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A caça era regulamentada no Brasil entre os anos de 1934 a 1967, mas com a lei de Proteção à

fauna (Lei 5.197 de 1967), foi proibido a caça profissional e regulamentado a caça esportiva,
porém a principal delas, que é a de subsistência, foi esquecida. Só depois de 10 anos foi criada
a lei de Crimes Ambientais aonde se descriminalizou a caça de subsistência.

Até o final da década de 60, a caça era exaltada pela mídia brasileira, haviam programas de TV
e rádio sobre o tema e revistas como “Revista Caça e Pesca”. Isso se estendeu até o final dos
anos 70 aonde publicavam livros dedicados ao público infanto-juvenil. Nesse período o
caçador era visto como herói, desbravador de matas, corajoso pois enfrentava o perigo
iminente e também era visto como protetor da natureza.

Era cultura, história, ciência, respeito. A população aprendia a lidar com a caça, aprendia o que
era certo e errado, o ato de caçar muitas vezes era o que coloca o alimento na mesa de muitas
famílias e hoje nas comunidades do interior ainda tem o mesmo propósito. Nem todas as
famílias tem acesso fácil a supermercados ou renda o suficiente para comprar a sua
alimentação.

Essa é a realidade da caça de subsistência que é praticada em todas as regiões do Brasil,


principalmente por populações indígenas e em comunidades tradicionais, além disso, cria-se
uma tradição passada de geração em geração, não só aqui, mas em muitos lugares do mundo.

Além disso o conhecimento ecológico dos caçadores experientes é de grande valia para o
manejo e conservação dos animais silvestres, contribuem para a comunidade cientifica, pois
em seus relatos tem descrições taxonômicas, morfológicas, ecológicas e comportamentais.
Mas não só isso, informações como padrões históricos, distribuição geográfica, abundância da
fauna silvestre, estrutura trófica de uma comunidade e demografia de espécies cinegéticas.

Por causa de influências externas, originadas da Revolução Ambiental Norte-Americana e a


divulgação de problemas ambientais graves, como o desmatamento da Amazônia, no final dos
anos 70, ambientalistas brasileiros começam a apoiar a proteção total da fauna silvestre
nacional e dentro dessa ideia a caça não é aceitável.

Devido ao momento político que o país passava nesse período, a mídia de massa ajudou a
propagar a imagem negativa dos caçadores, associando eles a imagens de destruição do meio
ambiente que permanece até hoje.

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