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6079 Instalações elétricas coletivas e recebendo público -

projeto
Apresentação
• Formador: Fernando Palma (perfilenergetico@gmail.com)
- Licenciado em engenheiro eletrotécnica, ramo energia
- Pós-graduado em energias renováveis

- Percurso profissional desenvolvido em edifícios: Projetos,


coordenação e fiscalização de empreitadas, manutenção de
instalações técnicas, auditorias
OBJETIVOS
• Conhecer a legislação aplicável ás instalações elétricas coletivas e ás
instalações elétricas recebendo público.
• Dominar as regras técnicas da instalação elétrica coletiva e de um
espaço recebendo público.
• Dimensionar a infraestrutura elétrica de quadro de colunas e colunas.
• Dimensionar sistemas específicos de instalações recebendo público e
zonas coletivas.
• Calcular a potência de um edifício.
• Pedido de vistorias final.
Avaliação
• Teste escrito final
Legislação
• Decreto lei nº96/2017, alterado pelo decreto lei 61/2018
• Manual de ligações à rede da EDP Distribuição (E-Redes)
• Regras Técnicas de Instalações Elétricas de Baixa Tensão
(RTIEBT)
• Guia Técnico de Instalações Elétricas de Alimentação de
Veículos Elétricos
Legislação
• Regras Técnicas de Instalações Elétricas de Baixa
Tensão (RTIEBT)
EDIFÍCIO COLETIVO
COEFICIENTES DE SIMULTANEADADE
• É um coeficiente que se pode aplicar á potência calculada em
função da previsível utilização das instalações.
• Este coeficiente só se aplica ás instalações residências.
• Os serviços comuns tem um coeficiente de simultaneidade de 1.
• Os escritórios tem um coeficiente de simultaneidade de 1.
• As lojas tem um coeficiente de simultaneidade de 1.
COEFICIENTES DE SIMULTANEADADE
COEFICIENTES DE SIMULTANEADADE
Calcule a potência do edifício apresentado:

Apartamentos: 17
Lojas: 2
Serviços comuns: 1

P total: (12x10,35+4x17,25+20,70)x0,48+20,70+41,40+60=
224,76kVA

Refaça os cálculos para escritórios em vez de apartamentos


P total: 12x10,35+4x17,25+20,70+20,70+41,40+60= 336kVA
Projeto: Portinhola
- É o ponto de entrega de eletricidade do distribuidor.
- Equipamento normalizado segundo a norma DMA-C62-807/N, da EDP
Distribuição.
- É instalada no limite da propriedade com acesso pela via pública
- É onde o distribuidor corta a energia ao edifício.
- Existem portinholas do tipo P25, P50, P100, P400 e P1000.
- É da responsabilidade do promotor do edifício a instalação da portinhola
Projeto: Contadores

- O contador é o aparelho de contagem do consumo de


eletricidade. É propriedade do distribuidor.
- É instalado em zona comum com total acesso ou dentro da
instalação, se aprovado pelo distribuidor
Projeto: Tipo de Contagem

- A contagem pode ser feita de forma:


- Centralizada (geralmente do piso de entrada junto ao
quadro de colunas

- À entrada de cada fração (geralmente junto á caixa de


coluna)
Projeto: Forma de Contagem

- A contagem pode ser feita de forma:


- Direta – Toda a energia que a fração consome passa
através do contador.

- Indireta – No contador passa uma imagem da energia


consumida pela fração.
Projeto: Contagem Direta

- A contagem direta é para fornecimento de energia em Baixa


Tensão Normal (BTN) com potência até 41,4 kVA
Projeto: Contagem Indireta
- A contagem indireta é para fornecimento de energia em
Baixa Tensão Especial (BTE) e Média Tensão (MT) com
potências superiores a 41,4 kVA
Projeto: Contagem Indireta
- Os transformadores de intensidade (TI’S) enviam para o
contador uma imagem proporcional à corrente que está a
ser consumida. A proporção entre o consumo e a imagem é a
relação do TI.
- Existem TI´s com uma relação de 50/5, 100/5
200/5, 250/5,….
Projeto: Contagem Indireta - Exercício
Calcule a contagem de um contador trifásico que ao longo do
dia recebeu 1A constantemente. Os TI´s utlizados tem uma
relação de 100/5.
O contador apresenta a contagem de energia em kWh.
Projeto: Contagem Indireta – Resolução do
Exercício
• Formula necessárias
E=Pxt – Formula da energia
P=√3UI cosφ - Formula da potência em circuitos trifásicos
R=P/S – Relação de transformação
Resolução
R=100/5=20
P= √3x400x1 P= 692 W
E=Pxt E=692x24 E=16.608Wh
O contador ao fim do dia irá marcar 16.608x20=332.160 Wh, 332,16kWh
Alimentações de arrecadações e garagens
• Todas as arrecadações e garagens, em box, que façam parte de fração
autónoma são alimentadas pelo quadro de entrada da fração.
Projeto: Diagrama de alimentações

