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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


DEPARTAMENTO DE MEDICINA SOCIAL

GESTÃO DA POLÍTICA EM SAÚDE DO MUNICÍPIO DE OLINDA

Alunos:

Bernardo Menezes Azevedo Sóter - Turma 135

Eduardo Caminha Nunes - Turma 135

Marta Wanderley D'Albuquerque - Turma 136

Internato em Saúde Coletiva II

Recife, fevereiro de 2019


O município de Olinda

Caracterização Territorial e Populacional

Olinda é um município da Região Metropolitana de Recife (RMR), situada no estado de


Pernambuco. Limita-se ao Norte com o município de Paulista, ao Sul com Recife, ao Leste com o
oceano Atlântico, ao Oeste com Paulista e Recife. Possui 41,681 km² de extensão territorial, sendo
identificado como menor município da RMR. Divide-se em 31 bairros mais a área de zona rural, que
para finalidade de Planejamento e Gestão se dividem em 10 Regiões Político-Administrativas (RPA),
que, por sua vez, são distribuídas em 3 regionais de saúde. (Figura 1)

Figura 1. Regiões Político-administrativas, Regionais de Saúde e bairros. Olinda, 2015.

Do seu território, 9,73 km² fazem parte da ZEPEC (Zonas Especiais de Proteção Cultural e
Urbanística), com 1,89 km² da ZEPEC 1 (Sítio Histórico) e 7,84 km² do Entorno do Sítio Histórico. Olinda
é considerada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela UNESCO desde 1982.

Sua população absoluta, em 2017, foi estimada de 390.771 habitantes pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), onde 98% da população se concentra na área urbana, de 36,73 km²,
e uma área rural de 6,82 km². Possui densidade demográfica de 9.063 habitantes/km 2,
correspondendo ao município com maior valor da RMR e o sétimo maior do Brasil. (Figura 2)
Figura 2. Distribuição da estimativa populacional ano 2017/Censo 2010.

Figura 3. Regionais de saúde e bairros segundo porte populacional. Olinda, 2015. (FONTE: RAG)

A população é predominantemente negra, com taxa de 62,4%, correspondente as cores pardas e


pretas. Os olindenses que se declararam brancos representaram 36,2%. No município predominam as
mulheres com um índice de 86 homens para cada 100 mulheres. Esse índice sugere alta taxa de
mortalidade masculina, estando relacionada, principalmente, a óbitos na faixa etária jovem
relacionada a mortes por causa violenta. Em relação ao perfil demográfico, Olinda passa pela mesma
transição que ocorre no país, com aumento no número de idosos e redução de natalidade. Como
consequência na saúde houve aumento da prevalência de doenças crônicas não-transmissíveis como
o Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e suas consequentes morbidades. De
1991 até 2015 (Figura 3), houve redução da população de crianças (0 a 9 anos) e de adolescentes (10
a 19 anos) e um incremento na participação das demais faixas etárias, com destaque para os adultos
(40 a 59 anos) e idosos (60 anos e mais).
Figura 3. Distribuição proporcional da população residente, segundo faixa etária. Olinda, 1991, 2000
e 2015. (Fonte: IBGE – DATASUS)

Características Socioeconômicas

As principais atividades econômicas de Olinda são do setor terciário, como serviços (60%) e
comércio (12%), mas principalmente turismo. Em 2015, 64,2% do seu orçamento foi proveniente de
fontes externas de renda. Segundo dados do IBGE (2010), o município possui a terceira maior renda
média familiar do estado, com R$ 621,73, ficando atrás de Recife (R$ 1.109,01) e Fernando de Noronha
(R$ 1.024,280) e possui taxa de desemprego de 13,01%, ocupando o 40º lugar no estado.

Olinda obteve um PIB per capita, em 2015, de R$ 13.515,06, o que a coloca, comparada aos
demais municípios na posição 21 dos 185, e na posição 2992 de 5570 no ranking nacional. De acordo
com o DATASUS, em 2012, Olinda teve como participação estadual do PIB 3,14%.

Em se tratando dos principais indicadores de acesso a serviços em geral, Olinda é marcada por
uma grade desigualdade municipal. Apesar de, na última década, ter conseguido melhorar o suporte
à população, algumas áreas ainda refletem baixo índice de condição de vida, visto, principalmente na
regional 1 de saúde.

Quadro 1. Síntese dos Principais Indicadores Socioeconômicos. Olinda, 2010.

Principais Indicadores Socioeconômicos


% População Alfabetizada 93.5
% Abastecimento de água (Rede Geral) 93.2
% Saneamento (Rede geral/Fossa séptica) 57.9
% Lixo coletado 96.4
% População com Renda <1/2 salário mínimo 39.3
% População com Renda <1/4 salário mínimo 16.7
% População usuária de Planos de Saúde Privados 28.3
Fonte: IBGE – DATASUS.

Indicadores Sociais e de Saúde

Índice de Desenvolvimento Humano

Apresenta Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) de 0,735 (PNUD – 2010), um pouco


superior à média nacional (0,727) e estadual (0,673), ficando atrás da capital Recife e do arquipélago
de Fernando de Noronha. Cerca de 50% da população residente ocupada de Olinda trabalha fora do
município, o que reflete o estigma criado de ser uma “cidade dormitório”, com baixa taxa de
arrecadação, trazendo consequências para a participação municipal do financiamento da saúde.

Olinda destaca-se numa pesquisa que avalia 180 indicadores, nos quais são enfatizados pela
Organização das Nações Unidas, ONU, três vetores principais: longevidade, educação e renda da
população. (Gráfico 1)

Gráfico 1. Evolução do IDHM em Olinda. Fonte: PNUD, Ipea e FJP

Olinda alcançou um índice de 0,648 na pesquisa realizada em 2000, o que equivale, conforme
os dados obtidos em 2010, a uma taxa de crescimento de 13,43%.

A dimensão que mais contribuiu para o IDHM no município foi Longevidade, que alcançou o
índice de 0,836, seguida de Renda, com 0,704 e Educação com 0,675. O índice que mais cresceu em
termos absolutos, no período de 2000 a 2010, foi Educação, cujo crescimento foi de 0,159(Gráfico 2).

Grafico 2. As três dimensões dos indicadores de IDHM em Olinda.

Saneamento e Urbanização

O município possui 56,6% de domicílios com esgotamento sanitário adequado. Em relação a


Pernambuco, ocupa a posição 43 de 185, comparado ao Brasil 1.957 dos 5.570 municípios. No que diz
respeito à urbanização, 17,9% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada
(presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio), 41,8% de domicílios urbanos em vias públicas
com arborização.

Para caracterização da situação de saúde do município de Olinda, foram consideradas as


informações referentes ao/à: acesso aos serviços de saúde, natalidade, morbidade, mortalidade.
(Figura 3)

Figura 3. Cobertura da Estratégia Saúde da Família segundo regional de Saúde. Olinda, 2017.

A Cobertura da Estratégia Saúde da Família (ESF) tem variado de acordo com as gestões,
com média anual de cobertura da atenção básica variando de 52,98% em 2013 a 37,93 em 2017.
(Gráfico 3)

Gráfico 3. Média Anual de Cobertura da Atenção Básica e da Estratégia de Saúde da Família. Olinda –
2010 a 2017*. Fonte: E-SUS – Ministério da Saúde. *Dados Provisórios. Ref. a outubro de 2017

Taxa Bruta de Natalidade

As informações sobre natalidade têm como fonte de dados o Sistema de Informação sobre
Nascidos Vivos (SINASC), cujo documento padrão é a Declaração de Nascido Vivo (DNV). São de
competência das Secretarias Municipais de Saúde a coleta desses documentos nas fontes
notificadoras, o processamento e a análise dos dados. No período entre 2003 e 2012 nasceram, em
média, 6.289 crianças por ano, de mães residentes em Olinda.

A taxa bruta de natalidade refere-se ao número de nascimentos para cada cem mil residentes
de uma dada população. O número de nascidos vivos vem diminuindo nos últimos anos no Brasil,
dentro do processo de transição demográfica por qual passa o país. Em Olinda, houve um
comportamento semelhante, com uma queda da taxa bruta de natalidade de 15,5 no ano de 2009
para 11,5 no ano de 2016, com essas taxas brutas menores que as apresentadas em Pernambuco na
maior parte do período. (Tabela 2)

Tabela 2. Indicadores sobre os Nascidos vivos de mães residentes no município. Olinda, 2009 a 2016.

A Taxa Bruta de Natalidade varia ainda segundo bairro de residência. Observa-se na figura que
em 2012 os bairros que apresentaram taxas maiores foram Bultrins (44,8) e Águas Compridas (33).
(Figura 4)

Figura 4. Taxa bruta de natalidade segundo bairro de residência. Olinda, 2012.


Morbidade

Considerando dados disponibilizados pelo SIHSUS que mostra a distribuição dos internamentos para
avaliar morbidade, Olinda apresenta em 10 lugar hospitalizações por causas da gravidez, parto e
puerpério, que nem sempre refletem índices negativos na assistência ao parto, mas sim da alta taxa
de procura no município. Em 20 lugar estão as causas de doença do aparelho circulatório (DAC),
acompanhando a tendência mundial no aumento das complicações de doenças crônicas e que reflete
envelhecimento da população. Em 30 lugar estão as doenças infecciosas e parasitárias, que trazem
como principal representante as crianças de 1-4 anos.

