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O significado dos números

Para se compreender mais facilmente o Apocalipse é necessário ter clareza do significado dos
números na Bíblia. Em sua leitura, pode-se perceber que certos números aparecem com bastante
freqüência como o sete, o doze e o quatro. Lembre-se que eles não surgem ali por acaso; possuem um
significado.
A Bíblia usa os números de um a seis como básicos para todos os outros. Todos os demais têm seus
significados essenciais a partir dos seis primeiros. O número 7 é o número perfeito, mas o 8 é = 7+1, ou
seja, um número que inicia um novo ciclo. 10 é: 5 x 2; 12 é: 3 x 4 e assim por diante.

O número 1
O número um fala de harmonia e unidade. Deus é a fundação. Tudo começa Nele. Ninguém o
precede, desse modo, o número 1 representa o Deus absoluto. Para com Deus tudo é um: há um só Deus (I
Tm. 2:5, Dt. 6:4.). A Bíblia declara a Páscoa como o início dos meses (Ex. 12:2). Primeiro porque foi o
tempo em que Deus veio para salvar seu povo. Todo primogênito era santo ao Senhor (Ex. 22:29).
Também era sua toda primeira colheita e todo primeiro fruto. O número um aponta para unidade, para o
Deus absoluto. Ele é o único Deus.

O número 2
O três é o número da trindade; o número dois é o número do Senhor Jesus. Deus é três em um e um
em três. Dentro da trindade o Filho é a segunda pessoa. O número dois é, portanto o número do Senhor
Jesus. O dois tem um significado semelhante ao oito. A palavra do Senhor diz, em I Coríntios, que Ele é o
segundo homem (I Cor. 15:47). Em Romanos, ele é o segundo Adão. Jesus tem duas naturezas: é
plenamente Deus e plenamente homem. Sua obra possui dois estágios: encarnação e glorificação. O
sacrifício pelo pecado em Levítico 5:7 tinha dois pombos, mostrando os dois aspectos da salvação.
O número dois também fala de comunhão, adição e ajuda (Ec. 4:9-12). O Senhor Jesus veio para ter
comunhão com o homem, trouxe Deus para dentro do homem e levou o homem para dentro de Deus.
Dois também é o número do testemunho. Na Bíblia, todo testemunho precisa de, no mínimo, duas
pessoas. Os discípulos foram enviados aos pares (Mt. 10), porque o testemunho duplo é fiel e verdadeiro
(Dt. 17:6; 19:15; Mt. 18:16; II Cor. 13:1; I Tm. 5:19). Dois é o testemunho de Cristo. A Bíblia fala que os
pães que ficavam no Lugar Santo eram dois, porque aponta para o testemunho. Durante a grande tribulação
haverá duas testemunhas que irão pregar em Jerusalém (Ap. 11:3). Apocalipse nos mostra que um dos
nomes de Jesus é a Testemunha Fiel e Verdadeira (Ap. 1:5 e 19:13). Dependendo do contexto, o dois
também pode significar divisão e contraste.

O número 3
Existem três números na Palavra de Deus que significam completude: o três, o sete e o 12. Eles
possuem basicamente o mesmo significado, indicando algo completo. O número três, porém, aponta para
algo completo relacionado a Deus que é Triuno, que nos fala de três que são um. O homem é a imagem e
semelhança de Deus, por isso ele é triuno: espírito, alma e corpo. A família para ser família tem que ter
pai, mãe e filho, porque expressa o relacionamento da trindade. Três também é o número da ressurreição
porque Ele ressuscitou ao terceiro dia. Jonas ficou três dias no ventre do peixe e o Senhor disse que esse
era o sinal da ressurreição. A fórmula do batismo é feita em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Pedro negou Jesus três vezes e por três vezes Jesus lhe perguntou se ele o amava. I João 5:8 menciona três
testemunhas sobre a terra e céu. As testemunhas são o Espírito, a Palavra e o Sangue, elas são testemunhas
porque apontam para as três obras das três pessoas da trindade.

O número 4
O quatro é o número da criação. São quatro os elementos: terra, ar, água, fogo. Apocalipse 7:1
mostra que são quatro os ventos da terra. Isto não significa que na Terra existam quatro ventos, mas que
eles sopram sobre toda a criação. São quatro as estações do ano e também os pontos cardeais: norte, sul,
leste, oeste. São quatro os impérios mundiais mencionados no Livro de Daniel, de Nabucodonosor até
Cristo. Os quatro evangelhos narram a história de Jesus vivendo nesse mundo, lidando com sua criação. Na
parábola do semeador, são quatro os tipos de solo do coração, mostrando que abrange toda a criação de

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Deus. O julgamento do mundo tem quatro aspectos em Apocalipse: a guerra, a fome, a doença e o
terremoto. Por isso o número quatro na Bíblia aponta para criação.

