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Chronos

Na mitologia grega, Chronos ou Khronos (em grego Χρόνος, que significa


‘tempo’; em latim Chronus) era a personificação do tempo. Também era habitual
chamar-lhe Eón ou Aión (em grego Αίών).

Os gregos antigos tinham duas palavras para o tempo: chronos e kairos.


Enquanto chronos refere-se ao tempo cronológico, ou sequencial, que pode ser
medido, kairos refere-se a um momento indeterminado no tempo, em que algo
especial acontece, em Teologia, é "o tempo de Deus".

Chronos tem sido frequentemente confundido com o titã Cronos, especialmente


durante o período alexandrino e renascentista.

De acordo com a teogonia órfica, Chronos surgiu no princípio dos tempos, formado
por si mesmo. Era um ser incorpóreo e serpentino possuindo três cabeças, uma
de homem, uma de touro e outra de leão. Uniu-se à sua
companheira Ananke (a inevitabilidade) numa espiral em volta
do ovo primogénito separando-o, formando então o Universo ordenado com
a Terra, o mar e o céu.

Chronos, o Deus do tempo da mitologia grega, dormindo sobre a tumba de um certo Georg Wolff no
cemitérioFriedhof IV der Gemeinde Jerusalems- und Neue Kirche de Berlim, Alemanha, uma estátua de Hans
Latt, esculpida por volta de 1904 e fotografada por Mutter Erde em 2006.

Permaneceu como um deus remoto e sem corpo, do tempo, que rodeava o


Universo, conduzindo a rotação dos céus e o caminhar eterno do tempo,
aparecendo ocasionalmente perante Zeus sobre a forma de um homem idoso de
longos cabelos e barba brancos, embora permanecesse a maior parte do tempo
em forma de uma força para além do alcance e do poder dos deuses mais jovens.

Uma das representações mais bizarras de Chronos, é a de um homem que devora


o seu próprio filho, num acto de canibalismo difícil de compreender na atualidade.
No entanto, esta representação deve-se ao facto de os antigos gregos tomarem
Chronos como o criador do tempo, logo, de tudo o que existe e possa ser relatado,
a exemplo do Deus único e criador dos cristãos, judeus e muçulmanos, sendo que,
por este facto, se consideravam como filhos do tempo (Chronos), e uma vez que é
impossível fugir ao tempo, todos seriam mais cedo ou mais tarde vencidos
(devorados) pelo tempo.

Uma explicação possível para esta representação é a confusão com o titã Cronos,


que comeu os seus filhos para que não se rebelassem contra ele e lhe tomassem
o poder da Terra como ele fez com o seu pai, Urano.

Os romanos chamaram-lhe Saturno e por isso, o planeta que atualmente é


conhecido com este nome, foi outrora chamado "Khronos"
pelos astrónomos gregos. Era a divindade celeste mais distante, considerada
como sendo o sétimo dos sete objectos divinos visíveis a olho nu. Uma vez que
tem a maior translação observável no céu (cerca de 30 anos), os astrónomos
gregos e romanos julgaram tratar-se do guardião dos tempos, ou "Pai do Tempo",
uma vez que não havia conhecimento de nenhum outro objecto com maior período
repetitivo (translação). Foi precisamente esta característica astronómica que levou
os eruditos das artes a representar a sua figura como um homem de idade com
longos cabelos e barbas brancas, tal como mencionado acima. Daí veio também a
palavra crônica seguida de Chronos.

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