Você está na página 1de 52

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE SÃO CARLOS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE ESTRUTURAS

NOTAS DE AULA
ANÁLISE EXPERIMENTAL DE ESTRUTURAS

TOSHIAKI TAKEYA

SÃO CARLOS, ABRIL DE 2000


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 1

2. POR QUE HACER ENSA YOS CON MODELOS? ............................................................................................. 2

3. OBJETIVOS DA ANÁLISE EXPERIMENTAL ................................................................................................. 6

4. INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ....................................................................................................................... 6


4.1 PRELIMINARES ....................................................................................................................................................... 6
4.2 RELÓGIO COMPARADOR OU DEFLETÓMETRO ......................................................................................................... 6
4.3 CLINÓMETRO ......................................................................................................................................................... 8
4.4 EXTENSÓMETRO MECÂNICO .................................................................................................................................. 8
4.5 TRANSDUTOR INDUTIVO DE DESLOCAMENTO ...................................................................................................... ll
4.6 EXTENSÓMETRO ELÉTRICO DE RESISTÊNCIA ........................................................................................................ 13
4. 6.1 Pre1ÍlnÍnares .............................................................................................................................................. 13
4. 6.2 Breve 11ÍstóJico .......................................................................................................................................... 13
4.6.3 PrÍncÍpÍO de fi.máonamento ...................................................................................................................... 15
4.6.4 TjpologÍa ................................................................................................................................................... 17
4.6.5 TécnÍca de aplÍcação ........................................................................................................... -..................... 21
4.6.6 Extensômetro autocompensado para temperatura ..................................................................................... 25
4.6.7 Montagem empontede Wl1eatstone ......................................................................................................... 28
4. 6. 8 Apare1!J os para 1eÍtura ............................................................................................................................... 3 6
4. 7 TRANSDUTORES À BASE DE EXTENSÔMETROS ELÉTRICOS DE RESISTÊNCIA ......................................................... .40
4.8 OUTROS INSTRUMENTOS ..................................................................................................................................... 42
4. 8.1 Extensôn1etro ótÍco ................................................................................................................................... 42
4.8.2 Extensômetro e1étrÍco capaCÍtÍvo .............................................................................................................. 42
4.8.3 Extensômetro e1étiico ÍndutÍvo ................................................................................................................. 42
4.8.4 Extensômetro de corda vÍbrante.......................................................................................... ...................... 43
. 4.8.5 Extensô1netro de fibra ÓtÍca ...................................................................................................................... 44
4.8.6 lnstrun1entos de topografia ....................................................................................................................... 45
4.8.7 SÍstema de vasos comunÍcantes ................................................................................................................ 45
5. APLICAÇÃO DO CARREGAMENT0 .............................................................................................................. 46
5.1 MODELOS NO LABORATÓRIO ............................................................................................................................... 46
5.2 ESTRUTURAS EM SERVIÇO ................................................................................................................................... 46

6. PROCEDIMENTOS DE ENSAI0 ....................................................................................................................... 46


6.1 MODELOS NO LABORATÓRIO ............................................................................................................................... 46
6.2 ESTRUTURAS EM SERVIÇO ................................................................................................................................... 47

7. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ......................................................................................................... 48


7.1 PRELIMINARES ..................................................................................................................................................... 48
7.2 MÉDIA, DESVIO PADRÃO E COEFICIENTE DE VARIAÇÃO ...................................................................................... .48
7.3 INTERVALO DE CONFIANÇA DA MÉDIA ................................................................................................................. 49
7.4 CRITÉRiO DE CHAUVENET ................................................................................................................................... 49

8. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................... SO
8.1 LIVROS, APOSTILAS, TESES ......................................................................................................................... 50
8.2 NORMAS TÉCNICAS ....................................................................................................................................... 50
8.3 PUBLICAÇÕES DE FABRI CANTES DE INSTRUMENTOS ......................................................................... 50
1

1. INTRODUÇÃO
Para resolver os problemas de Engenharia, podem ser utilizados dois métodos de trabalho: o
teórico e o experimental. Muitos problemas requerem a aplicação dos dois métodos. A quantidade
relativa de cada um depende da natureza do problema. Problemas que estão na fronteira do nosso
conhecimento requerem muitas vezes estudos experimentais muito longos, uma vez que teorias
adequadas ainda não estão disponíveis para resolvê-los. Assim, a teoria e a experimentação devem
ser consideradas como complementos um do outro, e o Engenheiro que procede desta forma, em
geral, será mais eficaz na solução dos problemas, do que aquele que utiliza exclusivamente um
método ignorando o outro.
O quadro a seguir, adaptado de DOEBELIN (1990), apresenta a comparação das
características principais dos dois métodos, e que podem ser consideradas na hora da escolha do
método a ser adotado.

Método teórico Método experimental


1. Normalmente fornece resultados que são 1. Normalmente fornece resultados que se
mms de uso generalizado do que para aplicam somente ao sistema específico
aplicações particulares. ensaiado. Entretanto, técnicas tais como a
análise dimensional, permitem realizar
generalizações.
2. Em geral requer a adoção de hipóteses 2. Não é necessário adotar hipóteses
simplificadoras. Sendo assim, é analisado o simplificadoras, se o ensaio for realizado no
modelo matemático simplificado, e não o sistema reaL O comportamento verdadeiro
sistema físico real do problema. Isto do sistema é obtido.
significa que o comportamento previsto
teoricamente é sempre diferente do
comportamento reaL
3. Em alguns casos, pode conduzir a problemas 3. São necessárias medições precisas para obter
matemáticos complicados. Isto impedia o um quadro real dos resultados. Isto pode
estudo teórico de muitos problemas, no exigir equipamentos complexos e caros. As
passado. Atualmente, a disponibilidade de características de todos os equipamentos de
computadores de alta velocidade e de grande medição e de registro devem ser bem
capacidade, permite o estudo teórico de conhecidos.
muitos problemas que não podia ser
realizado no passado.
4. Requer somente lápis, papel, computador. 4. É preciso ter em mãos o sistema real ou o
Não são necessários equipamentos, modelo em escala. Se for utilizado o modelo
instalações e técnicos de laboratório. Alguns em escala, a semelhança de todas as
computadores são muito complexos e caros, características fundamentais devem ser
mas podem ser utilizados para resolver todo preservadas.
+ipo de problema. Por outro lado, muitos
~quipamentos de laboratório são fabricados
especialmente e servem somente para uma
variedade limitada de tarefas.
5. Não é preciso gastar tempo para construção 5. Um tempo considerável é gasto para
dos modelos, montagem e verificação da projetar, construir, e operar o aparato do
instrumentação, e coleta de dados. ensa10.
2

2. POR E HACER ENSAYOS CON MODELOS?


(Transcrição do parágrafo 1.1 de "Modelos reducidos- método de cálculo" de HOSSDORF,
1972)

La pregunta parece fácil de contestar: el ensayo de los modelos sum1mstra al ingeniero


proyectista una valiosa herramienta de gran rigor científico, que le permite en sus proyectos de
estructuras de construcción abrirse paso entre sus limitados conocimientos en el campo de la
Mecânica y actuar en la zona mucho más amplia de las estructuras de construcción fisicamente
posibles.
Parece evidente la necesidad de cuidar este medio tan extraordinariamente prometedor para el
ingeniero. No obstante, el desarrollo de los ensayos con modelos vuelve a tropezar siempre con
escepticismo en diversos círculos de ingenieros. Merece la pena analizar un poco el origen de este
retraimento, que aparece con cierta frecuencia.
En principio existe indudablemente una causa filosófica, o sea una causa que está ligada a la
actitud personal frente a cada uno de los medios del conocimiento. En todas las épocas ha havido
racionalistas entre los filósofos. Hombres que pretendían demonstrar que las verdaderas leyes
fundamentales del mundo fisico existían "a priori" en el espíritu humano, que bastaba por tanto
analizar el propio espíritu prescindiendo de la observación del medio ambiente, para llegar a
conocer las leyes de la naturaleza. Kant, probablemente el más conocido representante de este modo
de pensar, "ha reconocido" también, por ejemplo, que el espacio se compone de tres dimensiones,
que entre dos puntos sólo hay una recta y que en toda alteración de los fenômenos ni aumenta ni
disminuye la cantidad de materia en la naturaleza. Todos nosotros sabemos que, con arreglo a la
representación que actualmente nos hacemos del mundo, ya no tiene vigencia ninguma de las
verdades puras de Kant que "a priori" están como adormecidas enla mente humana.
En el estado actual de la Física, estamos convencidos de la imposibilidad de aceptar el
conocimiento previo: valoramos cada representación esquemática comprobada por la experiencia
por muy evidente que aquélla sea, sobre los procesos de la naturaleza, y la adoptamos,
fundamentalmente sólo como hipótesis de trabajo, estando dispuestos en cualquier momento a
tiraria por la borda bajo el imperativo de nuevas experiencias que nos permitan llegar a una ley más
perfeccionada. Por tanto, no se abogará ahora, de ningún modo, por el empirismo puro. Bajo los
resultados abrumadores de la experiencia, el hombre sólo podrá llegar a la conclusión de que su
espíritu no posee una faculdad de conocimiento previo para la cual evidentemente no ha sido
creado, sino que la única misión de la que es capaz consiste en estabelecer un orden.
Todos experimentamos un hálito de melancolía al reconocer con humillación que nuestros
esquemas de pensamientos para analizar la naturaleza, al aplicados a una misión concreta, son la
mayoria de las veces muy inconcretos. Unicamente en aquellos sítios en que las circunstancias
permitían apartarse de planteamientos de problemas reales, como ocurría en algunas escuelas
técnicas de tipo antiguo, cuyas estructuras tuvieron su origen en la época de la creencia ilimitada en
el progreso del siglo XIX, se estilaban aún estas utopías. De aquellas escuelas salieron ingenieros
con el concepto equivocado de que todos los problemas que se presentan deben ser solucionados
analiticamente. Los limites de nuestras teorias se les ocultaron púdicamente. Muchos de estos
ingenieros quedaron afectados por este concepto errôneo durante toda su carrera, sobre todo
aquelles que llenaron su trabajo diario con la reprodución infecunda de estructuras elementales.
La sobrevaloración de lo analítico en los estudios de ingenieria - hoy felizmente en
transformación - tiene todavia otro efecto más: la mágica creencia en el número. Los ensayos con
modelos tienen para este tipo de ingenieros la desagradable propriedad de presentar sus resultados
como consecuencia de mediciones cuyos valores más o menos seguros están afectados de unas
dispersiones determinadas. Los resultados numéricos poseen un error fácilmente reconocible. En
cambio, un cálculo puede realizarse exactamente. La costumbre de utilizar una teoria aunque se
aplique a nuevos problemas, hace que el ingeniero olvide fácilmente hasta qué punto las leyes en
3
que ha basado su cálculo reproducen de forma incompleta el comportamiento real de su estructura
resistente. El ordenador electrónico tiene la bonita propriedad de satisfacer ampliamente las ansias
que el ingeniero muestra por la exactitud aparente!
Además de estas "causas" totalmente infundadas, suele usarse también una serie de
argumentos en contra de la utilidad de los ensayos en modelos en la forma que hoy es generalmente
conocida esta técnica y que se fundan en la inseguridad de los propios métodos de ensayo. Las
dudas se dirigen esencialmente contra los puntos de vista siguientes:
1. La precisión de los resultados de las mediciones obtenidos en los ensayos en modelos deja, a
· menudo, mucho que desear.
2. La construcción del modelo, montar los ensayos y la obtención de los resultados exigen tanto
tiempo que no interesa en la práctica su realización, por no disponer del tiempo preciso.
3. Económicamente, no se pueden soportar los gastos de la realización de ensayos en modelos
para aclarar el comportamiento resistente de estructuras que no sean muy importantes.
Probablemente es correcto afirmar, que hasta la fecha se han realizado con modelos más
ensayos insuficientes que verdaderamente interesantes. Pera esto no es debido al fundamento de los
ensayos con modelos, sino únicamente a que el desarrollo de esta técnÍca no ha procedido hasta
ahora a dar sus primeros pasos serios de emancipación. La aplicación de la metrologia eléctrica, que
en los últimos anos se ha perfeccionado rápidamente, y el empleo de calculadoras de procesos para
el mando de los dispositivos de medición y para la elaboración analítica de los resultados de las
medidas, transforman fundamentalmente el aspecto de esta Técnica, que hasta ahora se ha venido
desarrollando con procedimientos de artesanía. El presentar las modernas posibilidades que se abren
para el próximo futuro de los ensayos en modelos, al aprovechar el estado de la tecnología de los
ordenadores y de la metrología, es una de las finalidades esenciales que proponemos con este libra.
Conviene resaltar aquí que el modelo del futuro no será en princípio otra cosa que un vehículo
analógico de información para el ordenador digitaL
El ingeniero del futuro tendrá a su disposición, para elegir, tres herramientas de carácter
diferente para el análisis de problemas estáticos:
1. El tipo de cálculo clásico como la regla de cálculo y la calculadora de mesa.
2. El ordenador electrónico de programa dirigido.
3. La moderna técnica de ensayos con modelos.
Cuáles son los campos en los que se debe aplicar lógicamente uno u otro método? La
representación de la figura 2.1 intenta delimitar, por lo menos en forma cualitativa, los campos de
aplicación de estas tres herramientas del ingeniero.
o
?: POS!BIUOAO ANAUTICA
IMPOSIBLE
ANALITICAMENTE
I IMPOSlSLE
FISICAMENTE
~~--~~~~~--~~--~~~--~~~--~~----~~~~~~
<l:
-.J
w
cz:
w""-..
ti
o "
<.)

