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EURÝNOMÊ & OPHÍÔN

EURYNOME

Eurýnomê (em grego Ευρυνομη, “amplo governo”, seu nome deriva


das palavras gregas eúrys, “amplo”, e nómos, “dominante” ou nomía,
“pasto”) foi a princípio o protótipo da Deusa Criadora grega e a mais
importante divindade dos Pelasgos, o povo que ocupou a região da Grécia
em tempos pré-históricos antes da invasão jônica e dórica. Seu nome quer
dizer algo como “aquela que governa de longe”, e seu culto se espalhou por
todo o Mediterrâneo, servindo de base para a maioria das religiões da área.
Ela esta associada com o mar e dentre os títulos atribuídos a ela, alguns
são, a “Grande Deusa”, a “Mãe Primordial”, a “Criadora do Universo”, a
“Governante”, a “Deusa do Universo”, a “Deusa do Todo” e “Aquela que
se move na Eternidade”. Na suméria ela era conhecida como Iahu ‘Anat,
que significa “pomba sublima”.
A lenda de  Eurýnomê retrata bem a humanidade no período paleolítico,
quando a ato sexual ainda não era associado à gravidez e as culturas
humanas não tinham conhecimento sobre o papel reprodutor do homem. As
mulheres acreditavam que geravam os bebês por si mesmas, e que, ser
picada por alguns insetos, comer determinados grãos, ou mesmo, se expor
ao vento norte ou ao orvalho eram associações à gravidez. Em seu mito,
Eurínome é o reflexo dessa crença, pois a partir do vento criou tudo o que
existe no universo, o que prova que é uma deusa extremamente antiga.
Por ser a deusa do universo, é dito que  Eurýnomê dificilmente concede um
pedido específico, porém quando o faz, suas bênçãos são eternas e
acompanham a venturosa pessoa por toda às encarnações. Sua lenda é um
dos mais antigos mitos da criação existente, desde que o homem inventou a
escrita. Eurýnomê é a Mãe Primordial dos deuses e Criadora do Universo,
que governou o Olýmpous antes da chegada do patriarcado e do reinado
dos deuses masculinos.

CONSORTES E DESCENDÊNCIA
Após a ascensão do patriarcado,  Eurýnomê foi injustamente
rebaixada ao status de amante de Zeús, e de criadora, passou a ser
considerada apenas uma Ôkeanís, filha de Okeanós e Têthýs. Sendo
assim, Eurýnomê se tornou a deusa das águas, dos prados e pastos, e uma
das maiores Ôkeanídes. Ela foi a terceira esposa de Zeús, que gerou com
ele as três Khárites, deusas da beleza e da graça, Euphrosýnê, Aglaía e
Tháleia.  Eurýnomê também era considerada a deusa do rio Neda, na
Arkadía, e a mãe do rio Asôpós.

FILIAÇÃO
Do nada  –  Orphikoí, Theogonía
Ôkeanós – Apollónios Rhódios, Pausanías, Hómêros
Ôkeanós & Têthýs – Hesíodos, Apollódôros, Hyginus.
DESCENDÊNCIA
Descendência desconhecida (com Ophíôn) – Orphikoí, Theogonía
Asôpós (com Zeús)  –  Apollódôros
Khárites: Euphrosýnê, Aglaía, Tháleia – Hesíodos, Apollódôros,
Kallímakhos, Hyginus.

MITOLOGIA
Todavia, mesmo na versão pratiarcal da mitologia,  Eurýnomê e seu
consorte Ophíôn, reinaram no monte Olýmpous sob os Titánes, antes da
revolta de Krónos, mas quando este derrotou seu pai,  Eurýnomê foi
vencida por Rheía e lançada às profundezas de Ôkeanós.

"Orpheús cantou... Como, no início, Ophíôn e Eurýnomê, filha de


Ôkeanós, governaram o mundo sob o nevado Olýmpous, como eles foram
suplantados pela força, Ophíôn, por Krónos, Eurýnomê por Rheía, caindo
por fim nas águas de Ôkeanós." – Apollódôros, Bibliotheké I.

"Ele [Zeús], que é o senhor do trono de Ophíôn... Sua mãe [Rheía],


hábil na luta corpo-a-corpo, tendo lançado no Tártaros a antiga
rainha [Eurýnomê]." – Lykophrón, Alexandra.

 
"Kronídes [Zeús se regozija sobre o corpo derrotado de Typhoeús,
enviado por Gaía para defender a causa dos Titánes] riu em voz alta, e
zombou dele como uma torrente de palavras saindo de sua garganta
zombeteira: Um bom aliado o antigo Krónos encontrou em você,
Typhoeús! Gaía dificilmente poderia gerar esse grande filho com Iapetós.
Um alegre campeão dos Titánes... trazer de volta Astraios para o céu; se
quiser, deixe Eurýnomê e Ophíôn retornar para o céu, e Kronos no
comboio desse par!" – Nónnos, Dionysiakás.
 

Quando Hephaístos foi lançado do Olýmpous por Héra, as


Ôkeanídes,  Eurýnomê e Thétis, o recolheram e cuidaram na ilha de
Lémnos, onde se tornou o habilidoso ferreiro dos deuses.

"[Hephaístos foi expulso do Olýmpous pela deusa Héra, que estava


revoltada por ter tido um filho aleijado:] Então minha
alma [Hephaístos] teria levado muito sofrimento, não fosse Eurýnomê e
Thétis terem me pegado, Eurýnomê, filha de Ôkeanós, cujo fluxo curva
para trás em um círculo. Com elas eu trabalhei nove anos como ferreiro...
Trabalhando lá na concavidade da caverna, e o fluxo de Ôkeanós ao nosso
redor passando continuamente com sua espuma e seu murmúrio. Nenhum
outro entre os deuses ou entre os homens mortais sabia sobre nós, exceto
Eurýnomê e Thétis. elas sabiam, um vez que me salvaram." – Hómêros,
Ilíada.
"Hómêros menciona [Eurýnomê] na Ilíada, dizendo que, juntamente
com Thétis ela recebeu Hephaístos." – Pausanías, Descrição da Grécia.

CULTO SAGRADO
Sob o nome de  Eurýnomê se adorava Ártemis, na cidade de
Phigalía, na Arkadía, o que deixa a hipótese de que o culto dessas duas
deusas foram fundidos em um só. Lá havia um santuário de difícil acesso,
que era aberto apenas uma vez por ano para realizar sacrifícios públicos e
privados. Se peregrinos penetrassem no santuário, iriam encontrar a
imagem da deusa como uma mulher com calda de serpente, presa por
correntes de ouro. Nesta forma, Eurýnomê do mar era considerada a mãe
de todos os prazeres.

"O rio Lymax (depois de sua nascente) cai no Neda [na Arkadía]. Onde as
correntes se encontram localiza-se o santuário de Eurýnomê, um local
sagrado desde a antiguidade e de difícil aproximação por causa da
aspereza do solo. Ao seu redor muitas árvores de ciprestes, crescem juntas.
O povo de Phigalía acredita que Eurýnomê seja um sobrenome de Ártemis.
Alguns dentre eles, no entanto, que descendem das antigas tradições,
declaram que Eurýnomê era filha de Ôkeanós, a quem Hómêros menciona
na Ilíada, dizendo que, juntamente com Thétis recebeu Hephaístos. no
mesmo dia, a cada ano eles abrem o santuário de Eurýnomê, mas em
qualquer outro momento é uma transgressão para eles abri-lo. Nessa
ocasião sacrifícios também são oferecidos pelo Estado e por indivíduos. Eu
não cheguei na estação do festival, e eu não vi a imagem de Eurýnomê,
mas, os phigalioi me disseram que correntes de ouro prendem a imagem de
madeira, que representa uma mulher, até o quadril, mas abaixo desta um
peixe. Se ela é filha de Ôkeanós, e vive com Thétis no fundo do mar, o
peixe pode ser considerado como uma espécie de emblema dela. Mas não
poderia haver ligação provável entre sua forma e Ártemis." – Pausanías,
Descrição da Grécia.
OPHION

