Você está na página 1de 14

Versão atualizada em 23/05/2003

POLÍTICA DE ESPORTE E LAZER PARA A UFG

1. JUSTIFICATIVA
Falar de esporte e lazer nos círculos científicos não parece se
tratar de algo que realmente tenha importância, a não ser quando se pretende
explicar o fenômeno e não vivenciá-lo.

Esta visão simplista e enviesada a respeito do esporte e lazer


começa a dar sinais de esgotamento no âmbito da Universidade brasileira e em
especial na UFG, que tem manifestado preocupações com o desenvolvimento
pedagógico, científico e profissional, com a interação direta nas questões que
envolvem a realidade social, dentre elas, os jovens de pouca idade que adentram
ao recinto da Universidade para darem início ao processo de formação acadêmica
e profissional.

Dentro deste prisma, hoje mais do que em momentos anteriores, a


Faculdade de Educação Física, reconhecendo as suas responsabilidades neste
processo, apresenta importantes e significativas reflexões acerca da tarefa a ser
desenvolvida pela Universidade, mesmo que historicamente tal questão tenha sido
negligenciado no interior dos debates quando se falou em ensino, pesquisa e
extensão ou nas discussões sobre o papel da universidade na formação e no
desenvolvimento humano.

Questões ligadas à corporeidade e aos seus significados


simbólicos, culturais e econômicos e a relação intrínseca dos jovens no contexto
da vida social, dos excluídos, das minorias e da ideologia da indústria cultural que
transforma o corpo em coisa nas relações entre mercadorias e indivíduos no
interior da sociedade de consumo, parecem não ter a mesma importância no
debate científico e nem nas práticas sociais dentro e fora da Universidade.

Neste contexto de secundarização das práticas corporais e


esportivas, na historia do Brasil no período de 1970 e 1990, por exemplo, a
Educação Física – conhecida como "Prática Esportiva" – era oferecida

1
Versão atualizada em 23/05/2003

obrigatoriamente aos alunos de graduação como matéria comum de ensino em


todos os cursos superiores. Os objetivos visavam, explicitamente, atender os
interesses do Estado como uma estratégia de racionalização compensatória do
lazer do estudante e como instrumento ideológico despolitizador sobre o
movimento estudantil no campus universitário.

No contexto da reforma universitária de 1968, a Educação Física


passa a ser introduzida no ensino superior com o objetivo explícito de auxiliar na
desmobilização política dos estudantes nos Campus Universitários, que na época
constituía e representava um importante foco de resistência à ditadura militar. Em
decorrência disto a Educação Física, como componente de formação do homem
através da dimensão corporal, sofre profunda descaracterização quanto ao seu
papel, significado e conteúdos sociais, sendo então transvertidos em atividades
meramente esportivas e com finalidades eminentemente políticas.

Se na época o esporte universitário devia cumprir a função de


envolver os estudantes em práticas esportivas e lúdicas como uma ação
estratégica de distração para contrapor e/ou controlar as práticas políticas
militantes de combate ao poder militar no domínio do Estado, hoje, no início de um
novo milênio, com o afastamento dos militares do poder de Estado e a
desobrigatoriedade da Educação Física no ensino superior o que se constata,
entre estes e outros fatores, é a existência de uma grande lacuna na vida dos
jovens estudantes universitários quanto à possibilidade da prática da atividade
física para melhorar a sua qualidade de vida, novas oportunidades para
participarem de práticas corporais sob a forma de aprendizagem cultural, apoio
para a participação em atividades esportivas formais federadas e de lazer
comunitário decorrentes de programas organizados na perspectiva da formação
educacional e cultural dos jovens dentro da Universidade.

Se partirmos do princípio de que o Esporte constitui e representa


hoje uma das práticas corporais mais significativas das sociedades
contemporâneas e de que esta prática no Brasil, mesmo estando indicada como
fator importante de cidadania social por parte do Estado, tem sido presa fácil da
área privada e dos marketeiros dos negócios econômicos, deixando os jovens

2
Versão atualizada em 23/05/2003

cada vez mais distantes do acesso e mais próximos da lógica da exclusão. A


questão se agrava ainda mais quando tomamos como referência a idade, etnia,
orientação sexual, classe social, credo, nível de escolaridade e status cultural,
entre outros. Deste modo, a FEF entende que cabe a UFG contribuir, ainda que
minimamente, com alternativas possíveis para mudar este quadro.

