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Religiões na Antiguidade

1º Ano do Ensino Médio Noturno


Componente Curricular: Ensino Religioso
Material: https://www.portalsaofrancisco.com.br/arte/religioes-na-antiguidade
Professora: Luana Kunzler
Quase todos os povos da Antiguidade desenvolvem religiões politeístas. Seus deuses
podem ter diferentes nomes, funções ou grau de importância ao longo dos tempos.
Em geral, as mudanças nos panteões de deuses refletem movimentos internos dos
povos antigos, processos migratórios, conquistas e miscigenações.
Religiões do Egito
Até a unificação dos povos do vale do rio Nilo e o surgimento das
dinastias dos faraós (3.000 a.C.), existem no Egito vários grupos
autônomos, com seus próprios deuses e cultos.
Durante o período dinástico (até 332 a.C.) os egípcios são
politeístas.
Os faraós são considerados personificações de deuses e os
sacerdotes constituem uma casta culta e de grande poder político.
O monoteísmo acontece apenas durante o reinado do faraó
Amenofis IV, que muda seu nome para Akenaton, em homenagem ao
deus-sol. As pirâmides e os templos são alguns dos registros da
religiosidade do povo egípcio, da multiplicidade de seus deuses e do
esplendor de seus cultos.
A principal divindade é o deus-sol (Rá). Ele
tem vários nomes e é representado por diferentes
símbolos: Atom, o disco solar; Horus, o Sol
nascente.

Os antigos deuses locais permanecem, mas


em segundo plano, e as diferentes cidades mantêm
suas divindades protetoras.

Várias divindades egípcias são simbolizadas


por animais: Anúbis, deus dos mortos, é o chacal;
Hator, deusa do amor e da alegria, é a vaca;
Khnum, deus das fontes do Nilo, é o carneiro e
Sekmet, deusa da violência e das epidemias, é a
leoa. Nas últimas dinastias difunde-se o culto a Ísis,
deusa da fecundidade da natureza, e Osíris, deus da
agricultura, que ensina as leis aos homens.
Religiões da Mesopotâmia

A Mesopotâmia é a região delimitada pelos vales


férteis dos rios Tigre e Eufrates (atual sul da Turquia, Síria
e Iraque). Ali surgem povos e civilizações tão antigas
como a do Egito: os sumérios e os semitas, estes divididos
em acádios, assírios e babilônios. Os sumérios são os
primeiros a inventar a escrita – os caracteres cuneiformes.

Descobertas arqueológicas e a decifração da escrita


cuneiforme têm revelado as tradições culturais e religiosas
desses povos. Entre os documentos decifrados destacam-
se alguns anteriores ao século XV a.C.: o código de
Hamurabi, com as leis que regem a vida e propriedade
dos súditos do imperador Hamurabi (1.728 a.C.?-1.686
a.C.?); Enuma elis, poema babilônico da criação, e a
Epopéia de Gilgamesh, relato da vida do lendário
soberano de Uruk, cidade suméria nas margens do rio
Eufrates.
Deuses sumérios

Os primitivos deuses sumérios são Anou ou An, deus-


céu; Enki ou Ea, que ora aparece como deus-terra, ora
como deus-água; Enlil, deus do vento e, mais tarde, deus da
terra; Nin-ur-sag, também chamada de Nin-mah ou Aruru,
a senhora da montanha.

A hierarquia entre esses deuses muda com o tempo.


No início da civilização suméria, Anou ocupa a principal
posição. Depois, o deus supremo passa a ser Enlil,
considerado o regente da natureza, o senhor do destino e
do poder dos reis.
Deuses da Babilônia

Os semitas (babilônios e assírios) incorporam os


deuses sumérios, trocam seus nomes e alteram sua
hierarquia. Anou, Enki e Enlil (chamado de Bel)
permanecem como deuses principais até o reinado de
Hamurabi.

Eles veneram Sin, o deus-lua, e Ishtar ou Astarté,


deusa do dia e da noite, do amor e da guerra. No reinado de
Hamurabi, o deus supremo passa a ser Marduk, o mesmo
Enlil dos sumérios e Bel dos primeiros babilônios, porém
mais poderoso.

