Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
01 DE ABRIL DE 2022
U1 / Seção 1.1 / Direito e sociedade: evolução histórica da resolução de conflito
Q1. Leia o trecho a seguir, retirado da obra produzida em conjunto por Rodrigues e Lamy:
“À medida que as sociedades evoluíram e se tornaram complexas, houve também a necessidade de regrar a forma
de exercício do poder em seu interior. Foi necessário institucionalizar o poder e as formas de acesso a ele. Com o
surgimento do Estado, as regras sociais passaram a ser institucionalizadas, dando origem ao Direito. Deixaram de
ser apenas normas de convivência para se tornarem normas de controle: controle do Estado pela sociedade e
controle dos indivíduos e grupos sociais pelo próprio Estado. (RODRIGUES; LAMY, 2018, p. 1)
A partir da máxima “Ubi homo ibi societas; ubi societas, ibi jus” (RODRIGUES, 2018), traduzida como “onde
está o homem, está a sociedade, e onde está a sociedade, está o Direito”, assinale a alternativa correta:
a) As regras de Direito são necessárias apenas em sociedades não evoluídas culturalmente, uma vez que,
para as mais evoluídas, basta a existência de regras morais para seu equilíbrio social.
a) O Direito é um fenômeno inerente a qualquer sociedade, já que a convivência humana exige,
em razão de nossas próprias peculiaridades, normas para regular as nossas relações.
b) O Direito é um fenômeno excepcional, característico da sociedade contemporânea que o criou
diante de uma imposição contrária à natureza humana.
c) Em poucas palavras, pode-se dizer que o Direito é a estipulação apenas das punições pelo
desatendimento do interesse do jurisdicionado.
d) A solução de conflitos pelo Estado não tem por finalidade a pacificação social, mas sim a de
reafirmar sua autoridade sobre os membros de determinada sociedade.
São características essenciais, integrantes do conceito de lide, estruturado por Francesco Carnelutti (apud
MONNERAT, 2015, p. 30):
I. Existência de autocomposição.
II. Conflito de interesses.
III. Pretensão resistida.
Assinale a alternativa correta:
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.
d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
e) As afirmativas I, II e III estão corretas.
Nos primórdios da humanidade, aquele que pretendesse determinado bem da vida, e encontrasse
obstáculo à realização da própria pretensão, tratava de removê-lo pelos seus próprios meios, afastando os
que se opunham ao gozo daquele bem, imperando, assim, a lei do mais forte, em que o conflito era resolvido
pelos próprios indivíduos, isoladamente ou em grupo [...]
Os Estados modernos, reconhecendo que, em determinadas circunstâncias, não podem evitar que se
consume uma lesão de direito, permitem que o próprio agredido defenda seus interesses [...]. (2017, p. 9)
a) É proibida qualquer forma alternativa de solução de conflitos fora aquela proveniente do Poder Judiciário.
b) Não há vedação das formas alternativas de conflito, desde que seja o conflito pacificado por um
dos meios autorizados pelo Estado, não necessariamente pelo Poder Judiciário.
c) A função jurisdicional é monopólio do Estado, não mais se permitindo contemporaneamente a
arbitragem.
d) As formas alternativas de solução de conflitos são proibidas no Código de Processo Civil (BRASIL, 2015).
e) A mediação é vedada no curso do processo judicial, somente tendo validade quando realizada
extrajudicialmente.
U1 - Seção 1.3 / Acesso à justiça e constitucionalização do processo
Q3.
“O enfoque sobre o acesso – o modo pelo qual os direitos se tornam efetivos – também
caracteriza crescentemente o estudo do moderno processo civil. [...] O “acesso” não é
apenas um direito social fundamental, crescentemente reconhecido; ele é, também,
necessariamente, o ponto central da moderna processualística. Seu estudo pressupõe um
alargamento e aprofundamento dos objetivos e métodos da moderna ciência jurídica.
(RODRIGUES; LAMY, 2018, [s.p.])