- O diagrama de alimentações é um desenho que representa


todas as alimentações elétricas e quadros elétricos do
edifício.
Permite ter uma visualização global de todo o edifício e as
relações técnicas entre frações e espaços comuns
Projeto: Diagrama de alimentações
Quadro de Colunas
• Quadro elétrico trifásico alimentado por uma portinhola ou diretamente
pelo distribuidor, destinado a alimentar colunas ou entradas. Cada
edifício tem um quadro de colunas.
Quadro de colunas / Caixas de colunas
• Regras gerais
- Todos os equipamentos são da classe de isolamento II
- Todos os equipamentos tem chave do distribuidor
- Todos os equipamentos são trifásicos, ainda que as entradas das
frações sejam monofásicas
- Todos os equipamentos são instalados em zonas comuns do edifício
- Os serviços comuns tem uma saída dedicada
- O quadro de colunas em estabelecimentos recebendo público tem
corte geral de emergência
- As caixas de coluna são instaladas a uma altura entre 2m e 2,8 m do
pavimento
Quadro de Colunas
Quadro de Colunas – Caixa de Corte Geral
• É a caixa que alberga o interruptor geral
Quadro de Colunas – Caixa de Barramento
• É a caixa que alberga o barramento
Quadro de Colunas – Caixa de Proteção de Saídas
• É a caixa que alberga as proteções das saídas
Caixas de colunas
• São as caixas de piso que derivam a coluna e
protegem a alimentação das frações
Quadro de colunas - Exercício

• Dimensione o quadro de colunas para um edifício com:

- 12 apartamentos de 10,35 kVA, repartidos por 4 pisos

- 1 serviços comuns (SC) de 41,4 kVA


Quadro de colunas - Exercício
• Resolução
- Potência total dos apartamentos
Pt=12x10,35x0,56=69,55kVA (100,8 A)
Temos que decidir se instalamos apenas 1 coluna ou 2 colunas
para os apartamentos.
- Cálculo do corte geral
Pt=12x10,35x0,56+41,4=110,95kVA (160,8 A)
Quadro de colunas - Exercício
• Resolução

Corte Geral de 250A


2 saídas para colunas
1 saída para SC
1 saída de reserva
Caixas de colunas - Exercício
• Quais são as caixas de colunas nos pisos?
- Se os apartamentos forem monofásicos tem uma
corrente de 45A

Caixa de coluna do tipo CBQ


• Ficam 3 saídas ocupadas e uma reserva não equipada
Colunas
• Canalização elétrica da instalação coletiva que têm inicio num quadro
de colunas e que termina numa caixa de coluna.
• Geralmente são condutores do tipo H07V ou cabos do tipo H1XV,
H1XG ou H1VV. Estes cabos são instalados em tubos do tipo VD ou em
caminhos de cabos.
• As colunas são sempre trifásicas, com condutores com secção mínima
de 10mm2
• Os cabos não são cortados ao longo da coluna, apenas se permitindo
o corte do isolamento para efetuar a derivação.
Colunas
• Quedas de tensão
Colunas e entradas – Queda de tensão
• Para cálculo da queda de tensão nos condutores aplica-se a formula:

• Monofásico:

• Trifásico:

0,0172 é resistividade do cobre em Ωmm2/m, S é secção em mm2, L é o


comprimento do cabo em m, IB é a corrente de serviço em A
Colunas e entradas - Dimensionamento
• As canalizações elétricas serão dimensionados de forma a serem respeitadas as relações:
(Secção 433, das RTIEBT)

IB  ln  lz e I2  1,45*Iz
I2= Inx1,6 se a proteção for fusível
• IB é a corrente de serviço do circuito (A);
• Iz é a corrente máxima admissível na canalização de acordo com a secção 523;
• In é a corrente estipulada do dispositivo de proteção (A);
• I2 é a corrente convencional de funcionamento de acordo com a secção 254.2A
Colunas - Exercício
• Calcule os cabos das colunas e entradas do exercício anterior:

• Dados:
• 2 colunas, cada uma delas com 6 apartamentos com 10,35 kVA
• 1 serviços comuns com 41,4 kVA
Estabelecimentos recebendo publico
Estabelecimentos recebendo publico
• Estabelecimentos Comerciais – Lojas
• Escritórios
• Parques de estacionamento públicos
• Recintos desportivos
• Salas de espetáculos culturais
• Salas de cultos – Igrejas
• Museus
• Hotéis
• Escolas
• Hospitais e clinicas
Estabelecimentos recebendo publico
• Categoria do estabelecimento recebendo publico
Estabelecimentos recebendo publico
• Calculo da lotação de um escritório
Estabelecimentos recebendo publico
• Calculo da lotação de um estabelecimento comercial
Estabelecimentos recebendo publico
• As instalações elétricas de estabelecimentos recebendo publico
cumprem as mesmas regras estudadas até agora, mas com algumas
particularidades e algumas restrições
Estabelecimentos recebendo publico
• Quadros elétricos
Estabelecimentos recebendo publico
• Corte de emergência
Estabelecimentos recebendo publico
• Corte de emergência
• Bobine MX ou MN
• Botoneira de dupla sinalização
Estabelecimentos recebendo publico
• Iluminação normal
• Comandos no quadro ou em zona de acesso restrito
• Pelo menos 2 circuitos em diferenciais diferentes

• Tomadas
• Apenas a quantidade necessária aos equipamentos a
alimentar e em circuitos separados de tomadas de outras
zonas
Estabelecimentos recebendo publico
• Iluminação normal
Estabelecimentos recebendo publico
• Iluminação de emergência ou de segurança
É a iluminação prevista para evitar o pânico e para a execução e tarefas
de emergência em caso de corte de energia
- Pode ser permanente ou não permanente
- Pode ser do tipo:
- Tipo A: Quando alimentada por uma fonte central
- Tipo B: Quando alimentada por fonte central ou bloco autónomo
- Tipo C: Quando alimentada por fonte central ou bloco autónomo
- Tipo D: Lanternas portáteis
Estabelecimentos recebendo publico
• Iluminação de emergência
• A caraterística mais importante é a autonomia. A autonomia é o
período temporal que a armadura funciona depois de haver o corte
de energia
Autonomia mais frequente em blocos autónomos: 1h, 2 e 3h.
Estabelecimentos recebendo publico
• Iluminação de emergência
O circuito de iluminação de emergência deve ser acionado logo que
haja uma avaria do circuito de iluminação normal ou corte geral da
instalação

Os blocos autónomos tem que ter um sistema de telecomando que os


coloque inativos quando o estabelecimento esta franquiado ao publico
Estabelecimento recebendo publico
• Desenhe os circuitos de iluminação normal e de emergência numa
loja. Desenhe a botoneira de emergência.
Sistema de deteção de incêndios
• Instalação técnica obrigatória em edifícios recebendo público

• É composta por uma central, detetores, botoneiras, sirenes,


módulos de comando, indicadores de ação e cablagem

• Tem como objetivo detetar formas de incêndio, emitir um


alarme e iniciar procedimentos de combate
Sistema de deteção de incêndios
• Central de deteção de incêndios
• Central convencional
• Central endereçável
Deve ser instalada em zona não acessível ao
público
Sistema de deteção de incêndios
• Detetores
• Detetores de fumos
- Óticos
- Iónicos
• Detetores de aumento de temperatura
- Termovelocimétricos
Cada detetor cobre em média 25 m2. Todos os
compartimentos devem ter pelo menos 1 detetor
Sistema de deteção de incêndios
• Botoneiras
• Botões de utilização manual

É uma botoneira para utilização das pessoas


ao presenciarem um incêndio.
Devem ser instaladas junto ás saídas dos estabelecimentos
recebendo publico ou junto ao acesso ás escadas do caminho
de fuga
Sistema de deteção de incêndios
• Sirenes
• Besouro com objetivo de emitir um alarme
• Interior
• Exterior
Sistema de deteção de incêndios
• Módulos de comando
• Módulos que tem como objetivo dar uma
ordem a outro equipamento
• Arranque do sistema de desenfumagem
• Paragem do ar condicionado
• Fecho de portas
• Abertura de portas
Sistema de deteção de incêndios
• Indicador de ação
• Equipamento de sinalização

Devem ser instalados no exterior de compartimento.