Taxa de Mortalidade

A taxa bruta de mortalidade entre os anos 2008-2015 variou de 6,9 a 7,7 por 1.000
habitantes, havendo predomínio nos indivíduos do sexo masculino e negros. Os idosos representam
o grupo etário mais acometido. O ano de 2015 foi o de maior número de óbitos e o ano de 2016 o
menor. Os dados de mortalidade têm como fonte o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM)
que fornece informações sobre quem, onde e como ocorrem os óbitos de residentes de uma dada
população. A Mortalidade Geral entre os anos de 2008 e 2012 em Olinda teve uma média anual de
2.830 óbitos. (Tabela 3)
Tabela 3. Mortalidade – indicadores sobre os residentes do município de Olinda. Olinda, 2009 a 2016.
No período de 2006 a 2012 houve Há um predomínio de óbitos em indivíduos do sexo
masculino, como podemos ver no gráfico 4 que compreende o período de 2006 a 2012 (Gráfico 4), o
que pode ser justificado pelas altas taxas de violência nesse sexo.
Gráfico 4. Mortalidade proporcional por sexo. Olinda, 2006 a 2012.

Quanto à faixa etária do óbito, os idosos concentram os maiores percentuais. Observou-se,


ainda, importante proporção de óbitos em adultos jovens (20 a 39 anos) e adultos (40 a 50 anos).
Quando comparados os dois anos analisados, 2008 e 2012 verificam-se um aumento no percentual de
óbitos em adolescentes (10 a 19 anos) e nos jovens (20 a 39 anos), em geral associado aos acidentes
de trânsito e à violência. A sobremortalidade em adolescentes e jovens corresponde a muitos anos
potenciais de vida perdidos (Gráfico 5).
Gráfico 5. Mortalidade proporcional por faixa etária. Olinda, 2008 a 2012.
No que corresponde à raça/cor, os indivíduos da raça negra (pretos e pardos) representaram
62,7% e 63,2% para os anos de 2008 e 2012 respectivamente (Gráfico 6).
Gráfico 6. Mortalidade proporcional por raça/ cor. Olinda, 2008 a 2012.

A figura 5 mostra a Taxa Bruta de Mortalidade segundo bairro de residência em 2012.


Observa-se que os bairros que apresentaram taxas maiores que 12 são Bultrins (14,0), Águas
Compridas (13,6), Varadouro (13,1) e Bairro Novo (13,0).
Figura 5. Taxa bruta de mortalidade segundo bairro de residência. Olinda, 2012.

As principais causas de morte em Olinda são: doenças do aparelho circulatório e neoplasias


que se mantêm, ao longo dos anos, com poucas variações, com declínio mais acentuado no ano de
2016 (Gráfico 7). Entretanto, doenças pulmonares vem apresentando um crescimento importante nos
ultimos anos, sendo necessário medidas e políticas estratégicas para tentativa de controle de fatores
de risco.
Grafico 7. Taxa de mortalidade, por 100.000 habitantes dos cinco principais grupos de causas segundo ano do óbito.
Olinda, 2009 a 2016. Fonte: SIM/DVS/SMS-OLINDA.

Quando analisadas as causas de óbitos por faixa etária, observa-se o predomínio das
doenças infectoparasitárias - na faixa de 1 a 9 anos; das causas externas - nas faixas de 10 a 19 e de
20 a 39 anos e das doenças do aparelho circulatório - entre indivíduos de 40 anos e mais, apontando
para a necessidade de medidas de prevenção e controle diferenciadas para esses grupos etários
(Tabela 4).
Tabela 4. Distribuição percentual das causas de óbito por capítulo da CID-10 segundo faixa etária. Olinda, 2012.

Em 2016, ocorreram 2.470 óbitos, até outubro. A taxa bruta de mortalidade geral (TMG)
variou de 6,9 a 8,0 óbitos por 1.000 habitantes, no período de 2009 a 2015.

Morbidade

A situação de morbidade do município de Olinda foi obtida a partir dos dados provenientes
do Sistema de Informação de Agravos Notificáveis (SINAN) e do Sistema de Informação Hospitalar
(SIH). Para realização da análise considerou-se a situação de algumas doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) e doenças transmissíveis.

a) Doenças Crônicas Não Transmissíveis: A taxa de internação por diabetes mellitus e suas
complicações, na população de 30 anos ou mais, tem apresentado importante declínio ao longo de
todo o período estudado, passando de 14,7% em 2002 para 6,8% em 2011 (Gráfico 8). A análise dessa
tendência é interpretação difícil, pois tanto pode refletir melhorias no acompanhamento de indivíduos
com diabetes mellitus, como dificuldade de acesso ao internamento na rede de saúde, ou ainda pode
estar relacionada ao subregistro de dados no Sistema de Informação Hospitalar (SIH), portanto,
merecendo um estudo mais aprofundado.
Gráfico 8. Taxa de internação por diabetes melittus e suas complicações na população de 30 anos ou mais. Olinda, 2002 a
2012.

b) Doenças Transmissíveis: Para descrever o comportamento dessas doenças, no município de Olinda,


foram priorizadas: a tuberculose, a hanseníase, a filariose, a dengue, a sífilis em gestante, sífilis
congênita e a Aids.

- Tuberculose: No período estudado, verifica-se que ocorre um aumento no número de casos novos
de todas as formas de tuberculose e dos casos de tuberculose pulmonar bacífera que acompanha a
mesma de tendência de aumento (Gráfico 21). Sabemos que esse dado visto de forma isolada é
passível de vieses, pois pode significar melhora do processo de identificação dos casos ou aumento
real na transmissibilidade da doença. A detecção de casos é importante, pois contribui para orientação
e avaliação das ações de controle da doença (RIPSA, 2008), e demonstra avanços na notificação dos
mesmos.

O aumento do número de casos novos acontece apesar da elevação do percentual de cura dos
casos novos (Gráfico 22), podendo indicar avanços na notificação, e no tratamento, mas com
persistência da cadeia de transmissão. O percentual de cura de casos novos de tuberculose bacilífera
aumentou em 7,2%, passando de 79,8% em 2002 para 85,5% em 2012.
Na figura 8 observa-se a distribuição do número de casos novos de tuberculose por bairro em
2012. Verifica-se que os bairros que apresentaram mais de 30 casos são Peixinhos (33) e Águas
Compridas (30).

- Hanseníase: Observa-se que o número de casos novos de hanseníase diminuiu em torno de 19%
quando comparados os números extremos da série, sugerindo melhora na efetividade das ações de
controle (Gráfico 23)

Verifica-se no Gráfico 24 que o percentual de cura de casos novos de hanseníase aumentou


de 84,4% em 2002 para 90,1% em 2012, representando um aumento de 6,7%. O aumento na cura de
casos de hanseníase indica uma melhoria da qualidade do atendimento para os portadores de
hanseníase, expressando a efetividade dos serviços em assegurar a adesão ao tratamento até a alta.
A cura levará a redução da transmissibilidade da doença, além de prevenir as incapacidades físicas
que poderiam surgir durante a evolução da hanseníase.
A figura 9 mostra a distribuição do número de casos novos de hanseníase por bairro em
2012. Verifica-se que os bairros que apresentaram mais de 14 casos são Peixinhos (24), Fragoso (16),
Ouro Preto (16), Águas Compridas (15).

Rede Assistencial de Saúde


Seguindo os princípios da Lei Orgânica do SUS, Olinda busca, no seu modelo assistencial de
saúde, a atenção à saúde universal, integral e equânime a todos os seus munícipes. Para oferecer o
cuidado à saúde da população, o município de Olinda organiza seu modelo assistencial de saúde
considerando os níveis de complexidade e as Redes de Atenção à Saúde (RAS), articulando e
integrando todos os níveis de atenção.
Atenção Primária

A atenção básica é compreendida como uma estratégia de organização da atenção à


saúde voltada para responder de forma regionalizada, contínua e sistematizada à maior parte
das necessidades de saúde de uma população, integrando ações preventivas e curativas, bem
como a atenção a indivíduos e comunidades.
Como sabemos, no Art. 4º, da recente PORTARIA Nº 2.436 (de 21 de setembro de 2017), a
Política Nacional de Atenção Básica –PNAB- continua tendo na Saúde da Família sua estratégia
prioritária para expansão e consolidação da Atenção Básica. Dessa forma, a atenção básica tem sido
o foco de investimento da gestão de saúde de Olinda e, não contrariando a ideação para o âmbito
nacional, a Estratégia Saúde da Família se configura a principal porta de entrada ao sistema municipal
de saúde segundo dados no Plano Municipal de Saúde de Olinda. No entanto, a despeito dos
investimentos, a cobertura da população pela Estratégia Saúde da Família ainda se dá em média de
37,93%.

A cobertura do Núcleo de Apoio à Saúde da Família no município houve um declínio de 05


equipes para apenas 02 equipes. Tal redução decorrente dos vínculos empregatícios precários e a
impossibilidade de manutenção do quadro de profissionais. Olinda chegou a habilitar 07 equipes
NASF para garantir cobertura para todas as equipe de saúde da família. Dessa forma, percebe-se que
várias equipes ficam não cobertas pelo matriciamento do NASF de modo que tal matriciamento
termina sendo feito de forma mais precária, de acordo com a demanda de cada unidade e a
disponibilidade das duas equipes de NASF existentes.

