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O período da Ditadura Militar, que aconteceu no Brasil entre os anos de 1964 a 1985 foi

marcado pelo autoritarismo, bem como pela censura dos meios de comunicação, de tal
forma que só era permitida a circulação de conteúdos que fossem de acordo com as ideias
do Estado. Apesar de representar um cenário passado, desde então tem-se no Brasil
contemporâneo um contexto análogo a essa situação: a construção histórica que perpetua a
falta de diversidade na publicidade, além de limitarem a representatividade de diversos
grupos na mídia.

Em primeiro lugar é notório ressaltar que, historicamente, muitas políticas de controle de


conteúdo dos meios de comunicação foram aplicadas ao redor do mundo. Nesse sentido,
nos governos de chefes de Estado como Vladimir Putin e Margaret Thatcher houveram
políticas que proibiram ideias de diversidade sexual ou afetiva em campanhas publicitárias.
Paralelamente, na distopia do livro 1984, de George Orwell, é apresentado uma realidade
em que existe crime de pensamento, onde as personagens são submetidas à manipulação e
informações unilaterais aceitas pelo Estado. Assim, revelando uma censura estrutural
promovida pelo governo que pode ser relacionada à realidade.

Além disso, na contemporaneidade, muitos espaços de representatividade na mídia são


cerceados, ao passo que não refletem a diversidade de pessoas que são atingidas pela
publicidade. Por exemplo, a campanha de dia dos pais da empresa Natura, feita em 2020,
que quis passar uma mensagem a favor da pluralidade ao representar os pais LGBTQIA +,
que, por mais que tenha tido algumas críticas negativas, as reações positivas se
sobressaíram. Revelando, assim, a identificação do público com o posicionamento inclusivo
da marca de cosméticos.

Portanto, a exclusão de grupos que não se encaixam no que é tido como o padrão
heteronormativo e cisgênero é resultado de uma construção histórica, muitas vezes com o
aval do Estado, apesar desses grupos representarem uma parcela significativa da
sociedade brasileira. Logo, espera-se que os meios de comunicação tomem atitudes
semelhantes a da empresa Natura e representem a sociedade diversa do jeito que, de fato,
é.

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