Deus. O julgamento do mundo tem quatro aspectos em Apocalipse: a guerra, a fome, a doença e o
terremoto. Por isso o número quatro na Bíblia aponta para criação.

O número 5
O número cinco significa responsabilidade diante do Senhor. Na parábola das virgens tem-se dois
grupos: cinco néscias e cinco prudentes (Mt. 25:2). Isto porque cinco significa responsabilidade. É o
numero de dedos da nossa mão indicando que temos compromisso com nossos atos. Nossas mãos
simbolizam nossas obras. A consagração de Arão e a purificação do leproso tinham cinco unções que eram
aplicadas em cinco partes do corpo, mostrando que somos responsáveis pela unção recebida. O Senhor
multiplicou cinco pães para alimentar cinco mil pessoas e Davi usou cinco pedras para vencer Golias.
Sabemos que o quinto reino mencionado em Daniel, será o reino de Cristo e para entrar nele temos que ter
compromisso. Em Levítico temos cinco ofertas que falam das obrigações de o homem se apresentar diante
de Deus. Desta forma, o número cinco simboliza responsabilidade diante do Pai.

O número 6
É o número do diabo (Dn. 3:1, Ap. 13:18). É também o número do homem caído em rebelião contra
Deus e unido com o diabo. Seis é o número do homem criado vivendo sem Deus no mundo. O homem foi
criado no sexto dia. Pode trabalhar seis dias por semana (Ex. 23:12). O número do anticristo é 666. Três
vezes seis. Lembra-se que o três significa completude, portanto 666 simboliza o homem em demasia
tentando ser Deus. É o ápice do humanismo e da independência de Deus. No Velho Testamento, um
escravo só podia ser escravo por seis anos; no sétimo, ele tinha que sair livre. Segundo a cronologia bíblica
a história do homem na Terra tem seis mil anos de Adão até hoje. Entendemos que o sétimo será o milênio.
O sexto selo fala da ira do Cordeiro sobre a humanidade. Golias tinha seis dedos nas mãos, seis dedos nos
pés e seis côvados de altura. Tudo em Golias era seis, porque fala do homem como inimigo de Deus (I Sm.
17:4-7). Também as dimensões da estátua de Nabucodonosor era 60 por seis, mostrando que é um tipo de
anticristo (Dn. 3:1-3). O anticristo se levantará contra tudo que se chama Deus. Ele é a consumação de
Babel. É o homem vivendo independente de Deus, dizendo: não precisamos de ti, não queremos nos
sujeitar a ninguém, não queremos adorar ninguém, não queremos nos dobrar diante de ninguém. O
anticristo é o ápice do humanismo. Cada vez mais ouvimos a mensagem de que o homem é o centro, de
que o homem é capaz de tudo, de que o homem é o seu próprio deus.

O número 7
O número sete tem o mesmo significado do três: completude e perfeição. Mas enquanto o número
três é perfeição de Deus, o número sete é a perfeição de Sua ação na história, no tempo e na Igreja. A partir
do número sete, todos os números são uma composição dos seis anteriores. Ele é normalmente a soma de
três mais quatro. Três é o número do Deus Triuno unido com a sua criação representada pelo número
quatro. Tudo que fala da ação divina no tempo e no meio da sua criação é sete. Por isso o sétimo dia, o
sábado, foi santificado (Gn. 2:1-3). Enoque, o sétimo depois de Adão, foi transladado (Jd. 14). Depois que
Noé entrou na arca, houve ainda sete dias de tolerância, de graça (Gn. 7:4). Jacó serviu Labão por sete
anos. No Egito houve sete anos de abundância e sete anos de fome. O candelabro tinha sete lâmpadas. O
sangue tinha que ser aspergido sete vezes significando a redenção perfeita. O sábado é o sétimo dia
simbolizando o perfeito descanso que Deus nos oferece. Durante a festa dos Pães asmos, havia uma oferta
de holocausto feita por sete dias, simbolizando a perfeita consagração. A festa dos tabernáculos durava sete
dias, simbolizando a perfeita glória. A luta contra Jericó foi feita com sete sacerdotes, usando sete
trombetas, marchando por sete dias, simbolizando perfeita vitória. Naamã mergulhou sete vezes no rio
Jordão, entendido como perfeita purificação. Jó teve sete filhas depois da sua tribulação, simbolizando a
perfeita bênção. Jesus falou sete palavras na cruz. Havia sete diáconos na igreja primitiva. São sete as
parábolas do reino em Mateus 13. São sete as festas que havia em Israel e também são sete as igrejas em
Apocalipse. Nele existem muitos grupos de sete: são sete espíritos de Deus, sete candelabros, sete
lâmpadas, sete chifres, sete olhos, sete trombetas, sete pragas e sete taças. Ao todo, em Apocalipse, o sete é
mencionado 56 vezes, portanto compreender o significado deste número é muito importante para o
entendimento deste livro.
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O número 8
O número oito significa ressurreição ou novo começo. Na verdade, a ressurreição é um novo
começo. É alguém que morreu, ressuscitou e está tendo um novo começo. Por isso, o domingo é o nosso
dia de descanso, pois é o dia da ressurreição. O domingo para nós, não é o primeiro dia; para nós é o
oitavo, o dia do recomeço, da nova criação. A Bíblia fala que oito pessoas saíram da arca, simbolizando
ressurreição, porque passaram pela morte no dilúvio e saíram para uma nova vida. A circuncisão ocorria
no oitavo dia, porque circuncidar significa cortar a carne, daí ter que ser ao oitavo dia para simbolizar
ressurreição. Davi era o oitavo filho. O leproso era purificado no oitavo dia. As primícias eram trazidas no
oitavo dia. O sacerdote trabalhava no oitavo dia da consagração. A transfiguração se deu no oitavo dia para
mostrar que depois da ressurreição nós seremos glorificados (Lc. 9:28-36).

