Modelos éticos A felicidade é o alvo que orienta as ações

humanas.

Platão
Livro: Ética a Nicômaco
→ Sumo bem: bem a qual todos os outros
bem olham
→ Bens: buscados em si mesmo e em
detrimento de outras coisas
A felicidade é buscada por si mesma.
O bem é aquilo a que todas as coisas tendem
Cada pessoa pensa a felicidade de uma forma
● 3 tipos principais de vida:
1. A vida dos gozos
2. A vida política
3. A vida contemplativa
A atividade virtuosa deve agir bem.
→ A virtude (pode ser aprendida) se
● A virtude pode ser de duas espécies:
identifica com a sabedoria e o vício com a
1. Intelectual: gere e cresce devido ao
ignorância.
ensino;
→ Alcançar o bem se relaciona com a
2. Moral: adquirida em resultado do
capacidade de compreender o bem.
hábito

Aristóteles ● A alma possui três espécies de coisas:

1. Paixões: sentimentos acompanhados
de prazer ou dor;
2. Faculdades: as coisas em virtudes das
quais conseguimos sentir as paixões
3. Disposições de caráter: as coisas
referentes a qual nossa posição em
relação às paixões é boa ou má
A virtude, nesse caso, seria uma Disposição
de caráter
● A virtude moral seria um meio termo
Teoria da virtude: os princípios éticos entre dois vícios, um dos quais
estão determinados pelo caráter, ou envolve o excesso e o outro a
melhor, pelo caráter virtuoso de uma deficiência.
pessoa. ● Quanto mais felicidade um
● Ética teleológica:busca um fim comportamento traz, mais justo é
● Eudaimônica: o fim é identificado ● O ser humano tem a razão como
como felicidade função específica
 ● Para sermos felizes temos que usar as ● Viver de forma simples e sem
duas formas de racionalidade: pudores: como um cão
1. Uso ético da racionalidade ● Tudo que é natural pode ser feito em
2. Uso puro da razão público
→ A alma seria dividida em três dimensões: ● Buscava um novo modo de vida que
1. Racionalidade: específica do ser levasse à felicidade
humano
→ O pensamento moderno
2. Vegetativa: comum ao ser humano,
animais e plantas.
3. Sensitiva: capacidade de sentir,
Friedrich Nietzsche
perceber, ter emoções. Comum ao ser
humano e aos animais.
→ O comportamento nasce na parte sensitiva
da alma. Por exemplo: os vícios. Como em
excesso seria errado, um defeito, e não comer
também. É preciso achar o equilíbrio.
→ O caminho para o bem é a razão.

