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ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO COMO FATOR

ESTRATÉGICO PARA O DESEMPENHO DA EMPRESA BETA LOJA


DE CONVENIÊNCIA LTDA

Resumo
Com o intuito de estudar dinâmica da gestão de micro e pequenas empresas, esta pesquisa
teve como objetivo mostrar a importância da gestão do capital de giro para o desenvolvimento
das mesmas, dado que o capital de giro tem como objetivo o financiamento das atividades
operacionais de curto prazo e grande relevância na subsistência dessas empresas. O interesse
dos pesquisadores se deu pela importância que a administração do capital de giro tem para o
bom funcionamento das micro e pequenas empresas e pelo fascínio dos mesmos pelo assunto.
As pequenas empresas de um modo geral vêm sofrendo por não adotarem conhecimento da
sua real situação financeira. Isto só acontece devido à falta de controle interno, de
profissionais qualificados e habilitados para fazer um planejamento e controle adequado. Este
foi um relatório realizado na Beta Loja de Conveniência Ltda., comércio varejista, localizada
na cidade de Artur Nogueira - SP, onde a área de Gestão Financeira tem relevante importância
para o bom funcionamento da empresa. Foram explorados alguns conceitos relacionados ao
tema, mostrando de forma simples e objetiva a situação de como a empresa vem atuando no
mercado, pois hoje em dia é uma preocupação muito grande, porque o mercado está acelerado
e quem não acompanhar ficará para trás e não terá um controle definido. Com base em
entrevistas com os gestores e uma pesquisa documental constatou-se que a empresa tem
várias deficiências, pois foram verificados alguns pontos fracos relativas à liquidez da mesma,
sendo sugeridas formas de mudanças e de viabilidade dos mesmos. Espera-se assim que esta
pesquisa contribua para empresa analisar melhor a forma de administrar o capital de giro.

Palavras-chave: capital de giro, curto prazo, gestão financeira, controle.

1 INTRODUÇÃO

O capital de giro, também conhecido como capital circulante possui uma relevante
participação do desempenho operacional da empresa, sendo que uma má administração deste
recurso pode ocasionar sérios danos às finanças da organização. O termo “giro” refere-se aos
recursos de curto prazo, (recursos circulantes) que podem ser transformados em caixa em um
curto espaço de tempo, ou seja, em até um ano.
O capital de giro é composto por ativos e passivos circulantes, ou seja, ativos e
passivos correntes. Pode-se classificar como ativo circulante: estoques, duplicatas a receber,
disponibilidades. O passivo circulante pode ser classificado em dois grupos, o passivo
operacional, que abrange salários a pagar, encargos sociais, impostos a recolher e obrigações
provisionadas, e o passivo financeiro, onde se encontram os empréstimos bancários,
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fornecedores, obrigações a pagar.
Segundo Vieira (2005, p. 33):
Os ativos circulantes são ativos (bens e direitos) que se espera sejam convertidos em
dinheiro no prazo de até um ano, enquanto os passivos circulantes são passivos
(obrigações) que se espera sejam exigidos também no prazo de um ano. São contas
que contêm elementos essenciais para a viabilidade das atividades operacionais.

Como supracitado é de extrema importância para a sobrevivência de uma pequena


empresa uma administração de capital de giro eficaz. Este artigo em consonância com o que
fora até agora apresentado tem por foco estudar a importância da Gestão de Capital de Giro
como fator estratégico para o desenvolvimento e resultado das empresas.
O tema proposto surgiu a partir da inquietação dos pesquisadores dada a problemática
encontrada envolvendo a administração do capital de giro em uma empresa situada no
município de Artur Nogueira. Parece haver pouco entendimento da alta administração da
empresa com relação a técnicas de administração do capital de giro, fato que surge como
principal causador da tomada de capital de terceiros.
A partir dessa problemática, pretende-se estudar e entender como a importância da
administração do capital de giro como fator estratégico para o desenvolvimento das pequenas
e médias empresas. Por questões éticas o nome da empresa em estudo será omitido, portanto,
em todo o decorrer deste artigo, o objeto de estudo será citado como Beta Loja de
Conveniência Ltda.
A Beta Loja de Conveniência Ltda. tem como principal atividade econômica o
comércio varejista de produtos alimentícios no município de Artur Nogueira, interior do
estado de São Paulo. Há quase quatro anos no comércio nogueirense, emprega
aproximadamente oito funcionários, sendo de extrema importância para a subsistência destes
e seus familiares.
A área financeira da empresa, foco deste artigo, tem como responsáveis, Sr. X, gerente
geral, e Sr. Y, sócio proprietário, gestores da empresa desde sua abertura. Os responsáveis
supracitados não fazem uso consciente de técnicas acadêmicas para gestão da empresa, e nem
de consultoria terceirizada adequada para melhor gestão do capital investido.
Verifica-se na empresa uma deficiência na administração do giro que acaba gerando
uma constante necessidade de financiamento complementar, proveniente de capital de
terceiros, causando uma grande despesa financeira para a empresa, decorrente de juros e
encargos sobre dividas.

