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DEPARTAMENTO DE MECÂNICA
ENGENHARIA MECÂNICA
PONTA GROSSA
2018
FABIO MIGUEL RODRIGUES DA SILVA
PONTA GROSSA
2018
Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Ponta Grossa
Diretoria de Graduação e Educação Profissional
Departamento Acadêmico de Mecânica
Bacharelado em Engenharia Mecânica
TERMO DE APROVAÇÃO
por
Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Laercio Javarez Junior, pela sabedoria
com que me guiou nesta trajetória, bem como a inspiração para o tema escolhido.
Aos meus colegas de curso.
Ao departamento do Curso, pela cooperação.
Gostaria de deixar registrado também, o meu reconhecimento à minha família,
pois acredito que sem o apoio deles seria muito difícil vencer esse desafio.
Tudo o que um sonho precisa para
ser realizado é alguém que acredite
que ele possa ser realizado.
(SHINYASHIKI, Roberto, 2004)
RESUMO
The present work aims to develop the design and construction of an extruder for
filament of 3D printers that use the FDM (Fused Deposition Modeling) printing method.
Its beginning occurred from the realization of the need for a simple system to produce
3D printer filaments on demand and with desired characteristics, such as color and
material. To meet this need, the project was started with a drawing in CAD (Computer
Aided Design) software, based on the Felfil model. A brief explanation of the main
components used as well as their functions was presented. As a differential in the
original design, an extrusion die capable of maintaining a filament outlet temperature
close to 100°C was designed. The results were obtained through a thermal simulation
by finite elements of the extrusion die and also by the physical assembly of the model.
LISTA DE EQUAÇÕES
ABS Acrilonitrilo-butadieno-estireno
CAD Computer Aided Design
CAE Computer Aided Engineering
DIY Do It Yourself
FDA Food and Drug Administration
FDM Fused Deposition Modeling
MIT Massachussetts Institute of Technology
MSDS Material Safety Data Sheets
PA Poliamida
PETG Politereftalato de Etileno Glicol
PLA Poliácido láctico
PWM Pulse Width Modulation
PID Proportional–Integral–Derivative
SSR Solid State Relay
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................13
1.1 OBJETIVO GERAL ...........................................................................................13
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO..................................................................................13
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................15
2.1 FABRICAÇÃO DIY ............................................................................................15
2.2 MÉTODO FDM .................................................................................................16
2.2.1 Materiais Utilizados Para Prototipagem Rápida .............................................17
2.3 MATÉRIA PRIMA ..............................................................................................18
2.3.1 Extrusão de Materiais Poliméricos .................................................................19
2.3.1.1 Extrusão por Fusão .....................................................................................20
2.4 EXTRUSORA DE FILAMENTOS E SUA JUSTIFICATIVA ...............................20
2.4.1 Segurança no Processo de Extrusão .............................................................21
3 METODOLOGIA ...................................................................................................22
3.1 MODELO LYMAN FILAMENT EXTRUDER ......................................................22
3.2 MODELO FELFIL ..............................................................................................23
3.3 COMPONENTES DO PROJETO DA EXTRUSORA.........................................24
3.3.1 Motor de Corrente Contínua ...........................................................................24
3.3.2 Fuso ...............................................................................................................25
3.3.3 Matriz..............................................................................................................25
3.3.4 Regulador PWM .............................................................................................27
3.3.5 SSR ................................................................................................................29
3.3.6 Controlador de Temperatura PID REX D-100 ................................................29
3.3.7 Termopar tipo K ..............................................................................................30
3.3.8 Fonte de Alimentação.....................................................................................31
3.3.9 Elemento aquecedor ......................................................................................31
3.3.10 Cooler para resfriamento da matriz ..............................................................32
3.4 PROJETO EM CAD ..........................................................................................32
3.5 ANÁLISE TÉRMICA DA MATRIZ POR ELEMENTOS FINITOS .......................34
3.5.1 Simulações computacionais ...........................................................................34
3.5.1.1 Geometria ...................................................................................................35
3.5.1.2 Materiais .....................................................................................................35
3.5.1.3 Região de contato .......................................................................................36
3.5.1.4 Malha ..........................................................................................................36
3.5.1.5 Parâmetros .................................................................................................38
3.5.1.6 Equação de transferência de calor por convecção (h) ................................38
3.6 CONSTRUÇÃO ................................................................................................44
3.6.1 Impressão de peças pelo método FDM ..........................................................44
3.6.2 Fabricação do suporte dos cartuchos aquecedores cerâmicos e a matriz .....45
3.6.3 Montagem dos componentes eletrônicos; ......................................................46
3.6.4 Montagem dos componentes mecânicos; ......................................................46
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................48
4.1 RESULTADOS DA SIMULAÇÃO NUMÉRICA ..................................................48
4.2 TESTE DE EXTRUSÃO ....................................................................................49
5 CONCLUSÃO .......................................................................................................50
REFERÊNCIAS .......................................................................................................52
ANEXO A - Detalhamento do bico de extrusão ..................................................54
ANEXO B - Detalhamento do suporte dos cartuchos aquecedores .................55
ANEXO C - Detalhamento da câmara ..................................................................56
ANEXO D - Detalhamento do conjunto da matriz em corte ...............................57
ANEXO E - Detalhamento do esquema elétrico .................................................58
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1 INTRODUÇÃO
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O termo Do It Yourself (DIY) pode ser traduzido como “Faça você mesmo”, e
mostra a ideia de que você mesmo pode construir bens e recursos, baseado em
conhecimentos prévios e facilmente disponíveis para consulta.
