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O livro “Os Sete Maridos de Evelyn Hugo”, da escritora T. J.

Reid, retrata a história fictícia


da atriz dos anos 60 Evelyn Hugo, que ao entrar muito cedo na indústria cinematográfica,
precisou se encaixar no padrão de beleza americano, negando, assim, seus traços latinos
para conseguir sucesso. Fora da literatura, a influência dos padrões estéticos no Brasil é
resultado de uma construção histórica que reflete em consequências opressivas nos dias
atuais.

Em primeiro plano, cabe mencionar a padronização da beleza, principalmente feminina, ao


longo dos séculos (...). Nessa perspectiva, destaca-se o período da Grécia, quando o
referencial de beleza eram as deusas, visto que a crença da época era que o exterior
deveria refletir o interior, deslegitimando/desvalorizando os atributos internos, por seus
corpos não encaixarem no padrão. Esse episódio é uma reprodução da teoria da filósofa
Simone de Beauvoir de que, na sociedade, ao nascer uma pessoa deve seguir determinada
conduta e estereótipos “aceitáveis” de acordo com seu gênero. Assim, percebe-se que a
sociedade impõe padrões que limitam a existência feminina.

Ademais, no mundo globalizado a mídia favorece a perpetuação de moldes estéticos


inalcançáveis, ditando o que deve ser considerado belo, por meio de campanhas
publicitárias, produções cinematográficas e redes sociais, contribuindo para que muitas
pessoas se sintam excluídas por não estarem dentro do “aceitável”, gerando baixa
autoestima, pensamentos autodepreciativos e depressão. Dessa maneira, tal cenário ilustra
o que o sociólogo Pierre Bourdieu definiu como violência simbólica, ou seja, significa que ao
ser colocada em prática, a violência simbólica legítima a cultura dominante,
que é imposta e acaba sendo naturalizada, tendo efeitos psicológicos

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