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GAÍA
NASCIMENTO DO UNIVERSO
“Antes de todas as coisas era o Kháos; e depois Gaía a de amplo
seio, assento sempre sólido de todos os Imortais que habitam os cumes do
nevado Olýmpous e o Tártaros sombrio escavado nas profundezas da terra
espaçosa; e depois Érôs, o mais formoso entre os Deuses Imortais, que
rompe as forças, e que de todos os Deuses e de todos os homens domina a
inteligência e a sabedoria em seus peitos. E de Kháos nasceram Érebos e a
negra Nýx, Aithér e Heméra nasceram, porque os concebeu ela após unir-
se em amor a Érebos. E primeiro pariu Gaía a seu igual em grandeza, a
Ouranós estrelado, com o fim de que a cobrisse por inteiro e fosse uma
morada segura para os Deuses ditosos. E depois pariu aos Oúrea enormes,
frescos retiros das divinas Nýmphes que habitam as montanhas abundantes
em vales pequenos; e depois, o mar estéril que bate furioso, Póntos; mas a
estes os gerou sem unir-se a ninguém nas suavidades do amor. E depois,
concubina de Ouranós, pariu a Ôkeanós o de redemoinhos profundos, e a
Koíos, e a Kreíos, e a Hyperíôn, e a Iapetós, e a Theía, e a Rheía, e a
Thémis, e a Mnemosýnê, e a Phoíbê coroada de ouro, e a amável Têthýs. E
o último a quem pariu foi o sagaz Krónos, o mais terrível de seus filhos,
que cobrou ódio por seu pai vigoroso.” – Hesíodos, Theogonía.
"Bem constituida Gaía, mãe de todos, a mais velha entre todos os seres." –
Hýmnos Homerikós XXX para Gaía.
"Antes do mar, da terra e céu que tudo cobre, a natureza tinha, em todo o
orbe, um só rosto a que chamaram Chaos, massa rude e indigesta; nada
havia, a não ser o peso inerte e díspares sementes mal dispostas de coisas
sem nexo.
"Os deuses, como eles [os gregos] dizem, não existiam desde o início, mas
cada um deles nasceu como nós nascemos... e Orpheús, que foi o inventor
original dos nomes dos deuses e contou sobre seus nascimentos e disse o
que todos eles fizeram, e que desfruta de algum crédito entre eles como um
verdadeiro teólogo, e é geralmente seguido por Hómêros, sobretudo, a
respeito dos deuses, também fazendo sua primeira gênese da água:
Ôkeanós, que é a gênese de tudo. Hýdros (Água), era de acordo com ele, a
origem de tudo, e de Hýdros a lama foi formada, e deles um ser vivo foi
gerado com cabeças adicionais crescendo sobre ela, de um leão, e outra de
um touro, e no meio delas o semblante de um deus; seu nome era Heraklés
e Khrónos (tempo) deste Heraklés foi gerado um enorme ovo, que, sendo
completamente preenchido, pela força de sua geração foi dividido em dois
pelo atrito. Sua copa se tornou Ouranós (Céu), e o que tinha afundado
para baixo, Gaía (Terra). De lá também saiu um deus
incorpóreo [Prôtógonos-Phánes]." – Orphiká, Theogonía, Fragmento 57.
CASATRAÇÃO DE
OURANÓS
"Dizei como nasceram em um princípio com os Theoí, Gaía e os Potamoí,
e o imenso Póntos que bate furioso e os Ástrai resplandecentes e, por cima,
o amplo Ouranós. Dizei também que Theoí, manancial de bênçãos
nasceram deles; e como, apos repartir-se na origem honras e riquezas, se
apoderaram do Olýmpos, o de numerosos cumes." – Hesíodos, Theogonía.
"O Ciclo Épico começa com fabulosa união de Ouranós e Gé, por meio do
qual geraram filhos, três Hekatónkheires e três Kýklopes nascidos
deles." – Eumelos de Korinthos, Titanomakhía Fragmento 1.
TITANOMAKHÍA
"E Rheia, subjugada por Kronos, pariu uma ilustre raça, os Kronides:
Hestia, Demeter, Hera a de sandálias douradas e o poderoso Haides, que
habita sob a terra e cujo coração é inexorável; e o retumbante Poseidon, e
o sábio Zeus, pai dos Theoi e dos Anthropoi, cujo trovão locomove a terra
espaçosa.
Mas o grande Kronos os tragava à medida que desde o seio sagrado de
sua mãe lhe caiam nos joelhos. E o fazia assim com o fim de que nenhum
entre os ilustres Ouranides possuisse jamais do poder supremo entre os
imortais.
Porque, efetivamente, Gaia e Ouranos estrelado lhe inteiraram de que
estava destinado a ser dominado por seu próprio filho, pelos desígnios do
grande Zeus, apesar de sua força. E por isso, não sem habilidade,
meditava seus estratagemas e devorava a seus filhos. E Rheia estava
oprimida por uma grande dor.
Mas, quando ia partir Zeus, pai dos Theoi e dos Anthropoi, suplicou a seus
queridos pais, Gaia e Ouranos estrelado, que lhe ensinassem os meios do
qual se valeriam para ocultar o nascimento de seu querido filho e para
poder castigar os furores paternos contra os outros filhos a quem Kronos
havia devorado. E Gaia e Ouranos atenderam a sua filha bem-amada e lhe
revelaram quais seriam os destinos do rei Kronos e de seus filhos
magnânimos.
E a enviaram a Liktos, rica cidade de Krete, no momento em que ela ia
partir ao último de seus filhos ao grande Zeus. E a grande Gaia lhe
recebeu na vasta Krete, para criá-lo e educá-lo. E em seguida o levou a
Liktos, atravessando a noite negra; logo, carregando-o com suas mãos, o
escondeu dentro de um antro elevado, nos flancos da terra divina, sobre o
monte Argeus, coberto de espessas selvas. Depois, após envolver entre
mantos uma pedra enorme, Rheia a deu ao grande príncipe Ouranide, ao
antigo rei dos Theoi, e este a pegou e a lançou ao ventre.
Insensato! Não previa em seu espírito que, em troca desta pedra,
sobreviveria seu filho invencível e em segurança e dominando-lhe muito
logo com a força de suas mãos, lhe arrebataria seu poderio e mandaria
por si só nos imortais. E o vigor e os membros robustos do jovem rei
cresciam rapidamente e transcorrido um tempo, enganado pelo conselho
astuto de Gaia, o sagaz Kronos devolveu toda sua raça, vencido pelos
artifícios e pela força de seu filho.
E primeiro vomitou a pedra que havia tragado por último, a Omphalos. E
Zeus a sujeitou fortemente na terra espaçosa, sobre a divina Pythos, no
fundo da garganta do Parnassos para que fosse um monumento futuro e
uma maravilha para os Anthropoi mortais.
E Zeus livrou de suas cadeias opressoras a seus tios, os Ouranides, a quem
haviam encarcerado seus pais em um acesso de demência. E
corresponderam eles neste benefício, e lhe deram o trovão, e a branca
centelha, e o relâmpago, que até então havia escondido a grande Gaia em
seu seio. E desde aquela estação, confiado em suas armas, Zeus manda nos
Anthropoi e nos Theoi." – Hesíodos, Theogonía.
"Não bem o pai de Zeus se irritou em seu coração contra Briareos, Kottos
e Gyges, os prendeu com uma forte cadeia e pelo temor de seu valor e sua
feia aparência e seu grande tamanho, os encerrou debaixo da terra
espaçosa e ali debaixo da terra, penetrados por dores, permaneceram nas
extremidades da vasta terra, gemebundos e com o coração cheio de uma
grande tristeza. Mas o Kronide e os demais Theoi imortais que Rheia a de
formosos cabelos concebera de Kronos os reintegraram à luz, seguindo os
conselhos de Gaia.
Esta em efeito, lhes deu a entender devidamente que com ajuda dos
Gigantes eles alcançariam a vitória e uma glória resplandecentes. E
combateram longo tempo, oprimidos por rudes trabalhos, os Theoi Titanes
e todos os Theoi nascidos de Kronos, e se lançaram terríveis batalhas. E
desde o cume do Othrys os Titanes gloriosos e desde o cume do Olympos
os Theoi, manancial de bênçãos, que de Kronos concebeu Rheia a de
formosos cabelos, combatiam sem descanso, lutando uns contra os outros
com cruéis fadigas durante mas de dez anos.
E esta guerra não tinha trégua nem fim, e se perturbavam entre eles com
iguais probabilidades. Mas quando Zeus ofereceu aos Gigantes o nektar e
a ambrosia, essas mensagens excelentes do qual se alimentam os, próprios
Theoi, se elevou nos peitos daqueles com maior valor; E quando provaram
o nektar e a ambrosia, o pai dos Theoi e dos Anthropoi lhes falou assim:
— Escuta-me, ilustres filhos de Gaia e Ouranos a fim de que os diga o que
meu coração me inspira no peito. Faz já demasiado tempo que
combatemos diariamente uns contra os outros, pela vitória e por isso
imperioso, os Theoi Titanes e nós, que nascemos de Kronos, emprega vós
contra os Titanes no terrível combate vossa imensa força e vossas
invencíveis mãos. Recordais nossa doce amizade, e não esqueceis que
depois de tantos males, libertados de uma pesada cadeia, haveis sido
reintegrados à luz, por nossos cuidados, desde o fundo das negras trevas.
Falou assim, e o irreprovável Kottos lhe respondeu:
—Venerável Não ignoramos o que dizes, mas sabemos até que ponto te
destacas em sabedorias e em inteligência. Haveis rejeitado longe dos
imortais um mal horrível, a mercê de tua prudência, desde o fundo das
negras trevas voltamos sobre nossos passos, libertados de nossas rudes
cadeias, oh rei, filho de Kronos! Depois de haver sofrido
desesperadamente. E por isso com coração firme e boa vontade, te
asseguramos agora o império nesta luta cruel, combatendo contra os
Titanes, em meio de rudes combates.
Disse assim, e os Theoi, manancial de bênçãos, aplaudiram a suas
palavras e seus corações desejaram a guerra mais que nunca. E
empenharam violentas batalhas naquele dia todos que estavam, varões e
fêmeas, os Theoi Titanes e os Theoi nascidos de Kronos, e aqueles a quem
Zeus havia reintegrado à luz do fundo de Erebos subterrâneo, violentos,
robustos, possuindo forças infinitas; porque de seus ombros saiam cem
mãos, e cada um tinha cinqüenta cabeças e que se erguiam desde as
costas, por cima de seus membros robustos.
