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Em “A República”, o filósofo grego Platão idealiza uma sociedade livre de desordens e

problemas, uma vez que o povo trabalhava em conjunto para resolver todos os impasses.
Fora da alusão literária, nota-se o oposto das ideias platônicas, pois a pobreza menstrual
presente na sociedade brasileira é um obstáculo desafiador. Pode-se afirmar, então, que
a negligência estatal reflete em consequências sociais e físicas para as pessoas de baixa
renda que menstruam.

Em primeiro plano, cabe mencionar a ausência de medidas governamentais para combater


as deficiências na higiene menstrual da população. Nesse sentido, percebe-se que existem
políticas públicas, as quais visam disponibilizar produtos de forma gratuita, por exemplo os
métodos contraceptivos, porém nenhuma tem como objetivo combater a precariedade
menstrual ou a falta de saneamento básico que atinge as regiões mais pobres do Brasil,
resultando ainda mais a vulnerabilidade social das classes mais baixas. Esse cenário, de
acordo com o filósofo iluminista John Locke, representa uma violação do “contrato social”, já
que o Estado não cumpre a função de garantir aos cidadãos direitos essenciais, como a
segurança. Logo, nota-se que o governo impede os indivíduos de exercerem plena
cidadania.

Ademais, a precariedade da saúde menstrual gera consequências sociais e físicas para os


indivíduos que menstruam. Dessa maneira, por não terem condições mínimas para lidar
com o período menstrual essas pessoas acabam parando de frequentar a escola, trabalho e
outros ambientes, afetando as condições emocionais, além de colocarem a saúde em risco
ao utilizarem outros produtos que não são apropriados no lugar do absorvente, tendo a
possibilidade de adquirirem infecções graves. A exemplo disso, tem-se o documentário

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