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Associação de Apoio as Artes Cênicas, Cultura e Educação

CNPJ: 38.904.665/0001-00 - Rua Frei Teodoro nº 648, bairro Dr. Manoel


Esteves Otoni – e-mail: dramedia2020@hotmail.com
contato: 33 9 9172-1624

“ FALANDO
DE
NÓS
Ator(iz) _____________________________________________________________________
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CENA 02

SEIO DE MINAS De cantar melodias de Minas


VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO No Brasil inteiro
TOM: D
PRÓX. MÚS: Tocando em Frente A (começa em E) Sou das Minas de ouro
Das montanhas Gerais
Eu nasci no celeiro da arte Eu sou filha dos montes
No berço mineiro E das estradas reais
Sou do campo, da serra Meu caminho primeiro
Onde impera o minério de ferro Vem brotar dessa fonte
Eu carrego comigo no sangue um dom verdadeiro Sou do seio de Minas
Desse estado um diamante

FUNDO: SEIO DE MINAS

MAÉLIKA: Oh! que saudades que tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem
mais! /Que amor, que sonhos, que flores, / Naquelas tardes fagueiras / À sombra das bananeiras, /Debaixo dos laranjais!

MANU Como são belos os dias / Do despontar da existência! / - Respira a alma inocência / Como perfumes a flor; / O mar é
- lago sereno, / O céu - um manto azulado, / O mundo - um sonho dourado, / A vida - um hino d'amor!

JULIANA: Que aurora, que sol, que vida, / Que noites de melodia / Naquela doce alegria, / Naquele ingênuo folgar! / O céu
bordado d'estrelas, / A terra de aromas cheia / As ondas beijando a areia / E a lua beijando o mar!

LIZ: Oh! dias da minha infância! / Oh! meu céu de primavera! / Que doce a vida não era / Nessa risonha manhã. / Em vez
das mágoas de agora, / Eu tinha nessas delícias / De minha mãe as carícias / E beijos de minha irmã!

FLÁVIA: Livre filho das montanhas, / Eu ia bem satisfeito, / De camisa aberto ao peito, / - Pés descalços, braços nus - /
Correndo pelas campinas / À roda das cachoeiras, / Atrás das asas ligeiras / Das borboletas azuis!

JENNIFER: Naqueles tempos ditosos / Ia colher as pitangas, / Trepava a tirar as mangas, / Brincava à beira do mar; /
Rezava às Ave-Marias, / Achava o céu sempre lindo, / Adormecia sorrindo / E despertava a cantar!

MAÉLIKA: Oh! Que saudades que tenho


Da aurora de minha vida (...)

MANU: O fato não se repete, o tempo não se consome, a história permanece viva, o fato permanece inerte e a realidade traz
no seu bojo, a saudade de gente que fez e gente que faz a história acontecer.

FUNDO: TOCANDO EM FRENTE

JULIANA: Carlos Chagas cidade menina, cidade mulher, seu nascimento surgiu com o visionário Teófilo Benedito Otoni
quando teve a idéia de dar a Minas Gerais um porto, usando o rio Mucuri para escoar a produção do estado através de
embarcações, que ligaria a Santa Clara até o porto de Mucuri.
Mas a verdade era bem outra...

TOCANDO EM FRENTE Hoje me sinto mais forte


VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO Mais feliz, quem sabe
TOM: A (começa em E) Só levo a certeza
PRÓX. MÚS: Bahia minas Em
De que muito pouco sei
Ando devagar porque já tive pressa
Ou nada sei
E levo esse sorriso
Porque já chorei demais
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Conhecer as manhas e as manhãs É preciso amor pra poder pulsar


O sabor das massas e das maçãs É preciso paz pra poder sorrir
É preciso a chuva para florir
CHRIS: - TEÓFILO: Informo que de acordo dados oficiais foi previsto que o Rio Mucuri é navegável segundo o
engenheiro PEDRO VITOR RENAUT, sendo necessário construir uma estrada de 80 km.
(Entra figurante e entrega relatório a Teófilo Benedito Otoni)

ALEX SILVA: Senhor Teófilo Benedito Otoni chegou para Vossa Senhoria esta mensagem.

CHRIS: TEÓFILO: Muito obrigado


(ABRE A MENSAGEM E LÊ ALTO) Senhor Teófilo Benedito Otoni de acordo novos dados informo que apesar do enorme
volume de água no rio Mucuri, o mesmo não é todo navegável, será necessário a construção de uma estrada de 300km
aproximadamente, para chegar a parte navegável do rio ao invés dos 80km antes previstos.
Ass. Engenheiro Pedro Vitor Renaut.

CENA 03

LIZ: Teófilo Otoni era um bandeirante! De tempora forte, Desbravador nato ! Mesmo tendo o enorme desafio deu inicio a
obra começando do mar, em direção a Santa Clara. Mas e Agora ?
FLÁVIA: Tudo isso em meio uma mataria densa inóspita com cobras, onças, mosquitos e índios mais bravos que onça.
JENNIFER: A obra se arrostou por 15 anos, apenas com o trabalho braçal incessante de homens em meio a malária, e
ataques de índios que assombravam os trabalhadores.
MAÉLIKA: --Sabe-se que Teófilo Otoni era um homem que pensava grande! E predestinava uma riqueza sem par naquelas
terras...que eram ótimas para as plantações e também para pecuária, mal sabiam eles que naquelas terras haviam ouro e
pedras preciosas a perder de vista...
MANU: Mesmo com todos estes planos Teófilo Otoni era um homem que tinha um respeito enorme, a vida ali presente e
seu enorme espírito patriota o faria querer a todo custo preservar os índios.
JULIANA: Dizem que os puros, como os indíos e crianças parecem ter o poder de captar os defeitos e qualidades do espírito
de um indivíduo logo que vêem. E Teófilo Otoni era um desses homens que instigava confiança.
LIZ: Por terem conhecimento acerca das dizimações dos índios pelos homens brancos, os índios de urucu eram agressivos,
arredios, desconfiados. Atravessavam a construção da estrada com seus constantes ataques.
FLÁVIA: Diante o fato Teófilo Otoni sentiu que era necessário dar aos empregados e trabalhadores, uma proteção mais
eficaz na instalação de um Posto Militar permanente, sendo criada a Colônia Militar entre Santa Clara e Filadélfia, nas
margens do rio urucu no ano de 1854.
JENNIFER: Hoje conhecida como Epaminondas Otoni, naquela época foi foco inicial da colonização do município de
Carlos Chagas.

CENA 04

CHRIS: TÉOFILO: (ANDANDO DE UM LADO PRO OUTRO) Senhores com a Criação da Colônia o governo me
incumbiu de povoá-la com vinte famílias. E fizemos algumas expedições aos moradores da borda da mata.
ALEX G: Mas Teófilo ocorre que o medo invencível que esses moradores tem dos índios bravos e canibais, conforme
notícias já espalhadas na região, ninguém quer vir para estas terras.
CHRIS: TEÓFILO: Mas temos que achar uma saída para povoar a Colônia.
ETEMÍCIO: Senhor Teófilo tomei conhecimento que uma moléstia assombra a ilha da madeira, trazendo grandes prejuízos
e miséria para muitos pequenos agricultores, quem sabe as pessoas que estão por lá não se interessem de vir para a Colônia.
CHRIS: TEÓFILO: Analisando a situação meu caro amigo, é uma boa idéia de trazer esses agricultores para povoar a nossa
Colônia.

MAÉLIKA: Assim foi feito, a Colônia Militar de Urucu foi povoada inicialmente pelas famílias madeirenses:
MANU: JOÃO MIGUEL JARDIM,
JULIANA: FRANCISCO PEREIRA CAMACHO,
LIZ: ANTÔNIA JOAQUIM NUNES,
FLÁVIA: JOSÉ TEIXEIRA DE AGUILAR
JENNIFER: MANOEL DE FREITAS E SILVA, e muitos outras cujos descendentes ainda hoje encontram povoando o
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município.
MAÉLIKA: Em 1858 enganados uma nova leva de colonos de origem BELGA e HOLANDEZA, se dirigiram para a
Colônia Militar.
MANU: Com a promessa de nova terra, dinheiro, casa própria, terras já cultivadas, instrumentos de agricultura, e até gado de
toda qualidade, seria o próprio paraíso!
JULIANA: Mas a realidade era bem outra, era de desanimar até aqueles que já vinham com ânimo preparado.
LIZ: Quanto mais a esses enganados pelo agente e que imaginavam que suas dificuldades eram apenas chegar a essa terra
prometida
FLÁVIA: Foi uma decepção para eles e para Teófilo Otoni.
JENNIFER: Mesmo assim Teófilo Otoni ele fez todo possível para ajudá-los.
MAÉLIKA: Mas a mata densa, a necessidade de construir sua própria casa, as doenças que não conheciam, a desilusão
sofrida, fizerm muitos desistirem.
MANU: E muitos morreram.
JULIANA: Contudo muitos descendentes dessas famílias povoam o município de Carlos Chagas.
LIZ: BRAUER
FLÁVIA: HOGESTEIN
JENNIFER: JUNKER
MAÉLIKA: COLEN
MANU: KRIGSMAN
JULIANA: VADERMAS
LIZ: VANDERREE
FLÁVIA: VERMEULEN
JENNIFER: VAGEMAKER
MAÉLIKA: Teófilo Otoni comunicava com esses colonos através do intérprete JOÃO KRETLI.
MANU: Dos chineses contratados para a construção da estrada, alguns domiciliaram na Colônia.
JULIANA: E como seus nomes eram difíceis, o oficial de registro dava-lhes como nome de família aquele da sua região de
origem.
LIZ: E assim surgiram as famílias: CANTÃO, CONTÃO, CANTON, CHINA, CHIN, etc
FLAVIA: Com todas as dificuldades encontradas: mão-de-obra, instrumentos deficiente região inóspita, além de paixões,
ódios, saudades, medos, rancores, ciúmes.
JENIFER: Toda gama de sentimentos que brotaram onde se encontra o homem a 23 de agosto de 1.857, 04 anos após o
início dos trabalhos.
MAÉLIKA: Teófilo Otoni entra triunfante em sua Filadélfia no seu carro de 04 rodas, tirando as bestas pela estrada de Santa
Clara.
MANU: Então estava pronta a primeira estrada de rodagem construída em todo o império brasileiro.
JULIANA: Cento e setenta quilômetros, cortando a mata densa, atravessando pantanais e varando as serras brutas
LIZ: Estava pronta, muito embora a sua poeira ainda mostrasse úmida de sangue e dor
FLÁVIA: A estrada veio trazer o desenvolvimento para Colônia de urucu
JENNIFER: E o desenvolvimento da Colônia era notável,
MAÉLIKA: pois agricultura era bem próspera, onde os colonos cuidavam bem de suas propriedades.
MANU: As famílias prósperas daquela localidade eram: TARONE, KRETLI, SOMERLATE, CANTÃO, TOMICH.

CENA 05

Café com pão Corre, cerca


Café com pão Ai seu foguista
Café com pão Bota fogo
Virge Maria que foi isso maquinista? Na fornalha
Agora sim Que eu preciso
Café com pão Muita força
Agora sim Muita força
Voa, fumaça Muita força

ALEX S.: Teófilo Benedito Otoni considerado grande visionário pelos contemporâneos não parou por ai, no ano de 1857.
CHRIS: Pessoal mandei levantar planta e um traçado entre Santa Clara e Caravelas.
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ALEX G: Mas com que finalidade


CHRIS: Para uma construção de uma estrada de Ferro
ETEMÍCIO: Mas Vossa Senhoria não está pensando muito alto. Já basta ter cometido a loucura de construir a primeira
estrada de rodagem do Brasil. E agora querer construir uma ferrovia mais de 200 km.
CHRIS: Mas claro que sim, está mais de que certo que o valer do mucuri, mostra ser caminho natural para o escoamento das
riquezas de uma grande região das Minas Gerais.
ANDRÉ: Mas somente em 1880 surgiu um homem para torná-la realidade.
BERNARDO: Este homem foi o engenheiro Miguel de Teive e Argolo.
ETEMÍCIO: E aos 09 dias do mês de novembro de 1882, com muitas pompas na cidade de Caravelas inaugurou o tráfeco da
estrada BAHIA E MINAS.

Café com pão Passa pasto


Café com pão Passa boi
Café com pão Passa boiada
Passa galho
Virge Maria que foi isso maquinista? Da ingazeira
Oô... Debruçada
Foge, bicho No riacho
Foge, povo Que vontade
Passa ponte De cantar!
Passa poste Oô...

CHRIS: Com a conclusão da estrada de ferro Bahia e Minas todo movimento da rodovia de Santa Clara desapareceu.
ETEMÍCIO: O desanimo tomou conta de todos os comerciantes da região.
ANDRÉ: Devido a este fato a Colônia de Urucu entrou em decadência. Levando as famílias para se mudarem para
imediações da estrada de ferro
ALEX G: O declínio da Colônia Militar de Urucu aumentou e teve seu climax a 7 de setembro de 1923,
BERNARDO: quando a lei estadual transferiu a sede para a estação ferroviário do mesmo nome URUCU
ALEX S: Daí então se deu início a Colonização do município de Carlos Chagas.

Café com pão


Café com pão
Café com pão

Virgem Maria que foi isso maquinista?

JULIANA: Com a construção da estrada de ferro VITORIA-MINAS em Govenador Valadares, a estrada de ferro BAHIA-
MINAS entrou em decadência.
LIZ: Mesmo com força política de Tancredo Neves, em 1964 quando uma ordem emanada de algum gabinete encerrou a
existência da estrada de ferro BAHIA-MINAS
FLÁVIA: E ainda parece hoje que vemos no horizonte, a fumaça se esvaindo da última locomotiva.
JENNIFER: E, em nossos ouvidos, o seu apito estridente e o resfolegar de sua caldeira fervente
MAÉLIKA: Cujo vapor a impulsionava majestosa e soberba sobre os trilhos que a conduziam, suavemente, no seu vaivém
diário, ao seu destino.

ANDRÉ: A Estrada de Ferro Bahia e Minas e homens da estirpe dos pioneiros da nova Colônia de Urucu,

ETEMÍCIO: Capitão João Pinto


CHRIS: Major João Gomes Euzébio
BERNARDO: José Joaquim de Amorim
ALEX G: João Tomich
ALEX S: Miguel Pereira

MANU: representam a grandeza de existir por algo muito maior do que o simples sonho.
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JULINANA: Não fosse por eles, haveria uma lacuna impreenchível nas páginas da nossa história.

LIZ: Onde estaríamos?

FLÁVIA: Qual seria nossa herança cultural?

MAÉLIKA: Aquela que habita os sonhos dos nossos pais e avós!

JENNIFER: Que brincavam ao longo dos trilhos da estrada do progresso.

ANDRÉ: Que sentiam o coração saltar do peito ao ouvir o apito do trem!

ETEMÍCIO: Quem vem lá?

CHRIS: Vai ficar ou só está de passagem?

BERNARDO: Que novidades está a locomotiva a carregar?

ALEX G: Por onde passou?

ALEX S: Quantos não deixou para traz a chorar?

MANU: Quantos ainda estão pelo caminho a seguir ansiando a sua chegada, levando mantimentos, amores de alguém!

JULIANA: Homem e máquina,

LIZ: máquina e homem!

FLÁVIA: Um como resultado do esforço, transpira,

MAÉLIKA: o outro exala vapor!

JENNIFER: Forças da natureza, sem as quais nossa história não seria a mesma!

ALEX G: Quem desconhece seu passado,

ALEX S: é incapaz de vislumbrar seu futuro!

FUNDO: BAHIA MINAS

CHRIS: Somos fruto de tempos

BERNARDO: Em que a coragem e a determinação

ANDRÉ: Singraram os montes das nossas Minas Gerais

ETEMÍCIO: Em direção do nascer do sol na costa do Atlântico.

ESTRADA DE FERRO BAHIA E MINAS


VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO (Terminando essa música, João vai pro Cajón)
TOM: Em
PRÓX. MÚS: Ponta de Areia (Acapella) e terminando já puxa CÁLIX BENTO.

OS MENINOS: Café com pão


Café com pão Café com pão
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Que só levo
Virgem Maria que foi isso maquinista? Pouca gente
Pouca gente
Vou depressa Pouca gente...
Vou correndo
Vou na toda
CENA 06

ALEX G: Que ligava Minas


Ao porto, ao mar
Ponta de areia Caminho de ferro
Ponto final Mandaram arrancar
Da Bahia-Minas
Estrada natural

CENA 07

CÁLIX BENTO E a Hóstia Consagrada, oiá, meu Deus


VIOLÃO: ÁLAMO E a Hóstia Consagrada, oiá
CAJÓN: JOÃO
TOM: ÁLAMO TIRA NA HORA De Jesse nasceu a vara
PRÓX. MÚS: Liberdade, Liberdade (Só João no Cajón) De Jesse nasceu a vara
Da vara nasceu a flor, oiá, meu Deus
Oh Deus, salve o Oratório Da vara nasceu a flor, oiá
Oh Deus, salve o Oratório
E da flor nasceu Maria
Onde Deus fez a morada, oiá, meu Deus
E da flor nasceu Maria
Onde Deus fez a morada, oiá
De Maria, o Salvador, oiá, meu Deus
Onde mora o Cálix Bento De Maria, o Salvador, oiá
Onde mora o Cálix Bento

MANU: A ausência de assistência religiosa se fazia sentir


JULIANA: No largo da estação, em frente a Casa de Dona Antoninha, a modesta capela erigia por João Gomes Euzébio
LIZ: João Gomes Euzébio tinha como orago São Sebastião, ao lado, um tosco suporte de madeira encimava um pequeno de
sino.
FLÁVIA: No interior da simples capela, o alforriado Antônio Amorim, preto rezador, puxava as orações com um terço
(TERÇO REZADO PELOS HOMENS AJOELHADOS) alimentando a fé dos fiéis.
JENNIFER: Diz a história que a capela resistiu até o início da década de 1930, quando foi demolida.
MAÉLIKA: Aos 17 dias do mês de janeiro do ano de 1930
MANU: Chegou nesta localidade o reverendíssimo Padre Frei Liberto Soppe para fazer a festa de São Sebastião, e aqui
firmou sua residência.
JULIANA: E no ano de 1934 era inaugurada a nova Igreja, a paróquia de Carlos Chagas São Sebastião, ainda então Urucu,
construída por Frei Simeão.

GLORIOSO MARTIR SÃO SEBASTIAÃO GLORIOSO MARTIR SÃO SEBASTIÃO


DAI SEUS DEVOTOS DAI SEUS DEVOTOS
VIDA E PROTEÇÃO VIDA E PROTEÇÃO

CENA 08

LIZ: Ei você. Sim você mesmo. Você sabe porque nossa cidade, recebeu o nome Carlos Chagas.
FLÁVIA: E você sabe nos contar
JENNIFER: E você sabe como surgiu este nome.
MAÉLIKA: Em 1938 os pioneiros AMADEU VASQUES TAVARES e JOSE LAGO DE SOUZA, foram incumbidos de
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irem a capital com uma missão


MANU: De solicitar ao então governador Benedito Valadares a inclusão do Urucu na lista dos distritos que se emancipariam.
JULIANA: E foram atendidos 30 dias após, apesar de não conseguirem que o nome fosse Presidente Getúlio.
LIZ: As explicações para no nome de nossa cidade são muitas.
FLÁVIA: Umas delas é que o governo queria homenagear o grande cientista Carlos Chagas, e Dr. Glicério Alves Pinto
pretendia esta glória para sua cidade.
JENNIFER: Outra explicação o som da palavra urucu feria o pudor das pessoas mais recatadas da cidade.
MAÉLIKA: Conta-se que mesmo como se fosse verdade um comerciante de fumo teria enviado um telegrama para seu
amigo daquele distrito com os dizeres.
CHRIS: SIGO URUCU vg ABRES OS QUARTOS vg POIS LEVAREI FUMO pt
MANU: Para evitar gozações das cidades vizinhas os moradores pretendiam mudar o nome da cidade.
JULIANA: Outra história é que alguém muito bem intencionado mas com pouco conhecimento queria homenagear o distrito
de Urucuia onde o médico Carlos Chagas fez a descoberta da doença de chagas.
LIZ: Mas acabou-se confundido URUCU com URUCUIA e com isso Carlos Chagas veio para o vale do mucuri.
FLÁVIA: Porém mesmo que tenho sido por engano a cidade tem muito orgulho do nome que recebeu.
JENNIFER: Da menina, da mulher cidade, nasce do seu ventre seu nome original,
MAÉLIKA: Em 17 de dezembro de 1938 o povo de urucu comemorou o novo nome, a nova era,
TODAS: o tempo de CARLOS CHAGAS.

LIBERDADE, LIBERDADE
CAJÓN: JOÃO
PRÓX. MÚS: Tá caindo fulô (João no cajón)

LIBERDADE, LIBERDADE
ABRA AS ASAS SOBRE NÓS
E QUE A VOZ DA IGUALDADE
SEJA SEMPRE A NOSSA VOZ
(2X)
CENA 09

CHRIS: Com a emancipação política do município de Carlos Chagas, haveria a necessidade de homens que precisariam
transpor barreiras, para direcionar a vida dos filhos desta terra na área executiva e legislativa.
BERNARDO: A mãe Carlos Chagas precisaria de homens com atitudes, homens honestos, corajosos e dispostos a enfrentar
barreiras intransponíveis para o grande desenvolvimento a próspera Pérola do Mucuri.
ALEX G: E muitos foram os que passaram por esse posto, direcionando os caminhos do desenvolvimento da nossa Carlos
Chagas.
ALEX S: Antes de termos o nosso primeiro prefeito eleito, foram sete interventores que direcionaram os caminhos da Pérola
do Mucuri.

BERNARDO: Glicério Alves Pinto


CHRIS: Coronel Álvaro Faria Vieira
ALEX S: Edmundo Dantes de Paula
ALEX G: Novamente o Coronel Álvaro Faria Vieira
ANDRÉ: Sidônio Epaminondas Otoni
ETEMÍCIO: Antônio Soares Cangussu
BERNARDO: José Lago de Souza

MANU: Após estes homens históricos indicados, da mulher jovem senhora surge a sua primeira eleição,
JULIANA: no ano de 1948 o seu primeiro prefeito eleito e a instalação da Câmara de Vereadores,
LIZ: Foram esses os nossos prefeitos eleitores
ALEX S: Dr. Pedro Barbosa
ALEX G: José Delvart Pimenta Murta
ANDRÉ: Eleito pela segunda vez Dr. Pedro Barbosa
ETEMÍCIO: Alírio Gomes Euzébio
BERNARDO: Nelson Saraiva
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CHRIS: Eleito pela segunda vez José Delvart Pimenta Murta


ALEX S: Após renúncia do Prefeito José Devart Pimenta Murta e o vice Amadeu Vasques Tavares
ALEX G: Celso Miranda então presidente da Câmara de Vereadores assume o executivo municipal
ANDRÉ: Anísio Alves Pinto
ETEMÍCIO: Celso Miranda
BERNARDO: Eunápio Souza Norte
CHRIS: Eleito pela segunda vez Celso Miranda
ALEX S: Nathan Brauer
ALEX G: Peolino Ribeiro da Silveira
ANDRÉ: Eleito pela terceira vez Celso Miranda
ETEMÍCIO: Eleito pela segunda vez Nathan Brauer
BERNARDO: Acássio Vieira de Azeredo Coutinho
CHRIS: Reeleito Acássio Vieira de Azeredo Coutinho
ALEX S: Dr.Milton José Tavares de Quadros
ALEX G: Reeleito Dr.Milton José Tavares de Quadros
ANDRÉ: Eleito pela terceira vez ACÁSSIO VIEIRA DE AZEREDO COUTINHO
ETEMÍCIO: E atualmente JOSÉ AMADEU NANAYOSKE TAVARES

FLÁVIA: Muitos fatos hilariantes ocorreram durante as campanhas eleitorais


JENNIFER: Cordão São Francisco
MAÉLIKA: Curral eleitoral
MANU: Jacaré
JULIANA: Tucano
LIZ: Pé de poeira
FLÁVIA: Asa Branca
JENNIFER: Se pobre fosse galinha comia uma por domingo
MAÉLIKA: Forasteiro
MANU: Saruê
JULIANA: E não esquecendo da nossa amiga Edna de Lagedo que pelos comícios fica a grita Hiuuuuuuuuu
Iuuuuuuuu

LIZ: A concorrência para disputa da cadeira do executivo da cidade Carlos Chagas levou os candidatos a se desdobrarem das
formas mais inusitadas.

TODOS: Comício, comício


ETEMÍCIO: Meu povo de Presidente Pena, boa Noite
CHRIS: Nós estamos no distrito da Colônia
ETEMÍCIO: É ah, Presidente Pena e Colônia é tudo a mesma coisa, é tudo distrito.
ETEMÍCIO: Mas dando prosseguimento meu povo, venho aqui expor meus planos de governo. Neste distrito da Colônia eu
vou fazer uma enorme horta, vou plantar de tudo, vai ser a maior horta da região, vou plantar tomate, vou plantar alface, vou
plantar a mandioca e também o pepino, feijão, arroz, macarrão.
CHRIS: Não ta errado seu candidato ta errado, pula... pula... pula...
CHRIS: Pula o texto.
ETEMÍCIO: É importante selientar meu povo que juntano minha fé com a sua fé e as nossa fezes, faremo uma Carlos
Chagas mio.
CHRIS: Senhor candidato que isso.
ETEMÍCIO: Portanto minha gente se eleito for buscarei grandes rumos para nossa Carlos Chagas.
CHRIS: Candidato o numero que o senhor tem que falar pro povo
TODOS: Já ganhou, já ganhou.

TÁ CAINDO FULÔ
CAJÓN: JOÃO
PRÓX. MÚS: Olê mulher rendeira (acho que G, texto rasurado)

TA CAINDO FULO
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TA CAINDO FULO
É NO CÉU, É NA TERRA
É NO CÉU TA CAINDO FULO
(2X)

CENA 10

FUNDO: MULHER RENDEIRA

FLÁVIA: Assim como os interventores, prefeitos e vereadores a figura do Padre tinha bastante peso politicamente e
religiosamente na história da Pérola do Mucuri.

JENNIFER: Tão forte era a figura religiosa que ir a igreja aos domingos era uma obrigação dos moradores da cidade.
MAÉLIKA: E diz a história que o nosso saudoso Antônio Nacur fervoroso Sacristão, homem que sonhava em trabalhar na
Bahia Minas, saia da igreja todos os dias para limpar a máquina ali parada.
MANU: Diz ainda a história que o Sacristão ensinava os coroinhas a repicar o sino durante os cortejos fúnebres.
JULIANA: E ainda como a oração do Pai Nosso da missa do dia de domingo era especialmente em latim o nosso saudoso
Antônio Nacur ensinava os coroinhas a rezar com o padre tal oração em latim.

MULHER RENDEIRA OLE MULHER RENDEIRA ,OLE MULHER RENDA


VIOLÃO: ÁLAMO TU ME ENSINA A FAZER RENDA
TOM: A saber QUE EU TE ENSINO A NAMORAR(2X)
PRÓX. MÚS: Cosme e Damião (João no Cajón)
NAMORAR EU JÁ SEI, NAMORAR EU JÁ SEI
AGORA VEM ME ENSINAR A DANÇA DO REBOLE
CENA 11

ALEX S: Uma festa de cores, doces e sabores, era assim que as crianças esperavam por este dia. Cosme e Damião,
celebrados por pessoas na crença dos gêmeos brincalhões

ALEX G: Neste dia os templos de umbanda e as casas de algumas famílias da cidade se abriam, a uma farta distribuição de
guloseimas e brinquedos para as crianças

ANDRÉ: Terreiros lotados, personalidades como D. Ercília, Manoel Honório, Dema e Geralda, Rosa e Anísia preparavam
toda uma festa especial

ETEMÍCIO: As crianças por sua vez, na sua grande inocência, e sem muito entender, se animavam com uma festa que só
elas pertenciam.

BERNARDO: Ainda hoje, muitos cumprem este ritual, como nossa querida Dona Ana Lopes, mão de Fátima Cabelereira,

CHRIS: E hoje não sou mais criança, só assisto, sentindo saudade daquele tempo especial. A doce lembrança de criança, me
faz sentir a saudade deste tempo e dos meus ancestrais.

COSME E DAMIÃO
CAJÓN/SURDO: JOÃO
PRÓX. MÚS: Nas lonjuras dessa terra A
Cosme e Damião / A sua casa cheira / Cheira cravo e cheira rosa e cheira a flor da laranjeira.

CENA 12
NAS LONJURAS DESSA TERRA
VIOLÃO: ÁLAMO Nas lonjuras dessa terra
CAJÓN: JOÃO Rubinho do Vale
TOM: A
PRÓX. MÚS: Terra Tombada C
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Nas lonjuras dessa terra


Vi canto de roda e rua Por esse sertão mineiro
Vi contradança e congado Vi pão de queijo caseiro
Vi coisa de encabular Arroz com feijão tropeiro
E uma broa de fubá
Eu vi folia de Reis Eu vi folia de Reis
Eu vi sabiá cantar Eu vi sabiá cantar
Eu vi folia de Reis
Eu vi rosa no sertão Eu vi sabiá cantar
Gravatá, mandacaru Eu vi folia de Reis
Vi boi berrar na caatinga Eu vi sabiá cantar
Eu vi vaqueiro aboiar

LIZ: Claudionor saudades que o tempo levou, comandou por muitos anos a tradição do Boi-de-Janeiro
FLÁVIA: Uma folia que acontecia de primeiro a seis de janeiro, em homenagem aos Santos Reis ou seja, os três Reis
Magos.
JENNIFER: Saia pelas ruas cantarolando seus versos

CHRIS: Foi aqui em Carlos Chagas, há quarenta anos, que vi o Boi Janeiro, vi só não, vivenciei
BERNARDO: Pois saí atrás dele pelas ruas da cidade como um menino, encantado com a folia
ETEMÍCIO: O boi mesmo era um arremedo, feito na forma de um engradado de ripa
ANDRÉ: Envolvido numa chita regateira, a cabeça era uma caveira de bicho
ALEX G: Dentro da armação, só com as pernas de fora, um folião arrastava o boi
ALEX G: Um vaqueiro, com um ferrão, completava a cena.
CHRIS: Faziam uma coreografia muito engraçada, o boi, sendo ferroado, avança na platéia
BERNARDO: A meninada gritava, corria e aplaudia.
ETEMÍCIO: Uma festa inocente, tão boa que acabou
ANDRÉ: A sanfona pé-de-bode, a viola, o cavaquinho, o pandeiro e o reco-reco
ALEX G: Tudo enfeitado de fita e bandeirola
ALEX S: A cantoria, de porta em porta e de gole em gole
BERNARDO: Pra quem não estava lá
ETEMÍCIO ou não parou pra ver
ALEX: Até para matar a saudade,
TODOS: vai minha parte do boi.

Evém o sol, evém a lua, Ai, ai, ai, Janeiro morreu...


Evem o boi janeiro E o couro da testa é da dona Modesta.
Passeando pela rua Ai, ai, ai, Janeiro morreu...

O povo ta dizendo Mandei um recado para o sô Joaquim


Que janeiro na saia Que manda o dinheiro
Janeiro ta na rua De um pedaço do rim
Com prazer e alegria Ai, ai, ai, Janeiro morreu
E um pedaço do rim é do sô Joaquim
Êta boi, boi... Ai, ai, ai, Janeiro morreu
Boi que se dá
Levanta janeiro Mandei um reacado para o seu Jacó
Pra nóis vadiá. Que manda o dinheiro
Para o mocotó
Mandei um recado pra Dona Modesta Ai, ai, ai, Janeiro morreu
Que manda o dinheiro E o mocotó é do seu Jacó
Do couro da testa Ai, ai, ai, Janeiro morreu

FUNDO: TERRA TOMBADA C


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MAÉLIKA
E lá ia o boi sendo esquartejado
E repartido pela cidade afora,
A troco de se molhar a mão e a garganta dos cantores

TERRA TOMBADA
VIOLÃO: ÁLAMO (João volta pro violão)
TOM: A
PRÓX. MÚS: Cio da Terra Am

TERRA TOMBADA
SOLO SAGRADO, CHÃO QUENTE
ESPERANDO QUE A SEMENTE
VENHA ME COBRIR DE FLOR
TAMBÉM MIN’ALMA ANCIOSA ESPERA CONFIANTE
QUE EM MEU PEITO VOCE PLANTE A SEMENTE DO AMOR(2X)

CENA 13

MANU: Anteriormente Teófilo Otoni enxergou que nossas terras eram ótimas para a pecuária.

JULIANA: E devido a prosperidade destas terras, no de 1947 levou a alguns fazendeiros fortes da região a criarem a
sociedade Cooperativa de Laticínios vale do mucuri.

LIZ: Então no dia 27 de julho daquele ano o Sr Lowrenço Westin presidiu a sessão de instalação desta empresa que desde
então gerou emprego, renda, prosperidade à nossa Pérola do Mucuri, a COOLVAM.

FUNDO: CIO DA TERRA Am

FLÁVIA: A prosperidade não parava pela nossa querida mãe terra, fundado em 12 de outubro de 1965 o SINDICATO DOS
PRODUTORES RURAIS DE CARLOS CHAGAS veio somar também aos produtores rurais e suas famílias, oferecendo
vários serviços dentre eles odontológico e médio.

JENNIFER: A entidade ainda buscou propiciar à classe qualificação da mão-de-obra.

MAÉLIKA: E até hoje estas instituições vem escrevendo sua história dando sua contribuição para o singular crescimento da
nossa Carlos Chagas

CENA 14

CIO DA TERRA Forjar no trigo o milagre do pão


VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO E se fartar de pão
TOM: Am
PRÓX. MÚS: Leilão de Jardim (1ª parte Acapella) Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Debulhar o trigo Roubar da cana a doçura do mel
Recolher cada bago do trigo Se lambuzar de mel

FUNDO: CIO DA TERRA Am

ANDRÉ: Preocupados com o empobrecimento generalizando da nossa região e com a falta de perspectiva de prosperidade
nestas terras.
BERNARDO: Um grupo de fazendeiros da região decidiu criar a Associação de Plantadores de cana de açúcar.
CHRIS: Para tentar uma saída digna para a população carloschaguenses. criou-se 03 unidades:
ANDRÉ: Destilaria Gavião Limitada - DEGAL
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BERNARDO: Destilaria Mucuri Limitada – DEMUL


CHRIS: Destilaria Pampam – DESPAM
ANDRÉ: O sonho na mesma década se desfez, por motivos diversos as empresas fecharam
BERNARDO: e o município viu com pesar os trabalhos e sonhos deste empreendimento ruírem.
CHRIS: Mas essas empresas deixaram suas contribuições no contexto econômico e social durante o seu breve
funcionamento.

Volta a tocar CIO DA TERRA Am

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, propícia estação
E fecundar o chão

CENA 15

(Leilão de Jardim) Quem me compra este caracol?


Quem me compra um raio de sol?
Quem me compra um jardim com flores? Um lagarto entre o muro e a hera,
Borboletas de muitas cores, uma estátua da Primavera?
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?

FUNDO: LEILÃO DE JÁRDIM

MANU: Do Mestre o carinho, o orgulho inspirador, ao som da alma criativa, inspiração que encanta. Deus deu asas ao som
de elevada harmonia.

ALEX S.: Nesse sonho de sons, nasceu o Maestro Marcionílio Rodrigues, Senhor Massu. sensível, de ouvidos tão íntimos,
podia decifrar a mais bela melodia.

JULIANA: Nos seus mais variados instrumentos, todo som que vinha, era como fosse o hálito do criador. Num sussurro
suave que atravessando o espaço achava lugar para sua sensibilidade.

ALEX G: A música é uma arte divina quando arrefece a alma, quando encontra a sua outra metade Pode se libertador à
forma de melodia, embora leigo sem formação acadêmica, mas envolvido num dom dado pelo Senhor

LIZ: Dedicou-se totalmente, deu-se ao extremo para que por meio daquilo que gratuitamente recebeu não ficasse no
esquecimento,

ANDRÉ: Valeu a pena, e em sua memória na forma de verdadeiro reconhecimento, nasceu a Associação Musical Lira
Marcionilio Rodrigues.

FLÁVIA: Um sonho que se fez realidade mesmo quando ele aqui já não estava. Seu ideal, compromisso, dedicação e entrega
foi abraçado num só esforço por pessoas nobres que não se pode negligenciar.

ETEMÍCIO: Sem esquecer-se do fruto do seu penoso labor, nasceu os filhos da musica: Dilver Pereira Sena, aprendiz
dedicado, disciplinado conheceu e entendeu a alma sensível do mestre, Como Bom discípulo que foi tornou-se o selo de tudo
que realizou.

JENNIFER: Por que não falar dos Senhores Fábio Lago Pinheiro, Nathan Brauer, Israel Brauer, Luciano Gomes Costa que
entenderam a importância e a legitimidade, dos feitos do maestro, que com idealismo sustentou um sonho.
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BERNARDO: E o sonho não acabou, pois da entidade, não esqueceu. Lutou e promoveu com todo empenho, maneiras para
que essa memória sobrevivesse e assim atraísse um número imenso de jovens ávidos de todas as classes sociais.

MAÉLIKA: Mais uma vez a beleza da arte sobreviveu, e o povo dessa cidade pode contemplar a multiforme beleza de uma
banda tocar. Ainda que atravessassem as intempéries do acaso, o legado ficou uma porta foi aberta.

CHRIS: A Associação Musical Lira Macionilio Rodrigues, nasceu, deu frutos, ainda hoje vive na alma dos encantados pela
nobre arte dos sons musicados.

LEILÃO DE JARDIM
VIOLÃO: ÁLAMO
TOM: A saber
PRÓX. MÚS: Ao mestre com carinho em G (assim que acabar leilão de jardim)
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?

CENA 16

AO MESTRE COM CARINHO


VIOLÃO: ÁLAMO (João no refrão A G A G A D E)
TOM: G
PRÓX. MÚS: Lei da Vida em B
Quero aprender / Sua lição / Que faz tão bem pra mim,

Agradecer / De coração / Por você ser assim


Legal ter você aqui, / Um amigo / Em que eu posso acreditar / Queria tanto te abraçar
Pra alcançar as estrelas, / Não vai ser fácil, mas se eu te pedir, / Você me ensina como descobrir / Qual é o melhor caminho.
Pra mostrar pra você / Que eu não esqueço mais essa lição / Amigo, eu ofereço essa canção / Ao mestre com carinho

DONA ARMINDA: Silêncio, quede a postura. Bom dia classe


CLASSE: Bom dia DONA ARMINDA
DONA ARMINDA: Iáscara Porto descruze as pernas
ALUNA: sim professora
DONA ARMINDA: hoje iremos aprender sobre estados , capitais e naturalidades, mas antes quero que Graziela Silveira e
Luciane norte confira os cadernos dos meninos para ver se fizeram a lição de casa.
LUCIANE NORTE: Dona Arminda, vem olhar o dever de Welvissom
DONA ARMINDA: Mas o que é isso Welvisson Brandão?
WELVISSON: Isso é o mapa que Senhoria mandou fazer
DONA: ARMINDA: Isso é um mapa? Que trem horroroso é esse? Isso está parecendo mais a bandeira da porqueira? Você
vai fazer o desenho novamente do mapa e trazer na próxima aula, se não você vai ganhar zero
WELVISSON: Mas Dona Arminda
DONA ARMINDA: Silência não quero ouvir mais nada, vamos continuar com a aula
ALUNA: Oh Dona Arminda porque ninguém olha o caderno da Graziela Silveira e da Luciane Norte?
DONA ARMINDA: Porque alunas aplicadas, caprichosas concluem a tarefa de casa em casa. Agora sente se por favor
DONA ARMINDA:. Carolina Norte . Qual a capital de minas gerais?
ALUNO: Belo Horizonte
DONA ARMINDA: Welvison Brandão. Qual a capital de São Paulo?
ALUNA: São Paulo
RUBIA SILVA: Ô Dona Arminda
DONA ARMINDA: Que é Rúbia Silva?
RUBIA: Lequinha está mexendo comigo
DONA ARMINDA: Quem é Lequinha menina?
RUBIA: é Alessandro Rodrigues ele só fica mexendo com a gente
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ADRIANA: Dona Arminda e ele fica mexendo comigo também


DONA ARMINDA: Com você também Adriana Coimbra e mexendo como
RUBIA: Dona Arminda ele fica me chamando de RUBIA XOXÓ TAVARES
ADRIANA: E ele me chama de ADRIANA TAIOBA
DONA ARMINDA: Alessandro Rodrigues você quer ir para diretoria conversar com Dona Ivanilde.
ALESSANDRO: Dona Arminda é que...
DONA ARMINDA: É que nada, se eu tornar a receber reclamação sua, você vai para a diretoria e vamos continuar a aula,
Alexsandro Rocha. Qual a capital do Rio Grande do Sul?
ALUNA: Porto Alegre
DONA ARMINDA: Bráulio Souza. Qual a capital da Bahia?
ALUNO: Salvador
DONA ARMINDA: Agora iremos aprender sobre a naturalidade dos estados. Yandra Lima Esquerdo.
ALUNOS: Ela não vem mais professora

LEI DA VIDA
VIOLÃO: ÁLAMO
TOM: B
PRÓX. MÚS: O anjo mais velho C#m
Não temos controle
O tempo é ligeiro Onde estiver
Na estrada da vida Olha por nós
Somos passageiros O meu amor não vai ter fim
Mas que Deus guarde Tudo que passou do meu lado
Cada estrela a mais no céu Estará para sempre marcado

As lembranças ficam Onde estiver


Não tem como voltar Olha por nós
Pra aquele momento O meu amor, não vai ter fim
Naquele lugar Tudo que vem, tem que ir
Aquele sorriso É a lei da vida
Jamais verá de novo Não é feita por mim

DONA ARMINDA: Juliano Nacur. Quem não em São Paulo?


ALUNA: Paulista
DONA ARMINDA: Cleomar Pereira. Quem nasce no Espirito Santo?
ALUNO: Capixaba
DONA ARMINDA: Alessandro Rodrigues. Quem nasce no Rio de Janeiro?
ALUNO: É piranha
DONA ARMINDA: Silêncio turma, quede a postura. Alessandro , você Alessandro não esta sendo um aluno caprichoso com
as atividades em sala de aula, se eu perguntar para Graziela Silveira e para Luciane Norte elas saberão responder. Meninas
quem nasce no Rio de Janeiro?
ALUNOS: Carioca Dona Arminda
DONA ARMINDA: Viu André meninas aplicadas, caprichosas sabem responder. E pedirei para nossa diretora Dona
Ivanilde ligar imediatamente para seus pais , para ter uma conversa seria com eles.
ALESSANDRO: Dona Arminda lá em casa não tem telefone, tem o orelha do lado e é 3624-1822, liga lá e pede Tião Pêgo
para chamar meus pais.
DONA ARMINDA: Alessandro não sei mais o que faço com você. Guarde essas canjicas não estou rindo para você.
DONA ARMINDA: Agora quero que façam para mim um texo sobre Minas Gerais e quero que me entreguem antes do sinal
tocar
ALUNA: E Dona Arminda acho que vai chover
DONA ARMINDA: Alunos continuem a atividade que irei ,me esconder embaixo da mesa

FUNDO: O ANJO MAIS VELHO C#m


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MANU: Ser professor é... / Construir castelos. / Não só castelos mágicos, belos e grandiosos.