Se partirmos do princípio de que a inclusão aos bens sociais e


culturais faz parte da formação da cidadania social do sujeito e que o esporte e o
lazer na UFG devem emergir com novas práticas a partir de um novo modelo que
ofereça contribuições significativas à formação de seus alunos e comunidade
educacional, como prevê os dispositivos legais decorrentes da Constituição
Federal Brasileira (1988), da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(1996), da Lei "Pelé" (9615/98), das diretrizes gerais do Instituto de
Desenvolvimento do Esporte – INDESP (1996) e das novas orientações do
Ministério do Esporte, será preciso que se questione não o direito, mas como
seria possível desenvolver as práticas corporais, desportivas e de lazer
direcionadas aos jovens que entram na UFG ? Qual o papel da UFG nas questões
relacionadas ao corpo de seus alunos e da comunidade acadêmica como um
todo? Qual a função de uma instituição pública do porte da Universidade em
assegurar os direitos inalienáveis do cidadão se neles se incluem: o bem-estar
físico, estético e social do corpo? Como reconhecer o valor científico e tecnológico
inerente ao conhecimento do corpo, da corporeidade e do desenvolvimento das
técnicas corporais aplicadas aos esportes, às dança, às lutas, às ginásticas com
finalidade de saúde, estética e de lazer pessoal e social? O que fazer do
conhecimento científico produzido pela própria instituição acadêmica sobre a
temática – corpo -, se dentro do próprio mundo acadêmico não se encontra eco
para a sua prática?

É preciso ter claro que, ao contrário do modelo autoritário anterior


imposto às universidades brasileiras, vivemos uma outra realidade e novas
perspectivas, o que torna emergencial recriar um novo projeto de universidade e
nele, incluir necessariamente o desenvolvimento de uma Política de Esporte e
Lazer, como um dos elementos culturais dedicado à formação continuada dos

3
Versão atualizada em 23/05/2003

estudantes, sintonizados com os propósitos acadêmicos, sócio-culturais e


científicos de nosso tempo.

Dentro desta perspectiva, é imprescindível que se estabeleça


ações planejadas e um outro tipo de organização do Esporte e do Lazer
Universitário, onde estejam previstos também a destinação de recursos e
investimentos para que sejam contemplados, tanto a promoção de atividades
corporais lúdicas, criativas, solidárias, cooperativas e prazerosas, quanto o
estimulo e apoio ao desempenho atlético e/ou de alto rendimento esportivo de
vários alunos e equipes, contribuindo, desta forma, para a construção da
autodeterminação positiva de nossos valores culturais e sociais como um todo.

2. PRINCÍPIOS A SEREM OBSERVADOS NA IMPLEMENTAÇÃO


DE POLÍTICAS DE ESPORTE E LAZER

Para o desenvolvimento de uma coerente Política Esporte e Lazer


Universitária, urge estabelecer princípios e parâmetros que orientarão e
sustentarão as ações a serem executadas.

Inicialmente, será preciso compreender que o Esporte é um


fenômeno construído e reconstruído na e a partir da modernidade e que ele
carrega em si todos os valores e representações inerentes à sociedade que o
mantém, estrutura e constrói significado. Entender também que o Lazer, resultante
das tensões entre capital e trabalho, materializa-se no tempo e espaço de
vivências lúdicas, lugar de organização da cultura, e perpassa relações de
hegemonia na estrutura social. Portanto, ambos representam práticas sociais
importantes no contexto da sociedade.

Se Lazer e Esporte possuem importância na vida moderna que


transcendem a mera reprodução das estruturas sociais, é preciso observar
fundamentalmente as suas possibilidades para a emancipação do cidadão nas
vivências, nos simbolismos, nos valores e normas que apontam traços

4
Versão atualizada em 23/05/2003

significantes para a construção de práticas capazes de alterar a ordem moral e


cultural desta mesma sociedade.

Problematizar estas questões, as relações que são estabelecidas


entre esporte e sociedade e a presença do fenômeno esportivo será de suma
importância para uma instituição de ensino superior, principalmente se
concebermos o esporte e seus valores para além das "classificações",
"conceituações", e "categorizações" que lhes têm sido atribuídas ao longo de sua
trajetória no interior das sociedades capitalistas.