METODOS D!F!CULTAO DE
CLASICOS ·oRDENAOOR MODELOS PROYECTO
'

Figura 2.1
4
Para valorar esta representación se toman, como ordenadas, los trabajos relativos necesarios
(es decir, referidos a la importancia de cada obra) para resolver el problema estático de la estructura
que se desea proyectar. Pueden aplicarse en función del grado de dificultad del problema (un criterio
seria utilizar el orden de magnitud de los honorarios del proyecto ).
En las abscisas pueden fijarse cualitativamente dos puntos límites: El primer punto estará
dado por la limitación de nuestro saber teórico sobre el comportamiento resistente de estruéturas y
materiales, y el segundo límite absoluto representará lo posible fisicamente, pasado el cual todavia
pueden imaginarse soluciones, pero que ya no se pueden construir.
Con los métodos de cálculo clásicos, con regla de cálculo y calculadora de mesa, se pueden
vencer sin esfuerzo problemas sencillos de la estática. Pero el trabajo necesario aumenta
constantemente con el grado de dificultad de los problemas; y si intentamos solucionar otros más
complejos con la teoria de la resistencia de materiales, el trabajo necesario sobrepasa rápidamente el
límite de lo conveniente y asciende rápidamente en forma asintótica con la línea que limita el campo
de lo que puede resolver analíticamente.
La aplicación del ordenador electrónico a problemas sencillos en la forma que disponen de él
la mayoria de los ingenieros (Centros de cálculo) es absurdo como consecuencia de las dificultades,
pérdida de tiempo y gastos que origina su manejo. Mediante la adquisición de terminales por las
propias oficinas de ingenieria y dada la posibilidad de conexiones a distancia con los centros
calculadores, la situación en el futuro será sin duda favorable a los ordenadores electrónicos. Para
problemas de grado medio de dificultad que se repiten a menudo, los programas electrónicos
suministran hoy ya los resultados en forma mucho más cômoda y racional que el método clásico. La
solución de problemas relativamente complejos de la teoría de la elasticidad, es también posible por
medio de grandes ordenadores electrónicos. En la actualidad es difícil imaginar cómo encontrarán
aplicación práctica los programas que se hallan en pleno desarrollo en todo el mundo. De todos
modos, los grandes ordenadores facilitan ya hoy la elaboración rentable de um amplio campo de
dificiles problemas, analíticamente formulados, que sin ellos no serian accesibles al cálculo
práctico. Pero tan pronto el grado de dificultad del problema se acerque al primer limite, también su
coste tiende forzosamente a lo inconmensurable a lo largo de la asíntota común con la curva del
método clásico. Tampoco, el ordenador que funciona con arreglo a programas analíticos puede
saltar por encima de su propio límite.
En esto estriba la diferencia fundamental con el ensayo en modelo y con ello su valor
insustituible. Esta técnica, corta la curva del ordenador allí donde su utilización se hace
excesivamente costosa, traspasa imperturbable el límite del campo analítico, permite investigar
cuantitativamente el amplio campo de lo fisicamente posible y nos acompafia hasta el límite
segundo, absoluto, que en nuestra imaginación nos da la propia naturaleza y no su imagen, la
mayoría de las veces tosca y siempre incompleta.
Dicho en otras palabras: El ensayo con modelos de estructuras nos libera ampliamente de las
cadenas de lo incompleto de nuestra imagen de la naturaleza y permite transmitir una imagen fiel de
la realidad sobre el comportamiento de cualquier estructura concebible.
Podria preguntarse todavía si esta aspiración a liberarse corresponde en resumidas cuentas a
una verdadera necesidad. Sobre todo si esta liberación permite, antes que nada, la realización de
estructuras complejas. Es en resumidas cuentas lógica la construción de estructuras resistentes fruto
de una concepción libre aunque estáticamente más dificiles?
Vivimos en un mundo en que una gran parte de la humanidad busca su felicidad en el
aprovechamiento cada vez mayor de los bienes materiales, con el mínimo esfuerzo posible. Nuestra
vida econômica se halla dirigida ampliamente por esta máxima. Por tanto, en el mundo de la
construción rige como objetivo máximo la racionalización y el abaratamiento de los procedimientos
de fabricación. La importancia que se atribuye a la prefabricación en cantidades industriales, es una
expresión clara de esta aspiración. En efecto, la utilización de los ensayos en modelo tiene aqui
poco que hacer.
5
Pero además de este desarrollo que llama la atención de cualquiera, existe una segunda
corriente, menos espectacular, pero no por eso de ningún modo menos importante. Es evidente que
el hombre no vive sólo de la racionalización. O sea, que, consecuentemente, tendriamos que
renunciar a la construcción de teatros, museos o iglesias. Nuestras apetencias artísticas, y como
consecuencia, de condiciones de vida humanas, tendrian que ser sacrificadas a una mecânica social.
Nos hallamos muy alejados en desear esto en serio. Construir, ha de ser siempre el arte de la
construcción.
A la inversa, además de la aspiración racional hacia construcciones utilitarias baratas, existe
una nueva necesidad, que no se debe ignorar, la cual exige subordinar la técnica a finalidades más
elevadas de las que le son propias. Asi como el hombre determina ante todo la misión o función que
le ha sido encomendada, en buena arquitectura, la voluntad creadora del arquitecto debe cumplir
todavia otras condiciones a menudo complejas tales como la iluminación, la acústica y el
acondicionamiento de aire. Si han de cumplirse amplia y armónicamente las justificadas exigencias
de la arquitectura, no es imaginable pueda prescindirse de la colaboración creadora del ingeniero,
que no está intimidado por prejuicios esquemáticos, en la creación de una estructura espacial que
satisfaga plenamente el planteamiento del problema. Incluso en la ingenieria pura se ha impuesto el
criterio de que la estructura resistente más sencilla estáticamente o más barata no tiene por qué ser,
de modo absoluto, la que resuelve mejor en conjunto el problema planteado. La forma de los
modernos puentes no se halla condicionada sólo por la buena disposición del sistema estático, sino
también dictada decisivamente por necesidades del trazado de las carreteras y de la estética
constructiva, a pesar de que el amoldarse a estos requisitos exige frecuentemente un esfuerzo mental
importante en el autor del proyecto. Dentro de esta aspiración a librarse de formas constructivas
estereotipadas, no hay que pensar pueda prescindirse de la eficaz ayuda de la experimentación con
modelos.
Conviene también destacar otro aspecto general: Los ensayos en modelos como catalizadores
de la colaboración entre ingenieros y arquitectos.
Es fácilmente perceptible la falta de colaboración que predomina en casi todo el mundo entre
estos dos profesionales, los cuales, desde el planteamiento del problema, deberian trabajar en
armonía en un proyecto común. Como es sabido, esta colaboración creadora entre ingeniero y
arquitecto, que se basa en una mutua comprensión y confianza, constituye la feliz excepción.
Si se contempla nuevamente la representación de la figura 1.1 se verá gráficamente la causa
de esta incomprensión. Vuelve a empezar en la escuela superior. El ingeniero aprende una parte de
aquello que sucede en la zona de la izquierda del primer límite. Con medios analíticos avanza
lentamente, y de acuerdo con su capacidad continúa avanzando hasta su pared (el límite de lo que
puede describirse analíticamente). Sele transmite el convencimiento de que jamás podrá alcanzarla
ni mucho menos sobrepasarla. Aprende a conocer las herramientas analíticas, y el campo al otro
lado de este límite permanece "tabú" para el alumno de ingeniero mientras está en la escuela
superior (en donde, en muchas de ellas, tampoco oye nada sobre las nuevas formas estructurales ). A
través de estas gafas ve a los arquitectos, quienes se mueven a un lado y al otro de este límite con
sus proyectos, sin tener conciencia a veces de las dificultades técnicas que se opondrian a una
realización de sus ideas. No obstante, es bueno y necesario que el arquitecto utilice esta libertad. No
ha de sentirse cohibido por el método analítico que puede resolver la estática de la construcción; en
ningún caso debe de supervalorarla. Pero debiera de estar capacitado para presentir la existencia del
límite segundo, absoluto. Como se puede exigir este juicio del arquitecto, si el pensamiento del
ingeniero termina ya en el primer límite? Ha llegado el momento en que el ingeniero oiga en la
escuela superior algo sobre las modernas formas estructurales y que reciba también algunas
nociones sobre los métodos científicos, que le permitan comprobar si son admisibles sus ideas. El
papel del ingeniero consiste en suministrar soluciones constructivas a la aportación creadora de los
arquitectos. Los ensayos en modelo podrian ser el crisol de las ideas desarrolladas en común, ya que
ellenguaje del modelo lo entienden el ingeniero y el arquitecto.
6
3. ETIVOS E EXPERI E
A análise experimental de uma estrutura visa basicamente os seguintes objetivos:
a) Elaboração ou confirmação de modelos matemáticos;
Obtenção de dados necessários à avaliação da segurança de uma estrutura em serviço;
c) Estudo do seu comportamento com a finalidade de melhorar projetos futuros.

Tendo em vista esses objetivos, os ensaios podem ser classificados nos seguintes tipos:
fi · Ensaios de modelos construídos especialmente para esse fim, no tamanho natural ou em
escala reduzida ou ampliada;
111 Ensaios de estruturas em serviço.

O primeiro tipo de ensaio normalmente é realizado em laboratório, visando principalmente os


objetivos a) e c), por iniciativa de institutos de pesquisa.
O segundo tipo de ensaio é realizado no próprio local da obra, visando o objetivo b ). Este tipo
de ensaio é denominado também carga.
Em relação ao termo prova de carga, a nonna NBR-9607 da ABNT "Concreto endurecido -
prova de carga em estruturas de concreto armado e protendido", apresenta a seguinte definição: a
prova de carga é o conjunto de atividades destinadas a analisar o desempenho de uma estrutura
através da medição e controle de efeitos causados pela aplicação de ações externas de intensidade e
natureza previamente estabelecidas.
Ainda, segundo a mesma norma, a prova de carga de uma estrutura deverá estar sempre
associada a uma finalidade específica, que pode ser decorrente das seguintes situações:
a) Aceitação de uma estrutura;
b) Alterações das condições de utilização da estrutura;
c) Fases construtivas que acarretem solicitações excepcionais em parte da estrutura;
d) Após acidentes ou anomalias observados durante a execução ou vida de uma estrutura;
e) Desconhecimento do projeto ou das condições construtivas;
f) Estudo do comportamento da estrutura.

E E EDIÇÃO

1 i minares
Usualmente as grandezas a serem medidas no ensaio de uma estrutura são: deslocamentos
lineares e angulares, deformações, tensões, forças, abertura de fissuras e temperatura.
Para esse fim existem instrumentos com princípios de funcionamento dos mais diversos. Na
presente publicação serão descritos apenas os mais utilizados, e cujo princípio de funcionamento é
de natureza mecânica ou elétrica, com ênfase maior para o extensômetro elétrico de resistência, por
ser o instrumento mais empregado atualmente na análise experimental de estruturas.
Cabe lembrar que a medição das tensões na estrutura não é feita diretamente pelos
instrumentos atualmente disponíveis; o que se faz é a medição da deformação que posteriormente é
convertida para tensão, se for conhecida a relação entre tensão e deformação do material de que é
constituída a estrutura em questão.

4.2 Rei com ou defletômetro


É o instrumento básico para a medição de deslocamento lineares.
O nome em inglês é "dial gage".
7
O princípio de funcionamento consiste na ampliação e transformação do deslocamento linear
no deslocamento angular de um ou mais ponteiros, por meio de um sistema de cremalheira e
engrenagem (Figura 4.1).
A sensibilidade do instrumento pode chegar a até 0,001 mm, com curso máximo de até 50
mm.

Relógio comparador
Figura 4.1

A aplicação do instrumento para a medição dos deslocamentos requer a utilização de


dispositivos de fixação no sistema de referência das medições. Normalmente são utilizados os
chamados suportes magnéticos com hastes articuladas que facilitam o posicionamento correto do
instrumento (Figura 4.2-a).
Pode-se também construir dispositivos especiais como o esquematizado na Figura 4.2-b,
utilizado na medição de deslocamentos verticais do piso de um edifício durante a execução da prova
de carga.
/ / /

fio de aço (ou invar)

peso de 2kg
(cilindro de aço)

~ relógio comparador

bloco de concreto

(a) Suportes magnéticos para (b) Dispositivo para medição de deslocamento


relógio comparador vertical em prova de carga de edifício
Figura 4.2
8
4.3
É o instrumento utilizado para a medição de deslocamentos angulares.
O nome em inglês é "clinometer".
O tipo mostrado na Figura 4.3 tem princípio de funcionamento mecânico: a leitura do
deslocamento angular é obtida por meio de nivelamento com bolha.
A sensibilidade do instrumento pode chegar a até 1 segundo de grau sexagesimal.
Para utilizá-lo na medição em vários pontos da estrutura, é necessário instalar nesses pontos, a
base de medição mostrada na Figura 4.3-b.

