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Revista Brasileira de Otorrinolaringologia xxxx;xxx(xx):xxx---xxx

Revista Brasileira de

OTORRINOLARINGOLOGIA
www.bjorl.org

ARTIGO ORIGINAL

Tradução e adaptação transcultural do


Questionário de Sono Pediátrico (PSQ*) para o Brasil.
português
Tradução e adaptação transcultural do questionário de sono pediátrico
(PSQ*) para Português Brasileiro~

Carlos Alexandre Necchi Martins, Mayara Moreira de Deus, Isabela Conti Abile,
Denny Marcos Garcia , Wilma Terezinha Anselmo-Lima ,
Carolina Sponchiado Miura , Fabiana Cardoso Pereira Valera ÿ

Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Divisão de Otorrinolaringologia, Departamento de
Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabec¸a e Pescoc¸o, Ribeirão Preto, SP, Brazil

Recebido em 13 de janeiro de 2021; aceito em 15 de março de 2021

PALAVRAS-CHAVE
Resumo
PSQ;
Introdução: A apneia obstrutiva do sono é uma entidade frequente na infância que pode trazer consequências
Apnéia;
importantes para a saúde e qualidade de vida das crianças. A polissonografia é o exame padrão-ouro para
Crianças;
diagnosticar apneia obstrutiva do sono, mas é caro, complexo e pouco acessível no Brasil. O questionário pediátrico
Sono obstrutivo
do sono tem se mostrado um valioso teste de triagem para apneia obstrutiva do sono. É um questionário simples
apnéia;
com boa sensibilidade e especificidade em comparação com a polissonografia nos países onde foi validado.
Questionário

Objetivo: Tradução e adaptação transcultural do questionário de sono pediátrico (PSQ), para o português brasileiro.

Métodos: A tradução do PSQ para o português brasileiro foi realizada de acordo com as boas práticas. O questionário
validado e adaptado foi aplicado a pais/cuidadores de 60 crianças (40 delas com apneia obstrutiva do sono e 20
controles) com idade entre 2 e 18 anos. O reteste foi aplicado em 30 crianças com apneia obstrutiva do sono. Foram
realizados os seguintes testes: consistência interna, teste-reteste, validação de questionário (este último por curva
ROC).

Como citar este artigo: Martins CAN, Deus MMd, Abile IC, Garcia DM, Anselmo-Lima WT, Miura CS, et al. Tradução e adaptação transcultural do
questionário de sono pediátrico (PSQ*) para o português brasileiro. Braz J Otorrinolaringol. 2021. https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2021.03.009

ÿ Autor correspondente.
E-mails: facpvalera@fmrp.usp.br, facpvalera@hcrp.fmrp.usp.br (FC Valera).
Peer Review under the responsibility of Associac¸ão Brasileira de
Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial.

https://doi.org/10.1016/j.bjorl.2021.03.009 ´
1808-8694/© 2021 Associac¸ao˜ Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cervico-Facial. Publicado pela Elsevier Editora Ltda. Este é um artigo
de acesso aberto sob a licença CC BY (http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

BJORL-1073; Nº de Páginas 7
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CA Martins, MM Deus, IC Abile et al.

Resultados: O PSQ brasileiro apresentou alta consistência interna pelo alfa de Cronbach (0,86 para o teste
total, 0,83 para a subescala ''ronco'', 0,64 para ''sonolência'' e 0,65 para ''comportamento'').
Teste-reteste apresentou correlação de 0,89 para a subescala ''ronco'', 0,93 para ''sonolência'' e 0,86 para
''comportamento''. A precisão pela curva ROC foi de 0,99. Nove foi considerado o valor ideal para discriminar
pacientes com apneia obstrutiva do sono dos controles, com sensibilidade de 0,92 e especificidade de 1,0.

Conclusão: A tradução e adaptação transcultural do PSQ para o português brasileiro mostrou-se bem-
sucedida. Em locais de difícil acesso à polissonografia, o PSQ pode ser uma ferramenta útil na triagem e
acompanhamento de crianças com apneia obstrutiva do sono. © 2021 Associação Brasileira de
´
Publicados
Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. pela Elsevier Editora Ltda. Este é um artigo de acesso aberto
sob a licença CC BY (http:// creativecommons.org/licenses/by/4.0/).