Chamado de pai dos deuses ou criador, Marduk


sobrevive com o nome de Assur, deus supremo da Assíria,
quando esse povo domina a Mesopotâmia.
Cultos e rituais da Mesopotâmia

A relação com os deuses é marcada pela


total submissão às suas vontades e pelo
sentimento de impureza, expresso nos salmos de
penitência para implorar o perdão.

Os deuses manifestam suas vontades através


de sonhos e oráculos. Os antigos sumérios
procuram obter as graças divinas por meio de
sacrifícios regulares e oferendas. Cada deus tem
uma festa especial. Os sumérios acreditam na
vida após a morte, mas a alma não passa de uma
sombra que habita as trevas de Kur, espécie de
inferno.
Religião grega

A Grécia antiga compreende o sul da


península balcânica, a costa oeste da Ásia Menor
(atual Turquia), as ilhas do mar Jônico e do mar
Egeu e as regiões sudoeste e sul da península
itálica (Magna Grécia). Durante o reinado de
Alexandre, o Grande, incorpora também o norte
do Egito. Os povos helênicos estabelecem-se em
ondas sucessivas nessas regiões, assimilam e
reelaboram a cultura local.

As divindades evoluem com o tempo e


assumem diferentes significados. Embora exista
um panteão de deuses comum a todos os
gregos, cada cidade-estado tem seu próprio deus
protetor, com seus cultos, rituais e festas
específicos.
Deuses gregos

Os deuses gregos representam forças e fenômenos da natureza e também impulsos e paixões humanas. Moram no
Monte Olimpo e de lá controlam tudo o que se passa entre os mortais. O panteão grego inclui semideuses, heróis e inúmeras
entidades, como os sátiros e ninfas, espíritos dos bosques, das águas ou das flores.

O principal deus grego é Zeus, o pai e rei dos deuses e dos homens. Cultuado em toda a Grécia, é o guardião da ordem
e dos juramentos, senhor dos raios e dos fenômenos atmosféricos. Hera, irmã e esposa de Zeus, preside os casamentos, os
partos, protege a família e as mulheres.

Atena, ou Palas Atena, nasce da cabeça de Zeus, já completamente armada. É a deusa da inteligência, das artes, da
indústria e da guerra organizada. Apolo, filho de Zeus e da deusa Leto, é o deus da luz da juventude, da música, das artes, da
adivinhação e da medicina. Dirige o “carro do Sol” e preside os oráculos.

Artemis, irmã gêmea de Apolo, é a deusa-virgem, símbolo da vida livre, das florestas e da caça. Afrodite, deusa da
beleza, do amor e da volúpia sexual, é casada com Hefestos ou Hefaísto, filho de Zeus e de Hera, feio e disforme, protetor
dos ferreiros e dos ofícios manuais. Hares (Ares), filho de Zeus e Hera, é o deus da guerra violenta. Poseidon ou Posídeon,
irmão de Zeus, é o deus do mar. Hades, irmão de Zeus, governa a vida após a morte e a região das trevas – espécie de
inferno grego. Deméter é a deusa da agricultura. Dionísio, deus da videira e do vinho. Hermes, filho de Zeus e da ninfa Maia,
é o mensageiro dos deuses, protetor dos pastores, dos negociantes, dos ladrões e inspirador da eloquência.
Cultos e rituais gregos
A religiosidade grega não se expressa através de textos sagrados. Os
deuses estão presentes em todos os aspectos da vida cotidiana, e são
reverenciados por um conjunto de práticas e rituais realizados em bosques
sagrados, templos ou cumes de montanhas. Os sacerdotes consagram a vida
ao culto de um deus específico e, nos templos, presidem sacrifícios,
transmitem e interpretam oráculos.

