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O que é um termopar?

Termopares são sensores de temperatura simples, robustos, muito confiáveis em suas


medições e de baixo custo. Sendo amplamente utilizados nos mais variados processos
de medição de temperatura, o termopar é constituído de dois metais distintos unidos em
uma das extremidades.
Quando há uma diferença de temperatura entre a extremidade unida e as extremidades
livres, verifica-se o surgimento de uma diferença de potencial que pode ser medida por
um voltímetro, diferentes tipos de termopares possuem diferentes tipos de curva, esta é
uma curva que mostra a diferença de potencial em relação a mudança de temperatura.
Termopar é o mais conhecido entre os os métodos de medição de temperatura por ser o
mais barato e cobrir também uma maior faixa de temperatura, uma das extremidades de
suas junções chamamos de junta quente e, a outra extremidade onde ligamos os
aparelhos ou cabos de compressão é chamada de junta fria. A quente quando submetida
a uma fonte de calor faz com que seja gerada uma tensão pequena, na casa dos mili
volts, que é proporcional a sua junta fria, este efeito é chamado de Seebeck.
Mas não é qualquer metal que provoca um efeito perceptivo, algumas ligas são adotadas
pelo sistema internacional devido sua confiabilidade e precisão na mudança de tensão
em relação a mudança de temperatura.
Esta possibilidade de medição de temperatura foi descoberta acidentalmente utilizando a
junção de dois tipos de metais diferentes, gerando uma tensão eléctrica em função da
temperatura pelo físico Thomas Seebeck no ano de 1822.
Existem vários tipos de termopares industriais que permitem medir temperaturas entre -
270 graus ate + 2320 graus Célsius são eles:

Tabelas de termopares

Os termopares mais baratos são aqueles feitos por ferro, cobre e níquel e os mais caros
são aqueles que usam platina em sua composição, o mais usado é do tipo K. Apesar do
termopar do modelo de tipo J ser o mais barato, por ser feito com ferro seu processo de
oxidação é muito rápido em temperaturas acima de 542 gruas célsius o que o
inviabiliza, sendo assim menos utilizado.
Termopar tipo K.
O termopar tipo K é um dos mais utilizados, tem um baixo custo devido à sua
popularidade estão disponíveis variadas sondas. Chegam a cobrir temperaturas que
variam entre -200 °C á 1200 °C, com sensibilidade de aproximadamente 41µV/°C
Termo elemento positivo (KP): Ni90%Cr10% (Cromel)
Termo elemento negativo (KN): Ni95%Mn2%Si1%Al2% (Alumel)
Faixa de utilização: -270 °C a 1200 °C
f.e.m. produzida: -6,458 mV a 48,838 mV
Termopar tipo E.
Este termopar é adequado para baixas temperaturas por ter uma elevada sensibilidade
(68 µV/°C).
Termo elemento positivo (EP): Ni90%Cr10% (Cromel)
Termo elemento negativo (EN): Cu55%Ni45% (Constantan)
Faixa de utilização: -270 °C a 1000 °C
f.e.m. produzida: -9,835 mV a 76,373 mV
Termopar tipo J.
Aplica-se sobretudo em equipamentos já obsoletos que nem sempre são compatíveis
com termopares mais ‘modernos’. A utilização do tipo J acima dos 760 °C leva a uma
transformação magnética abrupta que estraga a calibração. É possível proteger a ponta
do termopar para evitar uma corrosão usando vidros, cerâmicas ou ligas metálicas
interferindo o mínimo possível na medida do termopar.
Termo elemento positivo (JP): Fe99,5%
Termo elemento negativo (JN): Cu55%Ni45% (Constantan)
Faixa de utilização: -210 °C a 760 °C
f.e.m. produzida: -8,096 mV a 42,919 mV

Termopar tipo J.
https://www.mundodaeletrica.com.br/o-que-e-um-termopar/
Medição de temperatura: Tipos de Termopares

Introdução

Os termopares podem ser classificados em básicos (ou convencionais) e nobres. Os


termopares básicos possuem esta denominação por serem os que usualmente são utilizados
em aplicações de uso industrial onde as mesmas admitem um limite maior de erro, além de os
fios constituintes dos termopares citados serem relativamente baratos. Os tipos de
termopares que se enquadram nestas características são: T, J, E e K (algumas fontes incluem o
tipo N nesta classificação). Vamos fazer uma breve apresentação sobre os tipos de termopares,
bem como suas representações pela norma ANSI MC 96.1 (observe que existem outras
representações dos mesmos em virtude de outras normas existentes nos diversos países, esta
que iremos utilizar como exemplo é a americana).

