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Alunos:
Do seu território, 9,73 km² fazem parte da ZEPEC (Zonas Especiais de Proteção Cultural e
Urbanística), com 1,89 km² da ZEPEC 1 (Sítio Histórico) e 7,84 km² do Entorno do Sítio Histórico. Olinda
é considerada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO desde 1982.
Sua população absoluta, em 2017, foi estimada de 390.771 habitantes pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), onde 98% da população se concentra na área urbana, de 36,73 km²,
e uma área rural de 6,82 km². Possui densidade demográfica de 9.063 habitantes/km 2,
correspondendo ao município com maior valor da RMR e o sétimo maior do Brasil. (Figura 2)
Figura 2. Distribuição da estimativa populacional ano 2017/Censo 2010.
Figura 3. Regionais de saúde e bairros segundo porte populacional. Olinda, 2015. (FONTE: RAG)
Características Socioeconômicas
As principais atividades econômicas de Olinda são do setor terciário, como serviços (60%) e
comércio (12%), mas principalmente turismo. Em 2015, 64,2% do seu orçamento foi proveniente de
fontes externas de renda. Segundo dados do IBGE (2010), o município possui a terceira maior renda
média familiar do estado, com R$ 621,73, ficando atrás de Recife (R$ 1.109,01) e Fernando de Noronha
(R$ 1.024,280) e possui taxa de desemprego de 13,01%, ocupando o 40º lugar no estado.
Olinda obteve um PIB per capita, em 2015, de R$ 13.515,06, o que a coloca, comparada aos
demais municípios na posição 21 dos 185, e na posição 2992 de 5570 no ranking nacional. De acordo
com o DATASUS, em 2012, Olinda teve como participação estadual do PIB 3,14%.
Em se tratando dos principais indicadores de acesso a serviços em geral, Olinda é marcada por
uma grade desigualdade municipal. Apesar de, na última década, ter conseguido melhorar o suporte
à população, algumas áreas ainda refletem baixo índice de condição de vida, visto, principalmente na
regional 1 de saúde.
Olinda destaca-se numa pesquisa que avalia 180 indicadores, nos quais são enfatizados pela
Organização das Nações Unidas, ONU, três vetores principais: longevidade, educação e renda da
população. (Gráfico 1)
Olinda alcançou um índice de 0,648 na pesquisa realizada em 2000, o que equivale, conforme
os dados obtidos em 2010, a uma taxa de crescimento de 13,43%.
A dimensão que mais contribuiu para o IDHM no município foi Longevidade, que alcançou o
índice de 0,836, seguida de Renda, com 0,704 e Educação com 0,675. O índice que mais cresceu em
termos absolutos, no período de 2000 a 2010, foi Educação, cujo crescimento foi de 0,159(Gráfico 2).
Saneamento e Urbanização
Figura 3. Cobertura da Estratégia Saúde da Família segundo regional de Saúde. Olinda, 2017.
A Cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) tem variado de acordo com as gestões,
com média anual de cobertura da atenção básica variando de 52,98% em 2013 a 37,93 em 2017.
(Gráfico 3)
Gráfico 3. Média Anual de Cobertura da Atenção Básica e da Estratégia de Saúde da Família. Olinda –
2010 a 2017*. Fonte: E-SUS – Ministério da Saúde. *Dados Provisórios. Ref. a outubro de 2017
As informações sobre natalidade têm como fonte de dados o Sistema de Informação sobre
Nascidos Vivos (SINASC), cujo documento padrão é a Declaração de Nascido Vivo (DNV). São de
competência das Secretarias Municipais de Saúde a coleta desses documentos nas fontes
notificadoras, o processamento e a análise dos dados. No período entre 2003 e 2012 nasceram, em
média, 6.289 crianças por ano, de mães residentes em Olinda.