(a)

~9~ ~ (b)

Clinômetro
Figura 4.3

É a denominação dada ao instrumento destinado à medição de deformações, cujo princípio de


funcionamento é mecânico, isto é, a medição da deformação é feita através da sua ampliação por
meios mecânicos.
O nome em inglês, pelo qual é conhecido, é "mechanical strain gage".
· Pode ser classificado em dois tipos básicos: o fixo e o removível.
O tipo fixo é assim denominado porque fica permanentemente fixado no local da medição,
indicando continuamente o valor da deformação.
Na Figura 4.4 apresentam-se três modelos fabricados pela Huggenberger, denominados
Tensometer, nos quais o meio mecânico de ampliação são as alavancas. No tipo A, a base de
medida .e pode ter 10 ou 20 mm, e a menor leitura (fi..€) equivale a aproximadamente 0,0008 mm,
resultando portanto na sensibilidade à deformação (s = /j..f. I f.) de 0,00008 na base de 10 mm, e de
0,00004 na base de 20 mm.
9

Tipo A Tipo F Tipo G

Esquema das alavancas

Extensômetros mecânicos Tensometer da Huggenberger


Figura 4.4
10
O tipo removível ("demountable") é assim denominado porque é de uso comum a vanos
pontos de medição durante o ensaio; o instrumento é acionado somente no instante da medição.
Na Figura 4.5 apresentam-se três modelos: Whittemore, Berry, e Demec, e na Figura 4.6
apresenta-se o modelo Tensotast fabricado pela Huggenberger.
São instrumentos constituídos basicamente por um relógio comparador e dois cutelos, um fixo
e outro articulado, o qual aciona o relógio comparador. Para se fazer a medição, deve-se preparar no
local a base de medida, que depende do modelo do instrumento; pode ser a cravação de duas
minúsculas esferas de aço, ou a execução de dois furos, que se encaixam nos dois cutelos do
instrumento no instante da medição.
No modelo Tensotast, o relógio comparador tem sensibilidade de 0,001 mm, e a base de
medida pode ter 20, 50 ou 100 mm, isto é, podem ser medidos valores de deformações de até 5xl0-5
(base de 20 n1m), 2xl0-5 (base de 50 mm), e lxlü-5 (base de lOOmm).

(a) Extensômetro de Whittemore

Stationary Movable
contact point contact point

(b) Extensômetro de Berry

(c) Extensômetro D EMEC

Extensômetros mecânicos removíveis


Figura 4.5
11

Acessórios Execução da base de medição

Extensômetro mecânico Tensotast da Huggenberger


Figura 4.6

4.5 Transdutor i de deslocamento

Como o nome indica, é um instrumento destinado à medição de deslocamentos lineares,


portanto equivalente ao relógio comparador.
O nome em inglês é "inductive displacement transducer".
Pertence ao grupo dos instrumentos em que a grandeza é medida associando-lhe um fenômeno
eletromagnético, no caso a variação da indutância.
Basicamente, o instrumento é composto de um núcleo ferromagnético colocado entre bobinas.
O deslocamento a ser medido é transmitido ao núcleo, cujo movimento faz variar a indutância das
bobinas.
Comercialmente, existem três tipos básicos: LVDT, DCDT, e meia ponte de Wheatstone.
O desenho esquemático do LVDT (Linear Variable Differential Transformer) é mostrado na
Figura 4.7. É composto por um núcleo ferromagnético colocado entre uma bobina primária e duas
secundárias; à bobina primária é aplicada uma fonte de tensão de corrente alternada, e mede-se a
variação da tensão das bobinas secundárias, a qual é proporcional ao deslocamento do núcleo.
12

Bobina Bobina
secundária 1 secundária 2

Esquema elétrico
Núcleo ferromagnético Bobina primária

Transdutor indutivo tipo L VDT


Figura 4.7

O DCDT (Direct Current Differential Transformer) é similar ao L VDT, diferindo apenas pelo
fato de trabalhar com fonte de tensão de corrente contínua (Figura 4.8). A transformação da tensão
de corrente contínua em corrente alternada é feita por um oscilador colocado junto à bobina
primária; a tensão de corrente alternada das bobinas secundárias é transformada em corrente
contínua por meio de um demodulador colocado junto a essas bobinas.

DCDT
r---------~----------,
PoW!!!r Frequency
LVDT Demodulator
supply generator

Referenca
1 1
signal
l ______________________ J
1
Transdutor indutivo tipo DCDT
Figura 4.8

O esquema elétrico do transdutor indutivo de meia ponte de Wheatstone é mostrado na Figura


4.9. É composto por um núcleo ferro magnético colocado entre duas bobinas, as quais em conjunto
com dois resistores externos vão formar a ponte de Wheatstone completa. A uma das diagonais da
ponte de Wheatstone é aplicada uma fonte de tensão de corrente alternada, e mede-se a variação da
tensão na outra diagonal, a qual é proporcional ao deslocamento do núcleo.
r----------------~
I
I
I
I
I Núcleo ferromagnético
L, R I
I
I
I
\
Fonte I
Tensão \
de I
de saída I
tensão
I
I I
I

L2 R
I
I
v v v v
:""- j f
'
Bobina 1
I
Ponte de
1 L,
L ________________ j Wheatstone

Transdutor indutivo tipo meia ponte de Wheatstone


Figura 4.9
13

4.6 Extensõmetro elétrico de resistência

4.6.1 Preliminares

O nome em inglês pelo qual é conhecido é "strain gage".


Atualmente, é o instrumento de medição de deformação mais versátil para a maioria dos
casos, por ter tamanho reduzido, base de medida de diversos comprimentos, grande precisão e
sensibilidade, possibilitar leitura à distância e aplicações em medições estáticas e dinâmicas.
É também o instrumento de medição mais utilizado na análise experimental de estruturas, pois
além dessas vantagens técnicas, o extensômetro elétrico de resistência tem um custo compatível
com os demais custos envolvidos nesse trabalho.
Podem entretanto apresentar sérios problemas se não for utilizado corretamente,
principalmente porque é um instrumento muito sensível à umidade e às variações de temperatura.

4.6.2 Breve histórico

O funcionamento do extensômetro elétrico de resistência baseia-se em uma das propriedades


observadas por Willian Thomson (Lord Kelvin) em experiências realizadas para investigar as
propriedades eletrodinâmicas de metais, e apresentadas em uma publicação perante o Royal Society
de Londres em 1856. Essa propriedade era a variação da resistência elétrica de fios metálicos
quando submetidos a uma solicitação mecânica.

Metal Pulled - . Compressed <li-

Elongat!on
Compresslon

Resistance
Reslstance lncreases. decreases.

Princípio de funcionamento do extensômetro elétrico de resistência


Figura 4.10

Vários anos mais tarde, entre 1917 e 1923, nos EUA, um outro pesquisador de nome P.W.
Bridgman comprovou em suas experiências a propriedade observada por Lord Kelvin, e realizou as
primeiras tentativas para utilizar essa propriedade na construção de um instrumento de medição,
porém sem resultados práticos satisfatórios.
A construção do primeiro extensômetro elétrico de resistência feita com sucesso data de 1931,
e é atribuída a Roy W. Carlson (EUA). O instrumento de Carlson tinha quatro fios metálicos
tensionados entre dois quadros, um fixo e outro móvel, conforme esquema mostrado na Figura 4.11.
A deformação a ser medida provocava o movimento relativo dos quadros produzindo o aumento da
tensão em dois fios e a diminuição nos outros dois, que estando conectados em ponte de Wheatstone
conforme mostrado na mesma figura, tinham os efeitos da variação de resistência elétrica somados;
o funcionamento da ponte de Wheatstone será visto mais detalhadamente no parágrafo 4.6.7. O
único inconveniente do extensômetro de Carlson eram as dimensões avantajadas que limitavam a
sua utilização, mas por causa do seu excelente desempenho, é utilizado até hoje na fabricação de
transdutores para instrumentação de obras na construção civil, principalmente barragens, pontes e
túneis.
14

1,2, 3, 4 are preloaded strain wires


( Electrical connections not shown)

Wire length is of the


order of 1 in. or less

Fixed base

Extensômetro elétrico de resistência tipo Carlson


Figura 4.11

A utilização pioneira do extensômetro elétrico de resistência na forma atual, em que o


elemento sensor é colado na superfície do material no qual se deseja fazer a medição da
deformação, foi feita em 1938 por Edward Simmons e Arthur Ruge, em trabalhos independentes,
desenvolvidos em laboratórios diferentes, e divulgados quase que simultaneamente.
Simmons utilizou fios de uma liga metálica colados diretamente na superfície de uma barra de
aço para medir a sua deformação em ensaios de tração realizados no laboratório do Califomia
Institute ofTechnology.
Ruge desenvolveu no laboratório do Massachusetts Institute of Technology, um extensômetro
constituído por fio de uma liga metálica montado entre duas pequenas folhas de papel, formando um
conjunto cuja fixação no local da medição era extremamente prática.
Em homenagem a esses dois pesquisadores, o extensômetro elétrico de resistência constituído
por elemento sensor que é fixado na superfície do material onde se deseja medir a deformação, é
conhecido como extensômetro tipo SR-4 (S de Simmons e R de Ruge), denominação criada pela
firma BLH - Baldwin Lima Hamilton Corporation (EUA) que produziu as primeiras versões
comerciais desse tipo de extensômetro.

Flattened
paper-tube ............
grid form

Thin poper

(a) Grade plana (b) Fio enrolado em tubo de papel, que


depois é achatado para formar a grade

Extensômetro tipo SR-4 de fio


Figura 4.12
15
Acompanhando a e\ olução da tecnologia eletrônica, surgiu em 1952, na Inglaterra, o primeiro
extensômetro de lâmina (foil gage), no qual o elemento sensor original na forma de fio foi
substituído por uma fina lâmina obtida por técnica semelhante à execução dos circuitos impressos.
Atualmente, praticamente todos os extensômetros elétricos de resistência são fabricados dessa
forma.

Extensômetro tipo SR-4 de lâmina impressa


Figura 4.13

4.6.3 Princípio de funcionamento

Considere-se um segmento de um fio condutor elétrico com seção transversal uniforme de


e,
área A, comprimento e feito com material de resistividade p.
Solicitando-se esse fio à tração axial (ou à compressão), observa-se que à deformação c=tJ.e/e
causada pela solicitação, corresponde uma variação da resistência elétrica tJ.RJR que, dentro de
amplos limites é sensivelmente proporcional à deformação c.
Essa relação entre a deformação c e a variação da resistência elétrica tJ.RJR, comprovada pela
primeira vez por Lord Kelvin em suas experiências, pode ser equacionada, como se mostra a seguir.
A resistência elétrica do segmento de fio vale:
R= E:!_
A (1)

A diferenciação da expressão (1) resulta em:


dR= A(p.dfl.+fl..dp)-pi.dA
(2)
A2

O volume do fio vale V= Afl., e portanto:


dV= Adfl.+fl..dA (3)

dV é a variação do volume que também pode ser escrita em termos da deformação causada
pela solicitação do fio:
dV = fl..(l +c ).A(l- V .E j - Afl. (4)
onde v é o coeficiente de Poisson do material do fio.

Como c é um número pequeno, vale a seguinte aproximação: (1- v .c j ~ (1- 2.v.c)


Assim, a expressão (4) pode ser reescrita como dV = fl..(l +c ).A(l- 2.v.c )- Afl., que,
após as simplificações se transforma em:
dV = Afl..c.{l- 2.v) (5)

Igualando as expressões (3) e (5) obtém-se: Adfl. +f.. dA= Afl..c .(1- 2.v), que, após as
simplificações se transforma em:
fl..dA= -2.v.Adfl. (6)
16
Substituindo a expressão (6) na expressão (2) obtém-se:
dR= A(p.df +i!.dp )- p.(-2.v.Adf!)
A2 ' que, após as simplificações se transforma em:
p.d/!.(1 + 2.v) f!.dp
dR = +-- (7)
A A

Dividindo membro a membro a expressão (7) pela expressão (1) obtém-se:


p.df.(l + 2.v) + f.dp]
dR [ A A
que, após as simplificações se transforma em:
R= P·%

dR di! dp
R=f(1+2.v)+p, que, em termos finitos pode ser escrita como:

M Llf! Llp Llf!


Ji=TC1+2.v)+-;;, que, com a substituição de - = & resulta em:
f! '
LlR Llp
- = &.(1 + 2.v) + - , que, pode ser reescrita como:
R p

Ll: = (1+2.v+ Llp: p )-& (8)

As experiências mostram que o termo entre parênteses ( 1 + 2.v + Llp: P) é praticamente uma

constante para os valores de deformação que normalmente são medidos.

Portanto a expressão (8) pode ser agora escrita como:


LlR = k.& (9)
R
com:

k=(1+2.v+ Llp:p) (10)

O valor k é denominado fator do extensômetro ("gage factor"), e é composto de três parcelas


que exprimem individualmente os três fenômenos fisicos que causam a variação da resistência
elétrica do fio solicitado: as duas primeiras correspondem ao fenômeno da variação das dimensões
do fio (1 para o comprimento e 2D para a área da seção transversal); a terceira parcela corresponde
ao fenômeno da variação da resistividade do material também chamado efeito piezo-resistivo.
Os extensômetros atualmente fabricados utilizam as ligas metálicas que apresentam o fator k
entre os valores 2 e 4, conforme indicado na tabela a seguir.