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Diante de tal situação problemática, o objetivo deste artigo é entender a importância da
administração do capital de giro para o desempenho da empresa Beta Loja de Conveniência
Ltda.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Capital de Giro

O capital de giro é um recurso bem variado onde pode ser encontrado de diversas
formas, temos como natureza do capital de giro: o “ativo circulante e o passivo circulante”.
Dentro do ativo circulante encontramos o disponível, estoque, contas a receber. Por sua vez, o
passivo circulante pode se dividido em dois grupos, o passivo de funcionamento, onde
encontramos salário a pagar, encargos sociais, imposto a recolher e obrigações provisionadas,
e o passivo de financiamento, este pode ser classificado em empréstimos bancários, duplicatas
a receber e fornecedores a pagar.
O capital circulante no passivo torna-se importante para a empresa, pois, é através dele
que a empresa obtém prazos para pagamentos de suas obrigações, fazendo com que a mesma
continua produzindo e vendendo sem um desembolso imediato, ou seja, sendo necessário para
que a empresa possa financiar suas necessidades operacionais até que seja realizada a venda
das mercadorias e o seu recebimento das mesmas.
Segundo Santos (2001, pg. 15) grande parte do tempo do gestor financeiro é destinada
à solução de problemas de capital de giro, como financiamento de estoques, gerenciamento da
inadimplência de clientes e gerenciamento das insuficiências do caixa. Tais problemas podem
ser diminuídos ou até mesmo evitados por meio de uma administração de capital de giro que
tenha como foco a prevenção de transtornos.

2.1.1 Ativo Circulante

Segundo Assaf Neto e Silva (2002) uma das características do ativo circulante está na
freqüência em que decorrem as mutações em seus elementos, ou seja, as atividades da
empresa transformam estoques de matérias-primas em estoques de produtos acabados; as
vendas a prazo convertem estoques de produtos acabados em duplicatas a receber; sendo que
estas somente se transformarão em caixa após a concretização da cobrança, podendo nesta

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fase ocorrer atrasos e perdas por falta de pagamentos. Ou ainda temos as vendas à vista que na
visão da empresa é melhor, pois o índice de inadimplência é zero. Para entender melhor este
recurso será apresentado cada elemento deste capital de giro circulante.

2.1.2 Administração de valores a receber

No ativo circulante a administração de duplicatas a receber tem um papel destacado,


pois é necessário que os administradores financeiros desenvolvam técnicas para não
prejudicar as futuras negociações, Deve ser levada em consideração que vender a prazo
implica em conceder créditos para os clientes, e que essa transação possui riscos, como,
atrasos nos pagamentos e a inadimplência afetando diretamente no giro da empresa. Por isso
deve ser analisado cuidadosamente para quem vender? O quanto vender? E em que condições
vender?
Segundo Assaf Neto e Silva (2002, pg. 107) vender a prazo significa assumir riscos
que não existem na venda à vista, sendo elas: análise com potencial de crédito aos clientes;
despesas com cobranças de duplicas; inadimplência; perda de poder aquisitivo de valor dos
créditos. Em decorrer destas transações os custos acabam sendo elevados.
Para Santos (2001, pg. 37) existe ainda um oferecimento de descontos por pagamentos
antecipados, para criar um estímulo aos clientes em pagar antecipadamente, com isso o risco
de inadimplência cairá. E por conseqüência empresa perde, pois está reduzindo suas receitas,
porém esses descontos se tornam atrativos para novos clientes e assim obter lucro com o
aumento de vendas.

2.1.3 Administração financeira de estoques

Segundo Assaf Neto e Silva (2002, pg. 159), a administração de estoques é uns dos
fatores que possui uma maior aplicabilidade na administração financeira, onde a mesma pode
ser vista de dois ângulos diferentes. O primeiro pode ser visto nos investimentos realizados na
empresa na compra de matéria-prima para a utilização da fábrica, onde a falta da mesma pode
ocasionar em atrasos nas entregas, ou ainda a impossibilidade de se atender um pedido de
última hora realizado por um cliente.
O outro ponto de vista está relacionado com o just in time (o tempo entre a compra da
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matéria-prima e a entrega da mesma no seu estado final ao cliente), ou seja, com um número
elevado nos estoques fica difícil descobrir qual é o gargalo da fábrica, e ainda há uma
diminuição do custo de estocagem.
Segundo Assaf Neto e Silva (2002. p.160):
Analisando as vantagens de possuir estoques, deve-se compará-las com seus custos
para decidir quanto deve ter de estoques e quando deve solicitar a reposição dos
produtos que estão sendo vendidos ou consumidos no processo de produção. A
decisão de quando e quanto comprar é uma das mais importantes a serem tomadas
na gestão de estoques.

Verifica-se a necessidade de saber qual é a melhor administração de estoques para a


empresa em que se atua, ou seja, na administração de qualquer organização deve-se conhecer
qual o giro do estoque para que não haja desperdício na estocagem, e nem a falta de matéria
prima para a produção.

2.1.4 Disponível

De acordo com Assaf Neto e Silva (2002) o disponível é o ativo que possui maior
liquidez na empresa, mas também a que possui menor rentabilidade para ela. O administrador
financeiro tem como maior preocupação manter o menor montante possível nesse tipo de
ativo. Pode-se acrescentar ainda que se os níveis mantidos forem muitos baixos poderá ter um
comprometimento maior da capacidade de solvência da empresa, e se analisarmos ao
contrário o grande volume de caixa poderá prejudicar a rentabilidade da mesma.
A administração deste recurso está em buscar uma perfeita harmonia entre os dois
pontos. Visando essa harmonia é necessário que o administrador conheça exatamente qual é o
seu ciclo operacional e o seu clico financeiro, e ainda o ciclo econômico.
Entretanto, deve-se ter a atenção voltada para tal ativo, tendo sempre recursos
disponíveis no momento que for necessário um desembolso de caixa, tendo uma liquidez
garantida que possa dar sustentação garantida às atividades operacionais da empresa.

2.1.5 Passivo Circulante

De acordo com Assaf Neto e Silva (2002, pg. 63) o passivo circulante financeiro inclui
as obrigações da empresa junto às instituições financeiras e outras obrigações que também
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não apresentam nenhuma vinculação direta com sua atividade operacional.
Braga (1998, pg. 82) acrescenta que os passivos circulantes podem ser classificados
em duas categorias: passivos de funcionamento e passivos de financiamento.
Segundo Braga (1998, pg. 82):
Os passivos circulantes de funcionamento são constituídos por fontes não onerosas
de recursos geradas espontaneamente pelas atividades operacionais, tais como:
salários a pagar, encargos sociais e impostos a recolher, obrigações provisionarias
etc.
Os passivos de financiamento são fontes onerosas de recursos por envolverem
encargos financeiros. Exemplos: empréstimos bancários e duplicatas descontadas
(aqui reclassificadas do ativo circulante pra o passivo circulante).

Mudanças que venham a ocorrer no volume de atividade ou nas fases operacionais não
repercutem diretamente sobre o passivo financeiro; estas variações refletem basicamente
sobre os elementos cíclicos (ativos e passivos).
Assaf Neto e Silva (2002. pg. 63) mostram que “o passivo circulante operacional
representa as obrigações de curto prazo identificadas diretamente com o ciclo operacional da
empresa”. As características de formação dessas contas são similares às do ativo circulante
operacional definido anteriormente, representando as dívidas de funcionamento
(operacionais) da empresa.
Conforme comentado, os ativos e passivos circulantes operacionais, representam, em
essência, os investimentos que a empresa deve efetuar em itens operacionais de giro, ou seja,
em valores a receber (motivados por vendas a prazo), estoques (determinados pelas
necessidades de estocagem) e despesas operacionais incorridas.

2.2 Ciclo Operacional, financeiro e econômico.

O ciclo operacional consiste num intervalo de tempo entre a compra das mercadorias,
ou dos materiais de produção, até os recebimentos das vendas. Trata-se, entretanto de um
período médio, em que são investidos recursos nas operações sem que ocorram à entrada de
caixa correspondente. (Assaf Neto e Silva, 2002, pg. 19)
O ciclo financeiro pode ser definido como, o prazo em que se inicia a partir dos
pagamentos aos fornecedores e termina com recebimento das vendas, ou seja, é o período que
a empresa financia suas operações sem a participação dos fornecedores, ou de terceiros.
Quanto maior o ciclo financeiro mais recursos próprios ou de terceiros deverá ser aplicado nas
operações, provocando custos e prejudicando a rentabilidade da empresa (Assaf Neto e Silva,
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2002, pg. 22).
O ciclo financeiro é calculado da seguinte forma:
Prazo médio dos estoques mais prazo médio de recebimentos menos prazo médio de
pagamentos.
Exemplo:
- Prazo médio dos estoques: 50 dias;
- Prazo médio de recebimentos: 35 dias;
- Prazo médio de pagamentos: 30 dias;
- Ciclo financeiro: 55 dias.
Por sua vez o ciclo econômico é o período em que a mercadoria permanece nas
dependências da empresa, ou seja, inicia-se com a compra da mercadoria e encerra-se com a
venda da mesma.
Ainda segundo Hoji (2004, pg. 27) caso ocorram despendementos de valores ou gastos
antes da compra da matéria prima,o ciclo econômico se inicia neste momento. Da mesma
forma, se incidirem custos e despesas relacionadas com as operações após o recebimento da
venda, o mesmo se encerra após o incidência destes eventos.
A figura 1 disponível no site Portal da Contabilidade exemplifica os ciclos econômico,
operacional e financeiro:

