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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

CIÊNCIAS CONTÁBEIS
FRANCISCO BESSA DE SOUZA

TRABALHO CADASTRADO COM SUCESSO! ANOTE SEU NÚMERO DE


PROTOCOLO: 67398840

ORÇAMENTOS EMPRESARIAIS E ENTIDADES DIVERSAS

PORTO VELHO
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2011

FRANCISCO BESSA DE SOUZA

ORÇAMENTOS EMPRESARIAIS E ENTIDADES DIVERSAS

Trabalho apresentado ao Curso de Ciências


Contábeis da UNOPAR - Universidade Norte
do Paraná, para a disciplina Atividades
Interdisciplinares.
Orientador: Equipe de Prof. 7º Semestre
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PORTO VELHO
2011
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................0
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CONCEITO.............................................................................................................................05
OBJETIVO..............................................................................................................................05
ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS OU DO TERCEIRO SETOR...................................05
A CONTABLIDADE NAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR.................................06
ESCRITURAÇÃO...................................................................................................................05
TRIBUTAÇÃO........................................................................................................................07
FOLHA DE PAGAMENTO, GRATUIDADES E DESTAQUE DA ISENÇÃO........................08
PIS..........................................................................................................................................08
DIPJ........................................................................................................................................08
DCTF - DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS.............11
CONCLUSÃO........................................................................................................................11
REFERÊNCIAS......................................................................................................................12
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INTRODUÇÃO

As organizações se deparam com constantes mutações em suas


atividades, desvirtuando seus gestores a analisar fatores internos e externos
inerentes a organização. A competitividade pela participação de mercado imposta
pelo mundo globalizado aumentou sobremaneira a pressão por melhores retornos
sobre os investimentos, forçando cada vez mais a alta gestão a planejar
estrategicamente qual posição ela irá alcançar.
Participação de mercado, segundo Churchill (2003) representa as
vendas do produto de uma organização como um percentual de todas as vendas
desse produto no mercado. Em outras palavras, ela informa qual a porcentagem do
mercado este produto representa. Para tanto, parte-se do pressuposto de que para
se obter um aumento na fatia de mercado, a alta gestão deverá planejar o que será
feito e de que forma será feito. Planejar é o estabelecimento antecipado das ações
que serão executadas na organização. Tão necessário quanto identificar as ações, é
delimitar quais serão os responsáveis e quais os recursos serão empregados.
Nesse contexto, entra em cena o planejamento orçamentário como
instrumento de controle das receitas, despesas e resultados do empreendimento. O
orçamento parte do comportamento do passado e olha para as possíveis mudanças
futuras, quantificando, em termos econômicos e financeiros, as atividades da
empresa.
Trata-se de uma previsão, uma meta, de acordo com a qual serão
tomadas as decisões na empresa. Para planejar um orçamento, é necessário
levantar as origens de recursos da empresa, isto é, suas vendas, empréstimos
obtidos e outras fontes de receita. Por outro lado, também é necessário o
levantamento dos usos e aplicações no processo empresarial, ou seja, seus custos,
despesas e investimentos.
Como se vê, uma das partes do orçamento empresarial é a das
receitas. E, a relação entre os preços de venda e o planejamento orçamentário fica
evidente no momento em que se executa um dos passos do processo de
planejamento orçamentário: a determinação da meta de Receita para o orçamento.
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CONCEITO

O planejamento orçamentário pode ser definido como o


estabelecimento com antecedência das ações a serem executadas, da estimação de
recursos a serem empregados e definição das responsabilidades em relação a um
período futuro determinado.
Acredita-se que as estratégias explicam como os objetivos podem
ser atingidos, especificando as ações propriamente ditas. Salienta-se que o
planejamento orçamentário, foco principal deste trabalho, deve ter seus objetivos
fixados, responsabilidade esta que atribuída à cúpula administrativa da organização.

OBJETIVO

Após a observância desses conceitos a respeito do planejamento


orçamentário, vejamos como sua aplicação é feita em uma Empresa do Terceiro
Setor ou Empresa sem Fins Lucrativos

ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS OU DO TERCEIRO SETOR

As Entidades Sem Fins Lucrativos, também denominadas de


Terceiro Setor, vêm desempenhando funções cada vez mais amplas e relevantes na
sociedade moderna, realizando atividades de caráter beneficente, filantrópico,
caritativo, religioso, cultural, educacional, científico, artístico, literário, recreativo, de
proteção ao meio ambiente, esportivo, além de outros serviços, objetivando sempre
a consecução de fins sociais.
De um extremo ao outro do mundo, são notórias as ações
voluntárias organizadas através de associações, fundações e instituições similares,
com evidente contribuição para o desenvolvimento econômico, social e político das
nações, já que voltadas a realização de inúmeras atividades não atendidas ou
deixadas sob a responsabilidade do Estado.
As principais causas que têm levado o terceiro setor a elevar seu
crescimento são, principalmente as necessidades socioeconômicas, a crise no setor
público,o fracasso das políticas sociais tradicionais,o crescimento dos serviços
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voluntários, a degradação ambiental, que ameaça a saúde humana, o crescente


