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Ao ser solicitado um texto inserido nos temas focados nas disciplinas de que
sou responsável, veio-me logo à mente a Qualidade, por ser um tema que os
futuros sociólogos do trabalho, a quem se destina prioritariamente esta
publicação, abordarão necessariamente nas organizações em que
colaborarem.
A qualidade é hoje uma realidade à qual as organizações não podem fugir sob
pena de perderem a sua posição num mercado cada vez mais competitivo.
Enquanto a qualidade nos produtos é relativamente fácil de medir e avaliar, a
qualidade nos serviços é um conceito de avaliação subjectiva e depende muito
das percepções dos clientes.
2.1 Conceitos
Quando falamos com qualquer pessoa sobre produtos e serviços, vemos que
ela prefere os que tenham qualidade. Interrogadas sobre o que é para elas
qualidade, as opiniões variam e são por vezes contraditórias. Em
documentação da Organização Internacional de Normalização (ISO), retirámos
uma definição para qualidade, “aptidão de uma entidade (serviço, produto ou
processo) para satisfazer as necessidades, expressas ou potenciais, dos
utilizadores”.
Expressão
funcional Concepção Especificações
da do produto/ técnicas
necessidade serviço
Processo
Identificação de fabrico/
das Marketing prestação
necessidades do serviço
Análise de desempenho
do produto/serviço Avaliação Avaliação
e interna pelo cliente
acções de melhoria
Nos anos 60, com os grandes investimentos nas áreas da defesa, das centrais
térmicas e nucleares, dos complexos petroquímicos, etc., foi institucionalizada
a garantia da qualidade, enquanto exigência dos grandes compradores sobre
os seus fornecedores. A garantia de que um conjunto complexo se venha a
comportar satisfatoriamente em serviço está ligada à confiança depositada na
qualidade dos fornecedores. As graves consequências de possíveis falhas
levaram os proprietários desses grandes complexos a concluir que não podiam
obter aquela confiança, baseando-se apenas nos resultados da sua inspecção.
Evolução da Qualidade
Garantia da qualidade
1960 Motivação para a qualidade
Zero defeitos
1900 Supervisão
Subsistema de Qualificação
Subsistema de Normalização
Subsistema de Metrologia
Missão
Visão
Elaboração de legislação;
Formação de metrologistas;
Como Participantes,
Como Patrocinadoras.
2
EN – Norma Europeia
3
NP – Norma Portuguesa
MODELO DO PROCESSO DE
GESTÃO DA QUALIDADE
MELHORIA CONTÍNUA
C RESPONSABILIDADE C
R DA GESTÃO S
L E A L
Q T
I U MEDIÇÃO, I I
GESTÃO DOS
I ANÁLISE, E S
E S RECURSOS MELHORIA F E
I A
N T REALIZAÇÃO MELHORIA Ç N
O PRODUTO/
DO PRODUTO Ã
S SERVIÇO O
T INPUT (E/OU SERVIÇO) T
OUTPUT
E E
Identificar os processos,
Pode-se mesmo considerar como um guia, com vinte e sete temas, num total
de 52 questões, sobre os requisitos da ISO 9001:2000 desde a clausula 4 à 8,
classificando a maturidade do sistema em 5 níveis e dando exemplos de
potenciais benefícios resultantes da auto-avaliação.
4
Ver no capítulo seguinte a metodologia PDCA
Um manual da qualidade;
Esta norma internacional (0.2) define abordagem por processos como sendo a
"aplicação de um sistema de processos dentro de uma organização,
juntamente com a definição e as interacções destes processos e a sua gestão"
e a nota em 0.2 indica que a metodologia PDCA6 (Plan-Do-Check-Act) pode
ser aplicada a todos os processos e pode ser resumida da seguinte forma:
5
O meio de suporte pode ser papel, magnético, electrónico ou disco óptico de computador, fotografia ou
amostra de referência, ou uma das suas combinações
6
Embora conhecida como “roda de Deming”, foi inicialmente desenvolvida por Walter A. Shewhart, um
dos pioneiros do controlo estatístico da qualidade e posteriormente aperfeiçoada por W. Edwards
Deming.