Já foi o tempo em que o esporte e o lazer não passavam de meras


atividades ligadas ao tempo livre (dos desocupados e suspeitos e ócio dos bem-
nascidos socialmente), desqualificada de valor junto às demais práticas de
interesses comuns da sociedade. Se na universidade é dever de ofício refletir
sobre os significados sociais e os paradigmas científicos que envolvem grandes
questões decorrentes da realidade social, certamente que será preciso garantir a
existência desta prática em seu meio para que seja oportunizado tanto um
repensar sobre o próprio conceito de esporte e lazer, quanto sobre as formas de
aprendizagens dos jovens nos dias atuais dentro da UFG.

Como manifestação cultural, tem se claro que as práticas


esportivas não só encerram em si mesmas a reprodução do modelo social vigente,
mas também os próprios elementos de sua superação. Portanto, existem fatores
de resistência, de luta e de contraposição às práticas de padronização, de
tecnização, de rendimento, de hierarquização e burocratização das suas formas
e/ou práticas, capazes de ditar novos pressupostos para a sua própria
transformação.

O Esporte e Lazer devem ser compreendidos como fenômenos


sócio-culturais de cunho formador do cidadão, razão pela qual a comunidade
universitária deverá ter acesso em todas as suas formas de manifestação,
apropriando-se deles desde a sua forma vivencial, crítica, reflexiva, ainda que nela
estejam contidos os fetiches imputados pela indústria do lazer, do esporte e do
entretenimento de massa.

5
Versão atualizada em 23/05/2003

As práticas corporais, esportivas e de lazer não devem ser


compreendidas como atividades compensatórias que substituam a fadiga/stress
provocados pelos estudos acadêmicos e/ou que devam se direcionar para a
melhoria da produtividade no trabalho cognitivo. Em sentido idêntico, estas
práticas não devem ocupar meramente o tempo livre do estudante, mas se
traduzir num conjunto de atividades que auxiliem na melhoria das condições de
vida e de bem estar biopsíquico e social do estudante enquanto sujeito social.

Neste novo contexto de necessidades e de reflexões sobre o que


fazer na universidade urge pensar a questão relacionada às práticas corporais, ao
esporte e lazer, como ponto imprescindível para a modificação e a melhoria da
qualidade de relações interpessoais reinantes no atual ambiente universitário.

3. REALIDADE E POSSIBILIDADE NO CAMPO DO ESPORTE E

LAZER NA UFG

Todos sabem que a realidade da UFG é por demais complexa. A


infra estrutura, o processo de manutenção das condições mínimas de trabalho dos
docentes e servidores, a preservação da qualidade científica, a expansão das
atividades junto à sua comunidade interna e externa com um novo alento à
criatividade, investigação e intervenção científica, entre outros, é algo realmente
desafiador. Estas e outras razões são conhecidas por parte da população de
Goiás, em particular, a falta de recursos financeiros para avançar ainda mais nos
projetos científicos e sociais.

Por isto, ao implementar uma política de esporte e lazer na


universidade esta deve se estruturar sobre metas, princípios e em ações
estratégicas com vistas a estabelecer prioridades em todo o planejamento e
execução. Enquanto possibilidades prevêem-se a implementação as seguintes
metas:

1. Democratização do Esporte e Lazer na Universidade Federal de


Goiás.

6
Versão atualizada em 23/05/2003

2. Construção participativa da Gestão e da Execução da Política


de Esporte e lazer na UFG

3. Construção e aparelhamento de espaços para a Política de


Esporte e Lazer na UFG

Quanto aos Princípios, o programa de esporte e lazer se assentará nos


seguintes pontos:

1. Dinamização dos espaços e equipamentos de Esporte e Lazer

Na busca de se garantir o acesso da Comunidade Universitária à


prática corporal esportiva e aos demais interesses do desenvolvimento sócio-
cultural do Lazer, devem ser eleitos os espaços para a construção de
equipamentos, viabilizando seu uso e abrindo o horizonte para o caráter
polivalente que deverão possuir. Essa polivalência deverá ser sustentada por uma
política de animação atenta à riqueza do universo cultural e lúdico, discutida
democraticamente pela comunidade universitária e gerida por profissionais
qualificados.

