava a forma como Léo a usava para se instigar e instigar o
amigo. Como num jogo, ela era a peça principal. Sentiu as mãos dele
deslizando para sua barriga ainda por cima da camisola. Aos pouquinhos
subia o tecido fino. Expondo sua pele rosada e arrepiada.
— Até aí, só vi a arte que os pais dela fizeram. — Resmungou Dane.
— Calma brother, não sabe esperar?
Com a cabeça para trás no ombro de Léo Nininha delirava em seu
cheiro. Léo retirou sua camisola por completo, voltou suas mãos aos seus
seios agora nus. Léo os apalpava firmemente, empinando seus bicos na
direção de Dane, que parecia que iria avançar sobre eles a qualquer minuto.
— Merda Léo... — Disse Dane entre os dentes.
— Relaxa amigão...
As pernas de Nininha ainda estavam meio fechadas, não estavam
livres ao olhar de Dane. Então Léo levou cada uma de suas mãos abaixo de
cada um dos joelhos dela e os abriu. Foi tão fácil, pois ela já estava
transbordando de desejo, mole ao toque de Léo e aos olhos de Dane. E
quando estava arreganhada abriu os olhos e viu o rosto de Dane surpreso.
— Viu brother, não disse que eu tinha feito uma obra de arte? Pois
então, fala ae? Curtiu?
Com uma visão mais que privilegiada, Dane viu a verdadeira obra de
arte de que Léo falava. A vulva de sua menina estava lisinha novamente, mas
não era isso ao que seu amigo se referia. Ele queria mostrar as siglas de seus
nomes desenhadas na navalha. Seus pelos pubianos não estavam tão grandes,
mas Léo fez um belo trabalho. L e D desenhados.
— Então, diz alguma coisa, cara, o que você achou?
— Eu acho que preciso avaliar mais de perto.
— Ahã sei...
— O que foi, deixa eu ver.... — Nininha se olhou e viu as letra L e D
desenhadas. — Ahhh por isso tanto demora.... Eu, eu, eu adorei, me sinto
marcada por vocês.
Léo tomou sua boca num beijo gostoso. Dane como uma lince se
aproximou para "avaliar" a obra de arte. Espalmou suas mãos contra a parte
de dentro das coxas dela e com o rosto bem próximo à sua entrada disse:
— Bom, ótimo trabalho Léo. Acho até que podemos pensar em uma
arte diferente a cada depilação. O que acha?
— Acho possível e excitante.
Nininha sentia o hálito quente de Dane bem pertinho de seu clitóris,
que com certeza mostrava seu sinal de vida. E no cangote sentiu também o
hálito refrescante de Léo. Eles falavam dela com uma propriedade que a
deixava louca. E cada vez mais precisava deles de novo, mesmo sem saber se
seu corpo aguentaria. Todavia, já sentia um rio quente se instalar de dentro
para fora de sua vagina. Léo começou a se ocupar de seus seios enquanto
Dane à alargava ainda mais.
— Agora amor, é a minha vez de sentir seu gosto.
— Ai Dane, por favor, por favor!
Com a ponta da língua ele saboreou as bordas de sua entrada
encharcada, subia as linguadas por seus lábios. Chupava um em sua boca e
prendia como ela havia feito nele. Partia para o outro e deixava-o no tom
avermelhado igual ao anterior. O quadril dela balançava diante suas
insistentes sucções, tentava fugir. Impossível, Léo a atentava por cima e
Dane por baixo. Encontrando o broto que estava saliente abaixo das letras
desenhadas o prendeu no dente a ponto dela soltar um gritinho, depois o
chupou deliciosamente fazendo-a gemer. Com um dedo abriu espaço no seu
canal quente e logo colocou dois e três. Apesar de segura entre os eles
conseguia alavancar o corpo a cada estocada da mão de Dane. Ele colocou
mais um dedo, e fechando toda a mão, entrou os cinco. Dane investia contra
ela rápido e chupava seu clitóris ao mesmo tempo que Léo estimulava seus
seios. Seu corpo foi se construindo e depois se desconstruindo num orgasmo
perturbador. Dane acalmou um pouco só beijava suas coxas, lábios vaginais
até chegar ao seu ânus e ali tortura-lo com sua língua. Enquanto isso Léo
desceu uma de suas mãos direto em sua vulva e enfiou aos poucos quatro
dedos a fazendo suspirar. Eles queriam mais dela. Queriam sobrepor seus
limites. Apesar de querer mais, os dois levavam em conta sua resposta e era
positiva, sempre positiva. Queria tanto como eles queriam.
— Ah, meu Deus, eu não aguento outro, não vou aguentar.... Senhor
por favor... Pare.... Parem não parem... Não Para... Ahhhh.
Desconectada com os limites de seu próprio corpo que só recebiam os
comandos de seus deuses e algozes, Nininha só se permitiu as sensações
chocantes que sentia. Léo apertava um de seus seios e com a outra mão fazia
um vai e vem insano em sua vagina enquanto Dane enfiava sua língua num
vai e vem igualmente insano em seu ânus com ajuda de dois dedos. Sem
escolha, sem limites, sem comando, Nininha viajou no já bem conhecido
espaço onde seu corpo jazia flutuante em direção ao infinito. Leve como
pluma. Com a mulher que amavam em estado de plenitude, os meninos se
aninharam sob e sobre ela, a enchendo com seus membros febris e duros para
através dela encontrarem novamente o Nirvana. Em arremetidas
sincronizadas e doces, levaram ela mais uma vez junto com eles ao júbilo
total. Nesse espaço distante suas almas se encontram para sorrirem juntas
com seu reencontro.
— Vocês são insaciáveis... — Balbuciou Nininha.
— Sempre e para sempre. — Disse Léo.
— Só com você. — Respondeu Dane.
Largados, exauridos, esgotados, fadigados, famintos, acabados...
Mas juntos, consumindo cada parte de amor, romantismo e gozo que lhes for
possível. Seus limites físicos, mentais e espirituais posto à prova a todo
segundo.
Exaustos? Sim. Saciados? Talvez. Querem de novo? Sempre.
Enquanto estivermos sentindo, é sinal que estamos vivos!
Capítulo 42: Dias Normais.

A noite de domingo, seguiu de um jeitinho todo especial.


Após a intensa emoção do reencontro, veio a comemoração pelo fato de

Nininha confirmar que só iria voltar para o Rio ao lado deles. Enquanto Léo e

Dane não tiravam da cabeça a ideia de pedi-la em casamento, Nininha já

vivia em lua de mel. Se concentrava em adorar seus Deuses Olimpianos se

entregando de corpo e alma. Sua devoção estava marcada em cada toque,

olhar e beijos. Seus orgasmos repetidos e múltiplos eram a certeza que seus

deuses recebiam suas oferendas e lhe davam a dádiva de voar em um clímax

infinito. Pobre Nininha, mesmo tão mudada não consegue perceber a

realidade. No caso, não vê que, é ela a Deusa possuidora de dois corações.

Era ela o centro dessa união e devoção. Eles estavam completamente

enfeitiçados nessa mulher de carne e osso, que os levavam a acreditar no

divino.
Após o jantar foram para o quarto de Dane. Entre conversas e carícias
cada um imaginava o futuro não tão distante. Se sentiam mais fortes e
confiantes.
— Sabe sua gostosa, à partir de amanhã precisamos procurar uma
casa para nós morarmos no rio. — Falou Dane e continuou. — Na verdade já
vi uma ou outra com Léo, mas queremos sua opinião, é claro.
Nininha se sentou no meio dos dois, Léo pôs a mão na sua intimidade
acariciando despretensiosamente e beijando a base de sua coluna lombar,
enquanto Dane à sua frente passava a ponta de um dedo nas circunferências
de seus seios arrepiando seus bicos e pele tocada, sem tirar os olhos dos dela.
Procurando ar, Nininha disse:
— Masss... E... E o apartamento?
— Nada de "apertamento", queremos uma casa grande com quintal,
afastada dos vizinhos e próximo à praia. — Respondeu Léo lentamente,
tocando-a. Deixando-a cada vez mais úmida e arfante.
Aos olhos himpnotizantes de Dane, ela tentou questionar o que Léo
disse gaguejando:
— Masss e... Por que uma caacasa grannnde?
— Para nossos filhos....
Nininha engasgou, não tinha certeza se pelo o que escutou ou pelo
dedo que Léo introduziu entre seus lábios escorregadios até o fundo em sua
vagina. Estava muito sensível por tantos estímulos em tão pouco tempo, mas
ainda assim seu corpo era incapaz de não responder. Se contorcendo ao
ataque de Léo em sua buceta e de Dane apalpando firme seus seios, ainda
seguiu questionando:
— Aaaa ... E... Por que longe dos vizinhos??
— Para não ouvirem seus gritos de prazer, eles são só nossos. —
Agora foi Dane que respondeu, adicionando, com uma mão em cada seio um
aperto aos bicos, ao mesmo tempo em que Léo retirou o dedo de seu canal
voltando com verocidade dois dedos ágis, retirando um gritinho sôfrego a
fazendo se jogar para trás.
Dane seguiu seu movimento e foi de boca em seus seios deu a eles
mais um conjunto de tons diferentes entre vermelhos e roxos. Nininha era só
sensação, arfava, gemia e se contorcia. Ainda usou seu último suspiro para a
última questão.
— E por queee... Aaaa... Deus, meu Deus... Por que nanana praiaaaa?
Hummm... aiiiiii...
Pegando ela e colocando por cima de seu corpo, Léo retirou seus
dedos bezuntados do líquido lubrificante de sua vagina e molhou seu buraco
apertado, alargando com seus dedos molhados. Dane veio por cima beijando
todo seu tronco até seu grelo e ali chupou, dando a ela a proximidade de um
orgasmo, mas era apenas para facilitar para o amigo a investida do seu pau
naquele buraco gostoso. Após Léo se afundar no canal tenso dando a Nininha
aquela ardência gostosa da qual passava a se acostumar, Dane pôs a cabeça
do seu pênis na entrada de sua vulva e pressionando vagarosamente foi
respondendo a última questão.
— Ah! Na praia porque Léo quer criar nossos filhos à beira do mar e
para mim será a realização de um sonho. Mas além disso tem as infinitas
possibilidades de fazermos amor à luz do sol ou da lua, sobre a areia ou
dentro do mar. E a sua pele bronzeada vai ser um estímulo ainda a mais, para
aumentar nossa libido.
Para pontuar sua resposta, Dane estocou profundamente em sua
abertura tirando-lhe o fôlego e deixando-a há milímetros do ápice.
Tão cheia estava sua bunda com o pau enterrado de Léo, seus
espasmos inconscientes pareciam mordiscar seu pênis. Com a invasão de
Dane primeiro especulativa e depois autoritária, Nininha não podia fazer
absolutamente mais nada a não ser absorver todo o calor do ato, sugar com
seus orifícios abusados os paus pulsantes e com sua boca dizer o mantra que
agora fazia parte de suas vidas:
— Eu .... Amo... Vocês... Muiiitooo ... Demais... Para sempre...
Sem ter o que questionar, falar ou discutir o trisal se jogou mais uma
vez no pecado mais santo que poderiam imaginar. O profano e o sagrado
misturado entre às almas e os suores dos corpos febris.
Léo e Dane metiam com cadência orquestrada por eles,
reverenciavam aquele corpo entregue. Se aprofundavam cada vez mais em
Nininha levando-a a loucura. O tesão explodia entre os três. Gemiam a cada
rebolada de Dane por cima ou a cada rebolada de Léo por trás. Léo sentia
algumas fisgadas em sua ferida, mas não tinha tempo para pensar nisso, o
prazer de estar dentro daquele canal tenso e quente tirava toda sua capacidade
de pensar e reagir com sanidade. Seu corpo só buscava as sensações de pré
gozo e, nelas se concentrava.
Em tempos Nininha se movia entre eles se esfregando como podia.
Suas pernas arreganhadas para lhes facilitar o acesso. Dane a beijava na boca
duro. Léo puxava seus cabelos na lateral da nuca forçando ela cavalgar em
suas investidas ardidas.
Os urros deles, deixavam tudo muito mais excitante para Nininha, o barulho
de suas pélvis batendo contra seu corpo e de suas secreções misturadas era
algo fora de série.
Nininha enlouquecida de vez, pôs uma mão nos cabelos molhados de Dane e
puxou, enquanto com a outra pôs na coxa de Léo e apertou firme. De posse
de uma força vinda não sabia de onde, tomou as rédeas dos movimentos e
tensionou seu corpo nos deles buscando seu prazer e dando para eles um
gostinho de serem domados por sua Deusa. Agora eles eram possuídos por
ela, que deu-lhes uma subida ao precipício esfuziante, os jogando de lá juntos
sem pena, sem dó, tirando cada gota de seus sacos pesados, mamando com
seu ânus e sua buceta todo sêmen que restava tomando os gritos afoitos de
Dane com sua boca e roçando seu pescoço nos lábios de Léo. Alguns
segundos depois do ápice, os três ainda se encontravam acoplados, Nininha
com pequenos movimentos sugava ainda aqueles paus semi duros dentro
dela. Uma massagem bem interessante que seus meninos iriam querer repetir.
Recuperando as respirações e sem palavras, apenas olhares, toques e
risos condescendentes, se aninharam cada um ao lado dela e aos poucos
foram acalmando até dormir. Já era hora, entrelaçados sobre a cama, como
uma trança de espinha de peixe, enfim sossegaram.
Embora felizes e realizados, cada um ainda sonhava com a luxúria de
seus corpos juntos novamente e novamente e novamente.
Se fôssemos uma mosquinha atrevida e pudéssemos olha-los dormindo,
veríamos além de suas respectivas respirações descompensadas, os tremores
de seus músculos recém abusados e seus sexos brilhantes de tanto gozo
misturado e avermelhados com tanta felação e arremetidas. Mesmo
dormindo, o toque de seus membros em partes do corpo de Nininha faziam
saltitar. E no caso dela se empinar, ou se esfregar seus inconscientes ao
dormirem, usavam suas memórias corporais para reviver mesmo que em
pequena escala o prazer sentindo durante todo o dia.
Tão simples é o amor, ou a doce ilusão que o amor nos dá de que tudo
é tão simples. Sentir e provocar sensações não é só do que o amor precisa
para crescer. Confiança e força de vontade também tem que estar presente. Só
a vontade não nos faz realizar, é preciso se empenhar para que tudo dê certo.
Era exatamente assim que cada um pensava. Queriam fazer tudo da
melhor maneira para realização do futuro que queriam viver juntos.
Dane tinha em mente o foco de resolver logo o que estava pendente
na agência, passou até a verificar os serviços de Léo para ver se ele poderia
adiantar algo para ele também.
Seu amigo ainda estava de licença, após as peripécias do fim de semana em
que Nininha chegou, teve dois pontos arrebentados. No amanhecer quando
Nininha viu o sangue na cama, se desesperou, os fez correr com Léo para o
hospital, sentia-se culpada.
Léo ouviu o sermão do médico, mas nem ligou, dizia que dois pontos não
eram nada pelo muito que ele viveu. Só não contava com sua menina
esbravejando com ele, ela o fez ficar vermelho de vergonha no hospital. Dane
adorou, ria sem pudor, até que Nininha o chamou atenção também. Os
próximos dias após Léo ter retomado dois pontos, Nininha se esquivava de
suas investidas. Sobrou até para Dane, que teve que brigar com Léo para ficar
bem logo, se não ele mesmo faria mais uma coleção de pontos no amigo.
Porém, a própria Nininha não se aguentava. Ver seus homens
passarem por ela com o torso nu, ou saírem do banheiro molhados e pelados,
ou qualquer outro tipo de imagem que viessem deles a deixava louca.
Tentava resistir ao máximo, até que Dane a pegou sozinha na cozinha numa
tarde chuvosa em que Léo teve que ir assinar alguns papéis sobre a
transferência e ainda aproveitou para ir comprar uma peça para o carro.
Nininha estava só de shortinho de Lycra bem curto e top. Tomou o
costume de se exercitar, e aproveitava a área que eles tinham para malhar
todos os dias. Contava sempre com a ajuda de um deles ou dos dois, o que
tornava tudo tão difícil e agradável ao mesmo tempo.
Achava que estava sozinha, pois Léo havia saído e Dane estava na
agência e só chegava mais tarde. Após malhar um pouco foi descascar
legumes para o jantar. Ouvia música, tocava algumas das noites que curtia no
Rio, fez lembrar do bar e das suas amigas. Apesar de falar sempre com elas e
seu pai, ainda assim sentia muita falta.
Se imaginou dançando no meio da pista. Então começou um funk, não
resistiu empinou o bumbum e começou a dançar rebolando com as mãos
sobre a pia. Se entregou ao prazer da dança. Ia até o chão. De repente sentiu
uma presença em suas costas tentou se virar, mas não conseguiu, foi agarrada
pela cintura e pescoço. Era Dane. Notou pela sua pegada, nesses dias com
eles já sabia identificar cada um. Na verdade sempre soube, a convivência só
estava aprimorando seus sentidos.
Dane estava ensandecido ao ver sua menina rebolar naquele shortinho
indecente. A polpa de sua bunda saia pela barra e ele poderia jurar que a
safadinha estava sem calcinha.
Desde que Léo teve que retomar os pontos, eles não tiveram uma noite a três
juntos. Dane a teve algumas vezes, mas não da maneira que precisava. Léo
então, pobre coitado só a teve através de carícias quase como um namorico.
Ela se culpou e muito por Léo, então o deixou praticamente de molho e quase
Dane também.
Mas hoje ele voltou cedo da agência, havia conversado com Léo:
— Cara tá foda, preciso da minha menina, daquele jeito. Porra, tu não
melhora cara e ela não quer deixar você de lado, ai me ferra.
— E eu não preciso? Rezo todos os dias para tirar logo esses pontos
tô contando os segundos, brother. Mas faz o seguinte, eu vou ter que ir na
agência mais tarde e vou ter que ver a peça do carro então tu podia sair cedo e
vir para casa e... Ah qual é, você sabe, pega ela de jeito. Nós sabemos que ela
também não tá se aguentando. E para mim só falta dois dias. Já nem sinto
mais as feridas. E não é justo com vocês dois.
— Sério cara, ótima ideia. Nem precisa demorar muito na rua porque
do jeito que eu tô, não duro segundos.
— Vai lá ejaculação precoce... Viadinho.
— Olha quem fala, gazela remendada.
— Hahahaha… Porra essa doeu.
Quando Dane parou na porta da cozinha e a viu dançando pensou nas
palavras do amigo "ejaculação precoce" é o que teria ali. Se aproximou sem
que ela percebesse e quando ela notou a agarrou. Feito predador segurou seu
quadril e pescoço. Mordeu o lóbulo da orelha direita e disse:
— Agora você não me escapa, sem desculpas, sem conversa... Você é
minha e eu te quero agora.
Nininha tentou prender o gemido até que sentiu a mordida fina que
recebeu. Doeu, mas logo depois quando ele passou a língua molhada só ficou
uma sensação de prazer. Dane acomodou o corpo pequeno dela dentro do seu
e rebolou junto com ela esfregando o pau duro entre suas nádegas. Nininha
não tinha como evitar um ataque tão fulminante, então se entregou e voltou a
rebolar ao som da música no eixo duro que a cutucava. Se inclinou como
pôde para frente. Dane não soltou a mão do pescoço dela, onde apertava de
vez enquando. Sua outra mão subiu do quadril para o seio, apalpou
gostosamente até colocar para fora daquele pequeno top que usava. Mordia e
beijava suas costas. Estava louco.
— Você está ficando muito safada mesmo, como pode colocar um
short como esse sem calcinha. Tá querendo provocar a gente? Conseguiu. —
Deu um tapa ardido na bunda dela.
Antes dela tentar responder, Dane foi puxando seu short para baixo,
uma fúria tomou conta dele. Ela percebeu que ele estava fora de si, mas
gostava desse lado dele. Deixou-se levar pela animalidade de Dane. Segurou
as mãos firmes na pia e se empinou o máximo que conseguia e disse com
cara de danada:
— Vem, eu também te quero, sou sua...
Sem espera Dane só abriu o fecho da calça e pôs o pau para fora, já
sabia que sua devassa estava enxarcada e arremeteu para dentro dela sem
demora. Com as mãos em seus ombros a puxava de encontro a ele, logo
envolveu seus cabelos e puxou, fazendo a sua cabeça vir para trás. Então
como um maníaco meteu loucamente em sua buceta, tirando gritos
esganiçados de sua menina. Que por sua vez com saudade de suas estocadas
se empurrava mais ainda para ele e quando conseguia ainda dava uma
rebolada. Os dois não duraram muito tempo, logo caíram no chão lânguidos
pelo prazer bruto que compartilharam juntos.
Calmos e sorridentes foram tomar banho, sobre a água se entregaram
de novo ao sexo mais bruto e vil que já haviam feito. Se xingavam,
beliscavam, mordiam e se usavam. Ali os dois juntos perceberam que além
de tudo que já compartilhavam, gostavam também da parte mais dura e
luxuriante do ato sexual.
Quando Léo chegou o jantar já estava pronto. Encontrou sua princesa
no colo de seu amigo, só de regata e era a sua, ele acariciava seus seios
enquanto assistiam a um filme. Pelos seus rostos percebeu que estavam bem
relaxados. Dane lhe deu uma piscada de olho em forma de agradecimento
sem que Nininha notasse.
Ao ver Léo, logo Nininha desceu do colo de Dane e correu para ele, com
cuidado o abraçou e beijou dizendo que estava com saudades. Léo
automaticamente sente seu pênis endurecer ou sair do semi ereto. Apertou as
bandas da bunda dela e a beijou, e quando tudo parecia pegar fogo Nininha se
afasta.
— Léo meu amor, eu quero muiiitooo, mas preciso ter você inteiro.
Não quero que se machuque de novo. Por favor, entenda.
— Tudo bem princesa, eu entendo, mas o cara no meio das minhas
pernas não.
Disse isso dando um tapinha na poupança dela e a puxando de novo
para um beijo.
Se afastando de novo, fazendo Léo suspirar, Nininha pôs a mão sobre
a escultura de concreto no meio das pernas dele e disse:
— Bem quanto à isso, posso fazer uma ou duas coisinhas. Sabe que
nunca te deixo na mão né, meu príncipe. Sobe vai tomar um banho e vem
aqui, antes do jantar eu quero tomar um mingau.
— Putaquelosparalilllll…. Partiu banho.
Léo subiu as escadas correndo deixando ela e Dane rindo para trás.
Nininha se acomodou no colo de Dane novamente e voltou a receber as
carícias de antes enquanto o filme terminava que no caso ela nem sabia que
filme era.
Um tempo depois Léo desce às escadas.
— Bem, bem, aqui estou princesa, para lhe servir. — Dizia Léo
parado ao meio da escada de braços abertos nu, semi molhado do banho e
com uma ereção que sustentaria o globo terrestre.
Nininha e Dane olharam para escada, os olhos de Nininha brilharam
com a visão previlegiada. Ela logo se levantou e foi em sua direção sorrindo e
lambendo os beiços.
— Porra Léo, tá de sacanagem cara. Nu descendo a escada. Você não
tem roupa não.
— Meu brother, não se atenha a detalhes. Vamos ao foco. E o foco é
que minha princesa quer o meu mingau e estou aqui para ela se servir. Olha a
carinha dela, pergunta se ela gostou?
Balançando a cabeça e rindo do palhaço de seu amigo, Dane não
podia ir contra ele, sua menina estava extasiada com a imagem. Brincadeiras
à parte Dane se excitava só ao notar a excitação de sua menina pelo seu
amigo. Nininha não deixou Léo nem sair das escadas, o recebeu aos beijos e
o fez se sentar nos últimos degraus. Ajoelhada lambeu as gotas de águas que
escorriam ainda pelo seu corpo. Beijava seu peitoral, lambeu e chupou os
bicos dos peitos dele. Léo como um Deus se acomodou com os cotovelos nos
degraus e pernas abertas. Pendia sua cabeça para trás quando o prazer de ver
e sentir o que sua princesa fazia, quase o levava ao desespero. Dane se
acomodou no sofá numa posição que lhe favorecia a ver a felação na
escadaria. Colocou seu pau para fora e se masturbou olhando sua menina
dando prazer a seu amigo.
Abocanhando o pau de Léo e sabendo que eram observados por Dane
Nininha ficou praticamente de quatro. Posição que dava ao Dane uma bela
imagem de sua bunda quase desnuda, pois estava com um pequeno fio dental.
Sem colocar as mãos em Nininha Léo se obrigou a receber tudo o que ela
decidia lhe dar. Decisão acertada, pois ela lhe queria dar tudo. Segurando a
base do pênis Nininha o sugou para dentro da garganta e prendeu o máximo
que podia, sabia que ele adorava foder sua garganta. Com os beiços descia e
subia a pele lisa da base à cabeça, para às vezes, sem aviso, prender a cabeça
entre os lábios firmes. Léo urrava de prazer. Gemia o nome de Nininha. E ela
ficava cada vez mais envaidecida por conseguir tirar dele notas
irreconhecíveis ao chupa-lo. Levantando o pau, ela desceu a língua por seu
saco, tomou uma de suas bolas e sugou, pegou a outra e fez o mesmo, e com
os olhos procurou os deles. Quando os encontrou, ela sorriu com o ovo na
boca. Não havia mais a possibilidade de Léo conter suas mãos. Logo se
curvou para frente e agarrou seus cabelos...
— Chupa danada, você gosta de chupar meu pau né, parece pirulito
nos seus lábios. Chupa meu saco, brinca com minhas bolas e toma o que é
seu.
Nininha soltou os ovos de Léo e fez o que foi solicitado, abocanhou e
ordenhou o pau dele até fazer ele jorrar o líquido precioso em sua cara.
Nesse meio tempo Dane não se conteve também, se aproximando e
sem conversa, arrastou para o lado o fio da calcinha e se enfiou em sua
vagina que do sofá ele via implorar babando por seu pau. Meteu algumas
vezes e já se viu gozando.
Nininha limpava com a língua os restos de porra que escorria por seus
lábios, quando Dane a atacou de novo, a virou e encostou suas costas na
frente de Léo e disse:
— Agora é você.
— Eu??!
— Sim, você. — Respondeu Léo enquanto tomava sua boca em um
beijo e atacava seus seios com as mãos.
Ela só entendeu tudo quando sentiu Dane entre suas pernas enfiando
os dedos nela movimentando em um ritmo torturante e enlouquecedor. Seu
quadril balançava para cima e para baixo. Léo largou seus lábios. Estava
presa na beira da escada entre os dois homens da sua vida que a levavam para
mais uma montanha russa em busca do orgasmo. Tocada por todos os lados e
principalmente num ponto profundo conhecido pelos dois, Nininha caiu em
desalinho, arfante, pulsando por cada poro seu prazer atingido. Isso tudo sem
tirar a camisa.
Com as respirações mais calmas e após Dane implorar a Léo para
colocar pelo menos uma box, foram jantar.
A cada dia estavam acostumando mais e mais com a rotina de estarem
vivendo juntos. Apesar da saudade que Nininha sentia de seu pai, amigas e
telas, não conseguia se imaginar longe de seus meninos, seus homens. Seu
lugar era e sempre será ao lado deles.
Ao fim do jantar Léo ajudou Nininha com a louça, na verdade era
motivo de roçar na bunda dela ao pegar os utensílios para secar. Dane ficou
na sala, sua cabeça à mil vendo sites de imobiliárias no Rio procurando casas.
Seu amigo e Nininha se juntaram a ele. Os três começaram a avaliar as
possibilidades. Nininha estava encantada com a ideia da casa próximo à
praia, achava fantástico poder criar seus filhos à beria mar. Mas não diria isso
em voz alta nem que lhe pagassem. Se sem dizer Léo já está esquematizando
tudo imagine falando.
— Gostei desta, fica há uma hora e meia do Rio. O que é bom, pois
meu pai ou as meninas podem me visitar com mais frequência. E tem uma
piscina, sempre quis ter uma casa com piscina.
— Também gostei Dane, fica na quadra da praia, o quintal em volta
praticamente elimina os olhares curiosos e a piscina me apetece também.
— Pois bem, se vocês gostaram para mim está feito. Vou mandar um
e-mail e verificar tudo direitinho. Acredito que com o dinheiro do
apartamento possamos pagar a casa e nos sobre algum. Mas, se precisar de
mais, vendemos o carro do Léo e completamos.
— O quê? Meu carro não, vende sua moto.
— Tá doido, minha moto, nunca.
— Aha, pelo menos no meu carro podemos até morar, dormimos
acoplados à nossa Nininha e pronto. Na tua moto não cabe nós três nem a
penca de filhos que vamos ter.
Nesse embate sacana entre os dois Nininha ria até escutar a frase
"penca de filhos".
— Eita! Pera aí, um não quer vender o carro, o outro a moto, e eu
tenho que aceitar a penca de filhos, tá doido Léo. Nem sei se quero e nem
quando quero ter. Tá... É uma possibilidade sim, mas não uma "penca".
Disse Nininha nervosa, agora de pé de frente para eles com as mãos
na cintura.
— Se vocês pensam que me manterão descalça em nossa cozinha e
grávida a todo tempo estão muito enganados. Isso é muito bonitinho em
livros e filmes, porque na vida real a situação é outra.
— Calma amor! — Disse Dane a puxando para seu colo e abraçando.
— Não a todo tempo, só por pelo menos umas três vezes.
Léo tentou prender o riso, não conseguiu. Nininha fez uma cara de
quem ia matar alguém, Dane tentou doma-la com seu olhar, mas nem com
todo esforço. Ela se levantou altiva e disse:
— Veja bem seus... Loucos, saibam que eu tomo meu remédio
religiosamente, e que se um dia tivermos UM filho vai ser porque eu decidi.
Portanto, vamos tirar essas ideias de "pencas" da cabecinha de cima e da
debaixo também, ok! E estou me retirando cansei dessa conversa.
Ela os deixou plantados no sofá se entreolhando e subiu as escadas
pedante e totalmente dona de si. O bico chegou primeiro ao quarto. Deitou-se
após escovar os dentes e ficou imaginando como seria ser mãe dos filhos
deles. Adormeceu com a imagem de crianças e seus meninos brincando na
praia, no rosto o feitio de um sorriso.
Lá embaixo os dois discutiam sobre o que Nininha disse.
— Ela não pode estar falando sério, qual mulher não quer ter filhos?
— Léo ela é muito nova, nosso relacionamento é diferente tudo é
muito novo e complicado. Ela só está insegura. Vamos dar tempo ao tempo,
apesar de eu querer ter filhos com ela também não os quero tão cedo. Quero
aproveitar, e muito, nosso início de vida à três.
— É verdade, eu também. E o que você achou da casa. Você fez a
brincadeira do carro, mas eu sei que dá para nós comprarmos.
— Pois é, só queria te ver irritado mesmo, gazela remendada.
— Vai TNC Dane, não brinca com meu carro.
— Hahahaha, tá bom. Agora sério, estive pensando muito essas
semanas sobre o lance de casamento e tive uma ideia. E agora, tive outra em
relação à essa casa que nós gostamos. Vamos aproveitar que ela foi dormir e
conversar sobre isto. Preciso saber se você aceita o que estou pretendendo,
cara.
— Brother, o que for preciso para ficar com ela por mim tudo bem. Já
disse que não me importo de casar de papel passado, mas me preocupo dela
não ter nenhum auxílio se um de nós morrermos. E fora os auxílios em vida
como plano de saúde entre outros.
— Animal, já sei disso. E já me informei de um monte de coisa
enquanto você estava sendo paparicado porque perdeu dois pontinhos da
ferida.
— Tá com ciúmes, Dane.
— De você? Nunca. Queria eu ter levado um tiro também para ter os
mesmos paparicos.
— Viadinho, olha a boca. — Léo disse se levantando indo até a
cozinha e perguntou. — Fala aí, sobre o que você andou pensando, quer
água?
— Trás para mim por favor, que aqui eu te falo, a ideia é para ser
surpresa, idiota.
— É você! — Respondeu Léo mostrando o dedo do meio para Dane.
Rindo da infantilidade do amigo Dane voltou para o computador e
enviou um e-mail ao corretor do anúncio. Em sua cabeça várias ideias para
compartilhar.
Já era início da madrugada quando Léo e Dane foram se deitar.
Conversaram bastante e decidiram várias coisas juntos. Viram que Nininha
havia se deitado no quarto de Léo, a cada noite ela decidia o quarto no qual
dormir e os dois só a seguiam. Para eles não existia o quarto de Léo ou de
Dane, existia apenas a cama na qual eles dormiriam com ela.
Dane ainda foi tomar um banho rápido. Quando voltou, Léo já estava
aninhado nas costas de Nininha. Sorriu ao ver o semblante feliz dos dois na
cama. Fechou a porta, apagou a luz. Seguiu até a cama levantou o endredon e
se acomodou ao lado livre de Nininha. Logo, mesmo dormindo, a mão dela
subiu por seu peito pousando em seu pescoço e maxilar. Dane sorriu,
sentindo-se acalentado, deu um beijo na testa dela e dormiu pensando nas
ideias que ainda fervilhavam em sua cabeça.
Alguns dias se passaram, a agência estava agitada por conta de um
novo serviço. Com a saída eminente de Dane, Conrado foi escalado para
substituí-lo. Mas enquanto Dane estivesse por ali, auxiliava no que podia, ou
melhor, no pouco que Conrado permitia. Dane não estava incomodado com
isso, estava até gostando, sobrava tempo para resolver outras coisas mais
importantes. Léo já havia voltado de licença, foi remanejado para auxiliar nas
aulas de tiros. Estava gostando tanto que se interessou em fazer o mesmo
trabalho no rio. Pensou até em se qualificar mais para trabalhar no centro de
treinamento e aperfeiçoamento de policiais. Dane também já havia se decido,
não queria sair da área de investigação. Os trâmites de transferência já
estavam quase completos só faltava o aval das agências para qual iriam.
Todos na agência notavam a felicidade explícita dos dois amigos. Uns
sentiam falta das traquinagens deles e outros entendiam que eles foram
fisgados e não tinha mais volta.
Dane estava a caminho do arquivo quando encontrou com o agente
Hélio. Experiência pura, Hélio era muito respeitado entre os colegas. Por
várias vezes auxiliou Dane como se a um filho. Parando para cumprimentá-lo
iniciaram uma conversa.
— Então Dane já está certa sua saída e a de Léo, sentiremos falta,
nossa agência vai sofrer com a ausência de vocês. Espero que estejam certos
dessa escolha. É uma grande mudança.
— Também sentirei falta, e posso dizer o mesmo por Léo. Mas
estamos mais que certos, estamos ansiosos para viver toda essa mudança o
mais rápido.
— Sei, imagino. Vida difícil essa que vocês escolheram. Não que eu
tenha alguma coisa com isso, mas você sabe, mesmo não querendo acabamos
escutando... Coisas por aí.
— Que coisas Hélio? Sabe que tenho um apreço pela sua pessoa, para
mim você é um exemplo.
— Obrigado Dane, você é um pouco mais velho que meu filho, tenho
um carinho por ti que não tenho por muitos. Ouvi que você e Léo
encontraram uma moça e decidiram dividir suas vidas com ela e por isso essa
decisão repentina de transferência.
— Bom, sim, é verdade amigo. Aconteceu o impossível, nos
apaixonamos pela mesma mulher, e fomos agraciados com a reciprocidade
dela. Estamos no céu.
— Vejo nos teus olhos e nos de Léo também. Mas é árduo esse
caminho. Viver a monogamia nos dias de hoje já é bem difícil, imagina esse
tipo de relacionamento...
— Poliamor, chamamos de poliamor.
— Hum, bem esse poliamor não é reconhecido, sabe que serão
hostilizados pela sociedade e pior, a mulher de vocês poderá sofrer muito
mais. As pessoas costumam ser más em relação as mulheres que percorrem
caminhos diferentes. Aos homens tudo se abranda. Ao longo da história
vemos várias passagens em que as mulheres são execradas por suas opiniões
e tipo de vida contrárias a que a sociedade diz ser certa. Entenda, não estou
julgando suas escolhas apenas quero saber se vocês estão cientes de tudo que
vão enfrentar pela frente. Isso, se essa união for forte o suficiente.
Pensativo Dane escutava as palavras de Hélio, entendia suas questões.
Ele mesmo já havia pensado nisso várias e várias vezes. E até já havia
conversado com Léo sobre isso e, com Nininha.
A verdade é que eles decidiram não lidar com o que os outros pensam que é
certo ou errado. Cada um tem sua opinião, cor, etnia, opção sexual, religião e
etc. Sabiam que o que acontecia entre eles era puro amor e amor nunca podia
ser algo ruim. Então passaram a pensar em lidar com as "observações
alheias" na forma da lei. Fofocas e mal dizeres existem em qualquer lugar e
contra qualquer pessoa, eles tentariam ser o mais discretos possíveis para
evitar às más línguas e viveriam um dia atrás do outro. Agiriam de acordo
com os acontecimentos. Não tinha o porquê sofrerem por antecedência.
— Hélio meu caro, entendo perfeitamente sua posição e agradeço sua
preocupação. Mas nossa decisão não foi tomada inconscientemente.
Sabemos, os três, que o que sentimos é único, e não fere a ninguém. Não
podemos nos privar de viver esse sentimento, esse amor, por conta do que
terceiros afirmam que é certo ou errado. Estamos os três dispostos a enfrentar
tudo, qualquer coisa que se opor ao nosso relacionamento. Mas não seremos
inconsequentes em querer impor nosso relacionamento à sociedade,
viveremos discretamente para evitar transtornos, mas se eles acontecerem
lidaremos através da justiça. Apesar de ainda muito preconceituoso, o mundo
de hoje também está mais aberto às novidades. Talvez o caminho seja árduo,
mas vitorioso. E diga-me qual relacionamento, seja ele qual for, não tem
percalços? Só temos que aprender a nos fortalecer através de todas as
dificuldades. Não sei o dia de amanhã, vivo-o em meus sonhos e estou
lutando para vivência-los na vida, mas posso lhe dizer do fundo do meu
coração que nosso amor já é maior que nós mesmos, sem ele não vivemos.
Um silêncio se instalou entre eles, os olhos daquele homem
experiente tanto em combate quanto na vida, marejaram ao ouvir as palavras
de Dane e a postura confiante em que ele às dizia. Deixando as formalidades
de lado Hélio puxou Dane pelo ombro e lhe deu um abraço como um pai ao
filho.
Dane ficou meio sem graça no início, mas logo retribuiu esse abraço apertado
que só lhe transmitia amizade e querer bem.
Se afastando de Dane, se recompondo, Hélio falou:
— Estou muito feliz por você Dane, aliás por vocês. Essa menina
deve ser uma sortuda por ter um homem como você, e ainda mais por
também ter Léo. E eu sempre soube que Deus escreve certo por linhas tortas.
Só ele sabe o que é certo ou errado, só ele há de julgar nossas escolhas. Mas,
de antemão lhe digo, Deus é amor simples assim. Ele não daria esse amor tão
sincero entre vocês três se não fosse para ser vivido. Seja feliz Dane. Que
essa caminhada seja menos árdua e mais feliz. E conte sempre comigo para o
que precisar, sabe que tenho um carinho especial por você. Boa sorte, em
tudo.
Com mais um abraço, Hélio se despede de Dane. Antes de ir eles
ainda trocam algumas palavras e depois cada um vai para seu destino. Dane
cada vez mais confiante e Hélio menos preocupado com um amigo querido.
Final de expediente, Léo foi encontrar Dane no vestiário. De lá foram
embora felizes para casa encontrar a mulher de suas vidas.
Antes quando conversaram sobre os dois no Rio trabalharem em
plantões diferentes, para ela ter sempre a companhia de um deles em casa, ela
foi contra. Não queria ser um motivo para separa-los. Mas estando na casa
deles após alguns dias que Léo saiu de licença e voltou ao trabalho, sentia-se
sozinha. Eles sabiam o que falavam. Mesmo sentindo um pouquinho egoísta,
quando voltassem a essa conversa apoiaria de olhos fechados. Sozinha
acordou cedo fez uma série de exercícios que Léo passou para ela, depois
arrumou a casa, lavou às roupas, preparou o almoço que se estendia para o
jantar. Passou uma parte da tarde conversando com seu pai e depois com
Lary. Morria de saudades. Ao finalzinho da tarde Nininha brincava no quintal
com Brutus. Já se aproximava da hora deles chegarem. Na verdade Léo ligou
dizendo que já já estariam em casa. Esse era um momento muito feliz.
Dane desceu do carro e foi abrir a garagem. Quando a porta se abriu
ele viu Brutus aos pés de Nininha recebendo um afago gostoso. Sentiu inveja
de seu cachorro. Passou rápido, ao ver quando sua Nininha o deixou para vir
correndo o receber, deu um pulo em seu colo e ficou agarrada a ele o
beijando enquanto Léo estacionava o carro dizendo que na próxima ele que
desceria para abrir o portão.
Já fora do carro Léo recebeu seu carinho, agora sem muitos cuidados,
pois já estava completamente curado. Os três seguiram para dentro da casa e
como já vinha se tornando rotina, após um dia de trabalho, seguiram para um
dos banheiros para tomarem juntos um banho relaxante antes do jantar. É
claro, depois de momentos plenos e extasiantes de prazer, trocados debaixo
do chuveiro quente. Era apenas mais um dia normal na vida do trisal.
Capítulo 43: Despedida.

Os dias foram passando e a união do trisal cada vez mais forte.


Mesmo a saudade de casa não fazia Nininha imaginar estar longe deles.

Afinal crescemos para o mundo e o mundo dela era seus homens. Sim, seus

homens, Nininha agora pouquíssimas vezes os chamavam de seus meninos.

Meninos? Não, não esses seres que mostram para ela todos os dias o que é ser

homem de verdade. Não só na forma sexual, que ela não tinha nem palavras

para descrever, deduzia que, provavelmente eles ou aprenderam com os

deuses ou eram os próprios deuses, mas sim na postura que tinham todos os

dias com ela. Em todas às vezes que estavam juntos ou mesmo pelo celular,

faziam questão de mostrar o tamanho afeto que sentiam com palavras e

gestos carinhosos. As gargalhadas que lhe proporcionavam eram bem

próximas aos orgasmos que tinham juntos. Eles conseguiam fazê-la se sentir

a mulher mais feliz e realizada do mundo.


A cada dia Nininha podia perceber as qualidades e defeitos de cada
um. Amava as implicâncias que tinham um com o outro, a irmandade deles a
fascinava. Eram como unha e carne.
No início sinceramente, não acreditava muito que esse "tipo" de relação
poderia durar e crescer. Estava errada e sendo preconceituosa, achava que a
qualquer momento eles podiam por ciúmes, brigar entre si e acabarem com
esse conto de fadas que vivia. Um conto de fadas bem diferente, mas o seu
próprio conto de fadas. Único e especial. Não poderia jamais se ver longe de
toda essa história. Não podia mais viver sem os dois. Não imaginava este
relacionamento sem ser um trio.
Com tantas dúvidas e medo rondando sua cabeça, logo no começo tentava a
todo custo ser igual para os dois. Fazia tudo igual para ambos, achando que
assim poderia evitar brigas futuras, ciúmes. Às vezes, pisava em ovos quando
passava uma tarde apaixonante com um enquanto o outro trabalhava. Não
queria que nenhum dos dois se imagina-se menos que o outro. Ela sabia que
não eram, os dois ocupavam espaço igual no seu coração. Mas sentir que
poderia magoar qualquer um a deixava doida.
Então vem esses Deuses, percebendo sua preocupação, mostrar para ela que
tudo isso não era preciso, porque cada um tinha o suficiente dela sempre. Não
era preciso ela pisar em ovos entre eles por conta de medo deles brigarem por
ciúmes dela. Eles decidiram compartilha-la, sabiam o que iriam viver. E
melhor de tudo, o que fez ela realmente acalmar seu coração, foi quando em
uma conversa quente, bem quente, eles mostraram para ela que além de todo
esse amor incondicional que tinham por ela, sentiam um tesão absurdo em
vê-la nos braços do outro. Disseram que todas as que vieram antes dela
foram uma preparação para eles, e que agora estavam completamente cientes
que a única razão dessa cumplicidade entre ambos desde sempre era como
um propósito, para quando a encontrassem pudessem se doar para ela, para o
relacionamento e para a vida que decidiram ter, que só seria possível com ela.
É tudo muito novo, complexo e atemporal. Há poucos meses que se
conheceram, mas parecia que estavam apenas se reencontrando, se
encaixando novamente. Por vezes, quando cada um estava só e pensava sobre
tudo o que estavam vivendo, tinham mais certeza de que tudo que viveram
antes foi preciso para chegarem até aqui. Todas as decepções, encontros e
desencontros, perdas, pessoas e escolhas foram necessárias para estarem
agora juntos. Nenhum dos três fugiria da responsabilidade de cuidar com
muito zelo de um presente tão perfeito e especial como este amor, como esta
relação. Como às vezes diziam entre si, estavam começando a viver os
primeiros dias do resto de suas vidas. Agora completos.
Dane e Léo acordaram bem mais felizes ainda no dia de hoje, se era
possível eles serem ainda mais feliz. Eram gratos por tudo o que estava
acontecendo em suas vidas. E hoje eles tinham uma reunião com o seu
superior. Os trâmites para a transferência já estavam completos. As unidades
em questão que iriam recebê-los já estavam os aguardando com a papelada
toda pronta. É claro que estavam contentes que suas escolhas foram aceitas,
mas a alegria era ainda maior, pois os dois tinham várias férias vencidas e
horas extras em estoque. Então conseguiram aproveitando toda essa
mudança, tirarem pelo menos dois meses de folga. Assim conseguiriam pôr
em prática todos os desejos que tinham em mente com mais tempo e sem
preocupação com o trabalho. Precisavam disso, até para desacostumarem a
trabalhar juntos.
Chegaram à agência e seria o último dia que iriam a trabalho. Um
lugar onde cresceram profissionalmente e fizeram algumas amizades. Pessoas
que iriam guardar com carinho e outras nem tanto. Muitas experiências
vividas neste lugar. Chegaram cheirando a leite como diziam os mais antigos,
e se fizeram agentes respeitáveis. Apesar de ainda novos, já colecionavam
várias operações de sucesso. Carregavam um currículo bem respeitado e o
melhor, o respeito de quem trabalhava com eles, tantos os novos como
antigos. Cada um estava lidando com toda essa mudança de um jeito bem
diferente. Dane estava bem tranquilo, Léo nem tanto.
— E aí brother, como você está se sentindo? Quero dizer, agora que
chegamos aqui e sabendo que será nosso último dia nesta agência, onde nos
transformamos nos policiais que hoje somos? Te digo, agora que está
caindo a minha ficha, estou ficando um pouco... Triste... Sei lá... Não sei
explicar. Vivemos muita coisa aqui e agora tudo, tudo vai ser completamente
diferente em todos os aspectos de nossas vidas. É algo... Intimidante... Você
não acha?
Dane terminou de estacionar o carro, virou a chave desligando o
motor. Pensou no que seu amigo/irmão tinha perguntado. Fez um pequeno
silêncio antes de suspirar e respondê-lo:
— Cada dia que passa a gazela fica mais emotiva... Tá ficando mole
hein, Léo. Vai chorar também?
— Porra Dane, tô falando sério, idiota. — Respondeu dando-lhe um
soco no braço.
Dane riu da brincadeira, mas avaliando seu amigo viu que falava sério
mesmo. Dos dois, Léo sempre foi o mais bem resolvido em suas emoções,
vê-lo meio inseguro era estranho para Dane. Por isso respondeu brincando.
Mas sabia que devia agora falar sério também. Dane então tentou ser o mais
confiante o possível em suas palavras. Tantas vezes seu amigo foi o seu
alicerce para suas próprias emoções, então chegou sua vez.
— Tá ok, eu entendo tudo o que você disse. Sinto o mesmo. Afinal,
nossos caminhos são cruzados, às vezes me parece que somos um. Penso até
que em alguns momentos, hora caminho com você sobre meu colo, hora você
é o que me leva nos braços. Essa agência, nossa profissão, nossa amizade,
todo o resto que vivemos aqui foi maravilhoso sim e, é claro que sentiremos
saudades. E sabe como eu lido com isso tudo, confesso que aprendi com
você. Engraçado você não estar fazendo o mesmo... Eu guardo todas essas
vivências em um lugar bem especial e me concentro em tudo de muito
maravilhoso que está para acontecer. Bom, você sabe melhor do que eu que
nunca almejei ter uma família, criar vínculos aos quais me torna-se refém.
Você era o sonhador, você almejava, você esperava por isso, e ainda mais,
sempre me incluiu nas suas expectativas. Então meu amigo, você abriu meu
coração e agradeço a Deus por ter conhecido Nininha primeiro, pois meu
envolvimento foi imediato, não sei como seria se eu visse você apaixonado
por ela antes, não seria tão cara de pau como você foi, rsrs.... Agora cara,
presta atenção, está à nossa frente tudo o que você sonhou e desejou. Vamos
ser gratos a tudo que passamos até aqui, mas penso que o melhor de nossas
vidas está por vir. Você perguntou como me sinto, te digo que sou um dos
homens mais felizes deste mundo e tenho certeza que o outro é você irmão.
Não sei o porquê, e nem sei se merecemos, mas não estou disposto a abdicar
deste sonho, deste amor, deste futuro que estamos construindo juntos à partir
daqui para todo o sempre com nossa menina. Eu amo vocês. Me sinto
extasiado e ansioso para estarmos em nossa casa e quem sabe rodeados de
filhos. Esse tempo passou e vai ficar na memória. Agora vamos viver uma
nova história.
Outro silêncio. Se os dois machões admitissem diriam ver, um nos
olhos do outro, lágrimas embargadas. Para Léo foi determinante tudo que
Dane falou. Realmente caiu na real, esse era o sonho dele, estava
acontecendo exatamente como almejou. Por que o medo, receio de quê? Seu
amigo estava certo, nascia a partir dali uma nova história, onde estavam para
viver tudo de tão maravilhoso que tanto sonhou. Léo se sentiu bem mais leve.
Sorriu e deixou uma lágrima descer de seu olho direito.
— Cacete Léo, vai chorar?!?! Não sei lidar com isso não. Nem
quando você levou tiros, facadas você chorou... Pára porra.
Rindo e chorando ao mesmo tempo, Léo puxou Dane para um
abraço. Dane relutante e xingando tentou se esquivar. Mas no fim o abraçou
também. E se permitiu soltar uma de suas lágrimas, mas não deixou Léo ver.
— Pronto Léo, tudo bem agora. Para de chorar, as pessoas vão achar
que estamos namorando no carro.
— Ah, brother me dá aqui um beijinho.... Hahahahah.
— Léo seu filho da puta, vai, sai logo do carro.
Bem humorados, seguiram para a entrada da agência pelo
estacionamento sem dizer uma palavra, só sorrisos amigáveis e soquinhos um
no ombro do outro na camaradagem.
— Viadinho...
— Gazela chorona...

Sentados na sala em que muitas vezes fizeram reuniões sobre as operações e


onde passaram muitas horas extras compenetrados nas investigações,
esperavam o encarregado. Uma hora depois ele chegou, entrou calado na sala
e se sentou na cabeceira da mesa. Léo e Dane se acomodaram de melhor
forma nas cadeiras aguardando o que ele queria lhes falar. Por um momento
Dane se preocupou com a cara de poucos amigos que seu encarregado fazia,
imaginou que talvez algo estivesse errado e eles precisariam ficar mais tempo
por ali. Ele sempre manteve com seus subordinados uma postura profissional,
nada de intimidade. Dane não queria de jeito nenhum passar mais tempo ali,
já estava pronto para viver a nova vida que viria, na verdade ansiava por isso.
Perdido em seus pensamentos, Dane não notou quando o encarregado relaxou
o corpo na cadeira se recostando para trás e deu um sorriso meio cansado.
— Pois bem, vocês dois são dois filhos da puta... Tem certeza de que
não tem nenhuma maneira de eu conseguir mantê-los comigo, conosco, nesta
agência?
— Não! — A resposta veio rápida e firme vinda pelos dois.
O encarregado pôs os dois cotovelos sobre a mesa e cruzou os dedos
das mãos embaixo do queixo, olhou de um para outro por um minuto,
encontrou respectivamente semblantes firmes e decididos. Fez um balançar
de cabeça negativamente e abaixou até encostar a testa sobre a mesa.
Respirou e expirou fortemente soltando:
— Assim vocês me fodem... Vocês acham que eu estou feliz em
perder dois, DOIS dos meus melhores agentes, investigadores?
Dane engoliu fundo, Léo passou uma mão pelo cabelo, mas nenhum
respondeu a pergunta. Então o encarregado prosseguiu:
— Eu acatei os pedidos de transferência, dei uma enrolada no início
porque achei que vocês poderiam mudar de ideia, mas mesmo assim vocês
insistiram. Prossegui com a documentação, porém no fundo esperava que os
dois voltassem atrás. Não aconteceu. Embora tudo já esteja pronto e hoje seja
formalmente o último dia de trabalho de vocês, ainda assim estou aqui cara a
cara com vocês para lhes dizer que ainda há tempo de voltar atrás, porque
seriamente não estou disposto a perder vocês assim sem nenhuma luta. Os
assuntos que rolam na agência são sobre uma mulher que vocês estão
envolvidos, e que querem viver juntos... Os três, o que é fora dos parâmetros.
Não que eu tenha alguma coisa a ver com isso, pelo contrário. Só me
preocupo com vocês. Meu ponto é que vocês são jovens demais para algo tão
complexo e que demandará tamanha energia, o que deixaria seus trabalhos
em segundo plano. Isso seria terrível, até porque vocês são ótimos no que
fazem seria um desperdício. E vocês nem... Sabem se esse... Relacionamento
vai durar. E talvez... Fosse até melhor ela vir morar com vocês. Assim não
precisariam fazer tantas mudanças e se não der certo ela volta para casa
dela... Bom, tem que ter alguma forma para que eu consiga que fiquem.
Léo não estava gostando do rumo da conversa, olhou em Dane e
percebeu o mesmo desconforto. Na verdade cada um achou estranho o
encarregado em nenhum momento do processo de transferência se opor a
decisão deles, mas como ele era sempre muito reservado e profissional não
levaram para o pessoal.
Porém, agora, ele estava ali pedindo para que mudassem de ideia, o
querer que eles ficassem até podiam entender, mas opinar sobre o
relacionamento deles, sobre a vida pessoal deles, era demais. Léo se armou
para responder, mas Dane saiu na frente.
— Bem senhor, estamos de certa maneira lisonjeados com o seu
interesse pelo nosso trabalho. Agradecemos a confiança de todos esses anos.
Mas nossa decisão já foi feita, e praticamente consumada, portanto não
voltaremos atrás. E os motivos de nossa mudança e nossa vida pessoal, não
são do interesse de nossos superiores e muito menos da sociedade. Servimos
nesta agência e comunidade com afinco por isso o reconhecimento de nosso
trabalho em suas palavras. Acredito que se somos bons como diz, seremos
úteis em qualquer outro lugar que precisarem de nossos serviços,
independente de nossas escolhas pessoais.
No tom de voz de Dane qualquer um perceberia o desagrado.
O encarregado enrugou a testa o olhando falar. No fim concordou com ele,
ninguém tinha nada haver com os motivos de uma transferência. Mas para o
encarregado estava sendo difícil perder dois de seus melhores. E com essa
conversa viu que a batalha já estava perdida. Então só lhe restou desejar aos
dois boa sorte.
— Entendi Dane, não irei mais me alongar em um assunto que não
tem volta. Não me entendam mal, jamais quero me intrometer nos assuntos
pessoais de meus agentes. Mas eu não poderia deixar de tentar... Enfim, me
resta agora é desejar que encontrem o que vocês estão em busca e que sejam
os melhores agentes em qualquer lugar onde forem. Apesar de vocês
entenderem que não devem nada a sociedade é a ela que prestam serviço. Boa
sorte! Ah! E como sabem, os caras combinaram de se reunir com vocês mais
tarde no bar para uma despedida, eu farei o possível para aparecer pelo menos
para pagar uma rodada.
Ao terminar, o encarregado se levantou, seguido de Léo e Dane. Ele
se virou para cada um e deu um aperto de mão, saiu da sala e deixou os
brothers a sós.
Léo foi até o bebedouro e enxeu dois copos com água gelada, voltou
para mesa entregou um ao amigo e deu uma golada no seu.
— Isso foi estranho. — Ele disse.
— Concordo, ele deve estar mesmo muito incomodado com nossa
saída para nos abordar desse jeito. — Respondeu Dane.
Após baterem papo cada um foi recolher seus pertences. A maioria já
tinha sido levado para casa. Resolveram alguns outros detalhes e almoçaram
juntos com alguns dos agentes que se tornaram amigos de verdade. Muitos
desejos de boa sorte depois e combinação para o chopp mais tarde, voltaram
para agência e no fim do expediente, um tanto saudosos se despediram de
alguns outros que ali estavam e seguiram juntos para casa.
Passaram bem longe da recepeção evitando certa pessoa, que por
sinal, deu um tempo de encher o saco deles. Os tapas que Nininha deu em Lia
serviram afinal.
Nos últimos dias que ficava sozinha em casa, Nininha agitava a
arrumação dos objetos que eles iriam levar dali para o Rio. Mas a grande
maioria eles doaram para o senhor que tomava conta da casa e do Brutus,
levariam mesmo mais às coisas pessoais necessárias. Conseguiram vender os
aparelhos de ar condicionado, televisão e máquina de lavar e algumas outras
coisas. O carro e a moto iriam por um serviço de transportadora, como às
caixas e outros.
Nininha estava cada vez mais animada, claro que porque além de
estar perto de voltar para o Rio, seus homens voltariam com ela e
definitivamente. Também nunca tinha ficado tanto tempo longe de seu pai e
suas amigas. Já passou um bom tempo. Seu pai por várias vezes quis vir
visitá-la, mas ela preferiu que não, não havia necessidade que ele viesse.
A casa já estava quase completamente vazia. Eles já estavam usando
apenas um quarto, o do Dane. O outro de Léo estava completamente
desmontado, só haviam caixas com roupas e outros objetos dele. Nenhum dos
dois faziam questão de levar muita coisa, queriam refazer tudo novo e com a
ajuda de Nininha. Principalmente na decoração da casa.
Ao final da tarde Nininha estava bem cansada, mas sabia que iria com
seus homens para a despedida com os amigos no bar da cidade. Então foi
escolher uma roupa bem bonita e se arrumar para quando eles chegassem não
tivessem que esperar muito.
Léo voltou dirigindo, enquanto Dane lembrava de várias situações
inusitadas que passaram durante esse tempo próximo à fronteira.
Relembraram também os perrengues. Riam juntos e compartilhavam a
tristeza e a alegria desse momento.
Chegando em casa Dane foi entrando e desviando das várias caixas de
papelão amontoadas pela sala. Chamava por Nininha.
— Amor? Chegamos, onde está você?
Ela não havia escutado, estava se trocando no quarto dele com o som
do celular ligado e porta fechada. Léo logo depois que estacionou foi atrás de
Dane na casa, viu seu amigo subir a escada em busca de sua princesa. Sorriu
ao ver o desespero dele ao querer estar com ela. Se via no rosto do amigo era
o mesmo desespero que ele passou a sentir todos os dias ao voltar da rua.
Embora estivesse morrendo de saudade deixou seu brother a achar primeiro e
foi à cozinha beber água. Pegou uma maçã, mordiscou e escutou os gritinhos
de sua princesa no andar de cima. Sorriu ao imaginar o que Dane deveria
estar fazendo com ela, jogou o resto da maçã fora e foi em busca dos dois.
— Dane, amor para, estou quase pronta para irmos ao bar. Deixa para
quando voltarmos. — Slappp! — Ai Dane! Meu bumbum. — Dizia Nininha
de biquinho ao levar uns tapas na bunda.
— Para de reclamação amor, e me dá o que eu quero, você.
Léo chegou no momento em que Dane colocava Nininha de quatro na
beira da cama, levantando seu vestido até a cintura e colocando de lado a
calcinha de renda vermelha que vestia.
Léo recostou no batente da porta e ficou observando.
Os amantes à sua frente não perceberam sua presença, ali ficou vendo Dane
tomando Nininha por trás forte e preciso. Notou os cabelos molhados de sua
princesa, caídos para frente em sua cabeça. Seu corpo se contorcia ao receber
as imponentes investidas de seu amigo. Na posição em que estava dava para
ver direitinho o sexo dela sendo estirado pelo pênis rígido de seu amigo. De
sua vagina escorria um líquido viscoso que ele conhecia muito bem. Sinal
que sua excitação estava em alta e que seu corpo a preparava para o orgasmo.
O som dos corpos se chocando deixava seu próprio pau latejando. Sua calça
já não sustentava mais seu órgão a ponto de ebulição. Retirou suas roupas
sem tirar os olhos da imagem luxuriosa que acontecia na cama. Seguiu feito
um tigre. Passou pelo lado da cama, e seu amigo foi o primeiro a vê-lo, Dane
sorriu sacana para ele e deu uns tapas nas bandas da bunda dela arremetendo
em velocidade. Nininha gritava e gemia de prazer, dizia o nome de Dane e
pedia por mais. Notou com o canto de olho a chegada de Léo. Aquele corpo
que amava já estava nu e pronto para ela. Ostentava uma ereção espetacular,
olhando para ele passou a língua sobre os lábios. O que fez Léo soltar um
suspiro e dizer:
— Safada... Quer meu pau também?
— Ooooohhh sim... Simm aaaahh
Ele juntou os cabelos molhados dela em um rabo de cavalo mal
arrumado e segurou em uma mão. Nininha continuava gemendo e agora com
a presença de Léo só multiplicou seu tesão. Se empurrava nas estocadas de
Dane que urrava de satisfação. Com a outra mão Léo segurou seu pau e
roçava nos beiços dela. Quando ela tentava abocanhar ele retirava, estava
deixando-a louca. Ele ria com o desespero dela em querer prova-lo. E isso o
estigava. Ele ficou ainda uns minutos atiçando Nininha com o pau em seu
rosto até que enfim, se colocou na boca dela. E ela não se fez de santinha e
chupou, sugou, lambeu do jeitinho que ele gostava. Colocou ele no início de
sua garganta e o segurou lá tirando gemidos sofridos dele. Dane seguiu com
as mãos pressionando na cintura dela e fudeu todo o caminho de sua vagina
até jorrar no fundo dela o líquido que trazia suas sementes que um dia ele
sonhava que germinariam nela. Nininha também se deixou levar na
velocidade em que Dane tocava em um ponto específico que a fez rodar em
um orgasmo maravilhoso. Mas não tirou a boca do pau latejante de Léo até
que ele lhe desse o prazer de sentir seu jato quente no céu de sua boca. E
assim o fez. Prazer indescritível.
Léo sentou sobre às pernas com a respiração fora de ordem enquanto
Nininha se esticava na cama ainda tremendo do prazer sentido. Dane após
beijar às bandas avermelhadas da bunda de Nininha foi para o banheiro tomar
uma ducha.
Ao ouvir o som do chuveiro Nininha levantou o olhar para Léo e
disse:
— Seus cachorros, agora eu vou ter que tomar outro banho, eu já
estava quase pronta. Vocês não podiam esperar até voltarmos?
— Não, claro que não. Por que deixar para depois o que podemos
fazer agora?
— Idiota.
— Como é que é?
Ao insulto de Nininha Léo a virou na cama e foi sobre ela, mesmo
lutando ela não conseguiu se livrar dele. Ela ria e repetia:
— Idiota, idiota, idiota...
Léo segurou seus braços abertos na altura da cabeça e se aboletou
sobre sua cintura com as pernas em cada lado. Praticamente sentado sobre
sua barriga. Presa, ela ainda ria dele e para ele. Léo tomou sua boca num
beijo avassalador e duro. Coube a Nininha receber o que ele lhe dava. Léo
desceu com a língua e pequenas chupadas pelo maxilar dela e pelo pescoço.
Juntou seus braços e segurou com apenas uma mão. Com a outra abaixou seu
decote expondo seus seios. Os bicos já demonstravam o quanto todo esse
movimento estava a excitando. Ela ainda tentava se erguer, mas era
impossível, Léo usava seu peso contra ela, nada que a machuca-se, mas
deixava sem reação.
— Então eu sou um idiota? Você anda muito desrespeitosa minha
princesa, vou lhe mostrar o quanto idiota eu posso ser.
O que Léo disse deixou uma pontada de medo em Nininha. Apesar de
estarem brincando, o cunho sexual em seus atos a deixava sem saber o que
ele iria fazer. Geralmente Dane tinha esse lado torturador. O corpo de
Nininha a traía, estava entregue e querendo qualquer coisa que Léo quise-se
lhe dar. Toda sua pele arrepiava ao toque de Léo. Mesmo tendo acabado um
ato sexual rápido, porém avassalador, seu corpo já demonstrava querer mais,
mesmo que fosse torturado. Léo levou seus lábios as partes carnudas de seus
seios. Ele chupou cada pedacinho em volta. Se contorcendo Nininha gritava
seu nome e implorava para ele parar. Ele seguiu de seio para seio chupando
mordendo lambendo. Se concentrava em partes distintas. Não tocou nos
bicos. Mas notava os picos endurecendo ao prazer de seu toque. Quando ela
estava bem desesperada ele disse:
— Vai me chamar de idiota de novo?
— Nanão...
— Vou largar suas mãos sobre sua cabeça não tire-as do lugar, você
pode fazer isso?
— Sim, Léo.
Ele deixou as mãos dela no lugar que queria e desceu a tocando, sua
pele além de arrepiada tremia. Pôs as duas mãos uma em cada seio,
massageou, beliscou e ao ver que ela estava quase gozando ao seu estímulo
deu um tapa em cada seio e logo depois segurou forte um enquanto chupava e
mordia o bico do outro, e ficou intercalando essa sandice entre eles. Até que
ela soltou um grito assustador e gozou só através da tortura erótica que Léo
fez aos seus seios.
Léo a beijou apaixonado se deitando ao lado dela. Levou uma de suas
mãos para seu monte de Vênus, e lá enrolou seu clitóris entre os dedos
trazendo-o a vida novamente.
— Léo?!?!... De novo não, eu não vou aguentar... É muito para mim.
— Shiiiiii princesa, isso é só um carinho prometo.
Então desceu mais seus dedos entre os lábios encharcados, melados e
acariciou como queria.
Dane saiu do banheiro enxugando o cabelo. Viu as carícias de Léo e
não queria ficar de fora. Se pôs sem que ela percebesse no meio de suas
pernas e lambeu seu sucos pela virilha até que Léo subiu os dedos para o
clitóris dando a ele espaço para saborear todo o resto.
— Aí meu Deus... O objetivo de vocês dois hoje é me matar? Pois
vocês vão conseguir desse jeito.
Léo tampou sua boca com a dele. Beijou-a eternamente, enquanto
Dane tirava cada gota de seu corpo através da boca em sua buceta. Não
conseguiu resistir e logo seu corpo traidor encontrou o caminho da felicidade
e transbordou em outro clímax sensível e frágil.
Levada no colo foi parar na ducha quente. Léo a segurava, estava sem
forças. Ele a banhou e Dane veio buscá-la com uma toalha. Enrolada nela ele
a levou de volta ao quarto. A secou e ajudou a se vestir. Colocou uma
calcinha, e um outro vestido que ele mesmo escolheu e passou enquanto ela
tomava banho com Léo. Nininha se sentia exausta e eles sabiam. Nenhuma
palavra foi trocada apenas o carinho no toque e nos olhares eram ministrados.
Léo terminou seu banho e logo veio se vestir. Então Dane lhe disse:
— Cara, você está se transformando em um artista mesmo.
— Gostou? — Falou Léo.
— Amei. —Respondeu Dane.
Sem entender olhando de um para outro, Nininha perguntou:
— Do que falam?
Dane a olhou nos olhos e antes de levantar o vestido frente única
sobre seus seios, os sustentou em suas mãos e os beijou carinhosamente,
mesmo assim estavam sensíveis demais, então Nininha sofreu ao seu toque,
mas de uma forma prazerosa.
— Olhe, veja o que Léo fez ...
Nininha baixou os olhos e viu seus seios completamente coberto por
chupões que de alguma maneira juntos tomavam formas, sem acreditar no
que viu ela foi até o espelho para ver melhor. Se espantou com os chupões
pequenos e médios, que em um seio formava, ainda que desajeitadamente a
letra D e no outro a letra L. Imaginou que muitas mulheres poderiam se sentir
indignadas com essa demostração de posse exacerbada, mas Nininha não
conseguia. Ela só se sentia mais deles como nunca. Apesar de ter sido
torturante, Léo a fez gozar intensamente ao se dedicar à essa nova obra de
arte. Ela olhou Léo colocando a calça e disse:
— Eu não posso dizer que não gostei, mas isso me dá margem para eu
fazer a minha arte também.
— Estou esperando ansioso. — Respondeu Léo e em seguida mandou
um beijo.
Dane riu.
— Vem cá amor deixa eu terminar de colocar seu vestido. — Dane
levantou e se colocou em sua costas se roçando em sua bunda
descaradamente e com um dedo passou por cima dos chupões que formavam
a inicial de seu nome. Ela levantou às alças do vestido e deu a ele para
amarrar atrás de seu pescoço. Segurando seus ombros de frente para o
espelho ele sussurrou em seu ouvido:
— Você está linda! A mais linda de todas. Mas fica melhor com
apenas esse colar em sua pele nua.
— Meu Deus Dane, você não se cansa?
— Jamais, vem… Deixa eu pentear seu cabelo.
— Não precisa.
— Precisa sim, vem.
Agora quem ria era Léo.
Prontos saíram de casa e foram para o carro. Chegaram ao bar ainda
cedo, o que era bom, pois escolheram melhor a mesa. Já haviam alguns
amigos deles por lá, então as rodadas de cerveja paga começaram de
imediato. Dane e Léo eram só alegria, Nininha também, mas se preocupava
com tantas cervejas. Fez eles comerem e beberem água de vez enquando e
tentou não beber como eles estavam.
A noite foi passando, logo o bar estava cheio de agentes, homens
dispostos a fazer uma despedida regada a chopps. Contavam cada história
que Nininha não sabia se ria ou chorava. Alguns eram bem saidinhos e
faziam questão de abraçar ela, mas seus homens logo mostravam às garras e
afastavam os engraçadinhos. Nininha achava bonitinho a ceninha de ciúmes
que os dois faziam. De vez enquanto ela puxava um deles para dançar. Léo
era mais fácil, pois estava cada minuto mais bêbado.
Em um certo momento Nininha notou a tensão na face de Dane e ao
ver quem havia entrado no bar logo percebeu que ele realmente não se dava
com Conrado. Era para ele que Dane olhava. Conrado estava com a sua agora
namorada Úrsula e era só sorrisos. O casal foi em direção à Nininha. Os
olhos de águia de Dane não saia de Conrado e ele sabia. Ao chegar em
Nininha fez questão de abraça-la e beija-la, deixando Dane puto. Conrado ria
escorregadio como sempre. Cumprimentou Léo e deixou Úrsula com
Nininha. Foi em direção ao Dane para cumprimentá-lo também.
— Olá Dane, enfim, você vai se ver livre de mim.
— Ainda não tinha pensado por esse lado, mas agora vejo a
vantagem.
— Ah Dane, vai dizer que não sentirá minha falta?
— Claro que... Não.
— Assim você me magoa. Mas vou levar em consideração todo esse
tempo juntos. Boa sorte para você e sua nova vida longe daqui.
— Quanto à mágoa não posso fazer nada, mas agradeço o desejo de
boa sorte. Espero que você também tenha uma nova vida por aqui.
— Com certeza terei, alias, já estou tendo. Uma rodada por minha
conta. Até.
— Até.
Conrado voltou e abraçou Úrsula. Cumprimentou Léo e Nininha, e foi
para o bar. Léo e Nininha foram em direção de Dane. Nininha o abraçou e
beijou, tirando toda a tensão de seu corpo. Já era madrugada e todos já
estavam mais pra lá do que pra cá.
Nininha estava dançando na pista sozinha com a Úrsula e algumas
outras meninas. De longe Léo e Dane não tiravam os olhos dela. Mesmo com
os amigos conversando com eles não conseguiam se desviar do balanço das
curvas de seu corpo.
— Léo chega aqui. — Chamou Dane.
Léo seguiu mais perto de seu amigo e continuou olhando para a pista
onde Nininha dançava e escutou seu brother falar.
— Cara você não acha que esse vestido que escolhi para ela está
muito curto?
Léo se virou para Dane rindo sacana.
— Tá, e eu estou adorando.
— Sim, você, eu e todos os homens desse bar.
Automaticamente Léo olhou em volta e pôde perceber o que seu
amigo dizia. Não eram todos como ele afirmava, mas boa parte dos homens e
até amigos deles olhavam para sua princesa.
Léo ficou tenso, subiu um arrepio desagradável por sua espinha.
— Merda, tem razão, vou ter que quebrar meio bar.
— Ei, espera mano não é para tanto, só me ajude a lembrar de vesti-la
melhor numa próxima vez. Até porque não creio que nenhum desses babacas
teriam coragem de chegar perto dela.
— Os conhecidos não, mas tem muitos desconhecidos aqui hoje.
— Foda-se...
— Dane, apesar de ficar puto com esses caras olhando me sinto
lisonjeado em saber que ela é nossa e que ninguém aqui fará o que vou fazer
agora, a não ser você é claro.
Dando um último gole, Léo colocou a tulipa vazia na mesa e foi para
pista de dança. Dane o seguiu com os olhos, mas também olhou em volta
para os intrusos. Ao perceber Léo cruzando o bar em sua direção, Nininha se
balançou mais ainda ao som da música. Sentia sua intimidade pulsar com
olhar de predador que Léo lhe dava. Observou que na mesma linha de seu
olhar, atrás de Léo, estava Dane encostado à mesa bebendo seu chopp e
observando os dois. Mantinha o mesmo olhar que Léo ostentava. Subiu uma
quentura pelas pernas de Nininha até a nuca.
Ao chegar em sua princesa Léo a puxou com uma mão em sua cintura
e colou seu corpo ao dela. Se o som não estivesse tão alto daria para ouvir o
gritinho que ela soltou. Ele encostou sua testa na dela e com perfeição entrou
no balanço sensual da música junto com ela. Nininha apenas dançou se
roçando nele, sentindo o tamanho de seu desejo. Léo cheirou a linha de seu
ombro até sua orelha e disse:
— Você é minha, tão minha quanto de Dane. Não gosto desses
homens te olhando.
Antes que ela responde-se ele a beijou sofregamente. Nininha
correspondeu ao beijo dele com a mesma intensidade. Uns segundos depois
Léo deixou sua boca e antes mesmo que conseguisse uma respiração
completa foi tomada por outro par de braços fortes, e com a mesma
intensidade foi beijada por Dane enquanto Léo fungava em seu cangote. Os
três dançaram juntos até a música acabar. Sempre sendo beijada por um ou
outro. Para eles não parecia ter ninguém mais naquele lugar.
— Acho que mostramos aos olhares indesejados a quem você
pertence, agora podemos ir embora para terminamos o que começamos aqui.
— Disse Dane também em sua orelha.
Sorrindo que nem uma garotinha sapeca, Nininha se pendurou no
pescoço de Dane e lhe deu um estalinho respondendo:
— Não sei que olhares, vocês são dois bobões. E mesmo que alguém
estive-se olhando, eu estou ocupada demais olhando para vocês... Porém, a
ideia de irmos para casa terminar o que começamos aqui, é muiiitooo boa. Só
preciso ir ao banheiro antes, se não faço xixi no carro.
— Vai gostosa, estamos te esperando na mesa.
Ela se desvencilhou com muito custo dos dois e foi para o banheiro.
Deu graças a Deus que estava vazio. Ficava no final de um corredor ao lado
do banheiro masculino que fedia a mijo. Ela entrou ofegante, arriou a
calcinha e fez xixi. Pensando em fazer algo para deixar seus homens ainda
mais loucos resolveu voltar sem calcinha e quem sabe conseguir um dos dois
dentro dela na volta para casa. Rindo se enxugou, dobrou a calcinha bem
enrolada e segurou bem firme em uma das mãos para que ninguém visse.
Saiu ainda rindo de sua traquinagem, empolgada sem querer esbarrou em
dois caras que estavam no caminho no corredor próximo ao banheiro.
— Desculpa, com licença.
— Ei coisinha linda, pra quê a pressa? — Disse o cara de estatura
mediana pele avermelhada como se fosse descendente de índio.
— É amorzinho pra quê a pressa? — Esse era o outro cara que
bloqueou sua saída do corredor dos banheiros. Este era mais alto, branco e
forte, mas de aspecto esquisito. O cheiro de álcool era mais forte neste.
— Por favor, me deixem passar.
— Ora boneca, se você estava se agarrando com dois caras na pista de
dança, pode fazer o mesmo com a gente aqui... — Ao terminar o idiota tentou
colocar a mão na cintura de Nininha, que conseguiu sair.
Mas o outro grandão pegou em seu braço e tentou beijar sua boca. Ela
lutou e fez com que ele não conseguisse. Pensou em gritar, mas o som era
alto demais. Tentou ainda na conversa fazer com que eles desistissem.
— Pessoal, por favor, meus namorados estão me esperando, logo vão
perceber que estou demorando e virão aqui. Isso pode ficar bem feio.
— Olha Diego, a safada tem "namorado"s".
— Pois é... Ahaha onde cabe dois cabe quatro amorzinho.
— Não... Me larguem seus idiotas.
Em um rompante de coragem e nojo das mãos invasoras, Nininha
empurrou o bêbedo cambaleante, que caiu estatelado no chão e no espaço que
teve chutou às bolas do pele vermelha. Ouvindo os xingamentos dos dois,
conseguiu desviar das mãos do grandão bêbado do chão, e saiu
freneticamente para fora do corredor que levavam aos banheiros. Logo viu
seus homens, que quando a notaram não levaram um segundo para chegar
perto dela.
— Amor, o que foi? Que cara é essa?
— Calma Dane, é que... Eu... Só quero ir embora, vamos. — Pegando
a mão de Dane e de Léo saiu puxando os dois.
Mas nem Léo nem Dane engoliram o que ela disse.
— Princesa, pára e diz o que aconteceu, você está com cara de
assustada.
— Por favor Léo, vamos embora, esquece isso, não foi nada demais…
Ah! Guarde isso para mim. — Enfiou a mão no bolso de Léo e deixou a
calcinha lá.
Quando ela acabou de implorar ao Léo para que fossem embora, ela
avistou ao fundo a dupla de canalhas que tinham a encurralado próximo aos
banheiros. Seus olhos arregalaram e não passou despercebido para seus
homens que logo olharam para o motivo que a assustava. Avistaram dois
homens, um grandalhão e outro mais baixo, logo Dane e Léo perceberam que
não eram conhecidos, e que estavam bêbados.
Os dois foram tomados de uma raiva instantânea. Não precisava sua
mulher dizer o que tinha acontecido para eles pensarem no pior. Tanto Léo
quanto Dane lembraram que eles eram uns dos que estavam olhando para
Nininha.
— Nininha procure Úrsula e fique com ela, já voltamos para te
encontrar.
— Mas Dane, onde vocês vão, por favor Dane, eu já dei uma lição
neles.
— Paulina faz o que eu tô te pedindo. — Resmungou Dane.
— O que você quer dizer com lição princesa?
— Eu empurrei um e dei um chute no saco do outro e vim ter com
vocês. Pronto, não é preciso vocês darem uma de machos ciumentos e
encrenqueiros.
— Você o quê? — Disse Dane pegando no braço dela.
— Eles devem ter feito bem mais do que apenas te incomodar para
você ter que fazer isso. — Cuspiu Léo já indo na direção dos idiotas.
Dane seguiu seu amigo e praticamente rosnou para Nininha ir ter com
Úrsula. Nininha não esperou para ver o que aconteceria, correu em busca de
Úrsula, na verdade sua intenção era Conrado e os outros parceiros dos seus
homens. Por um momento passou pela sua cabeça a loucura que seria uma
briga em um bar cheio de agentes, mas não poderia deixar seus homens se
meterem numa confusão.
— O que os dois imbecis fizeram com minha namorada? —
Vociferou Léo de frente para o grandalhão que cambaleava e fedia a cachaça.
Ao seu lado Dane encarava o mais baixo que sustentava um
semblante de dor no rosto e uma mão na virilha. Dane imaginou que deveria
ser por conta do golpe de Nininha. Boa minha menina, pensou Dane.
— Ora foi mal cara, achamos que talvez ela pudesse querer mais
duas bocas...
Poww!
O grandalhão nem terminou de falar e Léo colocou um soco de direita
tão perfeito em sua cara que o fez cair desmaiado no chão. O som baixou e as
pessoas pararam o que faziam para ver a confusão.
— Vamos imbecil, levanta! — Pedia Léo querendo jogá-lo ao chão de
novo.
O amigo do desmaiado, assustado, foi logo dizendo que não precisava
disso que não fizeram nada demais a não ser cortejar a mulher errada. Dane o
pegou pelo colarinho e foi empurrando até a parede e disse:
— Exatamente! Você mexeu com a mulher errada, nossa mulher. E
fique sabendo que se nossa mulher já não tivesse te dado um corretivo você
não sairia daqui andando, idiota. Sai fora e leve esse merda com você.
Ao ser largado, o infeliz foi até seu amigo caído no chão e tentou
acorda-lo. Nesse meio tempo Conrado abriu espaço na roda feita em volta
deles seguido de outros agentes. Ao ver a cena à sua frente viu que Dane e
Léo tinha tudo sob controle. Os imbecis levantaram e foram acompanhados
para fora do bar por um grupo de agentes cheios de boas intenções.
Enquanto isso, Nininha reclamava com seus homens:
— Eu disse que já tinha me defendido não era preciso vocês se
meterem, seus ogros. Graças a Deus não aconteceu nada pior. Imagine um
monte de policiais bêbados num bar. Merda.
Dane a abraçou, nem ligando para o que ela dizia. Léo tambem fez o
mesmo, depois é claro, de alguns o parabenizar pelo seu soco bem colocado.
Os três ainda ficaram mais um pouco falando sobre a confusão.
Quando todos souberam o que Nininha fez com os caras, ficaram zoando
Dane e Léo. Eles debochavam: agora sim nós estamos tranquilos com a
transferência, antes nós defendíamos os seus traseiros, agora serão defendidos
por sua mulher.
Riam às gargalhadas. Mas Nininha já estava louca para ir para casa. Estar
sem calcinha e meio trôpega da bebida estava deixando-a excitada. Ainda
mais, quando Léo começou a acariciar suas ancas. Ela desconfiou que ele
fazia isso porque sabia que ela estava sem calcinha. Isto estava deixando-a
quente. Com Léo atrás dela puxou Dane à sua frente, meio que brincando
disse no seu ouvido:
— Amor, vamos embora?
— Também quero ir amor, mas está vindo a última rodada de chopp.
– Dane disse.
— Ok. Ah... Esqueci de te dizer... Estou sem calcinha.
Virando-se de rompante, ele olhou nos olhos salientes de sua menina
e nem precisou perguntar se ela estava brincando. Levou suas mãos pelos
lados de seu corpo até comprovar por si mesmo a falta da costura sob o
vestido. Na hora seu pau pulsou, olhou por cima do ombro dela e encarou
interrogativo seu amigo.
— Sim Dane, já havia percebido, e tive certeza ao sentir a renda...
Molhada e enrolada no bolso da minha calça.
— Você venceu danada, vamos... Agora... Para... Casa.
Se despediram do pessoal que ainda estavam por lá e foram para o
estacionamento. Antes de chegar ao carro Dane deu uma palmada na bunda
dela fazendo-a saltar. Léo riu dizendo que ela mereceu. Nininha fez biquinho.
Mas antes de entrar no carro falou mandona:
— Olha só vocês dois, após eu ter enfrentado esses caras eu desejo
uma coisa... Façam um par ou ímpar, ou qualquer outro jogo que quiserem.
Decidam quem vai no banco traseiro comigo, pois eu quero ir quicando até
chegar em casa.
Ao perceber os dois pares de olhos mais lindos do mundo
escurecerem de desejo, Nininha se acomodou no banco de trás e antes de
fechar a porta, vendo os dois parados, ainda olhando para ela falou:
— Andem logo ou eu vou começar sozinha. — Desceu sua mão por
sua perna levantando o vestido um pouco tocando seus lábios escorregadios e
sussurrou. — AAAhhh… Estou tão molhada... E aí, vocês já se decidiram ou
vão ficar parados aí a madrugada toda?
Capítulo 44: Entre arrumações, exageros e desejos.

Plena quinta feira e Nininha de ressaca. Ela só não, Léo e


Dane também. Foi difícil levantar da cama. Esse tempo que estão juntos

estava maravilhoso é claro, mas eles estavam exagerando na atividade sexual.

Nininha era uma só para dois garanhões de alto estirpe. Não que ela estivesse

fazendo alguma reclamação, não, mas seu corpo estava fadigado. Fora que

toda essa distância de seu pai e suas amigas estava começando a incomodar.

Mesmo sabendo que em uma semana estaria com eles de novo.


A bebedeira de ontem, a confusão e a volta para casa, deixou os três à
flor da pele, o sexo já era naturalmente intenso, transbordante, porém está
noite foi febril além da conta. Cada um estava esfolado em locais específicos.
Tomando um banho Nininha pensava em como seria estar com eles
quando tivessem filhos. Essa sede de luxúria teria que ser ponderada. Nunca
ela poderia imaginar sentir-se tão sensível, ainda sedenta e pior pensando em
filhos.
Estar aqui há semanas morando com eles, acordando e indo dormir,
cuidando da casa e deles, a fez pensar se continuaria a ser assim quando
voltassem para o rio. Já haviam combinado que iriam morar juntos no ap, e
que logo eles comprariam uma casa, grande e próximo a praia. Seus homens
estavam muito animados e sonhadores. A expectativa que eles criaram de
repente, de ontem para hoje, começou a incomodar. Voltou o medo de não
conseguir ser tudo o que eles precisam. Aqui vivia um sonho, lá seria a vida
real, que já era bem complicada mesmo sem todos os pontos extras que
vinham de presente com o tipo de relação que teriam. Fora o fato de dizer ao
seu pai que assim que chegassem iria direto morar com eles, sem casamento.
Ela não ligava, talvez, mas o seu pai, ela achava que sim. Aff!
Nininha ainda pensativa desligou o chuveiro irritada e saiu do box
para se enxugar. Passou seu creme corporal, penteou os cabelos e vestiu um
top e um shortinho. Olhando no espelho se reconheceu como uma mulher
bem diferente, bem mais madura, até se sentia um ser altamente sexual. Se
deu uma encarada confiante e disse para si mesma:
— Claro que sou capaz, preciso ser capaz!
Balançando a cabeça, se achou uma boba e daí percebeu o inevitável,
essa irritabilidade toda e mudança de humor de uma hora para outra devia ser
TPM, é óbvio.
Saiu do banheiro e olhou para aquelas duas esculturas deitadas na
cama. Deviam estar exaustos também. A noite só acabou quase de manhã.
Cada um teve seu tempo com ela e depois os dois se mantiveram juntos nela
por horas. Ela não deveria se sentir abusada, pois ela abusou deles também e
muito.
No par ou ímpar antes de entrarem no carro, quem ganhou foi Léo.
Nininha veio como queria, cavalgando feito uma amazona no pau dele, ele só
se movia em colocar as mãos nos seus seios, cintura ou bunda. Dane por sua
vez dizia vários palavrões, puto o suficiente por ter bebido e por ter que
dirigir devagar até em casa. Pior é saber que era errado e se fosse parado
estava fudido. Foi a 30 km/h. Ainda bem que o bar ficava perto. Mas sua
libido não diminuía só aumentava ao ver o movimento do corpo de sua
menina a cavalgar em seu amigo pelo retrovisor.
Seu corpo se tensionou e seu pênis saltou, ao perceber que Léo estava
gozando e pelos gemidos e susurros de sua menina, ela também havia
acabado de cair nas asas do desejo. Nesse meio tempo ele tinha acabado de
chegar em casa. Deixou o carro na frente da garagem mesmo, do lado de fora.
Saiu do banco do motorista, abriu a porta traseira e retirou uma Nininha
ofegante, que ainda permanecia acoplada em Léo, a beijou e no colo levou-a
para o portão ao som das risadas de Léo.
A chave caiu de sua mão e ele teve que esperar Léo pegar, pois estava com
sua Nininha no colo. Léo guardou o pau nas calças, fechou o carro e veio,
tonto e ainda fechando o zíper da calça, não sabia se trôpego da bebida ou da
gozada que tinha acabado de dar.
— Anda logo Léo, seu filho da puta.
— Tá com pressa Dane, não entendo o por quê?
— Gazela filha da puta...
— Léo meu príncipe, por favor, abra logo esse portão, porra!
— Tá bom, pedindo assim com carinho... Rsrs — Deu um beijo na
boca de Nininha e depois abriu o portão.
Dane adentrou impaciente cheio de tesão, louco por tomar sua
menina. Eles se beijavam com fome. Dane a enconstou na parede próximo ao
portão e ali mesmo mudou a posição em que ela estava. Escancarou suas
pernas se metendo no meio dela, se equilibrou junto a ela pressionando-a na
parede para poder abaixar um pouco sua calça e cueca. E assim, livre, sem
pensar, roçou a cabeça inchada na entrada encharcada que ainda escorria os
líquidos dela e de Léo misturados, e faminto a comeu com tamanha
profanidade. Com certeza os vizinhos escutaram os gritos que ela não
conseguiu segurar.
— Não se preocupem em acordar os vizinhos, e nem com Brutus vou
prendê-lo... — Disse Léo debochando segurando Brutus.
— Vai se fuder Leonardo... — Disse Dane entre os dentes.
Sacana como sempre, Léo foi entrando para casa após prender Brutus,
dizendo que os esperava lá dentro. Assim Dane e Nininha se esbaldaram um
no outro no quintal de casa. Depois de saciados entraram e terminaram a
noite no quarto junto com Léo, como um Trisal apaixonado e excitante que
eram.
Com as lembranças da noite de ontem Nininha voltou a ficar molhada
e começou a sentir uma dor fina no pé da barriga, ou era fruto das estocadas,
por vezes violentas de seus homens ou início de uma cólica. Desceu e foi na
cozinha tomou uns comprimidos para cólica e dor de cabeça. Tomou água e
fez café. Não quis comer ainda. Já eram quase meio dia. Foi para área de
treino. Também não tinha força para treinar, deu uns socos no saco de areia e
quase apanhou dele de volta.
Voltou para sala e ficou brincando com Brutus. Dane e Léo ainda estavam
mortos na cama.
Pegou o celular e ligou para seu pai.
— Oi? Pai, papai?
— Oi minha gatinha, lembrou de seu pai foi?
— Poxa pai não diz isso, estamos sempre nos falando.
— Sim eu sei, mas para mim nunca é o suficiente... Sinto sua falta
meu amor.
— Oo meu pai, eu também estou... Estou morrendo de saudades.
Sinto falta de nossas conversas.
— Sente? Bom, fico feliz por isso, estava começando a achar que
você ficaria tão ocupada com seus dois amores e essa... Nova... Vida à três,
que não teria tempo para seu velho pai.
— Haha, o que é isso pai, nunca vi esse seu lado dramático, sempre
tão são e confiante.
— Muito fácil ser são e confiante com sua filha ao seu lado, não a
quilômetros de distância.
— ....Oo meu pai, esses dois podem ter dominado o meu ser, mas o
senhor está no meu DNA, está nos meus passos, o senhor tem lugar garantido
no meu coração e jamais, jamais vai ficar em segundo plano. Eu te amo pai.
— Eu também te amo filha, é que estamos muito tempo separados.
Estou ficando meio mole de tanto que sinto sua falta.
— Bom, daqui a uma semana estaremos juntos de novo e mataremos
a saudade. Juro.
— Sim eu sei, e para garantir isso, pelo menos por um tempo, vou
querer que venham para cá, para minha casa, direto do aeroporto.
— Sim pai, eu vou.
— Você não entendeu, não nasci ontem minha filha, sei bem a vida de
"casados" que vocês estão levando aí. E se esses caras forem exatamente
como imagino, não vão querer ficar longe de você, nem por uma noite. Estive
pensando aqui com meus botões, eu fui muito permissivo até aqui, não que
me arrependa, mas já passou da hora de conhecer os ladrões que roubaram o
coração da minha pequena. Acho que não estou pedindo nada de tão ruim. E
sei que você ainda não me disse, mas provavelmente você vai morar com
eles. Sinto isso filha.
— É... Sim pai, eu iria falar com o senhor só estava procurando
palavras... Mas pai, nossa casa é pequena e... Bom eles podem ir para aí
conosco e depois irem para o ap deles... Eu durmo aí alguns dias e, com eles
outros, até que o senhor se acostume... Não tem necessidade de ser assim
tão...
— Sem mais pequena, sei bem como são essas coisas, você acha
mesmo que depois deste tempo juntos eles vão aceitar dormir sem você?
Querida, não seja tão inocente. E não tente me fazer de bobo e, além disso,
tenho certeza que eles não vão recusar uma oferta do futuro sogro. Eles não
são loucos. E vocês podem ficar no seu quarto. Se ajeitam na cama, no chão...
Bom, vocês vêem depois. Não quero pensar muito nisso. Só quero você aqui.
— Mas...
— Já disse, sem mais. Bom querida eu vou ter que desligar, estava
indo ao mercado quando você ligou. Depois nos falamos. Te amo.
— Tá... Te amo também.
Minha nossa senhora das filhas desgarradas!
Que situação, Nininha sabia que essa hora ia chegar, mas achava que
teria tempo para organizar um jantar ou almoço para eles se conhecerem.
Agora assim, vindo de uma viagem cansativa, de uma semana cansativa. Ela
ficou ainda mais perturbada do que antes. Deitou no sofá e ficou imaginando
o que fazer. Como Dane e Léo vão reagir a essa surpresa? Pensou.
Lá em cima no quarto, os amigos ainda dormiam na cama. Até que
Léo espaçoso, jogou a perna por cima de Dane, achando que era sua princesa.
Dane com o movimento, acordou e ao perceber aquela perna pesada e
cabeluda sobre ele deu um pulo da cama.
— Porra Léo, acorda.... Sua gazela...
Dane fez de tudo para acordar o amigo, mas só conseguiu fazer ele
soltar umas palavras sem nexo algum. Xingando Dane foi ao banheiro, e foi
pensando em onde estava sua Nininha para lhe proteger do ataque sonâmbulo
de Léo.
No banho Dane ficou repassando os acontecimentos da noite passada.
Todos os seus amigos reunidos e também alguns pseudo amigos, para
compartilhar a alegria que era para ele e Léo essa mudança de estado, de
agência e de vida. Foi maravilhoso. Foram tantas às rodadas de chopps de
graça que ele nem se lembrava quantos beberam. Se arrependeu de terem ido
de carro, mas graças a Deus correu tudo bem. E a volta foi bem estimulante,
sua menina estava ficando cada vez mais solta e ele estava adorando.
Ser reconhecido por seus agentes era bom, saber que conseguiram
nesse tempo fazer amizades e se consolidar na profissão, melhor ainda. Mas
a expectativa de tudo que há por vir de novo deixava-o eufórico. O engraçado
é que ele pensava que Léo seria o eufórico e ele o centrado. Sabia que seu
amigo estava meio perdido, mas logo ele se encontraria, Dane estaria sempre
ali ao lado dele para sempre.
Ao voltar a pensar em sua menina e em como ela muda a cada dia,
suspirou aliviado pela mulher forte que ela estava se transformando. O jeito
que ela lidou com aqueles idiotas no bar foi sensacional. Não que ele fosse
encoraja-la por ter se defendido sozinha. Neste caso, tudo ocorreu bem, mas
poderia ter sido diferente. Ela deveria ter chamado ele ou Léo para defende-
la. Porém, no fundo não podia deixar de admitir o orgulho que teve dela por
ter se auto defendido e principalmente não deixar o que aqueles nojentos
falaram, atingi-la mentalmente. Se algum dia ele pensou que ela não seria
capaz de lidar com alguma língua maldosa sobre seu relacionamento, agora,
com o acontecido ele teve a certeza que sua menina, sua mulher, era tão forte
física como psicologicamente.
Sua admiração só crescia por ela, seu amor transbordava, seu querer é
insaciável. Esta é realmente a mulher de sua vida.
Relaxado do banho, e dos pensamentos, ele desceu e foi procurar
Nininha para dar seu beijo de bom dia. Já estava acostumado, era um vício,
seu dia só começava após seu beijo quente e reconfortante.
Na cama Léo ainda dormia esparramado. Das escadas Dane viu a
menina de seus olhos deitada sobre o sofá com um braço sobre os olhos.
Podia ser que estivesse dormindo, mas sua respiração estava normal, então
pareceu-lhe que deveria estar a pensar em algo. Automaticamente seu corpo
ficou tenso ao imaginar no que ela poderia estar tão compenetrada pensando.
Ele começou a se fazer várias perguntas, tais como, será que ontem ela só foi
segura o suficiente por conta da bebida? Será que agora ela estava pensando a
realidade que vai ter que encarar quando aparecer esses tipos de pessoas e a
julgar por ter dois homens?
Com um frio na barriga, Dane foi ao seu encontro. Ao chegar
próximo ao sofá ela notou sua presença e tirou o braço dos olhos o colocando
atrás da cabeça no encosto do sofá. E ao cruzar seus olhos nos dele, lhe deu
um sorriso encantador que fez aquele frio na barriga sumir e dar espaço para
uma sensação diferente que ele não sabia destinguir, mas sabia que era a
mesma sensação que ele sentia sempre ao receber um sorriso dela.
Não podendo se segurar, subiu em seu corpo e a beijou na boca entre
risinhos que ela soltava. O beijo foi tão amoroso e desejoso como os outros,
mas Dane queria mais, queria através do beijo mostrar de alguma maneira
confiança.
Ao deixar sua boca e encara-la nos olhos, olhos que estavam
entorpecidos pelo beijo, ele disse com a boca ainda tocando levemente seus
lábios:
— Eu te amo, e nada nesse mundo vai tirar você de mim.
Nininha derretida abaixo daquele corpo fresco e cheiroso do banho só
pode se regogizar no amor transmitido em suas palavras e em seus olhos.
Puxou com seus lábios os dele e o beijou, mostrando com esse ato a
reciprocidade de suas palavras.
Passaram ali quase uma hora a sós. Não iniciaram em nenhum
momento o ato sexual, porque precisavam apenas estar juntos de uma forma
leve e pura. Mesmo que a luxúria estivesse pairando entre eles, algo muito
maior os unia. O calor de suas almas se reconhecendo uma na outra. Esse não
era um encontro que só acontecia quando estavam em órbita com os clímax
que atingiam juntos, os três. Esse encontro sensorial acontecia também assim,
em momentos como este, singular, com Dane ou com Léo, para ela era
sempre extraordinário.
— Dane?
— Hum...
— Falei com meu pai hoje.
— Que bom, e está tudo bem por lá?
— Sim está, mas é ... Que...
— Que? — Dane perguntou cheirando seu pescoço.
— Ele quer conhecer vocês assim que chegarmos. — Falou ela de
uma vez.
Ao escutar Nininha, Dane se remexeu no sofá colocando ela agora
sobre seu corpo. Retirando fios soltos de seus cabelos no seu rosto, disse:
— Tudo bem, nós vamos para o apartamento deixamos as nossas
coisas lá e depois seguimos para seu pai. Vai ser cansativo, mas podemos
fazer isso.
— Na verdade, ele não quer só conhecer vocês. Ele quer que vamos
direto do aeroporto para minha casa e lá fiquemos.
— Não entendi, quer dizer... Ficar, nós dois, com você e... Seu pai?
— Simmm... – Respondendo, Nininha se soltou de seus braços e se
ajeitou se sentando.
Dane fez o mesmo, desconcertando Nininha que não tirava os olhos
da toalha que era para estar enrolada em sua cintura, mas que agora estava
deixando aparecer aquela semi ereção que idolatrava.
Com isso, ela se levantou e foi para cozinha, logo Dane também foi a
seguindo e ajeitando a toalha na cintura novamente.
— Amor, e o que você respondeu ao seu pai?
Abrindo a geladeira e pegando a jarra de suco Nininha foi dizendo:
— Falei que a casa era pequena e que poderíamos ir jantar e tudo, mas
depois vocês iriam para o apartamento de vocês... E
— Nós iríamos, eu e Léo e você ficaria? Não, assim não. Como
vamos dormir sem você, não existe essa possibilidade.
Nesse momento Léo entra na cozinha pegando a conversa pela
metade.
— Que possibilidade é essa que não existe? — Foi até sua princesa e
a beijou nos lábios. — Bom dia amor, senti sua falta ao acordar.
— É que meu pai quer conhecê-los assim que chegarmos e quer que
fiquem lá em casa. Eu disse que vocês podiam ir jantar e depois voltariam
para o apartamento.
— Sem você? — Indagou Léo.
— A princípio sim...
— Sem condições, não há essa possibilidade. — Léo deu outro beijo
em sua boca e tirou a jarra de sua mão, na pia buscou os copos e os colocou
na mesa servindo o suco.
— Pois é, era essa possibilidade que eu estava falando que não existe.
— Dane falou.
— Claro que não! — Retrucou Léo.
Parada em pé olhando para os dois, Nininha estava perplexa em como
seu pai já conhecia os dois, mesmo sem os conhecer.
— Foi exatamente isso que meu pai disse.
— O que exatamente? — Perguntou Dane bebendo seu suco.
Sentando na cadeira próximo ao Léo, ela continuou:
— Que sabia que vocês dois não iriam querer ficar longe de mim, já
que por esse tempo todo vivemos uma vida de casados. E que ele já sentia
que eu iria avisa-lo que iremos morar juntos ao voltar. Por isso ele quer que
nós fiquemos lá, na minha casa, no meu quarto. Disse que já foi permissivo
demais com tudo isso e... Enfim, acho que ele está é com medo de me
perder... Sei lá. Por toda a vida fomos só eu e meu pai. Se ponham no lugar
dele. De repente, aparece não um, mas dois caras e tomam sua menininha.
Sabemos que tudo o que está acontecendo conosco foi rápido, avassalador.
Imagine o que está sendo para ele. Por mais paizão que ele seja, é claro que
deve estar apavorado com tudo. Medo de me perder, medo de me ver sofrer,
medo de tudo... Entendem? Sei que ele está ao meu lado para o que for
preciso, sei que ele é o melhor pai do mundo, mas agora vejo o quanto isso
pode estar sendo difícil para ele também. E por isso mesmo, vocês acham que
ele aceitaria entregar a filha dele assim sem nenhuma luta?
Dane e Léo trocaram aquele olhar de entendimento entre eles. O que
fez ela revirar os olhos para cima e cortar um pedaço de pão na mão. Sentiu
as mãos de Léo na sua e neste momento foi para seu colo e ficou de frente
para Dane. Léo beijou sua buchecha e foi dizendo:
— É claro que seu pai lutaria amor, pelo que nos fala seu pai é o cara
e acho até que demorou a se impor. Eu no lugar dele faria o mesmo, talvez
até pior. Ele apesar de dizer que já foi permissivo demais, ainda está sendo.
Veja bem, ele quer que nós dois fiquemos juntos com você, mesmo que seja
na casa dele. O que vejo é que ele lhe ama tanto, e deve estar morrendo de
saudades, que ele faz qualquer coisa para estar com você. E como ele, nós
também faremos qualquer coisa para você. Mesmo que seja dormir no seu
quarto ao lado do quarto do seu pai sem poder fazer um barulho ou nada
mais em respeito a ele. Então é claro que nós vamos conhecer o sogrão. E
dentro dos termos dele.
— Vamosssss??? — Soltou Dane assustado.
— Tá com medinho? É claro que vamos Dane, não me parece justo
não aceitar o convite de nosso futuro sogro, tendo em vista que ele
possibilitou o nascimento da nossa princesa nos transformando nos homens
mais felizes do mundo. Entendo ele, olha para essa linda mulher entre nós,
ele conviveu anos com ela, todos os dias. A ensinou tudo o que ela sabe e a
transformou na pessoa que é hoje. É claro que ele está sofrendo em saber que
agora, a partir daqui, seus dias serão nossos, ele só está querendo tomar às
rédeas da situação um pouquinho que seja. Vamos dar isso a ele, e melhor,
vamos mostrar para ele que não está perdendo uma filha e sim ganhando dois
filhos homens e futuramente vários netinhos.
Léo foi terminando de responder fazendo cosquinha em Nininha, que
queria retrucar ao ouvir a palavra "netinhos" com "s', tirando dela sorrisos
lindos e roubando beijos de sua boca.
Já Dane ainda pensativo com toda a questão conversada, só via verdades nas
palavras de Léo. Mesmo receioso com o fatídico encontro, faria o melhor
possível para mostrar ao seu futuro sogro o quanto estava empenhado em
fazer sua filha feliz. No final, isso era tudo o que importava, fazê-la
eternamente feliz. E esse era o desejo dele, de Léo e principalmente do seu
sogro.
Dane pegou os pés de Nininha e entrou na tortura fazendo cócegas em
seus pés, com mordidinhas nas panturrilhas. Tornando a brincadeira cada vez
mais sensual.

