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Deusas Nórdicas

Freya

Considerada a deusa Mãe da dinastia de Vanir na mitologia nórdica, Freya era


filha do deus do mar, Njord, e da deusa da terra, Nerthus. O seu nome possui
diversas representações (Freia, Freja, Froya) e muitas vezes é confundida com a
deusa Frigga.
Conhecida também como “a Senhora”, Freya era considerada a mais gloriosa e
brilhante das deusas nórdicas, regendo o amor, a fertilidade, a magia, a guerra e a
morte. Ela e seu irmão Frey, “o Senhor”, eram invocados para atrair a fertilidade e
a prosperidade das pessoas.
Freya era a deusa mais cultuada entre os nórdicos. Famosa por sua beleza
extraordinária e pelo poder de sedução, tinha formas exuberantes e se
apresentava sempre com os seios nus, usando o manto de penas de falcão e
inúmeras jóias de âmbar e ouro. De caráter arrebatador, teve diversos amantes.
Por esse motivo muitos a consideravam ardilosa e adúltera, pois se valia muitas
vezes do sexo para atingir seus objetivos.
Freya fazia parte das divindades mais antigas, Vanir, e foi cedida com o pai e o
irmão para o clã dos Aesir. Seu arquétipo se assemelha ao de deusas de outras
culturas. Sua ausência representava a chegada do inverno, como ocorria com
Perséfone. Como mestra nas artes da magia ela era semelhante à Hécate do
panteão grego. Existem também muitas semelhanças com os atributos de
Afrodite,como o amor e sensualidade.
De acordo com as lendas, Freya sobrevoava os campos de batalha na forma de
falcão ou usando um manto feito com suas penas, liderando as Valquírias
(condutoras das almas em combate).
De acordo com a tradição, Freya teria um colar mágico, Brisingamen, feito por
quatro gnomos ferreiros, em troca de seus favores sexuais. O deus Odin, com
inveja dos poderes do colar, ordenou que Loki o roubasse. O deus se transformou
em uma pulga e mordeu o pescoço da deusa, que acabou soltando o colar ao se
coçar. Nessa ocasião Loki roubou o colar e o entregou a Odin. Para reavê-lo
Freya foi obrigada a fazer algumas concessões para Odin com referência à
disputa dos ganhadores das batalhas que ocorriam, pois cada um dos deuses
sempre desejava a vitória para os seus protegidos.
Freya se manifestava também como “a Fiandeira”, aquela que tece o destino e
protetora dos animais domésticos. Era a senhora da magia, das profecias e das
práticas xamânicas. Suas sacedotisas eram as völkas e serdhkonas.

Frigga

Frigga era a deusa mãe da dinastia do Aesir, esposa de Odin e representa a


fertilidade, o amor, a união. Era a protetora da família, das mães e das donas de
casa.
O seu nome pode ser traduzido como amor ou o ato de estar apaixonado.
Filha da deusa da terra, Fjorgyn, e irmã de Thor, Frigga herdou de sua mãe a
sabedoria e as qualidades telúricas.Como deusa celeste, observava de seu trono
tudo o que ocorria no mundo e compartilhava suas visões com seu esposo, Odin.
Ela vivia em seu castelo Fensalir (os salões dos mares), com 12 deusas auxiliares.
Considerada a Grande Mãe nórdica , Frigga podia também ser vista através dos
aspectos de suas 12 deusas.
Retratada como uma mulher madura e muito bonita, possuía cabelos longos
prateados que formavam tranças com fios de ouro. Usava sempre um manto azul
bordado, um vestido de penas de falcão e gavião, muitas jóias e carregava
sempre um molho de chaves em seu cinturão.
De acordo com as lendas Frigga tecia com seu fuso de ouro as nuvens e o fio do
destino que ela entregava aos cuidados das Nornas. Algumas histórias relatam a
competição de Frigga com as amantes de Odin. Porém como possuía o dom da
profecia, ela acompanhava as aventuras do esposo com condescendência, sem
jamais se vingar.
Como deusa ela possuía diversos aspectos. No juvenil era a deusa da primavera,
no maternal era padroeira do casamento e do lar. Sua manifestação guerreira era
Val-Fria, a “senhora dos campos de batalha”, que acompanhava o espírito dos
guerreiros ao seu local de repouso. Como anciã, Frigga era a padroeira do tempo.
Segundo as tradições ela teria dado o linho como presente à humanidade e
ensinou as mulheres a fiarem, por isso geralmente é representava fiando tecidos
ou girando as nuvens.
A lenda mais famosa sobre Frigga conta que teve um sonho profético onde
visualizou a morte de seu querido filho Balder. Preocupada, correu o mundo
pedindo a todos a proteção e a promessa de nunca o prejudicarem. Os deuses
inventaram então um jogo em que atiravam diversas coisas a Balder, que nunca o
feriam. Loki, no entanto, construiu um dardo com um visco que não prometera
nada a Frigga, para brincar com Balder. O dardo maligno ao atingir o deus o
matou. Apesar de ter o filho morto, Frigga tentou alterar o destino, tentando
sempre tirar o filho do mundo dos mortos.