Figura 1 Ciclo econômico, operacional e financeiro


Fonte: Portal de Contabilidade

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2.2.1 Necessidade de Capital de Giro

Segundo Assaf Neto e Silva (2002, p. 61):

Uma importante metodologia de estudo da posição de equilíbrio de uma empresa é


aquela baseada na distinção de seus ativos e passivos circulantes em itens
operacionais e financeiros. Além de proporcionar uma avaliação mais analítica da
posição financeira da empresa, o critério permite, ainda, de maneira relativamente
simples e dinâmica, que se identifiquem as efetivas necessidades de capital de giro
da empresa, ou seja, o volume de investimento operacional em giro adequado a seu
equilíbrio financeiro. Este método, que permite com razoável precisão técnica
melhor conhecer e avaliar a estrutura financeira das empresas, é mais conhecido por
Necessidade de Capital de Giro.

2.2.1.1 Formulação matemática da Necessidade de Capital de Giro

Matarazzo (2003,p.338), apresenta a fórmula referente à necessidade de capital de


giro:

NCG = ACO – PCO

Enfoque:
NCG = Necessidade de Capital de Giro;
ACO = Ativo Circulante Operacional;
PCO = Passivo Circulante Operacional.

3 METODOLOGIA DE PESQUISA

Os procedimentos utilizados na produção dos dados foram aplicação de entrevista de


caráter semi-estruturada para os colaboradores responsáveis diretos pela administração do
capital de giro do Beta Loja de Conveniência Ltda. e averiguação de demonstrações
financeiras da mesma.

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Para que os objetivos sejam alcançados, a pesquisa se caracterizara como descritiva,
de campo, terá como natureza dos dados a forma qualitativa e como procedimento de coleta o
levantamento de dados a ser realizado diretamente na empresa objeto de estudo.
A pesquisa foi realizada com os colaboradores, gerente comercial e o sócio
proprietário da Beta Loja de Conveniência Ltda. Na cidade de Artur Nogueira - SP
Para os pesquisadores obterem informações concretas e detalhadas para a coleta em
relação à pesquisa, decidiram os integrantes do grupo que a pesquisa de campo mostrara com
mais clareza os resultados de suas necessidades. Oliveira (2004, pg. 124) comenta que este
tipo de pesquisa não permite o isolamento e o controle das variáveis supostamente relevantes,
mas possibilita o estabelecimento de relações constantes entre determinadas condições
(variáveis independentes) e determinados eventos (variáveis dependentes), observados e
comprovados.
Desta forma, a pesquisa qualitativa a que se refere este trabalho foi realizada a partir
de entrevistas com os gestores da organização em estudo. Sendo assim, esta pesquisa
levantara informações junto aos gestores da empresa objetivando uma maior compreensão a
cerca das técnicas empregadas na administração do capital de giro.
Por se tratar de um estudo específico realizado em uma única empresa, os critérios
utilizados para a escolha da amostra levaram em consideração o envolvimento direto com a
gestão do capital de giro da Beta Loja de Conveniência Ltda. e a facilidade de acesso às
informações que visam a atingir os objetivos deste trabalho.
O primeiro passo para a análise e organização dos dados fora a seleção dos mesmos.
O segundo passo visou codificar os dados coletados com o objetivo de categorizá-los
segundo as relações que estes apresentam entre si a fim de se atingir os objetivos propostos
por esta pesquisa.
Por fim, após a conclusão de todas as etapas tanto de coleta como de organização e
análise dos dados, este trabalho se propôs a apresentar a conclusão dos dados relacionando,
desta forma, à problemática chave deste trabalho, ou seja, a importância da administração do
capital de giro para o bom desenvolvimento da Beta Loja de Conveniência Ltda.
Após tomar conhecimento sobre toda a metodologia escolhida para a concretização da
pesquisa, passamos a apresentação e análise dos dados pesquisados.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