Andar pelo mesmo caminho quando os desejos são os mesmos é a


grande solução. Ao pensar que na vida o único objetivo é ser feliz e fazer
quem amamos feliz, não há maneira melhor do que juntar forças para que
esse desejo se realize. Podemos passar uma vida inteira brigando por opiniões
diferentes e situações contrárias ao que queremos ou, podemos unir forças se
moldando as opiniões e situações que aparecem, sendo maleáveis. Deixar que
regras impostas por outros mude o que você realmente quer e sente não é
natural. Pelo contrário, natural é poder ser nós mesmos. É poder viver às
nossas escolhas diante daquilo que queremos. Como pais, precisamos amar
realmente incondicionalmente e não só da boca para fora. E, como filhos
precisamos também compreender o que nossos pais desejam para nós, e
quando esse querer deles não batem com os nossos, devemos ajuda-los a
compreender, ver em nova perspectiva o nosso ponto de vista e tentar fazer
com que tudo se encaixe da melhor maneira possível. Não podemos mudar o
desejo do outro, mas com perseverança podemos tentar adequar um desejo ao
outro se objetivo final é ser feliz. É tudo sobre jogo de cintura, não
precisamos nos magoar por não conseguir dos outros o que queremos, mas
sim através do caminho do amor, nos moldar a tudo o que acontece durante a
vida. Quem não quer ser feliz? Quem não quer encontrar a felicidade
genuína? Mas antes de tudo isso, por que nos limitar a esperar e ir indo contra
tudo e todos se podemos viver a felicidade nos pequenos e simples
momentos. Tão simples quanto um amado pai arranjar um motivo para estar
mais próximo de sua filha, mesmo no fundo achando tudo muito complicado.
O desejo de vê-la feliz não sobrepõe seu próprio desejo de querer estar feliz
ao lado dela.
O pai de Nininha entrou a semana empenhado nesse encontro que iria
ter com os namorados de sua filha. Ele ainda estava tentando se acostumar às
palavras que teriam "s" quando se referi-se a ele"s".
Todavia, estava preparado para encarar de frente mais essa missão.
Teve algumas conversas sobre o assunto com amigos sobre tipos de
relacionamentos diferentes, poliamor e até se aventurou na internet, leu um
livro que abordava um romance à três, percebeu que cada cabeça tinha uma
sentença, um ponto de vista sobre o assunto. Notou também que às pessoas
mais amorosas tendiam a aceitação e eram mais felizes assim. A liberdade de
escolha do ser humano devia ser respeitada acima de tudo, se suas escolhas
geram preconceito para alguns não é problema seu e sim do preconceituoso.
É só não ultrapassar o espaço de respeito mútuo entre as pessoas, precisamos
viver o que nos faz feliz. Respeitar o próximo para sermos respeitados. Era
nessa linha de pensamento que seu Silva seguia. Tentou se familiarizar o
máximo à essa nova etapa da vida de sua filha, não queria parecer antiquado,
porém não queria deixar de transparecer seus receios. Estaria de peito aberto
para recebê-los, até porque após conversas com sua filha ao telefone podia
ver que agora seu mundo girava entorno de dois novos sóis. Tão preparado
quanto esteve para seus primeiros passos, suas primeiras palavras, suas
primeiras festas em casa com amiguinhos e na casa de amiguinhos, sua
primeira alegria, sua primeira decepção, primeiros porres, namorados, saídas
à noite e até algo que pensou que nunca haveria de estar preparado: sua
primeira vez, que foi com um otário, diga-se de passagem. Ele também
estaria preparado agora. Ele sempre esteve lá, firme para ela, sua razão de
viver.
Pois bem, com todas essas experiências ele iria tirar de letra esse
encontro. Ele tinha que o fazer. Dependeria dele permanecer presente no
restante dos dias de sua vida, junto à sua filha e seus novos genros. Ninguém
iria querer um velho rabugento por perto. Não que fosse ser omisso se notar
atitudes erradas, mas faria o possível para ter seu lugar dentro dessa nova
família que sua filha iniciava.
Andando pelas ruas de comércio no centro da cidade, procurava uma
adega para comprar um bom vinho e oferecer aos seus genros no jantar.
Queria impressionar sem parecer mole demais. Na adega ficou confuso com
tantos tipos diferentes, seu Silva era um homem muito simples não entendia
muito sobre essas coisas. Queria fazer direito e não envergonhar sua filha.
Em suas pesquisas sobre seus genros, descobriu que Dane vinha de uma
família rica que só sobrou ele. Ele nem precisava trabalhar se quise-se, mas o
fazia, o que aos olhos de seu Silva pareceu um ato honroso. O trabalho
edifica o homem. E foi isso que Dane fez, algo a se admirar. Já Léo vinha de
uma família de classe média, normal, até simples, grande o suficiente para
povoar a pequena cidade em que moravam. Léo era moderno demais para
continuar em um lugar tão limitado. Estudou muito, o melhor em todas às
turmas que frequentou e assim que passou para faculdade saiu do seio de sua
família. Pareceu ao seu Silva que foi algo sufocador para seus pais, mas para
Léo foi o contrário. Foi quando começou a respirar de verdade. Não era mau
filho, só queria ver o mundo. Seu Silva sabia o quanto esses meninos
diferentes eram tão amigos e parceiros. Sua percepção dos dois foi mudando
após sua pesquisa, embora o ao vivo e a cores sempre fosse a forma ideal de
conhecer alguém de verdade.
Após andar em várias ruas e conseguir tudo o que pensou para o
jantar, foi para casa. Agora era só aguardar o dia chegar.
Bem distante dali, três corações batiam descompensados após se
amarem no banheiro. No quarto se trocaram, poucas eram as roupas que
deixaram de fora das caixas. Essas iriam com eles nas malas. Afinal faltavam
uns dois dias para voltarem para o Rio. No próximo dia bem cedo a
transportadora viria para pegar a mudança. Tudo já estava esquematizado,
eles contavam às horas, Nininha principalmente. Na noite anterior, suas
amigas fizeram um vídeo ao vivo do balacobaco's, tirou lágrimas de Nininha
de tanta saudade que tinha daquelas duas loucas.
Pediram comida pronta, desceram para jantar. Ao sentar na cadeira
Nininha se queixou:
— Aí...
— Que foi princesa? — Perguntou Léo
— Você ainda pergunta, meu algoz?
— Ela tá dolorida idiota, eu disse para esperarmos depois do jantar.
— Quem respondeu foi Dane.
— Foi, disse, mas não se conteve e foi tomar banho com a gente,
bundão.
— Ei meninos, se esqueceram que se eu não quiser eu não faço? O
problema é que não consigo resistir a vocês dois. Meus amores.
— Meu amor, é difícil estar com você e não querer estar "em" você.
Desculpa. — Falou Dane lhe dando um beijo.
— Pois é princesa, mas também você nos ignorou por quase quatro
dias seguidos por conta dessa TPM e menstruação. Queríamos tirar o atraso
hoje. Tentaremos ser mais cuidadosos.
— Bom Léo, assim que você arrumar um jeito de ser mais cuidadoso
me ensine, pois eu também deveria ser. Rsrs. — Falou ela dando uma beijoka
em Léo, não queria que se sentissem culpados sozinhos porque não o eram.
Dane pôs os pratos com a ajuda de seu amigo. Deixando Nininha livre
desse trabalho. Durante o jantar eles conversavam, então Nininha perguntou:
— Meninos vocês não vão me dizer o que foram fazer ontem na
cidade que levou um dia inteiro. Chegaram e não falaram nada, e nem
trouxeram sacolas. Enfim, o que fizeram por lá?
Eles se olharam procurando o que responder, Dane foi mais astuto e
logo disse:
— Nada que você precise se preocupar, amor. Apenas resolver uma
coisa ou outra que estava faltando.
— Sei, e, por que eu tenho a sensação que vocês estão me escondendo
alguma coisa?
— Isso nós não temos como responder querida, mas posso dar uma
função melhor para esse boquinha questionadora. — Disse Léo beijando-a ao
terminar.
Se levantando Dane juntou os pratos e levou para pia sorridente. Ao
vê-lo assim Nininha desgrudou a boca de Léo e falou:
— Vocês estão cheios de segredinhos esses dias...
Léo nem deixou ela terminar de falar e tomou sua boca novamente.
Ela conseguia ouvir o pequeno sorriso que Dane deu, mas se entregou ao
beijo como se fosse possível não fazê-lo.
Quando Dane voltou à mesa de jantar para limpar, viu Léo subir às
escadas com Nininha no colo. Certamente indo para o quarto e fazê-la
esquecer desse papo de segredinhos. Homens também poderiam manter
segredos, ainda mais quando são para manter sua mulher mais feliz. Valeria
apena.
Com tudo organizado, Dane decidiu ir fazer alguns exercícios,
preocupado com a sensibilidade do corpo de sua menina decidiu extravasar e
bater no saco de areia que ainda não havia sido embalado. Sabia que Léo a
levou para cima, mas não para tê-la, sim colocá-la para descansar um
pouquinho. Estar com ela e não poder tê-la era um martírio, ambos sabiam
que teriam que ser cuidadosos daqui para frente. Mas como?
Dane escutou barulho na escada. Logo Léo apareceu de banho
tomado. De novo.
— Outro banho?
— Vai se fuder Dane, não é fácil estar com ela em meus braços e não
poder tê-la por completo. Só em velar seu sono já fico excitado. Tive que
tomar uma chuveirada gelada.
— Por isso não subi, escovo o dente depois, antes de dormir. Vim pra
cá para passar o tempo e gastar energia. Temos que deixar ela respirar um
pouco.
— É verdade. E aí brother que tal um mano a mano, o último nessa
casa que nos aturou durante anos?
— Topo Léo, mas não vai se queixar se eu marcar esse rostinho,
gazela. Tô puro suco hoje. — Incitou Dane se posicionando como um lutador
de boxe pulando de um lado para outro.
— Pago para ver, com esse soco fraco de direita que você tem? Nem
se eu batesse com meu rosto no seu punho. Fracote.
Nessa troca de elogios iniciaram um embate amigável para se
distrairem e deixar sua mulher em paz.
O dia amanheceu e mais uma vez Nininha acorda no meio de seus
homens, rodeada de pernas e braços. Ela suspira feliz e contente e se
espreguiça devagar. Não queria atrapalhar seus sonhos. Essa noite eles não a
procuraram, eles deviam estar preocupados com o como ela devia estar
sensível. Seus protetores acima de tudo. Sorriu. Pôs uma mão em cada couro
cabeludo e fez cafuné. Os dois foram se mexendo e remexendo até acordarem
através de seus carinhos.
— Amor continue com esse carinho e verá que posso não conseguir
me segurar. — Falou Dane esfregando sua crescente ereção no lado do
quadril dela.
Ao mesmo tempo que Léo fungou em seu pescoço e esfregou sua
também crescente ereção do seu outro lado.
Rindo sapeca Nininha disse-lhes para se comportarem e que já estava na hora
de levanter, pois o pessoal da transportadora já devia estar chegando.
Aos suspiros e reclamações os três se levantaram aos poucos.
Utilizaram o banheiro juntos. Escovaram os dentes se olhando, desejo é o que
transmitia cada olhar direcionado. Sem vergonha ela sentou no vaso e fez
xixi, o que deixou os machos contentes ao vê-la tão relaxada. Ao contrário do
que as pessoas pensam esse pequeno ato demostra a cumplicidade entre o
casal, ou trisal. Cada um entrou no box sozinho. Nininha não podia deixar de
ver que os pênis estavam duros. Queria-os, mas realmente sentia-se sensível
ainda. Dane saiu da ducha e Léo entrou. Nininha sentou na beira da banheira
e ficou de expectadora os observando. Dane se enxugava olhando para ela.
Passava a toalha sobre seu pênis que cada vez se tornava mais rígido ao seu
olhar. Dane via a sede nos olhos de sua menina quando viu ela olhando de
um para o outro. Ela adorava os admirar quando estavam no banho ou se
enxugando. Por mais que quisesse lhe dar um descanso não conseguiu
esconder sua excitação, que estava evidente assim como a de Léo. Léo saiu
do box e começou também a se enxugar de frente para ela, e ela olhava de um
para outro lambendo os lábios, ele sabia que não ia prestar. Foi o que
aconteceu. Sua safadinha se ajoelhou no chão de frente para eles, que
deduzindo suas intenções não se moveram.
Ela retirou sua camisola ficando apenas de calcinha.
Uma calcinha de algodão, nada sexy, mas que nela estava parecendo
queimar. Quando ela ia tirar a calcinha Dane disse entre os dentes:
— Não, deixe-a aí, isso só mostra a menina safada e atrevida que você
é.
Rindo sensualmente para o que Dane disse, notou que Léo jogou sua
toalha na pia e já estimulava seu pênis que estava à altura de sua boca.
Sedutoramente lambeu a cabeça rosada do pau de Léo, ao mesmo tempo que
tomou o de Dane em uma de suas mãos. Riu novamente ao escutar os
suspiros que eles deram ao seu toque. Sedenta, abocanhou Léo até o talo
como sabia que ele gostava. Ele soltou um palavrão surpreendido. Ela se
virou e fez o mesmo em Dane, que malvado como ele só, segurou sua cabeça
mantendo seu pau no fundo de sua garganta fazendo-a engasgar e salivar até
quase perder o ar. Ele soltou-a no momento certo para respirar e deixou ela a
vontade para lhes chupar.
Ia de um para o outro, levando-os aos céus, trazia-os para terra ao morder
levemente o corpo duro de seus paus. Enquanto se perdia em um, manuseava
o outro com a mão. Passava a língua sobre a veia que sobresaltava em seus
instrumentos de prazer. Queria sacia-los e se saciar neles. Nervoso e excitado
Dane se abaixou e puxou a calcinha de algodão fazendo entrar em seu rêgo.
Nininha ofegou na ardência, mas fazia força contra a calcinha. Dane subiu a
mão por suas costas, puxou seus cabelos na base da nuca e tirou a boca dela
de Léo e meteu-se em sua boca vividamente. Pulsando entre seus lábios e
com tamanha força que fazia contra ela, ela teve que se segurar em seu
quadril.
Léo não ficou de fora da brincadeira, esfregava seu pênis no rosto dela, na
orelha, nos seus cabelos. Que imagem suja os anjos podiam ver, mas com
certeza estariam prontos para descer dos céus se lhes fosse permitido e fazer
parte dessa devassidão.
Desatinados, ambos se alternavam no prazer de sentir a boca de sua princesa
ao redor de seus paus. Cada vez mais próximos do orgasmo, Nininha já
conhecia os sinais de seus corpos anunciando que estavam prestas a explodir.
Aproveitou um pequeno momento em que recuperou às rédeas e pegou
aqueles pênis duros e palpitantes, colocou os dois na boca avidamente. Cada
um soltou seus pescoços para trás, lhe entregando de vez o comando sobre
eles. Recebendo o presente com carinho acomodou como pôde aquelas
gordas cabeças em sua boca, absorvendo o líquido de pré-sêmen, até receber
completamente ao mesmo tempo os primeiros jatos do gozo de seus homens
no céu da boca, na garganta e nos lábios. Deliciou-se até a última gota e
alegremente viu dois pares de pernas masculinas tremerem à sua frente, por
sua causa, pelo prazer que ela lhes deu.
Léo se sentou tonto no vaso fechado e enconstou a cabeça no azulejo, Dane,
se esgueirou atrás dela no batente da banheira.
Agarrando seu cabelo e puxando-a para se encostar nele, disse em seu ouvido
ainda ofegante:
— Você quer acabar com a gente é? Sua safada, cada dia mais
devassa.
Lá do vaso Léo tentou emitir algumas palavras, mas estava tão
entorpecido que só conseguiu dizer:
— É... Verdade... Agora acho que eu é que preciso... De um descanso.
Não sinto minhas pernas.
— Eu não tenho pena, pois é assim que vocês me deixam sempre. —
Disse Nininha alegremente.
— E será sempre assim, quer ver? — Concluiu Dane beijando-a até
escutar a campainha tocar. Parou o beijo e com cara de poucos amigos a
olhou dizendo. — …Salva pelo gongo.
Recebendo um tapinha na bunda Nininha saiu do colo quente de Dane
e foi para ducha. Léo olhou para Dane e disse:
— Nem olhe para mim, sem condições de levantar daqui, preciso de
alguns minutos, brother. Vai você atender.
— Merda! — Resmungou Dane.
Saindo do box, de um banho rápido, Nininha se enrolou na toalha e
disse:
— Calma, não se preocupem vou lá abrir a porta para eles e volto para
me vestir.
— O quê? — Dane e Léo arregalaram os olhos.
Léo a puxou para si e se agarrou a sua cintura.
— Pro inferno que vai descer de toalha.
— Mas Léo....
— Sem Léo, nem meio Léo... Bora Dane vai lá.
Colocando um shorth de Léo que estava pendurado na parede do
banheiro, Dane saiu ainda tonto e gritando que já estava indo.
Nininha ficou ali abraçada ao Léo, acariciando seus cabelos dourados
e suas costas, com um sorriso iluminado no rosto por ter dado a eles um bom
tempo após acordar.
Trocados, recuperados e prontos para ajudar os funcionários da
transportadora, desceram. Dane estava dando algumas ordens como sempre.
Nininha se aconchegou nele, e ele lhe apresentou ao encarregado da
mudança, o cara ia acompanhar tudo de perto até que os pertences deles
chegassem no rio. Nininha estendeu a mão e o cumprimentou, ao abrir a boca
e dizer muito prazer, lembrou que não havia escovado os dentes e ainda
sentia o gosto de seus homens em sua boca. Sentiu suas bochechas
esquentarem, com certeza deviam estar vermelhas de vergonha. Tentou
disfarçar e foi em direção à cozinha. Dane percebeu e deixou ela sair.
A arrumação levou o dia inteiro, os últimos funcionários saíram de lá
quase às 18:00 da tarde. Apesar deles terem feito o trabalho pesado, Nininha
e seus homens ajudaram também, o que deixou eles cansados. A casa agora
estava vazia, apenas com as coisas que seriam doadas e as que foram
vendidas. Essas só seriam retiradas após eles viajarem aos cuidados do ex
cuidador de Brutus. Nininha ainda se preocupava na forma como levariam
Brutus de avião. Ficou chateada ao saber que ele não poderia viajar na cabine
junto com eles. Teria que ir no porão do avião. Estavam cansados.
Léo teve a brilhante ideia de sairem para jantar. Apesar de cansados
nem ela, nem Dane recusaram. Ela já estava quase pronta ao ver Dane entrar
em silêncio no quarto.
— Arrependido?
— Nunca. O que a faz pensar nisso?
— Essa sua cara aí, fechada.
— ... Rsrs... Nada que você não cure com seus beijos, é só o que
preciso. — Foi agarra-la.
— Aí Dane, sai… Você está suado e eu já estou pronta para sair.
— Ué, podemos tomar banho juntos.
— Dane estou muito cansada, com fome, se eu entrar no banho
contigo sairei de lá desmaiada em seus braços direto para cama.
— Ok, ok... Vou me arrumar.
Léo já havia se arrumado e estava agora cuidando de Brutus.
Quando estavam todos prontos chamaram um táxi.
Foram a um rodízio de pizza. Se fartaram com as mais belas e
gostosas pizzas da cidade. Era onde Léo costumava comer sempre, por isso
quis ir. O papo entre eles seguiu leve e fraterno. Ao terminarem e decidirem
ir embora, Nininha teve uma ideia.
— Dane, Léo, amanhã será nosso último dia aqui, eu pensei que
poderíamos fazer algo diferente. Na verdade ir a um lugar especial.
— Claro, amor.
— Tudo o que você quiser, princesa.
Nininha rodeou o braço em cada um de seus homens e antes que o
táxi chegasse para levá-los para casa disse:
— Quero ir naquela cachoeira de novo, quero sentir novamente a
sensação divina que é estar com vocês em um lugar praticamente intocável,
lindo e que guarda uma linda lembrança do primeiro dia que estive aqui nesta
segunda viagem. E aí, vocês topam?
Ambos beijaram suas bochechas e responderam que sim. Ao
chegarem em casa se planejaram para passarem seu último dia em um pic nic
em meio à natureza. Era tudo o que ela e eles queriam. Ainda cansados,
relaxaram e dormiram guardando às energias para serem gastas e
recarregadas nas águas límpidas da cachoeira em meio a mata. Seria uma
despedida memorável e inesquecível.
Capítulo 45: Plenitude.

Embora felizes para passarem o dia em um lugar quase

encantado, estavam os três nervosos. Cada um com sua particularidade, mas

no fim, o frio que sentiam na barriga tinha o mesmo motivo, a nova jornada

que se iniciaria dali a alguns dias.


Planejar era bem diferente de realizar. Todos sabem que as coisas
geralmente não acontecem exatamente como planejado. E esse pequeno
detalhe os incomodavam um pouco.
Acordaram os três bem cedo, o dia estava amanhecendo lindamente.
Os primeiros raios de sol começavam a brilhar nos vidros das janelas. A casa
praticamente vazia, qualquer movimento e palavras transformavam-se em
ecos.
Animada demais por poder ir novamente ao lugar mais bonito que
conheceu até agora, e com seus homens reviver momentos inesquecíveis,
Nininha tentava agilizar tudo o mais rápido possível. Antes de dormir,
preparou os lanches com as compras que fizeram. Fez sanduíches, lavou as
frutas e colocou em potes, separou os frios, fez sucos. Arrumou tudo nas
bolsas e no cooler. Ficou tão feliz por ter encontrado um lençol xadrez que
deixaram para trás na mudança. Só faltava passar em algum lugar para
comprar gelo.
— Vamos Dane, leve isto para o carro enquanto levo a bolsa. —
Falou ela.
Mas Dane, apesar de animado com a programação, estava afoito
querendo sua menina. No dia anterior diante a arrumação da mudança e a ida
ao mercado, acabaram os três cansados na cama e a usaram só para dormir.
Ao acordar, tanto ele quanto Léo a queriam, porém já estavam a conhecer a
parte tinhosa de ser de sua menina.
Ao ser abraçada e beijada ao acordar por Dane e Léo, e percebendo
aonde isso ia dar, foi se esquivando pulando da cama e já avisando toda
altiva:
— Nananinanão... Podem tirar os cavalinhosss de vocês da chuva.
Vamos passar o dia todo juntos num lugar paradisíaco e vocês querem perder
tempo na cama? Não. Vamos levantar e agitar para o nosso Pic nic. Andem!
Apesar de ter dito em bom tom que no momento só pensava em seu
dia perfeito, nem um, nem o outro desistia de estiga-la. Onde ia havia sempre
um em seu cangote tentando tira-la do sério, no bom sentido é claro. Mas
Nininha se mantinha firme em seus afazeres, tirando "eles" do sério.
Homens!
Ao ver Dane e Léo arrumando com a delicadeza de dez homens das
cavernas, as bolsas no carro, percebeu que estavam realmente irritados.
Sorriu ao imaginar que a falta de seus beijos e de seu corpo podiam deixar
esses deuses daquele jeito.
Então, ao observar tudo pronto, quando Léo fechou a mala do carro, Nininha
puxou a mão grande de Dane levou aos lábios e beijou sedutora sem tirar os
olhos dos dele. Sabendo que Léo os olhava, seguiu para ele, trazendo Dane
pela mão e ao chegar bem próximo ao Léo, com sua mão livre, levou as
pontas de seus dedos a tocarem de baixo para cima às entrelinhas daquele
abdômen super definido até chegar em seu queixo. Ainda com o dedo, foi
puxando ele o olhando diretamente nos olhos. Tocou seus lábios molhados
nos dele e depois voltou a baixar sua mão pelo mesmo caminho percorrido
anteriormente, ao mesmo tempo que largou sua mão que estava presa a mão
de Dane, tocando em sua cintura cavando as pontas de seus dedos tanto no
elástico do shorth de um, quanto do outro, olhou entre eles e sorrindo
indecentemente sibilou:
— Meus amores, vocês querem realmente começar esse dia irritados?
Não fiquem chateados por não me terem aqui, eu só quero que seja…
Perfeito. Lembrem da última vez que fomos naquele lugar, foi maravilhoso,
em tão pouco tempo. Imagine... — Continuou falando e puxando os dois
pelos elásticos dos shorths. — Hoje... O dia inteiro... Nós três podemos
repetir o que fizemos ou fazer coisas novas, construir uma nova lembrança.
Eu.... Amo... Vocês!
— Léo???!!! Toma, você dirige. — Disse Dane rapidamente jogando
a chave do carro para Léo e agarrando Nininha num beijo ardente.
— Quê?!? ... — Questionou Léo ainda atordoado e com uma ereção
aflorada. — Não, não, você dirige. — Terminou de falar jogando de volta a
chave e tomando seu lugar em seus lábios.
Nininha entre uma boca e outra sorria com a guerrinha dos dois, então
vendo que a decisão iria acabar em par ou ímpar, ela mesma a fez. Estava tão
louca quanto os dois, para chegar na cachoeira e se dar de vez para seus
homens, ela mesma já não se aguentava mais. Decidida tomou as chaves da
mão de Léo e assoviando disse:
— Eu dirijo, e não se fala mais nisso.
Entrou no carro virou a chave e ficou olhando os dois atônitos pelo
espelho. Bufando colocou a cabeça para fora da janela fazendo o motor
roncar e falou:
— E aí, vão ficar parados ou vão entrar nesse carro e seguir para
nosso destino??
A cena vista por ela era uma comédia só. Dane e Léo se entre olharam
e seguiram em uma maratona para a porta do passageiro na frente com
Nininha. Lutando para ver quem iria ao lado dela. O que a fazia sorrir ainda
mais. No empurra, empurra, perdeu Léo.
— Sorry Leonardo, se acomode no banco de trás.
— Merda Daniel!
— Deixem de bobeira e me ensinem o caminho. — Disse Nininha aos
risos e beijando Dane.
Soltando uma bufada alta no banco de trás enquanto Nininha saia com
o carro, Léo acabou rindo também e foi quem começou a lhe passar as
coordenadas.
Ainda na brincadeira, Nininha fez que errou o câmbio de marcha e
apertou o pau de Dane que ainda estava meio duro tirando um grito e um
olhar duro dele.
— Desculpa amor não foi minha intenção... — Se explicou segurando
o riso.
— Sei... Danada, você estará em apuros naquela cachoeira. — Sibilou
Dane se ajeitando no banco.
Léo se movimentou para trás do banco do motorista, e curvando a
mão para frente no ventre de Nininha foi descendo entre suas pernas puxando
a saia de tecido mole que escondia o ousado biquíni que ela vestia.
Acariciando seu monte foi dizendo:
— Estamos adorando essa sua versão safada nível hard, mas você
sabe, nós também sabemos jogar esse jogo sujo.
— Pare Léo... Estou dirigindo... Aaaaiii. — Disse ela roçando nos
dedos dele.
Beijando o topo da cabeça dela Léo retirou a mão do monte úmido e
levou os dedos à boca, tudo acompanhado pelo olhar dela através do
retrovisor. Léo sorriu maroto e se acomodou no acento. Nininha agitou a
cabeça para afastar os pensamentos impuros. Enquanto isso Dane solta entre
os dentes:
— Porra gente, desse jeito vou ter que bater uma antes de chegar.
As gargalhadas foram altas dentro do carro. Nininha ligou o rádio e
colocou em uma estação local onde tocava músicas chicletes melosas, então
antes que percebessem estavam os três cantarolando alto e em bom tom letras
doces que falavam de amor, paquera, paixão, futuro e vida. Tudo o que eles
sentiam e desejavam no momento.
A viagem seguiu animada. Entre canções, cada um fazia uma
brincadeira ou outra, sem perder o tom de desejo entre eles. Pararam no posto
onde abasteceram o carro e compraram o gelo e as cervejas, é claro. Nininha
decidiu que não beberia para voltar dirigindo. A paisagem foi ficando cada
vez mais selvagem após entrarem na rua de barro. Dane e Léo davam as
coordenadas para Nininha seguir em frente. Por alguns momentos ela
apreciava aquela natureza que parecia intocada apesar da proximidade com a
cidadezinha. Entrando por uma clareira entre árvores e plantas, Léo apontou
para ela estacionar o carro. Nininha reconheceu a pequena trilha que fizeram
da outra vez, a que a levou ver uma das imagens mais marcantes de sua vida.
Já se imaginava retratando em suas telas tamanha beleza. Olhava por todos os
lados querendo gravar todos os detalhes para poder representá-los fielmente.
Léo olhava encantado para sua princesa que se deslumbrava com a
beleza do lugar e continuou ajudando Dane a retirar às bolsas, o cooller e às
cadeiras de praia do carro.
Olhando para o céu mesmo ainda na clareira entre as árvores, Dane
via que o sol ia ser companheiro dos três por todo o dia. Seus raios
transpassavam quentes entre as folhas até tocar o chão. Nenhuma nuvem se
viu desde que saíram de casa. Imaginava que de algum lugar Deuses estavam
conspirando em favor dos três amantes. Feliz, muito feliz, trancou o carro
chamou sua menina, seu amigo e seguiram pela trilha. Dessa vez Nininha
teve que ir praticamente só, porque eles levavam as bolsas pesadas e ela
apenas uma bolsa com toalhas e utensílios, à contra gosto, pois queria ajudar,
mas preferiu não brigar.
Ele foi atrás a protegendo, e Léo na frente orientando seus passos.
Nininha eufórica quase escorregou num pequeno barranco, causando dois pré
infartos em homens jovens e sadios.
Ao fim da trilha Nininha não pôde se conter com a bela imagem à sua
frente. Apesar de ser a segunda vez que ia a este lugar, ainda assim se
abismava com tamanha beleza. A cachoeira reinava exuberante ao fundo,
jorrando seu véu branco sobre a piscina que se formava abaixo. O som das
águas caindo se misturavam ao som dos pássaros cantando. Raios solares
iluminavam cada pedacinho do lugar, expondo pequenos pedaços reluzentes
nas pedras esparramadas em diferentes tamanhos ao redor da piscina de água
transparente e por todo o restante do terreno. Mas o que a encantava ainda
mais, era a explosão de cores. Por todo canto podia-se ver degradês de cores
fortes, acentuadas ou não, pelo brilho do sol.
— Magnífico... Nunca meus olhos se acostumarão com tamanha
atividade divina. Parece que estamos entrando em uma daquelas telas
lindíssimas de artistas renomados. Mas aqui, a arte respira, é viva, celestial.
— Bom meu amor, tenho certeza que o artista que criou esta beleza,
não pode ser comparado a nenhum artista neste mundo. — Retrucou Dane a
tirando de seu devaneio momentâneo.
— Pareço uma boba né? — Disse ela meio envergonhada, andando
pela pequena faixa de grama.
— Não amor, você não está sendo uma boba. Você é uma artista e,
como um bom artista, a sensibilidade toma conta de você ao se deparar com
um cenário encantador como este. — Respondeu Dane lhe dando um beijo
casto na bochecha e, pousando as bolsas no chão, complementou. — Eu te
amo!
Mais à frente, Léo escutava toda a conversa e simpatizava com o que
seu amigo dizia. Contente e morrendo de calor, fome e desejo, foi arrumando
o espaço. Logo Nininha e Dane se juntaram a ele. Forraram o chão com o
lençol xadrez, o que fez Nininha dar um pulinho e bater palminhas de
felicidade deixando sorrisos bobos no rosto dos meninos.
— Perfeito esse lençol xadrez... — Dizia ela.
Arrumaram todos os quitutes sobre ele. Os amigos logo se livraram de
suas roupas e ficaram apenas de sunga de praia, cheios de más intenções.
Nininha também retirou suas peças de roupa ficando apenas de biquíni.
Percebeu os olhares ardentes sobre seu corpo e viu que seus membros apesar
de cobertos estavam totalmente a postos, prontos. Porém, ela queria curtir
um pouco o pic nic antes de se jogarem no pecado.
Percebendo eles que sua mulher queria um pouco de romance,
fizeram um esforço para não arrancar aquelas peças minúsculas de lycra e a
tomarem sem juízo.
Este era um lugar jamais esquecido por Deus e longe dos olhos dos
homens. É claro que havia um risco de aparecer alguém por ali, como eles,
outras pessoas sabiam da existência deste local. Mas era muito difícil e
parecia que este dia estava reservado para eles. Se alguém pudesse ver sobre
à floresta a clareira da cachoeira, veriam um Trisal apaixonado lanchando aos
sorrisos e carícias sobre um grande lençol xadrez vermelho e branco no meio
da grama verde, recheado de frutas e guloseimas.
Os sons que outrora eram apenas dos pássaros, queda d'água, e sons
típicos da floresta, agora se misturavam às vozes e sorrisos de dois homens e
uma mulher. Muitos assuntos vinham à tona, as implicâncias entre os amigos
se fazia presente, principalmente quando se lembravam que iriam dormir a
primeira noite no Rio na casa do sogro. Dane rapidamente ficava tenso e Léo
não perdia a oportunidade de o zoar. Entre uma guerra ou outra de amendoins
e pulos na água fria, os meninos se dividiam em passar protetor no corpo que
amavam muito e cobiçavam, além de servir a todo instante uma fruta em sua
boca, o que faziam através de seus próprios lábios. Tudo isso esquentava
mais que o sol, mesmo assim, eles deixaram ela a vontade. Por um momento
se perderam os dois numa conversa de amigos. Enquanto a mulher deles se
bronzeava, bebiam cerveja, mergulhavam, conversavam, brincavam, mas sem
parar de ansiar, cada vez mais, a mulher de suas vidas.
Da cadeira de praia em que Nininha estava pegando um sol à beira da
água, ela tinha a visão do paraíso. Seus dois homens em um bate papo que
provavelmente envolvia alguma luta, pois os gestos que Léo fazia eram
condizente com uma luta de UFC. Dane retrucava com ele, se irritavam um
com o outro, mas entre as goladas de cerveja acabavam rindo juntos. Léo
estava de pé de costas para ela, sua pele reluzia à luz do sol, a água cobria até
os joelhos dele. Dane estava semi deitado de frente ao Léo, sobre uma pedra
robusta. Suas coxas grossas e másculas deixava-a aflita. Não cansava de olha-
los, só essa visão a fazia derreter. Notou que já havia passado algum tempo
que chegaram e já estava mais que na hora de pecar.
Já consciente de seu poder sobre eles, teve uma ideia inocente.

#nininha
Retirei para o lado uma alça do meu biquíni para ver se a marquinha
já estava visível, e estava. Então como quem não quer nada olhei em volta só
para ter certeza que éramos só nós três.
Tomada de uma coragem cada vez mais presente em mim, levantei da
cadeira, já notando que Dane percebeu.
Levei minhas mãos ao laço de trás de meu curtininha e o desatei. Vi que ao
notar cair as tiras ao lado de meu corpo Dane se ajeitou na pedra e fez sinal
para Léo que logo se virou em minha direção.
Pronto. Feliz com a atenção dos dois em mim. Tirei meus óculos e chapéu e
coloquei na cadeira. Levei uma mão a cada triângulo que cobria apenas os
bicos de meus seios e levantei bem devagar sobre a cabeça, jogando a peça
por fim no chão ao lado da cadeira. Sorri, ao ver os semblantes dos dois
mudarem da água para o vinho. Ainda sobre os olhares de puro desejo sobre
mim, caminhei devagar sorrindo para dentro da água e quando a água tocou
meus joelhos, levei as mãos a cada lacinho que prendia minha tanguinha e os
soltei. Nesse momento vi que Dane já estava quase em pé sobre a pedra e Léo
já caminhava em minha direção. Então joguei a pequena peça e virando para
eles disse, antes de mergulhar para longe:
— Venham me pegar...
— Merda, essa garota vai me matar, já estava na hora. Quem chegar
por último é a mulher do padre. — Disse Léo já pulando na água em direção
à sua princesa, após jogar a sua sunga na pedra onde Dane estava. Ainda deu
tempo de ouvir ele grunir:
— Vai se fuder gazela, se esqueceu que nado melhor que você. —
Finalizou pulando da pedra, também sem sua sunga, quase na frente onde
Léo estava.
(....)
Sobre uma parte do véu d'água que caia, Nininha submergiu. A água
batia na altura de seus seios. Procurou por seus caçadores, mas não os viu.
Ainda olhando em volta levou um susto quando Dane sem cerimônias ainda
abaixo da água abocanhou um de seus seios a fazendo suspirar, quase engoliu
a água que caia sobre ela. Sem tempo para se recuperar, sentiu Léo a
levantando pelas coxas, tirando-a de Dane e colocando-a arreganhada sobre
seus ombros, ainda em baixo da queda d'água. E ali, chupou sua buceta
sedento. E como se tudo já não estivesse bom o suficiente, Dane se pôs atrás
dela abrindo às bandas de sua bunda encontrando seu buraco apertado se
dedicou a atiça-lo. Além de lambidas eles lhe davam pequenas mordidas,
Dane nas bandas redondas de sua bunda e Léo na parte de dentro de suas
coxas. Nininha tentava se equilibrar entre eles segurando cada cabeça com
uma de suas mãos. Ainda tinha que aguentar as sensações que eles lhe davam
sem abrir a boca para não engolir a água que a banhava.
Seu corpo vibrava demostrando que um orgasmo iria surgir. Não se
aguentando foi se jogando para trás, foi sustentada por Dane que a deixou
numa posição muito mais abrasadora a mercê da boca de Léo, e ainda
estimulava seus seios. Léo enfiou dois dedos nela e continuou lambendo e
chupando seu broto protuberante, até que a levou a um clímax agonizante.
Com o rosto fora da queda d'água, Nininha não segurou o grito e os gemidos
engasgados ao ser tomada pelo prazer.
Aos poucos Dane tirou ela dos ombros de Léo, que sorria feito
menino que acabara de saborear seu sorvete preferido.
Se encostando na pedra atrás dele, Dane abraçou sua menina ofegante
à sua frente. Seu pau duro procurava espaço em suas bandas enquanto suas
mãos caminhavam por seu corpo. Ia de seus seios ao seu ventre até chegar
nos seus lábios escorregadios. Dane esfregou seus dedos ali e a masturbou
ainda mais. Mesmo acabando de sair de um orgasmo, Nininha já sentia a
vontade voltar pelas mãos de seu Dane. Abrindo os olhos via Léo se
molhando sob a cascata de água à sua frente. Sentindo o dedilhar de Dane,
abriu mais as pernas para que ele tivesse um melhor acesso. Recebeu um
"safada" no pé da orelha dito por ele. Com a água límpida, dava para Léo ver
o que seu amigo fazia com ela sob a água. Isso a excitava, os excitava, então
começou a rebolar nas investidas dos dedos de Dane, ao mesmo tempo que
roçava a bunda no seu pau. Gemendo, Dane retirou os dedos de sua boceta e
levou ao seu ânus. Passeou eles por suas pregas as pressionando para abrir.
Nininha já estava se acostumando a esse ato tão discriminado e tão almejado
ao mesmo tempo. Essa ardência se tornava cada vez mais prazerosa. Com seu
corpo entrando em ebulição novamente, Nininha sentiu Dane a curvando para
frente, aguardou receber seu pau de pedra no seu buraco apertado, mas ao
invés disto ele se afundou em sua vagina numa só estocada fazendo-a saltar
na água e gritar seu nome.
Léo veio ao seu encontro, seu tesão aumentando ao ver seu rosto
contorcido pelo prazer, beijou seus lábios tomando seus gemidos e susuros
para si enquanto seu amigo a fodia. Quando ela conseguiu abrir os olhos
percebeu que parecia que os três estavam escondidos atrás do véu d'água,
estavam entre ele e a pedra atrás de Dane. Ela agarrou o pescoço de Léo e
aproveitando fez impulso contra às estocadas de Dane, que puxou seu cabelo
fazendo-a gritar com a dor repentina dizendo:
— Sua gulosa, calma, isso é só o começo. Estou apenas usando seu
canal escorregadio para lubrificar meu pau e depois enterra-lo no seu cuzinho
apertado, cachorra.
Ao ouvir a voz rouca de Dane se misturar com o som do sorriso de
Léo, e ainda o "cachorra', Nininha quase teve um novo orgasmo. Foi cortado
com a retirada repentina que Dane fez de seu pau. Porém, ela não teve tempo
para pensar, logo sentiu sua cabeça redonda cutucando por trás. Se segurou
firme em Léo e tentou relaxar o máximo para receber Dane. Léo dizia em seu
ouvido enquanto abria sua bunda auxiliando seu amigo.
— Calma Princesa, fácil e devagar, você sabe que é gostoso. Você
quer não é? Sentir o pau do Dane entrando e saindo da sua bunda?
— Simmm.... Aiiiiii…
Dane aos poucos levou seu tempo e ia ocupando espaço no canal
apertado. E quando se instalou, parou e beijou as costas dela, a nuca e a
soltou de Léo. Seus corpos sob a água se tornavam mais leves, com isso mais
maleáveis. Nininha encostou suas costas completamente no peitoral de Dane,
ainda se acostumando a sensação dele dentro de sua bunda. Sua posição se
transformou para estar sentada sobre ele. Flutuava na água presa apenas pelo
pênis fervente de Dane. Seus pés não tocavam o chão. Ela pendeu sua cabeça
para trás no ombro dele e pôs suas mãos sob os seus joelhos, curvando-os
para cima. Aberta, entregue e oferecida. Dane segurava por baixo de cada
joelho dela também. E assim bem devagar começou um movimento
torturante de entra e sai. Os sons que Dane produzia vibravam direto para seu
ponto de prazer. Léo à sua frente se masturbava e tocava seu clitóris
magicamente. Ao notar que Dane alcançou um ritmo no qual ela já
encontrava o prazer, Léo se chegou próximo dela e perguntou:
— Você também me quer princesa? Agora?
— Ohh! Léo... Simmm... Ainda pergunta. Por favor, me faça sua,
junto com Dane. — Declarando o que queria, desceu suas mãos aos seus
lábios e abriu como um convite para Léo entrar.
— Bora Léo, não vou conseguir durar aqui... Você não faz ideia de
como ela está apertando meu pau.
— Brother, podes crer que faço sim, mas... É melhor ter certeza.
— Ahhhh Léooo.
Aos gemidos ensandecidos dela, Léo foi achando seu espaço também.
Bem devagar foi encaixando a última peça que faltava e colando seu corpo ao
dela que por sua vez, colava-se ao de Dane que se sustentava na pedra,
entraram num compasso perfeito que levariam os três ao nirvana.
Ritmicamente o trisal se envolveu numa névoa sublime. Seus corpos
respiravam juntos, agonizavam juntos, buscavam juntos o prazer. Um tipo de
clímax nunca antes sentido por nenhum deles, algo só alcançado quando os
três estavam assim juntos.
Plenitude.
A vibração era a mesma. As ondas corporais iam e viam de um corpo
ao outro. Não se via onde começava um e terminava o outro. Peças feitas a
mão, encaixadas para um único propósito, encontrar o divino. Alcançar o
maior cume e se atirar de lá em busca de seu último suspiro.
E assim foi. Escondidos pela queda d'água, onde a perfeição se fez e o
prazer extasiante foi alcançado. Suas almas vibravam, seus corpos latejavam,
suas mentes flutuavam e seus corações cada vez mais batiam um para o
outro. Na verdade um para dois e dois para um.
Saciados de sua mulher, e com os corpos ainda sensíveis da loucura
de voar nas asas de um orgasmo alucinante, se desfizeram do encaixe e cada
um procurou reconectar suas almas aos corpos novamente. Nada melhor do
que uma ducha de água natural. Sob a queda d'água os três tentavam absorver
toda a energia emanada por seus corpos e por aquela natureza exuberante que
os cercavam. Felicidade extrema. Extrema felicidade.
Nas bocas desses três só haviam sorrisos. Jovens descobrindo que o para
sempre é possível. Que o amor é a razão para a vida e que a felicidade só
dependia única e exclusivamente deles.
O dia seguiu delicioso em todos os sentidos. A intimidade entre eles
crescia. Sexualmente falando eram imbatíveis. Mas a afinidade que dita uma
relação, aquela pitada de companheirismo e confiança também florescia em
abundância. Passaram momentos que ficariam eternizados em suas
memórias. Como quando Nininha estava ainda nua apenas com uma canga
cobrindo sua intimidade, deitada sobre o lençol xadrez, com a cabeça no colo
de Léo e olhava para Dane à sua frente enquanto conversavam coisas banais.
Léo acariciava seus cabelos enquanto ela sorria apaixonada das histórias que
Dane contava. Mais que amantes, se transformavam em amigos.
Ao contrário do que podemos pensar, é possível termos na pessoa que
amamos, um amigo no qual se pode contar.
Nininha pensava sobre isso e se parabenizava pela sorte duplamente
alcançada.
Vez ou outra trocava de colo, até que em determinado momento se
viu ali sentada nua, afagando os cabelos de Dane que repousava sua cabeça
em sua coxa descansando um pouco, enquanto Léo saboreava um de seus
seios como se alimentasse dele. Assim ficaram durante um tempo até que
Dane despertou e se juntou ao Léo começando a saborear seu outro seio.
Lentamente deitaram ela e continuaram com a pressa de uma lesma a
degustar seu corpo.
Toda a pele de Nininha era tocada, tanto por suas bocas como por
suas mãos. Nada muito sexual, algo mais como adoração. Eles diziam
palavras doces e românticas. Por vezes diziam eu te amo. Trocavam carinhos,
se olhavam com ternura.
Ao cair da tarde, com o sol se despedindo, decidiram ir embora.
E para se despedirem deste lugar maravilhoso se entregaram novamente a
luxúria.
Tão seduzidos pela tarde estimulante que tiveram, iniciaram
novamente um movimento erótico que encontrariam o gozo final de um dia
fabuloso.
Léo começou fazendo amor com Nininha na beira da água. Entrava,
rebolava e saia dela. Tudo saborosamente. Dane que estava nadando via de
longe os dois se fundindo em um só. Logo seu pau apontou para cima quase
implorando para entrar na brincadeira. Indo em direção aos dois tinha a visão
do pênis de Léo entrando e saindo do buraco úmido de sua menina. Via seu
cuzinho à vontade.
Chegando cada vez mais perto se pôs para baixo e passou a mão na
coluna dela. Isso a fez se sentar em Léo e com o auxílio de Dane cavalgou
alucinante nele. Dane se levantou e colocou seu membro rígido na boca dela
que o chupou faminta.
Até que ao perceber que Léo ia se aliviar fez sinal para que ele espera-
se e se agachou por trás dela enquanto Léo a fazia deitar sobre seu peito.
Nininha se acomodou e se abriu ainda mais para eles. Sentia o pênis de Léo
profundamente. Até que sentiu o empurrar da cabeça do pau de Dane
querendo espaço também em sua buceta. Ela colaborava da maneira que
podia, relaxando.
— Porra, sempre apertada... Aaaa — Sibilou Dane.
— Eu sei cara, eu sei...
Lento mas certeiro, Dane se enfiou, não totalmente, mas o suficiente
no canal quente junto com Léo. Eles transformaram mais uma vez o corpo de
Nininha em sua casa. Buscaram para ela a passagem para o espaço entre o
real e o irreal. E logo seguiram atrás dela no regogizo de um prazer infinito.
Absorvidos por essa sensação, ficaram aninhados por algum tempo
tentando entender a plenitude que os rodeavam.
Buscando às forças para irem embora e dali em diante trabalharem
juntos para que todas essas emoções se perpetuem pelo resto de suas vidas,
começaram a desarmar acampamento e voltar para casa .
No caminho de volta, entre um papo ou outro, Nininha os questionou:
— Bem, eu estou revigorada após esse dia magnífico. Espero que
vocês também, porque amanhã dormiremos na casa de meu pai e vocês
enfim, conhecerão a fera que me criou.
Léo que estava na frente bebendo sua cerveja disse confiante:
— Estou preparado para conhecer o sogrão. Podes crer. Já não sei o
viadinho aí atrás.
Nininha fitou Dane pelo retrovisor e disse:
— E aí Dane, não diz nada?
Com uma cara sem expressão Dane jogou a cabeça no encosto do
banco e antes de terminar sua cerveja numa golada só disse embargado:
— Que venha o sogrão!
Léo e Nininha caíram na gargalhada e Léo não perdeu tempo em tirar
sarro da cara dele.
— Isso mesmo, dois contra um. Vou me lembrar disso. — Retrucou
Dane em tom de brincadeira.
E assim foi até em casa, brincadeira, romance e sedução.
Apaixonados vivendo mais um dia de amor à três.
Plenos, em todos os sentidos.
Capítulo 46: Prazer, seu Silva.

Naquela manhã ao acordarem Dane e Léo amaram mais uma


vez sua Nininha, a última vez naquela cama. Deixaram-na dormindo e

durante o tempo que tinham antes de terem de ir para o aeroporto, receberam

o amigo e caseiro, que tomou conta por tantos anos da casa e de Brutus. Além

dos objetos e móveis que lhe deram, também acharam justo lhe ofertarem um

valor em dinheiro pelo tempo de amizade e serviço. Seu Almir se sentiu

imensamente agradecido, e fez questão de deixar claro que apesar de saber os

motivos que os levavam para longe, e de desejar toda felicidade do mundo,

que ele sentiria falta deles, de suas mulecagens e principalmente de Brutus.


Em tom nostálgico, lembraram algumas passagens engraçadas desses
anos. Uma ou outra sempre envolvendo mulheres, bebidas e fugidas de
Brutus. Seu Almir ainda ficou até a hora deles partirem para o aeroporto.
Nininha acordou e se juntou aos homens que conversavam na sala.
Tomaram todos café juntos e ela teve oportunidade de escutar algumas das
histórias engraçadas. Ver seus amores sorrindo era sempre um ótimo
acompanhamento para o café.
Concluíram os últimos detalhes para partir. Tomaram juntos o último
banho naquela suíte e novamente fizeram amor. A hora chegava e agora era
entrar no táxi e seguir em frente. Do carro davam adeus ao seu Almir, que
ficou para trás com os olhos marejados e com às chaves da casa.
O coração de Nininha estava apertado ao ter que despachar Brutus,
mas era necessário. O veria de novo ao chegar no Rio. Pensou em seu pai.
Queria ver a cara dele ao vê-la acompanhada desses homens imensos e
Brutus a tira colo.
Será que ele mudará de ideia, deles seguirem direto para sua casa?
Achou que não, seu pai estava muito determinado, nada o faria mudar de
ideia.
Suavemente o voo seguia seu rumo. Rumo este que levava três
corações repletos de amor e esperança para iniciar juntos os melhores dias de
suas vidas. Uma viagem longa e cansativa, mas ideal para sonhar com o
futuro.
Os últimos dias de arrumação, mudança, resolver assuntos para
transferência, papeladas sem fim e todas as comemorações de despedidas que
os três incansavelmente fizeram questão de ter, os deixaram cansados. O voo
longo caiu como uma luva para enfim, desligarem um pouco.
Nininha veio sentada no meio dos dois homens donos de seu destino.
Em cada uma de sua mão, a palma de um deles. Um sorriso sincero e feliz
não sumia de seus lábios. Olhava apaixonada de um lado ao outro vendo os
dois dormindo durante algum tempo. Percebeu também os olhares cobiçados
de algumas comissárias. O que não a deixou ciumenta, apenas envaidecida
por pertencer aos dois, e melhor ainda, que os dois à pertenciam.
Tentando aproveitar também esse momento de calmaria, se deixou
levar pelos ruídos que o avião emitia e acabou adormecendo.
Podemos dizer que os sonhos de cada pessoa são iguais, porém únicos.
Todos os sonhos almejam a felicidade e a felicidade para cada um, se dá de
formas distintas. Percorrem caminhos diferentes, mas o fim é o mesmo.
Alcançar a realização de um sonho começa quando perdemos o medo de
tentar seguir os nossos corações, mesmo que nossas vontades sejam
contrárias as dos outros. Temos que querer realmente e acreditar que é
possível conseguir ser feliz através dos nossos desejos, mesmo que vá de
desacordo com os demais.
Dane vislumbrava sempre a mesma imagem em seus sonhos. A praia,
sua mulher ao seu lado e suas crianças rodeando eles e Léo. Mesmo não
querendo admitir em voz alta, era exatamente o queria e o que buscava.
Estava tão disposto a realizar esta imagem que antes de dormir sempre
pensava nela para gravar cada detalhe, na esperança de quando acontecer, ele
recordar de que um dia foi um sonho e que virou realidade.
Já os sonhos para Léo eram cada dia diferente, porém sempre
envolviam sua mulher nua, ou grávida, com as crianças, ou no meio deles,
tomada por ele ou tomada por Dane.
Haviam também momentos de risos num churrasco à tarde, a beira da piscina
com toda a família e amigos próximos reunidos.
Léo já chegou a sonhar ou ter pesadelos (depende do ponto de vista), com as
amigas de Nininha e ela, bebendo e dançando em um bar após uma briguinha
boba. No final da noite, ele e seu amigo tendo que buscá-la e refazer as pazes
de maneira deliciosamente selvagem. Até dormindo, Léo era um sacana.
Enquanto aos sonhos de Nininha? Para ela, já começou a se realizar
assim que conheceu Dane e foi presenteada com a inclusão de Léo. Cada dia
a partir dali era sempre uma realização. Para ela não havia mais o que desejar
a não ser que toda essa felicidade se perpetue e triplique ao longo da vida. E
como vivia em um conto de fada, que fossem felizes para sempre.
— Amor? Vamos acordar? Já estamos sobrevoando o Rio, falta pouco
agora. — Dane dizia ao tentar acordar Nininha, beijando sua buchecha,
enquanto Léo se espreguiçava e beijava a palma de sua mão.
Abrindo os olhos, Nininha encontra os olhos azuis penetrantes de
Dane e sorri. Lhe dá um estalinho nos lábios, se vira para Léo e beija seu
ombro. Os três começaram a se esticar um pouco para se prepararem para o
pouso.
— Como será que está Brutus, coitado?
— Não se preocupe princesa, eles estão acostumados a transportar
animais de estimação.
— Sim, mas Brutus não está acostumado a viajar de avião Léo. —
Articulou Nininha ainda preocupada.
— Fique calma amor, logo saberemos, ok. E o veterinário falou que
ele dormiria todo o voo. — Disse Dane.
Suspirando, Nininha se enconstou no acento e lembrou da última vez
que chegava ao Rio de avião. Se esticou para olhar pela janela e confirmar se
as cores estavam lá e que agora sim, via seu Rio de Janeiro como os turistas
que ali chegavam lindo, colorido e cheio de graça. Mas sabia que toda essa
graça se fazia pela presença de seus homens ao seu lado e da promessa de
nova vida que tinham feito os três. Ela tocou seu pingente que representava o
compromisso desse relacionamento suspirando com seus pensamentos. Se
sentiu eufórica, de seus olhos desciam lágrimas de felicidade. Ao verem ela
desse jeito, Léo e Dane logo a questionaram porquê chorava e ela
prontamente respondeu:
— Não é de tristeza que choro, pelo contrário. É um misto de
ansiedade, alegria e saudade. Estou louca para ver meu pai, as garotas e
principalmente tô feliz porque estaremos juntos novamente no meu Rio, onde
nosso amor nasceu. — Terminou dando um beijo casto em cada boca virada
para ela, sem vergonha de ser feliz.
— Eu também princesa, estou muito feliz, além de ter você em minha
vida vou realizar meu eterno desejo de morar perto da praia. — Léo lhe
devolveu um beijo, não tão casto.
Se virando para Dane, ela esperou que ele dissesse alguma coisa
também. Ao perceber isso, Dane, que estava feliz, mas um pouco tenso com a
proximidade de conhecer o sogro, falou tentando parecer o mais seguro
possível:
— Eu também estou muito feliz e super... Ansioso, principalmente
para conhecer seu pai, o que vai acontecer em mais ou menos uma hora, ou
até menos... E é isso.
Léo abraçou Nininha e caiu no riso zoando Dane, e ela ficou tentando
segurar o riso e amenizar a situação.
— Valeu brother, você já está sujando as calças??
— Para com isso Léo! Oh, meu Dane, não se preocupe, meu pai é um
homem maravilhoso, ele não vai lhe fazer mal nenhum... Quer dizer, eu
acho.... Rsrsrs.
— Muito engraçado... Até você amor? Eu não tô com medo dele.
Estou preocupado que ele não goste da gente, ou... De mim. Que agora que
ele tiver certeza de que isto, que nós, nosso relacionamento, não é uma
brincadeira e que nós vamos viver juntos e construir uma nova vida de uma
maneira bem diferente... Talvez ele repense e fique contra tudo isso... Amor,
não posso pensar em te perder, em perder isso tudo que começamos desde
que você voltou e ficou conosco durante esses meses. Não sei mais viver sem
você conosco.
Sem sair do abraço que recebia de Léo por trás, Nininha se esticou
como podia até conseguir abraçar Dane e lhe beijou. Depois, segurando seu
rosto falou:
— Ouça meu bem, direi bem devagar. Amo meu pai, mas vocês são o
meu futuro, o motivo de minha respiração, são o meu destino. Nem mesmo
meu amado pai me faria ficar longe de vocês. Então larga de bobeira e vamos
fazer o que combinamos, enfrentar tudo e qualquer coisa juntos. Os três.
Como um trisal forte que estamos nos transformando.
— Eu topo! — Disse Léo de supetão beijando o pescoço de Nininha.
Rindo tentando relaxar, Dane olhou para ela e seu amigo e viu que ao
lado deles seria fácil passar por qualquer situação. E por eles passaria por
qualquer prova mesmo as mais árduas.
Beijou novamente sua menina e só parou ao ouvirem o coçar de
garganta sem graça de uma comissária de bordo. Que vendo aquela imagem,
não deve ter entendido nada. Léo estava abraçado às costas de Nininha
enquanto Dane beijava sua boca.
Os três se ajeitaram em suas poltronas quando a comissária disse que
iriam pousar. Eles sorrindo que nem bobos e Nininha vermelha igual a
tomate, mas novamente sem vergonha de ser feliz. Ao sentir o avião pousar
no chão, voltou o frio na barriga e pensou: — Chegamos!!
Desceram do avião, passaram pelo setor de desembarque, cada um
trazia uma bolsa à tira colo. Léo segurando sua mão e Dane com a mão em
sua cintura. Ao invés de ficar envergonhada se sentiu cuidada, do jeito que
deveria ser. Preferiu não observar quem os observava. No guichê, Nininha foi
se informar sobre como pegar Brutus. Indo em direção ao local indicado,
aguardaram o responsável e após os trâmites feitos receberam Brutus. Nesse
meio tempo ela avisou por mensagens as amigas e seu pai que iriam demorar
um pouco.
Seu pai já estava indocil na área de espera do desembarque. Bruna
abraçava seu Silva e tentava com suas piadas fazê-lo relaxar um pouco.
— Não sei o porquê de tanta demora, me informei e os passageiros do
voo em que vieram já sairam, quase todos. — Dizia irritado.
— Sim tiooo, "quase" todos, eles ainda vão sair. Calma, sua garotinha
já está vindo aí, acompanhada de seus homens com H maísculo. Talvez
estejam dando uns amassos. — Disse Bruna engraçadinha levando um olhar
fulminante de seu Silva e Lary.
— BRUNA, TÁ MALUCA? — Repreendeu Lary.
— Ai gente, eu não falei nada de mais. Eu se fosse eles estaria dando
uns amassos, esqueceu que eles vão dormir hoje na casa do pai dela. — Falou
Bruna toda segura do que dizia.
Seu Silva soltou um meio sorriso balançando a cabeça, já conhecia
esse jeito livre e impulsivo da amiga de sua filha.
— Bom Bruna, eles passaram meses juntos, um dia ou dois não vão
mata-los.
— O senhor diz isso porque ainda não viu aqueles Deuses do Olimpo
como diz sua filha. Eles refletem desejo e luxúria...
— BRUNA?!?! QUER CALAR ESSA BOQUINHA LINDA!! —
Soltou Lary quase em um grito vendo a cara de incomodado que seu Silva
fazia.
— Tá, tá bom, fechei. AFF!.
O pai de Nininha preferiu nem comentar, Bruna não tinha qualquer
filtro entre o que pensava e o que saia de sua boca. Se concentrou em olhar o
portão de desembarque e aguardar sua pequena enquanto as suas amigas
conversavam ali perto.
Seu Silva estava morrendo de saudade de sua menina. Os últimos dias
foram carrascos. Passou por sua cabeça cada lembrança linda de sua filha. O
que o fez remexer nos álbuns antigos. O que também o levou a relembrar de
sua amada esposa.
O coração dele já sensível pela falta de sua filha não aguentou lembrar
também de sua esposa. Seu Silva chorou, e novamente se questionou o
porquê de a perder tão cedo. Pensava também em como ela lidaria numa
situação como essa que Nininha estava vivendo. Saberia melhor que ele com
certeza.
A mulher que havia escolhido para sua vida e para ser mãe de seus
filhos, era extremamente amorosa, espirituosa, um ser evoluído. Colocava
todo amor do mundo em tudo o que fazia. Mesmo o pouco tempo que tiveram
juntos ainda era muito mais do que ele merecia, e ainda deixou o presente
mais maravilhoso que ele poderia receber em sua vida, que era sua pequena
Nininha. A luta foi grande. Como perder o amor de sua vida, o ar que
respirava e ainda ser forte o suficiente para criar sozinho uma criança? Uma
menina. Sua garotinha, seu bebê. Na verdade, seu Silva sabia que mesmo em
outro plano sua amada esposa o ajudaria, e o está ajudando sempre. Era nela
que ele encontrava a razão, o estímulo para tudo o que fazia com Nininha.
Queria mostrar para ela que se empenhava em realizar um bom trabalho, que
o presente que ela deixara ele cuidava com zelo.
Plantado de pé em direção à porta de desembarque, seu Silva passava
pelos pensamentos que teve durante às últimas semanas. Seus olhos
começaram a umidecer até que de repente, tudo brilhou, sua visão nublada
pelo início das lágrimas avistou a razão de sua felicidade. Sua pequena
vestida num corpo de mulher, linda, dona de si, vinha em sua direção com um
sorriso enorme que o fazia derreter por inteiro. Ele vivia por esse sorriso, por
esse brilho no olhar. Trazia uma mochila no braço e em cada lado seu, um
homem enorme como havia mencionado Bruna, carregando carrinhos com
malas e a acompanhando como cães de guarda. Mas seu Silva não teve muito
tempo para observar melhor os caras que pareciam seguranças de sua filha,
pois ela num impulso ao vê-lo, soltou sua mochila e correndo se atirou no seu
colo como sempre fazia quando ficava algum tempo longe dele. Nos seus
braços seu Silva pode sentir sua menina, seu bebê de volta. Mesmo com
tantas mudanças algumas coisas se mantiam às mesmas, seu colo lhe
pertencia e ali ela se aninhava. Tomado de todo amor do mundo coube ao seu
Silva acarinhar e mimar sua filha, lhe dando conforto e segurança. Mal sabia
sua Nininha, que era ela quem lhe confortava e lhe dava a segurança que ele
precisava para saber que apesar dos amores de sua vida, ela sempre estaria
pronta para pular no colo do papai.
— Shiiii... Minha menina, shiiii! Não precisa chorar, pronto estamos
juntos de novo. Também estava morrendo de saudades. — Dizia seu pai
afagando os cabelos dela.
— Oh, papai! Senti tanto sua falta, tanto. E agora que lhe vi, parece
que a saudade era maior, como pude ficar tanto tempo longe do senhor? —
Soluçava Nininha ao falar.
— Faço uma ideia do por quê!... Aliás, duas ideias rsrsrs deve ter
ficado bem ocupada...... — Bruna soltava insinuante olhando para Dane e
Léo.
— BRUNAAAA…. VOCÊ NÃO TOMA JEITO. — Vociferou Lary
para a amiga, lhe dando mais um tapa em seu braço.
— AÍ!...... Lary, não sou saco de pancada não.
— Não, saco de pancadas realmente não é, mas para ser
inconveniente tá no ponto.
Entre risos e sob o olhar afiado de seu Silva, Bruna ficou
resmungando.
— Deixaaa Lary, já conhecemos Bruna, não tem qualquer filtro. —
Falou Nininha sorrindo para Lary, desceu do colo de seu pai e foi na direção
das garotas. — E aí vacas sentiram minha falta?
Bruna e Lary logo ocuparam o espaço de seu Silva (empurrando-o
para o lado) e em um abraço triplo deram as boas vindas a ela. Elas também
sentiram sua falta, trocaram algumas palavras e afetos. Mas ao perceberem
que deixaram os amigos e seu Silva numa saia justa, se afastaram de Nininha
dando espaço para que ela fizesse as apresentações. Não antes, é claro, de
Bruna e suas indiretas diretas.
— Espera aí tio, deixe eu cumprimentar meus cumpadres antes do
senhor aniquilar eles. — Disse Bruna ao sair do abraço das amigas e passar
pelo seu Silva indo até Dane e Léo. Abraçou os dois ao mesmo tempo pelo
pescoço e falou. — Bem vindos de vez garotos e boa sorte com a fera.
Léo faceiro que só, riu da brincadeira de Bruna e logo disse também:
— Pode deixar, já fui domador de cães.
— Pelo amor de Deus, Léo!!! — Soltou Dane nervoso de maneira que
só eles três ouviram fazendo Bruna rir.
Os dois terminaram de falar com Bruna, logo Lary se juntou a eles e
os cumprimentou também. Eles trocaram palavras com as amigas de sua
mulher e a viam abraçada ao pai olhando sorridente para eles.
— Bom crianças, é claro que não matamos a saudade ainda, isso aqui
foi só um aperitivo, temos muitas coisas para conversar. Mas tenho certeza
que estão cansados e ainda tem muitas coisas para resolver, enfim. Amiga,
viemos aqui apenas te receber e acompanhar o tio, depois marcamos algo
para colocarmos o papo em dia. — Falou Lary roubando novamente Nininha
dos braços de seu pai, seguida de Bruna que não podia deixar de dizer alguma
bobagem.
— Deixa eu traduzir o que Lary disse, "Nós vamos embora porque
não queremos ficar no meio do seu pai, você e esses dois grandalhões. Todos
armados, menos você. Mas contigo não nos preocupamos, pois todos te
amam então você sairá ilesa." Amu tu! Tchau povo lindo! Paz e amor!
Saindo puxada por Lary, Bruna ria de suas próprias palavras e das
caras que deixou atrás dela. Lary ia xingando Bruna baixinho de tudo que era
nome, mas no fim, riu junto com ela.
— Bruna, Bruna, você não é mole mesmo.
— Eu heim, só falei verdades. Vocês é que são muito encanados.
— Doida!
Vendo suas amigas se afastando Nininha também ria, já imaginava
Lary xingando Bruna enquanto ela se defendia. Saudade dessas loucas.
Porém agora, o assunto é outro. Apesar de não ser exatamente uma
experiência como a que Bruna falava, também não era algo tão confortável
estar entre seu pai e seus namorados. Dane estava com cara de quem queria
vomitar e Léo parecia um palhaço com um sorriso enorme cobrindo todo o
rosto. Seu pai, sustentava um olhar austero de um para o outro, esperando ver
qual dos dois correria primeiro.
Ela deu uma respirada e começou as apresentações:
— Pai esses são Dane e Léo. Quer dizer, Daniel e Leonardo. São eles
que me fizeram acreditar que o amor existe e que somos almas à procura de
nossos pares. No meu caso, fui presenteada por esses dois maravilhosos
homens que tenho certeza que o senhor ao conhecer vai entender o porquê de
minhas decisões e mudanças. — Virando-se para seus homens continuou. —
Meninos, esse é meu pai Antônio Silva, mas podem chamá-lo de seu Silva.
Para Dane, no aeroporto, parecia estar apenas eles quatro. Não ouvia e
nem via mais ninguém, podia sentir o suor descendo por seu pescoço.
Observava sua menina falando e ficou envaidecido com o que dizia, mas
esperou como um cão pelo frango de padaria, a reação do futuro sogro às
suas doces palavras.
Léo derretido ao ouvi-la pegou em sua mão e beijou dizendo:
— Está errada princesa, o único presente aqui é você. Nós é que
temos sorte.
— Muita sorte! — Enfatizou seu Silva.
— Então, já estão apresentados. Podemos ir? Pai, tem certeza de que
quer que nós vamos direto para sua casa?
— Diz "sua casa" como se já não fosse mais tua também.
— Desculpa pai, maneira de falar.
— Entendi. Mas não, não mudei de ideia. Pelo contrário me preparei
para receber você e seus "namorados". Preparei algo para jantarmos mais
tarde e até escolhi um bom vinho para acompanhar. Seria desfeita não irem,
acredito que os cavaleiros não recusariam um convite do futuro sogro.
— Claaaro que não recusaríamos, pensamos em conhecê-lo em outras
circunstâncias, mas aceitamos seu convite e estamos ansiosos para conhecer o
senhor melhor, e esta é uma ótima oportunidade. Já agradecemos sua
hospitalidade.
— Disse Dane tentando ser seguro e conciso escondendo o nervoso.
— Isso, o senhor é quem manda, vamos adorar ser recebidos na casa
onde nossa princesa cresceu e conhecê-lo melhor e o mundo dela. Tudo
aconteceu tão rápido, mas está na hora de frear um pouco. Queremos lhe
provar que não estamos de brincadeira com sua filha, que nossas intenções
são as mais sinceras e que apesar de acordarmos nós três por um futuro
juntos, não queremos jamais passar por cima de sua autoridade. Queremos
muito que o senhor faça parte de nossas vidas e esse encontro é o início para
que tudo dê certo. — Confirmou Léo.
— Está fazendo um bom trabalho para tentar me impressionar, Léo.
Está usando seus conhecimentos como adestrador de cães? — Respondeu o
pai de Nininha se direcionando para Léo com um ar bem irônico, lembrando
do que havia dito anteriormente.
Nininha pôs a mão na boca para segurar o riso, Dane vendo seu amigo
sem palavras sendo encarado pelo sogro quase emitiu uma risada também,
parou ao receber o mesmo olhar de ironia que seu Silva lhe enviou, como se
pergunta-se: "Vai rir?". Dane engoliu o sorriso e fez um som de tosse seca
tentando disfarçar.
Logo o clima foi cortado com um outro tipo de barulho, um latido lânguido
vindo de um dos carrinhos com malas.
Brutus tentou espreguiçar na caixa de transporte apertada, mesmo
grande era apertada. Seu Silva procurou de onde vinha o latido, até que
encontrou.
— O que é isso, um cão? — Interrogou seu Silva.
— Sim pai, esse é Brutus, é o cão dos meninos desde pequeno não
podíamos deixá-lo. Ainda está meio sonolento por conta do relaxante que o
veterinário lhe deu, mas logo logo estará bem.
— Você não me falou sobre cachorro.
— Eu sei pai, surpreesa! As coisas tem sido corridas e acabei
esquecendo.
— Seu Silva, o senhor não precisa se preocupar, eu e Léo levaremos
nosso cão para o apartamento e depois nos encontramos em sua casa. —
Tentou explicar Dane.
Mas seu Silva notando desde o início uma certa tensão vinda de Dane
quis fazer seu ponto.
— Dane, não se preocupa, não vai ser um cachorro que fará eu mudar
de ideia em relação a vocês irem lá para casa. Acho bom pararmos de
conversa e ir logo. Esse cão, coitado, deve estar querendo sair dessa caixa e
vocês devem estar com fome, sede. Pois bem, me sigam, o carro está na
garagem. Espero que caiba todos dentro dele.
Sem mais, seu Silva abraçou sua filha e saiu andando rodeado por
seus genros e um cachorro.
No carro foi bem apertado, mas seu Silva deu um jeito. Dane foi na
frente ao seu lado, após insistir muito de irem de taxi, sem sorte. Em meio ao
trânsito que estava caótico, iniciaram uma conversa aleatória que começou
com trânsito, passando pelo tempo e terminando em futebol. Para sorte de
todos, nenhum deles gostavam muito de futebol. Não ligavam para time. Seu
Silva então achava desnecessário, achava um desperdício de dinheiro e
nocivo para sociedade diante das brigas e rixas entre torcidas. O esporte
deveria ser para unir as pessoas e não afasta-las.
Ao chegarem, Nininha se alegrou ao ver a casa em que cresceu. Não
era uma casa grande e nem a mais bonita da rua, mas era seu lar. Desceu do
carro e foi logo pegando Brutus. Léo já se via ciumento com tanta atenção
dela dispensada ao seu cão. Ela entrou no quintal e foi logo arrumar espaço
para Brutus que rápido se ajustou ao local. Seus homens e seu pai tiravam às
malas do carro e trocavam uma ou duas palavras. Léo sempre risonho e
brincalhão, Dane mais calado tentando não demostrar nervosismo,
fracassando terrívelmente. Nininha começou a achar que seu pai tava
pegando pesado na cara feia, ela sabia que ele não era assim. Ficou triste ao
imaginar que ele poderia não gostar deles.
Todos entraram e seu Silva foi um anfitrião acolhedor. Deixou os três
a vontade para fazer o que quisessem. Léo quis tomar banho e Dane queria
lanchar. Nininha deixou Dane com seu pai na cozinha e mostrou o banheiro
para Léo. Na porta do banheiro ele a agarrou e disse em seu ouvido:
— Tem certeza que não tem como você tomar banho comigo
enquanto seu pai está ajudando Dane com o lanche?
— Aí Léo, para, claro que não. Me solta meu pai pode vir. Sai... Tá,
só um beijinho.
Bufando, Léo agarrou ela mais um pouco, encostando-a na parede e
tirando um beijo fogoso. Por alguns minutos suas mãos sondaram seu corpo,
fazendo-a suspirar de prazer. Fugindo do fogo que se iniciava Nininha
conseguiu se afastar das garras de Léo e correu para cozinha rindo feito
criança. Léo ficou para trás duro como pedra, entrou no chuveiro e lá mesmo
aliviou sua tensão. Seria uma noite difícil essa.
Chegando à cozinha, Nininha estava esbaforida pelo assédio sofrido.
Dane a olhou com desejo, pois sabia que ela estava excitada, reconheceu em
sua face. Pensou que provavelmente Léo tentou tomar seu tempo com ela.
Balançando a cabeça continuou cortando os pães, implorando a Deus que Léo
se comporta-se melhor na frente de seu sogro.
— Que cara é essa menina, vermelha feito pimentão? — Questionou
seu pai ao vê-la entrar.
Nininha passou por ele lhe deu um beijo na bochecha e seguiu para
Dane o abraçando por trás. O que o fez ficar parecendo um robô.
— Calor pai, o Rio continua quente.
— Ahã! — Respondeu seu pai desconfiado.
O resto do tempo foi bem agradável, ao passar das horas o clima foi
ficando bem mais amistoso. O papo fluia bem entre os homens. Tinham
muita coisa incomum entre eles. Nininha aproveitou e arrumou o quarto, quis
esconder a tela em que estava trabalhando, pois só queria mostrar-lhes
quando estivesse terminada.
Voltando à sala, ficou feliz ao ver os três sorrindo relaxados, pareciam
falar de armas ou algo assim. Dane e seu pai pareciam concordar a respeito
de alguma coisa e Léo tentava impor sua opinião que era contrária. Olhando-
os assim seu coração palpitava, a certeza de que tudo se encaixava.
Já era noite e ela estava cansada e com certeza eles também, mas
nenhum dos dois queriam deixar de estar com seu Silva. Nininha decidiu
preparar o jantar que já estava previamente pronto. Notou que estava tudo
preparado para recebê-los, e a cena com o semblante sisudo em seu pai de
mais cedo, não combinava com toda essa casa arrumada para receber bem.
Deduziu que seu pai também deveria estar tão ou mais nervoso do que os
meninos. Ele não teria se preparado tão bem se o intuito fosse iniciar uma
guerra. Pelo contrário, ele veio sem armas, ele está preparado para aceita-los
por ela. Agradeceu a Deus pela sorte de ter um pai maravilhoso. É claro que
desejava ter sua mãe em sua vida, mas seu amado pai preencheu todos os
espaços possíveis com muito amor e compreensão.
Saltitante arrumou a comida e depois a mesa para o jantar.
Chegou à sala e chamou todos para virem para mesa. Dane a pegou pela mão
e se levantando beijou sua palma. Léo deu a volta no sofá e de encontro a ela
lhe beijou o rosto.
Seu Silva assistia aquela demostração de carinho com muito cuidado.
Observava o afeto que aqueles dois sentiam por sua filha. É claro que estava
longe, muito longe de entender o tipo de relacionamento que se criava à sua
frente. Mas tentava fazer como sua esposa dizia: "Olhe para as opiniões e
desejos dos outros com amor, porque você pode estar sendo olhado também e
como gostaria que fosse visto? Com amor ou ódio?"
Era isso que ele fazia, os olhava com amor e só encontrava amor. Sabia que a
vida para esse tipo de relação não seria fácil, mas o que é fácil nessa vida?
Ali saindo da sala de sua casa indo em direção à mesa de jantar, junto com
seus genros e filha, seu Silva já estava entregue. Ele sabia que seria difícil
para eles, no entanto não seria ele o primeiro obstáculo no caminho. Seria
sim, alguém que lutaria junto com eles pela felicidade de sua filha e do futuro
que ela escolheu para ela. E o mais importante em tudo isso é que mesmo em
poucas horas de conversa sentiu que ele tem lugar nesse futuro. Riu meio
bobo com seus pensamentos, que pularam de ideias para imagens de crianças
correndo e chamando-o de vovô.
Bem mais tranquilo, Dane descobriu que seu sogro não era um bicho
de sete cabeças. E descobriu um modo fácil de conquista-lo, fazer Nininha
feliz. Cada vez que ele percebeu o sogro olhando para sua filha entre eles,
nos pequenos gestos de carinho que tanto ele quanto Léo, lhe presenteava a
todo momento, via surgir um brilho em seu olhar. Ou seja, a única forma de
amanssar a fera é fazendo Nininha sorrir. Seria fácil então.
Ele conseguiu manter a conversa firme entre eles, Léo mesmo
brincalhão também se desenvolveu bem. O ponto auto para Dane foi quando
seu sogro concordou em relação à armas com ele, deixando Léo puto. Dane
precisava guardar isto para zoar Léo mais tarde.
Comiam uma lasanha maravilhosa, na verdade duas. Seu Silva
explicou que não sabia do que gostavam, então arriscou com uma bolanhesa e
uma quatro queijos. E também se preocupou em comprar um vinho tinto
encorpado de bom gosto, para acompanhar. Estava uma delícia, Léo
esfomeado comeu e repetiu. Seu Silva tinha um semblante no rosto de
contentamento. Nininha parecia uma garotinha pequena com as bochechas
rosadas, olhos brilhantes e sorriso cativante. Dane estava muito, muito feliz.
Vinho vai, vinho vem e todos estavam cada vez mais a vontade. Seu
Silva até fazia umas brincadeiras com Léo. Nininha como já estava
acostumada, após jantar, acabou sentando no colo de Dane, que apesar de
tenso no começo logo se fez tranquilo, pois não era nada de mais e seu sogro
teria que acostumar com essa intimidade sem maldade.
Por um momento o pai de Nininha ficou pasmo ao ouvir da boca de
sua filha o que lhe aconteceu quando chegou lá por conta de Lia.
Impressionado como ela lidou com a situação, a parabenizou pelo o
amadurecimento dela. Mas se queixou e reclamou do fato dela ter dado uns
tapas na garota. Nininha contava rindo, rindo.
— O que vocês fizeram com minha filha... Essa aí não é a mesma. —
Proferiu seu Silva rindo preocupado.
— Papai, aquela uma estava merecendo muito mais, eu fui até
boazinha.
— E vocês dois, desse tamanho todo não conseguiram domar essa
criatura?
— Sabe o que é sogrão... Digo, seu Silva, sua filha quando encasqueta
com uma coisa não tem quem a faça mudar. E eu não vou contra ela, e nem
Dane.
— Pois vou dizer, vocês vão criar um monstro. — Disse seu Silva em
tom de brincadeira o que fez todos gargalharem.
— Sabemos disso, seu Silva, sabemos. — Falou Dane levando a taça
a boca para mais um gole.
Quando a conversa mudou um pouco o tom, seu Silva começou a
questiona-los sobre futuro, trabalho. Também não se conteve e perguntou
sobre este tipo de relacionamento, o que esperavam, como seria daqui para
frente… Nininha fazia menção de falar, mas Dane, quanto a isso muito
seguro, respondeu e esclareceu junto com Léo os pontos que seu Silva
levantava.
E no momento em que Nininha começava a retirar a mesa, Dane olhou para
Léo que leu em seu olhar o que faria, naquele entendimento que só eles
tinham. Seu Silva percebeu, mas aguardou.
— Princesa, vem aqui.
Ela veio e se sentou em seu colo. Nesse momento eles estavam de
lado para Dane e de frente para seu Silva. Então Dane pousou sua taça após o
último gole na mesa e enxugou os lábios com o guardanapo. Fazendo aquele
barulho como se estivesse coçando a garganta, se levantou e começou a falar
se dirigindo ao seu sogro que o olhava sem saber o que esperar.
— Seu Silva, eu Daniel e meu amigo e irmão Leonardo, não temos
como agradecer a sua hospitalidade. Mais que isso, nunca na nossa vida
conseguiremos demostrar tamanha gratidão pelo presente maravilhoso que é
poder ter Paulina em nossas vidas, através do seu amor e da educação que o
senhor lhe deu, fez dela a mulher que nos apaixonamos e queremos passar o
resto de nossos dias. Sonhamos em construir uma família e ser pais tão
amorosos quanto o senhor foi e é para ela. Sabemos o quanto é difícil para o
senhor entender tudo isso, mas para nós também é, acredite. Porém, é esta a
vida que queremos para nós, não existe a possibilidade de não ficarmos
juntos. Estamos ligados de maneira que ainda não entendemos, mas podemos
afirmar que é real e divino. Então é com essa certeza em nossos corações que
decidimos ficar juntos, mas para que isso se concretize da maneira certa,
precisamos de uma coisa.
Léo estava tão tenso quanto Dane, mas a energia que sentia ao redor
era boa. Sua princesa em seu colo não estava entendendo nada e olhava dele
para Dane confusa. Seu sogro tinha uma expressão no rosto avaliativa e
cautelosa. Foi então que Dane olhou novamente para Léo que rapidamente
levantou Nininha do colo e a colocou sentada na cadeira em que estava, então
os dois estavam de pé de frente para seu Silva e Nininha, que continuava sem
entender.
— Pois é sogrão... Quer dizer... Seu Silva, como disse meu irmão e
amigo aqui, só precisamos de uma coisa para que possamos iniciar essa nova
história. Nós amamos sua filha, muito. Ela roubou nossos corações e nós
estamos presos um ao outro. Nós viveremos esse amor que nos consome de
qualquer forma, mas para tudo ser perfeito, desejamos que o senhor nos
conceda a permissão para pedir a sua filha em casamento. Seu consentimento
é muito importante para nós três…
E então, o senhor aceita, quer dizer, nos concede a permissão para pedir sua
filha em casamento?
(Silêncio.)
As pernas de Dane e de Léo tremiam levemente. Seus olhares não
saiam de seu Silva. Nininha, ainda bem que estava sentada, pois se estivesse
em pé caia. Estava no céu com as palavras que os dois diziam, tanto que não
percebeu a real intenção de seus discursos. Ela só retirou os olhos deles ao
ouvir a voz de seu pai.
— Então, vocês acabaram de chegar em minha casa, comeram e
beberam, e me dão um tiro assim, a queima roupa...
— Seu Silva é que .....
— Não Dane, deixe-me falar. Eu escutei vocês e agora está na hora de
me escutarem.
— Sim, senhor! – Os dois responderam como soldados.
— Papai pega leve...
— Calma filha, não se preocupe. — Respondeu a ela e logo voltou
sua atenção para aqueles dois homens grandes à sua frente. — Pois bem,
quero lhes contar uma pequena história, há algum tempo atrás eu era o
homem mais feliz do mundo. Tinha uma esposa dos sonhos, grávida e
descalça em minha cozinha. O tempo foi passando e por um motivo que
nunca vou entender, Deus levou ela embora e me deixou um pedacinho dela.
Como viver depois disso? Foi extremamente difícil. A vida é difícil. Mas se
vivermos por amor, ultrapassamos qualquer obstáculo. E isso aprendi com
ela. Dali em diante, minha única razão para viver eram aqueles lindos olhos
castanhos brilhantes. Cada sorriso, cada alegria, cada vitória que minha
garotinha tinha era a recompensa por todo o trabalho árduo. Quando eu
descobri como deixar aqueles olhos brilhantes e manter o sorriso o máximo
de tempo em seus lábios, vivi para isso.
Desde que minha bebê nasceu, meu coração não bate mais dentro do meu
corpo. Bate no sorriso e no olhar brilhante dela, onde ela estiver. Mesmo que
esteja longe de mim.
Eu já havia conversado com ela sobre vocês, e toda essa nova situação, e sabe
o que descobri?
— Não... — Ainda respondiam juntos.
— Descobri que, ao falar de vocês a primeira vez, ela estava com
aquele olhar brilhante e mesmo ao telefone o som daquele sorriso era
constante. Que as decisões que ela tomou após conhecer vocês dois, mesmo
que confusas, ainda havia aquele brilho no olhar. Que em todo esse tempo
desde que vocês se conheceram, só ouve uma vez em que faltou o brilho em
seus olhos castanhos e seu sorriso apagado. Foi no meio tempo após ela
voltar da primeira viagem que fez para encontrá-los. E sabe quando
felizmente vi o brilho e o sorriso voltar? Foi quando vi a decisão de voltar
para vocês dois e só sair de lá trazendo os dois a tira colo. Com isso, tenho
certeza de que vocês não precisam de minha permissão, pois ela já é de
vocês. E como disse antes, meu coração bate por causa desse olhar brilhante e
desse sorriso encantador... Mais que lhes conceder a mão dela em casamento,
eu estou colocando agora o meu coração, o meu mundo em suas mãos. Se
vocês manterem esse sorriso e esse olhar brilhante, vocês me mantém vivo.
Nininha ao ver as lágrimas descerem pelo rosto marcado do tempo de
seu pai, chorou junto e levantou para abraça-lo.
— Ooo meu pai, eu também te amo. Eu sou abençoada por ter um pai
como o senhor.
Dane estava bem emocionado, e Léo também. Cada um colocou a
mão no ombro de seu Silva compartilhando de sua emoção.
— Pronto filha, já passou, eu estou é ficando um velho chorão. Acho
que você tem uma resposta a dar para esses caras agora.
Nininha se afastou de seu pai, com isso Léo e Dane também tomaram
espaço e com o sincronismo que tinham, se ajoelharam juntos em frente a ela,
cada um com uma caixinha linda na mão. Como a que veio o cordão que lhe
deram.
Com as mãos no rosto sem acreditar no que acontecia na cozinha de
sua casa, Nininha dava uns pulinhos de alegria. Em nenhum livro em que leu,
achou uma cena como está. Era seu conto de fadas. E estava prestes ao seu
felizes para sempre.
— Então amor, você aceita ser nossa esposa para sempre? —
Perguntou Dane.
— Nossa esposa e é claro, mãe dos nossos filhos... Nós juramos
princesa, honrar você e nossa família para sempre. E aí? Vamos viver nosso
poliamor, com as bençãos de seu pai e de Deus, já não precisamos de nada
mais... — Dizia Léo.
— Ah, precisamos sim... — Virou Dane dizendo para Léo.
— Do quê, brother?
— Do sim dela... E aí amor, você nos aceita como seus maridos?
O ar estava faltando, a cozinha estava mais quente que o normal.
Nininha só ouvia as batidas de seu coração, mas tinha quase certeza que se,
se empenhasse um pouquinho, daria para escutar os outros três corações ali
presente. Sem querer esperar mais e sem nenhuma dúvida. Nininha gritou a
resposta se atirando nos dois homens que amava, caindo sobre eles e beijando
suas faces tirando sorrisos de felicidade de cada um.
— SIM…SIM...SIMMMMMM... “SIMZÃO”.
Seu Silva assistia tudo com a maior alegria. Era o que queria, fazer
parte mesmo que fosse como espectador da felicidade de sua filha. E ali
estava na primeira fileira. Não tinha como não chorar, ele ria, mas seus olhos
lacrimejavam.
— Nininha minha filha, você vai acabar matando os noivos antes de
casar. Levante daí, tenha modos. — Disse brincando.
Ela se levantou, logo depois Léo e Dane também. Com os três em pé
ela mostrou sua mão direita para que eles colocassem o anel. E foi quando
Dane terminou de vestir o anel no seu dedo e Léo começou a deslizar um
outro, que ela entendeu o porquê de duas caixinhas. Os anéis se encaixavam e
se formavam um só, lindo. O de Dane, era ouro com seu nome gravado ao
lado de um símbolo do infinito na parte de dentro. O que Léo encaixou
depois, era ouro branco, também gravado com seu nome e o símbolo do
infinito. Ela ficou ali, namorando sua mão com a representação por um anel
de compromisso, do pedido de casamento feito por eles. Agora não eram
mais namorados e sim noivos. Ela beijou cada um nos lábios e dizia
repetidamente que os amava. Sem graça, Dane tentou lembrá-la que seu pai
ainda estava por ali.
— Meu Deus, gente terminem de arrumar a cozinha e lavar a louça,
pois eu preciso ligar para as meninas agooooraaaaa..... — Disse Nininha
correndo para seu quarto onde estava seu celular.
Dane e Léo se entreolharam e se abraçaram como se parabenizassem
pelo pote do fim do arco íris que encontraram juntos.
Seu Silva ainda sentado na cabeceira da mesa, os olhava e tentava decifrar
seus movimentos. Claramente pode perceber a felicidade transbordando por
eles, e a cumplicidade curiosa que tinham entre si. Eram caras bons. Ele se
daria bem com seus genros, com certeza.
— E aí, acho que uma ocasião dessas pede um brinde, o que acham?
Ainda tenho mais um tinto desses. — Falou alegre e convidativo seu Silva.
— Valeu sogrão, quer dizer posso chamá-lo assim né, ou de papai o
que acha? — Dizia empolgado Léo ao som da risada de Dane.
— Nada de papai, Léo. Mas, sogrão soa bem.
— Cadê o vinho meu sogro, depois dessa preciso de mais um pouco
de álcool. — Falou Dane se deixando cair sentado na cadeira.
Da cozinha ouvia-se os gritos de Nininha falando com as amigas.
Os rapazes e seu sogro batiam papo e viravam a garrafa de vinho.
A intimidade se fez entre os três, era sogrão pra cá, meu genro pra lá, meu
sogro pra cá. Uma beleza. O álcool ajudou é claro. Mas se via ali o início de
uma grande amizade. Cada um daqueles homens desejavam a mesma coisa, a
felicidade de Nininha, então sendo assim o entendimento era uma questão de
tempo.
Algumas boas horas depois Nininha sonolenta veio na sala pela
terceira vez chamar seus noivos para dormir. Encontrou os dois ainda de
conversa com seu pai. Já estavam bebendo cerveja, e os três na boca do
palhaço.
— Pronto chega, já passou da hora do senhor ir pra cama pai. Tô
começando a achar que esses dois são má companhia para você. Vem.
Ao tentar ajudar seu pai a levantar para levá-lo ao quarto, Nininha foi
puxada por trás pelo Léo. Acabou caindo sobre ele e Dane que dividiam o
sofá de três lugares. Não contente Léo começou a fazer cócegas na barriga
dela enquanto Dane a segurava. Seu Silva ao invés de ajudar achava graça da
brincadeira.
Milhões de risos depois e quase uma calcinha mijada, ela conseguiu se livrar
deles.
— Vocês estão demais, acho bom todo mundo ir para cama agora se
não mudo de ideia quanto ao meu sim, heim.
Assustado, Dane se levantou e mesmo trôpego conseguiu colocá-la
sobre o ombro. Deu boa noite ao sogro pedindo linçenca, dizendo que ia
dormir.
Léo ao ver a cara de espanto do sogrão, foi logo tentando amenizar as
coisas.
— Sogrão, não liga não, eles são assim mesmo. É só brincadeira.
Bem, o senhor precisa de ajuda para ir para cama?
— Eu lá preciso de ajuda de homem para me botar na cama? Vejo que
ainda não conhece seu sogro.
— O senhor me interpretou mal... Mas então tá... Vou me retirar
também, até amanhã sogrão. — Disse Léo e no final tascou-lhe um beijo no
início de careca que seu Silva tinha.
— Ora seu puto... Vou te pegar... — Vociferou seu Silva saindo da
poltrona com dificuldade.
— Boa noite sogrão! — Gritou Léo do corredor.
— Boa noite, meu genro! — Respondeu voltando a se sentar na
poltrona rindo deles e dele mesmo. E pensando em voz alta disse. — Eu
posso me acostumar com isso.
No quarto apertado de Nininha havia um colchonete no chão e uma
cama de solteiro. Como Dane chegou primeiro deitou na cama com ela. Léo
resmungou e tentou se apertar com eles na pequena cama. Sem sucesso, seria
impossível. Puto se levantou e resolveu tomar um banho, viu que seu Silva já
havia ido se deitar. Escutava seu ronco do corredor.Voltou para o quarto e viu
na cama Dane aninhado nas costas de sua princesa dormindo pesado. Ela
estava de olhos fechados. Ao escutar o fechar da porta, ela abriu os olhos e o
encarou. Linda sua princesa, o que ele fez para merecer ele não sabia, mas
seria eternamente grato. Foi até ela e lhe beijou nos lábios, mesmo não sendo
a intensão o beijo foi esquentando. Ele terminou e se afastou ainda a olhando.
Deitou no colchonete e lhe disse boa noite.
Deitado de barriga para cima, com um braço sobre os olhos, passava
pela cabeça dele os acontecimentos deste dia. E de todos os momentos, o sim
dela foi o mais importante. Até agora... Quando ele começou a sentir uma
língua abusada no cós de sua box e um puxar do lençol para o lado. Se
fazendo de inocente, fez que nem estava sentindo. Nininha se acomodou
entre suas pernas e pôs a boca sobre seu pau mesmo com o pano da box entre
eles. Léo não conseguiu reprimir um gemido baixo.
— Shiiii garotão, você não vai querer acordar seu sogro.
— Não... Não mesmo.... Aaaaaaa... Continua amor, continua.
Nininha obedeceu, aproveitou e baixou a cueca fazendo seu pau
saltar. Recebeu esse pau volumoso e duro em sua boca salivante. Chupou até
a base o quanto pôde deixando Léo com a difícil missão de se manter em
silêncio. Na penumbra do quarto enquanto um de seus amores dormia
profundamente ela cuidava de dar prazer ao outro amor de sua vida. Tanto
ela, quanto ele, estavam loucos de tesão. Nininha segurou seu pênis firme e
chupou seu saco e a linha abaixo dele fazendo Léo se contorcer de prazer.
Voltou a abocanhar aquela cabeça inchada e deslizar os lábios pelo corpo
cheio de veias até o talo. Sentindo a garganta de Nininha pressionar a cabeça
de seu pau, Léo não se aguentou, gozou forte até a última gota, quase tirando
sangue de seus lábios da mordida que segurava seu gemido.
Nininha quase se engasgou com a volúpia de Léo, mas engoliu tudo o
que ele lhe dera. Quando foi se retirando para ir para sua cama, ele a deitou e
montou sobre ela.
— Você acha que vai aonde, gatinha safada? Daqui você só sai depois
de matar a minha sede.
— Léo, pelo amor de Deus, meu pai dorme no quarto da frente não
podemos fazer barulho.
— Ok isso eu já entendi, agora você que se vire. — Léo a respondeu
descendo por seu corpo e retirando a calcinha e o shorth que vestia com as
mãos e a boca.
Voltou com os lábios por suas pernas beijando até chegar em sua
buceta que já estava alagada. Léo chupou e chupou seus lábios vaginais como
a bala mais saborosa de sua infância. Nininha realmente se virava em tentar
não fazer nenhum ruído. O que foi quase impossível quando ele alcançou seu
broto inchado e se dedicou, ela quase gritou. Suas mãos subiam por dentro de
sua blusa e apertava seus seios possessivamente.
Seus bicos eram arodeados na ponta dos dedos dele como bem quisesse.
O prazer era seu algós e o orgasmo seu salvador. Colocou seu dedo
na boca mordendo para não gritar e quando sentiu o palpitar de seu clitóris no
estouro de seu clímax, surfou nas ondas repetidas do orgasmo que Léo lhe
deu se alimentando de sua buceta.
Mais calmos e abraçados no colchonete, Nininha não parava de olhar
seu anel de compromisso. Lembrar as palavras que foram ditas naquela
cozinha tanto de seu pai como de seus homens, fazia se sentir a mulher mais
amada do mundo.
— No que você está pensando?
— No quanto eu sou amada e sortuda.
— Sortuda eu não sei, mas amada com certeza. E eu e Dane junto
com seu pai vamos provar todos os dias nosso amor por você.
— Eu te amo, meu príncipe.
— Eu também, princesa.
Capítulo 47: Afinidades.