Actuar Planear
A P
C D
Verificar Executar
Por sua vez, a norma NP EN ISO 9000:2000 (3.4.1) define processo como o
"conjunto de actividades interrelacionadas e interactuantes que transformam
entradas em saídas". O produto é definido (3.4.2) como o ―resultado de um
processo‖ e são apresentadas quatro categorias genéricas: serviços (ex.:
transportes); software (ex.: programas de computador, dicionário); hardware
(ex.: componentes mecânicos de um motor); materiais processados (ex.:
lubrificantes).
Assim, as Normas
7
Está actualmente em desenvolvimento uma norma internacional, a ISO 26000, referente a
Responsabilidade Social. O grupo de trabalho encarregue desta missão é liderado por uma
equipa sueco-brasileira.
O DEMING PRIZE
Critérios
1 Políticas
2 Organização
3 Informação
4 Normalização
5 Recursos Humanos
6 Garantia da Qualidade
7 Manutenção
8 Melhoria
9 Efeitos
10 Planos Futuros
O peso destes não é claro e o processo de avaliação não é público, pelo que
não é possível a auto-avaliação pelas organizações.
8
JUSE – Japanese Union of Scientists and Engineers.
1 Políticas
2 Organização
3 Informação
4 Normalização
5 Recursos Humanos
8 Melhoria
9 Efeitos
9.3 Que métodos existem não só para medir os efeitos, mas também
para assegurar que os ensinamentos são aprendidos e
considerados?
10 Planos Futuros
1 Liderança
2 Planeamento Estratégico
Liderança
Planeamento Estratégico
1. Liderança e Inovação
4. Pessoas
7. Resultados do Negócio
MEIOS
LIDERANÇA
POLÍTICA E ESTRATÉGIA
RECURSOS
PROCESSOS
RESULTADOS
IMPACTE NA SOCIEDADE
RESULTADO DO NEGÓCIO
GESTÃO SATISFAÇÃO
DAS PESSOAS DOS
90 pontos COLABORADORES
(9%) 90 pontos
(9%)
RECURSOS IMPACTE NA
90 pontos SOCIEDADE
(9%) 60 pontos
(6%)
9
Informações obtidas no site – www.efqm.org
MEIOS RESULTADOS
PESSOAS RESULTADOS
PESSOAS
RESULTADOS
LIDERANÇA POLÍTICA E PROCESSOS RESULTADOS CHAVE DO
ESTRATÉGIA CLIENTES DESEMPENHO
PARCERIAS E RESULTADOS
RECURSOS SOCIEDADE
INOVAÇÃO E APRENDIZAGEM
1. Liderança
2. Política e Estratégia
4. Parcerias e Recursos
5. Processos
Critérios ―Resultados‖
6. Resultados Clientes
7. Resultados Pessoas
8. Resultados Sociedade
Para organizações que não pretendam obter uma pontuação, mas que tenham
como objectivo identificar oportunidades de melhoria e elaborar planos de
melhoria, podem utilizar o cartão ―Pathfinder‖, que estabelece uma série de
questões às quais se pode responder rapidamente numa auto-avaliação e as
Grandes Empresas
Troféu Ouro
Troféus Prata
Certificados de Reconhecimento
O Júri do Prémio pode decidir não atribuir os prémios se não forem atingidos
níveis adequados aos mesmos.
A aplicação deste modelo pode ser entendida como o ponto de partida para a
melhoria contínua da organização, o que constitui um requisito essencial da
qualidade nos serviços públicos. Trata-se efectivamente de uma ferramenta
que, utilizada sistematicamente, permite conhecer a cada momento:
Resultados Resultados de
Liderança Planeamento e Gestão dos orientados para os desempenho
Estratégia Processos e da Cidadãos/Clientes chave
Mudança
Parcerias e Impacto na
Recursos Sociedade
APRENDIZAGEM E INOVAÇÃO
A CAF permite:
A CAF está no domínio público e não tem custos, pelo que as organizações
são livres de utilizarem este modelo da forma que entenderem.
e em prioridades específicas:
1. Qualidade do Produto,
2. Qualidade do Trabalho,
3. Qualidade Social,
4. Redução de Custos
5. Lucros
São avaliadas: