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Empresas têm tido maiores avanços que governos, presos às discussões da instabilidade
financeira mundial
Brasília - O ex-presidente da Costa Rica, Jose Maria Figueres Olsen, um dos pioneiros na defesa
da economia de baixo carbono, acredita que existem poucas possibilidades de avanços nas
negociações entre os governos para redução de gases de efeito estufa durante a 17ª Conferência
da Convenção das Nações Unidas Para Mudanças Climáticas (COP-17), que será realizada de
28 de novembro a 9 de dezembro em Durban, na África do Sul.
Figueres Olsen, um dos principais articuladores do setor privado sobre sustentabilidade nos
fóruns internacionais, avalia que a instabilidade financeira mundial ainda esvaziará COP-17, pois
a prioridade dos governantes é a busca de soluções para os problemas econômicos. Ele
reconhece que a conjuntura atual não favorece o comprometimento dos países com o
estabelecimento de prazos para a redução das emissões de CO2.
Figueres Olsen, que é dirigente do IJ Partners, consultoria sediada em Genebra que administra
investimentos em projetos sustentáveis, disse que, mesmo sem as lideranças políticas, o setor
privado pode chegar a um acordo na COP-17 sobre os mecanismos para pagamento por serviços
ambientais por meio da emissão de certificados de Redução de Emissões por Desmatamento e
Degradação (REDD). "O mundo necessita valorizar estes serviços (ambientais), estabelecer um
preço e pagar pelo que valem e pelo que contribuem ao nosso bem-estar e à nossa maneira de
vida. Já não podemos nos dar ao luxo de considerar os serviços ambientais meras
"externalidades" do processo de desenvolvimento econômico".
Em entrevista por telefone, ele diz que o Brasil, com um dos principais fornecedores de alimentos,
tem um papel mais amplo em um mundo que está caminhando para a agricultura de baixo
carbono e ao mesmo tempo precisa expandir a produção para atender ao aumento da demanda e
mudanças de hábitos de consumo. "É possível conciliar desenvolvimento com sustentabilidade,
pois os interesses não são exclusivos nem antagônicos."
"Um reforço adicional dos recursos dos bancos é recomendável", afirma o documento aos
ministros, em discurso semelhante ao do Fundo Monetário Internacional (FMI), que pede uma
ação urgente para recapitalizar os bancos europeus.
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou a nota de dois grandes bancos franceses,
Société Générale e Crédit Agricole, dizendo que aumentou a preocupação com a liquidez e a
capacidade de financiamento das instituições à luz das piores condições de crédito.
A agência de classificação de risco manteve em revisão o maior banco francês, BNP Paribas,
afirmando que a base de capital e a lucratividade da instituição dão ao banco um colchão
adequado para suportar a exposição a títulos de Grécia, Portugal e Irlanda.
O euro e o principal índice das ações europeias subiram mais cedo com o anúncio do presidente
da Comissão Europeia de que apresentará em breve opções para a emissão de um bônus em
conjunto da zona do euro, apesar da resistência feroz da Alemanha.
A China se juntou ao coro de preocupação dos Estados Unidos sobre a aparente incapacidade da
Europa de barrar o contágio da crise da dívida. Enquanto isso, brasileiros e indianos afirmaram
que as principais economias emergentes discutem a possibilidade de aumentar o investimento no
euro.
Prefeitura quer mais 6,5 mil famílias morando no centro de SP nos próximos anos
São Paulo - Dois projetos da prefeitura de São Paulo pretendem aumentar o número de
moradores da região central da capital paulista. Área com grande oferta de empregos e de fácil
acesso a serviços públicos, o centro é visto pela gestão do prefeito Gilberto Kassab (DEM) como
parte da solução dos problemas de habitação da cidade. É nessa região que a prefeitura espera
abrigar cerca de 6,5 mil famílias nos próximos anos. O número é considerável, tendo em vista que
são construídas em São Paulo cerca de 10 mil moradias populares por ano, de acordo com a
Secretaria Municipal de Habitação.
Mais da metade dessas famílias deve ocupar uma das 4 mil novas residências previstas no
projeto de revitalização das proximidades da Estação da Luz, área também conhecida como
Cracolândia, por ser muito frequentada por usuários de droga. O projeto Nova Luz, além de
outras intervenções, prevê que praticamente dobrar o número de moradores da região.
De acordo com o secretário de Habitação, Ricardo Pereira Leite, após a conclusão do projeto, o
número de moradores nas proximidades da Estação de Luz deve subir dos atuais 11 mil para 20
mil.
- Nossa intenção é aumentar a densidade populacional. Quando a gente mora, a gente cuida
mais."
Leite participou de um debate sobre alternativas para habitação no centro de São Paulo,
promovido pela associação Viva o Centro. No evento, o secretário também falou sobre o projeto
municipal Renova Centro.
Nesse projeto, a prefeitura pretende requalificar 53 prédios vazios e transformá-los em 2,5 mil
moradias. A assinatura do decreto que prevê a desapropriação dos imóveis ociosos completa um
ano nesta sexta, mas até agora poucos prédios tiveram a situação jurídica resolvida. Mesmo
assim, o secretário acredita que as primeiras habitações serão entregues no ano que vem.
Leite afirmou que as moradias serão destinadas a famílias com renda mensal de até dez salários
mínimos. A ideia é "misturar" várias classes sociais em um mesmo espaço e, dessa forma,
aperfeiçoar a administração dos condomínios e reduzir as desigualdades da cidade.
O secretário disse também que a criação de moradias no centro pode colaborar para solução de
outro grande problema de São Paulo: os congestionamentos. Segundo ele, boa parte dos
paulistanos se desloca quilômetros para ir e voltar do trabalho todo dia. Morando no centro, parte
dessas pessoas estaria mais perto do emprego e isso contribuiria para a fluidez do trânsito.
O presidente da Viva o Centro, Marco Antonio Ramos de Almeida, afirmou que o adensamento
populacional do centro pode contribuir para o aumento da qualidade de vida de São Paulo. Ele
destacou também que as políticas de habitação são fundamentais para que isso ocorra.