Liga metálica Composição Fator k


Advance ou constantã 45% Ni, 55% Cu 2,1
Nichrome V 80% Ni, 20 Cr 2,1
Isoelastic 36% Ni, 8% Cr, 0,5% Mo, 55,5% Fe 3,6
Karma 74% Ni, 20% Cr, 3% Al, 3% Fe 2,0
ArmourD 70% Fe, 20% Cr, 10% Al 2,0
Platinum tungsten 92%Pt, 8% W 4,0

Utiliza-se também o material semi condutor, .normalmente o silício, na fabricação do


extensômetro, e neste caso o fator k tem valores muit6 maiores, em tomo de 150, que ainda pode
ser positivo ou negativo dependendo do tipo e do grau de "impureza" existente no cristal de silício.
17
4.6.4 Tipologia

Podemos classificar os extensômetros elétricos de resistência em dois grupos: condutor livre,


e condutor colado.
Os extensômetros de condutor livre são os do tipo Carlson, que foi descrito no parágrafo
4.6.2; os fios são metálicos feitos com uma das ligas metálicas relacionadas na tabela acima.
Conforme citado naquele parágrafo, apresentam excelente desempenho principalmente em
medições de longa duração, mas por causa do seu tamanho, atualmente é mais utilizado na
fabricação de transdutores (células de carga, transdutores de pressão, acelerômetros, inclinômetros,
e outros) para instrumentação de grandes obras na construção civiL
Na Figura 4.14 apresenta-se um extensômetro do tipo Carlson para medição de deformação no
interior de peças de concreto, e que por isso é moldado junto com o concreto. O modelo apresentado
tem apenas dois fios (rr e r2) e portanto a ponte de Wheatstone deve ser completada por resistores
internos ao aparelho indicador da leitura do extensômetro, como mostra a Figura 4.14-a. Se os fios
r 1 e r2 forem ligados em série como mostra a Figura 4.14-b, o instrumento se transforma em sensor
de temperatura, pois a deformação ,6.L provoca efeitos de sinais contrários nos fios r 1 e r2 , que ficam
cancelados na ligação em série, permanecendo apenas a variação da resistência do fio provocada
pela variação de temperatura.

aa-..,.·I
I
..,I ' o
I I
I I
I I
.
·I.

'
I

I
~-..!
'
O

·l
1----------:Jl--'7---'------1 i

~----~~------~---L---~-----------~~

, r l : resistance wire
~
,' r2
/
/"r, .
rz: resistance wire

E- = - <.'
.~
" r f: fixed resistor
--- r v: variable resistor
' ' ,,
G: ga!vanometer
E: cel! battery

(a) Montagem para medição (b) Montagem para medição


de deformação de temperatura

Extensômetro de condutor livre tipo Carlson, para ser embutido no concreto


Figura 4.14
18
Os extensômetros de condutor colado são os do tipo SR-4. O condutor constituído de liga
metálica pode ser em forma de fio (wire gage) ou em forma de lâmina (foil gage).
No primeiro caso, o extensômetro é constituído por um fio de diâmetro muito pequeno (0,015
a 0,030 mm) em forma de ziguezague, fixado numa base de papel ou plástico (Figura 4.15-a). A
finalidade principal da base, além de proporcionar a manutenção da forma do extensômetro no seu
manuseio e de auxiliar o seu posicionamento correto, é de promover o isolamento elétrico do fio em
relação ao material no qual está sendo fixado. A forma em ziguezague é necessária para que o fio
tenha o comprimento que proporcione a sensibilidade desejada, com o tamanho adequado para cada
aplicação.
· No segundo caso, a lâmina de espessura muito pequena (0,003 a 0,010 mm) tem também a
forma de ziguezague e está fixada numa base de plástico (Figura 4.15-b). A forma final da lâmina é
obtida por técnica semelhante à fabricação de circuito impresso chamada foto-fabricação: sobre uma
lâmina íntegra, grava-se através de processo fotográfico uma fina camada de um material
impermeável com o desenho desejado, chamada máscara fotossensível; em seguida elimina-se a
parte da lâmina não gravada através de corrosão por produto químico.
O extensômetro de condutor colado feito com material semicondutor, é constituído por um
filamento de silício de forma retangular e de espessura muito fina, fixado numa base de plástico
(Figura 4.15-c). Neste caso, como o fator do extensômetro é muito maior que no caso do
extensômetro de liga metálica (cerca de 100 vezes), o elemento sensor não precisa ter a forma de
z~guezague, pois com pequenos comprimentos obtém-se a sensibilidade necessária para a maioria
das aplicações. As desvantagens do semicondutor em relação à liga metálica são a sua alta
sensibilidade às variações de temperatura e a não-linearidade (o efeito piezo-resistivo é muito maior
que as outras duas parcelas que compõem o fator do extensômetro ).

Base _..- Base

Base _

Lâmina
condutora
Fio
condutor _ Filamento 1-- v.._
r-- ... r- _
semicondutor -

Terminais
Terminais-..._ "" de ligação
de ligação

(a) Extensômetro (b) Extensômetro


Terminais
de ligação
---
(c) Extensômetro
de fio de lâmina semi condutor

Extensômetros de condutor colado tipo SR-4


Figura 4.15

Na Figura 4.16 apresentam-se os modelos de extensômetros mais utilizados. São todos de liga
metálica e em forma de lâmina; a resistência elétrica do condutor pode ter o valor de 120 Q ou 350
Q, e o fator do extensômetro tem aproximadamente o valor 2.
Na Figura 4.17 apresentam-se modelos de extensômetros para aplicações especiais.
19

Extensômetros uniaxiais

Extensômetros uniaxiais com grade a 45°

Extensômetros uniaxiais de 5 elementos

Extensômetros biaxiais (rosetas de 2 elementos)

Extensômetros triaxiais (rosetas de 3 elementos)

Extensômetros de uso geral


Figura 4.16
20

Deformações tangenciais Deformações radiais Deformações radiais e tangenciais Deformações radiais e


tangenciais
(2 elementos) (4 elementos)
Extensômetros para diafragmas (para construção de transdutores de pressão)

Para medição de tensões residuais por meio da técnica Para instalação em orifício Para fixação através de solda
ponteada
de execução de furo no corpo de parafusos

;:;j
?=====================~

_______ ;
-------,

- - - - - - - -------- "' -----~---------------


Extensômetro encapsulado para ser embutido no concreto e materiais similares

Grid 2 1-----1--- Measured Strain 1


1---'--...j..o-- Measured Strain 2
1-...;.e--e+&---<>ii<>-Bending Strain

( )
Projected Strai n on --<*-1<>-<,._-
lnner Surface
Test Pane! 74b841

"Fiexagage" - para medição em placas fletidas quando uma das faces da placa é inacessível

50 50 50

45 45 45
/
~IIIIII_IIIIIIIIi,:l
40 DirectioJot 40
Propagation Jll!l ?
r
~

P-
P-
I J

-
CPC03
-1111

CPA01 ~
~ CPB02

I
-(1/2Size)

r
t-J
~
CPA02
LJ ,J ~
10 / 10
7
p- 10
fJ
~I
~-

_,---r-' ..r
5 5 5
_s
o o
5 10 15 20 o 5 10 o 5 10 15 20
<:TI>""'" FRACTURED STRANDS FRACTUREO STRANDSFRACTURED
& CPA02 CPS02 CPC03_
Para medição da propagação de trincas

Extensômetros especiais
Figura 4.17
21
4.6.5 Técnica de aplicação

O bom desempenho do extensômetro elétrico de resistência depende também da técnica


utilizada para a sua aplicação. A maioria dos problemas de mau funcionamento são decorrentes da
preparação, fixação e proteção executadas de maneira incorreta.

(a) Preparação da superfície onde será fixado o extensômetro


Em primeiro lugar, deve-se preparar, marcar e limpar cuidadosamente a superfície da peça
onde será fixado o extensômetro.
Preparar a superfície significa deixá-la plana e uniforme isenta de saliências e reentrâncias. No
caso· de peças metálicas, as ferramentas utilizadas nessa preparação são limas, lixadeiras, e
esmerilhadeiras; no caso do concreto ou outro material poroso e mal acabado, pode-se fazer a
regularização da superfície aplicando-se massa à base de epoxi; o acabamento final da superfície,
nos dois casos, deve ser feito com lixa para metais n°.120 a 150 aplicada em movimentos circulares,
de maneira a se obter na superfície riscos desordenados dos grãos da lixa; é importante salientar que
a superficie final não deve ser polida.
Marcar a superfície significa colocar sinais que orientem o posicionamento correto do
extensômetro; normalmente são dois riscos ortogonais que indicam a direção e a posição do
extensômetro; os riscos devem ser muito leves e finos, e feitos com riscador metálico; não é
recomendada a utilização de lápis ou caneta pois o grafite e a tinta podem prejudicar a colagem, e
também porque serão apagados durante a limpeza da superficie.
Limpar a superfície significa remover os resíduos da preparação e da marcação da superfície,
e também o suor deixado pelo contato das mãos; para a limpeza recomenda-se a utilização de gaze
embebida em solvente (acetona, álcool, benzina ou tricloretileno; este último é o mais indicado);
não é recomendada a utilização de algodão porque pode deixar fiapos no local; em materiais que se
oxidam facilmente, recomenda-se a proteção do local imediatamente após a limpeza; isto pode ser
obtido aplicando-se uma camada fina do adesivo que será utilizado na fixação do extensômetro.

(b) Escolha do adesivo


Em segundo lugar deve-se escolher o adesivo mais adequado tendo em vista principalmente
os seguintes aspectos:
~ material onde será aplicado o extensômetro
~ material da base do extensômetro (papel, plástico, ou cerâmica)
~ duração da solicitação (curta ou longa)
~ natureza da solicitação (estática ou dinâmica, monotônica ou cíclica)
~ temperatura de operação
Os adesivos próprios, que são fornecidos pelas firmas especializadas em extensômetros,
podem ser classificados de acordo com o princípio de funcionamento em três categorias
evaporação do solvente, reação química, e cerâmico.
Os adesivos que agem com a evaporação do solvente são geralmente à base de nitrocelulose, e
são recomendados para extensômetros com base de papel, e temperatura de operação até 60°C; o
endurecimento ocorre à temperatura ambiente em questão de alguns minutos, mas deve-se esperar
um período de cura de 1Ohoras ou mais.
Os adesivos que agem por reação química podem ser à base de epóxi (são os melhores), ou
acrílico, ou poliéster; normalmente são compostos de dois componentes, o adesivo e o catalizador,
que devem ser misturados imediatamente antes da sua utilização; o endurecimento e a cura são
demorados, desde 1 hora a uma temperatura de 150°C, até 6 horas à temperatura ambiente; são os
mais utilizados e mais numerosos, e não há praticamente nenhuma restrição de uso; a temperatura
de operação vai normalmente até 95°C, mas existem alguns tipos que suportam temperaturas de até
260°C.
22
Nessa categoria existe ainda um adesivo muito utilizado por causa da sua praticidade, que é o
adesivo à base de cianoacrilato, de um só componente, em que a reação química ocorre
instantaneamente em contato com o ar; o endurecimento ocorre em questão de alguns segundos e
com 15 minutos atinge-se 50% da cura; entretanto esse adesivo não é recomendado para solicitações
de longa duração e solicitações cíclicas de alta freqüência; a temperatura de operação pode chegar
até 65°C.
Os adesivos cerâmicos são normalmente à base de fosfatos; o endurecimento e a cura devem
ser feitos a altas temperaturas, em tomo de 300°C; são pouco utilizados, e são recomendados apenas
quando a temperatura de operação é muito alta, até 700°C.

(c) Fixação do extensômetro


A fixação do extensômetro na posição correta é uma operação delicada que exige experiência
e muita habilidade, pois não se deve tocar com as mãos nuas nem o extensômetro e nem a superfície
onde ele será fixado. Nos quadros a seguir apresenta-se uma técnica indicada pela firma
Measurements Group (EUA), especializada em extensômetros, denominada "tape method".

Preparação e posicionamento do extensômetro

Retirar cuidadosamente o extensômetro da


embalagem, colocar sobre uma placa de vidro
limpa na posição normal de fixação e aplicar
sobre o extensômetro um pedaço de fita
adesiva transparente fixando-o na placa de
vidro; se levantar cuidadosamente a fita
adesiva por uma de suas extremidades, o
extensômetro ficará aderido à fita.

Aplicar o conjunto fita adesiva-extensômetro


na superfície da peça que já deve estar
preparada, marcada e limpa, procurando
alinhar as marcas que existem no
extensômetro com as marcas feitas na
superfície; se o extensômetro não ficar na
posição correta, pode-se remover o conjunto
cuidadosamente e fazer nova tentativa, até
que se obtenha o posicionamento correto.

Estando o extensômetro corretamente


posicionado, levantar cuidadosamente a fita
adesiva por uma de suas extremidades até
expor a face do extensômetro que será
colada, mas mantendo-se a outra extremidade
da fita adesiva colada na peça.
23

Fixação do extensômetro com adesivo de endurecimento rápido (cianoacrilato)

Aplicar o adesivo na superfície da peça. Se


for mais cômodo, pode-se aplicar o adesivo
no extensômetro.

Retomar cuidadosamente a fita adesiva na


posição de colagem, pressionando o conjunto
com gaze ou outro tecido, a partir da
extremidade da fita adesiva que ficou colada
na peça, procurando expulsar o excesso de
adesivo e as bolhas de ar; esta etapa e a
anterior devem ser feitas rapidamente porque
o endurecimento do adesivo ocorre em
questão de alguns segundos.

Aplicar a pressão do dedo sobre o


extensômetro por um minuto.

Esperar no m1mmo dois minutos e então


remover cuidadosamente a fita adesiva por
uma de suas extremidades; se o extensômetro
não sair junto com a fita adesiva, a colagem
está aprovada.
24

Fixação do extensômetro com adesivo de endurecimento lento (à base de epoxi)

Aplicar o adesivo na superfície da peça.

