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CIÊNCIAS DOS MATERIAIS

MCM
TRANSFORMAÇÃO DE FASES
DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO
DIAGRAMA Fe-C
ENGENHARIA MECÂNICA
E DE MATERIAIS

MARCELINO PEREIRA DO NASCIMENTO


DEFINIÇÕES E CONCEITOS BÁSICOS
COMPONENTES: metais puros e/ou componentes que formam uma liga
(e.g. liga Cu-Zn);
SISTEMA: série de possíveis ligas consistindo dos mesmos componentes,
mas sem relação à composição das ligas (e.g., sistema Fe-C);
SOLUÇÃO SÓLIDA: consiste de átomos de ao menos dois diferentes tipos.
Os átomos do soluto ocupam posições ou substitucionais ou intersticiais
na rede do solvente, sem que a estrutura cristalina deste seja alterada;
LIMITE DE SOLUBILIDADE:
máxima concentração de átomos
de soluto que podem dissolver no
solvente para formar um sólido
numa temperatura específica (e.g.
água e açúcar - C12H22O11–H2O);

FASE: porção homogênea de um


sistema (sólida, líquida ou gasosa,
ou solução destes) e que tem
características físicas e químicas
uniformes.
DEFINIÇÕES E CONCEITOS BÁSICOS
FASES: Quando duas fases estão presentes em um sistema, não é necessário que haja
diferenças em ambas as propriedades físicas e químicas, mas basta uma disparidade em
alguma outra propriedade (e.g. água e gelo). Da mesma forma, se uma substância puder
existir em duas ou mais formas alotrópicas (polifórmicas), a cada uma corresponderá
uma fase separadamente (e.g. CCC e CFC).

Sistema homogêneo: uma única fase;


Sistema heterogêneo: mistura de fases.

Na interface entre fases haverá uma descontínua e abrupta mudança nas características
físicas e químicas;

MICROESTRUTURA: Em ligas metálicas, microestrutura é caracterizada pelo número e


pela proporção de fases presentes e a forma em que estão distribuídas e arranjadas. A
microestrutura de uma liga depende de variáveis como: elementos de liga presentes, sua
concentração e o tratamento térmico da liga (temperatura, tempo de permanência à
temperatura e a taxa de resfriamento à temperatura ambiente);

ENERGIA LIVRE (EQUILÍBRIO DE FASES): definido como a energia interna de um


sistema e a desordem dos átomos ou das moléculas (entalpia). Isto é: um sistema estará
em equilíbrio se sua energia livre for mínima numa dada composição de temperatura e
pressão (reportar-se ao diagrama “água e açúcar”). Macroscopicamente significa dizer
que as características do sistema não muda com o tempo. Em sistemas sólidos, o estado
de equilíbrio nunca é completamente alcançado por tratar-se de um processo
extremamente lento. Tal estado é dito ser “metaestável” e pode persistir indefinidamente.
DEFINIÇÕES E CONCEITOS BÁSICOS
DIAGRAMA DE FASES
Diagrama de equilíbrio de fases representa a relação entre a temperatura, a
composição e a quantidade de fases em equilíbrio.
SISTEMA BINÁRIO Cu-Ni
(ISOMORFO)
FASES PRESENTES.
PONTO A (fase α) à 1100oC:
60 wt% Ni–40 wt% Cu;

PONTO B (fase α + L) à 1250oC:


35 wt% Ni–65 wt% Cu;

COMPOSIÇÃO DAS FASES:


PONTO A (fase α) à 1100oC:
60 wt% Ni–40 wt% Cu;

FRAÇÃO DAS FASES PRESENTES.


PONTO A (fase α):

100% α
DIAGRAMA DE FASES
SISTEMA BINÁRIO Cu-Ni (ISOMORFO)
COMPOSIÇÃO DAS FASES:
PONTO B (fase α + L) à 1250oC
FASE LÍQUIDA (CL):
31.5 wt% Ni–68.5 wt% Cu

SOLUÇÃO SÓLIDA (Cα ):


42.5 wt% Ni–57.5 wt% Cu

FRAÇÃO DAS FASES PRESENTES.


