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CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL – 3º PERÍODO

DISCRIMINAÇÃO NA
CONTRATAÇÃO DE
HOMOSSEXUAIS

Beatriz Lima Barreto


Diego Caniggia Peixoto
Fernanda Manso Ribeiro
Marcos Antônio Barreto Ribeiro
Thalita Ferreira

Barra do Piraí, 27 de Novembro de 2012


CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA E ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL – 3º PERÍODO

RELATÓRIO
Coleta do Solo

Trabalho apresentado ao curso de Engenharia


Civil cujo tema é Discriminação na
Contratação de Homossexuais, para obtenção
de nota na disciplina de APTA III, ministrada
pelo docente Alexandre José de Athayde
Guimarães.

Barra do Piraí, 27 de Novembro de 2012


Introdução:

Observaremos ao decorrer do trabalho as possíveis formas de discriminação no local


de trabalho direcionadas a funcionários homossexuais, principalmente no ato da contratação.
Optamos por limitar o objeto de estudo a questão da discriminação por orientação sexual no
contrato de emprego, por ser um tema relevante e pouco discutido no meio acadêmico, não
porque tenha menos importância, mas talvez porque as pessoas não queiram ou prefiram não
enfrentá-lo.
De início, discutiremos os conceitos básicos e estudos a respeito do tema de forma
geral e as relações destes com a discriminação homossexual.
Grupos que antes sofriam com a marginalização (como lésbicas, bissexuais, transexuais e
gays) agora buscam seu espaço social numa tentativa de aceitação.
Através do estudo da relação entre sexualidade e trabalho, especificamente como se
manifesta no dia a dia esse possível preconceito que sofrem na procura por um emprego,
buscaremos contribuir na discussão que envolve as relações interpessoais no trabalho.
Utilizaremos também um roteiro de entrevista para a coleta de dados.
Levantamento de Literatura:

A pesquisa teve como fonte principal a internet, a mídia (como novelas e programas
de televisão) também foi consultada. A escolha desses meios de comunicação se deu pelo
fato de ser um meio de pesquisa mais atualizado, expondo também alguns depoimentos tanto
de empregadores quanto de homossexuais.

Problema:

Será que em pleno século XXI ainda existe preconceito quanto à contratação de um
homossexual?
Que fatores devem ser analisados por uma empresa na hora de contratar um profissional?
Será correto exigir que o candidato, além da formação curricular, preste também
informações acerca de aspectos pessoais, como opção sexual?

Hipótese:

O problema é que por medo de perder clientes ou de o profissional gay não ser
comportar de forma adequada no ambiente de trabalho faz com muitas empresas deixem de
contratar esse profissional para cargos que exijam uma exposição maior do colaborador ou
simplesmente fazer parte do quadro de funcionários.

Justificativa:

Está claro que ainda existe uma resistência dos empregadores na contratação
homossexual.
Dentre uma das justificativas as várias perguntas feitas na hora de contratar um
profissional temos o depoimento de um gerente e proprietário de um estabelecimento de
alimentos em um shopping da cidade de Florianópolis: - “A questão não é somente de
preconceito. Todos têm direito de serem como bem quiserem, não importa se a pessoa é
careca, magra, gorda, gay, ela pode ser o melhor profissional do mundo. A questão é que a
sociedade não está totalmente de portas abertas para aceitar isso. A verdade é que muita gente
ainda não aceita e não admite gay em seus círculos de amizades.”

Objetivos:

Este trabalho se propôs a estudar o comportamento das pessoas mediante a contratação


de um homossexual e a entender e expor as diversas barreiras e discriminações enfrentadas
pelos homossexuais no mercado de trabalho.

Metodologia:

O desenvolvimento do trabalho se deu através do método de pesquisas na internet,


através do procedimento de leitura, sistematizando idéias, com posicionamento crítico e
exposição de novos argumentos. Assim, dando origem a uma nova solução para a idéia
principal do texto.
Os métodos utilizados foram pesquisas na internet, onde foram coletados reportagens e
depoimentos de empregadores e indivíduos homossexuais que já passaram por entrevistas de
emprego ou algum tipo de discriminação. Foi utlizado também dados estatísticos que
indicam as áreas que mais empregam e os cargos que menos são ocupados por gays.
Profissões que mais contratam homossexuais

Quando se fala em mercado de trabalho para o público homossexual, o cargo de


cabeleireiro ainda é o mais ocupado. Não há estudos científicos que expliquem o por quê
dessa maior ocorrência, mas é só percorrer os salões da cidade para constatar que realmente
eles são a maioria nesse ramo.
Para a fundadora da ONG Alah (Associação Linharense de Apoio a
Homossexualidade), Telma Pereira da Silva, “isso não acontece porque as mulheres gostam
de cabeleireiros homossexuais, mas sim porque esse é um trabalho que demanda perfeição do
profissional”. A analista de Recursos Humanos, Vanessa Silva, concorda com Telma e reforça
que os gays se dão bem na profissão de cabeleireiro, pois “eles têm a força de um homem, e a
sensibilidade e a delicadeza de uma mulher”.
Vanessa também destaca que “para ocupar as vagas de atendente em lojas de roupas
femininas, os gays também são os melhores, pois dão opiniões e dicas sinceras para as
clientes”. Profissões como arquiteto, estilista, designer, publicitário e marqueteiro também são
bastante comuns entre o público homossexual. De acordo com Vanessa Silva, algumas
empresas até preferem contratar homossexuais para algumas vagas específicas.

“Hoje já existem perfis exclusivos para esse público, justamente porque já percebemos
que para alguns cargos eles são melhores, principalmente, para aqueles que exigem maior
atenção aos detalhes”. A analista ainda informa que em nenhum momento do processo
seletivo ou da entrevista de emprego o recrutador pode perguntar a orientação sexual do
candidato. “Essa é uma informação que não tem relevância para ocupar uma vaga de
emprego. O importante é o profissional ser qualificado para o cargo”.

Preconceito maior entre os transexuais e travestis

As travestis e os transexuais são os que acabam sofrendo mais com o preconceito na


hora de encontrar um emprego, pois suas orientações sexuais estão mais evidentes. Para o
professor e coordenador do Fórum LGBT da Serra, Gean Carlos Nunes de Jesus, o motivo
pelo qual muitos transexuais e travestis acabam se tornando profissionais do sexo é explicado
pela dificuldade em conseguir um espaço no mercado de trabalho.