Retomar cuidadosamente a fita adesiva na


posição de colagem, pressionando o conjunto
com gaze ou outro tecido, a partir da
extremidade da fita adesiva que ficou colada
na peça, procurando expulsar o excesso de
adesivo e as bolhas de ar.

Colocar sobre o extensômetro uma placa de


borracha ou outro material macio.

Aplicar sobre a placa de borracha uma


pressão de 5 a 20 psi (35 a 135 kPa) por meio
de um peso ou de um grampo com mola, que
deve ser mantida durante todo o tempo de
cura recomendado para o tipo de adesivo
utilizado; nos casos em que a cura deve ser
feita em temperaturas maiores que a
temperatura ambiente, podem ser utilizadas
estufas, lâmpadas infravermelhas, ou outro
dispositivo similar.
25
(d) Impermeabilização e proteção do extensômetro
O grau de impermeabilização e proteção que precisam ser feitas no extensômetro depende
naturalmente das condições do ambiente onde está sendo utilizado.
Em condições normais de temperatura e umidade, como por exemplo em ambientes de
laboratório, basta apenas aplicar um impermeabilizante sobre o extensômetro e sobre as conexões
elétricas que estão expostas, para protegê-los da umidade do ar; existem diversos produtos
fornecidos pelas firmas especializadas em extensômetros, para essa finalidade; em geral são
vernizes, mas outros produtos podem ser utilizados, desde que se tome o cuidado de verificar se sua
aplicação não danificará o extensômetro, o adesivo e as conexões elétricas; um produto muito
eficiente, barato e de fácil aplicação é a cera filtrada de abelha, pois pode ser facilmente derretida,
aplicada com pincel, e endurece rapidamente à temperatura ambiente; a simples aplicação de fita
isolante também é uma solução para a maioria dos casos.
Em condições adversas é necessário realizar uma proteção mais elaborada, como a mostrada
na Figura 4.18.
Aluminum foi! Polysulphide rubber Rubber-
insulated

Lmpermeabilização e proteção do extensômetro em condições adversas


Figura 4.18

Em extensômetros fixados em armaduras de peças de concreto, é necessário também realizar


uma proteção especial para protegê-los da água e do impacto dos agregados do concreto fresco
durante a moldagem da peça. Nos casos usuais a aplicação da fita elétrica de auto-fusão sobre o
extensômetro e sobre as conexões elétricas já impermeabilizados confere a proteção necessária; a
fita elétrica de auto-fusão é uma fita mais flexível e mais espessa que a fita isolante comum,
constituída de borracha que sob pressão "autofunde-se" após algumas horas; para executar a
proteção pode-se enrolar duas ou mais camadas da fita tensionada em tomo da barra.

4.6.6 Extensômetro autocompensado para temperatura

A variação de temperatura pode provocar a variação da deformação indicada pelo


extensômetro, pois sendo diferentes os coeficientes de dilatação térmica do extensômetro e do
material onde ele está fixado, a diferença de deformação entre o extensômetro e o material produz
no extensômetro uma solicitação e portanto uma deformação; além disso, a variação de temperatura
causa também a variação da resistência elétrica do extensômetro, e portanto a alteração da
deformação indicada.
Em ambientes de laboratório e ensaios de curta duração, a variação de temperatura em geral é
pequena, e a deformação indesejável provocada por essa variação de temperatura pode ser
considerada desprezíveL
Entretanto, quando isso não ocorre é necessário fazer a correção da deformação indicada pelo
extensômetro, eliminando a parcela correspondente à variação de temperatura. Uma das maneiras de
obte~ essa correção, é a utilização do extensômetro autocompensado para temperatura, adequado
para o material, conforme será visto a seguir, e a outra maneira é através da montagem em ponte de
Wheatstone, objeto do parágrafo 4.6.7.
26
Quando ocorre uma variação de temperatura, o extensômetro e o material onde está fixado
sofrem diversas alterações físicas, mas três delas têm efeito direto sobre a deformação indicada pelo
extensômetro:

(a) deformação da grade do extensômetro, que pode ser expressa como


&g =a·llT
onde: a coeficiente de dilatação térmica do material da grade do extensômetro
=
11 T= variação de temperatura

(b) deformação do material onde está fixado o extensômetro


&m=J3·f1T
onde: ~ = coeficiente de dilatação térmica do material onde está fixado o extensômetro

(c) variação da resistência elétrica do material da grade do extensômetro


llRT =r ·llT
R
onde: y = coeficiente de variação da resistividade do material da grade do extensômetro

Ocorre também uma alteração do fator do extensômetro k, mas em geral essa variação pode
ser considerada desprezível se comparada com as três primeiras.

Sendo eg diferente de em, surge uma solicitação (tração ou compressão) no extensômetro


proporcional à diferença de deformação (em- eg), que será indicada pelo extensômetro, pois a essa
deformação (em- eg) corresponderá uma variação de resistência elétrica
/lR~.: =k_( -& )
R \?m g
onde: k = fator do extensômetro

Note-se que o extensômetro só acusa a variação de resistência .6.R8 porque está fixado no
material que sofre uma deformação (em) diferente da sua (eg); se eg for igual a em não haverá a
solicitação do extensômetro e .6.R8 será nulo; da mesma forma, se o extensômetro não estiver
fixado em nada e a deformação eg causada pela variação de temperatura ocorrer livremente,
também neste caso o valor de .6.R8 será nulo.

Portanto a variação total da resistência elétrica do extensômetro, causada pela variação de


temperatura será:
-L1R L1R~.:
- -+ LJRT
- =
{ \
k-\?m-&gJ+r·L1T =
k
·
(j3 -a )·LJT+r·L1T
R R R

. Sendo a, ~' y, e k coeficientes positivos, é possível obter uma combinação dos valores de
a e ~' que toma nula a expressão acima, ou seja, a variação de temperatura não altera a
deformação indicada pelo extensômetro.
É este o princípio de funcionamento do extensômetro autocompensado para temperatura: o
material (liga metálica) utilizado na grade do extensômetro tem o coeficiente a adequado de tal
modo que a combinação com o coeficiente ~ do material onde esse extensômetro vai ser fixado,
toma nulo o efeito causado pela variação de temperatura.
O valor adequado do coeficiente a é obtido através da adição de "impurezas", do tratamento
térmico e da laminação, na fabricação da liga metálica utilizada na grade do extensômetro.
27
Os fabricantes de extensômetros produzem normalmente extensômetros autocompensados
para temperatura, para materiais cujos coeficientes de dilatação térmica j3 estão indicados no
quadro a seguir.

6 6
13 10 / °C
X 13 X 10 / °F Materiais indicados
1 0,5 Compósitos
6 3 Compósitos
9 5 Vidro, titânio, compósitos
11 6 Aço, ferro, berílio, concreto
16 9 Aço inoxidável, cobre
23 13 Alumínio, bronze, latão
27 15 Magnésio
65 36 Plásticos (acrílico, policarbonato)
6
Nos catálogos dos fabricantes o valor de j3 x 1 0 é indicado como
Código STC, abreviatura de " Self Temperature Compensation."

Infelizmente, esses extensômetros não são perfeitamente compensados para qualquer variação
de temperatura, porque os coeficientes a, j3 e y também variam com a temperatura, sem manter
uma relação linear.
· O gráfico da Figura 4.19 mostra a variação com a tenperatura, da deformação indicada por
um extensômetro de liga Advance, autocompensado para temperatura, e fixado em um material cujo
coeficiente de dilatação térmica j3 é o recomendado para esse extensômetro.

Temperature T, °C
50 100
+500
+400
E +300
--
E
:L +200
,,;
c: +100
-~ o
....,"'c:
-100
~
a. -200
a.
~ -300
-400
-500
-100 n 200 500
Temperature T, "F

Variação da deformação com a temperatura de um extensômetro de


liga Advance e autocompensado para temperatura
Figura 4.19

O gráfico mostra a variação da deformação, tomando como referência o valor à temperatura


de 24°C (75°F), e pode-se observar que no intervalo entre 1 O e 3ff'C (50 e 1 OCJF), as deformações
são muito pequenas, praticamente nulas, mas fora desse intervalo as defom1ações têm valores
significativos.
A forma do gráfico apresentado é típica da liga Advance, que é a mais utilizada na fabricação
dos extensômetros usuais, e portanto pode-se ajustar uma função matemática que relacione a
deformação com a temperatura; os fabricantes fornecem junto com cada lote de extensômetro, essa
função matemática obtida experimentalmente, normalmente um polinômio de 4° grau que tem a
seguinte forma:
28
? o ,..,-4
E= a+ b· T +c· T + d· T +e· 1

onde a, b, c, d, e são constantes que variam conforme o fabricante e o lote do extensômetro.

Sendo assim, em qualquer caso, é possível corrigir o efeito da variação de temperatura, desde
que o extensômetro utilizado seja o recomendado para o material onde está fixado, e que se conheça
a temperatura.

4.6.7 Montagem em ponte de Wheatstone

Conforme foi visto na descrição do princípio de funcionamento, a deformação indicada pelo


extensômetro elétrico de resistência é obtida através da medição da variação da sua resistência
elétrica; essa medição deve ser feita com aparelhos adequados pois os valores da variação de
resistência são muito pequenos.
Por exemplo, para a deformação que corresponderia à tensão de 1O MP a no aço, a variação de
resistência elétrica de um extensômetro de fator 2 e resistência 120 n, seria de 0,012 n, como se
mostra a seguir:

CJ = lOMPa
Es = 200.000 MPa => módulo de elasticidade do aço
1
:. E = !!.._ = O = 5 X 10-5
Es 200.000
k=2 fator do extensômetro
R =120.0 resistência elétrica do extensômetro
LJR
-=k·E
R
LJR= k- E. R= 2 X 5 X 10-5 X 120 = 0,012.0

A mawna dos aparelhos utilizados para o registro das deformações indicadas pelos
extensômetros elétricos de resistência, realiza a medição das variações de resistência elétrica
correspondentes, através da ponte de Wheatstone, porque este método permite medir variações
muito pequenas, com precisão, e também possibilita a correção das variações causadas pela variação
de temperatura.
A ponte de Wheatstone é um circuito elétrico com quatro resistores interligados conforme
esquema mostrado na Figura 4.20-a, no qual é aplicada uma tensão elétrica entre os pontos A e C;
nesse circuito, se o produto das resistências R1 x R3 for igual ao produto das resistências R2 x ~ , a
tensão elétrica entre os pontos B e D será igual a zero .

.o
v v v
~-----~l!llr------'
· (a) Ponte de Wheatstone (b) Montagem da ponte de Wheatstone para medição de resistência
Figura 4.20
29
Uma forma de realizar a medição do valor da resistência utilizando a ponte de Wheatstone, é
através da montagem apresentada na Figura 4.20-b:

R 1 é a resistência desconhecida que se pretende medir;


R 2, R 3 e ~ são resistências conhecidas;
R 5 e R 6 são as resistências variáveis, também conhecidas, de um potenciômetro (resistor de
resistência variável) conectado aos pontos B e D; o cursor móvel que faz a variação das resistências
do potenciômetro é conectado ao ponto C.

Entre os pontos B e D está ligado um galvanômetro, que é um instrumento que permite


detectar pequenas tensões ou correntes elétricas.
Para realizar a medição, o potenciômetro é acionado movimentando-se o cursor para um
sentido ou outro, até que o galvanômetro indique tensão (ou corrente) elétrica nula; nessa situação
diz-se que a ponte de Wheatstone está balanceada ou zerada, e então pode-se escrever que
~ · R3e = R2e · R4
onde R 2e e R 3e são as resistências equivalentes à associação (R2+R5) e (R3+R6), conforme indicado
no circuito equivalente esquematizado na Figura 4.20-b.
E assim o valor da resistência desconhecida será:
~ = R2e ·R4
R3e
Se o resistor R 1 fosse um extensômetro, a deformação indicada por ele seria obtida medindo-
se a sua resistência antes (R 1,0) e após (R 1.z) a deformação, e em seguida seria feito o cálculo
conforme a equação que rege o princípio de funcionamento do extensômetro:
LI~ 1
LI~ = ~.c -~.o => & =- . -
k ~.o
Como se vê, esse procedimento de medição não é nada prático; os aparelhos para registrar as
deformações indicadas pelos extensômetros empregam um outro procedimento, mais prático,
empregando a mesma montagem esquematizada na Figura 4.20-b, porém medindo-se a variação da
tensão indicada pelo galvanômetro, que é proporcional à variação de resistência ,0,.R 1•
A relação entre a variação da tensão no galvanômetro ,0,.E, e a variação de resistência 6.R 1,
pode ser deduzida como se mostra a seguir.

A aplicação das propriedades dos circuitos elétricos à ponte de Wheatstone esquematizada na


Figura 4.20-a, permite escrever as seguintes equações:
~B = v :::> V = ~ . v (1)
~ R.. +R2 AB ~ + R2
onde V AB é a tensão entre os pontos A e B.
~D = v => ~D = R4 . v (2)
R4 R3 +R4 R3 +R4
onde V AD é a tensão entre os pontos A e D.

E= l--~w = ~B- ~D (3)


onde V 80 é a tensão entre os pontos B e D, que é igual à tensão E indicada pelo galvanômetro
ligado aos mesmos pontos.