Era alta madrugada quando Dane ao se mexer na cama não


sentiu o corpo quente de sua menina. Inquieto, abriu os olhos e na escuridão

do quarto a procurou. Se sustentando nos braços e esticando a cabeça, a

encontrou dormindo feito um anjo nos braços de seu amigo sobre o

colchonete no chão.

Sua inquietude logo passou, estava segura. Os braços de seu amigo era uma

extensão dos seus. Voltou a se acomodar na cama, agora de barriga para

cima. Ainda estava meio tonto pela bebida, mas não a ponto de se sentir mal.
Perdendo o sono, se pôs a observar o pequeno quarto em que dormia.
Apesar da escuridão, batia nas paredes a luz da lua o que lhe permitia, agora
que seus olhos se acostumaram com a pouca luz, ver detalhes que antes não
havia percebido.
Além da cama de solteiro com armação de ferro rosa, havia também
uma penteadeira que combinava e um armário que era branco. No teto um
ventilador e uma pequena constelação de estrelas, luas e outros astros
brilhantes. Sorriu ao ver isso. Não era um quarto infantil, mas romântico,
feminino.
Havia nas paredes alguns quadros, uns de fotos e outros que pareciam
pinturas de paisagens, fez uma anotação mental para de dia ver de perto e
tirar a dúvida se seriam de autoria de sua noiva.
Noiva.
Essa palavra surgiu em sua mente e se multiplicou, fazendo mudar o
foco de seus pensamentos. Rebobinou o tempo para o dia em que a conheceu
e reviveu os acontecimentos que os fizeram chegar até aqui. Como sua vida
mudou em alguns meses, e como sobreviveu antes sem sua menina. Agora,
sua noiva.
Sentia um amor que não cabia no peito. Olhou novamente na direção dela e
seu amigo abraçados dormindo. Sentiu-se feliz e sentia necessidade de fazê-
los felizes também, faria de tudo para isso.
Espreguiçando-se virou de lado para parede, ainda com os
pensamentos a mil. Passou por sua cabeça agora o momento em que seu Silva
abriu seu coração e lhes concedeu a permissão de casar com sua filha.
Permissão essa que era certa, ao seu ver, já que o coração de seu sogro ia
onde o dela fosse. Sábio seu Silva, ele sabia que ela entregou seu coração
para eles e conhecia sua filha o suficiente para saber que não estava agindo
impulsivamente, e sim levada por um sentimento puro, verdadeiro e maior
que ela. Não haveria dúvidas que esse pai, estaria do lado dela sempre, e não
agia para provar nada à ninguém, a única responsabilidade que ele tinha era
ver sua filha feliz. Dane viu em seus olhos a felicidade que ele sentia ao vê-la
sorrir.
Porém, Dane nem Léo ousariam pensar que foi tudo fácil demais.
Pelo contrário, sabiam que teriam que conquistar a confiança de seu sogro
todos os dias e, com o tempo, provar para ele que são os homens certos para
cuidar de Nininha e fazê-la feliz.
Quase relaxando após tanto pensar, sentiu uma mão quente deslizando
de sua cintura até o seu peito. Parou na altura em que seu coração batia.
Sentiu o corpo de sua mulher se aconchegar atrás do seu e o hálito quente
dela na curva de seu pescoço.
Sorriu.
Nininha lhe deu um aperto como podia nessa posição e ao sentir o
compasso acelerado do coração dele o questionou sussurrando em seu
ouvido:
— Nossa amor, seu coração está acelerado. Está bem?
Segurando a mão dela sobre seu peito, entrelaçou seus dedos nos dela
e ainda de olhos fechados só sentido a quentura de seu corpo, sorriu e
murmurou:
— Uhumm... Estou, agora bem melhor. E ele sempre bate assim,
descompensado ao pensar em você, sobre você e ao seu toque.
Jogando uma perna por cima do quadril de Dane, ela se aproximou
ainda mais de seu corpo, se roçando em suas costas como um bichinho
manhoso. Beijou sua nuca cheia de dengo e foi dizendo:
— Com certeza você diz isso para todas...
Ao ouvir às palavras dela, Dane repentinamente se virou sobre ela a
surpreendendo e se encaixando por cima de seu corpo por entre suas pernas.
Segurou seus pulsos sobre a cabeça dela, o que a permitiu fechar as mãos se
segurando no ferro da cama. Apesar de assustada já estava excitada com o
clima febril que se transformava toda aquela conversa ao pé do ouvido.
Seu rosto acima do dela, olhos nos olhos, na face de Dane uma mistura entre
fúria e desejo.
Nininha sentiu os joelhos dele afastando ainda mais as suas coxas, o
deixando bem próximo ao seu sexo que estava ainda livre desde que Léo a
saboreou. Nininha sentiu seu corpo começar a formigar, daquele jeito que a
deixava louca. Mas ainda não compreendia esse ato repentino de Dane, até
que ele falou entre os dentes:
— Nunca mais duvide das minhas palavras em relação a você… —
Pausou e a beijou, chupou seu lábio superior e continuou a falar. — ...Nem ao
nosso relacionamento. Nunca nenhuma mulher tomou qualquer espaço no
meu coração e nos meus pensamentos. Até você chegar. Você é a única dona,
soberana tanto de meus pensamentos quanto do meu coração. As palavras
que digo a você, são únicas.
A beijou novamente, terminando com uma mordida em seu lábio
inferior. Dane abaixou seu shorth, com uma mão enquanto a outra mantinha
prendendo os pulsos dela, livrando seu membro muito vivo e pulsante,
sentiu a cabeça que já estava melada ir de encontro com as carnes macias,
úmidas e já expostas de sua mulher.
— E eu que achei que teria sorte por ter chegado primeiro ao quarto e
dormir ao seu lado. Vejo que Léo se divertiu antes de dormir. — Disse ele ao
sentir que ela estava sem calcinha.
— É... Você dormiu... — Nininha sorriu dizendo insinuante.
Mas Dane não estava para brincadeira, direcionando seu pau na
entrada de sua vagina a fez abrir a boca soltando um "Ooo" contido ao sentir
a espessura tensa abrindo espaço em seu canal escorregadio e fervente. A
princípio lento, e após a inchada cabeça passar pela borda da entrada de sua
vagina, uma estocada dura e profunda, seguida de uma rebolada saliente a
fez se contorcer. Ainda bem que Nininha se segurava ao ferro da cama,
porque o que veio a seguir, tomou proporções gigantescas. Sob o domínio do
corpo e do olhar de Dane, Nininha foi possuída literalmente. Não conseguiu
abrir a boca para falar que tinham que ter cuidado com o barulho.
Dane se metia dentro dela sem tirar os olhos dos seus, a não ser vez ou outra
quando ele mesmo queria esconder um gemido beijando em sua boca. Às
vezes, mordia seu pescoço e linha do queixo. Estava focado em tomar sua
noiva e provar para ela que era a única que o deixava assim, ensandecido.
Entregue, Nininha se doou ainda mais, abrindo-se o quanto podia para
dar acesso sem limites ao seu corpo que se transformava em massa mole sob
o dele. A cabeceira da cama começou a bater na parede e fazer barulho, não
tão escandaloso, mas no silêncio da noite poderia se escutar de fora do
quarto. O corpo de Nininha já não suportava mais segurar o prazer e os
gemidos. Não queria nem saber mais, se estavam ou não, fazendo barulho.
Chegaram naquele momento do sexo que só o que importa é o prazer. O ar já
não chegava ao seus cérebros para mantê-los conscientes. Todo o mundo
deles, no momento, se concentrava no movimento em que seus quadris
faziam. Como se fossem placas tectônicas se batendo, provocando terremotos
que se traduziam em seus músculos tremendo, ao receber enfim o que
buscavam numa explosão vulcânica que se transformou em orgasmo.
Dane caiu em cima dela respirando com dificuldade, sentindo seu
coração quase saindo pela boca. Levantou os olhos ao rosto dela e a
encontrou de olhos fechados, bochechas vermelhas, testa suada e um sorriso
no lábio. Ele abaixou novamente a cabeça e a acomodou entre seus seios
ainda com a blusa, coitados foram negligênciados, até agora. Dane fechou
cada uma de suas mãos em seus seios vultuosos e se pôs a descansar, ainda
sentindo os espasmos que a boceta dela fazia em volta de seu pau que
demoradamente voltava ao seu estado natural.
— Uau, bela maneira de ser acordado. Mas acho bom vocês torcerem
para meu sogro não ter sido acordado também. Que vergonha, Daniel, tsc...
tsc...tsc..., logo você o todo "vamos ser responsáveis enquanto estivermos na
casa do pai dela". — Disse Léo sonolento e gozador.
— Léo... Vai se fuder, tô sem forças para brigar. — Respondeu Dane,
rindo e mandando o dedo do meio para Léo que os observava do colchonete.
— Merda, Dane. Léo tá certo, será que meu pai escutou, que
vergonha, ele não merece essa falta de respeito. — Disse Nininha tentando
sair debaixo de Dane, ouvindo ele resmungando.
— Não me lembro de você preocupada uns minutos atrás e aliás tudo
o que ele quer é te ver feliz, e a sua cara é o reflexo da felicidade... — Dane
disse rindo a puxando para um beijo que foi retribuido.
— Culpada!!! — Disse ela entre o beijo sorrindo também.
Léo sorriu e se virou para tentar dormir novamente, estava exausto.
Nininha olhou Léo no colchonete e virando-se para Dane o puxou para ir para
lá também. Ela abraçou Léo por trás e logo Dane se aconchegou ainda com o
pau pra fora em suas costas. Nininha sentiu seu pênis semi duro e ainda
molhado de seus sulcos nas bandas de sua bunda, deu uma roçada nele, o que
lhe tirou um suspiro tenso.
— Depois não reclama danada… — Disse ele em seu ouvido lhe
dando uma leve mordiscada na orelha e retribuindo a roçada, segurando em
um de seus seios.
— Ei vocês dois, querem se aquietar. Se vão dormir comigo é melhor
pararem de sacanagem, não quero passar o dia recebendo olhar desconfiado
do meu sogro pelos barulhos deste quarto. — Susurrou Léo.
— Falou a gazela educada. — Zombou Dane dando um tapinha
amistoso no topo da cabeça de Léo.
Nininha segurava o riso e se aninhava ainda mais entre eles.
Os três se acalmaram e juntos no chão, sobre um colchonete e alguns lençóis,
dormiram o restante da madrugada.
O dia amanheceu e com ele veio uma manhã de céu azul e sol
brilhante. Seu Silva tomava seu café preto pelando, na varanda de sua casa.
Ao seus pés, estava Brutus resonando.
Ele já se afeiçoou ao cão, assim como aos seus genros. Balançando a cabeça
de forma negativa, seu Silva pensava que estava era ficando mole demais.
Esticou o pé sem o chinelo e com ele acariciou a cabeça peluda do animal.
Seu Silva não tinha o costume de extrapolar na bebida desde que
perdeu sua esposa. Tinha medo de virar uma fulga e por consequência se
tornar um vício. Ele não podia ter se dado ao luxo de se anestesiar diante da
perda, pois tinha a responsabilidade de continuar por sua filha. Porém ontem,
se deixou levar. Não achava que havia bebido tanto, a não ser pela dorzinha
fina que se instalou no alto de sua cabeça, e o fato de ter dormido que nem
pedra esta noite, pensou que misturar o vinho com as cervejas não foi tão
legal. Acreditava que o café preto forte e sem açúcar pudesse fazer passar um
pouco essa sensação de mal estar. Afinal, acordou disposto a organizar um
churrasco de noivado para sua filha no final de semana que se aproxima. E
talvez, com isso, convencê-los a voltarem para o apartamento só depois,
dando a ele a oportunidade de conhecer melhor seus dois genros.
Lembrando que deveria fazer uma limpeza nos seus equipamentos de
churrasco que havia anos sem uso, passou a pensar em quem convidar. É
claro que as amigas de Nininha estariam aqui, aliás ele poderia apostar que
daqui a pouco elas apareceriam por ali. Ele não tinha contato com algumas
pessoas de sua família e nem com a parte da família de sua esposa, então
restavam só os amigos. Mas e seus amigos, quais deles chamar.
Na verdade ele achava que só o fato dele considerar amigo, já era um pré
convite, mas seu Silva não era inocente e sabia que as pessoas se mostram
quando não aceitam alguma coisa e podem ser maldosos sem pensar em
consequências.
Detestaria ter que lidar com comentários infames e preconceituosos
sobre a situação de sua filha.
Passou um tempo ali a pensar sobre isso. Teria que encarar a realidade, a
partir de agora ele conhecerá seus verdadeiros amigos. Até porque estava
preparado para defender com unhas e dentes sua filha e seus futuros genros.
Optou por escolher da seguinte maneira, lembrou de quando assuntou sobre o
tema de poliamor. Então dosando as opiniões com os verdadeiros afetos que
tinha, sentiu quem ele compartilharia sua felicidade.
Sim. Sua felicidade. Pois não é uma felicidade para um pai, poder estar vivo e
ver sua filha encontrar o amor?
Em saber que ela é amada, adorada e protegida, não só por um, mas por dois
homens? Homens que através de suas pesquisas informais, não há nada que
manche suas histórias de vida. E melhor ainda, suas presenças não emitem
nenhum sentimento de descofiança e falsidade. Sentia verdade entre eles, a
mesma verdade que via de sua filha para eles.
— Bom dia sogrão!... Ainda posso lhe chamar de sogrão, né? Quer
dizer, nada mudou de ontem para hoje, nenhum problema. — Chegou Léo
cumprimentando seu Silva o surpreendendo e deixando confuso.
— Claro Léo, ainda sou o seu "sogrão". Mas por que a pergunta, eu
deveria ter mudado de opinião, aconteceu alguma coisa...
— Nada sogrão, eu é que sou assim, meio perturbado mesmo. Vejo
que o senhor acordou cedo, caiu da cama, alguma coisa o acordou? — Disse
Léo bocejando e se encostando na parede.
— Na verdade, acordo sempre muito cedo. Acabei de passar um
cafezinho, se quiser está na garrafa sobre a pia.
— Hum! Ótimo, quero sim, preciso dar um susto no álcool que ainda
corre em minha corrente sanguínea.
Ao voltar com sua caneca, Léo sentou na mureta que cercava a
pequena varanda observando seu Silva sentado em uma cadeira acariciando
Brutus que estava deitado aos seus pés. O cão ao ver Léo levantou o focinho
e balançou o rabo, mas preguiçoso, foi incapaz de levantar e ir fazer festa
para um de seus donos. Léo sorriu ao pensar que até Brutus buscava
aceitação do dono da casa.
— Então Léo, eu dormi feito pedra, aquela mistura de bebidas de
ontem não me caiu bem. Mas como disse, sempre acordo com as galinhas.
Mas e você, por que levantou tão cedo?
— Sabe seu Silva, aquele colchonete misturadas às horas de voo e aos
últimos dias de arrumação arrebentaram com minha coluna. — Engasgando
por ter nítida impressão que estava se queixando, e seu sogro poderia não
entender direito, tentou se explicar melhor — ... Bom, não que eu esteja
reclamando, mas é que esses últimos dias foram tensos.
— Sei, entendi. Então você acabou ficando com o colchonete?
Provavelmente por ter se retirado por último da sala. — Riu seu Silva.
— Foi sim, mas no fim acabamos dormindo os três no chão. — Léo
soltou com um sorriso insinuante. Quando se tocou, tratou de engolir o
sorriso com café quente queimando a lingua.
— Vocês. Deixaram. Minha. Filha. Dormir. No. Chão? — Falou seu
Silva pausadamente.
Léo engasgou com o gole de café que já estava na garganta e tentou
se explicar:
— É.... Sim, mas ela dormiu com a gente. É que já nos acostumamos
a dormir juntos... E foi difícil... Ter que dormir separados... E a cama é muito
estreita… E
— Ela dorme no meio dos doisss?!?!? — Seu Silva fez um tom
dramático e se movimentou na cadeira.
Léo levantou muito sem graça, sem saber o que dizer e onde enfiar a
cara.
— Seu Silva, é... Calma.... — Dizia nervoso.
— Eu tô brincando. — Disse seu Silva ainda sério.
Léo o olhou meio de soslaio, sem entender.
— Léo, eu tô brincando contigo, meu genro. É claro que eu sei que
vocês três dormem juntos. Prefiro não pensar na logística, mas não podia
deixar de ver essa sua cara assustada. — Disse seu Silva rindo.
Seu sogro havia lhe pregado uma peça. Ele mesmo quase se chamou
de gazela saltitante e saiu saltitando por aí. Respirou fundo e sentou
novamente bebericando seu café.
— Sogrão, tá me devendo uma.
Seu Silva sorria bem humorado da brincadeira que fez. E teve uma
ideia.
— Léo, quer comer algo?
— Não senhor, só mais tarde.
— Dane e Nininha ainda dormem?
— Estavam dormindo quando me levantei.
— Então tá, vá se trocar e vamos na rua comigo. Preciso passar no
mercado e no comércio e você me ajuda.
— Sim, senhor! — Disse Léo sem entender muito o que ele queria e
já se levantando.
— Vai se trocar homem, ou acha que vou andar ao teu lado com esse
calção de dormir.
Olhando para baixo viu o que estava usando, envergonhado levantou-
se e foi até o quarto se trocar. Entrou com cuidado, pôs um jeans e uma t-shirt
e pegou sua carteira. Olhou para o casalsinho dormindo agarrado e deu uma
vontade de voltar a deitar com eles, mas não podia deixar de aceitar um
convite do sogrão. Achou melhor deixar um bilhete. Vai que seu sogro tinha
um álibi, uma cova e uma pá? Riu de si mesmo enquanto escrevia o bilhete.
Já no carro, seu Silva conversava animado sobre coisas do dia a dia, e
quando percebeu o amor por carros de Léo o assunto rendeu. Antes de chegar
ao mercado, ele comentou com Léo sobre querer fazer um churrasco no
próximo domingo, chamar alguns amigos e comemorar o noivado. Léo achou
ótimo, na verdade adorou a ideia.
— Mas você acha que Dane e Nininha vão gostar também?
— Acho que sim seu Silva, ainda mais em se tratar de um churrasco,
tínhamos até combinado de ir para uma churrascaria. E temos um ótimo
motivo agora, o noivado.
— Que bom, então precisamos antes de ir ao mercado, tratar de um
assunto muito importante.
— Posso saber qual é?
— Vamos passar numa loja de colchões e comprar um para o quarto
de Nininha. Não quero minha menina dormindo no chão enquanto vocês
estiverem em minha casa.
Paralisado, Léo não sabia o que pensar do que seu sogro disse.
Não sabia se sentia lisonjeado por ele estar tão disposto em agradar ou
assustado por pensar que ele ache que iriam ficar na casa dele por muito
tempo. Mesmo com cama de casal, não ficariam totalmente a vontade com
sua princesa na casa de seu sogro.
Vendo Léo sem expressão, branco feito leite, seu Silva deu uma
risada e disse:
— Te acalma rapaz. Isso não quer dizer que vocês vão morar na
minha casa. Só significa que quando precisarem, terão algum conforto. Não
nasci ontem, sei que um relacionamento precisa de privacidade. Ainda mais
um com três pessoas. E bom, pensei em vocês ficarem até o churrasco pelo
menos. São só mais três noites, e Brutus está tão bem no quintal. Também
estou sempre tão sozinho, e com essa ida de Nininha para ficar com vocês,
fiquei ainda mais. Ontem com tudo o que aconteceu, vocês de certa forma,
deram vida a minha casa, gostei disso. Quero aproveitar um pouco mais.
Respirando melhor, agora que entendeu os motivos de seu sogro, se
pôs em seu lugar e compreendeu completamente. Que homem maravilhoso
era seu Silva, não podia deixar de dar-lhe este gosto. E melhor de tudo foi
saber que mesmo em apenas uma tarde e noite, o fez desejar estar com ele e
seu amigo por mais tempo. Léo desejou realmente que essa convivência fosse
de muito respeito e companheirismo.
— Ufa!! Meu sogro! É a segunda vez que o senhor me prega uma
peça, estou anotando (risos) Entendi agora o que o senhor quer e acho justo,
não só porque quero fazer suas vontades para lhe agradar, mas sim porque
tanto eu quanto Dane queremos lhe provar que o senhor não está perdendo
uma filha, e sim ganhando mais dois filhos... E com o tempo, quem sabe
netos...
Seu Silva já estava estacionando o carro enquanto ouvia o que Léo
dizia. Quando Léo terminou de falar, ele estava se virando e ouviu as últimas
palavras olhando em seus olhos.
Desde sempre seu Silva aprendeu a reconhecer uma verdade dita através dos
olhos. Como policial isso se aperfeiçoou com tempo e com isso ele podia
dizer que o que ouvia de sua boca havia veracidade.
Emocionado, seu Silva não disse uma palavra, respondeu num único gesto.
Puxou Léo para um abraço, aceitando a oferta de braços abertos.
Sem jeito, Léo retribuiu o abraço compreendendo a importância desse
gesto. Seu coração se sentiu em paz, ali se fechava mais um laço. E para não
perder a gaiatice de sempre, e seu sogro ir se acostumando, fez um
comentário brincalhão:
— Tá certo sogrão, mas tá bom de abraço... Quem passar e ver nós
dois assim, vão pensar que somos namorados.
— Eu não me importo com isso, e não tenho culpa se abraçar a um
homem de verdade afeta sua masculinidade, a mim não afeta. Muito menos a
opinião dos outros. Você deveria trabalhar mais sua autoconfiança, meu
genro.
Abismado com o tom de sacarsmo de seu sogro e, em como tão bem
saiu de sua brincadeira, jogou a cabeça para trás no encosto do carro rindo e
assistiu seu Silva sair do carro o olhando como se ele fosse um doido.
— Como é? Vai ficar no carro ou me ajudar com as compras? —
Disse seu Silva ao lado da porta do carona.
Saindo do carro ainda rindo, Léo bateu a porta dizendo:
— É sogrão, mais uma, tô só contando.
Foram andando para a entrada do mercado, Léo pensando no como
seu sogro pode ser sacana e seu Silva com ar de quem não entendia do que
ele ria.
Acabaram fazendo compras para o churrasco antes de ir na loja de
colchões. Eles estavam bem a vontade um com o outro.
Na hora de passar as compras no caixa, Léo insistiu em pagar, seu Silva não
queria, mas Léo fez tanta questão que dividiram a conta.
De lá foram em uma loja de colchões e juntos escolheram um colchão box de
casal simples com um conjunto de lençóis e endredon, ainda tiveram sorte,
pois o gerente garantiu a entrega para antes das 18:00. Novamente na hora da
conta, seu Silva queria pagar sozinho dizendo que era sua casa e sua ideia,
porém Léo insistiu em dividir a despesa. E ainda disse que dividiram por três,
já que Dane também era um interessado. Mas Léo fez isso apenas para
diminuir o valor para seu sogro, não queria que ele gastasse sua
aposentadoria com eles.
Terminando e voltando para casa, Léo estava bem contente com tudo
o que aconteceu e como as coisas iam com o pai de Nininha. Mas estava um
pouco preocupado em como seu amigo e noiva iriam encarar todas essas
ideias de seu sogro o churrasco para o noivado com alguns convidados, um
colchão de casal que vai chegar ainda hoje e principalmente o fato dele
querer que eles três fiquem por mais uns dias em sua casa. Fora isso, a
afinidade que nascia entre eles era muito bem aceita.
A inclinação que temos em se dar bem com algumas pessoas mais do
que com outras, se dá através de afinidade. E as afinidades se dão por vários
motivos, semelhanças de gostos, opiniões, interesses, simpatia. Há os que
tendem a achar que quando se conhece uma pessoa e a afinidade é imediata
deve ser porque já se conheciam de outras vidas. Porém, mais importante do
que explicar tamanha reciprocidade é poder viver essa sintonia.
Não precisamos de tempo para mostrar que gostamos, se temos uma valiosa
oportunidade de encontrar pessoas cujo temos uma proximidade de modo
súbito, o melhor a fazer é aproveitar.
Após ler o bilhete que Léo deixou sobre a penteadeira do quarto,
Dane foi ao banheiro e encontrou sua menina escovando os dentes. Ele se
encostou no batente da porta e ficou a olhando, enquanto ela o olhava pelo
espelho.
— Bom dia, meu amor!
— Bom diaaa? Boa tarde, você quer dizer, né? — Respondeu ela,
após terminar a escovação e enxugar a boca.
— É verdade, início da tarde. Viu o bilhete de Léo? — Disse Dane
após receber um beijo dela nos lábios e seguindo para pia.
— Vi sim, você não achou estranho?
— Não, por quê? — Disse ele, com os dentes já cheios de pasta.
— Sei lá, vocês se conheceram... Não tem nem um dia e logo de
manhã eles saíram juntos sozinhos para fazer sei lá o que...
Terminando de escovar os dentes e agora lavando o rosto, Dane
perguntou zombando:
— O que você está pensando? Que seu pai foi dar um sumiço em Léo
e depois vem para cá fazer o mesmo comigo?... — Foi até ela, a agarrou pela
cintura e foi puxando para dentro do banheiro dizendo entre beijos. —
...Então acho melhor aproveitar meus últimos momentos numa ducha quente
enquanto eu te fodo por trás... O que você acha?
Arrebatada pela pegada de Dane e seus beijos frescos da pasta de
dente, Nininha foi se derretendo até chegar no box, e já se imaginava
gemendo enquanto ele optava em meter em seu ânus ou sua buceta. Mas
lembrou que seu pai podia chegar a qualquer momento e como este era o
único banheiro da casa, seria difícil disfarçar.
— Não Dane, para, para Dane... Não podemos... aaaaaaa... Dane!?...
Respirando fundo e tentando acalmar seu amigão lá em baixo, Dane
assentiu e deixou ela escapar de seus braços.
— Tudo bem, você tem razão... E bom, quanto ao Léo ter saído com
seu pai, isso só prova o quanto foi verdadeiro o que passamos ontem. É claro
que é muito cedo para ter certeza de muita coisa, mas, nós e seu pai, temos
muito em comum.
Ela o olhou desconfiada e foi para cozinha. Dane foi atrás.
— É sério!!! Você já me conhece e sabe que não tiro conclusões
precipitadas. Porém, tenho que dizer que mesmo se tirarmos você da
equação, nós três teríamos nos dado bem como amigos. Descobrimos ontem
muitas coisas em comum, existe uma certa harmonia, reconhecimento, parece
que nos conhecemos há muito tempo. Sei lá.
— Tá, eu sei o nome disso "vinho com cerveja" harmonia completa.
— Disse Nininha sarcástica.
— Poxa amor, é sério, senti isso e acho que Léo também. Enfim, Léo
e seu Silva devem estar bem juntos.
— Espero. Quer café?
— Café e um beijo... — Retrucou Dane fazendo biquinho.
— Só um beijo??? — Falou Nininha se abraçando a ele e o beijando.
Durante o lanche que faziam após acordarem tarde, escutaram o carro
entrando na garagem e os latidos de Brutus. Nininha correu para porta para
receber seu pai e seu outro futuro marido, já estava com saudades. Da mesma
maneira que não conseguiu dormir sem estar com os dois na noite passada,
acordar sem um deles era ruim também. Ela desceu os dois degraus que a
afastavam da garagem e foi direto abraçar Léo quando ele saia do carro. Seu
pai ficou olhando surpreso.
— Nossa minha filha, o que foi isso? Está tentando ter certeza, de que
te trouxe ele inteiro? Não confia em seu pai?
— Ai papai, é que acordei e não o vi.... Senti saudades, uê!
— Humpft! Já que está aqui, nos ajude a retirar as sacolas da mala. —
Disse ele.
— Pode deixar sogro, eu e Léo ajudamos. — Falou Dane entrando na
garagem.
— Boa tarde Dane, dormiu bem?
— Sim, sim, e o senhor?
— Como uma pedra, aquela mistura de ontem me nocauteou. Mas
mesmo assim, acordei cedo e cheio de ideias.
— Ideias ?
— Sim, vamos falando enquanto levamos essas coisas.
Arrumaram às compras enquanto Dane e Nininha curiosos pela saída
dos dois, os questionavam. Seu Silva disse então da ideia que teve sobre o
churrasco de noivado e sobre o colchão. Dane e Nininha adoraram a ideia do
churrasco e mais ainda, viram com isso o quanto seu Silva estava realmente
contente. O fato dele querer festejar e falar com amigos os fizeram ter certeza
de que ele aceitou de coração o amor deles. Mais uma vez Nininha se sentia
emocionada com esse pai fabuloso e Dane privilegiado por ter um sogro com
coração grande. Porém, o fato de comprar um colchão de casal, eles acharam
desnecessário, até porque não iriam dormir por lá muitas vezes. Mas seu
Silva com todo jeitinho falou, falou e assim como com Léo os convenceu.
Fizeram juntos um almoço rápido e comeram.
Os homens decidiram desmontar os móveis do quarto de Nininha para
dar espaço para o colchão que estava para chegar. Nininha ajudava como
podia, mas apesar de feliz por ver os três homens de sua vida se entrosando
muito bem, sentia uma pequena tristeza ao ver sua cama rosa sendo
desmontada.
Saiu do quarto para buscar uma garrafa d'água, sem notar que seu pai
percebeu seu olhar meio triste. Ele foi atrás dela e chegando na sala antes de
entrarem na cozinha a surpreendeu com um abraço.
— O que foi pequena, esse olhar caído não combina com o outro
brilhante desde de que chegou. Algo diferente aconteceu?
Retribuindo o abraço do pai, Nininha sensibilizada por sua
preocupação e também não querendo que ele se preocupa-se ainda mais, foi
tratando de se explicar.
— Está tudo bem pai, é que ver meu quarto sendo desmontado me fez
lembrar da minha adolescência e de como eu te perturbei para comprarmos
este conjunto, era um sonho, e... Sei lá me deu um aperto no coração.
— Mas filha, as coisas mudam diante das decisões que tomamos, até
às pequenas coisas. Este quarto já não combina com a nova vida que você
escolheu. Eu sei que me preciptei em comprar o colchão, deveria ter falado
contigo antes, mas é que me deu uma certa euforia e medo ao mesmo tempo.
Se você quiser, devolvo o colchão e deixamos seu quarto como está, mas fiz
isso diante a certeza de que vai casar, quero ter um lugar apropriado e de
certa forma confortável para receber vocês. Isso porque quero e preciso que
vocês venham muitas vezes para cá ficar comigo e como você já havia
mencionado que a ideia é irem morar longe da cidade, imaginei quando
viessem ao Rio teriam onde ficar. Ontem foi realmente uma noite muito
agradável, soube escolher bem seus homens. Teem bom caráter, respeitáveis,
amorosos, bem humorados, inteligentes. Homens com H maiúsculo como diz
sua amiga Bruna. Sabe, Léo hoje me disse uma coisa que se encaixa muito
bem com um sentimento que está crescendo em mim, ele disse que eu não
estava perdendo uma filha e sim ganhando mais dois filhos. E quero isso,
estou aberto para isso. Minha pequena, eu te amo demais e você tá "linda" de
saber disso, posso estar metendo os pés pelas mãos, mas é tudo com boas
intenções. Quero que eles se sintam a vontade de vir aqui, quero que eles
gostem de mim... Tá bom, eu sei, sou um velho tolo, mas minha intenção era
te agradar e a eles, e, como disse, se você prefere deixar o quarto como estava
por mim tudo bem.
— Pai, pelo amor de Deus, quando o senhor vai entender que o fato
de eu me casar e morar em outra casa não significa que o senhor não fará
mais parte da minha vida. E me desculpa, eu realmente fiquei abalada por ver
minha caminha rosa ser desmontada, mas por outro lado, saber que o senhor
teve essa preocupação me deixou muito feliz. Ver o senhor interagindo tão
bem com os homens que escolhi para minha vida é fantástico. Eu não sei o
que fiz a Deus para merecer três homens maravilhosos assim, mas serei
eternamente grata.
Em um abraço ainda mais apertado do que o primeiro, o entendimento
entre pai e filha se fez mais uma vez. O amor os rodeava e selava a conversa
sem palavras.
Foram retirados desse clima pelo soar da campanhia. Nininha disse ao
pai para levar a garrafa d'água e ela iria atender a porta.
— Lary, Bruna??
— E você achava que nós não íamos passar aqui para ouvir da sua
boca o que nos falou por telefone, mensagem e áudios? — Dizia Lary
Rindo da bobeira de Lary, Nininha abriu a porta para elas passarem.
Notou que Bruna estava meio calada, até demais. Estava até meio triste,
pensou Nininha. Entraram e se sentaram na sala, eufórica Lary fazia milhares
de perguntas dos tipos, como foi o pedido, e o anel, o que seu pai disse...
Queria saber tudo palavra por palavra, mesmo ela já tendo falado por
telefone. Bruna continuava quieta, comentava coisa ou outra, mas nada que
fosse como ela geralmente fazia. Isto já estava incomodando Nininha. Até
que ela não aguentou mais e questionou.
— O que foi Bruna, está acontecendo alguma coisa com você que eu
não sei, por que está com cara de quem comeu e não gostou?
— Ah, Nininha deixa ela pra lá... — Quem respondeu foi Lary.
— Nada disso. Ela é minha amiga e se algo esta a incomodando eu
quero saber.
Levantando do sofá e colocando as mãos na cintura, Bruna disse
exasperada:
— Tá bom Nininha quer saber, eu estou meio triste mesmo. Achei
que a única de nós a casar seria Lary, e você acabaria se rendendo a vida de
solteira e juntas íamos ganhar o mundo. Quando você se envolveu com esses
dois, achei "pronto, já está se entregando a luxúria, falta pouco", mas agora
você vem com essa coisa de poliamor, casamento e felizes para sempre.
Daqui a pouco é Lary e eu vou perder minhas duas chaveirinhas.
Lary e Nininha olhavam Bruna atônitas com suas palavras. Mas ao
invés de se compadecerem de sua amiga, riram alto da cara dela. Elas se
levantaram para agarra-lá e trazê-la de volta para o sofá, coisa que foi difícil
porque ela se defendeu por estar chateada de ter suas amigas rindo dela. Duas
contra uma, foi fácil caírem no sofá juntas.
— Bruna sua vaca, nós nunca deixaremos você, mesmo que você
fique para titia. — Disse Nininha.
— E quem disse a vocês que eu vou ficar para a titia? Meus amores,
eu vou ficar é para os titios, só não quero me amarrar como vocês.
Como sempre Bruna não perdia a oportunidade de levantar a bandeira
dos solteiros. Suas amigas entendiam esse jeito dela de ser, afinal cada um
tinha o direito de ser como quisesse.
Mas o fato dela achar que Nininha seria uma possível seguidora de seus
passos, às fizeram rir. Entre risadas e cutucadas passou algum tempo. Dentro
do que conversaram entraram num acordo, poderia acontecer o que fosse nas
suas vidas que haveria sempre uma noite das meninas. Contudo Bruna voltou
a ser novamente quem era, e continuou a alfinetar a vida de suas amigas.
Ao lembrar que os homens estavam no quarto desmontando as coisas,
Nininha disse que iria lá. Bruna e Lary foram também. Não queriam perder a
interação entre sogro e genros. No fim o colchão chegou e elas acabaram
ajudando a amiga na arrumação.
Já era noite quando Lary disse que iria embora, mas seu Silva pediu
que ficassem para o jantar. Durante o tempo em que jantavam as meninas
falavam sobre os preparativos do casamento. Nininha dizia que não queria
nada pomposo, mas suas amigas enchiam sua cabeça com um monte de
ideias que não condiziam com seus desejos. Os seus, agora noivos,
perceberam e logo mudaram o assunto. Assunto que seu Silva desviou para o
churrasco de noivado. As meninas resolveram que teriam bolo e docinho,
além das batidas que Bruna fazia. Às horas foram passando e as amigas
foram embora.
Na sala Nininha e seus noivos assistiam jornal com seu pai.
O cansaço foi batendo e com a desculpa de que teriam que ir ao apartamento
no outro dia de manhã, pediram licença ao seu Silva e foram para o quarto.
Agora o quarto estava bem mais aconchegante, aquela cama box fez uma
diferença.
— Me lembre de agradacer ao meu sogro a grande ideia de comprar
esta cama. — Disse Léo todo espaçoso na cama.
— Vai pro seu lugar, seu puxa saco. — Falou Dane.
— Eu?? Puxa saco?? E você: "pode deixar que eu e Léo ajudamos o
senhor" — Retrucou Léo, zombando de Dane.
— Léo vai a merda, aliás, você pôs comida para o Brutus?
— Não, seu Silva já tinha cuidado dele.
— Ah, tá... Ele gostou mesmo dele né?
— E Brutus dele.
— E... Ele gostou da gente também não é? — Perguntou Dane meio
sem jeito, aproveitando que Nininha ainda estava no banheiro.
Léo sentou na cama e encarou o amigo de pé encostado no guarda
roupa, ele esperava Nininha voltar para deitar depois dela.
Viu em seu rosto que sua pergunta era séria e então respondeu:
— Dane, não podemos ter certeza de nada, só do que sentimos. E o
que eu sinto é que fomos aceitos por ele, e não só por conta de Nininha, sim
por nós mesmos. Nosso sogro é um grande homem e muito sábio. O pouco
que vi dele sinto que não sabe fingir, assim como nós. E senti também que ele
viu em nós, um pouco dele. Temos muito em comum, e acredito que nossas
afinidades só tendem a crescer. E o que nos une nisso tudo é o amor que
temos por nossa Nininha. Irmão, não entendo o por quê, mas os astros
conspiram ao nosso favor, temos é que fazer valer a pena. E sabe como
vamos retribuir todo esse afeto gratuito que seu Silva nos dá?
— Netos?
— Sim, netos. — Respondeu Léo, caindo de novo na cama com um
braço sobre os olhos, já imaginando seus pimpolhos. — Ah Dane, a cada dia
que passa cresce mais essa vontade de povoar essa terra com vários
Leozinhos e Danezinhos...
Sentando na beira da cama, Dane avaliava às palavras de seu amigo e
sorria com o pensamento de se sentir exatamente do mesmo jeito em relação
ao sogro no que Léo dizia. Mas ao falar em filhos e netos, seus pensamentos
destoavam com os de Léo, pois ele também imaginavam pequenas princesas
com os olhos brilhantes da mãe. Então disse:
— Sério Léo, que você só se imagina pai de meninos? Não passa pela
sua cabeça uma pequena princesinha com os olhos cor de mel, cabelos
acobreados e sorriso cativante, correndo para seu colo dizendo "você é meu
herói"?
Enquanto ouvia às palavras de Dane, Léo visualizou a cena em sua
cabeça, ao quase sentir aquela pequena princesinha no colo seu coração se
derreteu, mas rapidamente levantou e disse:
— Prefiro não pensar brother, não tem como ser pai de menina.
— Como assim? Você acha que decide esse tipo de coisa? — Disse
Dane rindo.
— Vamos parar de falar disso. E Deus tem sido tão benevolente com
a gente, ele não iria falhar nisso.
Caindo para traz na cama com a mão na barriga e gargalhando, Dane
falou:
— Você está se ouvindo seu idiota... Cuidado, talvez Deus esteja
sendo tão benevolente para justamente nos encher de filhas...
Léo tacou o travesseiro em Dane e vociferou:
— Cala a maldita dessa boca, porra e me deixe em paz. Pense bem, se
eu for pai de meninas você também será... Está mesmo preparado?
Colocando o travesseiro que Léo lhe tacou de baixo da cabeça, Dane
disse pensativo:
— Veja nosso sogro, mesmo sozinho criou muito bem sua filha. É
um exemplo para ela. Ela pode ser nossa mulher e saber que fazemos tudo
por ela, mas o seu pai é o herói dela e isso nunca vai mudar. Quando vejo o
amor incondicional nos olhos deles me sinto tão pequenininho. Não de uma
maneira ruim. Imagino ser esse pai também para uma filha minha, quero ser
olhado assim também, com essa intimidade e orgulho, é claro que quero criar
um menino e ser também seu exemplo e tudo mais. Mas ao pensar em uma
filha mulher, vejo agora através dos olhos do nosso sogro o quão grandioso é
também.
— Puta que pariu Daniel, está passando dos limites seu viadinho. Tá
bom, muito bem, quero ver se vai encarar os namorados dela também do
mesmo jeito.
Levantando da cama e tirando a blusa, Dane balançava a cabeça de
forma negativa para o amigo e dizia:
— Valeu gazela saltitante, você tinha que estragar tudo.
Agora quem gargalhava era Léo.
— Eiii, do que tanto vocês riem, ouvi vocês do corredor? — Disse
Nininha entrando no quarto e fechando a porta.
— Nada amor, é só Léo sendo o palhaço de sempre. — Disse Dane a
abraçando por trás.
— Ah tá, eu ???? — Léo falou levantando o lençol e chamando ela
para cama.
Nininha olhou de um para o outro e se perdeu no que falavam.
— Sabe, eu amo tanto vocês e adoraria dar um banho nos dois de
língua, dos pés a cabeça para inaugurar nosso colchão novo. Mas acho difícil,
pois pelo que vi papai não sai da sala tão cedo. Está vendo filme.
— E você diz isso assim, só para nos deixar com água na boca?
Safada. — Falou Dane no ouvido dela, e dando um tapa na sua bunda antes
de a deitar no colchão.
— Aí Dane, doeu.
Léo a abraçou e acariciou a banda da bunda castigada com carinho
dizendo baixinho enquanto Dane ia apagar a luz:
— Viu, bem feito, quem mandou mexer com quem tá quieto. Já
estávamos preparados só para dormir. Agora você vai ter que lidar com essas
ereções amanhã.
Deitando e se ajeitando do seu outro lado, Dane concluiu a fala de
Léo:
— E ainda dar seu jeito, você vai falar com seu pai que precisa ir
conosco no apartamento. E lá resolvemos esse pequeno probleminha.
Dane terminou sua fala roçando na coxa dela. O que fez ela dizer:
— Você chama isso de "pequeno" probleminha? Está sem noção de
tamanho. Mas tudo bem, falarei com meu pai e vou com vocês. Agora vamos
dormir.
— Diga isso você, que não tem que lidar com um membro duro
dolorido. — Brincou Léo.
— Desculpa amores, juro que amanhã eu recompenso esse pequeno
deslize.
— Ah vai, se vai. — Sussurrou Dane.
Capítulo 48: Surpresas.

A vida fica mais bonita quando se tem amigos. E no

churrasco de noivado de Nininha estavam somente os melhores, tanto dela

quanto de seu pai. Havia até três amigos de Dane e Léo, que moravam no

Rio. Um estava com sua esposa e dois filhos pequenos, o outro com sua

noiva, e um sozinho.

Estavam presentes dois casais amigos de seu Silva desde a época em que era

casado, viram Nininha crescer e sempre ajudaram quando podiam, pessoas

muito queridas por eles. E apesar de não entenderem muito bem a relação de

Nininha optaram apenas por respeitar algo que no caso, não lhes dizia

respeito, e festejar a alegria de seu amigo que estava prestes a casar a filha. A

esposa de um desses amigos, trouxe uma irmã muito simpática, chamada

Gracinha. Agora a maior surpresa para todos, foi quando chegaram os pais de

Léo acompanhados de sua irmã, cunhado e sobrinhos, com malas e tudo.

Na verdade surpresa para quase todos, pois Dane sabia que eles poderiam

vir, só não tinha certeza. Por isso não falou com ninguém. Preferiu não criar
expectativa.

Em uma conversa que teve com Léo, soube que ele já havia contado
do noivado dos três e apesar de pais amorosos, eram de uma cidade pequena
e eram muito conservadores não entenderam muito bem toda essa história
deles dois com uma mulher. Lhes desejaram sorte, mas sem muito acreditar
que fossem ir em frente. Dane percebeu que Léo ficou meio triste, no fundo
ele achava que seus pais iriam encarar tudo como seu Silva, mas não foi.
Dane então, entrou em contato com a mãe de Léo, conversou com ela e disse
que apesar de qualquer coisa que ela pensasse a respeito da escolha do seu
filho, e que com isso, ela lembra-se do amor incondicional que tinha a ele.
Disse também que a amava como uma mãe e sabia do amor deles por ele
também, desde que perdeu sua família. Disse ainda, que tanto Léo quanto ele,
precisavam deles em suas vidas e principalmente, que quando conhecessem a
escolhida por eles entenderiam a loucura. Ainda tentou fazê-la entender que a
ideia não era que mudassem seus conceitos, apenas respeitassem as escolhas
deles. Antes de desligar complementou que ela e seu esposo sempre foram a
favor da felicidade dos filhos, esse era o melhor momento para provar e ainda
fazer parte da felicidade de mais um deles. Dane não podia ter certeza que
viriam, mas deixou com eles os endereços do apartamento e da casa de seu
sogro.
Recebeu em resposta um "prometo que vamos pensar" choroso e preferiu não
insistir mais, deixando nas mãos de Deus.
Quando Léo viu sua família ali, no quintal do seu sogro ele ficou tão
feliz. Largou a bandeja que estava segurando e foi recebê-los, não antes de
receber abraços de ursos de seus sobrinhos.
— Tio Léoooo... Que saudade... — Disse um rapazinho de uns 10
anos.
— Quando vamos à praia... Você disse que um dia ia me levar, pronto
tô aqui... Vamos... — Falou o mais novo.
Interrompendo a eufórica saudação de seus irmãos menores, veio uma
mocinha linda de uns 14 anos, deu um tapinha na cabeça do irmãozinho
dizendo:
— Calma seu chato, acabamos de chegar e vocês já estão enchendo o
saco do tio!! Por isso que ele demora a ir nos ver. Oi, tio!
Léo tentando promover a paz entre irmãos, puxou a mais velha num
abraço também e falou:
— Minha princesinha, como você cresceu... Está linda!! E não diga
isso, vocês não me enchem o saco nunca, não tive tempo mesmo de ir.
Bem… Depois falamos sobre a praia, deixem-me falar com os seus pais e
avós, tá bom?
Se esquivando de seus sobrinhos, Léo seguiu para seus pais que o
olhavam de longe. Sentia que outros olhares também o fitavam naquele
momento, e sem ver sabia que eram de sua Nininha e parceiro de vida.
Munido da energia que só eles podiam lhe dar, foi em frente para
cumprimentar os pais.
— Mãe, pai... Que bom que vieram! Por que não me avisaram, eu
pegaria vocês no aeroporto... E ajudaria a se acomodarem... E...
— Vai ficar aí tagarelando ou vai vir aqui dar um beijo em tua mãe?
— Cortou a mãe de Léo, lhe abrindo os braços para recebê-lo.
Sem demora ele correu para os braços de sua mãe, uma senhora
rechonchuda que cheirava a horta que mantinha nos fundos de casa. Rara
eram às vezes que Léo ia na casa dos pais. Léo sempre foi bicho solto, como
dizia seu pai. Sua família por sua vez era muito preza às raízes, a casa, ao
campo. Ele sempre manteve esses laços vivos, mas somente com a ajuda das
redes sociais. Viajava para lá em tempos de festas, nas quais Dane estava
sempre junto. Quando conversou com sua mãe sobre Nininha, o casamento e
a vida a três que estava vivendo, foi um baque para aquela senhora muito
religiosa, presa às doutrinas de sua religião.
Já seu pai, não tinha muito o que dizer ele era o tipo de homem durão
que fazia tudo o que a mulher dizia e queria. No fundo, Léo sabia que seria
difícil, mas ao ver a relação de seu sogro e sua noiva achou realmente que
talvez o amor de sua família por ele, fosse maior que qualquer coisa.
Infelizmente descobriu que estava errado. Decidiu deixar para lá, afinal eles
já não fazem parte de seu dia a dia mesmo, só seria mais difícil a
convivência. Ele estava convicto de sua decisão, se seus pais também
estavam com as deles, que cada um lida-se com às consequências da melhor
maneira possível.
Contanto, ao ver seus velhos pais ali, muita coisa mudou em seu
pensamento. Um fio de esperança se ascendeu, e a promessa de uma possível
aceitação se fez mais presente.
— Mãe, eu te amo! — Falou Léo ainda abraçado a sua mãe.
— Eu sei filho, eu também te amo, muito... — Ela respirou e inspirou
ainda dizendo — ...Muito mais do que possa imaginar. Mas não quero que
ache que estou aqui porque aceitei essa coisa toda, não, não. Ainda acho isso
tudo errado e fora dos mandamentos. Vim porque você não é filho de
qualquer uma, tem família, apesar das suas decisões irem contra às minhas, o
que foi por toda a vida, não significa que larguei você de mão.
E se isso é a festa de noivado dos meus filhos é aqui onde devemos estar.
Como disse Dane: "Meu amor, nosso amor por você é incondicional". E isso
se estende ao Dane também.
— Dane disse? Quando ele disse isso?
— Ele não te contou que me ligou? Bom, tivemos uma longa
conversa e pela primeira vez ouvi mais do que falei.
— Aquele filho da....
— Meça às palavras rapaz, está nos braços de sua mãe! —
Repreendeu o pai de Léo.
— Desculpa mãe. — Após se desculpar a sua mãe, Léo se direcionou
ao pai e lhe estendeu a mão. — Oi pai. Vejo que o senhor continua o homem
forte de sempre, um pouco mais calvo, eu acho.
— Ora rapaz, deixe de graça e venha me dar um abraço. — Disse seu
pai ao transformar o aperto de mão em um abraço saudoso e bem baixinho na
orelha do filho ele pediu. — ... Ache uma caneca bem grande de algum
líquido contendo álcool e me traga, imagina o que eu já não ouvi sobre esse
casamento e tudo o mais.
— Eu ouviii... — Cantarolou a mãe dele, tirando um resmungo da
boca de seu marido.
— Eita mulher, não me dá um sossego.
— Não vim ao mundo para te dar sossego, vim para agitar esse seu
coraçãozinho, meu bem. — Disse ela dando um beijinho no rosto de seu
marido deixando-o todo mole.
— Papai, mamãe estamos em público, contenham-se. — Falou uma
loira, com os olhos idênticos ao de Léo e mais velha que ele. — Oi Leozinho,
"daca" um abraço em tua irmã, só você pra me fazer sair daquele fim de
mundo com essas onças.
— Oi Léia, também senti sua falta que bom que você saiu, esse seu
marido é um zero à esquerda mesmo, deveria te levar para viajar mais vezes.
— Também acho irmãozinho, às vezes acho que sou boa demais pra
ele.
— Isso com certeza, hahaha.
Seu cunhado que estava logo atrás de sua irmã e ouvia toda a
conversa, ria junto da brincadeira e logo trouxe sua esposa para seus braços
dizendo:
— Por isso não viajo contigo, tenho medo de alguém me tomar você.
— Me tomar de você Virgílio? Com três crianças à tira colo, duvido.
Hahaha
— E aí cunhado, sempre achei que você e Dane eram um casal e iam
se casar. Veja só, aconteceu, com certeza essa noiva é uma historinha para
seus pais, né? — Falou seu cunhado gozador.
— Virgílio, Virgílio, como sempre um idiota. — Disse Léo apertando
a mão do cunhado.
— Cunhado serve pra isso mesmo.
— É eu sei, vai viajar mais com minha irmã e para de ficar pensando
em mim e Dane.
— Chega vocês dois, heim! — Disse Léia.
De longe, Nininha estava colocando as guarnições na mesa quando
viu a chegada da família de Léo. Sabia quem eram pelas fotos que já tinha
visto. Sentiu um frio na barriga. Lembrou da conversa que Léo teve com a
mãe e não foi nada boa.
Não sabia como reagir, os convidados da festa não notaram o clima que ficou
diferente. Ao mesmo tempo que via Léo indo na direção de seus pais,
procurou por Dane que respondeu com o olhar que estava tudo bem. Deixou
a mesa e devagar, assistindo a interação de Léo com sua família, se
aproximou de Dane, que a recebeu com um braço em sua cintura e um beijo
na bochecha.
Pronto, já se sentia bem melhor e mais segura. Permaneceu ali ao seu lado até
que Léo se virou e olhou para eles. Estendeu a mão para ela e a chamou.
Dane levemente a empurrou com a mão em suas costas dizendo:
— Vai amor, está tudo bem.
Acatando a ordem de Dane, Nininha pôs sua mão na mão estendida de
Léo e aos olhos atentos de seus parentes foi andando, o que parecia
quilômetros, até estar ao lado de Léo.
Dane foi logo atrás e se manteve do outro lado dela. Cumprimentando rápido
a todos. Diante dos pais de Léo, Nininha parecia tão pequena. Notou que Léo
havia puxado a pele bronzeada e ombros largos de seu pai, que apesar das
linhas fundas em seu rosto deveria ter sido um belo homem nos seus dias de
juventude. Sua mãe, uma mulher que parecia ser imigrante ou descendente
alemã, tinha cabelos grisalhos e olhos iguais ao de Léo esverdeados, o que
também se fazia presente em sua irmã. Porém, o que mais intrigava Nininha
era a postura dura que ela tentava manter em sua frente, mas que seus olhos
mostravam outra coisa. Calmaria.
— Mãe, pai... Esta é minha noiva, nossa noiva, Paulina. Princesa
esses são meus pais, Norma e Otávio... E aqueles são minha irmã Léia, meu
cunhado por acidente, Virgílio e estes meus sobrinhos. Estella, Fellipe e
Gustavinho.
Dada as apresentações, Nininha se moveu para cumprimenta-los.
Primeiro se dirigiu a matriarca, que não tirava seu olhar dela.
— Prazer dona Norma, é uma grande alegria recebê-los em minha
casa. Se eu soubesse que viriam teria feito algo mais especial. — Disse
Nininha levando a mão para cumprimenta-la.
— Mais olha, como se uma festa de noivado não é algo especial o
suficiente. — Respondeu Dona Norma com um sorriso cativante.
— Ainda mais uma tão diferente como esta, com dois noivos para
apenas uma noiva. — Soltou Virgílio com certa malícia.
— Meu genro, você às vezes perde a oportunidade de ficar calado.
— Desculpe meu sogro, saiu sem querer…
— Não é a mim que deves desculpa e sim ao seu cunhado, sua futura
concunhada e a Dane.
— Ah! Sim é claro, desculpe-me Nininha, foi mau caras, eu tenho a
boca grande, vocês sabem. — Virgílio disse se dirigindo primeiro a Nininha e
depois a Dane e Léo.
Mas Dane se armou para respondê-lo, quando sentiu a mão de sua
menina tocando seu braço acalmou-se. Léo também estava irritado com a
maneira que o cunhado falou aquela frase, mas também sentiu sua princesa
tocar nele e se conteve.
Foi Nininha quem deu a resposta para seu futuro concunhado, como disse seu
sogro.
— Virgílio, né? Aceito suas desculpas, não porque tenha dito algo que
tenha me incomodado, apenas em consideração aos nossos sogros. E até
concordo com o que disse, acrescentando que, realmente esta festa é
diferente, transborda amor. E para que continue assim, só preciso lhe dar um
aviso, ou você participa dela com amor ou pode aproveitar sua estadia na
cidade maravilhosa fazendo turismo. É um prazer tê-lo em minha casa, mas
esteja a vontade para fazer sua escolha.
— Opa, opa cunhadinha, já gostei de você. Agora sim acho que esse
casamento vai dar certo. Pelo visto um homem só não lhe colocaria cabresto.
— Falou Léia, e empolgada puxou Nininha para um abraço e dois beijos
deixando-a sem graça.
Virgílio sem jeito, permaneceu agora calado antes de soltar algo que o
fizesse ser expulso do local. Chamou as crianças e se entreteu com elas.
Enquanto Nininha conversava com seus sogros e cunhada, olhou em volta em
busca de seu pai.
Ele estava ocupado na churrasqueira e ainda não havia percebido os novos
convidados, e ela poderia jurar que a presença da irmã da esposa do amigo
dele também tomava sua atenção.
De repente se deparou apenas em uma conversa com a mãe de Léo. Dane e
Léo conversavam com seu Otávio e sua cunhada estava tomando espaço na
festa, ela era bem doidinha, poderia dizer que uma Bruna na versão dona de
casa. Logo foi se apresentando e fazendo pratos para seu esposo e filhos. Era
uma graça, poderia ser sua amiga fácil, fácil. Seus pensamentos foram
cortados com a voz cadênciada de sua sogra.
— Como dizia Paulina...
— Pode me chamar de Nininha dona Norma, eu prefiro, rs.
— Oh, sim, sim, então Nininha como dizia, meu genro não é ruim,
apenas tolo. Não o leve a sério.
— Tudo bem dona Norma, me desculpa se fui ríspida com ele, mas é
que...
— Já sei, é que você já está se armando para se defender de qualquer
ofensa que possam fazer a você e aos seus "noivos". Eu entendo. Previa isso.
— Sim, talvez seja isso mesmo.
— Sou uma ótima observadora, e você me parece uma fortaleza,
menina. Mas já se perguntou até quando? Eu decidi não me meter nas
escolhas de meu filho e Dane, mas não consigo me fazer passiva totalmente.
Este relacionamento é estranho e vai contra tudo o que Deus quer. Vocês vão
passar por muitas angústias por essa escolha. É errado. Eu sabia que esses
dois faziam suas bizarrices, sou velha mais não sou moca, afinal são homens,
mas você me parece uma moça direita, novinha demais, não deveria ir por
esse caminho. É pecado! Sua mãe, seu pai eles concordam com tudo isso,
eles não temem o que pode acontecer a você, com o que vão falar de você?
Um pouco assustada com o que acabava de escutar, Nininha não teve
uma resposta rápida. Olhou pensativa para aquela mulher que carregava no
rosto olhos que a lembrava de um dos seus amores e tentou compreender tudo
o que ela falava. Não com raiva, porque as palavras que ela disse apesar de
sinuosas e até preconceituosas, não foram ditas como uma forma de agressão.
Também percebeu que ela não estava defendendo o filho contra ela. Estava
apenas falando algo em que ela acreditava, eram as opiniões dela, que na
concepção de Nininha eram antiquadas, de cunho religioso e um tanto
machistas. Mas ainda assim, opinião dela. E se Nininha buscava respeito
deveria respeitar também, e não impor suas verdades. Analisando aquela
senhora, podia perceber a educação simples que deve ter tido junto a uma
vida pacata, não haveria dúvidas em saber no que acreditava.
Mas via amor em seu olhar e uma certa mansidão em suas palavras.
Resolveu mostrar sua posição com amor, sem atacar ou contra atacar.
— Dona Norma, esta fortaleza que a senhora vê nem sempre existiu.
Foi construída em pouco tempo, desde que encontrei Dane e Léo há alguns
meses atrás. Foi se erguendo junto com esse amor fora do comum que
sentimos um pelo outro. É tão inexplicável que nós três decidimos não ter
que achar explicação para isso, apenas viver, se entregar a algo tão sublime e
único. Quanto ao que Deus quer, não quero me referir a nenhuma religião e
nem a sua religiosidade, vou apenas dizer que o Deus que eu acredito é um
Deus de amor, puro, bondoso e justo. Acredito que ele não nos daria um amor
tão mágico para não nos permitir vive-lo. Acreditamos que nosso amor é
presente de Deus. E apesar de nova, sei exatamente o que quero da minha
vida, na verdade agora sei ainda mais. E tudo o que quero para meu futuro
inclui esses dois homens maravilhosos. Não vejo outro destino. Então estou
armada sim, para combater qualquer ofensa que vier em nossa direção até o
meu último suspiro. Não estamos querendo atacar ninguém com nosso amor
e muito menos mudar a opinião das pessoas sobre algo que só nos diz
respeito. O respeito é a única coisa que nós iremos querer e esperar das
pessoas. Porém, sabemos que existem pessoas mal educadas que se acharão
no direito de nos julgar e insultar. Juntos nós nos defenderemos, e quanto
mais pessoas que nos amam ao nosso lado, mais fortes seremos. Falando por
mim, tenho um pai espetacular que espero que a senhora tenha a honra de
conhecer, não foi fácil para ele essa novidade de dois namorados e agora dois
noivos, me criou sozinho desde que minha mãe morreu quando eu ainda era
um bebê. Homem forte, sábio, íntegro e generoso. Passa como um trator por
cima de tudo e todos quando o assunto é minha felicidade, e agora está
disposto a fazer o mesmo pelos meus noivos, seu filho Léo e filho do coração
Dane. Não preciso da opinião de ninguém, somente do respeito, porque amor
eu tenho de sobra. E se me sobra, é o que eu tenho de melhor para oferecer.
— Sinto muito querida, por sua mãe. Não sabia, não mencionaria se
soubesse.
— Tudo bem dona Norma, já não me dói falar dela. O que me dói é
ver meu Léo triste por achar que seus amados pais lhe deram às costas. O que
me dói é ver meu Dane triste, por ver seu irmão que a vida lhe deu, triste e
não poder fazer nada. Ouça dona Norma, não posso lhe pedir que mude tudo
o que aprendeu e acredita em sua vida, só para aceitar nosso relacionamento.
Peço apenas que reveja o que é mais importante para a senhora como mãe.
Não precisamos de seu julgamento ou aceitação, apenas de seu acolhimento.
Léo precisa.
Dona Norma olhava para aquela menina de cabelos acobreados, olhos
cor de mel e sorriso sincero. Via verdade em suas palavras apesar de não
concordar com o tema principal. Nunca esteve nos seus planos virar às costas
para seu filho, para nenhum de seus filhos. Lembrou de quando sua Léia
chegou em casa aos 15 anos dizendo que estava grávida. Foi um susto, uma
dor profunda, nunca esperou por isso. Pensava na vergonha que seria na
cidade, nas pessoas falando. E foi Léo, ainda um pré adolescente quem a
consolou. Dizia que a notícia de uma nova vida não poderia causar tristeza
nunca e sim alegria. Uma vida não vinha ao mundo sem a permissão de Deus.
E foi pensando nas palavras de seu pequeno que ela se acalmou e viu com
novos olhos a situação de sua filha. Foi duro, desafiador, mas vendo hoje sua
netinha linda, passaria por tudo de novo. Não podia se imaginar sem ela.
Deus escreve certo por linhas tortas, dizia seu marido. Pois então, ela estava a
pensar que novamente Deus estava escrevendo certo por linhas tortas? Ou
torto por linhas certas? Mesmo com algo assim tão incomum? Será possível
que Deus juntou esses três? Se era possível ela não tinha certeza, mas
aprendeu na igreja que os pais devem criar os filhos nos mandamentos de
Deus até que eles próprios possam caminhar sozinhos, pois a salvação é
individual. A sua parte como mãe e temente a Deus ela fez, iniciou seus
filhos no caminho da fé, mas o que eles fazem da vida deles já não era mais
responsabilidade dela. Bastava ser agora a mãe humana que ama apesar de
tudo e de todos e nunca quer ver um filho triste.
— Querida, não posso prometer a você nem aos meus meninos que
verei tudo isso com bons olhos, mas não negaria jamais meu filho por sua
escolha não ser de acordo com às minhas. A não ser que suas escolhas lhe
causassem dor e desespero. E nunca, nunca viraria às costas para ele. A vida
de vocês pertencem a vocês, prometo tentar fazer parte disso, mesmo não
entendendo. Pode contar comigo.
Com um abraço, Nininha falou para dona Norma:
— Obrigada dona Norma, isso é muito importante para nós,
principalmente para Léo. Agora venha, quero lhe apresentar meu pai e
amigos.
Dane viu o brilho nos olhos de seu amigo ao ver sua noiva de mãos
dadas com sua mãe na mesa das comidas. Elas riam e falavam. Por um
momento Dane lembrou de sua mãe, apesar da saudade sabia que esta cena
seria impossível. Sua mãe jamais aceitaria esse casamento. Muito menos seu
pai. Mas ficou feliz ao ver a mãe de Léo se esforçando para fazer Léo feliz.
— Dane, com essa mudança de estado como ficou o trabalho de
vocês? — Perguntou seu Otávio.
— Conseguimos nos encaixar onde queríamos, agora só nos falta
comprar a casa e casar.
— Muito bem, então vocês tem tudo organizado? E para quando
querem casar?
— Nós queremos assim que comprarmos a casa, o que deve acontecer
por esses dias. Já está quase fechado. — Quem respondeu foi Léo —
...Espera ai, vou buscar meu sogro para te conhecer pai, te disse que ele
também é policial, quer dizer, foi, está aposentado.
— Disse filho, onde ele está.
— Na churrasqueira, vamos lá.
Os homens seguiram até seu Silva, este vestia um avental com um
retrato de um corpo masculino sarado, presente de Bruna. Tinha que ser. Seu
Otávio sorriu ao ver.
— Sogrão??
— Fala Léo, e nem pense em me pedir para pilotar minha
churrasqueira.
— Não, não é isso, por enquanto... Seu Silva, queria lhe apresentar
meu pai Otávio, pai este é seu Silva, meu sogro. Pai da minha princesa.
Seu Silva atrapalhado e surpreso, deixou os utensílios que segurava
sobre a bancada e limpou as mãos no pano de prato. Com um sorriso genuíno
se dirigiu a apertar a mão do pai de Léo.
— Poxa Léo, por que não me avisou que seu pai viria?
— Porque nem eu sabia meu sogro.
— Seu Silva, me desculpe a forma repentina, mas é um prazer para
mim e minha família sermos recebidos em sua casa. Ainda mais em uma
comemoração tão importante como esta. Meu Léo e Dane são homens de
sorte por conquistar sua filha, já não posso dizer o mesmo para ela.
Os quatro riram da brincadeira do pai de Léo, que apesar de um cara
fechado era um fanfarrão como Léo. Entraram em vários assuntos, mas nada
que dissesse respeito ao tipo de relação que seus filhos tinham. Serviram-se
de bebidas e comidas, o churrasco seguiu seu curso com muita música. O
pequeno quintal estava cheio de vida, logo as crianças se juntaram para
brincar com Brutus. Léia se enturmou com Bruna, Lary, e as acompanhantes
dos amigos de Dane e Léo. Virgílio, seu marido, encheu a pança e pediu para
tirar uma soneca no sofá.
Dona Norma e Nininha conversavam com às esposas de amigos do seu Silva
enquanto o restante comiam, bebiam e jogavam conversa fora.
Ao final da tarde Bruna e Lary fizeram uma farra para cortarem o
bolo de noivado, e disseram que estavam planejando um chá de lingerie para
próxima semana. Nininha já estava cansada de revirar os olhos para elas. Sua
cunhada estava altinha com a cerveja que entornava e não parava de achar
graça de tudo, enquanto sua sogra repreendia a filha a todo momento.
Mais tarde encostada na mesa vendo Léo acompanhar os amigos até o
portão, Nininha se deliciava com um pedaço do bolo, era o primeiro
momento do dia em que estava sozinha. Olhava em volta e via suas amigas
rindo alto com sua cunhada.
Sua sogra e sogro comiam bolo sentados em uma mesa, juntos com os netos.
E na varanda viu seu pai falando ao pé do ouvido de Gracinha, a cunhada de
seu amigo. Nininha sorriu. Seu pai merecia uma namorada. Ela iria verificar
direitinho quem é essa mulher.
Seus pensamentos foram cortados quando sentiu uma mão pesada
apertar sua bunda que não estava visível para os que ainda estavam no
quintal.
— Como está minha menina? Vi que não bebeu quase nada, não está
se sentindo bem? — Dane a questionou beijando sua nuca.
— Já pensou, além de ficar noiva de seu filho e do amigo de seu
filho, minha sogra me ver bêbada no nosso primeiro encontro?
— Ah sim, é claro. E mudando de assunto, como está essa bundinha
gostosa?
Se remexendo esfregando às coxas, Nininha jogou a cabeça em seu
ombro e o respondeu:
— Minha bundinha está esfolada, vocês se fartaram nela ontem,
esqueceu? Nem me sentei hoje o dia inteiro.
— Oh! É mesmo. Nossa visita ao apartamento, foi sensacional. Você
mereceu cada centímetro usado, sua abusada. — Dane terminou sua fala
mordendo o lóbulo da orelha dela, suas mãos passavam pelas bandas de sua
bunda longe dos olhos dos convidados.
Após fechar o portão, Léo se virou para o quintal, viu seu amigo
dando um trato em sua princesa e logo ficou duro. O refrigerante e cerveja
tinha acabado, e pelo o andar da carroagem os que ficaram iriam varar a
noite. Então Léo teve uma ideia. Com cara de sacana foi em direção ao casal
em ebulição e parou de frente para Nininha. Ela levantou o olhar para ele, que
notou na hora que ela já estava cheia de tesão. Beijou seus lábios docemente
e disse:
— Dane, que tal sairmos para buscar mais cerveja e refri.
— Vamos, amor você vem com a gente.
— Simm...
A noite já caía. Dane, Léo e Nininha avisaram que iam na rua
reabastecer a geladeira. Todos ovacionaram eles.
Dane foi dirigindo com Nininha ao seu lado e Léo atrás. Num jogo de
olhares os dois se entenderam e logo Dane levou o carro para uma rua mais
vazia, estacionou o carro e olhou para sua mulher.
— O que foi Dane? — Se virou e viu que Léo a olhava com o mesmo
olhar, e ainda com a mão na altura da virilha.
— Vem pra cá para trás princesa, preciso de você, e aquela casa está
cheia demais.
— Vocês estão loucos, estamos na rua, isso aqui é Rio de janeiro...
Dane nem deixou ela terminar e já foi lhe tacando um beijaço,
passando suas mãos em todo seu corpo. Da onde estava Léo a tocava como
podia. Endoidando nas mãos de seus homens, parou o beijo e disse:
— Merda, vocês me tiram a razão... Vamos Dane, lá para o banco de
trás.
Dito isto ela abriu a porta, saiu e entrou atrás, o mesmo fez Dane do
outro lado. Léo a pegou pela cintura e arrastou sua bunda no seu pau duro
tirando um gemido seu e dela. Nininha rebolou sobre Léo enquanto ele
passava as mãos em seus seios e beijava cada pedacinho de sua pele exposta.
Dane passava a mão em suas coxas e levantava seu vestido, ao encontrar seu
monte de Vênus fez morada e esticou apenas um dedinho para lhe tocar o
clitóris. Ela rebolou, rebolou. Léo tirou ela do colo e a colocou no meio dos
dois sentada no banco. Pôs sua perna direita sobre a sua e Dane fez o mesmo
com sua esquerda, deixando-a arreganhada. Como estava de vestido eles
tinham fácil acesso ao seu centro de desejo. Era beijada por um e por outro,
sua boca nunca estava sem ser beijada, assim como sua buceta não deixava
de ser tocada. Seus dedos se misturavam em seu canal sumindo cada vez
mais até o fundo. As sensações eram muito intensas. Estar ali naquela rua
deserta, dentro de um carro com eles, sabendo que sua família e amigos ainda
os aguardavam voltar, só fazia as sensações aumentarem. Loucura.
Ela pegou seus membros doloridos em cada mão e enquanto eles a levavam
com seus dedos, marcando suas digitais nas paredes úmidas de sua vagina,
ela punhetava aqueles dois paus cheio de pré gozo até transbordarem seu
néctar saboroso. E enquanto eles arremetiam em suas mãos, ela se
arreganhava ainda mais para receber de seus dedos o toque derradeiro que a
levou ao ápice enlouquecedor.
Altamente saciados, foram se recuperando aos poucos. Dane voltou
ao volante e Nininha ficou com Léo atrás. Passaram no mercado compraram
as bebidas e voltaram para festa, bem mais leves, como três adolescentes.
Rindo à toa. Apenas Bruna percebeu que havia rolado algo.
Horas depois os pais de Léo se despediam de seu Silva, dona Norma e
seu Otávio fizeram questão de agradecer a hospitalidade dele e sua filha.
Agradeceram a tarde maravilhosa e parabenizaram pela filha especial que
tinha.
— Não vou dizer que vai ser fácil tudo isso, mas posso prometer ao
senhor que o que depender de mim e minha família, Nininha será recebida
como uma filha, não porque esta casando com meu filho, mas por ser uma
pessoa especial. Gostei muito dela, menina forte e decidida. E me mostrou o
contrário do que pensei que ela seria. Não olho com bons olhos esse
relacionamento que eles escolheram, mas posso ver que os três realmente se
amam de verdade e ficam muito bem juntos.
— Obrigada dona Norma, não esperaria menos do que isso da mãe e
da família de meu genro. Sei que se ele é esse homem feito com mais
qualidades do que defeito, é porque veio de uma família amorosa e dedicada.
Quanto ao relacionamento de nossos filhos faça como eu, apenas focalize em
seu sorriso, em quanto está feliz. Sei que como mãe, isso é o mais importante,
o resto é mera formalidade.
— É verdade seu Silva, concordo com suas palavras e acrescento, a
vida é deles e eles vivem ela como quiser e, se escolheram o caminho do
amor, quem somos nós para julgar. Só podemos estar ao lado deles sempre
que precisarem e esperar o melhor do futuro. Vamos meu bem, estou
cansado.
— Os táxis chegaram. — Disse Dane — Virgílio, aqui a chave do
apartamento ele está arrumado, se acomodem da melhor maneira possível.
Tem alguns mantimentos no armário e alguma coisa na geladeira. Amanhã de
manhã, sei que você e o tio acordam cedo, podem ir a padaria que fica na
esquina. É só pedir ao porteiro que ele ajuda. Vamos tentar ir lá amanhã, não
sabemos a hora, mas avisamos antes, ok. Cuida de todos.
— Tá certo Dane, mas não pense que eu sou um caipira que não vai
achar a padaria, heim! Obrigado.
Seguiram todos para os dois táxis que esperavam, Léo se desculpou
com a mãe por não levá-los, pois já havia passado do limite no álcool. Mas
ela entendia perfeitamente, só pediu para que fossem no outro dia ter com ela.
As crianças fizeram Dane e Léo prometerem de leva-los à praia antes de irem
embora. Nininha adorou os pequeninos, e a menina também, mas sentiu que
existia um certo ciúmes dela em relação a Léo e Dane. Adolescentes.
Após a saída da família de Léo, ainda sobraram Bruna que estava
numa conversa quente com um amigo dos meninos, um casal de amigos de
seu pai, Gracinha que estava com as buchecha vermelhas com algo que seu
pai dizia para ela e Lary que foi derrubada pela batida de Bruna dormindo no
sofá.
Rindo, Nininha caminhou até sua amiga na sala. Jogou por cima dela a manta
que estava no encosto do sofá. Pegou o telefone e ligou para sua mãe,
avisando que ela iria dormir ali, ela não gostou muito e Nininha também
sentiu uma certa indiferença em sua voz, a mãe de Lary sempre a tratava tão
bem. Na verdade ela agia muito assim com Bruna. Sem Nininha perceber,
Bruna entrou na sala trôpega:
— Vacaaa... Aí está você, achei que tinha ido buscar mais bebidas
com seus bofes... E aproveitado para dar mais alguns amassos.
— Muito engraçadinha Bruna, chega de bebidas por hoje. Lary já
morreu no sofá. Acabei de avisar a mãe dela que dormiria aqui. Sabe pela
primeira vez vi que ela me tratou diferente e até não gostou de Lary ficar.
Aconteceu algo, até perguntei a Lary se ela viria, mas ela desconversou e
acabei esquecendo.
— Nininha, você não sabe, agora você tomou minha posição de
pervertida na cabeça da mãe dela. Bem vinda ao meu mundo!
— Tá de sacanagem Bruna, sério!?!?
— Seríssimo gatinha... Mas falamos disso outra hora, tem um gato
super gostoso me esperando lá fora e vim aqui me despedir, noivinha safada.
— Respondeu Bruna beijando e abraçando sua amiga.
Nininha só podia rir e retribuir aquele abraço. Lhe restou apenas pedir
para que tomasse cuidado. Levantou e foi se despedir do gato gostoso, quer
dizer, do afair da vez de Bruna.
Léo a abraçou por trás, enquanto se despediam, Nininha aproveitou para
avisar que Lary iria dormir na sala.
Ela se virou nos braços de Léo e escondeu seu rosto no peito
musculoso dele. Na verdade não esqueceu o que Bruna disse a respeito da
mãe da Lary. Buscou conforto nos braços de Léo.
— Que foi amor, aconteceu alguma coisa?
— Nada não Léo, só estou cansada quero tomar um banho e dormir.
Os amigos de meu pai já foram embora?
— Sim foram, só ficou dona Gracinha que está numa conversa muito
agradável com seu pai. Ele não tira os olhos dela. Acho que meu sogro vai se
dar bem hoje.
Ao ouvir Léo, Nininha se virou rapidamente para procurar seu pai.
Achou ele sentado em uma das mesas que alugaram para a festa, todo
ouvidos para o que Gracinha dizia.
Ficou feliz com a possibilidade de seu pai conhecer alguém que o fizesse
flertar novamente. Mas será que essa gracinha está a altura de seu valoroso
pai? Ele merecia muito alguém em sua vida, ela sempre lhe dizia isso, mas
ele estava ocupado demais sendo esse pai fabuloso. Talvez agora que ela vai
sair de sua casa para viver sua vida com seus maridos, ele tenha tempo de
sobra para viver a vida dele também.
— Minha menina está tão pensativa, o que passa nessa cabecinha
linda? — Disse Dane se aproximando e a puxando levemente de Léo.
Toda dengosa, ela se encaixou no outro peitoral musculoso que amava
e se acomodou.
— Estava pensando no meu pai, em como ele esteve sozinho todo
esse tempo. Ele merece conhecer alguém.
— Essa dona Gracinha me parece bem legal, o que você achou? —
Questionou Dane.
— É, não sei ainda se ela está a altura do meu pai. Veremos.
— Isso soa como ciúme de filha possessiva. — Disse Léo debochado,
puxando uma cadeira e sentando.
Se virando de costas para Dane e mandando língua para Léo retrucou:
— Não é isso Léo, eu só estou sendo cuidadosa. Não vou deixar
qualquer uma entrar na vida dele.
— Amor, olha como está falando!? Não é você quem decide quem
entra na vida de seu pai, e sim ele. Dê a ele a confiança na sua escolha, da
mesma maneira que fez com você. — Pontuou Dane.
Bicuda, mas de acordo com as palavras de Dane, Nininha buscou o
copo de Léo e bebericou o restinho de cerveja que tinha. Preferiu não insistir
nesse assunto, em vez disso mudou o foco.
— E aí Léo, qual a imprenssão que sua família teve de nós, de mim?
— Indagou Nininha puxando outra cadeira para se sentar, Dane fez o mesmo.
Abrindo outra latinha, Léo respondeu enquanto enchia os copos deles:
— Acho que as mulheres de minha família te adoraram...
— Nem todas né, sua sobrinha tem ciúme de você, aliás pelo que
percebi de vocês. Acho até que existe uma paixonite dela em relação ao
Dane.
— Que isso Paulina, ela é uma criança! — Cuspiu Dane literalmente
junto com o gole da cerveja que estava na boca.
Léo riu.
— Princesa, ela é só uma adolescente e, como uma, quer a atenção
total de todos. E no momento, a atenção foi toda direcionada a você. Logo ela
vai baixar a guarda e ver a tia maravilhosa que você será.
— Tiaa?!
— Sim, claro. Mas voltando à sua pergunta, quanto a nós três, é
complicado, senti que minha mãe e pai não irão incentivar o nosso
relacionamento, mas não farão nada contra também. Quer saber, por mim
tudo bem, eles já caíram na sua rede, gostaram de você e quando nascerem os
netos vão se derreter.
— Lá vem você com essa história de crianças de novo. — Disse
Nininha revirando os olhos.
— Lá vão vocês dois discutirem sobre nossos filhos antes deles se
quer virem ao mundo. — Se intrometeu Dane na conversa.
Acabaram os três rindo.
Léo olhou para onde seu sogro estava e logo fez um sinal com a
cabeça para que Nininha e Dane olhassem também.
Tocava uma música romântica no rádio e seu Silva havia tirado Gracinha
para dançar. Estava ela com a cabeça deitada em seu ombro com o corpo
ajustado ao seu. Suas mãos estavam as duas atrás do pescoço dele enquanto
as dele pousava em sua cintura.
Os dois languidamente se moviam ao som doce que soava do rádio.
Nininha sentiu como se estive-se invadindo a privacidade de seu pai.
Levantou e fez um movimento para seus noivos a seguirem, foram os três
para o quarto. Deixaram os mais novos "amigos" com o quintal todinho para
eles ao som da música.
Já no quarto, após tomarem banho, não antes de Nininha lutar com
Léo para que ele não entrasse no banheiro junto com ela, os três estavam
papeando. Falavam sobre a casa que visitariam para aprovar a compra,
possíveis datas para o casamento e como seria a cerimônia. Na ideia de Dane,
apoiada por Nininha, fariam um outro encontro como este do noivado, um
pouco mais social e com às mesmas pessoas, talvez algumas outras. E só.
Mas Léo, parecia a noiva. Queria toda a pompa de um casamento. Não era
tão bicho solto assim, no fundo tinha uma parte antiquada. Dane era prático e
Nininha apesar de romântica não queria chamar muita atenção. Então a
conversa sobre a cerimônia do casamento rendia. Até que, já irritada tomou a
palavra.
— Olha só, nós não precisamos de cerimônia, festa e essas coisas.
Vamos encarar a verdade, nossa situação é inusitada, seria bem complicado
pensar em arrumar alguém para nos casar. Seria quem? Um padre, um pastor,
um... Sei lá...
Não tenho em mente alguém que casaria pessoas poligâmicas no nosso país.
E vocês já viram alguma coisa do tipo, uma noiva entrando e no altar dois
noivos esperando? Eu acho que não. Então, não vamos perder tempo com
algo que sabemos que vai ser complicado. Vamos apenas marcar uma data, ir
ao cartório se vocês fazem tanta questão, e fazer um documento de união
estável. Garantimos aí alguns direitos e almoçamos juntos depois. Mas por
mim, nem isso precisaríamos, não quero pensar que preciso de um
documento e muito menos de um representante de uma igreja para fazer valer
nossa união. Eu só quero dividir minha vida com vocês e mais nada. E já
chega desse assunto, quero dormir. Cheguem pra lá. — Disse Nininha
mostrando sua posição, deixando os dois sem fala.
Léo se levantou da cama e irritado saiu do quarto sem dizer nada.
Nininha fez que não viu e se acomodou nos lençóis e travesseiro fechando os
olhos para dormir. Dane que estava encostado na janela não tirava os olhos
dela, antes de desligar a luz olhou para os quadros que ela pintou. A
delicadeza das pinceladas era visível. Só um artista romântico de alma pura e
totalmente entregue aos sentimentos e sentidos pintaria com tanta entrega.
Imaginou que ele querer ser prático diante de tudo era bem normal, era sua
essência. Mas vendo a reação um tanto dramática de sua menina percebeu o
óbvio, ela na verdade não era tão prática assim. Era uma romântica, uma
artista, portanto sentimental. Poderia não querer um casamento de novela,
mas com certeza no fundo desejaria algo que a fizesse arrepiar.
O que ele entendeu com tudo o que ela dizia é que, por sua relação ser
inusitada, diferente e fora dos parâmetros sociais não deveria ser especial.
Talvez achasse até que eles não mereciam uma festa de casamento tradicional
como em todo final feliz.
Dane beijou a bochecha dela dizendo:
— Eu te amo!
Desligou a luz e saiu do quarto.
Dane era o prático, mas as ideias românticas saiam sempre de sua
cabeça. Pensava ele. Talvez fosse porque Léo e Nininha estavam sempre
demasiadamente passionais e não se concentravam em resolver as questões.
Com as ideias pulando em sua cabeça, Dane foi atrás de seu amigo. Passou
pela sala e viu Lary dormindo profundamente. A porta da sala estava aberta,
saiu na varanda e encontrou Léo sentado na mureta bebendo uma cerveja.
— Brother, não tô afim de conversar. — Rosnou ele.
— E nem eu, mas precisamos... Tive uma ideia. — Insinuou Dane
olhando em volta. — Onde estão seu Silva e dona Gracinha?
Rindo Léo respondeu:
— Acho que estão bem melhor que nós dois agora. Quando passei no
corredor escutei risos vindo do quarto dele. Rápido esse nosso sogro.
— É verdade, sorte a dele.
— Que ideia você teve?
— Nossa noiva quer uma cerimônia de casamento e uma festa
também.
— Ah! Sério!? E você teve certeza quando ela disse "não precisamos
disso" ou "já chega desse assunto"? — Debochou Léo.
Roubando a cerveja da mão de Léo, Dane tomou um gole e explicou
ao Léo tudo o que se passou em seus pensamentos. Tentou explicar também
sua ideia e convencê-lo de realizar.
A princípio, Léo não entendeu muito bem o que Dane achava sobre Nininha,
mas quando ele explicou melhor Léo compreendeu.
Sua Nininha estava com medo, todos sabiam que não seriam fortes o tempo
todo, haveria momentos em que deslizariam, este era um momento. Nininha
estava indo contra ao desejo de casar por achar que sua história não se
encaixava nisso.
É claro que sua princesa deve ter sonhado com o dia que encontrasse seu
príncipe, se casaria e seria feliz para sempre. Ela não esperava que tudo isso
acontecesse em dobro, principalmente os príncipes. Ela deve estar confusa e
não sabe muito bem como vizualizar tudo isso com esse novo ponto de vista.
Tudo bem. Ela não precisava, eles realizariam o sonho de um jeito bem
especial como ela merece e eles desejam.
Tanto Léo como Dane fariam de tudo para realizar os desejos mais
profundos de sua futura esposa. Mas Léo não deixaria de realizar o seu
também.
— Dane, não é possível que você não sonhe com nossa menina
vestida em um vestido lindo de noiva, feito a princesa que ela é.
— Não é que eu não queira, Léo. É que para mim não se faz
necessário, mas concordo que seria uma das visões mais lindas do mundo.
— Pois é, eu não vou desistir de vê-la vestida assim, e de despi-la
também. Não me importo com quem faça a cerimônia, com quem esteja
assistindo ou com um papel assinado dizendo que somos um do outro. Tê-la
na nossa cama e retirar seu vestido juntos, para mim é o suficiente para
consumar nossa união.
— Acho que hoje vou sonhar o mesmo sonho que você, irmão.
— É? Então vambora, já passou minha raiva e estou com ciúmes dos
lençóis que abraçam o corpo de nossa noiva enquanto jogamos conversa fora.
Terminada a cerveja e a conversa, Léo e Dane verificaram a água de
Brutus. Fecharam a casa, Dane ligou o ventilador da sala para Lary. Léo foi
ao banheiro escovou os dentes e foi para cama. Lá encontrou aquele corpo
quente que adorava, tirou o calção e se enconstou nu em Nininha, que se
remexeu ao seu toque. Louco de desejo beijou seu pescoço escondido por
seus cabelos e foi descendo por cima de sua camisola. Chegando ao quadril
levantou o tecido e se fartou na linha de seus quadris.
— Léoo estou dormindo...
— Tudo bem, não precisa acordar.
— Como? Se você me beija desse jeito.
— Então não dorme, se deixa beijar.
— Tô cansada Léo... — Dizia ela se contorcendo ao toque dos lábios
de Léo, morrendo de tesão.
— Então relaxa, não se esforce, deixe que eu faço todo o trabalho. —
Disse Léo subindo beijando sua barriga, seios e se posicionando sobre ela,
roçando seu corpo no dela.
Dane entrou no quarto no exato momento em que Léo com um dedo
afastava a minúscula calcinha que Nininha usava para o lado e, logo
direcionou seu pênis duro na entrada de sua vagina.
Dane fechou a porta atrás dele, tirou a blusa e seu shorth. Seu corpo já
mostrava o desejo crescendo, enquanto viu seu amigo tomar vagarosamente o
corpo de sua noiva. Ela jazia de olhos fechados e relaxava como Léo havia
dito e recebia a luxúria que seu corpo lhe proporcionava.
Dane sentou encostado na cabeceira da cama e não tirava os olhos do
rosto de Nininha. Não queria perder uma expressão se quer que ela fazia ao
receber tamanho prazer. Molestava seu pau duro e escorregadio da baba do
pré gozo que saia de sua cabeça.
Aos gemidos sôfregos e contidos, Dane viu que seu amigo e noiva haviam
encontrado juntos o que procuravam no enrosque de seus corpos. Sedento e a
ponto de explodir, Dane se agachou e beijou a boca dela. Léo saiu de cima
dela e deitou ao seu lado, enquanto isso Dane acariciava o corpo livre de sua
noiva sem parar de beija-la. Até que apertou um de seus seios fazendo com
que ela abri-se os olhos e desse de encontro com os seus.
Ela sorriu, sabia que seu Dane precisava de algo mais forte. Nininha se virou
de barriga para baixo e não demorou muito para Dane arrastar ainda mais sua
calcinha para o lado e mergulhar com o pau no seu centro que ainda
transbordava de seu prazer, misturado com de Léo. Presa na cama pelo seu
corpo pesado e duro, Nininha só conseguia empinar um pouco a bunda
deixando a posição do jeito que Dane gostava. Virou a cabeça de lado e
gemia recebendo as fortes estocadas, olhando para Léo. Esse levou sua mão a
boca dela para que seus gemidos não ultrapassassem os limites. Durante este
tempo Dane arremetia forte e profundo no seu canal, tomando seu prazer e
libertando o dela. Nininha sentia tudo isso e ainda lia nos lábios de Léo:
" Eu te amo" "Nós te amamos"
Assim gozou forte. Recebendo prazer e amor em dobro, com a pitada
animalesca marcante de Dane.
Hora de dormir, descansar e continuar sonhando.
Capítulo 49: Energia.

No segundo andar de uma casa no litoral, Nininha abria uma


porta de correr que dava direto para uma varanda.

No horizonte via-se o mar. O dia estava meio cinza parecia que iria chover,

mas nada que invalidasse a beleza do lugar.

Ao se concentrar nos barulhos das ondas, ela fechou os olhos e se deixou

levar. Pensamentos antigos se misturavam a novos, a realidade se misturava

com o sonho. Nunca em sua vida achou possível viver numa casa como esta,

ainda mais, assim tão perto ao mar. Sentia que aqui seria seu pouso seguro

pelo resto de seus dias. A sensação de criar filhos no terreno que rodeava a

casa, correndo e brincando a fez sorrir. Olhou em volta e viu às várias casas

parecidas com essa, ao longe ouvia risos e gritinhos de crianças. O local era

habitado, isso era bom, pois ela não queria viver grudada em vizinhos, porém

também não queria se sentir completamente isolada da civilização. Andou até

a mureta da varanda e olhou para a frente da casa. Havia uma piscina não tão

grande e uma área para churrasco, seu pai adoraria. Mas estava bem
desgastada, precisaria de uma obra, pintura.

Do outro lado de uma rua larga estava o mar. O comércio dava para ver ao

longe. E haviam várias casas próximas.

