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Educação Imperial

Nos anos mil e oitocentos, podemos observar muitos resquícios da era colonial,
uma educação atrasada devida a transição ocorrida na era Pombalina, onde ocorreu a
expulsão dos jesuítas sem um planejamento educacional para implantação imediata, o
domínio de uma elite latifundiária conservadora com estrutura socioeconômica
escravocrata e patriarcal resistente às reformas e a presença constante da igreja
influenciando o sistema educacional tornando oficialmente a religião do Império
brasileiro, 1824. Com recursos escassos e com uma necessidade de investir na
escolarização.

Para articular a modernização e frequência da população as escolas algumas


decisões formam tomadas, a primeira foi o ordenamento jurídico da educação no país.
Nunes (1984, p. 38), “haverá no Império escolas primárias em cada termo, ginásio em
cada comarca e universidade nos mais apropriados lugares’. Já a carta outorgada por
Pedro I, em 11 de março de 1824, (...) realisticamente estabelecia no item 32 do art.
178: ‘A instrução primária é gratuita a todos os cidadãos”. Já tendo fundada a escola de
primeiras letras em 1823, com o método Lancaster (o professor ensinava para um
determinado grupo de alunos e estes replicavam o conhecimento aos demais) que
muitos admiravam por conseguir atingir uma grande massa e por ser barato aos cofres,
mas não funcionou muito bem, pois não possuíam pessoal qualificado e instalações
adequadas.

Ainda com a descentralização das políticas e controle educacional ficando sob a


responsabilidade dos municípios, houve grandes prejuízos à escolarização no
fundamental e médio, pois a partir desse momento formaram redes de ensino público e
privado, ficando evidentes as desigualdades da aprendizagem entre a população sem
mencionar o descaso que havia em relação às mulheres onde o ensino era quase nulo,
pois faltavam professoras e o ensino ministrado às elas não as profissionalizava para o
trabalho público.

Já no ensino secundário era basicamente privado, mas o governo central acabou


fundando o Colégio Pedro II e seus formandos recebiam titulo de Bacharel em Letras e
podiam ingressar em qualquer faculdade. O Colégio Pedro II tinha uma educação
moderna que englobava os planos de ensino da Europa e Estados Unidos, com os
melhores professores e alunos da elite da sociedade, afinal quem poderia dedicar sete
anos de estudos no secundário senão os mais favorecidos da época.

A partir dos anos 1870 já temos a presença de escolas protestantes, devido à


imigração para o interior de São Paulo após a guerra civil americana, o primeiro colégio
foi a Escola Americana. Com a presença crescente das escolas protestantes voltadas
para a investigação cientifica e liberdade de pensamentos, acabou favorecendo a
modernização da educação já que o ensino católico não poderia ser ultrapassado,
surgindo assim uma concorrência entre as instituições pelo aluno ou “fiel”. Ainda com
os protestantes podemos observar grande modernidade nos materiais utilizados para as
aulas, estruturas das escolas e o método utilizado “Intuitivo”, que parte da concepção do
contato e observação do objeto em estudo para desenvolvimento da aprendizagem.

Para a população pobre um ensino discriminatório, poucos conseguiam concluir


o secundário e aqueles que o faziam não tinham direito a frequentar o superior, com
poucas escolas e de caráter técnico para preparação de mão de obra. Com o avanço do
capitalismo no mundo, o Brasil se viu obrigado a ampliar a educação, escravos já
podiam se matricular, coeducação dos sexos até os dez anos de idade, a criação de
jardins de infância, educação para as crianças dos três aos sete anos de idade, e a
principal criação nas principais cidades de escolas profissionais que formassem
indivíduos para atender as necessidades das indústrias da época. Com esse crescimento
acelerado o numero de professores não conseguia atender a demanda uma vez que eram
poucas escolas formadoras dessa categoria.

A elite estava ansiava por uma universidade, reunindo cursos de variadas áreas
embora houvesse um projeto para fundação da Universidade Pedro II, ainda levou
décadas após a instalação da Republica do Brasil.

O que podemos perceber e que a educação nunca esteve a cargo do crescimento


e desenvolvimento do país e indivíduos, mas sempre subjugada a interesses seja no
período colonial, quando sofreu uma desaceleração quando foi percebido o
nacionalismo ou no imperialismo para manutenção de uma classe dominante,
latifundiários, igreja e elite. A educação só tem seus momentos crescentes quando estes
precisam que especializemos para atender a demanda do mercado e sendo controlados
para que não tenhamos consciência do nosso potencial.

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