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Tema: Efésios – Uma Exposição sobre as Riquezas da Graça, Misericórdia e Gloria de Deus

Lição 08: A unidade do corpo de Cristo

TEXTO ÁUREO
“Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.”
Romanos 12.5

VERDADE APLICADA
A unidade do Corpo de Cristo é dom de Deus, que se tornou possível pela cruz de Cristo e é efetivada pelo Espírito
Santo.
TEXTOS DE REFERÊNCIA - EFÉSIOS 4
1 Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados,
2 Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor,
3 Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
4 Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
5 Um só Senhor, uma só fé, um só batismo;
6 Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos, e em todos.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Rm 12.3-10 Humildade e fidelidade no uso dos dons.
TERÇA / 1Co 12.12-27 A unidade dos membros do Corpo de Cristo.
QUARTA / Gl 5.16 O dever de andar em Espírito.
QUINTA / Gl 5.22-23 Exercitando o fruto do Espírito.
SEXTA / Ef 2.14-16 Unidos por Deus mediante a cruz de Cristo.
SÁBADO / Cl 3.15 Que a paz de Deus domine nossos corações.

INTRODUÇÃO
Na segunda parte da epístola de Efésios, Paulo expõe como cada membro tem que ser para que a Igreja cumpra sua
parte no plano e no propósito de Deus.
PONTO DE PARTIDA
Fomos chamados para viver em unidade.

1- ANDANDO DE ACORDO COM A VOCAÇÃO


Nos primeiros três capítulos, o assunto tratado foi o aspecto doutrinário; agora o apóstolo começa a discorrer acerca da
vida prática [Ef 4.1].

1.1. Rogo-vos. O apelo de Paulo é para que os cristãos que já possuem um determinado nível de vida com Deus se
aproximem cada vez mais de Cristo e vivam de acordo com a vocação com que foram chamados [Ef 1.18; 4.1]. Desde
que a graça de Cristo nos alcançou e nos tornamos filhos de Deus, devemos dar exemplo tanto como servos
dedicados, quanto como mensageiros eficazes. O apelo é para que vivamos em conformidade (tomemos a forma) com
aquele a quem pertencemos e servimos, buscando agradá-Lo em tudo [Fp 1.29; Cl 1.10].

1.2. Andando de acordo com a vocação. Quando uma pessoa ingressa em uma sociedade ou fraternidade, ela tem
que cumprir determinadas obrigações e viver de acordo com as regras: caso não viva assim, ela frustra os fins da
sociedade e traz descrédito ao nome da mesma. Qual seria então a vocação da Igreja? Tornar visível o Cristo invisível
que habita em nós. E como? Através de uma vida de transformação e testemunho [Ef 4.1]. O desígnio de Deus é que
todos os homens e todas as nações se tornem um em Cristo. Para que isso se torne realidade, Cristo ordena e envia a
Igreja ao mundo para anunciar a todos os seres humanos Seu amor e Sua misericórdia [Mc 16.15; Mt 28.18-20].

1.3. Andando de maneira digna. A Igreja é o complemento de Cristo, ela representa Seu Corpo, Suas mãos, Seus pés
e Sua voz para levar Seu propósito a cumprir-se nesse mundo. Para tanto, Cristo ordena e age para que os membros
de Seu Corpo estejam unidos numa comunhão, conheçam e experimentem Seu amor ilimitado [Ef 4.1]. Jamais
poderemos ensinar a outra pessoa aquilo que desconhecemos ou transmitir o que não possuímos. Antes que
possamos levar a outros o amor de Cristo, devemos vivenciar esse amor no contexto da igreja local [Ef 3.18] –
notemos a oração de Paulo: “compreender, com todos os santos”, isto é, no contexto da coletividade.
EU ENSINEI QUE:
Nos primeiros três capítulos da epístola de Efésios, o assunto tratado foi doutrinário; agora o apóstolo começa a
discorrer acerca da vida prática.

2- VIRTUDES PRODUZIDAS PELO ESPIRITO SANTO


Paulo destaca, agora, as virtudes que são indispensáveis ao nosso chamado. Essas virtudes são produzidas pelo
Espírito Santo e devem ser cultivadas, a fim de que tenhamos êxito em nossa caminhada [Ef 4.1-3].
2.1. Mansidão e humildade. Nas palavras de João Crisóstomo, um dos mais importantes patronos do cristianismo
primitivo: “ser manso é você ter poder de vingar-se do outro e não o fazer”. Ou seja, é ter pleno controle de seus
sentimentos. A mansidão é a maneira afável e gentil com que tratamos os demais. Ela é fruto do Espírito Santo, virtude
que nos ajuda a agir com brandura em tempos difíceis [Gl 5.22]. Mansidão não é fraqueza, mas, sim, poder sob
controle. Jesus era manso e humilde, mas era poderoso [Mt 11.29]. A humildade pode ser definida como a completa
ausência de orgulho. É ter uma estimativa justa de si mesmo, sem orgulho ou arrogância em relação aos irmãos. Ela
estima os outros de igual valor e direito diante de Deus [Pv 18.12].

