Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BELO HORIZONTE
2017
Jefferson Viana dos Reis
Markus Arthur Ferreira Gonçalves
Weverton Mamede Nunes
Professores orientadores:
Eduardo de Castro Barbalho
Myrian Constantino de Almeida Valença
Figura 23: Micrografia aço SAE 1020 laminado a quente (corte transversal)..........47
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................9
1.1 Problematização..................................................................................................9
1.2 Objetivos............................................................................................................10
1.2.1 Objetivo Geral..................................................................................................10
1.2.2 Objetivos Específicos.......................................................................................10
1.3 Justificativa........................................................................................................11
1.4 Análise de Situação..........................................................................................12
1.5 Hipóteses...........................................................................................................14
1.6 Metodologia.......................................................................................................14
2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................17
2.1 Definição do aço...............................................................................................17
2.1.1 Processo de fabricação do aço.......................................................................17
2.1.2 Alotropia do aço...............................................................................................20
2.1.3 Diagrama Fe-C.................................................................................................21
2.2 Diagrama TTT....................................................................................................26
2.3 Tratamentos térmicos.......................................................................................28
2.3.1 Têmpera...........................................................................................................28
2.3.2 Revenimento....................................................................................................29
2.3.3 Normalização...................................................................................................31
2.3.4 Recozimento....................................................................................................32
2.4 Ensaios Mecânicos...........................................................................................34
2.4.1 Ensaio de Dureza.............................................................................................34
2.4.1.1 Dureza Brinell................................................................................................35
2.4.1.2 Dureza Rockwell...........................................................................................36
2.4.1.3 Dureza Vickers..............................................................................................38
2.4.2 Ensaio de Impacto............................................................................................39
2.4.3 Ensaio Metalográfico........................................................................................45
2.4.3.1 Ensaio Macrográfico......................................................................................45
2.4.3.2 Ensaio Micrográfico.......................................................................................46
2.5 Soldagem...........................................................................................................47
2.5.1 Processo GMAW (MIG/MAG)..........................................................................47
2.5.2 Temperatura de soldagem...............................................................................50
2.5.3 Aporte Térmico.................................................................................................51
2.5.4 EPS..................................................................................................................52
3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS.................................................................53
3.1 Aquisição do aço...............................................................................................53
3.2 Tratamento Térmico de Normalização............................................................54
3.3 Soldagem...........................................................................................................54
3.3.1 Carbono Equivalente........................................................................................55
3.3.2 Aporte Térmico.................................................................................................55
3.4 Tratamento Térmico de Têmpera.....................................................................57
3.5 Usinagem...........................................................................................................57
3.6 Ensaio Metalográfico........................................................................................58
3.7 Ensaio de Dureza..............................................................................................63
3.8 Ensaio de Impacto.............................................................................................64
4 ANÁLISE E DISCUSSÕES....................................................................................64
5 Considerações FINAIS.........................................................................................71
1 INTRODUÇÃO
O aço SAE 5160, foco do presente trabalho, é muito utilizado na fabricação de feixes
de molas, eixos automotivos, no setor de cutelaria e como aço ferramenta, devido a
sua alta resistência mecânica e à fadiga. Isso despertou o interesse científico de
explorar este material para que sua utilização não se limite apenas a estes tipos de
aplicações, mas também possa ser utilizado em diversas áreas.
Com este intuito explorador, o presente trabalho traz o seu olhar para o aço SAE
5160 soldado através do processo MIG/MAG como um material que resiste ao
desgaste. Foram feitas indagações a respeito do material analisado, no tocante à
sua utilização como material de desgaste e quanto ao processo de união
permanente deste material no que se refere às suas limitações e à sua aplicação.
Com um embasamento teórico conciso pôde-se realizar os ensaios mecânicos
favorecendo uma análise de resultados correta.
Dessa forma, em prol dessa contínua busca pelo conhecimento, o intuito deste
trabalho foi investigar se esse material apresentou a aplicação supracitada de forma
que possa contribuir para o desenvolvimento do meio acadêmico e até mesmo no
âmbito profissional.
1.1 Problematização
1.2 Objetivos
1.3 Justificativa
O mercado dos metais e ligas metálicas oferece um vasto campo de produtos cada
qual com suas peculiaridades. Este mercado fica mais competitivo no que se refere
a inovações de ligas metálicas, pois a cada dia que passa a procura de materiais
versáteis que atendam as várias solicitações no universo da mecânica tem
aumentado significativamente.