A taxa bruta de natalidade refere-se ao número de nascimentos para cada cem mil residentes
de uma dada população. O número de nascidos vivos vem diminuindo nos últimos anos no Brasil,
dentro do processo de transição demográfica por qual passa o país. Em Olinda, houve um
comportamento semelhante, com uma queda da taxa bruta de natalidade de 15,5 no ano de 2009
para 11,5 no ano de 2016, com essas taxas brutas menores que as apresentadas em Pernambuco na
maior parte do período. (Tabela 2)
Tabela 2. Indicadores sobre os Nascidos vivos de mães residentes no município. Olinda, 2009 a 2016.
A Taxa Bruta de Natalidade varia ainda segundo bairro de residência. Observa-se na figura que
em 2012 os bairros que apresentaram taxas maiores foram Bultrins (44,8) e Águas Compridas (33).
(Figura 4)
Considerando dados disponibilizados pelo SIHSUS que mostra a distribuição dos internamentos para
avaliar morbidade, Olinda apresenta em 10 lugar hospitalizações por causas da gravidez, parto e
puerpério, que nem sempre refletem índices negativos na assistência ao parto, mas sim da alta taxa
de procura no município. Em 20 lugar estão as causas de doença do aparelho circulatório (DAC),
acompanhando a tendência mundial no aumento das complicações de doenças crônicas e que reflete
envelhecimento da população. Em 30 lugar estão as doenças infecciosas e parasitárias, que trazem
como principal representante as crianças de 1-4 anos.
Taxa de Mortalidade
A taxa bruta de mortalidade entre os anos 2008-2015 variou de 6,9 a 7,7 por 1.000
habitantes, havendo predomínio nos indivíduos do sexo masculino e negros. Os idosos representam
o grupo etário mais acometido. O ano de 2015 foi o de maior número de óbitos e o ano de 2016 o
menor. Os dados de mortalidade têm como fonte o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)
que fornece informações sobre quem, onde e como ocorrem os óbitos de residentes de uma dada
população. A Mortalidade Geral entre os anos de 2008 e 2012 em Olinda teve uma média anual de
2.830 óbitos. (Tabela 3)
Tabela 3. Mortalidade – indicadores sobre os residentes do município de Olinda. Olinda, 2009 a 2016.
No período de 2006 a 2012 houve Há um predomínio de óbitos em indivíduos do sexo
masculino, como podemos ver no gráfico 4 que compreende o período de 2006 a 2012 (Gráfico 4), o
que pode ser justificado pelas altas taxas de violência nesse sexo.
Gráfico 4. Mortalidade proporcional por sexo. Olinda, 2006 a 2012.
Quando analisadas as causas de óbitos por faixa etária, observa-se o predomínio das
doenças infectoparasitárias - na faixa de 1 a 9 anos; das causas externas - nas faixas de 10 a 19 e de
20 a 39 anos e das doenças do aparelho circulatório - entre indivíduos de 40 anos e mais, apontando
para a necessidade de medidas de prevenção e controle diferenciadas para esses grupos etários
(Tabela 4).
Tabela 4. Distribuição percentual das causas de óbito por capítulo da CID-10 segundo faixa etária. Olinda, 2012.
Em 2016, ocorreram 2.470 óbitos, até outubro. A taxa bruta de mortalidade geral (TMG)
variou de 6,9 a 8,0 óbitos por 1.000 habitantes, no período de 2009 a 2015.
Morbidade
A situação de morbidade do município de Olinda foi obtida a partir dos dados provenientes
do Sistema de Informação de Agravos Notificáveis (SINAN) e do Sistema de Informação Hospitalar
(SIH). Para realização da análise considerou-se a situação de algumas doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) e doenças transmissíveis.
a) Doenças Crônicas Não Transmissíveis: A taxa de internação por diabetes mellitus e suas
complicações, na população de 30 anos ou mais, tem apresentado importante declínio ao longo de
todo o período estudado, passando de 14,7% em 2002 para 6,8% em 2011 (Gráfico 8). A análise dessa
tendência é interpretação difícil, pois tanto pode refletir melhorias no acompanhamento de indivíduos
com diabetes mellitus, como dificuldade de acesso ao internamento na rede de saúde, ou ainda pode
estar relacionada ao subregistro de dados no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), portanto,
merecendo um estudo mais aprofundado.