onda de violência que ameaça a segurança das populações, o incremento das
organizações religiosas, a maior adesão das classes alta e média a iniciativas
sociais, um maior apoio da mídia e uma maior participação das empresas que
buscam a cidadania empresarial.
O Governo Brasileiro, objetivando implementar suas políticas
sociais, têm buscado mecanismos para normatizar as ações desse setor,
especialmente no que se refere à disponibilização de recursos públicos, monitorando
seus parceiros através dos termos de parcerias e contratos de gestão.
A Lei das OSCIP, batizada de Lei do Terceiro Setor, tem por objetivo
principal estimular parcerias entre o Poder Público e as entidades sem fins
lucrativos. Essa lei institui e disciplina o termo de parceria com o Poder Público, cujo
objetivo ulterior é o de fomentar e executar atividades de interesse público.

A CONTABILIDADE NAS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR

Nas organizações do terceiro setor a contabilidade desempenha um


importante papel, não somente no que se refere ao acompanhamento do controle
patrimonial, mas fundamentalmente no que se refere à facilitação da comunicação
entre a entidade e os usuários não apenas das informações contábeis, mas também
daqueles que se beneficiam das atividades da entidade, assim como da sua relação
com a sociedade em geral. Nesse contexto configura-se a exigência de um perfil do
profissional contábil que supere as demandas do trabalho de voluntariado, um perfil
de profissional qualificado que atenda não apenas às exigências da especialização
contábil mas sobretudo que compreenda e redimensione os fins da entidade por
meio do seu trabalho.
A gestão dos recursos obtidos pelas entidades constitui um dos
principais problemas enfrentados pelos seus dirigentes. A escassez dos recursos
exige um eficiente modelo de gestão com a finalidade de se evitar desperdícios.
A contabilidade surge como uma importante aliada neste sentido,
pois é necessário antes de se desenvolver as atividades normais, que se tenha um
controle sobre os recursos financeiros existentes e sobre o patrimônio possuído pela
entidade.
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A estruturação de um sistema contábil em uma entidade passou a


ser então, não apenas uma exigência legal, mas um ponto de partida para o
desenvolvimento do controle por parte dos órgãos repassadores de recursos, e
ainda do controle interno.

ESCRITURAÇÃO

A contabilidade nas Organizações do Terceiro Setor tem


fundamental importância, nas relações bancárias comerciais, fiscais, e mesmo para
o cumprimento das obrigações assessorias exigidas pelo sistema de governo. Os
procedimentos de escrituração das transações praticadas pelas Entidades do
Terceiro Setor no Brasil, em alguns aspectos, diferem dos utilizados para as demais
entidades jurídicas, conforme disciplinado pelas Normas Brasileiras de Contabilidade
(NBC T 10.4 – Fundações e NBC T 10.19 – Entidades sem finalidades de lucros),
elaboradas pelo Conselho Federal de Contabilidade. As citadas NBCs reconhecem
que as entidades são diferentes das demais e recomendam a adoção de
terminologias específicas para as contas de Lucros, Capital e para a denominação
da Demonstração do Resultado, com a finalidade de adequação dessas
terminologias aos seus contextos.
Através da escrituração contábil as Entidades demonstrarão de
forma transparente, segregada e legal todas as atividades desenvolvidas consoante
seu estatuto. E, para isso será necessário estabelecer critérios de alocação
segregada dos valores de receitas, custos, despesas e patrimônio.
Todos os critérios devem são previamente discutidos, aprovados
pela diretoria e manualizados para implantação e monitoramento.

TRIBUTAÇÃO

Como já visto, o terceiro setor possui uma diversidade de leis e


instrumentos regulatórios no que se refere às exigências burocráticas para a
obtenção de registros e certificados, como o registro de Utilidade Pública. Porém,
com referência à contabilidade, não há legislação específica e definida como sendo
para as organizações do terceiro setor.
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Os instrumentos legais e as orientações quanto aos procedimentos


contábeis aplicados a essas entidades têm como referência o contido nas
resoluções do Conselho Federal de Contabilidade, representadas pelas Normas
Brasileiras de Contabilidade.
As entidades do terceiro setor gozam de imunidade tributária. Essa
Imunidade consiste na limitação constitucional ao Poder de Tributar do Estado, em
face de certas pessoas, atos e fatos, conforme especificados na Constituição
Federal. Neste caso, a imunidade se justifica por meio da renúncia do Estado à parte
de sua arrecadação como meio de reconhecimento da sua impossibilidade em
prestar determinados serviços que são, a princípio, de sua alçada.
A Constituição Federal proíbe o Estado de instituir impostos sobre
patrimônio, renda ou serviços das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, conforme previsão do artigo 150. Vejamnos a seguir alguns dos
principais tributos auferidos às empresas do terceiro setor.