JULIANA: Mas castelos fortes, com bases firmes. / Capazes de resistir ao tempo, às tempestades... / Às guerras e aos
conflitos.

LIZ: Ser professor é ser capaz de enxergar longe. / Ver além do que se possa imaginar. /

FLÁVIA: É sentir e esperar sempre... / Que tudo embora não seja perfeito. / Transforma-se em coisas belas, / Significantes e
edificantes.

JENNIFER: A história dilacera, corta e espera, não resta a saber, tende a compreender com exatidão as linhas da educação :

MAÉLIKA: Grandes mestres passaram pela nossa história, que deram sua contribuição na qualidade de educar nossos
cidadãos.

MANU: Mestres que romperam barreiras, abriram caminhos para as gerações vindouras

O ANJO MAIS VELHO Tua palavra, tua história


VIOLÃO: JOÃO Tua verdade fazendo escola
TOM: C#m E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
PRÓX. MÚS: Pense em mim em D
Metade de mim
Enquanto houver você do outro lado Agora é assim
Aqui do outro eu consigo me orientar De um lado a poesia, o verbo, a saudade
A cena repete, a cena se inverte Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
Enchendo a minh'alma daquilo que outrora eu E o fim é belo, incerto, depende de como você vê
Deixei de acreditar O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

FUNDO: O ANJO MAIS VELHO C#m

ANDRÉ: Dona Chiquinha Paixão


BERNARDO: Antônia Bernardo Rodrigues
ALEX G: Áurea Kern Braga
MANU: Maria Ribeiro Tavares – Dona Sinhazinha
CHRIS: Arminda Lopes Ribeiro
JULIANO: Geralda Syrlene Norte
LIZ: Valnir Ribeiro
ETEMÍCIO: Almerinda Oliveira
FLÁVIA: Ana Santos
MAÉLIKA: Marta Quadros
ALEX S: Leda Tomich
JENNIFER: Ezuperio Tavares
ALEX: Olinda Ribeiro
ETEMÍCIO: Reni Quaresma
CHRIS: Leny Conceição
BERNARDO: Maria do Patrocinio Rodrigues Brita
ANDRÉ: Telma Souza Santos
ALEX G: Vereador José dos Santos Franco
MANU: José Airton Cordoba Coutinho,
JULIANA: Pilares da educação,
MAÉLIKA: filhos deste chão, erguendo nas mãos,
JENNIFER: o direito, o respeito para os tornarem cidadãos.

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
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Só enquanto eu respirar

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar

CENA 17

Boi,boi boi boi da cara preta pega esse menino que tem medo de careta

ANDRÉ: As ruas, as praças, os muros das casas / Portões e varandas / Ouviram o choro de um novo vivente /

ALEX G: Mas os rojões no céu feito brasas / Espalham alegria na vida da gente

ALEX S: Chegou pelas mãos bondosas, divinas / Que lhe seguraram pela vez primeira /

ETEMÍCIO: Uma cruz na testa encomenda o destino / É menino ou menina, Maria Parteira?

CHRIS: Quase todo dia um novo chamado / E no desespero cadê Mariquinha? / Do rico ou do pobre somente obrigado / De
dia ou de noite ela sempre vinha.

BERNARDO: Calou-se uma vez e ninguém mais ouviu / Mas há até hoje, que lhe chame ainda / O choro novato da casa
sumiu / Dona Mariquinha, sempre bem vinda.

CENA 18

MANU: Fazendo paródia / Lembrando custódia /JULIANA: Pedindo uma trégua / Dezim volta égua / LIZ: Afastem da
pista / Lá vem maquinista FLÁVIA: / A Cristina é peroba / Que mata e derroba / MAÉLIKA: De terno amarelo /
Chamando pinguelo /JENNIFER: Pra ver diolina / Prefeita da Colina /MANU: Que já fez a trouxa / De Maria Roxa
/JULIANA: Tem tanto buraco / Diz Baco babaco /LIZ Com tão boa Mira / Matou Pomba Gira /FLÁVIA: Que tanto girou /
Pra encontrar brogodô / MAÉLIKA Achou Zé Ruela / Prefeito da favela / JENNIFER: É Lina no espelho / De baton
Vermelho /TODOS: Saudade que deu onde anda Lopreu

CHRIS: Presta atenção nessa história / Muita gente aqui já conhece / O coração chora, eu lembro / E sei que ninguém
esquece / É que as vezes por sentença / Alguém perde a existência / E que nem sempre merece

BERNARDO: Há muito tempo aqui / Viveu um poeta louco / Da vida de todo mundo / Ele sabia um pouco / Andava de cara
cheia / E de falar da vida alheia / Já andava meio rouco

ETEMÍCIO: Ali na praça de cima / Fazia versos na rua / Da professora do Pena / Que foi professora sua / Falava quando
bebia / que a professora de maravia / já era muié da rua

ANDRÉ.: Quando soltava as escola / a meninada parava / pra escutar do poeta / os versos que recitava / nenhum deles bem
rimado / mas falava entusiasmado / que quase sempre agradava.

ALEX G: Pois inté os viajantes / que passava lá na praça / paravam por um instante / só pra rir das graças / do pavão
misterioso / papagaio galego choroso / do poeta sem estudo / que sabia quase tudo / de bondade e de desgraça.

ALEX S: Mas quem foi esse poeta / que nessa terra viveu / tirado a fazer versos / e seu livro ninguém leu / os encantos lá da
praça / o que mais fazia graça / chama Arlindo Lopreu

CHRIS: Foi um poeta sem fama / que de maltrato morreu /

BERNARDO: Nem senhor e nem senhora / dele nunca se esqueceu /


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ETEMÍCIO: E aqui no meu coração não encontrei condição de contar como doeu.

ANDRÉ: E alguns tempos depois / lá na praça apareceu /

ALEX G: no jardim um busto erguido / foi o poder que ergueu /

ALEX S: Fui ver, era Castelo Branco / nem um busto perto dos bancos /

TODOS: Arlindo não mereceu.

CENA 19

MESA 15
MAÉLIKA: Meninas não gosto de fofoca, sabe, nem de falar nada mas vi o marido dessa daqui oh indo la pro baxodo da
MESA15, não gosto de fofoca mas eu vi

MANU: Ihh deve de estar pulando a cerca

JULIANA: Eu já desconfiava viu meninas

LIZ: Voces são muito é fuxiqueiras Deus me livre

FLÁVIA: Aiai meninas o que é isso, eles só devem estar botando o papo em dia

JENNIFER: Olha quem, fala, o marido dessa dai também estava no meio

MAÉLIKA: Desse dai eu já sabia a muito tempo

MANU: fofoca a essa hora meninas

FUNDO: PENSE EM MIM

LOCUTOR: Alô amigos ouvintes, muito boa tarde esta no ar mais um programa da tarde. Um alosão para o baixodo e em
especial para a turma da MESA 15 . Essa galera que esta reunida todas as tardes para aquele bate papo. Boa tarde a todos
vocês ligados no nosso programa da tarde, continue com a nossa programação e fiquem com a música Pense em mim de
Leandro e Leonardo.

PENSE EM MIM
VIOLÃO: ÁLAMO E JOÃO
TOM: D
PRÓX. MÚS: Terra Tombada C

ALEX S: Dos bares que surgiam em cada esquina, carregavam em si suas particularidades.

ALEX G: Surge o bar Xodó, Onde os bancários e fazendeiros, bem como famílias inteiras de afortunados eram
freqüentadores assíduos,

ANDRÉ: Esses dispunham de certos privilegiados E faziam das mesas do local endereço cativo Para no conforto da
comodidade que ali serviam observar atentamente todo o vai e vem dos transeuntes.

ETEMÍCIO.: Como observadores atentos estabeleceriam horários específicos para conversarem a respeito de tudo até da
vida alheia, dos anônimos que por ali passavam

BERNARDO: Nesse cenário vivo e ornado de imagens que se misturavam soma-se a barbearia do Senhor Butuado.
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CHRIS: Personagem de pequena estatura, mas de um carisma cativante que faz de seu oficio arte, e do tão afamado bar
freguês assíduo.

ALEX S: Homem bom de prosa, que com um bom papo e um cafezinho quente da hora assegurava o sucesso da sua clientela

ALEX G: Enquanto que na lide de fazer a barba e o bigode, e de cortar o cabelo, introduziu a leitura de um bom jornal
semanal, todo tipo de assunto se desenrolava

ANDRÉ: Enquanto que a mesa 15 comodamente localizada à porta de sua barbearia, era cuidadosamente zelada pelo Senhor
Butuado.

ETEMÍCIO: E quando assim se findava o expediente todos os seus clientes se faziam presentes, tomavam os seus lugares
que dava vida à mesa 15

BERNARDO: Era sempre no fim da tarde que se dava o encontro

CHRIS: Ali se detinham os nobres da cidade para porem sobre a mesa conversas que tocavam sobre a vida alheias

IMPROVISAÇÃO (Chifre, sexualidade, come e dorme)

ALEX S: Mas também sobre assuntos que mais repercutiram dentro e fora da cidade, quem sabe sobre o preço da arroba do
boi ou de alguma fatalidade que sobressaltara a comunidade.

IMPROVISAÇÃO:

JULIANA: A mesa 15 tem suas historias, seus personagens impares, atores do tempo que deixaram suas memórias
indeléveis para a posteridade.

LIZ: Personagens de uma época áurea, época de senhores do tempo que no seu ajuntamento criaram laços eternos que até os
dias de hoje são memoráveis e vive no imaginário de todos.

FLÁVIA: E nas nossas reminiscências permanecem ainda a doce saudade da boêmia dos bares e lanchonetes: JENNIFER:
SKINA 26, MAÉLIKA:XODÓ, MANU;CAPELLA, JULIANA:VINTE V, LIZ: BUTECO DE MIGUEL, FLÁVIA:
SHALANA, JENNIFER: PARAISO, MAÉLIKA:AMORICANA, MANU: BAR RESTAURANTE DO MANOEL
MESSIAS, JULIANA: e TULTI FRUTTI LANCHES.

CENA 20

ETEMÍCIO:: Reza uma antiga história grega que Penélope, esposa do lendário herói grego, Ulisses, após esperar por muitos
anos pelo marido que havido partido para a batalha, se viu obrigada pelo pai a se casar novamente, mesmo contra sua
vontade.
ANDRÉ: Convicta do retorno do amado e da incapacidade de se entregar de corpo e alma a outro homem, Penélope propôs
ao pai que iria tecer uma colcha
ALEX G: e, caso até o final dessa empreitada Ulisses não retornasse, ela faria a vontade do pai.
CHRIS: Contudo, astutamente, movida pelo amor e fidelidade destinados ao esposo,
BERNARDO: o que Penélope cosia durante o dia, desfazia tudo à noite, pois assim alimentava a crença de estar ganhando
mais tempo para o regresso de Ulisses.
ALEX S: O desfecho da história se dá com o retorno do guerreiro que encontra a paz e o amor nos braços da amada após
longos anos de uma penosa batalha.
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ETEMÍCIO: Quis o destino que de certa forma, parte da nossa se história se assemelhasse ao dilema de Penélope,
ANDRÉ: pois como seria possível traduzir a importância dessas pessoas para a nossa comunidade?
ALEX G: Aqui, porém, ousaremos em incrementar o nobre gesto de Penélope, buscando tecer uma colcha de retalhos, como
aqueles feitos pacientemente feitos por algumas de nossas avós.
CHRIS: Selecionando cada um com base no seu tamanho, forma, textura, cor, cheiro...
BERNARDO: Outro ponto a considerar é que nós não pretendemos desfazer nosso trabalho, pelo contrário,
ALEX S: vamos deixar espaço para que outros retalhos venham a ser costurados ao longo dos próximos anos da nossa rica
história.

CENA 21

MAÉLIKA: Inteligente, sensível, culta, dedicada, esses adjetivos talvez não possuam carga semântica suficiente para
traduzir o primeiro retalho da nossa colcha.
JULIANA: Destacou-se em nossa sociedade na difícil seara da educação, em tempos em que não existiam as facilidades do
mundo moderno, em que a maioria das coisas se resolvem em apenas um click.
LIZ: Seus pares reconheciam que sempre esteve à frente do seu tempo, já que sempre estava à procura de novas formas de
ensinar seus valiosos alunos.
FLÁVIA: Defendia suas crias com unhas e dentes, e talvez por essa razão, a cor do seu retalho seja alusivo ao tom da
pelagem da leoa, forte, determinada e feroz.
MANU: “ É? QUELEMENTE TAMBÉM FOI!”, essa era a frase que ela usava quando duvidava ironicamente de alguma
lorota que vinha repousar no seus aguçados ouvidos.
FUNDO: MULHERES DE ATENAS

JENNIFER: Essa era dona Geralda Sirlene, síntese do amor e do profissionalismo, que hoje servem de esteio para a
construção de uma sociedade que teve a honra de ter uma cidadã com tamanha envergadura, capaz de traduzir um pouco
daquilo que somos hoje!