O número 9
O número nove não aparece em Apocalipse. Ele tem dois significados: pode significar ingratidão,
pois foram nove os leprosos que não voltaram para agradecer (Lc. 17:11-19). Ou pode significar uma obra
humana incompleta; pois o nove é a combinação de quatro mais cinco, ou seja, a criação mais a
responsabilidade. É por isso que se tem nove dons do Espírito, nove frutos da carne e nove frutos do
espírito.

O número 10
O dez simboliza perfeição, isto é, a perfeição natural do mundo. Na palavra de Deus, o dez
normalmente é composto de cinco mais cinco ou seis mais quatro. Cinco mais cinco nos fala de
responsabilidade dobrada, ou seja, completa responsabilidade. É por isso que o sistema que usamos é
decimal e fala da responsabilidade de todo homem. Eram dez os mandamentos. Dez, eram as virgens e dez
foram as pragas no Egito. Os discípulos oraram dez dias. Eram dez os servos em Lucas 19:13.

O número 12
O numero doze possui basicamente o mesmo significado do sete, todavia, se diferencia dele porque o
sete é a perfeição da ação de Deus na história do homem no tempo, enquanto o doze é a perfeição de Sua
ação para a eternidade. É por isso que tudo o que é eterno em Apocalipse é doze, mas tudo o que tem fim, é
sete. Sete é três mais quatro; mas o doze é três vezes quatro. Assim a grande tribulação acontece na metade
de um período de sete anos, porque é uma ação perfeita de Deus, mas acaba, tem fim, é por isso que os sete
selos e as sete trombetas são uma ação completa de Deus, no entanto, só por um tempo, enquanto aquilo
que é 12 é eterno. A Bíblia fala que são doze meses, doze discípulos, doze portas de Jerusalém, doze
pedras preciosas no peito e nos ombros do sumo sacerdote, doze pães e doze espias. Jesus foi a Jerusalém
com doze anos. São doze as legiões de anjos. Apocalipse 21 se refere ao número doze: A Nova Jerusalém
possui doze portas, doze fundamentos, doze tronos, doze pérolas e doze pedras preciosas. Tudo o que é
eterno é doze.

A divisão e o conteúdo do livro


O livro possui uma divisão natural facilmente perceptível.
1) O capítulo um: A revelação de Cristo.
2) Os capítulos dois e três: As sete Igrejas da Ásia.
3) De quatro a 22: Conclusão da história da redenção.

O conteúdo de Apocalipse inclui todo o governo soberano de Deus sobre a história desde a ascensão
de Cristo até a Nova Jerusalém. A história desse governo é contada através de grupos de itens: sete selos,
sete trombetas e sete taças.
Os primeiros quatro selos abrangem a história do mundo da ascensão de Cristo até a sua volta (Ap
6:1 a 8). Nesses quatro selos vemos quatro cavalos e cada um deles com um cavaleiro.
O primeiro cavaleiro significa a pregação do evangelho, o segundo, a guerra, o terceiro, a fome e o
quarto, a morte. O quinto selo fala do clamor dos santos martirizados (6:9-11). No final desta era, estes
santos clamarão a Deus por vingança. O sexto selo abrange o tempo da grande tribulação (6:12-17).
Naqueles dias, Deus derramará a sua ira sobre a terra.
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As sete trombetas são o conteúdo do sétimo selo e também nos falam da grande tribulação. As quatro
primeiras trombetas são o julgamento sobre a terra, o mar, rios, sol, lua e estrelas (8:7-12). A sexta
trombeta mostra o que realmente será a grande tribulação. Na sétima trombeta estão incluídas as sete taças
que são a conclusão da grande tribulação (15:1 a 16:21).
A última trombeta é a mais complexa de todas. Ela inclui desde o fim da grande tribulação até a
eternidade. Consiste no reino eterno de Cristo, o julgamento dos mortos, a recompensa dos santos e a
destruição de satanás, o anticristo, o falso profeta e todos os seus seguidores.

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