FOLHA DE PAGAMENTO, GRATUIDADES E DESTAQUE DA ISENÇÃO

A entidade entrevistada mantém as folhas de pagamento relativas


ao período, bem como os respectivos documentos de arrecadação que comprovem
o recolhimento das contribuições ao Instituto Nacional do Seguro Social, além de
outros documentos que possam vir a ser solicitados pela fiscalização do Instituto.
Outrossim, também registra na sua contabilidade, de forma
discriminada, os valores aplicados em gratuidade, bem como o valor correspondente
à isenção das contribuições previdenciárias a que fizer jus.

PIS

A contribuição para o PIS é determinada na base de 1% sobre a


folha de salários do mês.

DIPJ
A elaboração e entrega da Declaração de Informações Econômico-
Fiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ é obrigatória para todas as pessoas jurídicas de
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direito privado domiciliadas no País, registradas ou não, sejam quais forem seus fins
e nacionalidade, incluindo as Entidades do Terceiro Setor.

DCTF - DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS

A Instrução Normativa SRF 695/2006 (alterada pela Instrução


Normativa SRF 730/2007) trouxe a obrigatoriedade de entrega da DCTF -
Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, para todas as entidades
sociais, esportivas, etc, inclusive associações religiosas, mesmo que não tenham
qualquer valor a declarar. Tal obrigatoriedade vigora desde o ano de 2007.
É imprescindível ao contador das organizações do terceiro setor a
plena compreensão dos fins da entidade e do alcance da ciência contábil na
contribuição para a realização de suas atividades. Além de constituir um amplo
campo de trabalho na área contábil, as entidades do terceiro setor, compreendidas
em sua essência, qualificam-se para processos de humanização nas relações de
trabalho. Relativizar a instrumentalização técnica com a racionalidade substantiva é
mais um desafio que se apresenta ao profissional da contabilidade ao se inserir
nestas organizações.
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CONCLUSÃO

São muitas as dificuldades a serem superadas pelas organizações


do Terceiro Setor no Brasil, como por exemplo, as contribuições voluntarias de
parceiros físicos ou jurídicos, a captação de recursos financeiros , provenientes de
convênios com instituições privadas ou publicas. É imprescindível garantir a
transparência da condição econômico-financeira e do desempenho social para que
essas dificuldades sejam superadas.
As entidades do terceiro setor possuem características próprias, em
relação à origem de recursos, gestão e objetivo, não se confundindo com as
entidades do primeiro e do segundo setor, não podendo ser tratadas e mesmo
gerenciadas como entidades com finalidade de lucro, em seus aspectos contábeis e
gerenciais.
Neste sentido, percebe-se a necessidade de profissionalização dos
gestores das entidades do terceiro setor. Apesar do papel que desempenham na
sociedade brasileira, no preenchimento de demandas não atendidas pelo Estado e
por se constituírem em fonte de trabalho e renda, as entidades do terceiro setor
ainda sofrem certo descaso por parte do poder público em relação ao repasse de
verbas.
Ao transferir a tarefa pública para a sociedade civil, através das
entidades do terceiro setor, o Estado acaba por eximir-se de suas
responsabilidades, e ao invés de impor uma série de instrumentos legais que
controlam e muitas vezes dificultam o funcionamento dessas entidades, deveria
promover a valorização das entidades do terceiro setor.
Este excesso de instrumentos legais e burocráticos impostos às
entidades do terceiro setor fazem com que algumas dessas entidades muitas vezes
entrem em descontinuidade. Se as entidades do terceiro setor não forem
extremamente organizadas e orientadas por profissionais comprometidos com os
seus objetivos estas poderão deixar de usufruir direitos que lhes são garantidos por
um conjunto de leis. Neste entendimento, é importante que o profissional da
contabilidade tenha conhecimento legal e identificação das necessidades que estas
entidades demandam.
Além disto, uma vez identificadas estas necessidades o profissional
da contabilidade poderá realizar atividades que promovam a continuidade dessas
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entidades. Poderá também desenvolver sistemas de custos e planejamento


financeiro, que permitam ampliar a interferência dessas entidades, mediante seus
projetos, no quadro de inclusão social.
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REFERÊNCIAS

• CHURCHILL, JR. A.; PETER, J. P. Marketing criando valor para os clientes.


2ª. Ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
• RODRIGUES, Aldenir Ortiz et al. IRPJ/CSLL 2007 – Manual do Imposto de
Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido. 1 ed. São
Paulo, IOB, Thomson, 2007.
• FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributaria. 10. ed. São Paulo,
Atlas, 2006.
• PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 5º edição, Rio
de Janeiro: Freitas Bastos Editora, 2007
• OLIVEIRA, Gustavo Pedro de. Contabilidade Tributária. 2ª edição Revista e
Atualizada, São Paulo: Editora Saraiva , 2008
• Di Pietro, M.S.Z. Direito Administrativo. 14ª ed, Editora Atlas, São Paulo,
2002, p. 219
• CAMELO, César Oliveira ett all. A IMPORTANCIA DO GERENCIAMENTO
CONTÁBIL PARA AS ORGANIZAÇÕES DO TERCEIRO SETOR. Vol. 25 - N.2
2006
• PEYON, Luiz Francisco. Gestão Contábil Para o Terceiro Setor. Rio de
Janeiro: Ed. Freitas Bastos, 2004

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