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Juiz manda soltar 10 acusados de tráfico de drogas

porque prisão era ilegal – Segundo Almir Tajra,


busca e apreensão é atribuição da polícia civil e
não da PM
O juiz da 7ª Vara Criminal, Almir Abib Tajra Filho, determinou o relaxamento da
prisão das 10 pessoas presas, acusadas de tráfico de drogas, no dia 19 de
abril, pela Polícia Militar, durante a “Operação Tocha”, na Vila Jerusalém. Almir
mandou soltar os acusados porque a PM não tem competência para realizar
busca e apreensão, mesmo com autorização dada pelo juiz Antônio Lopes de
Oliveira, da 2º Vara da Infância e Adolescência.

“Fiquei muito constrangido em fazer isso, principalmente porque eu mesmo em


várias decisões condeno pessoas por tráfico de drogas. No entanto, nesse
caso eu não podia descumprir a lei. Se a operação fosse feita pela Polícia Civil,
não teria problema”, ressaltou o juiz. A “Operação Tocha” aconteceu na época
em que os policiais civis do Piauí estavam em greve. “Além disso, a PM tem
um trabalho ostensivo, e não investigativo, que é competência da Polícia
Judiciária”, frisou.

Entenda o caso

Dez pessoas acusadas de tráfico de drogas foram presas na Vila Jerusalém,


zona Sul de Teresina, no dia 19. As prisões aconteceram durante a “Operação
Tocha”, deflagrada pela Polícia Militar no início da manhã desta quinta-feira,
dando cumprimento a mandados de busca e apreensão. No total, 18 casas
foram vistoriadas, sendo encontrada grande quantidade de pedras de crack,
maconha e, provavelmente, até oxi.

No total, 105 homens participaram da operação, que contou com o reforço do


Batalhão de Operações Especiais (Bope), Rondas Ostensivas de Natureza
Especial (Rone), Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e Grupamento
Aéreo da Polícia Militar. Foram utilizados na ação 15 viaturas, 12 motocicletas
e um helicóptero. Três cães farejadores também colaboraram nas buscas.

O local vinha sendo investigado há cerca de dois meses, em decorrência das


inúmeras denúncias feitas por moradores da Vila Jerusalém sobre a venda de
drogas no local. A maioria das bocas de fumo foi encontrada na Rua
Esperança, que desemboca em um grotão, utilizado como ponto de fuga, onde
também foi feita uma varrição. A chegada da polícia intimidou a vizinhança.
Comércios também baixaram as portas. Um homem tentou fugir do cerco da
polícia, mas foi capturado logo em seguida.

De acordo com o comandante da operação, tenente-coronel Márcio Santos, as


pedras de crack encontradas estavam embaladas, prontas para o consumo.
Também foram encontradas duas balanças de precisão, dólares, mais de R$ 1
mil em cédulas de R$ 10 e de R$ 20, armas brancas e muitos celulares,
provavelmente furtados, além de diversos recipientes rasgados, com forte
cheiro de droga, o que indica que a distribuição deveria estar acontecendo
naquele momento.

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