Gráfico 8. Taxa de internação por diabetes melittus e suas complicações na população de 30 anos ou mais. Olinda, 2002 a
2012.
- Tuberculose: No período estudado, verifica-se que ocorre um aumento no número de casos novos
de todas as formas de tuberculose e dos casos de tuberculose pulmonar bacífera que acompanha a
mesma de tendência de aumento (Gráfico 21). Sabemos que esse dado visto de forma isolada é
passível de vieses, pois pode significar melhora do processo de identificação dos casos ou aumento
real na transmissibilidade da doença. A detecção de casos é importante, pois contribui para orientação
e avaliação das ações de controle da doença (RIPSA, 2008), e demonstra avanços na notificação dos
mesmos.
O aumento do número de casos novos acontece apesar da elevação do percentual de cura dos
casos novos (Gráfico 22), podendo indicar avanços na notificação, e no tratamento, mas com
persistência da cadeia de transmissão. O percentual de cura de casos novos de tuberculose bacilífera
aumentou em 7,2%, passando de 79,8% em 2002 para 85,5% em 2012.
Na figura 8 observa-se a distribuição do número de casos novos de tuberculose por bairro em
2012. Verifica-se que os bairros que apresentaram mais de 30 casos são Peixinhos (33) e Águas
Compridas (30).
- Hanseníase: Observa-se que o número de casos novos de hanseníase diminuiu em torno de 19%
quando comparados os números extremos da série, sugerindo melhora na efetividade das ações de
controle (Gráfico 23)
Além disso, o município possui uma rede complementar (rede conveniada) de média
complexidade formada por:
A cidade ainda apresenta serviços de apoio de assistência farmacêutica (01 Central de
Abastecimento Farmacêutico – CAF e 02 Farmácias populares) e apoio diagnóstico e terapêutico para
realização de exames (Laboratório Municipal de Saúde de Olinda e laboratórios da rede conveniada).
Planejamento em Saúde
A Conferência em saúde que definiu o plano municipal em saúde para os anos de 2014-2017
teve a participação de diversas entidades, dentre as quais: Plenárias distritais, que garantiram a
participação de mais de 800 pessoas nos três momentos de sua preparação e resultou na
representação de delegados, que enquanto gestores, trabalhadores e usuários passaram a decidir
pelos rumos da política municipal de saúde de Olinda até 2020, garantindo a necessária legitimidade
do processo de consolidação do SUS, e permitindo a construção de um cotidiano com ações e serviços
de saúde mais próximos das necessidades dos que dele necessitam.
O Plano Municipal de Saúde 2014-2017 para o município de Olinda tem como eixos a
ampliação do acesso; a qualificação do atendimento; a gestão democrática; a incorporação
tecnológica e a responsabilidade sanitária. Isso representa um grande desafio para um município com
necessidades de saúde inesgotáveis e recursos de financiamento limitados, o que reforça a
importância da mobilização social para viabilizar os avanços esperados.
Plano plurianual
A síntese da execução do plano municipal de saúde 2014-2017 no ano de 2016 foi revisado na
12ª Conferência Municipal de Saúde passando a ser composto por 262 metas onde 102 já foram
realizadas (38,93%), 70 estão parciais (26,72%) e 90 não foram realizadas (34,35%).
É interessante destacar que para a obtenção dos resultados esperados da execução das metas
da PAS deve‐se levar em consideração a descentralização da responsabilidade pelas ações de saúde,
de acordo com o determinado pela Constituição Federal de 1988, que faz referência à ação conjunta
e articulada entre as três esferas de gestão, para ao alcance dos objetivos do SUS.