O material utilizado neste estudo foi o aço SAE 5160. Segundo o site da empresa
Favorit1 este por sua vez, é composto por, 0,56 a 0,64% de carbono, 0,70 a 0,90%
de cromo, 0,75 a 1% de manganês, máximo 0,03% de fósforo, máximo 0,04% de
enxofre e 0,15 a 0,35% de silício. Amplamente utilizado na fabricação de eixos
automotivos, pinos, fixadores, molas planas, lâminas de corte, etc. Com acabamento
de fornecimento podendo ser laminado ou trefilado. Apresentando ótima
usinabilidade, média tenacidade, boa resistência mecânica, boa forjabilidade, boa
temperabilidade e soldabilidade ruim.
Conforme Chiaverini (1977) aços para mola são dotados de elevados valores em
seus limites de elasticidade (suportam elevados carregamentos sem alcançarem a
zona de plasticidade), de resiliência (suportam altos choques sem se deformarem) e
de fadiga (suportam altos ciclos de operação sem que haja falha).
Como o aço SAE 5160 têm qualificações de média tenacidade, boa resistência
mecânica, entre outras, e é utilizado como barras de torção e molas helicoidais (no
setor automobilístico) devido às suas características de aço mola, o presente
trabalho avalia a utilização do aço SAE 5160 como um material resistente ao
desgaste na área mecânica.
1.5 Hipóteses
No que se refere à funcionalidade e/ou vida útil do aço SAE 5160 como
chapa resistente ao desgaste, “a resistência ao desgaste geralmente
aumenta conforme a microestrutura é mudada de ferrita para perlita, desta
para bainita e finalmente bainita para martensita; isto, desde que seja
acompanhada de aumento de dureza” (BAPTISTA et al., 2009). Ao
submeter o material aos tratamentos térmicos de têmpera e revenimento,
acreditou-se que este elevaria a sua dureza, em relação ao mesmo aço
normalizado, o que possibilitaria a utilização deste aço como chapa de
desgaste.
1.6 Metodologia
Esta busca é denominada pesquisa bibliográfica que tem por finalidade fornecer aos
pesquisadores, por meio dos sistemas de telecomunicações existentes hoje,
materiais já publicados a respeito do tema a ser estudado.
Para que o aço em estudo possa ter reconhecimento de suas propriedades depois
de efetuadas as buscas experimentais, buscou-se explicar os resultados obtidos,
caracterizando este trabalho também como uma busca explicativa. Para Borges
(2013, p. 39) este tipo de busca “além de registrar, analisar e interpretar os
fenômenos estudados visa identificar os fatores que explicam por que eles
acontecem. Procura determinar a relação entre as variáveis causais e o efeito a ser
previsto”. Para a realização dos ensaios mecânicos foi necessário a adoção de
métodos de amostragem probabilística para a comprovação por meios estatísticos
dos resultados colhidos destes ensaios.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Aço é uma liga metálica onde os elementos predominantes são o ferro (Fe) e o
carbono (C) aderidos de algumas impurezas tais como fósforo (P), enxofre (S)
manganês (Mn) entre outros, sendo que este carbono varia entre 0,008% a
aproximadamente 2,11%. Segundo Chiaverini (século XX) estes valores são
referentes ao quanto de carbono a estrutura cristalina do ferro consegue suportar,
sendo a de 0,008% à temperatura ambiente e a de 2,11% à temperatura de 1148ºC,
respectivamente.
Para a obtenção do aço propriamente dito, este passa por várias etapas
(CHIAVERINI, 1986).
Como o ferro gusa apresenta elevados teores tanto de carbono quanto de outros
elementos químicos, faz-se necessário o uso de fornos para a conversão do ferro
gusa em aço (este processo denomina-se aciaria). Estes fornos podem ser
classificados em:
Após esta série de processos para a fabricação do aço, este se encontra no estado
líquido. Para se iniciar a utilização do aço na indústria este necessita ser
transformado em formas definidas. Lança-se mão do processo de fundição contínua.
20
Fonte: www.acobrasil.org.br/site/portugues/aco/processo--etapas.asp
Vale destacar que a o diagrama Fe-C representa ligas binárias, ou seja, ligas
constituídas por ferro e carbono. Porém, as ligas comercias apresentam elementos
de liga como fósforo, manganês e etc. Estes elementos em quantidades normais,
podem ser desprezados no diagrama em questão.