A ética helenista
Hedonismo: Modelo ético individualista
● Surge com Epicuro; Teoria antropológica de que dentro de nós
● Os prazeres do corpo são causa de há:
ansiedade e sofrimento, para que a ● Impulso apolíneo: moderação e
alma fique imperturbável é preciso autoconsciência
aprender a gozar os prazeres com ● Impulso dionisíaco: desmedida e
moderação legitimação da alteridade
● Desprezo por prazeres como honra, ● Não apresenta uma receita ética que
riqueza e poder seja a mesma para todas as pessoas,
● Epicuro dizia que a morte não cada um constrói o seu próprio
significa nada sistema. O bem e o mal cada um
Estoicismo: decide de acordo com o próprio
● Defesa do materialismo e negação da sistema relativista.
transcendência divina; ● É necessário recuperar essa parte
● Eliminar as paixões e não moderá-las; dionisíaca que ficou sufocada com o
● Panteísmo modelo ético aristotélico
Cinismo: Livro: Assim falou Zaratustra
● Diógenes → Zaratustra propõe que o homem encontre
o seu lugar no planeta de forma harmoniosa,
porém são livres para pecar ou para praticar
boas ações
● Crítica aos crentes que ficam aquém
da terra
● Nietzsche tem amor pela terra
(metáfora de vida, instintos etc)
● O corpo como fonte de vícios, não é
necessário reprimir
As exigências da corporeidade saem à tona,
não podemos sufocar os instintos, pois
acumulados dentro de nós trazem problemas
“O corpo é uma grande razão, uma
multiplicidade com um único sentido, uma
guerra e uma paz, um rebanho e um pastor.”
● A razão seria uma parte da alma: o
corpo é uma razão, na corporeidade
têm elementos racionais, que
precisamos respeitar.
● Na corporeidade temos exigências
múltiplas e que estão em guerra, o
indivíduo precisa achar o equilíbrio.
● Corpo como rebanho e pastor
● Sabedoria respeitada: debulhar palha
- a vida é cansativa, não temos que
nos apaixonar pela vida, olhar para o
além da vida.
→ Padres e pastores: homens de igreja, para o
filósofo, seria esse que olha para o além da
vida. Ele tinha antipatia por religiosos e
intelectuais. São vistos como mortos vivos,
pois renunciam as coisas do mundo. Isso,
para ele, é morte não vida.
● Razão e loucura são dicotomia;
● As coisas não são tão separadas e
dicotômicas como esperamos. Ex:
bem e mal, ing e iang.
● A ética certa seria a que leva a
felicidade
● Egoísmo ético:
● Egoísmo psicológico: ideia de que
não podemos nos comportar de
forma altruísta
● Não é necessário escolher entre o
altruísmo ou o egoísmo, é possível
achar um meio termo.
→ As concepções morais são elaboradas pelos
homens, a partir de interesses humanos. E as
religiões têm papel fundamental nisso, pois
impõem valores humanos como sendo
produtos da “vontade de Deus”. Ele chegou à
conclusão de que não existem noções
absolutas de bem e mal. Afinal, se os valores
morais são produto histórico-cultural, logo,
também são mutáveis.
→ A grande crítica de Nietzsche às éticas
socrática, kantiana e cristã, é a de que estas
são “morais de rebanho;
→ O conceito de ética universal coincide com
os preceitos de uma religião que tenta
controlar as paixões e assim, homogeneizar os
homens. A individualidade, tão valorizada
por Nietzsche, acaba sendo diluída no meio
do rebanho.
→ Nietzsche busca a “transmutação de todos
os valores”, questionando o conceito de bem
e mal em busca de novos valores “afirmativos
da vida”, como a vontade, a criatividade e o
sentimento estético.
“Todos os instintos que não se descarregam
para fora, voltam-se para dentro, isto é, o que
é chamado de interiorização do homem: é
assim que no homem cresce o que depois se
denomina alma”
Livro: Genealogia da Moral
→ Nietzsche considera que existem duas
classes:
 1. Senhores/nobres: indivíduo com uma
afirmação positiva em si mesmo (eu
sou bom, eu sou belo, eu sou forte).
Seriam os conquistadores, os
poderosos, os senhores. Não
dependem de nada e de ninguém para
sentirem-se felizes, somente de si
próprios
2. Escravos, onde a classe senhorial
subdivide-se em duas classes rivais: a
guerreira (dominante -cultua a
virtude do corpo) e a sacerdotal
(concebe o espírito): a moral do
ressentido, ou seja, para ser feliz
precisa comparar-se a outro sujeito
que lhe é diferente, que lhe é
superior. Forma-se uma negação de
valores, ou seja, de início, não é ele
que é bom, mas são os valores do
nobre que são maus (exercício do
pensamento ressentido), e desta
inversão de valores, e após negar a
bondade no nobre, o colocará como
mau, pois; “eu que sou inferior e
fraco é que sou bom”, ele que é forte
“é mau, pois me inferioriza”.
→ Ideal ascético: Imaginário do bom cristão
expressado pelo sacerdote cristão, apregoando
a negação de todas as vontades terrenas em
face de um Deus, para o encontro da salvação
futura. Para o filósofo, esta ideia contaminou
o homem e o levou a negação de si mesmo em
prol de uma recompensa futura
Immanuel Kant
Se pergunta se o nosso pensamento é
estimulado a partir de categorias inatas.
Dois tipos de pensamento:
1. Teórico: buscamos a verdade sobre
determinado assunto;
2. Prático: Busca onde fica o bem.
Antecipa um comportamento. É um
tipo de comportamento ético.
O que temos “a priori” do pensamento?
Ingleses: não existe nada. Todo processo
cognitivo começa por experiências sensíveis.
Ex: Adão não tinha nada, tudo foi
adicionado no input dele quando começou a
ver/ouvir etc.
Kant: Na cabeça de Adão há um programa
