Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sobre a modéstia:
“Já se vê que em nada disto há a mínima alusão ao feliz sistema que nos rege;
estou falando de modéstia, e nós vivemos em Portugal. A modéstia contudo, quando é
excessiva e se aproxima do acanhamento, do que no mundo se chama falta de uso, pode
ser num homem quase um defeito inteiro. Na mulher é sempre virtude, realce de beleza
às formosas, disfarce de fealdade às que não são.” (GARRETT, 2005, pág. 31)
Sobre a literatura:
“vou explicar como nós hoje em dia fazemos a nossa literatura. (...) Saberás,
pois, ó leitor, como nós outros fazemos o que te fazemos ler. (...) Trata-se de um
romance de um drama. Cuidas que vamos estudar a história, a natureza, ao
monumentos, as pinturas, os sepulcros, os edifícios, as memórias da época? Não seja
pateta, senhor leitor, nem cuide que nós o somos. (...) Todo o romance precisa de:/ uma
ou duas damas, / Um pai, / Dois ou três filhos de dezenove a trinta anos, / Um criado
velho, / Um monstro, encarregado de fazer as maldades, / Vários tratantes, e algumas
pessoas capazes para intermédios.” (GARRETT, 2005, pág. 35)
“De junto ao leito de Carlos, com a mão direita dele nas suas, os olhos secos,
mas fixos nas descaídas pálpebras do soldado, aquela mulher estava ali como estátua
da dor e da ansiedade” (GARRETT, 2005, pág. 175)
No convento Carlos briga com o frade e fica sabendo que é seu filho, através de
sua avó que assistindo a briga é forçada a revelar o segredo da família. Dona Francisca
conta que Frei Dinis é pai de Carlos, que a sua mãe morreu de desgosto, e para se
defender, Frei Dinis mata o pai de Joaninha, e o marido da sua amante. Após a
descoberta Carlos renuncia à família, aos “amores” e aos ideais.
Joaninha enlouquece e morre, Georgina se converte à religião católica e torna-se
abadessa, a avó continua no Vale, mas, morta para o mundo, não vê, não ouve, não fala,
sendo cuidada pelo Frei Dinis.
“-‘Não, filho!’ – clamou a velha- ‘ Não, meu filho teu pai é este infeliz.’ (...) –‘
Ah!’ – disse Carlos- ‘Ah!’ – E abriu os olhos pasmados para a avó e para o frade, que
cravaram os seus no chão e ficaram como dois réus na presença do seu inflexível juiz.’
– Defendi-me; foi defendendo esta vida miserável... Oh, nunca eu o fizera! E para
quê?” (GARRETT, 2005, pág. 189)
“Carlos (...) Saiu da cela, fazendo sinal que vinha logo; mas esperaram-no em
vão... Não tornou. Daí a três dias veio uma carta dele, de junto de Évora, onde estava
com o exército constitucional.” (GARRETT, 2005, pág. 190)
1
www.artigos.com/artigos/humanas/artes-e-literatura/simbolos-e-imagens-em-viagens-na-minha-terra-
2473/artigo/ acessado em: 17 de março de 2011
“- ‘Joaninha enlouqueceu e morreu. Georgina é abadessa de um convento em
Inglaterra.’ (... )- ‘E esta pobre senhora, a avó de Joaninha?’ (...) Não vê, não ouve,
não fala e não conhece ninguém. (...)
“Carlos (...) Engordou, enriqueceu e é barão/!...’ ‘É barão, e vai ser deputado
qualquer dia.’” (GARRETT, 2005, pág. 249)
BIBLIOGRAFIA
GARRETT, Almeida. Viagens na minha terra. São Paulo: Martin Claret, 2005.
MOISES, Massaud. A literatura portuguesa. 33ª ed., São Paulo: Cultrix, 2005.
2
www.lithis.net/25 acessado em: 17 de março de 2011.
SARAIVA, Antonio Jose, LOPES, Oscar. História da literatura portuguesa. 17ª Ed.,
Porto: Porto, 1996.