Termopar tipo T

Os termopares tipo T são formados por um fio de cobre como elemento positivo, e por um fio
de Constantan representando o elemento negativo. Recomenda-se este termopar para uso
contínuo no vácuo ou em atmosferas oxidantes, redutoras ou inertes. Além disso são indicados
também para a medição de temperaturas abaixo de zero (sob determinadas condições pode-
se medir temperaturas de até certa de -260°C) e seu limite superior de temperatura é de cerca
de 370°C (algumas literaturas apresentam uma certa variação deste valor). Portanto, são
geralmente utilizados em: Criometria (baixas temperaturas), Indústrias de Refrigeração,
Pesquisas Agronômicas e Ambientais, Química e Petroquímica.

Código de cores do termopar tipo T

Fonte: <img src="https://www.embarcados.com.br/wp-content/uploads/2016/02/tipoT.jpg"


alt="Tipos de Termopares - Tipo T" class="wp-image-34148"/>

Termopar tipo J

Os termopares tipo J são formados por um fio de Ferro puro como elemento positivo, e por um
fio de Constantan, como elemento negativo. Assim como o termopar tipo T, este pode ser
utilizado no vácuo ou em atmosferas oxidantes, redutoras ou inertes para medição contínua
desde 0ºC até cerca de 800°C. No entanto, em virtude da elevada taxa de oxidação do ferro,
recomenda-se que a bitola do condutor seja maior ou que seja utilizado juntamente com uma
proteção a partir de 500ºC (em algumas referências este valor é dado como 480ºC). Vale
ressaltar que este não deve ser utilizado em temperaturas abaixo de 0ºC devido à oxidação e
fragilização do Ferro. Algumas aplicações destes são por exemplo: Centrais de Energia e
indústrias em geral, como metalúrgica e petroquímica.
Figura 2 - Código de cores do termopar tipo J

<img src="https://www.embarcados.com.br/wp-content/uploads/2016/02/Tipo-J.jpg"
alt="Tipos de Termopares - Tipo J" class="wp-image-34146"/> Termopar tipo E

Os termopares tipo E são formados por um fio de Cromel como elemento positivo, e um fio de
Constantan, como elemento negativo. Assim como os termopares anteriores, este também
pode ser utilizado nas atmosferas já citadas, exceto a redutora. Estes são adequados para
realizar medições até cerca de 870 °C (algumas fontes sugerem 810°C), além de serem
utilizados também para realizar medições em temperaturas inferiores a 0°C em virtude de não
sofrerem corrosão em atmosferas úmidas. A grande vantagem deste tipo de termopar reside
no fato de que este apresenta a maior potência termoelétrica de todos os tipos básicos, isto
é, apresenta a maior relação que expressa a quantidade de milivolts gerada e cada variação de
temperatura de um grau Celsius.

<img src="https://www.embarcados.com.br/wp-
content/uploads/2016/02/Tipo-E.jpg" alt="Tipos de Termopares - Tipo E" class="wp-image-
34145"/>Figura 3 - Código de cores do termopar tipo E

Termopar tipo K

Os termopares tipo K são formados por um fio de Cromel como elemento positivo, e Alumel,
como elemento negativo. Da mesma maneira que o termopar tipo E, estes não devem ser
utilizados em atmosferas redutoras e além disso recomenda-se não utilizar estes em
atmosferas sulfurosas (a menos que seja utilizada a devida proteção) contendo gases como
S02 e H2S. Estes termopares podem estar presentes em situações cuja temperatura pode
chegar até cerca de 1250°C e possuem elevada resistência à oxidação fazendo com que esses
termopares sejam preferidos em aplicações com temperaturas superiores a 540°C (deve-se
ressaltar que estes podem ser utilizados também ocasionalmente em temperaturas inferiores
a 0°C). 