Introdução Burghard et al.13 identificaram 4 que foram considerados práticos


e úteis como rastreamento para AOS em crianças. Os autores ainda
A apneia obstrutiva do sono (AOS) é uma doença relativamente reforçaram que, entre os 4 testes, o questionário pediátrico do sono
comum em crianças, com prevalência entre 1% e 5%.1 Está (PSQ) e o registro clínico do sono (SCR) também tiveram a
associada a considerável morbidade, o que resulta em altos gastos vantagem de seguir as recomendações da European Respiratory
médicos e tratamentos,2 e consequências negativas para a saúde Society Task Force, 2016.14
e qualidade de vida dos pacientes e familiares.3,4 Sabe-se que a A versão PSQ da escala de distúrbios respiratórios relacionados
AOS em crianças pode levar a problemas cardiovasculares ao sono (SBD-PSQ) é um questionário validado em inglês em 2000
(predisposição à hipertensão arterial sistêmica),5 somáticos por Chervin et al.,15 com o objetivo de facilitar a pesquisa clínica
(diminuição do crescimento somático)6 e neurocognitivos relacionada aos distúrbios respiratórios do sono em crianças e
(desatenção na escola, hiperatividade e agressividade).7,8 também o acesso ao diagnóstico. Esse questionário, em seu idioma
nativo, apresentou sensibilidade entre 81% e 85% e sensibilidade
Atualmente, o exame padrão-ouro para AOS pediátrica é a de 87% na identificação de crianças com AOS moderada a grave
polissonografia1 realizada em laboratório do sono, assistida por um em relação à polissonografia. O PSQ já foi traduzido para 12
técnico de polissonografia, e com no mínimo 06 h de monitoramento. idiomas,16,17 incluindo o português de Portugal.18 Infelizmente, a
Durante o sono são avaliados os seguintes parâmetros: versão em português apresenta variações linguísticas que dificultam
eletrooculografia, eletroencefalografia, cânulas e termistores de seu uso no Brasil, principalmente em populações mais pobres.
fluxo nasal e oral, eletrocardiograma, oxímetro de pulso e eletrodos
O objetivo deste trabalho foi a tradução e cruzamento
musculares. No entanto, é um exame demorado e caro, que requer
equipamentos e pessoal especializado e, muitas vezes, possui adaptação cultural do PSQ para o português brasileiro.
longas filas de espera.9 É pouco acessível à população em geral, Esta versão servirá como triagem para o diagnóstico de crianças
dificultando o diagnóstico, o monitoramento e a realização de com AOS, bem como para avaliar a melhora clínica após o
cuidados e pesquisas de qualidade. este assunto. tratamento, o que será de extrema importância, principalmente em
centros de atendimento sem acesso à polissonografia no Brasil,
O tratamento mais comum para crianças com AOS é a além de facilitar pesquisas relacionadas à distúrbios respiratórios do
adenotonsilectomia.1 No entanto, alguns estudos têm mostrado sono na infância nesta instituição e outras no Brasil.
taxas crescentes de AOS residual após a cirurgia. Brietzke e
Gallagner10 publicaram uma meta-análise em 2006 na qual a taxa
de sucesso da adenotonsilectomia foi de 82,9%, com 17,1% dos
Métodos
pacientes necessitando de novo tratamento. Em 2009, Friedman et
al.11 publicaram uma revisão sistemática mostrando uma taxa de
sucesso de 59,8% para adenotonsilectomia e, mais recentemente, Os questionários originais
Lee et al.12 publicaram em 2016 uma revisão sistemática de 51
estudos, com 3.413 indivíduos apresentando uma taxa de sucesso A versão PSQ de distúrbios respiratórios relacionados ao sono
(SRBD-PSQ)
de 51%. para adenotonsilectomia, uma taxa que diminui para 34% entre crianças obesas. validada por Chervin et al.15 possui 22 questões
Todos esses fatos em conjunto reforçam a importância do destinadas a crianças de 2 a 18 anos com suspeita de distúrbios
diagnóstico correto da AOS em crianças, mas, por outro lado, esses respiratórios do sono. O questionário pode ser autorreferido pelo
fatores mostram a dificuldade de acesso à polissonografia em responsável da criança e é dividido em 3 domínios: ronco com 9
alguns sistemas de saúde, como o brasileiro. Nesse sentido, os itens, sonolência com 7 itens e comportamento com 6 itens. As
testes de questionário surgiram com alguma funcionalidade de questões avaliam a presença ou ausência de sintomas comuns,
triagem para o diagnóstico da AOS, por serem de fácil aplicação, como ronco, apneia do sono testemunhada, dificuldade para respirar
rápidos e de baixo custo. durante o sono, sonolência diurna, desatenção e hiperatividade. As
Existem vários questionários já publicados na literatura para este respostas positivas têm pontuação 1 e as respostas negativas (''não''
fim. Em um estudo comparativo recente, ou ''não sei'') têm pontuação 0. De acordo com o American