A atenção primária conta ainda com um serviço diferencial - o Consultório na Rua. O


Consultório na Rua é uma proposta que procura ampliar o acesso da população de rua e ofertar, de
maneira mais oportuna, atenção integral à saúde. As equipes de Consultórios na Rua (ECR) realizam
as atividades de forma itinerante e, quando necessário, utilizam as instalações das Unidades Básicas
de Saúde (USB) do território, desenvolvendo ações em parceria com as equipes de Atenção Básica.

Na atenção primária, destaca-se ainda a atuação da Vigilância em Saúde como uma


importante estratégia de monitoramento dos agravos à saúde da população, executando ações da
vigilância epidemiológica, vigilância sanitária e vigilância ambiental. Como estratégia para
implementação das ações de promoção da saúde, o município de Olinda conta também com o Núcleo
de Educação Popular em Saúde (NEPS) desenvolvendo ações educativas de incentivo aos hábitos
saudáveis para a melhoria da qualidade de vida. A atenção primária de Olinda é composta por:

Média e Alta Complexidade

Organizado pela regulação, Olinda conta com um sistema de referência e contra-referência,


estabelecendo os fluxos de assistência com intuito de garantir efetividade do fluxo de atenção. Cada
Unidade de Saúde da Família e Unidade Básica Tradicional possui referências de média complexidade
específicas para encaminhamento dos usuários. Percebe-se que a rede complementar se direciona
quase sempre ao nível de atenção secundário, já que em Olinda não há oferta de atenção terciária
expressiva, sendo os munícipes necessitados de alguma prestação de serviço do nível terciário,
frequentemente encaminhados para os hospitais universitários e estaduais presentes em Recife.
Rede de Urgência

Com o propósito de promover atenção integral à saúde da população, a Rede de Urgência do


município desenvolve ações na Atenção Primária, no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU), no Serviço de Pronto Atendimento (SPA), na UPA Estadual, além dos serviços de urgência do
Hospital do Tricentenário (urgência pediátrica, odontológica e clínica médica) e da Maternidade Brites
de Albuquerque.

Olinda conta com os serviços de assistência farmacêutica e os serviços de apoio diagnóstico


e terapêutico (SADT). A assistência farmacêutica está organizada pela Central de Abastecimento
Farmacêutico e farmácias descentralizadas nas unidades de saúde, proporcionando maior controle e
gerenciamento na dispensação das medicações de acordo com as necessidades dos usuários. Também
conta com duas Farmácias Populares contribuindo para a democratização do acesso aos
medicamentos. Para apoio diagnóstico, Olinda conta com serviços conveniados para realização de
exames laboratoriais e com o Laboratório Municipal de Saúde de Olinda.

Além disso, o município possui uma rede complementar (rede conveniada) de média
complexidade formada por:
A cidade ainda apresenta serviços de apoio de assistência farmacêutica (01 Central de
Abastecimento Farmacêutico – CAF e 02 Farmácias populares) e apoio diagnóstico e terapêutico para
realização de exames (Laboratório Municipal de Saúde de Olinda e laboratórios da rede conveniada).

Planejamento em Saúde

O planejamento em saúde é realizado a partir dos instrumentos em gestão, fundamental na


prática cotidiana do gestor em saúde. O Plano municipal de saúde(PMS), por exemplo, contém as
macro-diretrizes da gestão municipal em saúde. Elaborado para um período de 4 anos é organizado
com base na lei orçamentária aprovada na Câmara municipal e apresentado e debatido com os
delegados e representantes presentes na conferência municipal de saúde e elaborado a partir das
discussões no nível local, distrital e central da Secretaria de Saúde e submetido ao Controle Social. Sua
importância maior está em subsidiar discussões e proposições para organização de um modelo de
atenção à saúde universal, equânime e integral.

A Conferência em saúde que definiu o plano municipal em saúde para os anos de 2014-2017
teve a participação de diversas entidades, dentre as quais: Plenárias distritais, que garantiram a
participação de mais de 800 pessoas nos três momentos de sua preparação e resultou na
representação de delegados, que enquanto gestores, trabalhadores e usuários passaram a decidir
pelos rumos da política municipal de saúde de Olinda até 2020, garantindo a necessária legitimidade
do processo de consolidação do SUS, e permitindo a construção de um cotidiano com ações e serviços
de saúde mais próximos das necessidades dos que dele necessitam.

Plano Municipal em saúde

O Plano Municipal de Saúde 2014-2017 para o município de Olinda tem como eixos a
ampliação do acesso; a qualificação do atendimento; a gestão democrática; a incorporação
tecnológica e a responsabilidade sanitária. Isso representa um grande desafio para um município com
necessidades de saúde inesgotáveis e recursos de financiamento limitados, o que reforça a
importância da mobilização social para viabilizar os avanços esperados.

Para organizar a atenção à saúde, buscou-se enfocar a atenção básica e especializada no


planejamento das diversas políticas setoriais e a assistência farmacêutica. Ao apresentar as
proposições e metas da Vigilância à Saúde, foi realizada uma integração das vigilâncias ambiental,
epidemiológica e sanitária, destacando o controle de riscos à saúde, a vigilância das doenças, agravos
e eventos vitais e a vigilância das principais endemias. O eixo Gestão do Sistema Municipal de Saúde
apresenta proposições para o aprimoramento dos instrumentos de gestão, gestão territorial, para
regulação assistencial e desenvolvimento da gestão de pessoas. O controle social terá destaque nesse
eixo, enquanto instrumento possível de ampliar a participação social no SUS.

O Plano Municipal de Saúde possui sete diretrizes: fortalecimento da política de atenção


básica e da atenção especializada; aprimoramento da atenção especializada de saúde; implementação
das políticas estratégicas e redes prioritárias de saúde; incremento de ações e serviços de vigilância
em saúde e de imunização do município; garantia e estruturação da política de assistência
farmacêutica no município; aprimoramento dos mecanismos e instrumentos de gestão do sistema
municipal de saúde e a garantia de funcionamento e implementação do controle social.

Plano plurianual

Um outro instrumento de gestão fundamental trata-se do Plano plurianual (PPA), o qual


precisa estar em plena conformidade com o plano municipal de saúde. Trata-se, portanto, de um
planejamento de médio prazo (assim como o plano municipal de saúde) que é elaborado para 4 anos.
Este é realizado por meio da lei orçamentária aprovada em câmera cujo objetivo maior é determinar
as prioridades e definir os maiores investimentos. Nesse sentido, é encaminhado pelo executivo ao
congresso até 31 de agosto do primeiro ano de cada governo com vigência que vai até o final do
primeiro ano do governo seguinte com vistas a promover a continuidade administrativa.

A síntese da execução do plano municipal de saúde 2014-2017 no ano de 2016 foi revisado na
12ª Conferência Municipal de Saúde passando a ser composto por 262 metas onde 102 já foram
realizadas (38,93%), 70 estão parciais (26,72%) e 90 não foram realizadas (34,35%).

Segue abaixo o gráfico que representa tais estatísticas:

Programa anual de saúde


Programa anual de saúde (PAS) é o instrumento que norteia a atuação do governo e concretiza
as ações do PMS para o ano vigente. Tem como principal objetivo contribuir para o aperfeiçoamento
do Sistema Único de Saúde (SUS) com vistas a ampliar o acesso oportuno da população, objetivando
a integralidade que remetem as ações e serviços de saúde. É sobretudo objeto de operacionalização
das intenções expressas no plano municipal de Saúde a cada ano, ele possui como base legal para sua
elaboração tanto a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), Lei Orçamentária Anual (LOA) como
também as normas do Ministério da Saúde.

É interessante destacar que para a obtenção dos resultados esperados da execução das metas
da PAS deve‐se levar em consideração a descentralização da responsabilidade pelas ações de saúde,
de acordo com o determinado pela Constituição Federal de 1988, que faz referência à ação conjunta
e articulada entre as três esferas de gestão, para ao alcance dos objetivos do SUS.

Relatório quadrimestral detalhado

O relatório quadrimestral detalhado é um instrumento de acompanhamento da gestão da saúde, onde


serão dispostos: montante e fonte dos recursos aplicados no período; auditorias realizadas ou em fase
de execução no período, suas recomendações e deliberações; oferta e produção de serviços públicos
na rede assistencial própria, contratada e conveniada; além dos indicadores de Saúde.

Este Relatório encontra-se subdivido em cinco partes. A primeira parte apresenta a


identificação do município. A segunda parte demonstra a prestação de contas informado ao sistema
de orçamento Público em Saúde – SOPS pelo Relatório Resumido da Execução Orçamentária – RREO
e indicadores financeiros. A terceira parte informa as auditorias realizadas ou em fase de execução no
quadrimestre de setembro a dezembro de 2017. A quarta parte refere-se à produção da rede
assistencial instalada, própria e conveniada, até dezembro de 2017. E finalmente a quinta parte traz
uma análise de resultados dos principais indicadores de saúde, passíveis de monitoramento
quadrimestral, sendo também necessárias informações parciais dos indicadores pactuados para todo
o ano de 2017.

A tabela abaixo ilustra as metas realizadas e não realizadas expostas no relatório


quadrimestral detalhado no primeiro quadrimestre de 2017.

(Metas atingidas:52% / Metas não atingidas:48%)


Montante e Fonte de Recursos Aplicados no Período 3º Quadrimestre - 2017 :
INDICADOR (Despesas) 3º QUADRIMETRE 2017
O relatório quadrimestral detalhado, portanto, é um instrumento de acompanhamento da gestão da
saúde, onde serão dispostos segundo o artigo nº 36 da Lei Complementar nº 141, de 13 de Janeiro de
2012, e a resolução nº 459, de 10 de Outubro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde.