MULHERES DE ATENAS Suas melenas


VIOLÃO: ÁLAMO Quando fustigadas não choram
TOM: D Se ajoelham, pedem, imploram
PRÓX. MÚS: Gostava tanto de você em G Mais duras penas, cadenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos, orgulho e raça de Atenas Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Quando amadas, se perfumam Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas
Se banham com leite, se arrumam

CENA 22
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ETEMÍCIO: Exemplo. Como podemos nos apropriar do significado dessa palavra para tentar descrever o nosso próximo
retalho? Às vezes, somos inclinados a perceber a realidade que nos cerca apensas sob uma única ótica: aquela que nos
convém.
ANDRÉ: Infelizmente não temos o dom, ou talvez o interesse de ver além das máscaras que as pessoas nos apresentam todos
os dias.
ALEX G: Quanta força não é necessária para sair do aconchego da sua cama às três da madruga,
CHRIS: e assim como o predador em busca da presa, organizar sua saída de casa sem causar nenhum ruído, pois os demais
membros da família ainda dormem.
BERNARDO: Sua labuta, não diferentemente do modo como sai de casa todos os dias para defender o pão de cada dia,
passava despercebida por boa parte da nossa comunidade,
ALEX S: não que ela buscasse a auto anulação, mas talvez por conta do ofício.
ETEMÍCIO: Apesar de todas as intempéries, trazia sempre no rosto um sorriso largo e aconchegante, encobrindo a dura
vida que levava.
ANDRÉ: As rochas, reconhecidamente sinônimos de dureza, sucumbem aos fenômenos naturais, ela, porém, não
desanimava diante do sol, da chuva ou frio.
ALEX G: De posse da sua enfeitada e sempre bem cuidada companheira de trabalho, rompia com fé os caminhos da nossa
cidade.
CHRIS: Por essa razão, esse retalho devesse ser associado à chita, que não se remete necessariamente ao mais nobre dos
tecidos, mas sim à alegria que traduz.
BERNARDO: E é justamente isso que ela representa para nossa história.
ALEX S: Mulheres que, apesar de sofrerem na pele, os implacáveis reflexos de uma sociedade marcada por profundas
desigualdades sociais, não lamentam, enxugam as lágrimas e partem para a batalha. Dona Deí, varredeira.

CENA 23

MAÉLIKA: Com fortes arremates, continuemos a tecer a colcha da nossa história.


JULIANA: São Paulo, apesar de sofrer os flagelos infligidos durante o período em que esteve sob a custódia do império
romano,
LIZ: Ele jamais abandonou sua crença de que o amor fosse o único caminho para a cura dos males da humanidade.
FLÁVIA: Essa mesma crença inabalável na capacidade de transformação pelo amor, traduzida no gesto concreto de olhar por
aqueles mais necessitados, pautou a vida dessa nossa ilustre conterrânea.
MANU: Se compadecia das dores e sofrimentos causados pela fome que acometia aqueles que moravam nas comunidades
mais carentes da nossa cidade,
JENNIFER: consolando-os e levando alimento para nutrir, ainda que momentaneamente, seus fragilizados corpos.
MAÉLIKA: Extremamente religiosa, pautou sua vida pela profunda experiência de amor ao próximo.
JULIANA: Esposa dedicada e mãe zelosa, cuidou da família como seu tesouro mais precioso,
LIZ: deixando no coração de cada um dos seus filhos a centelha da gratidão, do amor e da compaixão.
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FLÁVIA: Ainda hoje temos a oportunidade de conviver com seus filhos


MANU: Que, como missão, perpetua o que aprenderam com a mãe, humildade de coração,

FUNDO: GOSTAVA TANTO DE VOCÊ

JENNIFER: Para serem testemunhos vivos desse nosso retalho que talvez de tamanha importância para a nossa história,
pudesse ser associado à beleza e à delicadeza da seda: dona Carolina Leal do Norte.

GOSTAVA TANTO DE VOCÊ Você marcou na minha vida


VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO Viveu, morreu na minha história
TOM: G Chego a ter medo do futuro
PRÓX. MÚS: Terra Tombada C E da solidão que em minha porta bate

Não sei por que você se foi E eu, Dona Carola


Quantas saudades eu senti Gostava tanto de você
E de tristezas vou viver Dona Carola,
E aquele adeus não pude dar Gostava tanto de você

CENA 24

ETEMÍCIO: Não se tece uma colcha sem se observar a proporção e as qualidades dos arremates. Ainda é preciso garantir
que todos os retalhos estejam alocados em seu devido espaço, com todo o cuidado necessário.
MAÉLIKA: Ou seja, é preciso ter sensibilidade no olhar. Que ninguém enxerga o mesmo objeto sob a mesma perspectiva, é
fato.
ANDRÉ: Por isso que muitos de nós conseguimos tecer leituras que ultrapassem as barreiras do senso comum. É preciso
enxergar com a alma.
JULIANA: O que significa um bocado de farinha e um copo d’agua?
ALEX G: Qual é a força necessária para abrir as portas da intimidade?
LIZ: Como exercer de fato a sonoridade?
CHRIS: Colocar o nome da filha em homenagem àquela mulher que, para não retornar à condição de escrava, preferiu dar
fim à própria vida, se jogando de um penhasco?
FLÁVIA:: Monte Parnaso, refúgio e orientação para aquela inquieta geração, que ansiava por debater acerca dos assuntos de
toda sorte: música, filosofia, sociologia, política, essência da juventude.
BERNARDO: Dizem que o verdadeiro inteligente é aquele que sabe um pouco de cada coisa.
MANU: Se isso de fato for verdade, será preciso buscar uma palavra que possa melhor definir esse retalho, pois inteligência
nunca lhe faltou.

FUNDO: CIRANDA DA BAILARINA EM A


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ALEX: Atriz, escritora, educadora, dramaturga, mãe, avó, MULHER. Sendo assim, o brilho desse retalho de cetim,
humildemente busca representar esse ícone da nossa cultura :
JENNIFER: resiliente, altiva, disciplinada, comprometida, LUZ! Como não poderia deixar de ser: senhoras e senhores:
Dalva Lúcia Nunes!

CENA 25

CIRANDA DA BAILARINA Só a bailarina que não tem


VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO E não tem coceira Verruga nem frieira
TOM: A Nem falta de maneira Ela não tem
PRÓX. MÚS: Fundo Chaves (C) Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Procurando bem Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem pereba Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Marca de bexiga ou vacina Só a bailarina que não tem
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba

FUNDO: MÚSICA TRISTE DO CHAVES EM (C)

ETEMÍCIO: Zygmut Bauman, importante pensador e escritor polonês disse certa vez que “vivemos tempos líquidos, nada é
para durar. “
ANDRÉ: Se pensarmos que vivemos na era instantaneidade, há que se considerar até que como apocalítico o posicionamento
do autor,
ALEX G: mas por outro lado, o mesmo não teve a oportunidade de conhecer uma das personagens mais emblemáticas da
história da nossa cidade.
CHRIS: Figura cativa em quase todas as festas da nossa cidade.
BERNARDO: Sempre elegante e bem trajada, flutuava por entre os presentes como a leve pluma ao sabor dos ventos num
fim de tarde primaveril.
ALEX S: Por onde passava, atraia toda sorte de olhares: céticos, de desprezo,
ETEMÍCIO: de carinho, de afeto,
ANDRE: mas, por razões que ainda desconhecemos, não os sustentava.
ALEX G: Permanecia irresoluta na missão de reunir seus tesouros e desfilar e mostrar para a sociedade que ela, de alguma
forma, ainda que por vezes inconscientemente, era a encarnação do próprio espírito da festa.
CHRIS: Ao voltar para casa com as riquezas que auferira, vendia tudo e doava às instituições de caridade da cidade, ainda
que ela mesma estivesse precisando de algum mantimento.
BERNARDO: Então, que me desculpe o ilustre o pensador, mas o exemplo de amor e de desprendimento que essa mulher
nos deixou, jamais morrerá.
ALEX S: É nosso dever! Agora nesta colcha, costuro, carinhosamente, este singelo retalho de tricoline estampado, para
recordar da na nossa cintilante, Custódia.
CENA 26
MAÉLIKA: Como dito, tecer uma colcha exige acima de tudo zelo para com a escolha de cada retalho.
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JULIANA: Esse próximo retalho representa, assim como os demais, um pouco de cada uma das valorosas mulheres da nossa
Carlos Chagas.
LIZ: Vinda de um vale irmão, encontrou aqui as condições necessárias para fincar suas raízes.
FLÁVIA: Por ocasião de uma moléstia que acometera muitos moradores da cidade à época,
MANU: mulher de muita fé, prometeu a São João que, caso ele livrasse seus filhos daquele mal,
JENNIFER: enquanto ela vivesse, todo ano faria uma festa em honra ao santo.
MAÉLIKA: Graça recebida, promessa cumprida.
JULIANA: Por muitos anos, em uma das frias noites de junho, o coração de Carlos Chagas pulsava na rua Belo Horizonte.
LIZ: Muita dança, muita comida, mas sem bebida alcoólica,
FLÁVIA: pois sabia como ninguém, apesar da pouca estatura, impor respeito, confusão no recinto dela não prosperava.

FUNDO: XODÓ

MANU: Por essa razão, esse retalho quadriculado, seja um dos sinais mais cristalinos da nossa própria mineiridade,
JENNIFER: pois as tradições juninas da nossa cidade viveram seu apogeu, enquanto aqui viveu, a digníssima senhora, dona
Dominga. Viva São João!
XODÓ
VIOLÃO: ÁLAMO
CAJÓN: JOÃO
TOM: D
PRÓX. MÚS: Romaria em C

Repetir música Xodó 2x.

CENA 27

ETEMÍCIO: O mais bonito da arte da costura é poder colocar um pouquinho da nossa personalidade em cada detalhe.
ANDRÉ: Assim é o nosso próximo retalho, de uma mulher muito inteligente e de personalidade. Falta-lhe o vago encanto da
fraqueza.
ALEX G: é segura de si, que não se intimida diante do mundo dos desafios da vida
CHRIS: Ela sempre foi uma mulher de luta e resistência. Mas, ainda estudante, bordadeira, enfim artesã,
BERNARDO: A história conta que várias vezes ficou no Kaladão, por conta do atoleiro que existia e ônibus não passava.
ALEX: Mas fez sua faculdade trabalhando com seu saudoso pai, tornou-se professora de Geografia, fazendo parte do nosso
sindicato de professores;
ETEM´CIO: Formou-se em Direito, atendendo a todas as classes com respeito e reciprocidade.
ANDRÉ: Destacou-se nos movimentos sociais e culturais, sem demagogia.
ALEX G: Finalmente, com muito orgulho, foi eleita vereadora em dois pleitos.
CHRIS: Essa mulher vem ser representada em nossa colcha pelo retalho do tecido denim também conhecido como brim,
BERNARDO: pois remete a sua característica popularidade, beleza e resistência
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ALEX S: Assim, ficaríamos horas elencando, as várias facetas desta exímia e fantástica mulher que é inspiração para outras
mulheres: Cibelle Almeida Viana.

CENA 28

MAÉLIKA: Será que realmente é possível equilibrar razão e emoção.


ETEMÍCIO: Freud, criador da psicanálise, concebeu três estruturas para a personalidade humana, id, ego e superego.
JULIANA: A primeira, primitiva, remete aos impulsos biológicos do homem, o agir sem pensar.
ANDRÉ: A segunda, é a parte que lida e estabelece conexões com o mundo real, agir de maneira consciente.
LIZ: A terceira, se refere às regras que o indivíduo absorve em razão do convívio em sociedade.
ALEX G: Será que agora ficou mais fácil chegar a esse equilíbrio?
FLÁVIA: Como definir uma personalidade simultaneamente inquieta, desafiadora, livre e combativa?
CHRIS: Como pode caber num mesmo ser, reações tão cataclísmicas?
MANU: Desde muito jovem, já dava claros sinais de que se a vida não fosse para ser vivida intensamente e em favor de
alguma causa, não valeria a pena.
BERNARDO: Nenhuma trava social ou tradicional jamais a impediu de correr atrás daquilo que acreditava.
JENNIFER: Cronos, deus do tempo, certamente deu a ela algum tipo de crédito extra,
ALEX S: pois como seria possível se envolver com tantas causas e dar conta de executá-las com êxito?
MAÉLIKA: Experimentou a paz do ambiente bucólico, mas não durou. Não tinha como durar.
JULIANA: Ainda que reste nas suas lembranças grilos, lagartos, curiangos e novas sírias.
LIZ: Desde cedo aprendeu a ser líder. Irmã mais velha de cinco irmãos.
FLÁVIA: Pulsa nas veias o sangue herdado dos povos do além-mar, que aqui sofreu mutação ao sabor dos trópicos, e a
tornou ainda mais forte.
MANU: Ímpar. Mulher admirável, digna, firme, essencial num mundo tão conturbado.
JENNIFER: Por essa razão esse retalho de Oxford, que não amassa e não encolhe, extremamente resistente, de alguma
maneira representa o furacão e ao mesmo tempo brisa matinal, Múcia Antunes Davi.

CENA 29

ETEMÍCIO: Vejam quão formosa e quão diversa ficou a nossa colcha.


ANDRÉ: Além de gerarem e nutrirem os filhos da nossa terra, essas mulheres,
ALEX G: cada uma a sua maneira, deixaram suas marcas indeléveis na história da nossa cidade e viverão para sempre em
nossos corações.
CHRIS: Somos, de alguma forma, o resultado do legado delas, isso é parte de nós, é quem nós somos, é a nossa identidade.
BERNARDO: Mas vou deixar essa linha frouxa, pois cada mulher lutadora aqui presente e aquelas que virão depois de nós,
ALEX S: um dia coserá seu próprio retalho nessa colcha. Assim seja!
MARIA, MARIA
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VIOLÃO: ÁLAMO
TOM: A saber.
PRÓX. MÚS: Romaria (toca Maria, Maria uma vez só com violão, e depois já puxa Romaria).