2. Garantia da participação de Todos.

Democratizar o acesso ao Lazer e ao Esporte implica em não


ignorar a imperiosa necessidade de romper com a discriminação tão presente em
nossa sociedade aos menos hábeis, aos idosos, às mulheres, as minorias e aos
trabalhadores, como também em desenvolver programas que qualifiquem os
portadores de necessidades especiais como sujeitos dotados do direito de
apropriar-se da riqueza social produzida, na qual o Esporte e Lazer são partes
integrantes.

3. A democratização dos espetáculos.

O espetáculo esportivo reflete o estado da arte esportiva no


universo do patrimônio cultural da humanidade. Da mesma forma que os
espetáculos artísticos e musicais precisam ser estimulados pela Universidade,
com sua apropriação assegurada pela maioria da Comunidade Acadêmica, é

7
Versão atualizada em 23/05/2003

também importante garantir a educação crítica e o acesso ao espetáculo esportivo


com a formação de equipes e promoção de atividades, torneios e campeonatos,
buscando parcerias com a sociedade e empresários.

4. Um esporte participativo de qualidade.

A participação democrática deve ser compreendida como um dos


pilares constitutivos da vida democrática universitária (docentes, discentes e
servidores técnicos administrativos), devendo acontecer em todas as instâncias na
construção dos espaços, nas decisões do que fazer e na avaliação da prática do
Esporte e do Lazer universitário.

5. O esporte e o lazer como identidade cultural.

É imprescindível considerar o esporte a as práticas do lazer como


uma das formas de inserção e resgate da cultura local e, ao mesmo tempo, como
possibilidade de vivência no campo das práticas denominadas de cultura corporal
de espectro universalizante. Ambas caminham para a formação cultural plena do
homem.

6. O lazer e o esporte como práticas sociais.

O esporte e as práticas de lazer devem ser compreendidos como


integrantes do patrimônio histórico-cultural do mundo contemporâneo, como bens
culturais indissociáveis do direito de apropriação (material e simbólico) de seu
conhecimento pelo sujeito em busca da melhoria da qualidade de vida pessoal e
social.

7. A atividade física, o esporte e o lazer possuem interface com a saúde.

É importante destacar que um povo verdadeiramente saudável é


aquele que é atendido em suas necessidades sociais básicas, dentre as quais, as

8
Versão atualizada em 23/05/2003

atividades físicas e esportivas integradas em ações de saúde individual e pública,


possibilitando à comunidade universitária o fortalecimento da formação de hábitos
saudáveis e a melhoria da qualidade de vida.

8. O esporte e lazer como investimento na formação Humana

É importante ressaltar que sem as condições adequadas para a


sustentação financeira de qualquer Programa, qualquer proposta não passa de
uma grande idealização ou imponentes discursos, todavia, sem vida prática.

Neste sentido, acreditamos na criação de um Fundo de Apoio ao


Esporte e ao Lazer na UFG, que deverá contar com a participação de
representantes dos setores organizados da UFG (Sindicatos, Associações,
Centros Acadêmicos, Associações Atléticas etc) em sua gestão, bem como de
órgãos do setor público e privado com a atribuição de angariar subsídios para a
sustentação e dinamização da Política de Esporte e Lazer para a UFG.

4. PONTO DE PARTIDA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DAS


ATIVIDADES DE ESPORTE E LAZER NA UFG

a) Jogos da Comunidade Universitária (Jogos Internos)

Um programa que visa estimular e apoiar o desenvolvimento do


esporte decorre, necessariamente, de uma série de atividades programáticas e
continuadas e, nelas, os eventos esportivos assumem um papel determinante para
avaliar o nível ao qual se chegou o trabalho proposto. Neste sentido a FEF propõe
implantar os Jogos da Comunidade Universitária com o objetivo de mobilizar um
grande contingente de alunos, funcionários e docentes nas disputas esportivas
como um momento de destaque para a concretização do programa esportivo no
interior da Universidade, principalmente com o objetivo de garantir à comunidade
universitária o processo de integração entre os três segmentos e a seleção de
atletas para a constituição de equipes permanentes da UFG. Para que se garanta
a realização e um bom desempenho nos Jogos, estes devem estar incluídos no

9
Versão atualizada em 23/05/2003

Calendário Acadêmico da UFG e serem planejados com os três setores


envolvidos, sob a coordenação geral da FEF.