As linhas de lado superior do diagrama representam as reações de transformação
do estado líquido ao gasoso. Já abaixo da linha SE estão representadas as reações
que ocorrem no estado sólido. As linhas tracejadas no diagrama representam o
equilíbrio ferro-grafita e as linhas continuas o equilíbrio ferro- carboneto de ferro
(Fe3C).
O ferro puro a 912ºC têm forma alotrópica alfa e a partir desta temperatura até
1394ºC sua forma alotrópica é gama. Esta diferenciação é importante, pois o ferro
alfa apresenta baixa solubilidade do carbono (0,008% a temperatura ambiente)
aumentando a solubilização até que em 727ºC ela é de 0,02% (Ponto P). Já o ferro
gama apresenta maior solubilidade (2,11% a 1148ºC, ponto E) diminuindo a
solubilização de acordo com o decaimento da temperatura até que a 727ºC ela seja
de 0,77% (ponto S). A solução sólida do carbono no ferro gama é conhecida como
austenita.
Em resumo: entre as linhas AG, GS, SE e EA, a fase sólida que está
presente é austenita; entre as linhas GO, GP e PQ, a fase sólida presente é
o ferro alfa (também chamado ferrita); entre as linha GS, GP e PS de um
lado e SE, ECF e SK de outro, existe mais de uma fase sólida em processo
de transformação; e abaixo da linha PSK até a temperatura ambiente, estão
presentes as fases sólidas resultantes das transformações verificadas na
zona crítica e formadas em caráter definitivo.
Eutetoides: %C = 0,8%
Hipoeutetoides: %C < 0,8%
Hipereutetoides: 0,8% < %C ≤ 2,11%
Fonte: CALLISTER, Ciência e Engenharia de Materiais: uma introdução, 7ª ed. 2008, p.214.
Para o cálculo das quantidades relativas de fases de ferrita (α) e cementita (Fe3C)
na perlita grossa, utiliza-se a regra da alavanca com base no estudo dos aços
hipoeutetoides a partir do gráfico 1:
–
Logo: % α pró = 25,64 %
%α perlita = 65,66%
De acordo com Chiaverini (século XX) as transformações sofridas pelo aço são
decorrentes de velocidades de resfriamento distintas. Para maior conhecimentos das
transformações, estudos foram feitos para o desenvolvimento de um diagrama de
transformações isotérmicas, para auxiliar a compreensão e a realização dos
tratamentos térmicos nos aços. Este diagrama é denominado de curvas em “C” ou
diagrama “TTT” (tempo-temperatura-transformação), apresentado na Figura 4.
Fonte: www.bladesmithsforum.com/index.php?showtopic=9049&hl=%2Bcct+%2Bdiagram+%2B5160
28
2.3.1 Têmpera
brusco pode causar distorções e até mesmo trincas na peça, denominadas trincas
de têmpera. Entretanto o resfriamento deve ser rápido o suficiente para garantir que
se forme martensita na superfície do material”.
A dureza final obtida depende do teor de carbono do aço. Quanto maior o teor de
carbono do material, maior será a dureza final obtida. Porém, deve-se considerar
que quanto maior o teor de carbono, mais frágil é o material. A Figura 5 apresenta o
diagrama com a transformação da microestrutura durante a têmpera.
Fonte: www.bladesmithsforum.com/index.php?showtopic=9049&hl=%2Bcct+%2Bdiagram+%2B5160
2.3.2 Revenimento
Fonte: www.bladesmithsforum.com/index.php?showtopic=9049&hl=%2Bcct+%2Bdiagram+%2B5160
31
2.3.3 Normalização
Fonte: www.bladesmithsforum.com/index.php?showtopic=9049&hl=%2Bcct+%2Bdiagram+%2B5160
2.3.4 Recozimento
Fonte: www.bladesmithsforum.com/index.php?showtopic=9049&hl=%2Bcct+%2Bdiagram+%2B5160
FIGURA 9 - Tabela de propriedades mecânicas dos aços nos estados normalizado e recozido
Neste método obtêm-se perlita e ferrita para aços hipoeutetoides, cementita e perlita
para aços hipereutetoides e perlita para aços eutetoides.
