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Fenômenos de Transporte – Leonardo Gentil 2016 – 2

Conteúdo
- Propriedades dos Fluidos, Conceitos Básicos.
- Estática dos Fluidos (viscosidade, pressão, empuxo).
- Cinemática dos Fluidos (equações da continuidade e de Bernoulli).
- Transferência de Calor (condução, convecção e radiação).

Distribuição Pontos:

Avaliação Parcial 25 pontos


Avaliação Integrada (AVI) 10 pontos
Trilhando Competências 15 pontos
Diversas (práticas, listas, ex sala) 20 pontos
Avaliação Final 30 pontos

Frequência: 75%

Fatores de conversão:

1 ft = 0,3048 m 1 kgf = 9,807 N


1 in = 0,0254 m 1St = 1x10–4 m²/s
1 slug = 14,594 kg 1 dina = 1x10–5 N
1 lbf = 4,4482 N 1 pc = 3,086x1016 m
5
1 atm = 10 Pa = 760 mmHg = 10 m.c.a.
TÉCNICAS PARA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
(Yunus A. Çengel)

O primeiro passo do aprendizado em qualquer


ciência é entender os fundamentos e ganhar um
bom conhecimento deles. O próximo passo é
dominar os fundamentos testando esses
conhecimentos. Isso é feito por meio da
resolução de problemas significativos do mundo
real. Resolver tais problemas, especialmente
aqueles complicados, exige uma abordagem
sistemática. Ao usar uma abordagem do tipo
passo a passo, um engenheiro pode reduzir a
solução de um problema complicado para a
solução de uma série de problemas simples.

Quando você está resolvendo um problema, recomendamos que use os passos seguintes.
Isso o ajudará a evitar algumas das armadilhas comuns associadas com a resolução de
problemas.

Passo 1: Declaração do problema


Indicar sucintamente o problema, listando com suas próprias palavras as principais
informações dadas e as quantidades que devem ser encontradas. Isso é para ter certeza
de que você entendeu o problema e os objetivos antes de tentar resolvê-lo.

Passo 2: Esquema
Desenhar um esboço realista do sistema físico envolvido e enumerar nele as
informações relevantes. O esboço não tem de ser algo elaborado, mas deve lembrar o
sistema e mostrar as principais características. Listar as informações dadas sobre o
esboço ajuda a ver todo o problema de uma só vez.

Passo 3: Suposições e aproximações


Estabeleça as suposições e aproximações adequadas a fim de simplificar o problema de
forma a tornar possível a obtenção de uma solução. Justificar as suposições
questionáveis. Assumir valores razoáveis para as quantidades que faltam e que são
necessárias.

Passo 4: Leis físicas


Aplicar todas as leis e princípios básicos físicos relevantes (tais como a conservação de
energia) e reduzi-los à sua forma mais simples, utilizando as suposições feitas. No
entanto, em primeiro lugar, a região para a qual é aplicada uma lei física deve ser
claramente identificada.

Passo 5: Propriedades
Determinar as propriedades desconhecidas necessárias para resolver o problema, usando
relações de propriedades ou tabelas. Listar as propriedades separadamente e indicar a
sua fonte, se for o caso.
Passo 6: Cálculos
Substitua as quantidades conhecidas nas relações simplificadas e realize os cálculos
para determinar as incógnitas. Preste atenção especialmente às unidades e aos
cancelamentos de unidades, e lembre-se de que uma quantidade dimensional sem uma
unidade não tem sentido. Além disso, não dê uma falsa impressão de alta precisão,
copiando todos os dígitos da calculadora. Arredonde os resultados para um número
apropriado de algarismos significativos

Passo 7: Raciocínio, verificação e discussão


Certifique-se de que os resultados obtidos são razoáveis e intuitivos, e verifique a
validade das suposições questionáveis. Repita os cálculos que resultaram em valores
absurdos. Por exemplo, o isolamento de um aquecedor de água que utiliza US$ 80 de
gás natural por ano não pode resultar em uma economia de US$ 200 por ano. Além
disso, saliente o significado dos resultados e discuta as suas implicações. Estabeleça as
conclusões que possam ser extraídas dos resultados, bem como quaisquer
recomendações que podem ser feitas a partir deles. Enfatize as limitações sob as quais
os resultados são aplicáveis, e tenha precaução com quaisquer eventuais mal-entendidos
e utilizações dos resultados em situações em que as suposições não se aplicam. Por
exemplo, se você determinar que envolvendo um aquecedor d’água com um isolamento
de US$ 20 irá reduzir o custo da energia em US$ 30 por ano, indique que o isolamento
irá pagar a si próprio a partir da energia poupada em menos de um ano. No entanto,
também indique que a análise não considera os custos da mão-de-obra e que esse será o
caso somente se você mesmo instalar o isolamento.