<img src="https://www.embarcados.com.br/wp-
content/uploads/2016/02/Tipo-K.jpg" alt="Tipos de Termopares - Tipo K" class="wp-image-
34147" srcset="https://www.embarcados.com.br/wp-content/uploads/2016/02/Tipo-K.jpg
252w, https://www.embarcados.com.br/wp-content/uploads/2016/02/Tipo-K-210x125.jpg
210w" sizes="(max-width: 252px) 100vw, 252px" />Figura 4 - Código de cores do termopar tipo
K

Termopar tipo N 

Os termopares tipo N são formados por um fio de Nicrosil como elemento positivo, e por um
fio de Nisil, como elemento negativo. Termopares tipo N são recomendados para uso em
faixas de temperatura de 0 a 1.250°C assim como o termopar tipo K, no entanto possui maior
resistência à oxidação do que o mesmo. Os termopares tipo N também substituem os tipo K
em atmosferas onde pode ocorrer a corrosão green-rot (também chamada de corrosão verde
ou oxidação preferencial).

<img src="https://www.embarcados.com.br/wp-
content/uploads/2016/02/Tipo-N.jpg" alt="Tipos de Termopares - Tipo N" class="wp-image-
34149"/>Figura 5 - Código de cores do termopar tipo N

Já os termopares nobres são aqueles em que os pares são constituídos majoritariamente por
platina, portanto, são instrumentos de custo notavelmente elevado. Além disto, estes são
utilizados quando é necessária uma alta precisão em virtude do caráter homogêneo e da
pureza dos fios. Os termopares pertinentes a este grupo são: S, R e B

Termopares tipo S e R

Os termopares tipos S e R são formados por um fio de uma liga metálica constituída por Platina
e uma certa quantidade de Ródio (10% e 13% respectivamente) como elemento positivo, e por
um fio de Platina, como elemento negativo. Recomenda-se o uso destes em atmosferas
oxidantes ou inertes (não devem ser utilizados em atmosferas redutoras, a menos que estejam
devidamente protegidos), e em ambientes onde a temperatura pode atingir até cerca de
1.480°C (estes apresentam uma curva que varia irregularmente para temperaturas abaixo de
0°C, portanto, não devem ser utilizados para este propósito). No entanto, a utilização contínua
dos tipos S e R em ambientes de altas temperaturas causa um desgaste excessivo que pode
romper o termopar, pois nessas condições, a platina pura torna-se quebradiça.

<img src="https://www.embarcados.com.br/wp-
content/uploads/2016/02/Tipo-SR.jpg" alt="Tipos de Termopares - Tipo SR" class="wp-image-
34175"/>Figura 6 - Código de cores do termopar tipo S e R

Termopares tipo B

Os termopares tipo B são formados por um fio de uma liga metálica constituída por Platina e
30% de Ródio como elemento positivo, e por um fio de uma liga metálica constituída por
Platina e 6% de Ródio como elemento negativo. Estes instrumentos são recomendados para
uso contínuo em atmosferas inertes ou oxidantes (assim como os tipos S e R) e por curtos
períodos de tempo no vácuo, até uma temperatura máxima de cerca de 1.700°C. Os
termopares tipo B apresentam vantagens sobre os termopares tipos S e R, em relação à não
necessidade de utilização de cabos de compensação específicos, além de apresentar uma
maior estabilidade da tensão gerada, bem como uma maior resistência mecânica quando
inserido em elevadas temperaturas.

<img src="https://www.embarcados.com.br/wp-
content/uploads/2016/02/Tipo-B.jpg" alt="Tipos de Termopares - Tipo B" class="wp-image-
34179"/>Figura 7 - Código de cores do termopar tipo B

Além destas configurações existem também outros tipos de termopares que são utilizados em
situações muito específicas e para medição de temperaturas extremas.