Na mitologia grega, Ophíôn (em grego Όφιων, “serpente”) também


chamado de Ophioneús, governou o mundo junto com Eurýnomê até serem
derrotados por Krónos e Rheía, que lhes lançaram ao Ôkeanós.
Existem poucas informações sobre essa divindade grega. A
referência mais antiga que se conhece é oHeptamykhía de Pherekýdês de
Sýros (século VI a.C.).
A história era aparentemente popular na poesia órfica, da qual só se
conservam fragmentos. Em suaArgonáuticas, Apollónios Rhódios, resume
um canto de Orpheús:

FILIAÇÃO
Do nada  –  Orphikoí, Theogonía
Ôkeanós – Apollónios Rhódios, Pausanías, Hómêros
Ôkeanós & Têthýs – Hesíodos, Apollódôros, Hyginus.
DESCENDÊNCIA
Descendência desconhecida (com
Eurýnomê) – Orphikoí, Theogonía

“Orpheús cantava como a terra, o céu e o mar, uma vez misturados em


uma única forma, foram separados uns dos outros após uma disputa
mortal, e como as estrelas e a lua e os caminhos do sol não mantiveram
seu lugar fixo no céu, e como as montanhas se elevaram, e como os
estrepitosos rios com suas Nýmphes foram criados, com todos os seres
vivos. E cantava como em primeiro lugar Ophíôn e Eurýnomê, filha de
Ôkeanós, tiveram o domínio do nevado Olýmpous, como pela força
cederam seu lugar a Krónos e a Rheía, e como caíram nas ondas de
Okeanós, mas os outros dois governaram então sobre os benditos Titánes,
enquanto Zeús, todavia pequeno e com os pensamentos de um bebê,
morava na cova Diktê, e os Kýklopes, nascidos da terra, ainda não haviam
lhe armado com o raio, o trovão e o relâmpago, pois estas coisas dariam
fama a Zeús.”

Além de mencionar o nascimento de Ophioneús, assim como uma batalha


entre os deuses, com Krónos e seu bando de um lado e Ophíôn e seu bando
do outro, aonde no final se chegou a um acordo que, no entanto, empurrava
a este segundo bando no Ôkeanós e outorgava ao primeiro o domínio do
céu.
Em sua Praeparatios, Eusébios de Kesáryia cita a Philón de Býblos
ao afirmar que Pherekýdês tomou Ophíôn e os Ophionídes dos fenícios.
Lykophrón narra que a mãe de Zeús, ou seja, Rheía, era destra na
luta e lançou ao Ôkeanós a antiga rainha Eurýnomê.

Em sua Dionysiakás, Nónnos fez com que Rheía dissesse:


“Irei aos mesmo confins de Ôkeanós e compartilharei o lar da primordial
Têthýs, daí passarrei a casa de Eurýnomê e viverei com Ophíôn.”

Ophíôn é mencionado outra vez por Nónnos:


“Junto ao muro oracular vimos a primeira tabuleta, antiga como o infinito
passado, contendo todas as coisas em uma: sobre ela estava tudo o que
Ophíôn, senhor supremo, havia feito, tudo que o antigo Krónos
conquistou.”