E oposto aos Titanes esta guerra desastrosa, levavam em suas mãos
sólidas enormes rochas. E por outro lado, os Titanes afirmavam suas
falanges com ardor, e em ambas as partes se mostrava o vigor dos braços
e o valor.
E o imenso Pontos ressoou horrivelmente, e Gaia mugia com força, e o
amplo Ouranos gemia estremecido, e o grande Olumpous tremiam sobre
sua base ao choque dos Theoi; e no negro Tartaros penetrou um vasto
estrépito, ruído sonoro de pés, tumulto da disputa e violência dos golpes.
E lançavam uns contra os outros os dardos lamentáveis, e seu clamor
confuso subia até Ouranos estrelado, enquanto se exortavam e se feria com
grandes gritos.
E então cessou Zeus de conter suas forças, e sua alma ao ponto se encheu
de cólera, e implantou todo seu vigor, precipitando-se chamejante de
Ouranos e do Olympos e com o trovão e o relâmpago, voavam
rapidamente de sua mão robusta as centelhas, lançando ao longe a chama
sagrada e por todas as partes mugia, chamejante, Gaia fecunda e as
grandes selvas crepitavam no fogo, e toda a terra ardia, e as ondas de
Okeanos e o imenso Pontos se abrasavam, e um vapor cálido envolvia aos
Titanes terrestres e acendia a chama, prolongando-se no Aither divino, e
nos olhos dos mais bravos estavam deslumbrados pelo resplendor
irradiante da centelha e do relâmpago.
E o imenso incêndio invadia o Khaos e parece que ainda vêem os olhos e
ouvem os ouvidos o trastorno daqueles tempos de antigamente em que se
golpeavam Gaia e o amplo Ouranos, quando com um estrépito sem limites
seriam esmagados um pelo outro, que se balançava desde acima. Tão
horrível era o fragor do combate dos Theoi!
E todos os Anemoi levantavam com raiva turbilhões de pó ao explodir o
trovão, os relâmpagos e a ardente centelha, esses dardos do grande Zeus e
lançava seu estrépito seus clamores a desafiar de ambas as partes. E uma
imensa algazarra envolvia o espantoso combate, e de ambos os lados se
exibia o vigor dos braços.
Mas a vitória se inclinou. Até então, abalançando-se uns aos outros, todos
haviam combatido bravamente no terrível combate; mas, na primeira
linha, até então acentuando uma luta violenta, Kottos, Briareos e Gyges o
insaciável de combate, lançaram trezentas rochas, uma a uma com suas
mãos robustas, e cobriram com sombra seus disparos aos Theoi Titanes, e
nas profundezas de Gaia espaçosa as precipitaram carregados de duras
correntes, tendo dominado com suas mãos a estes adversários de grande
coração e os lançou abaixo da terra, tão longe da superfície como longe
esta Gaia de Ouranos, porque o mesmo espaço há entre Gaia e o negro
Tartaros." – Hesíodos, Theogonía.
"Ai de mim! Doloroso será, para mim, vou-lhe contar, mas não menos
doloroso silenciar; tudo agrava a minha angústia. O ódio acabara de
romper entre os deuses em dissídio. Uns queriam, expulsando Krónos, dar
o cetro a Zeús; outros, ao contrário, esforçavam-se por afastá-lo do trono.
Em vão procurei dar os mais prudentes conselhos aos filhos de Ouranós e
de Khthón, os Titánes; sua audácia desprezava todo o artifício, toda a
habilidade; eles supunham triunfar sem esforço graças a seu próprio
poder. Quanto a mim, Thémis, minha mãe, e a própria Gaía, adorada sob
tantos nomes diversos, me tinham profetizado que, no combate prestes a
travar-se, a força e a violência de nada valeriam; o ardil, tão somente,
decidiria da vitória. Quando lhes anunciei este oráculo, mal consentiram
em ouvir-me! Em tal emergência, pareceu-me prudente, acompanhando
minha mãe, adotar o partido de Zeús, que insistia comigo para que o
apoiasse. Graças a mim, e a meus conselhos, foi-lhe possível precipitar nos
negros, e profundos abismos do Tártaros, o venerando Krónos e todos os
seus defensores. Após tamanho serviço, eis o prêmio ignóbil com que me
recompensou o tirano do céu! Tal é a prática freqüente da tirania: a
ingratidão para com seus amigos... Mas o que tanto quereis saber: a causa
do meu suplício, eu vou dizer agora." – Aiskhýlos, Prometheús Dêsmótês
206.
GIGANTOMAKHÍA
"E quando Zeus havia expulsado de Ouranos aos Titanes, a grande Gaia
pariu seu último filho, Typhoeus, após unir-se em amor a Tartaros pela
Áurea Aphrodite.
E eram ativas no trabalho as mãos, e eram infatigáveis os pés do robusto
Theos. E de seus ombros saiam cinquenta cabeças de um horrível dragão,
com línguas negras. E sob as sobrancelhas, os olhos dessas cabeças
monstruosas flamejavam em fogo, e brotava este fogo de todas essas
cabeças que olhavam.