Este artigo possuiu como objeto de estudo a empresa beta loja de Conveniência Ltda.,
escolhida pela inserção de um dos pesquisadores na empresa, sendo que este observou que
esta apresentara deficiências na administração do capital de giro. Portanto, para que fosse
atingido o principal objetivo deste artigo, ou seja, verificar a importância da administração do
capital de giro para o bom desempenho da Beta Loja de Conveniência Ltda., dados e
informações sobre o tema foram coletados na empresa.
Sendo assim, após a revisão bibliográfica onde foram levantados os vários conceitos e
idéias sobre liderança e o desenvolvimento da produção, este capítulo do trabalho se propõe a
apresentar e analisar os dados coletados através da pesquisa de campo realizada na Beta Loja
de Conveniência Ltda.
De acordo com a metodologia descrita anteriormente, a coleta de dados foi realizada a
partir de entrevistas com os gestores da empresa e a averiguação de relatórios financeiros.
A partir das entrevistas e da análise das demonstrações financeiras, foi possível
detectar informações importantes em relação ao capital de giro da empresa, aos índices de
liquidez e às técnicas utilizadas pelos gestores para a administração do mesmo.

4.1 Administração dos Valores a Receber

Partindo do principio que os estoques da Beta Loja de Conveniência Ltda. são


financiados, uma boa política de vendas a prazo é fundamental para manter o capital de giro a
um nível satisfatório. Dado que as vendas a prazo afetam diretamente o fluxo de caixa da
empresa, sendo que ao vender a prazo, a empresa prorroga sua entrada de caixa, permitindo
que seus clientes possam efetuar os pagamentos em data posterior à venda, a empresa deve
desenvolver um sistema eficiente de administração do cadastro, crédito e cobrança dos
clientes, afim de evitar perdas decorrentes da inadimplência.
As questões inerentes a este assunto proporcionaram aos pesquisadores vislumbrar os
aspectos referentes à administração dos itens supracitados, dentre os quais:

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4.1.1 Cadastro

O processo de concessão de credito para efeito de venda a vista começa, de acordo


com os entrevistados, com o preenchimento de uma ficha cadastral, na qual se anota
informações tais como:
Pessoas físicas: Nome, RG, Cadastro de Pessoa Física (CPF), endereço, telefone,
fontes de renda, referências da organização em qual atua e comercias.
Pessoas jurídicas: Razão social, Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ),
Inscrição estadual, endereço, telefone, faturamento médio dos últimos três meses, referências
comercias e bancarias.
O Sr. X complementa que as informações obtidas são todas checadas de maneira a
descartar clientes mal intencionados, que omitem ou alteram dados.
O Sr. Y salienta que periodicamente as informações são novamente requeridas aos
clientes para que assim seus dados se mantenham atualizados.
Realizada a checagem dos dados inerentes a ficha cadastral, o Sr. X analisa a ficha e se
não constatada nenhuma restrição repassa a mesma para o Sr. Y que é responsável pela
aprovação ou reprovação do candidato a concessão de crédito.

4.1.2 Limite do crédito

Segundo os entrevistados, em alguns casos após a aprovação do cadastro é estipulado


um limite de crédito a esse cliente, fato que está relacionado à renda do mesmo, mas os
mesmos não definiram os critérios para a utilização do limite.

4.1.3 Prazo

Dada à aprovação da concessão de credito, discuti-se junto ao cliente o prazo de


pagamento das compras a serem realizados pelo cliente. Para tal, entrevistados listaram
algumas possibilidades já empregadas pela Beta Loja de Conveniência Ltda., dentre os quais
pode-se observar na tabela 1.

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Período Faturamento Vencimento

Quinzenal (1° ao 15° dia do 16° dia e 1° dia do mês


Do 5° ao 15° dia posterior ao
mês e do 16° ao 30°/31° dia subseqüente,
faturamento
do mês) respectivamente
Mensal (1° ao 30°/31° dia do 1° dia do mês Do 5° ao 10° dia do mês
mês) subseqüente subseqüente ao faturamento
Quadro 1 Prazo de Recebimento
Fonte: Beta Loja de Conveniência Ltda.

4.1.4 Política de Cobrança

No que tange a política de cobrança da organização os entrevistados responderam que


operam com emissão de boletos a mais de um ano, fato que segundo eles minimizou as perdas
com devedores incobráveis. Segundo os tais, o custo da emissão do boleto, realizada na
própria empresa, fica em torno de R$ 5,00, custo financiado pela própria organização.
Com relação aos procedimentos de cobrança de duplicatas em atraso empregados pela
Beta Loja de Conveniência Ltda. os entrevistados elencaram:
Aviso de cobrança;
Telefonemas;
Visitas Pessoais; e
Protesto das Duplicatas.
Os custos incorridos destes procedimentos não foram ao certo medidos pelos
entrevistados, o que foi informado é que um funcionário entrega os boletos e efetua os
procedimentos listados acima, mas que este realiza outras funções dentro da organização.