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autores, um valor de 8 ou mais respostas positivas é sugestivo de Análise estatística


apnéia do sono na infância.
Para a população estudada, foi realizada apenas a análise descritiva
dos dados, não sendo aplicada análise estatística comparativa entre os
Tradução PSQ grupos.
Em relação aos questionários preenchidos, foram aplicados os
A tradução do questionário para o português brasileiro foi realizada de seguintes testes estatísticos para avaliar seu desempenho:
acordo com a metodologia proposta por Sagheri et al.,19 consistindo
nas seguintes etapas: - Consistência interna, avaliando a homogeneidade entre os diferentes
itens do questionário com o questionário total por meio do teste alfa
de Cronbach. Valores entre 0,5 e 0,7 representam confiabilidade
moderada, e iguais ou maiores que 0,7 representam alta
(1) Tradução independente do questionário realizada por dois falantes confiabilidade.20 - Teste---reteste de pacientes que preencheram o
nativos bilíngues do português brasileiro. questionário duas vezes, utilizando o teste de concordância Kappa,
Um dos tradutores deve estar familiarizado com a área de pesquisa
onde valores entre 0,4 e 0,6 mostram concordância moderada ; entre
e ser da área médica (especialista) e o outro não. 0,6 e 0,8 concordância alta e acima de 0,8 concordância quase
perfeita. Para a análise dos subdomínios, foi utilizado o coeficiente
(2) Estabelecimento de uma versão consensual entre as duas versões de correlação intraclasse (ICC), adotando-se os mesmos valores
traduzidas. Para tanto, os dois tradutores discutem a melhor versão
acima para a análise.
final, e essa discussão deve ser registrada por um observador.
- Validação de conteúdo, mensurada pelo teste de correlação de
(3) Tradução reversa para o inglês por 2 tradutores não especialistas Pearson para cada item do questionário, em relação ao valor total do
falantes nativos de inglês, também independentes, e que não estão escore. Valores acima de 0,3 têm um cor moderado
familiarizados com a versão original em inglês. relação e acima de 0,8 uma correlação forte.21 -
Validação do questionário, medindo a acurácia do questionário para
(4) Avaliação da versão por um comitê de especialistas, composto por diferenciar crianças com AOS de crianças controle. Para tanto, foi
profissionais de saúde e todos os tradutores envolvidos, para o realizado o teste da curva ROC e determinada a área sob a curva
desenvolvimento de uma versão pré-final para testes de campo. O (AUC): quanto mais próximo de 1,0, maior a precisão do questionário
objetivo é garantir uma tradução precisa e
para diferenciar os grupos. Com essa análise, obteve-se também o
adaptação cultural adequada. melhor valor de corte para o questionário, bem como a sensibilidade,
especificidade e acurácia desse valor para diferenciar o grupo AOS
Durante a reunião do comitê, pequenas discrepâncias entre as do grupo controle.
diferentes versões foram avaliadas, confirmando que as traduções em
português e inglês eram adequadas.
O comitê então decidiu sobre a versão final para teste Em todas as análises foi utilizado o programa R (versão 3.6.3).
nos pacientes. A versão final considerou a tradução conceitual com a O valor foi considerado estatisticamente significativo quando p < 0,05.
linguagem mais simples possível, para que pudesse ser aplicada à
população geral, em diferentes níveis de ensino.
Resultados
This study was approved by the Research Ethics Commit tee of the
Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto.
Tradução/tradução reversa

