Você está na página 1de 41

CALORIMETRIA

COMO PREPARAR UM BOM CAFÉ

1. Coloque água filtrada numa panela e a leve ao


fogo.
2. Coloque o café no coador de pano (7 a 10 g por 100
ml de água)
✓ OBS: Se for coador de papel, despeje um pouco de
água quente antes de descarte aquela água.

3. Quando surgirem bolhinhas na água, desligue. (Se a


água ferver, vai tirar o oxigênio que tem na água,
alterando a acidez do café. Temp. ideal = 90 °C
4. Despeje a água em todo o coador devagar, deixe o
café ser coado de forma lenta e natural, sem mexer.
2
AINDA SOBRE CAFÉ...

✓Qual tipo de calor no aquecimento da água do café? Sensível ou Latente?


✓Se o calor específico do pó de café é 0,5 cal/g.°C, qual a temperatura de
equilíbrio da nossa xícara de café perfeita? (100 g de água a 90 °C para 8 g
de café a temperatura ambiente (25 °C)?) Desconsidere as perdas calóricas
para o ambiente.
✓Você resolve agradar seu professor de Física e, no laboratório de
termodinâmica, faz um café para ele antes de começar a aula. Só que após
feito o café, você percebe que não há garrafa térmica, o calorímetro seria
um bom recipiente para armazenar o café? Por que?

Profº Francisco Augusto 3


CALOR

Energia Térmica em trânsito devido a diferença de temperatura entre


corpos.
Joseph Black: Primeiro a distinguir Calor
de Temperatura, introduziu a noção de
Calor Específico e de Calor Latente.

OBS: O Calor SEMPRE flui


espontaneamente do corpo de MAIOR
temperatura para o corpo de MENOR
temperatura.

Profº Francisco Augusto 4


NERDOLOGIA 223 – PODERES
DE GELO
https://www.youtube.com/watch?v=
1CSssfKz8so

Profº Francisco Augusto 5


MEDINDO O CALOR

A energia é medida em joules (J) no (S.I.). Como o calor também é uma


forma de energia, possui a mesma unidade. Por motivos históricos e
práticos, também usamos outra unidade, a caloria (cal). 1 cal = 4,18 J
OBS: A “Caloria”
utilizada por médicos e
nutricionistas é, na
realidade, a quilocaloria
(1 kcal = 1000 cal),
também chamada
Grande Caloria.
Profº Francisco Augusto 6
COMO FUNCIONA UMA MÁQUINA DE CAFÉ EM CÁPSULAS?

Profº Francisco Augusto 7


BOMBA D’ÁGUA E BLOCO QUENTE

Uma bomba move a água dentro da


cafeteira. Primeiro, o líquido vai do
reservatório até a caldeira, e dali para a
agulha, onde penetra na cápsula.
A caldeira tem a missão de aquecer a
água (porque ninguém merece café
frio). Também chamada de bloco
térmico, ela eleva a temperatura a até
90 ºC, antes de enviar a água à agulha.
Lá, o líquido sai com alta pressão (15 a
19 bar)

Profº Francisco Augusto 8


CAFÉ PRONTO!

A agulha varia de modelo e de marca,


mas sua função é a mesma: penetrar
o alumínio da cápsula e abrir o
caminho para que a água quente
entre em contato com o pó e comece
a cair, já na forma de café.
As cápsulas vêm com café torrado e
moído, pronto para receber a água
quente. Na parte de baixo, há um
filtro de papel, que não permite que o
pó caia na xícara.

Profº Francisco Augusto 9


CALOR SENSÍVEL – O IDEAL PARA UM BOM CAFÉ

Calor que produz variação de temperatura sem que o estado físico da


matéria seja alterado.
Ex.: Quando colocamos uma barra metálica para aquecer no fogo, estamos
aumentando sua temperatura.

Profº Francisco Augusto 10


EQUAÇÃO DO CALOR SENSÍVEL

𝑄 = 𝑚. 𝑐. ∆𝑇
Q = Quantidade de calor (cal) → Se Q > 0 ganha calor, se Q < 0 perde calor]
m = massa (g) → Quanto maior a massa do corpo, maior a quantidade de calor
necessária para variar sua temperatura;
𝒄𝒂𝒍
c = calor específico( ) → Quanto maior o calor específico, maior a quantidade
𝒈.°𝑪
de calor necessária para variar sua temperatura;
ΔT = T – To = Variação de Temperatura (°C) → Quanto maior a variação de
temperatura que se deseja obter de um corpo, maior a quantidade de calor que se
deve fornecer.