Substituindo as equações (1) e (2) na equação (3), obtém-se


P ·R -R ·R
E= ""'i ~ 2 4 • V
(4)
(~ + R2). (R3 + R4)
30
A tensão E será igual a zero se R 1 x R3 = R2 x ~ , condição que pode ser obtida pelo ajuste
do potenciômetro ligado aos pontos B, C, D, conforme indicado na Figura 4.20-b.
Partindo então da condição de E = O, se ocorrerem variações ,6.R 1, ,6.R2 , ,6.R3 , e /::,.~, das
resistências, o galvanômetro indicará a variação de tensão
/::,.E= (~ + /::,.~) · (R3 + MJ- (R2 + !::,.RJ · (R4 + MJ. V
(5)
(~ + ~ + R2 + /::,.R2). (R3 + /::,.R3 + R4 + /::,.R4 )

Lembrando que as variações de resistências /::,.Ri são muito pequenas se comparadas com as
resistências Ri , podemos desprezar os produtos (!::,.Ri x /::,.Rj), e assim a expressão de /::,.E será
~ R3+/::,.~ ~ +M3 ~- R 2R 4-/::,.R2R 4-/::,.R4R?
!::,.E ----------------~--~~--~--~~~~--~~--------------·V
~ R3+!::,.~ R3+ R2R3+/::,.R2R3+/::,.R3~ +/::,.R3R 2+~ R4+/::,.~ R4 + R2R4+M2 R 4+/::,.R4~ +/::,.~ R2

Lembrando que R 1 x R3 = R2 x ~ , obtém-se


/::,.~ R3 +,6.R3 ~ -/::,.R2 R4 -/::,.R4 R2
/::,.E------------------~~--~~~~--~~----------------·V
2~ R3+~ R3+ R2R3+/::,.R2R3+/::,.R3~ +/::,.~ R2+ ~ R4+~ R4 +M2 R4+/::,.R4~ +/::,.R4R2

Sendo /::,.Ri muito pequenos, os produtos (/::,.Ri x Rj) serão desprezíveis se comparados com os
produtos (Ri x Rj), e portanto, poderão ser eliminados da soma que aparece no denominador da
expressão, obtendo-se

!::,.E= /::,.~ R3 + ,6.R3 ~ - ,6.R2 R4 - ,6.R4 R2 . V


2~R3 + R2R3 + ~R4

Lembrando novamente que R 1 x R3 = R2 x ~ , e portanto R1 I R2 = ~ I R3 , obtém-se


/::,.~ ,6.R3 ,6.R2 M4
- - + -----------
~ R3 R2 R4·V
2+ R2 +!i_
~ R2

Considerando que R 2 I R1 = r
~ ,6.R3 ,6.R2 /::,.~ /::,.~ ,6.R3 !::.R2 ,6.R4
- - + ----------- --+---------
/::,.E= ~ R3 R2 R4 . V = ~ R3 R2 R4 . V
1 2r+r2 +1
2+r+-
r r
/::,.~ ,6.R3 ,6.R2
!::.R4
- - + -----------
~ R3 R2 R4 V
/::,.E= (r+ 1)2 .
r
Normalmente, tem-se R 1 ~ R 2 e portanto r~ 1, quando se obtém a máxima sensibilidade do
2
circuito, isto é, o valor de /::,.E é máximo pois r I (r + 1) é máximo quando r = 1.

Então, supondo R 1 = R2 e portanto r= 1


!::.E~ V. ( /::,.~ + /::,.R3 _ /::,.R2 _ I::.R4 J (6)
4 ~ R3 R2 R4
31
Supondo agora que o resistor R 1 é um extensômetro (Figura 4.21 ), e que os demais resistores
não sofram variações de resistência

onde k é o fator do extensômetro e c é a deformação a ser medida, e

Substituindo na equação (6) obtém-se


V-k
L1E=--·e (7)
4

E 1 => extensômetro
A c
R2, R3, R4 => resistores internos ao aparelho

o
Montagem em ~de ponte de Wheatstone
Figura 4.21

Portanto, para obter o valor da deformação basta medir a vanaçao de tensão LlE no
galvanômetro, e conhecer a tensão V aplicada na ponte de Wheatstone, e o fator do extensômetro k.
Essa montagem onde o extensômetro constitui um dos "braços" da ponte de Wheatstone é
denominada ~ de ponte; os resistores R2, R3 e ~ que completam a ponte devem ser de boa
qualidade e normalmente ficam no interior do aparelho.

Note-se que se V= 2 volts e k = 2


obtém-se LlE =c
isto é, a variação de tensão LlE em volts é numericamente igual à deformação c.

Os aparelhos permitem realizar também um segundo tipo de montagem, denominada Yz ponte


de Wheatstone (Figura 4.22), na qual os dois "braços" adjacentes da ponte (1 e 2) são ocupados por
extensômetros E 1 e E2, e a ponte é completada pelos resistores R 3 e~ internos ao aparelho.

E1 , E2 => extensômetros
A c
R3 , R4 => resistores internos ao aparelho

o
Montagem em Yz de ponte de Wheatstone
Figura 4.22
32
Neste caso:
LI~
--=k. ·&I
~

Supondo que k 1 = k 2 = k, e substituindo na equação (6) obtém-se


Vk (&I
!JE=-4-· -&2
) (8)

Nesta montagem é possível efetuar a correção das variações de deformação causadas pela
variação de temperatura; para isso utilizam-se dois extensômetros idênticos, um deles, E 1,
denominado extensômetro ativo ("active gage"), deve ser fixado no elemento em estudo onde se
deseja realizar a medição; o outro extensômetro, E2, denominado extensômetro compensador ou
passivo ("dummy gage"), deve ser fixado em uma peça constituída do mesmo material do elemento
em estudo, e submetida às mesmas condições de variação de temperatura, porém livre de qualquer
tipo de solicitação mecânica que produza deformação; desta forma, as variações de deformação
causadas pela variação de temperatura ocorrerão igualmente nos dois extensômetros, porém não
serão registradas pelo aparelho, pois conforme mostra a expressão (8) a variação que ocorre no
extensômetro E 1 é anulada pela variação (igual) que ocorre no extensômetro E 2 , ficando registrada
no aparelho apenas a deformação que ocorre no extensômetro E 1 causada pela solicitação do
elemento em estudo.

O terceiro tipo de montagem que pode ser utilizada no aparelho é denominada ponte completa
(Figura 4.23); neste caso, os quatro "braços" da ponte são constituídos por extensômetros, e como
no caso anterior da Yz ponte, é possível obter a correção das variações de deformação causadas pela
variação de temperatura, através do arranjo adequado dos quatro extensômetros utilizados na
montagem.

A c

E3
D
Montagem em ponte de Wheatstone completa
Figura 4.23

Neste caso:
!J~ =k ·&
~ I I

Supondo que k 1 = k 2 = k3 = kt = k, e substituindo na equação (6) obtém-se


. Vk
!JE=--·(sl -&2 +&3 -&4) (9)
4
33
Apresentam-se a seguir exemplos de montagens da ponte de Wheatstone feita com os
extensômetros fixados em duas barras de seção retangular (Figura 4.24); apenas uma das barras está
solicitada por uma força normal e por um momento fletor, mas ambas sofrem a ação da mesma
variação de temperatura.

I
I
I

---<
---------- ................. , .............

--- - --

Barra sem solicitação Barra solicitada

Ea Eb

Ec Ed

SIMBOLOGIA:

Ea e Ec => extensômetros longitudinais na barra solicitada


Eb e Ed => extensômetros transversais na barra solicitada
Ea' e Ec' => extensômetros longitudinais na barra sem solicitação

Ra = Rb = Rc = Rd = Ra' = Rb' = R => valor da resistência dos extensômetros

ka = kb = kc = kd = ka' = kb' = k => fator dos extensômetros

SN => deformação causada pela força normal N


. 8M => deformação causada pelo momento fletor M
sL'lT => deformação aparente causada pela variação de temperatura .6.T

v => coeficiente de Poisson do material das barras

Barras instrumentadas com extensômetros


Figura 4.24
34
1°. EXEMPLO: monta em do extensômetro Ea em 14 de onte
B
Vk
Ea iJE=--·t:
4 . a =

A c iJE= Vk·[(&N+êM)+êLlT]=
4
Vk(
iJE=--· êN+êM +êLlT)
4
D

2°. EXEMPLO: monta em do extensômetro Eb em 14 de onte


B

Vk
iJE=--·t:b =
4
A c
iJE= Vk·[-v·(t:
4 N +t: M)+sLlT ]

3°. EXEMPLO: monta em dos extensômetros Ea e Ea' em 12 de onte


B
Vk (t: -t: '=
iJE=--· )
a a
4

A c iJE= Vk. [(s N + ê M + &LlT )- &LlT ]=


4
Vk (êN+êM )
iJE=--·
4

4°. EXEMPLO: montao-em dos extensômetros Ea e Eb em 12 de onte


B

Ea Vk (êa -êb ) =
iJE=-4-·

A c iJE= Vk·{[sN+êM +&L1T]-[-v·(t:N+t:M)+t:L1T]}=


4

iJE= Vk·(t:N+t:M)·(l+v)
4

D
35
. 5°. EXEMPLO: monta em dos extensômetros Ea e Ec em Yz de onte
B

Ea Ec V-k (c -c ) =
LJE=--· a c
4

A c

6°. EXEMPLO: monta em dos extensômetros Ea, Ea', Ec e Ec' em


B
AE =--·c
V-k( a -c a +c c -c c
I ')
=
Ea Li
4

A c

Ec' Ec
D

7°. EXEMPLO: montao-em dos extensômetros Ea, Eb, Ec e Ed em


B

A c

Ec
D

8°. EXEMPLO: monta em dos extensômetros Ea, Eb, Ed e Ec em


B

Ea

A c

D
36
9°. EXEMPLO: montagem dos extensômetros Ea , Ec, Ea' e Ec' em Yz ponte, ligando em
série Ea com Ec e Ea' com Ec'
LJE= V_[LJR.a +LJRc _ LJRa '+LJRc'] =
4 Ra +Rc Ra '+Rc I

LJE= V_ [LJRa + LJRc - LJRa '+LJRc '] =


4 2·R 2·R
Ec Ea'
1

LJE = V. []:_ ( LJRa + LJRc ) _ ]:_ ( LJRa + LJRc ')] =


4 2 R R 2 R R
c LJE=-·
4 -(k-&
[1
v 2 a +k-& c )--(k·&
2 a
1
'+k-& c ') = J
Vk -(& a +& c
LJE=-·
4
[1
2
1
)--(&
2
a +& c ')]
I =
D
{12 [
Vk - (&N+&M+&LlT)+(&N-&M+&LlT)]--[&LlT+&LlT] =
LJE=--·
4
1
2
}
Vk {êN }
LJE=-4-·

4.6.8 Aparelhos para leitura

Os aparelhos tradicionais para leitura de extensômetros elétricos de resistência realizam a


medição através da ponte de Wheatstone, conforme descrito no parágrafo anterior, e podem ser
classificados em dois tipos básicos: indicador de leitura direta ("direct-reading indicator"), e ponte
de balanceamento em zero ("null-balance bridge").
· O diagrama esquemático do indicador de leitura direta é apresentado na Figura 4.25, onde
estão indicados os componentes principais que são:
111 fonte de tensão para excitar a ponte de Wheatstone;
111 resistores de precisão para complementação da ponte de Wheatstone, para o caso de
montagem em ~ ou Yz ponte;
111 circuito com potenciômetro para balanceamento da ponte de Wheatstone;
111 circuito com resistor de precisão para calibração do indicador;
111 amplificador para a tensão de saída da ponte de Wheatstone;
111 mostrador analógico ou digital onde será registrada a leitura da deformação.

Amplifier Recording
instrument

Diagrama esquemático do indicador de leitura direta


Figura 4.25
37

{~~~:~ lNSTRUME~\lTS DPJISlOf\l


:::Jl) •....... P-3500
li"

A. MP
ZERO

Indicador de leitura direta do tipo portátil, da firma Measurements GroupNishay (EUA)


Figura 4.26

s- S+

Caixa seletora para 1O canais para o indicador


Figura 4.27

Após a conexão do extensômetro no aparelho, é necessário fazer dois ajustes antes de iniciar a
leitura das deformações. O primeiro ajuste é o balanceamento feito através do potenciômetro, e
consiste em zerar a saída da ponte de Wheatstone de modo que o mostrador indique o valor zero. O
segundo ajuste é a calibração ("shunt calibration"), que é feita simulando-se um valor conhecido de
deformação e ajustando-se o controle do amplificador para que o mostrador indique esse valor; a
simulação do valor conhecido de deformação é obtida por meio da ligação em paralelo, do resistor
de calibração a um dos braços da ponte de Wheatstone; normalmente o fator do extensômetro é
38
considerado nessa calibração, pela simples correção do valor da deformação simulada pelo resistor
de calibração, mas alguns aparelhos podem ter um controle específico para ajustar o fator do
extensômetro.
Feita essa preparação, o valor indicado no mostrador do aparelho já é o valor da deformação
no extensômetro, portanto não é necessário efetuar nenhum cálculo complementar.
A sensibilidade do aparelho pode chegar a até 1 !-!c (1 x 10-6) com campo de medição de até
±20.000 !-!8.
Em geral, os aparelhos permitem a conexão de apenas uma ponte de Wheatstone, portanto,
quando existem várias pontes de Wheatstone, é necessário utilizar um dispositivo acessório
denominado caixa seletora, através da qual é possível realizar a leitura das diversas pontes com um
único aparelho indicador; as pontes são conectadas à caixa seletora que possui controles de
b1üanceamento e de calibração para cada ponte conectada.