A dureza Brinell (expressada pela letra H) pode ser calculada pela equação 1:
Equação 1
Onde:
Para simplificar os cálculos faz-se o uso de tabelas, onde a dureza está em função
da carga aplicada, do diâmetro do indentador e do diâmetro da impressão. Fazendo
o uso de meios estatísticos (média aritmética) para a obtenção do valor da dureza
final.
Para Chiaverini (1986) o ensaio de dureza Rockwell é utilizado para analisar durezas
em diversos tipos de materiais sendo considerado um ensaio prático e preciso.
Permite analisar a dureza superficial e/ou a dureza comum de um material em um
curto espaço de tempo. Não exige uma preparação tão minuciosa e dessa forma é
considerado um ensaio mais econômico. Este tipo de ensaio utiliza-se dois tipos de
indentadores, a esfera de aço e o indentador com ponta de diamante.
Fonte: jorgeteofilo.files.wordpress.com/2010/08/epm-apostila-capitulo09-ensaios-mod1.pdf
Equação 2
Onde:
Existem dois tipos: Charpy e Izod. Segundo Callister (2008, p. 164): “[...] foram
projetados e ainda são utilizados para medir a energia de impacto, algumas vezes
também denominada tenacidade ao entalhe”.
2
Fonte: Telecurso 2000. Ensaio de Materiais - cap. 16
2
Disponível em: htpp://www.ebah.com.br/content/ABAAAgA68AD/telecurso-2000-ensaio-materiais-ensaio-
materiais-cap-16
40
3
Fonte: Telecurso 2000. Ensaio de Materiais - cap. 16
3
Disponível em: htpp://www.ebah.com.br/content/ABAAAgA68AD/telecurso-2000-ensaio-materiais-ensaio-
materiais-cap-16
41
Fratura dúctil
Fratura frágil
Fratura mista
No que tange ao corpo de prova, este deve ser usinado de acordo com as
dimensões e tolerâncias como, por exemplo, na Figura 22 conforme norma-padrão.
É importante tomar o cuidado necessário quanto à construção do entalhe para evitar
a presença de estrias longitudinais conforme mencionado anteriormente. Deve-se
observar também quanto ao ângulo entre o plano de simetria do entalhe e o eixo
45
longitudinal do corpo de prova não excedendo o limite de 88º a 92°. (NBR 6157,
1980).
Devido à grande diversidade dos metais que podem ser produzidos por diferentes
tipos de processos de fabricação e obterem microestruturas variadas, faz-se
necessário a utilização do ensaio metalográfico para a análise das microestruturas,
juntamente com suas propriedades mecânicas, proporcionando uma tomada de
decisão mais consciente para a utilização do material no universo metalmecânico.
Ensaio Macrográfico;
Ensaio Micrográfico.
O tipo de corte para a retirada do corpo de prova pode ser fundamental para que a
inspeção visual realizada posteriormente ao processo de polimento e ataque
químico, obtenha êxito.
Para a realização dessa análise existe uma técnica padronizada para a preparação
da amostra que consiste em:
Preparação da amostra;
Embutimento da amostra;
Lixamento ou pré-polimento;
47
Polimento;
Ataque.
Para elucidar este conceito, a Figura 23 ilustra a imagem gerada por meio deste
ensaio com o objetivo de identificar os elementos constituintes do material bem
como suas propriedades.
2.5 Soldagem
Existem varias definições sobre a soldagem, mas basicamente ela é definida como o
processo de união de dois ou mais materiais iguais ou distintos, com ou sem fusão
dos mesmos.
O método adotado foi o GMAW (Gas Metal Arc Welding), conhecido popularmente
como MIG/MAG (Metal Inert Gas/ Metal Active Gas). Neste processo, o arame
(metal de adição) é fornecido continuamente durante o arco elétrico, sendo que este
é formado entre o metal de adição e o arame. A poça de fusão é protegida de
contaminações causadas pelo ambiente através da liberação de gases de proteção
pela tocha. A Figura 24 apresenta de forma esquemática este processo.
