Você está na página 1de 2

UFMA-Universidade Federal do Maranhão

CURSO: Direito 2020.1 noturno


DISCIPLINA: Antropologia Geral e Jurídica
PROFESSORA: Elieyd Sousa de Menezes
ALUNO: Antonio Nascimento Melo Filho N°2020012058
TRABALHO: Com base na Introdução e no capítulo 1 do livro “Aprender
Antropologia” de Francois Laplantine, responda:

1. Do que se trata a antropologia. E qual o seu objeto de estudo?

É possível entender de que se trata a antropologia ao observarmos o significado


da própria palavra, o termo antropologia possui correlação com duas outras
palavras do grego, onde, antropo (antrophos) significa o homem e logia (logos)
significa estudo, portanto, a palavra antropologia exprime uma ideia de estudo
do homem. A antropologia está inserida no contexto das ciências sociais, dedica-
se ao estudo do homem de maneira abrangente e com foco na sua diversidade.
O objeto teórico dessa ciência é, como o próprio nome sugere, o ser humano,
através de uma perspectiva de estuda-lo em sua totalidade, estudo do homem
inteiro, pois a antropologia leva em consideração as múltiplas características e
dimensões do homem na sociedade.

2. O que é alteridade? Por que ela é importante para a compreensão da


diferença?

Alteridade é uma palavra derivada do latim e pode ser entendida como “ser o
outro”. A alteridade está relacionada como a ação de se reconhecer que a
existência de outras sociedades, outras culturas e entender que estas devem ser
respeitadas e deve-se zelar pela sua integridade. A alteridade no permite
ultrapassar as barreiras daquilo que estamos habituados a ver, sentir e vivenciar
e perceber coisas que talvez não fossemos capazes de imaginar, devido ao
nosso pensamento estar cativo ao que consideramos habitual e evidente. Sob a
ótica antropológica, a vivência da alteridade proporciona o entendimento de que
para conhecer a nossa cultura e sociedade perpassa pelo conhecimento das
outras culturas e sociedades, não somos a única sociedade nem a nossa cultura
é a superior, mas antes, somos uma perspectiva diante de muitas outras.
Portanto, a alteridade é aspecto fundamental para a vida em sociedade, na qual
reside um dos aspectos fundamentais para a construção de uma sociedade
democrática e que respeita os diferentes aspectos dos indivíduos.

3. Como as diferenças foram interpretadas pelos viajantes do século XVI e


qual foi a dupla resposta ideológica dada daquela época até nossos dias?

Durante as grandes navegações houve uma grande expansão territorial, além


dos limites já conhecidos, e o aspecto principal que motivou toda essa
empreitada é o enriquecimento, acumulação de riquezas. Encontrar sociedades
e culturas totalmente diferentes das suas não estava no roteiro e, portanto, não
havia preocupação em respeitar e preservas essas culturas por parte dos
europeus. Assim, essas sociedades e indivíduos logo foram questionados e
analisados, de um ponto de vista eurocêntrico, se estes pertenciam a
humanidade, se tinham alma e eram taxados de “selvagens”. Como se fossem
objetos, os “selvagens”, começam a fazer parte de um plano de expansão e
dominação europeu, e logo tratou-se de desenhar justificativas ideológicas e
religiosas para a naturalizar a submissão destes povos ao branco europeu.
Houve uma dupla tentativa de se criar uma resposta para justificar tal ato,
entretanto, mesmo com leves diferenças, as duas possuem um único objetivo
que é a sobreposição da cultura, dos costumes e da religião europeia sobre os
povos dominados. As duas correntes ideológicas constituem na inversão
simétrica uma da outra, a recusa do estranho contraposta a fascinação pelo
estranho.

4. No que consiste a figura do mau selvagem e do bom civilizado?

A ideia de mau selvagem e do bom civilizado paira sobre a recusa do diferente


e do estranho, no qual percebe-se a ausência e a falta de algo, baseado na ideia
de ser superior ou pertencer a um grupo social mais desenvolvido. Sob essa
perspectiva, as diferenças entre a cultura europeia e a dos povos recém
dominados era tida como primitiva, aberração, bárbaro, dessa forma, sendo
necessário a criação de uma justificativa para essas diferenças. A criação de
critério distintivos entre o “civilizado” e o “selvagem” passava por aspectos
sociais, físicos, religiosos e alimentares, com a finalidade de demarcar de um
lado a humanidade, a civilização evoluída e em oposição, os “selvagens”, os
atrasados, os bárbaros.

5. No que consiste a figura do bom selvagem e do mau civilizado?

Uma outra abordagem ideológica utilizada no discurso de dominação europeu


foi a figura do bom selvagem e do mau civilizado, se constitui através da
admiração do estranho, elaborando uma má consciência da sua própria cultura
e sociedade. A pesar de uma roupagem mais sutil, esse discurso tinha também
em seu cerne a ideia de criar uma justificação para o domínio dos europeus em
relação aos povos dominados. Os defensores desse discurso procuravam fazer
uma crítica a civilização europeia, demonstrando que os mesmos podiam ser tão
bárbaros e selvagens quanto os povos conquistados, também procurava-se
ressaltar os atributos do estado de natureza dessas civilizações, a pureza e
ingenuidade, os quais eram usados como uma justificação para o domínio, pois,
segundo os defensores dessa teoria, os nativos tinham condições de se
desenvolverem de forma semelhante aos europeus, portanto, a dominação
europeia seria uma espécie de favor.

Você também pode gostar