O segundo tipo de aparelho, a ponte de balanceamento em zero, apresenta o esquema indicado


na Figura 4.28, e tem como componentes as seguintes partes:
• fonte de tensão, em geral de corrente alternada, para excitar a ponte de Wheatstone;
• resistores de precisão para complementação da ponte de Wheatstone, para o caso de
montagem em 14 ou Yz ponte;
• uma ponte de Wheatstone completa, de referência, interna ao aparelho, com circuito de
balanceamento que possibilita zerar a diferença entre a tensão de saída da ponte de referência
e a da ponte externa formada pelos extensômetros; o potenciômetro do circuito possui um
mostrador que indica de maneira precisa a posição de ajuste do potenciômetro;
• circuito com potenciômetro para ajustar o fator do extensômetro;
8 amplificador para a diferença entre as tensões de saída das duas pontes de Wheatstone;
8 galvanômetro para indicar a diferença entre as tensões de saída das duas pontes de
Wheatstone.
Neste segundo tipo de aparelho, a primeira providência antes de se iniciar a medição, é a
obtenção e o registro da leitura de referência: após a conexão do extensômetro ao aparelho e o ajuste
do fator do extensômetro, ajusta-se o potenciômetro do circuito de balanceamento até que o
galvanômetro indique o valor zero; o valor indicado nesse momento no mostrador do potenciômetro
é a leitura de referência. Ocorrendo uma deformação no extensômetro, a indicação do galvanômetro
sairá do zero, faz-se então uma nova operação de ajustar o potenciômetro do circuito de
balanceamento para zerar novamente o galvanômetro, e registra-se a leitura no mostrador do
potenciômetro; o valor da deformação é a diferença entre essa leitura e a leitura de referência.
Como se pode ver, a operação de leitura deste aparelho é trabalhosa, em comparação com o
indicador de leitura direta, porém apresenta algumas características que o tomam mais vantajoso em
situações especiais:
8 pequenas variações da tensão de excitação não afetam as leituras porque elas são o resultado
da diferença entre a tensão de saída da ponte de extensômetros e a ponte de referência interna;
portanto a confiabilidade em medições de longa duração é muito melhor do que no indicador
de leitura direta, no qual qualquer variação da tensão de excitação afeta a medição;
·8 a leitura de referência é uma referência absoluta e fixa, que não se altera com o tempo,
portanto uma vez realizada a leitura de referência, o aparelho pode ser desconectado do
extensômetro, ser utilizado em outras medições, e voltar a ser conectado no mesmo
extensômetro, para continuar a medição;
• as caixas seletoras que permitem a leitura de várias pontes de Wheatstone com o mesmo
. aparelho, são mais simples do que no indicador de leitura direta, pois não necessitam de
controles de balanceamento e de calibração para cada ponte conectada.
A sensibilidade do aparelho pode chegar a até 1 flc (1 x 1o-6) com campo de medição de até
±50.000 1-!c-
39
Oscillator

Amplifier

Diagrama esquemático da ponte de balanceamento em zero


Figura 4.28

(a) Indicador (b) Caixa seletora para 23 canais

Ponte de balanceamento em zero do tipo portátil, da firma Transdutec (Brasil)


Figura 4.29
40
Atualmente, como consequencia do enonne progresso da eletrônica digital ocorrido nos
últimos anos, a utilização de computadores para a leitura de extensômetros elétricos, tem-se tomado
cada vez mais freqüente.
Esses aparelhos controlados por computador são conhecidos como "sistemas de aquisição de
dados" ou "data-loggers", cujos componentes principais são:
• · circuito de condicionamento do sinal, composto por fonte de tensão para excitar a ponte de
Wheatstone, resistores para complementação da ponte, circuito de balanceamento e de
calibração, e amplificador; '
• "multiplexer" ou "scanner" que é um conjunto de chaves eletrônicas que podem ser
controladas pelo computador, para selecionar as pontes que estão ligadas ao sistema;
• interface análogo-digital, para converter os sinais analógicos em sinais digitais;
• computador para controlar e registrar as leituras dos extensômetros.
A vantagem desses aparelhos controlados por computador é que além de registrar
automaticamente as leituras dos extensômetros e de emitir relatórios, o computador pode também
realizar as operações de balanceamento, calibração e seleção da ponte.

4.7 Transdutores à base de extensômetros elétricos de resistência


Denominam-se assim os instrumentos nos quais a grandeza física a ser medida, é convertida
em sinal elétrico utilizando os extensômetros elétricos de resistência .
. O principal componente do instrumento é um elemento estrutural ao qual deve ser transferida
a ação da grandeza física a ser medida (força, pressão, torção, aceleração, deslocamento - Figura
4.30), que provoca nesse elemento uma defonnação elástica; os extensômetros elétricos
convenientemente fixados no elemento transformam a defonnação em sinal elétrico que é por sua
vez proporcional à grandeza física.

•l.oad •Pressure •Torque

•Acceleration • Displacement

'
Strain gaga----'

Transdutores à base de extensômetros elétricos de resistência


Figura 4.30

Os transdutores para medição de força são também conhecidos como células de carga ("load
~ell" em inglês); os esquemas do elemento estrutural bem como a posição dos extensômetros
elétricos, de alguns tipos de células de carga são apresentados na Figura 4.31.
41
F; Load
y

~
......... ..........
--
Side-force
stiffener

Developed
surface showing
gage orientations

1 2 3 4

R,
t- t-
t
R2 R3 R4

Gage 3 opposite 1
B { Gage 4 opposite 2
Rme

Células de carga tipo coluna

Gage2
outside

Célula de carga tipo anel Célula de carga com elemento elástico


submetido a cisalhamento

Células de carga com elemento elástico tipo viga

Células de carga
Figura 4.31
42
Na Figura 4.32 apresenta-se o esquema do transdutor de pressão com elemento estrutural em
forma de diafragma ou placa circular; utiliza-se neste caso um extensômetro elétrico especial,
indicado na mesma figura, que possibilita medir as deformações tangenciais na parte central e as
deformações radiais na borda, provocadas pela ação da pressão sobre o diafragma.
Trangential

Radial
stràin

strain gage

Esquema do transdutor de pressão


Figura 4.32

Na Figura 4.33 apresentam-se esquemas de transdutores para medição de torcão,


' . também
chamados de células de torção ou de torque, que na verdade medem o valor do momento de torção.

~ I
~ ~
Solid Circular Hollow Circular Hollow Tube Solid Square Cruciform Hollow Cruciform
Shaft Shaft with Flats Shaft
Esquemas do transdutor de torção
Figura 4.33

4,8 Outros instrumentos

4.8.1 Extensômetro ótico

No extensômetro ótico a medição da deformação é feita através da sua ampliação por meio da
luz refletida por um ou mais espelhos, como mostram os extensômetros de Marten (Figura 4.34-a) e
de Tuckerman (Figura 4.34-b ).

4.8.2 Extensômetro elétrico capacitivo

No extensômetro elétrico capacitivo a deformação a ser medida provoca a vanaçao da


capacitância de um capacitar de placas paralelas, como mostra o esquema da Figura 4.35-a.

4.8.3 Extensômetro elétrico indutivo

Pode ser assim denominado o instrumento obtido com a adaptação de um transdutor indutivo
de deslocamento (por exemplo o LVDT descrito no parágrafo 4.5), para realizar medições de
deformações, como mostra o esquema da Figura 4.35-b.
43

, Muollo do fljoolón
Muelle de fljaelón

Escala

~ ~E•p•Jo - - Toloncoplo

-l·
>--"
;,t;" ____ ~ :!X
/
~T>

1-----A VPm~n;
(a) Extensómetro de Marten (b) Extensómetro de Tuckerman

Extensômetros óticos
Figura 4.34

To on electrieol círcuít
for meosurin; 4:4pocítgne41

~><>----,.~·. 'fo..._..............,_""'f
(a) Extensómetro elétrico capacitivo (b) Extensómetro elétrico indutivo tipo LVDT

Figura 4.35

4.8,4 Extensômetro de corda vibrante

O extensômetro de corda (ou fio) vibrante ("vibrating wire gage"), também conhecido como
extensômetro acústico, tem como princípio de funcionamento a relação entre a freqüência de
vibração de um fio e a tensão a ele aplicada, conforme mostra a expressão a seguir.
1~
f= 2. ~--y72

onde:
f= freqüência de vibração do fio;
cr =tensão no fio;
g = aceleração da gravidade;
y =peso específico do material do fio.
e= comprimento do fio;
. O instrumento (Figura 4.36) é constituído basicamente por um fio de aço tensionado e por
dois eletroímãs; um dos eletroímãs provoca a vibração do fio, e o outro capta a freqüência de
44
vibração do fio; o conjunto é conectado a um aparelho que aciona o eletroímã de excitação do fio, e
ao mesmo tempo registra a freqüência de vibração captada pelo outro eletroímã.

measuring wire oscillator electromagnets receiver

-
Esquema do extensômetro de corda vibrante
Figura 4.36

Para realizar a medição com esse extensômetro é necessário fixá-lo na peça em estudo, de
modo que a deformação a ser medida provoque a variação da tensão no fio de aço do extensômetro,
e portanto a variação da freqüência de vibração.
Na Figura 4.37 apresentam-se dois modelos: o da esquerda pode ser fixado na superficie da
peça em estudo por meio de parafusos passantes pelos furos existentes nos blocos de extremidade; o
da direita é um modelo ser embutido no interior de peças de concreto.

Modelos de extensômetros de corda vibrante


Figura 4.37

4.8.5 Extensômetro de fibra ótica

O extensômetro de fibra ótica é um instrumento desenvolvido recentemente (1992), no qual o


sistema de medição é baseado no princípio de interferometria de baixa coerência (low-coherence
interferometry).
O instrumento funciona resumidamente da seguinte forma (Figura 4.38): a luz infravermelha
de um "LED" (light emitting diode) é injetada através de um cabo de fibra ótica até um acoplador
(coupler) de onde é distribuída em dois segmentos de fibra ótica instalados na estrutura onde se
deseja fazer a medição da deformação; um dos segmentos de fibra ótica está montado de forma a
sofrer a mesma deformação que ocorre na estrutura, enquanto que o outro segmento está livre da
deformação; um espelho instalado na extremidade dos dois segmentos de fibra ótica reflete a luz de
volta para o acoplador de onde ela é retransmitida através de um cabo de fibra ótica até o analisador;
no analisador existe um conjunto formado por acoplador, fibras e espelho semelhante ao instalado
na estrutura, mas neste, o espelho é móvel em relação a uma das fibras; no analisador existe também
um indicador (photodiode) que é acionado quando ocorre a modulação do sinal de luz, isto é,
quando a diferença dos comprimentos das duas fibras do analisador "compensa" a diferença dos
comprimentos das duas fibras instaladas na estrutura; o analisador registra a posição do espelho
móvel quando ocorre a modulação do sinal de luz; a deformação é obtida a partir das leituras
registradas pelo analisador antes e após a deformação; o instrumento fabricado por uma empresa
suíça (SMARTEC) e denominado SOFO, é totalmente controlado por computador, e tem
sensibilidade para detectar deformações de até 0,002mm, com base de medida desde 30cm até 8m.
45

Esquema de funcionamento do extensômetro de fibra ótica SOFO da SMARTEC


Figura 4.38

4.8.6 Instrumentos de topografia

Os instrumentos tradicionais de topografia (nível e teodolito) podem ser utilizados na medição


de deslocamentos quando a sensibilidade necessária é da ordem de centímetros.
É possível obter sensibilidade da ordem de milímetros com o uso de níveis da classe de alta
precisão associados a miras de ínvar.
Atualmente existem também aparelhos denominados estações totais, controlados por
computador interno ao aparelho, que possibilitam realizar medições de deslocamentos verticais com
sensibilidade da ordem de 2mm. Nessa categoria de aparelhos automatizados existem ainda os
níveis digitais que possuem sensibilidade da ordem de O,lmm. Nesses casos, para se conseguir as
sensibilidades indicadas, é necessário utilizar como alvo (fixado na estrutura) dispositivos especiais
denominados prismas.

4.8.7 Sistema de vasos comunicantes

O sistema é composto por dois reservatórios interligados por uma tubulação; um dos
reservatórios (1) é fixado na estrutura e possui um sistema de válvulas que permite manter o nível
do líquido (normalmente a água) sempre na mesma posição, colocando ou retirando o líquido do
reservatório; o outro reservatório (2) é fixado num ponto de referência, livre de qualquer tipo de
movimento, e deve inicialmente estar nivelado em relação ao primeiro; ocorrendo o deslocamento
da estrutura, o líquido se movimentará de um reservatório para o outro, resultando na variação do
nível dos reservatórios em relação à posição inicial, o que acionará o sistema de válvulas do
reservatório (1) de modo a corrigir o seu nível; a variação do nível do reservatório (2) após essa
correção corresponde ao deslocamento da estrutura.
46
5. APLICAÇÃO DO CARREGAMENTO

5.1 odelos no laboratório

A aplicação do carregamento em ensaio de modelos no laboratório, é normalmente feita por


meio de equipamentos que geram forças ou pressões.
Os equipamentos mais empregados são os cilindros hidráulicos também chamados macacos
hídráulicos ou atuadores hidráulicos; um fluído (usualmente o óleo) sob pressão, proveniente de
uma bomba hidráulica, é injetado no cilindro o que faz movimentar o pistão que indo de encontro
ao modelo aplica a força.
A aplicação da pressão de um fluído (por exemplo o ar) diretamente na superfície do modelo
pode ser feita com o auxílio de sacos de material flexível como a borracha.
. Cabe lembrar que nesses dois casos é necessário dispor de uma estrutura para servir de reação
à força gerada pelo cilindro hidráulico, e à pressão do fluído.
Por outro lado, quando se tratar de carregamentos leves, e em ensaios não destrutivos, um
método simples e não menos eficiente, é o uso de contrapesos de material de alta densidade, como o
chumbo, ferro, etc.