Em seu livro, Os Mitos Gregos, Robert Graves tentou reconstruir um


mito da criação Pelasgos que incuia a Ophíôn como uma serpente criada
por uma deusa suprema chamada Eurýnomê, dançando sobre as onde
de Ôkeanós. Esta era fertilizada pela serpente e com a forma de uma pomba
põe um ovo sob as águas em torno do qual Ophíôn se entrelaçava para
chocá-lo até que finalmente o mundo saiu dele. Então Ophíôn  Eurýnomê
moravam no mundo sob o monte Olýmpous até que a presunção
de Ophíôn levou Eurýnomê a arremessá-lo na escuridão abaixo da terra.
"Como ele [Hélios] brilha sobre os descendentes dos Ophionídes
(filhos de Ophíôn)... Os deuses mais velhos [Titánes]." – Kallímakhos,
Aetía [Ophíôn é aqui comparado com Ouranós, pai dos Titánes.]

"Ele [Zeús], que é o senhor do trono de Ophíôn... Sua mãe [Rheía],


hábil na luta corpo-a-corpo, lançou no Tártaros a antiga
rainha [Eurýnomê]." – Lykophrón, Alexandra.

"Kronídes [Zeús se regozija sobre o corpo derrotado de Typhoeús,


enviado por Gaía para defender a causa dos Titánes] riu em voz alta, e
zombou dele como uma torrente de palavras saindo de sua garganta
zombeteira: Um bom aliado o antigo Krónos encontrou em você,
Typhoeús! Gaía dificilmente poderia gerar esse grande filho com Iapetós.
Um alegre campeão dos Titánes... trazer de volta Astraios para o céu; se
quiser, deixe Eurýnomê e Ophíôn retornar para o céu, e Kronos no
comboio desse par!" – Nónnos, Dionysiakás 2.

"[Héra disse:] Receio que Kronídes, que é chamado de meu marido e


irmão, vá me banir do céu pelo do leito de uma mortal... Vou deixar os
céus por causa de sua união terrestre, eu vou para os limites mais distantes
de Ôkeanós e compartilhar o coração da primordial Têthýs, daí eu vou
passar para seu lar e permanecer com Ophíôn" – Nónnos, Dionysiakás
8. [Nesta passagem Ophíôn é identificado como Ôkeanós, marido de
Têthýs.]

"[Inscritos nas tábuas de Phánes, contando a história do cosmos:] a


primeira tabuleta, antiga como o passado infinito, contendo todas as
coisas em um: por sobre tudo estava Ophion aquele senhor supremo que
tinha feito tudo o que o antigo Krónos conquistou: quando ele cortou com
o arado o sexo masculino de seu pai." – Nónnos, Dionysiakás 12. [Ophíôn
aparentemente é identificado como Ouranós nesta passagem.]