4.1.5 Prazo Médio de Cobrança (PMC)

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Com base no que fora avaliado nos relatórios financeiros, pode-se elaborar o índice de
prazo médio de recebimentos das vendas dos últimos trimestres. Tal índice fora calculado da
seguinte forma;

2008 2009
DUPLICATAS
PMC 5.598.000,00 7.398.000,00
A REC *360 = = 17,92 = 15,61
=
VENDAS 312.423,56 382.036,57
Quadro 2 Prazo Médio de Cobrança (PMC)

Observa-se que houve uma pequena variação, passando de 20 dias (360/17,92) para 23
dias (360/15,20). Esta variação não chega a causar nenhum impacto ao empreendimento. Tais
números indicam que a empresa tem certa demora para receber de seus clientes, fato que
contribui para a descapitalização da empresa e conseqüentemente a busca por financiamento
de terceiros.

4.2 Administração dos Estoques

No que tange a administração dos estoques o Sr. X soube melhor detalhar os


procedimentos utilizados para controle dos mesmos, dado a seu maior envolvimento. Segundo
Braga (1989, pg. 101.) “os estoques de mercadorias constituem a base das operações das
empresas comerciais”, sendo assim, o gerente afirma completo controle dos estoques, sendo
que este controle se da por meio de um programa, no qual um funcionário responsável registra
as entradas por meio das notas fiscais emitidas pelos fornecedores. Neste mesmo programa
são registradas as vendas, assim o mesmo atualiza os estoques de combustíveis e
lubrificantes. Mesmo com a utilização do programa, o entrevistado diz que faz-se uso da
contagem diária de todos os produtos para controle eficaz dos mesmos.
No que se refere á compras, o entrevistado revela que mantêm um nível de segurança
dos estoques, repondo quando necessário, mas diz não ter um coeficiente de estoque padrão.
Segundo o tal, verificam-se os relatórios de vendas anteriores e faz-se uma análise do
montante a ser adquirido.

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4.2.1 Prazo Médio de Estocagem (PME)

Com base no que fora avaliado nos relatórios financeiros, os pesquisadores pode-se
elaborar o índice de prazo médio de rotação dos estoques dos últimos trimestres. Tal índice
fora calculado da seguinte forma:

2008 2009
CMV 138857,84 187146,03
PME = = = 13,42 = 5,25
EM 10.343,76 35678,79
Quadro 3 Prazo Médio de Estocagem (PME)

Em 2009 o estoque inicial era de R$ 20.687,52 e o final de R$ 50.670,06 Somando


estoque inicial com estoque final e dividindo-se o resultado por dois obteremos o estoque
médio, que é o utilizado na fórmula. De posse do resultado dividimos por 360dias e teremos a
renovação dos estoques em dias. O ano de 2008 apresentou uma rotação de 27 dias
(360/13,42) e no ano de 2009 ficou em 69 dias (360/5,25). Pode-se observar que a rotação dos
estoques apresentou um aumento em dias, ou seja, o estoque está demorando mais para ser
renovado. Esta demora está relacionada com o aumento das compras para formar reserva de
produtos e aumento dos custos dos produtos. São vários fatores que devem ser observados e
minuciosamente analisados, pois, a falta de atenção em relação a essas variações poderá ser
crucial para o empreendimento.

4.3 Administração das Disponibilidades

Em relação à administração do disponível, os entrevistados revelaram não fazerem uso


de projeções de caixa fato que segundo Braga (1998, pg. 124) constituem instrumento
imprescindível da administração das disponibilidades. Segundo o autor é fundamental
conhecer antecipadamente quais serão os valores totais de recursos que sobrarão ou faltarão
futuramente. Sem este recurso a empresa não pode prever as mudanças mercadológicas e se
antecipar a elas, ou ainda prever a necessidade de intervenção de terceiros, bem como
empréstimos bancários, ou ainda a possibilidade de investimento. O que acontece, segundo o
Sr. Y, é que a empresa diariamente verifica as duplicatas a serem pagas e analisa as entradas
no caixa, paga-se de acordo com a disponibilidade de recursos e se necessário solicita