5.2 Estruturas em serviço


No caso de ensaios de estruturas em serviço, a aplicação do carregamento pode ser feita
utilizando-se o próprio elemento que gera a sobrecarga da estrutura.
É o caso por exemplo de prova de carga em estruturas de pontes, na qual o carregamento pode
ser simulado por meio dos veículos que trafegarão sobre elas.
Em outros casos porém, é mais cômodo utilizar contrapesos para simular o carregamento. Por
exemplo, na prova de carga de estruturas de edifícios, a simulação da sobrecarga pode ser obtida
através da água colocada sobre o piso devidamente preparado para esse fim, construindo-se sobre
ele uma piscina improvisada com lona impermeável.

6. PROCEDI ENTOS DE ENSAIO

6.1 odelos no laboratório

Para o ensaio de modelos no laboratório, as recomendações básicas para realizá-lo com


sucesso são as seguintes:

a) Fazer o "escorvamento" do modelo, isto é, aplicar pelo menos um carregamento inicial e


descarregar, antes do ensaio propriamente dito, para eliminar eventuais folgas nos apoios e
nos sistemas de fixação dos equipamentos de carga e dos instrumentos de medição. O valor
desse carregamento inicial depende de cada ensaio, mas é função principalmente do tipo de
material da estrutura. Normalmente adota-se um valor entre 10% e 30% da carga máxima
prevista para o ensaio.
b) . Aplicar o carregamento de maneira gradual, realizando-se a observação do modelo e as
medições em cada incremento do carregamento. Se for possível, é recomendável que o
número de incrementos do carregamento seja de pelo menos 10.
c) Aguardar a estabilização das leituras dos instrumentos de medição em cada etapa de
carregamento. Normalmente faz-se a leitura imediatamente após a aplicação do incremento de
carga, e outra leitura após a sua estabilização.
47
d) Se for possível, analisar os resultados das medições, pelo menos os principais, em cada etapa
de carregamento, antes de aplicar a próxima etapa.
e) Registrar as variações de temperatura. Esta providência é essencial no caso de ensaios de
longa duração, por motivos óbvios.

Cabe lembrar também que no caso de corpos-de-prova de materiais estruturais, e de alguns


tipos de elementos estruturais (paredes de alvenaria, postes, tubos para galerias, etc.), existem
procedimentos de ensaio normalizados pela ABNT, ASTM, RILEM, etc., que, portanto devem ser
utilizados.

6.2 Estruturas em serviço


No caso de estruturas de concreto em serviço, pode-se recorrer às indicações da norma NBR-
9607 (1986) "Concreto endurecido - prova de carga em estruturas de concreto armado e
protendido", complementadas pelas indicações dos itens 16.2.3 e 16.2.4 da NBR-6118 (1978)
"Projeto e execução de obras de concreto armado", e do capítulo 20 do ACI-318 "Building code
requirements for reinforced concrete".

Os itens 16.2.3 - "Ensaio da estrutura" e 16.2.4 - "Decisão", da NBR-6118 indicam as


situações em que o ensaio da estrutura deve ser realizado, os valores dos carregamentos a serem
aplicados no ensaio, e a decisão a ser tomada a partir do resultado do ensaio, estando implícito que a
estrutura referida nesses itens é a estrutura de edificios.
Vale a pena reproduzir as indicações relativas aos valores dos carregamentos a serem
aplicados no ensaio, que são as seguintes:
"Na verificação relativa a estados limites de utilização, o ensaio será teito com a carga total:
Gk+Qk
e na relativa a estados limites últimos, com a carga correspondente à maior das duas
seguintes:
Gk + (Qk + Qd)/2
1,2.Gk "

O capítulo 20 - "Strength evaluation of existing structures" do ACI-318 apresenta também


indicações para o ensaio de estrutura de edificios, com informações mais detalhadas que a NBR-
9607 e NBR-6118, no tocante ao procedimento de ensaio e à tomada de decisão; o resumo das
principais indicações é apresentado a seguir.
a) · Para a realização da prova de carga, o concreto da estrutura ou da parte que será submetida ao
ensaio, não poderá ter idade inferior a 56 dias; se o proprietário da estrutura, o construtor, e
todas as partes envolvidas estiverem de acordo, a prova de carga poderá ser realizada em
idades inferiores.
b) A carga para simular o efeito da parcela da carga permanente que ainda não estiver atuando na
ocasião do ensaio, deverá ser aplicada 48 horas antes do início do ensaio, e ser mantida até a
conclusão do ensaio.
c) As leituras iniciais dos instrumentos que servirão de referência para as medições dos
deslocamentos da estrutura, deverão ser feitas imediatamente antes da aplicação do
carregamento.
d) O carregamento total a ser aplicado, incluindo a carga permanente que já está atuando, deverá
ter o valor 0,85 (1,4 G + 1,7 Q)
e) O carregamento total deverá ser aplicado em pelo menos quatro incrementos
aproximadamente iguais, sem choque.
f) A leitura dos deslocamentos da estrutura correspondentes à carga total deverá ser feita 24
. horas após a sua aplicação.
48

g) O descarregamento da estrutura deverá ser iniciado imediatamente após a realização da leitura


referida em (f).
h) Decorridas 24 horas após a retirada do carregamento aplicado no ensaio, deverá ser feita a
leitura dos deslocamentos residuais da estrutura.
i) A parte da estrutura ensaiada que apresentar sinais visíveis de ruína deverá ser considerada
como reprovada no ensaio.
j) Se a estrutura ensaiada não apresentar nenhum sinal visível de ruína, o critério de verificação
que indicará o comportamento satisfatório da estrutura é o seguinte:

1) O máximo deslocamento de uma viga ou de uma laje deve ser menor que
_e2 I _e2 I
j 20 _000·h (empolegadas) ou ÍsoS-h (emmetros)
onde:
e é o vão teórico da viga ou o menor dos vãos teóricos da laje; no caso de viga ou laje em
balanço, e é o comprimento do balanço multiplicado por 2;
h é a altura total da viga ou da laje.

2) Se o máximo deslocamento de uma viga ou de uma laje ultrapassar o limite indicado em


(1), o deslocamento residual referido em (h) deverá ser menor que 25% do máximo
deslocamento medido, no caso de elementos de concreto armado, e 20% no caso de
elementos de concreto protendido.

k) As estruturas de concreto armado que não satisfizerem o critério indicado em (j), poderão ser· r·
submetidas a um segundo ensaio, decorridas 72 horas após a retirada do carregamento; após o
novo ensaio, o comportamento da estrutura será considerado satisfatório se:
1) A estrutura não apresentar nenhum sinal visível de ruína.
2) O deslocamento residual for menor que 20% do máximo deslocamento medido.

1) As estruturas de concreto protendido não podem ser submetidas a um segundo ensaio.

7. INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

7.1 Preliminares
A quantidade de resultados obtidos após a realização de um ensaio pode ser grande ou
reduzida, em função de vários fatores, como tipo de ensaio, tipo de estrutura, recursos materiais
disponíveis, tempo de execução, etc.
Pode haver casos em que o resultado obtido no ensaio é único ou em tão pequena quantidade,
que não cabe fazer nenhuma análise estatística para verificar a confiabilidade dos resultados
obtidos.
Nestes casos, a análise que se pode fazer é a do "bom senso", em função do estado do modelo
ou da estrutura, dos instrumentos de medição utilizados, do local do ensaio, das condições
ambientais, do pessoal técnico envolvido, enfim, em função das condições de execução do ensaio .
. Por outro lado, quando os resultados são em grande número, cabe fazer uma análise estatística
para descartar resultados suspeitos, e também para condensar a sua apresentação.

7.2 Média, desvio padrão e coeficiente de variação


São os parâmetros estatísticos normalmente calculados para avaliar a qualidade do ensaio, e
também com o intuito de condensar a apresentação dos resultados.
49

Média:

n -
L..x;-n·r
"'"' 7 -7

1
Desvio padrão: S=
n-1 n-1

Coeficiente de variação: 5 = !_
X

7.3 Intervalo de confiança da média

Com a média x e o desvio padrão s calculados, e utilizando a curva de distribuição t de


Student, pode-se também estimar o intervalo de confiança da média, da seguinte forma:
• Calcula-se o número de graus de liberdade v = n -1 .
e Fixa-se o grau de confiança P desejado, por exemplo 95%.
• Utilizando a distribuição de Student, determina-se o valor t em função de v e P.
t· s
Determina-se LI = .j;; .

O intervalo de confiança será igual a ( x± LI).

7.4 Critério de Chauvenet


· É um critério que pode ser empregado para descartar resultados suspeitos.
O critério de Chauvenet tem o seguinte enunciado: "se em uma série de n medições, a
probabilidade de ocorrência de um desvio de valor x é menor do que h. n, então a medição que
apresentar tal desvio deverá ser rejeitada".
O procedimento para aplicação do critério de Chauvenet é o seguinte:
1
• Calcula-se o valor da probabilidade P = - -
2-n
e Utilizando a curva de distribuição normal de Gauss, determina-se o valor x em função de
P, como indicado na figura a seguir.

-x X

• Calcula-se o valor do desvio máximo admissível s· x.


e Os valores das medições que estiverem fora do intervalo (x± s· x) devem ser rejeitados.
50

8. BIBLIOGRAFIA

8.1 LIVROS, APOSTILAS, TESES


BECKWITH, T.G., BUCK, N.L. (1961). Mechanical measurements. Reading, Addison-Wesley Publishing
Company.
CARLSON, R.W. (1975). Manual for the use of strain meters and other instruments for embedment in
concrete structures. Campbell, Carlson Instruments.
COWAN, H.J., et alii. (1968). Models in architecture. London, Elsevier Publishing Company.
DALLY, J.W., RlLEY, W.F. (1978). Experimental stress analysis. Tokyo, McGraw-Hill Kogakusha.
DALLY, J.W., RlLEY, W.F., McCONNELL, K.G. (1993). Instrumentation for engineering measurements.
New York, John Wiley & Sons.
DOEBELIN, E.O. (1990). Measurement systems -Application and design. New York, McGraw-Hill.
HETÉNY, M. (1950). Handbook ofexperimental stress analysis. New York, John Wiley & Sons.
HOSSDORF, H. (1972). Modelos reducidos- Método de cálculo. Madrid, Instituto Eduardo Torroja.
MARTINELLI, D.A.O. (1958). Notas sobre a observação de estruturas. São Carlos. Notas de aula- EESC-
USP.
MARTINELLI, D.A.O. (1961). Contribuição ao emprego de extensômetros elétricos de resistência no
estudo de estruturas. São Carlos. Tese (Doutorado)- EESC-USP.
PERRY, C.C., LISSNER, H.R. (1962). The strain gage primer. New York, McGraw-Hill Book Company.
PREECE, B.W., DAVIES, J.D. (1964). Models for structural concrete. London, CR Books.
ROCHA, M. (1952). Dimensionamento experimental das estruturas. Lisboa, LNEC.
SILVA, D.R. (1977). Instrumentação para ensaio de estruturas. São Carlos. Notas de aula- EESC-USP.
TUPPENY, W.H., KOBA YASHI, A. S. ( 1970). Análisis experimental de tensiones. Bilbao, Ediciones Urmo.
USHER, MJ., KEATING, D.A. (1996). Sensors and transducers. London, Macmillan Press.
VAUGHAN, J. (1975). Application of B&K equipment to strain measurements. Copenhagen, Brüel &
Kjaer.

8.2 NORMAS TÉCNICAS


ABNT ( 1978). NBR 6118- Projeto e execução de obras de concreto armado. Rio de Janeiro.
ABNT (1986). NBR 9607- Concreto endurecido -prova de carga em estruturas de concreto armado e
protendido. Rio de Janeiro.
ACI (1994). ACI-318 Building code requirements for reinforced concrete. Detroit.
CEB (1989). Bulletin d'Information no.l92- Diagnosis and assessment ofconcrete structures. Lausanne.
CEB (1997). Bulletin d'Information no.239 - Non-linear analysis/ Safety evaluation and monitorinff.
Lausanne.
CEB (1998). Bulletin d'Information no.243 - Strategies for testing and assessment of concrete structures.
Lausanne.

8.3 PUBLICAÇÕES DE FABRICANTES DE INSTRUMENTOS


H. MAIHAK. (1979). Maihak vibrating-wire principie ofmeasurement MDS. Hamburg.
HOTTINGER BALDWIN MESSTECHNIK.(1991). Strain Gauges and accessories. Darmstadt.
KYOWA ELECTRONIC INSTRUMENTS. (1992). Straingages- Catalog no.JOOJA. Tokyo.
MEASUREMENTS GROUP. (1983): Student manual for strain gage technology. Rar~igh~
MEASUREMENTS GROUP.(l994). M-fine strain gage accessories. Raleigh.
MEASUREMENT.S GROUP. (1996). Catalog 500- Precision strain gages. Raleigh.
SMARTEC SA. (1996). SOFO Technolof!V. Grancia.

Você também pode gostar