2.2. Longanimidade e paciência. Longanimidade, “de longo ânimo”, é a atitude de tolerar o desconforto sem nunca
revidar. A palavra grega usada é “makrothymia” que significa: “aguentar com paciência pessoas provocadoras”. É o
estado de espírito estendido ao máximo, fala de uma tolerância mútua sem a qual nenhum grupo de seres humanos
poderá conviver em paz [Ef 4.2; Cl 3.12]. Paciência, a capacidade de suportar o desconforto sem ser incomodado, é
saber se conter, é uma atitude de benevolência amorosa para com os demais. Ser paciente é ter a capacidade de
suportar, sem contradição, os vários inconvenientes ou testes que surgem em nosso relacionamento com os outros.
Paulo aqui se refere ao nosso relacionamento com os irmãos da Igreja [2Pe 1.5-7; 1Tm 6.11].

2.3. A unidade do Espírito pelo vínculo da paz. A unidade espiritual aqui indicada é um pré-requisito indispensável para
promover a saúde e a felicidade da igreja, para adiantar a causa das missões e para alcançar a vitória sobre Satanás e
seus aliados. A exortação para que os leitores vivam em amor e unidade é seguida por uma descrição dessa unidade
[Ef 4.2-3; Cl 3.14-15]. Nesta descrição, a unidade e todas as características relacionadas a ela são consideradas, em
primeiro lugar, derivadas do Espírito, que entrou no coração dos crentes; e dali ele volta ao Senhor (Jesus Cristo), cujo
sacrifício vicário tornou possível o dom do Espírito, e, finalmente, vai até Deus o Pai, que deu seu Filho e quem,
juntamente com o Filho, foi também o Doador e o que enviou o Espírito.
EU ENSINEI QUE:
As virtudes indispensáveis ao nosso chamado são produzidas pelo Espírito Santo e devem ser cultivadas, a fim de que
tenhamos êxito em nossa caminhada

3- AS BASES DA UNIDADE DO CORPO DE CRISTO


A unidade da Igreja está fundamentada na ação das três pessoas da Santíssima Trindade. Um só Espírito, um só
Senhor, e um só Deus e Pai de todos [Ef 4.4-6]. Não há divisão no Deus Trino. E juntas, as três pessoas produzem a
unidade de todos os cristãos.

3.1. Um só corpo e um só Espírito. O corpo “único” do qual Paulo se refere aqui é, certamente, a igreja composta por
judeus e gentios, e a sua unidade é devida ao único Espírito Santo que habita nele e que o anima [Ef 2.14-22], a
família “única” no céu e na terra [Ef 3.15]. Embora em certo sentido sejamos muitos, ainda assim somos um só corpo
em Cristo [Rm 12.5; 1Co 12.12-30]. Existe apenas um pão, um corpo [1Co 10.17]. Além disso, esse corpo, ou igreja,
não é de origem terrena ou uma instituição de criação humana, mas um produto do Espírito Santo; por isso é “um
corpo e um Espírito”. Da mesma forma que o corpo humano é impulsionado pelo espírito humano, o Corpo de Cristo, a
Igreja, vive impulsionada pelo Espírito Santo.

3.2. Uma só esperança e um só Senhor. O apóstolo se refere à esperança para a qual fomos chamados, unidos em
“um corpo e um Espírito”. Jesus Cristo é a cabeça, o corpo é o Corpo de Cristo, que é a Igreja, e sem unidade
coordenada os membros não funcionam bem, pois um depende do outro e todos dependem da cabeça. É por isso que
a unidade da Igreja é essencial para a obra de Cristo. O Espírito é o sopro vivificante do Corpo, que é a Igreja; desse
modo, não pode haver Igreja sem o Espírito. Portanto, há apenas uma esperança em nosso chamado, que constitui o
objetivo que estamos seguindo e o grande segredo da unidade cristã. Mesmo que haja diferenças entre nossos
métodos, na maneira de fazer as coisas ou em nossa organização, todos buscamos a consumação de um mundo
redimido em Cristo, por Cristo e para Cristo.

3.3. Uma só fé e um só Deus e pai de todos. A Bíblia destaca vários tipos de fé: Fé para salvação, fé como fruto, fé
como dom. No entanto, aqui, Paulo se refere à fé que diz respeito ao que cremos [Gl 1.23; 1Tm 3.9; 4.1; 2Tm 4.7]. A
igreja segue e obedece a uma só fé, ou seja, tem uma só doutrina. “Um Deus e Pai de todos”, tanto de judeus, quanto
de gentios, e que está acima de todos como Rei dos reis e Senhor dos senhores, e por todos, enchendo e suprindo
tudo, provendo a todos conforme Seu incomensurável amor e misericórdia, e em todos, ensinando-nos que Ele habita
em cada um de seus filhos por meio de seu Espírito, em um relacionamento pessoal e íntimo. É isso que temos
aprendido através do Evangelho, que vivemos em um mundo que foi criado por Deus, que é controlado por Deus,
sustentado por Deus e cheio de Deus.
EU ENSINEI QUE:
A unidade da Igreja está fundamentada na ação das três pessoas da Santíssima Trindade.

CONCLUSÃO
Deus nos chamou para viver com Ele um relacionamento íntimo, onde o Espírito Santo é o principal agente dessa
unidade. Compete a nós a obediência aos requisitos que “a unidade do Espírito” exige.

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