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Da mesma forma que acontece no processo civil, nas ações trabalhistas também é
possível haver uma execução de um título executivo, na qual se objetiva o
recebimento de algum valor devido.
Nas execuções que são julgadas pela Justiça do Trabalho, existe uma modalidade de
recurso denominada agravo de petição, a qual pode ser utilizada quando houver uma
decisão no processo, desde que não seja interlocutória.
Por ser um recurso, ele busca reexaminar o que foi decidido na execução, seja para
alcançar uma reforma da decisão, sua invalidação ou o esclarecimento de algum de
seus termos.
Essa sentença, por sua vez, poderá fundamentar um processo de execução contra a
parte que perdeu a ação trabalhista, a fim de que a parte vencedora receba os valores
a ela devidos, caso não sejam espontaneamente pagos.
E ao final da execução também haverá uma decisão, sendo que esta é combatida por
um agravo de petição, no prazo de 8 dias, conforme o art. 897, alínea ‘a’, da CLT.
Prazo
O prazo previsto no caput do artigo 897 da CLT, para interposição do agravo de
petição, é de 8 dias.
Embora não explique no caput, a contagem do prazo é feita em dias úteis. Tal regra
está prevista no art. 775 da CLT, o qual foi incluído com a Reforma Trabalhista:
Art. 775. Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento.
Desta forma, não são incluídos na contagem os finais de semana (sábado e domingo) e
os feriados.
Caso uma das partes seja a Fazenda Pública, o MPT (Ministério Público do Trabalho) ou
a Defensoria Pública, o prazo para manifestações e interposição de recursos será
contado em dobro. Assim, no caso do agravo de petição, tais partes terão 16 dias úteis
para apresentá-lo.
Isso quer dizer que, ao interpor o recurso, a parte deverá delimitar quais aspectos
busca revisão e quais valores não concorda. Não pode, portanto, apenas recorrer de
forma genérica ou sem justificar o porquê de estar impugnando uma determinada
matéria ou valor.
Assim, se houver parte do valor sobre a qual não haja controvérsia, a parte poderá
requerer o levantamento do mesmo.
É o caso, por exemplo, da parte que não concorda com os valores de horas extras, mas
está de acordo com o valor referente às férias devidas, sendo que sobre este poderá
realizar o saque.
O mesmo entendimento está previsto na Instrução Normativa nº 20, XIII, do TST: “No
processo de execução, as custas não serão exigidas por ocasião do recurso, devendo
ser suportadas pelo executado ao final”.
Isso porque, como mencionado, a garantia do juízo (seja por meio de depósito recursal
ou penhora de bens) é, via de regra, oferecida na fase recursal do processo de
conhecimento, não sendo necessário repeti-la na execução trabalhista.
Entretanto, caso ainda não tenha havido a garantia do juízo, ela pode vir a ser
necessária para a interposição do agravo de petição.
Efeito devolutivo
Pela regra prevista no art. 899 da CLT, o agravo de petição terá efeito devolutivo.
Art. 899. Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito meramente
devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a execução provisória
até a penhora.
Assim, tudo aquilo que for impugnado será devolvido para reanálise do juízo
competente, de acordo com as razões e argumentos apresentados.
Se houver valor considerado incontroverso, ou seja, sobre o qual não recai dúvidas,
este não será submetido ao reexame, podendo acarretar o levantamento ou saque do
mesmo.
Efeito suspensivo
Diante do teor do art. 899 da CLT, nota-se que o efeito suspensivo não é a regra para
os recursos trabalhistas.
Entretanto, ele ainda assim poderá ser concedido nos agravos de petição, desde que
seja demonstrada a probabilidade de ocorrência de grave dano ou incerta reparação
para a parte.
E também:
Essas questões não são acobertadas pela preclusão e podem ser discutidas a qualquer
momento. Um exemplo de matéria de ordem pública é nos casos de ausência de
liquidez do título executivo.
Isso porque a garantia do juízo (seja por meio de depósito recursal ou penhora de
bens) é, via de regra, oferecida na fase recursal do processo de conhecimento, não
sendo necessário repeti-la na execução trabalhista.
Entretanto, caso ainda não tenha havido a garantia do juízo, ela pode vir a ser
necessária para a interposição do agravo de petição.
Conclusão
O agravo de petição é recurso necessário para combater decisões terminativas ou
definitivas proferidas na execução trabalhista.
Como visto, seu objetivo é discutir matérias e valores, de forma justificada, sendo que
aquilo que não for contemplado em seu bojo, será considerado incontroverso e
poderá ser levantado pela parte exequente.