“Dificilmente essas pessoas serão atendentes de loja, por exemplo. Ainda existe muito
preconceito com transexuais e travestis, por isso eles acabam ficando sem muitas opções de
emprego”, frisa Gean. Já para a analista de Recursos Humanos, hoje os homossexuais
enfrentam menos preconceito e dificuldade na hora de encontrar um emprego, pois, segundo
ela, as pessoas estão cada vez mais abertas às diversidades.
“Se o currículo for bom, dentro do perfil da vaga e se o candidato se comportar
adequadamente durante a entrevista e as demais etapas do processo seletivo, não haverá
problemas ou maiores dificuldades na contratação”, frisa Vanessa Silva. Ela inda ressalta que
os homossexuais podem ocupar qualquer vaga de emprego, assim como qualquer outra
pessoa, contanto que a postura e o comportamento sejam compatíveis com o cargo desejado.
Pesquisa aponta que 38% das empresas têm restrições para contratar gays. Uma
pesquisa feita pelo site www.trabalhando.com, no ano passado, apontou que apenas 3% dos
400 profissionais de Recursos Humanos entrevistados acreditam que as empresas aceitam os
gays sem restrições. Já para as organizações pesquisadas, a contratação do homossexual é
estudada com mais atenção e a contratação ou não pode variar de acordo com o setor e o
cargo.
Dos profissionais, 54% acreditam que o preconceito ainda existe e que 38% das
empresas ainda têm restrições para contratar candidatos LGBT’s. Enquanto a descriminação
ainda existe em algumas organizações, outras pesquisas no setor revelam que multinacionais
são mais tolerantes e até possuem programas de inclusão, além de reconhecerem os parceiros
do mesmo sexo como beneficiário em programas internos e planos de saúde da empresa.
A advogada especialista em Direito Homoafetivo, Rosangela Novaes, reforça a ideia
de que hoje existe um preconceito velado em relação a inserção dos homossexuais no
mercado de trabalho. “Em São Paulo, por exemplo, temos uma lei estadual que pune as
pessoas que descriminam alguém por sua orientação sexual, então os recrutadores das
empresas nunca vão alegar que não escolheram um candidato por ele ser homossexual”.
Novaes lembra que é difícil entrar com um processo nessas situações, pois acaba
sendo complicado provar que a pessoas foi vítima de preconceito. A advogada também
destaca que por encontrarem barreiras na hora de encontrar um emprego, os homossexuais
acabam ficando sem opções e partem para profissões como atendente de telemarketing,
cabeleireiros e até mesmo profissionais do sexo.
Existe discriminação contra homossexuais no mercado de trabalho?

Em pleno século 21, será que as empresas discriminam profissionais homossexuais?


Até que ponto a orientação sexual afeta as relações de trabalho? O assunto ainda é tabu no
mundo corporativo, por isso não há respostas concretas para estas perguntas. Além disso, não
existem “marcas” que revelem se um profissional é heterossexual ou homossexual.
A lei federal é clara: é proibida a diferença de salário, exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.

Diversidade

Um exemplo da luta contra a discriminação é o Grupo Gay da Bahia, a mais antiga


associação de defesa dos direitos humanos dos homossexuais no Brasil. O GGB visa a
garantia dos direitos dos homossexuais e luta contra qualquer forma de preconceito contra
gays, lésbicas, travestis e transexuais. O grupo organiza diversos encontros e palestras
informativas e ajuda as vítimas de discriminação com um serviço de esclarecimento dentro
das empresas.
O GGB possui um grande arquivo com casos de preconceito nas mais diferentes
situações de trabalho. Desde atores que são insultados na rua por interpretarem homossexuais
até casos de demissões provocadas por denúncias, muitas vezes infundadas, de
comportamento escandaloso dos funcionários. Dispensas sob alegação de falta de interesse e
postura indevida também são comuns nesses casos.
Segundo Rudney Pereira Junior, consultor de recursos humanos da Foco, o
preconceito sofrido pelos homossexuais é similar ao que atinge negros, mulheres, deficientes
físicos e mentais no universo empresarial. Para ele, trata-se de um preconceito velado.
“Acredito que os homossexuais sofrem tanto preconceito na hora da contratação quanto os
deficientes físicos, negros e mulheres. Algumas empresas ainda têm esquemas muito arcaicos
de contratação”, diz o consultor.
Ainda segundo Rudney, a contratação ou não de um profissional pela sua orientação
sexual vai depender do perfil da empresa. “Vários homossexuais passaram pela minha seleção
e foram encaminhados para as empresas sem nenhum problema. Acredito que a condição ou
orientação sexual de uma pessoa é algo que não deve interferir na carreira e no trabalho.”
Homofobia: Gay esconde tendência ao disputar vaga
Fonte: O Liberal (Pará)
Ter, 05 de Maio de 2009

Imagine que dentro de algumas horas você será avaliado para um emprego. Os
momentos que antecedem a avaliação certamente não serão tranquilos. Entre a indecisão em
frente ao guarda-roupa e ao medo de não saber responder o que for perguntado, muito suor irá
rolar. Agora some a isso a obrigação de não deixar transparecer sua orientação sexual.
Certamente será preciso muito jogo de cintura e atenção redobrada para não deixar que a
chance da carteira assinada escape, já que o currículo profissional habitualmente é preterido
em favor do preconceito.
O cenário parece exagerado, afinal estamos no ano de 2009 e vivemos em um país que
se diz livre de preconceitos, no entanto, esconder a própria sexualidade muitas vezes é a saída
para conseguir um lugar no mercado formal de trabalho. Para o titular da coordenadoria de
livre orientação sexual do Pará, Ivan Cardoso, as mulheres são as que passam pelas maiores
dificuldades durante a entrevista de emprego. De acordo com ele é mais difícil para elas
disfarçar trejeitos homossexuais.
'Nós aconselhamos ao candidato a emprego que se comporte de uma maneira diferente
durante a entrevista com o empregador ou psicólogo. Como não existe nos formulários uma
pergunta sobre orientação sexual e geralmente isso não é questionado na entrevista, nós
tentamos esconder nossa orientação o máximo possível. É preciso ter bastante cuidado nos
movimentos e nas palavras que usamos, pois um entrevistador atento pode identificar a
sexualidade do candidato durante a entrevista e dispensá-lo por conta disso', explica.
Conseguir um bom emprego sem antes passar por uma universidade não é uma tarefa
fácil. Ela fica ainda mais difícil quando as opções são reduzidas a dois segmentos:
entretenimento e beleza. 'As empresas que promovem festas, fazem decorações de ambientes
e boates são as que mais empregam homossexuais. Os segmentos voltados para beleza, como
salões e clínicas de estética também têm boa aceitação. Fora desses nichos é muito difícil
encontrar um profissional homossexual que assuma sua orientação. Lembro que há algum
tempo encontrei, em Belém, um travesti trabalhando como cobrador de ônibus, mas isso
nunca mais se repetiu', conta Ivan Cardoso.
De fato, foi apenas no segmento da beleza que a transexual Lohany achou seu lugar.
Depois de fazer um curso técnico Lohany se tornou esteticista e assim conseguiu driblar o
preconceito de grande parte dos empresários paraenses. 'Eu trabalho na minha casa ou atendo
minhas clientes em suas residências. Faço meu horário e não sou obrigada a ouvir
comentários de mal gosto', afirma. Mesmo livre dos patrões a esteticista não está imune ao
preconceito. 'Lembro que em uma das vezes em que estava trabalhando o marido de uma
cliente tentou impedir que eu a depilasse quando soube que sou transexual. Na verdade, ele
proibiu a esposa de fazer depilação comigo, mas ela não o obedeceu e pude fazer meu
trabalho', conta.
Para as travestis o desconforto em decorrência do preconceito é ainda maior. 'Quando
um travesti é chamado em uma empresa para fazer uma entrevista de emprego, em 99% dos
casos trata-se de um engano', afirma Ivan Cardoso. Isso ocorre porque currículos e fichas de
solicitação de emprego são preenchidos com o nome que consta nos documentos, enquanto
que o nome social adotado pelas travestis é muito diferente. 'Quando acontece isso a gente
nem passa pela entrevista. O entrevistador nos olha e diz logo que a vaga já foi preenchida',
conta a travesti Raíssa que já perdeu as contas de quantas vezes passou por situação parecida.
O direito de usar o nome social é uma das bandeiras levantadas pelas travestis. No
Pará, a luta ganhou força em abril do ano passado através da portaria nº 16/2008, que tornou
legal o uso do nome social das travestis e transexuais no ato da matrícula escolar nos colégios
públicos do Estado. A medida passou a valer em janeiro desse ano e tem objetivo de fazer
com que a escola deixe de ser um ambiente homofóbico, de acordo com a responsável pela
portaria, Iracy Gallo, secretária de Estado de Educação.