Profº Francisco Augusto 11


EXERCÍCIO 01

Massas iguais de cinco líquidos distintos, cujos calores específicos estão dados na tabela
adiante, encontram-se armazenadas, separadamente e à mesma temperatura, dentro de
cinco recipientes com boa isolação e capacidade térmica desprezível. Se cada líquido
receber a mesma quantidade de calor, suficiente apenas para aquecê-lo, mas sem alcançar
seu ponto de ebulição, aquele que apresentará temperatura mais alta, após o
aquecimento, será: Tabela
a) a água. Líquido Calor Específico
b) o petróleo. (J/Kg.°C)
c) a glicerina. Água 4,19
Petróleo 2,09
d) o leite. Glicerina 2,43
e) o mercúrio. Leite 3,93
Mercúrio 0,14
Resolução
Resposta:
e) o mercúrio: c = 0,14 J/kg.K

Pela equação geral da calorimetria (Qs = m.c.∆T),


percebemos que a variação de temperatura é
inversamente proporcional ao calor específico da
substância. Ou seja, vai sofrer MAIOR VARIAÇÃO DE
TEMPERATURA aquela substância que apresentar MENOR
CALOR ESPECÍFICO.
EXERCÍCIO 02

Um bloco de massa 2,0 kg, ao receber toda energia térmica liberada por 1000 g de
água que diminuem a sua temperatura de 1°C, sofre um acréscimo de temperatura
de 10°C. O calor específico do bloco, em cal/g.°C, é: (Adote: cágua: 1,0 cal/g.°C)
a) 0,2
b) 0,1
c) 0,15
d) 0,05
e) 0,01
Resolução
Sabemos que: Substituindo os valores, obtemos:

➔➔
Como todo calor liberado pela água vai ser
aproveitado para aquecer o bloco, temos
que:

Resposta: d)
CAPACIDADE TÉRMICA
Exemplo:
Neste caso, temos:
Quantidade de calor necessária para elevar em 1
°C a temperatura de um corpo.
46ºC
𝑄
𝐶= = 𝑚. 𝑐
∆𝑇 40cal
Q = Quantidade de Calor (cal)
C= 26ºC
20º C
ΔT = Variação de Temperatura (°C)
m = Massa (g) Logo:

c = Calor Específico
Esse resultado nos indica que, para variar a temperatura desse corpo em 1
ºC, precisaremos fornecer a ele 2 cal. 17
Profº Francisco Augusto 18
Profº Francisco Augusto 19
TENTE RESOLVER

Profº Francisco Augusto 20


RESOLUÇÃO QUESTÃO 5

Tomando nota dos dados Q: quantidade de calor


informados já no enunciado do
C: capacidade calorífica,
exercício, teremos que:
ΔT : variação de temperatura
C = 80 cal/°C
Fazendo as devidas substituições,
ΔT = 55 °C - 60 °C = -5 °C
teremos que:
Sendo assim, iremos empregar a
Q = 80.(-5)
seguinte expressão:
Q = - 400 cal , o sinal é negativo
Q = C. ΔT
uma vez que a garrafa térmica
onde: perdeu calor durante o processo.
Profº Francisco Augusto 21
CALORIMETRIA NO COTIDIANO

✓Desertos e Areia da Praia


✓Brisas Marítimas
AR DE BAIXA o ar se esfria em altitude e
PRESSÃO o ar se esfria e desce o ar se aquece no
desce continente e sobe

AR DE ALTA
PRESSÃO
o ar mais frio sobre o continente
se desloca em direçáo ao mar

z z

o ar é mais frio AR DE BAIXA


sobre o mar PRESSÃO
e se move em
o ar mais aquecido AR DE ALTA direção ao continente
sobre o mar sobe PRESSÃO

Profº Francisco Augusto 22


CALORÍMETRO

Recipiente termicamente
isolado que evita troca de calor
entre o seu conteúdo e o meio
externo.
Portanto, em alguns casos,
vamos considerar a capacidade
térmica do calorímetro no
equacionamento da troca de
calor.

Profº Francisco Augusto 23


TROCAS DE CALOR

Num sistema de vários corpos,


termicamente isolados do meio
externo, a soma das quantidades de
calor por eles trocados é igual a zero.

Q = 0
No caso de o sistema não estar
termicamente isolado ou de o
calorímetro não ser ideal, devemos
levar em conta a troca de calor dos
corpos com o ambiente.
Q1 + Q2 + Q3 + ... + Qn + Qambiente = 0 24
EXERCÍCIO 03

Um frasco contém 20 g de água a 0°C. Em seu interior é colocado um objeto


de 50 g de alumínio a 80°C. Os calores específicos da água e do alumínio são
respectivamente 1,0 cal/g°C e 0,10 cal/g°C.
Supondo não haver troca de calor com o frasco e com o meio ambiente, a
temperatura de equilíbrio dessa mistura será:
a) 60°C
b) 16°C
c) 40°C
d) 32°C
e) 10°C
Resolução



Substituindo os valores, obtemos:

Sabemos


que:

Como não vai haver troca de calor com o


➔ ➔
meio externo, temos que:

Resposta: b)

TENTE RESOLVER

Um recipiente termicamente isolado contém 500g de água na qual se


mergulha uma barra metálica homogênea de 250g. A temperatura inicial
da água é 25,0°C e a da barra 80,0°C. Considerando o calor específico da
água igual a 1,00 cal/g.°C, o do metal igual a 0,2 cal/g.°C e desprezando a
capacidade térmica do recipiente, determine a temperatura do equilíbrio
térmico.
RESOLUÇÃO

