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Meu pai dirigia um caminhão muito grande e bonito. Viajava para longe, levando
manteiga para as cidades que só produziam pão. Bom Destino tinha pão e manteiga.
Passava dias distantes e voltava trazendo uma carroceria de notícias. Eu ficava
impressionado como era grande o mundo do meu pai. Ele colocava um travesseiro sobre
os joelhos, me assentava em cima e me entregava o volante para eu dirigir. Naquele
tempo eu não sabia nem frear meus pensamentos. Tinha só duas pernas; imagina dirigir
um caminhão com dez rodas.
Depois, como seria possível eu aprender a dirigir, se minha alegria eram as
paisagens! No caminhão havia um espelho de lado. Eu apreciava ver meu pai olhando
para frente e correndo os olhos sobre o que estava atrás. Nesses momentos ele possuía
muitos olhares. QUEIRÓS, Bartolomeu Campos de. O olho de vidro do meu avô. São Paulo:
Moderna, 2004. (Coleção Veredas). p. 28.
6- Você conhece alguma música que emprega o gênero memórias? Cite o nome da
música.
8- Escreva um pequeno texto sobre uma situação que você já viveu. Escreva os
detalhes. Capricho.