Quanto à execução da Programação Anual de Saúde - 2015 (PAS), as ações e metas aqui
relatadas estão dividas em 8 blocos, considerando a estrutura da PAS: 1) Aprimoramento da Política
de Atenção Básica e Atenção Especializada; 2) Aprimoramento da Rede de Atenção às Urgências; 3)
Atenção à Saúde da Mulher e da Criança; 4) Fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial; 5)
Promoção e Vigilância em Saúde; 6) Assistência Farmacêutica; 7) Implementação da Política de Gestão
do Trabalho e 8) Gestão do SUS e Controle Social.
Vale destacar, que vários desses indicadores são calculados com dados parciais, pois os
sistemas de informação, bem como os de controles das informações não se encontram finalizadas.
Em relação ao desempenho dos indicadores do Pacto pela Saúde referente ao 1° Quadrimestre 2017
o percentual das Metas do Sispacto 2017 obteve 55% de Metas Atingidas para 45% de Metas Não
Atingidas.
No que diz respeito à conclusão do último relatório anual de gestão, os principais avanços
foram: Aumento do número de procedimentos ambulatoriais, a ampliação no número de consultas e,
em especial, no incremento no número de exames realizados; redução das internações por condições
Sensíveis à Atenção Básica (ICSAB); aumento da oferta de testes de sífilis em gestantes principalmente
devido à implantação do teste rápido para sífilis na atenção básica; cobertura vacinal em crianças
superando 100%; efetividade das ações de vigilância em saúde com o cumprimento das metas de
investigação, encerramento oportuno de doenças e qualidade dos sistemas de informação em saúde
e redução da taxa de mortalidade prematura (<70 anos) pelo conjunto das 4 principais DCNT (Doenças
do Aparelho Circulatório, Câncer, Diabetes e Doenças Respiratórias Crônicas).
Dentre os maiores desafios pode ser citado o Fortalecimento da Atenção Básica – ampliação
da cobertura e resolutividade da estratégia de saúde da família; Ampliação das ações de Saúde Bucal,
Aumento do acesso das mulheres de 25 a 64 anos aos exames citopatológicos do colo do útero;
Ampliação e qualificação das consultas de pré-natal.
Diretoria de Regulação
Das ações desenvolvidas na rede podem ser destacadas: capacitação dos técnicos administrativos
para operacionalização do sistema; sistema de marcação de consultas e exames (SISREG III / CMCE /
APACNET); produção de relatórios para apoio a Gestão; apoio as Unidades Básicas e Policlínicas para
marcação de consultas e exames e marcação para pacientes de alta Complexidade.
Os esquemas abaixo mostram o fluxo para marcação de exames da média e alta complexidade,
assim como o esquema de marcação de consultas do sistema de regulação.
• Clínica Médica
• Reumatologia
• Cardiologia
• Psiquiatria
Referências Estaduais SEM GARANTIA DE ACESSO
Vigilância Epidemiológica
Dentro da vigilância epidemiológica do município existe uma outra entidade fundamental para
o entendimento dos principais agravos da cidade de Olinda: trata-se do SINAN.
Hanseníase e Tuberculose
O Brasil ocupa o 17° lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de TB no
mundo. Nessa escala, Pernambuco está em segundo lugar como o Estado brasileiro com maior
número de tuberculose. Já Olinda, ocupa a terceira posição, entre as cidades pernambucanas, relação
ao número de casos de tuberculose.
No município de Olinda, o atual quadro da tuberculose reflete a realidade vivida em todo o país.
Doença relacionada com a extrema pobreza e elevada endemicidade, percebe-se como as ações de
prevenção e controle realizadas no município precisam ser intensificadas.
Por sua vez, a hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o
Mycobacterium leprae (M. Leprae). Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de
indivíduos, no entanto poucos adoecem. A doença acomete principalmente pele e nervos periféricos
podendo levar a sérias incapacidades físicas. É de notificação compulsória em todo o território
nacional e de investigação obrigatória.
Essa doença pode acometer pessoas de ambos os sexos e qualquer idade em áreas endêmicas.
Entretanto, é necessário um longo período de exposição e apenas uma pequena parcela da população
infectada adoece.