Como temos um equilíbrio, podemos dizer Vamos encontrar a temperatura de


que: equilíbrio:
Q1 + Q2 + ... + Qn = 0 500.1.(Tf - 25) + 250.0,2.(Tf - 80) = 0
Água: 500.Tf - 12500 + 50.(Tf – 80) = 0
Q = m.c.(Tf - T0) 500.Tf - 12500 + 50.Tf - 4000 = 0
Q = 500 g . 1 cal/g°C . (Tf – 25 °C) 550.Tf - 16500 = 0
Barra metálica: 550Tf = 16500
Q = m.c.(Tf – T0) Tf = 16500 / 550
Q = 250 g . 0,2 cal/g°C . (Tf – 80 °C) Tf = 30°C 28
Exercício 04
Quando dois corpos de tamanhos diferentes estão em contato e em equilíbrio
térmico, e ambos isolados do meio ambiente, pode-se dizer que:
a) o corpo maior é o mais quente.
b) o corpo menor é o mais quente.
c) não há troca de calor entre os corpos.
d) o corpo maior cede calor para o corpo menor.
e) o corpo menor cede calor para o corpo maior.

Resolução
Como os corpos estão em equilíbrio térmico, não vai existir calor, visto que
CALOR É A ENERGIA TÉRMICA EM TRÂNSITO devido a diferenças de
temperatura entre os corpos. Resposta: c)
CALOR LATENTE – NÃO DESEJADO NO CAFÉ

O calor latente, de uma mudança de estado, é a quantidade de calor que a


substância recebe ou cede, por unidade de massa, durante a transformação,
mantendo-se constante a temperatura, desde que a pressão não se altere.
Matematicamente, podemos expressá-lo por:

Q = m.L
L = Calor Latente de
mudança (cal/g)

Profº Francisco Augusto 30


Profº Francisco Augusto 31
CURVA DE AQUECIMENTO DA ÁGUA

Profº Francisco Augusto 32


 Calcule a quantidade de calor necessária para transformar 100 g de gelo a - 10o C
em água a 20o ?
Dados: calor específico do gelo = 0,5 cal / g oC
calor latente de fusão do gelo = 80 cal / g
calor específico da água = 1 cal / g oC

1a parte: Solução:

O gelo se encontra numa temperatura abaixo do ponto de fusão, neste caso


será aquecido de - 10o C até o seu ponto de fusão (0o C): Q =m.c.t

Q1 = m . c .  t Q1 = 100 . 0,5 . (0 - (-10))

Q1 = 50 . (10 ) Q1 = 500 Q1 = 500 cal


2a parte: Chegando a 0 oC, o gelo agora se encontra na temperatura do
ponto de fusão, neste caso sofrerá mudança de fase: Q = m.L

Q2 = m . L Q2 = 100 . 80 Q2 = 8 000

Q2 = 8 000 cal
3a parte:
O gelo agora já se transformou em água e esta água será
aquecida de 0o C até 20o C: Q =m.c.t

Q3 = m . c .  t Q3 = 100 . 1 . (20 - 0)

Q3 = 100 . 20 Q3 = 2 000 Q3 = 2 000 cal


Cálculo final: Devemos agora somar ...

Q1 = 500 cal Q2 = 8 000 cal


Q3 = 2 000 cal

Resposta:
Q = 10 500 cal
EXERCÍCIO

Profº Francisco Augusto 36


RESOLUÇÃO

Podemos calcular o Calor Latente por meio Como somente metade do gelo se funde-
da seguinte equação - Q = m.L
100g . 1cal/g°C . ΔT + 60/2 g . 80 cal/g = 0
Onde:
100.ΔT + 2400 = 0
m = massa do corpo
ΔT + 24 = 0
L = calor latente do corpo
Tf – T0 = -24
O calor sensivel pode ser calculado pela
seguinte equação - Q = m.c.ΔT 0 – T0 = -24

O gelo se funde a 0° Celsius. Logo: T0 = 24 °C

Qágua + Qgelo = 0
m.c.ΔT + m.L = 0 Profº Francisco Augusto 37
TENTE RESOLVER

Profº Francisco Augusto 38


RESOLUÇÃO

a) Calor necessário para derreter Q = -8.000 cal


toda massa de Gelo: (Q = m.L)
Como a água não é capaz de
Q = 200g . 80 cal/g fornecer calor suficiente para
derreter toda massa de gelo, a
Q = 16.000 cal
temperatura de equilíbrio é o ponto
Calor necessário para esfriar a água de fusão da água (0 °C)
de 40 °C a 0 °C: (Q = m.c.ΔT)
Q = 200g . 1cal/g°C . (0°C – 40°C)

Profº Francisco Augusto 39


RESOLUÇÃO

b) Qágua + Q gelo = 0 m = 100 g


m.c.ΔT + m.L = 0
200g . 1cal/g°C . (0°C – 40°C) + m.
80cal/g = 0
-8000 + 80.m = 0
80.m = 8000
m = 8000/80

Profº Francisco Augusto 40


Profº Francisco Augusto 41

Você também pode gostar