Leis

Ao dispor sobre os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a Constituição Federal é


clara: é proibida a diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por
motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. Escrita em 1988, a Carta Magna brasileira, no
entanto, não faz menção à orientação sexual do trabalhador deixando uma brecha para que
empregadores dificultem a admissão de homossexuais. O preconceito os empurra para o
mercado informal de trabalho e priva os que assumem sua orientação sexual dos direitos
assegurados aos trabalhadores formais.
'A legislação não é falha somente no que diz respeito ao emprego. Não existe
nenhuma lei que garanta direitos aos homossexuais. Por exemplo, existe o crime racismo, mas
não existe o crime homofóbico', conta Ivan Cardoso. Entre os anos de 2007 e 2008 os crimes
praticados contra homossexuais cresceram 55%. Foram 190 em 2008 contra 122 no ano
anterior. Os dados foram levantados pelo Grupo Gay da Bahia e divulgados semana passada.
Algumas definições

Homossexual:
Uma pessos que se sente maioritariamente atraída emocionalmente, espiritualmente e
fisicamente por pessoas do mesmo sexo.
Gay:
Normalmente usa-se o termo para indicar o homossexual masculino. Em algumas situações
pode indicar a pessoa homossexual (masculino ou feminino), assim como a comunidade
homossexual em geral.
Lésbica:
Homossexual feminino.
Bissexual:
Uma pessoa que se sente atraída emocionalmente, espiritualmente e fisicamente de forma
semelhante por pessoas dos dois gêneros. Algumas pessoas identificam-se como bissexuais
num certo grau.
Heterossexual:
Uma pessoa que se sente maioritariamente atraída emocionalmente, espiritualmente e
fisicamente por pessoas do gênero oposto.
Transexual:
Uma pessoa que pensa e se comporta no seu dia a dia na sociedade de acordo com o gênero
oposto ao seu sexo biológico. Dito de outra forma: uma pessoa em que o gênero e sexo não
são coincidentes. Muitas vezes (mas nem sempre) sujeita-se a uma operação de mudança de
sexo. Os termos pré-operatório e pós-operatório distinguem os transexuais que fizeram a
cirurgia de mudança de sexo dos que ainda não a realizaram. Um transexual não-operatório é
uma pessoa que, por qualquer razão, não pode ou escolheu não ser operado.
Transgênero:
Indivíduo que não segue a identificação de gênero tradicional. Neste grupo incluem-se, além
dos transexuais, indivíduos que gostam de usar roupas do sexo oposto em certas situações,
pessoas com aparência ambígua em termos de gênero, etc.
Travesti:
Alguém que obtém prazer ao vestir-se com roupas normalmente associadas ao sexo oposto.
Apesar dos termos homossexual e travesti tenham sido utilizados como sinônimos, são de fato
conceitos diferentes. A maioria dos travestis são heterossexuais.
Heterossexismo:
O ponto de vista para o qual a sociedade parte do princípio que todos são heterossexuais e que
os homossexuais são de alguma forma inferiores aos heterossexuais.
Homofobia:
Um medo irracional e irrealista da homossexualidade. A homofobia é perpetuada pelos
preconceitos e esteriotipos negativos que existem à volta do termo homossexualidade. A
homofobia pode levar a ódios, discriminação e violência em relação aos homossexuais.
Tanto os heterossexuais como os homossexuais podem ser homofóbicos.

Homossexuais dizem sofrer preconceito no mercado de trabalho em MG

O respeito à diversidade sexual no ambiente de trabalho. Em Uberlândia, no Triângulo


Mineiro, algumas pessoas reclamam que não conseguem emprego por ser homossexual.
Pesquisa também afirma que muitos homossexuais dizem sofrer preconceito na briga por uma
vaga no mercado de trabalho.
Aos 16 anos, uma pessoa que não quis se identificar, começou a procurar emprego em
Uberlândia, mas não conseguia. Segundo ele, o motivo foi o preconceito contra a opção
sexual. “As pessoas falavam que não ia dar certo porque já tinham arrumado outra pessoa.
Eles sempre tinham uma desculpa para não colocar pessoas como eu no mercado”, disse.
Os dois trabalhos que conseguiu não deram certo e ele começou a fazer programa
como travesti à noite. "Não era o que eu queria. Quando vamos para a rua corremos muito
risco das pessoas maltratarem a gente, de dar um tiro”, contou.
Quando finalmente conseguiu um emprego de carteira assinada começou a largar a
prostituição, mas teve que driblar o preconceito. “Gera muita piada, mas não podemos ligar
para essas coisas dentro do local de trabalho, pois corremos o risco de perder a oportunidade”,
afirmou.
A transexual Tina Andrade é diarista, mas não era bem isso o que ela queria ser. Por
isso, fez vários cursos, mas na hora de conseguir emprego ela disse que eles até a chamam.
“Mas quando me apresento eu não vou nem para o processo final. Eles dizem que eu não
tenho o perfil da empresa”, disse.
O que essas duas pessoas contaram foi verificado em uma pesquisa feita pela doutora
em psicologia e especialista na área de saúde e educação, Eleusa Gallo Rosemburg. O
trabalho aponta que 21% dos participantes da parada do orgulho gay de 2009 disseram que
não foram selecionados em um emprego ou foram demitidos por causa da orientação sexual.
"Nessa pesquisa ficou claro que a maioria delas nem passa no processo de seleção pelo
preconceito de quem está contratando”, contou.
Por lei, casos como esses não deveriam existir. É o que reforça a coordenadora de
Recursos Humanos, Ieda Regina de Freitas. “O que vamos buscar é um profissional que
atenda a necessidade da vaga, em todos os requisitos que ela traz, e não de opção sexual”,
explicou.
A pesquisa quis saber também se os entrevistados já foram discriminados na escola ou
na faculdade, e 43,8% disseram que sim. E esse preconceito causa desmotivação, pode
atrapalhar a aprendizagem, a capacitação profissional, e reflete na disputa por uma vaga no
mercado de trabalho. Para a pesquisadora, a educação ajuda, mas não resolve. “É cultural esse
preconceito contra essa população. Às vezes a pessoa passa pela academia, pela universidade,
mas a família, o ambiente social, as piadas homofóbicas, ainda são preconceituosas”, afirmou.
Segundo o advogado, William de Oliveira, a empresa, não só na contratação como
durante o contrato deve se pautar pela aptidão da pessoa e não pela opção sexual. “Se tiver
preconceito e discriminação o trabalhador pode pedir reparação, pois realmente afeta a
imagem dele e dificulta a inserção da pessoa no mercado de trabalho”, enfatizou.