Relatório anual de gestão

O Relatório Anual de Gestão (RAG) é um importante instrumento para apoiar o progresso e os


avanços da Secretaria de Saúde de Olinda, pois além de permitir o monitoramento da execução das
ações e metas estratégicas para a melhoria da situação de saúde da população, também subsidia a
discussão para superação de barreiras e aperfeiçoa o planejamento dessas ações. É elaborado como
resultado do monitoramento das metas e ações previstas a partir dos RQD, PAS, PMS

Oferece assim transparência para a sociedade.

O relatório apresenta os resultados obtidos pela gestão em Saúde no município de Olinda


enfocando os aspectos essenciais para o exercício do controle das Políticas do SUS no referido
município.

Quanto à execução da Programação Anual de Saúde - 2015 (PAS), as ações e metas aqui
relatadas estão dividas em 8 blocos, considerando a estrutura da PAS: 1) Aprimoramento da Política
de Atenção Básica e Atenção Especializada; 2) Aprimoramento da Rede de Atenção às Urgências; 3)
Atenção à Saúde da Mulher e da Criança; 4) Fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial; 5)
Promoção e Vigilância em Saúde; 6) Assistência Farmacêutica; 7) Implementação da Política de Gestão
do Trabalho e 8) Gestão do SUS e Controle Social.

Apoia-se na determinação legal e constitucional de oferecer transparência à sociedade sobre


as ações e serviços implantados na saúde, prestando conta dos recursos amparando-se nas Leis nº
8.080/90, nº 8.142/90 e Decreto nº 7.508/2011.
No que diz respeito ao Planejamento e Orçamento, segue abaixo os gráficos ilustrativos da
atual situação da gestão municipal. Pode-se perceber, por exemplo: a redução dos repasses federais,
a ampliação dos custos com saúde e a redução da arrecadação municipal.
Segue abaixo o gráfico com os indicadores do Pacto pela Saúde

N Indicador Unidade Met Resultad Análises e Considerações


º a o
201
7
1 Taxa de mortalidade /100.000 385 340,9
prematura (de 30 a 69
anos) pelo conjunto das 4
principais dcnt (doenças
do aparelho circulatório,
câncer, diabetes e
doenças respiratórias
crônicas)
2 Proporção de óbitos de % 85 77,3 Dados parciais, considerando que o
mulheres em idade fértil fechamento dos dados para análise
(mif) investigados ocorrerá em julho de 2018.
3 Proporção de registro de % 98 99,14
óbitos com causa básica
definida
4 Proporção de vacinas % 95 71,2 Meta não alcançada, tendo em
selecionadas do cnv para vista mudança do Sistema de
crianças < 2 anos - Informação nas salas de vacina
pentavalente (3ª dose), (SIPNI). Houve treinamento para os
pneumocócica 10-valente técnicos de enfermagem, mas as
(2ª), poliomielite (3ª) e equipes apresentam dificuldades
tríplice viral (1ª) - com na operacionalização do Sistema,
cobertura vacinal repercutindo na ausência de
preconizada registro de dados e
consequentemente na cobertura
vacinal. Ainda, existem muitos
mapas do ano de 2017 para serem
inseridos no SIPNI.
5 Proporção de casos de % 80 81,78
doenças de notificação
compulsória imediata
(dnci) encerradas em até
60 dias após notificação
6 Proporção de cura dos % 91 71,2 Meta não alcançada, mas houve
casos novos de hanseníase uma grande melhora comparado
diagnosticados nos anos ao período anterior.
das coortes
8 Número de casos novos N. 90 132 Meta não alcançada , mesmo o
de sífilis congênita em Absoluto município realizando ações para o
menores de um ano de enfrentamento da sífilis em
idade gestante e parceiro, através da
busca ativa para tratamento dos
casos , pelas equipes das unidades
de saúde.
9 Número de casos novos N. 1 1
de aids em menores de 5 Absoluto
anos
1 Proporção de análises % 100 100
0 realizadas em amostras de
água para consumo
humano quanto aos
parâmetros coliformes
totais, cloro residual livre
e turbidez.
1 Razão de exames RAZÃO 0,75 0,45
1 citopatológicos do colo do
útero em mulheres de 25
a 64 anos na população
residente de deteminado
local e a população da
mesma faixa etária
1 Razão de exames de RAZÃO 0,6 0,45
2 mamografia de
rastreamento realizados
em mulheres de 50 a 69
anos na população
residente de deteminado
local e população da
mesma faixa etária
1 Proporção de parto % 52 55,36
3 normal no sus e na saúde
suplementar
1 Proporção de gravidez na % 21 18,22
4 adolescência entre as
faixas etárias 10 a 19 anos
1 Taxa de mortalidade /1000 12 10,06 Dados provisórios.
5 infantil.
1 Número de óbitos N. 3 2
6 maternos em Absoluto
determinado período e
local de residência
1 Cobertura populacional % 48 41,02 Dificuldade em recompor as
7 estimada pelas equipes de Equipes, aguardando o envio de
atenção básica. médicos do Programa Mais
Médicos que segundo o Ministério
da Saúde chegariam em janeiro de
2018.
1 Cobertura de % 75 58% 1ª vigência (Jan-Jun): 62%. 2ª
8 acompanhamento das vigência (Jul-Dez): 58%. Ausência
condicionalidades de de técnico na coordenação de
saúde do programa bolsa nutrição até o mês de maio de
família 2017 e a falta de profissionais das
Equipes de Saúde da Família para
realização das condicionalidades,
garantindo a cobertura desejada
no município.
1 Cobertura populacional % 23 20,88% Dificuldade em recompor as
9 estimada de saúde bucal equipes de Saúde Bucal.
na atenção básica
2 Percentual de municípios % 100 100% Ações realizadas em vigilância
0 que realizam no mínimo sanitária rotineiras relativas ao
seis grupos de ações de controle de riscos sanitários
vigilância sanitária, envolvendo os estabelecimentos
consideradas necessárias direcionados aos serviços de saúde,
a todos os municípios. serviços alimentícios, serviços de
saneamento e meio ambiente,
controle de medicações e
correlatos e vigilância em saúde do
trabalhador de acordo com a
portaria 1 de junho de
1998/GM/MS.
2 Ações de matriciamento % 50 50
1 realizadas por caps com
equipes de atenção básica
2 Número de ciclos que N. 4 0 A grande dificuldade de atingir a
2 atingiram mínimo de 80% Absoluto meta pela falta de Agentes de
de cobertura de imóveis Endemias suficientes para garantir
visitados para controle a cobertura necessária ao
vetorial da dengue município. Atualmente a
deficiência é de 52 agentes no
campo.
2 Proporção de % 100 100%
3 preenchimento do campo
"ocupação" nas
notificações de agravos
relacionados ao trabalho

Pacto pela saúde

Segundo o Conselho Nacional o Pacto pela Saúde representa um conjunto de reformas


institucionais do SUS pactuado entre as três esferas de gestão (União, Estados e Municípios) com o
objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão, visando alcançar maior
eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde. Ao mesmo tempo, o Pacto pela Saúde
redefine as responsabilidades de cada gestor em função das necessidades de saúde da população e
na busca da equidade social.

A implementação do Pacto pela Saúde se dá pela adesão de Municípios, Estados e União ao


Termo de Compromisso de Gestão (TCG). O TCG substitui os processos de habilitação das várias
formas de gestão anteriormente vigentes e estabelece metas e compromissos para cada ente da
federação, sendo renovado anualmente. Entre as prioridades definidas estão a redução da
mortalidade infantil e materna, o controle das doenças emergentes e endemias (como dengue e
hanseníase) e a redução da mortalidade por câncer de colo de útero e da mama, entre outras.

O pacto consiste no planejamento de melhorias dos indicadores em saúde escolhidos como


prioritários. Dos 25 indicadores pactuados, 16 foram alcançados ou superados, correspondendo a um
desempenho de execução das metas de 64%. Das demais metas, 09 não foram alcançadas. Segue
abaixo o gráfico com tais indicadores apresentados no relatório anual de gestão:
O município de Olinda pactuou metas para 22 indicadores junto ao Ministério da Saúde no Sistema
de Pacto pela Saúde em 2017 referentes ao Pacto Nacional Interfederativo, dos quais 12 (55%) tiveram
as metas alcançadas ou superadas e 10 (45%) não foram alcançadas.

Vale destacar, que vários desses indicadores são calculados com dados parciais, pois os
sistemas de informação, bem como os de controles das informações não se encontram finalizadas.
Em relação ao desempenho dos indicadores do Pacto pela Saúde referente ao 1° Quadrimestre 2017
o percentual das Metas do Sispacto 2017 obteve 55% de Metas Atingidas para 45% de Metas Não
Atingidas.

No que diz respeito à conclusão do último relatório anual de gestão, os principais avanços
foram: Aumento do número de procedimentos ambulatoriais, a ampliação no número de consultas e,
em especial, no incremento no número de exames realizados; redução das internações por condições
Sensíveis à Atenção Básica (ICSAB); aumento da oferta de testes de sífilis em gestantes principalmente
devido à implantação do teste rápido para sífilis na atenção básica; cobertura vacinal em crianças
superando 100%; efetividade das ações de vigilância em saúde com o cumprimento das metas de
investigação, encerramento oportuno de doenças e qualidade dos sistemas de informação em saúde
e redução da taxa de mortalidade prematura (<70 anos) pelo conjunto das 4 principais DCNT (Doenças
do Aparelho Circulatório, Câncer, Diabetes e Doenças Respiratórias Crônicas).

