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17/02/18 às 10H02 

atualizado em 16/02/18 às 22H55


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Mais incisiva, Paraíso do Tuiuti fez referência explícita ao governo Temer - Foto: Mauro Pimentel/AFP

Tempo de folia e de brincadeiras, Carnaval também é palco para manifestações políticas. Em


pleno ano eleitoral o tema, esquecido nos últimos anos, voltou a ganhar um protagonismo maior
no sambódromo. Cinco das 13 escolas de samba do Rio de Janeiro trouxeram, neste ano, um
protesto contra corrupção, o Governo Federal e questões sociais.

Entre as que se destacaram, a Beija-flor de Nilópolis, que apostou em um desfile inspirado em


Frankenstein e comparou políticos a ratos; a Paraíso de Tuiuti, que trouxe a imagem de Drácula
caracterizada de terno e faixa presidencial, em referência ao presidente Michel Temer (MDB); e
a Mangueira, que representou o prefeito da cidade, Marcelo Crivela, como “o Judas do
Carnaval”. As três voltam a desfilar neste sábado, no desfile das campeãs, e trazem o tom do que
pode vir nas eleições.

Consagrada como campeã, a Beija-flor levou para a avenida a Ala dos Roedores dos Cofres
Públicos e a Ala dos Lobos em Pele de Cordeiro, em alusão aos políticos. As denúncias de
fraudes na Petrobras também fizeram parte do protesto representadas em fantasias com barris de
petróleo na cabeça. Um carro retratou o edifício sede da empresa, atrás de um grande rato. A
segundo lugar, a Paraíso Tuiuti, foi mais enfática ao tratar da escravidão desde a antiguidade e
mirar na crise política do País.

Outra ala, Guerreiros da CLT, reforçou as críticas ao fazer referência ao trabalho precário em
fazendas e confecções. O tema teve repercussão no País com a reforma trabalhista, aprovada em
julho de 2017 e muito criticada pelas centrais sindicais, que alegaram que a lei “tira direitos e
precariza a relação entre capital e trabalho”. Mais recentemente, o tema voltou a entrar nos
holofotes com a tentativa de dar posse à deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ), condenada a
pagar R$ 60 mil por dívida trabalhista. Um outro veículo da escola de samba trouxe mãos
manipulando pessoas vestidas com camisas da seleção brasileira de futebol e patos amarelos,
símbolos das manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2015.

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