No município de olinda trata-se de doença não controlada, em que a cura dos novos casos
notificados não constitui um indicador cuja meta tenha sido alcançada no último relatório
quadrimestral detalhado.
DST/AIDS
As ações de prevenção e controle da Aids é o foco das políticas programadas pela atual gestão. Nesse
caso, a policlínica Barros Barreto apresenta equipe multidisciplinar que realiza as seguintes ações de
prevenção e atividades descenralizadas:
o Distribuição de preservativos
o Trabalho educativo com redutores de danos
o Palestras em centro sociais
A nova gestão vai estreitar e promover ações que permitam resultados mais eficazes.
SERVIÇO – O CTA de Olinda possui 57 mil pessoas cadastradas. Deste total, existem 1.285
identificados como reagentes positivos. O município também disponibiliza tratamento da sífilis
(aplicação da penicilina) em seis Policlínicas, numa unidade de saúde e outra no Serviço de Pronto
Atendimento (SPA).
A rede ainda realiza o tratamento de condiloma (aplicação do ácido) para mulheres na Policlínica
da Mulher do Bairro Novo e para homens no CTA/Olinda, na Policlínica João Barros Barreto, no Carmo,
e na Policlínica da Mulher Sony Santos, em Peixinhos.
Durante o tratamento o paciente vivendo com HIV/Aids realiza exames como de CD4 e carga viral,
sobretudo, o de genotipagem. Já as crianças expostas ao HIV são monitoradas pela equipe.
Vigilância Sanitária
A vigilância epidemiológica conta ainda com diversos setores que compõem a vigilância
sanitária do município. Pode-se citar por exemplo:
Atua no controle de bens de consumo que se relacionam à saúde de forma direta ou indireta, em
todas as etapas e processos de produção até o consumo final.
Atua no controle de prestadores de serviço que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde
Desenvolve ações que visam defender a vida e a saúde do trabalhador, através da notificação, controle
do meio ambiente e redução dos acidentes e das doenças do trabalho.
Vigilância Ambiental
Realiza trabalhos de prevenção à saúde no combate às zoonoses, nos cuidados com os vetores e com
a qualidade da água, do ar e do solo. Desenvolve também ações educativas nas escolas do município
e em outros espaços.
Coordenação de Zoonoses
Trabalha por meio de denúncias e solicitações da população, efetuando controle das principais
zoonoses que são: raiva, leptospirose, leishmaniose, escorpionismo, esporotricose.
Instituída em 2015, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) tem
como eixos estratégicos:
Segundo a atual coordenadora desta política, os maiores desafios atualmente são o combate
ao uso de drogas entre os adolescentes e o combate à gravidez na adolescência, a estratégia de
intervenção conta com o Apoio do Programa de Saúde na Escola através de palestras e dinâmicas
educativas.
• A proporção de pessoas negras que consultaram um médico, dentista ou que tiveram algum
medicamento receitado nos últimos 12 meses, é inferior à das pessoas brancas;
• Mulheres pretas e pardas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto realizaram
menos exames de mamografia nos últimos 2 anos do que as brancas;
• As mães indígenas, pardas e pretas são mais jovens do que as brancas, sendo a faixa etária
dos 20 aos 24 anos as que apresentam maior percentual de mães nessa população;
• As gestantes negras realizam menos consultas de pré-natal, diferindo também com relação à
data da primeira consulta que no caso das negras se fez mais tardiamente;
• As maiores taxas de detecção de sífilis em gestantes foram observadas na raça/cor preta;
• Em relação às mortes maternas, 60% eram mulheres negras e, no contexto geral, 90% dessas
mortes poderiam ser evitadas;
• Pretos e pardos utilizam mais dos serviços públicos de saúde para ter acesso a medicamentos
e internações
Através desta política, o SUS reconhece nas religiões de matriz africana um espaço para a
preservação dos saberes e práticas tradicionais de saúde, promove ações de enfrentamento ao
racismo e à intolerância religiosa como forma de promover um acesso mais eficiente da população
negra à saúde de qualidade. Em Olinda, há a estratégia de incluir os terreiros, em grande número na
cidade, como espaços promotores de saúde, sendo realizadas frequentemente ações de saúde,
inclusive direcionadas a populações específicas como o dia de saúde do homem, do adolescente, rodas
de conversa, levando em consideração a importância dos conhecimentos populares e suas crenças.