Tenha em mente que as soluções que você apresentar a seus instrutores, e qualquer
análise de engenharia apresentada aos outros, é uma forma de comunicação. Por
conseguinte, esmero, organização, integralidade e aparência visual são de extrema
importância para uma máxima eficácia. Além disso, esmero também serve como uma
boa ferramenta de verificação, uma vez que é muito fácil detectar erros e incoerências
nos trabalhos esmerados. Descuidos e etapas puladas para poupar tempo muitas vezes
acabam custando mais tempo e uma ansiedade desnecessária.

Em certos problemas, alguns dos passos podem não ser


aplicáveis ou necessários. No entanto, não podemos deixar
de enfatizar a importância de uma abordagem lógica e
ordenada para a resolução de problemas. A maior parte das
dificuldades encontradas na resolução de um problema não
se deve a uma falta de conhecimento, mas sim a uma falta de
organização. Você está fortemente encorajado a seguir essas
etapas na resolução de problemas, até desenvolver uma
abordagem própria, que funcione melhor para você? Tenha a
certeza de que não se arrependerá!

Bons estudos!

(Yunus A. Çengel)
Sistemas de dimensões e unidades
Dimensões:
• Massa [M]
• Comprimento [L]
• Tempo [t]
• Temperatura [T]
• Outras 3 que não serão usados (corrente elétrica, quantidade de matéria e
intensidade luminosa)

Através de combinações dessas dimensões, podemos chegar à dimensão de qualquer


grandeza mensurável. Exemplos no quadro: força, velocidade, energia, frequência,
pressão, carga elétrica, volume, etc.

Sistemas de unidades:

Existem diversos sistemas de unidades sendo utilizados ao redor do mundo. Diferentes


áreas técnicas podem utilizar diferentes sistemas de unidades.

Um sistema de unidades serve para “calibrar” ou “dar uma referência” para a medição
de uma dimensão. Por exemplo: Se alguém deseja medir a profundidade de uma sala,
ele deve usar a dimensão de comprimento [L]. Cada sistema usa uma única unidade
para a dimensão [L]. As unidades de comprimento existentes mais comuns são metro,
centímetro e pé.

Tabela 1
Sistema de
Massa (M) Comprimento (L) Tempo (t) Temperatura (T)
unidades/dimensões

SI Kg m s K
CGS g cm s K

No Sistema Internacional (SI) (MLtT), para medir uma força é necessário combinar as
unidades mostradas na tabela 1. De acordo com a 2ª Lei de Newton, F = ma. Sendo
assim, a unidade de força deve ser igual ao produto das unidades de massa e de
aceleração: unidade = kg.m/s². Essa unidade é chamada de unidade secundária. As
unidades secundárias podem ter (ou não) nomes específicos, como por exemplo, kg.m/s²
pode ser chamado de newton.

Tabela 2
Sistema de
Força Energia Volume
unidades
SI N = kg.m/s² J = kg.m²/s² m³
CGS dina Dina.cm cm³
Os sistemas de unidades técnico e inglês utilizam uma base de dimensões diferente dos
outros sistemas.

Tabela 3
Sistema
de Força (F) Comprimento (L) Tempo (t) Temperatura (T)
unidades
técnico Kgf m s K
Inglês Lbf ft s R

Esses sistemas utilizam da 2ª lei de Newton (F = ma) para substituir a dimensão de


massa por uma dimensão de força. Dessa forma, para determinar uma massa é preciso
dividir a força pela aceleração. No sistema inglês (FLtT) a unidade de massa deve ser
igual à razão entre as unidades de força e de aceleração: unidade = lbf/(ft/s²) = lbf.s²/ft.
Essa unidade é chamada de unidade secundária. O nome específico dela é slug.