Dentre os maiores desafios pode ser citado o Fortalecimento da Atenção Básica – ampliação
da cobertura e resolutividade da estratégia de saúde da família; Ampliação das ações de Saúde Bucal,
Aumento do acesso das mulheres de 25 a 64 anos aos exames citopatológicos do colo do útero;
Ampliação e qualificação das consultas de pré-natal.

Diretoria de Regulação

A diretoria de regulação é estabelecida através da organização, do controle e do gerenciamento


do acesso e dos fluxos assistenciais no âmbito do SUS. Fazem parte da regulação: a auditoria, que
audita os estabelecimentos da rede municipal de saúde (própria e conveniada); central de regulação
que organiza a relação entre a oferta e a demanda, define os fluxos para marcação de consultas e
exames, qualifica o acesso da população aos serviços (Protocolos). A avaliação e Controle que
monitora os recursos financeiros (transferência fundo a fundo); avalia a programação, a produção e
o faturamento dos estabelecimentos; e processamento, além de Cadastrar/atualizar dados dos
estabelecimentos (CNES); processa a produção ambulatorial e hospitalar e atualiza os bancos de dados
nacionais.

Das ações desenvolvidas na rede podem ser destacadas: capacitação dos técnicos administrativos
para operacionalização do sistema; sistema de marcação de consultas e exames (SISREG III / CMCE /
APACNET); produção de relatórios para apoio a Gestão; apoio as Unidades Básicas e Policlínicas para
marcação de consultas e exames e marcação para pacientes de alta Complexidade.

Os esquemas abaixo mostram o fluxo para marcação de exames da média e alta complexidade,
assim como o esquema de marcação de consultas do sistema de regulação.

FLUXO PARA MARCAÇÃO DE CONSULTAS E EXAMES DE MÉDIA COMPLEXIDADE


(PACIENTES ÁREA COBERTA)
EXAMES DE ALTA COMPLEXIDADE

Atualmente a central de regulação registra diversos serviços em que a procura supera a


capacidade de atendimento pelo fluxo da regulação. Um outro problema notório no conjunto de
serviços públicos ofertados pelo município diz respeito à solicitação de ultrassonografia pelas
unidades básicas de saúde.

O esquema abaixo ilustra as principais demandas da central de regulação em termos de atendimento


por especialista, assim como, a atual realidade da fila por ultrassonografia.

USG – Fila: 9000 pacientes

• Clínica Médica
• Reumatologia
• Cardiologia
• Psiquiatria
Referências Estaduais SEM GARANTIA DE ACESSO

Cirurgia Pediátrica – IMIP

Vigilância Epidemiológica

Conceito: conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de


qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva com
objetivo de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

A vigilância epidemiológica está pautada segundo quatro pilares

Dentro da vigilância epidemiológica do município existe uma outra entidade fundamental para
o entendimento dos principais agravos da cidade de Olinda: trata-se do SINAN.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan é alimentado, principalmente, pela


notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças
de notificação compulsória .

Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento


na população, podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação
compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo assim,
para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica.

O seu uso sistemático, de forma descentralizada, contribui para a democratização da


informação, permitindo que todos os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as
tornem disponíveis para a comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o
planejamento da saúde, definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o
impacto das intervenções.

Abaixo segue o fluxo de informações que alimentam o SINAN


Algumas políticas específicas também são realizadas pela vigilância epidemiológica e
apresentam fundamental importância dentro do contexto das principais doenças e agravos do
município. Pode- se citar por exemplo:

Hanseníase e Tuberculose

O Brasil ocupa o 17° lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de TB no
mundo. Nessa escala, Pernambuco está em segundo lugar como o Estado brasileiro com maior
número de tuberculose. Já Olinda, ocupa a terceira posição, entre as cidades pernambucanas, relação
ao número de casos de tuberculose.

A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões,


embora possa acometer outros órgãos e sistemas. No Brasil, a doença é um sério problema da saúde
pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos
novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose. Globalmente, cerca de 10
milhões de pessoas adoecem por tuberculose, levando mais de um milhão de pessoas a óbito,
anualmente. O surgimento da aids e o aparecimento de focos de tuberculose resistente aos
medicamentos agravam ainda mais esse cenário.

No município de Olinda, o atual quadro da tuberculose reflete a realidade vivida em todo o país.
Doença relacionada com a extrema pobreza e elevada endemicidade, percebe-se como as ações de
prevenção e controle realizadas no município precisam ser intensificadas.

Por sua vez, a hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo agente etiológico é o
Mycobacterium leprae (M. Leprae). Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de
indivíduos, no entanto poucos adoecem. A doença acomete principalmente pele e nervos periféricos
podendo levar a sérias incapacidades físicas. É de notificação compulsória em todo o território
nacional e de investigação obrigatória.

Essa doença pode acometer pessoas de ambos os sexos e qualquer idade em áreas endêmicas.
Entretanto, é necessário um longo período de exposição e apenas uma pequena parcela da população
infectada adoece.
No município de olinda trata-se de doença não controlada, em que a cura dos novos casos
notificados não constitui um indicador cuja meta tenha sido alcançada no último relatório
quadrimestral detalhado.

DST/AIDS

As ações de prevenção e controle da Aids é o foco das políticas programadas pela atual gestão. Nesse
caso, a policlínica Barros Barreto apresenta equipe multidisciplinar que realiza as seguintes ações de
prevenção e atividades descenralizadas:

o Distribuição de preservativos
o Trabalho educativo com redutores de danos
o Palestras em centro sociais

• Descentralização das atividades :


o Realizar tratamento de sífilis nas UBS
o Teste Rápido Sífilis nas UBS
o Realizar TR-HIV nas UBS
A Diretoria em Vigilância à Saúde de Olinda (DVS) tem incrementado a descentralização do Teste
Rápido de HIV para ampliar em 100% a cobertura no município. Atualmente, a maior parte das
unidades oferecem esse serviço à população. Os testes rápidos são realizados a partir da coleta de
uma gota de sangue da ponta do dedo e, em apenas meia hora, o paciente conhece o resultado. Caso
o reagente seja positivo, o paciente será assistido pelo Centro de Testagem e Aconselhamento de
Olinda em DST/HIV/AIDS e Hepatites Virais (CTA), na Policlínica João Barros Barreto, no Carmo.

A nova gestão vai estreitar e promover ações que permitam resultados mais eficazes.

Conforme estatística do Sistema de Controle Logístico de Medicamentos (SICLOM), nos últimos


cinco anos os dados epidemiológicos apontam 1.285 casos de HIV/Aids no município com
acompanhamento no Serviço de Assistência Especializado (SAE/Olinda). Desse modo, a Coordenação
de DST Aids local, propõe desenvolver ações estratégicas de enfrentamento à doença, sobretudo, na
identificação e tratamento da enfermidade.

SERVIÇO – O CTA de Olinda possui 57 mil pessoas cadastradas. Deste total, existem 1.285
identificados como reagentes positivos. O município também disponibiliza tratamento da sífilis
(aplicação da penicilina) em seis Policlínicas, numa unidade de saúde e outra no Serviço de Pronto
Atendimento (SPA).

A rede ainda realiza o tratamento de condiloma (aplicação do ácido) para mulheres na Policlínica
da Mulher do Bairro Novo e para homens no CTA/Olinda, na Policlínica João Barros Barreto, no Carmo,
e na Policlínica da Mulher Sony Santos, em Peixinhos.

Já o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) oferece atendimento/consulta médica aos


pacientes HIV/Aids. O trabalho é realizado por dois médicos infectologistas e conta com o apoio de
um médico pediatra para atendimento de crianças expostas, um médico ginecologista para as
gestantes com HIV e uma colposcopista para tratamento de condiloma em mulheres.
Vale ressaltar, que a farmácia da Policlínica Barros Barreto dispensa medicações antirretrovirais
para pacientes com HIV/Aids, bem como o leite fórmula infantil para crianças expostas ao HIV. Para
ter direito ao recebimento desses materiais, ambos pacientes devem ser cadastrados no sistema
municipal.

Com o objetivo de promover a autoestima e garantir a adesão ao tratamento, no SAE existe o


acompanhamento das pessoas vivendo com HIV/Aids, que participam do Grupo de Adesão a Vida e
ao Tratamento. A periodicidade dos encontros é de duas vezes por mês, com atividades terapêuticas
e rodas de conversa sobre promoção da saúde, que propõe a inclusão social e a garantia dos direitos
e deveres, bem como a participação nos movimentos de controle social.

Durante o tratamento o paciente vivendo com HIV/Aids realiza exames como de CD4 e carga viral,
sobretudo, o de genotipagem. Já as crianças expostas ao HIV são monitoradas pela equipe.

Vigilância Sanitária

A vigilância epidemiológica conta ainda com diversos setores que compõem a vigilância
sanitária do município. Pode-se citar por exemplo:

Divisão de Controle de Medicamentos e Correlatos (DICMECO)

Atua na fiscalização, monitoramento, controle e regulamentação da distribuição e comercialização de


medicamentos, produtos de limpeza domésticos, produtos químicos e equipamentos médico-
hospitalares e odontológicos.