Alimentação e Nutrição
Essa política é voltada para a inclusão de pessoas com deficiência em toda a rede de serviços
do SUS e, nesse contexto, muitos esforços são realizados no sentido de proteção de saúde e
reabilitação.
No município de Olinda, como essa política foi implantada recentemente, o que se verifica é
ainda um pequeno número de atividades voltadas para esse público. O CRO tem papel fundamental
na reabilitação desses pacientes e aumento dos casos de microcefalia tem promovido discussões para
a melhoria do atendimento nessa área. Atualmente existem cerca de 20 crianças portadoras de
microcefalia, estas recebem assistência no município e são encaminhadas para centros mais
complexos quando necessário.
Saúde Mental
As residências terapêuticas são casas, implantadas na cidade, que devem ser capazes em
primeiro lugar de garantir o direito à moradia das pessoas egressas de hospitais psiquiátricos e de
auxiliar o morador em seu processo de reintegração na comunidade. É função dos CAPS prestar
atendimento clínico em regime de atenção diária, promover a inserção social das pessoas com
transtornos mentais através de ações intersetoriais, regular a porta de entrada da rede de assistência
em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica, isto
é, são os articuladores estratégicos desta rede e da política de saúde mental num determinado
território.
O município de Olinda conta com um CAPS II, um CAPS AD II e um CAPS infantil, a principal
limitação é que nenhum destes funciona 24h, tornando indispensável encaminhar pacientes em crises
durante a noite ou madrugada para outros centros, geralmente para o Hospital Ulisses
Pernambucano. Existem 4 residências terapêuticas (3 masculinas e 1 feminina) e uma em processo de
implantação. Em relação à atenção hospitalar estão em processo de implantação 16 leitos no Hospital
Tricentenário.
Saúde do Idoso
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa tem como finalidade primordial a recuperação,
manutenção e promoção da autonomia e da independência. Em Olinda o enfoque é no
monitoramento da fratura de fêmur, devido à sua elevada morbimortalidade e tempo prolongado de
restrição ao leito. Também é realizado o trabalho juntamente à assistência social, uma vez que as
demandas se complementam e garantem uma melhor qualidade de vida para essa população mais
frágil. Periodicamente são realizadas visitas técnicas durante a semana em Instituições de Longa
Permanência do Idoso (Ilpi’s) do município e organização de fluxo de suporte a estas instituições.
Saúde do Homem
Em Olinda há o destaque do pré-natal do parceiro que permite consultas nas USF para o
homem, além de maior participação no pré-natal da gestante. É válido ressaltar que o fato de algumas
USFs do município funcionarem em horário estendido tem aumentado a procura da atenção básica
pela população, visto que um muitos, devido ao trabalho, dispõem de pouca disponibilidade de
horário.
Saúde Bucal
O Brasil Sorridente constitui-se de uma série de medidas que têm como objetivo garantir as
ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros, entendendo que esta é
fundamental para a saúde geral e para a qualidade de vida da população. Sua principal meta é a
reorganização da prática e a qualificação das ações e serviços oferecidos, reunindo ações em Saúde
Bucal voltadas para os cidadãos de todas as idades, com ampliação do acesso ao tratamento
odontológico gratuito aos brasileiros, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Consultório na Rua
A política do Consultório na Rua e visa ampliar o acesso da população em situação de rua aos
serviços de saúde, ofertando atenção integral à saúde para esse grupo populacional. Estabelece-se
como aprimoramento da abrangência e da prática de saúde do SUS, já que se insere dentro de
preceitos da Atenção básica de ser “porta de entrada” e atinge uma população que vive margeada e
que se encontra em condições de vulnerabilidade e com os vínculos familiares interrompidos ou
fragilizados. A população alvo do programa não constitui apenas o morador de rua, mas sim o usuário
em situação de rua, de modo a abranger aqueles que possam passar mais tempo na rua que em casa,
como profissionais do sexo.