Tabela 4
Sistema de
Massa
unidades
técnico utm
Inglês slug

Propriedades dos Fluidos


Definição de fluido: Fluido é uma substância que não tem uma forma própria, portanto
assume o formato do recipiente.

Densidade absoluta (massa específica)


Unidades: kg/m³, g/cm³, slug/ft³

Densidade relativa
onde ρref é o ρ da água. Unidade: adimensional

Peso específico
Unidades: N/m³, kgf/m³, lbf/ft³

Pressão
Unidades: N/m², kgf/m², lbf/ft²
Exemplo 1 – Uma massa de fluido de 2 slug ocupa um volume de 320 cm³. Calcule sua
massa específica, peso específico e densidade relativa no SI. g = 9,8 m/s², ρágua = 1000
kg/m³

Fatores de Conversão:
1 slug = 14,594 kg 1 in = 0,0254 m 1 ft = 0,3048 m

Exemplo 2 – Ao misturar duas substâncias líquidas A e B, determine a massa


específica, o peso específico e a densidade da mistura final.
Subst A: V = 860 ml, ρ = 1425 kg/m³
Subst B: V = 0,1 ft³, ρ = 0,001 slug/in³

Resp: 1015 kg/m³; 10150 N/m³; 1,015


--------------------------------------------------------------------------------------------------------
Viscosidade dinâmica (absoluta)
- Fext = const e V = const força contrária
- tensão de cisalhamento (camadas)

- gradiente de velocidades:
- Newton descobriu que em muitos fluidos a tensão de cisalhamento é proporcional ao
gradiente de v
! onde a constante µ é chamada de viscosidade do fluido.

"
#² ' (
Unidade de µ: #/& = ²
#

Viscosidade cinemática – É a razão entre a viscosidade absoluta e a massa


específica
* ' ³ - . ³ ²
) Unidades: SI: .
²( - ². ². ( -

CGS: 1 St = 1 Stoke = 1 cm²/s

Exemplo 3 – São dadas duas placas paralelas separadas por 2 mm. A placa de baixo
está fixa enquanto a placa superior possui velocidade de 4 m/s. O espaço entre as duas é
preenchido por um óleo de viscosidade cinemática 0,25 St e massa específica 950
kg/m³. Qual é a tensão de cisalhamento que atua no óleo? Resp: 47,5 N/m²

----------------------------------------------------------------------------------------------------------
Exemplo 4 – Um fluido que escoa entre duas placas possui uma distribuição de
5 5
velocidades que é dada por . . /0 11 3 4 6 7 8 onde z é a separação entre as placas

e a origem está no ponto médio entre as placas. Calcule a tensão de cisalhamento na


placa superior considerando que o fluido seja água (µ =
0,001 kg/m.s) com vmax = 0,12 m/s e z = 3,0 mm.
Resp: 0,16 N/m²

Exemplo 5 – Um bloco cúbico de lado L = 0,5 ft desce


um plano inclinado sobre o qual existe uma película de
óleo (viscosidade absoluta de 0,25 N.s/m²), de
espessura Z = 0,02 in. Considere θ = 25˚ em relação à
horizontal. Determine qual deve ser a massa específica
do material do bloco para que ele se desloque para
baixo com velocidade constante v = 1,5 m/s. Resp:
1146 kg/m³

---------------------------------------------------------------------------------------------------------

Exemplo 6 – O pistão da figura tem uma massa de


0,5 kg. O cilindro (externo) de comprimento
ilimitado é puxado para cima com velocidade
constante. O diâmetro do cilindro é 10 cm e do pistão
(interno) é 9 cm e entre os dois existe um óleo de ν =
10–4 m²/s e γ = 8000 N/m³. Com que velocidade deve
subir o cilindro para que o pistão permaneça em
repouso? Suponha um diagrama linear e g = 10 m/s².
Resp: 22,1 m/s.