E saiam vozes de todas essas cabeças horrendas, produzindo sons de todas
as classes, inefáveis, semelhantes às próprias vozes dos Theoi, ou a voz de
um enorme touro mugindo feroz, ou a de um leão de alma taciturna, —
coisa prodigiosa— ao latido dos cães, ou ao ruído estridente das altas
montanhas.
E acaso naquele dia se não houvesse mandado nos mortais e nos imortais,
si não houvesse compreendido assim em seguida o pai dos Anthropoi e dos
Theoi, e trovejou com ímpeto e com força, e por todas as partes Gaia
recebeu um choque horrível, e por cima dela, o amplo Ouranos, e Pontos,
e Okeanos, e a profundidade de Gaia.
E sob os pés imortais, cambaleou o grande Olympous quando se levantou o
rei, e gemeu Gaia. E os Anemoi e a centelha ardente se espalharam por
todos os lados sobre o negro Pontos, e a chama e o trovão, e o relâmpago,
e os turbilhões de fogo do monstro.
E se queimavam toda a Gaia, e todo o Ouranos, e todo o Pontos, e as
ondas ferviam a o longe e ao longo das margens, sob o choque dos Theoi, e
o choque era irresistível.
E se espantou Hades o que manda nos mortos e se estremeceram os
Titanes encerrados em Tartaros, em torno de Kronos, ao ouvir aquele
clamor inextinguível e aquele terrível combate.
E reunindo forças, Zeus empunhou suas armas, o trovão, o relâmpago e a
centelha abrasadora, e saltando do Olympous, feriu a Typhoeus. E assim
incendiou todas as enormes cabeças do monstro feroz, e o venceu por sob
seus golpes, e Typhoeus caio mutilado, e a grande Gaia gemeu por ele.
E a chama da centelha brotava do corpo deste rei, caindo nas gargantas
frondosas de uma áspera montanha, e ardia toda a imensa Gaia em um
vapor ardente, e corria como pela terra divina corre, nas mãos de
Hephaistos, o estanho fundido pelos ferreiros em um forno de amplas
faces, ou como o ferro, que é o mais sólido de todos os metais, na garganta
de uma montanha, vencido pelo ardor do fogo. Assim corria Gaia sob o
relâmpago de fogo ardente, e Zeus, irritado, lançou Typhoeus no amplo
Tartaros.
E de Typhoeus sai a força dos Anemoi Thuellai de sopro úmido, exceto
Notos, Boreas e o rápido Zephyros, que procede de Zeus e são sempre
utilíssimos aos Anthropoi. Mas os demais Anemoi, sem utilidade,
despertam Pontos, e precipitando-se sobre o negro Pontos, terrível açoite
dos Anthropoi, formam redemoinhos violentos e sopram daqui e dali e
dispersam as naus e perdem aos marinheiros; por que não há remédio
para a ruína daqueles que se encontram em Pontos. E sobre a superfície de
Gaia imensa e florida, destroem os formosos trabalhos dos Anthropoi
nascidos dela, enchendo-os de pó e de um ruído odioso." – Hesíodos,
Theogonía.
"Agora, por causa de sua raiva contra os Titánes, Gé deu à luz aos
Gigántes, Ouranós era o pai... Agora havia um oráculo entre os Theoí que
dizia que eles mesmos não seriam capazes de destruir qualquer um dos
Gigántes, mas somente poderiam acabar com eles com a ajuda de algum
aliado mortal. Quando Gé soube disso, ela procurou uma planta que iria
impedir a sua destruição até mesmo por mãos mortais. Mas Zeús impediu o
aparecimento de Eós, Selénê e Hélios, e cortou-se a planta antes que Gé
pudesse encontrá-la... A derrota dos Gigántes pelos Theoí irritou Gé ainda
mais, então ela teve relações sexuais com Tártaros e gerou Typhoeús na
Kilikía ". – Pseúdos-Apollódôros, Bibliotheké 1. 34-39.
"Como alguns monstruosos descendentes do ogro Typhoeús ou de Gaía por
si mesma, do tipo que ele usou para suportar nos velhos tempos de sua
briga com Zeús." – Apóllônios Rhódios, Argonautiká 2. 38.
"Nove Kourétes. Alguns escritores dos mitos relatam que esses deuses
nasceram de Gaía." – Diódôros Sikoúlos, Livraria da Historia 5. 65. 1.
"A ti também, agora aço, em outro tempo fiel ao pequeno Jupiter, Celmis, e
aos Curetes, gerados pela longa chuva, e a Croco, em pequenas flores,
como Esmílace, transformado: A todos deixo de lado, e vossos ânimos com
uma doce novidade se reterei." – Obídios, Metamorphóseis 4. 282.
II) SEILENOS
"Seilenós, que elevou-se a si mesmo acima da mãe Gaía sem ser gerado e
auto-entregue." – Nónnos, Dionysiaká 29. 243.
III) ARISTAIOS
"Algumas autoridades dão a paternidade de quatro deuses chamados de
Aristaios, como Bakkhýlidês fez: Como um filho de Karystos, outro filho de
Kheirôn, outro filho de Gé e Ouranós, e um filho de Kyrene." –
Bakkhýlidês, Fragmento 45.
V) AÍTNA
"Aítna é uma montanha da Sikelía, chamada depois de Aítna, filha de
Ouranós e Gé, de acordo com Alkimos em sua obra sobre a Sikelía." –
Simônídês, Fragmento 52.