Divisão de Controle de Alimentos (DICAL)

Atua no controle de bens de consumo que se relacionam à saúde de forma direta ou indireta, em
todas as etapas e processos de produção até o consumo final.

Divisão de Controle de Serviços de Saúde (DICOSS)

Atua no controle de prestadores de serviço que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde

Setor de Saúde do Trabalhador

Desenvolve ações que visam defender a vida e a saúde do trabalhador, através da notificação, controle
do meio ambiente e redução dos acidentes e das doenças do trabalho.

Vigilância Ambiental

CEVAO(cento de vigilância ambiental)

Realiza trabalhos de prevenção à saúde no combate às zoonoses, nos cuidados com os vetores e com
a qualidade da água, do ar e do solo. Desenvolve também ações educativas nas escolas do município
e em outros espaços.

Coordenação de Zoonoses

Está relacionada às ações relativas à transmissão de doenças como a dengue, filariose,


esquistossomose e leishmaniose.
Coordenação de Vetores

Trabalha por meio de denúncias e solicitações da população, efetuando controle das principais
zoonoses que são: raiva, leptospirose, leishmaniose, escorpionismo, esporotricose.

DICSSAM (Divisão de controle da saúde, saneamento e meio-ambiente)

Responsáveis por vigilância das condições de saneamento. Recebem denúncias, fiscalizam e


procuram o órgão competente (COMPESA, prefeitura) ou denunciam para o Ministério Público.

Políticas Estratégicas de Saúde

Saúde da Criança e do Adolescente

Instituída em 2015, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) tem
como eixos estratégicos:

• Atenção Humanizada e Qualificada à Gestação, ao Parto, ao Nascimento e ao Recém-Nascido


• Aleitamento Materno e Alimentação Complementar Saudável
• Promoção e Acompanhamento do Crescimento e do Desenvolvimento Integral
• Atenção Integral a Crianças com Agravos Prevalentes na Infância e com Doenças Crônicas
• Atenção Integral à Criança em Situação de Violências, Prevenção de Acidentes e Promoção da
Cultura de Paz
• Atenção à Saúde de Crianças com Deficiência ou em Situações Específicas e de Vulnerabilidade
• Vigilância e Prevenção do Óbito Infantil, Fetal e Materno

No município de Olinda a organização de atenção à saúde da criança recebe apoio


principalmente da atenção básica onde são realizadas capacitações periódicas voltadas para
promoção e proteção de saúde, do Programa Nacional de Imunização centralizado na Policlínica
Barros Barreto, do Programa de Saúde na Escola, do Programa de Saúde Bucal que conta com o serviço
de odontologia pediátrica nas Policlínica Martagão Gesteria . A Atenção Hospitalar e de Urgência e
Emergência é realizada pela UPA Olinda e SPA do Bairro de Peixinhos; A inserção da criança na Rede
de Atenção Psicossocial ocorre através do CAPS Infanto Juvenil; Crianças portadoras de deficiência,
em especial as crianças com microcefalia por Síndrome Congênita pelo Zika Vírus, contam com apoio
do Centro de Reabilitação de Olinda onde existem os serviços de fisioterapia, fonoaudiologia e
ortopedia, além de atendimento especializado no Centro de Especialidades Odontológicas localizado
na Policlínica Barros Barreto. Em relação à atenção de médica complexidade o município conta com
atendimento realizado por pediatras em 7 Policlínicas, além de ambulatórios específicos de alergia e
imunologia e pneumologia infantil. Mensalmente ocorre reunião do Comitê de investigação de óbito
infantil (menores de 1 ano de idade).

Segundo a atual coordenadora desta política, os maiores desafios atualmente são o combate
ao uso de drogas entre os adolescentes e o combate à gravidez na adolescência, a estratégia de
intervenção conta com o Apoio do Programa de Saúde na Escola através de palestras e dinâmicas
educativas.

Saúde Integral da População Negra


A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra tem como objetivo principal a
melhoria das condições de saúde desse segmento da população. Inclui ações de cuidado, atenção,
promoção à saúde e prevenção de doenças, bem como de gestão participativa, participação popular
e controle social, produção de conhecimento, formação e educação permanente para trabalhadores
de saúde, visando à promoção da equidade em saúde da população negra, que no município de Olinda
representa a maior parte da população do município ( Segundo o Censo do IBGE de 2010, em Olinda
61,9% da população declara-se como preto ou pardo). É necessário tratar esta população com
equidade, visto que, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2013 e outras referências a
população negra ainda tem menos acesso à saúde, destacando-se os seguintes (Dados de 2013):

• A proporção de pessoas negras que consultaram um médico, dentista ou que tiveram algum
medicamento receitado nos últimos 12 meses, é inferior à das pessoas brancas;
• Mulheres pretas e pardas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto realizaram
menos exames de mamografia nos últimos 2 anos do que as brancas;
• As mães indígenas, pardas e pretas são mais jovens do que as brancas, sendo a faixa etária
dos 20 aos 24 anos as que apresentam maior percentual de mães nessa população;
• As gestantes negras realizam menos consultas de pré-natal, diferindo também com relação à
data da primeira consulta que no caso das negras se fez mais tardiamente;
• As maiores taxas de detecção de sífilis em gestantes foram observadas na raça/cor preta;
• Em relação às mortes maternas, 60% eram mulheres negras e, no contexto geral, 90% dessas
mortes poderiam ser evitadas;
• Pretos e pardos utilizam mais dos serviços públicos de saúde para ter acesso a medicamentos
e internações

No município há a preocupação de detectar precocemente e ofertar a assistência necessária


aos portadores de Anemia Falciforme (Doença sabidamente mais prevalente na população negra).
Para tal existem campanhas que estimulam a realização do teste do pezinho, bem como
acompanhamento dos pacientes portadores de traço falciforme e encaminhamento dos pacientes
portadores da doença para serviços de alta complexidade como o IMIP, HEMOPE e Hospital Barão de
Lucena.

Através desta política, o SUS reconhece nas religiões de matriz africana um espaço para a
preservação dos saberes e práticas tradicionais de saúde, promove ações de enfrentamento ao
racismo e à intolerância religiosa como forma de promover um acesso mais eficiente da população
negra à saúde de qualidade. Em Olinda, há a estratégia de incluir os terreiros, em grande número na
cidade, como espaços promotores de saúde, sendo realizadas frequentemente ações de saúde,
inclusive direcionadas a populações específicas como o dia de saúde do homem, do adolescente, rodas
de conversa, levando em consideração a importância dos conhecimentos populares e suas crenças.

Alimentação e Nutrição

Criada em 1999, a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) propõe respeitar,


proteger, promover e prover os direitos humanos à saúde e a alimentação através de um conjunto de
políticas públicas com foco na vigilância, promoção, prevenção e cuidado integral de agravos
relacionados à alimentação e nutrição; atividades, essas, integradas às demais ações de saúde nas
redes de atenção, tendo a Atenção Básica como ordenadora das ações.
Em Olinda, um dos desafios encontrados em relação ao orçamento do município é o
fornecimento de fórmulas infantis para crianças com alergia à proteína do leite de vaca (APLV). É dever
da secretaria de saúde municipal fornecer esses insumos quando necessários, porém o custo é
extremamente elevado.

Saúde da Pessoa com Deficiência

Essa política é voltada para a inclusão de pessoas com deficiência em toda a rede de serviços
do SUS e, nesse contexto, muitos esforços são realizados no sentido de proteção de saúde e
reabilitação.

No município de Olinda, como essa política foi implantada recentemente, o que se verifica é
ainda um pequeno número de atividades voltadas para esse público. O CRO tem papel fundamental
na reabilitação desses pacientes e aumento dos casos de microcefalia tem promovido discussões para
a melhoria do atendimento nessa área. Atualmente existem cerca de 20 crianças portadoras de
microcefalia, estas recebem assistência no município e são encaminhadas para centros mais
complexos quando necessário.

Saúde Mental

Com a Reforma Psiquiátrica o processo de desinstitucionalização de pessoas com longo


histórico de internação psiquiátrica avançou significativamente, sobretudo através da instituição pelo
Ministério da Saúde de mecanismos seguros para a redução de leitos no país e a expansão de serviços
substitutivos aos hospitais psiquiátricos. O Programa Nacional de Avaliação do Sistema
Hospitalar/Psiquiatria (PNASH/Psiquiatria), o Programa Anual de Reestruturação da Assistência
Hospitalar Psiquiátrica no SUS (PRH), assim como a instituição do Programa de Volta para Casa e a
expansão de serviços como os Centros de Atenção Psicossocial e as Residências Terapêuticas, vem
permitindo a redução de milhares de leitos psiquiátricos no país.

As residências terapêuticas são casas, implantadas na cidade, que devem ser capazes em
primeiro lugar de garantir o direito à moradia das pessoas egressas de hospitais psiquiátricos e de
auxiliar o morador em seu processo de reintegração na comunidade. É função dos CAPS prestar
atendimento clínico em regime de atenção diária, promover a inserção social das pessoas com
transtornos mentais através de ações intersetoriais, regular a porta de entrada da rede de assistência
em saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental na rede básica, isto
é, são os articuladores estratégicos desta rede e da política de saúde mental num determinado
território.