O processo de tradução e tradução reversa ocorreu com a participação


de duas pessoas em cada fase, respectivamente. Após a execução
Validação transcultural do PSQ
dessas fases, foi realizada uma reunião remota entre os membros e o
coordenador da pesquisa (total de 6 pessoas), que fica registrada em
Para avaliar a clareza, adequação e relevância cultural da versão em
vídeo. Após consenso entre todos os membros, a versão final (Tabela
português do Brasil, a versão traduzida foi aplicada aos pais/responsáveis
1) foi apresentada aos responsáveis das crianças avaliadas.
de uma amostra de 60 crianças de 2 a 18 anos, sendo 40 crianças
acompanhadas na Unidade Especializada. Centro de Respiração Oral
do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, com diagnóstico de AOS
confirmado por polissonografia, e 20 crianças acompanhadas em outros
ambulatórios do mesmo hospital, cujos pais negaram espontaneamente População estudada
que seus filhos tivessem problemas respiratórios durante o sono. Foram
excluídas do estudo crianças com deficiência física e mental grave ou A amostra foi composta por 60 crianças, sendo 39 do sexo masculino
pais/responsáveis que não sabiam ler/escrever. (65%) e 21 do sexo feminino (35%), com idade entre 2 e 17 anos (média
7,9 ± 4,0 anos). Destas, 40 crianças tiveram AOS confirmada por
polissonografia e 20 não apresentaram queixas respiratórias
Em um grupo de 30 dessas crianças, o questionário foi preenchido espontâneas. Um dos pais/responsáveis dos participantes (geralmente
novamente após um período médio de 15 dias para avaliação do teste- a mãe) concordou em responder ao questionário e deu consentimento
reteste. informado por escrito antes de sua

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Tabela 1 Versão final do PSQ traduzida para o português brasileiro.

PSQ --- versão português Brasil sim Não Não sei

Durante o sono, seu filho:


A1. ronca mais que a metade do tempo A2. sempre
ronca A3. ronca alto A4. tem a respirac¸ão profunda
ou ruidosa A5. Tem dificuldade em respirar ou se
esforc¸a para respirar?

A6. Você alguma vez já viu seu filho (ou filha) parar de respirar durante o sono?
O seu filho (ou filha):
A7. tende a respirar com a boca aberta durante o dia A8. acorda
com a boca seca
A9. Faz xixi na cama de vez em quando

O seu filho (ou filha):


B1. Acorda cansado de manhã?
B2. em problema de sonolência durante o dia?
B3. Algum(a) professor(a) ou outra pessoa já comentou que seu filho parece
sonolento durante o dia?
B4. É difícil acordar seu filho de manhã?
B5. Seu filho acorda com dor de cabec¸a de manhã?
B6. Seu filho parou de crescer normalmente em algum momento desde o
nascimento?
B7. Seu filho está acima do peso?

Seu filho com frequência:


C1. Parece não ouvir quando falam diretamente com ele C2. Tem
dificuldade em organizar tarefas e atividades C3. É facilmente distraído
por estímulos alheios C4. Fica com as mãos ou pés inquietos ou fica
agitado quando sentado C5. Não para quieto ou frequentemente age como se estivesse
ligado na tomada C6. Interrompe as pessoas ou se intromete em conversas ou brincadeiras