"[Harmonía para Aphrodítê:] 'Eu tenho os oráculos da história em


sete tabuletas, e essas tabuletas levam os nomes dos sete planetas. A
primeira tem o nome da circular Selénê [Lua], a segunda é chamada de
Hérmês [Mercúrio], uma brilhante tabuleta de ouro, sobre a qual foram
forjados todos os segredos da lei, a terceira tem seu nome [Aphrodítê,
planeta Vênus], uma tabuleta rósea, pois ela tem a forma de sua estrela do
Oriente, a quarta é Hélios [Sol], umbigo central dos sete planetas
viajantes, a quinta é chamada de Áres [Marte], vermelho e impetuoso, a
sexta é chamada de Phaéthôn [Júpiter], o planeta do Kronídês[Zeús]; a
sétima exibe o nome do incansável Krónos [Saturno]. Sobre estes, o antigo
Ophíôn gravou em letras escarlates todos os diversos oráculos do destino
para o universo. Mas já que você me pergunta sobre as leis que comando,
esta prerrogativa eu guardo para a mais velha das cidades. Mesmo que a
Arkadía seja a primeira ou a cidade de Héra [Árgos], seja Sardís a mais
antiga, ou mesmo Tharsos comemorando emsua música como a primeira
cidade, ou alguma outra, eu não direi. A tabuleta de Krónos lhe ensinará
tudo isso, que surgiu pela primeira vez, como o amanhecer
contemporâneo.
Ela falou, e abriu caminho para os gloriosos oráculos na parede, até
que viu o lugar onde o artífice Ophíôn tinha gravado em escarlate na
tábua de Krónos o oráculo que se cumpriu na época do país de Beroé.
Beroé que veio primeiro, acompanhando a idade do universo, que
carregava o nome da Nýmphê que nasceu posteriormente, como os filhos
colonizadores dos ausonioi, as luzes consulares de Romê, chamará
Berytos, já que aqui caiu um vizinho do Lebanon...
Essa foi a palavra da profecia que ela aprendeu. Mas quando a
divindade tinha alcançado o início profético da sétima tabuleta, ela olhou
para a segunda, na parede vizinha, onde muitos sinais estranhos foram
gravados com arte variada num discurso oracular: como o primeiro pastor
Pán irá inventar a syrinx, como Hermes Helikonios inventará a harpa,
como o suave Hyagnis inventará a música da flauta com seus duplos
orifícios hábeis, Orpheús as correntes de mística canção com voz divina,
Linos de Apóllôn o discurso eloqüente, como Arkás o viajante vai
descobrir as medidas dos doze meses, e do ciclo do sol, que é a mãe dos
anos trazidos por sua quadriga de quatro cavalos; como o sábio Endymíôn
com a mudança das curvas de seus dedos irá calcular as três fases
diferentes de Selénê; como Kádmos vai combinar as consoante com as
vogal e ensinar os segredos da linguagem correta, como Sólon vai inventar
as leis invioláveis e Kekrops a união de dois jugo sob o jugo sagrado do
matrimónio legalizado com a tocha ática.
Agora a Paphia [Aphrodítê], após todas estas múltiplas maravilhas
da Moúsa, verificando as várias obras das cidades espalhadas, e na escrita
entregue que jazia no centro do circulo do universo, ela encontrou as
palavras de sabedoria, inscritas na muitas linhas do verso grego: quando
Augustus conquistar o cetro do mundo, Zeus Ausonios dará a divina Romê
o domínio, e para Beroé ele vai conceder as rédeas da lei, quando armada
de sua frota de navios blindados ela deve pacificar o conflito de batalha
contra Kleopatra... Em seguida, a deusa, tendo aprendido todos os
oráculos de Ophíôn, voltou para a sua própria casa." – Nónnos,
Dionysiakás 41.

NOTA PESSOAL
1. Eurýnomê era, provavelmente, a mesma que a Titanís Têthýs
cujos filhos Potamoí alimentavam as pastagens (nomía) com o fluxo de
suas águas. O marido de Eurýnomê, Ophíôn, que significa "Serpente", era
semelhante ao marido de Têthýs, Okeanós, que na arte clássica era
representado com uma cauda serpentina de peixe no lugar de pernas e
segurando uma serpente (ophís).
2. É provável que Ophíôn e Eurýnomê, filha de Ôkeanós, também
fossem igualados com Ouranós (Céu) e Gaía (Terra). Na teogonia órfica
Gaía, sob o nome de Phúsis, era a filha do Hýdros (Água) e Thésis, deuses
primordiais semelhantes a Ôkeanós e Têthýs. Foi Krónos quem derrotou
Ouranós pelo o trono do céu no mito de Hesíodos.
3. Eurýnomê, esposa de Ophíôn, também foi identificada com
Eurýnomê, a mãe das Khárites com Zeús. Ambos eram deusas do pasto. As
Khárites presidiam sobre a primavera. Ela também era a nutriz de
Hephaístos, que assim como Eurýnomê, no mito órfico, ele foi expulso do
céu para o rio Ôkeanós.
4. Na teogonia órfica, Ophíôn e Eurýnomê aparentemente foram
equiparados aos deuses primordiais, Khrónos e Anánkê e também com o
primogênito Phánes.

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