CENA 30

ROMARIA
VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO
TOM: C
PRÓX. MÚS: Caminhando e Cantando (Dm) (quando acabar Romaria, já entrar puxando essa)

É de sonho e de pó / O destino de um só / Feito eu perdido / Em pensamentos / Sobre o meu cavalo

É de laço e de nó / De jibeira o jiló / Dessa vida / Cumprida a só

Sou caipira, Pirapora / Nossa Senhora de Aparecida / Ilumina a mina escura e funda / O trem da minha vida (2x)

FUNDO: ROMARIA EM C
ALEX S: A rádio local conclama: É dia de romaria,
LIZ: Em seus vários destinos, os devotos se inquietam ansiosos para cultuar o seu santo de devoção
ALEX G:: Era de manhã em frente a Matriz os romeiros se ajuntam com suas bolsas e malas, todos num frenesi,
FLAVIA: Cada qual buscando seu lugar nos assentos, por que os ônibus em sua procissão iam partir
ANDRÉ: Os mais velhos de terço na mão, no percurso da viagem rezavam sem cessar,
JENNIFER: do outro lado a criançada se ocupava em deleitar-se com as guloseimas e seus biscoitos.
ETEMÍCIO: A farofa de galinha, comida típica para a ocasião exalava seu aroma, todos sentiam no interior da condução.
MAÉLIKA: Tinha beiju, tinha queijo, tudo se comia a viagem inteira. Mas nem tudo era só comida,
BERNARDO: No interior do ônibus havia também os mais devotos que buscavam a todo instante um contato intenso e
fervoroso com o seu santo devoto
MANU: Cantavam e louvavam da saída até a chegada.
CHRIS: Era uma viagem desgastante, mas que trazia conforto intenso o encontro entre o terreno e o divino.
JULIANA: Era o momento em que os corações se abriam para o arrependimento e confissão.
ALEX S: Que a vergonha que sentiam no âmago de suas almas não mais havia, por que acreditavam no amor e no perdão, no
valor da confissão.
LIZ: O retorno para casa era só felicidade, Ainda que cansados sentissem pelo desgaste e distancia da viagem
ALEX G: Suas almas recompensadas haviam sido lavadas; agora com o animo revigorado consideravam-se protegidos e
fortalecidos na fé.
FLÁVIA: Prontos para voltarem ao trabalho da vida diária que os aguardavam. Enfim o profano dar lugar ao sagrado
TODOS: Sou caipira, Pirapora / Nossa Senhora de Aparecida / Ilumina a mina escura e funda / O trem da minha vida (2x)

CENA 31
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PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO E acreditam nas flores vencendo o canhão
TOM: Dm Vem, vamos embora, que esperar não é saber
PRÓX. MÚS: Terra Tombada C Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Caminhando e cantando e seguindo a canção Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Somos todos iguais, braços dados ou não Há soldados armados, amados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções Quase todos perdidos de armas na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
Vem, vamos embora, que esperar não é saber De morrer pela pátria e viver sem razão
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Vem, vamos embora, que esperar não é saber Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer Vem, vamos embora, que esperar não é saber
Pelos campos há fome em grandes plantações Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelas ruas marchando indecisos cordões

FUNDO: CAMINHANDO E CANTANDO EM Dm


FLÁVIA: De forasteiros e artistas, vindos de longe, aprendizes daqui comungavam a magia da arte, violões nas mãos; óculos
escuros na face, curtição, moças bonitas, olhares insinuantes, um clima fértil de sentimento e liberdade, músicas e poesias
como doces aromas subiam ao ar como oxigênio que se respira,(BANDEIRA DO BRASIL)
JULIA: Do contraste cultural e político, sob a imposição dos militares nascem os festivais da canção. Que ecoa por todas as
partes da nossa terra querida, como a voz da liberdade que deseja romper o cerceamento da censura imposta pelo algoz de
nome ditadura.(BANDEIRA DE MINAS)
MANU: “Surgem os idealizadores de um mundo melhor Geraldo Vandré que ecoou aos ventos a liberdade em forma de
poesia, sua melodia: “Pra não dizer que não falei das flores” (BANDEIRA DE CARLOS CHAGAS)
JULIANA: Faz um convite ousado para todos quebrarem os grilhões, abrirem a mente para a compreensão, arrancarem as
mordaças que emudecem as vozes, e permitir que a consciência seja livre. Que os sentimentos expressos seja a voz dos
libertos, o grito daqueles que não se calam
TODOS: “VEM VAMOS EMBORA / QUE ESPERAR NÃO É SABER, / “QUEM SABE FAZ À HORA, / “NÃO ESPERA
ACONTECER”.
LIZ: Torturas os esperavam, mas não os intimidavam, Surge daí como que o grito da liberdade Elis, Chico Buarque, Caetano
e Gilberto Gil, que sem medo algum não se curvaram ao terror da submissão, preferindo o exílio do que o silêncio.
JENNIFER: Pessoas a frente de seu tempo, que não deixaram de acreditar nas mudanças, na esperança da restauração, da
possibilidade de que a utopia poderia ser realidade.
LIZ: Que por meio da música as palavras tem o poder de impacto, de convencer, de promover o idealismo de liberdade e de
viver.
JENNIFER: Que todas as barreiras existentes deixem de existir, que o poder para mover o mundo rumo a mudanças está na
coragem de acreditar e de se expressar com mensagens de amor e liberdade, com mudança de atitude.
CHRIS: Sob tal pano negro de fundo, abriu-se o caminho para todos os movimentos culturais existentes, as cadeias caíram,
as portas se abriram e os cativos foram libertos, sem derramamento de sangue, Mas com palavras e versos que criaram uma
identidade, a cultura é pacífica e duradora.
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BERNARDO: Na onda dessa inspiração revolucionária os remanescentes brotaram, e em nossa cidade formou-se um grupo
unificado com o mesmo propósito cultural.
ETEMÍCIO: Em meio uma gama de emoções cria-se então os primeiros festivais de nossa terra. Dessa forma os pioneiros
culturais iniciaram uma luta para valorização da identidade cultural da cidade mãe..
ANDRÉ:: Como não lembrar de DALVA LÚCIA, CLAUDIO JARDIM, LUIZA, CIBELLE VIANA, LÍDIA MARTINS,
LUZIENE NOGUEIRA, LUCIANO VIANA, DR AFONSO, JOSÉ NOGUEIRA FILHO, e tantos outros que a história
guarda.
ALEX G: E ainda como esquecer dos causos e violas de FIDELCINO MARTINS, dos cantos e encantos ADEMAR,
WILTON, ERUS JANUZZI, e das Sete Voltas da lua de CASTELO, que deixou grande marca pelos caminhos dos
FESTIVAIS DAS CANCÕES.

FUNDO: 3 VOLTAS DA LUA


ALEX S: Oia mininu parece inte brincadeira eu assim na lembrança maleira eu me alembro da capina rasteira e do clarão
daquele primeiro raio de sol eu assombrava a capa do zoi e so queria saber primeiro era de malinar ,parece que hoje na vida
tudo celera, mas naquele tempo assim também era, amanhece, intardece , anoitece e vai passando e a gente esquece e o mio
de tudo é num deixar de sonhar e ai agente fica procurando a tar da felicidade nas coisa grande, na tar da loteria, na vida fácil
e farta ma oh quano eh fé ela pelos dedo iscapa e num se apercebe que ela fica ali oh juntin de nois trabaia, acorda, levanta,
cai, volta, sobe, reza, disisti, chinga, cre e vive.
AS 3 VOLTAS DA LUA
VIOLÃO: JOÃO
TOM: A ou (F capo 4ª casa).
PRÓX. MÚS: Terra Tombada C

FUNDO: 3 VOLTAS DA LUA


ALEX S: E até hoje os acordes ecoam no ar, deixando uma doce saudade, ficando registrado nessa pagina de ouro a mudança
de mentalidade, que impactou definitivamente os rumos da nossa identidade cultural.

CENA 32

MAÉLIKA: Em meados da década de 80, Carlos Chagas recebia as primeiras professoras bailarinas profissionais:
ARIDINAIDE e INÊS AMARAL, a dança clássica tornava-se conhecida e apreciada pela população Carloschaguense.
MANU: Aridinaide deu Adeus à nossa cidade mãe, onde o comando ficou a cargo da nossa querida Inês Amaral
JULIANA: O primeiro grande espetáculo, se deu no aniversário da cidade no ano de 1992, coreografado e produzido por
Inês Amaral, onde um conto de fadas embalava o show PAÍS DAS MARAVILHAS
LIZ: Mas um grande espetáculo valores e valores, retratando as faces do bem e do mal, este realizado na quadra do Clube
Carlos Chagas,
FLÁVIA: porém devido uma chuva torrencial, a segunda noite de apresentação teve que ser realizar no salão do clube, o que
não tirou o brilho do espetáculo.
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JENNIFER: Muitos outros espetáculo foram realizados pela escola SALA DE DANÇA, praça dos sonhos, falando de nós
retratando a história de nosso município através da dança,
MAÉLIKA:e o seu último espetáculo em retrospectiva dos 10 anos no Ginásio Poliesportivo, deixou um vazio no seio
cultural.
MANU: Os bailarinos e as bailarinas daquela época, muitos seguiram seus passos, porém muitos guardam os grandes
espetáculos na memória.
JULIANA: Tânia Pechir
LIZ: Conceição Rodrigues
FLAVIA: Andrea Ruas
JENIFER: Erizeth Franco
MAÉLIKA: Luzia Maria
MANU: Lincol
JULIANA: Alessandro Rodrigues
LIZ: André Vampeta
FLÁVIA: Fabiano Faustão
JENNIFER: Brisa Nogueira
MAÉLIKA: Fabiane
MANU: Lísia
JULIANA: Carmem Lucia Bispo
LIZ: Patricia Norte
FLÁVIA: Brendha Tomich
JENNIFER: Valéria Andrade
MAÉLIKA: Enfim muitos foram os que fizeram parte do grande show da vida, com arte e beleza através dos movimentos
da dança.
MANU: O tempo não para nossos jovens prosseguem e persistem na arte do sonho, da dança e da emoção, porque a vida é
um grande baile.

CENA 33

TODOS: Ser ou não ser?


Eis a questão!
ALEX S: As cortinas se abrem, o show vai começar diversas faces e fases, o teatro nunca mais parou.
ALEX G: Em meados da década de 60, as freiras que habitaram em nossa paróquia, buscaram retratar a Paixão de Cristo,
este coordenado pelas mesmas até a década de 80
ANDRÉ: Chega a década de 80, um jovem Padre recém ordenado chega a cidade, Padre Luciano Campos Laval, trás consigo
o texto J D’Angelo,, dá um repaginada no contexto.
ETEMÍCIO: Figurino e cenografia, não deixando o enforque principal morrer: a Paixão de Cristo.
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BERNARDO: Ainda em meados de 80 Padre Luciano muda de cidade, porém um audacioso grupo resolve não deixar o
espetáculo ficar esquecido: Cibele Wan Der Maas, Sílvio Wan Der Maas, Sebastião Barbalho e outros.
CRIS: A obra não parou, novas pessoas fizeram parte das diretorias que se seguiram: Dr. Afonso Celso Leitão, Dalmo
Lopes e Heloísa Medrado Pinto.
ALEX S: A evangelização não poderia parar, muitos cansaram, mudaram de cidade, mas uma vontade maior impulsionava e
dava mais determinação, com ajuda de amigos e da comunidade.
ALEX G: Sebastião Barbalho em memória por muitos anos brilhantemente dirigiu a tradicional Paixão de Cristo: Uma certa
Sexta-Feira.
ANDRÉ: Não haveria dramaturgia sem atores: Roque Augusto de Oliveiro o Cristo - Irmãs Barro Verônica
ETEMÍCIO: Cândido Augusto Pilatos - Rita Medrado bailarina - Vilma Barros Maria - Enfim uma trupe imensa de atores,
que se aqui fosse descortinar seriam horas intermináveis uma média de 500 grandes atores.
BERNARDO: Como a vida não pode parar, a cortina da Paixão de Cristo jamais irá passar, grupo teatral Nova Geração,
décadas de trabalho pela evangelização.
CHRIS: A arte cênica não foi apenas sacra, surge o grupo teatral Arte e Expressão, cuja mentora Dalva Lúcia Nunes mulher
de fibra e garra.
ALEX S: Os textos apresentados, sempre retratando o cotidiano: O FAGABUNDO, ESTOU TE INVENTANDO MAMÃE,
OS OLHOS VERDES DA NEUROSE, enfim um elencado número de espetáculos de encher os olhos.
ALEX G: O Grupo teatral Imapcthus também teve grande relevância na arte cênica local, muitos textos cômicos e outros
históricas, como CASAMENTO DA ROÇA, O CANDIDATO e o grande CARLOS CHAGAS, CIDADE MÃE, CIDADE
MULHER.
ANDRÉ: Na atualidade se fez florescer o DRAMÉDIA, a garra e persistência de diretor e atores, trazem à tona a realidade e
os problemas vividos pela sociedade com as peças:
ETEMÍCIO: BANG BANG VOCÊ MORREU, A IGREJA BEM ASSOMBRADA, UM OLHAR SOBRE A PAIXÃO DE
CRISTO, DIÁRIO DE UM DROGADO, A HISTÓRAI DE JANJÃO E ANABELA, ESCOLA DE MACHOS, A ARVORE
GENEROSA, CONSCIÊNCIA NEGRA, VALE DO MUCURI, FALANDO DE NÓS, Semeando a arte para que a mesma
jamais seja, apenas uma parte, mas que seja eterna.
BERNARDO: Enquanto seguir o trem da história, consigo no seu vagão, com certeza o teatro será a carga para trazer
lembranças e emoção.
CHRIS: pois o homem somente não existirá, quanto forem lhe tirando o direito dos sonhos, das lembranças e da liberdade.
SER OU NÃO SER. .EIS A QUESTÃO!

CENA 34

ETEMÍCIO: Dizem que existem três maneiras de perpetuarmos nossa essência neste mundo:
ANDRÉ: ter um filho,
ALEX G: escrever um livro
CHRIS: e plantar uma árvore.
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BERNARDO: Ah, mas essa visão romântica da vida talvez se aplique apenas aos nefelibatas.
ALEX S: Prefiro acreditar no que dizia o jornalista gaúcho Aparício Torelli, “ A única coisa que você leva da vida é a vida
que você leva”.
MAÉLIKA: Essa máxima sintetiza a razão da existência desse nosso nobre conterrâneo, mesmo diante das adversidades.
JULIANA De origem humilde, aprendeu desde muito cedo a lutar pelo que acreditava.
LIZ: Para ascender socialmente, precisou superar não apenas as amarras das mazelas sociais,
FLÁVIA: mas também encarar os preconceitos de uma sociedade marcada por crenças e convicções, que ele mesmo
reconhecia como majoritariamente hipócritas.
MANU: Não sei se por reflexo das agruras da vida, desenvolveu um fino gosto pela arte, pela cultura, pelo belo, pela
apreciação do bom vernáculo.
JENNIFER: Sabia como ninguém flutuar com maestria entre todos os estratos sociais da nossa comunidade.
ETEMÍCIO: Era um dos cicerones mais requisitados para os eventos formais,
MAÉLIKA: mas também era o mesmo amigo que não podia faltar no pagode do fundo do quintal.
ANDRÉ: Impossível não se recordar das suas apoteóticas aparições nos nossos saudosos carnavais de rua. Sua alegria era
indescritível!
JULIANA: Privilegiados foram aqueles que puderam presenciar, sentir a pulsação do seu sangue latino nos exaustivos
ensaios sacros. Único.
ALEX G: Amante de uma única Rosa.
LIZ: Amigo fiel! Adversário tenaz!
CHRIS: Deixou sua marca em quase todos os cantos da nossa cidade, pois exerceu diversas funções tais como magistério e
serviços administrativos.