Promoção de Saúde
Análise Geral
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) foi lançada pelo
Ministério da Saúde em maio de 2004 e consolidou os avanços do antigo Programa de Assistência
Integral à Saúde da Mulher de 1984, ampliando as ações de atenção à mulher que até então eram
focadas na assistência gravídico-puerperal, incluindo, assim, outros aspectos como a prevenção,
diagnóstico e tratamento do câncer de colo uterino e de mama, assistência às doenças ginecológicas
prevalentes na população feminina, assistência à mulher vítima de Violência doméstica e sexual,
assistência ao climatério, além de um olhar diferenciado quanto aos direitos sexuais e reprodutivos.
• Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a
garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de
promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território brasileiro.
• Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por
causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem
discriminação de qualquer espécie.
• Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de
Saúde.
Dentro dessa política definem-se também objetivos específicos, tendo suas ações voltadas
para:
Funcionamento
No município de Olinda qualquer mulher que suspeitar que esteja grávida pode procurar uma
das unidades básicas de saúde onde será submetida ao teste de gravidez e caso o mesmo seja positivo
iniciará imediatamente o pré-natal, realizado em 57 USFs do município e 9 Policlínicas. Uma
dificuldade inicial nesse processo é a captação precoce dessas pacientes para realização do teste e
também a grande proporção de mães adolescentes dentro do município, dificuldades enfrentadas
nacionalmente. Outro problema apontado pela Gerência é a falta de médicos para realização do pré-
natal sendo o mesmo realizado apenas pelos enfermeiros das unidades. Quanto aos exames
laboratoriais necessários, as gestantes geralmente não encontram dificuldades de realizá-los nos
laboratoriais nos laboratórios da cidade. Além disso, a coordenadora desta política informou que ela
recebe dos laboratórios a segunda via de exames alterados, principalmente dos exames para detecção
de Sífilis, a partir disto estabelece contato com a equipe da USF que realiza o pré-natal da paciente
para garantir que ocorram as intervenções necessárias.
Uma vez que se verifique no acompanhamento da gestante durante o pré-natal que a mesma
possui alguma patologia que a coloque em alto risco durante a gestação, ela é prontamente
encaminhada para as policlínicas do município onde existem 6 obstetras para realizar pré-natal de alto
risco, não sendo permitido a perda do vínculo da UBS com a paciente em momento algum. Apesar de
estar inserido na Rede Cegonha o município ainda apresenta muitas dificuldades principalmente em
relação à baixa integração da rede de atenção, contribuindo para manter “as 3 demoras:” procura-
acesso-cuidado
Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o segundo
mais incidente na Região Nordeste. Contudo, esse tumor apresenta alto potencial de prevenção e
cura quando diagnosticado precocemente. O principal fator de risco para o desenvolvimento do
câncer de colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Infecções persistentes por
HPV podem evoluir para lesões precursoras que, se não diagnosticadas e tratadas oportunamente,
progridem para o câncer. O rastreamento do câncer de colo do útero no Brasil, recomendado pelo
Ministério da Saúde, é o exame citopatológico em mulheres de 25 a 64 anos. A rotina é a repetição do
exame Papanicolau a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um
intervalo de um ano.
O câncer de mama é o tipo que possui a maior incidência e a maior mortalidade na população
feminina em todo o mundo. Contudo, pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos,
aumentando assim as chances de tratamento e cura. A mamografia bienal para mulheres entre 50 a
69 anos é a estratégia recomendada pelo Ministério da Saúde no Brasil para o rastreamento do câncer
de mama.