Gays assumidos têm 40% menos chances de conseguir emprego


Texto: Marcio Claesen – 2011

Um estudo publicado pelo American Journal of Sociology revelou que candidados


assumidamente gays têm 40% menos chances do que os héteros de serem chamados para uma
entrevista de emprego.
Um pesquisador da Universidade de Harvard enviou dois currículos fictícios para
1.700 vagas. No primeiro, ele mencionava uma experiência como tesoureiro de uma entidade
gay em uma universidade. No outro, incluía uma experiência em uma “aliança progressista
socialista”.
Os resultados mostraram que o segundo currículo, sem nenhuma menção arco-íris,
teve 11,5% de chances de ser chamado para uma entrevista, e o primeiro, apenas 7,5%.
O estudo concluiu que os resultados indicam que o homens gays encontram barreiras
significativas no processo de contratação, pois, de início, os empregadores tendem mais a
desqualificar candidatos abertamente homossexuais do que candidatos heteros igualmente
qualificados.”
Os homossexuais e o preconceito no mercado de trabalho frente aos princípios
constitucionais
Texto: Daiana Baumgardt

O presente artigo aborda o tema do preconceito sofrido pelos homossexuais no


mercado de trabalho à luz da proteção dos princípios constitucionais, uma vez que, eles eram
e continuam sendo muito discriminados no ambiente profissional, apesar de estarem presentes
em quase todas as áreas de trabalho. É fato de que os homossexuais estão se inserindo cada
vez mais no mercado de trabalho, mas para que isto deixe de ser um problema é necessário
uma mudança social e cultural. Desta forma pretendeu-se demonstrar que diante da
Constituição Federal todos são iguais, sem qualquer tipo de discriminação. Considerando a
eleição do assunto e a sua delimitação, buscou-se indagar quais os meios para tentar acabar
com essa discriminação que infelizmente ainda existe em nossa sociedade.
O artigo trata-se de um assunto estigmatizado, e que divide opiniões e apresenta
preconceitos tanto da sociedade como ainda de alguns legisladores, por isso merece ser
discutido.
Propõem-se ainda demonstrar que os homossexuais são indivíduos capacitados para
trabalhar, aprender e ensinar, não havendo quaisquer riscos intransponíveis no exercício de
suas funções. Busca-se estabelecer e garantir a todos os indivíduos, independentemente de sua
orientação sexual, a formação de profissionais com identidade e respeito próprios, direitos
esses inerentes a todo ser humano.
Entretanto, ainda permanece a recusa de alguns empregadores em aceitar os
homossexuais no seu quadro de colaboradores, baseados apenas nas justificativas de que
possam envergonhar ou até mesmo prejudicar a imagem da empresa.
Os homossexuais são apenas uma parte da população que sofre com o preconceito no
mercado de trabalho e que estão tendo negado o seu direito constitucional de ter uma vida
digna, com trabalho e um salário que possa satisfazer o seu sustento, por mero
convencionalismo, sem fundamento, de certas pessoas que compreendem que o fato de ser
homossexual o torna uma pessoa não habilitada para as atividades profissionais.
Esta classe de trabalhadores esmagados e dominados pela crueldade do preconceito é
composta na sua maioria por indivíduos rejeitados e desprezados no mercado de trabalho,
uma vez que, encontram as portas fechadas pela ignorância e pela estupidez de alguns
empregadores.
Os princípios constitucionais são os apoios encima dos quais se funda o Ordenamento
Jurídico, uma vez que dão organização, nexo e coesão às relações jurídicas. Eles representam
elementos de importância máxima do Estado Democrático de Direito. Pode-se dizer que os
princípios são os pontos básicos e que servem para a compreensão, aplicação e execução do
direito, que modernamente é regulado pelo pluralismo e pelo emaranhado de legislações.
Nela insere-se também dentro da abordagem da discriminação dos homossexuais no
mercado de trabalho, colocando em pauta entre tantos outros princípios que garantem a cada
indivíduo o direito a uma vida digna, incorporando-os como elementos ativos da sociedade,
cidadãos dotados de direitos e deveres, os princípios constitucionais mais consagrados como
da igualdade, da não-discriminação e da dignidade da pessoa humana.

Princípios constitucionais:

O objetivo principal dirige o presente trabalho a entrelaçar os princípios


constitucionais de maior relevância a cerca do preconceito contra os homossexuais no
mercado de trabalho. Assim:
[...] se os valores adentram o ordenamento jurídico pela positivação nas regras e
princípios e, em especial, nos princípios constitucionais, este processo, todavia, não é
mecânico e muito menos automático, mas fruto de lenta e gradual construção histórica, não se
reduzindo, portanto, a um simples apropriar de valores pelo sistema constitucional. Mister,
então, respeitar a opção constitucional. (MARTINS, 2006, p.99)
A orientação sexual não diferencia os homossexuais dos demais trabalhadores, uma
vez que possuem seus direitos assegurados, tendo como fundamento legal o dever de respeitar
as diferenças.

Princípio da Liberdade e da Igualdade:

Uma das questões mais indigitadas em especial no Direito do Trabalho é a


discriminação, que assume as mais variadas formas, maneiras e modalidades, principalmente
os relacionados ao acesso e até mesmo ao ingresso ao mercado de trabalho e ao tratamento
diversificado dos homossexuais no respectivo ambiente.
Dentre os princípios fundamentais cabe destacar o art. 3º, IV da Carta Magna que
começa a enunciar o direito à igualdade de todos perante a lei, ao pontificar tacitamente:
“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: promover o bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.” (BRASIL, 2003a, p.13). Aí deve estar abrangida a preferência sexual do
indivíduo.
Neste sentido, quando no que se refere ao direito de liberdade, ou também descrito
como direito de primeira geração, enriquece ao assegurar que têm
[...] por titular o indivíduo, são oponíveis ao Estado, traduzem-se como faculdades ou
atributos da pessoa e ostentam uma subjetividade que é seu traço mais característico; enfim,
são direitos de resistência ou de oposição perante o Estado. (BONAVIDES, 2003, p. 563)
Já ao tratar dos direitos individuais e coletivos, cabe ressaltar o artigo 5°, caput, da
Constituição Federal: “Tão são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. (BRASIL, 2003a, p.15).
Nesta mesma linha o Código Civil estatui em seu art. 186 que “aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”, (BRASIL, 2003b, p. 49); e ainda o caput
do art. 927 estatui que “aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo”, (BRASIL, 2003b, p. 190).
Também, o princípio da igualdade atua em dois níveis diversos:
De uma parte, frente ao legislador ou ao próprio executivo, na edição,
respectivamente, de leis, atos normativos e medidas provisórias, impedindo que possa criar
tratamentos abusivamente a pessoas que se encontram em situações idênticas. Em outro
plano, na obrigatoriedade ao intérprete, basicamente, a autoridade pública, de aplicar a lei e
atos normativos de maneira igualitária, sem estabelecimento de diferenciações em razão do
sexo, religião, convicções filosóficas ou políticas, raça, classe social. (MORAES, 2006, p.86)
Deste modo, os princípios devem satisfazer a todos os indivíduos, outorgando-lhes o
direito a igualdade, sem favorecer ou discriminar alguém. Tem por intento fundamental o
respeito à dignidade e o estabelecimento de condições mínimas necessárias de vida. Deste
modo, o Subprocurador-Geral do Trabalho e professor de Direito do Trabalho do Centro
Universitário de Brasília mostra que:
A solução do problema não é simples e deve ser cobrada de toda a sociedade, e não
apenas do Estado. Num primeiro passo, é importante que a sociedade abandone a omissão
cômoda dê ao tema a prioridade necessária, colocando-o em evidência nos noticiários, em
debates públicos, seminários, palestras e no meio acadêmico, pois só assim as pessoas
poderão tomar contato com o assunto, refletir sobre ele e se engajar nessa cruzada, seja a nível
individual, com uma mudança de comportamento, seja a nível coletivo, participando de ações
e oferecendo sugestões em seu trabalho, igreja, associação, condomínio, etc, que possam
resultar na promoção da igualdade e eliminação de qualquer forma discriminatória. (LOPES,
2009, p.04)
A igualdade jurídica entre os homossexuais no mercado de trabalho, já vem sendo
reconhecida no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, conforme jurisprudência abaixo:

Ementa: indenização. Dano moral. Opção sexual:

Situação em que a prova oral deixou evidente que a autora foi vítima de ofensas
verbais praticadas pela empregadora, por meio de seu preposto que, ao tomar conhecimento
de sua homossexualidade e de relacionamento estreito, mantido com uma colega de trabalho,
passou a insultá-la quanto à sua opção sexual, passando a atribuir-lhe os piores serviços,
resultando, por fim, na sua despedida. Comprovada a repercussão do dano, na medida em que
todos os colegas de trabalho do setor de costura, cerca de 400 (quatrocentas) pessoas, ficaram
sabendo que a reclamante e sua companheira haviam sido despedidas em função do
relacionamento amoroso que mantinham. Indenização por dano moral que se defere. (RS,
2008a, p.01)
Do mesmo modo, julga-se de suma importância a fixação e o estabelecimento de
critérios e juízos de valores, pois:
A desigualdade na lei se firma quando a norma distingue de maneira arbitrária um
tratamento diferenciado a pessoas diversas. Para não serem discriminatórias essas
diferenciações normativas é preciso que se use critérios e juízos de valores que atuem como
justificativas dessas diferenciações, não se esquecendo da relação de proporcionalidade entre
os meios empregados e a finalidade a ser alcançada, sempre em conformidade com os direitos
e garantias constitucionalmente protegidos. (BORGHEZAN, 2004, p. 49)
Posto isso, pode-se dizer que os princípios da igualdade e da não-discriminação andam
juntos, pois não se pode falar sobre um sem comentar sobre o outro.

Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e da Não-Discriminação:

Prevê o art. 1º, III, da Constituição Federal, que o nosso Estado Democrático de
Direito tem como fundamento à dignidade da pessoa humana. Este princípio também está no
art. 170, caput, da Constituição Federal. Em relação ao trabalhador pode-se acrescentar que:
[...] por ser uma pessoa humana, já que é digna qualquer pessoa humana, também
merece ser protegido em sua dignidade, fazendo com que sejam respeitados seus direitos,
porque a dignidade da pessoa humana está acima de qualquer vínculo laboral. A dignidade do
obreiro faz prevalecer seus direitos, limitando, censurando, toda e qualquer manobra que
possa desrespeitar o trabalhador. (RIBAR, 2006, p. 1096).
A sexualidade e suas manifestações integram e completam o agregado da
personalidade humana e como tal deve ser tutelada pelo ordenamento jurídico com vistas à
proteção da dignidade da pessoa humana. Nesse sentido:
O princípio da dignidade da pessoa humana identifica um espaço de integridade moral
a ser assegurado a todas as pessoas por sua só existência no mundo. É um respeito à criação,
independentemente da crença que se professe quanto à sua origem. A dignidade relaciona se
tanto com a liberdade e valores do espírito como com as condições materiais de subsistência.
(BARROSO, 2003, p. 323).
Este princípio garante a toda e qualquer pessoa o direito a um tratamento igualitário,
ou seja, o direito a não ser discriminado de qualquer forma. Se todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza, aí está compreendida a opção sexual de cada indivíduo.
Neste sentido Ferreira Filho acrescenta que a, “[...] pessoa humana tem uma dignidade própria
e constitui um valor em si mesmo, que não pode ser sacrificado a qualquer interesse coletivo”,
(2000, p.19).
Nesta acepção, a Carta Magna:
[...] incorporou o princípio da Dignidade Humana em seu núcleo, e o fez de maneira
absolutamente atual. Conferiu-lhe status multifuncional, mas combinando unitariamente todas
as suas funções: fundamento, princípio, objetivo. Assegurou-lhe abrangência a toda ordem
jurídica e todas as relações sociais. Garantiu-lhe amplitude de conceito, de modo a ultrapassar
sua visão estritamente individualista em favor de uma dimensão social e comunitária de
afirmação da Dignidade Humana. (DELGADO, 2004, p. 43)
Desse modo, desacatar e desrespeitar tal princípio representa por sua vez, uma forte
ameaça aos direitos e garantias fundamentais do indivíduo, assegurados pela Constituição
Federal, conforme se pode asseverar que a:
[...] dignidade é um valor espiritual e moral inerente à pessoa, que se manifesta
singularmente na autodeterminação consciente e responsável da própria vida e que traz
consigo a pretensão ao respeito por parte das demais pessoas, constituindo-se um mínimo
invulnerável que todo estatuto jurídico deve assegurar, de modo que, somente
excepcionalmente, possam ser feitas limitações ao exercício dos direitos fundamentais, mas
sempre sem menosprezar a necessária estima que merecem todas as pessoas enquanto seres
humanos. (MORAES, 2006, p. 48)
Já o art. 7º, incisos XXX, XXXI, XXXII e XXXIV, todos da Constituição Federal, se
referem às formas de tratar as pessoas, proibindo a discriminação por motivo de sexo, idade,
raça, cor, religião ou de qualquer outra natureza. Por conseguinte, o princípio da não-
discriminação também está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho em seu artigo 461
ao dispor que: “Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo
empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo,
nacionalidade ou idade”. (BRASIL, 2004, p. 113)
Reafirma-se que o princípio da dignidade da pessoa humana:
[...] estabelece um grau de proteção e autonomia da pessoa humana frente ao Estado e
às demais pessoas humanas ou pessoas jurídicas públicas ou privadas, além de impor a
satisfação de condições mínimas de existência capazes de tornar capaz ao ser humano
realmente viver e não só sobreviver. (VECCHI, 2004, p. 119).
Infelizmente o que se vê na prática, no dia a dia de nossa sociedade é uma total
violação dos princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade, princípios estes que
deveriam ser inseparáveis e invioláveis. Assim:
A discriminação, a seu turno, é a ação ou omissão baseada em critérios injustos, tais
como raça, cor, sexo, idade, estado civil, religião etc, que viole direitos da pessoa. Pode-se
dizer que a discriminação é a exteriorização ou a materialização do preconceito, que pode
decorrer tanto do racismo, quanto do esteriótipo. É o caso, por exemplo, do empresário que se
recusa a promoção da mulher a um cargo de direção, apenas pelo fato de ser mulher e
acreditar que as mulheres, por sua “fragilidade” não são talhadas para as funções de comando.
(LOPES, 2009, p.06)
Por sua vez, o Judiciário cada vez mais deixa de lado o preconceito, garantindo o
princípio da dignidade da pessoa humana e da não-discriminação conforme jurisprudência:

Ementa: dano moral. Assédio moral:

Hipótese em que estão presentes todos os requisitos para a configuração de situação


passível de indenização, quais sejam, o abalo à dignidade do empregado e a relação de
causalidade entre este e a conduta da empregadora, impondo-se a confirmação da sentença
quanto à indenização por dano moral. Incidência do artigo 5º, inciso X, da Constituição
Federal, bem como dos artigos 186 e 927, ambos do Código Civil. (RS, 2008b, p.01)
Portanto, fica evidente que o objetivo deste princípio é promover e garantir o respeito
às diferenças, aceitando o fato de que cada ser humano/trabalhador é único, e todos
compartilham e participam dos mesmos direitos e deveres.
Cabe ressaltar que para Petry Junior, (2007, p. 96), “[...] a dignidade é princípio que,
por sua dimensão e importância, alcança todas as pessoas, [...] pois, afinal, como se viu, todos
são iguais também em dignidade”. Já para Sarmento, (2006, p. 87), “a consagração do
princípio importa no reconhecimento de que a pessoa é o fim, e o Estado não mais do que um
meio para a garantia e promoção dos seus direitos fundamentais”.
Em síntese, o respeito à orientação sexual, inclusive dos homossexuais, e o princípio
da dignidade estão intimamente conectados, uma vez que ao desrespeitar tais indivíduos,
profana-se também o princípio constitucional.
Deste modo, ao falar em dignidade, fala-se em ter condições mínimas de direito à
saúde, ao trabalho, à participação da vida em sociedade, bem como condições para
desenvolver-se, devendo ele ser reconhecido e tratado de forma igual, pois todos têm os
mesmos direitos e dignidade essa que merece proteção jurídica.

O homossexual e o preconceito no mercado de trabalho

O homossexual e o preconceito que ele sofre no mercado de trabalho prendem-se ao


fato de que, embora sendo um assunto bastante condenado, porém de mais controversa dentre
todos, vem passando por várias transformações tanto a nível cultural como o reconhecimento
e a aceitação por parte da sociedade. É um acontecimento que percorreu toda a história da
humanidade, permitida em algumas épocas, criticadas e censurada em outras. Na verdade,
observa-se que:
[...] em todo mundo antigo, a bissexualidade era socialmente aceita e o homossexual
considerado igual a qualquer outro ser humano. [...] No século 18, o homossexual era
insultado e tratado como um pecador. Graças a impossibilidade de procriação, seu papel na
emergente sociedade de consumo ficou prejudicado. Somente na segunda metade do século
20 é que a sociedade passou a mostrar maior compreensão pelo homossexual. (FRANCO,
2007, p. 01)
No entanto, conforme se pode constatar, tais mudanças não ocorrem de maneira
automática:
[...] O contra-discurso tão-somente possibilita a transformação das idéias. Eis a razão
porque é necessário organizar os setores mais avançados da classe trabalhadora, isto é, os
sindicatos, para argumentar e conquistar a indiferença dos trabalhadores a fim de mostrar a
necessidade da emancipação homossexual e discutir com gays e lésbicas a importância de
lutar por melhores condições nas relações de emprego e trabalho. (JESUS, 2009, p. 01).
Vários são os preconceitos enfrentados pelos homossexuais em seus locais de
trabalho, a humilhação, aborrecimentos, insinuações e até mesmo agressões físicas são as
principais conseqüências da comunidade machista e preconceituosa.
Na verdade existe um comportamento muito preconceituoso a respeito da
homossexualidade. A nossa cultura sempre importunou muito os trabalhadores homossexuais,
criando tabus, tratando-os como doenças e originando crendices e conflitos exagerados nas
pessoas. No entanto, sabe-se que há bastante tempo a homossexualidade:
[...] foi retirada da lista de “doenças” do Classificador Internacional de Doenças –
CID, em louvável iniciativa do Conselho Federal de Medicina, no ano de 1985, tornando sem
efeito o código 302 do CID, o qual considerava a homossexualidade como desvio ou
transtorno sexual, antecipando-se, assim, à própria Organização Mundial de Saúde.
(FIGUEIREDO, 2006, p. 84).
Para Fernandes (2007, p.10), “o preconceito contra os homossexuais começa pela
própria família, passando pelos amigos e colegas de trabalho até esbarrar em determinados
segmentos da sociedade”. Muitos inclusive são alvos de assédio moral dentro das empresas e
tem como alvo excluir a vítima, atormentando sua autoconfiança. Muitas são as
conseqüências desse assédio, segundo se pode perceber:
O estresse emocional crônico gerado pela humilhação comprometerá a saúde física e a
estrutura de personalidade do vitimado desencadeando baixo autocontrole emocional, baixa
auto-estima e atitudes auto-destrutivas que podem evoluir para a incapacidade produtiva,
desemprego, morte, enfarte, problemas psiquiátricos, derrame cerebral, isolamento social,
suicídio, uso de drogas, marginalidade, incapacidade de estabelecer ligações afetivas,
incompetência nas relações interpessoais, timidez, dificuldade de se comunicar, vingança
podendo planejar o assassinato do algoz, promoção de atos de sabotagem na empresa e o
aparecimento de uma disfunção sexual associada. Constitui o chamado risco invisível, nas
relações cotidianas de trabalho. (PEDROSA, 2009, p.01)
A orientação sexual nada mais é do que a asseveração da identidade pessoal do
indivíduo, que cuja enleve ou comportamento direciona-se a uma pessoa do mesmo sexo que
o seu. Não se define uma pessoa apenas por sua conduta sexual. A orientação sexual é um
direito personalíssimo, sendo uma qualidade essencial e notória a toda e qualquer pessoa.
A respeito da heterossexualidade deve-se destacar que:
[...] é tida como parâmetro normal/natural da sexualidade, são raros os casos de ofensa
ao direito de se sentir atraído ou de amar o sexo oposto. Quando o desejo para o sexo idêntico
é camuflado na bissexualidade, também são incomuns as turbações à intimidade, pela
pressuposição heterossexual. Ao contrário, devido à ignorância científica e ao preconceito, a
orientação afetiva homossexual ainda esbarra em reprovabilidades dos mais variados graus,
sendo comuns atentados ou insinuações verbais, gestuais e, até mesmo, agressões físicas aos
que não ocultam ou deixam refletir as suas homossexualidades. (DEUS, 2005, p.01).
A orientação sexual não é critério para se estabelecer ou definir quem deve ou não ser
respeitado, ou quem deve ou não ser contratado. O princípio da igualdade sempre será violado
quanto o fator diferencial empregado é a orientação sexual do indivíduo. A afirmativa a seguir
é clara ao pregar que:
Ninguém escolhe ser homossexual. O desejo emocional e sexual por pessoas do
mesmo sexo surge espontaneamente, da mesma forma que acontece com os heterossexuais. O
que as pessoas podem escolher é se irão ou não ter comportamentos homossexuais. Uma coisa
é a orientação homossexual (desejo, atração física e emocional), outra é o comportamento
homossexual (relações amorosas e/ou sexuais com parceiros do mesmo sexo). (BORGES,
2008, p.01)
É devido à ignorância e o preconceito existente na sociedade que a orientação afetiva
homossexual ainda detêm-se em condenações dos mais variados tipos. Nesta acepção Lopes
(2009, p. 6) afirma que “[...] ainda falta uma consciência mais firme do Estado e da sociedade
de que a discriminação é uma patologia social que infecta a democracia e precisa ser
combatida com todo o rigor”.
Concordando com a mesma idéia de que apesar das garantias a sociedade, ainda, tem
preconceitos e falta de consciência enfatiza-se que:
Apesar das garantias constitucionais, a sociedade ainda mantém costumes seculares,
desrespeitando o cidadão com suas características particulares, seja pela cor, sexo, idade ou
outra qualquer. Isso porque nem sempre o que a Carta Constitucional prescreve, a sociedade
aceita e cumpre, porque o preconceito social ainda está enraizado na cultura e nos costumes
da população que ainda oprimem a consciência do cidadão. (SANTOS de OLIVEIRA, 2003,
p. 02).
O que se percebe atualmente, é que muitas empresas tentam driblar as leis do trabalho
e da Constituição Federal, ao discriminar os homossexuais já no processo de seleção, no
momento da contratação, porém o que dificulta a reparação das lesões sofridas, é ao fato de
tratar-se de uma forma de discriminação mais difícil de ser comprovada. Nesta mesma linha
de raciocínio é importante reafirmar que:
No uso dessa odiosa discriminação, alguns maus empregadores vêm-se utilizando de
várias práticas fraudulentas, que a cada dia mais se aprimoram. São exemplos das mesmas:
busca de informações processuais disponibilizadas na homepage dos Tribunais Trabalhistas,
com consulta formulada através do nome da parte; solicitação ou pedido aos candidatos que
peçam certidões negativas nos distribuidores trabalhistas; formação de listas, copiando nomes
nas pautas de audiência das varas do trabalho; compra de listas prontas confeccionadas por
empresas especializadas no assunto; obtenção de informações nas empresas anteriores onde o
candidato trabalhou, além de outras formas que não se consegue sequer detectá-las. (MELO,
2002, p.229)
Diante disto, cabe lembrar a importância das denúncias a respeito dessa e de outras
formas de discriminação, para que o Ministério Público do Trabalho possa, através de
instauração de inquéritos cíveis públicos, apurar tais denúncias e punir os responsáveis.
Entretanto, é imprescindível advertir que muitos trabalhadores não procuraram seus
direitos por falta de informação ou conhecimento, ou em muitos casos até mesmo, por
desabonar da justiça brasileira, tampouco a Justiça do Trabalho.
Nesta mesma concepção quanto aos trabalhadores homossexuais procurarem a justiça
para buscar seus direitos, acrescenta-se que:
As pessoas que se sintam lesadas, no direito fundamental de livre e responsável
expressão da orientação sexual, não podem se omitir de denunciar as perturbações que lhes
firam a afetividade. Mesmo que imperfeita, a via judicial é a mais viável para ajustar conflitos
oriundos de atentados à sexualidade. O pedido de indenização por danos morais é uma
alternativa para sancionar o desrespeito a este espectro essencial da intimidade. (DEUS, 2005,
p.01)
Neste sentido reafirma-se que “na condição de limite da atividade dos poderes
públicos, a dignidade necessariamente é algo que pertence a cada um e que não pode ser
perdido ou alienado, porquanto, deixando de existir, não haveria mais limite a ser respeitado”,
(2001, p. 107). O direito à identidade individual e a proteção ao trabalho de cada ser humano
são um dos direitos fundamentais assegurados pela Carta Magna, considerando-se admissível
à homossexualidade como um modo legítimo de se desempenhar a sexualidade humana
sendo, deste modo, um sujeito passível de ter direito a proteção e o reconhecimento legal por
parte do Estado.
Empresas ainda falham na inclusão de homossexuais
Juliana Cariello, da Você S/A – São Paulo