Exemplo 7 – Uma placa fina é separada de duas


placas fixas por líquidos viscosos µ1 = 1,49 kg/m.s
e µ2 = 0,85 kg/m.s. Os espaços entre placas são h1 =
2 mm e h2 = 3 mm. A área de contato entre a placa
central e cada fluido é A = 1,5 m². Considerando
uma distribuição linear de velocidades em cada
fluido, determine a força necessária para puxar a
placa com velocidade constante de 2 m/s.
Resp: 3085 N

Exemplo 8 – Deixa-se cair um cilindro móvel (de altura = 50


mm, peso = 0,25 lbf e diâmetros interno e externo iguais a 11
mm e 49 mm) entre dois outros cilindros lubrificados com
óleo SAE 10W30 (µ = 0,29 kg/m.s), conforme mostrado na
figura. Sabendo que o diâmetro externo do cilindro interno é 9
mm e o diâmetro interno do cilindro externo é igual a 52 mm,
determine a velocidade com que o cilindro móvel se deslocará
entre os outros dois cilindros. Resp: 0,559 m/s
Estática dos Fluidos
A pressão em um ponto dentro de um fluido em repouso pode ser entendida como o
peso da coluna de fluido acima daquele ponto por unidade de área.

Teorema de Stevin
“A diferença de pressão entre dois pontos de um fluido em
repouso é igual ao produto entre o peso específico do fluido e a
diferença de altura dos dois pontos.”

<=>? <=>?; C 3 C;
9 – ; 3
áA=B áA=B D
E FG HI E J FG J H I
EK 3 K; I LM NO∆Q

- o que interessa é a diferença de altura e o peso específico


- formato do recipiente não é importante

Lei de Pascal
“A pressão aplicada num ponto de um fluido em repouso transmite-se integralmente a
todos os pontos do fluido.”

P1 = 20 Pa P1’ = 120 Pa
P2 = 30 Pa P2’ = 130 Pa
P3 = 40 Pa P3’ = 140 Pa
P4 = 50 Pa P4’ = 150 Pa

Aplicação:
Prensa hidráulica
Carga de pressão:
É uma forma de se representar a pressão em um determinado ponto de um fluido.
Por exemplo, na figura abaixo, ao se abrir um furo e conectar nele um outro cano, o
líquido que escoa pode subir até uma certa altura. O fluido no cano vertical possui um
peso e exerce uma pressão no cano horizontal. A pressão no cano horizontal será igual à
pressão exercida pela força peso da
coluna de vertical de líquido.
Dizemos então que o cano horizontal
possui uma carga de pressão de h
metros. Podemos medir essa pressão
em Pa, metros de coluna d’água
(m.c.a.) ou outras unidades

Pressão atmosférica, manométrica e absoluta

Barômetro de mercúrio (Torricelli)

Patm = peso de coluna de ar dividida pela área

Pabs = Patm + Pman (Pef = Pman)

(Cálculo da massa de ar dentro da sala)

Manômetro – É o instrumento utilizado para medir pressões manométricas. Se a pressão


absoluta (total) for maior que a pressão atmosférica, a pressão manométrica será
positiva. Se a pressão absoluta (total) for menor que a pressão atmosférica, a pressão
manométrica será negativa.

Exemplo 9 – Na figura, as distâncias são dadas em


cm. Determine a pressão absoluta no ponto A e a
pressão manométrica no ponto B. Dados: ρoleo =
891 kg/m³, ρgli = 1260 kg/m³ e ρHg = 13600 kg/m³.

Exemplo 10 – O manômetro A lê
uma pressão de 1,5 kPa. Determine
as alturas hB e hC dos fluidos nos
tubos abertos para a atmosfera.
Despreze o peso do ar.
Exemplo 11 – O tanque mostrado na figura está aberto
para a atmosfera. Se a pressão absoluta no fundo do
tanque é 260 kPa, determine a massa específica do
fluido X. O óleo é SAE 50W (ρ = 902 kg/m³).

Exemplo 12 – Na figura, um líquido


manométrico tem densidade relativa 0,90
e em A e B existe água. Sendo h1 = 0,40
m, h2 = 0,30 m e h3 = 0,80 m, determine
a diferença de pressão entre A e B.

Exemplo 13 – Determine a diferença de pressão entre os pontos A e B se h1 = 20 cm, h2


= 8 cm, h3 = 40 cm, h4 = 9 cm, h5 = 14 cm, SGbenzeno = 0,88 e SG querosene = 0,804.