MÃE DOS DAIMONES
"De Aether [Aithér] e Terra [Gaía] [nasceram]: Dolor (dor) [Álgos], Dolus
(engano) [Dólos], Ira (fúria)[Lýssa], Luctus (lamentação) [Pénthos],
Mendacium (mentira) [Pseúdos], Jusiurandum (juramento)[Hórkos], Ultio
(vingança) [Poinê], Intemperantia (intemperança) [Manía], Altercatio
(altercação)[Amphilogía], Oblivio (esquecimento) [Léthê], Socordia
(preguiça) [Aergía], Timor (medo) [Phóbos], Superbia
(soberba) [Adephagía], Incestum (desejo) [Hímeros], Pugna
(combate) [Hysminé]. [De Caelum e Terra:] Oceanus, Themis, Tartarus,
Pontus; e os Titanes: Briareus, Gyes, Steropes, Atlas, Hyperion e
Polus[Koíos], Saturnus [Krónos], Ops [Rheía], Moneta [Mnemosýnê],
Dione [Aphrodítê]; e as três Phuriae, nomeadas de Alecto, Megaera,
Tisiphone." – Pseúdos-Hygínos, Prólogos.
"Tityos era filho da donzela Elara; mas ele foi amamentado e gerado da
Mãe Gaia." – Apóllônios Rhódios, Argonautikás 1. 758.
"A cidade de Tityos [em Phokis], onde o corajoso filho de Gaía marchando
pela justa e frondosa floresta de Panopeús ergueu o manto sagrado de
Létô e tentou violá-la." – Nónnos, Dionysiakás 4. 331.
"Antaios era mais forte quando seus pés estavam no chão, é por isso que
alguns diziam que ele era um filho de Gé." Pseudo-Apollodorus,
Bibliotheca 2. 115.
"Diónysos com sua estaca cortante de hera atravessa Alpos, que era um
divino guerreiro filho de Gaía, Alpos com uma centena de víboras em seus
cabelos." – Nónnos, Dionysiakás 25. 238.
"Ó mãe Gaía, dos deuses e dos homens, origem." - Hýmnos Orphikós XXVI
para Gé.
"Eles [a raça dourada dos homens, criada por Phusis (Mãe Natureza) não
tinha a forma do primordial Kekrops [com pés reptilianos]... Mas agora
apareceu pela primeira vez a safra dourada dos homens [a raça dourada da
humanidade] produzidos à imagem dos deuses, com as raízes de sua
existência na terra." – Nónnos, Dionysiakás 41. 58.
"Morrehus [o líder indiano] não era como os homens desta terra, mas ele
se assemelhava a força nacional dos “Nascidos da Terra” Indoi no
elevada estatura e gigantescos membros; ele tinha nascido da terra uma
raça que o imponente Typhon gerou." – Nónnos, Dionysiakás 34. 182.
Assim pois, quando do dilúvio recente Tellus enlodada com os sois etéreos
se incandeceu e com seu alto fervor, deu à luz a inumeráveis espécies e em
parte suas formas antigas devolveu, em parte novos prodígios criou.”
– Obídios, Metamorphóseis 1. 416.
“De Gaía eu canto, Mãe firme de tudo, a mais antiga, que alimentou a vida
na terra, sempre que caminhava no solo ou nadasse no mar ou voasse; Ela
sustentou cada uma de suas riquezas. Através de ti os povos são
abençoados de filhos e frutos, Ó Rainha, que dá e reclama a vida dos
mortais; enriqueça quem quer que te agrade e honre; toda a abundância
para eles; que suas terras férteis sejam frutíferas; através dos campos seus
rebanhos prosperem; sua casa seja repleta de deuses. Eles regem os
estados bem-ordenados com formosas mulheres, e ampliam as riquezas dos
que os seguem; seus filhos exultam com júbilo jovial; suas filhas brincam
em danças de espalhar flores com o coração feliz, e pulam pelos campos
floridos. Tal coisa tu dás, Rica Divindade Sagrada. Então te saúdo, Deusa-
Mãe, Esposa do Estrelado Céu[Ouranós]; recompense minha canção com
um sustento prazeroso! De ti eu me recordo, e de outra canção também.” –
Homerikós Hymnós 30 para Gaía.
"[A partir da descrição de uma pintura grega antiga que representa a raça de
Pélops com Hippodameia:] Os montes ao longo da pista de corridas
marcam as sepulturas dos pretendentes mortos por Oinomaos adiando o
casamento de sua filha, 13 jovens ao todo. Mas a terra (gê) agora faz
brotar flores em seus túmulos, Para que eles também possam compartilhar
o semblante de ser coroado por ocasião do castigo de Oinomaos."[N.B.
Gaia provavelmente foi personificada na pintura.] – Philóstratos o velho,
Imagens 1. 17.
"As Hórai (estações), vem à terra em suas próprias formas
adequadas, com as mãos postas estão dançando pelo ano através de seu
curso, acredito, e Gé em sua traz para elas todos os frutos do ano." –
Philóstratos o velho, Imagens 2. 34.
