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A Colonização Francesa no Canadá

Podemos considerar o movimento de colonização francês na América como extremamente


atrasado, posterior aos movimentos de Portugal e Espanha e mesmo de Inglaterra e Holanda, e isso deve-
se a vários fatores, internos e externos.
No século XV, enquanto Portugal e Espanha já haviam formado um Estado Nacional e iniciavam a
expansão ultramarina, a França enfrentava a Inglaterra na Guerra dos Cem Anos (1337-1453) e sofreria as
consequências dessa guerra ainda até o início do século XVI . Após a guerra, os reis procuraram aumentar
a centralização do poder, mas enfrentaram problemas financeiros, a oposição de setores da nobreza feudal,
ao mesmo tempo em que o país envolveu-se em diversas guerras.
Ainda no século XVI desenvolveram-se as "guerras de religião" envolvendo o Partido Papista dos
católicos, apoiados pela realeza, e o Partido Huguenote, onde reuniam-se os protestantes calvinistas.
Do ponto de vista externo, a França teria que chocar-se com a Espanha, maior potência da época,
por ser detentora de um vasto império colonial.

As Tentativas Francesas

O rei Francisco I contestou o Tratado de Tordesilhas e os direitos de espanhóis e portugueses,


porém não teve condições de confrontar-se com esses países na disputa por terras na América. A França
ainda estava envolvida nas Guerras da Itália (1494-1516) e ao mesmo tempo priorizava os laços de
comércio com os turcos otomanos no Mediterrâneo, garantindo lucros a uma parcela da burguesia.
Nesse período as expedições realizadas por Jacques Cartier foram financiadas pelo rei, que
pretendia encontrar metais preciosos na região do atual Canadá, chamada então Nova França, mas que
ainda não seria colonizada no século XVI.
Na Flórida houve uma tentativa de colonização comandada por Jean Ribaut entre 1563-67, onde foi
fundada a cidade de Charlesfort, posteriormente destruída pelos espanhóis, assim como ocorreu no Rio de
Janeiro, com a França Antártica, fundada por Nicolau de Villegagnon entre 1555-67, destruída pelos
portugueses. Por trás das duas tentativas estavam os calvinistas; porém as guerras de religião fizeram com
que essa política colonial fosse efêmera.
As disputas políticas internas, marcadas principalmente pelas "Guerras de Religião", que se
prolongaram pela segunda metade do século XVI, impediram o desenvolvimento de uma política de
expansão ultramarina.

A Centralização Política

O início da Dinastia Bourbon, com o reinado de Henrique IV, possibilitou maior centralização
política, em um processo de formação do absolutismo, tendo na política mercantilista sua base econômica.
O Estado concedeu o monopólio de colonização e de comércio à empresas privadas, responsáveis pela
instalação dos primeiros núcleos de colonização efetiva, destacando-se Quebec, as margens do Rio São
Lourenço. Porém durante as décadas seguintes o interesse no comercio de peles com os indígenas
suplantou a política de colonização.
Durante o governo do Cardeal Richelieu, a colonização do Canadá foi estimulada, apesar da
participação da França na Guerra dos 30 anos, contra os Habsburgos. Richelieu incentivou a formação da
Companhia da Nova França, que recebeu o monopólio do comércio de peles, isenção de impostos, tendo a
obrigação de transportar colonos católicos para a região e estimular a catequese. Os principais problemas
enfrentados foram as guerras envolvendo tribos indígenas rivais, e as tentativas dos jesuítas em isolar os
indígenas em missões, interferindo no comércio.
Durante o reinado de Luis XIV, a colonização ganhou grande impulso, a partir da política
desenvolvida pelo ministro Colbert: O Canadá foi transformado em colônia real, submetida ao poder de
Estado, e seria responsável por gerar lucros para a metrópole. Diversa medidas foram tomadas para
aumentar a ocupação da região, que manteve-se porém pequena, dispersa, ligada principalmente ao
comércio de peles.

Texto retirado do site Historianet, disponível em: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?


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