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PEDAGOGIA
SALVADOR, 2021.
ERIKA AGUIAR SILVA
SALVADOR, 2021.
SUMÁRIO
1. Introdução ........................................................................................................ 3
2. O Crime da Escravidão..................................................................................... 5
3. O Escravo e a Religião Católica ...................................................................... 6
4. A filosofia e a Bíblia ......................................................................................... 7
5. A Mãe e o filho Escravos ................................................................................ 8
6. O Preto Tomás ................................................................................................ 9
7. Conclusão ....................................................................................................... 9
8. Referências bibliográficas .............................................................................. 10
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1. INTRODUÇÃO
2. O CRIME DA ESCRAVIDÃO
no comércio de carne humana; não devia arrastar seu manto puro das cinzas dos
grandes crimes do catolicismo" (1999, p. 37).
A brutalidade da escravidão parece ter cegado o entendimento das pessoas ao
ponto de ter uma instituição que "falava em nome de Deus" a favor de tal barbaridade.
Porém, para pessoas como Nabuco, por exemplo, nunca foi normal obter benefício às
custas da exploração da vida do outro. Vemos, portanto, que a escravidão aflorou os
piores sentimentos e revelou as intenções egoístas da humanidade. A escravidão,
para Nabuco, degrada tanto o escravo quanto seu senhor, todos são corrompidos em
virtude da violência e exploração, alguns, as sofrem e, outros, as provocam.
4. A FILOSOFIA E A BÍBLIA
Diante da filosofia que tem como missão erguer o espírito, todos os homens
são iguais e livres, através do princípio da moralidade. No entanto, a escravidão, de
acordo com Nabuco, aprisiona não somente o corpo e a alma, mas a parte mais íntima
do ser humano, o seu espírito. Isso acontece porque, segundo Nabuco, “o espírito
recebeu uma missão na terra, a para preenchê-la recebeu a atividade: a atividade,
que era a garantia da missão do espírito, foi reprimida” (1999, p. 44).
Dessa forma, a escravidão é um crime que viola os princípios elementares da
liberdade. Nabuco elabora sua fala sobre o crime da escravidão com base em seus
conhecimentos jurídicos adquiridos no curso de direito, o qual cursava o quinto
semestre na época em que escreveu seu livro.
A escravidão fere os princípios cristãos, todavia, era defendida por alguns como
sendo biblicamente aceita. Argumentava-se que desde as civilizações mais antigas
houve escravos, estando presentes na bíblia tanto no Novo quanto no Velho
Testamento e referindo-se à ausência de objeções de Cristo relativas ao tema.
O contra argumento de Nabuco diante dessas questões sobre o embasamento
bíblico, mais especificamente ao Velho Testamento é que não se pode basear-se em
leis tão antigas que não se adequam mais à sociedade da época. A diferença entre a
Antiga (na figura de Jeová) e Nova Aliança (com a figura de Cristo) são bem
destacadas pelo autor, na tentativa de marcar tais mudanças ocorridas na lei a fim de
separar as leis, as quais são temporárias, dos princípios, os quais são permanentes.
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Nabuco demonstra por meio de sua análise a respeito de Jesus que ele não
poderia ser a favor da escravidão, visto que veio para libertar os homens dos seus
cativeiros. Sua missão e destino desde sempre foram de pôr em liberdade os
oprimidos e conceder favor aos humildes (NABUCO, 1999, p. 47).
6. O PRETO TOMÁS
Mais adiante, o escritor retoma o caso do preto Tomás, que teve um bom
tratamento como escravo, inicialmente, e como consequência disso, respondia
positivamente de acordo com a forma que era tratado. No entanto, com a morte de
sua senhora, mandaram açoitá-lo, o escravo, então, se revoltou e assassinou a
autoridade que supostamente teria sido a responsável pelo açoite. Tomás foi preso e,
depois, assassinou um guarda na tentativa de fugir. Nabuco, em sua narrativa, procura
passar para o leitor os motivos que levaram o escravo a cometer os crimes citados,
de forma a desmascarar o verdadeiro crime cometido, neste caso, o da escravidão.
Nabuco fala, também, a respeito do rigor da lei, a qual ao invés de inibir as
revoltas, as provocavam ainda mais, visto que as penalidades direcionadas aos
negros eram severas demais em relação às "infrações" cometidas (NABUCO, 1999,
p. 60).
7. CONCLUSÃO
Joaquim Nabuco foi ousado em seus discursos a favor dos ideais abolicionistas
retratando a escravidão como sendo um crime que viola os direitos naturais de todo
ser humano.
O problema da escravidão no Brasil é complexo, pois tem raízes profundas
desde seu descobrimento. A nação foi fundada às custas da exploração do trabalho
dos mais vulneráveis, portanto, pôr um fim a isso era um grande desafio para a época.
No entanto, Nabuco não se intimidou, com pensamentos fundamentados no âmbito
jurídico, ele refutou argumentos políticos e religiosos que tinham o intuito de legalizar
e justificar o sistema escravista.
Nabuco defende no tribunal o escravo Tomás, condenado por cometer dois
homicídios em virtude da violência que sofreu pelo motivo único de ter nascido negro.
A história de Tomás é apenas um exemplo entre os diversos casos de negros que
sofreram com a injustiça e a opressão da escravidão.
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8. REFERÊNCIAS