"Se as plantas fixam e enraizam na terra, devem suas vidas e vigor à arte
da natureza, certamente Terra[Gaía] deve se sustentar pelo mesmo poder,
na medida em que, quando impregnada com sementes ela traz de seu
ventre todas as coisas em profusão, nutre suas raízes em seu peito e faz
com que elas cresçam, e ela mesma, por sua vez, é alimentada por
elementos superiores e exteriores. Além disso, suas exalações
proporcionam alimento para o ar, o éter e todos os corpos celestes." –
Kikérôn, De Natura Deorum 2. 33.
"Ekhídna... ela era uma filha de Tártaros e Gé, que raptava os viajantes
que ali passavam." – Pseúdos-Apollódôros, Bibliotheké 2. 4.
A ela, o deus senhor do arco, que nunca tais armas havia usado, senão nos
gamos e corças fugazes, afundou com mil disparos, exausto, quase perdeu
sua aljava, derramando por suas negras feridas seu veneno.
E para que a fama dessa obra não pudesse ser destruida pela antigüidade,
instituiu os sagrados jogos Pythios, de reiterado concurso, denominados
com o nome da domada serpente.
Esses jovens que com sua mão, seus pés ou a roda vencesse, ganhava uma
coroa de folhas de azinheiro. Todavia não havia loureiro e, suas formosas
têmporas com seu longo cabelo, Phoebus cingia de qualquer árvore." –
Obídios, Metamorphóseis 1. 434.
"Antimakhos diz que Gaia era sua mãe [cavalo imortal Areíôn]: Adrastos,
filho de Talaus, filho de Kretheeus, o primeiro dos Danai a conduzir esses
famosos cavalos, veloz Kairos e Areion de Thelpousa, que próximo do
bosque de Apóllôn Onkaios, a própria Gaía os enviou, uma maravilha para
a visão dos mortais. Mas, apesar de surgir a partir de Gaía o cavalo podia
ser de linhagem divina e a cor de sua crina ainda podia ser negra" –
Pausanías, Descrição da Grécia 8. 25. 5.
I) NUTRIZ DE ZEUS
"[As maças de ouro das Hesperídes] Estas maçãs não estavam, como
alguns sustentam, na Libya, mas estavam com Atlas entre os Hyperboreioi.
Gé as tinha dado a Zeús quando ele se casou com Héra." – Pseúdos-
Apollódôros, Bibliotheké 2. 114
"Quanto às chamadas, maças das Hesperídes, Asklepíades, no sexto livro
de sua História Egípcia, disse que Gé as trouxe em honra das núpcias,
como eram chamadas, de Zeús e Héra." – Athenaíos, Deipnosophistai
3. 83c.
"Pherekydês disse que quando Jupiter [Zeús] desposou Juno [Héra], Terra
[Gaía] surgiu, portando um ramo com maças douradas, e Juno, em
admiração, pediu a Terra para plantá-las em seu jardim próximo ao
distante Monte Atlas." – Pseúdos-Hygínos, Astronomica 2. 3
II) O LEITO NUPCIAL DE ZEÚS & HÉRA
"[sobre o pico do monte troiano, Idê] Após ter falado, nos braços o filho de
Krónos [Zeús] apertou a consorte [Héra]. Fez logo que erva florida da
divina terra (khthón) [Gaía] crescesse loto rociado e virente açafrão
prazenteiro e jacinto que numa alfombra adensados o par solevou do chão
duro. Ambos aí se deitaram cobertos por nuvem dourada bela de ver donde
gotas de orvalho luzente caíam. – Hómêros, Iliáda 14. 345
"Gaía espalhou seus abundantes perfumes e coroou o leito conjugal [de
Zeús e Héra] com lindas flores: ali brotou açafrão
Kikilios, ali brotou corriola, e para envolver sua virilidade deixou
aproximar-se a planta fêmea ao seu lado, contudo, respirando desejo, e ele
mesmo, no mundo das flores, era igualmente delicado.Então o crescimento
dos dois adornou o leito do casal, cobrindo Zeús com açafrão e Héra sua
esposa comcorriola; amável íris saltando sobre a
anêmona descrevendo por um significativo silêncio o exasperado amor de
Zeús." – Nónnos, Dionysiakás 32. 76.
O RAPTO DE PERSEPHÓNÊ
"Os narcisos, que Gaía fez brotar pela vontade de Zeús e para agradar ao
Anfitrião de muitos [Haídês]para ser uma armadilha para a
florescente donzela [Persephónê], uma maravilhosa e radiante flor. Foi
uma coisa tão fabulosa para ambos, deuses imortais ou
homens mortais, verem: De sua raiz cresceram uma centena de flores
e cheirava tão docemente, que o amplo Ouranós acima e Gaía e
salgada Thálassaintumesceram, rindo de alegria. E a donzela ficou
surpresa e estendeu ambas as mãos para pegar o gracioso
brinquedo: Mas a terra de amplos caminhos se abriu na planície do
Nysa, e o lorde, Anfitrião de muitos, com seus cavalos imortais saltou por
sobre ela." – Hýmnos Homerikós 2 à Dêmétêr, 5.