Exemplo 14 – Determine a leitura do manômetro A da figura.


Exemplo 15 – No ponto P indicado na figura, é colocado um corpo cilíndrico de massa m.
O diâmetro do tubo manométrico é d = 0,15 m. Sabendo que os pontos A e B estão abertos
para a atmosfera, calcule: a) a massa m, b) a pressão lida pelo manômetro M e c) a altura h.
Despreze o atrito entre o corpo e o tubo. ρo = 891 kg/m³

Empuxo
Empuxo é uma força que um objeto submerso sofre de um fluido devido à diferença de
pressão que o fluido exerce na superfície do objeto em diferentes alturas. Essa força
aponta sempre para cima e é igual ao peso do fluido deslocado.

Fr = F2 – F1 = P2.A – P1.A = A.(P2 – P1) = A.(ρgh2 – ρgh1) = Aρg (h2 – h1) = Aρgh

Fr E = ρ.g.Vsubmerso
É importante ressaltar que para calcularmos o empuxo devemos sempre analisar o
volume deslocado do fluido. Se um corpo está totalmente submerso, o cálculo do
empuxo que ele sofre utilizará o volume total do corpo. Mas se ele está parcialmente
submerso, o cálculo do empuxo utilizará apenas a parcela submersa do volume do
corpo.
Vale a pena ressaltar também que quem exerce a força de empuxo é o líquido.
Na figura, três objetos de forma
igual, mas de materiais diferentes
(cortiça, chumbo e alumínio) estão
submersos. Os pesos deles são
diferentes, mas os empuxos são
iguais, já que o empuxo depende
apenas da massa específica do
fluido e do volume submerso.

Essa outra figura mostra que uma


porção de 1 m³ de água sofre o
mesmo empuxo que uma porção de
1 m³ de chumbo. Entretanto, os
pesos são diferentes, fazendo com
que o chumbo afunde na água.

Quando um objeto sólido de 25 g é colocado totalmente imerso em um fluido podem


acontecer três coisas diferentes:
1) Se sua massa específica for menor que a da água, ele ocupará um volume maior
que 25 g de água e sofrerá um empuxo maior que seu peso. A força resultante que
atuará nele será para cima e ele subirá até que apenas uma fração de seu volume
fique dentro da água, reduzindo seu empuxo até que ele fique igual ao seu peso. Ele
então flutuará.
2) Se sua massa específica for igual à da água, o empuxo será igual ao peso e o objeto
permanecerá em repouso.
3) Se sua massa específica for maior que a da água, ele ocupará um volume menor
que 25 g de água e sofrerá um empuxo menor que seu peso. A força resultante que
atuará nele será para baixo e ele afundará até tocar o chão. Nesse momento aparece
uma força de contato (força normal) que apontará para cima, de forma que a força
resultante será igual a zero.

Vale lembrar que uma balança não mede o peso, mas sim a reação à força normal.
Exemplo 16 – Um bloco de madeira flutua, mantendo dois terços de seu
volume embaixo d’água. Quando flutua no óleo, 90% de seu volume
ficam submersos. Calcule a massa específica da madeira e do óleo.

Exemplo 17 – Um bloco cúbico de gelo (SG = 0,92) flutua em água do


mar (SG = 1,025), mantendo 10 cm para fora da água, como mostrado na
figura. Determine a altura submersa na água do mar.

Exemplo 18 – Um bloco cúbico de gelo (SG = 0,92) de lado L = 0,5 m flutua na água
de uma banheira na iminência de transbordar. Quando o gelo derreter, qual será o
volume de água que derramará?

Exemplo 19 – Para executar as fundações de uma ponte, uma caixa de concreto armado
de 12 m de comprimento (perpendicular à folha), 5 m de largura, 10 m de altura e
400.000 kg de massa é lançada à água do rio, cuja profundidade é 8 m. Determine o
peso mínimo do lastro a ser adicionado para que a caixa chegue ao fundo do rio.

Exemplo 20 – O volume e a densidade de um corpo de forma irregular devem ser


determinados usando-se uma balança. O corpo pesa 7,2 kN no ar e 4,79 kN na água.
Determine o volume e a densidade absoluta do corpo. Despreze o empuxo no ar.

