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Essas antigas tradições admitem que antes de Adão, o protótipo bíblico admitido
como pai da raça humana, existia na terra outras civilizações. Eram raças hermafroditas,
que procriavam sem atividade sexual. Hermes Trismegistos, em sua obra Pymander,
também fala dos “homens celestes” que se misturaram aos homens primitivos e
produziram hermafroditas.
Essas tradições também são encontradas na Bíblia, quando ela cita os audases
nefilins, filhos dos anjos caídos com as filhas dos homens. Por isso, quando a Bíblia fala
em dilúvio, ela se refere à extinção da raça humana dos tempos anteriores a Adão, ou
seja, os atlantes, que constituíam a quarta raça-raíz. São eles os “pecadores” referidos na
Bíblia. Isso teria ocorrido cerca de 850.000 anos atrás. [3]
Essas teses sustentam que essas antigas civilizações tinham uma relação mais
próxima com a natureza e com as forças que a produzem. Elas as cultuavam na figura
de deuses, o que lhes proporcionava uma unidade mais densa com os Princípios (ou
Princípio) que regem a vida cósmica. Nessa época acreditava-se que céu e terra não
constituíam substratos separados e que o homem não era independente da natureza, nem
que deuses e homens fossem feitos de diferentes substâncias.
Foi a conquista dos países orientais, empreendida por Alexandre, o Grande, que
fez desaparecer o antigo saber instintivo daquelas civilizações, substituindo-o por uma
ciência racional e lógica, voltada exclusivamente para o atendimento das nossas
necessidades materiais. Mas para aqueles antigos povos, o mundo já havia vivido uma
era dourada, onde homens e deuses viviam em paz e harmonia, cada um cônscio de suas
responsabilidades para com a construção e a estabilidade do universo e exercendo com
habilidade e competência as suas funções.
Essa era a crença dos antigos egípcios, por exemplo, que pensavam que a sua
civilização lhes tinha sido transmitida diretamente pelo Deus Thot, o Filho do Sol, que
tinha vindo à terra justamente para essa missão civilizadora. E todas as antigas
civilizações guardaram em suas memórias esses contatos diretos com os deuses, que se
apresentavam aos homens e falavam com eles face a face.[5]
Isso nos mostra que todos nós temos responsabilidade sobre o que acontece no
universo e nossos atos não interessam apenas a nós mesmos. Essa idéia está patente no
ensino maçônico, por isso alinhamos entre as influências arquetípicas da Arte Real o
tema das civilizações pré-adâmicas, já que estas tinham como principal anelo o zelo
pela pelas relações do homem com a natureza, zelo esse que refletia na sua religião
anímica.
[2] Cf. Artur Verluis- Os Mistérios Egípcios, São Paulo, Círculo do Livro, 1988.
Essas tradições igualmente constam de antigas fontes vedantas e egípcias, e é citada nos
trabalhos de Helena P. Blavatsky. A astrologia e a astronomia são o resultado dessa
antiga sabedoria e os famosos “zigurats” dos povos da Mesopotâmea e os obeliscos de
Stonehenge, bem como as pirâmides maias e astecas, são exemplos dessas construções.
João Anatalino
https://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/3570111