Em se tratando de prevenção do câncer de colo uterino, as UBSs devem oferecer pelo menos
2 turnos para ofertar o exame preventivo, porém a dificuldade no seguimento dessas pacientes
compromete a efetividade dos trabalhos, impondo-se então como preocupação da Secretaria de
Saúde. Pode-se observar uma tendência à melhora na razão de exames citopatológicos realizados no
município no ano de 2017 de acordo com o gráfico 17, apesar da redução significativa a partir de 2014.
O gráfico 18, mostra a razão de exames de mamografia realizados pelas olindenses no período
de 2010 a 2017, onde se verifica uma tendência a melhora na quantidade de exames realizados em
2017 quando comparado com 2016. O aumento inicial a partir do ano de 2010 se deveu à implantação
do mamamóvel na cidade, garantindo facilidade no acesso à mamografia, já sua redução a partir de
2016 se deve ao subfinanciamento para manutenção das atividades.
Assistência à Violência contra a Mulher
A violência contra mulheres é uma das principais formas de violação dos direitos humanos,
atingindo o direito à vida, à saúde e à integridade física. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), 35% das mulheres em todo o mundo são vítimas de violência física e/ou sexual e em sua maior
parte, produzida por seus parceiros. Estes dados demonstram que as mulheres que sofreram violência
sexual são 2,3 vezes mais propensas a desenvolver distúrbios relacionados ao álcool e 2,6 vezes a
sofrer de depressão ou ansiedade. A notificação de violências para a autoridade sanitária é uma
exigência da lei, fruto de uma luta contínua para que a violência contra estes segmentos da população
saia da invisibilidade, revelando sua gravidade, o perfil das pessoas envolvidas e outras características
destes eventos. Qualquer cidadão pode realizar a notificação e é obrigação, por lei, dos profissionais
de saúde.
Recentemente, o município passou a contar com a Patrulha Maria da Penha, uma ação do
Programa Justiça para as mulheres que prevê punições para os agressores e ações de caráter
preventivo e ostensivo , direcionadas ao acompanhamento das mulheres vítimas de violência
doméstica e familiar e à fiscalização do cumprimento das medidas protetivas de urgência por parte do
agressor. Ocorreu uma capacitação de guardas municipais, servidores desta área e mulheres que
atuam no Centro de Referência Especializada de Atendimento à Mulher.
Planejamento Familiar
Metas
A Política de Saúde da mulher em Olinda tem como metas para os próximos 4 anos:
• Diminuir a incidência de gestação em mulheres antes dos 20 anos, assim como de gestações não
planejadas com planejamento familiar e ampliação dos profissionais na inserção do DIU-de-intervalo;
• Aumentar o número de consultas de pré-natal facilitando o acesso ao teste rápido de gravidez, para
captação e início precoce no primeiro trimestre.
Conclusão
Durante o estágio foi possível aplicar os conceitos básicos de gestão em saúde, percebemos a
importância desse conhecimento para a garantia de uma assistência à saúde baseada nos princípios
éticos e organizacionais do SUS. Mapear a configuração do espaço social analisado, respeitar as
necessidades da população, priorizar a execução de ações de acordo com a verba disponível, aprender
como a pactuação com esferas estatais e federais se dá e atuar junto à comunidade, com ativa
participação do conselho de Saúde, na elaboração de metas são alguns dos pressupostos que
introjetamos e nos incubimos, enquanto futuros profissionais, de atentar cada vez mais sobre os
aspectos da gestão de políticas de saúde, objetivando tornar a prática médica cada vez mais
consciente e resolutiva.
Referências Bibliográficas
BADUY,R.S. et. Al. A regulação assistencial e a produção do cuidado: um arranjo potente para
qualificar a atenção. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 27(2):295-304, fev, 2011.
FRANCO, T. B.; MAGALHÃES JR, H. M. Integralidade na assistência à saúde: a organização das linhas
de cuidado. In: O trabalho em saúde: olhando e experienciando o SUS no cotidiano. 2ª Edição.
HUCITEC: São Paulo. 2004