b) Calourada Esportiva

A Calorada Esportiva vem sendo construída, a duras penas, a


partir de iniciativas dos estudantes ( DCE e CAs) com o objetivo de buscar uma
maior aproximação com os novos alunos que adentram à UFG a cada ano. Na
perspectiva de integrar o conjunto dos estudantes por meio de vivências do
esporte, das atividades culturais e de lazer, a colorada deve ser assegurada
também no processo de calendarização anual da UFG. Para a FEF, além do
caráter socializador e de interação entre os alunos, a calorada, estará colaborando
concretamente para com a melhoria do ensino e da cultura na UFG.

c) Fortalecimento das Associações Atléticas / C. Acadêmicos

O desenvolvimento do esporte universitário passa, também, pelo


estímulo às instituições organizadas dos estudantes, em particular, o DCE, os
Centro Acadêmicos e as Associações Atléticas. Em primeiro lugar, constata-se
hoje que a maior parte dos cursos de graduação da UFG não possuem
Associações Atléticas estruturadas ou em funcionamento, o que leva a crer que
uma das razões pode estar associada a problemas de fragilidade e
desmobilização do próprio movimento estudantil que não consegue se organizar
para lutar minimamente por seus direitos acadêmicos no interior da universidade.
Em segundo, falta estímulos do governo federal (MET) e (CBDU), Estadual
(FGDU) e Universidade em valorizar o esporte universitário como um dos
mecanismos importantes para a formação desportiva e cultural dos jovens. A
implementação desta política deve instituir o apoio e o compromisso com o
desencadeamento de uma profunda discussão com o DCE e CAs sobre a
reestruturação de Associações Atléticas em todos os cursos de graduação na
UFG.

d) Jogos Universitários Jogos Goianos (JUGs)

Um programa de desenvolvimento esportivo universitário precisa


interagir com as diversas formas de organização do esporte educacional, seja em

10
Versão atualizada em 23/05/2003

nível local, seja nacional. Estimular os Jovens atletas a participarem dos Jogos
Universitários Estaduais é garantir a continuidade do trabalho e oferecer
condições voltadas para a performance técnica do esporte nos grandes momentos
dedicados ao resultado/produto esportivo. Por isto, é importante que a
Universidade apóie, estimule e intervenha no desenvolvimento dos Jogos e nas
políticas de organização dos Jogos Universitários em nosso Estado. A situação
organizativa da FGDU hoje é precária e isto decorre principalmente da ausência
das Instituições de Ensino Superior nas discussões sobre os rumos a serem
tomados pelo Desporto Universitário.

e) Jogos Universitários Brasileiros (JUBs)

Em igual medida constata-se que o esporte universitário brasileiro


vem passando por uma grande crise, em particular decorrente da falta de apoio do
Governo Federal (MET e MEC) e, inclusive, sendo alvo de concepções
equivocadas sobre a diferença que deve existir entre Esporte Educacional
Universitário e esporte de rendimento e profissional. Na ânsia de se manterem
atuantes, as Organizações Universitárias vêm buscando a iniciativa privada como
forma de apoio e sobrevivência, concorrendo para que a lógica dos interesses
privados, baseados no mercado e no marketing, sobreponham aos interesses
públicos e sociais inerentes ao Esporte Educacional.

f) Festival de Cultura Corporal, Caminhada Ambiental, Mini—


maratona

Da mesma forma em que se deve instituir os Jogos Esportivos


Internos na UFG, é preciso que se desenvolva também outras atividades que
garantam a apreciação e o despertar para novas práticas corporais relacionadas à
expressão, linguagem e manifestações culturais ligadas ao corpo, às danças, às
corridas de ruas e às caminhadas ecológicas. O objetivo destes eventos é de abrir
novas oportunidades de participação de um grande contingente de pessoas da
universidade e da própria sociedade em momentos ímpares de integração, via
atividades esportivas, culturais de lazer no sentido de formar o gosto e novos
hábitos ligados à saúde e ao bem estar corporal e sociocultural da comunidade.