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recursos juntos as instituições financeiras, as quais a empresa tem convênio.
Com esse tipo de prática, o que se observa é que a empresa fica refém das taxas
aplicadas pelas instituições, e com isso acaba por pagar juros além do que deveria. Outro fato
observado é que essa prática vem se arrastando por alguns anos acarretando despesas cada vez
maiores, como se observou nas demonstrações financeiras, fato que será novamente abordado
em outro tópico.
Os entrevistados admitem ter um bom relacionamento fato que segundo Braga (1989,
pg. 133) “constitui um aspecto primordial na administração das disponibilidades”. Segundo os
mesmos o relacionamento permite fácil acesso ao crédito para financiamento do capital de
giro, fato que se constituí de algumas operações, dentre as quais:
Desconto de duplicatas;
Desconto de cheques pré-datados; e
Empréstimos de curto prazo.
Na que tange ao aspecto de centralização e descentralização dos bancos, os
entrevistados relatam optar por descentralizar, dado o relacionamento que a empresa tem para
com as instituições com que atua.
No que se referem ao float, que representa a diferença as datas e pagamento e a data
em que a conta será creditada, o gestor Sr. X não foi capaz de nos fornecer com exatidão a
diferença que ocorre, porem tem conhecimento da prática realizada pelas instituições com
qual opera.

4.4 Administração dos Valores a Pagar

Ao que se refere à administração das contas a pagar, os entrevistados indicam que a


empresa preocupa-se no não atraso das mesmas,para isso faz-se uso de uma pasta para
arquivamento, sendo atualizada diariamente pelos gestores. No que tange aos prazos dados
pelos fornecedores, o sócio proprietário revela que a maioria dos produtos adquiridos junto a
fornecedores tem um prazo muito curto refletindo nos constantes financiamentos afim de
complementar o giro. Em outras compras, o que se procura, é maximizar o prazo de
pagamento a fim de superar o prazo médio de recebimento das vendas, para assim, evitar
novos financiamentos.

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4.4.1 Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF)

Com base no que fora avaliado nos relatórios financeiros, os pesquisadores pode-se
elaborar o índice de prazo médio de pagamento dos fornecedores dos últimos trimestres. Tal
índice fora calculado da seguinte forma:

2008 2009
FORNECEDORES*360 7.481.350,80 9.266.889,60
PMPF = = = 46,89 = 47,01
COMPRAS 159.545,36 197.128,57
Quadro 4 Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF)
Fonte: Elaborado pelos Pesquisadores

O prazo médio de pagamento das compras é de 8 dias (360/46,89 ou 47,01) em ambos


os casos. Esse prazo é muito inferior aos demais, fato que obriga a empresa a buscar
financiamento complementar.

4.5 Ciclo Operacional, Econômico e Financeiro

Ao realizarmos um simples comparativo entre os prazos médio de pagamento a


fornecedores e de recebimento de cobrança, 8 e 20 dias em 2008 e 8 e 23, respectivamente em
2009, observaremos que empresa vendeu a mercadoria e perdeu em média 12 e 15 dias em
2008 e 2009, respectivamente se compararmos com o prazo que o fornecedor concedeu. Mas
deve-se levar em conta o giro dos estoques, ou seja, quanto tempo se está demorando para
vender todo o estoque, e neste caso a empresa demorou em média 27 e 69 dias em 2008 e
2009. Isso significa que se somarmos o giro do estoque, mais o prazo concedido aos clientes,
terão um período total de 47e 92 dias entre vender e receber. Comparado este período com o
prazo médio de pagamento ao fornecedor, concluiremos que há uma defasagem de 39e 84
dias em 2008 e 2009, respectivamente e neste período a empresa teve de desembolsar o
compromisso com o fornecedor, além dos custos fixos mensais (despesas operacionais) que a
empresa obrigatoriamente deve honrar para que possa operar. Nesta situação a empresa deve
ter Capital de Giro Próprio para poder bancar estes períodos em que não haverá fluxo de
recursos para alimentar o fluxo de caixa, até que se normalize. O gestou deve fazer o

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levantamento da Necessidade de Capital de Giro (NCG) para que a empresa continue a
operar. Caso não haja capital de giro próprio suficiente, possivelmente recorrerá à capital de
terceiros comprometendo ainda mais a saúde financeira da empresa.

4.5.1 Necessidade de Capital de Giro

Seguindo a formula de Matarazzo (2003,p.338) referente à necessidade de capital de


giro:

NCG = ACO – PCO


NCG = R$ 435.000,00 – 485.000,00

Deixando claro que os dados até agora mencionada tratam-se de dados estimativos e
não reais, a necessidade de capital de giro aqui calculada refere-se aos próximos 12 meses
(ano exercício 2010) representando cerca de R$ 50.000,00. Sendo assim, os gestores
acreditam que a empresa terá de recorrer à capital de terceiros para suprir o fluxo operacional
da Beta Loja de Conveniência Ltda.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 Visão Geral