De acordo com Toffler (1984), em seu livro “A Terceira Onda” existem três
ondas da sociedade: Agricultura, Industrial e da Informação. Estamos exatamente
nessa terceira “Onda”. A Informação torna-se acessível a todos, a popularização de
softwares livres cresce em todas as áreas e comunidades espalhadas por todo o
mundo. Focadas em resolver e otimizar problemas de um específico nicho de produto,
mostram-se muito eficazes.
A democratização de tecnologias para fabricação pessoal, em paralelo com o
aumento do desejo de pessoas quererem criar seus próprios produtos de forma
personalizada trouxe ótimas oportunidades para experimentos em quase todas as
áreas (ROGNOLI et al., 2015).
A tecnologia que mais se beneficiou disso e mais tem crescido ultimamente é
a da impressão 3D. Essa revolução digital que torna possível a fabricação de quase
qualquer coisa, começou em 1952 com pesquisadores do Massachussetts Institute of
Technology (MIT), criando um equipamento controlado por sistema numérico (CNC).
Hoje essas máquinas CNC estão presentes em quase todo produto comercial.
Na década de 1980 a impressão 3D começou a ser desenvolvida utilizando-
se de uma estrutura CNC, com um sistema de fusão térmico de filamentos plásticos
(GERSHENFELD, 2012).
Dentro da Era da Informação sugerida por Alfin Toffler englobando a
impressão 3D, têm-se a internet como facilitadora dessa troca de informações, e como
exemplo, desenhos em computador de diversos componentes, peças e objetos
prontos para serem impressos e até projetos inteiros do tipo DIY para construção de
impressoras caseiras.
Essas impressoras caseiras de baixo custo possuem um forte potencial na
educação. Elas podem ser aplicadas desde as séries iniciais como incentivo à
tecnologia, ou como ferramenta ao aprendizado na matemática, física, química,
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biologia, informática, etc. Para uso na ciência, por exemplo, podem-se imprimir
ilustrações de exercícios matemáticos resolvidos por métodos gráficos, ou elementos
e ligações químicas que podem ser impressos em escalas macroscópicas. (FONDA,
2013).
Apesar do FDM ser o método mais popular e barato para a impressão 3D,
sendo muitas vezes a porta de entrada para essa tecnologia, percebe-se que ele
apresenta algumas desvantagens, e todas essas citadas anteriormente podem ser
minimizadas quando se tem um filamento produzido sob demanda.
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Design simples
Robustez
Confiabilidade
Custo / benefício
Esta tipo também pode ser encontrada como de simples estágio, devido ao
fato que a rosca tem apenas uma seção de compressão (RAUWENDAAL C., 2014).
A extrusão de materiais poliméricos para produzir produtos semiacabados
para aplicações comerciais é um processo integrado. O início se dá com o extrusora
comprimindo um componente através de um tubo. Em algumas aplicações, as linhas
de produção são muito longas e com numerosas operações. O sucesso da operação
de extrusão depende de vários fatores, como:
Muitos polímeros podem ser prejudiciais à saúde humana. Isto pode ser
devido a sua interação com outros materiais, ou mesmo pelas altas temperaturas que
eles podem atingir durante o processo de extrusão.
Utilizar uma base de dados do tipo MSDS (Material Safety Data Sheets), pode
ser útil, principalmente porque uma operação inadequada ou com materiais errados
podem ter sérias consequências.
Por exemplo, ao aquecer policloreto de vinila (PVC), ácido clorídrico é
formado e liberado, podendo atacar os pulmões de quem está próximo ao processo e
ainda oxidar componentes do equipamento. A mistura de acetato com nylon,
polímeros fluorados ou ionômero em uma extrusora pode reagir, desprendendo
formaldeído, o qual é um gás inflamável, e que tem potencial cancerígeno (GILES;
M.; WAGNER, 2004).
O operador da extrusora deve sempre considerar quais materiais está
trabalhando, suas interações, e os limites máximos de temperatura que cada material
pode chegar.
3 METODOLOGIA
Projeto em CAD
•Desenho da extrusora no software Solidworks®
Simulações
•Simulação do aquecedor agindo sobre o
material a ser fundido, feita no software Ansys®
Construção
•Construção do modelo estudado, utilizando
materiais de baixo custo
Após o projeto estar totalmente definido no formato CAD e validado pelo seu
desempenho da simulação numérica, a etapa de construção teve início.