Por se tratar de um aço SAE 5160, um material específico que possui elementos de
ligas em sua composição química, a utilização da fórmula adotada pelo International
Institute of Welding (IIW) para o cálculo do carbono equivalente (IIW/IIS, 1974) é
adequada e descrita pela Equação 3:
(Equação 3)
Para se ter uma noção dos valores a serem utilizados na fórmula descrita acima, faz-
se o uso do método estatístico de média aritmética para os elementos de liga que
possuem faixas de valores como o carbono, manganês, silício e cromo:
50
2.5.2Temperatura de soldagem
(Equação 4)
Onde:
(Equação 5)
(Equação 6)
2.5.4 EPS
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
3.3 Soldagem
Após a normalização do aço, este seguiu para a preparação do chanfro, que neste
estudo optou-se pelo formato meio V, pois este facilita o estudo e a análise da ZTA
proposta no início da dissertação. Foi-se realizado a soldagem das quatro barras
previamente preparadas seguindo uma EPS (Especificação do Procedimento de
Soldagem), que se realizou no laboratório do Centro Universitário Newton Paiva.
O arame selecionado para a realização deste procedimento foi escolhido com base
na resistência mecânica do aço SAE 5160, no qual é representado na Figura 27.
Deposição
Corrente Diâmetro Taxa de Deposição Tensão
80-280 A 1 mm 1.0-5.4 kg/h 18-28 V
Fonte:www.esab.com.br/br/pt/products/index.cfm?fuseaction=home.product&productCode=411030&t
ab=2
Com a aquisição do aço SAE 5160, juntamente com sua ficha de legitimidade, pode-
se calcular a temperatura de preaquecimento deste aço. Utilizando as Equações 3,4
e 5, temos:
Equação 7
Com estes dados podemos calcular o aporte térmico (de acordo com a Equação 6)
para cada interpasse do cordão de solda.
Feito estes cálculos (Quadro 4), complementou-se estes à EPS (Anexo A).
Depois de efetuada a soldagem, duas das quatro barras soldadas, seguiram para o
tratamento térmico de têmpera na mesma empresa que efetuou-se a normalização.
3.5 Usinagem
Metal Base: nota-se uma fração de perlita que diminui à medida que a
distância da superfície da peça diminui. Este resultado advém da
descarbonetação sofrida pelo material quando submetido ao processo de
normalização (Colpaerte, 2008, p.276);
ZTA: percebe-se formações de bainita e martensita;
Cordão de solda: nota-se a formação de martensita.
O ensaio de dureza foi realizado pelo método Rockwell tipo C, com brale de
diamante, pré-carga de 10 kgf e carga efetiva de ensaio de 150 kgf. na zona fundida,
ZTA e no metal base. O Quadro 5 mostra os dados coletados para o aço
normalizado.
4 ANÁLISE E DISCUSSÕES
4
Disponível: www.favorit.com.br/sites/default/files/tabelas/acos_para_construcao_mecanica_3.html
65
Aporte
Diâmetro Corrente Tensão Velocidade de
Passe Térmico
(mm) (A) (V) Soldagem (cm/min)
(kJ/cm)
Raiz 1 100 - 132 20 - 24 11,90 241,21
Enchimento 1 133 - 144 21 – 24 11,90 294,54
Raiz (lado
1 100 - 132 20 - 24 11,90 241,21
oposto)
Características do processo
5
Formado pela IFMG – Ouro Preto
67
instável, que foi o grande problema gerado durante os testes em chapa de aço,
antes de soldar o corpo de prova.
Equipamento de Proteção Individual: Encontrara em perfeitas condição de uso.
Defeitos de soldagem
Face
Mordedura: O defeito foi gerado pelo soldador, o qual, não apresentava
experiência, ocasionando a danificação do metal base;
Alta taxa de respingo: Causado pela corrente de ar e regulagem da máquina;
Deposição insuficiente: Velocidade muito alta durante a soldagem e falta de
oscilação no passe;
Sobreposição: A oscilação do passe foi mais que três vezes o diâmetro do
consumível;
Poro: Gerado por alguma umidade presente na área de soldagem.
Raiz
Falta de fusão: Falta de experiência do soldador, velocidade muito alta na
execução da soldagem;
Falta de Penetração: Provocado principalmente por causa da velocidade
excessiva no passe de soldagem e experiência do soldador.
A têmpera foi realizada no próprio Centro Universitário Newton Paiva, pois a chapa
soldada, temperada pela empresa COMBUSTOL, obteve dureza elevada
impossibilitando a usinagem dos corpos de prova. Para isto, os corpos de prova
68
Na parte do ensaio de dureza a escala utilizada foi a HRC, mas como há grande
utilização da escala Brinell, faz-se a utilização da escala de conversão obtida pela
empresa Metalúrgica Vera6. O Quadro 9 apresenta esta conversão.