FUNDO: VELHOS AMIGOS (CAPOTRASTE 3ª CASA)


FLÁVIA:: E se de fato o que se leva da vida é a vida que se leva,
BERNARDO: podemos afirmar com todas as letras que esse nosso conterrâneo viveu sua vida de maneira plena e intensa até
o último dos seus dias.
MANU: NARRADOR 1: Como o Quixote de Cervantes que, ao ser indago por um conhecido acerca das suas crenças e
convicções,
ALES X: voltou-se para o interlocutor e serenamente respondeu: Yo sé quien soy! “Eu sou o que sou”
JENNIFER: E com certeza, Sebastião Soares Barbalho sabia exatamente quem ele era!

O mundo é pequeno, o tempo é invenção


Que o amor desfaz na tua mão

Nada passou, nada ficará


VELHOS AMIGOS Nada se perde, nada vai se achar
VIOLÃO: ÁLAMO
Põe nosso nome na planta do jardim
TOM: A saber (capo 3ª casa)
PRÓX. MÚS: Terra Tombada C Vivo em você e você dorme em mim
Velhos amigos vão sempre se encontrar
Seja onde for, seja em qualquer lugar
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E quando eu olho pro imenso azul do mar O mundo é pequeno, o tempo é invenção
Ouço teu riso e penso: onde é que está? Que o amor desfaz na tua mão
A nossa planta o vento não desfez
É nunca mais, mas é mais uma vez E quando eu olho pro imenso azul do mar
Ouço teu riso e penso: onde é que está?
Velhos amigos vão sempre se encontrar A nossa planta o vento não desfez
Seja onde for, seja em qualquer lugar É nunca mais, mas é mais uma vez

CENA 35

JULIANA: A boemia sempre fez se presente em nossa cidade, e outrora o Elite Social Clube, hoje o hotel Carlos Chagas
proporcionava momentos de euforia.
LIZ: Embalada pelo Grupo de festeiros, sob regência do apaixonado Norton Norte, Aylton Figueiredo seu Miúdo, João da
Costa Melo; faziam das noites dessa pequena cidade uma noite de intensa alegria.
FLÁVIA: Sem esquecer de que nesse Clube, a então Elite era o centro de convergência dessa promissora cidade, disputando
cada espaço de seu quadrado.
JENNIFER: Os bailes de carnaval, ali realizados, eram harmonicamente conduzidos pelo regente maior Providência no
piano, pelos hábeis músicos Anibal no trompete, Lourival no pistom, Nanu Pessoa tocando banjo, enquanto tinham ao lado,
no violão, o animado Zé Cuanga.
MAÉLIKA: Naquela época não tinha esse negócio de trazer bandas de fora. Os próprios faziam a festa:
Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é, será que é? Corta o cabelo dele?
Mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar.
Ei você aí, me dá um dinheiro ai, me dá um dinheiro.
Eu mato, eu mato, que pegou minha cueca pra fazer pano de prato.
CHRIS: Assim fora por um bom período as noites dançantes no mais famoso Elite Social Clube.
BERNARDO.: Da inauguração do Clube Carlos Chagas que passou a ser o palco da alegria da elite da cidade, ficou apenas a
saudade,
ETEMÍCIO: O Elite Social Clube da lugar ao “Congo”, por passar a ser freqüentado por pessoas humildes. Que desejavam
também ser felizes nessa viagem sentimental, trilhando os caminhos da saudade.
ANDRÉ: O Clube Carlos Chagas fundado em 1958 pelo Senhor Yêdo Gadella Valença, sob a direção e presidência do
saudoso Dr. Dely Coelho Nogueira passou a ser palco de grandes festas tradicionais: réveillon, carnaval e festas juninas.
ALEX G: Em sua história de existência o Clube Carlos Chagas, deixou marcas em seus grandes eventos festivos. Como
esquecer da nossa discoteca aos domingo embalado pelo sonoplasta BUJÃO?
ALEX S: Ao terminar a missa, depois do vai e vem na praça, a discoteca era iniciada por volta das 20:30, onde no seu
percurso jovens e adultos eram embalados por todos os ritmos pop, axé, forró, lambada.

FUNDO: WHISKY A GO GO EM (E)


FLÁVIA: Se no peito bate a saudade, Dos tempos idos, amores vividos, O mais profundo do ser
JÚLIA R: Quando a música ecoa no ar, os corpos se unem se confundem
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MANU: Na ciranda que vivenfica o movimentos só de alegria sem dor, sem sofrimento
JULIANA: E dessa mistura de sinfonias que se foram, estão e ainda virão
LIZ; Devemos respeitar as preferências , porque depois que tudo passar
JENNIFER: Baterá no peito que jamais passa o coração saudoso a essência
WHISKY A GO GO
VIOLÃO: JOÃO
CAJÓN: ÁLAMO
TOM: E
PRÓX. MÚS: Flagra (A)
Foi numa festa, gelo e cuba libre / E na vitrola Whisky a Go GO / À meia luz o som do Johnny Rivers / Aquele tempo que
você sonhou
Senti na pele a tua energia / Quando peguei de leve a tua mão / A noite inteira passa num segundo / O tempo voa mais do que
a canção
Quase no fim da festa / Num beijo, então, você se rendeu / Na minha fantasia / O mundo era você e eu
Eu perguntava, do you wanna dance? / E te abraçava, do you wanna dance? / Lembrar você / Um sonho a mais não faz mal
CHRIS: E por volta da meia noite o som era embalado pelas músicas lentas para os chavecos dos casais e ali os rapazes
roubar os beijos da donzelas, onde ainda existia a paquera do inocente olhar
ALEX S: O Clube Carlos Chagas ainda resiste no tempo e na história, buscando proporcionar entretenimento e lazer aos seus
associados e visitantes.

CENA 36

MAÉLIKA: Dos bailes carnavalesco do Elite Social Clube e do Clube Carlos Chagas a marchinhas invadem a avenida
Capitão João Pinto em forma de desfiles com escola de samba.
MANU: Foi época dos blocos Tupinambás, JULIANA: Vendedores de Chapéus, LIZ: Enamorados do Samba, FLÁVIA:
Noite Linda, JENNIFER: Palhaços e Colombinas, JULIAR R, Independes do Samba, MANU: Unidos do Arcoverde,
JULIANA: Cometa Loucura LIZ: e outros tantos, participaram dessa trajetória cultural efêmera de Carlos Chagas.
FLÁVIA: Todos os anos era uma madrinha de bateria escolha e passada a chave da cidade do rei Momo.
JENNIFER: Tudo passou. Uma nova geração chegou, e deu uma roupagem diferente ao nosso Carnaval.

MAÉLIKA: Daí surgiu a abertura do asfalto para o litoral, então foi natural que processo de aculturação dominasse a prática
popular, findando assim a nossa cultura carnavalesca.

CENA 37

MANU: O povo de Carlos Chagas além de festeiros sempre foi um povo de muita fé.
JULIANA: Em épocas de seca subiam ao morro do cruzeiro em promessa para que água Deus enviasse.
ALEX S: Alô povo que vive na terra / Vá lá dentro apanhar um véu / Vamos formar fileiras / E partiu pro céu
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ALEX G: Sei que muitos vão chegar cansados / Pois é longa a nossa caminhada / Mas deixem que eu faço / O discurso de
entrada
ANDRÉ: Bom dia Senhor / Não viemos tomar seu café / O que estamos querendo / O Senhor sabe o que é
ETEMÍCIO: Cada um trouxe um litro de água / Um a um quer lhe oferecer / Será impossível / Não compreender
BERNARDO: Se na terra ela é tão escassa / Mesmo assim conseguimos trazer / O Senhor tem fartura / É questão de querer
CHRIS: Muito pai viu o filho morrendo / Foi de frio, de sede ou de fome / Foi falta de Chuva / E não falta de homem
TODOS: Já voltamos, boa noite irmãos / O que é que está se passando / Oi eu de cobertor / Eu estava sonhando

FUNDO: FLAGRA (riscado)


CENA 38

ALEX: E ae broto vamos ao cinema hoje.


MAÉLIKAOCHA: Claro meu bem. Que filme está em cartaz
ALEX: A BOEMIA
MAÉLIKAOCHA: Então me pega as 19 horas em casa
ALEX: Tá marcado, as 19 horas em ponto
FLAGRA
VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO
TOM: A
PRÓX. MÚS: Seresta (PUXA A SERESTA NA IMPROVISAÇÃO DAS MENINAS SOBRE O BOY DO CINEMA)
No escurinho do cinema / Chupando drops de anis / Longe de qualquer problema / Perto de um final feliz...
Se a Deborah Kerr / Que o Gregory Peck / Não vou bancar o santinho / Não! / Minha garota é Mae West / Eu sou o Sheik
Valentino..
Mas de repente o filme pifou / E a turma toda logo vaiou / Acenderam as luzes / Cruzes! / Que Flagra! / Que Flagra! / Que
Flagra! / Uauauauauá! / Larará! Larará…

FUNDO: FLAGRA (A)


CHRIS: O Cine Filadélfia fundado em 1950 pelo Sr. Altamiro José Avelar, que além de exibir filmes, servia também como
palco para todo tipo de evento, como apresentações Teatrais e para grandes artistas que visitavam a cidade: Nelson
Gonçalves, CLARA NORTE Alves, Sergio Reis, Roberto Barreiros, Arno Rodrigues.
ALEX S: Após sua morte continuou sobre o comandado pelo filho Janedson Vieira Avelar mais conhecido como Tãozinho
em memória. Sendo em 1992 sua última sessão. Carlos chagas perdeu um dos seus principais lugares de lazer e diversão.
No escurinho do cinema / Chupando drops de anis / Longe de qualquer problema / Perto de um final feliz...
Se a Deborah Kerr / Que o Gregory Peck / Não vou bancar o santinho / Não! / Minha garota é Mae West / Eu sou o Sheik
Valentino..
Mas de repente o filme pifou / E a turma toda logo vaiou / Acenderam as luzes / Cruzes! / Que Flagra! / Que Flagra! / Que
Flagra! / Uauauauauá! / Larará! Larará…
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FUNDO: SERESTA EM (C)


IMPROVISO MENINAS FALANDO DO BOY QUE VIRAM NO CINEMA

CENA 39

SERESTAS
VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO
TOM: C
PRÓX. MÚS: A vida passa (C)

Boa noite Que nós cantamos pra você Quem é que está batendo na
Diga ao menos boa noite portinha do seu coração
Abra ao menos a janela
Que nós cantamos pra você Boa noite
Êêêêêê êêêêêê êêêêêê êêêêêê Quem é que está batendo na Diga ao menos boa noite
portinha do seu Abra ao menos a janela
Óh Ana Quem é que está batendo na Que nós cantamos pra você
Abra a janela querida portinha do seu Que nós cantamos pra você
Que a noite está tão linda (toc toc no violão) Que nós cantamos pra você

FUNDO: SERESTAS

ALEX S: Cadeiras, varandas, janelas /ALEX G: E moças tão belas / Em noites de luar / ANDRÉ Ouvindo cantigas /
Canções tão antigas / BERNARDO Lá fora na rua Que belo passado / CHRIS No peito guardado / Lindas Serenatas /
ETEMÍCIO: Varandas vazias / Relembrando os dias / Saudade que mata (Fidelcino Martins)

2ª Parte

Durma
Durma bem com os anjinhos
Pra acordar amanhã cedinho
Que nós cantamos pra você
Que nós cantamos pra você

CENA 40

A VIDA PASSA São vinte e sete que o destino nos revela


VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO
TOM: C Chega o Djalma mostrando como se faz
PRÓX. MÚS: Partida de Futebol Cely, Romário – todos eles são Ferraz
Não esquecendo do Sinvaldo que é também
A vida passa e o tempo não perdoa São vinte e sete homens que parecem mais cem
Cada rainha, cada rei pega a coroa
A vida passa e o tempo não congela
São vinte e sete que o destino nos revela A vida passa e o tempo não perdoa
Cada rainha, cada rei pega a coroa
Lá vem Acássio, a Clemencia e o Cleomar A vida passa e o tempo não congela
Filinto de Souza, Aédio Salim Lauar São vinte e sete que o destino nos revela
Eles entraram junto com Paulo Roberto
Junto com Rubens Rodrigues, João Ferreira que é Neto Osmano Silva, o Tião e Leobino
O Luiz Carlos, Manoel e Zé Firmino
A vida passa e o tempo não perdoa Mário Eustáquio, o Tancredo e Valdenir
Cada rainha, cada rei pega a coroa Não foi de brincadeira que passaram por aqui
A vida passa e o tempo não congela
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A vida passa e o tempo não perdoa Vem o Pacífico, Evoétimo e Nivalto


Cada rainha, cada rei pega a coroa O José Cláudio Miranda assinar contrato
A vida passa e o tempo não congela São homens fortes, resistentes e sem medo
São vinte e sete que o destino nos revela Chega mais Luiz Eugênio, Cesar Barrancos Macedo

CHRIS: Em Tempos difíceis / Economia instável / Altas taxas de Juros / Triste crise hídrica, já passou nossa Carlos Chagas

BERNARDO: Mas contra tudo isso há um tempo um exército de 27 / Vinte e sete corajosos / Que trabalharam
incansavelmente / Para buscar recurso financeiro / E efetivo desenvolvimento

ETEMÍCIO: Vinte e sete, nem a menos, nem a mais / Queriam mudar os fatos / E não olharam para trás / Esqueceram dos
problemas / Enfrentaram o sistema / Como um bom guerreiro faz

ANDRÉ: Guerreiros de força maior / Amigos de nossa terra / Mostrando que alguém que erra / Pode bem começar do pó /
Fazer tudo diferente / Logo daqui pra frente / Escrevendo com seu suor

ALEX G: Carlos Chagas é agraciada com mais empreendimento que hoje é sucesso

ALEX S: No dia 19 de agosto de 1991 - Foi criada a Cooperativa de Crédito Rural de Carlos Chagas - CREDICAR