PONTO B (fase L) à 1250oC.
Em relação ao Ni:

ou

REGRA DA BALANÇA
(OU REGRA DA BALANÇA INVERTIDA)
DIAGRAMA DE FASES
SISTEMA BINÁRIO Cu-Ni (ISOMORFO)
FRAÇÃO DAS FASES PRESENTES.
PONTO B (fase/solução α) à 1250oC:

Similarmente:

O mesmo procedimento é empregado para


determinação da porcentagem de Cobre.

REGRA DA BALANÇA (OU REGRA DA BALANÇA INVERTIDA)


DIAGRAMA DE FASES
LIGAS ISOMÓRFAS – ENDURECIMENTO POR SOLUÇÃO
SÓLIDA
Em um sistema isomorfo cujas ligas apresentam o mesmo tamanho de grão,
as propriedades mecânicas são afetadas pela composição de cada
componente na liga.

Este efeito é conhecido como “Endurecimento por Solução Sólida” e se caracteriza


pelo aumento da resistência mecânica e dureza com a adição do outro elemento na
liga. O aumento da resistência mecânica, contudo, diminui a ductilidade.
DIAGRAMA DE FASES
SISTEMA EUTÉTICO BINÁRIO
Nesta condição, o diagrama apresenta três fases: α, β e Líquido.

Sistema cobre-prata.
DIAGRAMA DE FASES
DESIGNAÇÕES:
CIÊNCIAS DOS MATERIAIS

MCM
DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO
DAS LIGAS FERRO-CARBONO (Fe-C)
ENGENHARIA MECÂNICA
E DE MATERIAIS

MARCELINO PEREIRA DO NASCIMENTO


DEFINIÇÕES E IMPORTÂNCIA
O diagrama de equilíbrio Fe-C é o ponto de partida para o estudo da
constituição e estrutura de qualquer aço ou ferro fundido;

Constituí-se, portanto, numa sólida base sobre a qual se desenvolve o


conhecimento dos aços-carbono e aços-ligados, na sua imensa
variedade;

Representa, na realidade, o equilíbrio metaestável, pois o verdadeiro


equilíbrio estabelece-se entre o ferro e a grafita. Considera-se apenas o
equilíbrio metaestável entre o ferro e o carboneto de ferro (cementita);

É obtido experimentalmente por pontos e apresenta as temperaturas em


que ocorrem as diversas transformações das ligas Fe-C;

Adicionalmente, embora sua configuração permaneça inalterada, seus


principais “pontos”sofrem os efeitos de variáveis como a velocidade de
esfriamento /aquecimento e elementos de liga;

O diagrama ferro - carbono é fundamental para facilitar a compreensão


sobre o que ocorre com as ligas ferrosas quando submetidas a operações
de tratamento térmico, que modificam suas propriedades
mecânicas para aplicações sob as mais variadas condições de serviço.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Os metais formam três importantes retículos cristalinos

CCC CFC HEXAGONAL COMPACTO

GRÃOS CRISTALINOS AÇO DE BAIXO TEOR DE CARBONO


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

ALOTROPIA DO FERRO
*ALOTROPIA: é um fenômeno químico que consiste em poder
um elemento químico cristalizar-se em mais de um sistema
cristalino e ter por isso diferentes propriedades físicas.

SOLUBILIDADE: Capacidade do ferro de absorver maior


quantidade de carbono devido ao fenômeno da alotropia;

*FENÔMENO DE CRISTALIZAÇÃO: é o fenômeno em que as


“células unitárias” se reúnem para formar uma rede cristalina ou
retículo cristalino.