inscrição. Em 30 crianças diagnosticadas com AOS, o mesmo


Tabela 2 Consistência interna do PSQ traduzida em
o responsável retestou o questionário, com intervalo médio de 15 dias
Português do Brasil, avaliado pelo alfa de Cronbach.
entre as entrevistas.
Em todas as 60 aplicações do teste, o responsável não Variáveis Número de de Cronbach
relatar qualquer dificuldade em responder a qualquer pergunta do Itens alfa (95%
questionário. Em todos os casos, o pai/responsável levou menos de LÁ)
10 minutos para completar o teste. 9
Ronco de subdomínio 0,83 (0,76---0,89)
Subdomínio 7 0,64 (0,51---0,78)
Consistência interna Sonolência
Comportamento do Subdomínio 6 0,65 (0,51---0,79)
A análise de confiabilidade (ou consistência interna) do estudo Total 22 0,86 (0,82---0,91)
foi realizado por meio do coeficiente alfa de Cronbach. As análises
foram realizadas para cada subdomínio e para todo o
questionário. Todo o questionário (PSQ --- Brasil) foi
altamente confiável, com alfa de Cronbach de 0,86 (IC 95%: responderam ao mesmo questionário em dois dias diferentes,
0,82---0,91). Os valores são mostrados na Tabela 2. com intervalo médio de 15 dias entre elas.
Em relação aos subdomínios, ''Ronco'' foi altamente confiável, com Os valores correspondentes a cada questão são descritos
alfa de Cronbach de 0,83 (IC 95%: 0,76---0,89). na Tabela 3. As questões A2, B7 e C6 tiveram
Os subdomínios ''Sono'' e ''Comportamento'' tiveram confiabilidade acordo. As questões A5, A8, B5 e C2 tiveram moderado
moderada, com valores de 0,64 (IC 95%: 0,51---0,78) e acordo; todas as outras questões tiveram alta concordância.
0,65 (IC 95%: 0,51---0,79), respectivamente. Os subdomínios tiveram confiabilidade alta, quase perfeita
(Tabela 4). De acordo com as análises, o subdomínio Ronco apresentou
Teste --- teste novamente valor de coeficiência intraclasse (ICC) de 0,89 (IC 95%:
0,77---0,95); para Sonolência, o valor de ICC foi de 0,93 (IC 95%:
Teste-reteste foi avaliado usando o teste de Acordo Kappa, 0,85---0,97); e para Comportamento, o valor de ICC foi de 0,86 (95%
e foi aplicado em 30 crianças, cujos pais/responsáveis IC: 0,70 --- 0,94).

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Tabela 3 Avaliação da confiabilidade do teste PSQ---reteste Tabela 5 Coeficiente de correlação de Pearson (r) para cada questão,
traduzido para o português brasileiro. bem como IC 95% e valor p correspondente.

Questão Kappa 95% CI p-Valor Pergunta r-Pearson 95% CI Valor p


A1 0,61 0,23---0,99 0,0004 A1. 0,75 0,62---0,85 <0,0001
A2 0,92 0,77---1,00 <0,0001 A2. 0,63 0,44---0,76 <0,0001
A3 0,71 0,35---1,00 0,0001 A3. 0,57 0,37---0,72 <0,0001
A4 0,61 0,20---1,00 0,0010 A4. 0,79 0,66---0,87 <0,0001
A5 0,49 0,19---0,80 0,0043 A5. 0,71 0,56---0,82 <0,0001
A6 0,65 0,38---0,93 0,0004 A6. 0,58 0,38---0,73 <0,0001
A7 0,66 0,31 --- 1,00 0,0003 A7. 0,44 0,21---0,63 0,0004
A8 0,44 0,03---0,85 0,0171 A8. 0,41 0,18---0,61 0,0011
A9 0,78 0,54 --- 1,00 <0,0001 A9. 0,25 ÿ0,01---0,47 0,0588a

B1 0,69 0,41---0,97 0,0003 B1. 0,51 0,30---0,68 <0,0001


B2 0,66 0,39---0,92 0,0003 B2. 0,54 0,33---0,70 <0,0001
B3 0,63 0,30---0,95 0,0006 B3. 0,51 0,29---0,67 <0,0001
B4 0,78 0,54 --- 1,00 <0,0001 B4. 0,34 0,10---0,55 0,0072
B5 0,56 0,26---0,87 0,0022 B5. 0,52 0,31---0,69 <0,0001
B6 0,65 0,02---1,00 0,0002 B6. 0,12 ÿ0,13---0,37 0,3441a
B7 0,93 0,79 --- 1,00 <0,0001 B7. 0,33 0,08---0,55 0,0102

C1 0,65 0,37---0,93 0,0005 C1. 0,52 0,31---0,69 <0,0001


C2 0,59 0,28---0,90 0,0011 C2. 0,65 0,48---0,78 <0,0001
C3 0,71 0,33 --- 1,00 0,0001 C3. 0,57 0,37---0,72 <0,0001
C4 0,62 0,29---0,96 0,0008 C4. 0,48 0,25---0,65 0,0001
C5 0,66 0,31 --- 1,00 0,0003 C5. 0,42 0,19---0,61 0,0008
C6 0,85 0,65---1,00 <0,0001 C6. 0,39 0,15---0,59 0,0020