No que diz respeito à compreensão do princípio do acesso à justiça, é correto o que se afirma em:
a) Basta, para a aferição da observância de tal princípio, a análise da mera admissão do ingresso da
parte perante o Poder Judiciário.
b) A simples ameaça ao direito autoriza o jurisdicionado a buscar amparo estatal para preservação
de sua pretensão.
c) Do Estado não se exige a prestação de assistência jurídica integral e gratuita para quem comprove
insuficiência de recursos.
d) Apenas as pessoas naturais ou físicas podem ter direito à gratuidade da justiça.
e) A Defensoria Pública é instituição voltada à defesa da sociedade, não se limitando à defesa dos
interesses dos necessitados.
U1 - Seção 4 / Direito Processual x Direito Material e normas processuais no tempo e no espaço.
Q1. Para que o Estado possa fazer valer o direito, quando ele não é cumprido espontaneamente, é
necessária a existência de um segundo nível de normas gerais estatais: o Direito Processual. É por meio
dele que o Estado faz valer o direito material em situações concretas, quando solicitada sua participação.
(RODRIGUES; LAMY, 2018, p. 1)
Com fundamento nas distinções existentes entre normas de direito material e normas de direito processual,
é CORRETO afirmar que:
a) É regra inerente ao direito processual aquela em que é direito do trabalhador repouso semanal
remunerado, preferencialmente aos domingos.
b) É regra de Direito Material aquela que disciplina a competência do Superior Tribunal de Justiça para
julgar nos crimes comuns, os governadores dos Estados e do Distrito Federal.
c) É regra típica do Direito Processual aquela que estipula que a casa é asilo inviolável do indivíduo.
d) O Direito Processual regula a posição dos atores processuais em uma demanda judicial.
e) O Direito Material disciplina a atuação do poder jurisdicional e determina tão somente normas proibitivas
de conduta das partes.
Q2. O estudo das questões atinentes à aplicação das leis no tempo é objeto do denominado Direito
Intertemporal. No entanto, o Direito Intertemporal não é formado, no que se refere às normas de Direito
Material e Direito Processual, exatamente pelos mesmos princípios e regras. (RODRIGUES; LAMY, 2018,
p. 357)
Assinale a alternativa CORRETA, no que diz respeito à aplicação das normas processuais no tempo e no
espaço, no ordenamento jurídico brasileiro:
Direito adquirido é aquele que já foi incorporado ao patrimônio jurídico de uma pessoa
física ou jurídica, podendo ser exercido a qualquer momento.
Direito adquirido é aquele que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à
personalidade de seu titular, mesmo que este ainda não o tenha exercido. Seu exercício
pode depender de um prazo, bem como podem estar subordinado a uma condição
inalterável ao arbítrio de outrem.
Exemplo: Quando uma mulher que busca sua aposentadoria, completou os requisitos
para se aposentar antes da mudança da lei que ocorreu no dia 12 de novembro de 2019.
Mesmo que ela não tenha se aposentado ainda, essa mulher tinha implementado todas
as condições para se aposentar até essa data. Logo, ela tem direito adquirido sobre
os benefícios da antiga lei.
Ato Jurídico Perfeito
Ato Jurídico Perfeito seria aquele já consumado segundo a lei vigente ao tempo em
que se efetuou.
Ato Jurídico Perfeito: é o ato validamente realizado sob a vigência de uma lei
que depois foi revogada ou modificada.
Exemplo: Um casamento: se uma lei nova modifica as regras de validade do casamento
(aumentando a idade mínima, por exemplo) as pessoas que já tinham se casado quando
a lei anterior ainda era válida permanecerão casadas, mesmo que esse casamento não
respeite as novas regras. Como o casamento é um ato jurídico perfeito, seus efeitos serão
protegidos mesmo que as regras sejam modificadas após a sua celebração.
Coisa Julgada
Coisa Julgada: é a autoridade das decisões do Judiciário. Isso significa que depois que
o processo acaba, aquilo que foi decidido pelo juiz não pode mais ser modificado nem
mesmo por uma lei, em princípio.
O conceito de coisa julgada está previsto no art. 502 do Código de Processo Civil, que a
descreve como sendo uma autoridade que impede a modificação ou discussão de decisão de
mérito da qual não cabe mais recursos.
Contudo, existem algumas exceções para a regra, como, por exemplo, a descoberta de
fraude realizada pelas partes; o surgimento de uma nova prova importante no caso; o juiz
ter sido corrupto e/ou sem autoridade para julgar o caso, dentre outros .