As dimensões, materiais utilizados, método para controle eletrônico, e demais
definições do projeto serão descritos nas próximas etapas.
requisito que autor original pede é que o projeto deve ter seus devidos créditos
mencionados.
Na Fotografia 1, é possível verificar um exemplo da extrusora criada por
Lyman, na sexta versão.
Por ser livre, deve-se compartilhar seu projeto com as devidas modificações
explicadas, e com a mesma licença que o original, já citado anteriormente.
3.3.2 Fuso
Seguindo essas especificações, optou-se por utilizar uma broca de pua como
fuso. Ela mantém as características citadas anteriormente, e possui um custo muito
inferior ao de um fuso usinado por encomenda.
3.3.3 Matriz
filamento existente hoje. Esses componentes separados podem ser vistos na Figura
5.
Cartuchos
aquecedores
cerâmicos
Bico de extrusão
Aletas
Para este projeto, o regulador PWM será utilizado para modular a largura de
pulso da corrente que alimenta o motor de corrente contínua, e desta forma regular a
rotação do motor, podendo variar de 0 RPM (0%) até 15 RPM (100%).
Esse ajuste da rotação será feito por um potenciômetro, e a rotação poderá
ser encontrada pelo valor da tensão, mostrada no voltímetro instalado, e através da
Tabela 1, mostrada abaixo:
3.3.5 SSR
3.5.1.1 Geometria
3.5.1.2 Materiais
Região de contato
3.5.1.4 Malha
Este tipo de estrutura para malha repousa numa maior simplicidade e menor
demanda computacional quando comparada a outros tipos de malha. As malhas não
estruturadas (formadas por elementos que podem ter diversas formas) conseguem
representar mais facilmente as geometrias mais complexas (MALISKA, 1995).
3.5.1.5 Parâmetros
Região de convecção
Tabela 4.
Equação 3 - Número de Reynolds
𝑣𝐷 (3)
𝑅𝑒 =
𝜗
Fonte: (BERGMAN, 2014)
Tabela 4.
Em resumo:
̅̅̅̅𝐷 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑁𝑢𝑠𝑠𝑒𝑙𝑡
𝑁𝑢
𝑅𝑒 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑅𝑒𝑦𝑛𝑜𝑙𝑑𝑠
𝑃𝑟 = 𝑁ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑃𝑟𝑎𝑛𝑑𝑡𝑙
20 1
30 40 60 80 120
0 0,5
1 2 3 4 5
Cooler
3.6 CONSTRUÇÃO
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao ligar a extrusora pela primeira vez, o primeiro fator notado foi o tempo
necessário para aquecer todo o conjunto da matriz até a temperatura aproximada de
extrusão do ABS, 200°C. Ele ficou cerca de 6 minutos a mais que o esperado pela
simulação, mostrando a necessidade de revestir a matriz de extrusão com um material
isolante, além de, corrigir os valores de PID de forma iterativa.
Outro fator observado foi a baixa potência do motor que aciona o fuso. Apesar
do mesmo ter sido comprado com a especificação de 21kg.cm de torque, ficou claro
que este valor não é suficiente. Quando o filamento é comprimido, antes de ser
fundido, ele exerce uma grande resistência no fuso, necessitando de um motor com
um torque mais elevado para ser capaz de extrudar o material inserido.
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5 CONCLUSÃO
Após testar a extrusora na prática, ficou claro que algumas alterações serão
necessárias para o correto funcionamento. Dentre as modificações necessárias, a
principal está no motor de corrente contínua, o qual apresentou torque insuficiente
para comprimir os pellets, e proporcionar uma extrusão contínua. Por esse motivo não
foi possível realizar mais testes na extrusora.
Dentro os outros resultados obtidos, pode-se afirmar:
REFERÊNCIAS
FONDA, C. A Practical Guide to Your First 3D Print. 1. ed. Trieste: The Abdus
Salam International Centre for Theoretical Physics, 2013.
FOX, S. Third Wave Do-It-Yourself (DIY): Potential for prosumption, innovation, and
entrepreneurship by local populations in regions without industrial manufacturing
infrastructure. Technology in Society, v. 39, p. 18–30, 2014.
KICKO J. 3-D 4-Node Tetrahedral Structural Solid with Rotations. Disponível em:
<http://www.ansys.stuba.sk/html/elem_55/chapter4/ES4-72.htm>. Acesso em: 5 jun.
2017.
Researchers use 3D printer to make new materials. Metal Powder Report, v. 71, n.
1, p. 56, jan. 2016.
ROGNOLI, V. et al. DIY materials. Materials and Design, v. 86, p. 692–702, 2015.
TOFFLER, A. The Third Wave. 1. ed. New York: Bantam Books, 1984.
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