Você está na página 1de 55

Exercícios

Cespe
Professor Elias Santana
Se a tecnologia pode decretar o fim do emprego para alguns, ela pode,
paradoxalmente, representar um aumento do trabalho para muitos.

A correção gramatical e o sentido original do texto seriam mantidos caso a


palavra “Se”, que inicia o terceiro parágrafo, fosse substituída por como.
“Ao aumentar a produtividade, a tecnologia aumenta a renda e, portanto, a
demanda na economia como um todo”.

A expressão ‘a produtividade’ (R.19) exerce a função de sujeito do verbo


‘aumentar’ (R.18).
Mas nem todos concordam com os prognósticos pessimistas de Rifkin.
“Embora a tecnologia possa tanto criar trabalhos como extingui-los, o efeito
líquido é geralmente o aumento do emprego”

Em ‘extingui-los’ (R. 15), a forma pronominal ‘los’ refere-se ao termo


“prognósticos” (R.13).
Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa
fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente ignora você.
Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável.

A correção gramatical do texto seria preservada caso se inserisse a preposição


a logo após a forma verbal “ignora”, na frase “Simplesmente ignora você”
(R.9).
Mas quando você o manda fazer alguma coisa, mas manda errado, ele diz
“Errado”. Não diz “Burro”, mas está implícito. É pior, muito pior. Às vezes,
quando a gente erra, ele faz “bip”. Assim, para todo mundo ouvir. Comecei a
usar o computador na redação do jornal e volta e meia errava. E lá vinha ele:
“Bip!” “Olha aqui, pessoal: ele errou”.

O termo “Assim” (R.15) tem valor semântico demonstrativo e, por isso, a sua
substituição pela conjunção Portanto prejudicaria o sentido original do texto.
Recuso-me a crer na liberdade e nesse conceito filosófico. Eu não sou livre, e
sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por
convicções íntimas. Ainda jovem, fiquei impressionado pela máxima de
Schopenhauer: “O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode
querer o que quer”; e hoje, diante do espetáculo aterrador das injustiças
humanas, essa moral me tranquiliza e me educa.

O adjetivo “aterrador” (R.23) modifica a palavra “espetáculo” (R.22),


conferindo-lhe sentido negativo.
E cada dia, milhares de vezes, sinto minha vida — corpo e alma —
integralmente tributária do trabalho dos vivos e dos mortos.

O uso de travessões no segundo parágrafo indica mudança de interlocutores


no texto.
Recuso-me a crer na liberdade e nesse conceito filosófico. Eu não sou livre, e
sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por
convicções íntimas.

A expressão “e sim” (R.18) introduz no texto uma ideia de oposição.


Recuso-me a crer na liberdade e nesse conceito filosófico. Eu não sou livre, e
sim às vezes constrangido por pressões estranhas a mim, outras vezes por
convicções íntimas. Ainda jovem, fiquei impressionado pela máxima de
Schopenhauer: “O homem pode, é certo, fazer o que quer, mas não pode
querer o que quer”; e hoje, diante do espetáculo aterrador das injustiças
humanas, essa moral me tranquiliza e me educa.

Sem prejuízo para a correção gramatical do texto, a expressão “Ainda jovem”


(R.20) poderia ser substituída por: Quando eu ainda era jovem.
Minha condição humana me fascina. Conheço o limite de minha existência e
ignoro por que estou nesta terra, mas às vezes o pressinto. Pela experiência
cotidiana, concreta e intuitiva, eu me descubro vivo para alguns homens,
porque o sorriso e a felicidade deles me condicionam inteiramente, mais
ainda para outros que, por acaso, descobri terem emoções semelhantes às
minhas.

A substituição da forma verbal “terem” (R.6) por que têm preservaria os


sentidos e a correção gramatical do texto.
Se uma coisa podia ser oscilada, acelerada, perturbada, destilada, combinada,
pesada ou gaseificada, eles o fizeram, e no processo produziram um corpo de
leis universais tão importantes e majestosas que ainda tendemos a escrevê-
las com maiúsculas: Teoria do Campo Eletromagnético da Luz, a Lei das
Proporções Recíprocas de Richter, a Lei dos Gases de Charles, a Lei dos
Volumes de Combinação, a Lei de Zeroth, o Conceito de Valência, a Lei das
Ações das Massas e um sem-número de outras.

A palavra “que” (R.12) introduz no texto uma ideia de consequência.


Em 1875, quando estava decidindo se dedicaria a vida à matemática ou à
física, um jovem alemão chamado Max Planck foi fortemente aconselhado a
não escolher a física, porque os grandes avanços já haviam sido realizados.