Não significativo.
uma

Tabela 4 Avaliação da confiabilidade do teste --- reteste do


abaixo de 9,0 têm uma baixa probabilidade de ter problemas respiratórios do sono
Subdomínios PSQ traduzidos para o português brasileiro.
transtorno.
Pergunta ICC 95% CI valor p Os subdomínios também tiveram boa acurácia em diferenciar um
Ronco de subdomínio 0,89 0,77---0,95 <0,0001 grupo do outro: AUC ''Ronco'' = 0,94;
Sonolência do subdomínio 0,93 0,85---0,97 <0,0001 AUC de ''sonolência'' = 0,85; e AUC de ''Comportamento'' = 0,92.
Comportamento do subdomínio 0,86 0,70---0,94 <0,0001

ICC, coeficiente de correlação intraclasse. Discussão

Diagnóstico precoce, tratamento e acompanhamento adequado da AOS


Validação de conteúdo são essenciais para evitar a morbidade associada a este
doença. No entanto, na prática clínica, enfrentamos dificuldade em
Para validação de conteúdo, foi utilizado o teste de correlação de Pearson realização do teste padrão-ouro (polissonografia) para
para cada item do questionário, em comparação com o total diagnóstico, por ser um exame caro, demorado e inacessível,
pontuação. Todas as questões apresentaram moderado (>0,3 e <0,8) e principalmente para a população pediátrica.
concordância forte (ÿ0,8), exceto para as questões B6 (interrupção da Nesse contexto, novas ferramentas são necessárias para auxiliar na
velocidade somática de crescimento) e A9 (enurese noturna), triagem para AOS em crianças e questionários diagnósticos
que não teve correlação significativa. Nenhum dos itens surgem como alternativas simples, baratas e de fácil aplicação.
mostrou uma forte correlação (Tabela 5).
Entre os questionários existentes estão o clínico do sono
registro (SCR),22 que é bastante completo, mas complexo e
Validação do questionário --- Curva ROC demorado,13 o OSA-18, que avalia o impacto
de sintomas obstrutivos na qualidade de vida, mas como método
Por fim, realizamos o teste da curva ROC para avaliar a diagnóstico tem baixa sensibilidade e especificidade,23 e o PSQ.
precisão do questionário na diferenciação entre O PSQ se destaca por ter alta sensibilidade e especificidade
crianças AOS e crianças de controle em nossa coorte. O resultado do e por ser fácil e rápido de aplicar, sem a necessidade de
questionário foi uma AUC = 0,99; ou seja, quase perfeito um médico ou profissional treinado.
(Fig. 1). A mesma análise também identificou o melhor ponto de corte Desde a sua validação em 2000, o PSQ foi traduzido para vários
pontuação, que foi considerada 9,0. Este valor teve uma sensibilidade de idiomas, incluindo o português falado
0,92; especificidade de 1,0 e precisão de 0,95, que em Portugal.18 No entanto, a diferença linguística entre
ou seja, crianças com pontuação igual ou superior a 9,0 têm um alto os dois países dificulta a compreensão de alguns
probabilidade de ter AOS, enquanto aqueles que obtêm valores questões, principalmente entre os indivíduos com menor

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O estudo apresenta algumas limitações, como sua aplicação em


crianças acompanhadas em um centro terciário especializado e, portanto,
pode apresentar formas mais graves e exuberantes da doença. Ainda
assim, todas as crianças incluídas no estudo são usuárias do Sistema
Único de Saúde (SUS), e podem não representar adequadamente todos
os nichos socioeconômicos da população brasileira. Por fim, o Brasil é
um país continental com diferenças linguísticas entre cada região, e o
resultado observado em nosso centro pode não ser o mesmo em outras
regiões brasileiras.

Ainda, o estudo de tradução e a adaptação transcultural do PSQ


para o Brasil apresentaram valores semelhantes aos vistos em outras
traduções no mundo, bem como a versão original americana, podendo,
portanto, ser utilizado como um teste de triagem confiável em brasileiros.
crianças com suspeita de SAOS.