Antes de finalizarmos, é necessário ressaltar que as cores presentes nos termopares aqui
apresentados se referem à norma ANSI MC 96.1, no entanto, este artigo não visa de forma
alguma substituir a norma, apenas encontramos uma maneira de exemplificar a informação
proposta para apresentá-la de maneira didática. Caso o leitor queira consultar tanto esta
norma quanto outras, basta acessar aqui ou aqui.

Esta foi a segunda parte do nosso conteúdo voltado para a utilização de termopares em
medições de temperatura. Na próxima parte falaremos sobre alguns princípios referentes à
associação de termopares, além de outros tópicos bem importantes. Esperamos que você
tenha gostado deste conteúdo, sinta-se à vontade para sugestões, críticas ou elogios. Deixe
seu comentário abaixo!
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Medição de temperatura: Termopares - Introdução

O termopar é um elemento utilizado para realizar a medição de temperaturas. Este é bastante


conhecido em virtude de sua versatilidade, sendo portanto, amplamente utilizado em uma
vasta gama de aplicações, nota-se sua utilização tanto em setores industriais quanto em
equipamentos simples de uso regular, por ser um dispositivo robusto e de baixo custo.

Segundo relatos da história, o princípio de funcionamento dos termopares foi descoberto por


acaso em cerca de 1820 quando o físico alemão Thomas Seebeck constatou
experimentalmente uma certa relação entre a eletricidade e o calor quando ao juntar dois fios
de materiais diferentes através de suas extremidades (o nome dado ao ponto de encontro dos
fios é junção) formando um circuito fechado e aquecendo uma destas (chamada de junta
quente) enquanto a outra permanecia em uma temperatura menor (chamada de junta fria).
Detectou a presença de um campo magnético ao redor do circuito, uma vez provocado por
uma corrente elétrica existente, determinada pela natureza dos dois metais e pela diferença
de temperatura entre as duas junções.

Figura 1 -
Experimento
Caso o circuito representado na figura 1 seja aberto, pode-se constatar uma força eletromotriz
gerada, cujo módulo é proporcional à diferença de temperatura entre as junções. Vale
ressaltar que é de suma importância que as seções de cada um dos fios do circuito sejam
homogêneas pois desta maneira, não havendo nenhuma mudança na composição ou nas
propriedades físicas ao longo dos respectivos comprimentos, a tensão gerada passa a ser
consequência apenas dos materiais empregados e, como dito anteriormente, da diferença de
temperatura entre a junções.
Fig
ura 2 - Medição da tensão gerada
Numa situação onde temperatura ambiente e todas as outras variáveis que
podem agir nos elementos são uniformes, a mais provável distribuição dos
elétrons livres é uniforme, logo, a presença de um gradiente de temperatura
provoca uma redistribuição dos elétrons livres. Metais distintos possuem
diferentes densidades de elétrons livres, logo, quando unidos em uma de
suas extremidades ocorre a possibilidade de migração desses elétrons do
lado de maior densidade para o de menor densidade. Resulta-se então em
uma distribuição não uniforme da carga elétrica nos condutores.
Consequentemente esta pode ser vista como uma diferença de potencial que
está diretamente relacionada com o gradiente de temperatura citado,
algumas literaturas referem-se a este fato denominando-o efeito Seebeck.

A relação entre a tensão existente e a diferença de temperatura pode ser


dada por:

[math]\Large{Eab = S(T2-T1)}[/math]
Onde:

 Eab é a diferença de potencial gerada nos terminais do circuito;


 T1 e T2 são as temperaturas nas duas extremidades (T2 > T1);
 S é o coeficiente médio de Seebeck apropriado para o termopar em
uso e para a determinada faixa de temperatura.

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Medição de temperatura: Leis para Termopares


Introdução
A partir da descoberta dos efeitos termoelétricos foram elaboradas algumas
leis que constituem a base da teoria utilizada nas medições de temperatura
através de termopares, ou seja, esta está fundamentada em três leis cujo
proposito das mesmas é possibilitar o entendimento dos fenômenos que
ocorrem ao utilizar os termopares na obtenção de valores de temperatura
em um determinado processo. Em seguida serão enunciadas quais são as leis
citadas juntamente com a explicação de cada uma delas.