O município de Olinda conta com um CAPS II, um CAPS AD II e um CAPS infantil, a principal
limitação é que nenhum destes funciona 24h, tornando indispensável encaminhar pacientes em crises
durante a noite ou madrugada para outros centros, geralmente para o Hospital Ulisses
Pernambucano. Existem 4 residências terapêuticas (3 masculinas e 1 feminina) e uma em processo de
implantação. Em relação à atenção hospitalar estão em processo de implantação 16 leitos no Hospital
Tricentenário.

Saúde do Idoso

A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa tem como finalidade primordial a recuperação,
manutenção e promoção da autonomia e da independência. Em Olinda o enfoque é no
monitoramento da fratura de fêmur, devido à sua elevada morbimortalidade e tempo prolongado de
restrição ao leito. Também é realizado o trabalho juntamente à assistência social, uma vez que as
demandas se complementam e garantem uma melhor qualidade de vida para essa população mais
frágil. Periodicamente são realizadas visitas técnicas durante a semana em Instituições de Longa
Permanência do Idoso (Ilpi’s) do município e organização de fluxo de suporte a estas instituições.

Saúde do Homem

Historicamente a população masculina procura menos os serviços de saúde do que a feminina,


principalmente no que diz respeito à prevenção, havendo a necessidade de implantação desta política
para maior inserção dos homens na rede assistencial.

Em Olinda há o destaque do pré-natal do parceiro que permite consultas nas USF para o
homem, além de maior participação no pré-natal da gestante. É válido ressaltar que o fato de algumas
USFs do município funcionarem em horário estendido tem aumentado a procura da atenção básica
pela população, visto que um muitos, devido ao trabalho, dispõem de pouca disponibilidade de
horário.

Saúde Bucal

O Brasil Sorridente constitui-se de uma série de medidas que têm como objetivo garantir as
ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal dos brasileiros, entendendo que esta é
fundamental para a saúde geral e para a qualidade de vida da população. Sua principal meta é a
reorganização da prática e a qualificação das ações e serviços oferecidos, reunindo ações em Saúde
Bucal voltadas para os cidadãos de todas as idades, com ampliação do acesso ao tratamento
odontológico gratuito aos brasileiros, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

A atenção à saúde bucal do município conta com o apoio do Centro de Especialidades


Odontológicas, com as equipes das policlínicas e das USFs, no entanto, a demanda ainda é muito maior
do que a oferta.

Consultório na Rua

A política do Consultório na Rua e visa ampliar o acesso da população em situação de rua aos
serviços de saúde, ofertando atenção integral à saúde para esse grupo populacional. Estabelece-se
como aprimoramento da abrangência e da prática de saúde do SUS, já que se insere dentro de
preceitos da Atenção básica de ser “porta de entrada” e atinge uma população que vive margeada e
que se encontra em condições de vulnerabilidade e com os vínculos familiares interrompidos ou
fragilizados. A população alvo do programa não constitui apenas o morador de rua, mas sim o usuário
em situação de rua, de modo a abranger aqueles que possam passar mais tempo na rua que em casa,
como profissionais do sexo.

Há um vínculo estabelecido entre a equipe multidisciplinar e o usuário e, principalmente,


respeito à autonomia dessas pessoas, ofertando cuidados em saúde em seus próprios contextos de
vida. Além disso, a equipe tem boa cobertura e conhecimento dos usuários, permitindo maior acesso
dessa população aos serviços de saúde, embora alguns deles ainda se mostrem resistentes às
propostas de prevenção e tratamento.

Promoção de Saúde

A promoção da saúde apresenta-se como um mecanismo de fortalecimento e implantação


de uma política transversal, integrada e intersetorial, que faça dialogar as diversas áreas do setor
sanitário, os outros setores do Governo, o setor privado e não governamental, e a sociedade,
compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto à qualidade de vida da população em
que todos sejam participantes na proteção e no cuidado com a vida.

Em Olinda, as atividades promoção de saúde contam com apoio do quiosque da Secretaria de


Saúde na praia de Bairro Novo, onde ocorrem trabalhos de exercícios físicos e na área de saúde
ocorrem nas segundas, quartas e sextas. Já as terças e quintas estão reservadas para serviços
educativos. Além disso, existem 3 academias da cidade.

Política Específica Analisada – Saúde da Mulher

Análise Geral

A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) foi lançada pelo
Ministério da Saúde em maio de 2004 e consolidou os avanços do antigo Programa de Assistência
Integral à Saúde da Mulher de 1984, ampliando as ações de atenção à mulher que até então eram
focadas na assistência gravídico-puerperal, incluindo, assim, outros aspectos como a prevenção,
diagnóstico e tratamento do câncer de colo uterino e de mama, assistência às doenças ginecológicas
prevalentes na população feminina, assistência à mulher vítima de Violência doméstica e sexual,
assistência ao climatério, além de um olhar diferenciado quanto aos direitos sexuais e reprodutivos.

Os objetivos gerais associados a esta política são descritos abaixo:

• Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a
garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de
promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território brasileiro.
• Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por
causas evitáveis, em todos os ciclos de vida e nos diversos grupos populacionais, sem
discriminação de qualquer espécie.
• Ampliar, qualificar e humanizar a atenção integral à saúde da mulher no Sistema Único de
Saúde.

Dentro dessa política definem-se também objetivos específicos, tendo suas ações voltadas
para:

• Mortalidade materna, com subdivisões que abrangem: precariedade da atenção obstétrica;


abortamento em condições precárias, precariedade da assistência em anticoncepção;
DST/HIV/Aids;
• Violência doméstica e sexual;
• A saúde de mulheres adolescentes;
• Saúde da mulher no climatério/menopausa;
• Saúde mental e gênero;
• Doenças crônico-degenerativas e câncer ginecológico;
• Saúde das mulheres negras;
• Saúde das mulheres indígenas;
• Saúde das mulheres lésbicas;
• Saúde das mulheres residentes e trabalhadoras na área rural;
• Saúde das mulheres em situação de prisão.
Vale salientar também a humanização do atendimento da mulher que é essencial para a
execução das ações planejadas, além de considerar a diversidade dos municípios brasileiros no que se
refere às peculiaridades regionais dos sistemas de saúde e tipos de gestão das políticas locais.

Funcionamento

A Política de Saúde da mulher em Olinda está vinculada à Gerência de Políticas Estratégicas


do município que é coordenada por Roberta Magalhães (Gerente de Políticas Estratégicas). Essa
política está apoiada em 4 eixos:

Assistência ao Pré-Natal, parto e puerpério

A Atenção Obstétrica tem como foco a qualificação da atenção ao pré-natal, parto/


nascimento, puerpério e ao abortamento e a redução da mortalidade materna e neonatal. Como
principal estratégia o governo federal criou em 2011 a Rede Cegonha com o objetivo de promover a
melhoria do acesso e da qualidade da atenção e de impulsionar/fortalecer os programas e ações já
existentes, investindo na regionalização, na pactuação interfederativa com compromissos e
responsabilizações em relação aos indicadores e metas preestabelecidas entre os três níveis de gestão
do SUS.

No município de Olinda qualquer mulher que suspeitar que esteja grávida pode procurar uma
das unidades básicas de saúde onde será submetida ao teste de gravidez e caso o mesmo seja positivo
iniciará imediatamente o pré-natal, realizado em 57 USFs do município e 9 Policlínicas. Uma
dificuldade inicial nesse processo é a captação precoce dessas pacientes para realização do teste e
também a grande proporção de mães adolescentes dentro do município, dificuldades enfrentadas
nacionalmente. Outro problema apontado pela Gerência é a falta de médicos para realização do pré-
natal sendo o mesmo realizado apenas pelos enfermeiros das unidades. Quanto aos exames
laboratoriais necessários, as gestantes geralmente não encontram dificuldades de realizá-los nos
laboratoriais nos laboratórios da cidade. Além disso, a coordenadora desta política informou que ela
recebe dos laboratórios a segunda via de exames alterados, principalmente dos exames para detecção
de Sífilis, a partir disto estabelece contato com a equipe da USF que realiza o pré-natal da paciente
para garantir que ocorram as intervenções necessárias.

Uma vez que se verifique no acompanhamento da gestante durante o pré-natal que a mesma
possui alguma patologia que a coloque em alto risco durante a gestação, ela é prontamente
encaminhada para as policlínicas do município onde existem 6 obstetras para realizar pré-natal de alto
risco, não sendo permitido a perda do vínculo da UBS com a paciente em momento algum. Apesar de
estar inserido na Rede Cegonha o município ainda apresenta muitas dificuldades principalmente em
relação à baixa integração da rede de atenção, contribuindo para manter “as 3 demoras:” procura-
acesso-cuidado

De acordo com dados do SINASC verifica-se um aumento significativo do número de gestantes


que realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal em 2017 quando comparado com 2016 (aumento
para 53,8%), como observado no gráfico 15.Com o objetivo de continuar aumentando não apenas a
quantidade, mas também a qualidade destas consultas, são realizadas periodicamente capacitações
com equipes das USF.
A despeito da suspensão dos atendimentos na Maternidade Municipal Brites de Albuquerque
(atualmente em reforma e ainda sem previsão exata de retornar a funcionar), o município apresenta
um total de 33 leitos no Hospital Tricentenário, porém os mesmos estão sendo ocupados,
principalmente, por gestantes de outros municípios, pois as grávidas que residem no município de
Olinda reclamam da qualidade do atendimento e preferem parir em outros municípios como Recife e
Jaboatão (em média 30% das gestantes olindenses parem em Olinda). Algumas providências já foram
tomadas com relação a essa situação como, por exemplo, a visita das gestantes ao Hospital. A ação
faz parte do programa Nascer Olinda, que tem como propósito promover um dos objetivos da Rede
Cegonha, que vincula a gestante à maternidade do município de residência. O intuito das visitas é
possibilitar que as mulheres conheçam o ambiente antes do parto, tornando-o assim mais familiar e
acolhedor. Além disso, participam de palestras ministradas p sobre colocação do Dispositivo
Intrauterino (DIU), parto humanizado, direitos das gestantes e acompanhantes e orientações e
cuidados durante o trabalho de parto e pós-parto.