Para Arthur Irigaray, professor da FGV, elas ainda precisam aprender a lidar com a
diversidade e tirar proveito disso
Desde o início do ano, o debate público a respeito de direitos de homossexuais tem
sido intenso. Se, por um lado, houve um avanço importante no reconhecimento da união
estável entre pessoas do mesmo sexo, também foram vistas, nos últimos meses, manifestações
de ódio, que vão de linchamentos a declarações condenáveis de políticos. Essa mesma
dinâmica da sociedade é reproduzida no ambiente de trabalho. Nas empresas, a homofobia é
um assunto proibido, mesmo em lugares que promovem a diversidade.
"Trata-se de um reflexo da cultura machista brasileira, um traço profundo da própria
identidade nacional", diz Hélio Arthur Reis Irigaray, professor da Fundação Getulio Vargas e
da Pontifícia Universidade Católica, ambas do Rio de Janeiro, e autor de uma tese de
doutorado sobre orientação sexual e ambiente de trabalho brasileiro. Na entrevista a seguir,
Arthur Irigaray mostra que ainda há muito a avançar.
Como a homossexualidade é tratada no ambiente corporativo?
As organizações têm um discurso certinho, de responsabilidade social e de inclusão de
minorias. Mas, ao ouvir um homossexual descrever a vida corporativa, tudo muda de figura.
Até hoje existem casos de gays agredidos fisicamente no trabalho, mesmo em corporações
com política de diversidade. o homem branco heterossexual tem muito mais facilidade para
progredir na carreira do que o gay.
No caso de homens homossexuais, eles são bem aceitos quando são cabeleireiros,
comissários de bordo, profissionais das artes, que são carreiras associadas às mulheres. Fora
isso, os gays assumidos esbarram em tetos invisíveis. A dificuldade de crescimento
profissional existe mesmo em companhias com políticas de inclusão estabelecidas.
As políticas de diversidade não são efetivas então?
Não são. A discriminação contra os homossexuais existe e está associada à
discriminação sofrida por mulheres. Quando igualo um homem gay a uma mulher, é para
dizer que ele é frágil, fofoqueiro, instável emocionalmente. Ao desqualificar gays, mulheres,
negros e outras minorias, faz-se uma reserva de cargos na elite corporativa para homens
brancos heterossexuais.
Eles se privilegiam da diminuição do número de competidores. Há o caso de um banco
estrangeiro com políticas de inclusão no qual, para chegar a níveis gerenciais, é preciso ser
expatriado. Uma das condições para morar fora do país é ser casado. Mas as regras
conflitantes não são o pior: um suposto tipo de humor atrapalha a efetividade das políticas de
diversidade no dia a dia.
Humor e preconceito andam juntos nesse caso?
Defender-se de um Jair Bolsonaro é fácil porque ele dá a cara a tapa. Mas e daqueles
que contam piadinhas aparentemente inofensivas? Humor é um traço cultural muito forte no
brasil. Homossexual é o engraçado, a bichinha, a histérica, ou seja, não pode ser gerente.
Afinal, pelo senso comum, um bom gestor é aquele capaz de tomar decisão, detentor de voz
de comando, duro, inflexível. Se o gay é pintado nas piadas como tudo menos isso, está fora
do jogo.
É mais difícil defender-se nesse caso. Se ele revidar, dizem que não tem senso de
humor. Por mais que as empresas sejam contra as piadas, fazem vista grossa. a hipocrisia do
ambiente corporativo é reflexo da existente na sociedade. o problema é o gay assumido. Vida
dupla pode. A executiva pode estar sozinha; para todos os efeitos, abriu mão do pessoal pela
carreira. O executivo tem de ter esposa. Acho que isso mudará com as novas gerações.
O machismo do brasileiro é o responsável por essas situações?
Ameaçar a masculinidade do machão brasileiro é complicado, mexer na formação
cultural de um povo é difícil mesmo. O preconceito aqui é dos homens e das mulheres. Elas
também têm resistência.
Muitas empresas, porém, têm políticas de inclusão de minorias. Por que elas investem
nisso?
Por interesse em resultados melhores, por necessidade de imagem pública positiva ou
por pressão da lei. A inclusão dos deficientes, por exemplo, se deu porque a lei obriga.
Como um hétero deve agir com um gay no ambiente de trabalho para torná-lo
harmonioso?
Não se deve vitimizar os homossexuais nem dar regalias a eles. A proteção deve
existir apenas para não permitir ataques. Se a empresa fizer vista grossa para discriminações
pontuais, pode haver repetições, e assim caracterizasse o assédio moral. Hoje, qualquer
telefone grava. O que se coloca em email e em rede social é público.
Se o funcionário catalogar a "perseguição", a empresa será responsabilizada pela
Justiça. O empregador tem de garantir o bem-estar físico e psicológico no ambiente de
trabalho. Os gestores que observam situações de preconceito têm de educar os subordinados,
mas as sanções também precisam existir. É esse o caminho para as políticas de inclusão de
minorias saírem do discurso para a prática no dia a dia.
Os gays se sentem respaldados para denunciar injustiças?
Os gays não denunciam, geralmente, por medo e por constrangimento. Mesmo nos
dias de hoje é muito difícil se expor. Afinal, a homossexualidade tem um passado ligado a
pecado, doença e crime. E, ainda que se crie coragem para ultrapassar essas barreiras, há o
medo de impunidade e de retaliação.
Conheço o caso de uma funcionária que denunciou o chefe por assédio sexual à
empresa, e ela foi demitida. A companhia alegou que a moça deu motivo porque usava
vestidos decotados. O mesmo risco de a vítima ser prejudicada existe com os gays.
"Se a empresa fizer vista grossa para discriminações, pode caracterizar-se o assédio
moral. Hoje, qualquer telefone grava"
Homossexual discrimina?
Sim. Certa vez entrevistei um executivo, gay assumido, vice-presidente de um grande
banco, para um trabalho acadêmico. A homossexualidade não foi empecilho para a carreira.
Quando perguntei se ele militava por seus direitos e se ia à Parada Gay, respondeu: "Eu?
Parada? O que tenho a ver com aquela gente feia, desdentada e pobre?".
Avanços conquistados pelos gays, como a união estável, vão se refletir na
organização?
Tudo muda, mas leva tempo. As mulheres tiveram de batalhar para conquistar seu
espaço no mercado, sair de casa e poder trabalhar.
Conclusão:
O trabalho dentro do limite a que se propôs, analisou do preconceito existente contra
os homossexuais dentro do mercado de trabalho. A homossexualidade é hoje um dos fatores
sociais, se assim for considerado, mais difícil de explicar e analisar. Não existe uma razão que
possa esclarecer sua origem, ou conceito que defina a homossexualidade perfeitamente bem.
Sabemos que homossexual é aquele indivíduo que sente prazer sexual com pessoas do mesmo
sexo. Mas tal definição não é suficiente para designar esse grupo tão complexo.
Este trabalho tratou de um assunto que divide opiniões e apresenta preconceitos tanto
da sociedade como ainda de alguns legisladores. Sendo assim, discutido com dedicação e
respeito. Propôs-se também a demonstrar que os homossexuais são indivíduos capacitados
para trabalhar, aprender e ensinar, não havendo quaisquer riscos intransponíveis no exercício
de suas funções.
Entretanto, ainda permanece a recusa de alguns empregadores em aceitar os
homossexuais como seus colaboradores, baseados nas justificativas de que possam
envergonhar ou até mesmo prejudicar a imagem da empresa.
No caso de homens homossexuais, sem dúvidas, o cargo mais ocupado por eles é o de
cabeleireiro. São bem aceitos também como comissários de bordo, profissionais das artes,
arquiteto, designer, publicitário, marqueteiro e estilista que são carreiras associadas às
mulheres. A dificuldade de crescimento profissional existe mesmo em companhias com
políticas de inclusão estabelecidas e para cargos de destaques em grandes empresas.
Diante dos entendimentos trazidos, pode-se deduzir que a discriminação dos
homossexuais no ambiente de trabalho é uma das realidades que mais profundamente afronta
e desafia o princípio constitucional da igualdade. Assim, entende-se que não existe a recusa
de uma vaga de emprego ou até mesmo a contratação com fundamento na orientação sexual
do candidato, o que constitui uma exata discriminação, negando-lhes um direito garantido a
todo e qualquer ser humano.
Se houver discriminação em entrevista de trabalho, o candidato a vaga deve se lembrar
que não é obrigado a responder perguntas sobre orientação sexual ou estado civil, pois o
objetivo da entrevista de trabalho é revelar conhecimentos, o que não depende da orientação
sexual.
Referências:

 Internet:

BAUMGARDT, Daiana. Os homossexuais e o preconceito no mercado de trabalho frente


aos princípios constitucionais.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7314
CLAESEN, Márcio. Gays assumidos têm 40% menos chances de conseguir emprego.
http://paroutudo.com/2011/10/04/gays-assumidos-tem-40-menos-chances-de-conseguirem-
emprego-diz-estudo/
PITACOS, Dando. Empresas discriminam homossexual na hora de contratar -
http://apatotadopitaco.blogspot.com.br

SODRÉ, Jheniffer. Artigo: Cabelereiro, vendedor de loja, estilista… Veja profissões


que mais contratam LGBTs.

http://eshoje.jor.br/cabelereiro-vendedor-de-loja-arquiteto-estilista-designer-
publicitario-veja-profissoes-que-mais-contratam-homosexuais.html

VIGILANTIBUS, Jus. Artigo: Os homossexuais e o preconceito no mercado de trabalho -


http://jusvi.com/artigos

Artigo: Existe discriminação contra homossexuais no mercado de trabalho.


http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/comportamento/discriminacao_homossex
ual.shtm

Artigo: Homossexuais dizem sofrer preconceito no mercado de trabalho em MG.

http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2012/08/homossexuais-
dizem-que-sofrem-preconceito-no-mercado-de-trabalho-em-mg.html

Homossexualidade.
http://homossexualismo.multiply.com

Fonte: O Liberal. Artigo: Homofobia: Gay esconde tendência ao disputar vaga.


http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=250&codigo=41332
 Mídia:

1. Programa Amor e Sexo – Rede Globo de Televisão


2. Novela – Insensato Coração - Rede Globo de Televisão

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