Gna

Gna era uma deusa conhecida como a Mensageira de Frigga. Sua grande missão
era relatar a ela tudo o que ocorria nos Nove Mundos. Cavalgando num cavalo
alado, ela conseguia observar a terra e o mar. O seu nome significava mulher,
ascensão, e derivava da palavra ganaha, abundância.
Simbolizava a viagem astral, desdobramento e meditação. De acordo com as
lendas ela auxiliava os casais que desejavam ter filhos levando seus pedidos a
Frigga. Em seguida jogava uma maçã no colo do marido que devia comê-la com a
esposa, seguindo um determinado ritual.
Representando o poder da oração que alcança a Deusa, Gan transmitia aa
humanidade de Frigga. Sua característica mais sutil era a liberdade interior que
poderia ser alcançada por todos os que se elevassem acima dos limites mentais.

Nerthus

Dentro do panteão nórdico Nerthus era a Mãe Terra, conhecida também como
Erda, Erce, Ertha. Mãe de Freya e Frey, era esposa de Njord, o deus do Mar.
Protetora do plantio e da colheita, vivia em uma ilha do Mar do Norte, de onde saia
uma vez por ano para pacificar a terra. Nessa ocasião estava sempre coberta por
véus em uma carruagem puxada por bois.
Representando a paz e a harmonia entre as pessoas, nenhuma arma ou qualquer
objeto de ferro poderia ser introduzido em seus templos. Em sua honra se
realizavam procissões anuais, quando as batalhas eram suspensas para a
comemoração da paz e da colheita.
Segundo a tradição uma vez por ano suas estátuas eram lavadas no mar e os
escravos que as banhavam eram mortos, pois nenhum mortal poderia sobreviver
após ver o rosto da deusa.

Nott

Nott era conhecida como a Senhora da Noite que percorria o céu durante a noite
numa carruagem ornamentada com pedras preciosas, conduzida por um cavalo
negro conhecido como “Crina de Gelo”. De acordo com as lendas sempre que ele
espumava ou sacudia sua crina, formava o orvalho e a geada,
Retratada como uma mulher madura, com pele e trajes escuros, Nott teve três
maridos: Delling (alvorada), Anar ( água) e Naglfari (crepúsculo). Devido a sua
pele escura, diferente da raça ariana, Nott era a protetora dos menos favorecidos
pelo destino, dos fracos e das minorias. Sua sabedoria inspirava a aceitação de
todos com suas diferenças (raça, sexo, idade ou posição social).
O seu arquétipo pode ser o de uma avó bondosa que ensinava o respeito e o
amor pelos outros. Ela era invocada pelos artistas que precisavam de inspiração e
pelos magos que necessitavam desvendar e compreender os mistérios da vida.

Ran

Deusa nórdica do mar, Ran era reverenciada por seu poder mágico e profético.
Esposa do deus Aegir, teve nove filhas, chamadas as Donzelas das Ondas. Da
mesma forma que as filhas ela podia aparecer em forma de sereia. Durante o
inverno elas assumiam a forma de mulheres para seduzir os pescadores em torno
das fogueiras. Segundo a tradição, elas dormiam com eles e em seguida os
abandonavam. Apaixonados, os pescadores definhavam até a morte pela
saudade.
Ran era descrita como uma mulher bonita e forte. Seus cabelos eram algas
marinhas. Usava sempre colares de ouro e carregava em uma das mãos o leme
de um barco. Com a outra mão recolhia do mar os afogados com sua rede
mágica. Se os mortos carregassem ouro consigo obtinham privilégios da deusa,
por isso os marinheiros sempre carregavam moedas ou pepitas de ouro para
agradar Ran , no caso de morrerem afogados.
Para muitos marinheiros ela era uma deusa maligna que podia arrastá-los para o
fundo do mar e considerada portanto a Senhora da Morte.

Saga
A Mãe da Sabedoria, Saga, era considerada como um dos aspectos da deusa
Frigga, por ter feito parte da constelação das doze deusas. Acredita-se que ela
fazia parte do grupo de divindades nórdicas muito antigas, anterior ao Vanir e
Easir. Ela personificava a passagem do tempo e vivia às margens de uma
cachoeira no palácio Sollvabeck. Àqueles que a procuravam desejando inspiração
e sabedoria ela ofertava a água cristalina dos tempos e eventos.
De acordo com as lendas, Odin sempre ia visitá-la para trocar conhecimentos e
histórias além de ouvir suas canções sobre os tempos na antiguidade.
A palavra Saga significa, conto, lenda e história. Quando as histórias deixaram de
ser contadas devido ao cristianismo elas foram reescritas. Os primeiros relatos
escritos se tornaram conhecidos como sagas.
O seu arquétipo é o das mulheres idosas e sábias, contadoras de histórias.
Invocava-se Saga para compreender o passado. Representava os poetas,
escritores, historiadores, antropólogos, educadores.

Valquírias

Dentro da mitologia nórdica as Valquírias eram consideradas deidades servas de


Odin, e também em muitas lendas eram apontadas como suas filhas. O termo
“valquíria” pode ser associado à “morte em batalha”.
Retratadas como mulheres belas, louras, de olhos claros que montavam cavalos
alados, as Valquírias, armadas com lanças e elmos, sobrevoavam os campos de
batalha recolhendo os guerreiros mortos que levariam para Valhala (salão de
Odin). Esses guerreiros, conhecidos como os Einherjar, eram os escolhidos para
lutar ao lado dos deuses no Ragnarok (Crepúsculo dos Deuses), o tempo em que
todos seriam destruídos.
As Valquírias tinham ainda a função de servir o hidromel em chifres ou taças para
os Einherjar. De acordo com a tradição eram nove as deidades: Gerhilde,
Helmwige, Ortlinde, Waltraute, Rossweisse, Siegrune, Grimgerde, Schwertleite e
Brünnhilde ( favorita de Odin).

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