11
Versão atualizada em 23/05/2003

g) Programas de atividades corporais/ disciplinas acadêmicas

A Faculdade de Educação Física, objetivando socializar os


conhecimentos de que dispõe sobre a cultura corporal, deverá oferecer aos
estudantes universitários um conjunto de atividades sob a forma de disciplina de
conteúdos de ensino. Estas disciplinas devem ser registradas no DAA para efeito
de atividades especiais e ou complementares para qualquer curso de graduação
dentro da Universidade. O oferecimento das disciplinas ocorrerá nos horários de
maior demanda dentro da Universidade, inclusive em horários noturnos, podendo
ser realizadas tanto no Campus I como no Campus II. Ex: Esportes: ( natação,
voleibol, futebol); Danças (afro-brasileiras, contemporâneas, dança do ventre);
Lutas(Judô, Greco-romana, Capoeira..); Ginásticas (hidroginástica, ginástica
aeróbia, laboral )

h) Clube de Final de Semana

A FEF/UFG, instituição de natureza pública, educacional e social,


conhecedora de que grande parte de seus alunos não dispõe de condições (poder
aquisitivo) para freqüentar clubes e ou academias de ginástica nos finais de
semana mas que dispõe de espaços e equipamentos de esporte e lazer que
podem ser disponibilizados aos alunos e comunidade universitária para utilização
em finais de semana, propõe transformar as dependências da FEF, situada no
Campus II, em um pequeno clube de esporte-lazer de final de semana. A idéia
básica do Clube seria oferecer ao aluno regularmente matriculado, professores e
servidores, o direito de freqüentar a FEF nos finais de semana para usufruir dos
espaços e dos programas especiais a serem oferecidos nestes dias. A forma de
participação seria através de uma carteira magnética identificando o usuário.

i) Programa de caminhadas orientadas na UFG:

Não é necessário recorrermos à literatura científica para justificar


que a caminhada é uma das práticas corporais mais simples e eficientes para a
saúde do homem e, talvez, um dos exercícios a ser mais recomendado à
humanidade para o próximo milênio. Pelos dados obtidos em pesquisas
internacionais e mesmo locais, esta atividade está sendo utilizada por milhares de

12
Versão atualizada em 23/05/2003

pessoas em todo o mundo como um dos hábitos diários obrigatórios do seu


cotidiano. Além de uma atividade que contribui para a saúde, opção de lazer, de
descontração, de momento de reflexão e de bate-papo com amigos, do ponto de
vista orgânico, a caminhada promove uma série de ajustes internos do organismo
no sentido de promover a elevação do trabalho funcional e metabólico dos
diversos sistemas do corpo humano. Já no aspecto mental, a prática da
caminhada proporciona ao indivíduo uma aproximação com a natureza existente a
sua volta favorecendo, ao mesmo, um período ou momento de reflexão sobre
diversos aspectos do seu trabalho e de sua vida durante a realização da própria
atividade. Por outro lado ainda, a prática de caminhar leva, conseqüentemente, a
uma maior aproximação entre as pessoas, ampliando o ciclo de amizades, de
sociabilidade e de interação social.

5. DO FINANCIAMENTO DO PROGRAMA

1. Recursos originários da arrecadação de taxas da comissão de


seleção da UFG

O Programa deverá receber dotações percentuais das taxas de inscrição do


processo seletivo (Vestibular) numa proporção de 5% do montante
arrecadado a cada ano.

2. Recursos de fundos institucionais da UFG

A UFG deverá disponibilizar 3% de todo o fundo arrecadado provenientes


das taxas de matrículas e serviços prestadas pela UFG e Unidades
acadêmicas.

13
Versão atualizada em 23/05/2003

3. Recursos provenientes do Governo

O Ministério do Esporte e Ministério da Educação devem financiar a


manutenção e implementação de equipamentos de esporte e lazer dentro
da UFG como responsabilidade do Governo Federal em subsidiar o Esporte
Educacional Universitário.

4. Recursos provenientes de Parcerias e Patrocínios

A UFG deverá buscar apoio junto ao Estado, Município e iniciativa privada,


via convênios, para o financiamento de realização dos Jogos Universitários
Internos, Jogos Universitários Goianos e Jogos Brasileiros e para o
deslocamento das equipes que participarão dos Eventos.

5. A COORDENAÇÃO GERAL DA POLÍTICA DE ESPORTE E


LAZER NA UFG.

Caberá à Faculdade de Educação Física a coordenação, execução e


avaliação do deenvolvimento da Política de Esporte e Lazer da
UFG.

14

Você também pode gostar