Festas e santuários gregos


Os principais santuários do mundo grego são Delos e Delfos, em
homenagem a Apolo; Olímpia, a Zeus; Epidauro, a Asclépio; Elêusis, a
Deméter. Cada cidade grega tem sua própria festa em homenagem ao deus
protetor.
As mais importantes são a Panatenéia, em honra de Atena; as
Olimpíadas, celebradas a cada quatro anos em Olímpia, com a organização
de jogos em homenagem a Zeus; e as Dionísias, grande festa popular que
inclui representações dramáticas, em homenagem a Dionísio, celebrada em
Atenas e também em áreas camponesas.
Religiões de Roma

A primitiva religião dos romanos é formada pela fusão das


tradições dos povos etruscos e itálicos, antigos habitantes
da península itálica.
Tem acentuado caráter doméstico, expresso nas
divindades protetoras da família (Lares), nas preces e
oferendas rituais cotidianas, nos sacrifícios propiciatórios
pela paz, para pedir bom tempo ou boas colheitas, e no
culto aos mortos.
Cultuam inúmeras divindades menores (Numes),
relacionadas com elementos naturais e com aspectos da
vida humana. Com a expansão da República e do Império,
os romanos incorporam tradições religiosas de povos
conquistados, principalmente dos gregos.
A religião e cultos domésticos permanecem ao lado de
uma sofisticada religião oficial, que inclui até os
imperadores no panteão dos deuses.
Primeiros deuses romanos

Entre os deuses primitivos destacam-se Janus, que durante


muito tempo reina sobre os demais deuses; Juno, protetora dos
casamentos, das mulheres e dos partos; Júpiter, deus da claridade
e dos fenômenos atmosféricos; Deméter, deusa da agricultura e
da fertilidade; Marte, considerado o “pai dos romanos”, senhor
da guerra e das atividades humanas essenciais; e Quirino, antigo
deus da agricultura, muitas vezes associado a Marte.

Deuses da República e do Império


Durante a República, o panteão romano passa a ser
dominado por uma tríade divina – Júpiter, Juno e Minerva – e
começa a incorporação dos deuses gregos: Júpiter é Zeus, Juno é
Hera, Minerva é Atena, Apolo transforma-se em Helius e sua
irmã, Artemis, em Diana, a caçadora. Hermes, o mensageiro dos
deuses gregos, é o Mercúrio romano.
Poseidon, deus grego do mar, é assimilado como Netuno,
seu irmão Hades é Plutão, e Cronos, deus primitivo grego, pai de
Zeus, Netuno e Plutão, é associado à Saturno, também um
antigo deus romano.
Religiões do Irã antigo

A mais antiga civilização da


região do antigo Irã, ao norte da
Mesopotâmia, data do século XX
a.C. Apesar de sucessivas
ocupações pelos povos medas e
persas, uma certa homogeneidade
cultural é preservada até a invasão
muçulmana, no século VII da era
cristã.

A religião dos antigos


iranianos está registrada nos
Avestas, conjunto de textos
sagrados escritos a partir do
século VI a.C.
Masdeísmo

Religião naturalista e dualista,


centrada no culto a Ahura-Mazda, deus da
luz e criador do universo, que se opõem a
Angra-Mainyu ou Ahrimanunha, senhor
do reino das trevas.

Ahura-Mazda comanda as divindades


luminosas e benévolas, como Mithra,
deus-pastor, protetor das chuvas, mais
tarde associado ao Sol, e Anahita, deusa
das fontes e da fecundidade. Mais tarde,
com o zoroastrismo, Ahura-Mazda é
elevado a deus único.
Zoroastrismo

Religião centrada na pureza de coração e na prática das virtudes. Boas palavras,


bons pensamentos e boas ações abririam o caminho para o paraíso, onde o bem
suplantaria definitivamente o mal. Sua doutrina é registrada por seus discípulos nos
Avestas, textos sagrados escritos a partir do século VI a.C.

Ou Zaratustra, profeta e reformador religioso e social do século VI a.C. Aos 40


anos começa a pregar a existência de um deus único e a prática da virtude. Converte
o rei meda Histaspes (ou Vishtaspa), pai do imperador Dario, e conquista grande
influência. Realiza uma reforma religiosa: as divindades secundárias são excluídas e
Mazda, um deus bom e sábio, passa à categoria de deus único.

Zoroastrismo atual
O zoroastrismo sobrevive até hoje em populações do interior do Irã e na
religião dos Parsis, grupo que foge da antiga Pérsia para a Índia após a invasão
muçulmana. A comunidade parsis, instalada na região de Bombaim, reúne cerca de
100 mil pessoas.

Veneram o fogo, praticam longas abluções (lavagens) e purificações à beira-mar


e preservam o ritual de deixar os mortos sobre os lugares altos, chamados de torres
do silêncio.

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