É facultativo o emprego das vírgulas que isolam, no texto, o trecho “quando


estava decidindo se dedicaria a vida à matemática ou à física” (R. 21 e 22).
Ao final do século XIX, os cientistas podiam refletir com satisfação que haviam desvendado
a maioria dos mistérios do mundo físico: eletricidade, magnetismo, gases, óptica, acústica,
cinética e mecânica estatística, para citar alguns campos, foram submetidos à ordem. Eles
haviam descoberto os raios X, o raio catódico, o elétron e a radioatividade, e inventado o
ohm, o watt, o kelvin, o joule, o ampere e o pequeno erg.

Em 1875, quando estava decidindo se dedicaria a vida à matemática ou à física, um jovem


alemão chamado Max Planck foi fortemente aconselhado a não escolher a física, porque
os grandes avanços já haviam sido realizados. Garantiram-lhe que o século vindouro seria
de consolidação e refinamento, não de revolução. Planck não deu ouvidos.

Em suas três ocorrências, a forma verbal “haviam” (R. 2, 5 e 24) poderia ser substituída por
tinham, sem prejuízo para a correção gramatical e os sentidos do texto.
O mundo inteiro clangorava e silvava com o maquinário e os instrumentos
produzidos por sua engenhosidade. Muitas pessoas cultas acreditavam que
não restava muito para a ciência fazer.

As formas verbais “clangorava” (R.17) e “silvava” (R.18) poderiam ser


substituídas pelas formas clangorou e silvou, sem prejuízo para os sentidos
do texto, uma vez que a noção de passado seria preservada.
Se uma coisa podia ser oscilada, acelerada, perturbada, destilada, combinada,
pesada ou gaseificada, eles o fizeram, e no processo produziram um corpo de leis
universais tão importantes e majestosas que ainda tendemos a escrevê-las com
maiúsculas: Teoria do Campo Eletromagnético da Luz, a Lei das Proporções Recíprocas de
Richter, a Lei dos Gases de Charles, a Lei dos Volumes de Combinação, a Lei de Zeroth, o
Conceito de Valência, a Lei das Ações das Massas e um sem-número de outras. O mundo
inteiro clangorava e silvava com o maquinário e os instrumentos produzidos por sua
engenhosidade. Muitas pessoas cultas acreditavam que não restava muito para a ciência
fazer.
Em 1875, quando estava decidindo se dedicaria a vida à matemática ou à física, um
jovem alemão chamado Max Planck foi fortemente aconselhado a não escolher a física,
porque os grandes avanços já haviam sido realizados. Garantiram-lhe que o século
vindouro seria de consolidação e refinamento, não de revolução. Planck não deu ouvidos.

A correção gramatical e as ideias do texto seriam preservadas, caso se inserisse, entre


vírgulas, o trecho entre elas, Max Planck logo após a expressão “pessoas cultas” (R.19).
Ao final do século XIX, os cientistas podiam refletir com satisfação que haviam
desvendado a maioria dos mistérios do mundo físico: eletricidade,
magnetismo, gases, óptica, acústica, cinética e mecânica estatística, para citar
alguns campos, foram submetidos à ordem.

O emprego do sinal de dois-pontos logo após “físico” (R.3) introduz a síntese


de uma informação dada anteriormente no texto.
Ao final do século XIX, os cientistas podiam refletir com satisfação que haviam
desvendado a maioria dos mistérios do mundo físico: eletricidade,
magnetismo, gases, óptica, acústica, cinética e mecânica estatística, para citar
alguns campos, foram submetidos à ordem. Eles haviam descoberto os raios
X, o raio catódico, o elétron e a radioatividade, e inventado o ohm, o watt, o
kelvin, o joule, o ampere e o pequeno erg.

As vírgulas empregadas nos trechos “haviam descoberto os raios X, o raio


catódico, o elétron e a radioatividade” (R. 5 e 6) e “inventado o ohm, o watt,
o kelvin, o joule, o ampere e o pequeno erg” (R. 7 e 8) separam termos que
exercem funções sintáticas distintas.
Para falar de saúde, precisamos aprender o idioma da saúde. Não é fácil. A
própria palavra “saúde”, que usamos sobretudo para alguém que espirra, soa
prosaica, convencional, babaca até. “É o mais tolo vocábulo em nosso
idioma”, disse, com desprezo, o iconoclasta Oscar Wilde.

Caso se alterasse a ordem dos termos em “o iconoclasta Oscar Wilde” (R.12)


para o Oscar Wilde iconoclasta, haveria mudança do significado original do
texto, mas as funções sintáticas de “Oscar Wilde” e de “iconoclasta”
permaneceriam inalteradas.
Mudar o jeito que falamos de saúde significa mudar o nosso estilo de vida. No
começo, lutamos contra a inércia. Mas então vem aquilo que poderíamos
chamar de “salto de qualidade” e passamos a um novo patamar de nossa
existência. Passamos a dialogar com nosso corpo e, para nossa surpresa,
descobrimos que esse é um diálogo gratificante. Sabem-no bem as pessoas
que embarcam em um programa de exercício. A sensação de bem-estar que
se tem depois é algo extraordinário. São as endorfinas? Bem, então são as
endorfinas. Se o corpo se expressa através delas, tudo bem. Às vezes, a voz da
saúde é a voz do corpo grato.