Ao lado onde seria a garagem, estava Dane conversando com o corretor. Ele

de alguma forma percebeu que ela o olhava, olhou de volta e perguntou:

— E aí amor, gostou?
— Sim, claro, é esta! — Respondeu ela meio histérica no bom
sentido.
Quando terminou de falar, ela sentiu Léo por trás dela a abraçando.
Logo depois ele gritou para Dane:
— Pronto Dane, fecha logo o negócio. — E a beijou.
O corretor olhou de um para outro sem entender muito bem, quando
Dane se voltou para ele, disfarçou e lhe perguntou:
— Então senhor, podemos agir os documentos?
— Com certeza.
Após acordarem e praticamente fechar a compra, Dane acompanhou o
corretor até o portão e ficou com a chave da casa. Combinou o dia de se
encontrarem para finalizar com a assinatura da escritura e transferência do
dinheiro.
Ao se virar para voltar, olhou para a casa. Nesse momento sentiu o peso de
suas decisões. A responsabilidade de ter um lar. No momento eram só ele,
Nininha e Léo, mas a ideia era construir sua família ali, criar seus filhos.
Pela primeira vez desde que seus pais se foram, ele usou o dinheiro
que eles haviam deixado. Ainda sobrou alguma coisa, junto com os aluguéis
de alguns imóveis que seus pais tinham, se transformava em uma boa
quantia. Mas isso não lhe interessava, gostava mesmo é de ganhar o seu
dinheiro com o trabalho que escolheu.
Seus pais eram empresários, de classe média, sempre deram uma boa
vida a Dane e quando ele quis trocar tudo isso para ser policial, foi o fim para
seus pais. Eles não queriam de jeito nenhum, tinham medo por ele. Ficaram
tempos sem se falar, seu pai então foi irredutível. Mas Dane seguiu em frente,
estudou se qualificou, sempre de acordo com seu objetivo final, que era
entrar para inteligência da polícia federal. Acabou que no fim foram eles que
morreram, apenas por serem pais de um policial. Dane levaria essa culpa para
sempre. Ele achava que era por isso que não se entregava às relações,
somente a amizade de Léo. Hoje ele sabe que não se envolveu amorosamente
com ninguém antes, porque seu coração pertencia à sua menina, e não tem
medo ou sensação de culpa que faça ele querer ficar longe dela e nem desistir
de uma vida ao seu lado. As coisas acontecem porque tem que acontecer,
simples assim. Respirando fundo e tentando afastar memórias de tristeza em
relação aos seus pais, foi ao encontro de seu amigo e noiva.
— E aqui, o que será? — Perguntava Léo.
— Quarto de hóspedes, uê! — Respondia Nininha.
— E aqui? — Continuava Léo.
— Outro quarto de hóspede? – Respondeu como quem questionasse.
Bufando Léo foi em sua direção, com as mãos no seu rosto disse a
ela:
— Princesa, quando você vai cair na real e aceitar de uma vez por
todas que esses serão quartos dos nossos filhos?
Tirando as mãos dele de seu rosto, Nininha saiu andando olhando em
volta e respondendo:
— Porque isso ainda não passa pela minha cabeça.
Nesse momento Dane se aproximava a eles no corredor que levavam
aos quartos de cima e falou:
— Sabe o que eu acho Léo, que você está parecendo uma
mulherzinha que só quer saber de ter filhos, são seus hormônios gazela que
estão aflorados, vai menstruar também?
— Muito engraçado Daniel, até parece que também não pensa nisso.
— Sim eu penso, mas não penso só nisso como você.
— Aí meninos, vocês não tem que pensar em nada disso, porque
quem decide isso, sou eu. Meu corpo, minhas regras. E não estou nem
pensando. Por enquanto.
Pequenas omissões não nos fazem mentirosos, apenas nos permite
adiar algumas verdades que não precisam ser imediatas.
Nininha queria ser mãe e, mãe dos filhos deles, mas ainda tinha um pouco de
receio. Aquele medo de não saber se será boa o suficiente, rondava a cabeça
dela. Como se só dependesse de nossas vontades os acontecimentos em
nossas vidas.
Só temos certeza se somos bons ou ruins, suficientes ou não, diante da
experiência vivida. Temos que estar dispostos a viver e aí sim fazer as
comparações necessárias.
— Que tal estreiarmos nossa nova casa? — Dizia Léo olhando safado
para Nininha.
Pega pela cintura, escutou em seu ouvido Dane dizer:
— Eu acho perfeito.
— Vocês são insaciáveis mesmo.
— Amor, desde o dia anterior ao churrasco não tomamos você ao
mesmo tempo. Queremos sempre que possível te preencher ao mesmo tempo,
é tão bom, apertado e proibido. E também desde desse dia não provamos
desse bumbum.
— Um descanso necessário para minha pobre bunda. — Retrucou
Nininha se afastando de Dane e indo abraçar Léo.
— Nós somos insaciáveis e você irresistível, combinação perfeita. —
Léo disse antes de beija-la com fogo nos lábios.
Indo até eles Dane se ajoelhou atrás de Nininha segurou em suas
ancas e por cima do jeans que vestia, beijava e mordia as bochechas de sua
bunda. Passava o rosto entre as bandas de olhos fechados com muito desejo e
tentava abrir o fecho.
Léo beijava e acariciava os seios dela, conseguiu abaixar uma parte da blusa
expondo o seu seio direito. Se revezava em beijar sua boca e abocanhar a
carne macia em sua mão.
Entorpecida pelo o clima quente que se instalava naquele cômodo
vazio, Nininha tomada de sensações, se dissolvida nas mãos deles. Começou
a tirar a camisa de Léo e abrir sua calça. E facilitou a Dane tirar o jeans que
vestia.
Um vento forte soou lá fora, as janelas vibraram e o vento ao entrar
pela casa vazia fazia barulho. Mas o mundo poderia acabar que aqueles três
não iam perceber. Quando seus corpos se fundiam em um só, não havia nada
que dispersasse a atenção. Seus sentidos e seus corpos só se concentravam
em encontrar alívio.
No chão, as roupas jogadas por todos os lados e eles rolando de um
lado para outro sem desacoplar. Nem o frio do porcelanato, em contato com a
pele quente, foi capaz de fazê-los parar.
O vidro da janela embaçava com a quentura que vinha deles e através dele
via-se a chuva cair em pingos fortes. Léo penetrava Nininha em sua buceta
enquanto Dane se fartava em sua bunda, e foi assim que os três gozaram
juntos, ao som da chuva e das frases ditas: eu te amo, eu te amo e eu amo
vocês.
Nus, suados e largados no chão do quarto vazio de sua nova casa,
olhavam para a chuva que caia lá fora. Nininha se levantou e aos olhos dos
dois andou até a janela, bem faceira colocou as mãos no batente e se inclinou
um pouquinho, o que dava uma visão melhor do que a chuva para os dois
amigos no chão, então disse pensativa:
— Eu acho que vou tomar banho de chuva.
— Tá doida, quer ficar resfriada. — Repreendeu Dane.
Virando-se e apontando o dedo para Dane vociferou:
— Nunca chame uma mulher de doida, ainda mais sua mulher. Eu
estava quieta, mas aí vocês vem e me tiram do sério com essas mãos e bocas
insanas... Agora aguenta, eu quero mais, quero na chuva e no quintal de nossa
casa. Fui!
Sem olhar para trás, Nininha correu para baixo na casa, passando pela
sala pegou na sua bolsa uma canga de praia e saiu para o quintal. Olhou em
volta e viu que não tinha como algum curioso ver o que acontecia no seu
quintal. Deixou a canga no chão e sorrindo sapeca olhou para trás e gritou:
— Vocês não vem não? — Correu para chuva.
Ao escutarem a voz dela, Dane e Léo se olharam sem acreditar.
— Cara, ela não pode tá falando sério. — Falou Dane incrédulo.
— Brother, acho que está sim e, eu não vou ficar aqui em cima
batendo papo com você sabendo que minha noiva está nua tomando banho de
chuva no quintal. Você não faz o meu tipo, sinto muito. — Léo disse já se
levantando e indo para o quintal peladão.
— Idiota... Ei… Me espera que também vou! — Correu Dane.
— Vai ficar pra trás seu velho.... — Implicou Léo.
— Só se o novinho fosse mais rápido e esperto do que eu... — Falou
Dane do meio da escada pulando na frente de Léo o deixando para trás.
— Filho da puta...
— Chorão...
Nininha rodopiava na chuva, sentia-se livre. Já não tinha mais
vergonha de seu corpo, se descobriu mulher e agora se ama cada vez mais.
Era preciso isso para que continuasse saciando seus dois homens. Passava as
mãos em seu corpo, que ainda vibrava da pós foda. E quanto mais fazia isso,
mais seu desejo se mostrava. Abrindo os olhos viu Dane sair da casa seguido
por Léo, os dois não tiravam os olhos dela. Mesmo não tendo bebido sentia-
se embriagada, viciada, necessitada. Via nos olhos deles a vontade de tocar
seu corpo, então com eles assistindo começou a se tocar mais intimamente.
Passeava sua mão sobre os picos endurecido de seus seios, descia a mão por
seu ventre até o meio de suas coxas. Seus dedos encontraram os lábios
vaginais molhados não só pela água da chuva. Levando um dedo na borda de
seu canal sentiu o líquido viscoso que Léo havia depositado no fundo do seu
ser que agora escorria pela suas pernas, junto com o líquido espesso que
Dane depositou atrás.
Era mundano demais essas sensações, não havia tempo para pensar se era
certo ou errado, bonito ou feio, só dava para sentir.
Léo e Dane se aproximavam como felinos na selva focando sua presa.
Não agiram em nenhum momento, pois sabiam que Nininha é quem estava
comandando a festa. Ficaram apenas de espectadores da atração principal de
suas vidas. Vendo seus homens se aproximarem completamente nus e já
prontos para toma-la, seu toque já não a contentava, precisava deles, da
maneira que quisessem. Só precisava senti-los de novo.
Com um sorriso convidativo Nininha trouxe seus homens ainda mais
perto, e na chuva sem o toque das mãos, se olhavam enquanto eles a
rodeavam. Vez ou outra Dane e Léo cheiravam seu pescoço em lugares
diferentes, mordiscava, e pegava em mechas de seus cabelos deixando
escorrer pelos dedos.
Foi ela quem deu o primeiro passo, levou suas mãos a cada pescoço deles e
os trouxe na altura de seus seios. Cada um tomou seu presente como
quiseram. Nininha enfiava os dedos nos cabelos deles pressionando-os ainda
mais ao seu corpo e tentando não cair no chão com o turbilhão que crescia
dentro de si.
As mãos deles corriam pelo corpo dela. A chuva não cessava, parecia querer
fazer parte da festa. No momento em que ela deu uma aumentada, Léo foi
para às costas de Nininha, sustentando ela pelas suas coxas abertas, assistiu
seu parceiro de vida se encaixar nela com volúpia. Logo Dane se equilibrou e
tomou o peso dela para si, após algumas investidas indecentes e alucinantes
que faziam ela gemer, ele parou e aguardou o amigo se posicionar.
— O meu Deus gente, não para, não para...
— Não princesa, nunca... Só vamos duplicar as sensações... Deixa só
eu me encaixar também... Aaaaaaa que apertado amor, assim não aguento...
— Dizia Léo enquanto tentava se encaixar em sua buceta onde Dane já fazia
morada.
Com os dois juntos em seu canal quente e úmido, Nininha só
conseguia se deixar levar. Seu corpo cada vez mais se adaptava a esse tipo
diferente de penetração. Não era uma prática diária e ela achava que nem
seria possível, mas quando acontecia era sensacional. Parecia impossível
antes e continua não sendo tão fácil quanto parece, mas quando tudo se
ajustava era maravilhoso. Sentir os pênis duros dentro dela ao mesmo tempo,
tanto no ânus e vagina, quanto só na frente, a fazia sentir-se sobre humana o
que a colocava na condição de uma Deusa.
O barulho do encontro dos seus corpos com o movimento que faziam,
revelava a ânsia de alcançarem o melhor prazer que o sexo a três poderiam
lhes dar.
Já Dane e Léo sentiam algo fora do normal. Era como se um fosse a
continuação do outro. Não havia tesão em ter seus paus encostando um no
outro, mas todo o roçar deles dentro do canal dela com a compreensão de
suas paredes vaginais, traziam um transbordamento de sensações. A fricção
que faziam os levavam aos céus e por consequência Nininha ia junto.
Ela já havia notado que quando eles faziam uma dupla penetração,
gozavam mais rápido. Na maioria das vezes eles primeiros que ela, apesar de
sempre eles se esforçarem para o contrário. Então aprendeu a se estimular
também durante essas relações, adiantando seu momento de prazer. Rebolava
levando eles ao ponto que precisava e se tocava como podia.
Naquela dança de vai e vem continuavam e a chuva os
acompanhavam.
Sentindo seu orgasmo se formar, Dane começou a tremer as pernas, Léo
percebeu e se adiantou para chegarem juntos.
Nininha já estava tão alucinada que dedilhava seu clitóris sentindo seu corpo
reagir lhe presenteando com um clímax.
Dane não aguentou os espasmos da buceta dela e a seguiu jorrando dentro
dela, Léo tomado pela luxúria do momento foi junto enchendo novamente
aquele corpinho que adorava. No fim se soltaram e levantaram os rostos para
o céu na intenção de que a chuva que caia os ajudassem a recuperar às forças.
Era noite quando o trisal chegou no apartamento. Os três estavam
mais que realizados com a nova casa, na vinda vieram resolvendo sobre
decoração e outras coisas do tipo. Falaram também do como seus amigos e
parentes iriam curtir o local.
Os sobrinhos de Léo adoravam praia, apesar de terem ido poucas vezes,
agora iriam se fartar ao vir visitá-los.
Após o noivado, antes de irem embora, eles todos passaram um dia na
praia. Até o pai de Nininha foi e, acompanhado de Gracinha. Foi um dia de
farofa como disse Lary, que apareceu por lá à tarde. Nininha aproveitou para
assuntar sobre a reação da mãe de Lary ao atender o telefonema dela.
Também falou sobre o comentário que Bruna havia feito sobre isso. Sentiu
que Lary queria pôr panos quentes sobre o que sua mãe realmente estava
pensando de Nininha. Triste, mas tentando se conformar falou a amiga:
— Lary, sabe que te amooooo, né? Então não precisa pisar em ovos
entre eu e sua mãe. É claro que eu já sabia que não seria fácil e que perderia
algumas pessoas pelo caminho diante dessa escolha de vida. Não quero que
pense que não preso a amizade da sua mãe, porém quero que saiba que você é
que é muito importante para mim, sua mãe era um bônus. Infelizmente não
podemos ter tudo, é assim com todo mundo. E na realidade não me sinto na
posição de reclamar de nada, pois as pessoas que verdadeiramente são
importantes para mim estão do meu lado e me aceitam como sou e como
quero ser. O que vier daqui para frente é lucro. É triste sim, perder pessoas
que eram referência para mim, mas saber que a referência dela sobre mim
mudou, por puro preconceito, é mais triste ainda. É como se seu carinho não
fosse real. Então não me serve. Me perdoe.
— Nininha, eu que te peço desculpas. Minha mãe surtou, na verdade
sabíamos dos pontos de vistas dela bem arcaico, mas sem dúvida isso não
atrapalha nossa amizade. Te amo também e isso é a única coisa que importa.
Minha mãe é que vai perder sua amizade.
— Bom, vamos esquecer isso. Que tal um mergulho?
Após este dia, Nininha se limitou a não envolver a mãe de Lary em
seus planos como antes. Ao lado dela só queria quem fosse verdade.
No estacionamento Nininha começou a espirrar e corizar. Aquele
banho de chuva estava fazendo efeito. Sonolenta, ela foi direto para o quarto
e se jogou na cama. Léo foi navegar no computador na sala e Dane foi ler um
livro na cama ao lado de Nininha.
Mais tarde, Nininha se remexeu na cama espirrando e tossindo, acordou e
pediu água para Dane. Ele foi buscar e ao passar pela sala viu Léo dormindo
com o Notebook no colo, balançou a cabeça rindo e foi na cozinha buscar a
água. Ao voltar foi até ele, tirou e desligou o computador e carinhosamente,
como um ogro, deu uns tampinhas no braço dele e disse:
— Acorda mané e vai para cama, antes que arrume um torcicolo e eu
tenha que cuidar de dois.
— Porra, precisa bater seu... Dois?! Não entendi.
— Nininha está espirrando, tossindo e senti ela um pouco quente, eu
disse que aquela chuva ia acabar trazendo resfriado.
— Sério, cara?! Merda. Eu vou lá ver ela.
— E você é médico gazela?
— Não, mas com certeza não sou o cara que vai dizer: "viu eu disse
que aquela chuva ia trazer resfriado"....
Se adiantando, Léo foi para o quarto ter com Nininha. E a
bombardiou de perguntas enquanto beijava seu rosto:
— Oi princesa, como você está, tá com febre, quer ir ao médico, o
que você quer que a gente faça? Dane me disse que está inquieta e
espirrando. Tá quente.
— Sim estou inquieta, mais ainda agora, que você está me apertando.
— Respondeu ela tentando se desvencilhar dos braços dele.
— Ah, desculpa!
— Tudo bem amor, eu só estou cansada e com sede, mas com febre
acho que não. Tô espirrando sim, mas talvez não vire resfriado, não precisa
se preocupar.
Nesse momento Dane entra no quarto com a água e escuta o que
Nininha diz e fala:
— Como não nos preocupar? Impossível! Toma sua água, trouxe
também esse comprimido de vitamina c.
— Tá ok, vou tomar e dormir. — Respondeu ela revirando os olhos
achando desnecessário toda essa preocupação.
Se acomodaram na cama e dormiram. Bom, Léo e Nininha dormiram,
Dane ficou acordado ainda preocupado, achava realmente que ela estava
quente demais. Um tempo depois foi vencido pelo cansaço e dormiu. Na
manhã seguinte Léo foi correr, ao voltar encontrou Dane na cozinha.
— Trouxe aquelas rosquinhas que ela gosta. Ela já acordou?
— Não Léo, na verdade acordou com uma tosse e com febre. Achei
um termômetro numa das bolsas que sua irmã esqueceu, deveria ser das
crianças. Enfim, está com 38 graus. Ela pediu uma dipirona e voltou a
dormir, nem água quis. Acho melhor levarmos ela ao médico.
— Claro! Eu vou tomar uma ducha e vamos.
— O problema vai ser convencê-la, tenta você. — Disse Dane
— Ok, porém um não dela não vai adiantar, porque carrego ela no
colo, vou lá.
— Tô fazendo um suco de laranja, quem sabe ela toma. — Disse
Dane cortando as laranjas.
Coberta com dois endredons, Nininha dormia. Não se sentia muito
bem. A garganta estava dolorida, nariz intupido e dores no corpo. Ao deitar
na noite anterior notou que não estava muito bem mesmo, mas preferiu não
preocupar os meninos que já estavam se preocupando com um espirro à toa.
Porém agora ela estava se preocupando, há tempos não se sentia assim e, em
tão pouco tempo. Pensou que pode ter sido a chuva, o vento, talvez estivesse
com a imunidade baixa e pegou um resfriado.
— Bom dia princesa! — Dizia Léo enquanto acordava Nininha e
ouvia ela tossir. — Você ainda está quente amor, e essa tosse não é legal,
acho melhor irmos ao médico.
Abrindo os olhos e se espreguiçando, Nininha viu o rosto do seu Léo
com expressão dolorida a mesma que viu em seu Dane mais cedo.
Preocupação. Então para deixar eles mais calmos decidiu acatar e ir à
consulta.
— Tá bom eu vou, deixa eu me levantar e tomar um banho.
— Ótima resposta, assim você evita que eu te carregue no colo à
força. Vem, vou te dar banho.
— Você não teria coragem?!?!
— Quer tentar?
— Não, estou muito moribunda para entrar em uma briga, peço
arrego.
— Boa menina, vamos.
Léo a ajudou sair da cama, notou que sua pele estava quente, a febre
não deve ter cessado. No banheiro ele ajudou a retirar sua roupa. Ela iria
reclamar, mas no fundo estava adorando ser tratada daquele jeito. Abrindo o
chuveiro, Léo checou a temperatura da água e trouxe Nininha para debaixo
dela. Ele retirou também sua roupa e entrou no box junto. Aquele banheiro já
viu vários banhos eróticos, porém este era diferente era gentil, amoroso,
cuidadoso. Léo a banhou com uma delicadeza tão grande que a fazia flutuar.
De olhos fechados, sentia as pontas dos dedos de Léo massageando seu couro
cabeludo com o shampoo e condicionador. Cada pedacinho de seu corpo foi
ensaboado por suas mãos grandes e grossas, até suas partes íntimas. Mas
nenhum desses toques eram no intuito sexual, era apenas a afirmação de que
seu corpo pertencia a este homem para ser amado e cuidado.
— Pronto amor, limpinha. – Léo falou a virando e lhe beijando os
lábios febris.
A porta se abre e com o barulho eles interrompem o beijo, era Dane.
— Vem amor, eu te seco. — Disse pegando a toalha dela e a ajudando
a sair do box.
Como uma boneca, foi passada de mãos, mas a gentileza e o zelo
eram os mesmos. Dane secou o excesso de água em seu corpo, depois
enrolou uma toalha nela e em seu cabelo.
Quando chegaram no quarto, Nininha notou que em cima da cama já estava
arrumado um conjunto de roupas para ela usar. Calcinha, soutien, blusa polo,
calça jeans e um casaquinho e aos pés da cama, uma sapatilha. Tudo em
harmonia, Dane a conhecia tão bem.
Cada dia que passava ela se encantava mais, cada vez mais, por seus
homens. Eles não eram só carnais eram coração também e levavam a sério
toda essa parte de cuidar dela. Ela amava e estava começando a se acostumar.
Isso lhe dava mais vontade de ser para eles, muito mais do que eles
mereciam. O mais engraçado era a logística de tudo. Ela pensou, Dane ao
entrar no quarto viu que eles estavam no banho e se adiantou em arrumar
suas roupas, eles dividiam as tarefas esporadicamente ou combinavam em
algum momento sem que ela percebesse? Ela não sabia, porém sabia que
funcionava muito bem.
— Pronto, sequinha amor. Vamos pôr a roupa. E aí como esta se
sentindo, alguma dor, a garganta como está?
— Sinto-me ... Amada. E se não fosse por essas dores no corpo e de
garganta, faria de tudo para retribuir tamanho amor.
Abraçando sua menina dodói, Dane beijou o topo de sua cabeça
dizendo:
— Você já faz bebê, só o fato de você estar em nossas vidas e encarar
essa viagem infinita conosco já é uma prova do seu amor. Convenhamos, eu
sou um chato e Léo pelo amor de Deus não sei como aturamos.
— Eu ouvi isso, heim... — Sibilou Léo saindo do banheiro e se
enxugando.
— Eu amo vocês dois, mesmo com tooodos esses defeitos. — Disse
Nininha abraçada a Dane, meio debochada.
Na sala de espera os três aguardavam serem chamados. Nininha
estava aninhada entre os dois, sua cabeça pendia de um para o outro.
Impaciente Léo levantou e foi questionar na recepção a demora, a atendente
disse que só havia uma pessoa na frente. Meia hora depois, chamaram ela. Ao
entrarem no consultório o doutor de plantão olhou interrogativo para os três.
Dane a ajudou a sentar e se pôs atrás dela enquanto Léo já deixava o médico
a par dos acontecimentos, evitando é claro a parte do sexo avassalador na
chuva. Por outro lado, embora indisposta, Nininha sorria ao ver como seus
homens ficavam sobre as pontas dos pés somente por conta de uma febre e
tosse, um provável resfriado. Imaginava como seria quando engravidasse, ela
sorria internamente com os pensamentos que tinha.
— Olá Paulina, então… Você foi deitar com uma indisposição e
acordou com tosse, espirros, dores no corpo e febre?
— Sim.
— Ok, senta na maca por favor, que vou lhe examinar.
Prontamente Léo a sentou na maca e deu espaço para o doutor, Dane
ao seu lado. O médico a examinou, fez algumas perguntas. No fim disse que
sua garganta estava bem irritada e junto com um forte resfriado estava
deixando-a desse jeito. Iria entrar com antibióticos para garganta e antigripal.
Fora isso receitou algumas medidas extras para auxiliar o tratamento como
repouso, muito líquido e boa alimentação.
— Obrigada doutor, eu disse para esses dois que não era nada de
mais.
— Seus irmãos estão certíssimos em te cuidar, se eu tivesse uma irmã
como você teria o mesmo carinho.
— Talvez se eu também tivesse uma irmã, cuidava bem dela, porém
Paulina é nossa NOIVA e não irmã. O cuidado é duplo. Superproteção.
Tenha um bom dia! — Vociferou Dane, deixando o doutor abismado,
Nininha sem saber onde enfiar a cara e Léo sorridente.
Saíram do consultório em silêncio. Ao chegarem no carro Dane
soltou:
— Engraçadinho esse médico!
— Brother, ele só estava curioso e você matou a curiosidade dele.
— O que nem precisava né Dane? — Cuspiu Nininha.
— Dane-se, não gostei do jeito que ele te olhou, só falei a verdade e
não me arrependo e assim que você estiver se sentindo melhor amor,
marcamos a assinatura da união estável e trocamos alianças, pronto.
Rindo e tossindo, Nininha disse:
— Isso é ciúme amor meu?
Sentando atrás do volante, Dane deu uma olhada para o lado onde
estava sentada sua menina dizendo todo cheio de razão:
— Sim é, não gosto de ninguém te olhando daquele jeito e pronto.
Chega de assunto. Vamos passar na farmácia comprar os remédios e como
disse o curioso do médico, repouso. — Finalizou com um beijinho no
biquinho que Nininha fazia.
Ficar doente nunca é bom. Não importa a gravidade da doença, nunca
é bom. Mas todos deveríamos ter a sorte de ter alguém que nos mime durante
a enfermidade. Nossa imunidade aumenta quando nos sentimos amados e o
amor pelas pessoas que nos mimam cresce ainda mais. Nessas últimas
semanas sendo tratada a pão de ló, Nininha estava ficando mal acostumada.
Terminou as medicações, melhorou a olhos vistos, mas não perdia a
oportunidade de receber um banho de um dos dois ou dos dois juntos.
Ficaram uma semana direto sem fazer amor. Mas ao passar os sete dias dos
remédios, Nininha conseguiu seduzir seus noivos e provar que já estava bem
melhor. Porém, mesmo seduzidos mantiveram a calma para não deixá-la
muito cansada, o que criou uma guerrinha entre eles e ela, que queria a
entrega total. Nada melhor do que um dia atrás do outro e no dia que saíram
para fechar de vez o negócio da casa, ela conseguiu usando como motivo
festejar a compra, levar os dois para cama e para dentro dela, ao mesmo
tempo, do jeitinho que gostava e sentia falta, era tudo que precisava depois de
dias sem tê-los. E foi maravilhoso!
Os dias seguintes foram preenchidos com saídas para compras dos
móveis, na maioria das vezes iam somente os três. Porém, às vezes Nininha
ia com as amigas Bruna e Lary. Elas cismaram em fazer um chá de panela, e
mesmo sem querer, Nininha aceitou e acabou reunindo algumas poucas
amigas que tinha, na verdade clientes das quais gostava muito. Foi muito
bacana, pois eles ganharam alguns presentes e Nininha se divertiu. Ela
também foi convencida pelos dois de fazer uma sessão de fotos em um fim de
semana na praia em frente à casa deles. E esse ensaio seria de vestido de
noiva. O que fez ela aceitar, além da vontade absurda de vestir um vestido de
noiva, foi o fato deles combinarem de não fazer cerimônia e festa como ela
tinha pedido. Eles só queriam ter a oportunidade de vê-la vestida de noiva.
Não poderia negar um pedido desses para seus amores.
Queriam um álbum para guardar de lembrança. Portanto passou alguns
longos dias com Lary e Bruna em busca do vestido perfeito. Já que ia vestir
um, que fosse especial. Dentro de toda essa ideia, Bruna e Lary acabaram se
convidando para as fotos vestidas de madrinha e disseram que seu Silva
merecia também participar, como o pai da noiva não poderia deixar de estar
nas fotos.
Nininha achou isso tudo demais, mas não conseguia negar nada às
pessoas que amava. Na verdade estava gostando disso tudo, no fundo achou
que Dane e principalmente Léo iriam insistir mais em uma cerimônia e festa,
mas enfim, acabou não acontecendo. Talvez fosse melhor assim. Pelo menos
seus filhos teriam fotos para ver e ela a oportunidade de ter seus noivos
lindos ao seu lado.
— É esse!!!
— Amiga, concordo e para as fotos na praia é o que cai melhor. —
Respondeu Bruna.
— E aí Lary, fala alguma coisa??? — Perguntou Nininha.
Olhando admirada, Lary não conseguiu segurar as lágrimas e disse:
— Minha amiga, você está linda. Eu tô tão feliz por você.
Aquele momento ficou eternizado na memória daquele trio de amigas.
O choro foi livre e até anti sentimental da Bruna se deu ao luxo de se
emocionar. A felicidade de Nininha transbordava e alcançava o coração de
suas amigas que a amavam muito. E a verdadeira amizade é assim, é ser
alcançado pela felicidade do amigo e senti-la como se fosse a sua própria. A
emoção estava tão a flor da pele que até a vendedora chorou e ainda fez um
comentário:
— Tão pura a amizade de vocês. E você está uma noiva tão linda, é
até um pecado você só usar o vestido para uma sessão de fotos, ainda está em
tempo de mudar de ideia e fazer uma festa daquelas.
Descendo da banqueta em que as noivas experimentam os vestidos,
Nininha foi até suas amigas abraçou as duas e disse a vendedora:
— Eu já tenho mais do que preciso e mereço nessa vida. Uma festa
não mudaria e nem acrescentaria nada. Na verdade só tenho o que agradecer
e, se ousasse pedir alguma coisa seria apenas saúde para poder continuar
compartilhando a minha vida com essas pessoas maravilhosas, meu pai,
minhas amigas e meus noivos.
— Noivos?! — Questionou assustada a vendedora.
— Sim. É uma longa história, se você tiver uma mente aberta e muito
amor no coração, posso lhe contar.
— Minha linda, eu sou mãe de um casal, um menino que é trans e
uma menina lésbica, que no caso mora com minha nora lá em casa. Então,
quando você pergunta sobre uma mente aberta, meu amor, essa sou eu. Amo
meus filhos, amo minha nora e amo pessoas, julgamentos deixo para quem de
direito, ou seja, Deus.
As meninas ficaram boquiabertas com a declaração da vendedora,
adoraram a forma leve com que ela encarava toda sua história de vida, ela era
feita de amor. Mais uma vez Nininha se sentia privilegiada por encontrar uma
pessoa que vivia o amor e não o ódio. As três foram juntas abraçar ela que
ficou toda emocionada. Depois disso a certeza de que era o vestido certo só
se concretizou, a energia que rondava elas era ótima e vibrante. Lary e Bruna
aproveitaram e escolheram os seus vestidos. De lá foram almoçar no
Balacobaco' s, acabaram pedindo cerveja e a tarde foi passando.
— E então gente, vocês vão poder ir amanhã na minha casa nova,
para me ajudar a arrumar as coisas?
— Pode contar com a gente. — Falaram as duas juntas meio bêbadas.
Elas brindaram e pediram mais uma, a pé na bunda, pois a saideira já
tinha ido.
— Oi, atrapalho às meninas? — Falou Léo ao chegar perto delas de
surpresa. Ele puxou uma cadeira de outra mesa, colocou próximo a Nininha e
lhe beijou.
— Não Léo, senta ai, garçom traz mais um copo. — Gritou Bruna.
— Bruna, não posso beber, estou dirigindo.
— Tá de sacanagem, achei que o chato fosse o Dane? — Implicou
Bruna, levando um chute de Lary.
— Até concordo Bruna, mas no fim eu também tenho minhas
chatices. — Respondeu Léo levando na brincadeira.
Rindo abobalhada Nininha abraçou Léo e beijou seu pescoço, toda
foguenta.
— Acho que já está na hora de irmos pra casa, princesa.
— Não quero ir, quero dançar com você.
— Bom, eu tenho que ir, já estou na rua desde manhã com vocês duas
e amanhã ainda vou com vocês para ajudar na arrumação... Bruna, você vem
comigo ou vai ficar? — Falou Lary.
— Vou ficar mais um pouco é claro, te vejo amanhã vaca.
— Tá bom, tchau Léo, beijos Nininha.
— Lary se você esperar mais um pouquinho eu te levo, sem
problemas.
— Não precisa Léo, conheço minha amiguinha aí, ela quer dançar e
não vai ser só uma música... Eu peço um táxi, bjokas vejo vocês amanhã. Me
liga Nininha, ok?
— Pode deixar sargenta, rsrsrs.
Tomando Nininha nos braços, Léo a puxou para a pista de dança que
estava vazia e tocava um som ambiente. Ao som da música seus corpos se
moviam, Nininha lembrou da primeira vez que dançou com Léo ali e a
sensação daquele momento voltou com toda força. Seu corpo implorava pelo
seu toque, que diferente daquele dia, agora ela já conhecia. O grande impasse
era que essas sensações essa noite não seriam completas, pois Dane foi cedo
para casa nova receber os últimos móveis e iria dormir lá. Hoje à noite pela
primeira vez seria somente ela e Léo. Não que seria ruim, mas ela já sentia
falta de seu Dane e da possibilidade de tê-los os dois ao mesmo tempo. Se
tornou uma viciada.
Embora tenha que se acostumar com o fato de ter que dormir apenas com um
deles vez ou outra, por conta das escalas de trabalho que fizeram, não queria
pensar nisso. Mimada e acostumada a ter eles juntos, seu corpo e mente já
sofriam com a perda da presença de um dos dois.
— Princesa, acho que é melhor irmos embora. Amanhã temos que
acordar cedo. E eu tô louco para tirar esse vestidinho esvoaçante de você.
Mordendo os lábios, Nininha olhou da boca dele para seus olhos, com
cara de pidona e disse:
— Por mim tudo bem, mas antes preciso ir ao banheiro — Se virou
deu dois passos e virou-se novamente para ele. Com carinha de arteira
continuou a dizer. — Você vai me deixar ir sozinha?
Engolindo a saliva para não babar, e compreendendo a traquinagem
de sua noiva, Léo sorriu e disse que ia logo atrás dela.
Como de costume Nininha foi ao banheiro dos funcionários, o mesmo
em que Dane a beijou pela segunda vez. Passando pelo bar seu amigo garçom
sorriu e piscou para ela. No banheiro ela se aliviou, olhou para o espelho e se
lembrou da vez que esteve ali com Dane. A devassa que nasceu ali e foi
crescendo, estava de volta e mais confiante. Lavou as mãos ajeitou os
cabelos. Se olhando no espelho enxergava uma mulher sexy e poderosa.
Léo avisou Bruna que já havia pago a conta e que iriam embora,
perguntou se iria querer carona. A resposta foi que ela encontrou uns amigos
e iria ficar mais um pouco. Então se despediram. Léo foi atrás de sua noiva.
Passou pelo garçom que liberou a passagem e foi até o banheiro. Quando foi
bater na porta notou que estava encostada, abriu e viu Nininha de frente para
o espelho se olhando. Ele entrou fechou a porta e disse:
— Está maluca, a porta estava aberta.
— Eu sei meu príncipe, eu estava esperando você.
— O que você está querendo princesa? — Disse ele se aproximando
de suas costas, encostando seu membro quase pronto para brincadeira em sua
bunda e colocando as mãos sobre a bancada, prendendo-a entre ele e a pia.
Ela como quem não quer nada, continuou a se olhar, pôs as mãos por
dentro de cada decote e ajeitou cada seio. Léo babava a olhando, e ela sabia
disso.
— Eu quero o que você estiver disposto a me dar. Amor... Estou tão
acesa, sei lá, diferente. Eu. Tô. Pegando. Fogo. — Sussurrou ela, ao toque
dos beijos de Léo em seu pescoço e de seu olhar faminto.
Tirando as mãos da bancada e indo para as coxas dela, puxando
devagarinho o tecido do vestido, Léo foi dizendo no pé do ouvido dela:
— Você está com sorte, já te disse que antes de ir para federal fiz um
curso de bombeiro? Com certeza sei apagar um fogo como ninguém, ainda
mais o seu, que é minha. Está disposta a receber o que eu estou disposto a lhe
dar?
— Huhum! Aaaaaahhh Léo...
Com o miado de gemido que ela deu, Léo sabia o que ela queria.
Afastou sua calcinha para o lado, colocou seu pau pra fora e empinando o
quadril dela enfiou sem dó nem piedade na entrada já altamente lubrificada
de sua buceta. Tirando um grito dela.
Na mesma hora e bem encaixado nela ele segurou seus cabelos com uma mão
puxando com força e com a outra deu um tapinha no seu rosto depois levou
até seus seios os colocando para fora do decote, dizendo:
— Sem gritar, não quero que ninguém escute seus gritos nem seus
gemidos, eles são só para mim e Dane. Se controla e toma aquilo que você
pediu. Shiiii...
Rebolando com o pau enfiado profundamente nela, foi a tirando do
sério por não poder gritar. Era tanto prazer que recebia. A força que fazia
para não gemer e gritar alto, fez todos os músculos de seu corpo tencionaram
e ela se pôs apenas a tomar tudo que ele tivesse disposto a lhe dar. A mão
dele em seus cabelos, o jeito rude de sua pegada a deixava louca. A cada
arremetida seus seios pulavam e eles assistiam através do espelho toda a
volúpia de seus corpos juntos. Geralmente esse perfil era de Dane, mas Léo
de vez enquanto se deixava levar pela paixão exacerbada e a tomava feito
bicho. Abrindo os olhos Nininha via no reflexo do espelho o rosto distorcido
de prazer de seu Léo, buscando satisfação em seu corpo. Uma sensação
começou a surgir na ponta dos dedos de seus pés e foi subindo pelo corpo
todo até voltar com toda força para um único lugar, seu clitóris. Léo a
conhecia, logo levou sua mão para lá e massageou aquele ponto
incandescente, ao mesmo tempo que maltratava sua xota com as estocadas
fortes e profundas.
— Goza no meu pau, safada.... Goza que eu vou gozar com você...
Vem comigo.
— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa....
Perdidos. Estavam os dois perdidos dentro de um banheiro minúsculo
de funcionários de um bar. Os minutos pareciam horas para se recuperarem.
Quando conseguiram recuperar a consciência, se arrumaram e saíram. Pelo
que perceberam só o garçom amigo é que notou a demora dos dois. Foram
para o apartamento e passaram a noite se amando, agora com calma, sem
pressa do jeitinho que Léo gostava.
De madrugada, sentindo falta de seu Dane, Nininha fez uma chamada
de vídeo, ele atendeu rapidamente. Não estava conseguindo dormir direito,
também sentia falta dela.
Ficaram conversando e quando Dane perguntou sobre seu dia, ela falou sobre
ela e Léo no banheiro do bar. Notando que Dane se excitava, contou detalhes
para ele enquanto via ele se tocar vagarosamente.
Léo acordou com a conversa susurrada e quis participar, se excitou também
da maneira que ouvia ela falar sobre o que fizeram no banheiro do bar. E para
deixar tudo mais gostoso, começou ele mesmo a masturbar sua princesa.
Quando ela estava a ponto de se entregar ao prazer, a virou na cama e
posicionou o telefone na mão dela de modo que Dane assisti-se ele a fodendo
de quatro.
A visão que Dane tinha e o som que escutava estavam o levando a
loucura. Na imagem via o rosto de sua menina tomado de desejo enquanto
sua bunda estava no alto a disposição das investidas de Léo. Dane não durou
muito, logo desperdiçou seu líquido precioso sobre sua mão, porém não foi o
único, viu os dois através do vídeo se derreterem na luxúria do gozo.
Gemendo alto não suportando o prazer. Dane disse um até logo cheio de
promessas e Léo se abraçou a Nininha e voltaram a dormir, agora de certa
maneira mais inteiros.
O final de semana de arrumação da casa nova foi bem tranquilo, deu
até para seu Silva queimar uma carninha e curtirem uma praia. Nininha
queria se mudar já para lá, mas Dane e Léo acabavam sempre arranjando uma
desculpa.
A data da sessão de fotos se aproximava. As meninas convenceram
Nininha a retocar a mechas que tinha no cabelo e já deixaram marcadas hora
para fazerem juntas às unhas, antes de ir para a casa da praia e fazer as fotos.
Nininha aproveitava os dias com seus homens, sabia que não teriam
férias para sempre então tentava passar o máximo de tempo com eles. De vez
enquanto eles precisavam sair juntos ou separados para resolver um assunto
ou outro, coisa que ela nem se preocupava em perguntar. Um dia teve que ir
com eles no cartório para dar entrada nos papéis de união estável no qual
constaria a união dela com os dois, confirmando ser beneficiária dos dois. Era
algo muito complicado, muita burocracia, ela tentou fazer com que eles
desistissem, mas não conseguia.
A sorte deles é que os pais de Dane tinha algumas influências e ele as usou
para com auxílio de um amigo advogado correr com os papéis para eles.
Nininha resolveu não se estressar e não se meteu nesses assuntos.
Passou a correr com Léo toda manhã e às vezes Dane ia também.
No final da corrida pegavam um solzinho, sua pele estava com um bronzeado
muito bonito e achou bem bacana, pois iria sobressair no vestido. Passou a
arrumar as caixas que iriam para casa nova. Muitas coisas se desfez. Algumas
caixas dos meninos que vieram de viagem continuavam fechada.
Na casa de seu pai havia algumas coisas que queria levar.
Volta e meia tinha conversas com ele a sós. Descobriu que Gracinha fazia seu
pai tão feliz que a deixava contente. Ela era uma mulher maravilhosa, não
teve filhos e também estava aposentada como professora. Cuidava de seu
Silva com muito amor. Nininha tentava convencer seu pai a aproveitar e
viajar com sua namorada ou até chamar ela para morar com ele, assim não
ficaria tão sozinho. Seu Silva achava graça da empolgação com que sua filha
falava sobre seu namoro, mas ele era muito sistemático com suas coisas,
antes de trazer alguém para morar com ele queria ter certeza, e havia pouco
tempo que estava com Gracinha. Porém, a ideia de viajar caia-lhe bem. Entre
uma dessas conversas ele cortou algo em que Nininha falava e entrou num
assunto que não tinha nada a ver com o que conversavam.
— Eu gosto deles, ou melhor, você não poderia ter tido sorte maior
que esta filha.
— O quê?!? Do que tá falando pai?
— Dos meus genros!! De quem mais seria?
— Uê sei lá, estávamos falando de uma coisa e aí o senhor fala ai
todo pensativo, não entendi.
— O que você tem de esperta, às vezes tem de tonta.
— Ah, então eu tenho certeza de que não sou tão tonta assim. Rsrsrs.
— Engraçadinha, tá melhorando seu humor com Léo tenho certeza.
Aquele garoto é um fanfarrão, mas tem um coração tão grande, uma
sensibilidade, é um menino de ouro e é completamente louco por ti. E Dane,
com toda aquela autoridade e pinta de durão, se derrete só de te ver entrar no
ambiente. O poder que você tem sobre esses dois é quase palpável, minha
filha. Quando estão juntos, você parece um sol e eles os planetas ao seu redor
se movimentando através da sua gravidade. Vejo cada um deles te olharem
com uma doçura diferente, porém idêntica, não sei explicar. O que esses
caras são capazes de fazer para te fazer feliz não cabe em um livro. Eu me
achava o último romântico, um homem capaz de tudo pelo amor, que ingênuo
eu fui. Nem eu amei tanto sua mãe, ou pelo menos, não tentei provar esse
amor para ela quanto esses dois fazem a você. Eu sou um homem sortudo por
ter a sorte de minha única e amada filha poder encontrar amor maior do que
nós mesmos. Se eu tivesse que escolher marido para você, seriam esses dois.
E se Deus me permitisse escolher filhos homens, seriam esses dois. Nossa
família, principalmente eu e você sofremos muito com a perda precoce de sua
mãe. Mas fomos recompensados à altura. Eu te abençoo meu amor, abençoo
seus noivos e abençoo o futuro de vocês. Você não poderia ter sorte melhor!
Emocionados, pai e filha se abraçaram. Escutar essas palavras de seu
pai sem esperar, assim do nada, atingiu fundo o coração de Nininha. Feliz por
seu pai estar feliz e compreender completamente o que era a relação dela com
Léo e Dane falou:
— Meu pai, tenho certeza que se o senhor tivesse tido mais tempo
com a mamãe, teria feito como meus meninos fazem por mim. E como não
teve, o senhor usou todo o amor que tinha por ela e acrescentou ao amor que
nasceu comigo. Mas pai, ainda é tempo de viver uma nova história de amor,
talvez a Gracinha seja um novo presente de Deus, uma nova oportunidade
para que o senhor mostre o romântico que há dentro de você, e concordando
com suas próprias palavras, pode até ter concelhos com seus dois filhos do
coração, os quais o senhor tem tanta admiração. Amo você pai. Ah! E cá
entre nós, eles nem são tão românticos assim. — Disse Nininha terminando
num tom de voz mais baixo, como se contasse um segredo.
Seu Silva balançou a cabeça como se seus anos de experiência lhe
desse um embasamento melhor do que os dela e falou:
— Acho que você não conhece de verdade os seus homens, precisa ter
mais atenção. Você não sabe o quanto eles podem fazer para realizar
qualquer sonho seu.
— Ora papai o senhor está começando a variar, isso que eu acho.
— Está me chamando de louco?
— Não pai, nunca. — Respondeu ela sentando em seu colo e beijando
sua face.
Chegando em casa Nininha encontrou Léo vendo filme.
— Oi princesa, por que não avisou que vinha embora, íamos te
buscar.
— Meu pai me trouxe, ia se encontrar com a Gracinha daí peguei uma
carona, onde está Dane?
— Acabou de chegar da rua e está tomando banho.
— Ah!
— Aconteceu alguma coisa?
— Não, chega pra lá para eu deitar contigo, adoro esse filme. Ainda
está no comecinho.
Léo deu espaço para ela no sofá que se enroscou no seu corpo. Ele
adorou. Enquanto começaram a assistir o filme, Dane entra na sala e vê os
dois no sofá.
— Já chegou amor, por que não avisou, íamos te buscar? — Disse ele
se abaixando e dando um beijo em sua bochecha.
— Eu vim com meu pai. Amor, aproveitando que está de pé, faz
pipoca doce me deu uma vontade louca de comer.
— Tá faço sim. E o que vamos jantar?
— Eu posso fazer aquela minha macarronada? — Perguntou Léo.
— NÃO!!!!! — Respondeu Dane e Nininha em uníssono.
Rindo Léo falou:
— Dois idiotas...
— Não fica chateado meu príncipe, é que além da pipoca doce, quero
comer estrogonofe de carne. Quando acabar o filme eu faço.
— Ótimo... Dêem pausa no filme enquanto eu faço a pipoca. —Dane
disse indo para cozinha.
Com a pausa no filme, Léo aproveitou para namorar sua princesa.
Beijos e afagos trocados com muito amor. Léo aproveitou para perguntar:
— E aí, tudo certo para o ensaio de noiva?
— Sim, o vestido é lindo. Pena que vocês não quiseram ver.
— Os noivos não podem ver o vestido de noiva antes... Do ensaio.
— Santa bobeira, é só um ensaio. Bruna e Lary estão mais eufóricas
do que eu.
— É tão ruim assim pra você estar num vestido de noiva, amor?
— Não é isso, é que... Sei lá, não sei explicar. Acho isso tudo meio
impróprio.
— Impróprio!?
— É... Não... Talvez não seja essa a palavra. Ah! Esquece, o
importante é que faremos essas fotos.
— E você gostou do seu vestido?
— SIMMMMMMMMMM, se eu fosse me casar na igreja ou em
qualquer lugar do mundo, só teria duas certezas: que este seria o vestido e
vocês dois os noivos.
Com um beijo apaixonado Léo selou seus lábios. Não aguentou ver
seus olhos brilhando ao falar do vestido que usaria se, se casasse com eles.
Nininha se soltou do beijo ao sentir o cheirinho da pipoca.
— Hummm...
— Esse hummm foi para nosso beijo ou para a pipoca? —
Questionou Léo com um tom abismado.
— Para os dois... — Nininha respondeu dando vários beijinhos nele.
— E por falar em seus beijos, não estou preparada para ficar longe de um de
vocês de novo. Há um mês e pouco atrás foi Dane e, agora amanhã será você.
Não gosto disso.
— Minha linda, você terá que se acostumar. Sabe que quando
voltarmos a ativa teremos plantões diferentes. Muitas vezes estaremos os três
juntos e outras não. E quanto amanhã, já lhe expliquei, tenho que fazer essa
reciclagem e são dois dias, ficaria muito ruim ir e vir e voltar. Passaria a noite
na estrada e não renderia nada.
— Eu sei, eu sei. Nem eu quero você para cima e para baixo na
estrada. Vou ficar bem com Dane é claro, mas sentirei sua falta.
Voltando para sala com a pipoca, Dane soltou:
— Não se preocupe amor, podemos fazer uma chamada de vídeo para
ele igual a que vocês fizeram para mim. Toma sua pipoca.
— Achei interessante, só terei que ir para o banheiro, acredito que no
alojamento terão outros policiais em treinamento. — Disse Léo pegando
pipoca e mastigando.
Nininha abraçou Léo forte e disse:
— Perfeito! Agora me da minha pipoca e da play no filme.
Juntos assistiram o filme, depois jantaram e foram se deitar tarde da
noite. Nininha foi levada no colo por Dane, pois dormiu no sofá, após comer
um prato enorme de estrogonofe de carne. Léo verificou os documentos para
levar para a reciclagem.
Se espreguiçando sob os raios de sol que invadida o quarto, Nininha
ainda sentia seu corpo dolorido da foda matinal que teve antes de Léo sair.
No dia anterior acabou dormindo e não teve como se despedir, então ela
acordou na hora em que Léo se levantou para se arrumar e eles se amaram na
cama antes dele ir tomar banho. Dane acordou com o movimento da cama e
após Léo levantar, foi sua vez de matar a vontade do corpo de sua noiva.
Agora ela estava ali apenas com a sensação do toque deles.
Como Dane saiu para ir resolver algumas coisas. Se levantou e foi tomar
café.
Inspirada, decidiu pintar. O quadro que começou antes de viajar pela
segunda vez para fronteira ainda não estava terminado, ela fez algumas
mudanças. Os meninos ainda não o viram. Apesar da curiosidade deles, ela
conseguiu manter em segredo e eles conseguiram se segurar. Agora para
terminar, faltava apenas alguns detalhes. Seu desejo era ter ele pendurado na
parede da cabeceira da cama feita por encomenda para a suíte da casa nova.
Já era hora do almoço quando ela se deu por satisfeita. Se afastando
um pouco da tela para dar uma avaliada de longe, sentiu uma emoção enorme
ao ver sua obra de arte concluida.
Esta com certeza era sua tela mais linda. Não só porque era a maior que já
havia feito, mas porque nunca nenhuma de suas telas carregou tanto
sentimento como esta. Lágrimas molharam seu rosto, andava um pouco
sensível estes dias, a imagem na tela levava ela a um lugar muito especial, se
lembrou que estava sozinha e que não veria Léo até amanhã a noite,
começou a chorar mais ainda. O pensamento de ficar longe de um deles, ou
dos dois, a pegou desprevinida. Chorosa foi arrumando a bagunça que tinha
feito e depois embrulhou a tela.
Precisava falar com o mesmo marceneiro para fazer um quadro que combina-
se com os móveis do quarto. Se recompondo, carregou a sacola com o lixo
para cozinha. Com fome iniciou o preparo do almoço, já não quis o
estrogonofe de carne de ontem. Sua vontade era comer um fricassé de frango
com muito queijo mussarela derretido. Na verdade queria comer o queijo
agora. Foi na geladeira pegou uma fatia enrolou e comeu.
Pegou o celular para falar com Dane.
— Oi amor, tudo bem? — Ele atendeu.
— Sim... Você vem para almoçar ou vai me deixar sozinha o dia
inteiro?
— Vou sim amor, por quê, já está com saudade?
— Sim estou... Sempre estou... E quero fazer fricassé com bastante
queijo, fui ver tem pouca mussarela.
— Não precisa se preocupar em fazer comida, ainda tem estrogonofe
de ontem a noite.
— Eu sei, mas eu quero fri-cas-sé, eu não disse que ia fazer? Então
vou fazer, posso?! — Respondeu irritada.
— Tudo bem amor, eu levo, não tem problema, só falei porque não
queria que tivesse mais trabalho. Aconteceu alguma coisa, por que está
nervosa? — Falou Dane confuso.
— EU NÃO ESTOU NERVOSA, e não queira me ver nervosa. Você
é que não esta entendendo o que falo. E pra que dois homens se ultimamente
estou sempre sozinha? Léo não vem hoje, você está na rua fazendo sei lá o
quê... Aaa esquece Dane, deve ser TPM.
Rindo um pouquinho, Dane tentou entender sua menina. Quando ela
estava naqueles dias ficava irritadíssima.
— Fica tranquila que já estou indo, só vou passar na padaria para
comprar a mussarela, quer algo mais?
— Sim, traz aquela rosquinha que eu gosto, comi a que tinha aqui
essa manhã e vem logo amor. Ah! Traz refri também. — Falou ela bem mais
amável do que antes, nem parecia a mesma pessoa.
— Comeu aquele saco de rosquinha todo, já?
— Sim, por quê? Não posso?
— Claaaro que pode. Ok, ok, Pode deixar, te amo! Tchau!
Desligando o celular Dane pensava na menina irritadinha que o
esperava em casa.
À tardinha Dane estava no pequeno banco que havia na varanda do
apartamento, Nininha estava em seu colo com o saco de rosquinha que ele
trouxe antes do almoço. Estavam em silêncio apenas aproveitando a
companhia um do outro olhando para praia. Dane passava a mão nos cabelos
acobreados de sua menina enquanto a observava mastigar as rosquinhas que
tanto gostava.
— Você adora essas rosquinhas, né? — Disse ele lhe dando um beijo.
— Amo. E aquele chocolate que trouxe também adorei, pode trazer
sempre que puder. — Falou ela se remexendo em seu colo.
— Se você continuar se remexendo assim no meu colo, eu farei um
estoque tanto de rosquinhas como de chocolates. — Sibilou Dane em sua
orelha cheio de más intenções, passando a mão boba pelo seu quadril.
— Nem precisa disso tudo para eu remexer mais. — Retrucou ela já
largando o saco de rosquinha e concentrando sua boca com a dele.
A noite ia caindo e eles continuavam a namorar na varanda. O clima
cada vez mais quente. Nininha estava bem fogosa e tirava Dane do eixo
quando o beijava na boca e com a mão masturbava seu pau por dentro da
cueca. Às vezes, ela parava o beijo sem desencostar o rosto do dele, abria os
olhos e o encarava enquanto apertava e soltava o pênis pulsante em sua mão e
sorria gostosamente.
— Safada... Continue me estigando assim que você vai ver o que faço
com você.
Ela riu alto do que ele disse e apertou mais ainda o corpo do pau dele.
O fez suspirar. Só faltava isso.
— Você pediu... — Disse ele se levantando sustentando ela no colo.
Chegou na sala a deitou no braço do sofá de modo que seu rosto ficou
encostado no acento e sua bunda para cima. Entre risos e gritinhos nervosos,
Nininha sentia Dane retirar seu shortinho de moletom junto com sua calcinha.
Sua respiração ficou suspensa quando sentiu o dedo dele molhado de saliva
invadir seu buraco rígido. Soltou o ar e um gritinho tenso com a invasão, que
apesar de ardida se transformava em prazerosa quando ele rodava o dedo e
fingia retirar para novamente introduzir.
Quando ela começou a se acostumar com a invasão e, já gemia de tesão, ele
retira o dedo abruptamente, lhe dá um tapa dolorido sem aviso em ambas as
bandas e a penetra na vagina que escorria de desejo dizendo:
— Danada... Adoro a marca das minhas mãos nas bochechas de sua
bunda e mais ainda adoro sentir o meu leitinho jorrando pra dentro dessa
buceta gulosa. Se prepara porque do jeito que eu estou não vai demorar muito
pra acontecer.
Dane se curvou um pouco para frente, com a mão direita segurou no
encontro de seu ombro e pescoço, para a manter no lugar, e com a mão
esquerda levou a seu seio por cima da blusa e apertava de acordo com as
estocadas que lhe dava.
Ele foi viril e forte o suficiente para movimentar o sofá do lugar com
suas investidas. Nininha tomava e tomava e tomava sem dó tudo o que ele
queria. Só fazia gemer rouca de tanto prazer. Deixou seu corpo solto ao seu
comando e apesar do sexo duro e de certa forma até violento, gozou
divinamente se sentindo possuída até às unhas dos pés. Seu gozo se
reproduziu ao sentir o líquido quente de Dane que era tanto, que sentia
transbordar entre às bordas de sua vagina que ainda roçava em seu pau.
Suados e semi nus, passaram um tempo sobre o sofá agarrados
olhando o céu estrelado lá fora.
— Amor ?
— Hummm... — Resmungou Nininha.
— Por que estava tão estressada mais cedo?
— Ah! Não sei. Hoje me bateu um medo de não ter mais vocês dois.
De perder essa vida a três, de perder vocês.
Virando-a de frente para ele, Dane retirava os cabelos que cobriam a
face de Nininha para olha-la nos olhos. Percebeu um mar se formando nos
olhos castanhos, doía seu coração imaginar ela sentido dor, ainda mais uma
sem motivo.
— Minha menina, o que você precisa que nós façamos para acreditar
que você agora é nossa vida, nosso ar. Sem você não somos ninguém, não
existe nós sem você.
Sem conseguir se controlar, novamente Nininha voltou a chorar.
Escondeu o rosto no pescoço de Dane e chorou de soluçar, deixando Dane
tenso sem saber o que fazer ou dizer. Porém, mesmo assim ele tentou:
— Amor, o que foi? Fala comigo, fizemos algo para te fazer acreditar
o contrário do que disse antes? Eu fiz? Ou foi aquela gazela? Talvez, alguém
fez? Por favor me diga, não chore assim, me dói ver você chorar... Já sei,
vamos ligar para Léo ele saberá o que dizer. Eu não sei o que fazer. Não
consigo te ver chorar.
As palavras preocupadas de Dane, e seu medo de não saber o que
fazer e pedir ajuda ao amigo, a fez sair do choro sentido para o sorriso
amoroso. Levantando a cabeça olhou nos olhos assustados de seu Dane.
— Desculpa amor, ando meio chorona mesmo e com medo de tudo.
Deve ser todas essas mudanças, muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e
ainda tem a TPM. Eu não tenho nenhum motivo para não acreditar no que
você disse e Léo vive repetindo. Mesmo que vocês não falassem eu sinto. É
que nós mulheres temos esse turbilhão de homônios que nos deixam uma
pilha de nervos. Já me senti assim meio descontrolada nas emoções há alguns
anos atrás antes de iniciar esse anticoncepcional que tomo, quando for tomar
a próxima injeção converso com a médica. Mas fora isso, esquece minhas
lágrimas e me faça gozar de novo... E agora que tal ligarmos para Léo, e não
é para conversar?
— Meu Deus mulher, você vai de um extremo ao outro sem pisar no
chão. Me dê alguns minutos para voltar ao normal, enquanto isso pega o
celular que está lá na varanda.
Levantando serelepe Nininha seguiu até a varanda, antes de chegar lá
ouviu Dane gritar:
— NININHA!?!?
— O que foi? — Respondeu ela assustada se virando para ele.
— Não vai colocar o shorth?
— Ah! Dane, que susto. Não precisa, é rapidinho. — Disse ela indo
até lá e voltando, ouvindo Dane xingar e resmungar sentado do sofá.
— Filha da... Pode vir já tive meu tempo, agora sua bunda terá o seu.
— Dane?! — Disse ela assustada, porém excitada com a promessa na
voz dele. — Não vou, você está bravo e vai acabar comigo. Vou ligar para o
Léo.
— Para com isso, tenho certeza que você vai gostar, e até está
querendo, vem cá... — Respondeu ele levantando, já com o pênis
endurecendo para tentar pega-la, mas ela fugiu para o quarto deixando a
imagem daquela bunda redonda com marquinha de biquíni para trás.
Andando atrás dela, segurando seu pau, Dane estava cada vez mais
excitado com a brincadeira.
— Amor você sabe que não pode se esconder de mim, eu vou te
achar. E essa bundinha gostosa vai ser minha.
No quarto escondida atrás da porta do banheiro, Nininha ligava para
Léo. Estava excitada, ansiosa e animada com a brincadeira.
— Alô, princesa...
— Léo?! — Cortou ela exasperada.
— Que foi Paulina? Aconteceu alguma coisa, onde você está, cadê
Dane? — Disse Léo assustado.
— Tá tudo bem Léo, e aí, está à toa já?
— Sim, acabei de tomar banho, por quê?
— Porque eu e Dane não queremos esperar para te ligar de
madrugada.
— O que você está fazendo abaixada atrás da porta do banheiro,
princesa?
— É que... Eu fiz uma pequena malcriaçãozinha e Dane está me
caçando. Léo, Dane disse que minha pobre bundinha terá seu tempo. — Disse
ela melosa.
Já sentindo todo o sangue de seu corpo se concentrar na cabeça de seu
pau, Léo apertou o dito cujo com a mão livre e acariciou.
— Bom, vocês têm toda minha atenção, deixa só eu fechar a porta,
por sorte peguei um quarto no alojamento e estou só.
— Isso é bom, muito bom. — Disse Nininha baixinho.
— O que você ainda está vestindo princesa?
— Hã, apenas minha blusa.
— Acho melhor retirá-la, talvez se Dane te encontrar já sem ela você
ganhe pontos, e consiga barganhar.
— É verdade, já disse que te amo hoje?
— Sim, mas não o suficiente.
Já sem a blusa, Nininha repetia: te amo, te amo, te amo...
No quarto Dane escutou a voz dela, com certeza falava com Léo. Deu
um tempo para eles, seu amigo deveria estar mal por só vê-la pelo telefone.
Enquanto isso ele foi até a mesinha de cabeceira onde estava o óleo corporal
lubrificante que usaram outro dia.
Seguiu para o banheiro e abruptamente abriu a porta que só estava
encostada. Fingindo-se assustada, Nininha pulou para dentro da banheira.
Dane teve uma visão maravilhosa ao ver os seios ultimamente pesados dela
saltarem.
— Aí está ótimo, assim não besuntamos o banheiro todo, só esse
rabinho lindo. Oi Léo, como foi curso? — Perguntou Dane tranquilamente,
como se não soubesse o que suas palavras e todas essas promessas faziam
com ela.
Nininha virou o celular para ele e Léo respondeu :
— Do jeito que pensei, um saco. Preferia estar à caça aí com você.
— Não se preocupe amigo, você não estará aqui, mas assistirá da
primeira fila.
— Ei!! Eu estou aqui ainda, sabia. — Reclamou Nininha.
— Nós sabemos, me dê aqui amor esse telefone, vamos colocar ele
ali, está bom para você Léo?
— Oh, se tá.
Puxando com uma delicadeza nada natural a sua menina, Dane se deu
ao luxo de beija-la com amor e paixão. Quando ela já estava desarmada,
Dane escorregou o óleo por suas costas dando uma ênfase em sua bunda. A
pele de Nininha já queimava ao seu toque. Não havia mais o pensamento de
fugir, apenas o desejo de se entregar completamente para Dane aos olhos
atentos de Léo. Todo esse jogo mexia com eles. Ver Dane massageando as
carnes macias de sua princesa deixava-o fora de si. Tirou o shorth que vestia
e com o pau livre ficou mais fácil buscar o prazer físico que precisava. Com
uma mão acariciando o saco pesado e a outra movimentando de cima para
baixo no seu eixo, Léo foi em busca de sua libertação enquanto assitia a
sodomia que acontecia dentro de seu banheiro.
Toda escorregadia e com a pele formigando de prazer, Dane a virou
de frente para parede, levantou uma de suas pernas sobre a bancada da
banheira deixando-a arreganhada e seu buraco livre para seu prazer. Passava
a mão em seu rêgo de cima para baixo, debaixo para cima, sensibilizando
toda aquela área perdida. Na entrada de músculos tensos, Dane se concentrou
com seus dedos, levou Nininha quase ao orgasmo só com seu toque em
lugares específicos. E quando ela já quase implorava rebolando a bunda na
sua cara e seus dedos, Dane lembrou da traquinagem que fez em ir semi nua
até a varanda e depois fugir dele.
— Está bom né, mas eu queria te lembrar que nem eu nem Léo
queremos que ninguém mais veja o que pertence a nós dois. Você sabe,
adoro a marca das minhas mãos na bochechas da sua bunda, e agora vou
maraca-las de um jeito que elas ainda vão estar aí quando Léo chegar
amanhã.
Dane terminou de falar ao ouvido dela. Nininha não sabia se sentia
medo ou mais desejo. Sentiu a primeira palmada queimar a banda de sua
bunda, ao se acostumar com a ardência, Dane soltou a mão e lhe deu mais
algumas que não saberia dizer quantas foram. Os susurros que Dane e Léo
faziam eram instigantes. Deixava ela ainda mais entregue a luxúria. Os tapas
não eram de dor, o cunho sexual que havia neles era mais forte. Tomada de
pensamentos imundos, sentiu Dane acomodar a cabeça de seu pau em seu
ânus bezuntado de óleo e pressionar o anel de músculos até fazer morada.
Lhe dando um tempinho para ela se acostumar, foi beijando a linha de sua
coluna até o pescoço provocando arrepios em todos os lugares de seu corpo.
Com os dedos Dane dedilhava seu clitóris inchado e aos poucos se
acomodava melhor dentro dela. Quando seus corpos já não eram dois e sim
um só, Dane tomou com muita volúpia e tesão sua Nininha, provocando o
início de mais um orgasmo avassalador para os dois e para Léo que os
assistiam.
Os espasmos que Nininha tentava suportar em seu interior eram
incontroláveis. Dane os sentia pressionando seu pênis que estava quase
voltando ao normal. Do telefone ouvia-se o som da respiração entre cortada
de Léo.
— Bom, acho que preciso de outro banho. E vocês também. Amanhã
nos falamos. Cuida dela Dane.
— Pode... Deixar... Irmão...
Léo desligou. Dane levou Nininha para o box. Entre os dois não dava
para saber quem estava com a perna mais bamba. Após o banho foram para
cama. Aninhados e ainda aos beijos, Dane e Nininha trocavam palavras de
amor.
— Te amo...
— Eu te amo...
— Eu te amo mais e mais e mais...
— Tá bom, não vou discutir estou faminta. Ainda tem estrogonofe e
fricassé né? Vou esquentar pra mim, quer? — Falou Nininha se levantando
da cama.
Olhando-a colocar a camisola e descer apressada, Dane perguntou
implicando:
— Vai misturar os dois, sério?
— Sim, a vontade é minha... Vai querer Dane?
— Não amor, não. Vou contigo para tomar água e te fazer
companhia.
Sentado na mesa, Dane assistia o amor de sua vida saborear a
gororoba que ela criou.
— Estava mesmo com fome!
— Vocês acabam com minhas forças, minhas energias. Tenho que
comer.
— Ahã...
— Tá querendo dizer o que Dane?
— Eu!?!? Nada amor. Termine aí para irmos pra cama, também
esgotei minhas energias. Vou fechar tudo enquanto termina.
As energias se esgotam e precisamos recarregar. O físico necessita de
comida, água, entre outras coisas para se reabastecer. A mente e o emocional
para algumas pessoas é mais valioso e também precisa se reabastecer. Mas
estes se reabastecem de sentimentos como amor, compaixão, amizade,
carinho etc. Às vezes, recarregamos as nossas energias até em um abraço,
principalmente naqueles inesperados, aqueles que acontecem de graça. As
energias trocadas entre as pessoas, são de suma importância para calibrarmos
nossa alma.
Sabemos que existem por aí energias escuras e negativas, mas quando somos
alimentados diariamente de energia pura vinda do amor, amizade e
companheirismo não há obscuridade forte o suficiente para nós atingir.
O retorno de Léo e um passeio que fizeram os três no fim de semana
para curtir um ar mais gelado na Serra, fez Nininha ficar menos irritada e
esquecer aqueles medos bobos que surgiram do nada. Os três estavam em um
chalé aconchegante de madeira rodeado de árvores com som do riacho ao
fundo.
— Léo, você percebeu algo diferente na nossa noiva? —Perguntou
Dane sentado na cadeira ao lado, para Léo. Eles estavam de costas para a
paisagem fora do chalé, e de frente para a cama da onde acabaram de sair e
deixaram descansando sua mulher.
— Não, ela continua insaciável como sempre, por quê?
— É que, depois daquele dia de choro dela e irritabilidade de graça,
me deixou meio preocupado.
— Brother, pode parar, volta pro modo Dane durão. Ficar esse tempo
todo com Nininha está te fazendo virar uma manteiga derretida. Essas coisas
são coisas de mulheres, temos que nos acostumar e encher ela de chocolate e
rosquinhas. Além de beijinhos e carinho, e se possível manter a boca fechada.
Vamos nos acostumar.
— Porra Léo, diz isso porque não foi você que teve ela no colo
chorando e soluçando por medo de nos perder. Vê se pode. Mal sabe ela que
nós é que somos os miseráveis que não sabemos mais viver sem tê-la.... Eu
quase que....
— Para Dane, para... Já está tudo maravilhoso, todo santo dia é a
resposta que precisamos para continuarmos. Nosso amor é maior que nós
mesmos e esse é o nosso caminho. Nos fortalecemos todo dia ao vê-la abrir
os olhos ou ouvir o som de sua respiração enquanto dorme. E quando ela se
desfaz em nossos braços do prazer que a fazemos sentir, é onde encontramos
a certeza de que estamos ligados de corpo, alma e coração. Ela perguntou
sobre a aliança?
— Sim, eu disse que ia tentar pegar antes da sessão de fotos, semana
que vem.
— É uma pena que ela não queira toda a pompa e circunstância de um
casamento que o momento merecia. — Falou Léo num suspiro.
— No fundo ela quer, mas não sabe como. Faço tudo e qualquer
coisa para vê-la feliz.
— Nós fazemos brother, nós. E vamos fazer, tudo. Olha pra ela
enroscada no lençol, seu seio está especialmente lindo ultimamente.
— Eu sei, você tem levado bastante tempo em aprecia-los com sua
boca. Os bicos de rosa estão vermelho brilhante do jeito que gostamos. Agora
vê aquele quadril empinando a lateral de sua bunda, que tesão. Merda já estou
duro de novo.
Rindo, Léo disse:
— Sofro do mesmo mal, brother. Vejo as marcas da sua boca na polpa
da bunda dela. Às vezes, penso que somos muito exigentes. Mas ela nos leva
tão bem, ela nos implora por mais. Não consigo resistir.
— Eu quem o diga, dos dois eu sou o mais duro, você é mais
carinhoso. Eu tento, eu juro, mas ao toca-la meu corpo ascende e perco a
razão. É inevitável. Fico irracional.
— Dane, olha para ela...
Dane a olhou novamente a pedido do amigo e a encontrou de olhos
abertos. Em sua íris saiam faíscas de fogo, passeando o olhar por seu corpo,
via o esfregar de suas coxas no desejo de ser observada pelos dois. Havia
passado apenas duas horas que estavam juntos naquela cama fazendo amor e
mesmo assim podia ver em seus olhos e na reação de seu corpo que os queria
de novo.
— Aí nossa resposta, ela foi feita para nós e suporta com maestria
tudo o que lhe proporcionamos porque também o quer que seja assim. —
Concluiu Léo se levantando e encaixando o rosto no meio das coxas de
Nininha, que quando viu ele se levantando já foi se abrindo para ele. Como se
pedisse para ele saborea-la.
Dane não podia ficar de fora, foi também até ela se saciar e sacia-la de todas
as maneiras possíveis.Vendo a carne de seus seios se movimentando ao toque
apertado das mãos de Léo, e seu ventre se contorcendo por receber um
tratamento de língua em seus lábios vaginais, Dane se pôs de joelhos do lado
de seu rosto e quando recebeu um olhar devasso e safado dela, disse:
— Abra a boca e chupa!
Capítulo 50: Isso é real?

Pensando em vida, o que desejamos dela para vivê-la e chegar


ao fim com a certeza de quê, mesmo não conseguindo realizar todos os

nossos desejos, fizemos de tudo para chegar bem perto? Por muitas vezes

temos sonhos impraticáveis de serem realizados, mas a viagem que fazemos

no caminho só por tentar, já é cheio de realizações. Nas pequenas vitórias,

encontramos felicidade, e os sonhos do passado podem ser transformados.

Sonhos são sonhos, sempre com a intenção inconsciente de nos manter em

movimento através da vida e alcançar pequenos momentos de felicidade.

Deve ser magnífico chegar ao fim e poder dizer que realizou um sonho, mas

deve ser ainda mais fantástico ter um conjunto de realizações que te fizeram

feliz ao longo da busca de um sonho, que virou outro, que virou outros... E

outros. Para que isso seja possível, temos que nos permitir. E como nos

permitir? Talvez revendo as pequenas coisas, como em começar a aceitar o

que recebemos e não só o que queremos. Lutar sim e sempre, porém é

essencial saber a hora certa em que a luta não está te levando a lugar nenhum
e, às vezes, até te afastando do real objetivo. É preciso até escolher qual luta

vale mais a pena. Temos que ser maleáveis, aceitar mudar, aceitar mudanças.

E as mudanças tem que ser também de dentro para fora. Mesmo os nossos

conceitos diante de certas situações tem que ser revistos ao longo da vida. O

tempo passa e o mundo muda, por que não podemos mudar também? Quer

dizer, na verdade até mudamos fisicamente, intelectualmente, mas e

socialmente, como um indivíduo? É mais difícil? E é aí que está o erro. Por

vezes é na mudança que encontramos felicidade.

Se o nosso maior desejo é ser feliz, por que é tão difícil? Deveria ser mais

fácil, mas é que nos prendemos a conceitos tão arcaicos, antiliberais e

convencionais, que nos tolem a oportunidade de se dar a chance de encontrar

o verdadeiro caminho para a tal felicidade. Como indivíduos deveríamos

manter a mente aberta para entender opiniões diferentes e até quem sabe

mudar algumas das nossas, olhar com olhos de amor para tudo e para todos e,

quem sabe, viver melhor em sociedade.

Somos mutaveis e feitos para amar e não para nos martirizar e martirizar os

outros por pensamentos e vidas diferentes.