Estão ligados diretamente ao detetores instalados no interior
dos compartimentos, sinalizando o alarme juntamente com o
detetor
Sistema de deteção de incêndios
• Cablagem
Os cabos são instalados em loop, protegidos por
tubagem

O sistema precisa de cabos com 1 par de 0,8mm.


Utilizam cabos de 2 pares, sendo que um dos pares fica
de reserva.
Cabo mais utilizado: JY(st)Y 2x2x0,8
Sistema de deteção de incêndios
Sistema de deteção de incêndios
Sistema de deteção de incêndios
Sistema de deteção de gases (CO)
• Instalação técnica obrigatória em parques de estacionamento

• É composta por uma central, detetores,


sinalizadores ótico-acústicos e cablagem

• Tem como objetivo detetar concentrações de CO


perigosas, iniciar procedimentos de melhoria da
qualidade do ar e sinalização de alarme
Sistema de deteção de gases (CO)
Central de deteção de CO
• Tem várias zonas. Geralmente uma por cada piso.
• Concentrações:
• 50 ppm – Aciona a ventilação na primeira velocidade
• 100 ppm – Aciona a ventilação na segunda velocidade
• 200 ppm – Aciona a ventilação na segunda velocidade e
ativa os sinalizadores ótico-acústicos
Sistema de deteção de gases (CO)
Central de deteção de CO
• Tem várias zonas.
Geralmente uma por cada piso.
• Concentrações:
• 50 ppm – Aciona a ventilação na primeira velocidade
• 100 ppm – Aciona a ventilação na segunda velocidade
• 200 ppm – Aciona a ventilação na segunda velocidade e
os sinalizadores
Sistema de deteção de gases (CO)
Detetores de CO
• Cada detetor cobre uma área aproximada de 400 m2
• Cada piso deve ter pelo menos 2 detetores
• É instalado a 1,50m do pavimento
Sistema de deteção de gases (CO)
Sinalizadores ótico-acústicos
• São sinalizadores de atmosfera perigosa
• Cada entrada para a zona em alarme deve ter um
sinalizador e também dentro da área de
estacionamento
• É instalado, geralmente, ao nível das portas
Sistema de deteção de gases (CO)
Cablagem
• Os detetores são ligados em série e separados dos
avisadores
• O cabo utilizado é o cabo elétrico com 3 condutores e
secção de 2,5mm2, protegido por tubagem
Carregamento de veículos elétricos
• O carregamento de veículos elétricos em edifícios coletivos
pode ser feito de diferentes formas em função da utilização:
• Espaço privado
• Lugar em box
• Lugar de estacionamento (pintado no chão)
• Espaço público
• Espaço privado de utilização pública
Carregamento de veículos elétricos
• Lugar em box
O CVE é alimentado a partir do quadro da box, o qual é alimentado
pelo quadro da fração detentora da box.
Neste caso não é preciso instalar contador de energia elétrica

• Lugar de estacionamento (desenhado no pavimento)


O CVE é alimentado a partir do quadro dos serviços comuns (QSC).
Neste caso é obrigatório instalar contador de energia elétrica
Carregamento de veículos elétricos
• Espaço público ou espaço privado de utilização publica
Obrigatório a ligação á rede de mobilidade (Mobi-E) ou ligação
exclusiva a alimentação do distribuidor.
A ligação á rede de mobilidade pode ser feita a partir de
quadro de serviços comuns ou de quadro exclusivo para a
alimentação de CVE
Carregamento de veículos elétricos
• Ligação á rede de mobilidade (Mobi-E)
Apenas com carregadores certificados pela rede Mobi-E
Não é necessário instalar contadores porque os CVE já tem
equipamento de contagem
É dispensável a instalação de dispositivo de proteção residual caso
os CVE já tem essa proteção
Obrigatória a instalação de botoneira de corte de emergência
Painéis solares fotovoltaicos

• Em edifícios coletivos os painéis solares estão instalados em zona


comum e como tal devem ser ligados ao quadro de serviços comuns
(QSC)
• Os sistemas devem ser licenciados como unidade de produção para
autoconsumo (UPAC)

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