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Questões:

1.Que é lançamento tributário? Trata-se de norma, ato ou procedimento administrativo?


Explique.

É ato jurídico e não procedimento, como expressamente consigna o art. 142 do


CTN.Consiste, muitas vezes, no resultado de um procedimento, mas com ele não
s econfunde. É preciso dizer que o procedimento não é imprescindível para o
lançamento,que pode consubstanciar ato isolado, independentemente de qualquer
outro. Quandomuito, o procedimento antecede e prepara a formação do ato, não
integrando com seuspressupostos estruturais, que somente nele estarão contidos

2.Quais suas espécies? O lançamento por “homologação” é efetivamente lançamento?

R: Lançamento de ofício ou direto – o lançamento de ofício está previsto noartigo


149 do CTN em seus nove incisos. Nesta modalidade de lançamento o sujeitopassivo
não participa, ou quase não participa da atividade. Basicamente, os nove incisostratam de
duas hipóteses: a) lançamento de ofício propriamente dito, previsto no inciso Ie; b)
lançamento em face da revisão efetuada pelo Fisco, incisos II a IX. O lançamentode
ofício propriamente dito recebe este nome tendo em vista os casos em que o
Fiscodetém elementos suficientes para efetuar o lançamento, por exemplo, via de
regra, oslançamentos do IPTU, IPVA, contribuição de iluminação pública e a maioria
das taxas,todos originariamente lançados de ofício ou originariamente, notificando o
contribuintesobre o valor do tributo devido.Lançamento em face da revisão efetuada pelo
Fisco, nos casos descritos nos incisos II aIX, a administração tributária está
solucionando problemas decorrentes de omissões(declarações não prestadas), erros
(declarações prestadas com equívocos) ou fraudes(tanto do sujeito passivo quanto
da própria autoridade fiscal), justificando assim, olançamento de ofício, seja para
substituir, seja para corrigir lançamento não feito oufeito incorretamente em outra
modalidade, porém, somente pode ser efetuado enquantonão estiver extinto o crédito
tributário.

Por declaração ou misto – no lançamento por declaração, o contribuinte ou


terceiroapresenta o formulário, contendo suas informações, cujos dados estando
corretos, sãotomados pelo Fisco para apurar o valor do tributo devido, conforme
os termos doartigo 147 do CTN. Esse tipo de lançamento também é chamado de
misto porque ocontribuinte apresenta a declaração e o Fisco, com os dados da
declaração, apura otributo a ser pago e expede a notificação ao contribuinte para que ele
pague. Verificava-se a existência desta modalidade de lançamento nos primórdios
do IR e no imposto deimportação sobre bagagem acompanhada, porém, através
da Instrução Normativa1.385/2013, o imposto de importação fora substituído pelo
lançamento porhomologação em razão da sistemática eletrônica adotada. Assim, no
atual sistematributário nacional, não se vislumbra nenhum tributo cujo lançamento
seja feito nestamodalidade, haja vista que não se caracteriza como lançamento
por declaração quandoeste é apenas para fins de controle e fiscalização de
tributos.Lançamento por homologação – esta modalidade de lançamento está
prevista noartigo 150 do CTN, no qual também é chamado equivocadamente de
“autolançamento”,sob a ótica de que o próprio contribuinte procederia com o
lançamento. Contudo, ao serdenominado de “autolançamento”, interpreta-se que o
sujeito passivo lançaria o tributocontra ele próprio, o que não concilia com a
definição de que o lançamento tributário éprivativo da autoridade administrativa. Os
tributos sujeitos a esta modalidade não sãoextintos pelo pagamento, mas s omente
após a homologação feita pela autoridadeadministrativa. Não havendo a
homologação, hipótese que pode ocorrer quando aautoridade administrativa não
concordar com o valor recolhido pelo contribuinte, estapoderá lançar, de ofício, a
diferença. Lançamento por arbitramento, que não constitui em uma quarta
modalidade delançamento, mas é considerada apenas uma “técnica” para que a
autoridadeadministrativa possa definir a base de cálculo, para que posteriormente,
possa-seproceder o lançamento de ofício. O lançamento por arbitramento está
previsto noartigo 148 do CTN.

3.Diferencie: (i) homologação expressa; (ii) homologação tácita. O desembaraço aduaneiro


pode ser considerado caso de homologação expressa do pagamento de tributos incidentes
quando da importação de bens, mercadorias e serviços? Se no momento do desembaraço
aduaneiro é adotada determinada alíquota, pode ela ser revisada pela administração
posteriormente?

R: A homologação é um ato administrativo, vinculado, por meio do qual a Fazenda fiscaliza os


procedimentos praticados pelo contribuinte, manifestando-se de forma tácita ou expressa
sobre a norma individual e concreta. A homologação tácita ocorre pelo decurso do prazo de
cinco anos contado do fato gerador do tributo. (Código Tributário Nacional, art. 150, § 4º).
Deve-se frisar que só há homologação tácita se tiver havido pagamento, porque tal
homologação é a condição para que se opere a extinção definitiva do crédito tributário, nos
termos § 1º, do art. 150, do CTN. A homologação expressa, por sua vez, é verificada quando o
Fisco confirma a extinção do crédito tributário realizado pelo pagamento antecipado do
contribuinte. É possível afirmar que se trata de um ato administrativo. Por conseguinte, o
desembaraço aduaneiro pode sim ser considerado caso de homologação expressa do
pagamento de tributos incidentes quando da importação de bens, mercadorias e serviços,
diante disso o contribuinte deve pagar o tributo no momento da declaração, momento em que
o Fisco homologa o pagamento mediante o próprio desembaraço aduaneiro. Por fim, com
relação à revisão da alíquota adotada no momento do desembaraço aduaneiro, entendo que
não pode ser revisada, pois somente pode ocorrer a revisão do lançamento diante de um erro
de fato e não baseada em mudança de critério jurídico, de acordo com a visão analítica do
professor Paulo de Barros Carvalho.

4. Determinada empresa contribuinte de ICMS declara e formaliza o seu débito fiscal, de


acordo com a lei, mas por motivos quaisquer não recolhe o montante devido. A Fazenda
Estadual de São Paulo encaminha a declaração do contribuinte para inscrição na dívida ativa,
para posterior execução fiscal. Uma vez que não há controvérsia no que tange à obrigação de
prestar o tributo ou ao quantum devido pela empresa, não há que se falar em necessidade de
lançamento de ofício. A Fazenda, na ação de execução, impõe penalidades que entende
cabíveis, além dos juros de mora. No seu entender, é correto o procedimento do Fisco?

R: Entendo ser correto o procedimento do Fisco no que tange a inscrição em dívida ativa dos
débitos de ICMS que foram declarados e não pagos, porque o lançamento leva consigo a
constituição do crédito tributário. Neste sentido, considera-se o termo “lançamento” como
norma individual concreta que pode ser constituída pela administração; ou pelo sujeito
passivo, denominado autolançamento. De modo ao lançamento constituir declaradamente
crédito tributário. Adiante, o Fisco não agiu corretamente quanto às penalidades cabíveis e
juros de mora, porque deve-se haver necessidade de notificação do contribuinte para que o
crédito tributário fosse constituído, de acordo com os preceitos dispostos no art. 149, inciso VI
do CTN.

5. Quais as hipóteses de revisão do lançamento? Há possibilidade de revisão do lançamento


fundado em erro de direito? E em erro de fato? E em mudança de critério jurídico? A alteração
da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode ser feita mediante
retificação do lançamento? (vide acórdão CARF)

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