Pensando nisso pode-se dizer que Nininha se permitiu. Aceitou o que


foi lhe ofertado. E ao se permitir, descobriu que nem todos os sonhos que
sonhou em sua vida poderia tê-la preparado para tudo que vivia agora, para a
vida que agora almejava viver e, principalmente, para todos os novos sonhos
que nascerem dessa descoberta.
Entendeu que era melhor viver do que sonhar e que um presente de
Deus como o que recebera em dose dupla, não poderia ser desperdiçado.
Ao se olhar no espelho e se ver montada de noiva, dentro daquele
quarto que planejou nos mínimos detalhes junto com os amores de sua vida,
sentia-se plena, poderia dizer até realizada.
Mesmo sabendo que estava vestida assim apenas para uma sessão de fotos,
não poderia deixar de sentir a magnitude que um lindo vestido de noiva trazia
para uma mulher romântica. Ela o escolheu de acordo com a locação que o
fotógrafo se baseou, que era a praia, a mesma que tinha suas ondas
acariciando a areia que escutava ao longe, porém não pôde deixar de escolher
um vestido romântico exatamente como um que usaria se fosse se casar de
verdade.
Seu vestido longo e justo em seu corpo, era de uma simplicidade tão
pura até ser notadas as rendas finamente desenhadas e aplicadas em pontos
estratégicos, que dava indícios da nova mulher que o vestia. A sensualidade
do decote profundo em suas costas, era velado pelo fino véu com pequenas
aplicações, que descia até a barra do vestido, seguia a pequena cauda e se
expandia um pouco mais. Sua borda era feita de renda, e era preso ao seu
cabelo por um arranjo de flores naturais, presente de seus noivos, que
provavelmente o escolheram com a ajuda de Bruna e Lary. Não seria possível
eles acertarem na harmonia do arranjo entre o vestido, o véu e o bouquet sem
nunca ter visto nenhum deles. Fez uma pequena marcação mental em
perguntar as meninas. Voltando seus pensamentos para a imagem refletida no
grande espelho do quarto, aliás espelho esse, comprado por último, após
aquela safadeza dela e Léo no banheiro do bar. Léo amou tanto vê-la, vê-los
naquele espelho que cismou que queria um espelho no quarto e encontrou
este. Dane e ela amaram a ideia.
Pensar no banheiro do bar, a fazia lembrar dos momentos que teve lá
com cada um, o que fez ascender uma chama, que a esquentou de baixo para
cima. Seu rosto afogueou um pouco mais ao pensar na possibilidade de tê-los
os dois naquele mesmo banheiro. Esses meninos a tornaram uma devassa,
maior do que ela imaginava poder existir dentro dela. Tentando afastar esses
pensamentos imundos, não condizentes com esse momento celestial de estar
diante deste espelho com esse vestido de noiva, procurou aproveitar mais
esse momento a sós com ela mesma e tornou a se observar através do
espelho.
— Quem diria Paulina... — Dizia ela se encarando no espelho. —
...Nenhuma das histórias com finais felizes que já leu foi tão perfeita e
diferente como a que está vivendo. Isso é real?? Sei lá, não é um casamento
real dos quais eu sempre sonhei naquela cama rosa de princesa tantas noites
antes de dormir, mas pelo visto é muito melhor e maior do que tudo que
poderia ter imaginado. O que é qualquer sonho que tive na vida, diante do
que vivo agora?
Uma pequena lágrima desceu de seus olhos ao mesmo tempo que um
sorriso apareceu em seus lábios. Nesse momento bateram na porta.
— Nininhaaaa, somos nós... — Disse Bruna, ao abrir a porta logo
após de bater.
Levou as mãos nos olhos para enxugar a umidade que de lá brotava,
mas logo Nininha sentiu suas mãos sendo puxadas por Bruna bruscamente.
— Nãooooo... Tá doida, vai estragar a maquiagem.
— Merda Bruna, que susto. E essa maquiagem não é a prova d' água?
— Sim, mas é melhor não arriscar.
Lary se aproximou da amiga com o olhar fascinado e disse:
— Nininha, como você está... Linda! Por que estava chorando?
Com uma respiração profunda, Nininha tentou explicar:
— É que... Me ver vestida assim e imaginar que daqui a alguns dias
quando assinar aqueles papéis serei esposa de dois homens maravilhosos, me
fez lembrar de meus sonhos e isso é mais do que sonhei. Só... Fiquei...
Emocionada.
Segurando nas mãos de Nininha e olhando nos olhos dela, Lary não
conseguiu segurar sua própria emoção. As duas eram bem parecidas, e Lary
também sonhava em se ver vestida de noiva ao se casar com um grande amor.
Mas a história de sua amiga era algo bem inusitado, o que deixava tudo mais
lindo.
— Não Lary... Não chore amiga. — Dizia Nininha ao ver Lary se
debulhar em lágrimas. Logo não conteve as que ainda pairavam em seu olhar
e deixou vir.
— Puta que o pariu! .... Agora são duas vacas choronas.... Porra, qual
a parte que vocês não entenderam que não é para borrar a make???!?
— Ah! Bruna, é que... É tudo tão romântico, Nininha está tão linda....
— Shiiii..... Parou... Preguiça de vocês.... Esse é só um momento
como qualquer outro, deixem para chorar quando estiverem bêbadas... Ficam
gastando lágrimas à toa... Eu heim!! A água doce do mundo acabando e
vocês aí nesse chororo… Sem saco pra vocês duas... Bora logo fazer essas
fotos, que já está na hora e tio Silva prometeu uma rodada de tequila mais
tarde.
— Como você é insensível Bruna, corta o clima. — Falou Lary.
— Como se nós não a conhecéssemos... — Disse Nininha.
— E você ainda defende... — Retrucou Lary, saindo de perto de
Nininha e olhando para o quadro na parede acima da cama.
— Blá blá blá... Blá blá blá... Podemos ir?! — Disse Bruna fingindo
bocejar.
— Sim vaca, mas antes quero falar só uma coisinha, posso? — Soltou
Lary.
Bruna respondeu Lary com uma bufada barulhenta. Lary revirou os
olhos e Nininha já esquecia a emoção de antes e se entregava ao divertimento
que era estar com suas bests.
— Amiga não tive oportunidade de comentar esse quadro lindo que
você pintou, isso é uma obra de artes, não deveria ficar trancada no quarto e
sim exposta… Quem sabe até em uma galeria.
— Sou obrigada a concordar com Lary, o que é quase sempre muito
difícil — Soltou Bruna.
Rindo e se sentindo lisonjeada, Nininha disse se virando para olhar a
tela que agora estava pendurada acima da cabeceira da imensa cama do
quarto do trisal:
— Que bom que gostaram, mas esta é uma obra de cunho pessoal,
íntima. Fora eu e os meninos, só pessoas como vocês irão vê-la.
— Isso é muita sacanagem poxa, ela é... Linda, e sexy, e romântica
e.... Não tenho palavras... E essa paisagem? Só pode ser algo que você criou
na sua imaginação. — Falou Lary encantada.
— Não, não é só minha imaginação. Na verdade ela reflete um
momento de êxtase entre eu e meus homens naquela cachoeira maravilhosa
da qual lhes falei.
— Hummm que tesão... Queria conhecer essa cachoeira — Susurrou
Bruna.
— Você e todas as pessoas que tiverem a oportunidade de ver essa
imagem. — Soltou Lary enquanto ainda olhava hipnotizada para o quadro
em questão.
— Ei vocês duas, parem de olhar para gente!!! — Disse estalando os
dedos e tirando elas do transe.
— Vai me dizer que eles não querem deixar você expor essa tela
porque "parece" que estão nus?
— Não Bruna, nós nem conversamos sobre isso. Acredito que se não
quiserem mostrá-la não seria pela nudez física e sim pelo momento único só
nosso. Na verdade, quando eu dei como presente de casamento esse quadro
para os dois, eles ficaram fascinados. Léo que é um sensível só chorou e
Dane se abismou com minha habilidade, tanto que está todo empolgado de
me ver pintando. Está se programando para antes de voltar ao trabalho me
ajudar a montar um atelier nos fundos da casa, o que me faz muito feliz. Mas
o que não me deixou nada feliz é o fato deles estarem me negando sexo,
dizendo que só vão transar comigo nesta casa novamente quando nós
assinarmos aqueles malditos papéis. Aí, eu me adiantei e dei o quadro para
eles, ontem de manhã quando chegamos aqui, na intenção de na emoção do
momento a gente acabar na cama. Que inocência a minha. Os filhas das
putas, ficaram me evitando o dia todo e a noite jogaram vídeo game até eu
dormir. Urg!
— Sério... Coitada, privada dos seus Deuses Olimpianos... Ahh pelo
amor de Deus né Nininha, vocês vão assinar esses papéis daqui há uns dias, o
que são alguns dias sem sexo? — Lary falou debochada.
— Lary não fale de uma coisa da qual não entenda.. — Cortou Bruna,
apontando para Lary.
— Entendo sim, só não faço há muito tempo.
— Por isso mesmo meu amor, nem lembra mais, como pensar que
seria possível resistir, ainda mais com dois homens como os de nossa amiga...
— BRUNAAAA!!!!
— Que foi... Ah! Sabe de uma coisa, chega... Vamos, eu estou linda
nesse vestido de madrinha, e tô louca para tirar várias fotos. A oportunidade
de ser madrinha eu só tenho duas, com Nininha vou tirar as fotos e contigo...
Vou esperar sentada você parar de ser chata e perfeccionista e arranjar seu
príncipe encantado, ou melhor aceitar um que apareça para você.
— Acho que você está prestes a perder o cargo de minha madrinha
Bruna. — Resmungou Lary.
— Du.vi.de.o.do! — Bruna riu.
— Parem as duas, este não é um casamento de verdade daqueles que
tem brigas entre madrinhas e familiares. São apenas fotos e estamos lindas,
chics e prontas para o melhor ensaio fotográfico que aquele fotógrafo vai
fazer na vida.
— Aeeeeee! — Gritou Bruna.
— Isso mesmo! — Concordou Lary.
— Só uma coisinha... Vocês viram os meus noivos?
— Seus noivos, não.... — Respondeu Lary
— Mas, tio Silva está um gato. Aquela coisinha é uma sortuda. —
Cortou Bruna.
— GRACINHA, você quis dizer né?
— É, ou isso. — Bruna disse sem muito interesse.
As meninas se ajeitaram diante do espelho e ajudaram Nininha
também, antes de sair, Lary fez Bruna chorar não de emoção e sim de tanto
rir quando tirou um papelzinho do meio dos seios escrito seu nome e o
prendeu na barra do vestido de Nininha.
— Lary você sabe que isso só tem efeito quando a noiva se casa em
uma cerimônia, no caso, eu só vou para uma sessão de fotos???
— Sim, mas não posso perder a oportunidade, vai que cola.
— Puta que pariu... Isso já é muito pra mim... Pra mim já deu... Fui!
Espero vocês lá em baixo. — Disse Bruna tentando parar de rir.
— Vaca... — Xingou Lary nas costas de Bruna, logo depois deu até
logo para a amiga e desceu.
Voltando-se para o espelho, onde apreciou mais um pouco a sua
imagem de noiva, Nininha puxou uma respiração profunda e disse:
— Então... Vamos logo fazer essas fotos... E quem sabe conseguir
eles bêbados mais tarde...
Ela se virou e saiu do quarto, andou pelo corredor em passos lentos
até chegar às escadas que levavam à sala.
Ao olhar para o fim dos degraus, viu seu pai. Novamente seus olhos
umideceram. Seu Silva estava de pé na beira da escada, vestido com seu traje
de gala. Seu rosto muito bem barbeado e os cabelos grisalhos aparados em
um corte militar, lhe dava um ar jovem e ao mesmo tempo de autoridade.
Bruna estava absolutamente certa, seu pai estava um gato, pena que a
Gracinha não estaria aqui para vê-lo desse jeito.
— Papai o senhor está... Nossa.... Não precisava pai, usar sua farda de
gala para uma sessão de fotos, ainda mais uma na praia....
— Silêncio meu amor... Me dê apenas o privilégio de olhar para
personificação da noiva perfeita em que você se transformou. Linda!!! Estou
começando a repensar se esse dois caras merecem esse presente.
— Papai... Nem tanto vai...
— Como nem tanto?!? A única noiva que vi que se igualaria a você,
minha pequena, era sua mãe. E eu não merecia esse presente também. Bom,
tenho certeza que como eu, e até melhor que eu fiz, esses dois farão tudo para
merecer essa prenda. Quanto ao meu traje, não me importo com qualquer tipo
de etiqueta, não estou aqui pedindo aprovação de ninguém. Sou apenas um
humilde pai, vestido adequadamente como sempre sonhei para levar minha
filha vestida de noiva, seja lá para onde ela quiser ir.
Respirando fundo e extremamente emocionado ao ver sua filha de
noiva, seu Silva tentava se segurar para não chorar. Vê-la assim brilhando e
feliz, o fez relembrar sua esposa no dia do seu casamento. Como Nininha
lembrava sua mãe.
O fez lembrar também os sonhos que tinha com ela, para a vida dela.
Quando via aquela picorruxa correndo no parquinho toda suja de barro,
imaginava como seria vê-la transformada em mulher. Como seria vê-la em
um vestido de noiva, como ele implorou a Deus para lhe dar saúde suficiente
para estar vivo e poder ter esse privilégio. E agora ali ele estava, diante do
seu coração que pulsava radiante fora de seu peito à sua frente e com ele
estava toda a parte boa dele, sua contribuição para o mundo. Ela estava
fascinante, bela, maravilhosa! Ele era só orgulho.
— Papai? ...Ah pai, não pra que isso... —Dizia Nininha ao se
aproximar de seu pai por notar em seu semblante a emoção que não cabia em
si e iria transbordar por seus olhos.
Ele encostou um cotovelo no apoio da escada e levou a mão ao rosto
que baixou ao começar a chorar. Balbuciando as palavras, embargado pelas
lágrimas, tentou responder à filha:
— Espera... Por favor, Paulina... Preciso apenas de um minuto para
me recompor...
Tirando a mão livre de seu pai estendida para que ela não se
aproxima-se, Nininha falou:
— O que o senhor precisa é do meu abraço. Vem cá pai, não precisa
chorar, nem é um casamento de verdade.
Retribuindo o abraço de sua filha, seu Silva ainda embargado pela
emoção, disse:
— Você é meu anjo, eu já vinha me preparando para te ver assim, só
não achei que fosse ser tão intenso. E... Ah! Meu amor, está chorando
também? Pois não é você quem disse que nem é um casamento de verdade?
Se você estragar essa maquiagem Bruna me mata. Melhor irmos.
— É eu sei... rs. Mas... Está sendo intenso pra mim também. E junto
com o fato que já não vejo meus noivos desde de que acordei, fico ainda mais
sensível. O senhor os viu?
— Sim, claro. Estão te esperando com as meninas e o ajudante do
fotógrafo lá na praia. Disse que iria aproveitar e tirar algumas fotos deles, até
de mim já tiraram.
— E... Como eles estão?
— Como assim, filha?
— Assim... Como eles estão vestidos?
— Por que não vamos e você mesma os vê?
— Tá bom, pai. — Respondeu ela revirando os olhos.
Estendendo a mão para seu pai para se equilibrar, Nininha deu uma
esticada ali e aqui no vestido. Seus seios estavam pressionados no tecido,
deduziu que deve ter engordado, achou que se essa sessão de fotos fosse mais
para frente iria ter que usar outro. Precisava urgentemente parar com as
rosquinhas. Antes de sair se olhou no espelho da sala, viu que apesar das
lágrimas sua maquiagem estava intacta.
— Pronta?
— Sim pai, vamos.
Quando seu Silva abriu a porta, ela viu em sua garagem um carro
preto desconhecido e indagou:
— Mas, que carro é este?
— Achou que ias a pé e sujar o vestido? O fotógrafo ficou para nos
levar.
— Uê pai, é logo aqui na frente e de qualquer maneira eu vou ter que
pisar na areia.
— Vai quando já estiver lá. Venha.
Do banco ao lado do motorista sai o fotógrafo. Ele já havia feito
umas fotos dela enquanto se preparava e após estar pronta, antes de a deixar
sozinha no quarto. Ele a cumprimentou novamente e disse:
— Estão uma perfeição, o clássico pai e filha. Vamos tirar umas fotos
aqui. Façamos assim, Nininha minha diva, você vai se sentar no banco de
trás, mas vai deixar um pé de fora, enquanto seu Silva irresistível nessa farda
irá lhe oferecer a mão e você vai aceitar. Aliás, irresistíveis seus noivos
também, com todo respeito. Hahaha!
— Você os viu?
— Sim, e já bati algumas fotos deles. Vocês são tão fotogênicos
separados, que estou em cólicas para começar a fotografa-los juntos, os três.
Então, vamos?
— Assim tá bom? — Respondeu Nininha se colocando na posição
que o fotógrafo pediu.
— Sim querida, ótimo... Sorria amor, sorria ... Hoje é o seu dia.
O fotógrafo era muito engraçado, Nininha se sentiu bem a vontade
com ele. A parte mais engraçada foi quando ele soube que ela teria dois
noivos, e quando ele viu os noivos, aí que a coisa ficou mais engraçada.
Nininha estava no banco de trás do motorista, era um carro escuro
por fora e mais ainda por dentro. O fotógrafo disse que era porque às vezes,
precisava de um lugar com pouca luz e revelar uma ou outra foto, então
adaptou o carro para isso. A parte de trás pelo menos, porque por fora parecia
um carro normal e caro. Havia até cortinas nas janelas de veludo preto. E um
aparato que isolava a parte da frente do carro com a de trás.
O percurso até a praia não era longo é claro, mas mesmo assim pareceu ter
passado horas naquele banco. Ao sentir o carro encostar e desligar Nininha se
pôs a querer abrir a janela que daria para ver a praia e estava ao lado de seu
pai. Mas ao tocar no botão seu Silva delicadamente pegou sua mão e levou
aos lábios dando um beijo carinhoso. Ela encantada com o olhar amoroso de
seu pai o abraçou forte e disse:
— Eu te amo!
— Eu te amo, também! Mas estou começando a achar que aqueles
dois a amam mais, muito mais.
— Oh! Meu pai, são amores totalmente diferente.
— Sim eu sei, mas para mim enquanto eu ver que o que eles sentem
por você chega a ser maior do que tudo, está perfeito.
Pondo as mãos no rosto de seu pai, viu ele fechar os olhos ao sentir o
seu toque.
— Obrigado pai.
— Pelo quê? — Ele respondeu e olhou nos olhos dela.
— Por ter remado contra a maré comigo em seus braços e me trazer
até aqui, mesmo suportando nas costas e no coração a dor de perder o amor
de sua vida. Por me amar incondicionalmente e me aceitar do jeito que eu
sou. Por me dar tudo, mesmo quando não tinha nada e nunca querer nada em
troca. Por acreditar em mim e principalmente nas minhas escolhas. Obrigado
pai, por ser esse ser fantástico, parceiro, amoroso e compreensivo. Tudo que
sou devo ao senhor. O senhor é meu exemplo de dignidade, honestidade,
respeito e tudo o mais. Não existe no mundo alguém como o senhor, e lhe
digo que esses homens que escolhi para passar minha vida carregam neles as
virtudes que mais admiro em você. Não fique triste por eu deixar o senhor
para vir morar aqui com eles, me casar e tal. Você meu pai, é peça
fundamental para minha felicidade, esteja eu onde estiver.
— Triste?! — Indagou seu Silva com os olhos marejados pela
declaração de amor que ouviu.. — Jamais, apesar das lágrimas, o que sinto é
felicidade, pura e abundante. Minha pequena, não preciso do seu
agradecimento, sim de seu sorriso e do brilho do seu olhar. Eram eles que me
conduziam quando te carregava no colo e remava contra a maré. E faria tudo
de novo se fosse o caso e, mesmo agora se for preciso carrego a ti e aos seus
noivos porque sei que eles são uma extensão do seu coração, portanto do meu
também. Amo você.
Com a batida na porta, seu Silva e Nininha foram tirados daquela
bolha de sentimentos.
— Vamos filha, está na hora. Nem preciso dizer que te desejo toda
sorte do mundo.
— Não sei, acho que sim hahaha...
— Engraçadinha... Bom, vou sair e te dar alguns minutos para se
ajeitar, tudo bem.
Lhe dando um beijo na testa como fazia quando a deixava na escola
desde de pequena, seu Silva saiu do carro deixando-a sozinha ali. Mesmo
sabendo e repetindo que era apenas uma sessão de fotos, ela não estava
sabendo lidar com todo clima emocional que se criou desde que colocou esse
vestido.
Seu pai também não ajudou muito, pelo contrário, trouxe seus sentimentos
mais à borda. Se olhou no espelho que tinha disponível atrás e avaliou a
make, mais um pouquinho e ela desmancha.
Respirando fundo pensou nos meninos, como seria ver eles de noivos, será
que vai ficar que nem uma boba chorando como disse Bruna? Não podia.
Afinal tinha que parecer bem nas fotos.
Uma nova batida na janela a fez voltar ao momento e relembra-la de
que precisava sair do carro.
Começou a abrir a porta quando sentiu que alguém do lado de fora já
o fazia. Descansou a mão na coxa e aguardou. Enquanto a porta ia se abrindo
aos poucos, tentava achar a dupla que não via desde de cedo. Mas seu pai
estava de pé esperando e tapava sua visão. Ele deu-lhe a mão para ajudá-la a
sair do carro. Ela tinha nos pés um assessório que a vendedora explicou ser
um barefoot sandal, era uma renda branca linda que se prendia em um de
seus dedos e em seu tornozelo. Não tinha a sola, os pés tocavam diretamente
o chão. Era branco, próprio para casamentos na praia e muito usado
ultimamente.
Ela adorou o fato de não precisar usar salto e ter seus pés em contato direto
com a areia.
Com a ajuda de seu pai se levantou, sentiu a areia em seus pés e o
vento fresco em seu rosto, sorriu com a sensação. Ao voltar o olhar para seu
pai e visualizar o mar ao fundo, seus olhos se arregalaram com o que viu
atrás dele.
Além daquela imensidão de azul ao fundo. Havia na areia um altar
todo ornamentado por flores naturais e tecidos claros e transparentes
retorcidos em bases que ao longe pareciam madeiras. No centro tinha uma
pequena mesa também enfeitada.
De frente para esse altar, estavam postas cadeiras do mesmo tom que a
madeira do altar, entre elas formava uma passagem na areia que estava
repleta de pétalas de rosas vermelhas. E interligando as pontas dessa cadeiras,
arranjos florais e alguma espécie de véu que voava no vento que soprava.
Tudo o que estava vendo parecia uma pintura a óleo vista de longe.
Era quase finalzinho da tarde, ainda estava claro, o céu azul, mas já se via
lanternas acesas dando forma ao caminho principal.
De um lado das cadeiras havia uma grande tenda toda ornamentada com o
que parecia uma grande mesa e um buffet.
Como se tudo já não estivesse surreal o suficiente, sentadas nessas cadeiras
estavam amigos mais próximos seus e de seu pai e alguns rostos que não
conhecia. Viu também a família de Léo. Atordoada com tudo o que via,
escutou soar no ar a marcha nupcial, o que fez todos que estavam sentados se
levantarem e olharem em sua direção. Esse pequeno milésimo de tempo
parou. Suas pernas bambearam, não podia acreditar no que estava
acontecendo. Como assim? Isso não era só uma sessão de fotos? O que essas
pessoas estão fazendo aqui?
— Não é real, não é real... — Ela repetia tremendo, com olhos
arregalados e embaçados.
— Isso é real, filha. — Seu Silva diz apertando sua mão.
Ouvir a voz de seu pai fez seu consciente voltar e olhar para ele.
Novamente aqueles olhos estavam marejados, e sua voz embargada. Nininha
caindo na real do que estava acontecendo naquele momento só podia
perguntar:
— Isso é real?
— Sim pequena, sim. Mérito desses dois homens loucos por você que
não medem esforços para te fazer feliz, que não medem esforços para realizar
seus sonhos. Isso é real, é tudo pra você e por você. — Sem a possibilidade
de segurar a emoção que transbordava novamente em seu coração, seu Silva
terminou dizendo as palavras com a voz falhando comovido. — ...À partir
daqui me sinto com o dever cumprido, levo agora você em meus braços, não
mais contra a maré e sim a seu favor. Seguindo o fluxo natural do amor. Hoje
entrego a minha menina, minha pequena, para enfim desfrutar a felicidade de
ser amada, duplamente para sua sorte e merecimento. Ame, seja amada e
produza mais amor. É tudo que lhe quero. Agora venha comigo, preciso lhe
entregar aos seus noivos ou eles mesmos virão aqui lhe buscar. Da mesma
maneira que você ficou indocil com a falta deles, eles também não passaram
o dia bem.
A pausa que o mundo deu para ela se recuperar de tamanha surpresa
pareceu infinita. Suas lágrimas molhavam sua face e ela nem tentava mais
segurar, impossível. As palavras de seu pai eram calmantes e firmes
suficiente para ela ter certeza de que o que via era real. Voltou a sentir a brisa
do mar e a areia sob os pés. Abraçou seu pai, se posicionou ao seu lado, e
recebeu do fotógrafo um bouquet de flores. Olhando para todo aquele aparato
montado, aquelas pessoas a olhando, escutando o som da música se misturar
com os sons do mar, seguiu confiante para o caminho que levava ao altar.
Mas nada daquilo era importante naquele momento. Nada. O que lhe
importava eram aqueles dois homens na beira do altar aguardando sua
chegada.
Mesmo com toda a emoção que teve até agora, seu coração não batia, como
começou a bater quando encontrou os pares de olhares que a mantinham viva.
Já não havia mais ninguém naquela praia, se não fosse o braço de seu
pai a sustentando ela poderia dizer que sairia voando até seus homens que
estavam distante. Seguia para eles como se estivesse a centímetros da areia.
Flutuava. Léo estava à sua esquerda e Dane à direita. Estavam os dois
vestidos em tons claros, mas em estilos diferentes. Via-se no vestuário a
personalidade de cada um. A única coisa mais certa do que o amor que ela
tinha por eles era que aqueles eram os homens, os noivos mais lindos do
mundo. Se os olhos de Nininha já estavam iluminados, no momento que os
viu explodiu de tanta energia.
Estavam de cabelos e barba feitos. Os olhos de Dane não estavam
enigmáticos e sim transparentes como um rio de águas cristalinas.
Lágrimas desciam dos cantos de seus olhos que mesmo tomados de emoção
ainda eram hipnotizantes. Já Léo radiava felicidade genuína, seu sorriso
brilhante não cabia em seu rosto, seus olhos esverdeados também inundaram
ao lhe ver, porém aquele sorriso enorme não saia da face. O sensível só sorria
e o prático se debulhava em lágrimas.
Estavam mais lindos do que nunca e sexys feito um inferno.
Já sentia seu corpo molhado implorando por eles. Notou que Léo lhe deu um
sorriso safado, o filho da mãe deve ter percebido seu rubor. Ao olhar para
Dane se espantou. Dos três, Dane era o mais arredio a sentimentalismo, mas
viu aqueles olhos azuis desabando em lágrimas ao lhe ver indo em sua
direção. Ele estava numa emoção tão exacerbada que Léo se aproximou de
seu amigo e o abraçou e agora eram os dois chorando.
Nesse momento Nininha aumentou os passos fazendo seu pai olha-la
confuso. Mas logo se ajustou aos passos dela.
Nininha também chorava, mais comedida. Seu estado de felicidade crescia ao
se aproximar deles.
Antes de chegar viu seus homens se cumprimentarem e trocarem
algumas palavras, em seus rostos um misto de lágrimas e sorrisos bobos, o
que a fez também sorrir. Já imaginava eles falando um no ouvido do outro os
apelidos que tinham entre eles.
Quando seu Silva chegou cumprimentou os noivos, fez questão de
dar cada mão de sua filha a cada um de seus genros.
E a eles disse:
— A vocês estou entregando meu bem mais precioso, lhes entrego
minha filha e os recebo como filhos. Sejam felizes.
Qualquer um presente naquele casamento poderia sentir a aliança de
amor que existia. E não era só entre os noivos, sim em todos os envolvidos.
Cada um que estava ali olhava com bons olhos para o enlace. Suas amigas e
madrinhas estavam de um lado do altar e para a alegria de Nininha, também
estava sua cunhada.
As danadas estavam com os vestidos combinados, o que deixava mais que
claro o dedo delas nisso tudo. E elas eram só sorrisos e emoção.
Como padrinhos estavam dois amigos dos meninos, um que ficou com a
Bruna no noivado, outro bem mais velho do que seus homens, ela não
conhecia, porém por estar nessa posição de destaque deveria ser importante
na vida deles. E o último seu concunhado.
Nininha deu seu bouquet para Lary que sorria emocionada. Na
primeira fileira estava seus sogros e Gracinha. Sua sogra tinha seus olhos
esverdeados dentro de um mar vermelho de tanto chorar, sua face também
avermelhada. Gracinha tinha um pequebo lenço que a todo momento
enxugava os cantos de seus olhos. Já o pai de Léo era só sorrisos. Os outros
convidados e alguns dos funcionários do buffet também se emocionavam
com todo esse clima de pura ternura.
Ao receberem a mão de sua noiva e ao término das palavras sinceras
de seu sogro, cada um se dirigiu a ele e agradeceu o cumprimentando com
um abraço e aperto de mão. Eles não tinham palavras para descrever a
felicidade que viviam e nem para mostrar o quanto se sentiam agraciados
com o acolhimento de seu Silva.
Nininha parecia estar vivenciando tudo de um plano superior, assistia
a eles e olhava em volta ainda abismada e surpresa.
Tentou buscar em sua memória algum sonho que se parecesse um pouco com
tudo que vivia nesse momento, mas não encontrava. Era tudo mais, maior,
melhor e perfeito.
Sentindo as mãos firmes segurando às suas e levando-as até seus
lábios para beija-la, ela se voltou a olhar para eles. Cada um deles.
Suspirando tentando segurar todo o turbilhão que havia dentro de si, olhou
para Léo e encostou sua testa na dele, em silêncio, só demonstrou em seu
olhar tudo o que se passava com ela, todo amor que sentia que nem mesmo a
frase eu te amo seria apropriada. Léo beijou sua testa ternamente. Nininha se
virou e repetiu o mesmo gesto com Dane. A mesma reação, a mesma emoção
o mesmo silêncio. Dane levou seu dedo até a buchecha dela e acariciou,
deixando a pele abaixo de seu toque pegando fogo. Com lágrimas que
pareciam nunca mais ter fim, ele balbuciou baixinho algo que ela mesma se
perguntava:
— Isso é real?
Sorrindo com a pergunta que repetia internamente, respondeu no
mesmo tom com os olhos afogados:
— Com certeza!
O som da marcha enfim cessou, todos os presentes sentaram.
Os nubentes se viraram para frente, e só então ela percebeu que não havia
nenhuma autoridade religiosa ou civil para realizar a cerimônia.
Passou uma série de coisas em sua cabeça, como até mesmo, a pessoa que
eles arrajaram desistiu em cima da hora, por ser algo fora do normal! Um
nervosismo se abateu em seu coração até que seus olhos presenciaram um
movimento que a fez prestar atenção.
Alguém se dirigia para a frente deles no altar, como um padre, ou pastor, ou
juiz de paz, ou como qualquer outra autoridade religiosa para realizar um
casamento. Porém havia uma enorme diferença, ao perceber a pessoa que se
posicionava à pequena mesa para dar início a cerimônia, viu que se tratava de
seu pai. Uma nova onda de sentimentos a pegou desprevenida. Surpresa.
Aquele nervosismo anterior se discipou na segurança do
entendimento do que estava acontecendo. Quem com autoridade mais alta
para abençoar seu casamento aqui na terra?
Nininha já não aguentava mais tantas ondas de sentimentos e surpresas que se
mostravam a cada minuto neste dia que já está para sempre marcado em sua
vida. Não tinha vocabulário suficiente para tentar definir o que se passava.
Procurou apenas se concentrar em não cair dura no chão e aceitar de bom
grado as maravilhas que recebia.
Emocionados, Léo e Dane olhavam para o rosto estupefato de sua
noiva. Sentiam mesmo sem ela lhes dizer o quanto ela estava amando tudo.
Toda essa louca surpresa criada na cabeça de Dane e como sempre apoiada
por Léo. Mas eles também seriam gratos eternamente para este sogro sem
precedentes e as amigas de Nininha. Sem eles a construção desse sonho de
Nininha que se transformou num sonho de todos não teria sido possível.
Desde o primeiro momento em que Léo propôs que seu Silva realiza-
se a cerimônia, Dane ficou meio desconfiado, não saberia se daria certo se
seria viável. E tinha que saber se seu sogro aceitaria tamanha
responsabilidade. Mas como sempre, esse homem que deveria ser estudado
pela NASA, mais uma vez embarcou com eles nessa viagem, de peito aberto,
sem reservas, apenas com amor. E ao olharem a expressão de Nininha nesse
instante, em que ela entende que é seu pai que realizará a cerimônia de seu
casamento, eles não poderiam ter tido ideia melhor.
Aquele brilho nos olhos cor de mel que tanto seu Silva falava, estava aceso
com toda sua potência.
— Olá amigos, familiares e todos os presentes. Boa tarde! — Iniciou
sua fala seu Silva — Quero primeiramente agradecer a cada um de vocês a
presença e mais do que isso, a parceria. Acredito que quase todos que estão
aqui sabiam desta surpresa que estes dois homens extremamente
apaixonados, proporcionariam para minha filha e conseguiram manter
segredo e até ajudar, no intuito de que esse dia fosse perfeito, tanto para
supreende-la quanto pelo esforço dos noivos em vê-la feliz. Bom, pode ser
estranho e nada convencional para todos que ao invés de um celebrante,
estou eu aqui, o pai da noiva.
Mas não se estranhem, afinal convenhamos, esta cerimônia não há nada de
convencional. Não sou qualificado para ministrar uma cerimônia de
casamento, mas fui convidado para tal tarefa e quando aceitei essa proposta
inusitada de meus genros não sabia muito bem o que fazer e dizer. Pensei em
copiar falas que tanto escutamos em milhares de matrimônios que já
estivemos. Porém, parei para pensar mais um pouquinho e percebi que não
havia discurso melhor para um casamento do que falar de amor. Vamos falar
de amor? Deus através de suas escrituras nos ensinou:
"Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis
amar-vos uns aos outros (Jo 13,34)".
É isso que fazemos? Nós amamos realmente aos outros como a nós mesmos?
E quando ele disse outros, ele quis dizer a TODOS os outros? Ou apenas os
que achamos parecidos conosco?
Então o convencional é amar os que julgamos mais parecidos e próximos à
nós ou a todos os outros que são completamente diferentes de nós, que não
pensam, não agem, não vivem, não desejam as mesmas coisas que nós? O
certo ao meu ver, seria fazer como ele mandou, amar a TODOS sem
excessão. Nossos iguais e também os que se diferem de nós. Portanto
estamos aqui, reunidos cada um pelo seu motivo, mas todos ligados pelo
amor. Amor entre amigos, entre família, entre irmãos, entre pais e filhos,
amor entre casais. E é principalmente pelo amor e respeito que estamos a
celebrar no dia de hoje, o amor de um trisal.
Confesso que como todos, também me surpreendi com a novidade do
relacionamento diferente da minha filha. Não foi fácil, mas antes de pensar
em julgar sua escolha eu preferi olhar para ela. Ao observa-la falar sobre
esses dois homens aqui ao seu lado, vi que a luta estava perdida ali. Qual
arma é maior do que o amor? Seus olhos refletiam um amor ao falar dos dois,
tão puro e divino, que quem seria eu para julgar dizendo que era errado?
Na verdade alguns diriam "Ei Silva, você é o pai, ela lhe deve
respeito!"
Mas e o respeito que eu lhe devo? Apesar de pai e filha, somos
iguais, humanos passíveis de tantos erros quanto acertos na mesma
proporção. Eu a ensinei que temos que respeitar para exigir ser respeitado.
Como ir contra ao que eu mesmo ensinei?
Então simplifiquei as coisas e optei pelo amor. Melhor escolha, além de
estreitar ainda mais os nossos laços de pai e filha, ganhei mais dois filhos. E
existe alguém mais qualificado para abençoar o casamento de uma filha, de
um filho, do que um pai?
Por isso, me ponho aqui diante desse trisal que, composto por Daniel, Paulina
e Leonardo decidiram juntos viver a vida através do poliamor. Que sejam
abençoados cada um de seus passos e, que com esse enlace vocês cresçam
juntos como indivíduos e como família. Sejam pacientes uns com os outros e
parceiros sempre em tudo o que forem realizar. E para que o sucesso seja
garantido continuem transbordando amor, só o amor pode nos levar a uma
vida matrimonial plena e infinita.
Dopada pelas palavras proferidas e perfeitas de seu pai, Nininha
demorou a perceber que uma música instrumental tocando Ave Maria
começou a soar e pelo farfalhar das pessoas se levantando, algo acontecia
atrás dela. Com auxílio de um Dane chorão e Léo altamente risonho e
emocionado, ela se virou para ver que pelo mesmo caminho que havia feito
com seu pai, agora vinham os três sobrinhos de Léo. A mocinha vinha à
frente em um vestido lindo com um arranjo floral parecido com o dela. Ela
trazia em suas mãos um pequeno bouquet também parecido com o dela. Os
meninos vestidos iguais, com pequenos detalhes que os diferenciavam,
vinham logo atrás, um de cada lado, com caras de sapecas. Nas mãos traziam
placas dizendo:
— "Não case com eles" / "Case com a gente"
Eles tiravam gargalhadas dos convidados ao passarem.
Nininha e os meninos sorriam juntos com todos, enquanto os meninos faziam
sua graça.
— Oi tia Nininha, você está linda! — Disse a sobrinha educadamente
lhe dando um beijo na bochecha, depois cumprimentou do mesmo jeito seu
tio Léo e Dane.
— Obrigada, querida!
Já os meninos quando chegaram abraçaram os dois juntos Nininha e,
entrando na brincadeira, Léo e Dane os tiraram fingindo uma força extra,
como se lutassem contra eles por Nininha, para dar mais crédito as placas que
traziam.
Os três foram direcionados para os lados. Quando Nininha já ia se
virando achando que já havia acabado, só aí o show começou. Ouviu latidos e
voltou novamente de frente para o caminho de pétalas, que com o cair da
noite brilhava pela luz das pequenas lanternas. Nele vinha Brutus, desfilando
preguiçoso como sempre, lindo, altivo de gravata borboleta e tudo. Nela
havia uma pequena cestinha pendurada. Enquanto o cão passava recebia
assovios e aplausos, ele nem ligava. Chegou perto dos noivos, Léo se abaixou
acariciou ele, seguido por Dane e também Nininha que acabou levando uma
lambida na cara. Dane tirou a cestinha de sua gravata e Bruna foi pegá-lo
para tirá-lo do altar.
Quanta emoção e carinho Nininha sentia naquele momento. Olhava
para seus noivos e não continha as lágrimas que teimavam em cair. Virados
novamente para seu Silva, Dane pôs a cestinha em cima da pequena mesa e
de lá retirou um conjunto de alianças. Ele também estava lutando com o
turbilhão de emoções que aconteciam dentro dele. Seus olhos uma inundação
sem fim, suas mãos trêmulas. Notando o nervosinho de seu amigo, irmão e
agora mais que tudo companheiro de vida, Léo tomou de sua mão às alianças,
o que fez Dane o olhar e como sempre num entendimento só deles dois, Dane
agradeceu com os olhos a ajuda do amigo e passou para ele a missão das
alianças. Nininha já consciente desse reconhecimento se emociona mais ainda
com tamanho amor fraterno dos dois.
— Enfim, as alianças! — Saltou as palavras seu Silva e continuou
chamando a atenção dos noivos e presents. — Elas servirão para lembrá-los
que o amor de vocês é um círculo infinito e forte como os materiais do que
são feitas. Usem-na não como algo que os prendem, mas sim uma lembrança
da escolha dos três, pela liberdade de optar viver esse amor visceral. Que
sejam elas mais uma pequena lembrança do compromisso, lealdade e
fidelidade entre vocês. Dane, Léo por favor, vocês primeiro.
O que dizer sobre tudo o que Nininha sentia naquele instante.
Nem se tenta-se conseguiria se expressar em palavras.
Desde que saiu daquele carro se sentia flutuando, a cada minuto que passava,
a cada palavra dita que escutava, a cada surpresa que acontecia, só a faziam
flutuar ainda mais. Como em um sonho lindo. Mas esse era real, esse era
realmente real e muito melhor do que qualquer coisa que ela sonharia sonhar.
Esses homens que estavam a se desposar com ela eram tudo o que uma
mulher desejaria ter. Mais uma vez passava por sua cabeça o porquê ela, o
que ela fez para merecer tanto, em tão pouco tempo e com a promessa do
para sempre. Mais uma vez teve que jogar para o divino. Nada acontece se o
divino não quiser. Fácil ou difícil, se não tiver que ser não será.
Com ela, não sabia por qual razão, mas estava acontecendo.
Sua cabeça de repente se esvaziou dos pensamentos e até da emoção que
sentia. Se concentrou em olhar para os movimentos que Léo e Dane faziam e
novamente se surpreendeu com tamanha beleza do conjunto de alianças.
Enquanto Léo pegava uma aliança e se direcionava para ela, Dane
tomou a mão esquerda de sua menina e posicionou para que Léo colocasse a
aliança. E foi o que fez dizendo:
— Com essa aliança damos início a maior jornada de nossas vidas.
Desde a primeira vez que eu te vi eu sabia que era você. Foi complicado no
início, mas eu não desistiria nunca. Como sonhei com esse momento,
deslizar minha aliança no seu dedo, tornando nosso relacionamento real em
todos os sentidos. Eu te amo meu amor, minha princesa e é com você e Dane
que quero viver pelo resto de minha vida. É com vocês que quero construir
minha família, baseada no respeito, no amor e no companheirismo. Na saúde
e na doença por toda a eternidade.
Dane a abraçou por trás enquanto Léo levava sua mão com a aliança
aos lábios e beijava olhando em seus olhos já borrados das lágrimas que
nunca mais deixou de cair. Puxou-a em seus braços a beijou ternamente e a
virou para Dane repetindo o ato que havia feito, direcionou sua mão esquerda
já com sua aliança para ele. Dane agora sorrindo fazendo um esforço notório
para não chorar, pegou outra aliança e começou a deslizar sobre o mesmo
dedo.
— Minha menina.... Desculpe minhas palavras embargadas e
trêmulas, nunca pensei em minha vida viver tamanha emoção. Mas não posso
deixar de dizer em palavras o que já demonstro com lágrimas. Tudo isso é
para você, para lhe mostrar que tudo o que estiver ao nosso alcance para
realizar seus sonhos nós faremos. Mas não é só para realizar seu sonho, é
para realizar os nossos também, pois todos os seus sonhos agora se tornam
nossos. Antes de você eu não sonhava, mas agora passo meus dias sonhando
com a vida que vamos ter. Essa aliança, essa cerimônia é o marco simbólico
disso tudo. Porém nosso amor, nosso relacionamento está acima de qualquer
símbolo que há na terra. Viveríamos ele independente de qualquer coisa e
acima de qualquer um. Mas, mais uma vez fomos presenteados com essas
pessoas maravilhosas que nos rodeiam, em principal seu pai. Além desse
amor exacerbado que temos entre nós, contamos com o amor incondicional
dele e de algumas das pessoas mais importantes em nossa vida. Portanto em
respeito a toda essa futura vida que nos espera e a esse amor que nos arrebata,
quero lhe dizer que prometemos lhe amar e proteger, ser fiéis e
companheiros, estar contigo e viver para você e nossa família por toda
eternidade. Te amo, minha menina e agora, minha mulher. Nossa mulher.
Ao término de suas palavras, Dane encostou a aliança que
escorregava em seu dedo junto a aliança que Léo já havia depositado lá,
Nininha pode ouvir um click que fizeram ao se chocarem. Olhou em direção
e só agora pode ver como era formada.
Ornada em ouro branco e dourado com pequenos pontos no que pareciam ser
diamantes que se cruzavam entre elas ao se fundirem juntas. E no centro um
diamante reluzente.
Sentiu Dane levar sua mão aos lábios e graciosamente beijar sua aliança
também lhe olhando nos olhos. Aquele olhar hipnotizante de Dane com o
toque que recebia em sua cintura por Léo, a fez estremecer e eles sentiram.
Sorrindo Dane lhe beijou a testa e se voltaram novamente de frente para seu
pai.
Envergonhada com rosto afogueado, emocionada com tudo que ouviu,
percebeu que agora era a hora dela de colocar as alianças nos seus noivos.
— Pois bem, filha, agora é sua vez de lhes colocar as alianças.
Ela tentou com suas mãos limpar o rosto do rio de lágrimas que
desceu por ali. Olhou para suas madrinhas encontrou todas elas chorando
também. Isso mesmo, todas elas, inclusive Bruna, a vaca. Nininha sorriu para
ela meio de deboche e ela lhe mandou a língua. Mais relaxada, voltou-se para
as alianças, viu duas ainda dentro da cestinha. Elas eram iguais às dela, mas
sem os diamantes e inteiras. Forjadas também em círculo de ouro branco e
dourado. Notava a masculinidade e imponência nelas. Pegando uma em sua
mão se direcionou para Léo e encontrou aquele sorriso maroto pelo qual se
apaixonou, não se aguentou e lascou um beijo naquela boca gostosa e só
parou quando ouviu seu pai.
— Nininha?! Às alianças...
— Ah, tá haha... — Ouvia-se risos dos convidados. Então ela tomou a
mão esquerda de seu Léo e lhe colocando a aliança foi dizendo. — Meu
príncipe, quando te vi pela primeira vez não tinha como explicar o que sentia,
hoje eu sei, era o reconhecimento de minha alma com a sua esperando o
momento certo para se encontrar. Você é o maior responsável pelo nosso
poliamor. Você já acreditava antes mesmo de me conhecer. E quando nos
tornamos um só pela primeira vez, foi você que nos fez ver que era real e
possível nos transformar em um trisal. E aqui estamos, diantes das pessoas
mais importantes de nossas vidas compartilhando esse sentimento tão intenso
que existe entre nós. Somos um trisal forte hoje porque você acreditou e nos
fez ver que não havia outro caminho que não fosse um que caminhássemos
juntos, os três. Meu amor, eu te amo, essa é a luta que escolhi para minha
vida, lutar por vocês, por nós e por nossa futura família. Obrigado por tudo,
obrigado por acreditar, obrigado por nos fazer acreditar. Prometo ser para
vocês uma mulher fiel e amorosa, com vocês dividirei minha vida na saúde
e na doença por toda eternidade até onde Deus nos permitir.
Selou suas palavras com um beijo rápido nos lábios quentes dele. De
soslaio olhou para seu pai e logo foi adiantando, pegou a outra aliança e
virada para Dane viu todo o amor em seus olhos. Sabia também que ele
compreendeu e concordava com as palavras que disse ao Léo. Para ela e
Dane tudo foi mais difícil, mas não mais. Não agora.
— Amor, olhando você agora completamente entregue aos seus
sentimentos me fazem sentir saudade daquele ogro que conheci na praça de
alimentação. Ele era um disfarce não era? Eu sei meu bem, o quanto você
estava calejado pela vida ao me encontrar, o quanto não estava preparado
para receber tamanha intensidade. Mas se permitiu como eu a abrir os olhos e
entender melhor o que estava acontecendo e, com a ajuda de seu irmão de
vida de alma, tomamos a decisão mais certa de nossas vidas. Minha alma
beijou a sua no nosso primeiro encontro e dali em diante não se soltaram
mais. Impossível. Somos raridade, não porque somos três, sim porque somos
verdade, algo em falta hoje em dia. Nasci para vocês e vocês para mim,
prometo-lhes ser fiel, amorosa e companheira na saúde e na doença por toda
a eternidade... E além!
Dane a cortou com um beijo. Não se aguentava mais. Já não havia
mais líquido em seu corpo para ser despejado por seus olhos. O único líquido
que lhe restava queria jorra-lo em seu interior.
— Bem, acho que a parte do "Pode beijar a noiva" já passou. (Risos)
Cabe a mim agora, abençoar essa união com o mesmo amor que Deus me
ensinou. Sigam sempre no caminho do amor, sejam pacientes e companheiros
e, principalmente não deixe que nada enfraqueça esse sentimento tão rico
entre vocês. A raridade e o diferente incomodam e apesar de acreditar no
amor, não podemos fingir que o ódio não existe, pois ele existe e sempre
busca um modo de nos atingir. Mas se vocês focarem no amor e respeito que
sentem um pelo outro, nada nem ninguém poderá os separar. Aqui, diante dos
meus amigos e familiares me orgulho de lhes declarar maridos e mulher, que
essa união seja farta em todos os sentidos e que Deus esteja sempre com
vocês. Agora sim, podem beijar a noiva!
Aplausos!! Muitos aplausos e alguns gritinhos ecoavam na praia.
Dane e Léo após tomarem cada um mais um beijo de sua esposa deram o
braço para ela e saíram juntos pelo caminho iluminado ao som de uma
música linda que se misturava aos aplausos, gritinhos, sorrisos e latidos de
Brutus. Logo atrás deles vieram seu Silva acompanhado de Gracinha, e os
pares de padrinhos e madrinhas com as crianças. Ao passarem sentiam sendo
jogado sobre eles arroz junto com falas de desejos de felicidade e
prosperidade.
Ao chegarem no fim do caminho, as muheres solteiras se juntaram em
busca do tão desejado bouquet. Todos riam com o desespero de algumas e
desdém de outras. A noiva se posicionou de costas e entre um momento ou
outro que fingia que iria jogar, jogou. O bouquet foi certeiro na direção de
Bruna que estava mais afastada desdenhando. Ao perceber, ela saiu da frente
sotando um palavrão, exatamente quando ele cairia. Sua ação acabou pôr
deixar o caminho livre para que o bouquet caísse diretamente nos braçoas de
Gracinha que também não esperava. Lary ficou em cólera, queria tanto.
Bruna se benzia e Gracinha estava completamente sem graça ainda mais ao
notar o olhar de seu Silva sobre ela e um sorriso enigmático.
Nininha adorou o resutado.
Além dos convidados haviam alguns curiosos por perto.
Seu Silva se direcionou para os agora, maridos e mulher, para ser o primeiro
a cumprimenta-los.
— Se eu não morri hoje do coração, não morro nunca mais. Parabéns
aos três.
— O senhor só pode estar brincando... Eu é que digo isso, se eu não
morri hoje com tantas surpresas carregadas de emoção não morro nunca
mais. E por falar nisso vocês me pagam. Apesar de maravilhada com tudo o
que aconteceu hoje, não vou esquecer vocês se reunindo contra mim.
Abraçando sua esposa por trás, Léo disse:
— Contra você amor!? Mas se foi tudo para você.
— Tá tá eu sei, mas é que.... Nossa foi muito, vocês... Não precisava
disso tudo...
— E você merece isso e muito mais... E vai se acostumando porque
eu tô adorando essa ideia de surpreeder você. Seus olhos ficam fascinantes
diante de surpresas. — Dane a cortou tirando-a dos braços do amigo e
beijando-a.
Rindo seu Silva disse:
— Acho melhor eu ir e liberar o buffet enquanto vocês
cumprimentam os convidados.
— Espere Silva, não tive a oportunidade de falar com Nininha. —
Falou a Gracinha e se virou para a noiva dizendo. — Minha querida você está
radiante, não sei se por toda emoção do dia ou alguma outra coisa, mas seu
semblante está iluminado. Enfim, queria te parabenizar pela cerimônia
maravilhosa, a primeira em que realmente me senti bombardeada de amor de
todos os lados. Saiba que tem aqui uma amiga na qual pode confiar. E apesar
deles serem esses homens marivilhosos que já sabemos, você para mim é tão
maravilhosa quanto, não é qualquer mulher que se deixa seguir firmemente
pelo coração. Você é corajosa e merecedora de todo esse amor. Parabéns e
felicidades.
— Obrigada Gracinha, e que bom que está aqui, não queria que você
perdesse de ver o gato do meu pai. E… Agora que você pegou o buquet…
Fica a dica papai!
— Ora Nininha!!! — Rosnou seu Silva.
— Que isso querida, eu é que agradeço a oportunidade de fazer parte
de uma história tão diferente e linda como a de vocês. E ainda tenho esse gato
de bônus, começo a achar que eu é que sou sortuda. — Agradeceu Gracinha
deixando seu Silva vermelho de vergonha e os nubentes achando graça.
Quando eles se afastaram Nininha foi abraçada por suas amigas e sua
cunhada. Fez cara de zangada para elas, mas logo sorriu com as cosquinhas
que Bruna fazia.
— Vocês me pagam, isso não vai ficar assim heim... Até você
cunhada. Me aguardem.
— Ah amiga, como nós iríamos recusar participar de uma surpresa
tão romântica como esta. — Disse Lary.
— Diz isso por você Lary, porque eu vim pela comida e as bebidas.
— Cortou Bruna.
— Tá bom Bruna, e o que foi todo aquele chororo no altar? Eu vi
heim... — Disse Nininha
— Eu também! — Acompanhou Lary.
— Vacas idiotas, óbvio que caiu areia nos meus olhos... Ah, já chega
não vamos monopolizar a noiva, vamos cumprimentar os noivos e ir direto
atrás do champanhe.
Bruna puxando Lary foi cumprimentar Dane e Léo e disse-lhes:
— Só tenho uma coisa para dizer, vocês são fodas, agora continuem
sendo fodas porque nossa amiga merece.
— BRUNAAAA!... Desculpa a desbocada, parabéns gente, foi
emocionante, ficará marcado na memória de todos aqui e mais ainda em
Nininha. Vocês arrasaram.
— Que isso meninas, nós é que agradecemos, sem vocês não teria
sido possível. — Disse Léo.
— É verdade, sabemos o quanto foi difícil para vocês esconderem
tudo dela, mas mesmo assim o fizeram. Nós que agradecemos. — Dane
complementou.
— Ok ok... Obrigado, de nada... Vamos Lary começar a festa. Vou lá
rapazes, tenho certeza que minha amiga aqui quer encher a cara pôr não ter
pego o bouquet… — Bruna falou e arrastou Lary xingando.
Dane e Léo ficaram rindo e olhando Bruna sair toda rebolativa para
onde serviam as bebidas puxando Lary a tiracolo. Depois assistiram Nininha
falando com a irmã de Léo e logo depois cumprimentar eles. E assim seguiu
por alguns minutos.
Quase todos os convidados vieram cumprimenta-los e desejarem felicidade.
O fotógrafo os levaram para tirar algumas fotos para o álbum.
Eles notaram no rosto dele a emoção que deve ter tido durante a cerimônia.
Algumas horas depois quando os convidados já estavam bem acomodados na
festa, Nininha teve a oportunidade de falar melhor com os pais de Léo.
— Dona Norma, seu Otávio saibam que diante de todas às surpresas,
a de ver vocês aqui presentes foi uma das que mais me tocou. Sei o quanto
nosso Léo ficou feliz em vê-los aqui. E as crianças, que coisa mais linda.
— Oooh menina, tenho que repetir que continuo não entendendo tudo
isso, mas amamos nosso filho e a Dane também e não poderia deixar de estar
presente num momento como este. Quero que saiba que saio deste casório
com cada palavra gravada em minha cabeça, e ao ver tanto amor dita com
elas prometo repensar muitas coisas. Sejam felizes, isso é o que importa não
é?
— Sim, é sim.
— Minha nora, faço minhas às palavras de Norma. E acrescento, este
casamento foi o melhor que já fui.
— Eu também acho, meu sogro.
Nininha saiu da mesa e procurou pelos seus maridos. Os encontrou
conversando com um pequeno grupo de pessoas, sendo um deles o padrinho
que não conhecia e um casal que lembrou de ter conhecido lá na fronteira.
— Úrsula, é você?
— Oi!! Olá, Paulina. Como você está linda! É um prazer te ver de
novo ainda mais em um dia tão especial como este.
— Nossa que surpresa boa, com tudo o que aconteceu não vi vocês
entre os convidados.
— Pois é, é que na verdade chegamos no meio da cerimônia, Conrado
se enrolou com o GPS e nos perdemos. Mas o que assistimos foi uma amostra
maravilhosa de tudo o que ocorreu aqui. Você é uma mulher de sorte e não
digo isso pelos seus maridos, sim pelo grande pai que tem. Eu não tive essa
sorte então me emocionava a cada palavra que ouvia ele dizer.
— Obrigada Úrsula, realmente meu pai é grande. É uma pena que não
tenha tido a mesma sorte. Conrado, que bom que veio e trouxe Úrsula, espero
que estejam a vontade. — Falou Nininha cumprimentando também Conrado,
mas já sendo puxada para os braços de Dane o que fez Conrado sorrir.
— Não perderia esse casamento por nada. Confesso que não acreditei
quando recebi o convite de Léo, hoje em dia os casamentos são raros ainda
mais um como o de vocês. Não poderia perder e Úrsula se empolgou com
fato de vir ao Rio de Janeiro. Cá estamos. E... Permita-me dizer, está uma
noiva estonteante. — Disse Conrado sem deixar o tom escorregadio de
sempre pegando a mão de Nininha e beijando.
— Obrigado pelo elogio, mas acho que neste momento meu vestido já
não está tão glorioso quanto quando eu cheguei.
Pigarreando Dane tira a mão de Nininha da de Conrado e diz:
— É sempre um prazer revê-lo Conrado, espero que aproveitem a
estadia no Rio e quem sabe, não saiam daqui com seu casamento em vista.
— Pois é Conrado, tá mais que na hora de se amarrar. —
Complementou Léo.
— Acalmem-se rapazes, nem tão rápido assim...
Todos riam, Dane nem tanto, ainda se incomodava com a presença de
Conrado. E com certeza teria com Léo uma conversinha sobre essa surpresa
super agradável. Mas Dane tentou ser o mais educado possível. Aproveitando
a chegada de sua mulher e querendo tirá-la do foco de Conrado, chamou sua
atenção:
— Amor, não tivemos a oportunidade de te apresentar, esse é Hélio,
trabalhou conosco desde que começamos. Escolhemos ele para ser nosso
padrinho, pois sempre o consideramos muito por sua experiência e
generosidade em repassá-la para nós.
— Olá Hélio, é um prazer conhecê-lo, obrigada pela presença.
— Paulina, eu achava esses dois loucos, mas acho que a louca é você
por se casar com os dois. (Risos) Tô brincando, esses são meninos de ouro e
se você escolheu estar com eles você também é de ouro. Quero deixar aqui
meu desejo de felicidade eterna para vocês. Se cuide e cuide deles.
— Obrigada, pode deixar.
Nininha também cumprimentou outros amigos dos seus maridos que
estavam presentes. Conversou com outros convidados e vez ou outra olhava
seus maridos ao longe. E eles notavam os olhos pedintes de sua mulher. Mas
ainda não era hora. A festa seguiu noite a fora, alguns convidados foram
embora e ficaram aqueles que gostavam de farra. Nininha e suas amigas se
divertiram dançando na pista improvisada. Às vezes, um de seus maridos lhe
tirava para dançar. Notou que sempre que podiam mexiam com ela, com
palavras sacanas no pé do ouvido ou mãos indecentes sem que ninguém
percebesse, aqui e ali. Ela já estava sem tê-los a dois dias e já não se
aguentava mais. Mas em respeito aos convidados não podiam sair correndo
dali, por enquanto.
Em um segundo momento do dia em que ela se via só com ela
mesma, sentou em uma cadeira afastada e observou o final da festa. Olhava
ao redor e comia suas rosquinhas, Léo e Dane trouxeram uns pacotes. Estava
viciada nelas. Léo dançava com sua mãe, Dane conversava com amigos. Seu
pai e Gracinha estavam num cantinho e, ela poderia jurar que estavam doidos
para ir embora também. As crianças estavam esgotadas de tanto correr pela
areia. Casais dançavam também na pista. Bruna com um dos padrinhos e
Lary com um garçom que Bruna com certeza arranjou para ela.
Respirando fundo passou a reviver alguns minutos desse dia em suas
memórias. Como não pôde perceber que não era apenas uma sessão de fotos?
Caiu direitinho. Quanto carinho e dedicação tiveram seus meninos para
organizar tudo isso. Seu pai e amigas também se incluíam nessa dedicação.
Com isso só podia ter mais certeza do quanto era amada e privilegiada.
Após passar a surpresa pôde ver melhor os pequenos detalhes da arrumação,
estava tudo tão lindo e com um bom gosto incrível. Fora que estava tudo
absolutamente ao seu modo, como se tivesse sido preparado pensando em
como ela faria. Um casamento na praia simples, lindo e emocionante. E a
emoção foi o que ditou o andamento de tudo. A tirada de Léo em chamar seu
pai para celebrar a cerimônia foi fantástica. Não estariam mais abençoados
por qualquer outra autoridade no assunto.
As pessoas ali presente faziam parte da vida dos três de forma efetiva, e
conseguiam cada um à sua maneira entender esse relacionamento que iriam
viver juntos. Até a vendedora da loja onde encontrou o vestido estava
presente com seu filho, filha e nora.
Seu garçom preferido do Balacobaco's também estava presente,
acompanhado de alguns outros amigos do bar. Foi tudo tão lindo. Nada que
ela poderia pensar para agradecer a essas pessoas seria o suficiente. A
realidade era melhor que seus sonhos.
— Que loucura! — Soltou em voz alta sorrindo.
— O que é uma loucura? — Perguntou Dane a assustando.
— Aí, que susto amor!
— Desculpa. Vem aqui, senta no meu colo e diz o que é loucura?
— Esse dia, vocês, eu... Tudo...
— Gostou?
— Tá falando sério Dane? É claro. E apesar de me sentir confusa em
um primeiro momento, todo resto do tempo foi atemporal. Parecia que o
mundo havia parado e eu só flutuava numa bolha de amor e carinho.
— Objetivo concluído com sucesso! — Disse ele lhe tomando um
beijo na boca.
— De que objetivo estão falando? — Perguntou Léo ao chegar perto
deles e sentar em outra cadeira bem próximo às costas de Nininha.
— O objetivo de me tirar o fôlego, os pés do chão mesmo sem me
tocarem ao mesmo tempo. — Respondeu Nininha se jogando um pouco para
trás alcançando a boca de Léo.
— É? E, se a gente te tocar ao mesmo tempo o que acontece? —
Dizia Léo enquanto deslizava sua mão no decote profundo em suas costas,
trazendo arrepios que se encontravam com os arrepios que Dane provocava
ao subir sua mão por suas pernas levantando sutilmente seu vestido.
— Aí, a sensação é sem explicação, cada vez que me tocam assim
juntos tento entender o poder que têm sobre meu corpo, mas não consigo
porque meu cérebro desliga e apenas meu corpo e coração segue em frente. E
no fim, sempre me encontro viajando em um universo infinito... Aaaaahhhh!
Ai, meu Deus, gente é melhor parar, ainda tem convidados aqui.
— Relaxa, do jeito que estamos não tem como ninguém perceber o
que estamos realmente fazendo. Vão olhar e pensar que estamos apenas
vivenciando um momento de descanso e intimidade de fim de festa. Afinal,
somos os noivos. — Falou Dane.
— Em falar em fim de festa, já deu né gente. Que tal sairmos de
fininho? Estou louco para tirar esse vestido de você princesa.
— Ué, vocês não disseram que só me teriam naquela casa quando
assinarmos os papéis, apesar da linda cerimônia não assinamos papel
nenhum, acho que teremos que esperar mais um pouco. — Debochou
Nininha.
— Esperar!?!?!? Sabe o quanto eu sonhei em te ver vestida de noiva e
poder tirar esse vestido? — Resmungou Léo.
— E quem disse que vamos para nossa casa? — Dane jogou a
pergunta no ar.
Nininha olhou de um para outro com os olhos brilhando, já imaginava
que havia mais surpresa por ai. Dane e Léo riram da euforia de Nininha.
— Mas como sairemos daqui sem ter que falar com todo mundo? —
Dizia ela.
— Muito simples, de fininho sem que ninguém perceba, assim... —
Léo terminou e a pegou no colo fazendo-a soltar um gritinho.
Assim com ela no colo, cruzou o centro da festa seguido por Dane
atrás que dizia em alto e bom som:
— Meus amigos obrigado pela presença, mas precisamos nos retirar,
vocês entendem né?
Um garçom prontamente apareceu do nada com uma garrafa de
champanhe e lhe entregou, junto com as taças decoradas com seus nomes.
Todos que ainda estavam na festa os aplaudiam e os mais exaltados gritavam
coisas do tipo " É isso aí " " Boa lua de mel". Mas Bruna, a exaltação em
pessoa, não podia deixar de dizer alguma coisa:
— É isso aí garota, vai lá e quebra a cama!!
Nininha não sabia onde enfiar a cara. Já estava envergonhada o
suficiente com a retirada de "fininho" que seus maridos a proporcionavam,
mas ouvir Bruna foi o fim. Enquanto Nininha lidava com a vergonha, todos
riam de Bruna, apenas Lary bêbada brigava com ela.
Chegando próximo aos carros estacionados, Léo desceu ela de seu
colo e a beijou. Dane se aproximou e sem deixa-la respirar tomou seu beijo
também.
— Uau... Assim vocês me matam.
Todo sorrisos, Léo abriu a porta de um carro preto para ela entrar e
Dane deu a volta para entrar no outro lado. Pelo jeito tinha um motorista para
levá-los. Percebeu que era o mesmo carro que a trouxe. Antes de entrar olhou
em volta, todos da festa ainda os olhavam sorridentes, mas ela procurou um
rosto em especial.
— Filha? — Chamou seu Silva de pé na frente do carro com Gracinha
ao seu lado.
— Papai, não lhe vi lá na areia.
— Pois é, acha que não me despediria de minha pequena antes dela
sair em lua de mel, tomei um atalho sabia que vinham para cá. Bom filha, não
quero tomar mais o tempo de vocês, só queria que soubesse o quão orgulhoso
eu sou por ter você em minha vida, você a faz ser mais especial. Seja feliz!
Correndo e abraçando seu pai Nininha disse:
— Obrigada meu pai, sem você minha vida e toda essa felicidade não
seria possível.
— Vamos princesa, precisamos sair agora se não nos atrasamos.
Dando um beijo no seu pai e outro em Gracinha, seguiu para entrar no
carro e gritou:
— Cuide dele pra mim Gracinha.
— Pode ficar tranquila, está em boas mãos. Vão com Deus.
— Seu Silva cuida de tudo pra nós, por favor. — Disse Léo
cumprimentando o sogro.
— Pode deixar meu genro, está tudo sob controle. Divirtam-se.
Terminaram de entrar no carro. Léo fechou a porta e enquanto o
motorista saia com o carro, Nininha escutou um barulho vindo de trás, olhou
para lá e viu como em cena de filme, o para-choque cheio de penduricalhos e
a frase no vidro em branco "Noivos a bordo". Ela pulava e ria feito uma
criança.
Dane aproveitou e abriu o champanhe e Léo o ajudou com as taças.
Servidos cada um com a sua e, após brindarem a vida, de um jeito bem
complicado entrelaçados como em fotos de praxe em casamentos, tomaram
um gole do líquido borbulhante.
Seguiram o caminho saboreando o champanhe. Nininha nem tanto, pois não
estava muito afim de beber. As borbulhas do champanhe lhe fez mal e queria
estar alerta em todos os sentidos.
Fizeram comentários sobre o casamento e os convidados. Dane logo quis
questionar Léo sobre a surpresa do convite ao Conrado, mas prevendo
animosidade Nininha grudou sua boca na dele, o que o fez esquecer qualquer
coisa que iria dizer. Léo aproveitou e entrou na brincadeira e começou a
apalpar os seios de sua esposa. Seios que ultimamente estavam mais cheios
aos seus olhos, mas não dizia isso para ela com medo dela achar que estava
gorda. Dane começou a subir suas mãos pelas pernas dela. E ela as abriu para
seu toque chegar onde queria.
As taças caíram ao chão. O ambiente do carro esquentou. Léo já tirava seu
paletó, Nininha abria o fecho da calça do Dane e cavava espaço para sua mão
segurar seu pau. Com jeitinho Léo conseguiu pôr metade de um seio dela
para fora e nele se fartou com a boca. Quando tudo já parecia tomar o
caminho insano do sexo Nininha disse:
— Esperem, calma... Não vamos nos desfazer aqui... Vocês disseram
que queriam retirar meu vestido e aqui não há espaço suficiente.
— Mas amor, não aguento mais estar fora de seu corpo, preciso senti-
la. — Susurrou Dane, em febre por ela.
— Brother, ela tem razão e temos a noite inteira para isso... Vamos
esperar só mais um pouquinho.
Se jogando para trás irritado Dane bufou, mas concordou.
Nininha ajeitou seu vestido beijou Dane e depois Léo e logo saiu do banco, se
ajoelhou na frente deles e olhando para aquelas carinhas lindas frustadas
disse, tomando seu tempo em abrir e manipular cada pênis teso que lhe
pertencia:
— Ahhh, para quê essas caras, acham mesmo que meus maridos não
teriam um tratamento VIP depois de tudo o que fizeram por mim? Aqui está
sua esposa de joelhos para saborea-los pelo tempo que for preciso até
chegarmos sei lá onde estão me levando.
Acomodada no chão do carro já ministrando com as mãos os paus de
seus maridos, ao terminar suas palavras melosas, abocanhou um e outro e por
todo o tempo foi se intercalando entre eles. Saboreando com sua boca
avidamente, lambendo e beijando tudo aquilo que era seu. De cima ouvia os
gemidos entrecortados com a respiração ofegante além de palavras e frases
que diziam com prazer.
— Menina devassa...
— Princesa safada...
— Minha... Nossa esposa.
— Minha... Nossa esposa.
Ensandecido com mais uma imagem de seus sonhos, Nininha de
noiva ajoelhada chupando ele e seu amigo, Léo ainda perguntou:
— Você gosta né, de chupar nossos paus?
— Uhum... — Respondeu ela de boca cheia.
— Então põe os dois na boca ... — Sibilou Dane.
Não era preciso pedir novamente, Nininha ao comando de Dane se
pôs a deliciar da forma que gostava, os dois pênis em sua boca. Não era fácil
a logística, mas ela dava seu jeito.
Seus homens se derretiam em sua boca enquanto iam para sabe-se lá onde.
Contudo, os três sabiam que o prazer estava só começando, esse era apenas o
início de sua lua de mel.
E tudo que Nininha pensava era nas surpresas que ainda estavam por vir. O
felizes para sempre começa agora!
Capítulo 51: Lua de mel e algo mais...

Ao chegar no hotel mais ou menos à uma hora da casa deles,


Nininha sentiu uma pequena pontinha de frustração. Realmente achou que

havia uma nova surpresa a esperando. Mas logo deduziu que eles se

concentraram tanto no casamento que não fizeram muito pela lua de mel.

Porém nada ao lado desses homens estava perdido. Por fora o hotel parecia

ser bem simples, mas ao entrar na suíte reservada Nininha foi tomada mais

uma vez pela surpresa. A suíte era linda e a cama enorme, em cima dela

pétalas de rosas vermelhas, aliás por todo o quarto podia-se ver as pétalas. Os

lençóis estavam em formato de corações. Havia uma mesa com três cadeiras

e sobre ela um balde reluzente com uma garrafa de champanhe e uma tigela

com frutas de todos os tipos. Fora alguns pratos de queijos e outros

belisquetes.
Dane foi quem trazia ela no colo e ao entrarem no quarto ele a passou
para os braços de Léo. Dane e Léo olhavam encantados para os olhos dela.
Estava radiante com tudo o que via. Estava linda naquele vestido de noiva.
Léo beijava o rosto e pescoço dela fazendo-a rir. Dane foi correndo até o
champanhe, queria brindar eternamente essa felicidade extrema que sentia.
Com as taças cheias e nas mãos de cada um, Dane puxou um brinde.
— Enfim, sós. Um brinde a minha esposa que está linda nesse vestido
de noiva e... Chupa... Como ninguém.
— E eu, brindo pela bela oportunidade de tirar esse vestido de noiva e
ter essa boquinha para todo o sempre e tudo o que tem embaixo desse
vestido. — Disse Léo sacana apertando a bunda dela fazendo-a soltar um
grito.
— Aiii... E eu… Brindo a bela oportunidade de poder usufruir
sozinha de dois maridos lindos e gostosos por toda eternidade.
Entre risos e brincadeiras os três exploraram juntos o ambiente do
quarto. Eles pegavam as pétalas nas mãos e jogavam sobre ela, enquanto ela
rodopiava ao som da música que tocava. Se estigavam vez ou outra com
palavras e afagos mais íntimos, mas nada tão intenso como realmente
queriam. Na verdade se permitiram desfrutar desse momento de felicidade de
maneira boba e casual. Eles zoavam Léo por ter caído enquanto dançava com
seus sobrinhos, zoaram Dane por ter ganho o prêmio de bebê chorão da noite
e zoaram Nininha por ter passado mais tempo indo ao banheiro do que entre
os convidados.
Riam feito bobos, como tolos adolescentes que não tinham responsabilidade
com nada e não deviam nada a ninguém.
— O que eu posso fazer se ultimamente ando fazendo rios de xixi. E
não pensem que foi fácil ir naquele banheiro improvisado na praia. Bruna e
Lary me xingavam toda hora que eu as chamava, principalmente Bruna, até
que ela deu essa tarefa para Léia coitada.
— E você nem bebeu direito, né amor? — Perguntou Dane.
— Pois é, mesmo antes de eu me ver dentro da surpresa do casamento
real, eu já estava meio enjoada nem comi direito. Acho que parece que eu
estava prevendo o nervosismo, a emoção que estava por vir. E aí na festa
decidi não beber não queria passar mal e principalmente queria estar inteira
para vocês dois. — Ela terminou falando indo sentar no colo de Dane.
Como Dane estava sentado na cama, ela teve que levantar levemente
o vestido e com as pernas abertas montou em sua cintura. Não resistindo,
Dane agarrou seus seios, ultimamente fartos e apalpou com vontade.
Léo virava sua taça e esvaziava o líquido que ali estava observando os
dois na cama. Rindo e prevendo que a festa agora iria realmente começar, se
levantou já tirando seu paletó. Começou a desabotoar a blusa enquanto ia em
direção à varanda da suíte que era de frente para praia. Abriu às cortinas e a
porta deixando a luz da noite e a brisa passar. Da cama, tendo os seios meio
expostos e saboreados por Dane, Nininha olhava para Léo com tesão, passava
os olhos pela blusa dele aberta que mostrava todo aquele tronco esculpido e
ficava ainda mais excitada. Léo sabia o quanto ela admirava essa parte de seu
corpo e se fez de amostrado retirando vagarosamente às peças vendo nos
olhos dela o quão mais quente ficavam. Dane chupava os bicos de seus seios
tão forte e voraz que ela se contorcia feito louca roçando em seu pau. Léo
pegou a garrafa de champanhe e levou à boca justamente no momento em
que ela voltou a olha-lo e, sem querer querendo, deixou um pouco do líquido
escorrer de sua boca pelo seu queixo e pescoço, formando um rio nas
cavidades de seu abdômen sarado indo se esconder atrás do cós da calça que
ainda vestia. Lambendo os lábios Nininha olhou novamente para seu rosto,
nele encontrou aquele sorriso de quem sabia no que ela estava pensando. Ele
caminhou em sua direção e quando estava bem próximo, ela inclinou à
cabeça e lambeu o caminho por onde o champanhe escorreu.
Fechando os olhos, Léo sentia todo o prazer de ser lambido por sua esposa.
Mas saiu de perto dela, se voltou para mesa pegou um cacho de uva e comeu,
Nininha procurou a boca de Dane e nos lábios dele deixou o gosto do
champanhe.
Dane com as mãos subia ainda mais o vestido dela e tentava achar
caminho por sua calcinha, mas era muito vestido Dane já estava nervoso com
tanto pano atrapalhando seu toque em sua mulher.
— Merda, vou rasgar esse vestido... — Rosnou Dane.
Pulando de seu colo, Nininha correu rindo para os braços de Léo
dizendo:
— Não! Meu vestido não!
Léo a abraçou e beijando a linha de seu pescoço disse, tirando
delicadamente o arranjo que ainda usava na cabeça:
— Acho melhor tirarmos esse vestido antes que esse louco o rasgue
não é mesmo?
Se entregando ao toque de Léo em seus cabelos, Nininha fez um
uhum muito dengosa. Léo a virou de frente para ele e acariciando seu rosto e
cabelo foi dizendo:
— Nunca em toda minha vida vi uma noiva tão linda, só em meus
sonhos e em todos eles era você.
Beijando-a e passando as mãos por seus ombros, desceu-as aos seus
seios os apertou até que ela abri-se os olhos e quando ela os abriu mostrando
o fogo que ardia neles, ele riu de lado.
— Lindos, estão cada dia mais lindos...
— Eu... Eu acho... Parece que engordei... — Nininha tentava cortar a
fala de Léo, mas a sua própria fala foi cortada quando Dane veio e se pôs
atrás dela, colocando as mãos em seus quadris e beijando a linha de sua
coluna desnuda pelo decote do vestido.
— Shiiii... Você está gostosa, do jeito que agente gosta. Suas curvas
nos deixam loucos. Você nos deixa sem sentido.
Antes que ela tenta-se retrucar, Léo tomou seus lábios em seus dentes
e ardentemente a beijou ainda apalpando aqueles seios volumosos. Dane já
ajoelhado em suas costas colocava as mãos nas bandas de sua bunda como se
avalia-se toda a estrutura como um bom engenheiro. Ele soltou o pedaço do
vestido que se prendia a um botão, o que fazia ele perder a calda facilitando o
movimento. Solto, voltou a ser como quando entrou no caminho indo para o
altar.
— Maravilhosa, esse decote me teve na ponta dos pés por toda à festa.
Ainda mais quando você tirou o véu. Vi alguns olhares, mas no fundo sabia
que tudo isso pertencia somente a mim e ao Léo. Nossa! Minha! Pra sempre!
— Susurrou Dane após ajeitar seu vestido e dar um espaço para apreciar.
Ao ouvi-lo Léo pausou o beijo. Virou Nininha e passou aprecia-la
também. Tonta dos beijos e das falas que a entorpecia, Nininha pousou feito
boneca no meio dos dois.
Via seus olhos esverdeados e azuis febris ao olha-la assim.
Dane começou a desabotoar sua camisa também, mordia os lábios a
encarando. Ela se virou para Léo e se derreteu naquele sorriso maroto, ele
pegou algumas uvas e pôs em sua boca. Ela que já não era mais pudica
aproveitou o dedo que ele fez questão de tocar em seus lábios ao colocar às
uvas e o abocanhou sedutoramente fazendo-o lembrar o que ela havia feito ao
seu pau no carro.
De repente ela sente uma mão forte entranhar em seus cabelos e puxa-
la para trás, era Dane. Nu. Ele a virou e assaltou sua boca, tomou dela uma
das uvas que ainda estavam lá. Léo tirou suas calças e ficou de uma vez só nu
também. Foi até eles e nas costas dela após descer as mãos carinhosamente
pelo seu decote, encontrou um zíper. Puxou devagar até o fim. Voltou com
beijos do cós da calcinha que vestia até o pescoço onde estava o botão que
segurava a parte da frente de seu vestido e o desabotoou. Dane que em
nenhum momento parou de beija-la soltou a mão de seu cabelo e junto com a
sua outra veio descendo como podia a parte da frente deixando os seios
perfeitos e já marcados por sua boca, livres. Isso enquanto Léo descia com
seus lábios, agora não só com beijos, mas também pequenas mordidas e
chupões, até onde o vestido se prendia aos seus quadris. Com a ajuda de
Nininha rebolando, ele foi retirando ainda delicadamente o restante do
vestido. Ela nem precisou levantar os pés para sair de dentro daquelas ondas
de panos que se formou aos seus pés. Dane a puxou para cima pela cintura e a
tirou dali. Léo pegou o vestido e o pôs em uma das cadeiras. Os três tinham
vestígios da areia em seus corpos. Até nos seios de Nininha havia areia e
arroz. Nos cabelos dos três também, então Léo teve uma ideia.
— Brother o que você acha de uma chuveirada e depois jacuzzi?
Estamos os três cheios de areia e arroz. Do jeito que estamos loucos podemos
machucar nossa esposa.
Terminando o beijo Dane pensava no que Léo dizia, mas não queria
saber disso, porém Nininha se adiantou:
— Eu topo, estou louca por um banho meninos. E aqui tem uma
jacuzzi??? Aí meu Deus, eu quero! Vamos Dane?
— O que você não me pede sorrindo que eu não faço chorando. Tudo
que você quiser, amor. Mas, o resto da noite quem manda sou eu. Estou a um
fio da loucura, hoje senti coisas que nunca imaginei, meus sentimentos estão
à flor da pele e, mesmo você feito um anjo ao nosso lado no altar eu só
pensava em joga-la naquela pequena mesa e chorar com meu pau dentro de
você.
— Eu sou sua me tome como quiser, sei do que gosta e do que
precisa. Aliás sabemos, e além da noite de hoje teremos até o fim da vida
para nos saciar fazendo tudo o que quisermos.
Agarrando Nininha pela bunda, Dane colou seu lábio novamente com
o dela e saiu a levando em direção ao banheiro.
Como chamar de banheiro aquele espaço que parecia um spa.
Havia uma ducha que parecia cair de umas pedras na parede, no outro canto
uma linda jacuzzi e parecia já estar pronta para uso, pois o ambiente estava
esfumaçado e cheirando a essências florais.
Tudo muito lindo. Colocando-a de pé próximo ao que parecia um chuveiro
Dane foi descendo beijando seu corpo e retirou sua calcinha. Entraram juntos
no banho, logo Léo veio e se juntou com eles.
Dane realmente estava a ponto de explodir mesmo tendo gozado na
boca dela no caminho para o hotel já estava pronto para tê-la por completo.
Léo apesar de também pronto para o abate estava mais tranquilo, apenas
seguindo o fluxo gostoso da felicidade.
Durante a ducha, Dane e Léo banharam Nininha, acariciando seu corpo com
o sabonete líquido. Ela fez o mesmo com cada um.
Enquanto ela lavava e se deliciava no corpo de Léo, Dane se aproveitava da
parte livre dela. O mesmo fazia Léo quando era seu amigo que ela lavava.
Demoravam tempo intermináveis lavando o sexo de cada. Até que Dane não
se segurou mais.
— Chega de brincadeira, agora o jogo é a vera, a jacuzzi fica pra
depois. — Ele disse fechando o registro.
Rindo da necessidade de Dane, Léo saiu buscando às toalhas.
Enxugou o corpo de sua esposa enquanto Dane enxugava o cabelo. Após
secos foram para a cama. Sobressaltada com um tapa ardido que Dane lhe
deu, Nininha sentou na cama sorrindo safada e olhou ele se vestindo.
— Vai se vestir, vai aonde Daniel?
— Calma gostosa, vou ali no carro buscar uma coisa.
— Carro? Mas não tinha um motorista, achei que tinha ido embora.
— Não, não foi. Está hospedado no hotel também à nossa disposição.
E, para de fazer perguntas e me atrasar, se não esse tapa vai virar muitos
outros.
Com a cara assustada, mas excitada Nininha preferiu calar a boca.
Léo trouxe mais algumas frutas e sentou ao seu lado oferecendo.
— Não quero Léo, meu estômago não anda muito bem.
— Como assim, não está se sentindo bem, o que você tem?
— Nada meu príncipe, só não quero essas frutas.
— Acho melhor falar com Dane e deixar você descansar essa noite.
Não vamos ter você se sentido mal.
— Quem está se sentindo mal? — Questionou Dane ao voltar para o
quarto com a necessairie onde tinham os cremes e óleos que usavam no sexo.
— Olha só, eu não vou passar a minha noite de núpcias discutindo se
estou ou não, bem o suficiente para ser devorada pelos meus maridos. E digo
mais, estou a dois dias sem sentir vocês dentro de mim, e se isso não
acontecer nas próximas horas vocês é que vão passar mal.
— Mas princesa...
— Shiiii meu príncipe, quero tanto vocês, quero tanto sentir vocês,
preciso... Minhas emoções foram ao limite hoje também e só vão voltar ao
normal depois de vocês dois me levarem juntos para aquele lugar que sempre
me levam ao me fazerem sentir prazer. Quero deixar de sentir a gravidade e
voar pelo espaço. — Cortando a fala de Léo, Nininha foi tentando convencê-
lo com palavras e carícias sensuais. Ele não conseguiu resistir.
Léo a deitou na cama e a beijou, depois parou e perguntou:
— Tem certeza amor que está bem?
— Sim... E bem melhor agora com as mãos de vocês dois em mim. —
Respondeu ao sentir Dane também deitando ao seu lado e passando as mãos
na sua perna.
— Amor estou louco por você, e já sabe disso, mas temos a
eternidade para estar juntos se você estiver se sentindo mal ou até cansada,
não tem problema podemos descansar, amanhã é um novo dia. — Disse Dane
em seu ouvido.
— Não Dane, eu quero muito vocês, já disse... — Respondeu ela
melosa se esfregando nele bem oferecida.
Impossível de resistir. Dane já foi levando sua mão ao seio pesado
dela e esfregou mais ainda seu pau em sua bunda.
Léo também dopado pelo clima sensual que se instalava se entregou sem
juízo e a beijou com vontade segurando seu rosto. Sua mão desceu até o meio
das pernas dela e as encontrou abertas para seu toque. Suas carnes além de
macias, estavam molhadas para eles. Logo Dane juntou sua mão a de Léo e
juntos invadiram sua intimidade escorregadia tirando o seu fôlego.
Como na primeira vez que a tiveram juntos, deram a ela mais uma volta
naquela montanha russa. Como um foguete gozou, rápido, tão rápido que os
meninos se assustaram.
Nininha estava realmente muito sensível aos seus toques.
E, ainda queria mais. Ela se virou para Dane e acariciando seu pênis duro
beijou sua boca e seu peitoral, desceu pela barriga e levou novamente esse
pau feito concreto em sua boca. Sua posição deixou seu quadril suspenso no
ar e Léo não era bobo nem nada para não perceber como ela o chamava com
o balançar da bunda. Logo ele se levantou da cama e se posicionou atrás dela.
Beijando sua nuca enquanto ela chupava Dane, desceu devagarinho com seus
lábios até seu cóccix. Chegando lá, abriu as bandas de suas nádegas e desceu
com a língua aquele caminho que levava ao pecado. Dane bem acomodado na
cama começou a bater com a cabeça de seu pau no céu da boca de sua
mulher, e brincava com ela quando levava a cabeça até um lado da buchecha
e tirava para depois colocar novamente em sua boca. Ela ria safada com o
jogo que ele fazia.
Quando levou o pênis dele até o talo sentiu Léo enfiar a língua em seu buraco
enrrugado. Queria gemer, mas não podia, estava de boca cheia. Léo brincou
com os dedos no buraco apertado. Sentiu ele se afastando e quando voltou,
sentiu deslizar um creme sobre seu ânus. Esfregou por todo canto, se
demorou no seu clitóris latente o que a fazia ronronar. Léo não esperou e se
enfiou naquela buceta pedinte e com o dedão da mão enfiou no outro buraco,
ao senti-la mais entregue, enfiou o outro dedão no mesmo lugar. E enquanto
ela mamava o pau de Dane o fazendo mais louco ainda, Léo arremetia para
dentro dela elevando o prazer a níveis extremos. Nininha sentia os dedos de
Léo em seu rabo se movendo diferentes, quando um entrava o outro saia, ao
mesmo tempo sentia sua cavidade vaginal se abrindo para dar espaço para o
pau dele ir e voltar. E ela nem podia gritar, pois o pau de Dane se fazia
presente em todos os cantos de sua boca e às vezes, bem fundo em sua
garganta. Esse movimento alucinante à fazia sentir um comichão em todo
corpo. Sua pele estava arrepiada e as ondas que sentia surgir de dentro dela já
a deixava louca. Mais um orgasmo se formou rapidamente e a tomou por
completo. Sua vagina e ânus se contraiam e apertavam os dedos e o pau de
Léo. Ele gemia alucinado, tanto que começou a meter forte buscando seu
prazer. Mas quando viu o movimento de Dane soube que queria toma-la
junto. Então Léo diminuiu às investidas, retirou os dedos da bunda dela e a
levantou sem retirar seu pênis de dentro. Segurando pelos seus cotovelos
rebolou gostosamente dentro dela e agora sim ouvia seus gemidos e gritinhos.
Levantando, Dane se pôs à frente dela e beijou seu pescoço, desceu por seus
seios, lambeu e lambeu sua barriga. Novamente Nininha não aguentou as
sensações e sentiu um pequeno orgasmo a tomando de repente. Dane riu e
Léo disse:
— Ela está sensível demais hoje, brother.
— Sim está, mas quem não está?
Mesmo enquanto Léo arremetia devagar na buceta dela por trás, Dane
desceu a boca até seu clitóris e começou a chupa-lo.
— Dane!!? Não... Não vou aguentar ... O senhor... Ooooohhh .... —
Ainda reclamando ela sentiu um novo orgasmo ou o resquício do outro a
levar.
Mole. Sem pernas. Apenas segurada por Léo. Nininha já não tinha
mais controle sobre si, não entendia o porquê da alta sensibilidade. Esses
homens iriam a matar de tanto prazer, mas jamais reclamaria.
Dane subiu sorridente e safado beijou a boca dela a tirando do
devaneio.
— Pronta amor, queremos você juntos, você quer?
— Sempre... Sempre e para sempre. — Respondeu ela sentindo seu
próprio gosto misturado ao de Dane na língua.
Ouvindo a oração nas palavras de sua esposa Dane pegou em suas
coxas as arreganhou para cima e foi se infiltrando onde Léo já estava. Aos
poucos se ajustaram ao canal acolhedor.
Nininha era só sensações, era a primeira vez que sentiu apertado ao extremo e
quando eles começaram a se mexer naquele entra e sai único deles, seu corpo
mais uma vez se entregou e um clímax maior que os outros veio e estorou.
Sua buceta mesmo com o pouco espaço fazia movimento de sucção, o que
deixou os dois fora de órbita. Léo e Dane gritavam o nome de Nininha e ela
implorava por mais. Seus corpos se chocavam no vai e vem. Nininha estava
presa entre eles e esse era o momento em que três viravam um. A frase
"minha esposa" era repetida várias vezes nas duas bocas que a cercavam, em
susurros e gemidos trêmulos.
Até que nem eles se aguentaram e jorraram dentro dela ao mesmo tempo.
Suados, incapacitados e por enquanto saciados, foram buscando o fôlego
perdido. Aos poucos, Léo saiu de dentro dela e foi ao banheiro após lhe beijar
o ombro.
Dane ainda teve força para mais algumas estocadas até a última gota de
sêmen que tinha. O que levou Nininha a sentir ondas de orgasm, ou seja lá o
que for que se chamasse essa loucura. Agarrada ao pescoço dele como se isso
dependesse sua vida, beijou seu pescoço e orelhas. Tomou sua boca rindo,
beijou e chupou os lábios e mordeu.
Sem dificuldade, já com o pênis meio flacido, Dane saiu de dentro
dela, mas logo a pegou no colo e colocou na cama. E ali ficou acariciando seu
corpo nu, em demasia seu seios.
— Aí preciso fazer xixi, acho que hoje vocês atingiram minha bexiga.
Haha. — Correu ela para o banheiro quase caindo, sem forças nas pernas,
encontrando Léo no caminho.
— O que foi? — Falou Léo se dirigindo ao Dane.
— Ela disse que atingimos sua bexiga. — Disse Dane ainda com a
respiração descompassada sorridente.
— Será? Ela está diferente, você notou?
— Sensível? Mulher é assim mesmo, às vezes, fica mais sensível.
Hoje estava a flor da pele.
— O que vocês dois estão cochichando?
— Nada princesa, vem aqui trouxe uma toalha para te limpar.
— Não precisa usei o chuveirinho.
— Então vem descansar um pouco, amanhã é outro dia. — Falou
Dane se colocando na cama.
— Você quer dizer daqui a pouco né? — Falou ela.
— É verdade. Quer comer ou beber alguma coisa princesa?
— Não. Sim, água.
— Eu pego.
Depois de saciar a sede com a água da mesma maneira que saciaram o
corpo com sexo, foram os três para cama descansar.
— Eu nunca vou conseguir agradecer a vocês pelo sonho que foi esse
dia, eu amo vocês. — Disse ela no silêncio do quarto, entre os dois na cama.
— Nem precisa amor, nada que fazemos por você é para ser
agradecido apenas vivido. – Ia dizendo Dane fazendo carícias em sua barriga.
— Bom mas, se você quiser agradecer, eu aceito um time de futebol
de meninos de olhos azuis, esverdeados e cor de mel. — Falou Léo como se
fosse fácil se abaixando e beijando sua barriga.
— Léo, sem comentários. Sonhe, porque só nos sonhos terá um time
de futebol de filhos. — Respondeu Nininha debochando dele.
Enquanto Dane ria e se virava na cama, ela se abraçava à suas costas e
recebia a perna torneada de Léo sobre ela com beijinhos em seu pescoço. Que
maneira maravilhosa de terminar a noite com seus maridos. Mesmo
escutando às asneiras de Léo.
Apesar de terem ido dormir já bem tarde, eles tinham que sair nas
primeiras horas da manhã. Nininha não sabia, pois era mais uma surpresa
reservada para ela. Léo foi o primeiro a acordar, resolveu deixá-los dormindo
e ir adiantando o check-out do hotel. Aproveitou e pediu serviço de quarto
com um café repleto das comidas que ela gostava, inclusive as rosquinhas
que por acaso Léo viu na bombonier próximo a recepção.
Chegou ao quarto e encontrou apenas Dane esparramado na cama. Foi
até o banheiro e encontrou sua esposa tomando banho. Não iria perder a
oportunidade de tomar um banho com ela.
Tirou a roupa e devagar entrou na ducha com ela, a surpreendendo.
— Bom dia, esposa!
— Ai! Que susto Léo... Bom dia! — Respondeu ela aceitando o
abraço por trás que Léo lhe dava.
— Que bom que já acordou, achei que teria que te carregar até o carro
dormindo. — Falou ele depositando beijinhos pela sua nuca e ombros.
— Tive que levantar se não iria acabar fazendo xixi na cama. Estava
pensando aqui, eu posso estar com infecção urinária, sabia? Minha imunidade
deve ter baixado após aquele resfriado e todos os remédios, e também não
tenho me alimentado bem com todas essas confusões de mudança e tal.
— Será meu bem? Então temos que ir ao médico, infecção urinária é
sério.
— Eu sei, mas tenho marcado para semana que vem minha
ginecologista, tenho que tomar a injeção anticoncepcional e aí vejo com ela.
— Mas, está longe ainda, não é melhor tentar ir ao médico agora, nem
que seja emergência.
— Não precisa amor, estou bem, sem dores e febre, só muito xixi.
Quero curtir nossa lua de mel mais um pouquinho. Juro que se eu tiver febre
corremos para o hospital. — Falou ela se virando e fazendo biquinho.
— Tá tá, tudo bem, mas vou estar de olho. Vem cá e me dá um
daqueles beijos que só você sabe dar.
— Humm... Só um beijo?
— Sim, não podemos nos atrasar.
— Atrasar?! Mas vamos aonde, nem usamos a jacuzzi.
— Você verá, e teremos sempre a oportunidade de usar uma jacuzzi.
E, se você gosta tanto,, podemos providenciar uma para nossa suíte, o que
você acha?
— Aaaaahhhh... Sério? Podemos mesmo? Eu quero Léo. — Gritou,
pulou e beijou Léo feliz com a possibilidade de uma jacuzzi em casa.
Na cama Dane acordava ao som da voz de sua esposa, que ele
percebeu vir do banheiro. Se esticou e levantou, pegou sua toalha e foi até o
banheiro. Lá encontrou Léo e Nininha namorando no chuveiro.
— Tem espaço para mais um nesse amasso? — Dane perguntou.
Abraçada ao Léo, Nininha olhou por cima do ombro dele e viu o dono
daquela voz maravilhosa e sedutora. Estava como veio ao mundo, ou melhor,
estava preparado para tudo. Nininha sorriu e respondeu:
— É claro que cabe... Vem!
Léo soltou sua esposa para deixar Dane a tocar e mergulhou na ducha,
ela se agarrou a Dane e os dois se beijaram e tocaram. Mas Léo teve que
cortar o barato.
— É gente, eu adoraria uma foda matinal, porém temos hora Dane.
— Poxa, nem uma rapidinha com cada um? — Disse dengosa e
oferecida.
— É verdade, não vai dar amor, precisamos ir e ainda temos que
comer algo. — Respondeu à contra gosto Dane.
— Mas para onde vamos, e vou nua ou vestida de noiva?
— Você acha mesmo que depois de todas as surpresas que
preparamos para você esqueceríamos sua mala? — Falou Dane.
— Por mim ela iria nua numa boa. — Disse Léo rindo e beijando o
topo da cabeça dela, depois saiu do banheiro para se trocar.
O casal que continuou no box riram do que Léo disse. E por alguns
segundos ficaram apenas abraçados sentindo a água quente descer entres seus
corpos. Até que Dane separou um pouco dela e a questionou:
— Você está bem?
— Simmmm!
— Tem certeza?
— Tenho. Mas queria saber por que temos que sair tão cedo?
— Surpresa amor, surpresa.
Revirando os olhos Nininha se afastou e terminou o banho. Dane
sorria da graça que ela fazia. A puxou novamente e a beijou até ela se derreter
em seus braços e quando conseguiu deu um tapinha em sua bunda e a soltou
dizendo:
— Pronto, melhor assim.
— Ogro! — Ela xingou e saiu procurando sua toalha enquanto ele se
ensaboava assoviando.
O quarto estava uma loucura, eram pétalas de rosas para tudo que era
lado. Mas seus pertences já haviam sido guardados por Léo, coube a Nininha
e Dane apenas se trocarem e tomar café.
Nininha ao sair do banho viu um vestido lindo bem soltinho sobre a cama
com um conjunto de lingerie. No chão uma sandália com pedraria. Quando
ela foi se vestir Léo perguntou:
— Posso te ajudar?
— A me vestir? — Perguntou ela confusa.
— Sim.
— Sério?! Acho que vou comprar um boneco daqueles de manequim
para vocês.
— Vem cá e deixa de palhaçada. Isso… Levanta a perninha... A outra.
Pronto, a calcinha já foi, agora o sutiã. Você acha mesmo necessário? – Léo
questionou.
— O quê, o sutiã? Claro!! Essa alcinha fina do vestido não sustenta
meus peitos não. Hahaha
— Tá então vem cá, deixa eu... Colocá-los no lugar certo, isso assim.
Fecha brother. — Léo vestiu o sutiã nela, demorando em ajeitar os seios na
taça. Ela achava graça, mas adorava. Dane chegou e Léo lhe deu a missão de
fecha-lo. Logo, Léo lhe deu o vestido e Dane o passou por cima de sua
cabeça e braços. Enquanto Léo o puxava até as coxas.
Ministrada por esse par de mãos, Nininha não queria mais vestir era
nada, mas eles realmente estavam com pressa, pois notava o quanto estavam
excitados. Sentaram os três na mesa após o serviço de quarto trazer o café.
Quando Nininha viu o pacote de rosquinha que estava viciada, agarrou ele e
comeu sem cerimônia.
— Amor vai com calma, se não vai passar mal. — Repreendeu Dane.
— E ela ainda disse que estava sem fome.
— Chatosss...
Famintos, os meninos também se serviram de pães, queijos, presunto
e vitamina. Dane ainda tomou um gole de café e Nininha um suco de laranja.
Um pacote e meio depois de rosquinhas, Nininha se sentiu um pouquinho
enjoada, não quis falar para eles para não preocupa-los. Havia comido
rosquinha demais e o estômago vazio não deu certo. Tentou segurar ao
máximo o mal estar, porém quando os três já estavam para sair do quarto ela
empurrou a mão de Dane que a abraçava e correu para o banheiro. Assustado
Léo fechou a porta que estava abrindo e foi atrás de Dane que já tinha ido
atrás de Nininha.
Quando chegaram ao banheiro encontraram ela debruçada no vaso
vomitando. Prontamente Dane se pôs a segurar seus cabelos, e Léo foi para o
outro lado dela e acariciando suas costas dizia:
— Isso, põe tudo pra fora, vai passar.
Cuidada pelos dois ela continuou a colocar para fora um tudo e um
nada que não entendia. Passado o vômito, Léo pegou uma toalha de rosto
enquanto Dane a ajudava na pia.
Os dois estavam brancos feito cera, não por nojo de vê-la vomitando, mas por
não saber a razão desse mal estar.
— Não quero ser o chato, mas eu avisei sobre as rosquinhas.
— Será que foram elas mesmo? Está sentindo algo mais?
— Não gente, desculpa, eu estou bem agora. Deve ter sido mesmo a
quantidade de rosquinha misturado com o tempo que não tenho ingerido
comida de verdade. Ai, que nojo. Detesto vomitar, geralmente só vomito
quando extrapolo na bebida.
Urg! Bom, acho que preciso é de um almoço reforçado. Daqueles tipo arroz,
feijão, macarrão, bife, batata frita, farofa e aquela salada com tomate cereja e
cebola. Humm!!
Rindo Léo disse:
— Mulher você acabou de vomitar e já está pensando em comer?!!
— Melhor do que ela viajar prostrada. — Falou Dane.
— Viajar?? Nós vamos viajar?? Aí meu Deus, pra onde???
— Porra Dane, era pra ser surpresa, idiota.
— Eu não fiz de propósito gazela e eu não disse nada… E vamos
logo. Você mocinha tem certeza de que está bem?
— Ótima! Quero saber para onde viajaremos?
— Vai ficar querendo. — Disse Léo em resposta.
Quando Nininha notou que estavam chegando ao aeroporto ficou mais
eufórica ainda. Ela veio no carro, no colo de Dane tentando seduzi-lo para ele
dizer para onde iriam. Mas, quando ela quase conseguia, Léo a tomou do colo
dele, dizendo o quanto ela o fazia um fraco. Com as malas e indo em direção
ao chek-in, Nininha ainda tentava descobrir para onde iam.
Nas pontas dos pés beijava a boca de Léo perguntando, ele fingia que não
estava nem aí, mas quando ela irritada ia se afastar ele a puxou pela cintura e
lascou um daqueles beijos gostosos.
— Vou no banheiro. — Falou ela.
— De novo? — Questionou Dane.
— Sim.
— Vou contigo, Léo toma aqui o carrinho.
— Não demorem. E Dane, nossa esposa é ardilosa vai tentar fazer
você dizer para onde vamos.
— Léo!!! — Repreendeu Nininha.
— Eu não garanto nada, irmão.
Dane passou o braço sobre os ombros de Nininha e sairam andando,
ela se virou para trás e mostrou a língua para Léo que gargalhou com a
visível maturidade de sua esposa. Ele sabia que o segredo estava perdido nas
mãos de Dane. Próximo ao banheiro Dane disse:
— Amor não me pergunte porque vou acabar falando, por favor. Não
é nada de mais, mas é mais uma surpresa que preparamos para você.
— Tudo bem, só espero que vocês tenham feito uma mala de acordo
com o lugar para onde vamos. — Após respondê-lo lhe deu um beijo na boca
e entrou no banheiro. Dane respirou aliviado e ficou a aguardando.
Ao sair do banheiro encontrou Dane encostado na parede de braços
cruzados, uma perna esticada e a outra dobrada. Lindo, um tesão. Ela olhou
de um lado para outro viu que o corredor estava vazio e sem que ele pude-se
se defender agarrou de mão cheia o pacote que ele trazia sob o jeans que
vestia tirando-lhe o fôlego. Bem encostada a ele e ele a parede, disse com os
lábios tocando nos dele.
— Sabe que eu posso fazer você falar né?
— Paulina!... Ai!... Pode aparecer alguém... Aiii.
— Acho que seu amiguinho tá gostando da brincadeira. — Disse ela
em seu ouvido sentindo o pau dele crescendo em suas mãos.
Mas Dane sabia brincar também, agarrou nos cabelos dela com a
mesma pressão que ela fazia nele, os puxou deixando um lado de seu pescoço
esticado, passou a língua naquela pele gostosa e disse:
— Tem certeza de que quer fazer isso aqui?
O mundo parou ali quando eles se encararam medindo forças.
Tensão pura e explícita de muito desejo, fogo que ardia em seus olhares,
peles vibrando na intensão de serem tocadas, egos suspensos medidos pelo
tesão mútuo. Tantas coisas passaram por suas cabeças mas, foram
interrompidos pelo barulho da porta do banheiro de onde saiam duas
mulheres mais velhas que se assustaram com a cena que presenciaram.
Envergonhada Nininha se afastou dele na hora, tirando sua mão de onde
estava, foi em vão, pois ele não a soltou e a puxou de volta e beijou sua boca.
Fora a sensação que eles sentiam ao se beijarem, o pau latejando e o couro
cabeludo dela dolorido ainda escutaram o sorrisinho insinuante das mulheres
que acharam graça do que viram.
— Me larga seu ogro, você deixou minha cabeça doendo.
— É? O que você acha que fez ao meu saco?
— Não reclame, senti você ficando duro cada vez que eu apertava
mais.
— A diferença é que você não tem nada que fique duro para mostrar o
quanto excitada fica quando te mostro meu ogro e puxo seu cabelo. Não
reclame, vi em seus olhos o desejo de eu te encostar na parede, levantar seu
vestido e te comer aqui mesmo.
— Dane!!... — Falou fingindo estar assustada, mas logo mudou a voz
para melosa. — Ainda está em tempo?
— Não, safada... Vamos. — Disse ele lhe dando um apertão na
bunda. E ela saiu toda sorridente e com um rio no meio das pernas.
Ao chegarem na fila, Nininha saiu dos braços de Dane e abraçou Léo
que pôs a mão na sua cabeça e fez carinho.
— Ele te disse né?
— Não, não me disse, agora também já não me importo mais. A única
coisa que me importa é ir para qualquer lugar e ficar a sós com vocês. — Lhe
respondeu dando um beijo em sua boca.
Dane riu. Nininha se virou para ele e ele fez um sinal para ela olhar na
outra direção e para surpresa dela estavam as duas mulheres que os pegaram
no corredor do banheiro olhando abismada para ela e Léo. Sem saber onde
enfiar a cara, Nininha encostou a testa no peito de Léo e disse:
— Eu mereço, agora vou passar por infiel.
Ao escutar o que sua esposa disse baixinho Léo falou:
— Não entendi.
Nas pontas dos pés Nininha contou o que aconteceu no ouvido dele,
ele riu.
— Bom, acho melhor mostrar para elas que eu não sou um corno. Vai
lá e abraça o Dane também.
— Aí eu saio de safada?!?!… Ah quer saber, dane-se. Qualquer coisa
que façamos sempre haverá alguém com uma visão errada.
Ao término de sua fala com Léo e sem sair de seus braços, levou a
mão, a mão de Dane que estava próximo e o puxou um pouco mais. Levou
sua palma até a boca e depositou um beijo. E assim, abraçada a Léo e de
mãos dadas ao Dane esperou pacientemente a fila andar. Apesar de notar os
olhares curiosos, não se importava não estava fazendo nada desrespeitoso.
Léo e Dane adoravam surpreender sua esposa. Mas ela também os
surpreendia mesmo sem saber nos pequenos gestos. Que mulher forte e
decidida, mesmo quando indecisa, toma uma decisão corajosa e autêntica.
Cheios de orgulho de sua esposa, os meninos se entreolhavam radiantes e em
um entendimento deles, mais uma vez, fizeram às borboletas no estômago de
Nininha voar.
Estavam a passos do guichê, então cada um em seu ouvido disse ao
mesmo tempo:
— Jericoacoara...
— O QUÊ???!!?? — Nininha gritou chamando a atenção de todos em
volta.
— Fala baixo amor! — Disse Dane entre os dentes.
— Eu não acredito, nós estamos indo pra lá??? ... Vocês sabem que
era meu sonho conhecer esse lugar, tirar fotos naquelas redes a beira d'
água... Mas é claro que sabiam, conversamos sobre isso, mas... É sério
mesmo.... MEU DEUS!!!! — Ela falava eufórica primeiro em voz baixa, mas
a felicidade crescente em suas próprias palavras a fez terminá-las novamente
em voz alta. Sem pensar em mais nada abraçou os dois pelo pescoço ao
mesmo tempo e beijava cada buchecha dizendo obrigada, obrigada e
obrigada. Seus maridos apesar de felizes com sua reação, se sentiram um
pouco encabulados com a quantidade de atenção que chamavam.
— Senhores... — Chamou a atendente do chek-in.
Nininha se virou contente e apressada, foi direto ao balcão
apresentando a identidade, olhou para trás e viu que seus maridos
permaneciam parados.
— Vamos meninos, o que estão fazendo aí parados? — Falou ela.
Impulsionados por sua questão, andaram até ela com o carrinho de
malas. Léo sorrindente se divertindo e Dane balançando a cabeça, mas
sorrindo também.