Lei do circuito homogêneo


Esta lei enuncia que a tensão gerada a partir de um circuito formado a partir
de dois metais diferentes com suas junções sujeitas a duas temperaturas T1
e T2, não depende do gradiente de temperatura, ou seja, não depende da
distribuição da mesma ao longo dos fios. No entanto, a tensão citada depende apenas dos
metais em questão (em virtude da densidade de elétrons citada no artigo introdutório) e das
temperaturas existentes nas junções (desde que as estruturas dos condutores permaneçam
homogêneas). 

Figura 1 - Lei do circuito homogêneo


Considere a seguinte situação: A temperatura T1 está sendo medida em um
determinado processo através de um termopar, ou seja, sua junta quente
está situada em um ponto conveniente enquanto a junta de referência
exposta a uma temperatura T2 (para simplificar, estamos supondo que esta
junta já possui o elemento responsável por medir a tensão gerada bem como
converter este valor para o relativo em temperatura e apresentá-lo por meio
de um indicador). Desta maneira é possível determinar a temperatura T1. De
acordo com a lei do circuito homogêneo, mesmo se houver algum ponto em
um dos condutores sujeito a uma terceira temperatura T3, a tensão gerada
indicada será a mesma do caso anterior. Ou seja, caso os condutores
permaneçam com suas estruturas homogêneas, o que importa é a diferença
de temperatura entre as juntas.

Lei dos metais intermediários


Esta lei estabelece que em um circuito, composto de dois metais diferentes,
a tensão gerada não será modificada caso seja inserido um outro metal
intermediário em qualquer ponto do circuito, desde que as junções recém
formadas sejam mantidas a uma mesma temperatura devida. Isto ocorre
devido ao fato de que a tensão gerada a partir destas duas novas junções
será igual a zero (como dito anteriormente, a tensão gerada depende da
existência de uma diferênça de temperatura entre as junções). Este princípio
por sua vez garante o uso de fios de extensão, bem como de conectores.

Figura 2
- Lei dos metais intermediários

Lei das temperaturas intermediárias


Esta Lei estabelece a correspondência entre a soma das tensões geradas por dois termopares
feitos de mesmos materiais, sendo que um encontra-se com suas junções expostas às
temperaturas T1 e T2 e o outro por sua vez está com as juntas às temperaturas T2 e T3, como
sendo a mesma tensão gerada caso um único termopar esteja com suas junções situadas em
pontos cujas temperaturas são T1 e T3.

Figura 3 - Lei das temperaturas intermediárias

Como consequência direta deste princípio, pode-se efetuar correções caso termopares
que foram calibrados a uma determinada temperatura de referência possam ser utilizados em
qualquer outra temperatura de referência.

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Como funciona o termopar
Sensores 18 de fevereiro de 2020 Pedro Bertoleti

https://www.filipeflop.com/blog/como-funciona-o-termopar/

Desde sempre, a temperatura foi algo importante para a humanidade, desde por motivos de
sobrevivência até por motivos de conforto. Seja a temperatura ambiente, temperatura corpórea,
temperatura de um equipamento eletrônico, temperatura dos mares, temperatura de motores a
combustão ou temperaturas em processos industriais. Todas causam profundos impactos no
nosso dia-a-dia. Como a faixa de temperaturas mensuráveis é grande, há uma grande gama de
sensores disponíveis no mercado, variando de acordo com a finalidade e a faixa de temperaturas
que se deseja medir. Para medição de temperaturas extremas, partindo desde algumas dezenas
negativas até algumas unidades de milhar de graus Celsius, os termopares se mostram sensores
muito adequados. Muito utilizados na indústria, os termopares constituem portanto um dos
elementos sensores de temperaturas mais utilizados no mundo. Por isso, neste post você
aprenderá mais sobre o termopar, incluindo como ele funciona, os tipos disponíveis no mercado
e uma dica de termopar para você aprender na prática sobre isso.

O que é e como funciona o termopar?