LIZ: Eleita sua primeira diretoria

FLÁVIA: Presidente: LEOBINO ALVES BOA SORTE

JENIFER: Vice-Presidente: PACÍFICO DOS SANTOS NEIVA

MAÉLIKA: Secretário: ACÁSSIO VIEIRA DE AZEREDO COUTINHO

MANU: Tendo como cota número 1 - Sua principal parceira - A COOLVAM

JULIANA: Intitulada como cooperativa mãe - Sempre lado a lado - Com a cooperativa de crédito rural

CHRIS: Documentalmente o sonho passou a ser realidade - Os nobres homens visionários - Viram que o cooperativismo -
Faria a diferença

BERNARDO: Com ousadia e pioneirismo - Abriram as portas para um novo tempo - Um tempo de conquistas - Um tempo
de glórias

ETEMÍCIO: Mas ainda faltava algo - Para completar o sonho

ANDRÉ: Algo consistente e físico - Para poder atender seus associados - De uma forma coerente

ALEX G: Sim, faltava o espaço físico - Para que a cooperativa prosperasse - E buscasse novos horizontes

ALEX S: E assim foi feito - Por trás de uma pequena portinha - Com um computador e móveis ganhados - Recursos
emprestados pela COOLVAM - E trabalhos voluntários

LIZ: Em 15 de janeiro de 1992 - Inaugurou o primeiro espaço físico - Da Cooperativa de Crédito Rural de Carlos Chagas

FLÁVIA: Vendo como o cooperativismo traz transformação, desenvolve o vaqueiro e o doutor, Não olhando a condição,
Desenvolve em Carlos Chagas, E vai pra toda região

JENNIFER: Em 1997 é inaugurada agência na cidade de Pavão


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MAÉLIKA: Em chegou no município de Águas Formosas

MANU: Em 2001 chega a vez da cidade de Machacalis

JULIANA: Em 2003 foi desafio inaugurar agência em Santa Helena de Minas, que naquela época não possuía atendimento
de outra instituição financeira

CHRIS: Um desejo antigo tornou-se realidade em 2014 inaugurou a agência em Bertópolis

BERNARDO: Em 2021 com o plano de expansão sistêmico o Sicoob Carlos Chagas chegou a Teixeira de Freitas no estado
da Bahia

ETEMÍCIO: De Credicar a Sicoob Carlos Chagas - Uma história sem fim... O passado vai de encontro ao presente em um
curto espaço temporal.

ANDRÉ: Hoje com mais de 10 mil associados o Sicoob Carlos Chagas vai escrevendo sua história fazendo parte de um
sistema sólido.

ALEX G: Com o propósito de conectar pessoas para promover justiça financeira e prosperidade

ALEX S: Tendo a missão de promover soluções e experiências inovadoras e sustentáveis por meio de cooperação

LIZ: A visão de ser referência em cooperativismo, promovendo o desenvolvimento econômico e social das pessoas e
comunidade

FLÁVIA: E com os valores:

JENNIFER: Respeito e valorização e integridade

MAÉLIKA: Excelência e Eficiência

MANU: Liderança Responsável

JULIANA: Inovação e simplicidade.

PARTIDA DE FUTEBOL
VIOLÃO: JOÃO E ÁLAMO
TOM: A
PRÓX. MÚS: Pátria Minas (acho que em G)

CENA 41

Bola na trave não altera o placar / Bola na área sem ninguém pra cabecear / Bola na rede pra fazer um gol / Quem não sonhou
ser um jogador de futebol?

A bandeira no estádio é um estandarte / A flâmula pendurada na parede do quarto / O distintivo na camisa do uniforme / Que
coisa linda, é uma partida de futebol
FUNDO: PARTIDA DE FUTEBOL (A)

ALEX S: Com o coração no pé e na chuteira, / Com o grito de gol na garganta! / Com amor em forma de cores / se vestem a
cidade inteira.

ALEX G: Sua camisa é pele / nas cores do azul celeste / que encarna a paixão / de torcedor do Cruzeiro.
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ANDRÉ: Tudo é festa é especial / são dias em que a bola é a bela / e os pés que a tocam são armas / que alcançam a meta do
adversário.

ETEMÍCIO: Combatível, implacável / Em seu manto nas cores verde e amarelo / Borroló time de glória

BERNARDO.: A festa está preparada, / Vai começar a decisão / Há alvoroço, na cidade / o que se ouve é um frisom. / Vozes
apreensivas na expectativa de um show

CHRIS: Vai começar a decisão, / de dois times campeões. / Borroló versus Cruzeiro / Jogo épico de tirar o folego.

ALEX S: O ar que se respira é FUTEBOL / O dia é especial / É dia de decisão. /

ALEX G: no encontro de Titãs. / quem sai ganhando é a multidão.

(NARRATIVA DE UMA JOGADA DE FUTEBOL)

TODOS: E é gol!!!!!!!!!!!!!!!!!!! / Ecoa o grito da galera!

ATENÇÃO: RITMO DE PARTIDA DE FUTEBOL COM OS ATORES GRITANDO “HEY”.

LIZ: Pela forte tradição / de uma historia de emoção / que remonta a memória / daqueles que viveram essa paixão.

FLÁVIA: Somos desportistas de tradição, / além do futebol amamos o voleibol / nossa equipe e forte e dinâmica

JENNIFER: Feita de jovens talentosos / que impulsionam com muita raça / a força da nossa cidade

MAÉLIKA: Levanta a bola e saca / é técnica coletiva / de uma turma dedicada / Que participa e leva / o nome da nossa
cidade / para todos os lugares.

MANU: Com o pé ou com a mão / temos o handebol e o de salão / todos feitos para promoverem a emoção.

JULIANA: Já na água temos a natação / premiada além das nossas fronteiras / Deixando sua marca de que nossa gente faz
bonito em toda modalidade.

CENA 42

LIZ: Já podeis da pátria filhos, ver contente a mãe gentil, já raiou a liberdade, já raiou a liberdade no horizonte do Brasil.

FLÁVIA: Era um dia muito especial, 7 de setembro, muitos preparativos, as escolas se preparavam, com tamanho esmero,
para as suas performances nas ruas da cidade.

JENNIFER: Os alunos orgulhos em apresentarem seus uniformes novos ou suas fantasias.

MAÉLIKA: A disputa acirrada das escolas para mostrarem o seu melhor, ensaios as escondidas, até mesmo no antigo campo
de aviação.

MANU: Os segredos guardados nos carros alegóricos, as balizas, pelotões de educação física, coreografias, enfim tudo para
encantar a multidão que ia para a praça no dia 07 de setembro.

JULIANA: Tudo tinha que ser perfeito, Pedro Miranda, exímio comandante de alguns desfiles, a rígida disciplina cobrada
pelos professores que se desdobravam, para que a festa tivesse o brilho e o êxito planejado.

LIZ: Era a hora, o momento, bateria já perfilada,


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FLÁVIA: Ordinário!!! Volver!!!

JENNIFER: e começava o som que iria dar início ao grande desfile

BATERIA

MAÉLIKA: Muitos heróis se desdobraram para a perfeita execução da sinfonia dos tambores, taróis e cornetas.

MANU: Saudoso Roque Augusto de Oliveira, Jair Oliveira Costa e seus fiéis escudeiros, Atala Mendes Lacerda, JULIANA:
Valdelino LIZ: Silmazinho FLÁVIA: Butão JENNIFER: Hermílio MAÉLIKA: Giguilin em memória MANU: Wellington
em memória JULIANA: Jocão LIZ: Nilsao FLÁVIA: Hugo em memória JENNIFER: Lorival Sena MAÉLIKA: Paraiba
MANU: Silvio Kretli JULIANA Vava LIZ: Cosco FLÁVIA: China JENNIFER: Hebert MAÉLIKA: Bujão MANU:
Candido Augusto em memória JULIANA e Lira Macionilio Rodrigues que seriam artistas naquele dia especial.

LIZ: A cidade mãe sentia seu coração pulsar dentro do seio de uma nação, cujos filhos jamais fugiram da luta e jamais
temeram os receios do seu futuro.

TODOS: Dos filhos deste, solo és mãe gentil!!!!

JEFERSON: Bateria marchem

CENA 43

ALEX S: As vezes a gente corre tanto pela vida, que deixa passar tantas coisas bonitas. A gente corre tanto que não percebe
as cores, as flores na beira do caminho, as vezes a gente quer que o fruto amadureça antes do tempo. A gente tem muita
pressa, mas somente o tempo sabe a hora certa de dar o presente para a gente, o tempo sabe o momento exato de dar o
presente que a gente merece.
FLÁVIA: Queridos filhos
MAÉLIKA: Filhos presentes
MANU: Filhos ausentes
JULIANA: Sou mãe saudosa
LIZ: Uma mãe que lamenta perdas
JENNIFER: Que chora a falta dos que foram para sempre
FLAVIA: E dos que alçavam vôos em busca dos sonhos e não mais voltavam
MAÉLIKA: Volto muitas vezes ao passado... e ouço risos e gritinhos, cantigas de rodas nas noites apenas iluminadas pela
luar, ruas de terras batida
MANU: Por onde andam aquelas minhas crianças? Cresceram? Casaram? Tiveram filhos? Netos? Bisnetos?
JULIANA: Estariam hoje no plano celestial olhando por todos nós que aqui ficamos?
LIZ: E os outros tantos que me acenando o lencinho branco do adeus, partiram em busca de vida melhor: estudo.. trabalho...
sonhos.. e sonhos...
JENNIFER: Lembro-me das tradicionais festas do Clube, ou ate mesmo das inocentes horas dançantes nas salas apertadas
das famílias.
FLÁVIA: Os beijos roubados por entre as rosas dos meus jardins
MAÉLIKA: Das mãos entrelaçadas durante os filmes do cine Filadélfia
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MANU: Das portas do comércio se fechando, em sinal de respeito ante o silencioso cortejo fúnebre de meu filho, todos
andando de cabeça para baixo em sinal de tristeza e respeito.
JULIANA: O badalar do sino da Matriz e a ave ao cair das tardes
LIZ: O entusiasmo a emoção o tremular das bandeiras dos estádios Anita Rodrigues e Manelão Borroló e Cruzeiro meus
times do coração, porque mãe não pode ter predileção quando todos são filhos
JENNIFER: O apito da Maria Fumaça gente nova chegando, outros partindo e voltando.
FLÁVIA: Os alunos impecáveis, devidamente uniformizados homenageando a pátria querida no dia da sua independência.
MAÉLIKA: Os meus rios Urucu e Mucuri límpidos... largos... caudalosos... dando peixe para que tivesse fome.
MANU: Minhas florestas, meus pássaros em revoadas faziam me sentir elegantemente vestida como se para um baile fosse.
JULIANA: Por favor não me entendam mal, eu nada cobro, eu não delego responsabilidades
LIZ: Eu sei que na medida que crescemos perdemos partes
JENNIFER: Somos obrigados a abrir mão de coisas menores. Menores?
FLÁVIA: Quero meus filhos que não vejam em mim uma mãe saudosista, rabugenta que vive apenas do passado
MAÉLIKA: Hoje o meu céu é mais estrelado porque os filhos que se foram para sempre, se fizeram em estrelas
MANU: Os meus filhos que buscam novos horizontes, que seguiram em busca de seus sonhos Também cresceram, se
realizaram e muitos voltavam para o meu aconchego
JULIANA: Estou evoluindo, já não há mais Maria Fumaça... mas carros... bicicletas... motos transitam pelas minhas ruas
LIZ: O Cine Filadélfia se foi... mas a televisão... rádio... computadores... internet... e outras tantas tecnologias que meu
conhecimento nem alcança
JENNIFER: Hoje se não ouço mais a Ave Maria no cair das tardes, vejo que as igrejas estão cheias, cada um com sua
maneira de professar a sua fé, é o que importa.
FLAVIA: Aos filhos que comigo continuam eu peço: Sejam fieis... dignos... irmãos... Não deixem jamais que a violência os
afaste de mim
MAÉLIKA: Sejam mais humanos e menos egoístas, eu os acolho sem fazer qualquer tipo de distinção.
MANU: Meu coração é do tamanho da necessidade de cada um de vocês. E por isso é grande... descomunal...
JULIANA: Não dificultem o trabalho do outro por puro prazer de ser contra. É respeitando a terra mãe, que se respeita a si
próprio
LIZ: E se algum pessimista, filho meu ou não, disser que não há mais esperança para mim
JENNIFER: Por favor não creiam, vocês são a minha esperança... o meu progresso... a minha MARIANA...
FLÁVIA: Trabalhem hoje, lutem hoje, solidifiquem esta mãe terra hoje. Porque amanhã pode ser tarde
MAÉLIKA: E infelizmente não cabe a mim o milagre da eternidade
MANU: Amo você filhos meus
JULIANA: Sofro por vocês filhos meus
LIZ: Alegro-me por vocês meus filhos
JENNIFER: E principalmente vivo por vocês
FLÁVIA: Existo por vocês
MAÉLIKA: E se ainda for pouco posso acrescentar dizendo
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TODAS: Eu sou vocês.

CENA 44

CHRIS: Carlos Chagas, solo és mãe gentil, o seu progresso,


BERNARDO: passou e passará por mãos de gente simples,
ETEMÍCIO: mas que traz consigo a dignidade como parte do seu contexto histórico,
ANDRÉ: homens e mulheres que contribuíram para que fosse especial na saúde, educação, o esporte, a cultura, as
tecnologias e o lazer.
ALEX G: Muitas vezes, parece que vão nos tirar os sonhos de dias melhores,
ALEX S: porém não podem nos tirar a coragem que temos para lutar, pois fazemos e iremos sempre fazer a história,
CHRIS: Mãe Carlos Chagas, cidade mulher... Terra de prazer, de poder criar, procriar, recriar...
BERNARDO: Os fatos ocorrem, a história não nega tu continuas viva na alma dos que te clama a eterna, menina moça,
mulher urucu.
ETEMÍCIO: Nos teus seios, brotam o leite vivo dos teus rios, em qual momento de aflição, dor e sentimento, sofre, geme e
pede: que pelas horas do leite derramado, possa amamentar os teus filhos que por hora vivem a lamentar
ANDRÉ: Rio Urucu, que deságua no Mucuri, levam por ai as raízes do nosso povo. Histórias, causos, lembranças, tradições,
costumes, por tudo e por todos
ALEX G: Carlos Chagas é história viva, cria asas e lança ao ar, a certeza da esperança renascer e fazer brilhar
ALEX S: A história continua com você, porque o trem da história continua a caminhar nos trilhos dos que fazem a cultura
desta gentil terra acontecer.

PATRIA MINAS

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