Na linha 18, a forma “no” desempenha a função de complemento direto da


forma verbal “Sabem” e funciona como elemento de coesão, uma vez que
retoma a informação segundo a qual o diálogo com o corpo é gratificante.
Ao combater a febre amarela, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos
e da população acreditava que a doença se transmitia pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de
doentes. No entanto, Oswaldo Cruz acreditava em uma nova teoria: o transmissor da febre amarela era um
mosquito. Assim, suspendeu as desinfecções, método então tradicional no combate à moléstia, e implantou
medidas sanitárias com brigadas que percorreram casas, jardins, quintais e ruas, para eliminar focos de
insetos. Sua atuação provocou violenta reação popular.
Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o recrudescimento dos surtos de
varíola, o sanitarista tentou promover a vacinação em massa da população. Os jornais lançaram uma
campanha contra a medida. O congresso protestou e foi organizada a Liga Contra a Vacinação Obrigatória.
No dia 13 de novembro, estourou a rebelião popular e, no dia 14, a Escola Militar da Praia Vermelha se
levantou. O governo derrotou a rebelião, mas suspendeu a obrigatoriedade da vacina.
Oswaldo Cruz acabou vencendo a batalha. Em 1907, a febre amarela estava erradicada do Rio de
Janeiro. Em 1908, uma epidemia de varíola levou a população aos postos de vacinação. O Brasil finalmente
reconhecia o valor do sanitarista.

O emprego de verbos no passado justifica-se em função do propósito comunicativo do texto, que é o de


narrar acontecimentos anteriores ao momento da fala.
Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se
transmitia pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de doentes.

A forma verbal “acreditava” (R.3) está flexionada no singular para concordar


com a palavra “parte” (R.2), mas poderia ser substituída sem prejuízo à
correção gramatical pela forma verbal acreditavam, que estabeleceria
concordância com o termo composto “dos médicos e da população” (R.2).
Ao combater a febre amarela, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas.
Grande parte dos médicos e da população acreditava que a doença se
transmitia pelo contato com roupas, suor, sangue e secreções de doentes.

Na linha 3, o termo “se” é um pronome apassivador e, caso sua colocação


fosse alterada de proclítica — como está no texto — para enclítica — que a
doença transmitia-se —, essa alteração incorreria em erro gramatical.
Em 1904, a oposição a Oswaldo Cruz atingiu seu ápice. Com o
recrudescimento dos surtos de varíola, o sanitarista tentou promover a
vacinação em massa da população.

O sentido original do texto e a sua correção gramatical seriam preservados


caso o período “Com o recrudescimento (...) massa da população” (R. 12 a
14) fosse reescrito da seguinte forma: Por conta do agravamento da epidemia
de varíola, foi promovido por Oswaldo Cruz uma massiva vacinação da
população.
Os genéricos, que, de início, aderiam a todos os preceitos citados, adquiriram
fama e distribuição ampla em todo o mundo.

A supressão das vírgulas logo após “genéricos” e “citados”, no trecho “Os


genéricos, que, de início, aderiam a todos os preceitos citados, adquiriram
fama e distribuição ampla em todo o mundo” (R. 15 a 17), não incorreria em
erro gramatical, mas, sem elas, a interpretação do termo “Os genéricos” seria
restringida
Do ponto de vista de médicos e pacientes, não importa se os medicamentos
são de referência ou genéricos, eles devem ser eficientes, conter as doses do
princípio químico ativo exatamente como divulgado na caixa, e ser livres de
impurezas tóxicas.

No entanto, estudos e escândalos têm alertado a comunidade médica para o


risco da disseminação descontrolada de medicamentos de qualidade
questionável.

Nos termos “livres de impurezas tóxicas” (R. 10 e 11) e “risco da disseminação


descontrolada” (R.20), verifica-se paralelismo de funções sintáticas entre “de
impurezas” e “da disseminação” e entre “tóxicas” e “descontrolada”.
Para farmácias, hospitais e órgãos governamentais, ambos devem ser estáveis
e suportar armazenamento em condições normais. Além disso, espera-se que
os genéricos sejam bem mais baratos.

A oração “que os genéricos sejam bem mais baratos” (R. 13 e 14) funciona
como o complemento da forma verbal “espera-se” (R.13), na qual o sujeito é
indeterminado pela partícula “se”.

Você também pode gostar