Exemplo 21 – Um bloco cúbico uniforme de aresta a e densidade absoluta ρA = 900


kg/m³ flutua em uma interface de dois fluidos B e C, com densidades absolutas ρB
desconhecida e ρC = 1000 kg/m³, como mostrado na figura. Se hB = 2 hC, determine a
densidade absoluta do fluido B.

Exemplo 22 – Um recipiente com água está sobre uma balança que mede 20 N. Coloca-
se uma esfera de chumbo (V = 2x10–5 m³, ρ = 11300 kg/m³) suspensa por um fio sem
tocar o fundo do recipiente. Qual o novo valor da leitura da balança?

Exemplo 23 – Um densímetro é composto por uma caixa cúbica de aresta externa a =


0,8 m e espessura de parede t = 0,03 m, com massa m igual a 11 kg. Esta caixa é
preenchida com o fluido cuja massa específica se deseja medir e mergulhada em água.
Medindo-se a profundidade que a caixa afunda, pode-se determinar a massa específica
do fluido. Se, para um determinado fluido, a caixa fica 50% submersa, calcule a massa
específica do fluido.
Dinâmica dos Fluidos
Nessa disciplina vamos estudas apenas situações de regime permanente, ou seja,
situações onde as propriedades do fluido em todos os pontos não variam com o passar
do tempo. Essas propriedades podem ser diferentes de um lugar para outro, mas não
variam com o passar do tempo.

Existem dois tipos de escoamento: laminar e turbulento.


“Escoamento laminar é aquele em que as partículas se deslocam em lâminas
individualizadas, sem troca de massa entre elas. Escoamento turbulento é aquele em
que as partículas apresentam movimento aleatório macroscópico, isto é, a velocidade
apresenta componentes transversais ao movimento geral do conjunto do fluido.”

O escoamento laminar é mais raro e pode ocorrer quando o fluido é muito viscoso ou a
velocidade de escoamento é pequena, como por exemplo, num filete de água de uma
torneira pouco aberta. O tipo de escoamento é determinado através do número de
Reynolds Re:
S
R= , onde . é a velocidade do escoamento e D é o diâmetro da tubulação.
*

Re < 2000 Escoamento laminar


2000 < Re < 2400 Escoamento de transição
Re > 2400 Escoamento turbulento

A vazão (ou vazão em volume) de um escoamento é definida como o volume V de


fluido que atravessa uma seção do escoamento por unidade de tempo:
U
T
V
Exemplo: Qual a vazão necessária para encher uma caixa d’água de 1000 litros em 1
hora? Resp: Q = 1 m³/3600 s = 0,2778x10–4 m³/s.

Podemos reescrever a equação da vazão em função da velocidade:

T .D
W W

Se a velocidade não é uniforme na seção, temos


que usar na equação acima a velocidade média:
(
. X . YD

A vazão mássica (ou vazão em massa) é definida de forma análoga á vazão em volume:
C
T
V

Podemos usar o mesmo raciocínio para relacioná-la com a velocidade:


C U >D
T .D
V V V
Então, a relação entre vazão e vazão mássica é T T

Volume de controle é um volume escolhido para estudarmos


um escoamento. Durante esse escoamento, o fluido entra e sai
desse volume de controle. Um exemplo de volume de controle é
escolher uma região de um tubo onde passa um fluido.

Como o volume de controle tem um valor constante com o tempo, e o regime que
estamos estudando é permanente (propriedades como a massa específica são
constantes), então a massa dentro desse volume de controle também é constante com o
tempo. Para que a massa não varie, se entra uma quantidade de massa a cada segundo, a
mesma quantidade de massa tem que sair a cada segundo. A vazão mássica de entrada é
igual à vazão mássica de saída.

T ( T 5 ( D( .( 5 D5 . 5

como as massas específicas são iguais, D( .( D5 . 5

Esta equação acima é conhecida como equação da continuidade e pode ser facilmente
observada na prática quando olhamos para uma torneira pouco aberta ou quando
utilizamos uma mangueira para molhar um jardim.

Exemplo 24 – Verificou-se que a velocidade de escoamento econômica para uma


extensa tubulação é de 1,05 m.s-1. A vazão fornecida pela bomba é de 450 m3.h-1.
Determine o diâmetro da tubulação para que ela atenda à velocidade econômica.