Atualmente, um dos maiores desafios encontrados se concentra na tentativa de garantir o


diagnóstico precoce e tratamento imediato da sífilis na gestação. O exame de VDRL de uma gestante
realizados no município, caso seja positivo, além de seguir para as UBS também é enviado para a
Gerência de Políticas Estratégicas onde é impresso e nele é anexado uma ficha de acompanhamento
que são então encaminhados à UBS para serem preenchidas pelos profissionais da unidade e
encaminhadas novamente para a Gerência com dados sobre o tratamento da paciente, seja ele
completo ou não, para acompanhamento dos dados e busca ativa das mesmas. Essa estratégia
também inclui o tratamento do(s) parceiro(s). Essa iniciativa foi baseada em dados estatísticos que
mostravam um maior número de notificações de sífilis congênita em relação ao número de grávidas
diagnosticadas com a doença, mostrando algum erro no controle dos casos em gestantes,
provavelmente pela subnotificação dos casos ou má-qualidade do pré-natal (tabelas 7 e 8). E 2018,
segundo os dados parciais do DATASUS foram registradas 101 crianças com sífilis congênita, destas 79
a mãe havia realizado pré-natal no município.
Houve também um ganho considerável em relação à taxa de partos cesarianos realizados por
mulheres do município, como se pode verificar no gráfico 16 abaixo, porém o mesmo não nos permite
concluir que houve melhora desse indicador no município de Olinda já que grande parte dessas
mulheres tem dado à luz em outros municípios.

Prevenção do câncer de colo uterino e de mama

Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é o segundo
mais incidente na Região Nordeste. Contudo, esse tumor apresenta alto potencial de prevenção e
cura quando diagnosticado precocemente. O principal fator de risco para o desenvolvimento do
câncer de colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV). Infecções persistentes por
HPV podem evoluir para lesões precursoras que, se não diagnosticadas e tratadas oportunamente,
progridem para o câncer. O rastreamento do câncer de colo do útero no Brasil, recomendado pelo
Ministério da Saúde, é o exame citopatológico em mulheres de 25 a 64 anos. A rotina é a repetição do
exame Papanicolau a cada três anos, após dois exames normais consecutivos realizados com um
intervalo de um ano.

O câncer de mama é o tipo que possui a maior incidência e a maior mortalidade na população
feminina em todo o mundo. Contudo, pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos,
aumentando assim as chances de tratamento e cura. A mamografia bienal para mulheres entre 50 a
69 anos é a estratégia recomendada pelo Ministério da Saúde no Brasil para o rastreamento do câncer
de mama.

Em se tratando de prevenção do câncer de colo uterino, as UBSs devem oferecer pelo menos
2 turnos para ofertar o exame preventivo, porém a dificuldade no seguimento dessas pacientes
compromete a efetividade dos trabalhos, impondo-se então como preocupação da Secretaria de
Saúde. Pode-se observar uma tendência à melhora na razão de exames citopatológicos realizados no
município no ano de 2017 de acordo com o gráfico 17, apesar da redução significativa a partir de 2014.

Para rastreamento do câncer de mama, as mamografias e ultrassonografias são realizadas nas


clínicas de diagnóstico por imagem conveniadas e a cidade também dispõe de um caminhão do
mamamóvel que percorre os bairros da cidade para realizar o exame de mamografia para mulheres
entre 50 e 69 anos, conforme preconiza o Instituto Nacional do Câncer (INCA)/Ministério da Saúde.
Outra dificuldade é o costume que muitos médicos têm de não solicitam os exames para as suas
pacientes, esperando que as mesmas o realizem quando o mamamóvel estiver em sua região, o que
pode atrasar a realização dos mesmos e comprometer a assistência. A rede conta ainda com 2
mastologistas que atendem na Policlínica da Mulher no Bairro Novo que avaliam as mulheres caso os
exames se mostrem alterados.

O gráfico 18, mostra a razão de exames de mamografia realizados pelas olindenses no período
de 2010 a 2017, onde se verifica uma tendência a melhora na quantidade de exames realizados em
2017 quando comparado com 2016. O aumento inicial a partir do ano de 2010 se deveu à implantação
do mamamóvel na cidade, garantindo facilidade no acesso à mamografia, já sua redução a partir de
2016 se deve ao subfinanciamento para manutenção das atividades.
Assistência à Violência contra a Mulher

A violência contra mulheres é uma das principais formas de violação dos direitos humanos,
atingindo o direito à vida, à saúde e à integridade física. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), 35% das mulheres em todo o mundo são vítimas de violência física e/ou sexual e em sua maior
parte, produzida por seus parceiros. Estes dados demonstram que as mulheres que sofreram violência
sexual são 2,3 vezes mais propensas a desenvolver distúrbios relacionados ao álcool e 2,6 vezes a
sofrer de depressão ou ansiedade. A notificação de violências para a autoridade sanitária é uma
exigência da lei, fruto de uma luta contínua para que a violência contra estes segmentos da população
saia da invisibilidade, revelando sua gravidade, o perfil das pessoas envolvidas e outras características
destes eventos. Qualquer cidadão pode realizar a notificação e é obrigação, por lei, dos profissionais
de saúde.

As mulheres vítimas de violência são acolhidas no Centro de Referência Especializada de


Atendimento à Mulher Márcia Dangremon, localizado na Policlínica da Mulher no Bairro Novo, onde
são atendidas por uma equipe multidisciplinar, formada por psicóloga, assistente social, advogada e
assistentes educacionais, prestando apoio nos casos de violência moral, física e/ou sexual.

Recentemente, o município passou a contar com a Patrulha Maria da Penha, uma ação do
Programa Justiça para as mulheres que prevê punições para os agressores e ações de caráter
preventivo e ostensivo , direcionadas ao acompanhamento das mulheres vítimas de violência
doméstica e familiar e à fiscalização do cumprimento das medidas protetivas de urgência por parte do
agressor. Ocorreu uma capacitação de guardas municipais, servidores desta área e mulheres que
atuam no Centro de Referência Especializada de Atendimento à Mulher.

Os desafios encontrados são subnotificação, ausência de um serviço de assistência que


funcione 24h e a garantia atendimento humanizado e qualificado nos serviços da rede. Apesar das
capacitações, segundo a coordenadora, não se pode contar com o compromisso e empenho de todos
os profissionais.

Planejamento Familiar

As ações de planejamento familiar são realizadas por demanda espontânea ou


questão de oportunidade, como no caso de mulheres que procuram as UBS cogitando a
possibilidade de gravidez, porém com teste negativo, ocasiões na qual se aborda temas como
gravidez indesejada, gestão de filhos, métodos anticoncepcionais (inserção de DIU,
distribuição gratuita de preservativos, etc.), dentre outros.

Metas

A Política de Saúde da mulher em Olinda tem como metas para os próximos 4 anos:

• Garantir o diagnóstico precoce e tratamento imediato da sífilis na gestação, diminuindo a incidência


de sífilis congênita em 5% e monitorar essas gestantes no que se refere ao tratamento e evolução dos
casos;

• Ampliar o número de coletas de citologia oncótica em mulheres entre 25 e 64 anos de 1 para 2


turnos de coleta, ampliando a razão de exames realizados de 0,40 para 0,60 e monitorização de 100%
dos exames com lesões de alto grau;

• Diminuir a incidência de gestação em mulheres antes dos 20 anos, assim como de gestações não
planejadas com planejamento familiar e ampliação dos profissionais na inserção do DIU-de-intervalo;

• Aumentar o número de consultas de pré-natal facilitando o acesso ao teste rápido de gravidez, para
captação e início precoce no primeiro trimestre.

Conclusão

Durante o estágio foi possível aplicar os conceitos básicos de gestão em saúde, percebemos a
importância desse conhecimento para a garantia de uma assistência à saúde baseada nos princípios
éticos e organizacionais do SUS. Mapear a configuração do espaço social analisado, respeitar as
necessidades da população, priorizar a execução de ações de acordo com a verba disponível, aprender
como a pactuação com esferas estatais e federais se dá e atuar junto à comunidade, com ativa
participação do conselho de Saúde, na elaboração de metas são alguns dos pressupostos que
introjetamos e nos incubimos, enquanto futuros profissionais, de atentar cada vez mais sobre os
aspectos da gestão de políticas de saúde, objetivando tornar a prática médica cada vez mais
consciente e resolutiva.

Ao fim do estágio, concluímos que, a despeito de mudanças de gestão frequentes e diversos


entraves operacionais e financeiros, como já citados no relatório , a gestão da política de saúde do
município de Olinda se dá de forma engajada e ávida por melhorias, de modo que a incitação por
atualizações e revisão da organização do sistema de diretorias se fazem presentes no sentido de impor
a concepção de qualificação profissional e de melhoria da resolubilidade do sistema de gestão.

Referências Bibliográficas

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MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher:

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