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Em tempos mais antigos, Caríbdis era mais ligado a lendas de marinheiros e pescadores do que a
própria mitologia grega. Homeroposicionou-a como entidade mitológica, tirando-a de simples lenda
regional. Homero a chamava de "a divina Caríbdis", usando o mesmo adjetivo aplicado à
bela ninfa das cavernas, Calipso. Durante sua existência como ninfa, Caríbdis se caracterizava por
uma voracidade extrema. Quando Héracles passou perto de Messina, levando os bois de Gerião,
roubou alguns dos animais e devorou-os. Ao tentar investir contra o herói, que tentava recuperar
seu gado, Caríbdis foi fulminada por Zeus com um raio, e lançada às profundezas do mar, onde se
transformou em um monstro marinho.[1]
Na tradição mitológica grega, Caríbdis era habitualmente relacionada a Cila, outro monstro marinho.
Os dois moravam nos lados opostos do estreito de Messina, que separa a Itália da Sicília, e
personificavam os perigos da navegação perto de rochas e redemoinhos. No cimo do rochedo, que
não era tão alto quanto o penedo oposto de Cila, erguia-se uma figueira negra. Caríbdis
propriamente dita ficava fora da vista. Três vezes por dia sorvia as águas do mar e três vezes por
dia tornava a cuspi-las.[2]
Quando Odisseu passou pelo estreito de Messina, foi arrastado pelo turbilhão de Caríbdis, após
um naufrágio provocado pelo sacrilégiocometido contra os bois de Hélios. Conseguiu, porém,
agarrar-se à figueira que ficava em frente à gruta do monstro e depois agarrar-se a ummastro do
navio naufragado, conseguindo escapar e prosseguir sua viagem.