Ah!! O Ceará, berço de vários humoristas do Brasil, estado que


concentra mais da metade de toda caatinga do país e carinhosamente já
chamado de "Terra da luz", uma alusão a grande quantidade de dias
ensolarados. Dentre muitas vontades de Nininha essa era uma delas, é claro
que ela desejava conhecer o mundo, mas nunca antes de conhecer às belezas
de seu país. Para sua primeira parada, seu desejo sempre foi conhecer o
Ceará, mais precisamente Jericoacoara. Sempre sonhou se esbaldando
naquelas praias, passear pela vila comprando artesanato e dançar ao anoitecer
um forró gostoso.
Tudo isso sempre foi idealizado para fazer com suas amigas. As três
passavam horas pensando em tudo o que fariam naquele lugar maravilhoso.
Porém quis o destino que a realidade fosse mais uma vez melhor do que seus
sonhos. Ela adoraria viajar com suas bests, mas chegar naquele lugar de
beleza indecifrável com seus dois maridos era algo muito mais especial.
Quando chegaram ao hotel onde tinham reserva, Nininha pulava de
alegria. Era exatamente o hotel que ela e suas amigas planejavam ficar se
fossem um dia naquele lugar. Era enorme, de frente para o mar e com uma
piscina gigantesca. Via-se piscinas em algumas suítes.
— Meus amores, vamos ficar aqui? Não é muito caro e ....
— Gosto mais quando você está eufórica falando alto demostrando
estar gostando de tudo que está acontecendo e não falando de coisas como
dinheiro. Não se preocupe, nos organizamos para isso, apenas aproveite. —
Disse Dane a cortando pegando pela cintura e a girando no ar.
Indo em direção à recepção Léo os chamou:
— Ei vocês dois, podemos terminar essa conversa no quarto? Tô
louco pra ver nossa esposa sem roupa nessa euforia toda.
— Léo?? Fala baixo. — Repreendeu Nininha olhando em volta.
Depois dando a mão para Dane seguiram em direção ao Léo para entrada do
hotel.
A vista da suíte em que se hospedaram era de deixar de queixo caído.
Nunca Nininha esteve em um lugar tão requintado, tanto nas acomodações
quanto no visual. A piscina que havia na varanda era limpa e cristalina, o
ambiente interno do quarto em tons claros e harmoniosos. Lá já os
aguardavam um balde com champanhe e mais uma vez foi Dane que abriu a
garrafa para servi-los. Porém, na taça de sua esposa ele colocou apenas um
dedo da bebida.
— Eita, você não colocou pra mim direito Dane. — Reclamou ela.
Estirado na poltrona já sem camisa, Léo só observava. Dane lhe deu
uma taça cheia e se virou para Nininha dizendo:
— Amor, naquela hora em que foi no banheiro do avião você não
estava se sentindo bem né, vomitou?
— Eu já disse que não. – Respondeu ela bufando, e estava na cara que
estava mentindo.
Batendo a sua taça na de Dane, Léo se levantou e foi em direção a sua
mulher, bebericou um pouco e disse bem pertinho dela:
— Minha rainha, tem certeza que não está mentindo?
— Sim ...Simm. — Falou ela atordoada com a proximidade daquele
peitoral emanando sexualidade e calor.
Agora Dane é quem se sentava na beira da cama e assistia Léo
subjugando o amor de sua vida, tudo num clima muito, muito sensual.
Aproveitando, Dane já se livrou da camisa e tênis, ficando apenas com a
calça saboreando o champanhe.
Um segundo depois disse calmamente enquanto via Léo cheirar os cabelos e
pescoço de sua esposa deixando-a cada vez mais entregue:
— Você não sabe mentir amor, nós já te conhecemos. Péssima
maneira de começar uma lua de mel com mentiras e castigos.
— CASTIGOS!!! Vocês estão loucos se acham que vão me castigar
no meu primeiro dia de lua de mel nesse lugar, estão muitíssimo enganados.
Vocês não são loucos. Podem tirando o cavalinho da chuva e, se pensarem
nessa hipótese, saibam que vou achar alguém por aí para me dar o que vocês
não querem.
Pegando firme em seus cabelos Léo fez ela se concentrar nele e no
que ele dizia:
— Você é louca, nunca mais ninguém vai te tocar, até porque como
uma vez você mesmo disse, nós te estragamos para qualquer outro, isso se
houvesse a possibilidade de acontecer um outro. Não haverá castigos,
apenas... Um aquecimento para o ato principal.
— Quê... Que aquecimento? — Perguntou gaguejando.
— Traz ela aqui Léo, agora são vocês que falam demais.
Pegando-a de surpresa, Léo a levou até onde Dane estava sentado.
Deitou ela de bruços em suas pernas e levantaram juntos o seu vestido.
Enquanto ela segurava o fôlego, e o sorrisinho animado, Dane tirava seu
vestido e Léo escorregava sua calcinha por suas coxas, não deixando é claro
de depositar em cada pedacinho um beijo molhado. Nininha já se contorcia
ao toque das quatro mãos, mas ao receber o primeiro tapa que mais parecia
um afago na polpa da bunda, ela susurrou excitada:
— Mais...
Com os cabelos enganchados em seu punho esquerdo Dane
ministrava pequenos tapas seguidos de carícias por toda bunda dela com a
mão direita. A quentura que se alastrava de lá até seu clitóris era assombrosa.
Tão compenetrada em suportar tanto a ardência quanto a vontade imensa de
gozar, não percebeu que Léo havia se levantado. Ele encheu mais a sua
própria taça e a bebeu, tirou toda a roupa e acariciou o pênis olhando sua
esposa ofegante no colo de Dane. Os dois gostavam de assistir, mas Léo era o
mais voyeur. Lembrou do dia em que assistiu eles pela porta do quarto de
Dane. Isso fazia seu desejo aumentar e ao pensar nisso, sentiu exatamente o
que sentiu naquele dia, necessidade. Porém hoje ele não assistiria somente,
ele era parte de tudo aquilo e mais uma vez ao ver sua esposa o olhar fogosa,
como daquela vez no apartamento, tinha a certeza de que como naquele dia,
ela também necessita dele. Seguiu em sua direção e se posicionou de forma
que seu pau ficasse na altura da boca dela, e não precisou pedir, ao passar a
cabeça que já respingava nos lábios dela, ela os abriu faminta e o levou como
ele gostava.
Por algum tempo os três ficaram assim. Dane não só batia em suas bandas,
ele penetrava seus dedos na vagina sedenta e levava seus sulcos até o buraco
nem tão proibido. Vez ou outra a deixava à beira do orgasmo quando
dedilhava seu nervo sensível e mordia suas costas. Mas o que a deixava mais
e mais acalorada era o jeito que falava com ela. A chamava de: nossa safada,
esposa vagabunda, dizia que ela gostava de chupar um pau enquanto era
fodida com os dedos, do quanto era escorregadia e oferecida e quanto ela
gostava de levar dois paus ao mesmo tempo. Mesmo com a boca cheia da
carne de Léo ela não conseguia negar os gemidos misturados com os
engasgos que fazia. Pode-se dizer que durante esse tempo ela teve vários
pequenos ápices de prazer.
Tudo gira entorno do amor, mas o que é o amor sem o sexo?
Sem essa parte carnal, infernal e pecadora não seríamos completos.
Precisamos da loucura extra sensorial que só o sexo nos dá para extravasar.
Todos ouvimos que entre quatro paredes vale tudo, e com um trisal esse tudo
se supera e cria milhões de novas possibilidades. Entre Léo e Dane não havia
interesse sexual, então eles direcionavam todas suas loucuras em Nininha.
A intimidade crescente que se cria ao morar juntos tanto pode ser boa quanto
ruim. Se todos pudessem liberar a mente e aproveitar a intimidade e serem
livres com quem amam, o sexo não seria apenas uma experiência de prazer e
sim algo muito mais completo. Esse é o momento de elevar a libido com os
desejos mais íntimos, sem julgamentos, apenas sentir e se deixar ir.
Assim descobrimos muito mais do que esperamos e o gozo não será só físico.
Nininha não era apenas uma mulher romântica ela é também uma mulher em
busca de realizações sexuais e desejos escuros.
Nininha adorava saber que esses dois homens a desejavam e tomavam seu
corpo como queriam. E principalmente adorava saber que eles sonhavam em
fazê-la mãe de seus filhos, porém desejavam a puta que se transformava
quando os dois a tocavam.
Essa parte vulgar do sexo era altamente sentida e reproduzida por eles.
Gozando em sua boca, Léo gemeu alto, provavelmente da praia ou da
área abaixo da suíte dava para ouvir. Nininha sorveu todo o líquido que ele
jorrava em sua garganta olhando nos olhos dele. Lambeu os lábios, quando
ele já com as pernas tremendo se afastava de sua boca. Dane a girou no colo e
a beijou no pescoço, virando-se na cama junto com ela tirou as peças que
faltavam e subiu sobre seu corpo.
Ela estava sedenta e queria controle, numa luta em que os lembravam
o momento em frente ao banheiro do aeroporto, se mediram novamente, mas
desta vez Dane não teve forças para recusar à oferta. Nininha o virou e se
escarranchou em cima dele, rebolou e roçou sobre seu pau que conseguiu
posicionar no meio dos seus lábios vaginais altamente lubrificados com seus
sulcos e se movimentou como se estivesse punhetando seu pênis. Subia e
descia escorregando. Segurava em suas mãos próximo a sua cabeça e beijava
sua boca como se não precisassem de oxigênio. Dane deixou-se levar pela
volúpia repentina de sua esposa. Deixou que ela fizesse dele o que quisesse.
E ela fazia, ora beijava, ora chupava seus lábios e os mordia no final.
Seu pescoço e ombros estavam com certeza marcados pela boca dela.
Mas tudo tem um limite.
— Chega de brincadeira e senta no meu pau, Paulina. — Disse ele
ofegante e mandão.
Sem nenhuma reserva Nininha logo posicionou aquele mastro
imponente e vibrante na entrada de seu canal e sentou devagar sentindo ele
deslizar para dentro dela abrindo caminho para à loucura que viria. Ao
encontro das duas pelves, ela se balançou para cima e para baixo num ritmo
escaldante e alucinador, deixando Dane ao ponto da combustão. Ele apalpava
seus seios e beliscava os mamilos a cada investida e se levantava vez ou outra
para esconder um gemido mais efusivo entre eles.
Cada vez mais enlouquecida e perto do orgasmo, Nininha colocou às palmas
da mão no peito de Dane e rebolou digna de uma dançarina do ventre. Ele
apreciava a visão dos peitos dela pulando à cada encaixada que ela dava.
Tudo estava maravilhoso, mas podia ficar ainda melhor. Léo surgiu não
sabiam de onde e ajoelhado na cama ao lado deles pegou na nuca dela e a
puxou para um beijo. Votou a ficar excitado ao vê-los na cama, portanto
pronto novamente.
Foi a beijando pelo pescoço e se posicionou atrás dela por cima das
pernas de Dane. Assim passava as mãos pelo seu ventre e suspendia seus
seios empinando seus bicos para cima. Era a visão dos deuses para Dane.
Nininha deixou sua cabeça pender para trás e sentido o pênis de Dane
profundo em seu interior e o toque em seu corpo das mãos de Léo gozou
como um vulcão que entra em erupção. Nesse segundo em que ela foi para
uma órbita distante, Léo delicadamente baixou o seu corpo de modo que
ficasse abraçada a Dane e empinada para ele.
E ela foi como boneca e já prevendo o que lhe aguardava. Nada tensa e sim
muito bem posicionada só esperou de bom grado o que estava por vir. Agora
era Léo que tinha uma visão dos deuses, via sua esposa acoplada no pau de
seu amigo toda babada com aquele orifício rugoso piscando gostoso pedindo
atenção.
Dane se controlava ao máximo para não gozar desde que Léo entrou em ação.
Conduzia devagar o quadril de sua menina apenas para manter o gostosinho
de estar dentro dela.
Abrindo mais ainda sua bunda Léo lambeu aquele lugar tão desejado. Sentia
o corpo dela estremecer a cada lambida e isso o excitava ainda mais. Levou
seus dedos onde estava sua língua e com ela forçou entrada, devagar mas
firme. Estava difícil, então ele pegou a pomada de sempre e passou nela.
Logo ele sentiu seu dedo entrando com mais facilidade, e ela foi deixando
tudo mais possível com sua rebolada sensual soltando sons indecifráveis. Ele
estava louco. Assim como Dane que já estava a ponto de desistir da dupla
penetração, não porque não queria, mas porque não aguentava mais às
reboladas de sua esposa.
Então Léo se levantou após morder deliciosamente a bunda dela, e
retirando o dedo de seu ânus, se colocou de joelhos entre às pernas de Dane.
Pegou seu pênis duro e tentou encaixar junto ao de Dane na buceta dela. Com
jeitinho foi se acomodando ao som dos sons que saiam de sua boca. Se
movimentou um pouco dentro daquele canal inundado enquanto Dane
permanecia parado. Quando Nininha começou a retribuir suas investidas ele
se retirou devagar e posicionou a cabeça redonda de seu pau, agora mais
escorregadia ainda com os líquidos dela, em seu ânus. Ao sentir o repentino
vazio em sua buceta e a firmeza da pressão em seu cu, Nininha se tensionou.
— Relaxa amor, calma... — Dizia Léo.
Ela foi aos poucos se deixando levar, sentia as mãos deles em todos
os lugares. Os beijos de Dane ao pé do seu pescoço e foi sentindo o pau de
Léo deslizando levemente para dentro.
Uma ardência, um calor quando entrava e um prazer gostoso quando o
movimento era de sair. Logo ele e Dane começaram a tortura delirante do
entre e sai em harmonia. Quando um entrava, o outro saia. Vez ou outra eles
faziam menção de forçarem entrar juntos o que era uma loucura prazerosa.
Nininha procurou uma posição melhor para se doar para seus maridos. Então
espalmou as mãos na cama e levantou seu tronco como se pudesse cavalgar
os dois ao mesmo tempo. E assim eles foram juntos, com aqueles sons
insanos que seus corpos faziam e movimentos que se falados seriam
considerados impossíveis. Mas, para um trisal não eram. Léo segurava seus
seios e Dane seus quadris. Cada um procurou dar e receber prazer através de
toda essa volúpia que era estar os três grudados um no outro.
Ao final de mais um orgasmo avassalador e extra sensorial os três se jogaram
na cama de qualquer modo. Era perna sobre braços, cabeça no quadril de um
e braços na cabeça de outro.
Dessa vez a intensidade se superou e nenhum dos três se levantou para nada
nas próximas horas. Caídos no desgaste total dos corpos usados para o prazer,
dormiram juntos e quase ao mesmo tempo.
Esses meninos vinham planejando tudo isso há algum tempo e só
agora concluíram a missão. Chegar nesse lugar onde era a última surpresa, os
fizeram relaxar. Estavam os dois mais que gratos por tudo ter dado certo e
sua Nininha ter amado cada momento. Nenhum dos dois esqueceriam o rosto
de felicidade e surpresa que ela fez a cada minuto.
Já era pôr do sol quando Nininha acordou apertada para ir ao
banheiro. Deixando os dois Adonis nus na cama, foi ao banheiro se aliviar.
Fazendo xixi sentiu um incômodo no pé da barriga. Na verdade sentiu
quando estava montando Dane, mas estava tão bom que deixou para lá.
Estava com fome, saiu do banheiro e foi até sua bolsa onde guardou sacos da
rosquinha. Colocou a blusa de Dane foi até a varanda e ficou ali
contemplando o sol indo embora comendo sua rosquinha. Estava louca para
conhecer o lugar, porém estava também muito cansada. Ouviu o remexer
atrás dela e se virou, viu Léo gloriosamente nu se levantar e ir no banheiro.
Sorriu para ele que retribuiu com um piscar de olhos. Minutos depois escutou
o barulho do chuveiro. Olhou para a praia sentiu a brisa quente que vinha de
fora, olhou para as rosquinhas que comia e de repente sentiu seu estômago
embrulhar. Levantou correndo e foi no banheiro vomitar. Atônito Léo olhava
do box Nininha entrar correndo e ir vomitar no vaso sanitário. Ele desligou o
chuveiro e foi até ela para tentar ajudar.
— De novo Nininha?
— A rosquinha me enjoou.
— Merda Paulina, isso não deve ser só a rosquinha.
— Claro que é, esqueceu que eu deveria ter almoçado e até agora a
única coisa que comi foi rosquinha desde do outro hotel?
— Droga é verdade, também estou com fome. Vamos chamar o Dane
e sair para comer. Mas me responde uma coisa, no avião, você também
vomitou não foi?
— Sim, não muito.
— Sabia. Nós podemos ir ao médico aqui se você quiser, peço na
recepção uma indicação e ....
— E estragar esse sonho lindo que estou vivendo com uma ida ao
médico? Não. E além do mais vocês me disseram que só vamos ficar por
quatro dias, tão pouco tempo.
— Mas princesa....
— Não Léo, por favor, isso é normal já disse a você se sentir algo a
mais me incomodando juro que aviso.
— Tudo bem sua bruxinha vamos comer então.
— Isso, faminta estou. — Disse e abraçou Léo.
Após acordarem Dane e se arrumarem, decidiram irem comer algo em
uma das ruas próximas. Escolheram um restaurante bem acolhedor e que iria
ter música ao vivo. Pediram tudo que Nininha queria. Arroz, feijão, farofa,
salada, bife, fritas. Para sobremesa sorvete, que ela tomou duas taças. Após
saborearem a comida ficaram assistindo ao show. O lugar não estava muito
cheio, na verdade a cidade não estava muito cheia parecia baixa temporada.
Uns nativos dançavam e tentavam incentivar alguns turistas a acompanharem
também. Nininha logo se juntou a eles e dançou, os meninos não quiseram ir,
mas assistiam felizes sua esposa interagindo e se divertindo com às
pessoas.
Como sorria e radiava felicidade. Léo e Dane bebiam suas bebidas e
apreciavam tudo à sua volta. Eles não se incomodaram quando ela dançou
com um senhor e depois com o filho dele. Não havia maldade, apenas
diversão.
— Nós somos os filhas das putas mais sortudos deste mundo, não é
brother?
— Ainda tem dúvidas?
— Não, não tenho. Mas, tenho medo. Tudo parece tão perfeito que
fico pensando que algo ruim pode acontecer e vê-la vomitando desse jeito me
deixa tenso.
— Espera aí, vê-la vomitando? Fora o hotel de manhã e no avião, ela
vomitou mais?
— Sim, agora à tarde, antes de você acordar.
— Por que vocês não me disseram?
— Ah! Sei lá esqueci, não era segredo só não falamos. E ela disse que
não era nada de mais, era fome ou algo assim.
— Então por que está com medo?
— Sei lá brother, porra! Tudo parece tão perfeito que fico com medo
de algo ruim acontecer. Merda! Esquece.
Vindo do meio das pessoas que dançavam, Nininha chegou toda
rebolativa na mesa em que estavam e dando uma bundada em Dane os
chamou para dançar.
— Vem "maridos", vamos dançar.
— Vão vocês, depois eu vou. — Respondeu Léo forçando um sorriso.
Pegando seu copo e bebendo o restinho Dane a pegou pela cintura e
começaram a dançar um forró gostoso que estava à tocar.
Sempre observador Léo os olhava de longe, sentia o calor no coração
do quanto os amava e queria vê-los sempre bem. Morreria se acontecesse
alguma coisa a qualquer um.
Pegou seu celular e procurou no site de busca sobre os sintomas de Nininha,
sorriu ao ver as possíveis respostas que se repetiam. Gravidez.
Até que lhe conste não era possível, pois ela tomava uma injeção controlada.
Mas, e se fosse? Seria uma loucura, uma loucura boa tê-la grávida de um
filho deles. Ainda era muito cedo, por mais que Léo quisesse ser pai, queria
ter mais tempo com sua esposa. Queria viver essa nova vida de casados em
trio, criar mais intimidade. Ter seu corpo junto com seu brother sem
restrições que uma gravidez pode trazer. Esses pensamentos o fizeram ficar
confuso, ele agora já não sabia mais se ter ela grávida seria tão bom assim.
Que sensação estranha.
Olhou na direção em que ela dançava com seu amigo e outras pessoas.
Ele já sabia que estava apaixonado, mais não sabia que ia se apaixonar mais a
cada dia que passava. Beliscou uma batata, engoliu um último gole da cerveja
e se levantou. Foi dançar com eles e com os outros que estavam por ali.
Voltaram tarde andando pela praia para hotel. A luz do luar os
acompanhavam assim como o barulho do mar. Os dois homens estavam
anestesiados pela bebida, e vinham pelo caminho estigando Nininha. Eles a
queriam ali, na praia, mas apesar da cidade vazia, haviam pessoas passeando
pra lá e pra cá.
Ao passarem perto de uma barraca que deveria ser utilizada de dia para venda
de alguma coisa, Léo puxou Nininha para dentro. Dane olhou em volta para
ver se havia algum curioso, mas não encontrou. Se inclinou no que parecia
um balcão e ficou de guarda para os dois recém casados ficarem à vontade.
Agora era sua vez de assistir seu irmão atacando sua esposa.
Léo beijava sua mulher enlouquecedoramente, descia sua mão pelo
seu corpo acariciando seus seios e buceta. Encostou às costas dela onde Dane
estava também encostado, porém do lado de fora, e com suas pernas afastou
os joelhos dela.
Sua mão passou de seu ventre para sua virilha onde afastou o elástico da
calcinha, passou os dedos por seus lábios e escorregou para dentro dela
friccionando o tempo todo.
Como uma adolescente ralando escondido, era assim que Nininha se sentia.
Uma vontade louca de fazer tudo, mas ao mesmo tempo, medo de ser vista,
pega num momento tão íntimo. Mas, era culpada, não conseguiu parar nem
pedir para parar e se eles parassem era capaz de chorar. Jogou sua cabeça
para trás e foi beijada por Dane enquanto Léo descia por entre suas pernas e
começava a chupar sua buceta. Seus dedos e sua língua a invadiam numa
maestria total. Cada vez mais ela se arreganhava para senti-los mais
profundos. Com os cotovelos apoiados no balcão, olhou em volta e depois
levantou uma das pernas sobre um ombro de Léo, e rebolava na face dele.
Seu vestido estava pela cintura, seus seios para fora do decote, pendurados ao
relento recebendo às carícias de Dane.
— Isso é loucura, vão nos pegar aqui... Uiii aiiiii uiiii... Chupa Léo
chuuupaaa.
— Quer parar amor? É só dizer. — Falou Dane em resposta à sua
súplica.
— Nanaaão... Agora não.
Levantando, Léo veio beijando seu corpo, ao chegar aos seios viu
como Dane os oferecia então aproveitou à oferenda e pôs na boca um e
depois o outro.
— Isso Léo, mama nos peitos dela aproveita porque já já sou eu. —
Dizia Dane no ouvido de Nininha.
— Brother isso é uma loucura, mas não quero pensar. — Olhando em
volta e tendo certeza que não havia ninguém nas proximidades, Léo abaixou
o shorth que vestia e com o pau pra fora abriu mais a perna de Nininha e se
enfiou dentro dela.
Ele passou uma mão para trás nas costas dela segurando pela nuca
enquanto a outra mantinha a perna levantada e arremeteu várias vezes em sua
entrada segurando seus próprios gemidos com os delas, com sua bocas
seladas. Procuraram o prazer juntos assistidos por Dane, sabiam que deviam
ser rápidos e assim foi, também com o prazer e a vontade que sentiam não
precisavam de muito tempo. Léo baixou a perna de Nininha e continuou a
beijando dizendo que a amava. Enquanto isso Dane entrava no ambiente para
tomar o lugar de Léo. Nininha já se abria toda para ele sorridente e
entorpecida pelo prazer desfrutado com Léo. Léo subiu o shorth ofegante e
foi para onde Dane estava antes. Os dois se beijavam enquanto Léo olhava
em volta ainda para ter certeza de que esse momento era só deles e a única
testemunha era a lua no céu. Voltando-se para eles de novo, percebeu em sua
esposa o crescente desejo à tomar. Dane a tocava e beijava, em um
movimento rápido e não esperado por ela, ele a virou de frente para Léo.
Seus olhares se cruzavam, os de Nininha repletos de tesão e os de Dane atrás
dela imprimiam poder. Como gostava, Dane enganchou uma mão em seu
cabelo e com a outra ajeitou seu quadril. Na posição que adorava, com seu
pau livre da roupa e duro como pedra, procurou a abertura onde antes estava
Léo. Ao achar se enfiou e se acomodou dentro dela beijando sua orelha a
fazendo gemer e depois de segundos de reconhecimento corporal, Dane
iniciou suas arremetidas punitivas e certeiras.
— Gostosa, você é um tesão minha esposa, tanto quando eu estou te
comendo, quanto quando está sendo comida por Dane. Esse seu olhar e
sorriso pré gozo é sensacional.
Léo dizia as palavras segurando os seios pendurados no ar enquanto
Nininha se inclinava mais e mais para receber as punhaladas de Dane, isso
tudo sem tirar os olhos de Léo até atingir o ápice e cair de lá junto com Dane.
Que sensação, que tesão, que loucura. Jamais tinha imaginado uma
cena dessa nessa praia. A realidade para Nininha era melhor do que seus
sonhos, definitivamente. Dando um tempo para se recuperarem de tanto
frenesi, se sentaram de frente para o mar e riram da loucura que haviam
acabado de fazer.
Mais tarde no quarto do hotel tomaram banho e foram se deitar como
namorados bem agarradinhos na cama.
Sem dúvida quando estamos apaixonados podemos ter qualquer
idade, mas sempre nos comportamos como adolescentes. E é tão bom. É tão
bom ser livre para viver o que quisermos, como quisermos e com quem
quisermos. Esse trisal estava começando a entender que o céu era o limite,
durante os quatro dias em que ficaram no paraíso aproveitaram tudo o que
podiam. Se amaram de tantas maneiras e sempre a três. Infelizmente não
conseguiram transar nas redes da praia haviam sempre muitas pessoas, mas
podia-se dizer que naquelas águas deixaram um pouco de seu DNA. Nininha
não se sentiu mais mal, o que deixou os meninos mais aliviados. Exploraram
Jericoacoara exatamente como queria Nininha. Tiraram muitas fotos, ela
mandava para o pai e para às amigas que ficavam doidas. Conversavam sobre
às reformas que iriam fazer na casa nova e principalmente sobre seu atelier.
Falavam também sobre o trabalho deles. Em uma dessas conversas Nininha
perguntou num tom mais quente:
— Amores, por que vocês não casaram fardados?
Dane a olhou pensativo e começou a dizer:
— Na verdade nem passou pela minha cabeça amor, nós vestimos
muito aquele preto escrito em amarelo, que nem cogitamos a hipótese. Passou
pela sua Léo?
— Não, estava tão empolgado de te ver de noiva que nem me
preocupei com a roupa. Foi Léia e sua amigas que nos ajudaram a escolher.
Por quê?
— É que, nunca vi vocês fardados... E estava pensando o quão
gostosos vocês devem ficar.
— Hum safadinha... Então você tem desejos com homens fardados?
— Falou Léo.
— Não seu bobo, tenho desejo com "vocês dois" fardados. Na
verdade nunca tinha pensado nisso antes do casamento.
— É, e como você gostaria que isso acontecesse.
— Ah, sei lá Dane, tantas são as possibilidades. Aquelas algemas,
aqueles óculos escuros, o cinto com as armas, aiiiii aquele sapato.
— Interessante... — Falou Dane.
— Merda que pena que não trouxemos os uniformes na mala. —
Resmungou Léo.
— Teremos tempo pra isso, me surpreendam.
— Enquanto isso, vem aqui e abre minha calça que tenho uma
surpresa crescendo para você. — Disse Léo.
— Ahhhh só uma??? — Falou ela fazendo biquinho para Dane.
— Acho melhor irmos para cama tem mais espaço lá, você precisa de
espaço para lidar com duas super surpresas. — Falou Dane num tom safado.
— Bem, então já que sou eu que tenho essa árdua tarefa de lidar com
duas enormes surpresas, quero escolher onde ficar. Sentem na beira da
piscina que eu já vou.
Com os olhos arregalados Dane olhava sua esposa levantando da
cadeira e tirando a saída de praia.
— Já disse que te amo hoje princesa?
— Várias vezes, mas pode continuar.
Dane e Léo se levantaram e seguiram ela que foi para a piscina. Eles
mergulharam juntos e ela se revezou em beija-los, quando estavam com os
lábios pegando fogo os fez sentar na beira da piscina como queria. Um do
lado do outro. Pôs para fora da sunga de praia os pênis e sacos pesados e
começou a dar a eles o que queriam. Lambia seus sacos e chupava vez ou
outra suas bolas. Estava cada vez mais familiarizada com a difícil tarefa de
cuidar de dois homens ao mesmo tempo. Uma mão manuseava um enquanto
sua língua seguia a sinuante veia pulsante no pau do outro. Dane e Léo viam
o que sua esposa fazia a eles naquela paisagem que mais parecia o paraíso.
Na última noite que passaram no hotel aproveitaram todos os cantos da
piscina, poltronas, cama, banheiro e chão.
Mas, tudo o que é bom acaba rápido, já dizia a vó de Nininha.
E o que ela viveu nesses últimos dias desde a sessão de fotos que virou um
casamento real e essa lua de mel maravilhosa, foi melhor que bom e estava
acabando. Tinham que voltar para vida e ela esperava que continuasse sendo
melhor do que em seus sonhos.
O trisal já com às malas prontas desceram até a recepção e Dane foi
fazer o check-out. Um funcionário pegou às malas para colocar no transfer
então Léo foi com Nininha até a areia da praia esperar por Dane.
Abraçados feitos dois namorados, eles olhavam aquele mar à sua
frente. As redes na água, as cadeira na praia. Tudo era tão bonito.
— E ai amor, está gravando cada pedacinho deste lugar para
reproduzir em uma tela?
— Em várias telas né Léo, tanto o que eu vi e vivi. Com certeza
passarei para às telas.
— Isso é bom. Agora me diz uma outra coisa, tem alguma
possibilidade de você estar grávida?
— O quê?! Claro que não, já disse que tomo injeção. Não estaria
preparada para isso agora e nem quero. — Respondeu ela irritada se
afastando dele.
A puxando de volta ele disse:
— Ok, eu acredito em você. É só que esses seus vômitos me deixaram
tão preocupado que procurei na internet e o que mais se falou foi sobre
gravidez.
— Impossível. .
— Ei vocês, achei que tinham fugido. — Falou Dane se aproximando.
— Nunca sem você, brother.
— Faço minhas às palavras de Léo, retiro o "brother". — Retrucou
Nininha rindo.
— Vamos para casa. — Dane concluiu dando a mão para ela
enquanto ela seguia abraçada por Léo.
Seguiram a viagem de volta trazendo na bagagem não só às malas,
mas sim os momentos inesquecíveis que viveram juntos num lugar tão lindo.
Agora sim a verdade da vida real os rodeava. Após pousarem seguiriam
direto para nova casa.
Exaustos nem desarrumaram às malas, apenas colocaram em um canto e
foram fazer outras coisas. Apesar de ter dormido todo o vôo e no caminho de
carro, Nininha ainda estava bem sonolenta foi direto para o quarto dormir.
Foi Dane que ligou para seu Silva e disse que já haviam chegado e que
desceriam na sexta para assinar os papéis, e avisou também que dormiriam lá
na casa dele. Aproveitou para perguntar se ele queria vir passar o fim de
semana junto com Gracinha e se pudesse traziam Bruna e Lary.
Aproveitariam e subiriam juntos. Seu Silva adorou o convite, mas ficou um
pouco constrangido não queria atrapalhar a recente vida de casados deles,
mas logo Dane percebendo, foi dizendo que não tinha nada a ver. Seu sogro
quis saber sobre a viagem e sua filha. Conversaram sobre algumas coisas e
depois desligaram.
— Léo, vou dar um pulo na padaria comprar alguma coisa, quer algo.
— Traz a rosquinha da Nininha, pão, queijo e um refrigerante. Ah!
Trás sorvete também, daquele sabor que ela gosta.
— Ok.
Mesmo cansado Léo não queria se deitar optou por jogar videogame
na sala. Dane não demorou na rua, e ao chegar lancharam juntos e ficaram à
toa na sala. Entre uma conversa e outra Léo disse:
— Brother, que você acha, ao invés de descermos na sexta de manhã
cedo, vamos logo amanhã e aproveitamos para levar nossa esposa naquela
emergência que levamos da outra vez. Tô preocupado. Ela não nos disse e
você não percebeu, mas antes de sair do hotel em Jeri, ela tornou a vomitar.
Eu percebi e não fiquei questionando porque sabia que ela ia querer me
enrolar de novo. Mas, aqui não tem enrolação. Ainda bem que descartamos a
possibilidade de gravidez.
— Por mim tudo bem. E por falar nisso precisamos resolver logo para
qual plano passa-la, o meu ou o seu. Pois este dela, só atende no Rio. E os
nossos abrangem todo o território nacional... Agora me diz da onde você tirou
tanta certeza para descartar a possibilidade de gravidez?
— Ela é mulher, saberia se estivesse grávida, e ainda tem o fato dela
tomar aquela injeção, então de boa, nem tô preocupado com isso. E quanto ao
plano é verdade, não dá para ficar correndo para o Rio toda vez que precisar
ir ao médico.
— Mais tarde liga para nosso sogro dizendo que vamos amanhã. E
amanhã mesmo eu entro em contato com o plano. Mas te digo uma coisa, seja
o que for estamos juntos para o que der e vier. Sempre.
— Eu sei brother, mas é que apesar da vontade de ser pai, ainda quero
ter nossa esposa só para gente, pelo menos por um ano. Egoísmo meu né?
— Eu também Léo, eu também. Mas, torno a repetir, seja o que for
estaremos juntos.
Dane levantou o punho em direção ao Léo que sorrindo levantou o
dele também e bateram um no outro num cumprimento de amizade.
Mais tarde Nininha acordou e desceu tomada banho, encontrou os
dois conversando. Foi até eles e se sentou ao lado de Dane que logo a
abraçou.
— Dorminhoca... Tá com fome? — Perguntou Dane.
— Não. Tô com sono ainda. — Se acomodou melhor no sofá e
aproveitou para colocar os pés no colo de Léo, que logo os pegou e
massageou.
Por algum tempo ela se permitiu aos afagos que seus maridos lhe
faziam. E então disse de repente:
— Vamos pedir pizza?
— Vamos! — Responderam os dois juntos.
O motoboy chegou uma hora depois com a pizza. Os três sentaram no
chão da sala e comeram assistindo TV.
Ao se levantar com às caixas de pizzas vazias, Léo falou alto indo para
cozinha:
— Dane, avisa a ela que vamos amanhã para o Rio e o por quê.
Virando a cabeça para onde Léo ia, Dane engoliu o palavrão que
queria dizer. Sabia que Nininha não iria gostar de ir ao médico, então o
sacana do Léo jogou a tarefa de dizer para Dane. Muito puto, Dane tentou
falar com sua menina.
— Amor, decidimos descer amanhã, pois vamos te levar ao médico, e
antes que diga algo, não tem conversa. Da mesma maneira que não gostamos
de você mentindo de ter vomitado ou se sentido mal, sei que você não vai
gostar que tomemos a decisão por você. Mas, entenda a gente minha menina,
nós estamos muito preocupados com você não custa nada.
— Tudo bem... É melhor mesmo. — Ela concordou sem reclamar
para o espanto de Dane. — Eu já estava pensando em ir na sexta mesmo.
Ainda agora no chuveiro me senti meio tonta e ao pegar uma rosquinha que
havia sobrado na minha bolsa, comi me senti mal e tive que botar para fora.
Acho que meu estômago não está bem, espero que não seja nada grave
detesto remédios. — Disse ela conformada, saindo do chão e sentando no
colo de Dane o beijando.
Voltando da cozinha com um pote de sorvete e três colheres, Léo se
depara com Nininha e Dane se beijando no chão.
— Se eu soubesse que você aceitaria tão bem, teria dito eu mesmo.
— Perdeu Playboy, quis se dar bem se ferrou. — Disse Dane entre
beijos com Nininha mostrando o dedo do meio para Léo.
— Princesa trouxe o sorvete...
Ao ouvir Léo ela sabia que ele estava de implicância com Dane, mas
Nininha não poderia deixar de ouvir a palavra sorvete, então pulou do colo de
Dane e foi para o de Léo que estava com o sorvete. Dane ficou rindo dizendo:
— Sua vendida! Vai, me passa uma colher também.
— Vem aqui pegar. — Se insinuou Nininha.
— Tenho uma ideia bem melhor. Vamos tirar essa blusa princesa...
Isso... Agora sim. Não há melhor taça para se tomar um sorvete. — Disse Léo
ao retirar a blusa de Nininha e colocar sorvete em seus seios.
— Com certeza, essa é a melhor maneira de se tomar sorvete. —
Falou Dane ao saborear um pouco da sobremesa que escorria pelo seu
biquinho oriçado.
Nininha era só sorrisos e arrepios.
Antes de irem para o quarto, tomaram o sorvete inteiro de todas às
maneiras. Usando a imaginação misturada com o desejo.
Subiram juntos e no banheiro se lavaram. Dane saiu primeiro do banheiro, e
Léo não resistiu e tomou sua esposa no box.
Fez ela gemer e se remexer com seu pau enterrado dentro dela até que
sentiram o orgasmo os tomar por inteiro.
Dane já estava na cama meio sonolento. Nininha veio do banheiro e se deitou
ao lado dele se apertando ao seu corpo. Por último, Léo desligou a luz e se
recolheu também, de barriga para cima, uma mão na bunda de sua esposa e o
outro braço sobre o rosto dormiu completamente feliz por essa noite
maravilhosa que se repetiria ainda muitas e muitas vezes.
Já era quase cinco da manhã quando Nininha acordou sentindo uma
vontade imensa de ir ao banheiro. Enquanto estava no vaso fazendo xixi,
Dane entrou no banheiro.
— Tá tudo bem, amor.
— Sim, só xixi.
— Humm, vou voltar para cama então.
— Uhum.
Levantando do vaso, Nininha lavou as mãos, saiu do banheiro e foi
para cama. Léo ainda dormia, e era um espetáculo até dormindo. Dane
estendeu o braço e ajudou ela a se acomodar e assim voltaram a dormir.
De manhã após tomarem café Nininha quis dar uma volta na praia
enquanto Léo foi surfar. Mais tarde se arrumaram e foram para o Rio, na
intenção de irem primeiramente para o hospital.
Dane dirigia enquanto sua esposa ia ao seu lado olhando a paisagem
pela janela. Léo estava intertido com o telefone.
Ao chegarem ao hospital, Dane deixou Léo com Nininha na porta principal e
foi estacionar o carro. Quando voltou, eles já haviam passado pela recepção e
estavam esperando para ser atendidos.
O hospital estava vazio, parecia que não iria demorar muito. E assim foi, logo
após Dane sentar, Nininha foi chamada. Os três se direcionaram para o
consultório indicado e quando abriram a porta dizendo boa tarde tiveram uma
surpresa.
— Olá, boa tarde, o que trazem vocês novamente aqui na minha
emergência?
— Ah, o senhor! — Falou Dane sem muito entusiasmo.
— Oi doutor, bom estamos aqui porque...
— Nossa esposa... — Pontuou Dane a frase de Léo, recebendo
olhadas de todos do ambiente.
— Sim, nossa esposa. Ela não anda se sentindo bem e estamos muito
preocupados.
— Hum sim… — Disse o doutor pegando o prontuário de Nininha,
tentando disfarçar a curiosidade. — Tem uns três meses que você esteve aqui
não é Paulina?
— Sim doutor.
— Então me conta o que está sentindo.
— Bom, eu fiquei melhor da garganta e resfriado. Mas tem um
tempinho que ando meio cansada, e meu estômago embrulhado, na verdade
nesses últimos quinze dias tenho tido episódio de vômitos. Ah! Um xixi que
não acaba mais. Acho até que pode ser infecção urinária.
— Teve febre, calafrios, dores?
— Não doutor. A não ser uma ou duas pontadas na altura da
bexiga… Após… É… Se sabe, fazer amor. — Respondeu envergonhada e
deixando as caras de seus maridos interrogativas por não saberem desse
detalhe.
— Sei... Quer dizer, entendi! — O médico se virou para o
computador e ficou digitando algo meio sem graça. — Bom, sem febre acho
difícil ser alguma infecção, mas só teremos certeza ao fazer os exames. Estou
digitando aqui um pedido de exame de sangue e urina. Mas, preciso fazer
mais uma pergunta, você se previne contra gravidez, há alguma possibilidade
disso?
— Não. Como ela já disse, toma uma injeção, tem até uma consulta
marcada com a ginecologista dela para terça que vem, justamente para tomar
a nova dose. — Quem respondeu foi Dane, sisudo. Léo achava graça e
Nininha achava irritante esse ciuminho bobo dele.
— Injeção? Ah sim, bom vou pedir nos dois exames o teste para
gravidez, só para descartar por completo, é de praxe para sintomas assim, ok.
— Sim doutor, mas vai dar negativo. Eu saberia. — Disse Nininha
confiante.
— Tudo bem, então vá fazer os exames, hoje o hospital está vazio
então não deve demorar tanto. Quando estiver pronto eles chamarão na
recepção.
— Obrigada doutor. — Falou Nininha se levantando da cadeira.
Léo e Dane o cumprimentaram com um aceno de cabeça e o doutor
disse:
— Ah! A propósito, parabéns!
— Pelo o quê? — Falaram os três em uníssono.
— É... Pela união de vocês... Você disse que agora ela era sua esposa,
então acredito que estejam casados agora. — Disse meio desconfortável o
médico olhando em direção ao Dane.
— Ah!!! Sim, doutor. Casamos e chegamos de lua de mel ontem
mesmo. Obrigada! — Agradeceu Nininha.
Léo a simpatia em pessoa sorriu agradecendo e Dane continuou com
cara de quem não gostava da intromissão do médico.
Foram para a área de exames, Nininha fez o de sangue e depois que saiu do
banheiro com a urina no copinho levou até a equipe de coleta. Ao entregar o
exame ela perguntou se podia comer enquanto esperava, disseram que sim.
De lá foram para uma lanchonete dentro do hospital e lancharam. Passaram o
tempo e até esqueceram o que faziam ali. Léo é lógico não perdeu a
oportunidade de ficar zoando o Dane pelo ciúme do doutor, e Nininha o
acompanhava. Ele para fugir da gozação, olhou no relógio e viu que já havia
passado algumas horas.
— Muito boa a brincadeira, mas tá na hora de voltar no super doutor.
E lá foram eles para recepção, Léo perguntou se havia chegado os
resultados e tinha acabado de chegar. Pegaram o envelope e foram para o
consultório, bateram na porta e escutaram:
— Pode entrar.
— "Da linçenca" doutor. — Falou Nininha.
— Então os exames chegaram. — Disse o médico pegando o
envelope da mão de Léo.
Enquanto ele abria e analisava o conteúdo, Nininha se sentou na
cadeira. Dane se recostou na porta todo dono de si e Léo ficou atrás de sua
esposa.
— Então doutor, é infecção urinária mesmo o que eu tenho?
— Na verdade não, não é isso o que você tem.
— É algo grave, aí meu Deus, amor nós estamos contigo sempre,
você sabe… — Dizia Léo preocupado segurando em seus ombros.
— Na verdade não é grave, quer dizer, não sei como vocês podem
reagir à essa novidade, tendo em vista o tipo de relacionamento de vocês e ...
— Eu sabia… — Disse Dane saindo irritado da parede e continuous.
— O senhor estava achando uma maneira de falar do nosso "Tipo de
relacionamento", vai fala, vai nos julgar?
— Daniel!! — Repreendeu Nininha.
— Na verdade senhor Daniel, eu não sou juiz para julgar qualquer
coisa. Sou médico tentando fazer o meu trabalho, e não posso negar que essa
é uma situação nova para mim. Nunca atendi pessoas com um
relacionamento como o de vocês então estou tentando achar a melhor
maneira de dizer...
— Dizer o quê? — Falou Léo impaciente.
— Paulina, esses seus sintomas e o resultado de seus exames só
serviram para confirmar minha desconfiança. Você está Grávida!
— É O QUÊ?!?!?!? NÃO PODE SER!!! — Gritou Nininha.
Ela olhou do doutor para seus maridos, Léo estava transparente e
Dane imóvel.
— Sim Paulina, tanto no exame de sangue quanto no exame de urina
deu positivo. E mostra também mais ou menos o tempo de gestação, que está
entre 8 ou 10 semanas.
Nininha sentou novamente na cadeira e voltou a olhar para Léo e
Dane. Foi quando ao mesmo tempo Léo vomitou no chão e Dane sentou na
cadeira ao seu lado com o peso de uma bigorna caindo do espaço. O doutor
logo chamou ajuda e em instantes havia uma enfermeira auxiliando Léo e
outra oferecendo água para Dane. Enquanto isso Nininha ainda estava
abismada com a notícia, não sabia como agir.
— Tá tudo bem... — Dizia Dane afastando a enfermeira — ...Doutor
tem certeza disso, ela toma injeção anticoncepcional. Nós queremos filhos,
queremos muito, mas acabamos de casar e queremos aproveitar esse tempo
só nós três. Não nos preparamos para essa surpresa, na verdade não
esperávamos por isso. E... Já disse que ela toma injeção?
— Sim, claro... Isso Dane, eu tomo, então como foi possível?
— Daniel, Paulina logo que me falaram da injeção e me lembrei dos
remédios que você teve que tomar meses atrás, desconfiei da eficácia da
injeção. Alguns tipos de anticoncepcionais perdem o efeito quando se usam
alguns remédios, principalmente os que você tomou. Você nunca havia
ouvido falar disso?
— Sim... Mas, foi há tanto tempo que me esqueci. Só agora com o
senhor falando é que me lembro.
— Provavelmente foi o que aconteceu. Sugiro que entre em contato
com sua ginecologista e leve esses exames, ela vai lhe explicar melhor e
iniciar o pré natal. Parabéns, mamãe e papais!
— AI MEU DEUS... EU VOU SER PAI!!! DANE NÓS VAMOS
SER PAI!! VOCÊ OUVIU!! VAMOS SER PAISS! — Do nada Léo se
desvencilha da enfermeira e começa a gritar no consultório indo em direção
ao Dane, o abraçou, beijou sua cabeça e ficou pulando de um lado para o
outro.
Nininha que estava em desespero a um minuto começou a rir de
nervoso depois de ver Léo gritando. Ao procurar Dane encontrou ele
novamente sentado com as mãos no rosto chorando copiosamente. Léo
abraçou as duas enfermeiras e ficou dançando o que parecia ser passos de
CanCan fazendo as pobres mulheres rirem envergonhadas. O doutor acudia
Dane, que aceitou seus préstimos se levantando e abraçando o médico.
Aproveitou para chorar em seu ombro, dizendo e repetindo que iria ser pai.
Ela ria da cara daqueles dois bundões que ela amava, mas logo cedeu
não aguentando a emoção e começou a chorar. Colocou as mãos em seu
ventre e começou a imaginar uma vidinha ali dentro. Um serzinho que veio
tão cedo em suas vidas, mas que já era tão amado e desejado. A emoção a
tomou. De repente, sentiu mãos trêmulas em seus ombros e em seus joelhos.
Era Léo atrás dela e Dane em sua frente. Ao olhar para Dane ela viu aquele
mar completamente revolto em seus olhos, mas não de uma maneira ruim.
Esse mar se derramava de tanta alegria pelos cantos de seus olhos. Seu beiço
tremia com as palavras que ele queria dizer, mas não conseguia. Léo se
abaixou beijou sua cabeça e se posicionou ao lado de Dane, de frente para ela
também. Percebendo que eles precisavam de um momento a sós, o médico
chamou às enfermeiras e saíram do consultório. Elas saíram muito curiosas e
cheias de perguntas para o médico. Como "vamos ser pais"?!
A sós Dane e Léo permaneciam ajoelhados aos pés de sua esposa.
Ainda estavam hipnotizados com a notícia que receberam. Suas emoções
num conflito entre a felicidade e o medo.
Nininha levou cada uma de suas mãos a cada uma cabeça que se deitou em
sua coxa chorando. Fez carinho neles num gesto não pensado, mas que os
acalmou. Então Dane a olhou novamente e com lágrimas escorrendo pelo
rosto disse:
— Me perdoe, não consegui digerir direito a notícia porque não
estava esperando, não estávamos esperando e talvez nossa reação não tenha
sido como você gostaria. Mas como lidar com essa emoção transbordante.
Não estava nos meus planos, não estava nos nossos planos e vínhamos
falando sobre isso esses dias. E estavamos mais certos do que tudo que isso
não era uma possibilidade. Mas, mais uma vez fomos pegos pelo destino,
mais uma vez o querer de Deus se faz presente em nossas vidas. E apesar de
não esperarmos e não estarmos preparados, esse bebê já é mais amado e
desejado do que tudo nesse mundo. Eu tenho certeza que eu sou um dos
homens mais felizes deste mundo nesse momento...
— É claro, porque o outro sou eu... Eu não tenho palavras para
expressar o que sinto agora minha princesa, minha rainha... Estou com um
misto de pavor e ansiedade. Realmente não recebi a notícia tão bem, assim
como vocês também. Mas a única certeza que tenho é que ao lado de vocês
estarei apto para enfrentar qualquer medo. Eu não posso negar princesa, o
quanto eu fui egoísta pensando em ter você só pra gente pelo menos por um
ano, mas ao pensar que dentro dessa barriguinha existe um meninão sendo
gerado por você, eu não consigo imaginar como éramos felizes sem saber da
existência dele.
— Mas Léo, ele nem está aqui....
— Mas é claro que está. — Confirmou Léo beijando sua barriga.
— Eu amo vocês meus amores e sinceramente eu fico imaginando
como vocês são nessas batidas contra o tráfico. Porque vocês parecem dois
fracotes quando se trata de emoções. Como vocês, também fui pega de
surpresa, mas lido bem com surpresas, principalmente quando são para me
fazer feliz. Também estou com medo, mas eu sei que com vocês serei capaz
de tudo. E Léo, só pra você se ligar, nesse exame não saiu o sexo do bebê.
— E daí?
— E daí que pode ser uma menina.
— Minha esposa amada, você acha mesmo que homens como nós
trazemos mulheres ao mundo. Traremos varões.
— Idiota, olha a merda que você fala!... Seja qual for o sexo do bebê
que ele venha com saúde, é só isso que importa. — Disse Dane.
Agora Nininha ria das asneiras sem sentido que Léo dizia, da notícia
que ainda a assombrava e da felicidade na expressão de seus maridos. Foi um
susto, uma surpresa e com certeza uma alegria. Nininha estava louca para
falar para seu pai e suas amigas, queria ver a reação deles ao saberem da
chegada de um bebê à essa grande família. Mas o mais importante disso tudo
é que mesmo completamente despreparados para essa nova mudança eles
saiam daquele hospital sabendo que do amor deles vai nascer um bebê que
mudará suas vidas para sempre e fortalecerá mais ainda essa união.
Abraçados em pé no meio do consultório os três não sabiam que seria
possível o amor deles, que já era tão grande, aumentar tanto e ainda assim
caber no ventre de Nininha.
— Agora vamos pessoal, preciso dizer ao mundo que estamos
grávidos! — Disse Léo vermelho de tanto choro.
Dane abriu a porta do consultório e avistou o doutor no corredor. Foi
em sua direção o deixando meio tenso, abraçou ele que ficou imóvel entre os
braços de Dane e disse:
— Desculpe minha cara emburrada e obrigada pela melhor notícia
que eu poderia receber na vida.
— Ok Daniel, parabéns! A você também Leonardo. Que essa criança
traga muitas realizações para os três.
Repletos de felicidade pura e abundante, seguiram de mãos dadas para
o estacionamento questionando a melhor maneira de dizer ao seu Silva que
seria avô.

”Keep Kalm, estamos grávidos!”


Capítulo 52: Uma avalanche repleta de emoções.

Completamente extasiados, os três corações palpitando de tanta


alegria foram direto para casa do seu Silva. Era impressionante como eles

estavam em silêncio dentro do carro, mas faziam um barulho com os olhares

e sorrisos que trocavam pelo retrovisor. Uma nova onda de amor os

inundava, uma nova sensação. Os meninos estavam tão cheios de si que

pareciam ser capazes de tocar o céu e mudar as nuvens de lugar. O

nervosismo, o susto, o resultado inesperado dessa consulta tudo isso ainda

fervilhando em suas cabeças. Léo ia atrás no carro, mas encostado no banco

em que sentava Nininha com a mão na sua barriga. Dane mantinha quando

dava, a mão entrelaçada à dela sobre sua coxa e Nininha era um pequeno

material radioativo que emanava em todas as direções amor em forma de

energia.
Seus pensamentos estavam direcionados para o bebê que carregava e,
em tudo o que mudaria em sua vida. Na verdade pensou em como às coisas
tomam rumos fora de suas expectativas, tudo na vida dela acontecia fora da
programação.
Mas, tudo o que acontecia a fazia extremamente feliz. Já não seria fácil antes,
agora nem se fale, mas era esse seu caminho e o seguiria da mesma maneira
que estava querendo antes, com amor.
Antes de chegarem à casa de seu pai Nininha teve uma ideia.
— Dane, pare ali naquela loja por favor?
— Ali?
— É.
Confuso ele e Léo se entreolharam, mas antes que fizessem alguma
pergunta ela disse:
— Vamos surpreender papai.
Os dois sorriram da carinha que ela fez de quem iria aprontar, e
seguiram seu plano. Uma hora e meia depois, voltaram os três eternamente
sorridentes para o carro com uma sacola nas mãos de Léo. Ao entrarem no
carro Léo disse:
— Amor, por que você não vem aqui atrás comigo?
— Por mim tudo bem. — Respondeu ela indo em direção à porta
traseira.
— E eu vou de chofer??? — Questionou Dane em tom de brincadeira.
— Para de falar e dirige papai do ano! — Resmungou Léo colocando
Nininha atravessada no colo como se fosse a ninar.
Sorridente Dane semicerrou os olhos para Léo pelo retrovisor e disse:
— Tá bom malandrão, mas quando subirmos para casa você dirige,
valeu papai do ano?
Todos riram do sarro que tiravam um do outro, então Nininha falou
entrando na brincadeira:
— Para evitar problemas, a mamãe do ano aqui pode ir dirigindo e
vocês dois aqui atrás.
As gargalhadas saíram sem censura até que Léo disse:
— Tá maluca, você não pode dirigir nesse estado em que está.
— Você quer dizer no Rio de janeiro, Léo? — Ela perguntou de
deboche.
— Não amor, digo grávida do nosso filho. Aliás, muitas são às coisas
que pensar sobre isso. Acho melhor Dane, fazermos a jacuzzi que ela quer e
daí ela passa a gravidez da cama para jacuzzi, da jacuzzi para cama, também
pode descer, ir na piscina e dar uma volta e outra no quintal. Nossas escalas a
princípio quando voltarmos ao trabalho, está intercalada então sempre terá eu
ou você, mas o dia que não estivermos, contratamos alguém para ajudar a
cuidar dela e da casa...
— Pera aí Léo! — Disse Nininha se empurrando para fora do colo de
Léo por conta do absurdo que ele falava e sentando ao lado dele no banco. —
...Eu não estou doente, apenas grávida, e isso não quer dizer que tenha que
ser mantida em cativeiro até que meu bebê nasça. Vocês podem ser Meus
dois Federais, mas eu não vou ser prisioneira de vocês. Pelo menos... Não
dessa maneira. Mas curti a ideia da jacuzzi! Acho válido. — Terminou
melosa e rindo.
Enquanto Dane saía com o carro para estrada e ouvia sua esposa,
sorria pensando em quantas lutas teriam até o final dessa gravidez.
Ele não pensava exatamente como Léo, em mantê-la sem fazer nada. Sabia
que às coisas teriam que ser diferentes, e percebeu que nessa situação, o
maleável seria ele. Mas, não agora. Querendo colocar mais lenha na fogueira
Dane falou:
— Amor, você não está apenas grávida. Está esperando um filho
nosso. De nós dois. Então, por si só, já é uma grande diferença.
— Exatamente Dane. Vem amor senta aqui no meu colo porque o
carro sacoleja muito, não quero meu garoto numa máquina de lavar.
— Léoooo... Tá de brincadeira né.
— Não! — Respondeu ele pegando-a no colo e mantendo-a lá,
mesmo com sua pequena luta.
Ela até tentou se desvencilhar dele, mas quando ele além de segura-la
começou a ministrar beijos gostosos em seu rosto e pescoço, não teve como
não relaxar. Dane apesar de prestar atenção no trânsito olhava vez em quando
os dois pelo retrovisor e contente pensava o quão sortudo ele e Léo eram.
— Caramba, essa notícia da gravidez me deixou tão aéreo que esqueci
que tenho que passar no antigo apartamento e pegar umas contas com o
porteiro. Amor se incomoda se formos agora. Não quero sair após o almoço,
com certeza quando meu sogro souber do presente que você carrega, vai
querer brindar à tarde toda. Podíamos até já levar umas cervejas.
— Por mim tudo bem, só não demora porque estamos com fome. —
Falou Nininha se referindo a ela e ao bebê.
— Pode deixar. — Assim Dane seguiu para o antigo apartamento.
Quando chegaram lá, Nininha estava apertada, o porteiro permitiu que
ela fosse no banheiro de serviço. Enquanto ela se dirigia para lá, escutava Léo
e Dane eufóricos falando:
— Vamos ser pais... Sim... Nós dois... É...
Ela ria de se mijar, literalmente. Ao voltar não encontrou Léo,
somente Dane. Ele a abraçou e seu Elizeu a cumprimentou com uma cara sem
graça, bem envergonhado mesmo. Com certeza ficava passando pela cabeça
daquele homem simples como era possível ela estar grávida dos dois. Ele era
muito educado não iria dizer nada, porém Nininha imaginou a história que ele
teria para contar quando chegasse em casa.
— Onde foi Léo?
— Foi na padaria amor, volta já. Vamos para o carro?
— Sim.
— Seu Elizeu obrigada por guardar as cartas, qualquer problema, o
senhor tem meu telefone é só ligar.
— Sim, senhor Daniel, e mais uma vez parabéns para... Vocês.
— Obrigado!
Chegando ao carro avistaram Léo vindo com algumas sacolas.
Dane abriu a mala do carro e enquanto ele e Léo guardavam às sacolas
Nininha se acomodou no banco da frente. Léo se queixou por ela não ter
entrado atrás, mas Nininha fez a egípcia e permaneceu na frente.
— Princesa, aqui, trouxe suas rosquinhas. — Falou Léo deixando um
pacote na mão dela. Muito feliz ela abriu o pacote e se deliciou com uma.
— Nininha, você não vai poder ficar comendo essas besteiras direto.
Precisa ter uma alimentação adequada para você e nosso bebê. Quando
formos ao obstetra precisamos ver isso. — Falou Dane ao entrar ao seu lado.
Bufando de boca cheia ela disse:
— Olha só, eu juro que se vocês dois me encherem o saco, eu vou
passar a minha gravidez na casa do meu pai, entenderam? Merda!
— Por mim tudo bem, você pode ir para onde você quiser porque nós
vamos juntos, você querendo ou não. — Falou Léo enfiando a mão no
pacote, pegando uma rosquinha e beijando-a na bochecha, deixando-a
boquiaberta.
Pais de primeira viagem costumam ser muito cuidadosos e até
exagerados na gravidez. O medo do desconhecido, de algo que eles
produziram, que lhes pertencem, mas não podem fazer mais nada, a não ser
esperar acontecer, é bem devastador.
Geralmente homens que em suas vidas são fortes e seguros, tendem a se
transformar em massas gelatinosas em saber que sua mulher carrega um filho
seu. Saber que foram capazes de fincar sua semente e continuar sua árvore
genealógica os fazem se sentir donos do mundo. Esse é um super poder que
Deus dá aos homens. Sabemos que as mulheres são as abençoadas genitoras,
tocadas por Deus para gerar vidas. Mas os homens também são tocados por
tal poder e se enchem de orgulho por saber que através de si irão trazer uma
vida ao mundo, um herdeiro. Alguém que o perpetue. A mulher leva a
maternidade com amor e o homem com a certeza da perpetuação de sua
história.
O que é um homem sem história, apenas um acúmulo de vivências passadas.
Mas quando um homem se transforma em pai, todo esse acúmulo de
vivências serve para auxiliar o caminho de sua prole perpetuando sua história
por várias gerações os tornando imortais. Tão bom seria se, todos os homens
pudessem se vestir desse desejo e se fazerem pais dignos de serem
eternizados.
Enquanto uns passam por essa experiência sem ser tocados pelo
divino e se esquivando da oportunidade de ser pai, outros se entregam de
todas às formas e tentam fazer de tudo para acertarem, mesmo fazendo tudo
errado.
Léo nessas primeiras horas da descoberta de ser pai, já escorregava
nas suas boas intenções. Apesar de ter sido criado em uma família que a
última palavra era do seu pai "sim, senhora", isso quando ele tinha a
oportunidade de falar algo, Léo não se fazia passivo diante do fato da
responsabilidade de ser pai. Dos três ele era o mais maleável, diplomático,
mas, diante dessa nova perspectiva já demonstrava sua opinião enérgica e de
certa forma inquestionável.
— Léo, você está começando a me irritar. — Praguejou Nininha.
— E eu estou ficando enjoado... Essas rosquinhas são horríveis. —
Disse Léo.
— Ah! Pronto, agora só falta receber a notícia que a gazela também tá
grávida. Desse tenho certeza que eu não sou o pai. — Soltou Dane.
Novas gargalhadas soaram dentro do carro. Nininha que estava com a
boca cheia, teve que pôr a mão para não cuspir restos de rosquinhas. Léo
atrás do carro tinha a mão na barriga enquanto tentava controlar o riso e
xingar Dane ao mesmo tempo. E Dane, dirigia feliz em direção à casa de seu
sogro, ouvindo os mais belos sons de risadas, contente por quebrar o clima
tenso que se criava entre eles. Pensava com isso que teria que conversar
seriamente com seu amigo.
Da varanda seu Silva avistou o carro dos seus genros entrando em sua
rua. Logo gritou para Gracinha, que estava na cozinha:
— Eles chegaram Gracinha, vem.
Descendo a pequena escada, foi até o portão da garagem para abri-lo.
Seu Silva estava louco para ver sua filha e ter certeza se aqueles olhos cor de
mel ainda brilhavam como no casamento e se o sorriso ainda estava no lugar
que estacionou há alguns meses atrás. Quando estava com às duas faces do
portão abertas, seu Silva escutou o buzinar ensurdecedor do carro que
esperava. Sem entender o motivo da balbúrdia, seu Silva só balançava a
cabeça olhando em volta na casa dos vizinhos rezando para ninguém
reclamar. Mas esse receio se foi quando seus olhos avistaram os de sua filha
com a proximidade do carro. Estava tudo lá, um pouco mais intenso. O que
uma lua de mel não fazia aos recém casados.
Seu Silva ria da barulheira que eles faziam ao dar passagem para que
eles entrassem na garagem. Além do buzinaço, seus genros batiam na lataria
do carro, sorrindo e gritando que chegaram. Ele fechou às portas enquanto ia
acenando para algumas vizinhas curiosas que apareceram na janela.
— Paiiii!!!! — Pulou Nininha em seu pescoço pelas costas.
Surpreendido, seu Silva segurou nos seus braços que estavam em seu
pescoço e acariciava ternamente.
— Oi pequena, vai dizer que já estava com saudades de seu pai?
— Tava, tava, tava... — Dizia ela beijando todo o rosto de seu pai o
deixando vermelho.
Léo saiu do carro meio emburrado com a forma que sua esposa pulou
em seu pai, podia ter se machucado ou ao bebê. Dane que percebeu o que Léo
pensava, logo se chegou perto dele pedindo para que ele relaxasse um
pouquinho. Quando Léo iria dizer algo ao amigo, escutaram uma voz vindo
da varanda.
— Ei!! Que bagunça foi essa, que não fui convidada? Vocês
chegaram meninos, vocês trazem vida para essa casa.
— Literalmente... — Soltou Léo sorrindo de lado insinuante e
recebendo automaticamente um tapa no braço de seu amigo.
Gracinha não entendeu nada e Nininha olhou para Léo interrogativa,
ele dizia com os lábios sem som "o que foi". E recebeu um "idiota" da mesma
maneira.
— Vamos gente entrar, acabei de tirar o assado do forno. — Dizia
Gracinha toda alegre.
— Vamos sim, estou faminta. — Seguiu Nininha para dentro de casa,
deixando seus maridos e pai para trás.
Durante o almoço fizeram vários comentários sobre o casamento, a
festa e a lua de mel. Seu Silva contou que teve que trazer Bruna no colo para
casa porque ela estava tão fora de si que queria mergulhar naquele mar. Lary
acabou dormindo em cima de uma toalha de mesa que ela pôs na areia, junto
com um garçom, que ao invés de trabalhar ficou com a madrinha da noiva a
festa toda. Disse como acomodou e assistiu a família de Léo até que
retornassem para casa. E que o serviço de buffet deixou a praia como
encontraram antes, limpa. Eles riam de todas às situações inusitadas que
ocorreram e comentavam o quanto foi emocionante tudo o que se passou.
— Meu sogro obrigada, sem sua ajuda e parceria nada seria possível e
nós nunca vamos parar de lhe agradecer por tudo. — Disse Dane.
— É pai, apesar de eu ter num primeiro momento ficado um
pouquinho chateada, por ser "enganada" por vocês e pelas meninas, ao pensar
sobre tudo o que aconteceu depois com calma, entendi o quanto de amor
vocês empregaram para me preparar essa surpresa e me fazer feliz. O que me
define aqui hoje diante dessa mesa junto com os amores da minha vida, é
gratidão. Minha vida tem sido recheada de boas surpresas e muito amor... E
por falar de surpresas, trouxemos um presente da lua de mel para o senhor ...
— Na verdade, não "dá" lua de mel exatamente... — Léo disse
insinuante cortando ela.
— Cala boca idiota... — Dane foi quem cortou Léo.
Confuso, seu Silva olhava entre eles tentando entender. Mas logo
Nininha se levantou e foi para sala. Seus genros foram logo atrás e diante
disto, ele olhou para Gracinha que estava sorridente, fez um gesto de "fazer o
que né" e foi junto com ela para sala também.
— Pai, uma vez o senhor disse que não queria que nós ficássemos o
tempo todo pedindo obrigado pelo seu companheirismo e tal, mas que existia
outras maneiras para isso. Bom achamos que esse presente é a sua cara e
temos quase absoluta certeza de que vai gostar. — Nininha disse isso
tentando não se emocionar demais e estragar a surpresa.
— Mas minha pequena, meu presente é sua felicidade, enquanto você
for feliz para mim é o céu.
— Ahhhh meu Silvinha, deixe de conversa e pegue logo esse pacote.
É sempre bom receber presentes, ainda mais de quem a gente ama. Estou
curiosíssima, abre!! — Dizia Gracinha batendo palminhas.
Sentando, o pai de Nininha pegou o pacote e abrindo um sorriso,
começou a desembrulhar repetindo que não precisavam terem se preocupado
em lhe trazer presente. Gracinha sentou no braço do sofá ao seu lado,
enquanto Nininha, Léo e Dane um pouco apreensivos, se mantinham em pé.
Do embrulho, seu Silva tirou uma camisa basicamente de cor branca.
— Obrigada gente, eu gosto muito de camisas brancas. — Seu Silva
falou meio sem graça.
— Papai, vê o que está escrito nela. — Incentivou Nininha já com os
olhos cheio d'água.
Seu Silva desdobrou toda a camisa e via que na frente havia alguma
coisa escrita em letras enormes...

”ADIVINHA QUEM VAI SER VOVÔ?”

— Olha!! Que bacana e original, assim que eu descobrir que serei avô,
será meu uniforme predileto...
— Então... Meu sogro, acho que essa é uma ótima ocasião para usar.
— Falou Dane com a voz embargada.
Todos na sala olhavam para seu Silva que se levantou e olhava para a
camisa e para eles ainda sem entender direito o que estava acontecendo.
— Vamos meu sogro, veste logo seu uniforme, pois o senhor vai ser
vovô! — Disse Léo que já não se aguentava mais esperar que seu Silva caísse
na real sozinho.
Silêncio total na sala. Nininha e Dane tentavam segurar suas lágrimas,
Léo tentava se segurar para não gritar. Ambos esperavam a reação de seu
Silva que estava como estátua plantado de frente para eles. O silêncio foi
cortado ao som da voz de Gracinha:
— OH MEU DEUS! OH MEU DEUS!! OH MEU DEUS!!! BEM
QUE EU DESCONFIAVA.
Ainda atônito, o futuro vovô só movimentava os olhos que seguiam
de Nininha para seus genros. Não conseguia emitir nenhuma palavra, incapaz
de fazer qualquer outra coisa se não tentar internamente segurar a emoção
que poderia pelo jeito levá-lo a explodir de tanta felicidade. A única coisa que
não conseguia controlar eram seus olhos que já transbordavam tudo o que ele
gostaria de falar e não conseguia. Via à sua frente na imagem embaçada, sua
filha que lhe trazia a boa nova chorando emocionada, via seus genros
emitindo extasiados aquela energia no sorriso que só um homem que deseja
muito ser pai emite. A emoção, a surpresa da notícia era tão grande que seu
Silva perdeu às forças das pernas e caiu para trás no sofá. Todos, sem
exceção, foram em sua direção para acudi-lo.
— Eu vou buscar um copo com água e açúcar, falem com ele
meninos, abanem ele, façam alguma coisa. — Ressaltou Gracinha nervosa
indo à cozinha.
Em contrapartida Nininha, Dane e Léo tentavam fazer seu Silva sair
do transe e falar com eles.
— Meu pai, por favor, fala alguma coisa. — Falava Nininha, sentada
ao seu lado limpando às lágrimas que desciam de seu rosto com seus dedos,
tentando ainda controlar às suas próprias.
Como reagir a segunda maior e melhor notícia de sua vida? Como
expressar uma felicidade indecifrável, algo que corre por suas veias sem
controle e te toma por inteiro. Seu Silva tentava se recuperar da onda de
emoção que o tomava quando virou o rosto para sua filha, encontrou aqueles
olhos cor de mel inundados, alcançou sua mão em seu ventre e disse:
— Pequena, é sério mesmo os dizeres desta camisa, é verdade que o
presente que me trouxe não estava no embrulho e sim em seu ventre. É
verdade que mesmo após todas as emoções que tive esses últimos meses
ainda vou ter essa? Quer matar seu pai do coração?
— Sim, sim pai. Eu vou ser mãe e o senhor vovô. E tenho certeza que
será o melhor avô do mundo, então segura esse coração. — Explicava ela já
não sustentando às lágrimas, deixando-as cair ininterruptamente lavando seu
rosto tomado de emoção.
— Mas tão rápido, vocês acabaram de vir da lua de mel e....
— Ora Silva, até parece que você acha mesmo que isso só poderia ter
acontecido após o casamento. — Dizia Gracinha lhe oferecendo o copo com
água e açúcar.
Dane e Léo riram do tom sacana da brincadeira de Gracinha, mas logo
levaram uma olhada de seu sogro que bebia a água. Rapidamente disfarçaram
o sorriso. Após beber a água ele entregou o copo vazio para Gracinha
agradecendo, não só pela água como também por fazê-lo pensar em como foi
feito seu neto. O que tirou mais gargalhadas dos meninos inclusive de
Nininha e Gracinha. Tomando a palavra Léo disse:
— Brincadeiras à parte meu sogro, o que importa é que seremos pais
e o senhor avô. E que como disse dona Gracinha quando chegamos,
trouxemos vida para sua casa. Isso me faz lembrar de uma primeira conversa
que tivemos, na qual, o senhor mesmo disse que não via a hora de ver essa
casa cheia de netos. Eu sei que começamos um pouquinho cedo de mais, mas
mais uma vez é algo que aconteceu em nossas vidas sem escolha. E mais uma
vez algo maior que nós três, um amor que já é maior do que nós e tenho
certeza que se estende ao senhor. Parabéns seu Silva, o senhor acaba de ser
promovido de pai da noiva para vovô do ano.
Atento às palavras de seu genro e sem tirar a mão da barriga de sua
filha, seu Silva já se via correndo atrás de um pequeno serzinho
perambulando de fralda pela casa. O choque se transformou em euforia, seu
Silva puxou Nininha para um abraço apertado e cheio de cumplicidade. Ao
solta-la seu Silva se levantou aos prantos e puxou Léo para um abraço que
logo foi retribuido e se deixou levar pelas lágrimas também, e do mesmo jeito
foi Dane, que próximo aos dois foi tocado no ombro pelo seu sogro e também
condicionado a se juntar a eles nesse abraço triplo, compartilhando a alegria
masculina de saber que serão responsáveis pela criação de uma nova vida.
Seriam a base dessa criação e por isso essa união entre os três tinha que ser
ainda maior e mais forte.
Do outro lado Gracinha parabenizava Nininha e a auxiliava diante da
emoção de ver seu pai junto com seus maridos chorando emocionados pela
chegada de seu bebê.
— Acho que agora já consigo falar alguma coisa.... Mas primeiro
quero colocar meu novo uniforme... Pronto! Agora sim, devidamente vestido.
Pequena venha cá... Não, não chore mais, você tem que ser o elo forte,
porque vejo que esses dois chorões não são tão fortes assim...
— Inclusive o avô também… — Soltou Gracinha recebendo um olhar
fulminante de seu Silva. — Já não está mais aqui quem faloou… — Disse e
foi até a cozinha.
— Como eu ia dizendo... Pare meu amor de chorar, faz mal ao bebê.
Meu neto precisa de um ambiente calmo e tranquilo para crescer em paz e
esse chororo não faz bem para ele. Mas minha filha, como isso foi acontecer,
você esqueceu de tomar a injeção?
— Ai pai, estou tão feliz e tão assustada ao mesmo tempo... Tantas
coisas acontecendo e ai vem essa notícia. Eu realmente não esperava, eu me
cuidava, mas como dizem às pessoas, Deus sempre dá um jeitinho. O médico
que me atendeu disse que meu anticoncepcional perdeu a eficácia quando tive
que tomar aquela bateria de remédios quando estive doente da garganta. E foi
assim que meu bebê aconteceu.
— Filha minha, está tudo bem, já não importa mais como aconteceu
ou porque tão cedo. O que realmente é importante, é que essa criança venha
ao mundo cercada de amor, que sejamos os alicerces para que ela componha
sua personalidade com tudo o que há de melhor em um ser humano e
principalmente que sejamos capazes de prepara-la para esse mundo em que
vai nascer. Não posso deixar porém, de dizer que não me preocupo com tudo
o que ela pode vir a sofrer, por conta do tipo de relação em que foi concebida,
mas tenho certeza que juntos conseguiremos guia-la tão bem pelo caminho do
amor que ela passará por tudo sem danos. E com nossa ajuda irá aprender a
transformar qualquer ato ruim em aprendizado. Apesar de você viver dizendo
que sou o melhor pai do mundo, não estou muito certo disto, porém não
tenho dúvidas que serei o melhor avô que meu neto poderia ter. Nininha, Léo,
Dane vocês hoje me fazem viver o segundo dia mais feliz da minha vida, o
primeiro foi quando sua mãe me comunicou que seria pai e agora, hoje, a
notícia que eu serei vovô. À partir daqui esperarei ansiosamente pelo dia em
que você entrará pela aquela porta e me dirá que traz um menino em sua
barriga. Convenhamos, chega de meninas!! — Seu Silva dizia às palavras
num misto de emoções, chorava em algumas frases, mas ao chegar ao final e
falar sobre sua preferência no sexo do bebê seu humor mudou para melhor. A
possibilidade de ser vô de um menino o fez ainda mais feliz. Mas no fundo
tudo o que ele desejava era ser chamado de vovô, independente do sexo.
— Aee sogrão!! Tamu junto! E podes crer, será um menino. — Disse
Léo puxando seu Silva para um novo abraço.
— Ah meu genro, Deus te ouça, mas é melhor estarmos preparados
para tudo. Se há uma coisa que aprendi nessa vida de ser pai, é que atrás de
uma surpresa sempre vem outra e outra e assim vai. Uma avalanche
carregada de emoções.
— Isso seu Silva, eu e sua filha já dissemos para ele que essas coisas
não tem como prever, mas o bonitão aí acha que sabe tudo.
— Minha gente, eu sinto isso, sinto que tem um meninão na barriga
linda da minha esposa. Não existe outra possibilidade, simples assim. —
Dizia Léo enquanto abraçava sua esposa por trás e acariciava sua barriga.
— Bom meu genro, tomare que esteja certo, adoraria ser vô de um
menino. Mas serei feliz se vier uma cópia de minha filha também.
— Foi também o que disse a ele, meu sogro. — Falou Dane
concordando.
— Homens, homens, homens... Vocês sempre querendo controlar o
mundo e às vontades de Deus. Pois bem, vamos fazer o seguinte, que tal
fazerem algo que estão mais acostumados como beber, brindar e comemorar
essa nova vida que vem ao mundo? Aqui, as latinhas que trouxeram já estão
no ponto. — Falou Gracinha ao entrar na sala com algumas latas nas mãos
fazendo todos rirem e Nininha concordar com o que dizia.
Por fim, todos brindaram ao novo herdeiro, Nininha é claro com um
copo de suco, votos de saúde e felicidade eram feitos por seu Silva e
Gracinha, acompanhados pelas promessas dos futuros papais em se tornarem
os melhores pais para esse bebê.
A tardinha Nininha dormia no quarto que mantinha na casa de seu pai
enquanto os machos alfas bebiam e se vangloriavam do quão maravilhosos
pais e avô seriam. Dona Gracinha já de saco cheio de tanta testosterona,
também se recolheu para o agora seu quarto para ver Tv. Logo que vieram
para casa após o casamento de sua filha, ainda tomado de tantos sentimentos
e a dica do bouquet, seu Silva tomou coragem e convidou Gracinha para
morar com ele. Ela aceitou na hora, disse que já não tinham mais idade para
ficar pensando muito, tinham é que viver. E se fosse juntos, melhor ainda.
Realmente eles estavam a cada dia se dando melhor, a companhia que faziam
um ao outro era muito boa.
Na varanda Léo abria mais uma latinha e entornava o líquido nos
copos dele, de Dane e de seu sogro, após passar algum tempo ao telefone
com sua mãe e família contando a novidade.
— E o que seus pais disseram, Léo? — Perguntou seu Silva.
— Estão todos felizes, mamãe histérica e minha irmã chorando
horrores. Não duvido nada dia desses elas aparecerem por aí.
Os três faziam vários planos para o futuro com essa criança que iria
nascer, Dane era um pouco mais arredio em relação a ser menino. Era ele que
sempre puxava a frase "E se for menina?" Isso tirava Léo do sério e fazia seu
Silva rir dos dois.
— E quando farão a ultra para ter certeza se será um menino ou
menina? — Perguntou seu Silva.
— Não sabemos. Na verdade vamos na terça na consulta com a
ginecologista dela que também é obstetra, como mandou o médico e ela vai
dar início ao pré natal... Essas coisas. Mas acho que ainda não deve dar para
ver o sexo do bebê não. Ela quase não tem barriga.
— Talvez dê sim, hoje em dia é tudo tão moderno. Mas acredito que
depois que vocês ouvirem o batimento cardíaco do coraçãozinho do seu bebê,
o sexo não será mais importante. E vou avisá-los, estejam preparados, vocês
nunca escutaram e nem escutarão nada parecido, vão até achar que eram
surdos antes de ouvir o coração de seu bebê e melhor de tudo, essa vai ser a
melodia de suas vidas. Vocês farão de tudo para que ela não termine nunca.
— Se expressou seu Silva com olhos marejados. De certo que em suas
memórias veio a primeira vez que ouviu o coração de sua filha.
Completamente focados em que seu Silva dizia, os meninos já se
imaginavam ouvindo o coração de seu pequeno bebê pulsando de dentro da
barriga da mãe.
— Será que já vai dar para escutar o coração dele, a barriga de nossa
esposa é tão pequena? — Questionava Léo olhando para Dane.
— Eu não sei mano, só sei que não vou dormir até lá, aguardando
ansioso para escutar essa tal melodia. — Falou Dane absorto em seus
pensamentos e já se emocionando novamente com o milagre de ser pai.
Seu Silva olhava aqueles caras à sua frente que há alguns meses
mudou sua vida, roubou o coração de sua filha e a levou com eles. Mas
também trouxeram tantos sentimentos à tona, tanta alegria e tanta esperança.
Chegaram em sua vida de maneira nada convencional, o que fez seu Silva
passar um bocado de tempo pensando e repensando seus próximos passos.
Mas quando se abriu de verdade e permitiu que eles entrassem sem barreiras
em sua vida percebeu o quanto esperava por isso. Essa cumplicidade entre
sogro e genro, essa renovação de sua família que há muito tempo só consistia
nele e Nininha era muito bem vinda. Com isso ganhou ainda a graça de um
novo amor. Mas seu Silva se preocupava com a forma inusitada que se
expandia essa família. Bateu nele algumas questões ao olhar seus genros que
antes não havia imaginado. Coisas tão simples, porém tão importantes, como,
quem seria o pai biológico do bebê. Para Nininha e para ele havia a certeza
de que era seu. E para os dois que se intitulam ambos pais do mesmo bebê?
O mundo mudou, mas algumas coisas ainda são feitas como
antigamente. Ainda observando a interação dos dois genros à sua frente,
notou que em momento algum nenhum deles fez menção em dizer que o filho
era só de um ou só de outro. Sempre o denominavam de nosso filho, vamos
ser pais, somos pais... E assim vai. Seu Silva não poderia passar à vida com
essa dúvida. Queria ter certeza se esse poderia não ser um motivo de
discórdia dentro de um casamento como o deles. Nenhum amor sobrevive à
inveja e frustração. Antes ele se preocupava em eles se frustarem no âmbito
profissional por mudarem de vida para estar com Nininha. Agora a questão é
bem mais profunda, é biológica. Como será para eles não se identificarem na
criança que virá ao olharem para ela. Os pensamentos de seu Silva estavam a
todo vapor nessa direção e não conseguiu se conter, precisava avaliar a
atitude deles diante uma pergunta que poderia vir de qualquer um.
— Então rapazes, fiquei tão absorto com a novidade de ser avô que
me esqueci de lhes perguntar, qual dos dois é o pai biológico do meu neto?
Pegos de surpresa com a pergunta de seu sogro, Léo e Dane se
olharam como se decidissem quem responderia. Dane não entendeu muito
bem tal pergunta, ainda mais vindo de seu sogro que era tão compreensivo
em relação à essa união entre eles. Na verdade ele percebeu que não gostou
muito de ter sido questionado sobre esse assunto. Era muito simples em sua
cabeça, esse bebê e qualquer outro que viesse após esse, seriam filhos dos
dois. Então achou a pergunta meio descabida. Por isso não se sentiu a
vontade de respondê-lo, pois poderia até ser um pouco grosseiro e ele não
queria isso. A bebida já circulava em sua corrente sanguínea, mas o profundo
respeito que nutria verdadeiramente por seu Silva, o fez refletir em segundos
e se segurar para não acabar falando de uma maneira rude e ser mal
compreendido.
Seu amigo e parceiro de vida via a confusão em seus olhos. Se
conheciam tão bem que mesmo sem palavras sabiam exatamente o que o
outro precisava. E naquele momento, Dane precisava de Léo. Precisava que
Léo, muito mais consciente e evoluído do que ele em usar às palavras para se
fazer entender, pudesse responder o sogro deles fielmente e com todo o
respeito que ele merecia. E foi assim, Léo com sua mão livre levou na mão
direita de Dane e apertou sua mão na dele, um gesto como dissesse "Deixa
comigo brother". Dane devolveu o sorriso ternamente e o cumprimentou num
gesto afirmativo de cabeça.
Tudo isso acontecia sob a observação minuciosa de seu Silva.
Ele notou na expressão de Dane a incompreensão de sua pergunta e a luta
para não respondê-la de supetão e acabar sendo agressivo com ele. Já
conhecia algumas reações de seus genros. Eles eram muito transparentes
diante do que sentiam, e quando se tratava de seu relacionamento com sua
filha tudo era muito mais intenso e verdadeiro. Seu Silva por um momento
pensou em refazer a pergunta de uma maneira mais leve, mas ai o intuito de
avaliar como eles lidariam com essas e muitas outras perguntas no futuro, e
sobretudo, em momentos em que seu neto possa estar presente, o fez se
manter calado aguardando a resposta. E foi muito bom isso, porque
conseguiu assistir uma cumplicidade entre amigos que jamais tinha visto, é
claro que já havia sentido que essa amizade entre eles era especial, fora tudo
o que sua filha lhe dizia e tudo o que eles viviam já era o suficiente para saber
o quão era verdadeiro essa amizade.
Mas ver com seus próprios olhos esse momento de afabilidade entre eles
deixava seu Silva impressionado. Viu que sem palavras se entendiam e podia
dizer até que se questionavam com olhares cúmplices. Viveria uma vida para
tentar entender e poderia até morrer sem entender direito o tipo concebível
de afeição que esses dois tinham, porém seria agradecido sempre, por poder
fazer parte disso e que sua filha fora agraciada por estar entre toda essa
comunhão de sentimentos puros e inimagináveis até então para ele.
Ao toque na mão de Dane e a confirmação vinda dele para que Léo
respondesse, seu Silva assistiu Léo se direcionando para ele após um gole de
sua latinha e tentar responder a pergunta que ele havia feito:
— Eita sogro, essa pergunta é a que vale um milhão?.... — Sorriu
brincalhão, mas logo depois tomou uma postura mais controlada e
continuous. — ...Nós sabemos o quanto é difícil para às pessoas que estão de
fora entenderem o que se passa em nossa cabeça por querer uma relação
como esta. E contudo, aceitar sermos pais de crianças que na verdade possam
não ser biologicamente nossas. Poderíamos passar dias tentando explicar
tudo isso, porém mesmo assim acredito ser difícil o entendimento de alguém
que não vive isso na alma. Falando por mim, acredito que muito antes de nos
transformamos em seres biológicos, somos espírito, energia. Portanto o fato
de eu amar o filho de um irmão ou irmã integralmente como se fosse meu, só
me faz pensar que nossa ligação não é apenas biológica e sim de alma. Tantos
são os irmãos e irmãs de sangue que não se reconhecem um no outro, tantas
são outras pessoas que durante a vida encontram irmãos e irmãs que
nasceram de outras barrigas e a biologia não entra nessa conta. Então é assim
para nós, na nossa matemática em relação aos filhos não existe divisão. Serei
pai tanto do meu filho, quanto do filho do meu irmão. E é tão simples e puro
esse sentimento que não existe uma maneira de explicar, porque sabemos que
no fundo às pessoas não vão entender. Sentimos isso, vivemos isso, somos
isso. O entendimento virá apenas para aqueles que nos olharem com olhos de
amor, para aqueles dispostos a novos pontos de vista e principalmente para
aqueles cujo o novo sempre seja algo vindo para somar ou multiplicar e não
diminuir ou dividir.
Tenho plena consciência que ainda virão muitas perguntas como esta, e, que
não será fácil se manter pacífico para respondê-las e explica-las, porém com a
certeza maior, que qualquer dúvida vinda de qualquer um, é que o amor que
temos um pelo outro nos transcende e nos eleva para algo muito além. E não
importa o que aconteça, a nossa felicidade, a felicidade de nossa família
estará sempre em primeiro lugar. Por isso meu sogro, o senhor não tem com o
que se preocupar, se é isso que lhe preocupa. Dane e eu vamos brigar várias
vezes, mas não por motivos como este. Digo isto, porque senti em sua
pergunta o interesse de saber se vamos saber lidar com tudo isso. Não
sabemos o porquê de tudo, mas somos uma unidade de um todo. E não
haverá dúvidas, quando eu pegar meu bebê no colo e ver os olhos azulados de
meu amigo ainda assim serei o pai mais feliz do mundo. E tenho certeza que
meu brother aqui... — Nesse momento Léo deu dois tapinhas no peito de
Dane e percebeu que se segurava para não chorar, ele respirou fundo voltou-
se a olhar para seu Silva e terminou. — ...Se não fosse esse bebê chorão, diria
a mesma coisa. Acho que ele ia até preferir ver no nosso bebê, os meus
traços, por ser o mais bonitão.
Mesmo com toda a carga emocional que continha em suas palavras,
Léo não poderia terminar de outro jeito que não fosse com uma piada. As
lágrimas em Dane desceram e se juntaram ao sorriso que ele deu. Mas, muito
mais sorridente e emocionado estava o autor da pergunta. Mais uma vez seu
Silva se viu diante de algo tão sublime quanto o amor que tinham à filha dele.
Viu neles o amor fraternal mesmo sem terem laços de sangue. Já não se
sentia tão lisonjeado em ser apenas sogro desses dois e sim honrado por saber
que tanto sua filha, quanto seus netos, também seriam agraciados por
tamanha dádiva que seria ter dois pais tão amorosos como estes. Tentando
não atropelar a língua ao falar por conta das cervejinhas e também da
emoção, seu Silva disse:
— Realmente Léo, confesso que o intuito da minha pergunta foi
exatamente avaliar a reação de vocês diante de uma pergunta que
provavelmente será repetida várias vezes em suas vidas. Mas logo após fazê-
la, automaticamente assisti a cumplicidade entre vocês, a união inexplicável
de vocês dois. Não posso dizer que entendi completamente, porque não sou
eu que vivo isso. Porém acredito no que vocês sentem e respeito acima de
tudo vocês e o quê decidiram viver. O caminho não é difícil, às escolhas não
são difíceis o que é difícil é se manter íntegro com suas convicções sem
intervenção de outros. E acredito que no seu "Todo" não há pitacos de outros
que possa desfazer algo tão indestrutível como o que vocês dois têm e
mantém com Nininha. Para frente me resta apenas a glória de continuar por
merecer fazer parte desta história e ser tão bom avô como vocês serão bons
pais. Olho para vocês como olho para minha filha, com amor, e isso vocês
têm de sobra, não só por ela como também entre vocês dois. Eu já amo
vocês!
Ah, esses três! Quanta massa gelatinosa junta. Três homens de idades
diferentes, adultos e prontos para matar qualquer um, mas com um
diferencial, uma sensibilidade genuína e rara. Um prazer em se doar. Homens
que se permitiam ir além da figura masculina bruta e se deixar levar pela
abundância de sentimentos que lhes tomavam. Prontos para se dar e amar
ainda mais. Aceitando sua condição humana e espiritual de serem homens
por completo, tanto na parte da segurança e mantenedora, quanto na singela
demostração daquilo que tinham para oferecer que era o amor. Ainda tocados
pela corrente de sentimentos Dane se levantou apertou a mão de seu sogro e
disse:
— Concordo com tudo o que Léo falou. E concordo que essa
preocupação do senhor é válida, prometo que vou tentar ser o mais paciente
possível também em explicar. Mas sinto muito senhor, não sou como Léo
que sabe usar às palavras, e se eu perceber qualquer palavra indigna
direcionada a qualquer integrante da minha família não me importo de usar o
punho e deixar mais que explicado, deixarei tatuado para que a pessoa
aprenda a não se meter na vida dos outros. Ainda mais na da minha família.
— Não posso dizer que está certo meu genro, como também não direi
que está errado. Sei que faria de tudo para defender sua família e sempre
estarei ao seu lado. Se um dia acontecer algo do tipo e você perder a cabeça,
mesmo assim, tenho certeza que fará com consciência e sendo assim estarei
do seu lado. Quando se trata de nossa mulher e filhos o terreno é minado,
podemos até idealizar sermos de um jeito, mas quando a situação se mostra,
só aí sabemos como reagir realmente. Espero em Deus que por toda a vida de
vocês, não tenham que passar por tal agressividade. Bemmmm... Agora
vamos relaxar, que tal sairmos um pouco para tomar umas cervejas no bar
aqui perto e assim todos conhecerem o novo vovô do pedaço? Ainda quero
comemorar.
— Boa sogrão, só vou ver como está Nininha e já volto. — Falou
Léo já se levantando.
— Por mim ok, vou no banheiro e já venho. — Disse Dane.
— É, vai lá brother lavar o rosto, está parecendo um bebê chorão...
— Até parece que a gazela não chorou também...
— Rapazes, se controlem. Não quero que minha casa se encha de
penas de galinhas. E se adiantem, pois tô louco para desfilar com minha
camisa por ai.
(Risos)
Sonolenta Nininha se espreguiçava no quarto escuro. Abrindo os
olhos na penumbra viu que nenhum de seus homens estava por perto. Aos
poucos foi se levantando e foi ao banheiro, sua bexiga parecia que iria
explodir. Notou que da sala vinha a luz da televisão e foi até lá, antes passou
na geladeira e pegou uma travessa de gelatina de morango que Gracinha se
pôs a fazer após saber que ela estava doida para comer. Chegando na sala
encontrou Gracinha esticada no sofá vendo à novela.
— Oi gravidinha, conseguiu descansar um pouquinho? — Perguntou
Gracinha.
— Sim, e estou louca de fome....
Levantando-se do sofá Gracinha disse:
— Mas então espere que vou lhe preparar algo...
— Não Gracinha, veja já peguei a gelatina, já está de bom tamanho,
pelo menos para o começo. Nossa, agora eu estou entendendo essa fome toda
que ando sentindo ultimamente.
— É verdade, dizem que às grávidas sentem muita fome até de coisas
esquisitas, ah e sono também, fora os enjoos pela manhã ou por conta de
algum cheiro ou comida que não lhe agrada.
— É mesmo... Como não pude perceber isso antes.
— Oh, minha querida, senta aqui, você é muito nova e também se
garantia no contraceptivo que usava. Não se julgue. Tenho certeza que agora
percebe como tudo se encaixa não é mesmo.
— É... Nossa Gracinha, por que você nunca foi ma.... Oh! Me
desculpe, não queria parecer intrometida...
— Não, imagina querida. Você iria perguntar por que eu nunca me
tornei mãe?
— Sim era, e pelo que vejo seria uma ótima mãe. — Respondeu
Nininha e levou mais uma colher de gelatina à boca.
Suspirando fundo e com uma expressão tranquila, Gracinha disse:
— Obrigada meu bem, tenho certeza que se tivesse sido concedida
esta honra, poderia não ter sido a melhor mãe, mas faria sempre de tudo para
ser. Eu sou só um pouco mais nova do que seu pai, mas já não aguardo mais
ser mãe. Houve um tempo quando era uma jovenzinha como você, que ser
mãe fazia parte de meus planos. Porém tinha tantos planos e a vida foi me
apresentando tantos outros que acabei não tento oportunidade de realizar este.
A vida é assim mesmo não podemos ter tudo o que queremos e sim saber
conviver com o que recebemos.
— Pois é Gracinha, e é daí que nasce meu medo. Olho para minha
vida agora, ainda mais com esse bebê a caminho e penso o quanto sou
abençoada. É claro que tinha sonhos, mas não tão grandiosos como o que
estou vivendo. Meu medo é tão grande.
— Mas querida, medo de quê?
— Medo de morrer, medo de perder um dos meus meninos, medo de
perder meu pai, ou medo de que qualquer um deles adoeçam, medo de tudo e
agora medo dessa gravidez .... Tantas pessoas boas que merecem ter uma
vida como a minha, que merecem pelo menos um pouquinho do amor que eu
tenho e passam a vida sem ter e eu aqui transbordando tanta coisa boa, sinto
até vergonha, sabe?
— Shiiiii menina, quantos medos. Preste a atenção numa coisa que
irei lhe dizer, não sei exatamente qual é a sua religião e na verdade isso não
importa quando falamos em Deus, em vida, em amor. Eu sou um pouco de
tudo, mas tenho uma inclinação maior para o espiritismo. Então acredito que
cada ser tem um caminho pré determinado a seguir, mas apesar disso ainda
temos o livre arbítrio para ainda assim mudar o curso algumas vezes. Tudo
que passamos na vida é porque temos que passar, não como punição, porque
não acredito num Deus punitivo, sim por aprendizagem. E por que temos que
aprender? Para evoluir enquanto espírito, para alcançar o divino. Então
querida, não se martirize por achar que há pessoas que precisam mais de sua
felicidade do que você, porque somos seres únicos, moldados em fôrmas
descartáveis e com (na minha singela opinião) bagagem espiritual. Portanto
não temos como saber o porquê de muitas coisas, não aqui neste plano.
Temos apenas é que viver, lidar com a vida que se apresenta para gente, com
seus problemas e alegrias, da melhor forma possível. Nossa cruz não é mais
pesada e nem mais leve do que dos outros. E felicidade não é questão de
merecimento é estado de espírito, leveza interior e como a cruz, cada um tem
a sua felicidade proporcional. O mal do homem é querer se comparar ao
outro, sendo que é impossível porque somos únicos. Entendo seus receios,
somos frágeis, e tendemos a ser vencidos por esse lado mais pesado. Mas seja
forte e aproveite tudo que é seu, que toda essa felicidade seja a linha de frente
contra seus medos. E Nininha, nunca se permita ser menos feliz por qualquer
motivo que seja. E não se preocupe com o tempo. Para todos o tempo está
contado, então ao invés de deixar ele passar viva intensamente até ele
chegar. Agora venha cá e me dê um abraço. Saiba que pode contar comigo
sempre que quiser. Não quero ocupar o espaço de sua mãe, jamais pensaria
nisso, mas quero me fazer presente como alguém que ama seu pai e está
disponível para se encaixar em sua vida também.
Comovida com a profundidade dos dizeres de Gracinha, e sensível ao
extremo por conta dos hormônios, Nininha se deixou levar por esse sopro de
carinho. Retribuiu o abraço ofertado e nele se acomodou durante algum
tempo. Como ela queria ter tido essa conversa com sua mãe, mas agradeceu a
Deus pela representante que Gracinha foi.
— Gracinha, onde estão os homens desta casa?
— Disseram que foram ao bar, estava no quarto quando percebi Léo
no corredor, ele viu que eu estava acordada e como tinha ido até você e não
quis te acordar, me avisou que iam ao bar porque o vovô queria mostrar para
todos a novidade escrita em sua mais nova camisa preferida. Desconfio pela
hora, que em vez do bar da esquina foram para algum outro, do outro lado
do mundo.
Rindo Nininha voltou a comer sua gelatina e assistir novela com
Gracinha. Entre um e outro comentário sobre o folhetim, se conheciam cada
vez melhor trocando assuntos que surgiam.
Decidiram jantar, Nininha tentou ligar para o telefone de Léo e de Dane, só
para constatar que estavam na varanda. Seu pai também não havia levado o
seu, só restava a elas esperar pelos três.
Bem mais tarde as duas já estavam preocupadas com a demora deles.
Gracinha se ofereceu para ir no bar e procurá-los, mas Nininha disse que não,
que era melhor esperarem até meia noite. Deviam estar bêbados e não se
ligaram na hora.
— Sabe Gracinha, tava aqui pensando, Léo está irredutível quanto ao
sexo do bebê. Dane e meu pai não me preocupa muito, mas ja Léo, acho que
se esse bebê for menina ele morre do coração. Não sei da onde vem essa
certeza e querência toda. Vejo o quanto ele se dá bem com sua sobrinha.
— Nininha, alguns homens são assim, acham que se forem pai de
meninos sua masculinidade será inabalável coisa e tal. Mas não se importe
muito com isso, verás talvez após o primeiro impacto o quanto babão ele se
tornará ao ver sua menina nos braços.
— Será?
— Com certeza. Sabe, como professora leio muito, e em uma dessas
minhas leituras sobre comportamento falava sobre como os homens agem
quando se descobrem pais. Isso não acontece somente quando recebem a
notícia. Para cada um se dá em momentos diferentes e específicos. Ao
saberem, alguns já se vestiam com a capa de super pais, mas só caiam na real
ao ouvir o primeiro chorinho. Outros passavam a acreditar somente ao ouvir
pela primeira vez os batimentos cardíacos, e outros só se tocavam quando
sentiam seus movimentos na barriga da mãe, e tinham várias outras maneiras.
Também falava dessa sangria desatada de preferência por um gênero
específico. Mas que logo caia por terra quando a oração que faziam era para
que seu filho nascesse cheio de saúde. Então como vemos, tudo é muito
relativo, sabemos que Léo já ama essa criança independente do sexo. Sua
preferência acredito que não sobressairá ao seu amor incondicional. Pode ser
que fique um pouco frustado, isso também acontece, mas nada que um olhar
apaixonado de um filho não possa curar.
— Ai Gracinha, vamos orar então para que seja assim. A propósito
posso te perguntar uma coisa?
— Claro querida.
— Vejo que seu relacionamento com meu pai anda de vento em
poupa, e ele está muito feliz. Gostaria antes, agradecer a você por ser essa
pessoa maravilhosa e perguntar se você aceitaria ser chamada de vovó pelo
meu bebê. Me faria muito feliz, e tenho certeza que ao papai também.
Agora era a vez de Gracinha ficar sem palavras, o que era bem difícil.
E emocionada respondeu:
— Como disse antes, não quero ocupar um espaço que não me
pertence, mas sim, estou disponível para me encaixar. E se for do seu desejo
fico lisonjeada em ser chamada de vovó por seu bebê. Isso me faz muito
feliz. E Nininha, é a primeira vez que me sinto fazendo parte de algo de
verdade, isso me faz imensamente feliz. Obrigada!
Ao trocarem afabilidades, escutaram um barulho no portão e risadas
exageradas vindo do quintal. Logo elas se levantaram e foram ver o que
acontecia. Cada uma se pôs de um lado do batente da varanda e olhavam
chocadas e um pouco risonhas, os três bebuns que tentavam entrar pelo o
portão, os dois com o braço sobre o ombro de seu Silva que estava no meio.
Mas era claro que não dava para passar, tinham que desmontar o tripé para
cada um passar. Eles cantavam ou falavam alguma coisa incompreensível.
Nininha queria rir de verdade, mas começou a se preocupar ao ver que seu
pai estava muito ruim, nunca viu ele assim.
— O que vocês fizeram com meu pai? Vocês são loucos?! —
Vociferou Nininha.
— Amorrrrr... Linda... Gravidinha ... Minha menina .... Você está
especialmente maiiiiisss linda...
— Dane você está bêbado, mas o que ...
— Relaxx princesa ... Estamos os três... Apenas calibrados ... Nada
ruim ... Podemos... Somos os caras... Somos pais... E meu sogro aqui avô... E
nós estamos... Fedendo muito, mas felizes, tão felizes. Não fique chateada...
Nós só ultrapassamos um pouquinho a meta de algumas cervejinhas e... E...
E
— .... E dobramos a meta... Hahahahah — Seu Silva cortou a fala
trôpega de Léo finalizando com uma gargalhada seguida por Dane e Léo
também.
Ao longe Gracinha e Nininha os olhavam tentando não rirem juntas
com eles, o que ficou um pouquinho mais difícil quando seu pai pediu entre
soluços:
— Como é (soluço) ... Léo... (Soluço) ...A dancinha ... (Soluço) Que
fizemos...
E após isso já dentro do quintal, Léo, seu Silva e Dane sustentando
um ao outro iniciaram um can can desequilibrado ao som de suas risadas.
Não tinha como não rir.
— Deixe eles Nininha, olha como estão felizes. Amanhã falamos
sobre a bebedeira, agora é saber levar.
Um tempo depois seu Silva desagarrou de seus genros e foi quase
caindo até sua mulher que se adiantou e o auxiliou.
— Onde você estava Gracinha... (Soluço) ... Porque não ... Veio mais
cedo??? — Perguntou seu Silva abraçando-a.
— Ooo meu Silvinha, estava por aí me preparando para entrar em sua
vida exatamente quando entrei, e é por isso que estamos tão felizes. Tudo tem
seu tempo. Por exemplo, agora é tempo de um banho quentinho e um
aconchego na cama. O que você acha?
— Hummm... Acho muito bom, mas será que você pode lavar minha
camisa para eu usar amanhã quando for na padaria? — Disse seu Silva ainda
entre soluços.
— Claro meu bem, afinal esse é seu novo uniforme. — Dito isto
Gracinha se virou para Nininha e perguntou se referindo aos seus maridos —
... Vai precisar de ajuda?
Rindo Nininha respondeu:
— Não, talvez, qualquer coisa te chamo pode deixar, você já tem
trabalho suficiente aí. Obrigada por tudo.
— Tudo bem, se eles quiserem comer ainda não guardei as panelas,
tá.
— Beleza.
— Filha?! — Chamou seu Silva antes de entrar — Você não poderia
ter me dado presente melhor e não é sobre a camisa que estou falando... Te
amo!
— Também te amo pai.
— Eu também te amo sogro.... Ooooo você mora no meu coração...
— Dizia Léo fazendo gestos exagerados.
— Só nas segundas, quartas e sextas, porque nas quintas, terças e
sábados ele mora no meu... Né sogrãooooo! Te amo também!
— Ah é! E eu?? No meu, ele só mora aos domingos?
— Claro que não querida, o domingo é meu né, porque vc intercala
com seu pai no coração deles. Deixem um pouquinho pra mim né. — Disse
Gracinha entrando na brincadeira e todos riram.
Com seus maridos e pais de seu filho devidamente tomados banho e
"jantados", Nininha enfim conseguiu com a ajuda de Gracinha fechar à casa e
guardar as panelas. Dane já dormia que nem pedra no canto da cama e Léo
ainda seguia Nininha pelos cantos da casa, muito mais irritante com suas
preocupações do que quando está sóbrio. Foi para o quarto, após dar boa
noite para Gracinha que sorria das gracinhas que Léo fazia.
— Pronto Leonardo, estamos no quarto, agora já pode ir se deitar.
— E quem disse que quero me deitar?
— Léo, tá de sacanagem né?
— Não, EU sou a sacanagem... — Falou ele safado deixando Nininha
levemente excitada.
— Pelo amor de Deus Léo, estamos todos exaustos é melhor dormir.
— Não precisa se preocupar meu amor, só quero sentir esse corpo que
me pertence e que está gerando o nosso filho. Estou tão excitado princesa,
vem cá.
E assim Léo puxou Nininha para seus abraços ainda de pé próximos a
cama. E ela veio dengosa, se fazendo de difícil, mas já dormente à espera do
prazer. Ele puxou a camisola que ela vestia sobre seus braços e cabeça se
deleitando com a visão dela apenas de calcinha. Seus seios redondos e
pesados com os bicos rosados estavam mais vívidos. Ele a beijou primeiro
ternamente e logo foi iniciando um fogo em seus lábios. Porém ele queria ir
devagar. Estava realmente muito, muito excitado, mas não queria atropelar
ela com seu querer, até porque agora eles não poderiam exagerar no sexo
como de costume. Seu corpo não era só deles era também templo de seu
filho. Desceu seus beijos pelo queixo dela, pescoço, colo, se perdeu por
minutos em seus seios e enfim, chegou ao seu ventre. Ajoelhou e ali ficou
hipnotizado com a aquela pequena saliência em sua barriga. Segurou em seus
quadris e encostou sua testa ali, levantou e com os lábios beijou como em
oração aquela barriga que carregava a nova razão de sua vida e não se
segurou, deixou que transbordasse pelos olhos o que sentia no coração.
Inebriada com a demonstração de afeto, ela levou suas mãos a cabeça
de Léo e acariciou dizendo:
— O que foi meu príncipe?
— Não sei amor, estou me sentindo como se fosse o dono do mundo,
invencível e ao mesmo tempo tão frágil quanto um cristal.
— Me sinto da mesma forma, e acredito que Dane também. Mas não
somos tão invencíveis assim e também nem tão frágeis. Somos a medida
certa para a missão de criar nosso filho. Ele foi feito para nós e nós para ele.
Levantando seu rosto Léo encontrou os olhos de seu amor
lacrimejantes, sem tirar as mãos de seus quadris se levantou e grudou seus
lábios trêmulos nos dela e assim iniciaram mais um beijo apaixonado. Com
cuidado ele foi a levando até a cama, a deitou e provando com a língua todo
seu corpo retirou sua calcinha. Se levantou e a olhando retirou seu calção e
voltou-se sobre o corpo dela.
Era visível para Nininha o cuidado que Léo estava tendo com ela, mas
tudo estava tão bom que ela preferiu nem comentar.
Léo com delicadeza se fez presente entre às pernas dela e foi se aprofundando
a cada movimento. Todo o tipo de sexo que faziam era maravilhoso. E esse
não poderia ser diferente. Nininha se sentia massageada por dentro e por fora.
Amada. Maravilhada. Venerada. Juntos os dois amantes seguiram o fluxo
inevitável do orgasmo. Se acomodaram melhor na cama. Nininha se
aconchegou nos braços pesados de Dane enquanto Léo acomodava em sua
mão aquela pequena saliência em seu ventre enquanto jazia sua cabeça na
curvatura entre seu ombro e pescoço.
Somos o que precisamos ser quando necessitamos ser. Somos fortes e
fracos; espertos e não tão espertos assim; alienados ou concentrados ; oito ou
oitenta... Somos tudo isso e muito mais porque simplesmente não podemos
deixar de ser nada. Vivemos sendo algo à cada minuto e o que somos,
depende do que vivemos no momento. Por isso é bom sermos maleáveis,
assim é muito mais fácil ser o que quiser. O que não podemos é ser covardes
e medrosos diante da vida.
O medo é inevitável diante a responsabilidade de ser pai, mãe. Mas a
felicidade é ainda maior. E nas vinte quatro horas do dia esses três se
limitavam a sofrer desse medo em pequenos momentos, quando não
conseguiam realmente mais se segurar. Mas esse trisal era forte o suficiente e
se apoiava um no outro para seguir em frente.
Na sexta foram ao cartório para assinar os papéis, aproveitaram e
foram resolver o plano de saúde novo de Nininha. Fizeram algumas compras
e por fim foram encontrar às meninas na casa de Bruna. Elas estavam
curiosíssimas para saber a notícia que Nininha tinha que não quis falar por
telefone e nem por mensagem, mesmo com toda insistência delas. Ao dizer
que estava esperando um filho a reação foi a esperada. Bruna reagiu dizendo:
— Agora fudeu, puta que pariu... Como assim... Tá eu sei como, mas
por quê? E o que eu me torno? Puta que pariu! Me torno tia. Vocês não
podiam fazer isso comigo... Sua vaca! Eu vou logo dizendo que esse fedelho
vai ter que me respeitar, eu serei a tia Vaca dele mais linda e maravilhosa.
Já Lary não teve palavras, diante da choradeira que fez ao receber a
notícia. As poucas que disse foram:
— Eu .... É... Nossa que felicidade... Um bebezinho ... Que lindo...
Parabéns!! Vamos ser tias Bruna!!
— É eu sei, puta que pariu! Vai ficar repetindo?
Dane e Léo zoavam as duas. E riam com a graça que sua Nininha
achava delas. Antes de irem embora combinaram delas subirem com eles, seu
Silva e Gracinha e comemorarem lá na casa deles. E o fim de semana seguiu
alegre e feliz. O sol se fez presente, então foi churrasco à beira da piscina o
tempo todo. Léo continuava vez ou outra enchendo Nininha com suas
preocupações loucas, coisa que Dane também fazia, mas de maneira bem
mais sutil. Na segunda de manhã seu Silva desceu trazendo às meninas. Foi
uma segunda de preguiça literalmente, porque Nininha acordou com seus
enjoos tradicionais e se sentindo pesada e ainda muito sonolenta. Dane dessa
vez não foi nada sutil em dizer que avisou para ela não exagerar nas misturas
que ela fazia no churrasco. E Léo já estava querendo arrasta-la para o
hospital. Só se conformaram quando Nininha por livre e espontânea pressão,
ligou para ginecologista para confirmar a consulta de terça e após explicar
que descobriu que estava grávida, pediu a ela encarecidamente que
acalmasse os dois ogros dizendo que era normal esse tipo de mal estar.
E foi só assim que ela conseguiu sossêgo. Porém sofreu às consequências à
noite, quando estava se sentindo bem melhor e cheia de vontade de ter eles,
eles fizeram de tudo para evita-la com medo dela se sentir mal.
Na manhã de terça seus hormônios estavam mais a flor da pele do que
nunca. Passou a noite meio em branco pensando se esses dois iam passar a
gravidez sem encostar nela toda vez que se sentisse mal. Tomou um café
emburrada, mesmo recebendo a atenção maravilhosa dos dois à sua volta.
Eles a serviam e mesmo à contra gosto enchiam-na de beijos
esporadicamente.
Até que Dane a puxou sobre seu colo e a beijou passando a mão pelo seu
corpo enquanto Léo guardava às coisas da mesa.
Mesmo emburrada e querendo não querer, ela queria, super queria. Vencida,
se deixou ir. Dane se apossou de seus seios e com seus dedos buscou espaço
entre às dobras que sua calcinha cobria.
Ele sabia que ela precisava relaxar um pouco, ele até poderia segurar o seu
desejo, mas não podia vê-la mal humorada.
Logo ela abriu um pouquinho mais às coxas sentindo as sensações que a mão
dele à trazia. Pelo canto dos olhos viu Léo se aproximar e puxar a cadeira
para bem próximo. Entregou uma de suas mãos para ele enquanto a outra
segurava no pescoço de Dane.
Rodeada dos dois conseguia se pôr quase pendurada nas pontas dos pés
seguindo às investidas indecentes de Dane com seu rebolado.
Beijou Dane na boca e sentiu a mão dele que estava em sua buceta subir e
acariciar seus seios, mas sua buceta não ficou muito tempo solitária, logo Léo
levou seus dedos e dedilhou o ponto saliente. Era muito quente e
elouquecedor ser masturbada em sua cozinha por seus maridos. Seu corpo já
dava sinais da erupção que viria. Cada vez mais eles revezavam as mãos e os
dedos em sua carnes úmidas. Léo dizia em seu ouvido o quanto ela
amanhecia cada dia mais linda e que estava doido para vê-la com um
barrigão. Que amava o sabor de sua boca e a temperatura de sua pele. Dane
repetia algumas dessas palavras e acrescentava outras mais: como mesmo
grávida continuava a safada de sempre; nossa esposa devassa e grávida; estou
adorando essa parte da sua explosão de hormônios.
Louca e querendo mais Nininha disse:
— Quero vocês, dentro de mim, vamos... Ahhhh vemm....
— Princesa, não dá, você tem consulta, vamos deixar para depois....
— Mas, mas... Depois vocês vão me enrolar...
— Não vamos pensar nisso amor, se concentra no agora. Goze pra
gente, vai.
— Owoowhhooooo…
Como se Dane tivesse apertado um botão Nininha liberou todo aquele
prazer acumulado e relaxou.
Mais tarde seguiram viagem para o Rio e foram direto para a consulta
marcada. O caminho foi tranquilo. Léo veio dirigindo e eles conversavam
coisas do dia a dia. Decidiram ir em uma loja de material de construção e
encomendar algumas coisas para o atelier e a jacuzzi. Ao se aproximarem da
clínica o clima ficou meio tenso, mas eles não sabiam o porquê, poderia ser
talvez aquele medo desse mundo novo que de vez enquando vinha os
perturbar. Ainda mais na primeira consulta na qual eles poderiam, de acordo
com seu Silva, escutar os batimentos do bebê.
Nininha não se eximiu de entrar de mãos dadas com os dois. Algumas
pessoas esticaram os olhos, mas não perderam muito seu tempo. Nem ela.
Informaram na recepção a consulta que tinham e foram direcionados para o
andar indicado.
Chegando lá uma nova recepção, foi lhes dito que ela seria logo atendida.
Uns quinze minutos depois seu nome foi chamado e os três seguiram para o
consultório indicado.
— Olá Paulina, então temos novidades?
— Sim doutora, e que novidade! Bom, esses são Daniel e Leonardo,
eram meus namorados da última vez que estive aqui, mas agora são meus
maridos.
— Olha que alegria, vocês casaram?! Que bom, mas me permita,
quero saber de todos os detalhes, histórias como à sua são difíceis de se ver.
Prazer, Daniel, Leonardo eu sou a Dra. Thereza. Então, quer dizer que a
injeção nos pregou uma peça?
Léo e Dane cumprimentaram a doutora, mas estavam tão ansiosos
para sabe-se lá o quê, que não estavam tão a vontade. Ficaram bem quietos
enquanto elas conversavam.
— Pois é doutora, e agora estamos aqui como se acabássemos de
pular de paraquedas. Estamos ansiosos, confusos, nervosos, mas acima de
tudo muito, muito felizes.
— Com toda certeza. — Concordou Dane.
— Sem sombra de dúvidas. — Afirmou Léo.
A doutora ficava encantada com tamanha harmonia, fora que à beleza
deles a impressionava. Após olhar para os exames feitos por Nininha na
semana passada em que foi confirmada a gravidez, pediu para que ela
colocasse o avental que a examinaria e faria um ultra-som. Igual a dois pau
de tarados, Dane e Léo se mantinham quietos num canto do consultório
observando a médica tocar e examinar sua esposa. Elas falavam uma coisa ou
outra, mas eles não entendiam nada.
Até que a médica ficou em dúvida de qual exame faria, se seria uma trans
vaginal ou um ultra-som mesmo.
— Algum problema doutora, se houver pode falar, nós queremos
saber de tudo... — Disse Léo de supetão.
— Por que vocês sempre esperam o pior? Relaxem meninos. Está
tudo ok até agora, só estou indecisa do exame que fazer. Acho a trans muito
invasiva, mas seria mais precisa com uma gravidez em tão pouco tempo. Mas
a ultra funciona bem também.
— Então faz a ultra, para não "invadir" ela. — Falou Dane meio sem
saber o que dizia.
— Vocês querem deixar a médica trabalhar? — Retrucou Nininha.
— Pode deixar Paulina, já estou acostumada, quer dizer, não com dois
pais ao mesmo tempo, mas saberei lidar, há sempre uma primeira vez em
tudo. Então quem está preparado para ver seu bebê?
O tempo parou, os três se olharam.
— Vai dar para vê-lo doutora? — Foi Nininha que perguntou.
— Bom Paulina, o feto ainda é muito pequeno e a imagem parece
mais um borrão, mas sim, vai dar para ter uma ideia de tamanho entre outras
coisas e o melhor, pode ser que consigamos ouvir o coração.
O rosto de Nininha e Dane já se transformava, enquanto Léo ainda
tinha dúvida.
— Vai dar para confirmar que é menino doutora?
— Bem, hoje provavelmente não, mas algumas semanas para frente
talvez, isso se ela ou ele forem bem exibidos. Vamos lá, prepada?
— Sim. – Dane e Léo que responderam deixando Nininha e a doutora
sorridentes.
Na sala mais escura, Nininha sentiu a médica despejar sobre sua
barriga um líquido ou creme gelado, e o espalhou. Pediu que os meninos se
posicionassem atrás dela para que vissem a imagem na tela. Então com um
objeto como aqueles que usam nas caixas de supermercados para passar às
compras, foi deslizando para lá e para cá sobre sua barriga. Os três estavam
atentos a imagem borrada na tela.
Alguns minutos de silêncio depois, a médica começa a balbuciar com
ela mesma, deixando os três ainda mais nervosos.
— ... Calma aí... Calminha... Ahã ai tá você! Ops! Ou seria, aí estão
vocês?!?
— Estamos aqui doutora, atrás da senhora. — Falou Léo em resposta
ao que ela dizia.
— Não querido, não é sobre vocês dois pais que estou falando. É
sobre os bebês que vocês estão esperando.
— O QUÊ!!?!?!?!?! — Gritou Nininha se levantando um pouco da
maca olhando para doutora assustada.
— Querida, deita direitinho.
— A senhora não pode estar falando sério, eu não vejo nem um,
quanto mais dois. Isso é impossível! — Dizia Dane confuso.
— Bom, eu do alto da minha experiência profissional de mais de 18
anos posso afirmar que são dois fetos, dentro de uma mesma bolsa, o que os
fazem gêmeos idênticos... Parabéns! Vou aumentar o som para vocês
escutarem a escola de samba tocando na barriga da mamãe.
E quando a doutora aumentou o volume, o silêncio foi quebrando ao
som de batidas ritimadas uma por cima da outra e foi enchendo o ambiente,
segundos depois outro som bem mais forte foi ouvido. Uma gargalhada, sim
uma gargalhada. Léo estava extremamente extasiado com a oportunidade de
ser pai de gêmeos, de ser pai de dois meninos. Seu nervosismo e surpresa que
até agora o manteve em choque, se transformou em gargalhadas loucas
infindáveis. Dane o olhava sem entender e preocupado, ao mesmo tempo que
lidava com a melhor e maior sensação do mundo que era escutar o som que
seu bebezinho fazia. Tentava entender que não era só um e sim dois.
Ele não sabia como expressar tamanho orgulho em saber que seriam pais de
duas crianças ao mesmo tempo. Ficou ali parado sendo abraçado por Léo
saltitante. A doutora olhava para eles assustada. E até perguntou se estavam
bem, se queriam água.
Da maca, Nininha só assistia atrás da imensidão do oceano que se instalava
em seus olhos, a alegria vibrante de seus maridos.
— Hum, o que será isso?... — Dizia em voz baixa a médica, que
apesar da histeria de Léo, continuava compenetrada no exame. — ... Droga,
com a ultra não vou conseguir ver... Paulina querida, vou precisar realmente
fazer uma trans em você, só para avaliar uma dúvida que não estou
conseguindo identificar através dessa ultra, ok?
— O que foi doutora? — Perguntou Dane logo chamando a atenção
de Léo também.
— Vamos fazer a transvaginal só para ter certeza se o que vejo na
ultra está certo. É bem simples. Pelo que vi até aqui está tudo dentro dos
conformes.
— Está tudo bem doutora, com meus bebês? — Perguntou Nininha
também preocupada.
— Calma querida, só vamos vê-los por outro ângulo, bem mais
próximo. E depois conversamos. Tudo bem?
— Tá legal.
Notando que sua esposa ficou ainda mais tensa, Dane foi para o outro
lado da maca, perto dela e segurou sua mão, sem dizer nada, apenas
demonstrando que ele estava ali com ela. Como não havia muito espaço Léo
não tinha como estar muito perto dela, permaneceu atrás da doutora, mas
disse olhando para sua esposa:
— Eu sei o que você está sentindo, nos sentimos o mesmo, mas
temos um ao outro, tenta ficar calma.
Pegando um novo instrumento e colocando uma camisinha, a doutora
seguia o curso normal do procedimento deixando os meninos assustados.
Quando viram ela jogar algo que parecia um lubrificante por cima do objeto
vestido de camisinha eles perceberam o que ia acontecer.
— A senhora vai enfiar isso nela?! — Perguntou Léo espantado.
— Léo... Por favor, fica calado! — Pedia Nininha.
— Pode deixar Paulina, eu explico. Os homens sempre tem esse tipo
de reação. Isso a que você se refere Leonardo é uma sonda, que introduzida
na cavidade vaginal me possibilita uma melhor visualização para avaliar com
mais detalhes o embrião, estimar o tempo da gestação entre outras coisas...
Então Paulina pronta?
— Uhum!
— E vocês dois? — A médica se virou para cada um perguntando
num tom de humor.
— Sim... Se não for para introduzir isso em mim, estamos prontos
sim... – Léo disse meio tenso.
— Léo seu idiota. Descupa, doutora… Estamos, temos que estar. —
Dane disse.
A médica foi introduzido com delicadeza a sonda, e analisava a
imagem ao mesmo tempo como se procurasse alguma coisa. Era óbvio o
desconforto de Nininha e também dos meninos, mas todos estavam muito
mais preocupados com seus bebês.
Dane apertava tanto a mão de Nininha, que parecia que era apenas sustentado
por ela. Ela não reclamava desse aperto, era bom, a fazia se sentir mais
segura. Ainda mais quando a doutora ia falando sobre o que via. Seu coração
foi se acalmando mais ao olhar o rosto de Léo prestando atenção na tela e
avaliando cada coisa que escutava. Seus olhos iam de surpresa a paixão,
sorria não só pelos lábios mas pelas íris também.
Isso emocionava Nininha e ela não conseguia segurar às lágrimas.
— Olha aí vocês dois, como o coração de vocês é forte... Hum...
Olhem só mamãe e papais, esse aqui é o mais comprido e esse o mais
baixinho. Mas tudo pode mudar durante a gravidez. Muito bem.... Muito
bem... Vejamos aqui...
— Eu, eu tô vendo... Ali, nosso filho, nonossoss filhos, tá vendo
Dane?
— Onde? Só vejo algo pulsante.
— Isso pulsante são os corações de seus filhos Daniel. — Explicou a
doutora.
— Aí meu Deus, tão pequenininhos. Tão frágeis. Como nós vamos
fazer para eles crescerem e ficarem mais fortes? — Dizia Dane quase
suplicando.
— Vocês já os fizeram, agora tem que deixar o curso normal da
criação. É claro que Paulina deverá tomar vitaminas, se alimentar
adequadamente e... Ei, o quê... Não pode ser!!!! — A doutora respondia para
Dane, quando ela observou melhor algo que apareceu de relance na ultra e
que agora se mostrava em sua totalidade. Algo que nunca havia visto em
todos os anos de sua profissão. Sabia que era possível, já leu sobre alguns
relatos, mas nunca presenciou nada parecido. Não disse mais nada porque
não queria dar um diagnóstico errado. Preferiu chamar um colega obstetra
para confirmar suas suspeitas e aí sim, ser mais precisa.
Enquanto isso mais uma vez a emoção do momento foi diminuída
pelo receio de algo estar errado. Dane, Léo e sua esposa não entendiam o
porquê a doutora pausou sua fala e dizia coisas que eles não entendiam.
Novamente o medo os tomou, Dane já não se aguentava mais. Nunca
imaginou ser bombardiado por tantas notícias boas com peso emocional tão
grande que lhe mantinha nas pontas dos pés. Léo também se sentia assim. Os
três observavam os movimentos da médica e viram ela chamar por telefone
alguém que não sabiam quem era.
— Quem a senhora chamou doutora e por quê? — Questionou Dane
apreensivo.
— Apenas um colega, papai, para me ajudar na conclusão do que
vejo. Tente se acalmar.
— Mas o que vê?
— É, o que vê, além dos bebês? — Perguntou Léo em seguida a
pergunta de Nininha.
— Papais e mamãe, por favor, peço que vocês esperem só um
pouquinho e... — Enquanto a médica tentava acalmar os afoitos, foi cortada
por batidas na porta, logo entra um homem bem alto com cabelos grisalhos
também de jaleco.
— Com linçenca doutora Thereza, me chamou?
— Oh, sim, não poderia ser em melhor hora Dr. Carlos. Bem, já não
sabia mais como acalmar esses pais e mamãe.
— Você disse pais, no plural?
— Sim ela disse... — Cortou Dane sisudo à conversa paralela dos dois
e aproveitou para puxar mais o lençol sobre às pernas de Nininha, mesmo que
da posição em que o doutor estava, não dava para ver a nudez dela. E ainda
disse mais... — Somos nós dois, casados com ela, portanto os pais da
criança, quer dizer crianças... E já que matou sua curiosidade podemos voltar
ao exame, por favor doutora.
O doutor Carlos entendeu tudo o que Dane disse e ainda mais o que
havia nas entre linhas. Todo profissional após cumprimenta-los, voltou-se
para a colega e se informou no que ele poderia ajudar. Os dois médicos
iniciaram uma conversa não tão científica, mas os três aflitos não conseguiam
entender muito bem. Eles observavam calados os dois analisando a tela,
apontando um borrão aqui outro ali e trocando umas palavras. Léo desistiu de
tentar entender o que eles diziam, enquanto Dane se concentrou em Nininha
que estava ficando um pouco incomodada com tanto que a doutora mechia
com aquela sonda dentro dela. Léo passou a olhar apenas aquelas duas
pequenas estruturas pulsantes e com isso seus pensamentos iam longe. Até
que em um movimento que ele notou a médica fazer, Léo observou algo
diferente do que estava vendo até agora e no susto apontando na tela disse:
— Por que tem três estruturas pulsantes agora?
Todos olharam para ele. Inclusive os doutores. Doutora Thereza olhou
para seu colega e disse:
— Estamos mesmo diante de algo tão raro não é mesmo?
Antes de Dr. Carlos responder, Dane disse:
— Como assim raro?
A médica sorriu para o colega que deu sua resposta com uma
afirmativa de cabeça, depois ela olhou para cada um deles e para Nininha.
Voltou-se para imagem de novo e começou a explicar:
— Meus queridos, como já havia lhes dito, aqui estão seus dois
bebezinhos, estão vendo, pela idade gestacional está tudo dentro das
expectativas.
Os três olhavam fascinados às formas ainda nem tão distintas
daqueles pequeninos. Mas aí, a médica levou a atenção deles para um outro
lugar na tela onde havia uma pequena manchinha pulsante e disse:
— E bem aqui, pequenininho, está o terceiro bebezinho. Então posso
afirmar, com o auxílio de Dr. Carlos, que vocês serão pais de três bebês e não
apenas de dois. Esse é um caso raríssimo, pois este pequenino é mais novo
que seus irmãos, ou seja, foi concebido quando seus irmãos já estavam lá, e
digo mais, diante do relacionamento de vocês não duvido nada que possa ter
havido uma superfecundação heteropaternal. Mas isso é assunto para
falarmos mais para frente, agora precisamos conversar sobre o pré natal que
terá que ser um pouco mais rigoroso e ....
Um barulho veio do nada enquanto a doutora falava sobre a nova
grande surpresa para o trisal. Todos assustados olharam Dane caindo no chão
do outro lado da sala feito madeira.
— Dane?!? — Gritou Nininha com os olhos arregalados, sem poder
se mexer por ainda ter a sonda dentro dela.
Rapidamente Dr. Carlos correu para socorrer Dane, enquanto Dra.
Thereza retirava com cuidado a sonda de Nininha e buscou chamar auxílio no
telefone. Após falar com o posto de enfermagem levantou da cadeira para
ajudar também, encontrou Léo olhando ainda hipnotizado para imagem
enquanto Nininha se levantava e chamava pelo nome de Dane.
— Leonardo, o senhor não vai me desmaiar aqui também né, por
favor, senta aqui... — Dizia a doutora preocupada, tentando o fazer sentar em
sua cadeira. Ao mesmo tempo viu que Dane aos poucos voltava ao normal
ainda auxiliado pelo seu colega e sua esposa. A coitada da médica não estava
preparada para o que lhe aconteceria.
Léo saiu do estado hipnótico para o eufórico como em uma queda
livre onde a adrenalina vai à mil em segundos.
Ele agarrou Dra. Thereza pela cintura e a girou no ar, empurrando a cadeira
para o lado dizendo efusivamente:
— Desmaiar?!?! Nãoooo.... Quero gritar, pular, uivar de tanta
felicidade.... Meu Deus... Isso é mais que uma surpresa isso é um milagre,
nossos pequenos milagres... — Nesse momento ele a pôs no chão ao mesmo
tempo que entravam um enfermeiro e uma enfermeira, e começando a chorar
olhando pra a tela, continuou falando. — ... Isso... É... Um sonho, que sorte
a nossa ser pais de trigêmeos???!? Numa tacada só... Deus ... Agora só vão
faltar quatro para completar pelo menos um pequeno time de futebol. Amor
eu te amo tanto!! Levanta logo daí Daniel deixa de ser fracote e vem aqui
comemorar comigo o quanto nós somos foda!!
Empolgado Léo foi até Dane lhe deu a mão ajudando ele a se
sustentar sobre suas póropias pernas, pois ele ainda parecia meio aéreo. Eles
se abraçaram e choraram juntos. Menos preocupada por ver Dane se
levantando, Nininha sentou novamente na cama e olhava encantada para os
pais de seus filhos emocionados. Doutora Thereza dispensou os enfermeiros,
pois já não havia mais necessidade deles ali, e a sala estava cheia demais,
olha que às crianças nem corriam por ali ainda. Doutor Carlos verificou se
Nininha estava bem e constatando que agora passou o susto e era só emoção,
lhe deu parabéns pela grande notícia e lhe explicou que provavelmente iria
acompanhar junto com Dra. Thereza sua gestação. A médica olhava para os
dois amigos e pais que ainda trocavam amabilidades e se emocionava
também, deu tempo para eles se acalmarem um pouco antes de falarem sobre
pré natal, riscos da gravidez e outras informações necessárias.
— Léo, são três crianças você ouviu isso? Não é um bebê, nem dois...
São três. — Dizia Dane abismado segurando com as mãos o rosto do amigo.
— Sim, brother ouvi, e não é maravilhoso??
— Sim, é cara... Mas são três!?!? Três!!!
— Porra brother, o quê que tem, agora falta menos para um time de
futebol. Relaxa cara "tamu" junto, isso vai ser tranquilo pra gente.
— Só pra vocês mesmo, porque euzinha aqui que vou carregar por
vários meses e pior, colocar pra fora essas três crianças. Não uma, nem duas e
sim três crianças. Ficarei mais gorda do que previa, fora toda a preocupação
que será sempre tripla. E Leonardo se eu ouvir você falar em time de futebol
de novo, eu mato você. Meu Deus!!! Meu Deus!!! Como eu posso estar tão
feliz e tão apavorada ao mesmo tempo? — Soltou Nininha irritada. Mesmo
emocionada em ver seus maridos, Nininha foi pensando em várias coisas em
relação a gravidez e um tsunami a atingiu com vários pensamentos bons e
ruins ao mesmo tempo. Nunca havia se sentindo tão confusa. Já amava seus
três filhos, mas estava completamente assustada também.
Ao desabafo de sua esposa, Dane e Léo foram até ela e a abraçaram
juntos. Cada um a beijou ternamente, mostrando seu apoio.
Então Dane falou:
— Desculpa amor, fui um fraco, não consegui receber a notícia que
teremos três filhos, sei lá… Meu corpo de repente desligou e eu só lembro de
três crianças rindo pulando em cima de mim até que vi o doutor. Estamos
nessa juntos, até no medo, e é juntos que vamos conseguir, nós três. Eu te
amo meu amor, tanto. Obrigada por me fazer o homem mais feliz do mundo!
— O segundo homem você quer dizer! — Se intrometeu Léo.
— Tá, digamos que seja um empate. — Respondeu Dane sorridente.
— É justo! — Complementou Léo e disse mais, tomando agora a
atenção de sua esposa. — Princesa isso tudo é muito louco eu sei, mas o que
não é quando se trata de nós? Eu tô com medo também, mas a felicidade me
arrebata e de nós três sou o mais tranquilo em se deixar levar por ela. Então
meu amor e Dane meu irmão, vamos deixar o amor nos levar, porque já
vimos que não temos controle nenhum sobre nada. Eu amo vocês! Eu tô
muito, muito feliz.
Nininha deixou rolar mais uma lágrima, sentiu todo o carinho que
seus maridos tentaram lhe passar, mesmo diante do nervosismo específico de
cada um. Sabia que seria difícil, mas também sabia que com eles, seu pai e
suas amigas às coisas seriam mais amenas.
— Acho que três é meu número de sorte. — Disse ela acariciando
cada rosto que a rodeava.
— Você que é nossa sorte. — Retribuiu Dane.
— Gosto do número três, não posso negar, mas ainda sonho com mais
quatro. — Disse Léo com os olhos fechados como se estivesse nas nuvens.
— Leonardo, até eu ter essas crianças eu mato você, eu juro! Dane,
acho melhor você dar um jeito no seu "mano" ou nossos filhos serão órfãos
de um pai. — Vociferou Nininha fazendo Léo voltar a realidade
demonstrando que não estava nem aí com o que dizia. Bufando ela se
levantou, ajeitou o avental e foi no banheiro se trocar dizendo:
— Doutora vou me trocar, e depois quero conversar, a senhora deve
imaginar o tanto de perguntas que nós temos a fazer e acredito que uma
gravidez assim é um milagre, mas deve ter seus riscos e quero saber tudo,
tudinho.
— Sim Paulina, eu e o doutor Carlos estávamos aqui falando que sua
gestação terá que ser acompanhada por pelo menos dois obstetras e
decidimos que seremos nós mesmos. E realmente há muito que conversar,
pode se trocar e agora que estão todos mais calmos, explicaremos melhor
para vocês.
Os meninos observaram sua esposa seguir para o banheiro juntos,
depois que ela saiu Dane se dirigiu aos doutores e perguntou:
— Ela disse riscos, há riscos?
— Sim Daniel, há. Como a Dra Thereza disse antes, este último bebê
foi concebido após a primeira concepção dos gêmeos. Portanto é menor e
precisará de mais tempo para se criar, ficar maduro. É raro uma mulher ter
dois óvulos fecundados, mas acontece. Já lemos histórias como está em
revistas científicas como também em noticiário de TV.
— E o que temos que fazer para não haver riscos. Ela vai se internar
hoje e só sairá quando eles nascerem, né?
— Léo pelo amor de Deus, para de dizer asneiras... — Quase gritou
Nininha ao sair do banheiro e escutar o que Léo tinha acabado de dizer.
Os doutores riram contidos com a cara que Léo fez. Então
Dra.Thereza disse:
— Bem Leonardo, a princípio tudo está normalizado. Mas de agora
em diante teremos que ter atenção redobrada durante a gestação. Nininha é
jovem e saudável e isso já é meio caminho andado, mas uma dieta adequada,
dia a dia tranquilo, vitaminas e o controle da pressão e do açúcar, serão
necessários até o fim. Vamos fazer de tudo para que ela não precise vir a se
internar, e levar a gestação o mais longe possível, mas se acharmos
necessário será feito. Papais, só se for realmente necessário. Repouso é
fundamental, mas se tudo estiver correndo bem ela pode, e deve, fazer algum
exercício de baixa intensidade como uma hidroginástica para grávidas. Fora
todos os cuidados que ela terá de nós, e nós não mediremos esforços para
isso, temos que confiar e seguir o fluxo da criação.
— Eu estou meio enjoado, acho que agora eu aceito aquela água, por
favor, doutora. — Falou Léo se sentando na cadeira e puxando Nininha para
seu colo. Dane automaticamente se pôs ao lado deles.
E foi assim que passaram um tempo escutando e tentando tirar todas
às dúvidas sobre o milagre que acontecia em suas vidas. E a todo momento
cada um deles apesar de compenetrados no que os médicos diziam, ainda
escutavam quase inconscientemente o barulhinho dos corações pulsantes que
ficou marcado em suas memórias. Mais tarde uma enfermeira colheu sangue
de Nininha e fez outros exames e a doutora prescreveu as vitaminas e os
cuidados que ela iria ter que tomar.
— Após o resultado desses exames Paulina, avaliaremos se será
necessário algum outro mais específico, no mas é só isso, nos vemos daqui a
sete dias. Parabéns aos três!! – Os parabenizou Dr. Carlos.
— Mas doutor, e o sexo dos bebês? — Perguntou ela.
— Poderia até ter sido visto hoje, pelo menos nos dois maiores, mas
não foi possível. Daqui a duas ou mais semanas provavelmente pode ser. Mas
vou logo avisando, eles são três em um espaço pequeno então pode ser que
não se mostrem tanto, pelo menos não tão cedo.
— Tenho certeza que serão três meninos, sinto isso. — Disse Léo
com sorriso de orelha a orelha.
— É possível. — Respondeu a doutora.
— Mas podem ser três meninas também, uê! — Falou Nininha bicuda
observando Léo revirando os olhos.
— É possível também. — Respondeu o doutor.
— Gente, é sério que vocês estão questionando isso, quando ainda há
a possibilidade de serem dois meninos e uma menina, ou duas meninas e um
menino. E isso sim seria fantástico. – Articulou Dane.
— Também é possível, não dá para ter certeza de nada. E papais,
acredito que isso seja o menos importante diante da grandiosidade desta
gestação, não é mesmo. — Falou a doutora novamente sorrindo.
— Sim é claro. — Diziam Dane e Nininha automaticamente, seguido
de um Léo agora mais pensativo.
Os últimos quinze dias foram carregados de emoções. Muitas
surpresas, muita troca de carinho e a certeza de que todos estavam no lugar
que foi feito para eles, um ao lado do outro. Era a segunda vez que saiam de
um hospital juntos e mais uma vez saiam mais completos do que entraram.
Por mais que o medo dos riscos que uma gravidez como esta podiam trazer,
eles se firmavam na força do amor que os envolviam e cada um à sua maneira
emanava essa energia até seus bebês. E que fosse como Deus quisesse, pois
tudo o que ele quis até aqui foi perfeito.
No carro, ao lado de Léo que dirigia, e recebendo um cafuné de Dane
que estava atrás dela, Nininha olhava para às ruas em que passavam e nada
atraia sua atenção, pois de seus olhos não sumia a imagem, mesmo não tão
nítidas de seus bebês, e nem o som celestial de seus pequeninos corações
batendo fortes e firmes. Daqui para frente seu próprio coração bateria não
mais por três, sim por seis. Não era muito boa em matemática, mas estava
multiplicando muito bem.
— E aí amores da minha vida, precisamos arrumar um novo jeitinho
de contar ao seu Silva.
— Meu Deus! Meu sogro dessa vez morre do coração. — Expressou
Dane.
— Acho melhor não fazer tanta surpresa, pode ser muito para ele. Vê
Dane, quase que bateu a cassuleta. — Falou Léo
implicante.
— Me respeite, gazela, agora serei pai!
— Seu velho!
— Parem, papais. Quanto ao meu pai, é verdade, vamos apenas
chegar e falar, simples assim.
E desse jeito foi feito. O trisal mais radiante do que nunca, foram
recebidos pelo seu Silva ainda na garagem. Ele os levou para dentro de casa
muito entusiasmado para saber notícias do seu neto. Dane tinha ido direto na
geladeira e pegou uma cerveja, voltou para sala e se jogou no sofá
emocionalmente exausto. Léo parecia uma bola de ping pong, Gracinha bem
parecida com Léo. Seu Silva estava ansioso, achava que diriam sobre o sexo
do seu neto. Não sabia o que lhe esperava e foi novamente ali na sala que lhe
deram mais uma boa nova.
— Então qual dos três vai falar, digam logo, estou que não me
aguento. — Falava ele esticando sua camisa preferida.
— Pois então meu sogro, acho melhor o senhor sentar aqui do meu
lado, tome aqui um gole de minha cerveja e desacelere seu coração, porque
grandes emoções estão por vir. Eu mesmo não aguentei.
— Por Deus Daniel, o que está acontecendo, querem me matar de vez.
— Merda Dane, está assustando meu pai. — Reclamou Nininha e
tentou acalmar seu Silva. — Calma pai, não é nada ruim só surpreendente e
inesperado.
Sentado ao lado de Dane no sofá, seu Silva tomou a latinha da mão do
genro deu uma golada e disse:
— Mais surpreendente do que tudo o que vem acontecendo esses
últimos meses? Dúvido. Andem, falem logo, já mostrei ser forte o suficiente.
— Sogrão você vai ser vovô!!! — Disse Léo sorridente.
— Esta já é uma notícia velha, veja meu uniforme.
— Sim sabemos pai, mas é que agora... O senhor não terá apenas uma
criança perambulando pela casa.
Seu Silva olhava para sua filha e não entendia o que ela dizia, mas
permaneceu calado assim como Dane e Gracinha.
— É meu sogro, não será só um e sim três.
Novamente seu Silva sentiu todos os olhares em sua direção e
novamente ele não entendia o que queriam dizer.
Aos poucos foi repassando o que eles haviam dito e a palavra Três se repetiu
em sua mente. E num passe de mágica ele se ligou.
— Não é possível... Tretretrês.... Nenenetos... Aí, na sua barriga ...
Agora, estão aí... Vocês só podem estar me gozando...
— Oh Silvinha, é claro que eles não estão. Oh, meu Deus! Mas que
surpresa maravilhosa meus queridos. — Se adiantou Gracinha e foi abraçar
Nininha que novamente voltou a se emocionar.
Dane se levantou e recebeu os cumprimentos de Gracinha assim que
ela terminou com Léo. Seu Silva permaneceu ali sentado ainda abismado.
— Pai, papai, eu sei que vai ser complicado, mas não foi uma opção e
...
— Foi um presente, claro que não foi opção. Não estou passando mal
e nem assustado, estou apenas humildemente fazendo uma oração aos céus
para agradecer a dádiva que nossa família está recebendo. Deus é sempre
muito bom, mesmo escrevendo por linhas tortas. Estou feliz triplamente. Isso
é sensacional. — Seu Silva muito centrado proferiu essas palavras e logo
depois se levantou para dar um abraço em sua filha e seus genros. Recebeu
também um grande abraço cúmplice de sua Gracinha, porém melhor do que
tudo isso, se ajoelhou à frente de sua pequena e deu três beijos em seu ventre
já transmitindo aos seus netinhos todo o amor de avô que eles teriam aqui
fora.
Todos já tinham muitos motivos para novos brindes. Durante o
almoço o trisal explicou tudo o que a médica disse sobre a gravidez. Seu
Silva escutava atentamente, até que lembrou de um pequeno detalhe.
— Entendi tudo o que disseram, mas e aí, não deu para ver se são
meninos ou meninas, ou meninos e menina, ou meninas e menino. Que
confuso, são tantas possibilidades.
Foi Dane que respondeu:
— Dessa vez ainda não, talvez na próxima. Os médicos disseram que
é assim mesmo.
Mastigando um pedaço de batata, Léo falou:
— Não se preocupe sogrão, esses serão os primeiros três integrantes
do nosso time de futebol.
Sua esposa o fulminou com o olhar, Dane e Gracinha sorriam. Seu
Silva sorridente também concluiu:
— Bom, também agora eu já não espero mais a notícia em casa.
Acompanharei vocês nas próximas consultas e desse jeito saberei assim que
terminarem o exame, nem que seja no estacionamento do hospital. Chega de
surpresas daqui para frente.
Todos davam risadas da persistência de seu Silva em dizer que iria
acompanha-los nas consultas. Horas mais tarde Bruna e Lary chegaram e a
algazarra foi completa. Todos estavam muito felizes com às crianças que
estavam por vir, mas também preocupados. Entre piadas, conversas, contos
de um e de outro, a noite foi chegando. Nininha estava deitada no sofá com a
cabeça no colo de Lary e os pés em Léo. Gracinha estava sentada ao lado de
seu pai. Eles assistiam Bruna em pé contando uma de suas histórias hilárias.
Todos riam e compartilhavam esse momento feliz e agradável. Dane também,
mas não conseguia tirar os olhos de sua menina sentado do outro lado da sala.
Que mulher incrível ele tinha, linda, fogosa, amável. Sentiu um aperto no
coração ao pensar no quão frágil ela era e carregava três filhos em seu ventre.
Dane sentia medo por ela e por seus bebês. Nininha encontrou seus olhos
azuis e fixou os seus, com eles observou a confusão em sua cabeça. Mas ali
não era hora para conversar. Simplesmente levantou deu um beijo nos lábios
de Léo e foi até a poltrona onde Dane estava, se acomodou em seu colo e foi
recebida com carinho.
Lhe beijou a boca e disse baixinho em seu ouvido:
— Eu te amo, e vocês me fazem a mulher mais feliz a cada dia.
Vamos conseguir.
Ele sorriu devolveu o beijo e a abraçou apertado. Era tão bom quando
ela estava assim em seus braços ou nos de Léo. Assim ele tinha certeza de
que estava protegida, o mundo poderia cair, mas eles seriam o teto para ela.
Ele ficou ali cheirando seus cabelos. De longe Léo os olhava e via o quanto
seu amigo estava mais assustado do que ele e o quanto precisava das carícias
de sua princesa.
— Então gente o melhor mesmo é fazermos um bolão, o que vocês
acham? — Falava Bruna.
— Sobre o que mesmo? — Perguntou Dane.
— Onde você estava Dane? Estamos falando aqui sobre o sexo de
meus sobrinhos. — Explicou Lary.
Dando uma gargalhada e sentando no sofá, Bruna disse:
— Com certeza já pensava na quantidade de fralda que vão ter que
comprar.
Nininha riu no pescoço de Dane e falava baixinho:
— É mesmo, vocês vão ter que trabalhar dobrado.
E ele respondeu:
— Tudo e qualquer coisa por você e nossos bebês.
— Comecemos o bolão, é claro que eu aposto que são três meninos.
— Disse Léo.
— Ooohhh se você não tivesse falado não saberíamos… — Soltou
debochada Nininha.
Os momentos seguintes foram de pequenas discussões sobre o bolão
em que cada um apostava em um desfecho diferente para os sexos dos bebês.
Que passou a ser o assunto principal dessa família em fase de crescimento. A
única pergunta que faziam era:
— Qual será os sexos dos bebês?
Capítulo 53: SST.