Conservação da massa:

Equação de Bernoulli
Hipóteses simplificadoras:
a) regime permanente
b) sem máquinas (bombas ou turbinas) no trecho de estudo
c) sem perdas por atrito no escoamento (fluido ideal)
d) fluido incompressível
e) sem trocas de calor

Energia de pressão: dW = F.ds = p.A.ds = pdV Epr = X <YU

Energia total de um fluido: E = Ep + Ec + Epr

Pelas hipóteses, a energia do fluido durante o escoamento é


constante. Então podemos dizer que:

E1 = E2 Ep1 + Ec1 + Epr1 = Ep2 + Ec2 + Epr2 .


C( .(5 C5 . 5 5
C( Z( [ [ <( U( C5 Z5 [ [ <5U5
2 2

Como o regime é permanente, m1 = m2. Na prática, medir as energias nem sempre é


uma tarefa muito fácil. Por isso utilizamos uma “grandeza” chamada carga, que é
definida como a razão entre energia e peso (E/mg). Dividindo todas as parcelas por mg,
obtemos:
.(5 <( .5 5 <5 .(5 <( .55 <5
Z( [ [ Z5 [ [ → Z( [ [ Z5 [ [
2 ( 2 5 2 ( 2 5

Como o fluido é incompressível, ρ1 = ρ2 e então γ1 = γ2. Assim,

.(5 <( .55 <5


Z( [ [ Z5 [ [
2 2

Podemos chamar as parcelas de carga potencial, carga cinética e carga de pressão.


Quando o fluido não é ideal (hipótese c), devemos adicionar à equação de Bernoulli um
termo à direita da igualdade chamado de perda de carga Hp.

Exemplo 25 – A água escoa suavemente


pela tubulação da figura, descendo no
processo. Ordene em ordem decrescente
as quatro seções numeradas da
tubulação de acordo com a a) vazão; b)
velocidade e c) pressão do fluido.

Exemplo 26 – Água escoa em regime permanente no tubo de Venturi da figura (da


esquerda). A área 1 é 20 cm² e a área 2 é 10 cm². Um manômetro utilizando mercúrio
(SG = 13,6) como fluido manométrico é ligado entre as seções 1 e 2 e indica um
desnível de 10 cm. Determine a vazão da água.

Exemplo 27 – Um tubo de Pitot (figura acima, da direita) é preso num barco que se
desloca a 45 km/h. Qual será a altura h alcançada pela água no ramo vertical?
Exemplo 28 – Na figura, água escoa para a direita. Considerando H1 = 23 m; p1 = 40
kPa; γa = 104 N/m³; γman = 136.000 N/m³; D1 = D3 = 12 cm, Z1 = 18 m, Z3 = 19 m,
yman.dir = 0,50 m, determine: a) a vazão; b) a altura h1 no manômetro da esquerda; c) o
diâmetro da seção 2.

Exemplo 29 – Na figura, o tubo ABC (sifão) transporta água do


ponto A para o ponto C em regime permanente. As distâncias
são h1 = 25 cm, d = 12 cm e h2 = 40 cm. a) Com que velocidade
a água sai no ponto C? b) Qual é a pressão da água no ponto B?
c) Teoricamente, qual o máximo valor de h1 para que esse sifão
seja capaz de transportar a água de A até C?

Exemplo 30 – A
densidade do fluido
manométrico utilizado no dispositivo
mostrado na figura abaixo é igual a 1,07.
Determine a vazão da água Q, no dispositivo.

Bibliografia

1. BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. 2.ed. rev. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2008.
2. INCROPERA, F.P.; DeWitt, D.P. Fundamentos de Transferência de Calor e de
Massa. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora LTC, 2002.
3. FOX, R.W.; Mc DONALD, A.T.; PRITCHARD P. J. Introdução à mecânica dos
fluidos. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. 798 p.
4. HALLIDAY, D; RESNICK, R; WALKER, J. Fundamentos de física, volume 2:
gravitação, ondas e termodinâmica. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. v.2
5. ÇENGEL, Yunus A. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática, 3ª
Edição. São Paulo, SP: McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda., 2009.

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