O NASCIMENTO DE DIÓNYSOS
"Mas, quando ia partir Zeús, pai dos deuses e dos homens, suplicou a seus
queridos pais, Gaía e Ouranós estrelado, que lhe ensinassem os meios do
qual se valeriam para ocultar o nascimento de seu querido filho e para
poder castigar os furores paternos contra os outros filhos a quem Krónos
havia devorado. E Gaía e Ouranós atenderam a sua filha bem-amada e lhe
revelaram quais seriam os destinos do rei Krónos e de seus filhos
magnânimos. E a enviaram a Lýktos, rica cidade de Krétê, no momento em
que ela ia partir ao último de seus filhos ao grande Zeús. E a grande Gaía
lhe recebeu na vasta Krétê, para criá-lo e educá-lo. E em seguida o levou a
Lýktos, atravessando a noite negra; logo, carregando-o com suas mãos, o
escondeu dentro de um antro elevado, nos flancos da terra divina, sobre o
monte Argeús, coberto de espessas selvas. Depois, após envolver entre
mantos uma pedra enorme, Rheía a deu ao grande príncipe Ouranídê, ao
antigo rei dos deuses, e este a pegou e a lançou ao ventre." – Hesíodos,
Theogonía 881.
Gaia era a mãe de Ôkeanós e Têthýs, os Titánes dos rios, fontes e fluxos.
Têthýs atrai as águas de Ôkeanós (o fluxo que circunda a terra) através das
fendas da terra.
"Do topo da fenda na testa de seu pai, Athéne saltou no ar, e pelada para o
amplo céu deu seu estridente grito de guerra. E Ouranós tremeu ao ouvir,
e a mãe Gaía." – Píndaros, Pythía Ode 7 ep 2.
O ORÁCULO DE DELPHOÍ
"Esta palavra falado pela mãe Gaía, revestida de árvores, na pedra-
umbido [Delphoí]." – Píndaros, Ode Pythía 4 trecho 4.
JURAMENTO DE GAIA
“Héra a magnífica de olhos bovinos de medo estremece; e principiando a
falar lhe dirige as palavras aladas: - Que tome ciência Gaía bem como o
vasto Ouranós de cima e a água do Stýx que se precipita –esta é a máxima
jura e a mais terrível de todos os deuses bem-aventurados– tua cabeça
sagrada e também nosso leito de núpcias que num perjúrio jamais poderia
invocar falsamente: não por meus rogos e instâncias Poseidón que a terra
sacode dana aos Troiádes e a Héktor e aos Argeioi na pugna auxília.
Provavelmente incitado se viu por seu ânimo próprio a socorrer os Akhaioi
que perto das naus padeciam. Mas estou pronta a instruções transmitir-lhe
a seguir induzindo-o somente a via por onde Zeús grande quiseres levá-
lo.” – Hómêros, Iliáda 15. 36.
"E jurou Lêtó o grande juramento dos Theoí: Agora ouçam isto, Gaía e o
amplo Ouranós acima, e derramando as águas do Stýx." – Hýmnos
Homerikós III para Apóllôn Délios 84.
"Ó divino Aither (diós aithêr)! Ó sopro alado dos ventos (takhypteroi
pnoiai)! Regatos e rios (pêgai potamôn). Ondas inumeráveis, que agitais a
superfície dos mares (Póntos)! Ó Gaia, mãe de todos os viventes (panmêtôr
gê), e tu, ó Hélios, cujos olhares aquecem a natureza (panoptês kyklos
hêlios)! Eu vos invoco!... Vede que sofrimento recebe um deus dos outros
deuses! " – Aiskhýlos, Prometheus Desmótês 88. [O Titán Prometheús
apela a todos os deuses da natureza para testemunhar o seu tormento:]
"Com o intuito de afastar o mal com uma deselegante graça, Oh, mãe
Terra (gaía maía), ela [Klytaimnestra acorda de um pesadelo enviado pelo
fantasma de seu marido assassinado] envia-me, mulher ímpia como ela
é[para derramar libações como oferenda para aplacar seu fantasma]. Mas
tenho medo de pronunciar as palavras que ela me encarregou de falar. Por
que a expiação existe pelo sangue caído na terra? Ah, coração cheio de
tristeza! Ah, casa prostrada em ruínas! Escuridão sem sol, detestada pelos
homens, encobre nossa casa devido a morte de seu
mestre [Agamémnôn]." – Aiskhýlos, Portadores de Libações 30.
CULTO GERAL DE GAIA
A Terra era adorada geralmente sob a forma da Théa Olympía Demétêr. A
própria Gaía tinha poucos cultos, e em sua maioria eram inseparáveis dos
cultos de Demétêr. Animais negros eram sacrificados a Gaía e outros Theoí
Khthónioi.
"Presto um cordeiro trazei para Hélios de cor branca e uma ovelha preta
também para Gaía; que um terceiro a Zeús daremos." – Hómêros, Iliáda
3. 104
"Gé: uma vez que a terra é a base de cada cidade, como, sustentando as
cidades, sua imagem é a de uma portadora de torres." – Soúdas verso Gé
"Gés agalma (Uma estátua da Terra): Eles modelaram Hestía como uma
mulher, como a terra, segurando um tímpano, uma vez que a terra encerra
os ventos abaixo de si mesma." – Soúdas verso Agalma.
TÍTULOS E EPÍTETOS DE GAIA
ANÊSIDÓRA (Ανησιδώρα), a que espalha os dons, um sobrenome de
Gaía e de Demeter, esta última tinha um templo com esse nome em Phlios
na Attiké.