O peso da responsabilidade caia sobre Dane de maneira nada


positiva. Dane nunca quis amar porque não queria lidar com possíveis perdas.

Mas ao conhecer Paulina e ser atropelado por um amor avassalador sem

precedentes, não teve como fugir. Vivia um sonho com uma mulher especial

e compartilhava esse amor com seu melhor amigo, mais que isso, seu irmão

de vidas. Mas, nem todo esse companheirismo e certeza de que sempre teria o

apoio deles não conseguia fazê-lo desvencilhar do medo horrendo que sentia

a cada dia que via a barriga de sua menina, agora mulher, crescer. Às vezes,

doía o amor que sentia ao vê-la linda e redonda na piscina ao lado de Léo.

Era um amor tão grande. Eles eram tudo para Dane, se algo acontecesse a

qualquer um, ele sentia que morreria. E agora era mais três para amar e

cuidar. Não sabia se conseguiria ser o que eles precisam. Ao mesmo tempo

ele já estava tomado de um amor tão forte, que sabia que faria de tudo para

ser. Estava confuso, receioso. Durante as semanas seguintes da gravidez,

Dane esteve um pouco aéreo. Todas as consultas eram um martírio, pois


pensava em milhares de possibilidades diferentes que pudesse dar errado.

Que essa bolha de felicidade pudesse sofrer um golpe e estourar. Haviam dias

maravilhosos em que tudo parecia ir às mil maravilhas, e os planejamentos

para a nova vida com as três crianças o deixava mais relaxado. Porém nos

dias em que sua esposa estava com algum mal estar, todo o medo e angústia

voltavam. Dane nunca foi muito bom com sentimentos, mas sempre teve Léo

ao seu lado e agora ele também estava ali, se agarrava à isso. Se pôs a

construir o ateliê para sua esposa e assim ocupar a cabeça. Seu amigo lhe

ajudava sempre. Para a jacuzzi que ela tanto queria, encontram uma empresa

que a fez a custo pequeno, ela adorava passar seu tempo nela. Ainda mais

quando eles estavam juntos.

Embora estivesse confuso, medroso Dane fazia de tudo para que sua
esposa não percebesse e a tratava da melhor maneira possível. Teve uma
conversa com Léo, sobre ele relaxar em relação a gravidez e tudo o mais,
porém Léo era terrível, não adiantou muito. Todo dia era uma pequena
discussão, até porque Léo queria se possível, carregar Nininha no colo o
tempo todo só para ela não se esforçar.
As condições físicas de Nininha estavam ótimas, dizia a doutora.
Todos os exames saiam dentro do que se era esperado, cada ida ao ultrassom
era um espetáculo. Eles começaram a identificar melhor seus bebês na
imagem. Sempre iam preparados com lenços para a choradeira de sempre.
Seu Silva chegou a ir, como prometido, à algumas consultas, mas não tiveram
sorte. Os bebês não se mostravam e eles ficaram sem saber o sexo.
Então seu Silva se contentou com a maravilha de escutar os corações de seus
netinhos e desistiu de querer saber o que seriam, ia ser do jeito que tivesse
que ser. Léo ainda era irredutível em relação a dizer que eram três meninos e
Dane não estava nem um pouco interessado em saber se seriam meninas ou
meninos. Na verdade seu desejo era acordar de manhã e já ver seus filhos e
sua mulher em sua casa saudáveis e felizes, algo que ele poderia controlar
melhor.
Às vezes, ele sentia como se estivesse com uma bomba relógio.
Vigiava por horas o sono de sua mulher e por vezes tinha o privilégio de
sentir e ver sua barriga mexendo com os movimentos que eles faziam. Era
quando mais se mexiam, de madrugada.
Léo também dividia muitas vezes esse momento com Dane, pois um
chamava o outro ao ver isso acontecer. Madrugada ou outra Nininha
acordava e via seus maridos babando sobre sua barriga, adorava e assistia
fascinada. Mas o que ela não gostava muito, era o fato de que não podia ter
os dois juntos e, muitas vezes sentia que eles a evitavam, principalmente
Dane. Ela sabia é claro, que sua gravidez apesar de estar estável, era
complicada. Porém sentia vontade deles, seus hormônios a deixavam louca.
Conseguiam fazer amor de maneira bem simples para matar ambos a vontade
um do outro, mas ainda assim não era o bastante.
A mãe de Léo e sua irmã vieram passar uma semana com eles.
Nininha estava ainda entre quatorze e dezesseis semanas.
Dona Norma tirou o sossego de Nininha. Ela era pior que Léo. Tudo bem que
tudo que ela queria era o bem de seus netos, mas como o filho, fazia de
maneira errada. Nininha chegou a se trancar no quarto um dia e ficar
discutindo pelo grupo no celular com eles. Dane e Léia tiveram que conversar
com Léo e sua mãe para que parassem de atormentar Nininha. E Dane foi
ainda mais longe, levado por todos os sentimentos que segurava e o calor do
momento, acabou dizendo que se acontecesse alguma coisa com sua esposa
ou os bebês seria culpa deles, e que ele jamais os perdoariam. Léo entendeu
muito bem o que Dane quis dizer e a partir daí diminuiu o quanto pôde, esse
cuidado exagerado que estava tendo com sua princesa. Não podia imaginar
ela passando mal por algo que ele tivesse feito. Dona Norma à contra gosto,
também se recolheu. Tudo ficou melhor quando Léia convenceu a mãe que
deveriam voltar para casa e vir quando as crianças nascessem que era quando
eles precisariam mais de ajuda.
As semanas foram passando e fora o açúcar que estava à beira do
limite, a gestação corria como esperado. Os bebês mais velhos cresciam cada
vez mais fortes e tomavam mais espaço no ventre de sua mãe, em contra mão
o bebê mais novo também crescia, porém bem escondidinho atrás de seus
irmãos.
O tempo de voltar ao trabalho para os meninos chegou e muito
desgostosos tiveram que ir. Conseguiram combinar seus horários e Nininha
sempre tinha um deles por perto. Por mais aéreo que Dane estivesse ou Léo,
com seu jeito exagerado de cuidar dela, ainda assim ela preferia estar com
eles do que sem nenhum.
Aos finais de semana Nininha adorava, porque era quando seu pai e Gracinha
vinham para sua casa, às vezes Lary e Bruna vinham também. Amava estar
com todos eles à sua volta. Isso fazia suas preocupações diminuirem.
E tantas eram suas preocupações. Antes de completar os seis meses,
conseguiu ir à uma consulta extra que pediu a doutora Thereza. Aproveitou
que Léo estava de serviço e Dane tinha que resolver umas coisas no fórum no
Rio e pediu para ele a deixar em um shopping para compras. Meio sem
querer Dane deixou. Ela percebeu que ao contrário de Léo, Dane fazia tudo o
que ela queria, parecia não querer vê-la contrariada. Nesse meio tempo foi ter
com a doutora, sem que eles soubessem. Longe da presença de seus maridos
e pai, pôde colocar para fora todas às suas lamúrias em relação a gravidez.
Contou a doutora que estava pesquisando na internet sobre gravidez iguais à
dela e viu muitos relatos ruins. Até viu os bons, mas os ruins a fizeram sofrer.
Queria saber da doutora se ela corria risco, se seus bebês maiores corriam
risco, e até se havia realmente a possibilidade do bebê mais novo ainda correr
o risco de vir a óbito mesmo antes de nascer. Eram tantas às dúvidas. Nininha
até se emocionou um pouco. E apesar de Gracinha viver lhe dizendo para
não ter vergonha da felicidade que vivia, mesmo assim, ela meio que sentia e
isso acabava levando ela à esperar que algo ruim fosse acontecer para
equilibrar tamanha felicidade.
Era maravilhoso de mais tudo o que o universo lhe proporcionava,
mas tudo parecia tão frágil que lhe parecia poder desmoronar a qualquer
momento. Então Dra. Thereza tentou fazê-la entender melhor o que à
esperava. Falou dos prós e contras da gravidez. Mas fez questão de ressaltar o
quanto até ali estava tudo certo. E apesar do bebê mais novo não estar
crescendo muito como seus irmãos, ainda estava dentro dos parâmetros
aceitos. Avisou que a partir do sexto mês com a ultrassonografia morfológica
poderiam tirar muitas outras dúvidas, e que provavelmente ali veriam o sexo
deles e que dali em diante ela precisaria tomar alguns remédios que
auxiliariam no desenvolvimento pulmonar dos bebês e entre outros cuidados
específicos.
Sobre o sexo com seus maridos, Nininha também estava com suas
dúvidas, risonha a doutora também foi bem tranquila a lhe dizer que se ela
estava se sentindo bem e com todas as avaliações sobre os bebês ok, que ela
não via o porquê de não ter sexo. Porém, alertou sem querer entrar em
detalhes, que Nininha não tinha uma vida sexual casual, era casada com dois
homens então ela mesma tinha que saber seus limites diante de tudo o que
está acontecendo. Lembrou também que muitos homens perdem o desejo
durante a gravidez, não porque não querem mais a mulher e sim por medo de
machucar o bebê ou sua mamãe. Pediu para ela ter paciência com seus
maridos e paciência com a gravidez, isso ia acabar. Conversaram sobre o
parto, o hospital que iria ter os bebês e tudo o mais.
— Pois então querida, como disse eu e Dr. Carlos preferimos optar
por uma cesariana, temos medo que os dois bebês mais velhos entrem em
trabalho de parto antes e nós não consigamos manter o bebê mais novo por
mais duas semanas e ele nasça prematuro. Mas, também se isso ocorrer
estaremos preparados. Porém temos que garantir todo o controle possível,
você entende. E entende tudo o que isso implica?
— Sim doutora, estou bem mais esclarecida agora. Amo meus
maridos, mas eles me deixam louca. Precisava dessa conversa, sabe. Eu já
imaginava sobre a cesária e já preferia mesmo, mas é assustador saber que
posso vir a ter dois partos em menos de um mês. Esses meus maridos não
irão aguentar... Principalmente Dane... Ele anda tão distante, quer dizer ele
está comigo o tempo todo, mas, às vezes, parece que ele não está lá. Os
momentos que o vejo mais relaxado é quando eu acordo com ele acariciando
minha barriga, e sinto os bebês interagindo com ele. Não deixo ele saber que
estou acordada e fico só admirando o semblante dele pacífico encostando o
rosto na minha barriga e sentindo os chutes de nossos filhos e às vezes, até
sussurra algo para eles, coisa que já não vejo no dia a dia desde de nossa
primeira consulta aqui. Essa mansidão. Vejo que ele vive se ocupando,
mesmo fazendo tudo por mim. Parece que tem medo quando eu abro a boca
para dizer algo, sei lá. Desde o início eu sabia que meu Dane era difícil para
se entregar aos sentimentos e talvez ele não esteja sabendo lidar. Eu já
conversei com ele, e ele faz de tudo para me provar o contrário e também já
questionei Léo sobre isso, ele me diz que eu não devo me preocupar porque
ele sabe que Dane está guerreando com ele mesmo porque simplesmente não
consegue lidar naturalmente. E diz que logo isso muda, assim como foi no
início do nosso relacionamento.
Agora já o Léo... É um chato ao quadrado comigo por conta dessa gravidez,
mas é meu porto seguro. Não que eu não me sinta segura com Dane, não é
isso, é que Léo me passa uma confiança emocional tão grande e me parece
que é exatamente isso que eu preciso agora, entende? E, às vezes, acho que
estou mais próximo de um do que de outro, e no momento estou mais com
Léo, só quando ele não é um chato de galocha.
— Sim minha querida, acho que entendi. Dane me parece mais o
mantenedor fisicamente falando e Léo o psicologicamente não é? E acho até
normal durante a gravidez e até ao longo da vida mesmo, você estar mais ao
lado de um do que de outro. Um casamento a dois já é muito difícil, imagina
um a três, são três pessoas diferentes convivendo. Cada dia nós estamos com
um temperamento diferente e ainda tem às energias e problemas do dia que
ajudam a melhorar ou não nosso temperamento. Então é bem plausível o que
você sente. Pelo que me disse, Dane está de certa forma se mantendo a parte
enquanto Léo está completamente presente. Natural que você consiga mais
"aconchego" com ele, o Léo. Dane automaticamente está procurando fazer a
parte mais burocrática da coisa enquanto Léo está apenas vivendo esse sonho
todo, deixando fluir. E é natural. Cada pessoa reage à certas situações de
maneiras distintas.
— Sim... Talvez... Só sei que eles me completam. Entendo cada um e
já sei como cada um funciona sabe. Pode parecer estranho para vocês que
estão de fora, mas pra mim, para nós é tão normal. Não me vejo apenas com
um ou com outro. Não há essa possibilidade em minha cabeça e em meu
coração. Como pode doutora uma pessoa amar tanto e igualmente duas
pessoas tão diferentes. Nós costumamos a colocar tudo isso na conta do
universo, pois não temos e nem sabemos como explicar.
— Entendo. Quer dizer, não que eu entenda ao pé da letra, mas faço
uma ideia. Deve ser realmente bem confuso isso tudo. Mas na minha
percepção pessoal, vejo que vocês conseguem fazer tudo isso funcionar de
maneira bem natural. Talvez essas dúvidas todas estão mais em suas cabeças,
conflitos que vocês mesmos criam internamente, do que na vida em que
dividem juntos. Eu não sou psicóloga querida, e se puder opinar diria a você
que com o tempo procure um piscicologo para conversar sobre tudo, faria
muito bem a vocês a ajuda de um profissional. Ele pode lhes auxiliar com
todas essas dúvidas. Não tenha preconceito contra esses profissionais, eles
estão aí para nos ajudar a nos entender melhor.
Pensativa Nininha realmente avaliava a possibilidade de uma ajuda
profissional.
— È mesmo Dra. Thereza, vou ver isso direitinho, mas não agora,
quero estar completamente focada nos meus bebês.
— Isso, faz você muito bem...
— Bom, agora estou me sentindo um pouco traidora em não ter dito a
eles que vim aqui lhe ver, falar deles assim, caramba acho que nem com
minhas amigas já falei. — Falou Nininha cabisbaixa.
— Oh, futura mamãe de trigêmeos! Não se preocupe com isso, eles
também vieram aqui com suas dúvidas e ....
— Eles o quê!?!?!
— Oh, meu Deus! Eu e minha boca grande. Desculpa... Por favor
Paulina, não diga a eles que falei, por favor. Meu Deus, que boca grande a
minha. — Dizia Dra. Thereza super nervosa por ter, sem querer, soltado
sobre à visita que os meninos tiveram com ela.
Dias atrás, logo após eles voltarem ao trabalho eles tiveram uma
conversa bem séria. Tudo começou com uma segunda pequena puxada de
orelha que Dane deu em Léo pelo jeito exagerado que ele estava tratando a
esposa deles. Dane tinha suas preocupações é claro, mas nada que se
comparasse as de Léo. Ele sufocava Nininha com seus exageros e até deixava
ela nervosa por conta disto. E era esse o medo de Dane, que ela ficasse tão
nervosa a ponto de passar mal e acontecer algo com ela ou com os bebês.
Para Dane o melhor era deixar ela livre para fazer o que quisesse com a
supervisão deles, do que discutir o tempo todo e indo contra tudo o que ela
queria. Porém, Léo não pensava assim. Para Léo a razão de sua vida
carregava mais três razões de se viver, e o quê que tinha se ele quisesse levar
ela da cama para o banheiro em seu colo? Ajudá-la no banheiro, para que ela
não tivesse o risco de escorregar? Que ela só decesse os degraus das escadas
acompanhada, de só sair acompanhada, de não dirigir e assim vai? Ele só
estava tentando manter ela e seus filhos em segurança. Assim ele pensava.
Mas seu amigo o fez entender que não era assim que a manteria bem, que era
preciso ser mais maleável, pois não adiantava nada não deixá-la cair, tropeçar
e em compensação irrita-la de tal maneira que a fizesse passar mal. Léo
compreendeu e prometeu melhorar suas boas intenções, mais uma vez. Era
difícil, mas ele tentava.
Nininha reconheceu que ele havia melhorado, principalmente depois
que sua mãe e irmã foram embora. Léo nos dias antes de voltar ao trabalho se
dedicou a ela em tempo integral. Ainda mais quando percebia que Dane fugia
um pouco com a desculpa de ir comprar na rua alguma coisa que ela desejava
comer. Fazia massagem nela e matava a vontade dela a fazendo gozar com
sua língua e dedos. Sua esposa estava cada dia mais linda e sexy com aquela
forma arredondada. Seus seios fartos e bicos vermelho quase escuro do jeito
que gostava, o deixava louco. Por vezes passava um tempinho só lambendo e
chupando aqueles cumes cheios do néctar saboroso que alimentaria seus
filhos. Ele se excitava tanto, queria ela o tempo todo e sabia que ela queria
também, porém tinha medo da intensidade de seu desejo provocar alguma dor
ou incômodo. E na conversa com Dane ele tentou tirar suas dúvidas, mas
quando os dois perceberam que os dois tinham praticamente às mesmas
dúvidas, principalmente sobre a gravidez, resolveram que gostariam de falar
com os médicos sem a presença de sua esposa. Queriam ficar a vontade,
principalmente Dane, pois queria saber sobre todos os contras da gravidez.
— Brother, eu juro que vou tentar amenizar os meus cuidados, mas é
maior que eu. Acho ótimo essa ideia de irmos falar com os médicos, mas
teremos que ir separados.
— Mas por que não podemos ir juntos, temos as mesmas dúvidas?
— Nem todas Dane. E conheço você. Vejo sua cara carregada de
preocupação. Enquanto eu estou aqui nas nuvens só visualizando todo o lado
bom em que vivemos, você está aí, carregando o peso de coisas ruins que
nem aconteceram e por Deus, não vão acontecer. Não vou te julgar,
reconheço que somos feitos de extremos totalmente diferente em relação ao
como lidamos com os assuntos da nossa vida. Tenho certeza que na sua
conversa com a doutora terá muitas perguntas do lado negativo da coisa toda,
não quero, se quer, escutar sobre tais possibilidades. Tá, eu sei que estou
sendo de certa forma ingênuo, e posso não estar preparado para o pior... Mas
prefiro assim. Não consigo pensar que algo pode dar errado tanto para nossa
princesa quanto para nossos filhos. E lido com às coisas quando elas me são
apresentadas. Então estou vivendo um dia atrás do outro. Minhas dúvidas são
em relação ao tratamento que tenho que ter com minha esposa, e o
andamento da gestação dos nossos bebês e ponto. Sei que você quer ir mais
profundo dentro disso e eu não. Agora cara, se liga, pois nossa mulher não é
boba, ela percebeu seu afastamento e sabe como é mulher, não tenho certeza
se ela entende que seu afastamento é sobre os aspectos negativos da gravidez,
ainda mais uma rara como esta, e não pelas mudanças que aconteceram nela.
— Merda Léo, é claro que não é ela... É toda essa situação tensa de
gravidez rara. Quando descobrimos no susto que ela estava grávida foi
surpresa? Foi. Mas depois foi tranquilo, normal. Agora quando nos foi dito
sobre a gestação de três crianças e ainda sendo uma delas mais nova que às
outras. Caramba... Sinto que minha respiração está suspensa e só será
liberada quando tudo isso acabar.
— Aí que está o erro, meu irmão. Nossa respiração vai estar suspensa
para o resto da vida, seremos pais. Não adianta sofrer por antecedência, e é o
que você está fazendo. Tenta relaxar um pouco e se deixar levar, cara. Vou
ligar para a doutora e agendar horários diferentes para nós dois. Somos
unidos e compartilhamos uma vida juntos, mas precisamos também de um
pouco de espaço para sermos nós mesmos. Só ... Não vamos falar para nossa
mulher, isso pode deixá-la nervosa.
Compreendendo tudo o que disse seu amigo, Dane aguardou ele
marcar os horários e assim foi feito. Cada um teve seu tempo com os
doutores. E aconteceu exatamente como Léo havia previsto. Dane manteve
todas às suas perguntas direcionadas as possibilidades de erros durante a
gravidez Dra. Thereza e Dr. Carlos tiveram um trabalho para fazer Dane
entender que tinham muitas maneiras de dar errado, mas havia a mesma
quantidade de maneiras de dar certo. No fim conseguiram fazer com que ele
saísse bem mais animado do consultório do que quando ele entrou. Já com
Léo a conversa foi mais leve, a única coisa que ele não conseguiu entender é
porque ele tinha que esperar tanto para saber o sexo dos bebês, quando em
outros casos era mais rápido. Os doutores disseram a ele que às vezes,
acontecia de só descobrirem ao nascer. O que o deixou mais louco.
As perguntas sobre sexo foram basicamente as mesmas e respondidas
igualmente. Todas às dúvidas foram tiradas e perguntas respondidas. O que
ficou foi o desejo de cada um que tudo continuasse caminhando como o
esperado e que fossem agraciados com nenhum infortúnio.
Essa conversa com os doutores veio na hora certa.
Léo e Dane saíram menos tensos e tendo a certeza de que está tudo nas mãos
de Deus e até aqui ele tem sido maravilhoso. E Léo conseguiu entender
melhor que sua super proteção não ajudava muito realmente e caiu na real
mudando completamente. Não que ele tenha deixado algumas precauções de
lado, mas se tornou menos efusivo em suas vontades para o total bem estar de
sua esposa.
Ao saber pela doutora que seus maridos tiveram esses encontros com
ela e Doutor Carlos, não a fizeram se sentir enganada, pelo contrário, a fez se
sentir ainda mais amada e protegida. De certo eles fizeram o mesmo que ela,
era pura preocupação e eles também queriam entender melhor tudo o que
estava acontecendo. Isso a fez pensar que há umas duas semanas as coisas
estavam bem mais fáceis com eles. Nininha se despediu da doutora já ansiosa
para voltar dali a dois dias para a ultra morfológica.
— Amor?
— Oi.
— Não comprou nada, não viu nada que te interessasse nas lojas?
Respirando fundo sorridente e bem mais leve, Nininha respondeu ao
Dane:
— Na verdade não fui no shopping, quer dizer, até fui, mas só para
comer aquela pipoca doce que vende na bombonier do cinema. Uma delícia!
Rindo com a cara de satisfação de sua esposa, Dane perguntou:
— Então o que fez durante esse tempo todo?
— Amor, não fique brabo, mas eu precisava conversar com a Doutora
Thereza, sozinha, então marquei com ela.
Dirigindo pensativo com a resposta que Nininha lhe deu, Dane não
teve tempo de se achar enganado, até porque entendia exatamente a razão
dela querer isso. Então condescendente, pôs sua mão sobre a mão dela, que
estava sobre a barriga onde guardava seus filhos, e disse:
— Te entendo, amor. Devo confessar que eu e Léo fizemos o mesmo.
Tivemos também um encontro, cada um, com Dra. Thereza e Dr. Carlos. E
foi a melhor ideia que tivemos, eles nos esclareceram muitas dúvidas. Só
peço que nos desculpe em não ter lhe falado, mas é que tudo é... Tão confuso
e não queríamos deixa-la preocupada e...
Nininha levou sua mão livre em cima da mão dele e o cortou dizendo:
— Tudo bem, tá tudo bem. Entendo o porquê de vocês também terem
procurado essa conversa e agradeço por isso, porque senti essas últimas
semanas uma mudança em cada um de vocês. Vivemos uma felicidade
inesperada e ganhamos esse presente incalculável que é poder compartilhar
esse amor infinito. Somos humanos cheios de dúvidas e receios. Por isso o
medo de também inesperadamente tudo desmoronar, sair do controle. Por
sorte temos um ao outro. E quer saber, precisamos parar de levar isso tudo ao
pé da letra e nos jogar sem medo do que está por vir. Que tal se viajássemos
no próximo fim de semana. Vocês dois vão tirar folga juntos sábado e
domingo, podíamos subir na sexta para a cidade imperial. Alugar um
chalezinho só para nós três e esse barrigão aqui. O que você acha?
Avistando um acostamento, Dane estacionou o carro seguido pelo
olhar brilhante de sua esposa. Ao parar se virou completamente para ela e a
beijou de surpresa. Aquele beijo melado, gostoso, possessivo e cheio de
desejo que ela já não sentia dele fazia um tempinho. Com o corpo já
formigando de vontade Nininha aproveitava para matar a saudade, mas seu
corpo já não era o mesmo de antes então praguejou enquanto queria montar
em seu colo, mas não conseguia. Dane percebia suas intenções e sorria
sacana em seus lábios.
— Calma foguenta, precisamos de espaço — Disse ele sorrindo
terminando de beija-la.
— É eu sei… — Bufou ela.
— Acho ótimo...
— O que você acha ótimo?
— Sua ideia do chalé. Fale com Léo e o resto nós resolvemos assim
que chegar em casa. E falar em casa, vai querer passar em seu pai ou nas
meninas agora?
Sorrindo de lado Nininha falou em tom de quem tinha más intenções:
— Agora!? Agora não, agora quero ir para casa com você onde temos
mais espaço.
Às gargalhadas, Dane dirigia e imaginava que dessa vez não teria
como fugir e na verdade nem queria. Em casa o desejo reacendeu novamente
quando ao entrarem pela sala, Dane surpreendeu Nininha, encostando ela na
parede e lhe dando um beijo quente. O desejo que Dane tinha por sua mulher
era imenso, mas andava melindroso por conta de sua situação.
Mas neste momento ele estava mais leve e com muito querer. Suas
preocupações pareceram dar um espaço para ele voltar a ser quem era antes e
amar sua esposa da maneira que sempre fez.
Ele passava as mãos pelo corpo cheio dela, deixando sua pele
arrepiada por onde passava. Nininha se deixava ser tocada e se limitava a
sentir toda a paixão no toque que ele lhe dava.
Subia o rosto para ser devorada no pescoço e orelhas. Sorria feliz por saber
que teria seu Dane em breve dentro dela.
Dane desamarrou o laço do vestido jeans que transpassava seu corpo.
Seus olhos caíram direto nos cada vez mais fartos seios e sem demora os
livrou do sutien e os devorou. A boca de Nininha era só gemidos e pequenas
mordidas em seus próprios lábios.
Descendo beijando por sua barriga redonda, ele se demorou por ali encantado
com aquele ventre que carregava tudo de mais importante que ele tinha na
vida. Ela sentia cosquinhas ao ser beijada ao lado da barriga e no entorno do
umbigo.
Entre os beijos e carícias, ele retirou sua calcinha de algodão, se ajoelhou e
contemplou a visão que ela escondia. Sua buceta lisinha, bem rosada e
rechonchuda. Mais louco ficou Dane com essa visão, ainda mais quando
notou o brilho entre seus lábios mostrando sua excitação. Ele levantou
rapidamente com aqueles olhos que Nininha conhecia muito bem, revoltos de
puro prazer, e a pegou no colo. Chegando ao sofá, pôs sua mulher deitada
com delicadeza e tirou suas peças de roupas também. Ela se acariciava
enquanto o observava tirar a roupa, quando ele terminou ela ficou de lado e
ele se pôs abraçado em suas costas.
Beijando sua nuca segurando seus cabelos, fez seu pau teso achar o caminho
extremamente liso e escorregadiço, se instalando numa minúcia até o fundo
com muito carinho, procurando dar o prazer que seu amor desejava e com
isso alcançar o seu próprio.
Não gemiam alto, mas cada um conseguia sentir o que queria do
corpo do outro. Dane segurava o ogro que vivia dentro dele louco para se
soltar e abusar daquele corpo que tanto amava. Pra isso sua mão não saia da
barriga de sua menina o deixando consciente que este templo não era apenas
dele e de Léo.
Porém mesmo assim, o êxtase que os dois alcançaram foi como sempre,
enlouquecedor e só não foi perfeito porque Léo não estava ali.
Era noite enquanto Léo dirigia em direção à sua casa e já pensava no
fim de semana maravilhoso que teria com Dane e sua esposa. Adorou a ideia
quando sua princesa lhe perguntou o que achava. Na verdade estava com
saudades de tê-la junto com Dane e também seria uma forma de
comemoração após o exame que comprovaria que seus bebês são meninos.
Seguiu com esse pensamento e ficou se imaginando ensinando seus garotos a
surfar.
Chegou, estacionou o carro e pegou sua bolsa. Brutus veio lhe dar oi,
logo voltou ao seu cantinho. Ao abrir a porta de casa, encontrou Dane e
Nininha nus dormindo no sofá da sala. E isso só era possível porque eles
estavam em um sofá retrátil.
Léo sorriu ao vê-los e seu coração se encheu de paz.
De longe ele percebeu um movimento na barriga dela e se aproximou. Dane
também sentiu e abriu os olhos. Os dois se olharam e em silêncio observavam
a barriga de sua esposa que estava ainda de lado, e um novo movimento se
fez.
Léo se abaixou e pôs a mão também na barriga dela próxima a de seu amigo
e então mais movimentos, agora bem mais expressivos, tanto que a mamãe
dorminhoca acordou.
Os bebês saltitavam em sua barriga com a presença dos pais e os pais se
regojisavam com tamanha felicidade. Os minutos seguiram com olhos
lacrimejantes e sorrisos bobos.
— Amor tô louco para tomar banho, você quer vir comigo? —
Perguntou Léo beijando sua esposa.
— Uhumm, quero sim, mas tô com fome, talvez por isso essas
crianças estão tão agitadas.
Levantando, Dane disse:
— Vai lá, meu bem, eu vou preparar alguma coisa pra gente e levo
para o quarto.
A água morna caia sobre os dois enquanto se beijavam em baixo da
ducha. Léo era só carinho com sua princesa barriguda. Adorava a textura em
que estava sua buceta depois que ficou grávida, por isso sempre que podia
arrastava suas mãos por lá. No banho era ainda melhor, pois o sabonete
líquido ajudava no afago facilitando mais ainda o deslizamento entre suas
dobras. Ele sabia que ela estava cada vez mais excitada e a provocou ainda
mais apalpando seus seios. Nininha já levantava uma perna sobre uma
pequena mureta que havia no box e auxiliava nas posições. Mas agora era
muito perigoso para ela que ele tentasse a tomar desse jeito, então ele pegou
e a trouxe até a jacuzzi. Viu seus olhos brilhar ao vê-lo prepara-la para eles.
Quando tudo já estava pronto ele entrou se sentou e trouxe-a para cima dele,
porém de costas, a barriga já atrapalhava. Praticamente ajoelhada e
arreganhada, com sua ajuda, Nininha foi deslizando para dentro seu pênis
latejando e assim conduziu os movimentos de entre e sai que os levavam fora
de si.
Léo abraçou e segurou seus seios, apertando seus mamilos pontudos tirando
suspiros sôfregos de seus lábios. Cada vez mais excitada, ela rebolava no
encaixe com Léo. Levantou seus braços e segurou acima da cabeça e se
permitiu sentir tudo o que seus corpos juntos produziam. Nem parecia estar
grávida, mas ela sabia de seus limites. Continuou relaxando encaixada
naquele pau duro e gostoso, enquanto Léo permaneceu parado dando total
controle a ela, o que só aumentava seu tesão.
A água vibrava de acordo com o vai e vem de seus corpos.
Ao sentir Léo beijando suas costas Nininha se empinou ainda mais. Quando
abriu os olhos encontrou Dane entrando com uma bandeja colocando na
cama. Não tirou os olhos dele que ainda estava nu. Essa parte onde estava a
jacuzzi era separada por blindex, com vista total para o quarto. Ao encontrar
seus olhos, ela percebeu seu pau crescer, sorriu safada e continuou montando
Léo agora com um pouco mais de intensidade e exibicionismo.
Dane puxou um banco para mais perto da onde estava a jacuzzi e se sentou.
Como se estivesse em um camarote VIP, se deliciou com a visão de sua
mulher grávida subindo e descendo sensualmente no pau de seu outro marido
em busca de prazer.
Dane não conseguiu se conter e tratou de se masturbar de tanto tesão.
O corpo de Léo metade submerso na água, estava tenso. Se segurava
para não ir de encontro verozmente às reboladas encaixadas de sua esposa, e
assim não acabar a machucando. Por isso se encontrava num martírio de
apenas receber o prazer que ela lhe proporcionava e deixá-la alcançar o seu.
Ver seu amigo os observando, também excitava Léo.
Pouco tempo depois os três se encontraram em êxtase e só depois de
recuperados, fizeram o lanche juntos. Mais tarde dormiram agarradinhos,
planejando sobre a viagem do final de semana.
Alguns momentos de pura paz e harmonia, foi assim até o dia de ir
fazer a ultra. Já foram preparados para de lá irem direto ao chalé alugado na
região serrana. O tempo no Rio já estava um pouco frio, então provavelmente
na serra, o trisal iria compartilhar uma temperatura geladinha ao pé da lareira.
Assim desejavam.
Bem próximos ao hospital onde realizariam a ultra, seus corações
batiam um ritmo mais acelerado. Esse momento era sempre muito especial.
Ao entrarem no estacionamento avistaram seu Silva também estacionando o
carro.
— Não é que ele veio mesmo!? — Disse Nininha espantada.
— Meu sogro vive dizendo que já não importa mais saber sobre o
sexo dos bebês, mas no fundo está morrendo de curiosidade. — Falou Léo
manobrando o carro.
Dane gesticulou com a cabeça concordando com o amigo.
Desceram do carro e foram ter com seu Silva, que por acaso estava sozinho.
Aos cumprimentos Nininha lhe perguntou por que Gracinha não veio e ele
lhe respondeu que ela havia ido visitar uma prima doente.
— Então meu sogro, não conseguiu se segurar e veio ver seus netos
também? — Perguntou Léo.
— Sim. Tem dias que não vejo vocês meus filhos, senti falta. E estava
só em casa, então vim aqui encontrar vocês e se der, quem sabe, ver também
meus netos.
— Os doutores qualquer dia desses vão estipular quantidade de
pessoas no consultório. — Falou a gravidinha sorridente.
— Podemos ir?! Estamos em cima da hora. — Disse Dane ao olhar o
relógio, sem segurar o nervosismo de sempre.
Andando radiante Nininha seguiu para a recepção do hospital rodeada
dos homens de sua vida, se sentia tão segura com eles. No mesmo momento
imaginou se Deus estava mandando mais três para tomar conta dela. Que
loucura! Após se identificarem foram para o consultório da Dra. Thereza que
já os aguardava. Ao entrarem a doutora já não se espantava mais com a sala
tão cheia. Falou com todos e em especial com sua paciente.
— Tem pelo menos uns dois dias que não a vejo, e já percebo que
esta barriga deu uma espichada, heim.
— É verdade doutora, cada dia mais preparada para competir com as
melancias da feira.
Todos riram da graça que Nininha fez ao falar sobre si mesma.
Léo pertinho dela, disse só para ela ouvir "adoro chupar e comer melancia ".
Nininha teve um pequeno sobressalto olhando para a doutora e seu pai,
rezando para que eles não tivesse ouvido às palavras sacanas de seu marido.
Dane sorria.
— Então querida, como está se sentindo completando 24 semanas?
— Estou bem, doutora. Os enjoos passaram, sinto apenas muito sono,
fome e preguiça. No restante tudo bem.
— Ótimo! Uma grávida de fato. Então vamos para o exame, pois
bem?
— Sim! — Quem respondeu foi Léo se intrometendo e continuous. —
... E a senhora disse que este exame é bem mais específico e provavelmente
veremos os pintos e sacos pendurados dos nossos filhos não é?
— LÉO!!! — Gritou Nininha enquanto Dane levava a mão ao rosto e
seu Silva ria alto da cara do genro.
— Que foi, até parece que só eu quero ver.
— Sim Leonardo, eu disse que esse exame é mais específico, mas não
disse que veríamos pintinhos e saquinhos pendurados, esse é seu desejo.
Vamos ver se seus bebês estão dispostos a se mostrarem. Paulina querida, já
sabe como é, deite na maca, como está de vestido vou apenas levanta-lo, tudo
bem.
— Uhum! — Respondeu ela enquanto era auxiliada pelos seus
maridos a subir na maca. Seu pai se pôs quietinho ao lado da tela que
apareceriam seus netos.
Dane e Léo se posicionaram atrás da cadeira da doutora, já estavam
acostumados. Iniciando os procedimentos, Dra. Thereza passou o gel sobre a
barriga de Nininha, ligou os aparelhos e foi testando a sonda deslizando
sobre a barriga de Nininha. Despejou um pouco mais de gel e seguiu
passeando com a sonda enquanto olhava atenta a imagem que se formava na
tela.
— Vamos lá, aqui estão vocês... Muito bem... Sim, ótimo. Como já
expliquei antes, este exame serve para avaliar o desenvolvimento do bebê
com bastante detalhe, incluindo os órgãos internos e a funcionalidade
deles. Aqui estão os gêmeos mais velhos...
— Meninos, doutora... — Interrompeu Léo novamente.
Se virando para trás, Dra. Thereza disse para ele em tom de meia
brincadeira:
— Papaiii, o senhor poderia me deixar terminar, assim que observar o
sexo vou lhes dizer, ok.
Dane deu um tapa na cabeça de Léo e fez ele pedir desculpa.
— Sim... Desculpa.
Dra. Thereza seguiu suas avaliações e pacientemente foi explicando o
que via e de certa forma mostrando as imagens. Avaliou que os bebês
estavam sem nenhuma deformação aparente e seus órgãos normais.
Encontrando o gêmeo mais novo, pôde observar com maior clareza também,
mas nem tanto como os outros, pois sua idade gestacional era menor.
Contanto não havia nenhum prenúncio de sinistro. O exame estava
completamente normal dada às circunstâncias da gravidez. Os pesos e
circunferências dos bebês seguiam as medidas, o exame teve o êxito
esperado. Mesmo do gêmeo mais novo.
Os pais e vovô presentes respiravam juntos aliviados com a declaração da
médica que tudo ia muito bem tanto com os bebês quanto com a mamãe. A
médica disse que estava gravando todo o exame e que tiraria foto da face de
cada bebê e imprimiria para todos.
Os olhos cheios d'água de Nininha ao ver seus bebês crescendo em sua
barriga, transbordaram de vez ao ver Léo abraçado ao seu pai que chorava e
Dane com a mão no rosto parecendo fazer uma oração.
Enquanto todos estavam emocionados por saberem que já teriam fotos
dos bebês e que eles estavam bem, a doutora seguia sua verificação agora
mais específica sobre a sexagem fetal.
De repente ela diz:
— Opa, opa... Vocês decidiram colaborar crianças!!!
— O que foi doutora? — Perguntou Nininha, chamando a atenção dos
homens para a tela.
— Olhem aqui, estão vendo?
— Onde!? — Falou seu Silva.
— Cadê!? — Interrogou Dane.
— O quê!? — Pressionou Léo.
Apontando para a imagem na tela, a doutora concluiu:
— Olha às perninhas rechonchudas dos gêmeos maiores, estão
vendo? Estão se mexendo tanto e abrindo, que posso afirmar que aqui
temos... Olhem lá... São... Duas menininhaaas...

Todos olharam para Léo, que olhava atento a imagem da qual a


doutora falava. Seu rosto um sorriso congelado, o globo de seus olhos se
movimentaram da tela para sua esposa e amigo, e depois para tela e para
doutora.
— Não é possível! — Disse ele ainda congelado.
— Sim é, absolutamente possível e verdadeiro. Sorry papai Leonardo,
mas pelo menos dos três bebês, virão duas meninas. — Confirmou a médica.
— Não, não pode ser... — Virando-se para Dane perguntou. — Ela
pode estar enganada não é, nós dois não faríamos meninas, eu não vou saber
ser pai de menina, ainda mais duas!?!?! Eu... Eu não vou conseguir Dane, eu
vou virar um assassino em série... Não estou me sentindo bem... Não estou
me sentindo bem... Tá tudo rodando meu irmão...
E quando menos esperavam, Léo perdeu às forças e caiu lentamente
nos braços de Dane desmaiando. Dane nem teve tempo de comemorar a
notícia e nem de rir da cara do amigo. Sustentou ele como pôde e assim que a
doutora se levantou da cadeira e a ofereceu, colocou como deu aquele
brutamonte sentado com ajuda de seu sogro. Viu que Dra. Thereza foi até a
porta e pediu algo, seu Silva abanava Léo e Dane o chamava dando tapinhas
em sua cara. Mas o mais louco disso tudo era a gargalhada que ressoava pelo
consultório, alta e interminável.
Mesmo às voltas com Léo, seu Silva e Dane olharam para a maca da onde
ouviam as gargalhadas e se depararam com Nininha se contorcendo de tanto
rir. Seu rosto vermelho e molhado.
Dane deixou Léo aos cuidados do sogro e enfermeira, que acabava de entrar
com um copo de água, e foi para sua esposa.
— Que isso amor, assim você pode acabar passando mal.
— Não consigo parar Daniel.... (Risos), você ouviu o que a doutora
disse !?? DUAS, DUAS MENINAS.... Kkkkkkkkkk... Léo se Fu.......
— Paulina minha filha, olha a boca suja, mais respeito por favor!
— Des... Des-culpa pai... — Mesmo ao se desculpar ela seguia rindo
copiosamente. Acabou que Dane não se aguentou e se juntou a ela também.
Aproveitou a abraçou, beijou e agora sim comemorando disse:
— Vamos ser pais de pelo menos duas princesinhas, minha menina.
Estou tão feliz, obrigada meu amor.
— Duas meninas Dane e elas vão ser iguaizinhas!!! Minhas bonecas.
Mas... E o outro bebê? — Se desagarrou de Dane e fitou Dra. Thereza que
avaliava seu marido Léo, e perguntou. — E nosso outro bebê doutora, será
menina também?
Ao escutar sua esposa, Léo levantou depressa da cadeira e com cara
de paspalho foi dizendo:
— Não pode ser, outra menina??!
— Calminha aí meu genro, vamos sentando, como eu já disse quando
somos pais a vida é repleta de surpresas.
A doutora pegou outra cadeira, pediu para que a gestante voltasse a
deitar e disse:
— Pelo que vi, nosso pequenino não quer se mostrar. Está de pernas
cruzadas e acho que dormindo, mesmo depois das gargalhadas da mamãe,
diferente das gêmeas que parecem fazer uma festa agora.
— Provavelmente já estão rindo da cara do papai... —Resmungou
Léo tomando um gole de água. Dane e Nininha eram só risos.
— Paulina, vamos tentar de novo, vire-se um pouquinho, fale com os
bebês quem sabe esse pequeno preguiçoso se mexe e aí podemos ver se
aparece alguma coisa. Isso é claro se essas menininhas derem espaço.
Léo levantou e foi até sua esposa tomando o lugar de Dane, chegou
bem pertinho da barriga dela e falou:
— Vamos garotão, mostre para gente esse pintão vai, cadê o sacudo
do papai, cadê, cadê....
Ninguém conseguia conter os risos ao ouvirem Léo conversar com a
barriga de Nininha, nem a própria doutora que seguiu avaliando, mas nada
de conseguir ver o sexo do bebê.
— Perdoe-me papais, não vai ser dessa vez. Mas pensem pelo lado
positivo, há ainda a possibilidade de um menino.
Desolado, Léo se encostou na parede ao lado da maca. Seu Silva
iniciou uma conversa paralela com a médica. Nininha ainda emocionada ao
saber de suas meninas, acariciava sua barriga. Dane se moveu até o amigo
pôs uma mão em seu ombro e tentou consola-lo:
— Não fica triste irmão, um dia nós vamos conseguir, gazela.
Vendo os dois se abraçarem, Nininha se ajeitou e saiu da maca,
abraçou os dois como pôde e disse alegremente:
— Já temos duas princesinhas para o nosso castelo. Ah Léo, não
temos do que reclamar.
— Eu não tô reclamando é que... Eu esperava meus meninos... Mas...
Não é que eu não esteja feliz, eu só não estou preparado...
— E quem está preparado Leonardo? — Falou Dane, mostrando seu
desespero também com um toque de ironia.
— Ei vocês dois, nós seremos exatamente o que eles precisam e
minhas meninas terão os melhores pais do mundo e, vocês tem a vantagem de
ter um sogro que sabe tudo sobre menina.
Mais conformado, Léo abraçou seu irmão e esposa dizendo:
— É verdade, temos o melhor professor ao nosso lado. E quanto ao
meu menino, ainda tenho chance e se não for dessa vez, seguimos tentando.
Nada me aborrece.
Enquanto os pais comemoravam a nova descoberta seu Silva
aproveitou para aplacar suas preocupações tirando suas dúvidas com a
doutora. Após o término do procedimento saíram todos e pararam em um
restaurante, o almoço se fazia com grande carga de emoção e felicidade de
que além de estar tudo bem com os bebês e a mamãe, tiveram a certeza de
que teriam pelo menos duas princesas. A conversa fluiu nas ideias para o
quarto dos bebês e o enxoval. Agora pelo menos Nininha podia se deixar
levar pelo mundo rosa duplamente falando. Decidiram pintar o quarto em
tons pastéis e Nininha fazia questão de ela mesma fazer desenhos infantis nas
paredes.
A descoberta das duas meninas foi um baque para Léo no primeiro
momento, mas logo depois ele já estava visualizando milhões de coisas para
fazer com elas. Dane só se importava com a frase "está tudo ótimo com os
bebês e a mamãe", o fato de serem meninas não importava. Ele novamente se
via na praia de mãos dadas à sua esposa, com uma pequena no colo,
observando duas lindas menininhas sendo ensinadas a surfar por seu amigo.
Era maravilhoso. Ele já até queria que o outro bebê fosse menina também.
No chalé após se amarem de frente a lareira, ladeada dos homens que
nem sua própria imaginação poderia ter imaginado, Nininha era acariciada
por todo corpo. Beijos eram colocados sobre sua pele quente, a todo
momento. Deliciada do prazer que acabara de ter com eles só conseguia
permanecer parada e se doar para ser adorada pelos dois. Seus cabelos
estavam grudados em sua face e nuca, bochechas rosadas, lábios inchados
dos seus beijos. O suor secava aos poucos nos corpos entrelaçados.
O silêncio se dava e só era cortado com o som do queimar do fogo.
Nininha devolvia às carícias sensuais e amorosas que recebia na mesma
proporção.
— Estava pensando aqui, não decidimos ainda nomes para nossos
bebês, e agora pelo menos podemos decidir dois. —Falou Dane.
Ninguém disse nada, não porque não quisessem sim porque estavam
num estado de nirvana. Alguns minutos depois Léo disse quase cantando:
— Sofia.
Se acomodando melhor Nininha se virou para ele sorrindo, e o
beijando falou:
— Lindo nome, meu príncipe.
— Nome de princesa. Princesa Sofia. O que acham?
— Perfeito, Léo. E se puder... E é claro amor, se você gostar, gostaria
de pôr o outro nome de Sara.
Léo levantou o rosto para olhar seu amigo, viu que seus olhos
estavam embaçados. Nininha se pôs de barriga para cima com a mão naquele
barrigão susurrou:
— Sara e Sofia. Sofia e Sara. Gostei, soa bem para gêmeas, além de
serem nomes lindos.
Levando sua mão à barriga de sua esposa, Dane a beijou no ombro
mostrando o quanto ficou feliz.
— Sara é o nome da mãe de Dane, amor. E é perfeito. Sara e Sofia.
— Oh, meu Deus Dane, havia me esquecido, você não fala nunca de
seus pais que ...
— Shiiii não se preocupe, já me faz muito feliz saber que gosta do
nome e que vai dá-lo a uma de nossas filhas.
— Oh meu Dane... — Disse ela e o abraçou.
Um tempo depois Nininha sonolenta falou:
— E eu, cada um escolheu o de uma menina.
— Você escolhe o do nosso bebê tímido, que não quis se mostrar. —
Falou Léo bocejando.
— Concordo. — Afirmou Dane.
— Tudo bem, se for menino ou menina eu escolho.
As semanas se seguiam e os preparativos para a chegada dos bebês
iam de vento em poupa. O enxoval estava cada dia mais rosa e grande, seu
pai e Gracinha, suas amigas e maridos sempre compravam algo, essas
crianças já tinham mais roupas do que ela. Lary e Bruna organizaram um chá
de bebê recheado de brincadeira para os amigos mais íntimos. O trisal ganhou
muitas fraldas e produtos de higiene para os bebês, tudo em triplo.
A mãe e irmã de Léo não conseguiram vir, mas assistiram ao vivo pelo
celular algumas das brincadeiras. A gravidinha vivia radiante e a entrada no
oitavo mês de gravidez só não foi melhor, pelo fato de seu açúcar passar um
pouco do limite, os pés inchados, uma anemia insistente e uma leve subida na
pressão.
Isso fez os doutores alertarem aos pais que se fosse preciso adiantariam o
parto para evitar maiores complicações. Obviamente isso colocou a todos nas
pontas dos pés, até mesmo Nininha, que já não reclamava dos cuidados extras
que todos passaram a ter com ela. Ela faria de tudo para manter firme a
gravidez o mais longe possível principalmente pelo seu bebê menor que
precisava de mais tempo. Repouso total.
Porém na trigésima quarta semana Nininha começou a sentir algumas
dores nas costas e pé da barriga que fizeram ela ligar para Dra. Thereza. O
que ouviu não foi o que queria. A médica lhe disse que provavelmente estava
entrando em trabalho de parto e o melhor a se fazer era ela ir ao hospital para
ser avaliada. Todos começaram a ficar preocupados, os nervos à flor da pele.
Na consulta foi constatado que era realmente o início do trabalho de parto,
então seu Silva junto com os genros decidiram que o melhor era ela ficar na
casa dele, mais próximo ao hospital. Doutora Thereza e Doutor Carlos
pediram para ela que fizesse repouso mais que total para conseguir manter a
gestação pelo menos até a trigésima sétima semana. Assim foi, Gracinha foi
uma mãezona para Nininha, cuidava dela com muito zelo. As dores que eram
de vez em quando, começaram a aparecer mais vezes e no início da trigésima
sexta semana uma última ultra foi feita. Foi constatado que já não havia mais
tempo a esperar pois às gêmeas estavam prontas para vir ao mundo e com
isso poderiam colocar em risco a vida do bebê mais novo, que mais uma vez
não descruzou às perninhas para se mostrar.
Marcaram a cesária para uma sexta-feira à tarde. Foi movimentada
duas equipes para o procedimento. O intuito da equipe médica era tirar às
meninas e se tudo desse certo manter o bebê mais novo por mais duas
semanas na barriga da mãe, que ficaria internada sendo observada 24horas.
Mas todos também estavam preparados para se a primeira ideia não se
tornasse viável, retirar também o bebê menor e mantê-lo na incubadora sobre
cuidados. Tudo poderia acontecer, mas a equipe médica queria garantir que
teriam como intervir em qualquer situação.
A futura mamãe estava cada vez mais ansiosa para ver a carinha de
seus bebês é claro, mas também estava preocupada com tudo o que estava por
vir. Os seus maridos então nem se fala. Dane uma pilha e Léo na berlinda
entre a felicidade do momento e a primeira vez grilado com o que poderia
acontecer de ruim. Era seu Silva que apesar de toda sua inquietude, ajudava
os genros a ficarem mais calmos.
Um dia antes da data marcada, Nininha se via num jantar com todas
as pessoas que mais amava no mundo. E isso agora incluía também
Gracinha. Bruna tirava gargalhadas de todos a todo momento. Lary dividia a
paparicação a Nininha, com seus maridos.
Todos elogiaram a comida que Gracinha fez com muito carinho.
Seu Silva mantinha-se observador. Como amava aquela mesa cheia de vida, e
fazia sua oração para que na próxima vez que todos estivessem ao redor dela
de novo, que juntos estivessem às crianças.
Cansada Nininha foi cedo para o quarto, Léo a acompanhou.
Dane ainda ficou um tempo conversando com seu sogro após ajudar Gracinha
e as meninas a arrumarem a cozinha. Depois elas também foram se deitar.
Lary e Bruna dormiram na sala.
Ao se despedir de seu sogro para ir para o quarto e dormir também, Dane se
virou novamente e disse:
— Vai dar tudo certo, né seu Silva?
Seu sogro se aproximou e colocou a mão em seu ombro dizendo:
— Vai sim meu genro, é o que desejamos. Mas está tudo nas mãos de
Deus, temos que ser firmes para qualquer tipo de resultado. Vamos acreditar
e orar. Mas no fundo creio que conheceremos essas crianças amanhã. Não
sou muito de acreditar nessas coisas mas sonhei esta noite com elas.
— Elas?
— Sim, todas elas. Agora é esperar. Durma em paz meu genro,
amanhã sua esposa precisará de você e de Léo inteiros.
Seu Silva respondeu e foi caminhando para seu quarto sem dar a Dane
oportunidade de falar novamente. Então ele se virou e foi para o quarto em
que já repousava sua esposa aos afagos de Léo, pensando no que seu sogro
disse ele entrou sorrindo com a possibilidade. Léo que ainda estava acordado
percebeu o sorriso nos seus lábios e disse:
— O que te fez sorrir assim?
— Nada... Quer dizer, irmão, parou pra pensar que amanhã veremos
os rostinhos dos nossos filhos? — Falou Dane tirando a camisa e se sentando
ao pé da cama na penumbra do quarto.
— Filhos não cara, filhas, lindas princesinhas que irão fazer dos meus
cabelos quase loiros em branco cedo, cedo. — Respondeu Léo, indo para o
canto da parede, do outro lado de sua mulher, para dar espaço para seu amigo
deitar também.
Se acomodando em seu lugar, Dane deu um beijo na testa de sua
esposa e continuou a conversa:
— Quer dizer que já está confirmando que podem ser três princesas?
— Não é isso brother, é claro que segue minhas esperanças em ter um
menino nessa barriga linda… — Disse acariciando ela. — Mas diante do
parto eminente, só consigo pensar em ver minha rainha bem com nossas
crianças, sejam meninas ou meninos.
— Sorte sua que você só se sente assim um dia antes do parto. Sinto
isso desde nossa primeira consulta com a Dra. Thereza.
— É brother, ainda bem, agora te entendo. Mas vamos pensar positivo
e esperar o que está preparado para nós.
— Sim, é. Olha!!? Sentiu?
— Senti, estão animadas nossas crianças. Antes de você entrar, eu
estava conversando com elas para se comportarem e ajudarem a mamãe no
parto para que dê tudo certo.
— É, então é melhor eu reforçar essa ideia. Você vai ser o pai bobão e
eu o sério, elas vão me obedecer muito mais. — Disse Dane debochado e se
abaixando até o ventre de sua esposa, começou a conversar com seus bebês
enquanto Léo a acariciava.

Com o rebuliço que havia em sua barriga, Nininha teve que acordar.
— Vocês são dois babões, vejo que essas crianças farão de vocês gato
e sapato.
Os dois olharam para ela rindo do que falou. Léo fungou em seu
pescoço enquanto Dane beijava sua barriga.
— Saudade de vocês... Não vejo a hora de ser de vocês por inteiro
novamente.
Subindo beijando seu corpo, Dane lhe deu um beijo na boca e disse:
— Nós também, meu amor! Muito!
— Muitíssimo, por isso é bom fecharmos os olhos e dormir. — Falou
Léo entre os dentes tentando controlar seu tesão.
A sexta-feira amanheceu linda. O sol a pino, nenhuma nuvem no céu.
Léo observava beija-flores sorvendo das plantas, do pequeno jardim de seu
Silva, o néctar de que precisavam. Ele bebericava seu café quando o portão se
abriu. Dane entrava suado, pingando.
— Foi corer, brother?
— Sim. Como está ela?
— Dormindo ainda. Levantou para ir ao banheiro, se queixou daquela
dorzinha, mas voltou para cama e dormiu com a massagem que lhe dei.
— Bom. Vou tomar um banho. Por que você não lava o carro?
— Porque não estou afim?
— Gazela!
— Viadinho!
No meio da demonstração de carinhos entre amigos, seu Silva chega
na varanda e diz:
— Dia lindo para ser o dia mais feliz de nossas vidas, não é verdade?
Os dois responderam juntos:
— É sim.
Dane entrou na casa e foi direto na cozinha, encontrou Lary ajudando
Gracinha. Deu bom dia e se serviu de suco, foi para o quarto buscar a sua
toalha e quando abriu a porta viu Bruna deitada na cama com sua esposa.
Estavam dormindo ainda. Pegou a toalha, uma peça de roupa e foi para o
banheiro. Ao sair deu de cara com Bruna já saindo do quarto.
— Bom dia Bruna, por que você estava na cama com minha esposa?
— Você acha que se eu fosse transar com uma mulher a primeira vez,
seria com uma grande daquele jeito?! Deus me dibre!
Dane riu do jeito que Bruna falava e gesticulava.
— Você é louca, claro que não pensei nisso.
— Uffa, ainda bem! Eu só fui para lá... Por que... porque eu sonhei
com minha amiga e seus bebês, acordei assustada e fui para lá. Vi que ela
estava sozinha e acabei deitando e dormindo ao lado dela. Fiz uma oração
para nossa senhora do bom parto para que a proteja.
— Entendi. Você está impressionada como todos nós. Mas como
todos nós, está orando para que tudo dê certo e vai dá, confie. Logo você terá
três crianças te chamando de titia por aqui.
— Puta que o pariu, esqueci essa parte... Sai da minha frente que
quero ir no banheiro.
Rindo muito, Dane saiu da frente dela e foi até o quintal. Viu Léo e o
sogro lavando os carros, pendurou sua toalha pensou em ajudar mas, preferiu
ir ver sua gravidinha.
— Depois que as crianças nascerem, acho que não terei mais vocês
vigiando o meu sono. — Sussurrou Nininha ao acordar com Dane lhe
fazendo carinho.
— Desculpa, te acordei amor?
— Mais ou menos, está voltando aquela dorzinha. Senti mais cedo e
agora também.
— Posso fazer alguma coisa?
— Só continue o que já está fazendo. Cadê o Léo?
— Lavando os carros com seu pai, Gracinha e Lary na cozinha e
Bruna faz um tempinho que saiu daqui. Sabia que encontrei ela aqui
dormindo contigo?
— Sim, sabia. Eu percebi que era ela, mas fingi estar dormindo
porque notei que ela estava chorando.
— Chorando?
— É. Ela deitou me abraçou, discutia com Deus sobre eu ficar
melhor.
— Discutia?! Ela me disse que fez uma oração.
— É, ela até fez uma oração antes de pegar no sono, mas antes, disse
a Deus que ia se ver com ela se acontecesse alguma coisa comigo ou as
crianças. Do jeito dela, sabe como é.
— Meu pai, espero que Deus conheça sua filha desgarrada e saiba que
ela não sabe o que diz ou faz.
— Coitada, ela só é uma força da natureza sem limites, claro que
Deus a conhece. E espero que sim, pois se não ele vai se ver com ela.
— Boba.
— Aí.... — Reclamou Nininha com a mão na barriga.
Automaticamente Dane se levantou dizendo:
— O que foi?
— A dor... Aí... Aumentou....
No mesmo instante que ela falava Léo entrava no quarto.
— Dor!? Poxa, deve estar doendo muito mesmo, você até fez xixi no
lençol. — Comentou Léo.
Assustada Nininha disse que não havia feito xixi. Dane olhou em
volta dela e viu que estava molhada.
— Mas você está molhada amor.
— AÍ...AI MEU DEUS! Minha bolsa.
— Aonde está? Me fala que eu pego pra você. — Falou Léo.
— NÃO LEONARDO.... AIIIIIIII..... TÔ FALANDO DA MINHA
BOLSA QUE SEGURA OS NOSSOS BEBÊS, ESTOROU. VAI
NASCER!
— Não minha menina, vai nascer mais tarde, está marcada já.... —
Dizia Dane tentando mostrar tranquilidade quando foi interrompido.
— PORRA.... AI QUE DOR... ME LEVEM PARA O HOSPITAL...
AGOORAAAAA!
O grito dela foi tão alto que chamou atenção de todos na casa. Seu
Silva chegou primeiro, encontrou os dois genros congelados a olhando. Atrás
dele brigavam Lary, Bruna e Gracinha para entrar no pequeno quarto que já
se encontrava praticamente lotado.
— PAII, PELO AMOR DE DEUS, ME LEVE PARA O
HOSPITAL... SUAS NETAS QUEREM NASCER E OS PAIS DELAS
RESOLVERAM SURTAR!
Prontamente seu Silva foi até sua filha a pegando no colo, enquanto
Léo e Dane ainda estavam em transe. Ao ver sua esposa ser levada do quarto
no colo de seu pai, fez com que eles voltassem à real. Dane se levantou
pegando uma camisa e sua carteira, enquanto Léo andava que nem um peru
tonto pegando às bolsas que já estavam arrumadas para ir a maternidade, e
sem notar entrou no carro sem camisa mesmo. Nininha já estava com seu pai
atrás no carro, Dane foi dirigindo e Léo ao seu lado.
Seu Silva gritou para Gracinha irem com às meninas em seu carro.
— LÉO JÁ LIGARAM PARA DRA. THEREZA OU DR.
CARLOS...
— Não...
— ENTÃO LIGAAAAA... AIIINN
— Calma minha filha, já vamos chegar, vai ficar tudo bem.
— Eu sei pai.. Assim espero.
Dane dirigia veloz para a maternidade e Léo tentava falar com a
doutora.
— Merda ela não atende.
— CONTINUE TENTANDO!
— Calma amor, já estamos quase lá, vai dar tudo certo...
— NÃO ME PEDE CALMA DANIEL... NÃO É VOCÊ QUE
TEM TRÊS CRIANÇAS EMPURRANDO PARA SAIR DE UM
BURACO PEQUENO NO SEU CORPO!
— Mas amor, eu só falei o mesmo que seu pai e...
— MAS NÃO FOI MEU PAI QUE COLOCOU ESSAS
CRIANÇAS AQUI DENTRO... ENTÃO VOCÊ, NEM O LÉO, PODE
ME PEDIR CALMAA!
— Paulina minha filha, não tem necessidade disso.
— TEM PAI, TEM... AÍÍÍN!
Virando para Léo, Dane fez cara de quem não estava entendendo
nada. Léo fez uma expressão como se pedisse para ele relevar. Então Dane se
concentrou em dirigir, vez ou outra olhava para ela que se contorcia no banco
de trás.
— Alô, alô? Oi doutora… Graças a Deus! A senhora já está na
maternidade?... Sim, sim ótimo. Porque estamos indo para aí neste exato
momento...
— Léo, diz para ela que minha bolsa estorou e eu estou com muita,
muiiita dor.
— Escutou, Dra. Thereza? ... Ahã, tudo bem, estamos chegando sim...
Em mais ou menos dez minutos.
Mais uma vez Paulina chegava naquele hospital rodeada dos homens
de sua vida, mas esse era o momento mais tenso.
Dane parou o carro na porta de entrada de qualquer jeito, desceu e foi direto
a recepção pedindo ajuda enquanto Léo ajudava seu sogro a retirar sua esposa
do carro. Não demorou muito para aparecer uma enfermeira, a médica e um
maqueiro com uma cadeira de roda. Acomodada na cadeira foi respondendo
às perguntas de Dra. Thereza e já ia sendo avaliada pela enfermeira. Dane
dispensou o maqueiro e ele mesmo foi empurrando ela. Ele procurou por
Léo, mas ao olhar para trás viu que ele havia sido impedido de entrar, pois
estava sem camisa.
— Merda!
— Que foi? – Perguntou seu Silva.
— Léo foi barrado, está sem camisa.
Seu Silva olhou para trás e viu seu genro desesperado e ainda ouviu
sua filha dizer:
— EU NÃO VOU TER ESSAS CRIANÇAS SEM MEUS DOIS
MARIDOS JUNTOS.
Num rompante seu Silva se pôs próximo à sua filha lhe deu um beijo
e disse:
— Minha pequena, que nossa senhora do bom parto lhe proteja. Eu te
amo, seja forte.
Pedindo para Dane parar a cadeira, Nininha pegou na mão de seu pai
e perguntou:
— Aonde vai papai?
— Vou trazer seu outro marido para você, esse momento é de vocês.
Logo, logo estaremos todos juntos. — Disse seu pai com os olhos cheios de
lágrimas e antes de virar e ir, pediu a chave do carro ao Dane que lhe disse
que ficou na ignição. Correu até a entrada tirando sua camisa e jogou para
Léo, que nem pensou duas vezes, desesperado vestiu rapidamente e antes de
entrar deu uma abraço no seu Silva dizendo:
— Obrigada meu sogro. Você é o cara. Pode deixar que vamos tomar
conta da nossa garota.
— Vai lá meu genro, Deus abençoe vocês.
Então Léo correu até sua esposa dando um beijo em sua bochecha,
dizendo que agora ele estava ali junto com Dane, e ela podia relaxar e deixar
o milagre acontecer.
— Renatinha, pede para alguém trazer um avental ou algo do tipo
para o pai da paciente por favor. E peça para que ele espere na sala de visitas
ou no quarto reservado. Obrigada. — Pediu Dra. Thereza para uma das
recepcionistas. E continuou. — Bom minha querida, essas gêmeas não se
seguraram né, vamos subir com você direto para sala de pré parto e avaliar a
situação. Enquanto isso papais, a enfermeira Solange levará vocês para
trocarem de roupa e encontrarem com a gente na sala de parto, ok.
— Doutora pelo amor de Deus, eles são os culpados, mas eu não
quero ficar sem eles!
— Eu sei querida, mas se você quiser que eles estejam com você, eles
tem que se trocar.
— Não se preocupe amor, nós te achamos. – Tentava acalma-la com
suas palavras o Dane.
Léo também lhe deu um beijo e seguiram a enfermeira até o local
indicado. Ela lhes deu os pacotes com às roupas higienizadas e disse onde
guardar as deles e depois saiu dizendo que voltava para chama-los. Os dois se
trocavam em silêncio, uma coisa tão simples como se vestir se tornou
complicada. Léo ajudou Dane a colocar a touca e eles levaram alguns
minutos para entenderem que os outros dois saquinhos seriam para os pés.
Prontos se olharam e riram.
— Tá parecendo um repolho verde.
— E você uma gazela esverdeada, aliás a blusa de nosso sogro lhe
caiu bem.
— Idiota!
— Gazelinha de baby look.
Suspirando fundo, Léo se deixou cair sentado no banco, Dane fez o
mesmo ao seu lado.
— Chegou a hora, meu parceiro.
— Isso, vamos ser pais. — Afirmou Dane.
— PUTA QUE PARIU DANIEL! VAMOS SER PAIS CARALHO!
HOJE AINDA, VAMOS VER NOSSAS CRIANÇAS. — Gritou Léo,
agarrando Dane.
Assustado com a atitude repentina de Léo, Dane quase caiu junto com
ele no chão atrás do banco. Mas logo retribuiu o abraço do amigo e acabou se
entregando a emoção e chorou nos braços dele.
— Depois eu é que sou a gazela.
— Irmão… — Disse Dane encostando a testa na de Léo — Hoje será
o dia mais feliz de nossas vidas.
— Deus te ouça. Mas desde que conhecemos nossa esposa, temos
sempre os dias melhores. Mas hoje será inesquecível.
Novamente se abraçaram e foram interrompidos por batidas na porta.
E ela se abriu, mostrando Dr. Carlos. O doutor se sentiu intrometido ao ver os
dois abraçados.
— Desculpe-me, não queria incomodar, mas não temos muito tempo,
Dra. Thereza e eu achamos melhor conversarmos com vocês antes de irem
para sala de parto e colocá-los a par da situação.
— O que está acontecendo doutor, pode falar, somos fortes. São os
bebês, nossa esposa? Aí meu pai, minha menina?! — Dizia Dane.
— Calma Daniel, não há nada para se preocupar no momento. Na
verdade o que acontece é que suas crianças querem vir ao mundo, e sabemos
que tem o pequenino que precisa de um pouco mais de tempo. Porém o parto
normal já está em andamento...
— Como assim, parto normal? — Perguntou Dane assustado.
— Nós não estamos preparados para um parto normal!!! — Sibilou
Léo.
— Calma papais, na verdade é a mãe que tem que estar preparada.
Vocês tem que ser fortes para dar apoio a ela e se não sentirem que vão ser é
melhor nem participarem. Nossa atenção e de toda equipe precisa se manter a
todo tempo sobre sua esposa e filhas.
— Claro que vamos estar lá, seja o parto que for. — Afirmou Dane,
recebendo o apoio de Léo.
— Então deixe eu explicar como será. Como Paulina já está em
trabalho de parto e bem adiantado, correndo tudo normal, vamos dar chance
ao corpo dela de trazer as gêmeas ao mundo.
— E isso é bom ou ruim? — Perguntou Léo.
— Não estava em nossos planos, mas tudo pode acontecer. Então
vamos agir de acordo com o que vai acontecendo. Nesse caso o único
problema é que provavelmente não vamos conseguir manter o bebê menor,
ou seja, teremos que trazê-lo ao mundo junto com suas irmãs. E assim que ele
nascer terá que ser transferido diretamente para uma encubadora, ser levado
para UTI neonatal e receber o tratamento diferenciado para que ele continue
crescendo até ter alta.
— Mas, não é muito cedo para nosso pequenino, tem certeza que não
tem como… Mante-lo? E quais são os riscos para nossa esposa? — Foi a vez
de Dane perguntar.
— A esposa de vocês é bem jovem e pelo seu quadro atual não
prevemos nenhuma resposta negativa. E além do mais, estamos com duas
equipes completas para assistir os bebês e a mamãe. E a qualquer momento
podemos também ministrar a cesária se for necessário.
— Podemos ajudar de alguma maneira? — Perguntou Léo.
— Sim, é claro. Seria perfeito se nenhum dos dois desmaiassem
durante nenhum procedimento, ficassem exatamente no lugar estipulado e
principalmente, uma vez que estão aqui conosco, confiem em nosso trabalho,
estamos aqui empenhados e capacitados para trazer seus bebês ao mundo
fazendo tudo o que for ao nosso alcance. Qualquer decisão será sempre em
prol dos bebês e da gestante.
Nervoso, mas entendendo tudo o que o médico explicou, Dane puxou
novamente Léo para um abraço dizendo:
— Tudo com a gente tem que ter elementos surpresa, já percebeu.
Mas por mais que eu esteja ansioso e com medo ao mesmo tempo, sei que
estando ao seu lado me sinto mais preparado.
— É isso brother, juntos passaremos por mais essa e como milhares
de outras, obtiremos sucesso.
Outras batidas na porta, seguida de uma voz, interromperam eles de
novo:
— Vamos meninos, ou as suas crianças vão vir sem vocês. — Dizia a
enfermeira Solange.
Caminharam por um corredor diferente do que eles haviam entrado.
Parecia um labirinto de corredores e salas.
Quando a enfermeira indicou para eles uma porta dupla que parecia de
plástico, eles entraram e se assustaram com a quantidade de gente presente.
Um enfermeiro veio e os chamou para irem para um lugar específico. Quando
eles avistaram sua esposa no centro da sala, com toda aquela gente ao redor,
com máquinas ligadas a ela, ficaram tensos de novo.
— Onde vocês estavam? Demoraram muito. Acho melhor me
largarem de vez aqui. — Disse Nininha chorosa.
Dane se chegou nela dizendo:
— Amor, estávamos logo ali, e te largar nem mortos, jamais.
— Nem se você quisesse. — Completou Léo.
— Eles falaram que vão fazer o parto normal, eu não estou preparada
para isso, dói como um inferno... Eles sabem que são três crianças? Que ...
Aiiiii Aiiiii Uiiiiiii.... Tá voltando a dor...
— Como podemos ajudar, amor? — Perguntou Léo, branco feito cera
ao ver ela sentindo dor.
Nininha com a mão agarrou na roupa de Léo com muita força e disse
entre os dentes:
— Fiquem quietinhos, eu tô com ódio de vocês nesse momento.
Aiiiinnn...
— Não se preocupem meninos, esse "ódio" é comum entre às
mulheres na hora do parto normal, é muita dor. — Explicou Dra. Thereza,
que estava posicionada no meio das pernas de Nininha.
— Mas que culpa nós temos? — Soltou Dane, logo quando veio mais
uma contração forte.
— PORQUE FORAM VOCÊS QUE COLOCARAM ESSES
SERES ENORMES DENTRO DE MIM... MERDAAAA...
AAAAAAAAAAAAAAÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍ
Em resposta aos gritos e xingamentos de sua esposa, os meninos
preferiram ficar calados e apenas segurar suas mãos, cada um de um lado.
Quando ela fazia força e se levantava um pouco da maca, eles acariciavam
suas costas e ancas. Ela se sustentava em um e em outro entre as
contratações. Vez ou outra os médicos pediam para eles ou ela fazerem algo.
Vinte cinco minutos depois que eles entraram naquela sala, o que parecia
uma eternidade que eles viram ela sentindo dor, Dane e Léo escutaram Dra.
Thereza dizer que estava coroando.
Suas expectativas foram à mil, os três sabiam que sua primeira filhinha estava
prestes a vir ao mundo.
— Então meus queridos, qual será o nome da primeira gêmea?
— Sofia. — Gritou Nininha.
— Pois bem, vamos Sofia, vem para titia... Agora Paulina, força,
vamos, ajude sua garota a sair.... Isso ai ... Quase... Quase... Isso Sofia, vem...
Se prepara para recebê-la, Tânia. A cabeça já foi minha querida, agora vamos
passar o ombrinho. Vamos Paulina.... Agora... Nasceu!!! Sofia nasceu!!!
— Nossa filha, Dane, nasceu, nasceu. É linda, olha!!
— Tô vendo Léo, Deus como é linda.
— Cadê, cadê eu quero ver? — Pedia a mamãe, suada e chorando.
— Verifiquem o apgar e levem para a mamãe. — disse Dra. Thereza.
Um tempo de prazer após horas de dor abundante. Nininha recebeu
em seus seios o primeiro fruto do amor entre o trisal. Sofia. Nasceu saudável,
com 3,210kg e 48cm. Ao sair para o mundo já gritou a plenos pulmões como
se avisa-se que tinha chegado. E só acalmou um pouco ao se aproximar da
pele de sua mãe ofegante de tanta felicidade. Recebeu os carinhos e palavras
carinhosas de seus pais, que choravam copiosamente. Uma enfermeira
registrava todo o momento com uma câmera. Princesa Sofia já estava
acomodada quando sentiu-se ser tirada de sua mãe e não se calou, chorou
forte e alto. Deixando seus pais querendo a pegar de volta.
— Queridos, sabemos que vocês querem ficar com sua bebê, mas
temos ainda mais dois. Se não estou enganada, já já voltarão as contrações. A
pediatra levará Sofia e fará os exames complementares.
— Mais dor doutora? — Perguntou Léo.
— Sim Léo, eu sei que nossa Paulina aqui aguenta e vocês?
— Sim, claro!
— Com certeza!
— Eu não tô muito certa disso não heim.... Aí Ai Ai Ai ... Tá
voltando... Senhor me ajuda... — Reclamava Nininha.
— Bora, vamos... Não esmoreça. E aí qual o nome da segunda
gêmea? — Incitava a doutora.
— Sara. — Falou Nininha fazendo força.
— Lindo nome também. Sara, vamos lindinha vem com a titia. Sua
irmã já está aqui te esperando… Isso Nininha mais um pouquinho só e...
vamos lá, vem… Prontooo. Bem vinda ao mundo Sara, vamos lá... Dê um
chorinho para gente Sarinha.
Sara mais preguiçosa demorou a reclamar da mudança de ambiente e
apesar da preocupação que deu a todos em não responder em imediato,
também estava saudável, nasceu com 3,085kg com 49 cm. Foi levada
também para ser apresentada aos seus pais, não quis abrir os olhinhos, mas
procurou com a boquinha o bico do peito de sua mãe. Novamente fez, como
sua irmã idêntica, seus pais se emocionarem mais ainda. Porém não pôde ter
o mesmo tempo com eles pois o bebê mais novo, que talvez só ela e sua irmã
sabiam do sexo, começou a aproveitar o vácuo que fez na barriga da mamãe
e resolveu vir ao mundo também.
Nininha já estava muito cansada e não conseguia mais fazer força já não
sentia o corpo ajudá-la. Avaliando a situação do bebê, Dr. Carlos constatou
que ele começava a ter sofrimento fetal.
Dane e Léo não entendiam nada do que eles diziam. A movimentação
na sala se tornou intensa.
— Nininha meu amor, vamos lá, sabemos o quanto está sendo difícil,
mas sabemos o quanto você é forte e capaz. Vamos fazer a última força amor,
Léo e eu estamos com você. Só falta nosso pequenino. — Dizia Dane entre
lágrimas.
— Isso mesmo minha rainha, estamos contigo, falta pouquinho agora.
Uma última tentativa para que nosso apressadinho venha ao mundo. —
Falava Léo de seu outro lado.
Exausta, suando, sentindo uma mistura de emoções, Nininha tentava
tirar forças não sabia de onde para ajudar o seu bebê. Quando ouviu da boca
do médico que ele podia estar em sofrimento, com o apoio de seus maridos,
decidiu se empenhar mais.
A força veio, junto com a vontade de ver seu bebê bem.
— Isso querida, assim mesmo, sabia que não precisaríamos te abrir,
você consegue... Ele já está vindo, mais... mais um pouquinho e ...
Um grito ensurdecedor de Nininha cortou o ambiente seguido de um
choro forte, firme e fino.
— Uau, que força... Nasceuuuuu!!! E é ...
Nininha se jogou para trás chorando de olhos fechados e aliviada.
Dane e Léo se dividiam em elogia-la, beija-la e olhar para seu bebê que
acabara de nascer.
— Então doutora, o que é? — Perguntava Léo com lágrimas nos
olhos.
Doutora Thereza levantou aquele pequeno serzinho chorando para
eles verem e disse:
— É papai Leonardo, não é dessa vez que veremos o saco e pintinho
pendurado... é mais uma menininha.
— Não pode ser! Tem certeza? Deve ser uma piada.
— Não irmão, não é, olhe lá, mais uma princesinha. Precisaremos
fortalecer nosso castelo o quanto antes. — Falava Dane emocionado.
Cansada de mais para emitir qualquer opinião, Nininha sorria e
chorava ofegante tentando se acalmar, sentindo que era a mulher, esposa e
mãe mais feliz do mundo. Mas conseguiu susurrar:
— Quero vê-la, por favor.
— Sim Paulina, a pediatra está avaliando ela e já traz para você ver,
mas não vai poder demorar muito, logo ela tem que ir para incubadora. Como
já dissemos antes, ela precisará de mais cuidados. — Disse o doutor enquanto
ajudava Dra. Thereza.
— Sim, sim, só... Quero olhar no rostinho dela e confirmar seu nome.
— Falou Nininha.
— Já tem um nome, amor? — Perguntou Dane.
— Acredito que sim.
A pediatra trouxe a bebê que nasceu com 1,800kg e 39cm até sua
mãe, ela chorava mais que suas irmãs. Ao chegar perto do rosto de sua mãe
esticou a mãozinha pequenininha, parecendo bem frágil e parou de chorar ao
ouvir sua voz.
— Pequena da mamãe, nossa guerreirinha, mamãe e papais amam
tanto. Precisamos que você seja bem forte e fique bem para vir para gente o
mais rápido possível. Tão linda.
Dane, Léo quero dar o nome de THEREZA para nossa pequena apressadinha.
Com este nome homenageio duas mulheres importantes, doutora Thereza,
incansável em nos ajudar desde o primeiro momento que descobrimos a
gravidez e todas às outras surpresas e dúvidas que vieram com ela, e também
homenageio minha amada mãezinha, que não está aqui fisicamente, mas
tenho certeza que intercedeu por nós da onde está. — Nininha tentou ser
firme em suas palavras mesmo entre o choro e a emoção.
— Lindo nome, forte como nossa pequena. — Falou Léo mostrando
concordar.
— Muito justo querida, em todos os sentidos. Tenho certeza que onde
estiver sua mãe e minha mãe estão em festa. — Disse Dane também de
acordo.
A pediatra foi tirando Thereza de perto de sua mãe e ela novamente
voltou a chorar esganadamente. Uma equipe se aproximou com uma
incubadora, a colocaram e levaram ela.
Doutora Thereza, uma das homenageadas passou o término do pôs parto para
Dr. Carlos e foi até Nininha agradecer o carinho.
— Oh minha querida, me sinto lisongeada com sua homenagem,
ainda mais por dividi-la com sua mãe. Espero que este nome dê sorte a ela, e
que ela e suas irmãs sejam felizes e tragam muito orgulho para vocês.
Parabéns Paulina, você foi espetacular, eu sei como deve ter sido cansativo, e
ainda tem o tempo que Thereza deverá ficar no hospital, mas nunca esqueça
do quanto você é abençoada. Em todos os meus anos de medicina obstétrica,
nunca vi uma união tão grande e singular como a que te rodeia. Ainda mais
num relacionamento diferente como o seu. Desejo a vocês toda felicidade do
mundo e espero vê-los novamente dividindo um novo momento como este.
— Com certeza doutora, não desisti de ter meus sacudos ainda. —
Disse Léo sorridente.
— Pode até ser, mas prefiro não pensar nisso por enquanto... Por pelo
menos uns cinco anos. — Retrucou Nininha ainda muito cansada.
— Por mim fechamos nas meninas, não sei se aguento tudo isso de
novo. Aliás, posso sair e ter com meu sogro para que ele me sustente e não
me deixe cair no chão? — Dane brincou.
— Estamos quase terminando aqui, depois levamos ela para o quarto
reservado. A enfermeira Solange já levou seu pai e amigas para lá e eles
aguardam ansiosamente por notícias. —Foi Dr. Carlos que respondeu.
Os mais novos papais de um trio de princesas se despediram de sua
esposa e foram estar com seu sogro. No quarto estavam seu Silva, Gracinha,
Lary e Bruna. Quando entraram às mulheres pularam em cima deles cheias de
perguntas, seu Silva permaneceu encostado no canto do quarto, vestido com
uma camisa como a deles, os olhando parecendo aguardar por suas respostas
também. Então Léo eufórico foi dizendo que eram pais de não duas, mas três
meninas lindas. Que sua esposa foi sensacional, forte e guerreira. Trouxe suas
filhas ao mundo com muita determinação e coragem. As mulheres davam
gritinhos e sorrisos para tudo o que Léo lhes contava. Dane recebeu os
parabéns de Gracinha e Lary, e as zoações de Bruna. Depois foram até seu
Silva.
— Tudo o que estão dizendo é verdade? Temos agora mais três
meninas? E minha pequena, tem certeza de que está bem? Por que não veio
com vocês? E o que estão fazendo aqui e não com sua esposa?
— Calma meu sogro, como prometido estivemos com sua filha, nossa
esposa, a todo o momento, mas era hora de vir aqui e dar às boas novas. Ela
está sendo cuidada e preparada para vir ao quarto. E nós viemos aqui para
levá-los e apresentar a vocês nossas meninas. — Explicou Dane.
— O que Dane falou é verdade, só mentiu quando disse que só veio
aqui para levá-los, a verdade é que ele veio ver o senhor atrás de um abraço,
pois não está se aguentando das pernas, nem parece o policial durão no
comando. — Disse Léo zombando.
Mais calmo seu Silva não conseguiu segurar a risada ao ver seus
genros numa mini discussão. Gracinha, Bruna e Lary riam e zombavam
também. Feliz com a notícia de que tudo ocorreu bem, seu Silva não via a
hora de ver o rostinho de suas netas e reencontrar sua filha.
— Parem de mulequices, vocês são pais agora. E vamos logo quero
ver minhas netinhas. Venha Dane, eu te carrego se ainda estiver sem forças
nas pernas. Viu eu já previa três meninas. — Falou seu Silva aproveitando o
embalo da brincadeira de Léo.
Dane se conformou em virar chacota, estava muito feliz para discutir.
Abraçou o sogro e foram todos ao corredor onde ficava o berçário.
Chegando lá haviam outros bebês, mas não tinham como não saber quem
eram suas meninas. Quando a enfermeira foi até seu Silva, para orientar o
quarto onde ficaria aguardando, pediu para que ele separasse um conjunto de
roupa para as crianças. Mas seu Silva estava tão preocupado que Bruna se
pôs a procurar nas bolsas. Ela achou os bodys que ela havia comprado e deu
para enfermeira levar. Conclusão, os únicos bebês com mensagem
engraçadinha eram os deles.
Diziam cada body:
— 1 é pouco; 2 é bom; 3 é amor demais. Branco com letras
vermelhas.
— Cadê as roupinhas que nós separamos para que eles colocassem?
— Perguntou Dane.
— Ah! Essas são muito mais legais, deram sorte que os dizeres não
tem segundas intenções. — Falava Bruna saltitante já apaixonada pelas
sobrinhas.
— Gente eu sempre digo, alguém precisa parar a Bruna. —
Resmungou Lary.
— Ora pessoal, logo quando elas vierem trocamos. Mas vamos
meninos, apresentem suas crianças.
— Claro Gracinha. Esta mais fofinha é Sofia, a primeira a nascer, essa
aqui, a Sarinha preguiçosa e aquela lá é a nossa pequena Thereza. Essas são
nossos raios de sol. — Foi Léo quem as apresentou.
— Ohh meus queridos, são lindas, parabéns!! — Dizia Gracinha.
— Verdade, lindas, tia ama. — Dizia Lary apaixonada.
— Olhando daqui, acho que Sara vai ser a que vai dar mais trabalho.
— Dizia Bruna pensativa.
— Por que diz isso da mais quietinha?
— Porque minha mãe dizia Léo, que quando eu nasci era assim,
quietinha, quase não chorava, nada parecida com o que me tornei.
Léo e Dane se entre olharam demostrando o medo do futuro. Até que
avistaram seu Silva se aproximando cada vez mais do vidro que separava o
berçário. Chorando copiosamente pedia obrigada a Deus pela dádiva de ser
avô de três meninas lindas ao mesmo tempo. Então Dane e Léo o abraçaram e
juntos mais uma vez choraram emocionados com tamanha felicidade.
— Linda a homenagem de minha filha para a mãe… Mas… Para
onde estão levando Thereza? — Perguntou o avô ao ver as enfermeiras
levarem ela do berçário.
— Eles disseram que ela teria que ir para UTI neo natal, lá será
melhor assistida. Ela nasceu fora do tempo e precisa engordar e se fortalecer
para poder ter alta. — Explicou Dane.
Ficaram por ali uma hora pageando as gêmeas Sofia e Sara. Mas seu
Silva não escondia o nervosismo em querer ver sua filha. Perguntou a uma
enfermeira que passava e ela respondeu que já devia estar indo para o quarto,
que assim que ela estivesse lá as gêmeas iriam para lá também.
Todos foram para o quarto para aguardar Nininha. As meninas
aproveitaram para dar uma enfeitada e deixar o quarto alegre com as coisas
que trouxeram. Um tempo depois Léo saiu em busca de sua esposa, pois já
estavam demorando muito. A encontrou sendo levada pelo corredor em
direção ao quarto.
Ao chegarem foi uma grande nova emoção. Quando Nininha se deparou com
o quarto cheio de balões coloridos, flores, faixas e várias outros enfeites,
ficou extremamente contente. Mas o que a deixou de olhos marejados foi ver
seu pai lhe olhar e entrar em prantos no ombro de Dane. Ela não precisou da
ajuda dos enfermeiros para trocar de maca, pois Léo com todo o cuidado o
fez.
Recebeu o carinho de suas amigas e de Gracinha. Porém o abraço de seu pai
era o que ela mais esperava e, quando o recebeu, foi mais que especial. Estar
ali com aquelas pessoas novamente e agora como mãe, era maravilhoso. Mas
ainda faltava suas bebês. Quando foram trazidas, a enfermeira explicou como
dar de mamar e tudo o que era importante para um primeiro momento.
Lembraram que a hora de visita estava acabando e pelas normas do hospital
ela só tinha direito a até dois acompanhantes por ser suíte. Após babarem
bastante as nenéns, Lary e Bruna foram embora com seu Silva e Gracinha.
Nininha conseguiu descansar após as meninas se banquetearem dela.
Mais Sofia do que Sara. Uma enfermeira veio para sorver um pouco do leite
materno de Nininha para levar a Thereza. Isso entristeceu a mamãe que
queria poder amamentar também sua pequena, mas por enquanto ainda não
podia. Cada pai se sentou com uma no colo, não se moviam, quase não
respiravam e se fizeram de berço para que elas dormissem em paz.
O parto normal era realmente como é descrito. A mulher sente uma
dor infernal para ter seu bebê, mas horas depois já está bem. Claro que no
caso específico de Nininha não foi só com algumas horinhas, mas uma boa
noite de sono a fez recuperar às energias. Os pais não deixaram as
enfermeiras levarem as filhas para dormir no berçário. Ficaram com elas, e de
madrugada Sara fez um show de tanto que chorou. Léo a pôs para mamar,
mas ela não quis, então levou ela para passear pelos corredores e só assim se
acalmou e voltou a dormir quase ao amanhecer. Sofia mamou mesmo com a
mãe dormindo auxiliada pelo pai Dane e dormiu tranquila o restante do
tempo. Ao acordar Nininha teve uma visão que só não era perfeita porque
faltava uma de suas princesas. Léo em uma poltrona com Sara no colo, todo
torto dormindo. E Dane no sofá deitado com Sofia sobre o peito sussurrando
alguma coisa para a filha que o olhava encantada. Ela se levantou e o chamou
baixinho:
— Oii?
— Oi, já acordou? Estou aqui tentando convencer princesa Sofia a
esperar mais um pouquinho para mamar e te deixar descansar, mas acho que
ela está começando a levar a sério esse negócio de ser princesa.
— É bom vocês começarem a impor limites desde já, se não estamos
perdidos. — Repreendeu ela.
Acordando com a conversa deles, Léo entrou no assunto:
— Acho que está certa, Sarinha aqui já mostrou que gosta da
madruga. Eu tive uma longa conversa com ela explicando que se não estiver
em casa antes da meia noite, eu vou sair com Dane armado até o pescoço à
procura dela. Sabe o que ela fez?
— Não!! — Responderam Dane e Nininha em tom risonho.
— Sorriu pra mim, o sorriso mais maroto que eu já vi. — Falou ele se
esticado segurando sua agora dorminhoca.
Rindo Dane disse:
— Ah tá, a menina não tem nem um dia e já está sorrindo? Ah, Léo
conta outra.
— Eu juro cara, pra que eu mentiria?
— Ué pode ser Dane, ela já está zombando no seu primeiro dia de
vida, puxou ao papai Léo. — Falou Nininha com humor.
Porém logo a conversa dos adultos foi interrompida pelo chorinho de
Sofia, que foi levada para a mamãe dar de mamar. Sara também foi levada
por Léo e posta no outro seio de Nininha e mesmo dormindo mamou. Mais
uma vez com suas filhas sendo amamentadas ela lembrou de sua outra que
não podia estar com ela. Isso partia seu coração.
Léo ligou para sua mãe para contar com mais calma sobre tudo. Dane
saiu com a desculpa de que iria tomar café, mas foi em busca de notícias de
sua Thereza. Ele, Léo e sua esposa não estavam completos sem ela.
Encontrando a pediatra responsável pela UTI neo natal, pediu informações
sobre ela. A médica disse que ela estava respondendo bem e que mamou o
leite materno. E que a mãe ou eles poderiam ir vê-la quando quisessem.
Menos preocupado ele voltou ao quarto e passou a informação para Nininha
que ainda amamentava. Mais tarde ela foi até lá com Léo e pode tocar em sua
bebê. E assim foi por mais três semanas e meia. Mesmo após a alta dela e
das gêmeas, Nininha voltava todos os dias para passar um tempinho com sua
Thereza e tirar leite para ela. Eles tiveram que acampar em seu Silva, que
prevendo isso enquanto estavam no hospital, foi até a casa deles para buscar
algumas coisas que auxiliariam sua estada.
A casa de seu Silva estava cheia de vida, mas ainda faltava a pequenina
Thereza. Ela crescia saudável, engordava e já começava a não precisar de
tantos cuidados. Então quando completou quase um mês de nascida foi lhe
dada alta. Aí sim a felicidade se deu por completa.
Um mês depois, os pais mais babões do universo, faziam um
churrasco na sua casa à beira da piscina com amigos e familiares para
comemorar o mêsversário de suas meninas. Eles decidiram que sempre que
pudessem comemorariam a vida, a felicidade e o amor. Bruna e Lary com
ajuda de Léia transformaram tudo num evento. Mesa com bolo, docinhos e
enfeites no tema das três Marias, tinham balões de estrelas douradas para
todo o lado. Os sobrinhos de Léo adoravam brincar na piscina com eles.
Gracinha e a mãe de Léo disputavam a cozinha. Seu Silva bebia sua
cervejinha na varanda empurrando com o pé o carrinho próprio para as três
meninas, enquanto conversava com o pai de Léo.
— Tem certeza meu sogro que não quer vir pilotar a churrasqueira?
— Perguntou Léo.
— Não meu filho, estou no lugar certo agora. Meus serviços estão
sendo melhor utilizados.
Aos risos Léo voltou para a churrasqueira, passando antes por sua
esposa que estava no sol com as amigas, lhe deu um beijo e foi ajudar Dane
com o churrasco. De longe Nininha viu seus maridos conversando na
churrasqueira, sua pele já tostada pelo sol queimava agora por dentro de
desejo por seus homens. Não via a hora desse período de puerpério passar e
poder desfrutar novamente daqueles corpos deliciosos. Dane notou o olhar
desejoso de sua esposa neles, chamou a atenção de Léo para isso. Eles riam
para ela e ela para eles como se estivessem flertando.
— Brother, eu não vou me aguentar com ela se oferecendo assim.
Aqueles peitos estão implorando para serem chupados.
— Eu sei Léo, mas temos que esperar mais quinze dias. Eu também
estou louco para tê-la do nosso jeitinho, mas a doutora disse que
precisávamos esperar. Aquelas ancas estão mais largas imagina pegando ela
por trás... Porra.... Puta que o pariu!!! — Falou Dane e ao terminar saiu
correndo em direção a piscina.
— Ei cara vai aonde?! — Perguntou Léo a Dane.
— Esfriar a cabeça, de cima e a de baixo. — Respondeu ele antes de
pular na piscina e espirrar água por todo canto.

