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Vamos conhecer mais sobre a

História da Contabilidade?
Confira abaixo!
O homem primitivo já praticava uma contabilidade rudimentar ao contar seus
instrumentos de caça e pesca, e seus rebanhos. Mas foi na Mesopotâmia, região situada
entre os rios Tigre e Eufrates, no atual Iraque, que foram encontrados os primeiros
registros patrimoniais. O homem começava a registrar o seu patrimônio. Era a origem
do diário. Os séculos passam, surgem novas civilizações. Em torno do baixo Nilo, nas
planícies de inundação, a agricultura floresceu, e com ela um povo que deixou o seu
legado até os dias de hoje, os Egípcios. O papiro, colhido às margens do grande rio,
onde os escribas registravam os movimentos, eram os primeiros livros contábeis.
Dos portos de Tiro e Sídon, os Fenícios navegavam pelo Mediterrâneo expandindo sua
rede de comércio. Foram eles os primeiros a desenvolver as trocas em bases monetárias,
e simplificaram os registros por símbolos. Da Península Itálica vieram os Romanos.
Jazia o maior e mais desenvolvido império da antiguidade, que se expandiu por toda a
Europa, norte da África e Oriente Médio, conquistando povos e nações, levando a paz
romana e o que se pode chamar de um sistema jurídico de contabilidade organizada.
Mas impérios nascem, crescem e morrem, e com Roma não foi diferente. Hordas de
bárbaros invadiram a península. Os sons das batalhas ecoavam por todos os lados, era a
queda do império Romano. O tempo não para. Vamos continuar a nossa viagem, vamos
avançar alguns séculos, vamos para o final da idade média e para o Renascimento.
Ano 1201. Os árabes, ao invadirem a península ibérica, trouxeram obras manuscritas de
contabilidade que muito influenciaram o comércio na velha Europa. Comércio esse que
floresceu nas cidades Italianas de Veneza, Gênova, Florença e Pisa. Os comerciantes
necessitavam de uma escrituração capaz de refletir os interesses dos credores e
investidores e que era, ao mesmo tempo, útil nas suas relações com os consumidores e
fornecedores. A sistematização da contabilidade estava a caminho. Também as artes e a
ciência se desenvolviam, o mundo deixava a Idade das Trevas, era o renascimento. E
com ele a figura de Luca Pacioli, frade Franciscano, autor de uma obra que expõe o
método das partidas dobradas, princípio contábil segundo o qual todo lançamento a
crédito numa conta, faz com que surja outra conta, onde é registrada a mesma
importância a débito.
Agora estamos no ano de 1500. Era descoberto o Brasil. E com a instituição do governo
geral, chegaram os provedores da fazenda, que acumulavam este cargo com o de
contador. Eram os nossos primeiros colegas em solo brasileiro. Com o desenvolvimento
da colônia, cartas régias passaram a regulamentar os princípios contábeis, e instituíam
cargos e funções na administração fazendária.
Em Portugal, em 1770, foi baixada a lei que regulamentava o exercício da profissão
contábil, e a partir da vinda da família real para o Brasil, iniciava-se o ensino contábil
em terras brasileiras com a instalação, em 1810, da aula de comércio da corte. A partir
daí, novas escolas eram fundadas, disseminando o ensino e desenvolvendo normas e
métodos. A mais antiga instituição profissional e cultural da ciência contábil que se tem
notícia no Brasil é a Associação dos Guarda Livros da corte, fundada em 18 de Abril de
1869 na Cidade do Rio de Janeiro. A classe contábil se organizava.
Mas para chegarmos ao ponto em que estamos hoje, muita água correu. Isto é, muitos
anos se passaram. Vamos então para o século 20. Em 1905, os diplomas da academia de
comércio do Rio de Janeiro e da escola prática de comércio de São Paulo, eram
reconhecidos como oficiais. De lá para cá observa-se uma história de lutas com a
fundação de associações profissionais, sindicatos e institutos. Em todos estes
organismos, estava o fio condutor que levaria à criação dos conselhos Federal e
regionais de contabilidade.
Em 1924, realizava-se no Rio de Janeiro o primeiro Congresso Brasileiro de
contabilidade, que foi enfático ao recomendar a aprovação de uma lei para regulamentar
o exercício da profissão. Para chegar a esse objetivo, foi preciso uma grande luta em
que não faltaram idas e voltas de projetos que eram apresentados e não apreciados.
Finalmente o presidente Eurico Gaspar Dutra, através do decreto-lei nº 9295/46,
reconhecia uma das profissões mais antigas do Brasil. Devemos tudo isto a tenacidade
de homens como o professor Francisco D'Áuria, o professor Frederico Herman, o
senador João Lira, o professor Hilário Franco e outros, que com seu trabalho incansável
ajudaram a consolidar a profissão.
O homem, no decorrer dos séculos, sempre fez uso de máquinas e instrumentos para o
exercício de sua profissão, e com os contadores não foi diferente. O primeiro
instrumento conhecido foi o ábaco, que surgiu cerca de 3.500 anos atrás. Palavra
proveniente do grego “abax”, que quer dizer contador, o primeiro modelo foi composto
por varetas e pequenas bolas, sendo que a versão chinesa, desenvolvida por volta do ano
2.600 antes de cristo, se tornou a mais conhecida.
Antigamente os livros eram copiados à mão por monges nos monastérios medievais.
Entre os anos de 1450 e 1455, Gutenberg criou a primeira prensa, que foi utilizada até
meados do século passado para colar as folhas em gelatinas dos livros diários. A
primeira máquina auxiliadora de cálculo apareceu em 1642 com francês Blaise Pascal.
Ao longo dos anos o aparelho foi sendo aperfeiçoado, mas só em 1901 que Rocam Elis
construiu a famosa máquina Elis, precursora da máquina de contabilidade.
Datilógrafo ou mecanógrafo, este é o nome técnico da máquina de escrever inventada
em 1714 pelo engenheiro inglês Harry Mill. Em 1938 coube ao americano Guelden
idealizar o primeiro modelo realmente viável, que foi industrializado a partir de 1873
nas oficinas da empresa Remington. De lá para cá, sua utilidade se firmou, mas com o
advento de tecnologias mais modernas, as máquinas de escrever foram, aos poucos,
substituídas por computadores.
E aqui termina este passeio pela fabulosa história da contabilidade. Espero que tenham
gostado. Mas uma coisa é certa: nós temos passado, temos história e por isso podemos
sentir orgulho desse patrimônio construído através dos séculos e visualizar o futuro de
frente.

Fonte: Borges, Tiago. História da Contabilidade, 2006. Disponível em:


https://youtu.be/qw5wbbPwXTg
Referências:
ÁVILA, Carlos Alberto de. Gestão contábil para contadores e não contadores. Curitiba:
Ibpex, 2006.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Manual de contabilidade básica: contabilidade introdutória e
intermediária. 6 Ed. São Paulo : Atlas, 2008.
RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e Análise de Balanços Fácil. 7. ed. São Paulo:
Saraiva, 2004.
SÁ, Antonio Lopes de. Luca Pacioli – Um mestre do renascimento. 2ª Ed., Brasília:
Fundação Brasileira de Contabilidade, 2004. Disponível em https://cfc.org.br/wp-
content/uploads/2018/04/1_Livro_lucapacioli.pdf, acesso em 21/07/2021.
SILVA, Agnaldo. Apostila Introdução à Contabilidade. Disponível em
www.facape.br/agnaldo/2602_Introducao_a_Contabilidade.pdf, acesso em 12/01/2010.

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