HRC HB
Zona ZTA Metal Zona ZTA Metal
Fundida Base Fundida Base
Normalizado 53 53 43 525 525 400
Temperado 48 62 62 455 688 688
6
Disponível em: metalurgicavera.com.br/produtos/TABELA-DE-CONVERSAO-DE-DUREZAS.php
70
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto ao ensaio de impacto, este apontou também que o aço SAE 5160
temperado absorveu maior energia em relação ao material normalizado, ressaltando
que os ensaios foram realizados nas mesmas condições. No material normalizado a
ruptura no entalhe foi de dois tipos: dúctil e frágil. A proporção destas rupturas foi
cerca de 50% pra cada tipo. Sendo que no temperado, a ruptura frágil foi
predominante em relação a dúctil.
Foi observado o fenômeno da dureza com intensidade nas amostras do aço SAE
5160. Nas amostras do aço normalizado, percebeu-se um aumento da dureza na
zona fundida e na ZTA em relação ao metal base. Já nas amostras do aço
temperado, percebeu-se um aumento da dureza na ZTA e no metal base. Pôde-se
concluir que no processo de soldagem MAG, originou microestruturas diferentes no
metal base proporcionando a elevação da dureza em função da sua
temperabilidade.
Quanto à micrografia gerada nas amostras do aço SAE 5160, pôde-se identificar nos
corpos de prova normalizados, formações de bainita e martensita na ZTA. Já nos
corpos de prova temperados, martensita.
72
Todavia, os objetivos propostos nesta dissertação foram alcançados com êxito, com
foco na ZTA que obteve resultados coerentes justificando os valores de dureza
encontrados.
7
Disponível em: www.acosporte.com.br/aco-usi-ar-400
73
Repetir os ensaios realizados para estes aços, tais como: impacto, dureza e
metalografia. E comparar também, como esses se comportam após o
processo de soldagem.
REFERÊNCIAS
ALLOY Steels 5160. Desenvolvido por Alan Gamble, 2005. Disponível em:
http://www.suppliersonline.com/propertypages/5160.asp. Acesso em 17 de agosto
de 2016.
BONETTI, Eduardo; et al. Análise do Aço SAE 5160. URI -, Universidade Regional
Integrada, Curso de Engenharia Mecânica – E.M Campus II – RS. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/doc/150466038/Tratamentos-Termicos-Aco-5160-Revisao-05-
07-11>. Acesso em 28 de setembro de 2016.
CHIAVERINI, Vicente. Aços e Ferros Fundidos. 6ª ed. Editora McGraw – Hill Ltda,
São Paulo, século XX. p. 21 a 51.
CHIQUETI, C. M. Estudo das Distorções em Aços AISI 5160 e AISI 6150 com
Variação da Temperatura e da Agitação do Meio de Resfriamento. Dissertação
(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São
Carlos, 2009.
FAVORIT AÇOS ESPECIAIS. Desenvolvido por Rudolf Fritsch, 1996. Apresenta produtos para
suprir as necessidades de aquisição de aço em todo território nacional. Disponível em: <
http://www.favorit.com.br/produtos/acos-construcao-mecanica/aco-sae-5160>. Acesso em 28 de
setembro de 2016.
GARCIA, A.; SPIM. J.A.; SANTOS, C. A. dos. Ensaios dos materiais. Rio de
Janeiro, Editora LTC, 2000. Cap. 9, p. 167 a 205.
HIBBELER, R. C., Resistência dos materiais, São Paulo, 7ª ed. Editora Pearson,
2010, Cap 3, p. 58.
METALS HANDBOOK, Carbon Steel. Vol. 01: Properties and Selection: Irons Steels
and High Performance Alloys. 10ª ed. ASM Internacional Handbook Committe, 1990,
p. 374.
76
TENAX AÇOS ESPECIAIS. Aços para Construção Mecânica. Disponível em: <
http://www.tenax.com.br/dados/produtos/tabelasprodutos/Construcaomecanica/produtos_ParaMola
s_sae5160.html >. Acesso em 28 de setembro de 2016.
ANEXO
Anexo A - EPS