Dizem que o amor move o mundo. Talvez seja verdade. Mas cadê
todo esse amor? Provavelmente o que move o mundo é o desejo. Desejo de
ser feliz, de encontrar a felicidade, de fazer alguém feliz e de ser feliz com
alguém. Mas algumas pessoas focam seus desejos em coisas mais materiais o
que foge do objetivo. Acabam se perdendo num querer diferente e vai na
contramão do amor. E aí nasce a ambição, o ódio, a inveja, e outros
sentimentos negativos. Acredito que é daí que nascem os “pré” conceitos
sobre algumas coisas. Tem gente tão preocupada com seu umbigo, em suas
convicções e no prazer próprio, individual que ao se destoarem das outras
pessoas, que continuam a viver seus desejos baseado somente no amor,
tendem a se pôr contra, talvez para auto afirmarem sua própria opinião.
Temos que nos permitir mais ao amor, não fazer aos outros o que não
gostaríamos que fizessem conosco e sinceramente, orar para o seres
preconceituosos encontrarem o amor real.
Gostar do mesmo sexo, mudar de gênero, se apaixonar por mais de uma
pessoa, cor, religião, política, opinião... Não deveriam servir para separar
ninguém, sim para unir. Precisamos interagir com amor, mesmo quando algo
não nos agrada. Respeito acima de tudo, isso é o que importa. Somos só
pessoas e como pessoas precisamos nos amar mais e não nos julgar e agredir
pelo que somos, pensamos ou agimos diferente. Fazemos parte de uma
grande família, vivendo a oportunidade de tentar encontrar a felicidade a cada
dia que amanhece. As famílias não se limitam só entre parentes de sangue,
nem naquela imagem tradicional de pai, mãe, filhos... E os relacionamentos
também. O conceito de família mudou, nós precisamos mudar junto. Talvez
voltar a ser como no princípio quando Deus disse que somos todos irmãos.
Nos aceitar e aceitar o outro é um grande começo para nos manter unidos.
Nos amar é primordial. Hoje em dia precisamos entender que os únicos
responsáveis pela real felicidade, seja ela do tamanho e pelo tempo que for,
somos nós mesmos. Para isso, é preciso se permitir.
E ao se permitir descobrimos que a felicidade é muito simples, é mais
uma questão de aceitação do que de procura e assim abrimos uma infinidade
de opções.
Nininha se permitiu e você?

FIM!
Bônus

A vida já não é fácil para uma mulher solteira e a coisa só


complica quando ela se torna mãe e esposa. Ainda tem aquelas que criam

seus filhos sozinhas.

Agora imaginem uma mulher, esposa de dois homens e mãe de três


crianças. Complicado ao triplo. Apesar da ajuda que recebia de seus maridos
e familiares e, da dona Edinalva que foi contratada para auxiliar com as
crianças, Nininha ainda se sentia atarefada por demais. Não que ela
reclamasse da vida, mas os momentos com seus maridos se tornaram
escassos por conta dos horários das crianças, o cansaço do dia a dia e às
mudanças que eles tiveram no trabalho. Dane foi designado para fazer parte
de equipes que investigavam políticos corruptos, o que estava tomando
bastante tempo dele e sempre que tinha operação levava Léo com ele. Isso
significava que ela acabava muitas vezes ficando só com as filhas. As
meninas já iam completar um aninho, suas amigas, além de tias eram também
madrinhas das crianças e resolveram fazer uma festinha de princesas para
comemorar. Festinha que aos poucos virava um festão, seu Silva e Gracinha
faziam questão de que fosse perfeito, isso sem falar dos pais delas que faziam
de tudo, tuuuudooo para suas meninas, tentando transformar a vidinha delas
num conto de fadas real. Com isso ela se atolou mais ainda, pois quis
preparar ela mesma às lembrancinhas da festa. E por falar em festa, cada mês
que completavam, era uma comemoração diferente.
O crescimento de suas meninas era um show à parte, os primeiros dentinhos,
gargalhadas, palminhas, gracinhas... Tudo era devidamente registrado e
aclamado por todos. Às vezes, Nininha pensava que Léo, Dane e seu pai
iriam construir uma redoma de vidro para cada uma.
A vida ia boa, linda e repleta de amor. Mas no momento, o que
Nininha queria mesmo, era sexo. Sexo à três. De preferência, avassalador,
duro e sem hora para acabar. Queria se sentir novamente mole, desfalecida
sentindo seu corpo abusado e sexualmente saciado.
Ela tinha bons momentos com seus homens, juntos ou separados. Na
maioria das vezes separados. Mas ela queria, precisava de mais. Para quê
esses dois Deuses Olimpianos dentro de casa, se ela não podia ter seu
momento de adoração a eles.
Tentava uma maneira de se organizar para poder ter um tempo a sós com os
dois, mas na última tentativa, quando combinou com dona Edinalva de
dormir com as meninas, acabou ela dormindo no sofá exausta, de camisola
vermelha, aguardando eles chegarem de uma batida. Sentiu-se ser levada no
colo por um deles, mas estava realmente tão cansada que se deu ao luxo de
apenas receber seus carinhos e dormiu. Sim. Dormiu. Pelo menos entre eles.
No outro dia conseguiu uma foda matinal com Léo, rapidinha mesmo, Dane
já havia saído para o trabalho e logo ela teve que ir, pois as meninas tinham
consulta no pediatra.
Estava se sentindo péssima, imaginava se isso acontecia também com outras
mulheres ou só com ela. Entendia que sua situação era diferenciada, mas
estava começando a se entregar.
Lembrando do conselho da Doutora Thereza, procurou um psicólogo
e ele a ajudava a não endoidar de vez. Não sabia ela que seus maridos
percebiam tudo o que estava acontecendo e da maneira deles, no tempo que
tinham tentavam de tudo para fazê-la se sentir bem.
Eles também sentiam saudade da liberdade total de estar com sua
esposa, inteiros e juntos. Dane e Léo tinham também o seu alívio
momentâneo das poucas vezes que estiveram com ela, juntos ou separados,
porém ainda não era o que realmente precisavam.
Léo deu a ideia de planejarem uma viagem só de dois dias, mas com a
correria que andavam as investigações em que estavam designados, não
acharam uma brecha. Conseguiram apenas uma folga de um dia juntos. Por
isso faziam de tudo, no pouco tempo que conseguiam. E ainda tinham suas
princesinhas.
Amavam demais sua mulher, sabiam que iriam amar seus filhos, mas não
tinham noção do amor que teriam por aquelas três pipoquinhas. Tudo era
grande demais, quase palpável. Essas garotas nem andavam e nem falavam
ainda, e já os tinham nas pontas dos dedos. Adoravam chegar do trabalho e
encontrar sua esposa no meio da sala com as crianças, rodeadas de todos os
tipos de brinquedos diferentes. Tantos ursos e bonecas que não dava espaço
para mais nada. Nininha sempre sorridente, parecia uma criança também
cantando e dançando com elas, assistindo aos DVDs infantis. Eles nunca
estavam preparados o suficiente para essas cenas. Sempre se emocionavam e
agradeciam a Deus por tal oportunidade. Mesmo cansados e às vezes, com
fome, voltavam correndo para casa para se juntar a elas na farra que faziam.
Brincavam feito crianças, faziam de tudo para que elas balbuciassem a
palavra papai, mas o som emitido era sempre "mama", o que tirava risos
deles. Quando ouviram cada um a palavra "papa" quase desmaiaram de
emoção.
Em um raro dia em que os dois se encontraram de folga, dispensaram
a dona Edinalva e curtiram o dia em família juntos em casa. Teriam uma
operação na semana que antecedia o aniversário de suas meninas e teriam que
viajar por pelo menos dois dias. Enquanto eles brincavam com as meninas
no quintal, cada uma no seu andador, Nininha preparava, toda feliz um
almoço leve e gostoso. Os preparativos para a festa estavam terminados, os
dias começavam a se tornar mais tranquilos, seus homens estavam em casa,
suas filhas lindas e saudáveis e tudo o que ela queria agora é que elas se
cansassem bastante para ela poder ter um momento a sós com seus pais.
Olhando pela janela via seu coração batento fora do corpo, sorria ao
ver suas filhas se acabando de brincar com os pais.
Quando Léo se esticou para buscar um bolão lilás que Sofia queria porque
queria, Nininha não conseguiu segurar seu olhar de passear por aquele corpo
magnífico sarado, bronzeado e suado de Léo. Suas pernas até ficaram
bambas. O centro entre suas virilhas fervilhou. Ela até esqueceu que estava
lavando um prato, o pôs ao lado e segurou firme na bancada, torcendo às
coxas atrás de algum alívio. Dane mesmo às voltas com Sara que tentava de
todo jeito quebrar o andador apostando corrida com Thereza, viu de relance
que sua esposa olhava para seu amigo e notou a excitação em seu olhar.
Percebendo que as meninas ficariam sob controle com Léo, foi até a cozinha
sem que ela percebesse. Chegando por trás dela disse em seu ouvido, ao
mesmo tempo que levou sua mão em concha sobre a calcinha de seu biquíni:
— Você sabe que não precisa se aliviar sozinha e nem sofrer com
vontade. — Roçando seu pau já duro no fio dental que ela usava, continuou
dizendo enquanto entrou com sua mão por dentro do biquíni e manipulava as
carnes úmidas e macias. — Temos aqui uma buceta chorona, acho que tenho
uma solução para isso, você quer?
Logo ao ser surpreendida pelo toque e a fala de Dane, a excitação de
Nininha duplicou. O que ele fazia com os dedos só aumentou mais ainda sua
necessidade. Seus olhos se fecharam como se fosse possível suportar mais
um pouquinho.
Quando os abriu, viu Léo os olhando do quintal às voltas com as crianças
lhe mandando um beijo e começando a levá-las para o outro lado da casa
onde havia um acampamento de tapetes emborrachados e muitos brinquedos.
Então Nininha respondeu gaguejando para Dane:
— Quequero...
— Levante a perna direita o máximo que conseguir... Isso, assim
safada!
Tão prontamente Nininha fez o que Dane pedia, que recebeu um
tapinha na polpa da bunda empinada, que ficou mais empinada ainda quando
ele esfregou seu pau e afastou sua calcinha.
Com o joelho direito quase sobre o balcão, arreganhada para ele, sorrindo
devassa, sentiu o pênis dele invadir sua buceta por trás, numa estocada
profunda fenomenal. Louca por ele, ela fez seu corpo se aproximar mais
ainda do dele, esfregando sua bunda em seu púbis. O que fez o ogro que o
habitava sair e se apoderar dele.
— É assim que você quer? Duro, selvagem? Assim você vai ter.
Aguenta gostosa. — Susurrou ele ao pé do seu ouvido, logo depois inclinou
seu tronco mais para frente, deixando mais ainda sua bunda ao alto. Com uma
mão fazia ela permanecer na posição segurando seus cabelos e a outra
apertava sua anca forçando seu corpo a ir de encontro ao dele forte e voraz.
Ela aguentava, era difícil mais aguentava precisava se sentir assim,
dominada. Precisava sentir esse ogro dele novamente. Seu tesão ia nas
alturas. A forma rude que ele a tinha às vezes, era singular e maravilhosa,
deixava o desejo aparente. Saber que só seu corpo, mesmo após ser mãe,
podia ainda deixá-lo assim fora de si, fazia sua autoestima e a certeza de que
era suficiente para ele aumentar. O que começou por um olhar de desejo por
seu marido Léo, se tornou um sexo selvagem na pia da cozinha com seu
outro marido Dane. Pensar assim a fez gozar gostosamente na maestria das
investidas duras e certeiras de seu pau.
— Isso minha esposa gostosa, goza gemendo no meu pau, mostra pra
mim o quanto gosta de ser possuída por ele, por mim. Isso, e... Toma…
Aaahhh, toma, sente meu leitinho jorrando dentro de você.
Há muito tempo eles não tinham uma foda suja como esta, os dois
estavam precisando. Permaneceram abraçados e Dane a ajudou a por a perna
trêmula no chão e a ajeitar o biquíni.
E enquanto se beijavam deixando os corpos voltarem aos poucos a seu estado
natural, escutaram Léo gritando e rindo ao mesmo tempo:
— Papai, mamãe, se já terminaram aí dá para virem aqui me ajudar,
ou teremos uma nova ordem mundial comandada por Sara e Thereza. Não
dou conta mais não.
Nininha e Dane riam com às bocas coladas. Se beijaram mais um
pouquinho e se prepararam para ir ajudar Léo a controlar as meninas.
— Ei, olha ali o papai e mamãe! É gente, eu imagino o quanto devia
estar bom lá dentro, mas essas meninas valem por um time de futebol inteiro.
— Bem feito, ficou a gravidez toda dizendo que queria um time de
futebol que olha no que deu. — Retrucou Nininha indo até ele, e após pegar
Sara que tentava sair do andador, o beijou e se sentou ao seu lado.
— Está maravilhosa, minha esposa. Se seu rosto está rosado e suado
assim, imagino como deve estar sua buceta. — Disse ele safado na sua
orelha.
— Léo respeita suas filhas.
— Elas não escutaram e nem entenderiam nada, mulher. E pode ir se
recuperando rápido que quero você também.
Nininha era cortejada por Léo enquanto brincavam com as meninas.
Dane foi para piscina com Thereza, se não ela iria de andador e tudo. Sofia
brincava tranquilamente com uns ursinhos e Sara mamava no peito da
mamãe.
— Minhas filhas são tão sortudas. — Disse Léo enquanto acariciava
com o olhar sua esposa amamentando.
— Por quê? — Perguntou ela, já esperando uma gracinha.
— Por ter acesso ilimitado a esses seios fartos e fabulosos.
Derretida pelas palavras de seu marido Nininha apenas sorriu para ele,
louca para que ele a levasse dali e dar a ele o acesso ilimitado que ele queria.
Parecendo ouvir seus pensamentos, Léo se levantou e pegou Sara que já
cochilava no seio de sua mãe. Colocou ela no cantinho de dormir que
montaram no quintal. E chamou Dane:
— Dane meu brother, minha vez de dar um trato na mamãe. Cuide de
nossas princesas. Sara dormiu, menos trabalho para você. Voltamos já.
Saindo da piscina com Thereza no colo, Dane entendia a necessidade
de seu amigo. Foi para área onde estavam Sofia e Sara e ofereceu às
bonequinhas acordadas biscoito maisena, cada uma pegou um, e ficaram
brincando juntas. Enquanto seu amigo Léo corria com sua esposa para dentro
de casa.
Nininha quis subir para o quarto, mas Léo não deixou. Tinham pouco
tempo até Dane pedir socorro. Ele a beijava loucamente retirando seu biquíni
na sala mesmo, Léo a levou até o sofá e se jogou com ela. Pareciam dois
adolescentes apaixonados em busca do prazer escondidos dos pais.
Nininha logo o virou para ficar por cima dele. Não queria perder a
oportunidade de lamber cada pedacinho indecente daquele peitoral e
abdômen. Beijou e beijou muitooo todo ele, até chegar no seu caminho de
pelos dourados que levavam a felicidade.
Baixando aos poucos seu calção, pôs para fora o monumento que ostentava
entre às pernas. Léo com o pescoço levantado olhava na direção dela e
observava sua esposa lidando belamente com seu pau. Nininha ao ver o falo
totalmente ereto e pulsante lambeu os lábios, o que deixou Léo maluquinho.
Ele bateu a cabeça atrás no acento do sofa, mas voltou rapidamente, não
queria perder o próximo ato de sua esposa.
Ela olhou nos olhos dele, sorriu descarada, pôs a língua pra fora e sedutora
iniciou lambidas da base à cabeça de seu pênis, intercalando com chupadas
gostosas no escroto. Transformando o corpo de Léo em lava vulcânica. Ele
pôs suas mãos entrelaçadas abaixo de sua cabeça e quando viu ela abrir
languidamente a boca e abocanhar a cabeça de seu pau, se permitiu se
entregar a sensação maravilhosa de ser saboreado pela mulher que amava
durante algum tempo. E quão maravilhoso era saborear seu marido desse
jeito. Só não era mais maravilhoso porque não eram os dois ao mesmo tempo.
Nininha seguia os movimentos com sua boca de cima para baixo, de baixo
para cima. Levava ele profundamente em sua garganta e mordiscava de vez
em quando. Suas mãos acariciavam seu abdômen sarado e seu saco. Sua
língua fugia para suas virilhas enquanto suas mãos tomavam seu lugar
masturbando o nervo excitado. Quando Léo estava quase se deixando levar
demais, tirou ela a puxando pelos cabelos e se virou sobre ela, abriu suas
pernas se encaixando dentro delas. Beijando sua boca e roçando em sua xota,
desceu seus lábios até seus seios e se fartou. E apesar de saber que ela se
envergonhava porque saia leite de seus seios, ele continuava porque tudo que
vinha dela era vital para ele.
— Ohhh Léo, quero tanto você....
— Eu também amor, minha rainha...
Entre palavras carinhosas, Léo apontou seu pênis no buraco
escorregadio dela e aos poucos foi se acomodando no lugar mais receptivo
que ele conhecia. Agarrado a ela, entre beijos molhados, foi iniciando o vai e
vem de pecado que fazia seus corpos se contorcerem de prazer. Nininha
arranhava suas costas enquanto Léo mordia seu ombro e pescoço. Cada vez
mais Léo se aprofundava dentro dela a medida que ela se abria ainda mais
para ele. Os gemidos deles iam em uma crescente cada vez que se
aproximavam do orgasmo. Sem poder segurar, eles se jogaram juntos na
sensação infinita de gozo partilhado. Dando aos seus corpos o que buscavam,
o que precisavam.
Ainda deitados e, com Léo ainda se dissolvendo dentro dela, sorriam
sorrisos bobos um para o outro, enquanto trocavam carinhos e palavras de
amor. Ao ouvirem o som do chorinho de Sofia, voltaram a realidade.
— Sofia deve estar com fome, Thereza também. É melhor voltarmos.
— Disse ela.
— É, e eu também estou com fome.
— Vamos lá, vou colocar a mesa, ajude Dane com as meninas. E me
dê só um minuto para uma ducha.
Beijando seu pescoço até a linha de seu ombro, Léo respondeu:
— Como quiser minha rainha. Mas eu continuo faminto de você, e
acredito que Dane também. Por isso vamos cansar bastante essas meninas,
principalmente Sarinha, para que elas nos dê o tempo que precisamos para
saborear nossa esposa juntos essa noite.
— Deus te ouça! Espero ansiosamente. — Disse ela o empurrando,
colocando seu biquíni e correndo para a ducha ao lado da piscina.
Dane a viu quando saiu de casa e sorriu com a carinha de felicidade
dela. Léo apareceu bem na hora em que Sara começou a resmungar e o
ajudou com elas. O dia seguiu com o objetivo de brincarem bastante com
suas proles para mantê-las tão cansadas e dormirem a noite toda. O que não
era um trabalho pesado para eles e Brutus. Thereza e Sara começavam a dar
indícios de dar os primeiros passinhos sozinhas, então os papais às estigavam
enquanto a mamãe tentava registrar o momento. Sofia gostava mais de
engatinhar, chegava mais rápido ao seu objetivo. Brutus, era um objetivo bem
legal e peludo. Onde ele ia, elas se arrastavam atrás. Thereza tentava subir
em tudo, Sara se equilibrava se segurando nas coisas e Sofia logo cansava e
saia na frente engatinhando e pegando o cão.
Durante toda a tarde eles se divertiram juntos. Ao anoitecer, o trisal
levou suas filhas para um banho. Eles tiraram na sorte, quem cuidaria de
quem. Ideia de Léo é claro. Demoraram horas entre o banho e troca de roupa,
pois as meninas ainda estavam ligadas no duzentos e vinte. Depois deram a
janta, suquinhos, danoninhos e nada de soninho. Quem bocejava era Léo.
Nininha resolveu dar de mamar para elas. Iniciou com Thereza que ao
começar a mamar foi fechando o olhinho e adormeceu. Foi para o quarto
delas. Dane e Léo vieram com às outras duas. Com Thereza em seu berço,
pegou Sofia que já coçava o olhinho e resmungava. Sentou na cadeira de
amamentação e lhe deu peito. Demorou um pouquinho, mas ela também foi
levada pelo cansaço. Dane a pegou e pôs em seu berço. Léo andava
balançando Sara no colo que achava graça, porque só ficava rindo. Nininha
pediu a ele que lhe desse ela, e também ofereceu o peito. Mas essa era mais
difícil, brigava com o sono, parecia não querer perder um minuto se quer.
Bem parecida com a madrinha Bruna para loucura dos pais. Porém estava
também muito cansada e também foi levada para o sono pesado.
Ao verem suas três meninas dormindo feito anjos, chega fez os
olhinhos do trisal brilharem de alegria. Léo já foi puxando Nininha para o
quarto deles e Dane veio atrás. Os três cheios de malícia.
Só que Nininha queria que fosse mais que especial, disse que ia tomar um
banho gostoso e se preparar para eles. Pediu que eles tomassem banho no
quarto de hóspedes e a esperassem na cama.
Um tempinho depois, Nininha estava prestes a sair do banheiro.
Sentia-se plena, linda em sua camisola branca de renda e calcinha
combinando. Sua pele bronzeada reluzia do óleo aromatizador que passou por
todo canto. Todo canto mesmo, principalmente naqueles de difícil acesso.
Estar escorregadia já era meio caminho andado. Seus cabelos macios e
cheirosos. Sua depilação em dia, estava pronta para se doar aos seus Deuses.
Desligou a luz do banheiro e abriu a porta que ia para o quarto, quando saiu e
se pôs de frente à cama os viu deitados. Tentou chamar sua atenção
assoviando sensualmente. Ao demorarem a lhe perceber, foi mais perto e
constatou o inimaginável. Estavam os dois como suas três filhas, vencidos
pelo cansaço. Dormiam profundamente. Respirando fundo desolada, até
tentou chama-los, mas nenhum deles deu sinal de vida. Coitados, vinham
também de semanas de trabalho duro, em sua folga gastou toda suas energias
com suas filhas e com Nininha também. Estavam exaustos com certeza.
Restou para Nininha se acomodar entre eles e descansar. Haveria novas
oportunidades, ela só esperava que fosse logo.
— Merda brother, se eu soubesse que não pegaríamos engarrafamento
podíamos ter ficado um pouco com nossa esposa.
— Como fomos dormir?? Puta que pariu. Você viu a camisola dela.
Fiquei imaginando ela chegando toda preparada e encontrando nós, dois
bostas, dormindo. Merda!! — Vociferou Dane socando o volante.
— Foda Dane. Foda mesmo. Mas ela demorou muito e estávamos
muito cansados. Dois idiotas. Poderíamos pelo menos ter feito algo hoje de
manhã se não fosse essa sua pontualidade exagerada.
— Ah para de reclamar, Leonardo. Você sabe que tínhamos que sair
cedo e depois de deixarmos ela na mão ontem, ela não merecia uma
rapidinha sem emoção.
— Nunca uma rapidinha com nossa esposa é sem emoção. —
Resmungou Léo.
— É eu sei, mas não é exatamente o que quis dizer.
— Tá tá, entendi já. Agora vamos parar de falar disso, se não eu desço
aqui e volto pra casa.
Em casa, Nininha se espreguiçava naquela cama enorme feita sob
medida para o trisal. Não escutava nenhum chorinho de suas filhas. Viu pelo
o horário que dona Edinalva já deveria ter chegado, ela tinha a chave da casa.
Levantou-se da cama e ao passar pelo grande espelho se viu com aquela
camisola rendada branca que deveria ter vivido várias emoções e no fim
acabou por nem ser tocada.
— É, a vida de mãe não é mole não! — Disse ela em voz alta.
No banheiro fez sua higiene, trocou de roupa e foi ao quarto de suas
meninas. Chegando lá encontrou dona Edinalva trocando Thereza, Sofia
encantada com os penduricalhos do berço e Sara ainda dormindo.
— Bom dia, dona Edinalva!
— Oh! Bom dia! E aí como foi com seus maridos? — Disse dona
Edinalva ao virar para vê-la na porta.
Nininha entrou e se sentou na poltrona de amamentação. Logo dona
Edinalva levou Thereza para que ela desse mama. E assim ela foi tentando
responder.
— Como eu posso dizer?... Foi maravilhoso, mas não foi perfeito.
— As crianças atrapalharam, dona Nininha?
— Quantas vezes eu vou ter que lhe pedir para me chamar apenas de
Nininha, dona Edinalva? — Repreendeu Nininha, em tom de brincadeira. E
continuou a responder. — Não, elas foram ótimas. Nunca dormiram tão bem.
— Ah, me desculpe, é força do hábito. Então, Nininha, por que não
foi perfeito?
— Porque... Porque... Estávamos tão cansados que acabamos
dormindo. Mas pelo menos durante o dia pude ter dois momentos fabulosos
com cada um. Só não tivemos os três juntos.
— Nossa, isso ainda é novidade pra mim... (risos) ... Mas não se
preocupe, e nem crie mais expectativas, deixa acontecer. Qualquer hora
dessas vocês vão ter esse tempo a três de que tanto precisa.
— Tomara...
— Vou trocar Sofia. Ah! Seu pai ligou ainda agora e disse que estava
vindo com a Gracinha para ficar com você e as crianças, enquanto seus
maridos estiverem fora.
— Meu pai é fogo, eu disse que não precisava. Mas ele é teimoso.
— Ele só quer ajudar.
— Eu sei, ele não gosta de saber que eu estou sozinha com elas e
numa emergência com três é complicado. E outra, ele deve estar em conluio
com aqueles dois também. Eles pensam que não sei. — Dizia Nininha.
Os dias que eles passaram em serviço passou tranquilo. Seu pai e
Gracinha como sempre foram uma ótima companhia. No fundo ela adorava
que eles viessem, ela só reclamava porque não queria incomodá-los, mas ao
vê-los com as netinhas tinha certeza que não era um incômodo e sim um
prazer.
O trisal conseguia trocar mensagens pelo celular, isso os deixavam
menos preocupados em ambos os lados. Eles ficaram dois dias e duas noites
fora. No terceiro dia avisaram que viriam para casa a noite. Seu Silva e
Gracinha foram embora ao entardecer, dona Edinalva foi um pouquinho mais
tarde, ajudou Nininha a preparar as meninas para dormir. A rotina de toda
noite: banho, troca de roupas, jantar, mamar e dormir.
Após dona Edinalva sair ela aproveitou também e tomou seu banho, colocou
seu baby dool mais confortável e pela hora imaginou que seus maridos
chegariam mais tarde ainda. Queria pelo menos estar acordada quando eles
chegassem. Desceu até a cozinha pegou uma tangerina e foi para sala ver um
pouco de TV.
Ela também sentia falta de pintar suas telas. Seu atelier estava quase intocado,
matou a vontade dos pincéis ao pintar uns vasinhos que usaria para enfeite no
aniversário das meninas. Imaginava que deveria incluir em sua nova vida
uma horinha que fosse para seu atelier. Isso com certeza seria bom para ela.
Ao lembrar de suas pinturas, veio em sua mente a imagem que fez deles
naquela cachoeira fantástica. Era tão bom lembrar de um dia como aquele.
Como queria voltar e viver tudo de novo. Acabou adormecendo ali mesmo,
pensando em seus amores.
Nem tão longe dali, Dane e Léo pegavam uma carona para casa. Isso
mesmo, uma carona. Acabaram o serviço em uma base que não era a deles e
era mais próxima à sua casa. Demoraria muito ir no comboio até sua base
onde estava o carro e depois ainda voltarem para casa. Chegariam quase de
manhã. Mesmo cansados pelos desdobramentos da operação, queriam correr
para casa e estar com sua mulher. Aproveitaram uma ronda que passaria bem
perto à sua casa e pediram carona. Os colegas os levaram e ainda os deixaram
na porta de casa. Como não voltaram para sua base ainda estavam
uniformizados.
Dane vestia uma calça jeans preta justa. Por dentro da calça, uma
camisa polo preta com a logo da polícia no peito e escrito atrás POLÍCIA
FEDERAL em amarelo, por cima um colete à prova de balas com os mesmos
dizeres. Nos pés, coturnos pretos. Pendurado no pescoço, seu distintivo. No
coldre da cintura sua arma e alguns cartuchos de munição. Parecia
intimidador. Imprimia virilidade. Um tesão.
Léo estava também todo de preto e com o colete. Em sua blusa, as
siglas em amarelo na frente. Sua calça quase uma cargo com bolsos nas
laterais. O boné preto com a sigla da PF em amarelo que usava, era um
charme. Havia um coldre na coxa direita que ostentava sua arma. Seu
distintivo preso no cinto da cintura dava um ar mais despojado a sua
vestimenta. Lindo, vital e perigoso.
Os dois ficavam absurdamente mais lindos quando estavam de
uniforme. Para eles era só uma roupa, mas para as mulheres mais uma arma
de sedução. Provavelmente nenhuma mulher deixaria de cair seduzida ao
olha-los assim.
E foi exatamente assim que Nininha se sentiu ao acordar, seduzida.
Em pé, de frente a ela estava Dane, com aquele olhar hipnotizante. Parecia
revistar seu corpo. Agachado próximo ao sofá onde dormia, estava Léo,
fazendo carinho em seus cabelos e a chamando. Se espreguiçando sentou no
sofá, e continuou os olhando. Nesse momento Léo se levantou e ficou ao lado
de Dane. E desse jeito deu para ela analisar melhor a imagem quente que
estava tendo. Nunca havia visto eles uniformizados nesse tempo juntos. Seus
maridos eram lindos e gostosos mas… De uniforme, com arma e tudo
estavam um tesão. Como ela deixava eles trabalharem assim, as mulheres
devem implorar para serem presas. Os olhos azuis hipnotizantes de Dane e os
esverdeados de Léo sobressaiam no conjunto de roupa preta que usavam. Os
coletes aumentavam ainda mais as estruturas bem desenvolvidas de seus
peitorais. Aquelas armas e distintivos os deixavam ainda mais sexys. Como
nunca tinha visto eles assim, ou melhor, por que nunca os teve assim para
tirar peça por peça e abusar desses corpinhos. Nininha a muito já estava
subindo pelas paredes, e vê-los assim exalando sex appeal uniformizados só a
deixou mais louca.
— Que invasão é essa em minha casa senhores, não há nenhuma
bandida aqui para ser presa. — Ela disse melosa jogando uma isca.
Malandramente Léo entendeu nas entre linhas a intenção de sua
esposa. Dane também, mas foi o sacana do Léo que lhe deu corda:
— Desculpe-nos senhora, mas recebemos um chamado dizendo que
havia uma bandida muito perigosa rondando a área, a sua casa é a primeira a
ser revistada.
— Hummmm e vocês vão revistar apenas a casa ou a mim também.
Devo me preocupar? Estou só eu e minhas três filhinhas que dormem
abençoadamente. — Disse ela indo mais fundo nesse joguinho. Se levantou
com carinha de safada e pobre coitada, e deu alguns passos do sofá quando
foi puxada pelo braço por Dane.
— Sim e com certeza, começaremos por revistar e interrogar a
senhora. Queremos saber a razão de não está dormindo com suas filhinhas e
principalmente o porquê de um baby dool tão pequeno para dormir, estando
sozinha em casa?
Jogando os cabelos para trás e olhando de seu baby dool para ele,
Nininha mantinha o enredo:
— Oh! Mas essa é apenas uma roupinha que às vezes, uso para ir a
padaria, senhor. Não vejo nada demais.
O apertão que Dane lhe dava até então estava leve, mas ao terminar
suas palavras, ela sentiu que ele aumentou a pressão. Assim como também
percebeu o clima ficar mais intenso. Léo e Dane a olhava com uma mistura
de perplexidade e raiva.
É claro que ela jamais iria a padaria com aquele pedacinho de pano, e no
fundo eles também sabiam disso, mas, só imaginar que poderia acontecer, já
ativava o ciúme e o sentimento de posse.
— Acho melhor revistarmos logo ela, alguma coisa me diz que é esta
a meliante que procuramos. Não pense você, que por estar com uma roupa
minúscula dessa, nós vamos deixar passar. Há muitos esconderijos no corpo
de uma mulher, vamos revistar todos eles agora. Vire-se. — Disse Léo num
tom autoritário a fazendo tremer de desejo. Ela se virou com a ajuda nada
delicada de Dane. Pôs suas mãos nos ombros dele e ficou de costas para Léo.
Dane então olhando em seus olhos afastou às pernas dela usando sua coxa e
joelho. Quando o fez, roçou na intimidade dela a fazendo suspirar.
— Assim tá bom? — Questionou ela ao olhar para trás em Léo, que
se perdia avaliando sua bunda.
Assim que terminou de falar levou um puxão de cabelo de Dane e em
sequência um tapa na bunda de Léo.
— Aiii...
— Quietinha, aqui só quem faz perguntas somos nós, os Federais. —
Dane disse.
— Sim, senhores... — Nininha respondeu já inundada.
Léo acariciou na pele que antes ele agrediu com o tapa e apalpou sua
bunda dizendo:
— Vamos começar a averiguação, não se mexa.
Então ele desce sua mão por trás da coxa esquerda, circula com as
pontas dos dedos atrás dos joelhos dela, o que a fez esquivar um pouquinho,
mas não muito, pois foi segurada por Dane com a mão em seu pescoço
mantendo-a parada. Léo continuou a descer sua mão até o pé dela, depois
passou para o calcanhar direito e subiu repetindo o movimento que havia
feito na outra perna. Tudo isso dizendo:
— Sabe, mesmo que não encontremos nada de ilícito na revista... Seu
corpo por si só é algo ilícito o suficiente. Merece ser presa por violação ao
pudor. É uma pena que não estão conosco às nossas algemas. Os poucos
minutos que estamos próximos a você já nos faz necessitar toca-la.
Nininha fechou os olhos e começou a esquecer da brincadeira quando
um dedo curioso adentrou em sua calcinha que guardava sua buceta chorona,
tocou na borda de seu canal e enfiou o dedo lá dentro deixando ela nas pontas
dos pés soltando um gritinho contido.
— Aqui não há nada, parceiro. A não ser uma pequena nascente de
líquido fervente.
— Tem certeza, deixe-me avaliar também.
— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa... — Ela soltou ao sentir repentinamente o
dedo de Dane dividir o espaço junto ao de Léo, pela frente.
Ela estava em posição meio inclinada, segurando em Dane, enquanto
Léo estava encostado nela atrás com um dedo completamente dentro de sua
buceta e Dane estava à sua frente um pouco inclinado também com o dedo
completamente aterrado no mesmo lugar. Eles molestavam ela ao mesmo
tempo em que falavam um com o outro.
— Vê, aqui não há nada como eu disse, a não ser essa umidade
crescente.
— É verdade, mas você olhou atrás? — Perguntou Dane.
Nesse momento o corpo de Nininha se arrepiou sabendo o que a
aguardava. Léo retirou seu dedo besuntado dos sulcos da vagina dela e levou
ao seu buraco vizinho. Ali rodeou às bordas deixando-a ao mesmo tempo
tensa e desejosa. Léo aos poucos foi introduzindo o dedo forçando contra o
anel de músculos apertado. Se chegou mais perto dela e cheirava suas costas
e pescoço.
— E então parceiro, algo ai? — Questionou Dane.
— Não. Sinto apenas um cheiro bom de tangerina em sua pele e um
apertar das paredes quentes e firmes de seu orifício.
E quando Nininha estava acostumando com os movimentos
sincronizados dentro dela e o indício de um orgasmo que surgia, foi pega de
surpresa, pois eles retiraram ao mesmo tempo os dedos deixando-a sem
fôlego, vazia e querendo mais. Sorrindo ao ver sua esposa necessitada deles,
eles continuaram a brincadeira que ela já nem lembrava mais.
— Acho que não há nenhum outro lugar que ela possa estar
escondendo algo. — Léo disse.
Levantando ela, Dane a olhava como se procurasse por algo, bem
sério. Via os bicos de seus seios duros quase rasgando o tecido fino que o
cobria precariamente. Ofegante Nininha sentia o olhar dele ir queimando sua
pele por onde passava.
As polpas da bunda dela fugiam de dentro do pequeno shortinho o que dava
ao Léo uma visão estigante que fazia seu pau saltitar dentro da cueca.
Voltando a pensar na brincadeira e querendo urgentemente brincar a vera
agora, Nininha teve uma ideia.
— Vocês não olharam em todos os lugares possíveis, ainda tem a
minha boca e nela cabem muitas coisas. — Sussurrou ela inocentemente.
Aquele silêncio que se fez após a fala dela só serviu para aumentar a
tensão sexual na sala de estar da casa.
As armas, o uniforme e o pequeno baby dool pesavam em seus corpos.
Já passava da hora de acabar a brincadeira e se conectar de verdade.
Nininha entre os dois se ajoelhou e foi direto para o cinto de Léo tentando
abrir com rapidez, afinal ela tinha outro cinto para abrir também.
Dane tirou seu colete e jogou de lado. Léo fez o mesmo. Quando ela se virou
para abrir o cinto de Dane viu que ele ia tirar a arma então ela pôs a mão
sobre a dele que segurava a arma e disse:
— Não... Não tirem. Quero ter vocês na minha boca ainda portando
suas armas. Vocês não sabem como me deixam louca vendo-os assim.
Aquele sorriso lindo e gostoso que Dane deu a ela a fez voltar ao seu
objetivo principal que era por as armas mais vitais que carregavam, em sua
boca. Terminou de abrir suas calças e com uma mão em cada um, caçou por
dentro de suas boxs as carnes duras enfurecidas procurando liberdade. Pôs o
pau de Dane para fora, lambeu o olhando tirando um suspiro sôfrego de sua
garganta. Se virou em Léo e fez o mesmo. Dane se abaixou um pouco e
enquanto via sua esposa mamando seu amigo, puxou seus seios para fora do
tecido deixando-os expostos para suas carícias. A visão ficou perfeita para
eles quando ela ainda ajoelhada no chão, ainda segurando cada pau em sua
mão, empinou a bunda para trás deixando suas polpas e fenda a mostra.
Assim ela seguiu se dividindo em chupar um e outro ouvindo seus gemidos
que cresciam a cada minuto. O calor aumentava e eles tiraram suas blusas.
Nininha começou a desamarrar os seus sapatos auxiliando eles a tirarem. Léo
a levantou pelos cabelos e se grudou a seu corpo enquanto Dane se livrava de
sua calça e arma, depois puxou Nininha do agarre de Léo e rasgou a pequena
blusa do baby dool para logo depois atacar o seios fartos dizendo:
— Pronto, isso nos certifica que nunca vai usá-lo para ir a padaria
nem de brincadeira.
Ela riu beijando a boca dele. As respirações ficavam cada vez mais
difícil, o tesão no limite. Léo se livrou de sua arma e o restante da roupa que
usava. Se voltou aos dois que se pegavam e aproveitando que Dane tomava
os seios de sua mulher, se abaixou atrás dela retirou seu shortinho, o
tranformando em trapos, caindo de boca em sua bunda. Primeiro ministrava
pequenos tapinhas em suas bandas. Beijava até a cintura e voltava, desceu a
língua por seu rêgo e arreganhou sua bunda para ir de encontro ao seu buraco
a tempos esquecido.
Ela se segurava nos ombros de Dane e se permitia dançar esfregando seu
corpo na língua dele. Dane foi descendo também ministrando beijos
molhados por seu ventre até encontrar aquele pontinho do céu. E agora eram
os dois ajoelhados, um na frente e o outro atrás, torturando ela com suas
línguas e bocas nos pontos mais sensíveis do seu corpo.
Eles estavam na penumbra da sala, nus cobertos por uma camada fina
de suor. Nininha imaginava que essa seria uma tela a ser pintada em preto e
branco futuramente. Logo esse pensamento voou quando ela sentiu eles
penetrarem seus dedos em seus buracos. Regojizando levantou uma perna no
ombro de Dane e rebolou de encontro aos movimentos não se aguentando e
gozando gemendo de tanto prazer. Dane saboreava as carnes molhadas e
trêmulas de sua mulher quando Léo trocou um olhar com ele e como sempre
entre eles não precisava de palavras. Léo se levantou e logo depois Dane, sem
deixarem de tocar o corpo da esposa derretida entre eles. Léo foi rapidamente
no banheiro debaixo e pegou um óleo na gaveta e uma toalha, voltou para
sala, se sentou no sofá enquanto Dane beijava, mordia, lambia e chupava os
lábios dela a levando devagar até encostar em Léo. Com a mão cheia desse
óleo Léo esfregou entre às pernas de Nininha e se concentrou em bezuntar
ainda mais seu buraco apertado. Com os dedos, foi preparando ela para
receber algo ainda maior. A reação de Nininha como sempre a princípio era
de receio, mas aos poucos ia se acostumando. Ela estava louca para sentir os
dois ao mesmo tempo então ela mesmo rebolava nos dedos de Léo facilitando
o trabalho de lubrificação do seu rabinho. Dane auxiliou Nininha a sentar no
pau do amigo. Devagar e sofregamente ela foi deslizando o pau de Léo para
dentro do seu canal rugoso piscante. Os sons emitidos eram de puro pecado.
Se acomodando melhor ela pôs os pés em cima do sofá, ficando bem
arreganhada, dando a Dane uma vista panorâmica do aterramento do pau de
Léo no ânus dela. Ele acariciava seu clitóris ajudando ela a suportar o ardido
de ser sodomizada.
Nininha jogou a cabeça para trás e recebeu de Léo uma mordida no pescoço
exposto. Aquela dor incômoda começou a passar e agora vinha o prazer, o
tesão do proibido. Dane ainda dedilhava seu broto latejante e ao ver sua
buceta melada não se conteve e caiu de boca. Mais uma vez Nininha se via
próximo a um orgasmo impossível de segurar ao ser sodomizada e chupada
ao mesmo tempo. Gritos ela queria soltar, mas se prendia para não acordar as
filhas e acabar com a brincadeira. Léo lhe falava palavras sujas ao seu ouvido
e quando ela estava se recuperando sentiu a cabeça grande do pênis de Dane
forçar a entrada em sua buceta, ela só pôde segurar suas coxas e se abrir ainda
mais para recebê-lo. Aos poucos Dane foi se acomodando dentro do corpo de
sua mulher. Os dois também seguravam seus gemidos em suas gargantas,
mas seus corpos não se seguravam em nada, procuravam juntos e acoplados o
prazer único que só era alcançado quando estavam assim, unidos.
Palavras de amor e tesão se misturavam ao sexo carnal e avassalador
que faziam. O amor estava os rondando e seus corpos estavam vibrando ao
sentir o encaixe que os tornavam um só. Momentos depois Dane se retirou
deixando uma Nininha muito chateada. Mas não por muito tempo, ele a
desacoplou de Léo e inverteu as posições. Nesse meio tempo Léo pegou a
toalha que trouxe junto ao óleo e limpou seu pau passou mais óleo e fez
Nininha se sentar com a buceta nele. E ela o fez rebolando gostosamente e
arrebitando a bunda para Dane que passava óleo em seu talo e via o buraco
piscando reluzente dela à espera dele entrar. Se posicionando, Dane
pressionou seu pau no anel de músculos tensos e forçou a entrada enquanto
Léo segurava a esposa deles com o pau enterrado até a base em sua vagina.
Ela gemeu e perdeu o ar!
Logo que Dane conseguiu entrar e ela começou a sentir a aceitação de
seu corpo, os três reiniciaram os movimentos eróticos que estimulavam seus
corpos ao máximo.
Numa pegada mais intimista Dane dizia palavras depravadas ao pé do ouvido
dela que a faziam delirar ainda mais. Léo também dizia e quando juntos
falavam dela, tudo parecia demasiadamente à flor da pele.
— Nossa esposa, dengosa, gostosa, saborosa....
— Nossa safada, devassa, depravada...
— Para sempre NOSSA, nossa rainha e nossa putinha. Sempre assim,
entre nós. Para sempre.
— Para todo o sempre...
Os grunhidos entre eles eram animalescos. O som do choque de seus
corpos se consumindo era insano. A vibração da energia que os rondava ao
alcance das mãos. Em sintonia perfeita os três se conduziam em busca
daquele prazer único só deles.
A viagem ao espaço onde suas almas se encontram, alcançada no limite do
orgasmo. Peles suadas e arrepiadas. Sexos pulsantes de tanto estímulo.
Gargantas segurando gritos e gemidos . Voz roucas e sussurrantes. Mais uma
vez os três se reencontram em um plano só deles. Gozando juntos após a
tórrida junção de seus corpos unindo o amor ao sexo único que fazia parte de
suas vidas. Trazendo à tona a forma vísceral desse relacionamento
arrebatador e indiscritível.
Três corpos, três corações, três vidas e um só caminho. O caminho do
amor. A junção do divino e profano enfrentando tudo e todos com a única
intensão de se permitir ser feliz.
Fizeram tudo como queriam e precisavam até se encontrarem
exaustos, desfalecidos, subjugados a necessidade de seus corpos. Subiram
contentes para um banho e um momento de relaxamento na jacuzzi. E
aproveitando que suas filhas ainda dormiam feito anjos, vararam a noite
numa insesante busca pelo prazer. Transformando cada respiração em
gemido e cada orgasmo inesquecível. Saciando a sede um do outro,
permitiram-se sentir a felicidade transbordante que os inundavam na forma
mais genuína e crua, juntos até o amanhecer do dia, até o primeiro chorinho
chamar a atenção deles e lembrá-los que a felicidade ainda era maior e mais
perfeita quando o dia iniciava e podiam se juntar às suas filhas aumentando a
sensação de contentamento.
Mais uma folga, mais um dia que seus Federais passavam se
dedicando às filhas e a Nininha. Mais um dia de busca de satisfação pessoal e
familiar, mais uma sequência de imagens afetivas que se somariam as
milhares de outras já guardadas e outras milhares que hão de vir.
— Que foi amor, está pensativa hoje? Ainda cansada da noite de
ontem? — Perguntou Léo a Nininha chamando a atenção de Dane.
— Cansada sim, mas sempre pronta para Meus Dois Federais. Amo
vocês e tudo o que minha vida se transformou após vocês entrarem nela.
— Eu te amo, minha eterna princesa.
— E eu também, minha eterna menina.
— Amo vocês, Meus dois Federais, e a cada dia que passa me sinto
ainda mais grata por tamanha felicidade alcançada.
O dia da festinha de um aninho das meninas chegou e com ele a
consolidação de que esse aniversário virou um conto de fadas. As três
pequenas princesas deram seus primeiros passinhos juntas em meio aos
convidados deixando seus pais orgulhosos.
Todos viveram momentos memoráveis durante a festa. Mas para Nininha,
Léo e Dane eram momentos mais que memoráveis, era ver seu castelo em
festa e suas princesas amadas e paparicadas pelas pessoas que amavam e que
faziam parte de suas vidas.
Nesse castelo quem reinava era o amor e assim seria sempre.
Esse foi o caminho mais acertado que todos fizeram, seguir pelo caminho do
amor. Somente o amor é capaz de transformar o mundo, somente o amor é
capaz de nos fazer sentir a felicidade plena. Amando nos tornamos pessoas
melhores e fazemos outras pessoas melhores e mais felizes também. Amem
sempre, amem muito, amem mais, e mais... E mais... Sigam amando que a
felicidade atrai.
EPÍLOGO

Nada melhor que o tempo para mostrar que os caminhos que

escolhemos nos levou aonde queríamos estar. A vida não é fácil para

ninguém, mas quando se toma decisões com o coração é bem mais

descomplicado passar pelas dificuldades.

Qualquer pessoa que tem opinião ou vive de forma contrária a sociedade em

que vivemos, percorre um caminho bem mais árduo.


O conto de fadas nada tradicional que Nininha vivia, tinha seus altos
e baixos. Os momentos em que tinham que lidar com cargas de preconceitos
nos olhares e falas de algumas pessoas diante seu relacionamento, eram os
únicos momentos ruins. De certa maneira eles viviam uma vida discreta, o
que não abria margem a muito falatório, mas quando as meninas entraram em
idade escolar, sabiam que às coisas podiam mudar.
Até então a ideia de serem atingidos pelo preconceito não se fazia tão
importante, mas saber que suas meninas poderiam ter que enfrentar isso tão
pequenininhas ainda, os fizeram tremer as bases. Pensando no melhor para
suas filhas, sempre, procuraram escolas onde o respeito, as diferenças e o
diálogo fossem primordial. Desde o início não omitiram nada sobre eles e o
modo como era constituída sua família. Ouviram muitas vezes que seria
complicado demais para elas, mas mesmo assim não enxergavam essa
complexidade toda, até porque eram uma família como outra qualquer dos
dias de hoje: Diferente.
Quantas formações de famílias diferentes existem nos dias de hoje e quantas
outras mais ainda estão por vir? Era com esse enredo e sempre com a
verdade, que conseguiam se desvencilhar das críticas, às vezes até recheadas
de boas intenções, outras nem tanto. Na verdade só saberiam mesmo se tudo
ficaria bem, com o tempo. Suas filhas eram três crianças, completamente
diferentes uma das outras e como poucas, tinham a sorte de serem criadas
com muito amor. A diferença era que elas tinham acesso a liberdade
incondicional do amor. Aprendiam desde cedo que para ser feliz só bastava
amar, o resto se adequava com o tempo.
Coloca-las na escola foi a melhor resposta para eles. Suas três
princesas logo demarcaram seus lugares no âmbito social entre os
amiguinhos. Thereza uma líder nata, Sara era a realizadora e Sofia...
Carinhosa, cuidava de todos, um doce de menina, uma princesa. Não havia
preconceito entre as crianças, pois crianças não conhecem o preconceito. E
muitas ali já estavam acostumadas a ter dois pais, simplesmente pelo fato de
sua mãe ser divorciada e ter casado novamente. Haviam até crianças com
duas mães sem pai, e dois pais sem mãe. Mas, para as crianças nada disso se
fazia importante. Então era normal, Sofia, Sara e Thereza falarem sobre seus
dois pais também. Deveríamos nascer e morrer com a ingenuidade de uma
criança.
Já os pais e familiares, estes sim poderiam demostrar de alguma
forma seu descontentamento. Porém isso não aconteceu. Na verdade Nininha
que estava tão preparada para brigar com o primeiro que falasse algo contra
eles, teve que ter um jogo de cintura tamanho para lidar com as mães,
professoras e até alguns pais que babavam em seus maridos e morriam de
curiosidade em seu modo de vida. O que parecia que iria se tornar um dos
piores momentos de suas vidas acabou por se transformar em um momento
de troca. Sim, troca. Troca de experiências e, não é assim que deve ser entre
mães e pais de crianças que iniciam na pré escola? Pois bem, assim foi, com
apenas algumas diferenças. A troca de informações não se limitavam na
educação das crianças, iam além. A curiosidade das outras mães e até alguns
pais, héteros ou não, fez tudo ir além do esperado.
Nininha como estava mais presente na escola que seus maridos, foi
surpreendida pela proximidade e curiosidade das pessoas.
Mesmo sem muita intimidade, algumas não mediam palavras para aplacar
suas questões. Apesar da indiscrição das perguntas, Nininha notava que não
havia maldade e sim curiosidade mesmo. Então de maneira contida, acabava
dando um jeitinho de explicar como funcionava a relação deles. Na verdade
ela foi percebendo que todos ali de alguma maneira não viviam exatamente
de acordo com os padrões da sociedade. Em vários aspectos diferentes. Isso
foi bom. Mais uma vez, o trisal deu sorte de encontrar pessoas com quem
pudessem compartilhar a amizade. Pessoas com mentes abertas ou
simplesmente dispostas a conhecer o diferente e dar oportunidade para o
novo entrar.
Entre curiosidade e opiniões, contrárias ou não, o trisal foi
encontrando seu espaço no grupo de pais. E até construindo amizades
verdadeiras. Viviam como qualquer outra família com crianças na pré escola.
Festinhas, passeios ao parque, zoológico. Recebiam algumas amiguinhas em
casa como também levavam suas pequenas para a casa delas.
À essa altura Nininha conseguia administrar melhor suas facetas entre
mãe, mulher (de dois homens) e dona casa. Conseguiu também voltar a
pintar, assim que as garotas desmamaram aos dois anos. E atualmente, com
auxílio de seus maridos e amigas, vendia suas telas pela internet. Bruna até
conseguiu para ela uma pequena exposição em uma galeria conceituada, isso
através de uma de suas conquistas. Essa oportunidade abriu novos caminhos
para sua arte e elevou os preços de suas pinturas. Nesse meio artístico teve a
oportunidade de conhecer outras pessoas que viviam o poliamor também,
ampliando sua rede de amizades e troca de experiências.
Quanto mais ela ficava radiante diante suas conquistas, seus maridos
ficavam ainda mais felizes e orgulhosos.
Seu pai e Gracinha eram também colaboradores em sua vida, em todos os
sentidos. Seu Silva não se aguentou quando ao ver os primeiros passinhos de
suas netas e as boquinhas balbuciarem a palavra "vovô", que logo decidiu que
deveria estar sempre por perto.
Alugou sua casa no Rio e se mudou para uma próximo a de sua filha, quer
dizer suas netas. Assim estaria a minutos delas. Porém seu Silva fazia de tudo
para não atrapalhar a vida de sua filha e seus genros. Sempre foi muito
discreto e na verdade sem a ajuda dele e de Gracinha a vida do trisal com três
crianças pequenas, teria sido muito mais complicada. Difícil eram às visitas
de sua sogra. Os poucos dias que vinha e ficava na casa de Nininha, por mais
que só quisesse fazer o melhor para todos, acabava deixando tudo em ponto
de ebulição com sua presença autoritária e retrógrada. Sempre quando estava
com eles tentava impor suas opiniões contrárias a esse relacionamento e com
jeitinho tentava fazer com que o trisal enxergasse como ela.
Impossível.
Isso só gerava discussões e deixava o clima tenso. Até que um belo dia em
uma dessas visitas que costumavam levar de três a sete dias, com todos da
família reunidos, inclusive às suas bests, dona Norma danou a falar sobre o
assunto novamente, deixando o clima azedo de novo. Seu Silva apesar de
todo seu respeito pela mãe de Léo, já não aguentava mais sua ladainha e
queria dar um basta de vez. Via que tanto sua filha como seus genros ficavam
chateados com sua insistência. Iria tomar a palavra e tentar dar um basta
naquele assunto. Mas para surpresa de todos e pela primeira vez, foi o pai de
Léo, seu Otávio, que em certa ocasião também já não aguentando mais
interveio dizendo:
— Cala boca, mulher! Não vê como fere ao teu filho, Dane e sua
nora? E por consequência, a todos que os amam e encontram-se nesta casa?
— Levantando-se da poltrona em que estava, seguiu falando a plenos
pulmões para sua mulher e a todos que ali estavam. — Toda vez é a mesma
coisa, nossos filhos e nora nos recebem com muito zelo e na primeira
oportunidade, vem você e vomita para eles suas opiniões misturadas com sua
religião, cheias de preconceito deixando a todos sem jeito.
— Otávio! Veja como fala comigo....
— Chega Norma! Veja vo.cê. como fala com os seus. Eu a amo, e
nossos filhos e netos também. Você é uma mulher maravilhosa, mas... Mas...
Às vezes ... É....
— Intragável!? — Soltou Bruna, logo recebendo olhares de
desaprovação o que a fez se jogar para traz no sofá, revirando seus próprios
olhos.
— Isso, Bruna. Obrigada! Intragável!
— Otávio! — Disse dona Norma no espanto dele ter concordado com
a posição de Bruna.
— Sim Norma, me perdoe, mas intragável é uma palavra que resume
o que você se torna quando quer impor sua presença, suas opiniões, suas
normas e dogmas. Todos temos defeitos, pensamentos diferentes, vivência
diferente, eu sei, mas temos que tentar nos adequar às pessoas a nossa volta
para viver em harmonia. E como eu quero meu amor, viver em harmonia com
minha família. Vivemos longe de nosso filho e netas e se todas a vez que
viermos ter com eles você continuar insistindo nesse assunto, dizendo a eles
que é errado viver do jeito que vivem, haverá um momento que não seremos
tão bem recebidos e a distância só aumentará. E sobre o tipo de família que
eles construíram, eu sei, sabemos que não é convencional, mas há muito mais
amor, companheirismo e entrega do que em vários relacionamentos que
conhecemos. Então Norma, direi apenas uma única vez, se queres
compartilhar todo esse amor conosco és bem vinda, sempre. Porém, deixe
suas palavras amargas guardadas bem fundo em tua cabeça. Pois entre nós
não admitiremos mais esse tipo de assunto, a forma como eles vivem não é de
nossa conta. A nós só nos resta desejar, ajudar e compartilhar a felicidade
deles e nada mais. Vamos! Faça sua mala, iremos embora e você só voltará
quando entender tudo o que disse e ser mais respeitosa pelo menos com
aqueles que te amam.
— Mas!? Otávio, nosso vôo é para daqui a três dias, não tem
cabimento.
— Não se preocupe, darei meu jeito.
— Uhuuu! Dá-lhe seu Otávio! — Gritou Bruna ainda batendo
palminhas.
— Para com isso, Bruna!? — Recriminou Lary.
— Ah! Gente, alguém precisava parar dona Norma. — Concluiu
Bruna, enquanto todos observavam o pai de Léo se retirando da sala com Léo
e Dane ao seu encalço.
— Chega Bruna! Não é hora para suas gracinhas. — Disse Nininha
com firmeza. Depois foi até sua sogra que já se levantava feito um pimentão
vermelho, para seguir o marido.
— Ei? Dona Norma? — Chamou Nininha.
Ela a olhou, depois olhou em volta e novamente voltou o olhar para a
nora.
— O que foi Nininha, Otávio já não foi claro o suficiente? — Mesmo
chorosa sua sogra não perdia o ar altivo.
— Sim ele foi, e o agradeço por ser ele a dizer tudo isso. Mas ele
esqueceu de dizer que a senhora, dona Norma, é muito importante para mim,
meus maridos e minhas filhas. É imprescindível que saiba que jamais
queremos a senhora distante de nós então, por favor, não crie essa distância.
Agora acho melhor ir lá e conversar com seu marido.
E qual é a família que não tem uma confusão de vez enquanto?
As divergências acontecem em qualquer grupo de pessoas e em uma família
com integrantes tão distintos não seria incomum.
A diferença se faz no nível de amor e disposição para mudança que cada um
carrega em si. Isso faz tudo entrar nos eixos, algumas vezes rápido e outras
nem tanto, porém quando nos empenhamos em fazer dar certo acontece o
melhor.
Nem todos mudam completamente seus pensamentos apenas para aceitar o
outro. Porque na verdade, não cabe a nós aceitar o outro, apenas respeitar e
conviver. Fazer valer a pena, quando vale a pena. Estar junto com quem
queremos e nos faz bem.
Veja bem, diante de todos os pensamentos contrários a tudo o que
dona Norma enxergava no relacionamento dos três, ela percebeu que vê-los
sorrindo e felizes juntos com suas netas a fazia feliz, e foi assim que ela
continuou a ser integrante essencial dessa família. Passou a usufruir desses
momentos de felicidade sem o interesse de mudar nada entre eles. Em suas
orações ela continuava intercedendo por eles, não para mudarem e sim para
permanecerem felizes da maneira que quisessem.
Depois da discussão, o trisal convenceu aos pais de Léo não irem embora e
ficarem como haviam se organizado. E o restante da temporada foi bem mais
alegre do que o normal.
Após anos de placidez de seu Otávio, esse foi um ótimo momento para
marcar seu ponto.
Meses depois, após uma noite maravilhosa com seus maridos,
Nininha terminava uma tela em que estava trabalhando a um tempinho. As
meninas estavam na escola, logo ela teria que ir buscá-las, mas antes teria que
passar no laboratório e buscar uns exames dela e das meninas. Então deu uma
última olhada na pintura sorriu com os pensamentos que lhe passaram na
mente e começou a guardar suas coisas. No banho enquanto se ensaboava,
lembrava das mãos calorosas de seus maridos a acariciando. Sorria feito
criança sapeca que havia acabado de fazer traquinagem. Nesses momentos a
sós, ela sempre dava um jeito de agradecer a Deus a vida maravilhosa que
vivia, a saúde das pessoas que amava, principalmente de suas filhas e a tudo
que construiu até ali. Nada pedia porque não havia nada a ser pedido, só
agradecido. Como ela podia há uns anos atrás se imaginar casada com dois
homens maravilhosos, que lhes deram suas trigêmeas, vivendo de sua arte e
feliz ao extremo? Nem todos os romances que já leu, a levou tão longe como
a vida real que vivia.
Ela saiu do banho, secando os cabelos e olhou o celular. Havia
mensagem. Era do grupo dos três.

@ Léo: Olá, minha rainha! Ainda é tempo de lhe desejar bom dia.
@: Sim é claro, apesar de você já ter me desejado quando se levantou
para ir ao trabalho, me beijando nos seios.
@ Léo: É verdade, mas pensei que você estivesse tão atordoada com
o bom dia que a língua de Dane dava ao mesmo tempo em sua buceta, que
poderia não ter ouvido.
@ : Merda Léo! Agora você me fez voltar a sentir a boca dos dois em
meu corpo de novo.
@ Léo: E isso não é bom?
@: Sim, maravilhoso! Mas, seria melhor se vocês estivessem aqui
comigo para resolver essa umidade toda que se fez entre minhas pernas.
@ Léo: Merda Nininha! Agora eu que tô dolorido aqui.
@ Dane: digitando...
@: Bem feito!
@ Dane: Estou eu aqui atolado de papéis para ler e preencher, e vocês
me lembram do gostinho da umidade das carnes de minha mulher...
Hummm... Não vejo a hora de chegar em casa.
@: Pode vir quente que estou fervendo!!!
@ Léo: Gostosa, te amo!
@ Dane: Delícia, te amo!
@: Fui buscar as meninas. Ah! Traz massa para lasanha, estou louca
para comer uma.
@ Léo: Sério, anda com muitas vontades.
@ Dane: Gulosa, pode deixar. E se prepara porque amanhã nós dois
estaremos em casa.
@ Léo: Bjuss
@: Amanhã não temos com quem deixar nossas princesas, papai e
Gracinha desceram para o Rio hoje e só voltam depois de amanhã e a dona
Edinalva tem a festa do neto e é ela quem vai fazer às comidas, então a
liberei.
@ Léo: Nossas princesinhas nunca são um incômodo. É só passarmos
o dia com elas na praia que ao chegar elas dormem a noite toda.
@ Dane: Verdade Léo. O tempo anda quente, que tal um pic nic na
praia?
@: Ótimo!
@ Léo: Fechado!
@Dane: Até mais meu amor!
@ Léo: Beijo amor!
@: Amo vocês, Meus Dois Federais!
Ainda rindo feito boba da conversa de mais cedo com seus maridos,
Nininha dirigia rindo ainda mais após passar pelo laboratório e conseguir um
encaixe com o médico. Radiante, seguiu para escola. Após estacionar, foi
até o grupo de mães que aguardavam seus filhos na porta. Chegou bem na
hora em que a turminha de suas meninas saía para o pátio, cumprimentou as
mães ali presentes e seguiu para o portão. Dali via suas três pipoquinhas
sorrindo e brincando com os coleguinhas. Sara estava com os cabelos
completamente desgrenhados, Thereza ainda mantinha seu coque, porém
estava com vários fios revoltos, essas duas não eram fácil. Sofia, estava com
a linda trança de espinha de peixe, que implorou a mãe para fazer de manhã,
praticamente intacta, pode-se dizer.
Eram trigêmeas, mas suas personalidades gritavam às diferenças.
Fisicamente também haviam diferenças.
As gêmeas Sara e Sofia, eram bem loirinhas, e compartilhavam olhos
esverdeados. Lembravam muito a tia Léia e a vovó Norma,
consequentemente os genes de seu pai. Já Thereza, a última a nascer, parecia
muito com a mãe. Seus cabelos ondulados cor de mel e as feições em seu
rosto, lembrava muito Nininha, quando tinha a mesma idade. Porém não era
só na cor dos cabelos que destoava de suas irmãs, aqueles olhos azuis
intrigantes e intimidantes se fazia marcante, um presente de seu pai.
Nininha via seus maridos marcados em suas filhas. Apesar de nunca nenhum
deles terem dito nada sobre isso, e não haver nenhuma separação entre eles
do tipo "essa é mais minha filha do que essa", todos sabiam, todos viam. Mas
nunca era mencionado nada a respeito, pois era muito claro como era
constituída essa família.
Eram mãe, pais e filhas. Claro que provavelmente no futuro elas
questionarão os pais ao perceberem às diferenças, mas Nininha já pensava em
como responder. Não iria omitir nada, seria verdadeira em tudo, e a cada
nova pergunta iria responder de acordo com a maturidade de suas meninas,
fazendo de tudo para que compreendessem como se formou o amor em que
foram concebidas. E como rara elas eram.
— Mamãeeeeeee!!! — Correram gritando as meninas, puxando suas
mochilas e lhe dando um abraço triplo.
— Oi meus amores, minhas pipoquinhas. Como foi na escola hoje?
— Foi muito legal. Thereza deu uma banda no Flavinho que pegou a
boneca da Sofia fazendo ela chorar. — Disse Sara, com apoio das irmãs.
— Thereza! Não pode fazer isso minha filha.
— Ninguém faz minhas irmãs chorar, ainda mais um menino bobo!
Se eu tivesse a arma e as algemas dos papais ele ia ver só.
— Thereza! Não diga uma coisa dessas. Você deveria ter falado com
a professora e não feito isso com seu amiguinho.
— Eu falei… Depois que eu dei um golpe nele.
— O que a tia fez?
— Colocou ela de castigo e deu uma bronca nela mamãe, mas eu
fiquei com ela. – Disse Sofia.
— Eu também, não podíamos deixar nossa irmã sozinha… E o
Flavinho também ficou de castigo.
— Entenderam que não podem mais agir assim?
— SIMMM! – Disse as três, Thereza sem empolgação nenhuma.
— Muito bom, vamos... Sentem direitinho e vamos para casa almoçar,
fazer as lições e brincar na piscina.
— Ebaaaaaaa!!! — Gritavam alegres.

Os dias eram assim para Nininha. Vivia para sua família e não se
sentia diminuída por isso, pelo contrário, se sentia bem mais realizada
estando com eles. Logo o dia se foi e suas meninas faziam um esforço
enorme para não irem dormir antes de seus pais chegarem. Permaneciam
brincando entre si enquanto a mãe assistia a TV. Ao escutarem o barulho do
carro, todas as meninas da casa se entreolharam.
— Papaiiiisss!!! — Gritaram as trigêmeas e correram para à porta.
A mãe seguiu elas e se encostou no batente, enquanto assistia as três
às voltas com seus pais que saiam do carro para recebê-las. Era sempre uma
imagem espetacular vê-los juntos. Com eles as meninas eram muito mais
tagarelas, falavam tudo sobre a escola, o dia em casa, suas vontades atendidas
e as não atendidas... Puras meninas de sete aninhos cheias de energia e em
busca de mimo paternal. Dane e Léo mesmo cansados não perdiam uma só
fala, faziam perguntas dando corda aos assuntos delas e as estragavam como
qualquer pai babão costuma fazer.
Dane passou com Sara na carcunda por sua esposa e deu um beijo em
seus lábios, atrás vinha Thereza com uma das bolsas que seus pais
trouxeram, de cara feia porque mais uma vez eles não deixavam pegar nas
armas. Léo veio com Sofia nos braços, a fazendo rir com beijinhos no
pescoço, ao passar por sua mulher, também lhe deu um beijo seguido de um
carinho no bumbum.
Após matarem a saudade, as crianças dormiram e Nininha pôde ter seus
maridos só para ela. Mais uma noite em meio os amores de sua vida. Eles
jantaram e conversaram sobre o dia e como todas às vezes que só estavam os
três, mantinham um clima de promessa e desejo.
— O que acha, precisamos dar uma lição nesse tal de Flavinho ou
Thereza da conta? – Perguntou Léo, antes de subirem.
— Leonardo, vocé tá falando sério? – Indagou sua esposa.
— Eu disse que meninas me tornariam um possível serial killer!
— Gazela idiota. Tenho certeza que Thereza vai dar conta desses
pirralhos e não vai ser preciso transformar seus pais de policiais para
presidiários. Não vê como sofre Vitor Hugo, filho de nossos amigos Hugo,
Eloá e Theodoro?
— Verdade. Mas, já está na hora de colocá-las para fazer alguma luta.
— Acho válido, só que Sofia vai querer balé.
— Vocês devem estar loucos. – Nininha se intrometeu na conversa
dos dois.
— Sim. Loucos para te levar lá para cima e… — Começou a
responder Léo pegando-a no colo.
— …Te jogar na cama e amanhacer amando esse corpinho lindo. –
Terminou Dane beijando sua boca.

Mais tarde no quarto, todas as vontades do dia foram saciadas pelo trisal. Se
amaram e se consumiram de todos os jeitos possíveis.
Este era apenas mais um fim de noite dessa família.
— Você está com disposição hoje, gostosa! — Falou Dane ofegante,
antes de se retirar de dentro dela e se jogar ao seu lado pela quarta vez, só
essa noite.
— Está reclamando?
— Não nervosinha, é que hoje está especialmente disposta.
— Concordo Dane... Você é fogosa, mas hoje está demais... —
Participou Léo também com a voz ofegante, ainda estava acoplado nas costas
de sua esposa.
— É que estou especialmente, mais feliz ainda, no dia de hoje! —
Sibilou ela.
— E podemos.... Ahhhh..... — Falava Léo enquanto se retirava dela.
— Saber o por quê?
— Aiai, ainda não, por hora preciso de um banho, dormir e descansar
para amanhã passar mais um dia maravilhoso ao lado de meus maridos e
filhas na praia.
Os meninos se entreolhavam e percebiam alguma coisa nela, mas
estavam tão cansados que desistiram de tentar saber. Foram para o banheiro e
se deliciaram juntos com ela num banho quente e gostoso antes de voltarem
para a cama e, enfim descansar.
Enquanto o amanhecer surgia, os três dormiam entrelaçados entre os
lençóis sob a tela que eternizava um dos momentos mais ricos de prazer que
tiveram juntos. Suas filhas dormiam também tranquilas no quarto todo
decorado de princesas.
Lá fora, o sol começava a tocar com seus raios a água e a areia do mar, até
chegar em suas janelas. O relógio biológico de Dane e Léo os faziam acordar
praticamente juntos, mesmo nas folgas.
Léo se espreguiçou e acariciando, dos seios até o ventre de sua esposa, parou
sua mão ali e a chamou susurrando em seu ouvido.
Dane que estava de costas se remexeu e também ajudou seu amigo a acordar
sua mulher. Todos acordados, se preparam para passar o dia na praia.
Prontas, as meninas pegaram suas pranchas. Na verdade Sara e Thereza, pois
Sofia ainda sonolenta estava no colo de Dane que a mimava com afagos e
carregava nas costas a bolsa de brinquedos, com baldinhos, bonecas e outros
objetos. Nininha vinha de mãos dadas com ele e carregava uma bolsa com
alguns lanches, cangas e toalhas.
Léo seguia na frente, um surfista nato, com sua prancha e roupa de neoprene.
Seguido por Sara e Thereza, também vestidas com suas roupas de neoprene,
tal pai, tal filhas. Essas adoravam tudo que era esporte, já Sofia ainda vestia
sua camisola de princesa.
Ao chegarem na areia as meninas com às pranchas correram para
beira d'água enquanto eles arrumavam acampamento. Léo logo foi atrás delas
chamando uma Sofia muito desinteressada em se molhar.
— Não quero molhar minha roupa de princesa, papai Léo.
— Mas a mamãe trouxe seu biquíni da pequena sereia, vamos?
— Não quero, só depois, vou fazer castelo com papai Dane e a
mamãe.
— Tá bom meu amorzinho. — Aceitou Léo e lhe deu um beijo na
testa, recebendo outro na bochecha.
Enquanto Léo se divertia com Sara e Thereza nas ondas, Nininha,
Dane e Sofia tentavam construir um castelo para às bonecas.
Por todos os lados de quem quisesse observar só veriam a tranquilidade de
uma família feliz. Tanto as crianças, como seus pais, se esbaldaram na praia.
Cada momento registrado por suas câmeras. O dia foi repleto de brincadeiras,
carinhos, lanches, sorrisos, pura diversão. Ao entardecer, em pé, Dane
abraçou Nininha de lado e, enquanto observavam Léo ensinando as três a
subir na prancha, fez uma pergunta:
— Amor, ontem você disse que estava especialmente feliz, estávamos
tão cansados que nem insistimos para saber o motivo. Fala agora.
Nininha pôs a cabeça no peito de seu marido e sem deixar de olhar
seu outro marido com suas filhas na água disse:
— Tenho duas novidades para contar para vocês.
Dane não conseguiu esboçar nenhuma outra reação a não ser de
espanto, pois várias situações ocorriam por sua mente.
— Calma amor, vem, vamos chamar Léo e as meninas.
Os dois caminharam chamando as trigêmeas e o papai Léo.
Sofia veio correndo, largou a prancha no meio do caminho e abraçou às
pernas da mamãe e papai. Léo prendeu sua prancha na areia ensinando
Thereza e Sara a fazer o mesmo, depois chamou a atenção de Sofia porque
não quis fazer como as irmãs.
Léo foi até a sua esposa e tentou abraça-la, mas ele estava todo molhado, e
apesar de estar um pedaço de mau caminho, a água estava gelada àquela
altura então ela fugia de suas investidas até quando pôde. As meninas riam
dos dois.
— Que foi minha rainha, já vamos embora?
— Não, quer dizer, não é por isso que te chamamos.
— Então o que é? — Indagou Léo confuso.
— Ela quer nos dar duas notícias. — Disse Dane olhando para o
irmão, aguçando sua curiosidade.
— Notícia, que notícia? — Perguntou Léo beijando-a.
Nesse momento Thereza e Sara se intertiam com a areia e chamaram
Sofia para brincar. Ela desceu do colo de Dane e foi brincar com as irmãs
deixando os pais a vontade.
— Será que é o que estou pensando? — Proferiu Léo tendo um insite.
Nininha sorriu dengosa e disse:
— Estamos. Grávidos. De. Novo.
— O quê??? — Cuspiu Dane assustado.
— Sério??? — Falou Léo sorridente.
— Simmmmmm. Aí meu Deus, isso é loucura eu sei, mas aconteceu.
Lembram que eu estava reclamando que estava engordando e sentindo umas
coisas diferentes, fui ao médico fiz vários exames, inclusive o BHCG e deu
positivo. Estava mudando de anticoncepcional e nós não nos prevenimos.
Aconteceu!
— Aí. Meu. Deus!!! Isso É... Isso é ... Maravilhoso... Meu amor. —
Declamava Dane euforicamente assustado.
— É mais que maravilhoso, aliás estava na hora já. Estou tão feliz. —
Dizia Léo beijando a face de sua esposa.
— Mas você disse que eram duas notícias. Qual é a outra? — Indagou
Dane, ainda preocupado.
— Vai me dizer que são três de novo? — Perguntou Léo, logo
levando um olhar de medo de Dane.
— NÃO!!! Dessa vez, não.
— E como você pode ter tanta certeza assim? — Dane perguntou.
— É que assim que soube corri no ginecologista de plantão pedi que
me desse um pedido para ultra e ontem mesmo eu fiz. Já estou entre doze e
quatorze semanas e é apenas um bebê, sem sombra de dúvidas.
Uma certa calmaria se deu no coração de Dane. A euforia de saber
que seria pai novamente tomou conta e ele pegou sua mulher pela cintura e a
girou no ar dizendo:
— Vamos ter um bebê, vamos ter mais um bebê!!
Logo Léo se juntou aos dois e se abraçaram juntos. Para surpresa
deles, três pares de mãozinhas se prenderam em suas pernas, os abraçando
também querendo entrar na brincadeira e repetindo:
— Vamos ter um bebê, vamos ter um bebê!
Todos riram. Nininha tinha os olhos transbordando de emoção. Então
se pôs a concluir a grande notícia.
— Léo, Dane, a outra notícia... É que, o time de meninos em nossa
casa irá crescer.
Léo e Dane se olharam sem entender ainda o que ela havia dito.
Nininha mordia os beiços ansiosa para ver a reação deles olhando de um para
o outro. Quando de repente Léo olha dentro dos olhos dela atônito, devagar
vai se afastando dos dois e de repente se ajoelha na areia e grita todos os
palavrões existentes e os não existentes também. Dane e sua esposa assistiam
a loucura momentânea de Léo, rindo e chorosos, buscando suas filhas no colo
e pelas mãos indo de encontro a ele.
— Mamãe, por que papai Léo está falando tantas palavras feias e
jogando areia para o alto. — Balbuciou Sofia.
— Não sei irmã, mas eu quero brincar com ele de jogar a areia
também. — Quem respondeu foi Sara se soltando da mão de Dane e indo ao
seu pai Léo o ajudando na tempestade de areia.
Rindo e correndo atrás da irmã, Thereza mais espertinha das três
dizia:
— Vocês não escutaram? Eles vão ter um bebê, e nós um irmãozinho.
Ebaaa!
Abraçados e a certa distância da bagunça com a areia que Léo, Sara e
Thereza faziam, Nininha e Dane com Sofia ainda no colo, sorriam ao ouvir
Léo a plenos pulmões dizendo para quem quisesse ouvir e quem não, que
teria um filho homem.

Felicidade pura!
Essa família constituída de uma maneira tão singular vivia mais um
momento de alegria, surpresa e esperança. Um amor nascido da junção de
três corações que se multiplicava em outros.
Tudo começou com tantas dúvidas, medo e incertezas e se transformou tão
rápido em sentimentos distintos, profundos, sólidos e principalmente
duradouro. A força desse amor se tornou invencível, ainda mais quando se
tem mais amor vindo de fora para auxiliar, sendo a base para eles. A
permissão de cada um dentro do contexto dessa grande e diferente família, os
levaram a viver a plenitude da felicidade. Cada um teve importância para o
sucesso dessa relação. O amor entre pai e filha, entre amigas, irmãos,
colegas, entre outros, foram fundamentais para a solidificação deste trisal.
Entendendo que o respeito ao próximo é a forma mais simples de conseguir
compreender às escolhas dos outros, fica mais fácil conviver com o diferente.
Assim aconteceu com as pessoas que rodeavam esse trisal, ajudando-os
nessa caminhada.
Já barriguda beirando a trigésima quarta semana de gestação, Nininha
caminhava pesada, mas radiante na areia da praia, seguindo a turminha à sua
frente. Dane e Léo brincavam de pique com suas princesas. Seus gritinhos
histéricos quando eram pegas pelos pais, eram escutados ao longe. As risadas
gostosas e os rostinhos rosados figuravam uma nova imagem a ser eternizada
em uma tela, ela imaginava. Cansadas da brincadeira, Sara e Thereza queriam
ir para água, Sofia se recusou, como sempre. E para fugir da insistência do
papai Léo correu para o colo do papai Dane, que ia em direção a mulher mais
grávida da praia. Desistindo, Léo se virou e seguiu as duas pimentinhas que
já se esbaldavam na beira d'água.
— Nossa!!! — Falou Dane com Sofia no colo e com o outro braço em
volta da cintura de sua esposa.
— Que foi amor? — Retrucou Nininha.
— Acho que tive um Déjà vu.
— Como assim?
— Parece que já vi essa cena... Léo e as crianças, o pôr do sol, a
praia... Nós dois aqui abraçados... Sofia no colo....
— Ah meu bem, tantas vezes já vivemos momentos assim aqui nesta
praia, sua mente está lhe pregando uma peça.
— Não... É diferente... — Ele parou olhou em volta, deu um beijo em
Sofia e de repente disse. — Já sei, não é um Déjà vu, foi um sonho que eu
tive... Isso, um sonho. Era exatamente assim.
— Daniel, jura!?
— Sim... Não...
— Sim ou não? — Interrogou Nininha aos risos.
— Não.
— E por que não?
— Porque a realidade está muito mais perfeita do que o sonho…
Melhor do que felizes para sempre, esse trisal viveu a

realidade de se permitir todos os dias viver como se a eternidade tivesse

apenas 24 horas, onde era possível sentir o amor em todas às suas vertentes e

emanar a energia que seu encontro liberava, fazendo assim a roda da vida

girar infinita ressoando felicidade e quem sabe assim, tocar outras pessoas

para que possam também se permitir sobre qualquer obstáculo em busca da

sua porção de alegria, gozo, esperança e desejos.


"Para aqueles que se permitem, o caminho pode ser árduo, pesado e
às vezes completamente diferente do normal. Porém, o que vai definir como
vai ser o final é o nível de amor, respeito, força e fé que foram partilhado
durante a jornada."
Thais Rocha.
No Amor Trilateral existem muitas variáveis.
Essa série vem mostrar alguns desses trios possíveis, com muito
amor, respeito e erotismo. Estejam preparados para embarcar nesse mundo
novo despidos de qualquer tipo de preconceito e com muito amor.
E aí?

Entre nós, Cabe mais um?


Livro 2 da série Amor Trilateral.

…Theodoro Bernie e Hugo Rovila, consideravam que tudo era


possível. Montaram uma vida juntos em todos os sentidos. E ainda
encontraram o amor um no outro.
Tudo estava indo tão bem que nunca imaginariam que poderia ser
ainda melhor. Ao conhecer por acaso, Eloá Carenteli, uma autora iniciante a
qual estavam prestes a contratar, Theodoro e Hugo passaram a idealizar
muito mais para suas vidas. Novamente suas vontades deveriam ser
atendidas?
Como se sua relação homoafetiva já não fosse o suficiente para causar
atritos familiares e fofocas internas, começaram a se perguntar se entre eles
cabia mais um… Seria possível a formação de um trisal?

Theodoro sempre foi um ser livre. Seu corpo era o guia de suas
emoções e era a ele e ao seu coração que obedecia. No início da puberdade
teve acesso ao sexo e ali achou sua forma de oração. Experimentou de tudo
um pouco e logo descobriu que o prazer não poderia e nem deveria ser
limitado. Diziam às más línguas que era bissexual, mas ele mesmo preferia
não se rotular. Afinal, a vida é longa e nela existem várias possibilidades.
Hugo formado em letras, um ano mais novo que seu parceiro,
construiu sua vida profissional como editor e já havia trabalhado em várias
editoras qualificadas, até foi sócio de uma pequena. Mas seus ideais não se
igualavam aos de seus antigos sócios. Hugo queria um mundo literário muito
mais possível do quê o que se instalava no mercado. Ele queria viabilizar
autores nacionais e novos em todos os seguimentos, não só nos mais
vendáveis, sem preconceitos de estilos. Ele achava que como “todo cós tem
suas calças” haveria também um leitor ou mais, para todo tipo de livro.
Eloá cresceu em uma família muito simples, porém, muito amorosa.
Morava no interior de Minas numa cidadezinha bem pequena. Pequena
demais para os seus objetivos. Sempre muito esforçada e dedicada, se
empenhou nos estudos e conseguiu se formar em letras. Falava inglês,
espanhol e francês. E estava se aventurando no alemão. Queria conhecer o
mundo, mas só o conhecia através de muita leitura.
Trabalhava como professora particular e, às vezes, como folguista em
uma escola de ensino médio. Conseguia ajudar os pais e muitas vezes, sua
irmã e sobrinhos com o dinheiro que ganhava e ainda tinha tempo para se
dedicar à escrita. Enviou um de seus manuscritos para serem avaliados por
algumas editoras, mas raramente recebia um retorno positivo. Mas desistir
não era opção. Dentro de seus romances e contos, sempre tinha um lado
erótico no qual ela se deliciava em escrever, mas tinha certa vergonha em
mostrar. Talvez sua inexperiência a deixava insegura. Acabava enviando os
romances mais brandos de sua coleção para serem avaliados. Até que decidiu
acreditar em um de seus mais picante e mandou para uma editora em São
Paulo, a qual após um pequeno estudo minucioso, descobriu que promovia
vários segmentos de livros e davam suporte real a novos autores,
principalmente nacionais. Suas esperanças foram renovadas após receber um
e-mail desta editora avisando-a que seu livro estava em análise e que
provavelmente em breve retornariam o contato. Só isso já fez seu coração
palpitar numa cadência mais potente.
Um encontro casual entre esses três traz à tona uma questão: Entre
nós, cabe mais um?

.
Nos vemos em breve!
Até lá,
Thais Rocha

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