A eficiente administração do Capital de giro é uma prática determinante para o êxito


de uma empresa, pois normalmente boa parte do ativo de uma empresa é representada pelo
capital de giro.
Por meio das entrevistas e da análise dos demonstrativos financeiros da empresa
estudada e da extração dos seus respectivos índices de liquidez, foi possível alcançar o
objetivo principal deste trabalho, que era o de verificar a importância da administração do
capital de giro para o desempenho da empresa.
Pôde-se também observar na avaliação do gerenciamento e administração do capital
de giro da empresa estudada que os resultados foram parcialmente satisfatórios, pois mesmo

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não comprometendo a operacionalidade da empresa ela aplicou a maior parte de seus recursos
em investimentos no ativo permanente reduzindo consideravelmente a destinação de recursos
para seu ativo circulante. Constatou-se ainda que a maior parcela de suas obrigações está com
vencimentos para curto prazo refletindo em um baixo índice de liquidez imediata.
Por fim, embora a empresa tenha atingido o propósito de obter lucro líquido positivo a
administração do seu capital de giro não foi conduzida da forma mais adequada, conforme foi
explanado na discussão dos resultados, os quais poderiam ter sido melhores.
Para maximizar os resultados de uma empresa é recomendável tomar algumas medidas
tais como:
Formação de reserva financeira;
Encurtamento do ciclo econômico;
Controle da inadimplência;
Reduzir custos e despesas; e
Substituição de passivos de curto para longo prazo, dentre outras.

5.2 Implicações gerenciais

A partir da coleta de dados realizada na Empresa Beta Loja de Conveniência Ltda, foi
possível obter alguns resultados para este artigo. De forma geral foi detectado que os gestores
não estão se utilizando como deveriam das técnicas de administração do capital de giro para
melhor gestão da empresa, os quais são fatores que podem estar influenciando negativamente
na necessidade de financiamento complementar.
A empresa necessitara de alguns procedimentos inerentes a administração do capital
de giro para melhor geri-lo dentre os quais:
Orçamento e projeções de caixa, fato que possibilitaria prever possíveis sobras ou
mesmo perdas a fim de melhor geri-las, ou seja, melhor aplicação das sobras de maneira a
buscar o melhor investimento, e do contrario, buscar melhores condições de financiamento
complementar, objetivando despesas financeiras menores;
Utilização de curva ABC, fato que possibilitaria melhor gestão dos estoques, haja
vista que apesar da diferença na proporção do faturamento dos produtos,os mesmo são
controlados de igual forma. Com uma a utilização correta da Curva ABC, diminuiria a falta
de produtos nas gôndolas e também o estoque de produtos, aumentando assim, o disponível
da empresa.

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Caso a Empresa Beta Loja de Conveniência Ltda não tome rápidas providências, tais
resultados podem ocasionar uma série de conseqüências graves. Dentre elas, dificuldades no
pagamento de fornecedores e funcionários, falta excessiva de determinados produtos nas
gôndolas e estoque exagerado de outros. Somados a estes problemas, a empresa pode ter um
alto grau de insolvência, o que consequentemente a levaria a falência.

5.3 Sugestões para outros estudos

Este trabalho despertou a curiosidade em relação ao desenvolvimento de outras


pesquisas referentes aos seguintes temas:

A utilização do orçamento e projeções de caixa como forma de prevenção a


financiamento complementar;
Impacto da gestão do estoque no capital de giro;
Administração de caixa como fonte de melhoria da produtividade dos recursos
alocados.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Atlas, 2002.

BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira, 1º ed. São Paulo:


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DI AGUSTINI, Carlos Alberto. Capital de giro. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1996.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 3. ed. São Paulo: Harbra,


1987.

HOJI,Masakazu. Administração financeira: uma abordagem pratica. – 5º ed. São Paulo:


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LUDÍCIBUS, Sergio de; Análise de Balanços, Análise da liquidez e do endividamento,
Análise do giro, rentabilidade e alavancagem financeira – 7º ed. São Paulo: Atlas, 1998.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 6 ed. São


Paulo: Atlas, 2008.

MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

MARION, José Carlos.Contabilidade Básica – São Paulo: Atlas, 2005.

MATARAZZO, Dante Carmine. Analise financeira de balanços: abordagem básica e


gerencial. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia cientifica: projetos, pesquisas, tgi, tcc,
monografias, dissertações e teses. rev. São Paulo : Thomson Pioneira, 2004.

PORTAL DE CONTABILIDADE. Disponível em:<http://www.portaldecontabilidade.


com.br/tematicas/ciclos.htm>. Acesso em 18 de Maio de 2010.

SANTOS, Edno Oliveira . Administração financeira da pequena e média empresa. 1° ed. São
Paulo: Atlas, 2001.

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