*CÉLULA UNITÁRIA: é o agrupamento dos átomos metálicos


que procuram ocupar posições definidas e ordenadas que se
repetem em três dimensões formando uma figura geométrica
regular.
ALOTROPIA OU POLIFORMISMO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
FASES/CONSTITUÍNTES DA LIGA
FERRO - CARBONO
*FERRITA:
Solução sólida de carbono em ferro alfa (Feα);

*AUSTENITA:
Solução sólida de carbono em ferro gama (Feγ );

*PERLITA:
Solução sólida de cementita (Fe3C) em ferro alfa (Feα);

LEDEBURITA:
Solução sólida de cementita (Fe3C) em ferro gama (Feγ );
O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C

AÇOS EUTETÓIDES
O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C
Aço eutetóide → aço com teor de carbono de 0,77% em peso.
Reação eutetóide: Austenita → ferrita + cementita
Obs.: Esta transformação acontece na temperatura de 727oC, sendo que esta
temperatura será mantida até que toda a transformação aconteça (e.g. a água
fervente).
Reação eutetóide → processamento lento → depende da difusão dos átomos
de carbono para que as novas fases sejam formadas.

Transformação da austenita em ferrita e cementita.

Microestrutura representando a perlita. As


lamelas claras são compostas por ferrita e
Microestrutura perlítica como pode ser vista nos as escuras são compostas por cementita.
aços resfriados lentamente.
O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C
AÇOS EUTETÓIDES

Com o resfriamento do campo austenítico até 727oC, a austenita torna-se


instável, devendo haver uma transformação.

Esta transformação é motivada (força motriz) pela alotropia do ferro puro que
exige a mudança de estrutura cristalina, isto é, a austenita não pode existir
abaixo de 727oC (transformação alotrópica CFC para CCC).

Contudo → ferrita não pode acomodar carbono no seu reticulado (pequenos


interstícios). Assim, o carbono será “expulso” e formará a cementita (limite
de solubilidade).

Final da transformação → estrutura do aço será formada por lamelas


intercaladas de ferrita e cementita, estrutura essa que recebe o nome de
Perlita.

Características mecânicas finais → aço eutetóide é um aço de boa resistência


mecânica e boa resistência ao desgaste, com algum sacrifício de ductilidade
e tenacidade.
O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C
AÇOS HIPO-EUTETÓIDES Transformações:
1. Primeiramente, ocorre:
austenita → ferrita +
austenita. Ocorre, então, a
formação da ferrita pró-
eutetóide. Parta esta faixa
de concentração de
carbono, a alotropia do
ferro exige que parte da
austenita transforme-se em
ferrita. O carbono vai
sendo expulso a medida
que a ferrita vai se
formando, sendo
acomodado pela austenita,
a qual vai se enriquecendo
em carbono.
2. 2. A 727oC, o restante da
austenita transforma-se em
perlita, de forma que a
microestrutura final é
Características mecânicas finais → Dureza e resistência composta (para 0,2%C) por
mecânica inferiores ao aço eutetóide, mas uma maior 75% de ferrita pró-eutetóide
ductilidade e tenacidade. e 25% de perlita.
O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C

AÇOS HIPO-EUTETÓIDES
O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C
AÇOS HIPER-EUTETÓIDES
Teor de carbono > 0,77% em
peso de C

Resfriamento do campo
austenítico → formação de
cementita em contorno de grão.

Formação da cementita →
austenita vai perdendo carbono
até alcançar a composição
eutetóide e, então, acontece a
reação eutetóide.

0,8%C → fabricação de trilhos


ferroviários. Aço com alta
dureza e resistência ao
desgaste.

Microestrutura final →
cementita + perlita
O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C

AÇOS HIPER-EUTETÓIDES
O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C
REGRA DA ALAVANCA
Sabe-se as fases que estão em equilíbrio, mas em que
quantidade???
Solução:

Aço com 0,2%C a 727oC:

(0,77 − 0,2) ou 76,5% de


% ferrita = = 0,765 ferrita
(0,77 − 0,025)
Aço com 1%C a 727oC:

(6,67 − 1) ou 96,1%
% perlita = = 0,961
(6,67 − 0,77) de perlita
O DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO Fe-C

CONSTITUÍNTE MARTENSITA

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