KALLIGÉNEIA (Καλλιγένεια), um sobrenome de Deméter ou de sua
nutriz e comanheira, ou de Gaía.
EURYSTERNOS (Εὐρύστερνος), isto é, a deusa de amplos seios, um
sobrenome de Gé, sobre o qual ela tinha um santuário em Krathis perto de
Aigai em Akhaia, com uma estátua muito antiga.
PÁNDÔROS (Πάνδωρος). Um sobrenome de Gaía, no mesmo sentido de
Pandóra, e de Aisa.
Gaía tinha um número de nomes alternativos, títulos e epítetos, tanto
poéticos e culturais.
CULTO
Gaia é a personificação do antigo poder matriarcal das antigas
culturas Indo-Européias. É a Grande Mãe que dá e tira, que nutre e depois
devora os próprios filhos após sua morte. É a força elementar que dá
sustento e possibilita a ordem do mundo. Nos mitos gregos, os conflitos
entre Gaia e as divindades masculinas representam a ascensão do poder
patriarcal e da sociedade grega sobre os povos pré-existentes.
Na mais antiga cosmologia grega, a Terra era concebida como um
disco chato cercado por Okeanos (rio principal), coberta pela cúpula de
Ouranos (céu) e tendo por baixo o abismo do Tartaros (subterrâneos). Ela
suporta Pontos (mar) e os Ourea (montanhas) sobre seu seio.
Segundo algumas fontes Gaia pode ter sido a divindade original por
trás do Oráculo de Delphos, transpassando seus poderes sucessivamente
para Themis, Phoibe e finalmente Apollon. Apollon, porém já estava há
muito estabelecido como senhor do oráculo no tempo de Homeros, depois
de ter matado a serpente Python, filha de Gaia e usurpado seu poder
ctônico. Por isso, Gaia teria punido Apollon, enviando-o para servir o rei
Admetos como pastor por nove anos.
Na arte clássica Gaia era representada de duas formas. Nos vasos
gregos, Gaia era representada como uma matrona robusta, meio erguida do
solo e com freqüência dando o bebê Erekhthonios a Athena para que esta o
criasse. Nos mosaicos, costuma aparecer como uma figura completa,
reclinada, freqüentemente vestida de verde e às vezes acompanhada
pelos Karpoi, crianças que representam os frutos da Terra, as colheitas, as
estações ou os espíritos dos grãos.
Os juramentos prestados em nome de Gaia, na antiga Grécia,
estavam considerados entre os mais sagrados.
I) ATHÉNAI Cidade da Attiké
I) SPARTE Cidade de Lakedaimonía
I) OLYMPIA Santuário em Eleias
I) PATRAI Cidade da Akhaia
I) TEGEA Cidade de Arkadía
HINOS E INVOCAÇÕES
"Para Gaía a Mãe de Todos. Eu cantarei sobre à bem fundada Gaía, mãe
de todos, a mais velha de todos os seres. Ela alimenta todas as criaturas
que estão no mundo, todas que andam sobre a terra fértil, e todas que
estão nos percursos dos mares, e todas que voam: todos são alimentados
por sua provisão. Através de ti, Oh, rainha, homens são abençoados por
meio de seus filhos e abençoado por meio de suas colheitas, é a vós que
pertence o fornecimento dos meios de vida dos homens mortais e para
levá-los embora. Feliz é o homem a quem tu deleitas com honras! Ele tem
todas as coisas em abundância: Sua terra fecunda está carregada com
milho, seus pastos estão cobertos de gado, e sua casa está repleta de coisas
boas. Tais homens governam organizadamente em suas cidades por belas
mulheres: Grande riqueza e fartura os seguirão: seus filhos exultarão com
renovado deleito, e suas filhas carregando feixes em flor brincando e
pulando alegremente sobre as flores suaves do campo. Assim é com
aqueles a quem tu honras, Oh, Sagrada Deusa (semne théa), Oh, Generoso
Espírito (aphthone daímôn). Saudação, Mãe dos Deuses (theôn mater),
esposa do estrelado Ouranós; liberdade conceda-me para este meu canto
substancial que alegra ao coração!" – Homerikós Hymnós XXX para Gaía.
"Sem dúvidas ele está cantando um hymnos a Gé por que ela é a criadora e
mãe de todas as coisas." – Philostrátos, o velho, Imagens 1. 10.
PHÚSIS
Nome grego Nome romano Tradução
Φύσις Natura Natureza, origem
Πρωτογένεια Primagena Primogênita
Na mitologia grega, Phúsis (em grego Φυσις, “natureza”) também
podia ser chamada de Protogéneia (Πρωτογενεια, “a primeira”), era a
divindade primordial da natureza e um dos primeiros seres a surgir no
principio dos tempos. Os romanos a chamavam Natura.
Era filha de Hýdros e Thésis, surgiu da lama que se formou após a
união desses dois deuses, Phúsis então se uniu à seu pai Hýdros e gerou um
ovo, do qual saíram Aíôn (eternidade) e Anánkê (necessidade). Estes dois
por sua vez deram início á ordem no universo, o Kósmos.
Atribuíam-lhes, ambos os sexos, e em ocasiões a identificavam com
Gaía (a mãe terra), com Érôs (o desejo sexual) ou com Phánes
(consciência) e Thésis (criação).