Os termopares (ou pares termoelétricos, nomenclatura comum na literatura) são elementos


sensores de temperatura que operam baseados em uma diferença de potencial (tensão
elétrica) gerada quando dois metais distintos e unidos são submetidos a uma determinada faixa
de temperaturas. Em suma, metais distintos unidos são capazes de provocar diferenças de
potencial (tensão elétrica) muito baixas, em função da temperatura a qual estão submetidos,
permitindo que esta temperatura seja medida. Observe a figura 1.

Figura 1 –
princípio de funcionamento do termopar (fonte)
Para entender o básico de como um termopar funciona, em termos físicos e químicos, é preciso
ter em mente três fenômenos e acontecimentos observados:

1. Força Eletromotriz “descoberta por acidente”: no ano de 1821, o físico Thomas


Seebeck descobriu por acidente algo até então revolucionário: se um fio de cobre
formasse uma junção com um fio de ferro e esta junção fosse aquecida, uma pequena
força eletromotriz (tensão elétrica) poderia ser medida entre tais fios. Isso foi a base
para os estudos dos fenômenos a seguir.
2. Força Eletromotriz de Peltier: segundo Peltier, se uma corrente elétrica atravessa a
junção entre dois metais distintos, há geração ou absorção de calor observada, sendo
estas proporcionais à intensidade da corrente elétrica.
Ou seja, há relação entre calor absorvido ou gerado por um metal em função de
corrente elétrica.
3. Força Eletromotriz de Thomson: se um condutor uniforme for aquecido de maneira não
uniforme, nas extremidades deste condutor surge uma força eletromotriz cuja
polaridade e intensidade dependem do gradiente de temperatura no trecho
considerado do condutor.
Portanto, há relação entre temperatura e tensão elétrica (na junção de dois metais
distintos).

Ambos os fenômenos mostram que há uma relação entre temperatura de metais condutores,
corrente elétrica e força eletromotriz (tensão elétrica) observada. Isso leva a uma conclusão
muito importante: a tensão elétrica que aparece nas extremidades de uma junção de metais
distintos submetidos a uma determinada temperatura pode ser usada para a medir tal
temperatura. Isso foi a chave para medição de temperaturas muito altas ou muito baixas de
forma eletrônica, algo vital para os mais variados processos industriais atualmente.

Porém, para utilizar termopares na prática, é preciso estar ciente de que:

 Embora seja possível fazer medições de temperatura desta maneira, estas não são
lineares.
 As tensões elétricas geradas são muito baixas (tipicamente, na ordem de algumas
dezenas de micro Volt). Portanto, antes da leitura por um sistema eletrônico (um
microcontrolador, por exemplo), estas precisam ser amplificadas.
 Termopares são sensíveis a impacto / dobras. Logo, há grandes chances de danos físicos
invalidarem por completo um termopar. Isso mostra que é fundamental ter cuidado ao
estabelecer um local de medição para os termopares.

Tipos de termopares disponíveis no mercado

Há vários tipos de termopares disponíveis no mercado, cada qual com um par de metais e faixa
de temperatura de operação distintos.

Figura
2 – Termopares diversos (fonte)

Os tipos mais comuns de termopares no mercado, suas respectivas faixas de operação e suas
constituições (termo para designar os metais ou ligas metálicas utilizadas na junção) podem ser
vistos na tabela da figura 3.
Figura 3 – tabela com informações dos principais termopares do mercado (fonte)

Sendo assim, a escolha de um termopar deve levar em consideração não somente preço do
termopar em si, mas também (e principalmente) a faixa de temperatura esperada para
medição. Nessa hora, o trabalho conjunto entre as engenharias elétrica e mecânica é algo
fundamental para a correta medição da temperatura de uma máquina ou processo industrial.

Felizmente, hoje em dia é possível adquirir termopares e amplificadores eletrônicos para uso
conjunto com relativa facilidade e preço acessível. O tipo de termopar mais comum e
barato presente no mercado é o termopar tipo K, algo em partes devido ao preço dos metais
envolvidos na sua fabricação. Logo, se você deseja ter um aprendizado prático com termopares,
meu conselho é começar pelo tipo K.

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