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A IMPORTÂNCIA DE CONHECER A ESTRUTURA

LINGUISTICA DA LIBRAS PARA O EDUCADOR


De acordo com Rafaeli & Silveira (2009), quando trabalhamos com surdos
devemos levar em consideração alguns aspectos que são fundamentais na
ação docente, pois a compreensão da prática pedagógica desenvolvida pelo
professor pode contribuir significativamente no processo de ensino-
aprendizagem do aluno surdo.

Existem alguma algumas ações para as quais devemos estar atentos quando
estamos em contato com os surdos, o contato visual é de extrema
importância neste momento e deve ser claro e apropriado, além disso
devemos usar frases curtas e falar de frente com o surdo, usar voz normal e
articular bem as palavras. Demonstrações de afeto são importantes,
devemos evitar cutar, bater, puxar, o contato deve ser expressivo porém
delicado. De maneira alguma devemos mudar de assunto bruscamente sem
avisá-los pois os sinais se contituem dentro de um contexto, se não
avisarmos que mudamos de assunto, o contexto ficará trocado causando
desconforto no grupo. (RAFAELI, 2009, p.97).

Segundo Mantoan (2003), o papel do professor é ser regente de classe, e


não especialista em deficiência. Essa responsabilidade é da equipe de
atendimento especializado. Não pode haver confusão. Uma criança surda,
por exemplo, aprende com o especialista libras (língua brasileira de sinais) e
leitura labial. Para ser alfabetizada em língua portuguesa para surdos,
conhecida como L2, a criança é atendida por um professor de língua
portuguesa capacitado para isso. A função do regente é trabalhar os
conteúdos, mas as parcerias entre os profissionais são muito produtivas. Se
na turma há uma criança surda e o professor regente vai dar uma aula sobre
o Egito, o especialista mostra à criança com antecedência fotos, gravuras e
vídeos sobre o assunto. O professor de L2 dá o significado de novos
vocábulos, como pirâmide e faraó. Na hora da aula, o material de apoio
visual, textos e leitura labial facilitam a compreensão do conteúdo.

Conhecer os vários materiais didáticos disponibilizados para o ensino dos


surdos fará com que o educador se sinta mais seguro. O educador deve usar
sua criatividade levando em conta o nível de habilidades dos alunos com os
quais vai trabalhar. Acompanhar a evolução, buscar novos recursos e
tecnologias, criar espaços especificamentes diferentes para cada disciplina
possibilitando a integração de todos não é tarefa apenas para educadores
que trabalham com os surdos, mas sim, um compromisso de qualquer
educador que queira fazer diferença no espaço onde esta interagindo.

Neste sentido, Rafaeli apub Rodrigues (2008) nos alerta para o fato de que
o trabalho com os surdos exige um ensino baseado na visão e não na
audição. Utilizar materiais visuais, ter disponibilidade, acreditar que o
surdo tem capacidade de se comunicar, aceitar sua escrita e principalmente
lembrar que ele somente tem dificuldades de se comunicar, mas possui
capacidade e vontade de aprender.

2 A LIBRAS – LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS

A necessidade da comunidade surda em se expressar vai muito além da


busca por compreensão da língua, fazer parte do silêncio dos surdos é se
manifestar na forma cultural e diversa da sua identidade na sociedade
ouvinte. A LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é um diferencial na
identificação dos surdos, embora a expressão facial e corporal que
acompanham os sinais, sejam também partes importantes na composição
da cultura dos surdos.

Sobre o surgimento da LIBRAS, (MENEZES, 2006) afirma que:

"O Brasil ainda era uma colônia portuguesa governada pelo imperador
Pedro II quando a língua de sinais para surdos aportou no país, mais
precisamente no Rio de Janeiro. Em 1856, o conde francês Ernest Huet
desembarcou na capital fluminense com o alfabeto manual francês e alguns
sinais. O material trazido pelo conde, que era surdo, deu origem à Língua
Brasileira de Sinais (Libras).O primeiro órgão no Brasil a desenvolver
trabalhos com surdos e mudos surgiu em 1857.

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