básico que condiciona a maneira de pensar.
Livre arbítrio existe ou não? Pergunta
impossível de encontrar uma resposta
científica.
- Se o mal não for uma escolha do
homem ele simplesmente existe e não
faz sentido falar de ética.
Condicionamentos a priori da razão
prática:
1. Existem máximas - subjetivas: regras não
compartilhadas por todos. Elementos
 que condicionam o nosso
pensamento. Ex: A pessoa X não
pode comer carne, logo se estiver
num restaurante isso vai ser levado
em conta para a escolha do prato.
2. Imperativos hipotéticos - objetivos, mas
condicionados: Não dependem de um
ambiente. É uma voz interna que
manda fazer uma determinada coisa
dependendo de um certo resultado.
Ex: Todos que acreditam no paraíso
agem de determinada forma.
Condicionados a agir de determinada
forma.
3. Imperativo categórico: absoluto.
Independente de objetivos. Atinge
todas as pessoas do mundo em
qualquer época. Nos condiciona a
agir conforme gostaríamos que o
outro agisse. Ex: traição, roubo etc.
Ninguém gostaria de viver num
mundo em que tudo isso fosse
permitido e comum. Obedecer tal
imperativo não leva, necessariamente,
a algo bom como, a felicidade, pelo
contrário.
● “Aja como se a máxima de tua ação
devesse tornar-se, através da tua
vontade, uma lei universal.”
● “Aja de tal maneira que uses a
humanidade, tanto na tua pessoa
como na pessoa do outro, sempre e
simultaneamente como fim e nunca
simplesmente como meio.”
Exemplo de imperativo categórico:
- Sócrates:
Todas as vezes que nos encontramos diante
de um raciocínio ético, dentro de nós tem
uma voz que nos sugere o caminho correto.
→ Uma obrigação que sentimos. Fazer o
certo porque é certo.
→ Agir dessa forma te faz adquirir o respeito
das pessoas.
→ Existe uma voz que ordena como devemos
fazer e o prêmio vem depois da vida.
● Sócrates: temos dentro de nós uma
sabedoria que pode ser “parida”, para
isso ele utiliza a técnica pedagógica de
fazer perguntas. Acusado de
corromper os jovens e a religião grega.
Condenado a morte e resolve não
fugir.
“As leis são muito mais que os cidadãos”. →
obedecê-las acima de tudo.
● A injustiça não pode ser utilizada
para compensar outra injustiça
Kant:
→ Precisamos buscar o certo e não o
prazeroso.
→ Obedecer às leis, mesmo que injustas.
● O critério para obedecer não pode ser
individual
● Ideia de força apolínea que sufoca o
corpo, que deseja viver.
● Nietzsche defende Sócrates como um
anti-grego
→ Formulações:
1. Agir conforme aquilo que queríamos
tornar uma lei universal;
2. Trate os outros como fim e nunca
como meio → desrespeitar as leis é
tratar como meio.
→ Consequências do imperativo categórico:
1. Consequência de que a presença do
imperativo categórico é um
fundamento para pensar a
 imortalidade da alma - já que não leva
à felicidade;
2. Questão de liberdade, do
livre-arbítrio: não é possível resolver
cientificamente
Se existe livre-arbítrio o nosso
comportamento é pré-determinado (dado o
passado e leis da natureza) = há só um futuro
possível
Determinismo X Kant
Determinismo: Conceito filosófico que
define que todos os fatos que acontecem no
presente são determinados por causas
anteriores, ou seja, tudo aquilo que acontece
ao homem ou no mundo é determinado por
acontecimentos passados e que podem ser de
caráter natural ou sobrenatural. Tudo no
universo está limitado e condicionado a leis
imutáveis, por isso toda e qualquer ação
humana é predeterminada pela natureza. As
ações humanas são também previsíveis, já que
são determinadas por acontecimentos
anteriores. No determinismo, a liberdade de
escolha e o livre arbítrio são meras ilusões
sustentadas e defendidas por algumas
correntes filosóficas.
Tipos de determinismo:
1. Pré-determinismo: Também
chamado de determinismo
mecanicista. Causas e efeitos estão
totalmente interligados. A
determinação encontra-se no passado
e gera uma cadeia causal capaz de
explicar completamente os
acontecimentos do universo, desde o
princípio.
2. Pós-determinismo: As causalidades
são determinadas por algum motivo
externo e futuro.
3. Co-determinismo: Os efeitos
podem interagir com outros efeitos,
assim o efeito de uma causa anterior
pode ser a causa de um novo efeito e
com isso gerar diversos níveis de
realidade distintos.O determinismo
aparece aqui no presente, no
momento de encontro entre os
efeitos e surgimento de novas causas.
O processo entre causa e efeito no
determinismo é, portanto, cíclico.
→ Determinismo é impulsionado por
comportamentos químicos e físicos, não é
possível NÃO ter.
→ Kant: liberdade como postulado do
imperativo categórico
→ Determinismo: Não existe livre-arbítrio.
Justiça retributiva e Justiça restaurativa
Retributiva: A pena é devida porque é
merecida. → se cometeu um crime precisa
pagar por ele
● Kant é retributivo - prender alguém
para segurança é tratar como meio;
tirar. → o criminoso precisa receber a
punição pelo que fez, do contrário e
tratá-lo como um animal
● Oferece dignidade → o ser humano é
livre para escolher → a ideia de
reabilitação significa manipulá-lo
● Impera na ideia dualista de cérebro e
espírito
Restaurativa: A ação criminal é
determinada, há causas que a tornam
inevitável → a sanção é para restaurar.
● Não existe ninguém fora da química,
genética, meio ambiente e
circunstâncias do momento
● Para Freud não temos controle de
inúmeros comportamentos que
ocorrem no inconsciente