Conclusão

A tradução e adaptação transcultural do PSQ para o português brasileiro


mostrou-se bem sucedida com evidências de forte correlação com os
resultados obtidos na versão original em inglês. Em locais de difícil
Figura 1 Figura que representa a acurácia do PSQ traduzido acesso à polissonografia, o PSQ pode ser uma ferramenta útil na suspeita
para o português brasileiro na diferenciação de crianças com diagnóstica e no acompanhamento de crianças com AOS.
AOS e controles. A curva ROC foi quase perfeita, com área sob
a curva (AUC) = 0,99, e identificou o ponto de corte ótimo como
9 pontos. Nesse ponto, a sensibilidade foi de 0,92, a
especificidade de 1,00 e a acurácia de 0,95 para diferenciar um Conflitos de interesse
grupo do outro.
Os autores declaram não haver conflitos de interesse.

status socioeconômico. Um exemplo claro dessa diferença está presente


no domínio A (Ronco). Na versão em português, a palavra ''ressonar'' Reconhecimentos
está presente em 3 questões, enquanto no português falado no Brasil o
verbo ''roncar'' seria a palavra equivalente mais utilizada. Essa dificuldade Agradecemos aos pesquisadores da Universidade de Michigan, que
de autoaplicação desse questionário entre os pacientes de nosso serviço detêm os direitos autorais do PSQ original em inglês, por nos permitir
nos motivou a realizar este estudo, que teve como objetivo a tradução e traduzi-lo para o português brasileiro.
adaptação transcultural específica para o português falado no Brasil. Copyright 2007 --- Os Regentes da Universidade de Michi gan.

Para a tradução do PSQ original validado por Chervin et al.,15


seguimos rigorosamente a metodologia proposta por Sagheri et al.19 Em
Referências
seguida, foi aplicada aos pais ou responsáveis de 60 crianças com idade
entre 2 e 18 anos, entre as quais 40 tiveram AOS confirmada em 1. Marcus CL, Brooks LJ, Draper KA, Gozal D, Halbower AC, Jones J,
et al. Diagnóstico e tratamento da síndrome da apnéia obstrutiva
polissonografia e 20 eram assintomáticos. Nenhum dos pais/responsáveis
do sono na infância . Pediatria. 2012;130:e714---55.
relatou dificuldades na compreensão de qualquer questão na versão
2. Tarasiuk A, Greenberg-Dotan S, Simon-Tuval T, Freidman B,
apresentada por nós. Ainda, o PSQ --- Brasil apresentou alta acurácia
Goldbart AD, Tal A, et al. Elevada morbidade e uso de cuidados de
em diferenciar as crianças testadas daquelas com AOS dos controles, saúde em crianças com síndrome da apnéia obstrutiva do sono .
conforme evidenciado pelo teste da curva ROC (AUC = 0,99), com Am J Respir Crit Care Med. 2007;175:55---61.
sensibilidade de 0,92 e especificidade de 1, quando o valor de corte de 9 3. Jackman AR, Biggs SN, Walter LM, Embuldeniya US, Davey MJ,
é usado. Isso demonstra que crianças com valores de PSQ até 9 têm Nixon GM, et al. Distúrbios respiratórios do sono na primeira
baixa probabilidade de ter AOS. infância: qualidade de vida para crianças e famílias. Dormir.
2013;36:1639---46.
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Destaca-se também a alta confiabilidade da versão brasileira do
vida dos familiares dos pacientes . Int J Pediatr Otorhinolaryn gol.
questionário, evidenciada pelo valor alfa de Cronbach de 0,86,
2020;129:109723.
corroborando os achados da versão original e de outras versões, como
5. Horne RS, Yang JS, Walter LM, Richardson HL, O'Driscoll DM,
as versões francesa e portuguesa.15,16,18 Em relação à estabilidade do Foster AM, et al. Pressão arterial elevada durante o sono e vigília
teste, os subdomínios apresentaram confiabilidade quase perfeita, com
em crianças com distúrbios respiratórios do sono. Pediatria.
valores de ICC de 0,89 para o subdomínio Ronco; 0,93 para 2011;128:e85---92.
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6
Machine+Modelo
Translated by Google ARTIGO NA IMPRENSA
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia xxxx;xxx(xx):xxx---xxx

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